Estudo conclui
Um estudo divulgado refere que 81,5% dos trabalhadores do sexo não usa preservativo na prática de sexo vaginal com parceiro...

"Os trabalhadores do sexo têm práticas de risco altas com os companheiros", em comparação com as práticas com clientes, em que cerca de 98% refere "usar sempre" preservativo, sublinhou Antónia Soares, doutoranda da Faculdade de Psicologia do Porto, que desenvolveu um estudo sobre "afectos, sexualidade e poder nas relações íntimas de trabalhadores do sexo".

Os trabalhadores do sexo que têm parceiros ocasionais (40%) referem também números mais baixos no uso do preservativo comparativamente com as práticas com clientes, referiu Antónia Soares, que apresentava os resultados nas I Jornadas Científicas sobre Trabalho Sexual, que decorreram no Centro de Estudos Sociais, em Coimbra.

O projecto de doutoramento revelou que 40% dos trabalhadores recebem "quase sempre" propostas de sexo sem preservativo, 28% muitas vezes e 25% poucas vezes, disse Antónia Soares.

"81,5% refere que mesmo depois de ter sido negado, aquando da negociação, o sexo sem preservativo, os clientes tentam ter práticas de risco no momento em que se vai concretizar a relação sexual", apontou a investigação.

O estudo, que teve como amostra 121 trabalhadores do sexo "de interior" do Porto e Lisboa, contou com 43 trabalhadores do sexo masculino, 54 do sexo feminino e 24 transexuais, sendo que a média de idades é de 30 anos.

18%  tinha mais do que "12 anos de escolaridade", 24% eram de nacionalidade portuguesa e 67% de nacionalidade brasileira. "Quase a totalidade dos clientes" eram homens "e cerca de metade, 50,4% dos clientes, são habituais", explanou a investigadora.

Também presente nas jornadas, o mediador do Grupo de Activistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA (GAT), Júlio Esteves, sublinhou que a questão de o trabalho sexual não ser aceite moralmente nem "aceite no plano legal" leva "a situações constrangedoras, em que as pessoas sofrem". Júlio Esteves defendeu "serviços de saúde específicos para esta população", não podendo os trabalhadores do sexo "estar oito horas à espera de uma PPE [Profilaxia Pós-Exposição - tratamento iniciado após exposição ao VIH com o objectivo de evitar que o vírus entre no sistema imunitário]".

O activista frisou que relativamente aos transexuais que são trabalhadores do sexo estes encontram "recusas para serem tratados medicamente" e que nas instâncias policiais e judiciais "são tratados como culpadas mesmo sendo vítimas".

 

Quase metade das prostitutas em Portugal sofre de doença mental

Quase metade das prostitutas em Portugal (49%) sofre de doença mental, sendo que 16% dessas mulheres não teve qualquer tipo de acompanhamento, conclui o mesmo projecto de doutoramento.

Cerca de 25% das prostitutas diagnosticadas necessitaram de internamento e "apenas 38% mantém acompanhamento" por parte de um técnico de saúde, disse Alexandre Teixeira, doutorando da Faculdade de Psicologia do Porto, que está a realizar um estudo sobre saúde mental em mulheres que se prostituem em Portugal.

Das mulheres diagnosticadas, foi identificada depressão a quase 60%, ansiedade a 20% e doença bipolar a cerca de 5% das prostitutas, divulgou o investigador, que falava durante as jornadas.

"O acompanhamento é um factor protector", salientou, referindo que quase 20% dos diagnósticos da doença mental foram feitos "nos últimos 12 meses" e 27,4% feitos há mais de 10 anos. O projecto de investigação envolveu questionários presenciais a 177 mulheres que trabalham no interior e 114 na rua, distribuindo-se por 110 mulheres no Porto, 55 em Coimbra e 126 em Lisboa.

A média de idades das mulheres entrevistadas é de 38,5 anos, mais de metade são portuguesas, 32% brasileiras e cerca de 7% naturais de países africanos de língua oficial portuguesa. Metade são solteiras, 72% têm filhos, 10% têm formação superior e 27% o ensino secundário.

O estudo, que também aborda os comportamentos suicidários das mulheres que se prostituem em Portugal, conclui ainda que 28% das entrevistadas já se tentaram suicidar, sendo que dessas 31% fizeram três ou mais tentativas, explanou Alexandre Teixeira. Cerca de 20% tentaram suicidar-se nos últimos 12 meses e quase metade entre há um e quatro anos, referiu, tendo 23% das prostitutas contado que já assistiram a um suicídio ou uma tentativa de suicídio nas suas famílias.

Cecília Eira, membro do programa "Auto-Estima", da Administração Regional de Saúde do Norte, também presente nas jornadas, salientou que, com a crise, "há mais mulheres na rua e que nunca tinham estado nesta actividade".

Através do programa, que só em 2013 realizou "5.650 contactos", Cecília Eira observou que aumentaram também "as mulheres que trabalham na rua", em detrimento da actividade no interior de casas ou outros estabelecimentos, havendo ainda "mulheres mais envelhecidas", "mais mulheres portuguesas" e uma "percentagem maior de casadas".

As Jornadas Científicas assinalaram o Dia Internacional Contra a Violência Sobre Trabalhadores do Sexo, sendo organizadas pela Rede sobre Trabalho Sexual (RTS), pelo Centro de Estudos Sociais (CES) e pela associação Não te Prives: Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais.

Estudo do Centro de Oncologia dos Açores
A taxa de sobrevivência em casos de cancro aumentou nos Açores, de acordo com um estudo do Centro de Oncologia dos Açores, que...

"A maioria dos cancros teve uma evolução favorável na sobrevivência entre o período 2000-2004 e o período mais recente (2005-2009)", refere um comunicado do Centro de Oncologia dos Açores (COA). Os tipos de cancro com melhor sobrevida cinco anos após o diagnóstico, entre 2005 e 2009, foram, nos homens, o da próstata (86,3%) e, na mulher, o da mama (79,3%). Já os cancros mais letais foram o do fígado (6,5%) e o do pulmão (7,9%).

A leucemia linfoblástica aguda em crianças demonstra uma alta taxa de sobrevivência (100%), embora tenham sido identificados apenas 16 casos, nos Açores, no período de dez anos em estudo.

Comparando os dados do período entre 2000 e 2004 com os do período entre 2005 e 2009, a maioria dos dez cancros mais comuns (estômago, cólon, recto, fígado, pulmão, mama, colo do útero, ovário, próstata, leucemia em adultos e leucemia linfoblástica aguda em crianças) regista um aumento da taxa de sobrevivência.

Por exemplo, no caso do cancro do recto, a taxa de sobrevivência foi de 45,8% no primeiro período e de 59% no segundo, enquanto no caso do cancro do cólon a taxa de sobrevivência aumentou de 46,9% para 51,9% entre os dois períodos.

O comunicado do Centro de Oncologia dos Açores destaca como factores que poderão ter contribuído para essa evolução positiva "o diagnóstico mais precoce (quer por uma maior intensidade do rastreio oportunístico quer pela introdução do rastreio organizado ao cancro de mama, em finais de 2008), a redução da chamada mortalidade pós-operatória e os tratamentos mais eficientes".

Para Raúl Rego, presidente do conselho de administração do COA, estes dados demonstram que hoje o cancro não é sinónimo de morte. "As pessoas começam a encarar a doença de cancro com outros olhos", disse, acrescentando que o elevado número de casos está directamente ligado ao aumento da esperança média de vida.

Na maioria dos tipos de cancro, a taxa de sobrevivência nos Açores é menor do que a nível nacional, mas Raúl Rego considerou que é difícil fazer "comparações com a realidade nacional" e lembrou que os serviços de oncologia nos Açores só foram criados "a partir da década de 80" do século passado.

Os dados do Registo Oncológico Regional dos Açores, elaborado pelo COA, integraram o estudo internacional CONCORD-2, liderado pela London School of Hygieneand Tropical Medicine.

Os resultados agora divulgados, baseados na análise de 5.038 pacientes, são os primeiros dados conhecidos sobre a sobrevivência em cancro nos Açores. Desde 2011 que o Centro de Oncologia dos Açores divulga dados sobre a incidência do cancro na região, tendo registos desde 1997.

Desde 2012
O Centro Anti Discriminação VIH/Sida recebeu, nos dez primeiros meses do ano, 42 queixas de pessoas infectadas com VIH que se...

Dados divulgados, pelo Centro Anti Discriminação VIH/Sida (CAD), referem que o número de queixas “tem aumentado, significativamente, desde o segundo semestre de 2012, quando se registaram 10 queixas”. No primeiro semestre de 2014, foram registadas 25 e, no segundo semestre, até Novembro, foram reportados 17 casos. Segundo os dados, uma em cada quatro pessoas infectadas com o VIH diz ter sido discriminada no acesso a cuidados de saúde, o que originou o maior número de queixas (25,85%). As queixas relacionadas com o meio laboral surgem em segundo lugar, representando 20,41% das situações, seguindo-se a "devassa da vida privada" (15,65%).

Os dados referem ainda que 13,61% dos casos reportados ao centro se devem a situações com seguradoras, 4,8% a "quebra de confidencialidade", 3,40% a situações relacionadas com o ensino, 3,40%, com o apoio social, e 2,72%, com a justiça.

Criado em Janeiro de 2010, pela SER+, Associação Portuguesa para a Prevenção e Desafio à Sida, e pelo Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA (GAT), o CAD dirige-se “às pessoas que vivem ou são afectadas pelo VIH, sujeitas a estigma e discriminação associadas à infecção”, mas também aos profissionais e trabalhadores nas áreas da saúde, educação e serviços sociais, a voluntários, colaboradores e trabalhadores de organizações não-governamentais.

O projecto CAD, co-financiado em 75% pela Direcção-Geral da Saúde, no âmbito do Plano Nacional Para a Infecção VIH/Sida, teve início em Janeiro de 2011 e terá a duração de quatro anos, tendo como objectivo "diminuir a discriminação e o estigma em relação às pessoas que vivem com a infecção VIH e populações mais vulneráveis, defendendo e promovendo os seus direitos".

No ano passado, foram diagnosticados quase três casos por dia de infecção por VIH/sida em Portugal, num total de 1.093 situações, o que equivale a uma taxa de 10,5 novas infecções por 100 mil habitantes, segundo dados do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Os dados indicam que, dos casos registados em 2013, 20,7% das situações já se encontravam no ‘estadio sida’, quando a infecção evolui para doença.

Foram notificados 226 mortes ocorridas no ano passado em pessoas com a infecção por VIH, 145 das quais no ‘estadio sida’. Entre 1985 e 2013 foram diagnosticados ao todo 47.390 casos de infecção por VIH/sida.

Quercus considera
A Quercus considerou que o programa de trabalho da Comissão Europeia para 2015 representa uma "regressão substancial"...

O programa foi apresentado pela Comissão Europeia, liderada por Jean-Claude Juncker, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França), e inclui 23 novas iniciativas legislativas e a retirada ou emenda de mais de 80 propostas já em curso, o que provocou preocupações em vários sectores.

"Aguardado sob enorme expectativa e crítica de vários deputados e associações de defesa do ambiente, como a Quercus, este programa representa uma regressão substancial do nível de protecção ambiental, nomeadamente pela retirada formal ou futuro incerto de dois importantes pacotes legislativos - o Pacote Europeu do Ar e o Pacote dos Resíduos", alerta a organização ambientalista portuguesa.

Para a Quercus, este cenário "prejudica seriamente a credibilidade da União Europeia como órgão de decisão e desperdiça o trabalho desenvolvido pela anterior Comissão".

O Pacote Europeu do Ar pretendia reduzir a poluição do ar na Europa e incluía a actualização de directivas europeias, algumas com propostas de revisão já a decorrer em 2014, como aquelas sobre os tetos nacionais de emissão e as instalações médias de combustão.

A revisão das regras sobre qualidade do ar é há muito aguardada pela Quercus, que a apresenta como "fundamental para ajudar os governos a implementar medidas a nível nacional e local para a melhoria da qualidade do ar", referindo estimativas da Comissão Europeia que apontam para a possibilidade de puderem evitar 58 mil mortes prematuras por ano e terem benefícios para a saúde pública, entre 40 e 140 mil milhões de euros.

Alguns países não cumprem os limites para alguns poluentes e cerca de 400 mil europeus morrem prematuramente por ano devido à poluição atmosférica.

Segundo a Agência Europeia do Ambiente, em Portugal, em 2011, ocorreram 5.707 mortes prematuras relacionadas com níveis elevados de PM2.5 (partículas) e 330 mortes devido a níveis elevados de ozoto.

No Pacote da Economia Circular, que pretende melhorar a competitividade e reduzir a pressão sobre os recursos naturais escassos, foram retiradas propostas de revisão de directivas sobre resíduos de embalagem, eléctricos e electrónicos, e veículos em fim de vida, a substituir por nova proposta em finais de 2015.

A Comissão estima que este conjunto de regras criaria 180 mil novos postos de trabalho na Europa e levaria a uma redução da emissão de 443 milhões de toneladas de gases com efeito de estufa, por desvio de resíduos dos aterros e reciclagem de materiais.

A Quercus solicitou a vários deputados portugueses que relembrem o presidente da Comissão Europeia dos benefícios ambientais, sociais e económicos que estas propostas legislativas poderiam trazer para a Europa.

Segundo esta associação, 11 ministros de vários Estados Membros, incluindo Jorge Moreira da Silva, assinaram uma carta com "um forte apelo" à manutenção das propostas de pacotes legislativos sobre o ar e resíduos.

Ministério da Saúde garante
O Ministério da Saúde anunciou que está a dar prioridade à transferência de idosos internados para lares, como forma de...

Durante a apresentação do “Plano de Prevenção e resposta para o Outono/Inverno – Infecções Respiratórias”, o secretário de Estado adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, disse que a libertação dessas camas é uma das medidas previstas para dar resposta a um possível aumento da actividade gripal e de casos de infecção respiratória.

Fernando Leal da Costa avançou que alguns hospitais relataram a existência de uma ou duas dezenas de casos, dependendo da sua localização.

“Nos hospitais que visitámos, encontrámos um número que varia entre uma e duas dezenas, dependendo da dimensão do hospital e do local onde se situa”, afirmou.

Além da questão da ocupação de camas nos hospitais, que podem ser necessárias para doentes, designadamente em consequência da esperada actividade gripal deste inverno, Leal da Costa sublinhou a vulnerabilidade a novas infecções de um idoso que está internado num hospital já com alta clínica.

Para dar resposta a esta problemática, o Ministério da Saúde e o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social estão a articular-se para acelerar a prioridade de admissão de idosos nos lares, tendo assinado, na terça-feira, um protocolo com esse objectivo.

Na altura, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, anunciou que irá “apoiar a abertura de novas unidades pertencentes ao sector social e solidário”, assim como garantir a manutenção e assistência de vagas em estabelecimentos residenciais para pessoas idosas, para retorno ou primeira residência de quem está internado no Serviço Nacional de Saúde. Segundo Paulo Macedo, é ambição deste Governo resolver os casos sociais que estão nos hospitais, já que existe estrutura, capacidade e vontade.

O Ministério da Saúde revelou ainda ter pedido um levantamento de todos os lares existentes e da respectiva cobertura vacinal, assim como dos cuidados médicos e de enfermagem que prestam.

O plano de prevenção da Direcção-Geral da Saúde revela que as coberturas vacinais nos lares rondam os 90%, “um indicador que é motivo de orgulho, por se tratar de pessoas triplamente frágeis: são idosas, mais vulneráveis e estão em lugares confinados”, explicou a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas.

O Ministério da Saúde adquiriu este ano mais de um milhão de doses de vacina contra a gripe, num investimento de cerca de quatro milhões de euros, estimando-se que se tenham vacinado 60% dos idosos.

Graça Freitas sublinhou que as resistências que ainda existem à vacinação se prendem com o alegado receio dos efeitos secundários e lamentou esta “inversão da percepção do risco”.

“As pessoas devem ter medo da gripe, porque poderá dar complicações e dar morte, enquanto a vacina é segura e eficaz”, sublinhou.

Apesar de todas estas medidas de prevenção, o secretário de Estado salientou que a actividade gripal mais séria ainda não começou, que não há nenhuma ameaça de surto pandémico e que a actual vacina é eficaz contra o vírus mais agressivo neste momento em circulação (H3N2), por enquanto apenas nos EUA.

Este não é sequer um vírus novo, é já conhecido das autoridades de saúde, tendo sido um dos responsáveis pela gripe em 2012.

Açores - ilha Graciosa
O Governo dos Açores vincou hoje que a Doença Hemorrágica Viral que afecta os coelhos bravos na ilha Graciosa não se transmite...

“Esta doença, apesar de muito contagiosa para os coelhos, não é transmitida ao ser humano ou a outras espécies animais”, afirma a directora regional dos Recursos Florestais, Anabela Isidoro, citada numa nota do executivo açoriano em que acrescenta que, no entanto, “não deve ser consumida a carne de coelhos infectados e deve-se proceder à recolha e eliminação dos animais mortos”.

Anabela Isidoro disse ainda que as autoridades regionais têm acompanhado a evolução da doença "através da realização diária de vistorias, recolha e eliminação dos cadáveres, como forma de eliminar potenciais focos infecciosos" e que será publicado ainda esta semana "um folheto informativo" sobre a forma de actuar perante a detecção de animais mortos por esta doença.

Serão também colocados cartazes informativos em locais públicos, para "acautelar a disseminação da doença", segundo a mesma nota.

A 11 de Dezembro, o Governo dos Açores proibiu a caça na Graciosa face ao " surgimento de um grande número de coelhos-bravos mortos" naquela ilha "indiciando a ocorrência da Doença Hemorrágica Viral (DHV)".

Uma portaria publicada em Jornal Oficial naquele dia frisava ser "necessário impedir a disseminação da doença, através do exercício da caça, até que a mesma seja considerada extinta e que os seus efeitos, na população de coelho-bravo local, sejam devidamente avaliados", sendo também necessário "acautelar eventuais repercussões da doença, ao nível da saúde pública".

Risco para os doentes
O Ministério da Saúde quer mais profissionais de saúde vacinados contra a gripe, considerando tratar-se de “uma obrigação de...

A Direcção-Geral da Saúde apresentou publicamente o “Plano de Prevenção e resposta para o Outono /Inverno – Infecções Respiratórias” no qual revisita medidas já utilizadas em períodos de maior actividade gripal, mas reforçando sobretudo a importância da vacinação, da higiene das mãos e da utilização da linha Saúde 24.

Esta apresentação é justificada pelo facto de a actividade gripal ser ainda pouco intensa, esperando-se nas próximas semanas a chegada do pico da gripe e das infecções respiratórias, pelo que as autoridades de saúde querem alertar quem ainda não se vacinou, e faz parte dos grupos prioritários, para o fazer.

“Queríamos que este ano pudéssemos ter dois efeitos em que fossemos melhores [do que nos anos anteriores]: diminuir o risco infeccioso, através da vacinação dos profissionais e relembrando a etiqueta respiratória, e criando condições para que os hospitais estejam mais bem preparados para evitar acumulação de pessoas”, disse o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde.

Sobre a vacinação, Fernando Leal da Costa dirigiu-se em particular aos profissionais de saúde, que “o fazem corar” de vergonha pela baixa cobertura vacinal.

Sublinhando que a taxa de vacinação da população idosa, bem como dos internados em lares, está em níveis “perto do óptimo”, Leal da Costa lamentou que entre os profissionais de saúde essa taxa ande apenas pelos 50%, quando deveria chegar aos 100% ou, no mínimo, aos 80%.

Para o secretário de Estado, a vacinação dos profissionais de saúde é “uma obrigação de boa prática e obrigação ética”, por um lado para não serem eles próprios veículos de transmissão aos doentes, e por outro, para não ficarem doentes e ausentes do trabalho na altura de maior procura dos serviços de saúde por parte dos utentes.

“A vacinação dos profissionais está aquém do que desejamos e do que seria desejável. É uma situação paradoxal: estamos a ser eficazes a vacinar os outros e a dar indicação de vacinação, mas não estamos [os profissionais de saúde] a ser céleres a fazer a vacinação. Muitos de nós se têm esquecido que em contexto de infecção, os profissionais devem vacinar-se primeiro antes de vacinar os outros”, disse.

Sobre o controlo das infecções hospitalares, outra das medidas que o ministério quer melhorar, Leal da Costa lembrou a importância de as pessoas recorrerem sempre à linha de saúde 24, antes de irem para os hospitais e centros de saúde, locais de onde poderão sair com alguma infecção, mesmo que entrem sem nenhuma.

O governante sublinhou ainda duas medidas que considera serem das mais importantes no controlo de infecções e que são: evitar que pessoas que estão doentes vão visitar outras aos hospitais e não levar crianças em idade escolar a visitar familiares internados.

“As crianças são um veículo muito eficaz de transporte e transmissão de infecções e vírus, pelo que levar um neto a visitar uma avó pode ter consequências desastrosas”, salientou. O secretário de Estado lembrou ainda as medidas de saúde pública como a frequente higiene das mãos com água e sabão e a etiqueta respiratória, que inclui não espirrar para as mãos.

“Plano de Prevenção e Resposta para o Outono/Inverno - Infecções Respiratórias”
Altas hospitalares ao fim de semana e a transferência para lares de “casos sociais” internados são as principais medidas...

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) apresenta hoje um “Plano de Prevenção e Resposta para o Outono/Inverno - Infecções Respiratórias” que sistematiza várias medidas com vista a uma resposta rápida e eficaz em caso de aumento de actividade gripal.

Segundo a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, este plano surge agora porque a actividade gripal começou há cerca de duas semanas, ainda com poucos casos, esperando-se agora o aparecimento das infecções respiratórias.

A existência de um vírus da gripe mais agressivo nos Estados Unidos está a deixar também a DGS em alerta e prevenção.

Não sendo novo, este plano que compila uma série de medidas extraordinárias já accionadas noutros anos em situações de actividades gripal mais intensa “está mais bem estruturado e com uma maior cooperação entre instituições”, explicou.

A novidade é a existência de recomendações para que haja altas hospitalares ao fim de semana, para disponibilizar camas necessárias e melhorar os serviços de urgência.

Com o mesmo objectivo de libertar camas, a DGS está também a apostar numa maior articulação com os serviços da segurança social para permitir a transferência para lares de pessoas que continuam internadas após as altas, por não terem quem as vá buscar.

Uma maior rotatividade das macas é uma das apostas no âmbito dos cuidados em ambulatório dos serviços de urgência, a par de um reforço das equipas e um aumento do número de espaços de atendimento.

Estas medidas serão activadas “num ano particularmente agressivo” em termos de actividade gripal e infecções respiratórias.

A existência de um vírus agressivo nos Estados Unidos não permite para já antecipar seguramente que chegue a Portugal, mas é o suficiente para colocar os serviços de saúde em prevenção e preparados para responder atempada e eficazmente, explicou a responsável.

“Não sabemos [se haverá este ano um surto mais violento], mas os dados dos Estados Unidos mostram-nos que o vírus [da gripe] que vai dominar é o H3N2, que é um vírus mais agressivo”, disse Graça Freitas.

O plano prevê ainda outras medidas, já utilizadas anteriormente, como o alargamento de horários da consulta aberta ou de recurso, com atendimento ao fim-de-semana e durante a noite, assim como o aumento do número de consultas para pedidos no próprio dia.

A DGS tem também preparada a “activação da reserva estratégica” de medicamentos específicos como o oseltamivir e o zanamivir endovenoso.

Compromisso de Cooperação para o Sector Social e Solidário
Flexibilização de horários da rede de creches foi outra das medidas anunciadas durante a assinatura de mais um Compromisso de...

O Governo vai criar o alojamento social de emergência, um serviço social de apoio a quem é ajudado pela Segurança Social, com recurso a alojamentos precários, anunciou o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social. O alojamento social de emergência é uma das medidas incluídas no terceiro Compromisso de Cooperação para o Sector Social e Solidário, formalizado entre o Governo e o sector social.

No seu discurso, Pedro Mota Soares lembrou que nem todas as pessoas que precisam de ajuda têm familiares próximos e que, por isso, o Governo decidiu "avançar com um novo serviço precisamente para aqueles que estão em maiores dificuldades".

"Neste compromisso consagramos um novo serviço social, o alojamento social de emergência que presta resposta a quem hoje está nessa situação e que garantirá no futuro um acompanhamento adequado e em condições", anunciou. Este serviço é pensado para quem é apoiado pela Segurança Social em "alojamento precário e sem apoio técnico". Segundo o ministro, em causa estão "casos de pessoas que ficavam em pensões, residenciais, sem outro apoio e por isso ainda expostas à exclusão social".

Mota Soares revelou ainda que vai aumentar a comparticipação dos acordos de cooperação com as instituições sociais já existentes em 1,1% e garantiu que continuará a investir na contratualização "de um largo conjunto de equipamentos sociais construídos".

O ministro disse também que pretende flexibilizar os horários da rede de creches, de forma a satisfazer as necessidades das famílias, e aumentar a comparticipação paga pelo Estado às creches que integrem crianças com deficiência para 90 euros por criança, por mês, para o ano de 2015.

O protocolo assinado entre o Governo e o sector social inclui, pela primeira vez, as áreas da saúde e da educação, razão pela qual estiveram presentes os ministros da Saúde e da Educação e Ciência.

O ministro da Saúde anunciou que irá "apoiar a abertura de novas unidades pertencentes ao sector social e solidário", bem como garantir a manutenção e assistência de vagas em estabelecimentos residenciais para pessoas idosas para retorno ou primeira residência de quem está internado no Serviço Nacional de Saúde.

Segundo Paulo Macedo, é ambição deste Governo resolver os casos sociais que estão nos hospitais, já que existe estrutura, capacidade e vontade.

Já o ministro da Educação e Ciência disse estar interessado em conjugar esforços ao nível da oferta no ensino pré-escolar e no ensino especial. "Essa conjugação de esforços vai permitir que os mesmos recursos e outros recursos que se juntem possam chegar a mais crianças e chegar de uma forma mais racional, de uma forma mais distribuída, numa rede mais coordenada", adiantou Nuno Crato.

Da parte da União das Misericórdias Portuguesas, o presidente, Manuel Lemos, defendeu que a implementação das políticas sociais "nunca mais será a mesma a partir de hoje", sublinhando que se tenha conseguido "em tão pouco tempo" alcançar um consenso alargado.

Já o presidente da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade (CNIS), o padre Lino Maia, apontou que "o Estado não tem que fazer tudo e dar tudo, mas que para que dê o que lhe compete e ninguém fique para trás, tem de assegurar que tudo seja feito para que a ninguém falte aquilo de que precisa".

Por seu lado, o presidente da União das Mutualidades Portuguesas, Luís Alberto de Sá e Silva, disse que foi elevado o patamar de responsabilidade para com todos os parceiros sociais.

Ébola:
Uma equipa internacional de cientistas identificou, de um universo de 2.816 fármacos, 53 que poderão servir para travar a...

Apesar disso, e ainda que todos os fármacos identificados estejam já aprovados para uso em doentes com outras doenças, são precisas mais investigações e testes em animais e humanos.

Esta é uma das principais conclusões de um estudo publicado na revista Emerging Microbes and Infections, do grupo editorial Nature, no qual participaram cientistas de centros dos Estados Unidos e Canadá.

Adolfo García-Sastre, da Escola Icahn de Medicina do Hospital Monte Sinai, em Nova Iorque, explicou à agência Efe que alguns dos medicamentos identificados encontram-se já no mercado, enquanto outros não, mas que todos foram aprovados para uso.

Para realizar a investigação, os cientistas geraram partículas virais não infecciosas que usam o mesmo mecanismo de entrada nas células que o Ébola.

“Uma das importantes razões que tivemos em conta para publicar este estudo antes de fazer experiências com animais prende-se com o facto de esperarmos que todos os laboratórios que têm capacidade para realizar experiências com o vírus infeccioso possam começar a fazer ensaios e encontrar um ou vários destes fármacos que funcionem bem”, explicou García-Sastre.

“Apesar de [os fármacos] ainda terem de ser testados com vírus infecciosos, é quase seguro que a maioria inibe a entrada do Ébola nas células. Com isso, esperamos travar a infecção e, portanto, diminuir os sintomas graves da doença”, detalhou o especialista, frisando, porém, que ainda é preciso demonstrar se tal é mesmo assim e estabelecer a dosagem do medicamento. Os cientistas classificaram os 53 medicamentos em seis categorias.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde prorrogou, até segunda-feira, o prazo para os jovens médicos escolherem o local da sua especialidade...

O processo de escolha das 1.548 vagas por parte dos candidatos teve início hoje, às 14:30, e estava previsto terminar até sexta-feira, com representantes dos médicos a reclamarem o adiamento desta data.

A Ordem dos Médicos do Norte sugeriu mesmo a possibilidade de prorrogar o início de funções por 15 dias de forma automática para quem o solicitar.

A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) divulgou, na segunda-feira à noite, o mapa de vagas para ingresso no primeiro ano da especialidade do Internato Médico, a ter início a 02 de Janeiro de 2015.

“Foi cumprido o objectivo de atribuir uma vaga para cada candidato”, afirma a ACSS em comunicado, sublinhando que o mapa divulgado “contempla vagas para todos os candidatos que se apresentaram à área profissional de especialização, num total de 1.548, número que representa um acréscimo de mais 71 vagas relativamente ao ano passado (1.477)”.

Em comunicado, a ACSS anunciou que foi prorrogado o prazo para a escolha de especialidade médica, que assim passou a ter como data limite a próxima segunda-feira.

Este adiamento levou em conta “a evolução do processo de escolhas durante o dia de hoje”, lê-se no comunicado.

Na Alemanha
As autoridades alemãs ordenaram o abate de milhares de animais depois de ter sido confirmado um surto de uma nova estirpe da...

A nova estirpe foi detectada numa criação de perus no estado da Baixa Saxónia, no norte da Alemanha, anunciou o ministro regional da Agricultura, Christian Meyer.

Cerca de 19 mil animais foram abatidos nesta criação e outros 12 mil perus numa quinta vizinha, precisou o representante regional.

As análises efectuadas em laboratório revelaram que se trata do mesmo tipo de vírus que foi detectado numa quinta de animais no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, em Novembro passado.

As duas explorações aviárias agora afectadas pela nova estirpe estão localizadas perto de Cloppenburg, uma das regiões mais importantes na Alemanha ao nível da criação de aves, o que está a suscitar preocupação perante uma eventual propagação do vírus.

Na segunda-feira, as autoridades regionais tomaram medidas sanitárias de prevenção e decidiram proibir o transporte de aves de criação durante três dias.

“Saúde digital”
A ‘saúde digital’ é um conceito que veio para ficar e que viu em 2014 o seu ano de emancipação.

Aliar sistemas, plataformas, equipamentos e aplicações à procura de um estilo de vida melhor é já uma tendência e o próximo ano não vai ser excepção. O Mashable dá-lhe a conhecer as cinco tecnologias que prometem melhorar a sua saúde em 2015.

São cada vez mais os gadgets e aplicações criados em torno da saúde e bem-estar. A procura por um estilo de vida mais saudável – e a vontade de fugir a sete pés do médico – impulsionou a criação de mil e uma ideias que prometem melhorar a vida de muitas pessoas. 2015 vai ser um ano ainda mais tecnológico e o Mashable dá a conhecer as cinco tecnologias que prometem revolucionar a saúde das pessoas já a partir do próximo ano.

 

1. Wearables para orelhas e ouvidos: Se 2014 foi o ano das pulseiras electrónicas, 2015 irá assumir-se como o ano dos gadgets usáveis nas orelhas e ouvidos. O objectivo é aliar a discrição dos objectos com uma melhor e mais precisa monitorização do comportamento do utilizador. Análise do ritmo cardíaco, medição da pressão arterial em tempo real, da taxa de respiração e da saturação de oxigénio são apenas algumas das funcionalidades deste tipo de dispositivos. Lembra-se do BitBite já falado aqui no Notícias ao Minuto?

 

2. Tiras sensoriais: A Electrozyme está a desenvolver um autocolante corporal que promete conhecer o seu organismo como nunca antes pensou fazê-lo. Tal como outras tiras sensoriais adesivas, este dispositivo recorre a biosensores descartáveis para medir as substâncias metabólicas presentes no suor, uma funcionalidade que permite saber o nível de hidratação do seu corpo, o esforço muscular e o desempenho físico.

 

3. Capas ‘médicas’ para smarphones: Costuma proteger o seu smartphone com uma capa? Já pensou que poderia fazer isso e, ao mesmo tempo, conhecer mais sobre a sua saúde? Joanne Rohde, CEO e fundador da Axial Exchange, diz que tal vai ser possível em breve. O objectivo é o utilizador ‘fazer análises’ contínuas ao seu estado de saúde independentemente do local em que se encontra. O ‘Wello’ da Azoi é uma capa de monitorização médica para iPhone e só está à espera da autorização da FDA para poder ser comercializada.

 

4. Terapias de prescrição móveis: Também à espera de aprovação por parte do governo norte-americano estão aplicações que permitem o acesso a receita médica. A ideia foi já lançada para doentes de Diabetes tipo 2 mas poderá ser alargada a qualquer utilizador. Estas apps irão ter informação detalhada e constante sobre a saúde do utilizador, podendo, depois de uma análise, proceder à prescrição de uma receita médica.

 

5. Iluminação saudável: A luz emitida pelos dispositivos móveis pode ser uma das principais causadoras de dores de cabeça e cansaço de visão. Estas situações podem ter os dias contados com a implementação em vários dispositivos da ‘low-blue-light’, uma tecnologia que emite uma luz menos agressiva aos olhos dos utilizadores. Mas os engenhos não se ficam por aqui. A GoodLux Technology lançou recentemente o ‘SunSprite’, o primeiro wearable movido a energia solar que acompanha o brilho da luz durante o dia e que fornece aos utilizadores a quantidade correcta de luz para os olhos.

Em Algés
A Clínica do Piolho inaugurou recentemente em Algés para pôr fim ao maior pesadelo de pais e filhos.

O primeiro centro especializado na eliminação dos piolhos de forma profissional em Portugal dispõe de uma tecnologia americana desenvolvida especificamente para o tratamento da pediculose, pessoal especializado e entretenimento para os mais pequenos (livros, tablets).

A Clínica do Piolho é uma empresa inovadora dedicada a resolver de forma eficaz o problema dos piolhos. A pediculose é uma doença cutânea provocada por uma infestação de piolhos no couro cabeludo, um problema que afecta 5 a 15% das crianças em idade escolar, que não distingue sexo ou idade e é muito contagiosa.

Este novo tratamento inovador que chega agora ao mercado português oferece uma nova forma revolucionária para matar os piolhos e os seus ovos sem o uso de pesticidas ou outros produtos químicos. Estudos clínicos têm demonstrado que o dispositivo AirAllé, que usa apenas ar aquecido controlado, fornece uma maneira segura, rápida e eficaz de matar todas as fases de piolhos – incluindo piolhos vivos e os seus ovos (lêndeas).

“Na Clínica do Piolho dispomos de aparelhos especificamente desenvolvidos para o tratamento da pediculose, assim como uma tecnologia que elimina lêndeas e piolhos por desidratação. O tratamento é 100% natural e é complementado com óleo de árvore de chá. Com este tratamento de duas horas os pais vão poder deixar de se preocupar com esta praga que afecta principalmente a cabeça dos mais pequenos”, comentou Tiago Westenfeld, parceiro da Clínica do Piolho.

O dispositivo AirAllé é altamente eficaz contra piolhos porque, devido ao pequeno tamanho dos mesmos, não permite que eles conservem a água que precisam para viver e se reproduzir. Quando os piolhos estão expostos a uma quantidade certa de ar quente, na temperatura certa e na hora certa, estes são desidratados e morrerão. O dispositivo AirAllé é um dispositivo médico analisado e aprovado pelo FDA nos Estados Unidos e recebeu a marca CE na Europa.

Para mais informações pode aceder ao site http://www.clinicadopiolho.com/, onde é possível conhecer melhor a Clínica do Piolho e agendar consultas.

Disponibilizando apoio jurídico
A Ordem dos Médicos do Norte acusou o Ministério da Saúde de ter “políticas desastrosas, desumanas e humilhantes” na gestão do...

O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) afirma, em comunicado, que o mapa de vagas para acesso à especialidade, publicado no final da tarde de segunda-feira, deixa “apenas quatro dias” para 1.548 candidatos fazerem as suas escolhas “em cinco pontos diferentes do país” e começarem a trabalhar a 02 de Janeiro.

Alertando estar em causa uma situação “de emergência”, o Conselho Regional exige uma “mudança imediata na liderança” da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), reclamando o adiamento de “pelo menos 48 horas” no início das escolhas, o alargamento “para oito dias” no tempo de selecção e a prorrogação do início de funções por “15 dias de forma automática para quem o solicitar”.

O comunicado, assinado pelo presidente do CRNOM, Miguel Guimarães, explica que, de acordo com os termos do mapa publicado na segunda-feira, “nem sequer é dada a oportunidade em tempo útil aos candidatos de confirmarem a sua presença na lista de candidatos”, lamenta o responsável.

“Dada a gravidade da situação, o departamento jurídico da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos [SRNOM] fica desde já disponível para apoiar os médicos envolvidos nesta candidatura”, acrescenta. Para o responsável, “o absurdo das decisões da ACSS exige uma mudança imediata na sua liderança”.

“Não é possível continuar a dialogar com quem não merece o nosso respeito nem a nossa confiança. No limite das suas competências o CRNOM está disponível para apoiar os colegas nas formas de luta que entenderem levar a cabo”, acrescenta o comunicado.

O CRNOM considera “absolutamente inaceitável” que o MS e a ACSS continuem “a tratar os médicos como números e não como pessoas” e salienta que, “mais uma vez, as políticas desastrosas, desumanas e humilhantes do MS e da ACSS continuam a ferir profundamente” a dignidade dos médicos.

“É uma ofensa para todos os médicos o desprezo, a irresponsabilidade, a cobardia e a prepotência com que nos tratam”, lamenta.

“Pessoalmente, e como presidente do CRNOM, considero esta situação intolerável e merecedora de uma resposta robusta. Uma resposta de todos os médicos. Uma resposta da sociedade civil. É uma questão de sobrevivência”, sustenta Miguel Guimarães.

Administração Central do Sistema de Saúde
A Administração Central do Sistema de Saúde justificou o atraso na publicação do mapa de vagas para escolha da especialidade...

A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) divulgou na segunda-feira à noite o mapa de vagas para ingresso no primeiro ano da especialidade do Internato Médico, a ter início a 2 de Janeiro de 2015.

“Foi cumprido o objectivo de atribuir uma vaga para cada candidato”, afirma a ACSS em comunicado, sublinhando que o mapa divulgado “contempla vagas para todos os candidatos que se apresentaram à área profissional de especialização, num total de 1.548, número que representa um acréscimo de mais 71 vagas relativamente ao ano passado (1.477)”. A especialidade com maior acréscimo de vagas é a de Medicina Geral e Familiar com mais 55 vagas, acrescenta.

Há cerca de um mês, a Ordem dos Médicos denunciou a falta de 200 vagas, problema que a ACSS diz ter conseguido ultrapassar, garantindo vaga para todos os candidatos, à custa de um ligeiro atraso na publicação do mapa.

Fonte da ACSS sublinha contudo que a falta de vagas era um problema maior do que o tempo mais reduzido que os candidatos agora têm para escolher a especialidade.

“Vamos tentar condensar o prazo do período de escolha para evitar que coincida com o período natalício. Caso haja necessidade o período de selecção poderá ser alargado um dia ou dois”, adiantou.

O processo de escolha das 1.548 vagas por parte dos candidatos terá início hoje [16 de Dezembro], a partir das 14h30, e está previsto terminar até sexta-feira [19 de Dezembro], período que a ACSS admite prorrogar. Fora de questão está o adiamento de 48 horas pedido pelo Conselho regional do Norte da Ordem dos Médicos para início das escolhas, segundo a ACSS, assegurando que começa hoje ao início da tarde. Quanto à data prevista para início de funções – 2 de Janeiro – a ACSS diz também que para já não se põe a possibilidade de qualquer adiamento.

A Ordem dos Médicos do Norte sugeriu a possibilidade de prorrogar o início de funções por 15 dias de forma automática para quem o solicitar.

A ACSS adiantou ainda ter tido já o apoio da Associação de Estudantes de Medicina, que terá admitido que o importante era que houvesse vagas para todos e que isso justificaria o atraso de um dia, na publicação do mapa de vagas. Segundo a ACSS, a data prevista para publicação das vagas era sexta-feira, pelo que na prática se verificou um atraso de um dia útil.

Decisão de "se criarem sinergias"
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, afirmou hoje em Coimbra que a solução para a maternidade do Centro Hospitalar e...

A criação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) levou à fusão dos Hospitais da Universidade de Coimbra (onde estava inserida a Maternidade Daniel de Matos), do Centro Hospitalar de Coimbra (que integrava a Maternidade Bissaya Barreto, MBB) e do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra.

Paulo Macedo considerou que as duas maternidades "não têm condições para subsistir isoladas", entendendo que "faz sentido é ter uma maternidade junto do hospital, que é o que os profissionais querem", integrando-se as duas existentes.

O ministro da Saúde sublinhou que há a decisão de "se criarem sinergias" e de se colocar as maternidades num edifício "junto do perímetro do hospital, que é onde faz sentido as maternidades estarem, quer pela criança, quer pela mulher".

A solução poderá "passar por uma construção de raiz", junto do hospital, informou, referindo que há outras alternativas, mas que a solução que o Governo está a equacionar "é no perímetro do hospital".

A possibilidade de integração das duas maternidades no Hospital Pediátrico foi estudada, "mas os estudos dizem que ficaria mais caro" ser nesse edifício, avançou.

"O que nós queremos é fazer uma análise muito rápida dos diferentes projectos, porque há diferentes hipóteses, nomeadamente em termos de local e do seu custo", existindo a "firme decisão de se fazer um investimento que vai melhorar muitíssimo as condições do profissionais e das mães", frisou.

Paulo Macedo falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, onde inaugurou o novo Laboratório Central do CHUC.

Além destes dois milhões de euros de poupança, haverá ainda um aumento de receitas próprias em linha com as solicitações de outros hospitais.

Esta concentração poderá, a partir de 2015, atingir uma capacidade instalada até 15 milhões de análises/ano, a que corresponde um aumento de cerca de 50% da actual capacidade. O CHUC passa a ser auto-suficiente em análises mais complexas e também passa a ter capacidade para tratar análises complexas e diferenciadas.

O novo laboratório ocupa uma área de 2.100 m2 no edifício de S. Jerónimo – Hospitais da Universidade de Coimbra e é constituído por um ‘core’ central, onde ficarão instalados os auto-analisadores, que representam 75% de todas as análises, e ainda por várias unidades diferenciadas, nomeadamente microbiologia, hematologia, imunologia, serologia infeciosa, imunoquímica, citometria de fluxo, assim como biologia molecular, cromatografia e espetrometria de massa, radioimunoensaio e auto imunidade.

Esta nova unidade, que representou um investimento de 500 mil euros em estruturas e na requalificação e redimensionamento do espaço (o equipamento já existe), está também preparada para a investigação e para o ensino.

Na Guiné-Bissau
O Fundo das Nações Unidas para a Infância assinou protocolos com associações da Guiné-Bissau para reforço das acções de...

O vírus do Ébola já matou milhares de pessoas nos países vizinhos desde o início do ano, mas não há registo de infecções na Guiné-Bissau. Com os acordos hoje estabelecidos, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) contribui com 180 mil euros para cinco organizações não-governamentais (ONG) levarem para o terreno acções de divulgação de boas práticas de higiene e mudança de comportamentos de risco.

A duração dos programas de actividades varia entre três a oito meses e vai abranger todo o país, com maior enfoque nas comunidades mais próximas de zonas fronteiriças.

Beneficiam do apoio do UNICEF as ONG Cruz Vermelha da Guiné-Bissau, Battoden Gollen, Fundação de Assistência Médica Internacional (AMI), Comissão Justiça e Paz, Direitos Humanos e Desenvolvimento (Caritas-GB) e a Estrutura Comunitária de Animação e Sensibilização para o Desenvolvimento (ECAS-D).

Estima-se que as mensagens possam chegar a cerca de 685 mil habitantes, dos quais cerca de 470 mil serão abrangidos pelo trabalho da Caritas, que vai actuar em todo o território nacional.

Em paralelo e para apoio ao Ministério da Educação Nacional, o UNICEF e a Fundação Fé e Cooperação (FEC), de Portugal, vão reforçar acções para prevenção da doença e adopção de boas práticas de higiene nas escolas.

Está a decorrer uma formação de formadores ministrada pelo UNICEF destinada a 67 professores e 10 funcionários do Ministério da Educação que irão multiplicar o treino a 3337 agentes educativos e 1631 escolas do 1º ao 6º ano das 8 regiões do país.

O Projecto "Higiene e Saúde na Escola" serve para "reforçar a adopção rotineira de boas práticas de higiene" para prevenir não só o Ébola, mas também outras "doenças infecto-contagiosas", refere a agência das Nações Unidas em comunicado.

Esta iniciativa terá uma duração de três meses e inclui o desenvolvimento de um guia de preparação específico para o sector de educação.

Centro de Preservação e Fertilidade
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra já preservou a fertilidade a 275 doentes oncológicos.

O Centro de Preservação e Fertilidade já consultou 316 doentes e tem o compromisso de "atender em 48 horas", afirmou hoje Ana Almeida Santos, directora do Centro, salientando a necessidade de um psicólogo a tempo inteiro no serviço.

Cláudia Melo, psicóloga clínica a colaborar no serviço, frisou que, com este projecto, ao se falar de um futuro e de "um projecto parental" aos doentes, dá-se também "esperança" a estes.

Em relação aos resultados, 188 homens e 87 mulheres preservaram a sua fertilidade, sendo que os homens consultados conseguiram todos a preservação, através da crio preservação de espermatozóides, mas nas mulheres 41 "não preservaram", a maioria por opção, segundo um documento divulgado pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Os dados foram divulgados aquando da visita feita hoje pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, ao Centro de Preservação e Fertilidade.

Paulo Macedo, que visitou outros dois serviços do CHUC, salientou a importância daquele centro, por "ser o primeiro" em Portugal e por ter como missão "servir todo o país". Para o ministro da Saúde, é fundamental que pessoas "em idade fértil que tenham cancro possam continuar com o seu projecto familiar", algo que "não era uma possibilidade até há uns tempos".

À margem da visita, Paulo Macedo sublinhou também que "os tempos de espera nas cirurgias oncológicas, que são as mais urgentes, melhoraram em relação ao passado", sendo uma área "onde há uma particular atenção".

O responsável avançou que está em fase de aprovação a aquisição de um "novo acelerador linear" para o CHUC de forma a uma "melhor a capacidade de radioterapia", havendo também "análise de investimentos nesta área" no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto

Crianças
As crianças que frequentam infantários apresentam risco aumentado, até duas a três vezes, de adquiri
Crianças no infantário a realizarem actividades com educadora

As doenças virais são vacinas naturais!

Atualmente e nas últimas décadas, por várias razões, a grande maioria das nossas crianças iniciam a sua vida no infantário entre os 4 e os 5 meses de vida, altura em que as mães regressam ao mercado de trabalho, após o término da licença parental inicial.

O primeiro dia em que a criança vai para o infantário é um dia marcante para os pais e para toda a família, já que estes demonstram alguma ansiedade relacionada com o processo de integração do seu filho no infantário e na sua dinâmica específica.

E quando tudo começa a entrar na rotina eis que surge o primeiro sinal de preocupação: telefonam do infantário a dizer que a criança fez febre. Consequentemente, os pais têm de faltar ao trabalho e recorrer aos serviços de saúde. Será o primeiro episódio de muitos ao longo do primeiro ano de vida no infantário. Muitas vezes, os pais sentem que a criança passa mais tempo em casa doente, do que no próprio infantário, e na maior parte dos casos esta é uma situação real.

De facto, os recém-nascidos e lactentes têm menos defesas contra os micróbios presentes no ambiente que os rodeia, por isso são mais susceptíveis a contraírem infeções, especialmente se permanecerem em ambientes fechados e com outras crianças, como é o caso dos infantários. Sobretudo é a partir dos 6 meses de idade que as crianças perdem a imunidade oferecida pela mãe durante a gestação e a amamentação, pelo que estão mais expostas ao ataque de vários micróbios e a contraírem infeções.

Sabemos que estas infeções são na maioria das vezes causadas por vírus, têm um desenvolvimento limitado no tempo e que curam espontaneamente. Sabemos também que as gotículas nasais são a principal fonte de contágio, pelo que é compreensível que em locais com muitas crianças, que espirram sem pôr a mão à frente, e sem medidas eficazes de controlo, o contágio é inevitável.

Atenção que, pelo facto do contágio ser mais fácil nos infantários, não significa falta de condições dos mesmos, nem falta de cuidados por parte dos educadores. Porque mesmo nos melhores infantários, naqueles que adotam ativamente medidas de controlo de transmissão de doenças, o contágio é mais provável do que estando a criança em casa.

Boas notícias! Depois de um primeiro ano de infantário algo conturbado o organismo da criança cria as suas próprias resistências contra esses micróbios, e o segundo ano no infantário será mais tranquilo.

Mas importa esclarecer melhor os pais…

De facto, a maioria dos micróbios que provocam infeção são vírus, os quais vão causar as chamadas “viroses”. Muitas destas viroses têm quadros clínicos caraterísticos e portanto com nome específico. Como por exemplo, a rinofaringite, o exantema súbito ou a varicela. No entanto, em muitas situações em que há febre não há um quadro clínico específico, pelo que o médico o denomina apenas de “virose”. De salientar que os vírus causadores de doenças podem ser múltiplos e nem sempre são identificáveis, mesmo através de análises/exames. Em tais casos presume-se que se está perante uma virose, embora não se saiba o nome do vírus.

É importante referir que o médico tem critérios para dizer que se trata de uma virose, mesmo que o vírus não seja identificado. Assim, pelo facto, de dizer que a criança tem uma virose não significa não saber o que a criança tem, conforme muitos pais pensam!

Atenção à utilização inconsciente e imoderada de antibióticos!

É imperioso agora explicar aos pais que as viroses não se tratam com antibióticos. A maioria das doenças virais são transitórias e têm cura espontânea. Deste modo, desde que a criança nasce o seu sistema imunitário está a ser constantemente estimulado. Mesmo as crianças mais pequenas, mais susceptíveis a infeções por terem menos defesas, são capazes de pôr em alerta os seus sistemas imunitários.

Atenção: A alta prevalência de doenças transmissíveis nos infantários, associadas ao maior uso de antibióticos, têm contribuído para o surgimento de organismos multirresistentes.

Como escolher o infantário do seu filho

A escolha não é fácil, dado que existem muitos fatores a ter em consideração: proximidade de casa e do local de trabalho, preço, localização, informações e referências de pessoas conhecidas, aspeto, simpatia/afetividade espontânea, segurança/riscos/atitudes em caso de emergência, atividades, festas alusivas a datas, visitas de estudo, rituais de pertença, hora de dormir, refeições (técnica e composição, em termos de alimentação e nutrição), competências dos profissionais e número de funcionários.

Mesmo depois de tudo o que foi dito anteriormente, não pense que não há mais nada a dizer e a fazer, pelo contrário, deixamos alguns conselhos aos pais:

- Escolham um infantário espaçoso (áreas suficientes e estabelecidas por lei) e com boas condições de arejamento;

- Escolham um infantário sem demasiadas crianças por sala (cumprimento do limite de crianças por sala/que respeite a legislação vigente a este respeito) e com pessoal cuidadoso e treinado;

- Escolham um infantário com boas condições de higiene (confeção dos alimentos e equipamentos higienizados) e segurança (sistemas elétricos protegidos e com planos de emergência)

- Escolham um infantário com adequados recursos humanos (rácio de educadoras adequado e de acordo com o legislado, já que assegura o adequado desenvolvimento da criança e a sua monitorização);

- Não levem o vosso filho para o infantário se ele estiver doente, pois estará a contagiar as outras crianças e demorará mais tempo o seu processo de convalescença;

- Cumpram o calendário nacional de vacinação.

Os infantários devem ser uma solução e não um problema para os pais. Só o tempo irá dizer se a escolha dos pais foi acertada ou não. É necessário que os pais se envolvam na dinâmica dos infantários, participem nas reuniões de pais e nas assembleias, que planeiem momentos com a educadora para saberem do desenvolvimento dos seus filhos, partilhem dúvidas com os outros pais e se envolvam nas atividades dos seus filhos (por exemplo, nas festas de Natal e na festa de final de ano). Os pais devem fazer chegar a sua opinião ou dúvidas às educadoras ou mesmo à direção do infantário quando considerem que algo não está bem ou lhes pareça incorreto.

E agora…alguns conselhos para os educadores

As crianças não são as únicas pessoas envolvidas na transmissão de doenças nos infantários: familiares e funcionários também estão sob risco aumentado de adquirirem as mesmas doenças que as crianças.

Também a transmissão de doenças infeciosas nos infantários está relacionada com as práticas utilizadas nos cuidados às crianças e no cuidado ambiental. Por exemplo, a troca de fraldas é considerada o procedimento de maior risco para a transmissão de doenças parasitárias intestinais entre crianças e funcionários da creche.

A associação entre densidade populacional infantil no infantário e o risco de contrair doenças está bem documentado na literatura científica, principalmente relacionado com o número de crianças por sala.

Por outro lado, a transmissão de doenças nos infantários também está relacionada com a conduta diante das crianças doentes e da intensificação das rotinas de limpeza, face aos casos de doença infeciosa.

Há evidência científica de que a lavagem apropriada reduz a contaminação das mãos e o risco de disseminação de doenças infeciosas. De facto, intervenções para promover a lavagem das mãos são custo-efetivas, e estima-se que possam salvar milhões de vidas, com grande impacto na saúde pública.

Os principais fatores de risco identificados nas investigações científicas e as respetivas medidas de controlo estão explanados na tabela abaixo.

 

Tabela 1 – Sumário dos principais fatores de risco e medidas de controlo das doenças transmissíveis nos infantários (adaptado de Nesti & Goldbaum, 2007, p.306)

Fatores de risco

 

Medidas de controlo

Número de crianças por sala

Respeitar a legislação/normas que referem o número máximo de crianças por sala

Crianças cuidadas em conjunto independente da faixa etária

 

Crianças separadas em grupos por faixa etária.

Estado vacinal desatualizado

 

Normas e monitorização da vacinação de crianças e funcionários

Uso de fraldas de pano

 

Utilização de fraldas descartáveis

Fraldas usadas sem roupas sobre as mesmas (maior contaminação ambiental)

 

Utilização de roupas sobre as fraldas

Contaminação das mãos após determinadas atividades (uso da casa de banho, troca de fraldas, assoar o nariz)

 

Rotina da lavagem das mãos, com orientação para os momentos em que a lavagem deve acontecer

Contato com sangue e secreções

 

Uso de precauções padrão

Trocar de fraldas

 

Rotina de troca de fraldas para diminuir o risco de entrar em contato com urina e fezes

Troca de fraldas e manuseio de alimentos realizados pela mesma pessoa

 

Funcionários não acumulam funções de trocar fraldas e preparar e manipular alimentos

Contaminação da superfície onde ocorre a troca de fraldas

 

Área de troca independente e desinfetada após cada uso, com encaminhamento adequado das fraldas usadas

Contaminação ambiental

 

Rotina de limpeza de superfícies

Contaminação de brinquedos

 

Rotina de limpeza de brinquedos

 

Face ao impacto das doenças infeciosas como causa de mortalidade e morbilidade na primeira infância, ao aumento e utilização crescente de infantários na atualidade, e da evidência do aumento de risco para contraírem doenças associada à frequência crescente de infantários, são fundamentais o estabelecimento de medidas de prevenção e controlo da transmissão de doenças nesse ambiente específico, no sentido de minimizar o risco para a saúde das crianças e para as pessoas que com elas convivem. A sensibilização e treino dos funcionários dos infantários, bem como a orientação dos pais e o envolvimento dos vários agentes de saúde, são necessários e imprescindíveis para a existência e monitorização de bons programas de prevenção e controlo de infeções.

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