Serra Leoa é agora país com mais casos
O número de mortos da epidemia de Ébola nos três países mais afectados da África ocidental elevou-se para 6.331, num total de...

A Serra Leoa é agora o país que conta com mais pessoas infectadas pelo vírus Ébola, com 7.798 contabilizadas, enquanto a Libéria conta com 7.719.

O balanço anterior, datado de 02 de dezembro, apontava para 6.070 mortos, num total de 17.145 pessoas infectadas pelo vírus.

A epidemia, a mais grave desde a identificação do vírus, em 1976, começou na Guiné-Conacri, em dezembro de 2013.

A 06 de dezembro, estavam contabilizados 1.412 mortos, num total de 2.283 casos registados na Guiné-Conacri.

No Mali, o ultimo país afectado pelo vírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou oito casos, que causaram seis mortos.

Em 2015
A cidade de Viana do Castelo vai dispor, a partir de fevereiro de 2015, de um centro especializado em demências, fruto da...

Segundo o secretário da Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, a estrutura, que terá capacidade para acolher até 20 utentes, vai ser criada num imóvel onde já funcionou uma creche, e que se encontrava devoluto.

O edifício vai ser sujeito a "pequenas obras de adaptação", processo que deverá ser "célere", já que "não necessita de licenciamento" e terá "custo reduzido".

"O edifício já dispõe de condições para funcionar nas novas funções, mas interiormente precisa de pintura e limpeza", explicou Albino Ramalho.

O protocolo de cooperação entre as duas instituições vai ser assinado na sexta-feira, às 11:00, nas instalações da Santa Casa, em pleno centro histórico da cidade de Viana do Castelo.

De acordo com a Misericórdia, trata-se da primeira unidade da região com intervenção especializada em diversas demências, “incluindo a modalidade ‘Snoezelen', uma terapia à base de estimulação sensorial, orientada para pacientes com a doença de Alzheimer".

O novo serviço vai funcionar como centro de dia e vem, segundo a Santa Casa, "preencher uma lacuna existente no distrito".

Em Viana do Castelo, a associação “Hope” integra outra iniciativa destinada a apoiar a pessoas com problemas de memória ou demência, os seus familiares ou cuidadores.

Trata-se do "Café Memória", que começou a funcionar na cidade em novembro, nos quartos sábados de cada mês, numa iniciativa da Associação Alzheimer Portugal em parceria com o grupo Soane Sierra e com o apoio da Câmara Municipal local.

Consiste num ponto de encontro destinado a pessoas com problemas de memória ou demência, bem como respectivos familiares e cuidadores para a partilha de experiências e suporte mútuo, com o acompanhamento de profissionais de saúde ou de acção social.

O "Café Memória" de Viana do Castelo, o primeiro da região Norte, pretende também "sensibilizar a comunidade para a relevância crescente do tema das demências e envolvê-la na prossecução da sua missão, nomeadamente, através da prática de voluntariado".

UE anuncia
A Comissão Europeia anunciou ontem um novo financiamento de 60,5 milhões de euros para combater o surto de vírus Ébola em...

O anúncio foi feito pelo comissário europeu para a Cooperação Internacional, Neven Mimica, durante uma visita à Guiné-Conacri, um dos países cujo governo via receber directamente apoio - tal como o da Libéria - para ajudar a lidar com o impacto económico do surto de Ébola.

A Guiné-Conacri vai receber uma ajuda no valor de 11 milhões de euros e a Libéria 14 milhões, neste âmbito.

O envelope financeiro inclui ainda outros 20 milhões para apoiar o plano de saúde lançado em 2013 para fazer face à epidemia na Guiné-Conacri.

A Guiné-Bissau partilha com o Mali, o Burkina Faso, o Togo, a Costa do Marfim e a Mauritânia uma verba de 11 milhões de euros para investimento na prevenção da febre hemorrágica.

Um total de 4,5 milhões de euros destinam-se a custear a prevenção de violência e a reduzir tensões que possam surgir em zonas fronteiriças dos países afectados.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a 28 de novembro, havia 2.155 casos de Ébola na Guiné-Conacri, com 1.312 mortos, 7.635 casos na Libéria, com 3.145 mortos, e 7.109 na Serra Leoa, com 1.530 vítimas mortais.

Guiné-Conacri
Dois médicos portugueses partiram recentemente para a Guiné-Conacri para reforçar as equipas que combatem o Ébola naquele país,...

Em comunicado, este Ministério deu conta de que o ministro Paulo Macedo esteve sábado reunido com o ministro da Saúde da Guiné-Conacri, Rémy Lamah, que esteve em Portugal numa visita particular.

“O combate ao vírus do Ébola foi um dos temas abordados neste encontro”, que contou ainda com a presença do Director Geral da Saúde, Francisco George, e de Paula Dias Almeida, da direcção do Infarmed.

De acordo com o comunicado, Rémy Lamah abordou a participação de Portugal no combate à epidemia provocada pelo vírus Ébola, nomeadamente “o tipo de apoio a ser prestado pelas instituições portuguesas de saúde”.

“Portugal endereçou um convite para que uma delegação daquele país da costa ocidental de África visite os centros portugueses que estão preparados para dar resposta ao Ébola, no quadro do plano de contingência estabelecido pelas autoridades nacionais”, prossegue o comunicado.

A Guiné-Conacri, bem como a Serra Leoa e a Libéria, é um dos três países mais afectados pelo surto de Ébola que começou em fevereiro e já provocou mais de 5.000 mortos.

Quinta do Pisão
Escondida entre árvores e ribeiras, em pleno Parque Natural de Sintra-Cascais, a Quinta do Pisão é a morada de 340 pessoas com...

Rita Valente é a actual coordenadora dos serviços sociais e há 30 anos que cuida dos 275 homens e 65 mulheres a quem foram diagnosticadas doenças psiquiátricas e que estão ali internados. Sabe o nome de todos e todos a conhecem também.

"Professora", "tia", "mãe" é como a chamam, repetidamente, quando atravessa o pátio onde todos passeiam. Rita fala com todos, cumprimenta os que lhe estendem a mão, deixa-se abraçar.

"Para mim não é um trabalho. É um privilégio. Estas pessoas dão-nos imensas coisas. Estão sempre agradecidas. A família deles, muitas vezes, somos nós e são muito gratos por aquilo que lhes fazemos", contou à agência Lusa.

A coordenadora explicou que há casos muito frágeis, de "extrema dependência" e que exigem uma interação muito próxima de todos os que ali trabalham, para dar de comer, mudar fraldas, ou simplesmente para conversar. Por este motivo, não lhe restam dúvidas: "é um trabalho feito com o coração".

Para a directora do Centro de Apoio Social do Pisão (CASP), Anabela Gomes, gerir um espaço assim é "um desafio diário", até porque, contou, há cada vez mais casos e de pessoas mais jovens.

"De há 11 anos para cá que estou na direcção sinto que a população que vem tem outros recursos, de formação e académicos e necessidades terapêuticas. Há cada vez mais casos e mais jovens, daí que as nossas necessidades estejam também a mudar", contou.

A responsável alertou também para o aparecimento de pessoas com toxicodependência, que são, muitas vezes, pessoas violentas.

"São casos que estão a aparecer e que não recebíamos há uns tempos, mas agora recebemos, talvez porque as respostas na Saúde estão com mais dificuldades", lamentou Anabela, sublinhando, por isso, a necessidade urgente de mais recursos humanos.

O apelo é partilhado pela provedora da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, que gere o espaço.

Isabel Miguéns disse que o CASP "não é nenhum caixote do lixo", que recebe as pessoas que outras entidades não podem cuidar.

"Nós não temos condições de receber aqui pessoas violentas e com doenças transmissíveis, porque depois há também pessoas muito frágeis e nós não temos recursos para estas situações", disse.

A provedora lamentou ainda que Quinta do Pisão, localizado no Parque Natural Sintra-Cascais, não possa ser aproveitada.

"É um pouco maldade que um espaço tão grande (340 hectares) não tenha retorno para esta comunidade a precisar tanto dos seus recursos. Eu queria, por exemplo, fazer um ginásio, mas não podemos fazer nada porque é área protegida", referiu.

Às pessoas que se dedicam a ajudar os doentes, Isabel Miguéns sabe que o segredo é "gostar e esquecer os problemas".

"Não somos nós que estamos numa secretária que fazemos alguma coisa. Ajudamos, mas não fazemos nada", reconheceu.

Após avaliação pedida pela tutela
A remodelação das urgências do hospital das Caldas das Rainha, deve avançar depois de realizada uma avaliação prévia pedida...

Em comunicado enviado à agência Lusa, o Centro Hospitalar do Oeste (CHO) anunciou ter sido assumido pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, “o compromisso para, cumpridas avaliações prévias, avançar com as obras necessárias para o alargamento da urgência” do hospital das Caldas da Rainha, no concelho de Leiria.

Segundo o documento, o compromisso foi assumido durante uma visita de trabalho do governante ao hospital, que, em conjunto com as unidades de Torres Vedras e Peniche, forma o CHO.

Na reunião com o Conselho de Administração (CA), “foram abordadas as várias matérias da gestão hospitalar, do equilíbrio económico e financeiro, com realce para a actividade assistencial em geral e para o Programa de Prevenção da Gripe Sazonal”, segundo o comunicado.

Em concreto, acrescenta o documento, “foram analisados os principais desafios que se colocam ao CHO, entre os quais a necessidade de alargamento e requalificação do serviço de urgência médico-cirúrgica da unidade das Caldas da Rainha e a necessidade de reforço orçamental e do quadro de pessoal em várias áreas, nomeadamente em diversas especialidades médicas”, entre as quais a obstetrícia e a psiquiatria, cuja única médica pediu a exoneração da função pública.

De acordo com a administração do CHO, o ministro “foi sensível às diversas questões colocadas, perspectivando-se a possibilidade de a curto prazo serem desbloqueadas algumas das situações pendentes”, entre as quais o alargamento das urgências, cujo funcionamento foi considerado “caótico” pela Ordem dos Enfermeiros (OE).

A OE alertou, em março deste ano, para a permanência de cerca de 40 macas nos corredores do serviço que, em períodos de maior procura, não tem capacidade de internamento de todos os doentes.

No final de novembro foram criadas mais dez camas para internamento das urgências no Hospital de Peniche, mas, ainda assim, a administração reforçou ao governante a necessidade de alargamento do serviço, o que implica um investimento superior a um milhão de euros.

O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais das Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras, e abrange, além destas, as populações de Óbidos, Bombarral, Cadaval, Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra, servindo mais de 292.500 pessoas.

Em doentes que não receberam quimioterapia prévia
Enzalutamida reduziu significativamente o risco de progressão radiográfica ou morte em 81% quando comparado com placebo, bem...

A Astellas Pharma anuncia que a Comissão Europeia aprovou a alteração da Autorização de Introdução no Mercado de enzalatumida (nome comercial XTANDI).1 Enzalutamida está agora aprovada na Europa para o tratamento de doentes com cancro da próstata metastático resistente à castração (CPRCm) assintomáticos ou ligeiramente sintomáticos após insucesso da terapia de privação androgénica, para os quais a quimioterapia não é ainda clinicamente indicada.[i]

“Enzalutamida constitui uma opção viável de tratamento para uma população alargada de homens com CPRCm, independentemente da idade, ou de tratamento prévio com quimioterapia, o que permite um período significativo de tempo no qual os homens tenham a sua doença controlada sem a necessidade de quimioterapia”, disse o Professor Bertrand Tombal, MD, PhD, Presidente da Divisão de Urologia e Professor de Psicologia, da Université Catholique de Louvain (UCL) e investigador principal do estudo PREVAIL. “A decisão da Comissão Europeia de aprovar a enzalatumida, uma alternativa eficaz e bem tolerada à quimioterapia, é um marco muito importante para os homens com cancro da próstata após progressão.”

A aprovação da alteração da Autorização de Introdução no Mercado é baseada nos resultados do ensaio clínico de fase III PREVAIL que demonstra que a enzalutamida melhora os resultados para os homens com cancro da próstata avançado que não receberam quimioterapia.[ii]

De acordo com os resultados do ensaio clínico PREVAIL, a enzalutamida reduz o risco de morte em 29% (HR=0,71; p<0,001) e o risco de progressão radiográfica ou morte em 81% (HR=0,19; p<0,001), comparativamente a placebo. Os homens tratados com enzalutamida obtiveram um atraso de 17 meses no tempo de início da quimioterapia quando comparado com placebo (28,0 meses versus 10,8 meses, respectivamente; HR=0,35; p<0,001).2

Os efeitos adversos clinicamente mais relevantes de entre a população tratada com enzalutamida comparativamente aos doentes tratados com placebo no ensaio clínico PREVAIL incluíram fadiga, afrontamentos e hipertensão. A hipertensão foi observada em 13% dos doentes tratados com enzalutamida versus 4% dos doentes tratados com placebo. Efeitos adversos cardíacos grau 3 ou superior foram reportados em 3% dos doentes tratados com enzalutamida versus 2% dos tratados com placebo. Um doente (0,1%) de 871 doentes tratados com enzalutamida, e um doente (0,1%) de 844 doentes que receberam placebo tiveram uma convulsão.2

Enzalutamida foi aprovada pela Comissão Europeia em Junho de 2013 para o tratamento de homens adultos com CPRCm cuja doença tenha progredido durante ou após o tratamento com docetaxel.[iii] A nova indicação torna a enzalutamida acessível a homens aos quais a quimioterapia ainda não é clinicamente indicada. A Astellas espera lançar a enzalutamida em doentes que não tenham recebido tratamento com quimioterapia prévia nos primeiros países Europeus, incluindo Reino Unido, a partir de Dezembro de 2014.

 

Sobre o ensaio clínico PREVAIL

O ensaio clínico PREVAIL, de fase III, aleatorizado, com dupla ocultação, controlado com placebo, multinacional, envolveu mais de 1700 doentes em centros de investigação dos EUA, Canadá, Europa, Austrália, Rússia, Israel e Ásia, incluindo Japão. O ensaio clínico incluiu doentes que ainda não tinham recebido tratamento prévio com quimioterapia e cuja doença progrediu após tratamento com análogo LHRH ou após orquitectomia. Os objectivos co-primários deste estudo foram a sobrevivência global e a sobrevivência livre de progressão radiográfica. O estudo foi desenhado para avaliar a eficácia da enzalutamida na dose de 160 mg, uma vez ao dia, por via oral comparativamente a placebo.2

 

Sobre XTANDI(enzalutamida)

XTANDI é um inibidor da via de sinalização do receptor androgénico (RA), com toma única diária por via oral. XTANDI actua em três fases diferentes da via de sinalização do receptor androgénico:

  • Bloqueia a ligação dos androgénios[iv]
    • Inibe competitivamente a ligação dos androgénios aos receptores androgénicos[iv]
  • Impede a translocação nuclear dos RA4
    • A translocação do RA para o núcleo é um passo essencial na mediação da regulação do gene do receptor androgénico[v]
  • Afecta a ligação ao X, impedindo a modulação da expressão genética4
    • A interacção do receptor androgénico ao X é essencial para a modelação da expressão do gene5



[i] European Medicines Agency – XTANDI (enzalutamide)

[ii] Beer TM, et al. Enzalutamide in Metastatic Prostate Cancer before Chemotherapy. N Engl J Med 2014; DOI: 10.1056/NEJMoa1405095

[iii] European Medicines Agency. XTANDI (enzalutamide). Summary of Product Characteristics, 2013

[iv] Tran C, et al. Development of a second-generation antiandrogen for treatment of advanced prostate cancer. Science 2009; 324:787-790.

[iv] Tran C, et al. Development of a second-generation antiandrogen for treatment of advanced prostate cancer. Science 2009; 324:787-790 

[v] Hu R, Denmeade SR and Luo J. Molecular processes leading to aberrant androgen receptor signaling and castration resistance in prostate cancer. Expert Rev Endocrinol Metab 2010; 5 (5): 753–764

 

Ensaio clínico de fase 2, em doentes com hepatite C crónica de genótipo 4
Resultados do ensaio clínico de fase 2 demonstraram elevada taxa de resposta em doentes adultos com hepatite C crónica de...

A AbbVie (NYSE:ABBV) apresentou os resultados detalhados do seu ensaio clínico aberto de fase 2b, PEARL-I, que demonstrou que 100 por cento dos doentes com infecção crónica pelo vírus da hepatite C (VHC) de genótipo 4 (GT4) sem exposição anterior ao tratamento (n=42/42) ou com experiência prévia com interferão peguilado (pegIFN) e ribavirina (RBV) (n=49/49), atingiram taxas de resposta virológicas sustentadas às 12 semanas (RVS12) após tratamento com o novo esquema terapêutico da AbbVie mais RBV. Adicionalmente, verificou-se que 90,9 por cento dos doentes que receberam pela primeira vez tratamento alcançaram RVS12 (n=40/44) após terem sido submetidos a terapêutica sem RBV. Estes dados foram apresentados em Novembro, durante uma sessão de posters realizada no The Liver Meeting® 2014, uma iniciativa da American Association for the Study of Liver Diseases, que decorreu em Boston.

“Cerca de 34 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com hepatite C crónica de genótipo 4, uma população que é comum no Médio Oriente e em África, onde representa mais de 80 por cento de todos os casos de hepatite C[i]”, disse Barry Bernstein, M.D., vice-presidente responsável pelo programa de desenvolvimento de doenças infecciosas da AbbVie. “Os dados do PEARL-I representam mais um passo importante na concretização do nosso compromisso para o avanço do conhecimento científico na hepatite C, com o objectivo de proporcionar opções de tratamento para o maior número possível de doentes.”

O estudo PEARL-I avaliou a terapêutica em investigação da AbbVie, totalmente oral e livre de interferão, uma associação de dois antivirais de acção directa (ABT-450/ritonavir e ombitasvir) com e sem RBV durante 12 semanas em doentes adultos não-cirróticos com infecção crónica pelo vírus da hepatite C (VHC) de genótipos 1b (GT1b) e GT4.

Não ocorreram descontinuações devido a acontecimentos adversos no PEARL-I. Os acontecimentos adversos resultantes do tratamento mais frequentemente relatados (superiores a 15 por cento em qualquer dos grupos) foram cefaleias (29 a 33 por cento), astenia (fraqueza) (24 a 33 por cento), fadiga (7 a 18 por cento), náuseas (9 a 17 por cento) e insónias (5 a 16 por cento). Um doente apresentou uma elevação de grau 3 nas provas de função hepática (AST > cinco vezes o limite superior do normal), que foi assintomática e resolveu com continuação do tratamento. Quatro doentes com baixa dos níveis de hemoglobina (anemia) necessitaram de uma redução da dose de RBV. Contudo, nenhum destes doentes necessitou de transfusões de sangue ou medicação específica para aumentar a produção de glóbulos vermelhos. No grupo de doentes sem exposição anterior ao tratamento e sem RBV, a perda de resposta virológica durante o tratamento foi relatada num doente (2 por cento) e dois doentes (5 por cento) apresentaram recidiva após tratamento. Não foram observados insucessos virológicos nos outros braços do estudo.

 

Sobre o tratamento em investigação da AbbVie para o VHC com associação de dois antivirais de acção directa

O tratamento antiviral totalmente oral proposto pela AbbVie consiste na associação de dose fixa de ABT-450/ritonavir (150/100 mg) coformulado com ombitasvir (25 mg) numa toma diária única, coadministrado com ribavirina em duas tomas diárias, numa dosagem de 1000 mg ou 1200 mg (dependente do peso). A associação de dois antivirais de acção directa, cada um com mecanismos de acção distintos, é direccionada e inibe proteínas do VHC específicas do processo de replicação viral.

 

Programa de Desenvolvimento clínico para o VHC da AbbVie

O programa de desenvolvimento clínico para o VHC da AbbVie destina-se a alcançar avanços no conhecimento científico e nos cuidados clínicos através da investigação de um regime livre de interferão e totalmente oral, com e sem ribavirina, a fim de atingir elevadas taxas de RVS no máximo de doentes possível.

O ABT-450 foi descoberto na sequência da colaboração existente entre a AbbVie e a Enanta Pharmaceuticals (NASDAQ: ENTA) para investigação de inibidores da protease do VHC e regimes que incluem inibidores da protease. O ABT-450 está a ser desenvolvido pela AbbVie para utilização em associação com outros medicamentos experimentais da AbbVie para o tratamento do VHC.

 

Informações de segurança de Ribavirina e Ritonavir

A ribavirina e o ritonavir não estão aprovados para uso investigacional acima discutido. Como tal, não se devem nem podem ser extraídas conclusões no que concerne à segurança ou eficácia destes fármacos nesta utilização.

Existem considerações especiais relativas à segurança que devem ser tidas em consideração aquando da prescrição destes fármacos em populações aprovadas.

O ritonavir não pode ser usado com determinados medicamentos, devido à existência de interacções medicamentosas significativas, nem em doentes com hipersensibilidade conhecida ao ritonavir ou a qualquer um dos seus excipientes.

A monoterapia com ribavirina não é eficaz no tratamento da infecção crónica pelo vírus da hepatite C, não podendo ser usada sozinha para este fim. A ribavirina provoca efeitos teratogénicos significativos, e está contra-indicada em mulheres grávidas ou a amamentar, bem como em homens cujas parceiras estejam grávidas. A ribavirina está contra-indicada em doentes com história prévia de doença cardíaca grave, disfunção hepática grave ou cirrose descompensada, hepatite auto-imune, hemoglobinopatias e em associação com peginterferão alfa-2a em doentes co-infectados por VIH/VHC com cirrose e pontuação de Child-Pugh ≥6.




[i] Khattab MA, et al. Management of hepatitis C virus genotype 4: Recommendations of an International Expert Panel. J Hepatol. 2011; 54: 1250–1262

 

Dirigente da Ordem dos Enfermeiros afirma:
Um dirigente da Ordem dos Enfermeiros afirmou que os portugueses vão cada vez menos às urgências, mas com situações clínicas...

A denúncia partiu do presidente da secção regional do sul da Ordem dos Enfermeiros, Alexandre Tomás, com base num levantamento efectuado por este organismo no passado mês de Setembro, que analisou dados desse mês nos últimos quatro anos.

Este estudo, que será divulgado em Janeiro, analisou as situações em nove unidades de saúde, das quais seis são hospitais.

“Hoje, as pessoas recorrem ao serviço de urgência numa fase mais tardia da sua situação de doença. Estamos a falar daquela população idosa, com várias patologias e doenças crónicas, e que atrasa a ida à urgência, devido a um conjunto de custos associados – não só as taxas moderadoras” – a uma ida ao serviço de urgência.

O enfermeiro alerta para as “carências financeiras” que afectam esta população e que dificultam a acessibilidade aos cuidados de saúde.

“Verificamos isso todos os dias nos serviços de urgência, mas também verificamos no âmbito dos cuidados de saúde primários. Há pessoas que estão em casa e que precisavam de cuidados domiciliários, consultas e acompanhamento de enfermeiros, mas as equipas não têm recursos para poder responder a estas necessidades”, adiantou.

Uma situação que, segundo Alexandre Tomás, não deverá mudar com o Orçamento do Estado para 2015, já aprovado, e que não contempla soluções. O orçamento para a Saúde foi, aliás, o motivo da conferência de imprensa que juntou os presidentes das secções regionais do sul das ordens dos Enfermeiros e dos Médicos.

“As expectativas são, de facto, de incapacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para responder ao que é um desafio civilizacional que é de garantia de acesso aos cuidados de saúde seguros e com qualidade”, disse Alexandre Tomás. Também para Jaime Mendes, que preside à secção regional do sul da Ordem dos Médicos, as expectativas são “más”.

“Um reforço de orçamento para a saúde de 0,6% é praticamente zero”, disse. Na sua opinião, “o SNS vai continuar a ser sub-financiado e entre o que está previsto para gastar na saúde e o que se orçamenta há uma diferença de mais de 700 milhões de euros”. “Das duas, uma: ou se aumentam as taxas moderadoras para colmatar esse défice, ou ficará para dívidas aos fornecedores”, avançou.

Jaime Neves alertou para o que acredita serem as reais intenções do governo: “Eles não têm coragem de dizer que querem acabar com o SNS, deixá-lo para os pobres e entregar aos grupos privados”.

Epidemiologista de Coimbra defende
O epidemiologista Massano Cardoso defendeu, em Coimbra, a necessidade de se rever a legislação sobre publicidade às bebidas...

Ao realçar a importância de "minimizar um dos mais graves problemas de saúde pública", Massano Cardoso reconheceu que os efeitos nefastos da ingestão excessiva de álcool "começam a ser alvo das atenções dos próprios industriais que, serodiamente, vêm defendendo a necessidade de consumos moderados".

Esta preocupação, "contemplada nos cartazes e noutro tipo de publicações, poderá ter algum impacto e antecipa um conjunto de normativos comunitários destinados a reduzir" o consumo de bebidas alcoólicas e as suas consequências na sociedade, "com particular incidência nos jovens em formação", afirmou.

O director do Instituto de Higiene e Medicina Social da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra proferia uma conferência sobre o consumo do álcool em diferentes civilizações, desde a pré-história, integrada nas comemorações dos 50 anos da Unidade de Alcoologia de Coimbra.

Em Portugal e noutros países, o alcoolismo "atinge foros de calamidade, traduzidos no elevado número de doentes, de mortos e de conflitos de vária espécie, além de ser um factor de empobrecimento colectivo", alertou. O vinho, tal como outras bebidas alcoólicas, "nasceu como medicamento e alimento", mas transformou-se ao longo dos séculos "numa das maiores preocupações" dos povos. "Quando se associam interesses económicos com o prazer do espírito, criam-se as condições únicas para criar pragas mortíferas", disse Massano Cardoso.

As medidas legislativas "vão ainda contrabalançando o problema", só que o ser humano, "na sua perspectiva hedonista, não desperdiça nenhum alimento do espírito, do qual as bebidas alcoólicas fazem parte". "As limitações ou mesmo a proibição da publicidade, em determinados contextos, pode contribuir para equilibrar a situação", recomendou o professor catedrático.

Limitar o consumo de álcool "em determinadas circunstâncias é salutar" e mesmo "ninguém põe em causa", como já acontece na condução rodoviária ou no local do trabalho.

No entanto, "o poder dos lóbis deste sector da economia é muito poderoso e (…) não deixarão de utilizar todas as espécies de argumentos para travar e adiar medidas legislativas" que visem aquele objectivo.

Ao prever que a taxa de alcoolemia no país "irá sofrer uma redução", Massano Cardoso disse que importa levar os produtores e os consumidores de álcool "a adaptarem-se a uma nova realidade" neste domínio. "Isto de andar na estrada, sobretudo em Portugal, é um perigo real de morte. O civismo não é passível de decreto, mas a taxa de alcoolemia é", acrescentou.

Outro problema de saúde pública "é o consumo de álcool pelas raparigas, fenómeno preocupante devido às diferenças metabólicas e ao impacto na saúde de quem tem a responsabilidade de assegurar a reprodução". O epidemiologista salientou "a emergência de doenças relacionadas com o álcool no sexo feminino como nunca se viu" e disse que o alcoolismo juvenil vai ter "implicações muito graves no futuro".

Legionella:
Os primeiros casos de 'legionella' do maior surto em Portugal foram conhecidos a 07 de Novembro. Um mês depois...

O surto, o terceiro com mais casos em todo o mundo, foi considerado extinto a 21 de Novembro, no final da última reunião da 'taskforce' criada para acompanhar o assunto, com entidades da saúde, ambiente ou meteorologia, quando o ministro da Saúde realçou a resposta dos hospitais que "trataram mais de 300 pneumonias".

Com a divulgação de resultados laboratoriais a apontar para uma relação entre as bactérias recolhidas em doentes para análise e aquelas encontradas numa torre de refrigeração da empresa Adubos de Portugal, e com o caso a passar para a Procuradoria-Geral da República, o segredo de justiça é o argumento de algumas entidades, como a Inspecção-Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (IGAMAOT), para não se falar sobre o desenvolvimento do processo.

No início, dava-se conta da entrada de 13 pessoas no Hospital de Vila Franca de Xira com sintomas que apontavam para episódios provocados pela bactéria 'legionella', mas relacionavam as situações com o facto de todas terem bebido água.

O número de casos foi aumentando e os doentes apareciam em vários pontos do país e mesmo no estrangeiro, tendo como ponto em comum a passagem pela região de Vila Franca de Xira, nomeadamente nas freguesias de Forte da Casa e da Póvoa de Santa Iria, tendo sido accionado um plano de contingência. Perante a preocupação dos habitantes, foi esclarecido que a doença do legionário, provocada pela 'legionella pneumophila', não é transmitida por se beber água, contraindo-se pela inalação de gotículas de vapor de água contaminada de dimensões muito pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

O director-geral da Saúde, Francisco George, aconselhou, por isso, as pessoas a não tomar duches nem utilizar hidromassagens ou jacuzis até que fosse identificada a fonte da infecção, mas garantiu ser seguro consumir água da rede pública.

No entanto, como medida de prevenção, os reservatórios de Vila Franca de Xira foram desinfectados e a água que abastece as zonas mais afectadas foi tratada com cloro.

Como alguns especialistas esclareceram, a infecção pela 'legionella' está associada a uma deficiente manutenção de aparelhos de ar condicionado ou equipamentos de refrigeração de unidades industriais, por exemplo, criando-se as condições ideais para a bactéria se multiplicar e atingir um grau de concentração que pode ser prejudicial à saúde, ou mesmo causar a morte a pessoas mais fragilizadas.

Sem saber a origem da contaminação, e com a estimativa de que a primeira exposição terá sido anterior a 18 de Outubro, foi anunciado e encerramento de piscinas públicas e balneários da região, assim como das principais torres de refrigeração de empresas, ao mesmo tempo que eram feitas vistorias pelas autoridades de saúde em locais públicos, como centros comerciais e hotéis.

Os técnicos da IGAMAOT realizaram acções extraordinárias de fiscalização em algumas empresas, tendo o grupo sido restringindo a cinco, entre as quais a Solvay, a DanCake e a Adubos de Portugal.

Ao longo das semanas, foram várias as críticas vindas de especialistas, associações profissionais, ambientalistas e partidos políticos da oposição. Na área do Ambiente, as principais referem que, devido à alteração da legislação, desde Novembro de 2013 que não se fazem auditorias à qualidade do ar interno nos edifícios, e que com a crise económica, as acções de fiscalização foram reduzidas.

Este surto foi considerado uma "grande emergência de saúde pública" pela Organização Mundial de Saúde

Por despesas de saúde
A Assembleia Legislativa da Madeira quer que o Estado pague ao Governo Regional 3,7 mil milhões de euros referentes a despesas...

Uma resolução da Assembleia Legislativa da Madeira, aprovada em Novembro e hoje [5 de Dezembro] publicada, refere que “desde 1976 que a Constituição da República Portuguesa prevê um Serviço Nacional de Saúde (SNS) para todo o território nacional, arquipélagos incluídos, e que as Regiões dispõem das receitas fiscais nelas cobradas” e lembra que "a regionalização dos serviços de saúde na Madeira foi feita pelo Estado".

O texto da Assembleia Legislativa sublinha, no entanto, que "os diplomas legislativos nacionais que procederam a tal transferência de atribuições e responsabilidades para a Região Autónoma da Madeira não previram qualquer transferência de verbas para suportar os serviços públicos de saúde” no arquipélago.

Na região norte
O Centro Hospitalar de S. João e os Agrupamentos de Centros de Saúde Porto Oriental e de Maia-Valongo estão envolvidos num ...

O director do Serviço de Endocrinologia do Centro Hospitalar de S. João, Davide Carvalho, explicou que este projecto, denominado “Caminhe sempre com os dois pés”, pretende implementar critérios para “uma referenciação directa para a consulta do pé diabético no hospital, com triagem eficaz, proveniente do centro de saúde, com tempos máximos de resposta”.

“Para isso, será necessário apostar na formação prática dos profissionais dos centros de saúde primários, optimizar os recursos existentes e dotar as unidades do Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) de equipamentos necessários à realização da primeira consulta”, acrescentou.

Para a directora executiva do ACES Porto Oriental, Dulce Pinto, este projecto irá “não só melhorar a referenciação directa dos doentes com pé diabético para a consulta do hospital, obtendo uma resposta em tempo útil às situações com maior gravidade e urgência de resposta, como optimizar o seguimento do doente não grave no centro de saúde”.

“No fundo, o desafio é melhorar a gestão de cuidados do doente diabético”, sublinhou.

A longo prazo, a implementação deste projecto tem como metas aumentar a percentagem de doentes referenciados à consulta do pé diabético, bem como incrementar o registo do risco de ulceração do pé e de diabéticos com úlceras activas do pé.

Melhorar a proporção de utentes diabéticos com observação do pé e diminuir custos inerentes aos internamentos relacionados com o pé diabético, além de baixar a incidência de amputações major dos membros inferiores, são outros objectivos de longo prazo.

O projecto “Caminhe sempre com os dois pés” integra-se no programa “Boas Práticas de Governação”, uma iniciativa da farmacêutica Novartis, em parceria com a Universidade Nova de Lisboa. O programa possibilita aos ACES e aos hospitais desenvolver a formação dos seus profissionais ao nível das competências de gestão e implementar projectos considerados relevantes para a comunidade de utentes beneficiando de apoio técnico especializado.

Este ano, o programa tem como tema “Caminhos para a Articulação” e pretende criar as condições para a implementação de projectos de inovação, promovendo o desenvolvimento de boas práticas que fomentem uma maior articulação entre os cuidados de saúde primários e hospitalares, que possam trazer melhorias efectivas para o doente.

www.elearning-sppneumologia.pt
É no âmbito da formação Pós-Graduada da Escola de Pneumologia que a Comissão de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de...

Aberta a todos os profissionais com interesse numa intervenção activa na prevenção e cessação tabágica (médicos, psicólogos, enfermeiros, farmacêuticos…), esta é uma formação que se destina a dotar os formandos de um vasto leque de conhecimentos transversais a várias áreas da saúde, no que toca à intervenção breve na cessação tabágica.

Segundo Ana Figueiredo, Coordenadora da Comissão de Tabagismo da SPP “é fundamental tratar a dependência tabágica de uma forma multidisciplinar. Deixar de fumar é um processo que envolve inúmeras áreas da saúde passando pela pneumologia, psicologia até à nutrição”. Para este grupo de trabalho da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) “é necessário questionar todos os fumadores quanto aos seus hábitos tabágicos e mobilizar as várias classes profissionais de saúde e educação para um trabalho baseado na motivação e orientação dos fumadores para as consultas de cessação tabágica.”

Apesar da prevalência do tabagismo em Portugal se manter abaixo da média europeia, os últimos dados nacionais apontam para que mais de um quarto da população acima dos 15 anos fume regularmente. O Plano Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, lançado pela Direcção-Geral da Saúde em 2012, contempla num dos seus eixos estratégicos “promover e apoiar a cessação tabágica”. No entanto, o número de consultas de cessação tabágica a funcionar tem sofrido uma redução marcada nos últimos anos, passando de 223 em 2009 para 116 em 2013. Esta tendência só poderá ser invertida com um investimento na formação de novos profissionais, não apenas pneumologistas, que se dediquem à intervenção em tabagismo, quer breve quer intensiva.

Para Carlos Robalo Cordeiro, Presidente da SPP, “a luta contra o tabagismo tem sido uma das preocupações da SPP que tem mobilizado todos os meios para levar a cabo as mais eficazes políticas de prevenção das doenças respiratórias que têm no tabaco a principal causa. É através destes cursos e da Escola de Pneumologia que  procuramos dinamizar a aprendizagem em áreas cognitivas e promover a aquisição de capacidades e competências técnicas, com a finalidade de melhorar o exercício profissional e a qualidade de prestação de cuidados na área respiratória.” As inscrições encontram-se abertas a partir de www.elearning-sppneumologia.pt

 

Sobre a Comissão de Tabagismo da SPP:

A Comissão de Tabagismo existe desde 1992, dela fazem parte 64 pneumologistas. Ao longo de mais de 20 anos a Comissão de Tabagismo foi crescendo e actuando em áreas tão distintas como a prevenção, formação, elaboração de normas de actuação no Tabagismo adaptadas à realidade nacional, realização de acções de formação para pessoal de saúde. O objectivo principal desta comissão é ajudar a controlar e tratar a epidemia do tabagismo em parceria com outras sociedades ou organismos envolvidos nesta área.

 

Investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência
Uma equipa de investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência descobriu que uma bactéria benéfica do intestino produz açúcar...

Segundo a investigação, liderada por Miguel Soares, o parasita da malária, o "Plasmodium", expressa uma molécula de açúcar, a "alfa-gal", que também se manifesta na superfície de uma estirpe da bactéria "E.coli", que existe também no intestino humano saudável. A molécula induz uma "resposta imune muito forte que protege contra a malária", afirmou à Lusa o investigador-principal.

Numa experiência com ratinhos, Bahtiyar Yilmaz, aluno do programa de doutoramento do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) no laboratório de Miguel Soares, verificou que a expressão da "alfa-gal" pelas estirpes benéficas de "E.coli", quando existentes no intestino, "é suficiente para induzir a produção de anticorpos naturais anti-alfa-gal, que reconhecem a mesma molécula de açúcar na superfície do Plasmodium", refere uma nota do instituto.

Os anticorpos ligam-se à molécula de açúcar na superfície do parasita imediatamente após a sua propagação à pele através do mosquito que transmite a malária, explica o IGC, acrescentando que o parasita morre antes de conseguir sair da pele.

"O efeito protector é tal que, quando presentes em altos níveis no momento da picada do mosquito, os anticorpos anti-alfa-gal conseguem impedir que o parasita transite da pele para a corrente sanguínea, e, ao fazê-lo, bloqueiam a transmissão da malária", assinala a mesma nota.

Na experiência, quando eram vacinados contra uma molécula sintética de açúcar "alfa-gal", que, de acordo com os investigadores, é fácil de fabricar a custos baixos, os ratinhos produziam "elevados níveis" de anticorpos anti-alfa-gal "altamente protectores contra a transmissão de malária por mosquitos".

A produção de uma vacina deste tipo seria, para Miguel Soares, promissora, sobretudo para crianças das regiões endémicas da malária, com menos de 3 anos, que "são muito susceptíveis à doença", porque, a seu ver, provavelmente "não têm uma resposta imunitária" tão vincada como a dos adultos.

A equipa chefiada por Miguel Soares, em colaboração com uma outra, dos EUA e do Mali, concluíra que numa região endémica de malária, no Mali, pessoas que apresentam níveis mais baixos de anticorpos contra a molécula de açúcar "alfa-gal" são também as mais propensas a ter a doença.

O estudo, que é publicado na revista Cell, foi realizado pelo Instituto Gulbenkian de Ciência, em parceria com o Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Lisboa, o Instituto Nacional para as Alergias e Doenças Infecciosas de Maryland, nos EUA, e as universidades de Melbourne (Austrália), Chicago (EUA) e de Bamako (Mali).

O trabalho foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, pelo Conselho Europeu de Investigação e pala Fundação Bill e Melinda Gates.

“Portugal – Saúde Mental em Números 2014”
Especialistas em saúde mental alertaram para o excesso de prescrição e prescrição errada de psicofármacos, considerando que...

O alerta foi deixado durante a apresentação do relatório “Portugal – Saúde Mental em Números 2014”, que revela que “a intervenção psicofarmacológica” é a “resposta predominante, mesmo nas situações em que não está particularmente indicada”.

O psiquiatra Álvaro de Carvalho, coordenador do Programa Nacional para a Saúde Mental e responsável pelo relatório, manifestou-se “muito preocupado” com o facto de “pessoas com perturbações do humor consumirem mais benzodiazepinas [ansiolíticos] do que anti-depressivos”, quando deveria ser ao contrário.

Dados de 2013 relativos ao consumo de psicofármacos revelam que entre os entrevistados com “qualquer perturbação de humor”, 50% das mulheres e 31,8% dos homens tomaram benzodiazepinas, enquanto apenas 38,2% de mulheres e 25,5% dos homens tomaram anti-depressivos.

O relatório indica ainda que o consumo de ansiolíticos desceu em 2011, mas depois voltou a subir. “Portugal é o único país em que o consumo de benzodiazepinas continua elevado e a subir”, alertou Álvaro de Carvalho.

O director do Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria, Daniel Sampaio, considerou também que o “dado mais preocupante é o uso de ansiolíticos em perturbações de humor”, já que estes são “fármacos geradores de dependência”. “O consumo de psicofármacos tem que ser avaliado”, considerou.

Segundo o relatório, Portugal é um dos países europeus com maior consumo de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos, sendo o alprazolam e o lorazepam as duas substâncias que mais se destacam e que integram o subgrupo das benzodiazepinas com maior potencial de induzirem tolerância e dependência.

Estas substâncias têm registado acréscimos anuais de consumo, contrariando a tendência verificada no resto da União Europeia, pelo que o relatório recomenda uma “análise da prática sobre a prescrição e utilização destes fármacos”.

O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde considerou, por sua vez, que “na área da prescrição de psicofármacos é preciso fazer mais e formar mais, porque algo está errado quando se prescrevem tantas benzodiazepinas”.

O governante considerou, contudo, que este é um problema alargado a outras áreas da saúde, já que também se prescrevem muitos antibióticos.

Álvaro de Carvalho chamou ainda a atenção para o “preocupante uso de estimulantes inespecíficos do sistema nervoso central em casos de pseudo-hiperatividade”.

O psiquiatra explicou, citando Allen Frances, responsável pela coordenação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), que as taxas de prevalência anual de síndromes de hiperactividade infantil (entidade formal distinta de comportamentos ocasionalmente instáveis) andam em valores médios mundiais de 2% a 3%.

No entanto, há estudos publicados na Holanda que apontam para taxas de 32% e outros, nos EUA, que entre os 11% e os 15%.

“Para além de pôr em causa a idoneidade destes valores, [Allen Frances] interroga-se sobre as consequências no funcionamento mental das crianças medicadas, precoce e continuadamente, com psicofármacos, quando chegarem a adultas”, refere Álvaro de Carvalho.

Álvaro Carvalho critica a existência de “crianças e adolescentes medicadas com metanfetaminas para supostas hiperactividades”, obtidas em “diagnósticos rápidos feitos por educadores, professores e pais” - quando “é natural que as crianças se mostrem instáveis em ambiente onde não se sentem bem” - contribuindo, muito provavelmente, para o significativo aumento de consumo do metilfenidato.

Sobre esta matéria, o relatório deixa no ar a questão: “será que esta fúria farmacoterapêutica está isenta de consequências no funcionamento mental futuro de quem é alvo passivo de decisões tão pouco prudentes?”.

Álvaro Carvalho considera que estas crianças e adolescentes têm um risco acrescido de desenvolver défices cognitivos ou doenças que possam aumentar a morbilidade e a mortalidade.

No Alentejo
Um projecto inovador de acompanhamento dos doentes com alta hospitalar pós-AVC vai “nascer” no Alentejo, numa iniciativa do...

O projecto designa-se “Seguimento Integrado do Doente com AVC” e pretende optimizar a comunicação entre os Cuidados de Saúde Primários (CSP) e os hospitais para um melhor acompanhamento de todos os doentes com alta hospitalar após Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A directora executiva do ACES do Alentejo Central, Teresa Caldas, explicou hoje à agência Lusa que a iniciativa, “pioneira a nível nacional”, está em preparação e, “se tudo correr bem”, vai ser implementada “a partir de Fevereiro” do próximo ano, numa primeira fase através de um projecto-piloto.

“Vamos arrancar com a Unidade de AVC do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) e cinco unidades do nosso lado”, disse, referindo-se às Unidades de Saúde Familiar Lusitânia (Évora) e REMO (Reguengos de Monsaraz e Mourão) e às Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados de Estremoz, Mora e Vendas Novas.

A ideia, segundo Teresa Caldas, “é muito simples, mas pode fazer a diferença para o doente”, que “passa a ir aos sítios certos na altura certa”, permitindo atingir um dos objectivos principais do projecto que é “diminuir a recorrência por AVC”.

A directora do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) explicou que, no Alentejo, “a hipertensão, a diabetes e a obesidade têm uma expressão muito forte” e existem “taxas muito altas de AVC e muitos internamentos” devido a este problema “no Hospital de Évora”. “E percebemos que, quando tinham alta do hospital, perdíamos os doentes nesta passagem, ou seja, não havia uma comunicação eficaz entre uns cuidados e outros”, disse.

Segundo a clínica, “não era dada uma notícia de alta que permitisse aos cuidados de saúde primários retomarem rapidamente o doente a seu cargo para fazerem o controlo dos factores de risco, das questões ligadas à terapêutica ou das questões de reabilitação” destas situações pós-AVC.

O novo projecto quer eliminar esta “lacuna da referenciação e da comunicação” para contribuir para a existência de “menos recaídas e re-internamentos”, adoptando uma comunicação directa entre HESE e as unidades de saúde de cuidados primários.

“O HESE vai passar a dar, 24 horas antes, a notícia de alta do doente aos cuidados de saúde primários e nós vamos agendar uma primeira consulta pós-AVC logo na primeira quinzena depois da alta, informando o hospital”, afirmou. Tal como até agora, o doente vai ser reavaliado no HESE, dois meses após a alta, mas a habitual consulta dos seis meses, caso essa avaliação do hospital assim o indique, pode passar a ser feita na unidade do ACES.

E, na área da reabilitação, o projecto prevê que o plano de intervenção proposto pelo Serviço de Fisiatria do HESE, igualmente envolvido na iniciativa, possa ser posto em prática “por fisioterapeutas do ACES”, sendo o doente avaliado numa consulta hospitalar aos três meses.

O projecto vai ser apresentado no IV Workshop de Boas Práticas de Governação, em Lisboa, e os seus promotores esperam poder alargá-lo a outras áreas alentejanas e especialidades médicas, à medida que os resultados positivos forem sendo atingidos.

Na Figueira da Foz
O projecto "Figueira Respira" pretende travar o sub diagnóstico da doença pulmonar obstrutiva crónica, que abrange...

"É um projecto de articulação entre cuidados de saúde primários e cuidados de saúde hospitalares, no âmbito da doença pulmonar obstrutiva crónica", da qual se observa, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, uma taxa de cerca de 80% de sub diagnóstico, explicou à agência Lusa Lígia Fernandes, pneumologista no Hospital da Figueira da Foz.

O projecto arranca com a ligação entre o Hospital da Figueira da Foz e os centros de saúde familiar São Julião e Buarcos, pretendendo no início intensificar o diagnóstico a fumadores e ex-fumadores, onde a prevalência da doença é "maior", disse Lígia Fernandes.

"Figueira Respira" irá centrar-se na formação de profissionais de saúde para o diagnóstico da doença, na sensibilização da população para os factores de risco, em que "há um grande desconhecimento", e na informação partilhada sobre os doentes entre centros de saúde e hospital, aclarou.

Segundo a pneumologista, quando o diagnóstico é tardio, esta doença leva a uma "muito maior limitação", "tratamento mais difícil", "redução da sobrevida [tempo de vida em estado terminal]" e possibilidade de "dependência de oxigénio".

"Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais facilmente travamos e desaceleramos a progressão da doença", sublinhou.

O maior factor de risco "é o tabagismo", por esta ser uma doença de carácter progressivo, em que a dificuldade em expirar surge como consequência de "exposição a agentes tóxicos que vão lesar os brônquios" dos pulmões, referiu Lígia Fernandes.

O projecto "Figueira Respira" está integrado no programa "Boas Práticas de Governação", da Universidade Nova de Lisboa e da farmacêutica Novartis, e é apoiado pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

Estudo
A obesidade pode reduzir em até 8 anos a esperança de vida das pessoas e em 19 o número de anos sem doenças, apurou um estudo...

Investigadores do Instituto de investigação do centro de saúde da Universidad McGill de Montreal, no Canadá, dirigido por Steven Glover, elaboraram um modelo informático da incidência de doenças segundo o peso, com dados retirados de um estudo sobre alimentação e saúde, realizado nos EUA.

Os cientistas calcularam o risco de contrair diabetes e doenças cardiovasculares para adultos com pesos diferentes, analisando depois o efeito do peso a mais e da obesidade nos anos de vida perdidos e nos anos com saúde perdidos nos adultos dos EUA, com idades entre 20 e 79 anos, comparados com pessoas com peso normal.

A investigação revelou que as pessoas com peso a mais, correspondente a um índice de massa corporal (IMC) de 26, perdiam de zero a três anos de expectativa de vida, conforme a idade e o género.

As pessoas obesas (IMC de 30) perdiam entre um a seis anos, enquanto a muito obesas (IMC de 35) tinham as suas vidas reduzidas entre um e oito anos, comparado com pessoas com um IMC ajustado à sua altura e dimensões.

Considera-se que um IMC abaixo de 18,5 indica desnutrição ou algum problema de saúde, enquanto um acima de 25 revela peso a mais. Acima de 30 há obesidade leve e de 40 obesidade pesada.

“O nosso modelo informático prova que a obesidade está associada a um risco mais alto de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes que, em média, vão reduzir drasticamente a esperança de vida das pessoas e os seus anos de vida saudável”, disse Grover.

Segundo o estudo, o efeito do peso a mais na perda dos anos de vida é maior entre os jovens com idades entre 20 e 29 anos, tendo ascendido mesmo a 19 anos em dois casos de obesidade extrema, diminuindo com a idade.

O excesso de peso reduz a esperança de vida, mas também os anos com vida saudável, definidos no estudo como os anos sem doenças associadas ao peso, como a diabetes de tipo 2 e as doenças cardiovasculares.

“O quadro está claro: quanto mais uma pessoa pesa e quanto mais jovem é, maior é o efeito na sua saúde, pois tem mais anos à frente em que os maiores riscos de saúde associados à obesidade podem ter um impacto negativo na sua vida”, disse.

Bastonário da Ordem dos Enfermeiros
O Bastonário da Ordem dos Enfermeiro lamentou que Portugal esteja a desperdiçar o conhecimento dos profissionais que forma, mas...

“Portugal, de alguma forma, tem desperdiçado os enfermeiros, ao não aplicar o conhecimento em proveito próprio, em território nacional”, afirmou o Enf. Germano Couto, ao intervir hoje, em Coimbra, na cerimónia de abertura do Colóquio Cuidar 14, que premeia projectos de melhoria da qualidade da enfermagem.

Contudo, referiu que quem permanece em Portugal «tem de dar provas do seu valor», um valor que “não pode ser deixado ao livre arbítrio das mudanças legislativas ou prazos eleitorais”.

Na sua perspectiva, a profissão da enfermagem “evoluiu de forma ímpar nos últimos 25 a 30 anos” em termos académicos e científicos.

“As boas práticas são necessárias à profissão. Uma profissão que não se fundamente em investigação e boas práticas terá dificuldade em comprovar o seu valor aos decisores políticos, à sociedade e a si mesmo”, acrescentou na cerimónia organizada pela Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiro (OE).

Aproveitou para elogiar os autores dos três trabalhos concorrentes aos prémios Cuidar 14, que distingue projectos de melhoria da qualidade dos cuidados de Enfermagem prestados aos cidadãos em instituições dos distritos de Coimbra e Leiria.

Na sua primeira edição, em 2012, o concurso Cuidar recebeu 19 candidaturas a concurso, da autoria de profissionais ligados a instituições de saúde dos distritos de Castelo Branco e Guarda. Em 2013, edição dedicada a Viseu e Aveiro, foram recebidas 34 candidaturas. Este ano foram 3 as candidaturas de Coimbra e Leiria, e todas elas foram seleccionadas como candidatas a prémio.

Na sua intervenção de abertura do colóquio o Presidente do Conselho de Enfermagem Regional do Centro, Enf. Hélder Lourenço, disse que a apresentação de apenas três candidaturas a concurso na edição deste ano dá uma “imagem pouco abonatória e não consentânea” com a realidade dos cuidados de saúde nos dois distritos.

Para a Enfª Isabel Oliveira, presidente do Conselho Directivo da SRC, independentemente do seu número, o mais importante é o valor que os projectos trazem para o sistema português de saúde.

Os “três excelentes projectos” apresentados reflectem uma resposta adequada e efectiva das necessidades das famílias e das comunidades onde estão implementados, dando um excelente contributo para a melhoria contínua da qualidade dos cuidados de enfermagem, afirmou o Enfª Hélder Lourenço,

Sobre as edições anteriores do concurso Cuidar, a Enfª Isabel Oliveira elogiou a postura dos enfermeiros, que decidiram aplicarem os prémios pecuniários recebidos a favor das instituições, e dos serviços onde trabalham, no sentido da melhoria dos cuidados que prestam às populações.

O concurso distingue anualmente três projectos, com os prémios “Excelência”, “Competência” e “Inovação”, atribuindo-lhes montantes pecuniários de 1.500, 1.000 e 500 euros, respectivamente.

“Literacia e educação terapêutica: Capacitar a pessoa com diabetes tipo2 a lidar com a sua condição de saúde”, da Unidade Cuidados de Saúde Personalizados de Eiras – Agrupamento de Centros de Saúde de Saúde do Baixo Mondego, é o único projecto este ano candidato do distrito de Coimbra.

Do distrito de Leiria foram apresentados “Aprender SBV para Salvar…Início de um Percurso”, da Urgência Pediátrica do Centro Hospitalar do Oeste, Caldas da Rainha, e “Assistência personalizada pelo Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica em Bloco de Partos”, do Bloco de Partos do Centro Hospitalar Leiria Pombal.

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