Doença mental:
Na sociedade atual aceita-se com facilidade uma doença orgânica não se passando o mesmo com as doenç

A pertença a um grupo social implica que se reconheçam certos comportamentos como integradores e, portanto, é criado um padrão fora do qual se considera a anormalidade, ou seja, o desviante. Neste sentido, uma função protectora será a de criar a sua própria identidade, de pertença a um grupo, fora da qual facilmente se pode destacar a dissemelhança (7). O modo como são percebidos aqueles a quem são atribuídos papéis desviantes é negativo e afeta não apenas o observador, mas também o observado. Trata-se de uma forma de regulamentar os comportamentos “normais” e desviantes. Os papéis desviantes, fonte de estereótipos negativos, tendem a ser objeto de reprovação/desaprovação da sociedade (10) e a fomentar o distanciamento social (afastar o que lhe é diferente). São exemplo de estereótipos associados à doença mental:

- A agressividade (9; 14);

- A baixa confiabilidade;

- Os comportamentos perturbadores;

- A baixa inteligência (1; 14);

- A imprevisibilidade (13);

- A menor competência e menos capacidades de trabalho (1);

- A violência e comportamentos à margem da lei (4; 8; 13; 14).

 

O estigma é, em grande parte, uma percepção negativa da pessoa com doença mental. As pessoas estigmatizadas têm, ou presume-se que tenham, um atributo que as assinale enquanto "diferentes", levando a que sejam desvalorizadas e discriminadas aos olhos dos outros (6; 9). Pese embora, o facto das diferentes formas de caracterizar outrem, serem tentativas de encontrar um padrão. Sucede que, na procura de uma explicação para o comportamento, podemos encontrar justificação em causas externas à pessoa (a culpa é da família, do stress) ou então culpar o próprio pela condição em que se encontra. Esta é uma forma de podermos “desculpabilizar” (ou não) determinado comportamento (5). Como consequência da atribuição a causas externas ao próprio diminui o distanciamento social. Se há crença de causalidade inerente ao próprio (o individuo é culpado por ter aquela doença), verifica-se o efeito inverso. Basta pensarmos em dois exemplos para a mesma doença – a depressão. Exemplo 1: “ela sempre foi ‘fraca’…ela não quer trabalhar”. Exemplo 2: “Com aquela família é normal que não consiga concentrar-se ou trabalhar…o trabalho dela é demasiado exigente”.

 

Assim, falar de estigma em saúde mental implica falar de ignorância, de estereótipos, de discriminação, mas também de preconceitos, pois esquecemo-nos (ou não sabemos) o quanto estas doenças são incapacitantes e não dependem da vontade do próprio.

 

O preconceito está ligado ao processo de socialização do indivíduo e será, portanto, dependente do meio sociocultural onde se insere. O preconceituoso tende a desenvolver diferentes crenças em relação a diversos objectos (doente mental, homossexualidade...) independentemente das características próprias deste. Neste sentido, o preconceito é um juízo preconcebido, manifestado através de uma atitude de discriminação perante pessoas, lugares ou tradições. É indicador de desconhecimento e atribui uma conotação pejorativa ao que lhe é diferente (3).

 

O estigma afeta de diferentes formas a pessoa ou grupo sobre o qual recai. As pessoas são sujeitas a tratamento negativo e discriminação directa (afectando o seu bem-estar, estatuto social e saúde), a processos de confirmação (há tendência para a confirmação das ideias estigmatizantes perante qualquer tipo de comportamento), a activação automática de estereótipos e a processos de ameaça à sua identidade (as ideias estigmatizantes podem não ir de encontro a determinadas características da pessoa, porém, esta será vista como detentora dela) (9). A partir do momento em que o indivíduo é rotulado como ente “desviante” muito dificilmente se pode desprender desta imagem implicando, muitas vezes, situações de isolamento e distanciamento social (10).

Por outro lado, o estigma pode ter a ver com as reacções que a população em geral tem para com a doença mental e/ou com as crenças do próprio relativamente à sua doença.

 

O estigma prejudica as pessoas com doença mental a três níveis, nomeadamente:

- Ao tentar evitar o rótulo a que estão sujeitas há maior dificuldade de adesão aos tratamentos;

- Há um bloqueio no alcance de objectivos de vida podendo apresentar maior dificuldade em lidar com situações de stress;

- A pessoa com doença internaliza ideias estigmatizantes e acredita que é menos valorizada por causa do seu transtorno psiquiátrico (2).

Neste sentido, a discriminação a que as pessoas com doença mental estão sujeitas desenvolve-se de diferentes formas - coerção, segregação, hostilidade, evitamento.

 

Discriminação será, portanto, uma forma de fazer uma distinção a nível social e o preconceito uma avaliação pejorativa da pessoa pelo facto de ser percebida como pertencente a um grupo (12). Neste sentido, a discriminação resultará, em última análise, da expressão do preconceito, mediado pelos estereótipos.

O reconhecimento da doença mental ainda não é feito de forma adequada. Constata-se que das dez causas de incapacidade mais frequentes, cinco são perturbações relacionadas com a saúde mental, estimando-se um incremento das mesmas no futuro (11). Dois em cada dez portugueses sofrem de perturbações psiquiátricas, colocando Portugal no topo da Europa quando associada a perturbações deste foro. A taxa de prevalência remete-nos para cerca de 43% de portugueses a sofrerem de perturbações mentais ao longo da vida (15). Esta questão é crucial, pois sabe-se existir carência de informação, a qual associada a estigma, preconceito e discriminação, se revela um dos grandes obstáculos à intervenção, tanto na prevenção como no apoio à pessoa com doença. Este facto tem implicações cruciais na vida das pessoas, na convivência familiar e em sociedade. É, pois motivo para nos preocuparmos e repensarmos de forma crítica a forma como nos catalogamos e como podemos colocar em risco a nossa saúde, a saúde de pessoas que nos são importantes, bem como a de todos os que nos rodeiam. Não podemos descurar o facto de ser um problema nosso e não do “outro”, pois a probabilidade de contactar ou vir a contactar com alguém com doença (ou vir a ter doença) deve estar bem presente.

 

Bibliografia

  1. Angermeyer, M., C. [et al.] - Public attitudes toward psychiatric treatment. An international comparison. Social Psychiatry And Psychiatric Epidemiology. [Em Linha] Vol. 40 (11) (Nov. 2005), p. 855-864. [Consult. 23 Fev. 2011] MEDLINE with Full Text.
  2. CORRIGAN, P.W - How Clinical Diagnosis Might Exacerbate the Stigma of Mental Illness. National Association of Social Workers. [Em Linha]  Vol. 52, nº I (Jan 2007) [Consult a 1 Dez 2011] Disponível em: http://digilib.bc.edu/reserves/sw722/corrigan722.pdf ISSN: 0037-8046.p. 31-39
  3. Crochik, J. L. - Preconceito, indivíduo e cultura. 3ª ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006. ISBN 85-7396-489-8.
  4. Furnham, A. e Pereira, S. - Beliefs about cause, manifestation, and cure of schizophrenia: a cross-cultural comparison. Mental Health, Religion & Culture. [Em Linha] Vol. 11(2) (Mar.2008) [Consult. 13 Maio 2010]. ISSN 1367-4676. CINAHL Plus with full text.  p.173-191.
  5. GLEITMAN, H. - Psicologia. Lisboa. 3ªedição. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.1986. ISBN: 972-31-0584-5.
  6. GOFFMAN, E. - ESTIGMA - NOTAS SOBRE A MANIPULAÇÃO DA IDENTIDADE DETERIORADA. (S.l.) 4ª ed. 1981. Disponível em: http://www.se-rj.com.br/IBMR/TEXTOS%20IBMR/institucional2011sem01noite/E....
  7. LOUREIRO, L. - Representações para a promoção da saúde mental. Dissertação de doutoramento em Saúde mental - Porto: ICBAS. (2008)
  8. MAGLIANO, L. [et al]. - Perception of patient's unpredictability and beliefs on the causes and consequences of schizophrenia: A community survey. Social Psychiatry & Psychiatric Epidemiology. [Em Linha] vol. 39 Issue 5 (Mai. 2004) [Consult. 13 Maio 2010]. ISSN: 09337954. Academic Search Complete.  p.410-416.
  9. MAJOR B., O’BRIEN, L. T. - The social Psychology of stigma. Annual Review of Psychology. [Em Linha] Vol. 56 Issue 1 (2005). [Consult. 20 Outubro 2011] Disponível em: http://www.psych.ucsb.edu/~major/lab/major_obrien2005.pdf ISSN: 00664308. Academic Search Complete.  p. 393-421
  10. MILES, D.M.B. - Social distance and perceived dangerousness across four diagnostic categories of mental disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. [Em Linha] Vol. 42 (2) (Fev. 2008) [Consult: 10 Mar. 2010]. ISSN: 0004-8674. CINAHL Plus with Full Text. p.126-133.
  11. OMS, 2001 - Mental health: new understanding, new hope. World Health Report 2001. Geneva: World Health Organization. (2001) Disponível em: http://www.who.int/whr/2001/en/whr01_en.pdf.
  12. PEREIRA, C. R.; VALA, J. - Do preconceito à discriminação justificada. Inquisitive Mind Português. [Em Linha] Vol.1, N.º 2-3 (2010) p. 1-13.[Consult.: 18 Jul. 2011] Disponível em: http://www.rui-s-costa.com/iM_pt/artigos/v1_n2-3/pereira_e_vala_2010.pdf.
  13. Speller, H. K. - Mental Health Literacy: A comparative Assessment of Knowledge and opinions of mental Illness between Asian American and Caucasian College Students. (Abril, 2005) Psychology Department, Boston College [Consult. a 10 Dez. 2011] Disponível em: http://dcollections.bc.edu/view/action/singleViewer.do?dvs=1331074039408.... p.67
  14. Veer, J. [et al.] - Determinants that shape public attitudes towards the mentally ill. Soc Psychiatr Epidemiol. [Em Linha] Vol. 41.(4):3 (Abril 2006). [Consult 14 Mai. 2010]. ISSN: 09337954 p.310-317 Academic Search Complete
  15. XAVIER, M.; MATEUS, P., CALDAS-ALMEIDA, J. - Reforming mental health services in Portugal. European Psychiatry. [Em Linha] Vol. 26 Supplement 1 (Março 2011) [Consult a: Janeiro de 2012]. ISSN: 09249338 p. 588-588.

 

Marta Cristina da Silva Gouveia, Enfermeira Especialista em enfermagem de saúde mental e psiquiatria, Mestre em enfermagem de saúde mental e psiquiatria. Centro Hospitalar Tondela-Viseu, unidade de Viseu, Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, sector feminino e equipa de intervenção no primeiro surto psicótico

 

Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
57º Congresso Português de Oftalmologia recebe 16 convidados internacionais
800 oftalmologistas portugueses vão reunir-se no Hotel Tivoli Marina Vilamoura, de 4 a 6 de Dezembro, no 57º Congresso...

No ano em que a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia assinala 75 anos de existência, 800 oftalmologistas portugueses vão reunir-se no Hotel Tivoli Marina Vilamoura, de 4 a 6 de Dezembro, no 57º Congresso Português de Oftalmologia, para conhecer as últimas novidades terapêuticas da área. Nesta edição do congresso irão participar 16 convidados internacionais e estará em destaque a forte cooperação e intercâmbio de conhecimentos que é feita com os especialistas brasileiros.

Entre as várias áreas da oftalmologia, vão ser discutidos temas importantes como as doenças da retina, uma das principais causas de cegueira evitável em Portugal, e as cirurgias refractivas, utilizadas para corrigir a miopia, hipermetropia e astigmatismo. Todos os anos são realizadas no nosso país 15 mil cirurgias refractivas: 2500 correspondem a implantações de lentes intra-oculares e 12500 a cirurgias com laser.

As doenças da retina que mais afectam os portugueses são a degenerescência macular relacionada com a idade (DMI) e a retinopatia diabética. A DMI é principal causa de baixa visão nos países desenvolvidos. Trata-se de uma doença crónica e progressiva da zona central da mácula, onde a visão é mais importante, atinge cerca de 350 mil portugueses, um número que tende a aumentar à medida que a população portuguesa fica mais envelhecida. Já a retinopatia diabética é, actualmente, a maior causa de cegueira nos adultos entre os 20 e os 70 anos de idade. A prevalência desta complicação aumenta com a duração da doença e afecta mais de 60% dos doentes com diabetes do tipo 2 com mais de 20 anos de evolução de doença. Em Portugal, calcula-se que existam cerca de 30 mil indivíduos com baixa visão por retinopatia diabética.

Paulo Torres, presidente da SPO, explica que “este nosso 57º Congresso Nacional será um espaço de partilha de conhecimentos entre especialistas nacionais e internacionais, que aqui poderão ter contacto com os mais recentes avanços científicos e tecnológicos no tratamento das patologias oftalmológicas”. E, a propósito do 75º aniversário da SPO, o especialista lembra que “a oftalmologia portuguesa acompanha a evolução científica e tecnológica que acontece no mundo. Temos no país as melhores técnicas de diagnóstico, tratamento e de seguimento de todas as doenças oculares. Os nossos oftalmologistas e os nossos hospitais estão ao nível dos melhores do mundo. E a SPO tem contribuído para este panorama de excelência através da promoção da divulgação da ciência médica, do ensino médico e desenvolvimento profissional continuado e da cooperação com os Países Africanos de Língua Portuguesa”.

O 57º Congresso Português de Oftalmologia contará com 450 apresentações em forma de comunicações livres, posters e vídeos, 19 simpósios, cursos e workshops, 9 conferências magistrais, 6 mini-conferências e apresentação da monografia "Neuroftalmologia baseada na evidência".

O que são?
As doenças reumáticas periarticulares podem estar relacionadas com o trabalho.
Doenças reumáticas

 

O que são doenças reumáticas periarticulares?
As doenças reumáticas periarticulares (DRP), também chamadas dos tecidos moles ou abarticulares, são um grupo alargado de síndromes clínicas músculo-esqueléticas dolorosas que resultam de patologia que pode envolver bolsas serosas, tendões e bainhas tendinosas, músculos e fáscias.

São frequentemente provocadas por lesões repetitivas, habitualmente provocadas por traumatismos relacionados com o trabalho.

 

Quais são os factores de risco?
As DRP relacionam-se com o desempenho de actividades laborais ou de desporto e lazer. Contudo e independentemente das circunstâncias em que surgem, as pessoas mais afectadas são as que sofrem cronicamente traumatismos de baixo impacto e repetitivos.

Como prevenir?
A prevenção das DRP nas situações relacionadas com actividades de desporto e lazer passa pelo respeito de medidas como:

  • Escolha do desporto adequado;
  • Selecção do equipamento apropriado;
  • Planeamento do programa de exercício em função das características antropomórficas do indivíduo.

O diagnóstico precoce das DRP depende da caracterização da dor e da incapacidade que lhe está associada. As DRP podem surgir isoladamente ou associadas a doenças sistémicas, como a artrite reumatóide, o que contribui para uma maior dificuldade no diagnóstico e exige especificidade terapêutica.

Quais são os sintomas?
Dor localizada em áreas justa-articulares, exacerbada por determinados movimentos, o que a distingue das patologias articulares.

Como se trata?
A maioria das DRP é autolimitada, melhorando em semanas e curável. Apenas alguns doentes mantêm queixas por mais de seis meses.

Não há um tratamento universal e não há evidência científica sobre qual é a abordagem mais eficaz.

Os objectivos da terapêutica são, essencialmente, aliviar a dor e reduzir a incapacidade.

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Calvície
Vulgarmente conhecida como calvície, a alopecia androgenética, na maior parte dos casos, é um proble
Calvície

Os folículos pilosos são sensíveis à acção dos androgénios (hormonas sexuais masculinas), afectando a regeneração normal dos cabelos. Ao longo do tempo os cabelos vão perdendo a força, ficando cada vez mais finos e começam a cair com mais facilidade acabando mesmo por não crescer novamente.

Geralmente a perda de cabelo começa por ser na zona frontal, com o aparecimento das tão conhecidas “entradas” e também na zona superior e posterior da cabeça. Estas perdas vão aumentando gradualmente, porém raramente afectam a totalidade da cabeça pois os cabelos continuam a crescer de forma normal nas zonas consideradas mais fortes, a parietal e occipital.

Estes casos não são muito comuns nas mulheres, embora possam acontecer com efeitos mais reduzidos geralmente após a menopausa.

A verdade é que o enfraquecimento do cabelo é também influenciado por alguns factores externos como a poluição, produtos de higiene desadequados, dietas desequilibradas ou algum tipo de doenças.

Como a causa principal é genética, a melhor maneira de prevenir a queda de cabelo será ter um cuidado especial com todos os outros factores externos de modo a não potencializar o factor genético.

Procure informar-se sobre o seu tipo de cabelo e utilize sempre produtos específicos que contribuam para a saúde do mesmo.

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Sintomas e tratamento
Hiperplasia Benigna da Próstata é uma doença benigna, muito frequente a partir dos 50 anos, que não
Hiperplasia Benigna da Próstata

O que é?
A Hiperplasia Benigna da Próstrata (HBP) consiste num aumento das dimensões da próstata (glândula que só existe nos homens, que rodeia a uretra masculina e produz um dos constituintes do sémen). Este aumento acarreta progressivamente uma obstrução ao fluxo de urina. É uma doença benigna, muito frequente a partir dos 50 anos e não apresenta qualquer associação ao cancro (tumor maligno) desta mesma glândula.

Quais os sintomas?
Esta doença manifesta-se pela diminuição do jacto urinário; necessidade frequente e urgente de urinar, sobretudo durante a noite (é habitual ser preciso levantar-se várias vezes durante a noite para ir à casa de banho); a necessidade de um maior esforço para começar a urinar; gotejamento de urina depois de urinar; sensação de esvaziamento incompleto da bexiga; e incontinência urinária.

Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico passa principalmente pela sintomatologia e pelo toque rectal (manobra indolor, realizada pelo médico para confirmar que a próstata está aumentada).

Podem ser realizados exames confirmatórios, como análises sanguíneas e exames de imagem, de acordo, com a situação clínica.

Como se trata?
Existem actualmente terapêuticas farmacológicas e cirúrgicas.

Os medicamentos podem aliviar a sintomatologia e reduzir as dimensões da próstata após alguns meses de tratamento.

A cirurgia habitualmente realizada é através da uretra, podendo ter como consequência a ejaculação retrógrada (ejaculação não é libertada para o exterior, fica acumulada na bexiga, sendo posteriormente expulsa juntamente com urina). Mais raramente também podem ocorrer incontinência urinária e impotência sexual, como complicações pós-operatórias.

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Ordem dos Médicos recebe
Todos os anos entra na Ordem dos Médicos uma média de seis queixas relativas a cirurgias plásticas que correram mal.

A maioria diz respeito à situação estética, segundo Vítor Fernandes, presidente do Colégio da Especialidade de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética da Ordem. De Janeiro a Outubro, a DECO recebeu 366 reclamações, por os resultados não serem os esperados e por preços pouco transparentes, avança o Correio da Manhã.

"Em 10% dos casos as queixas devem-se a complicações da cirurgia, porque implica riscos, é invasiva", explica Vítor Fernandes.

O médico refere que, antes das cirurgias, as pessoas são informadas das probabilidades de os resultados não serem os desejados e dos riscos das intervenções: "Muitas vezes, as pessoas ouvem, mas não escutam o que diz o médico e, mesmo assim, decidem pela cirurgia".

Segundo o especialista, o utente não tem razão na maioria das queixas: "Em 90% dos casos, as pessoas queixam-se porque os resultados obtidos não correspondem às expectativas. Não há nada a fazer". Vítor Fernandes sublinha ainda que o número de cirurgias estéticas tem diminuído nos últimos anos, devido "à crise".

As lipoaspirações são das operações estéticas mais populares. "Há menos complicações, mas há casos mais graves", frisa o cirurgião Biscaia Fraga.

Infarmed emite circular informativa
Para que os benefícios da utilização dos medicamentos contendo testosterona continuem a superar os riscos conhecidos, a EMA e o...

O Grupo de Coordenação (CMDh) adoptou as recomendações do Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC) da Agência do Medicamento (EMA) sobre a inexistência de evidência consistente de aumento do risco de problemas cardíacos nos homens tratados com testosterona.

O CMDh concordou que estes sejam unicamente usados nos casos de défice da hormona clinicamente comprovados e com a actualização do Resumo das Características do Medicamento (RCM) e Folheto Informativo (FI) dos medicamentos contendo testosterona, conforme divulgado na Circular Informativa nº 221/CD/8.1.6 de 10/10/2014.

Para que os benefícios da utilização dos medicamentos contendo testosterona continuem a superar os riscos conhecidos, a EMA e o Infarmed recomendam o seguinte:

 

Profissionais de saúde

- Apesar de alguns estudos apontarem para um aumento do risco de efeitos cardiovasculares em homens tratados com testosterona, os seus resultados não demonstraram consistência, pelo que o aumento deste risco permanece inconclusivo;
- A terapia de substituição com testosterona deve ser apenas utilizada em homens com hipogonadismo clinicamente comprovado;

- Os níveis de testosterona, a hemoglobina, hematócrito, função hepática e perfil lipídico devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento;

- O tratamento deve ser imediatamente interrompido nos homens com insuficiência cardíaca, hepática ou renal graves ou doença cardíaca isquémica, uma vez que estes medicamentos podem causar complicações graves, tais como edema associado, ou não, a insuficiência cardíaca congestiva;

- Estes medicamentos devem ser utilizados com precaução em doentes hipertensos, atendendo a que a testosterona pode aumentar a pressão arterial;

- Os dados de segurança e eficácia destes medicamentos em doentes com mais de 65 anos são limitados, pelo que não está aprovado o seu uso para aumentar os níveis da hormona em homens saudáveis, nestas idades.

 

Doentes

- Os medicamentos contendo testosterona só devem ser usados nos homens com défice comprovado desta hormona;

- Os doentes medicados para a hipertensão arterial devem informar o médico, pois os medicamentos contendo testosterona podem aumentar a pressão arterial.

A EMA e o Infarmed continuarão a acompanhar este assunto e a divulgar toda a informação relacionada.

EMA reforça
O Infarmed emitiu circular informativa com recomendações da EMA a restrições de utilização de medicamentos contendo valproato e...

O Grupo de Coordenação (CMDh) adoptou as recomendações do Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC) da Agência Europeia do Medicamento (EMA) de reforço das restrições de utilização de medicamentos contendo valproato e ácido valpróico em raparigas e mulheres grávidas, ou com possibilidade de engravidar, devido ao risco de malformações e problemas no desenvolvimento de crianças expostas durante a gestação, conforme divulgado na Circular Informativa n.º 222/CD/8.1.6 de 10/10/2014.

Assim, para que os benefícios da utilização dos medicamentos contendo valproato e ácido valpróico continuem a superar os riscos conhecidos, a EMA e o Infarmed recomendam o seguinte:

 

Profissionais de saúde

Tratamento da epilepsia ou doença bipolar em mulheres com possibilidade de engravidar:

- Estes medicamentos apenas devem ser prescritos se os outros tratamentos não tiverem sido eficazes ou tolerados;

 - As doentes devem ser aconselhadas a utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento;

- As doentes em idade fértil devem ser alertadas para os riscos associados à utilização destes medicamentos durante a gravidez;

- Deve ser considerado um tratamento alternativo nas mulheres que engravidem ou que planeiem engravidar;

- O tratamento deve ser revisto regularmente em raparigas que estejam a atingir a puberdade;

- O tratamento destas patologias deve ser supervisionado por um médico com experiência.

Prevenção da enxaqueca:

- A utilização destes medicamentos, em doentes em idade fértil que não estejam a usar métodos contraceptivos eficazes ou que já se encontrem grávidas, é contra-indicada;

- A possibilidade de gravidez deve ser excluída antes de ser iniciado o tratamento.

- Deve ser utilizado um tratamento alternativo nas mulheres que engravidem ou que planeiem engravidar;

- As doentes em idade fértil devem ser alertadas para a importância de manter uma contracepção eficaz durante o tratamento, assim como sobre os riscos associados à utilização destes medicamentos durante a gravidez.

 

Doentes

- A toma de medicamentos contendo valproato ou ácido valpróico não deve ser interrompida sem antes consultar o médico;

- As mulheres grávidas que estejam a tomar medicamentos contendo valproato ou ácido valpróico devem consultar o médico com urgência;

- Estes medicamentos podem causar malformações e problemas no desenvolvimento do feto;

- As doentes em idade fértil devem usar um método contraceptivo eficaz. Fale com o seu médico caso tenha alguma dúvida sobre este assunto;

- As doentes que tencionem engravidar devem consultar previamente o médico, para que lhe possa ser prescrita uma alternativa.

A EMA e o Infarmed continuarão a acompanhar este assunto e a divulgar toda a informação relacionada.

EMA recomenda
O Infarmed emitiu uma circular informativa para divulgar as recomendações da EMA na utilização dos medicamentos contendo...

O Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia do Medicamento (EMA) adoptou as recomendações do Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC) de restrição da utilização dos medicamentos contendo ivabradina, divulgadas na circular informativa nº 233/CD/8.1.7, para reduzir o risco de problemas cardíacos associados à toma destes medicamentos.

Em Portugal, apenas é comercializado o medicamento Procoralan, o qual é utilizado em adultos no tratamento sintomático da angina de peito crónica estável e da insuficiência cardíaca crónica.

Para que os benefícios da utilização dos medicamentos contendo ivabradina continuem a superar os riscos conhecidos, a EMA e o Infarmed recomendam o seguinte:

 

Profissionais de saúde

- A relação benefício/risco da ivabradina permanece positiva para as indicações terapêuticas autorizadas, desde que sejam seguidas as recomendações para diminuir o risco cardíaco;

- A utilização deste medicamento apenas é benéfica no tratamento sintomático da angina de peito crónica estável em doentes que não podem tomar bloqueadores beta, ou em combinação com bloqueadores beta quando estes não controlam completamente a doença;

- A ivabradina não apresenta efeitos benéficos em doentes cardíacos sem insuficiência cardíaca clínica;

- O tratamento sintomático de doentes com angina de peito crónica estável só deve ser iniciado se a frequência cardíaca do doente em repouso for igual ou superior a 70 batimentos por minuto (bpm);

- A dose inicial não deve exceder os 5 mg duas vezes por dia e a de manutenção os 7,5 mg duas vezes por dia;

- O tratamento deve ser interrompido se, após 3 meses de tratamento, não houver melhoria dos sintomas da angina de peito. A descontinuação da terapêutica deve também ser considerada se não houver uma melhoria significativa dos sintomas e uma redução clínica relevante na frequência cardíaca em repouso em três meses;

- O uso concomitante de ivabradina com verapamilo ou diltiazem está contra-indicado;

- Antes de se iniciar o tratamento ou no ajuste da dose, na determinação da frequência cardíaca, devem considerar-se a monitorização de 24h em ambulatório, o ECG e medições sistemáticas do ritmo cardíaco;

- O risco de fibrilhação auricular está aumentado em doentes tratados com ivabradina, pelo que os doentes devem ser monitorizados regularmente. Caso ocorra fibrilhação auricular durante o tratamento, deve ser ponderada a sua manutenção;

- Se, durante o tratamento, a frequência cardíaca descer abaixo dos 50 bpm em repouso ou se o doente revelar outros sintomas consistentes com bradicardia, a dose do medicamento deve ser reduzida (a dose mais baixa é de 2,5 mg duas vezes por dia). O tratamento deve ser descontinuado caso a frequência cardíaca se mantenha abaixo dos 50 bpm ou os sintomas de bradicardia persistam, apesar da redução da dose.

 

Doentes

- Os benefícios da utilização de ivabradina para o tratamento da angina de peito e insuficiência cardíaca crónicas continuam a ser superiores aos riscos, desde que sejam seguidas as recomendações do médico;

- Durante o tratamento, em particular no início ou na alteração da dose, é necessário medir regularmente a frequência cardíaca;

- Os doentes que apresentem sintomas associados à angina de peito (como a falta de ar) durante o tratamento devem contactar o médico;

A posição do CHMP será agora enviada para a Comissão Europeia, a quem compete emitir uma decisão vinculativa.

Banco Mundial avisa
O Banco Mundial avisou, num relatório divulgado, que o aquecimento global pode "agravar consideravelmente" a pobreza,...

"Sem uma acção forte e rápida, o aquecimento (...) e as suas consequências poderão agravar consideravelmente a pobreza em numerosas regiões do mundo", vaticinou a instituição, num relatório publicado um ano antes da conferência de Paris sobre o clima.

Seca, canícula, acidificação dos oceanos e rarefacção do acesso à água são alguns dos fenómenos para os quais o Banco Mundial (BM) chama a atenção, colocando em alerta três regiões do mundo: América Latina, Médio Oriente e Europa Oriental.

Para o Banco Mundial, fenómenos que ocorrem "uma vez por século" podem vir a tornar-se na "nova norma climática".

O rendimento das culturas de soja poderá cair 30 a 70% no Brasil, enquanto o de trigo arrisca-se a ser reduzido em metade na América Central ou na Tunísia, segundo o relatório, elaborado com o apoio do Instituto de Investigação do Impacto Climático de Potsdam, na Alemanha.

"As consequências para o desenvolvimento serão graves com uma quebra nas colheitas, um recuo nos recursos aquáticos, uma subida das águas e a vida de milhões de pessoas em perigo", enumera o BM, acrescentando que as populações "mais pobres" e as mais "excluídas socialmente" serão as primeiras vítimas.

Num cenário de aquecimento de +4ºC, até 80% da área do Médio Oriente e da América do Sul poderá ser atingida por vagas de calor de uma amplitude "sem precedente", ao ponto de provocarem grandes ondas de migração, refere o mesmo documento.

De acordo com o Banco Mundial, "mesmo com medidas de controlo muito ambiciosas", certas desregulações ambientais serão inevitáveis.

Para tratar quatro doentes
O ministro da Saúde considerou "hostil" pedir 400 mil euros para tratar quatro doentes com Hepatite C, depois de o...

No Porto, para a entrega ao ex-titular da pasta da Saúde Paulo Mendo da 1ª Distinção de Mérito em Gestão dos Serviços de Saúde pela Ordem dos Médicos, Paulo Macedo salientou que apesar da verba pedida o S. João "disse que sim".

Segundo fonte hospitalar disse à Lusa o medicamento antiviral, aprovado pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), tem um custo de 97.620 euros por doente, ou seja, 16.270 euros por embalagem, equivalente a um mês de tratamento.

"Eu acho hostil é terem pedido 400 mil euros para tratar 4 doentes e que reparem, o S. João disse que sim", afirmou o ministro.

Para Paulo Macedo é importante para "todos os portugueses registar que uma entidade para tratar quatro pessoas pede 400 mil euros" e que esta é a "tal" questão: "Depois é preciso ver as escolhas que se faz, porque nós obviamente temos que tratar as pessoas, e que reflexos é que há para o resto do sistema".

Na sexta-feira, o Hospital S. João, anunciou que vai apresentar queixa às autoridades competentes pelo preço exigido para tratar aqueles quatro doentes e declarou a fornecedora "hostil".

Secretaria dos Assuntos Sociais
A secretaria dos Assuntos Socais da Madeira apresentou, no Funchal, a Plataforma de Dados de Saúde, uma ferramenta informática...

"Considero muito importante este instrumento porque aproxima e torna interactiva a relação entre o utente e o profissional de saúde", disse o secretário regional.

Jardim Ramos salientou que o projecto representa "uma viragem e uma vantagem acrescida, sobretudo quando está em causa a mobilidade do utente ou uma situação de urgência".

A plataforma permite ao cidadão registar os seus dados de saúde, monitorizar a sua informação clínica, marcar consultas e verificar a lista de cirurgias.

Por outro lado, disponibiliza aos profissionais de saúde o acesso à informação dos cidadãos em diversos pontos do sector público dos sistemas nacionais e regionais de saúde (hospitais, urgências, cuidados primários, rede nacional de cuidados continuados).

Na Madeira, a plataforma abrange apenas o sector público, mas a Secretaria dos Assuntos Sociais pretende torná-la acessível também ao sector privado a curto prazo.

A Plataforma de Dados de Saúde é um projecto dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e conta já com 897 mil utentes registados a nível nacional.

"Nesta primeira fase, o apelo que fazemos é que todos os cidadãos exerçam este direito de cidadania inscrevendo-se no Portal do Utente", salientou Ana d'Avó, directora de comunicação dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, que orientou o lançamento do projecto na Madeira.

A responsável assegurou que a Plataforma de Dados de Saúde está "revolucionar a interoperabilidade" ao nível dos sistemas de saúde.

 

Uma em cada três mulheres são vítimas
A Organização Mundial de Saúde considerou “inadequados” os esforços feitos para prevenir a violência doméstica, apelando aos...

“Apesar do aumento do foco global à violência perpetrada contra as mulheres e raparigas e os recentes avanços no conhecimento sobre como travar os abusos, os níveis de violência contra as mulheres - incluindo a violência íntima do parceiro, o estupro, a mutilação genital feminina, o tráfico, e os casamentos forçados - permanecem inaceitavelmente elevados, com graves consequências para a saúde física e mental das vítimas”, afirma a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em comunicado hoje publicado na sua página na Internet, a agência da ONU, que cita um estudo recente da revista Lancet, refere que “uma em cada três mulheres foram vítimas de violência física ou sexual, e que 7% destas vai passar por uma situação idêntica na sua vida”.

Assinalando que os conflitos e crises humanitárias podem exacerbar a violência em curso, a OMS estima que, a nível mundial, entre 100 e 140 mil mulheres e raparigas, foram submetidas à excisão feminina, com mais de três milhões de jovens raparigas em risco de serem submetidas a estas práticas anualmente.

“Cerca de 70 milhões de raparigas no globo casaram-se antes dos 18 anos e muitas delas contra a sua vontade”, assinala o documento, em que apela para a necessidade de se “adoptar um plano global para fazer face à crise oculta da violência às mulheres”.

A OMS afirma que, mesmo em países onde as leis são progressivas, muitas mulheres continuam a ser discriminadas e a ter dificuldades de acesso aos serviços de saúde e jurídicos.

“A violência é frequentemente vista como um problema de justiça social e criminal, e não como um problema de saúde público de clínico, mas o sistema de saúde ainda desempenha um papel crucial no tratamento tanto das consequências da violência e na prevenção”, defende a OMS.

A coordenadora de pesquisa contra a violência doméstica da OMS, em Genebra, Claudia Garcia-Moreno, afirmou que “os profissionais de saúde são muitas vezes o primeiro ponto de contacto para mulheres e raparigas vítimas de violência”.

Por isso, assinalou, “a identificação precoce de mulheres e crianças vítimas de violência e uma resposta favorável e eficaz” visando “melhorar a vida e o bem-estar das mulheres, e ajudar-lhes no acesso a serviços vitais”.

No caso de Portugal, no início deste mês, e por ocasião das III Jornadas Nacionais Contra a Violência Doméstica e de Género, a secretária de Estado da Igualdade, Teresa Morais, afirmou que a comunidade deve despertar para o problema da violência doméstica e denunciar estes casos, que constituem “uma grosseira e grave violação” dos direitos humanos. Na mesma ocasião, Teresa Morais lembrou as mulheres assassinadas em contexto familiar em Portugal, que este ano já eram 32.

Citando os dados do Relatório Anual da Segurança Interna, a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade referiu ainda que, em 2013, houve 40 homicídios conjugais, dos quais 30 foram de mulheres.

Comissão europeia autoriza introdução no mercado de Harvoni
Regime de comprimido único diário que elimina a necessidade de Interferão e Ribavirina, em doentes com infecção por vírus da...

A Gilead Sciences, Inc. anunciou que a Comissão Europeia aprovou a Autorização de Introdução no Mercado (AIM) de Harvoni® (ledipasvir 90 mg/sofosbuvir 400 mg), o primeiro regime de comprimido único diário para tratar a hepatite C crónica em adultos com infecção pelos genótipos 1 e 4 do vírus da hepatite C (VHC). Harvoni® combina o inibidor da NS5A ledipasvir (LDV) com o análogo nucleotídeo inibidor da polimerase sofosbuvir (SOF), aprovado pela Comissão Europeia, sob o nome comercial Sovaldi®, em Janeiro de 2014.

Ledipasvir/sofosbuvir está indicado para o tratamento da hepatite C crónica (HCC) em adultos, sendo recomendado no tratamento de doentes de genótipo 1 ou 4, com ou sem experiência prévia a tratamento, com ou sem cirrose, num regime terapêutico com a duração de 12 ou 24 semanas, dependendo do historial de tratamento prévio e da existência de cirrose. Podem ainda ser consideradas 8 semanas de tratamento com ledipasvir/sofosbuvir em doentes infectados pelo genótipo 1, sem cirrose e sem tratamento prévio. Nos genótipos 1 e 4 com cirrose descompensada e no genótipo 3 com cirrose e/ou sem resposta a tratamento prévio, ledipasvir/sofosbuvir deve ser usado em associação com ribavirina durante 24 semanas. Harvoni® também é no tratamento da hepatite C crónica indicado em doentes co-infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH).

A Autorização de Introdução no Mercado baseia-se num programa de desenvolvimento clínico que incluiu mais de 2 mil doentes com infecção pelo VHC e surge após um procedimento de avaliação acelerado, concedido pela Agência Europeia de Medicamentos, nos casos em que se antecipa grande interesse para a saúde pública. A aprovação desta AIM permite a comercialização de Harvoni® (ledipasvir 90 mg/sofosbuvir 400 mg) nos 28 países da União Europeia.

A AIM é sustentada essencialmente pelos dados de três estudos de fase 3, ION-1, ION-2 e ION-3. Esses estudos avaliaram 8, 12 ou 24 semanas de tratamento com ledipasvir/sofosbuvir, com ou sem Ribavirina, em cerca de 2 mil doentes com infecção pelo VHC do genótipo 1, com doença hepática compensada.

Estes estudos incluíram doentes sem cirrose, sem experiência prévia a tratamento (ION-3), doentes com e sem cirrose, sem experiência prévia a tratamento (ION-1) e doentes com e sem cirrose, sem resposta a tratamento prévio com um regime com base em interferão, incluindo regimes contendo um inibidor da protease (ION-2). O parâmetro de avaliação primário nestes estudos foi a RVS (VHC indetectável) 12 semanas após o fim do tratamento (RVS12). Os doentes que alcançam RVS12 são considerados curados da hepatite C. Nestes estudos, a ribavirina não demonstrou aumentar as taxas de resposta. Os participantes no ensaio clínico, nos braços onde não foi utilizada ribavirina (n=1 080), alcançaram taxas de RVS12 entre 94 e 99%.

A aprovação foi também apoiada nos dados preliminares do estudo clínico SOLAR-1, que avaliou doentes difíceis de tratar, com cirrose descompensada ou que foram submetidos a transplante hepático, e no ensaio ERADICATE, que avaliou doentes com infecção pelo genótipo 1 do VHC co-infectados pelo VIH. O parâmetro de avaliação primário foi a RVS12. Na altura da submissão, apenas estavam disponíveis os resultados preliminares destes estudos. No estudo clínico SOLAR-1, os doentes com cirrose descompensada, que receberam um regime de tratamento de 12 semanas de ledipasvir/sofosbuvir com ribavirina apresentaram uma taxa de RVS4 de 90% (n=45/50). Nos doentes pós-transplante de fígado sem doença hepática descompensada, as taxas de RVS4 foram superiores a 95% (n=109). Numa análise interina do estudo ERADICATE, 40 dos 50 doentes tinham atingido as 12 semanas pós-tratamento e apresentaram taxas de RVS12 de 98% (n=39/40).

O ELECTRON-2, um estudo aberto de fase 2, forneceu dados preliminares sobre doentes infectados pelo VHC de genótipo 3, demonstrando uma taxa de RVS12 de 100% (n=26/26), quando ledipasvir/sofosbuvir foi administrado em associação com ribavirina durante 12 semanas.

Nestes estudos clínicos, a fadiga e a dor de cabeça foram as reacções adversas mais comuns em doentes tratados com ledipasvir /sofosbuvir.

Ledipasvir/sofosbuvir foi aprovado pela U.S. Food and Drug Administration. e pela Health Canada em Outubro de 2014 e na Nova Zelândia em Novembro de 2014. As submissões regulamentares do ledipasvir/sofosbuvir encontram-se em avaliação no Japão e na Suíça. Sovaldi (sofosbuvir) está aprovado na União Europeia, nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Egipto, Suíça e Turquia. Os Resumos das Características do Medicamento estão disponíveis em www.ema.europa.eu.

Poupança de 15 milhões para o Estado
Os preços dos medicamentos vão baixar nos primeiros meses de 2015, prevendo-se poupanças de 15 milhões de euros para o Estado e...

Segundo Eurico Castro Alves, esta descida vai acontecer porque os preços dos medicamentos vão mudar nos países de referência para Portugal: Espanha, França e Eslovénia.

“Vamos olhar e fazer a média e aplicar esse regime de preços aos nossos medicamentos”, adiantou o presidente da autoridade que regula o sector em Portugal.

O Sistema de Preços de Referência (SPR) abrange os medicamentos comparticipados, prescritos no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que têm genéricos autorizados, comparticipados e comercializados.

A descida dos preços, que deverá sentir-se nos primeiros meses do próximo ano, não irá ser igual em todos os mais de 16 mil medicamentos que existem em Portugal.

Nalguns casos prevêem-se subidas mais significativas do que noutros.

Esta baixa tinha sido hoje referida pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, no final da cerimónia de assinatura do acordo entre os ministérios da Saúde e das Finanças e a Associação Portuguesa da Indústria Financeira (Apifarma). Este acordo pressupõe um contributo da indústria farmacêutica de 180 milhões de euros em 2015.

No ano passado em Portugal
Quase três casos por dia de infecção por VIH/sida foram diagnosticados no ano passado em Portugal, num total de 1.093 situações...

O relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) relativo à situação da doença a 31 de Dezembro de 2013 refere que 20,7% das situações diagnosticadas nesse ano já se encontravam no estadio Sida, quando a infecção evolui para doença.

O número de novos diagnósticos em homens foi 2,4 vezes superior ao das mulheres, com a idade mediana à detecção da infecção a ser de 40 anos.

O modo de transmissão mais frequente do VIH foi o contacto heterossexual, referido em 61% dos casos, com a transmissão por relações sexuais entre homens a surgir em 43% dos novos casos. Os homossexuais tendem a ser mais jovens que os heterossexuais à data do diagnóstico, com metade a terem menos de 32 anos.

A transmissão por consumo de droga representou 7% cento dos diagnósticos, segundo o documento revelado hoje pelo INSA.

Quanto aos óbitos, foram notificados 226 mortes ocorridas no ano passado em pessoas com a infecção por VIH, 145 das quais no estadio sida.

Entre 1985 e 2013 foram diagnosticados ao todo 47.390 casos de infecção por VIH/sida.

No que se refere à infecção nas crianças, desde o diagnóstico do primeiro caso pediátrico, em 1984, foram notificados 479 casos, com igual distribuição entre sexos e com o modo de transmissão mais frequente a ser o contágio mãe-filho.

Ainda assim, desde a introdução do rastreio na gravidez o número de casos diagnosticados “diminuiu continuamente”.

Ordem dos Médicos
O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos afirmou que a falta de anestesistas obrigou a uma "redução...

"Há cerca de um ano, o Hospital Garcia de Orta perdeu 10 anestesistas - passou de 24 para 14 - e não consegue contratar outros", disse Jaime Teixeira Mendes, após uma reunião com a administração do Hospital Garcia de Orta, realizada esta sexta-feira.

"Há algumas cirurgias que só têm bloco de operações disponível de duas em duas semanas e o Hospital Garcia de Orta calcula que houve uma redução de 20/24 cirurgias por semana, o que representa um número muito grande ao fim de um mês", acrescentou.

Segundo Jaime Teixeira Mendes, a saída de médicos anestesistas do Hospital Garcia de Orta coincidiu com a entrada em funcionamento dos novos hospitais público-privados de Loures e Vila Franca de Xira.

"A lei permite que esses hospitais público-privados venham recrutar nos hospitais do SNS (Serviço Nacional de Saúde), como o Garcia de Orta, oferecendo melhores condições aos médicos", disse, lamentando que as administrações hospitalares só possam substituir os profissionais de saúde que deixam os hospitais públicos através de empresas de prestação de serviços.

"Defendemos que os hospitais públicos deveriam poder contratar médicos directamente, quando têm falta de especialistas, mas estão proibidos de o fazer pela nova lei, pelo que têm sempre de contratar através das empresas de prestação de serviços, o que tem sido um cancro para o SNS", disse.

Para Jaime Mendes trata-se de uma restrição incompreensível, uma vez que existe a convicção de que a contratação de médicos através de empresas de prestação de serviços, em detrimento da contratação directa pelos hospitais, "acaba por ficar muito mais cara" ao erário público.

"Além disso, essas empresas [de prestação de serviços] ficam com uns 30 a 40% do valor pago pelos hospitais e pagam muito menos aos médicos", acrescentou o Presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos.

Lusa

No âmbito da Semana Europeia do Teste VIH
Iniciativa decorre no dia 24 de Novembro entre as 11h00 e as 14h00, na Assembleia da República.

Os deputados da Assembleia da República vão ter uma manhã diferente no dia 24 de Novembro, segunda-feira. A todos será proposta a realização do teste à infecção pelo VIH no âmbito da Semana Europeia do Teste VIH, que decorre entre os dias 21 e 28 de Novembro. Alertar para a importância do diagnóstico precoce da infecção e incentivar os portugueses a realizarem o teste são os objectivos do GAT (Grupo de Activistas em Tratamento) ao dinamizar em Portugal esta iniciativa europeia.

Durante uma semana, por todo o país vários centros de saúde e associações disponibilizam-se para realizar testes ao VIH a todas as pessoas interessadas, além de promoverem informação sobre prevenção. Os profissionais de saúde dos centros aderentes proporão o teste a todas as pessoas que possam ter sido expostas ao VIH, que tenham sido diagnosticadas com outras doenças sexualmente transmissíveis, que tenham sido diagnosticadas com hepatite C ou tuberculose e que apresentem sinais ou sintomas da infecção por VIH.

Em Portugal estima-se que existam entre 38 mil e 62 mil pessoas infectadas, o que faz com que o nosso país tenha uma das prevalências mais altas de toda a Europa (entre os 0,7 e o 0,9 % - UNAIDS, 2013). Portugal encabeça assim a lista dos cinco países mais afectados por esta epidemia na Europa.

Em 2014, 685 organizações de 57 países da União Europeia vão disponibilizar durante uma semana testes ao VIH de forma rápida, gratuita e confidencial.

Em Portugal, o GAT, em parceria com 26 organizações da sociedade civil, proporá o teste (gratuito, confidencial e anónimo) de forma consistente fora dos contextos formais de saúde, facilitando assim o acesso ao teste do VIH. O GAT terá tendas no Largo de Camões, em Lisboa, onde qualquer pessoa poderá realizar o teste do VIH.

Em Angola
O director do Programa Africano de Luta Contra a Oncocercose inicia no domingo uma visita oficial a Angola, enquadrada nos...

Segundo um comunicado da Organização Mundial de Saúde (OMS) Jean-Baptiste Roungou realiza uma visita de seis dias a Angola, para reforçar o empenho das autoridades angolanas e dos parceiros internacionais do sector da saúde na luta contra a oncocercose, também conhecida por "cegueira dos rios".

Em Angola, a oncocercose é endémica em nove das suas 18 províncias, estimando-se que em 44 municípios mais de 2,5 milhões de pessoas estão expostas ao risco de contrair a doença.

A presença de Jean-Baptiste Roungou em Luanda visa igualmente motivar os agentes comunitários para o aumento das campanhas de sensibilização e mobilização social das populações em risco.

O Governo angolano tem em execução oito projecto sob direcção comunitária (TIDC), que cobrem mais de 3.240 comunidades endémicas, apoiadas pela OMS e o Programa Africano de Luta Contra a Oncocercose (APOC).

O comunicado da OMS adianta que apesar da inexistência de um estudo sobre o impacto socioeconómico da oncocercose em Angola, estima-se que os casos de cegueira causados pela doença afectam consideravelmente a mão-de-obra, desestruturam famílias e reduzem a sua capacidade de sustento familiar.

No continente africano, 31 países totalizam cerca de meio milhão de pessoas cegas, numa estimativa de 120 milhões de pessoas em risco, devido a oncocercose, a principal causa de cegueira em vários Estados de África.

Transmitida por uma mosca preta, denominada "zimúlio", a oncocercose é geralmente encontrada em regiões próximas de rios e com vegetação abundante, provocando igualmente infecções na pele, que se manifestam pela despigmentação e prurido persistente.

De acordo com a OMS, a doença pode ser eliminada com um tratamento massivo com ivermectina, administrado uma vez por ano em áreas de risco, sob direcção comunitária.

O APOC existe desde 1995, com vista a eliminar a oncocercose como um problema de saúde pública na região africana e as suas actividades tiveram início em Angola, em 2005. Desde então, as autoridades sanitárias angolanas têm executado a estratégia recomendada pelo APOC, que consiste no tratamento massivo com ivermectina, sob Direção Comunitária, que se baseia numa participação activa das comunidades locais.

O APOC fornece apoio técnico, material e financeiro a Angola, com a oferta de meios de transporte, realização de mapeamentos epidemiológicos, capacitação de técnicos de saúde e missões de supervisão.

Entre 2005 e 2010, Angola beneficiou de uma contribuição financeira do APOC de 1,3 milhões de dólares (cerca de um milhão de euros).

Cascais, Oeiras e Sintra
Mais de um terço dos utentes dos lares, centros de dia e serviços de apoio domiciliário de Cascais, Oeiras e Sintra têm...

O principal objectivo do diagnóstico foi identificar e caracterizar em termos sócio-demográficos as pessoas com demência, que são utentes dos equipamentos sociais nestes concelhos.

“Recolhemos informação junto destes equipamentos e conseguimos apurar que, de um total de 4.002 utentes, que representam a amostra do estudo, 938 têm diagnóstico de demência e outros 505 têm suspeita de demência”, disse hoje à agência Lusa Catarina Alvarez, coordenadora do projecto Cuidar Melhor, que apoia pessoas com demência e os seus cuidadores.

No total destes equipamentos, 36% dos utentes estão diagnosticadas com demência ou suspeita-se de terem esta doença.

“Se olharmos para a situação dos lares, a situação é ainda mais grave, já que aí o número ascende a 50%, se juntarmos as pessoas com diagnóstico e com suspeita de demência”, salientou Catarina Alvarez.

Para a coordenadora, é um número muito elevado e representa um problema que “ainda não está a ter a o enfoque devido”.

“Estamos com um problema grave a nível institucional”, disse, explicando que estas instituições têm cada vez mais pessoas com alterações cognitivas, mas a maior parte delas ainda não está preparada para as receber e prestar-lhes cuidados específicos.

Esta questão “tem de começar a ser encarada de frente de maneira a conseguir-se prestar cuidados de qualidade a essas pessoas”, defendeu.

Nos centros de dia, 30% dos utentes têm diagnóstico ou suspeita de demência, o que coloca “novos desafios” a estes equipamentos, que foram criados para um determinado público-alvo e “agora vêem-se confrontados com outras necessidades”.

“Esta resposta social foi criada para pessoas com uma relativa autonomia e muitas vezes a única solução que os cuidadores têm para não institucionalizar a pessoa num lar é colocá-la num centro de dia”, adiantou Catarina Alvarez.

Mas, explicou, “uma pessoa com demência necessita de um apoio muito maior das pessoas que estão nos equipamentos e essas pessoas também precisam de uma formação específica para lidar com estas questões, porque não é fácil e é preciso saber”.

O estudo verificou também que, numa população potencialmente atingida por demência, apenas 29% está sinalizada nos cuidados de saúde primários.

“Temos um problema de sub-diagnóstico, há uma série de pessoas que têm os sintomas e que não estão a ser devidamente acompanhadas porque não têm um diagnóstico formal”, disse Catarina Alvarez, considerando que ainda “há muita sensibilização a fazer na área do diagnóstico precoce”.

“As pessoas quando têm queixas de memória devem valorizar essas queixas junto dos seus médicos de família” e os clínicos quando “acharem pertinente” devem referenciar os doentes para especialistas.

Perante esta realidade, o estudo faz três recomendações: Sensibilizar a comunidade para esta problemática, investir na adequação dos equipamentos sociais a esta realidade e dar formação específica sobre demências aos dirigentes, técnicos e auxiliares destes equipamentos. Os dados apontam para a existência de 153 mil pessoas com demência em Portugal, das quais 90 mil têm doença de Alzheimer.

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