Investigação Mayo Clinic
Os macrófagos são um tipo de glóbulo branco que constitui a primeira linha de defesa do organismo contra as infeções. Para além...

Quando as células entram em senescência, deixam de se dividir, mas não morrem e nem sempre são eliminadas do organismo. Podem permanecer no organismo, acumular-se nos tecidos e segregar moléculas nocivas. É por esta razão que as células senescentes são chamadas "células zombie". A razão pela qual as células saudáveis se tornam senescentes não é bem compreendida.

Num novo estudo sobre células cancerígenas, os investigadores descobriram macrófagos senescentes que não só permaneciam no pulmão, como também promoviam o crescimento de tumores.

"Conceptualmente, a ideia de que um macrófago pode entrar em senescência e promover o crescimento de um tumor é algo inesperado", afirma Darren Baker, biólogo de células senescentes da Mayo Clinic e autor sénior do estudo. "Esta descoberta aproxima-nos um pouco mais da compreensão de como os tumores e os tipos de cancro se formam a nível celular".

Baker e os seus colegas descobriram que os macrófagos senescentes parecem bloquear o sistema imunitário, tornando-o incapaz de responder e eliminar o crescimento anormal das células. É este crescimento que causa um tumor.

"Através de diferentes experiências e análises, conseguimos distinguir entre estes macrófagos senescentes e os outros macrófagos. Descobrimos que, se os eliminarmos através de abordagens genéticas ou farmacológicas, abrandamos a formação do tumor", explica o autor principal, Luis Prieto, um pós-doutorado recentemente formado na Mayo Clinic Graduate School of Biomedical Sciences.

Os investigadores argumentaram que as células pré-cancerígenas comunicavam com as células circundantes, incluindo os macrófagos, e desencadeavam a senescência dos macrófagos. Por sua vez, as células senescentes pareciam então alterar a área à sua volta de forma a promover o crescimento do tumor.

Inicialmente, os investigadores pensaram que a remoção das células senescentes resultaria num maior número de adenomas, o tipo de tumor pulmonar estudado. Mas os resultados das primeiras experiências mostraram o contrário.

"Foi bastante desafiante, porque sempre que realizámos uma experiência, aconteceu o oposto do que esperávamos", diz Prieto. "No caso da remoção dos supressores tumorais que regulam as células senescentes, a expetativa era que houvesse mais tumores, mas o que aconteceu foi que os resultados foram o oposto. Apareceram menos tumores na ausência destes supressores tumorais".

Os investigadores trabalharam com o coautor do estudo, Hu Li um investigador de medicina individualizada da Mayo Clinic, e fizeram a sequenciação do ARN de uma única célula no seu laboratório. Este trabalho ajudou-os a identificar os macrófagos pulmonares como o principal tipo de célula que promove o crescimento do tumor. Atualmente, acreditam que os macrófagos estão a responder às células pré-cancerosas quando estas começam a causar tumores.

"Tivemos de repensar as nossas ideias iniciais porque ficámos a saber muito mais sobre o que as células são capazes de fazer. Depois disso, começou a fazer muito mais sentido a forma como as células senescentes dos macrófagos podem influenciar outras células, o ambiente e, neste caso, o sistema imunitário", afirma Baker.

Conclusões do inquérito apresentadas dia 10 de outubro
A Associação Direito Mental, uma iniciativa de advogados empenhada no apoio, sensibilização e divulgação da saúde mental na...

O estudo contou com a participação de cerca de 800 advogados e juristas e tem o intuito de revelar a percentagem de pessoas na comunidade jurídica que sofrem, ou estão em risco de sofrer, de ansiedade, depressão ou burnout, e de analisar o impacto da cultura organizacional na saúde mental e bem-estar dos profissionais de Direito, pretendendo ser um motor de mudança.

As conclusões serão apresentadas durante o evento por Marlene Sousa, psicóloga na Prochild Colab e diretora do projeto. Posteriormente, Hugo Van der Ding irá moderar uma mesa redonda sobre o futuro da cultura e bem-estar no campo do Direito, acompanhado pelo médico psiquiatra Luís Madeira e pelos advogados Ana Pedrosa-Augusto e Manel Luque, que discutirão os resultados do estudo. Seguir-se-á um momento de convívio que terminará às 20h.

“A saúde mental ainda é um tema pouco compreendido em Portugal. Consideramos que a sensibilização, promoção e prevenção são fulcrais para combater a desinformação e fugir dos “achismos”. Este tem sido o nosso âmbito de trabalho e acreditamos que este estudo terá grande utilidade para a sociedade porque fornece informações valiosas sobre os desafios que os advogados e juristas enfrentam”, afirma Raquel Sampaio, advogada e diretora-executiva da Direito Mental.

A associação portuguesa sem fins lucrativos nasceu em 2020, em plena pandemia, quando o tema da saúde mental começou a ganhar algum momentum, pela mão dos advogados Nuno, Rita, Martim e Raquel. A iniciativa conta já com 29 membros, entre os quais as 13 maiores sociedades de advogados do país, o Novo Banco e a Farfetch, e quer contribuir ativamente para a criação de uma cultura positiva de saúde mental na comunidade jurídica, em particular no local de trabalho e nos estabelecimentos de ensino.

 

29 de setembro
O Grupo de Trabalho de Cancro Hereditário da Sociedade Portuguesa de Oncologia realiza no dia 29 de setembro (6ª feira) um...

Direcionado para médicos e profissionais de saúde envolvidos na identificação, referenciação e gestão de risco de indivíduos portadores de mutações genéticas patogénicas que lhes conferem maior risco de cancro. Estarão também presentes representantes das Associações de doentes, da estrutura governamental como representantes das ARS, Direção Geral da Saúde e do Plano Nacional para as Doenças Oncológicas. O evento decorrerá em Lisboa, no Hotel Dom Pedro, entre as 9h e as 17h30.

Miguel Abreu, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, sublinha que “a iniciativa promove o debate interpares sobre uma problemática cada vez mais atual, num espírito pragmático e de operacionalização, o que traduz o verdadeiro espírito da SPO, multidisciplinar científico e de intervenção social. A capacidade de reunir várias Stakeholders, quer assistenciais hospitalares e dos cuidados de saúde primários, Associações de doentes e governamentais, reforça a abrangência da Sociedade, que consegue levantar questões pertinentes para os doentes e sociedade e de definir estratégias de atuação.”

Posteriormente, a versão consensualizada das orientações decorrentes do workshop será disponibilizada para discussão pública, nomeadamente envolvendo as Associações de doentes.

 

Balanço de um ano de atividade
O Banco de Leite Humano do Norte (BLHN) nasceu há precisamente um ano, a 26 de setembro, com o objetivo de “disponibilizar, com...

De acordo com o BLHN, esta iniciativa já disponibilizou uma dieta leite humano de dadora pasteurizado a recém-nascidos admitidos às diferentes unidades de cuidados intensivos neonatais do Grande Porto (ULS Matosinhos, Centro Materno-Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa e Centro Hospitalar V.N. Gaia/Espinho).

Com um total de cerca de 250 litros de leite humano recebido, revela, “o BLHN alimentou cerca de 55 bebés prematuros, sendo exemplo de uma verdadeira cooperação e articulação entre as instituições hospitalares do SNS”.

“Com apenas um ano de atividade, o BLHN forneceu leite humano de dadora a bebés internados em cinco Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais do norte do país. Cumprindo com o seu desígnio, o objetivo será chegar a todos os recém-nascidos de risco que beneficiem deste leite, numa abrangência completa aos hospitais da região, funcionando como uma rede de referência do SNS”, afirma Henrique Soares, diretor do serviço de Neonatologia.

O Leite Humano de dadora pasteurizado é totalmente adequado às necessidades nutricionais dos bebés prematuros. Quando as suas mães não dispõem de leite em quantidade suficiente para os alimentar, o leite humano de dadora pasteurizado é a opção adequada e que confere proteção ao bebé.

As mães dadoras têm o suporte de uma equipa dedicada de profissionais, salienta o BLHN, “que as orientam no processo de extração que ocorre em suas casas, de onde o leite doado é recolhido, de forma a garantir o máximo conforto da experiência com a amamentação do seu fi lho e a doação de leite”.

Para serem dadoras, as mães de bebés saudáveis com menos de 6 meses devem apenas expressar esse seu desejo através do envio de um email para blh@chsj. min-saude.pt

 

Sensibilizar, disseminar e promover a adoção de boas práticas ao nível da higienização dos espaços
Está a chegar a primeira formação certificada em higienização para profissionais do setor social. Esta iniciativa tem como...

Ao longo de 40 horas - duração total da formação -, os participantes terão a oportunidade de abordar diversas temáticas, nomeadamente o plano de higienização, recomendações e obrigações legais, o impacto financeiro e ambiental, bem como a otimização de recursos.

Esta ação conta com uma componente prática relevante. Será um marco na formação dos participantes que poderão assim experienciar os conteúdos apreendidos ao longo da formação.

“Todos sabemos que a limpeza e a higienização dos espaços são fundamentais em qualquer organização, ainda mais em instituições de índole social, onde é preciso, além de cumprir com os requisitos legais nesta matéria, assegurar cuidados redobrados com o bem-estar, a saúde, a segurança e a qualidade de vida dos utentes. Com esta iniciativa, procuramos, por isso, consciencializar, formar e dotar os profissionais com as melhores técnicas, práticas e procedimentos, que lhes permitam garantir, depois, no seu local de trabalho, um serviço com mais qualidade e eficiência”, refere Filipe Cruz, Manager da F3M Training Centre.

“Acreditamos que, pela pertinência dos assuntos, a sua aplicação em contexto real e pelo conhecimento e experiência dos formadores, a adesão será muito positiva. Na verdade, as vagas são limitadas a 20 pessoas, por isso, é importante que os interessados se informem atempadamente para não perderem a possibilidade de participar nesta ação que será, seguramente, muito enriquecedora e produtiva para todos”, esclarece, ainda, o responsável.

"Como reduzir custos na operação de limpeza no setor social" é o nome da formação que será promovida pela F3M, uma das maiores empresas tecnológicas do país, e a Mistolin Pro, a maior empresa portuguesa especializada em soluções de higiene profissional.

A iniciativa decorre de 11 de outubro a 22 de novembro, em regime híbrido. As ações presenciais acontecem a 11 de outubro, na sede da F3M, em Braga, e a 17 e 22 de novembro, nas instalações da Mistolin Pro, em Vagos (Aveiro), ambas das 9h30 às 17h00. As sessões online terão lugar nos dias 18, 20, 25 e 27 de outubro, 8, 10 e 15 de novembro, das 9h30 às 11h30.

As inscrições já se encontram abertas e podem ser efetuadas até 31 de setembro através da plataforma da F3M Training Centre.

Dia Mundial da Contraceção
A pílula contracetiva revolucionou a vida dos casais há mais de meio século, bem como a saúde íntima

A pílula é um método contracetivo oral e hormonal que evita em 99% as gravidezes indesejadas, desde que tomada de forma regular, sempre à mesma hora e após sete dias de toma consecutiva. Para ter este efeito, a generalidade das pílulas possui hormonas sintéticas que simulam as hormonas produzidas pelos ovários e que inibem as ovulações, impedindo que a mulher tenha período fértil.

Entre os seus principais benefícios estão:

  • A regularização dos ciclos menstruais;
  • As hemorragias menos abundantes;
  • A melhoria da tensão pré-menstrual e da dismenorreia;
  • A redução do risco de Doença Inflamatória Pélvica (DIP), do cancro do ovário e do endométrio, dos quistos funcionais do ovário, da doença poliquística, da doença mamária benigna e da anemia.

No entanto, apesar das suas vantagens, importa ressalvar que a pílula também tem efeitos secundários e contraindicações e existem alguns cuidados que devem ter tidos em consideração na sua toma. 

Esclarecemos de seguida alguns dos principais mitos associados à pílula.

#Mito: A mesma pílula pode funcionar para várias mulheres

Este é um aspeto que importa esclarecer uma vez que cada pílula deve ser adequada às necessidades e especificidades de cada mulher, para isso deve haver um acompanhamento médico feito por um especialista de Medicina Geral e Familiar ou Ginecologia que possa tomar essa decisão em conjunto com cada mulher.

#Mito: A pílula é infalível

Apesar de apresentar uma eficácia de aproximadamente 99% a mesma só se aplica caso a toma seja feita de forma adequada (consultar informações no folheto informativo). Os esquecimentos da toma da pílula, vómitos, diarreia, ou a toma de outras medicamentos em simultâneo podem influenciar o seu método de atuação e por sua vez a sua eficácia.

#Mito: Com a pílula as mulheres podem ter uma vida sexual segura

A pílula apenas garante proteção relativamente a uma gravidez indesejada, é importante relembrar que este método contracetivo não previne a transmissão de Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST), razão pela qual também deve ser utilizado preservativo durante as relações sexuais com vários parceiros.

#Mito: Todas as mulheres podem utilizar a pílula como método contracetivo

Há situações em que a pílula está contraindicada ou não é especialmente recomendada, alguns exemplos disso são: gravidez; tumor hepático; doença hepática crónica; risco de AVC ou doença arterial cerebral ou coronária; mulheres com mais de 35 anos e fumadoras; mulheres que sofram de varizes, diabetes mellitus, hipertensão, entre outros.

#Mito: A composição hormonal das pílulas é toda igual

Existem diferentes tipos de pílulas que se distinguem, essencialmente, pela sua dosagem e pelas hormonas que a compõem. A opção por um tipo de pílula em detrimento de outra deve ter em conta uma recomendação médica que deve ter por bases aspetos como o histórico clínico e a faixa etária em que a mulher se insere. As principais opções passam por a pílula monofásica, bifásica, trifásica e sem estrogénios.

Para mais informações consulte: https://www.medicare.pt/mais-saude/prevencao/tudo-sobre-a-pilula

Em caso de dúvida, contacte um profissional de saúde ou ligue para a Sexualidade em Linha (800 222 003).

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
E a mais escolas, no último ano
Sintomatologia depressiva entre os jovens no país volta, amanhã, a ser debatida em Coimbra, no XII Encontro Mais Contigo,...

Problemas do foro da saúde mental dos jovens relacionados com o sono e com a excessiva exposição aos ecrãs são temas de duas conferências, amanhã de manhã, na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), no âmbito do XII Encontro Mais Contigo, espaço onde serão, ainda, divulgados os resultados das intervenções realizadas, no último ano letivo (2022-2023), pelo programa de prevenção de comportamentos suicidários em meio escolar, Mais Contigo

Com uma conferência inicial às 9h00 (“Mais Contigo - Resultados 2022/2023”), da responsabilidade da equipa coordenadora do programa, o encontro, este ano a ter lugar nas instalações da ESEnfC em Santo António dos Olivais (Auditório do Polo A), prossegue com as conferências “Ecrãs e saúde mental” (9h30, pelo psiquiatra José Vieira Andrade) e “Sono e saúde mental” (10h45, pela psicóloga Teresa Rebelo Pinto).

Com uma conferência inicial às 9h00 (“Mais Contigo - Resultados 2022/2023”), da responsabilidade da equipa coordenadora do programa, o encontro, este ano a ter lugar nas instalações da ESEnfC em Santo António dos Olivais (Auditório do Polo A), prossegue com as conferências “Ecrãs e saúde mental” (9h30, pelo psiquiatra José Vieira Andrade) e “Sono e saúde mental” (10h45, pela psicóloga Teresa Rebelo Pinto).

Intervirão na sessão de abertura, Rosa Reis Marques (presidente da ARS do Centro), João Redondo (Coordenação Regional de Saúde Mental da ARS do Centro), Fernando Amaral (Presidente da ESEnfC), Áurea Andrade (enfermeira diretora do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra) e José Carlos Santos (coordenador do Programa Mais Contigo).

Aumento de procura de ajuda de pedopsiquiatria na fase pós-pandemia

O período da tarde será preenchido com dois painéis, com testemunhos do ponto de vista experiencial e regional, o primeiro (14h00) por profissionais de saúde (equipas locais Mais Contigo) e o segundo (14h45) por alunos, pais e professores. 

Serão relatadas experiências de parceiros do projeto na Madeira, em Leiria, Vouzela, Coimbra, Valpaços, Porto e região do Alto Ave. E feitas partilhas relacionadas com atividades realizadas nas comemorações do Dia Mais Contigo, por escolas de Estremoz, Porto, Lourinhã, Vouzela e Campia, Queluz (Lisboa) e Coimbra.

De acordo com a organização do encontro, «na fase pós-pandemia parece ser unânime a constatação do aumento de procura de ajuda junto dos serviços de pedopsiquiatria e outros, por parte de crianças e adolescentes», donde «medidas de prevenção reforçam a sua importância, numa procura de prevenir comportamentos de risco, detetar precocemente sofrimento mental e prestar ajuda no mais curto espaço de tempo».

Em funcionamento há 13 anos, o programa Mais Contigo, que trabalha aspetos como o estigma em saúde mental, o autoconceito e a capacidade de resolução de problemas, devidamente enquadrados na fase da adolescência, é reconhecido como uma boa prática pela Direção-Geral da Saúde e pelo ICN – Conselho Internacional de Enfermeiros. E beneficia do apoio da Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental (Serviço Nacional de Saúde).

Saúde mental e saúde oral são as áreas mais problemáticas por razões de natureza financeira
As necessidades não satisfeitas no acesso a cuidados de saúde em Portugal são substancialmente superiores às registadas a nível...

Ultrapassando a média europeia de 13%, a falta de acesso aos cuidados de saúde em Portugal é maioritariamente associada a razões de ordem financeira (25,6%), sendo particularmente problemática no acesso aos cuidados de saúde oral (29%) e saúde mental (28%). As variáveis acesso a cuidados médicos (13%) e aquisição de medicamentos prescritos (7%) revelam-se menos relevantes mas superiores às médias europeias (5,5% e 4,2%, respetivamente). Adicionalmente, cerca de 30% das pessoas não acederam a cuidados de saúde devido ao tempo de espera (acima da média europeia de 19%).

Quando analisado o total da população (e não apenas o conjunto das pessoas com necessidades de saúde) verifica-se que cerca de 6% da população portuguesa reportou necessidades não satisfeitas no acesso a cuidados médicos.  Também neste grupo o acesso a cuidados de saúde oral e de saúde mental é particularmente problemático sendo as principais razões para as elevadas necessidades não satisfeitas no acesso a este tipo de cuidados em Portugal de natureza financeira. No caso da saúde mental estima-se que 3,7% da população europeia tenha tido necessidades não satisfeitas enquanto Portugal regista um valor substancialmente superior (27,8%). Relativamente à saúde oral as necessidades não satisfeitas a nível europeu situam-se nos 11% enquanto Portugal regista, mais uma vez, um valor mais elevado e que se situa nos 29%.

Analisados os dados relativos ao Inquérito elaborado pela Nova SBE em Portugal no que se refere a medicamentos verifica-se cerca de 9% da população não comprou todos os medicamentos que devia tendo 29% optado por reduzir a sua fatura através da escolha de medicamentos genéricos. Os custos das consultas, dos transportes e o receio de perder um dia de salário foram destacados pelos inquiridos como barreiras no acesso a cuidados de saúde (4%, 2% e 5%, respetivamente). De entre as barreiras (não financeiras) no acesso a cuidados de saúde é de destacar que 9% da população portuguesa teve consultas ou exames cancelados e cerca de 6% optou por não ir a uma consulta ou a um exame por receio de contágio com a COVID-19.

A análise dos diferentes indicadores observados na presente Nota Informativa – baseados nas Estatísticas Europeias sobre Rendimentos e Condições de Vida (EU-SILC), inquérito de Saúde Europeu (EHIS) e Inquérito da Nova SBE sobre o Acesso a Cuidados de Saúde (IACS) – coloca Portugal numa situação desfavorável face aos restantes países europeus. ‘As necessidades não satisfeitas no acesso a cuidados de saúde são substancialmente superiores às registadas a nível europeu e, de acordo com o Inquérito de Acesso a Cuidados de Saúde, aumentaram em 2022’ referem os investigadores acrescentando 'o acesso aos cuidados de saúde mental e de saúde oral surge como a principal preocupação (…) e refletem os níveis de cobertura mais reduzidos nestas áreas oferecidos pelo sistema de saúde português, em particular pelo SNS’.   As barreiras financeiras (que surgem muitas vezes como consequência da potencial falta de cobertura por parte do SNS) ‘não estão relacionadas com o volume das taxas moderadoras – que progressivamente têm vindo a ser eliminadas. O acesso a cuidados de saúde no SNS implica despesas que extravasam a discussão relativa às taxas moderadoras (..) uma ida a consultas ou urgências envolve um conjunto de despesas significativo, associadas a medicamentos, transportes, alimentação, entre outros. Assegurar o acesso a cuidados de saúde passa por endereçar as barreiras identificadas, muitas delas de natureza financeira, permitindo reduzir as necessidades não satisfeitas’, concluem.

Opinião
A 26 de setembro celebra-se o Dia Mundial da Contraceção, data instituída pelas Nações Unidas desde

Existe uma diversidade de métodos contracetivos disponíveis, para responder às necessidades específicas de cada um. O aconselhamento é crucial, garantindo que as pessoas possam escolher o que funciona melhor para elas, tendo em consideração fatores como o estilo de vida, saúde, planos futuros e expetativas. Os métodos contracetivos vão desde opções hormonais, como pílulas contracetivas, anel vaginal, adesivos e injeções, a métodos de barreira, como preservativos e diafragmas, e contracetivos reversíveis de longa duração (LARC), como dispositivos intrauterinos (DIU) e implantes. Cada método tem o seu próprio conjunto de benefícios e riscos potenciais e, ao oferecer opções diversificadas, as pessoas podem encontrar o que melhor se adapta às suas preferências e necessidades.

Segundo um estudo sobre as tendências em contraceção na população portuguesa, NEST-C, realizado em 2021, a pílula continua a ser o método contracetivo mais utilizado - 70% dos casos. O atributo mais apreciado na pílula é o controlo da menstruação e as principais características apontadas de uma pílula “ideal” são o bom controlo do ciclo, menor risco de trombose e a redução da menstruação.

Este estudo revela também novas preocupações das mulheres em relação ao meio ambiente: 28% já ouviram falar sobre o impacto negativo das hormonas nos ecossistemas naturais, especialmente aquíferos, sendo este conhecimento mais prevalente nas mais jovens (entre os 15 e os 19 anos), que consideram o uso de pílulas com menor impacto ambiental.

De facto, os estrogénios naturais e sintéticos encontram-se frequentemente nos ecossistemas, em particular nos aquáticos, devido à sua utilização na alimentação do gado e à utilização no ser humano em contracetivos orais ou no tratamento da menopausa. O seu impacto é uma preocupação crescente, tendo já sido incorporados na lista de compostos sob vigilância da União Europeia. Nas águas portuguesas foram já calculados valores médios destas hormonas em quantidades capazes de provocar consequências negativas. Os estrogénios, designadamente o estriol, o estradiol e o etinilestradiol (este último presente na maioria das pílulas disponíveis no mercado), podem induzir, mesmo em baixas concentrações ambientais, efeitos nocivos ecotoxicológicos sobre o sistema endócrino e imunitário de algumas espécies animais. Nomeadamente, reduzem o crescimento dos peixes e afetam o seu desenvolvimento sexual e capacidade reprodutiva.

Recentemente, foi introduzido no mercado um contracetivo hormonal oral com um novo estrogénio na sua composição, o estetrol. Este é sintetizado exclusivamente pelo fígado fetal durante a gravidez e produzido para uso clínico a partir de fontes vegetais. Tem um mecanismo de ação singular, atuando conforme o tecido alvo. Desta forma, classifica-se como um estrogénio nativo com uma atividade tecidual seletiva, que apresenta um menor impacto endócrino e metabólico, nomeadamente no fígado, mama e metabolismo lipídico. Por isso, parece apresentar melhor perfil de segurança para a mulher, mantendo a eficácia contracetiva, quando comparado com as restantes pílulas. A somar a estes benefícios para a mulher, o estetrol diferencia-se dos restantes estrogénios quanto ao impacto ambiental, pois a sua degradação não produz resíduos metabolicamente ativos. Além disso, os estudos de avaliação de risco ambiental com estetrol sugerem que este estrogénio nativo não afetará o ecossistema aquático e apresenta um perfil ambiental mais favorável do que o etinilestradiol e é menos suscetível de afetar a capacidade reprodutiva dos peixes. Estaremos assim perante a chamada contraceção verde?

Atualmente, os avanços na medicina, para além de irem ao encontro das necessidades do ser humano, mas cada vez mais, têm de entrar em linha de conta com as preocupações ambientais e com a crescente importância do conceito de sustentabilidade.

Neste Dia Mundial da Contraceção, celebremos os esforços desenvolvidos para empoderar os indivíduos a fazerem escolhas que estejam de acordo com os seus objetivos de saúde reprodutiva. Ao proporcionarmos o acesso a uma multiplicidade de métodos contracetivos e ao promovermos a tomada de decisões informadas, podemos contribuir coletivamente para sociedades mais saudáveis, para a igualdade de género e para uma melhor qualidade de vida em todo o mundo.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Coligação global incentiva os jovens a tomar decisões informadas sobre contraceção
Quase metade das gravidezes que ocorrem anualmente, a nível mundial, não são planeadas e mantêm-se em 121 milhões por ano (332...

O planeamento familiar, livre acesso a todos os métodos contracetivos e conhecimento sobre a proteção contra infeções sexualmente transmissíveis são essenciais para um mundo em que todas as gravidezes são planeadas. No entanto, um obstáculo crucial para atingir esse objetivo foi revelado nos dados mais recentes de 68 países sobre independência corporal, demonstrando que uma estimativa de 44% das mulheres e raparigas com parceiros ainda não podem tomar decisões sobre os seus cuidados de saúde, sexo ou contraceção. Este relatório concluiu que 24% não podem recusar sexo, 25% não podem tomar decisões sobre os seus próprios cuidados de saúde e 11% não podem tomar decisões especificamente sobre contraceção. 

Para as mulheres, a incapacidade de escolher representa uma barreira à sua liberdade e independência corporal; globalmente, constitui uma barreira ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) até 2030. As metas dos ODS sobre a utilização de contracetivos afetam também a capacidade de cumprir restantes ODS globais, como a igualdade de género, boa saúde e bem-estar, eliminação da pobreza, educação de qualidade para todos e promoção do crescimento económico sustentável. 

“É devastador que, apesar de todo o progresso feito no sentido de aumentar o acesso à contraceção, existam ainda 257 milhões de mulheres no mundo que não têm esse direito”, afirma Claus Runge, Diretor de Market Access, Public Affairs and Sustainability, Bayer. “Os jovens, incluindo os mais vulneráveis, precisam de apoio e acesso a informações exatas que abordem as suas necessidades, direitos e preocupações, juntamente com os recursos, as ferramentas e as capacidades necessárias para tomarem as suas próprias decisões. É por este motivo que a Bayer pretende permitir que 100 milhões de mulheres por ano, em países de rendimento baixo e médio-baixo (PRMB), consigam satisfazer as suas necessidades em contraceção, até 2030. Em 2022, já impactámos 44 milhões de mulheres em PRMB. As nossas parcerias com The Challenge Initiative (TCI) são essenciais para alcançar este objetivo.”  

O Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) encara o ainda elevado número de gravidezes não planeadas como um insucesso global na defesa de um direito humano básico de todas as mulheres e raparigas.  Em 2021, havia ainda, a nível mundial, uma estimativa de 257 milhões de mulheres que pretendiam evitar a gravidez, mas não utilizavam métodos de contraceção eficazes e, dessas, 172 milhões não utilizavam nenhum método.

 Os programas de planeamento familiar fizeram uma enorme diferença a nível mundial, e mais mulheres estão a fazer escolhas informadas sobre contraceção; por exemplo, em comparação com há uma década, mais 87 milhões de mulheres e raparigas de PRMB estão a utilizar métodos de contraceção. No entanto, muitas mais destas mulheres continuam a não poder escolher o método contracetivo que mais satisfaz as suas necessidades, devido a numerosas barreiras de acesso. Estas variam entre ausência de sensibilização, a incapacidade de pagamento, limitações baseadas na idade ou no estado civil, ao mesmo tempo que a vergonha, o estigma, o medo, a pobreza, a desigualdade de género e muitos outros fatores prejudicam a capacidade das mulheres e das raparigas de exercerem o seu poder de escolha e procurarem obter contracetivos. Os mitos e as perceções erradas persistentes sobre a contraceção são também barreiras à utilização de métodos contracetivos. 

A análise de dados de 150 países destaca que existem barreiras ao acesso e à utilização de cuidados de saúde sexual e reprodutiva eficazes em todos os contextos e não apenas naqueles onde os recursos são escassos. Esta análise, a primeira estimativa de sempre por país baseada em modelos para quase todos os países do mundo, também reforça a grande variação entre países nas taxas e na incidência de gravidez não planeada. 

O impacto de uma gravidez não planeada e, consequentemente, dos danos reais à qualidade de vida de uma mulher é incalculável. As consequências podem durar toda a vida e alargar-se a comunidades inteiras.  

A redução do número de mulheres que se encontram nesta situação está correlacionada com o aumento do crescimento económico, o desenvolvimento socioeconómico e a promoção da saúde pública. Os investimentos em cuidados de saúde sexual e reprodutiva resultam em benefícios que se repercutem nas comunidades e nos países e se multiplicam ao longo de gerações, contrariamente à ausência de investimento que, por sua vez, subtrai às gerações atuais e futuras o potencial para prosperarem.

Talk-Show sobre doença dermatológica
O segundo episódio da 2.ª temporada do talk-show Dermatoque, iniciativa da Lilly Portugal, regressa dia 28 de setembro, às...

Com um toque de vida real, “Um olhar para além da doença dermatológica: acesso e adesão ao tratamento” é motivo de discussão na voz dos médicos dermatologistas Tiago Torres e Paulo Ferreira, aos quais se junta Jaime Melancia, presidente da Associação Portuguesa da Psoríase, assegurando a partilha de conhecimento e perspetivas diferenciadas na área.

Num episódio que explora temáticas além do mundo dermatológico, à distância de um toque, vão procurar conversar sobre os desafios de acesso e adesão ao tratamento na psoríase.

O evento decorrerá em formato online, com transmissão em direto, e possibilidade de colocar questões através do chat disponível.

As inscrições podem ser feitas aqui e os episódios anteriores revistos aqui.

 

No ano em que empresa completa o 10º aniversário
Lucie Perrin é a nova diretora-geral da AbbVie em Portugal. Com mais de 15 anos de experiência na indústria farmacêutica, onde...

“É com enorme entusiasmo que assumo a direção-geral da AbbVie em Portugal, num momento tão importante para a companhia, que completa este ano o seu 10º aniversário. Encaro com responsabilidade o compromisso de trabalhar em estreita colaboração com todos os parceiros para assegurar o acesso dos portugueses aos medicamentos inovadores e contribuir para a melhoria dos cuidados de saúde”, declara Lucie Perrin.

Licenciada em Biologia, com um Mestrado em Marketing e Gestão aplicado à área da Saúde, pela Universidade de Lille, Lucie Perrin iniciou o seu percurso na indústria farmacêutica em 2012, como Government Affairs Manager para a Europa nos laboratórios Abbott, numa altura em que já decorria o processo de separação que deu origem à AbbVie.

Ao longo dos anos, desempenhou na filial francesa da AbbVie e a nível europeu, diversas funções comerciais e de acesso ao mercado nas áreas de Imunologia, Reumatologia e Neurociências. Nos últimos dois anos, ocupava o cargo de Head of Market Access para a Europa.

Lucie Perrin sucede assim a Antonio Della Croce, que liderava a filial portuguesa desde 2020 e que agora assume a direção-geral da AbbVie na República Checa e Eslováquia.

 

Pfizer Talks: Desafios do século XXI
“A inteligência emocional é um conceito que já surgiu há uns anos, mas aparecia sempre muito ligado aos contextos profissionais...

Este é um excerto da conversa com a convidada Rosário Carmona e Costa, Psicóloga Clínica e Fundadora do Belong, que falou sobre a sua experiência sobre inteligência emocional, no primeiro episódio da 7ª temporada das Pfizer Talks, projeto de literacia desenvolvido pela Pfizer Portugal. Esta temporada tem como tema principal “Os grandes desafios do século XXI”.

Através de reflexões simples e descomplicadas, a Pfizer pretende abordar assuntos atuais e complexos, presentes no dia-a-dia de todos, com o objetivo de informar a sociedade com consciência e sensibilidade.

“Procuramos responder, com a ajuda de especialistas de várias áreas, a questões que podem ser definidas como alguns dos maiores desafios do século XXI. Acreditamos que o futuro apresenta-nos cada vez mais interrogações que merecem ser debatidas para benefício de todos. Da vontade de encontrar respostas, nasce mais uma temporada das Pfizer Talks”, explica Paulo Teixeira, Diretor Geral da Pfizer em Portugal.

Mais uma vez, a Pfizer convidou especialistas de diferentes áreas a partilharem a sua perspetiva e experiência sobre inteligência emocional, mercado de trabalho, literacia alimentar, inteligência artificial, e obesidade. Os convidados foram ainda desafiados a partilhar a questão que considerem mais premente sobre o tema do seu episódio.

Os episódios serão disponibilizados semanalmente através do Youtube e redes sociais da Pfizer Portugal. Esta nova temporada encontra-se também disponível em formato de Podcast.

 

50% da parcela não comparticipada
Os beneficiários do Complemento Social para Idosos (CSI) têm, a partir de hoje, desconto imediato aquando a aquisição de...

De acordo com o comunicado de imprensa do Ministério da Saúde, “os utentes deixam de ter de apresentar a fatura de aquisição dos medicamentos no centro de saúde, de requerer os Benefícios Adicionais de Saúde (desconto de 50% na parcela do preço não comparticipada pelo Estado), e de aguardar pelo processamento e pagamento do reembolso, juntamente com a pensão e o CSI.”

Com esta alteração, introduzida no âmbito do programa SIMPLEX, os beneficiários deste apoio ficam automaticamente dispensados do pagamento de 50% da parcela não comparticipada no preço dos medicamentos.

Esta medida entrou em vigor esta segunda-feira, 25 de setembro, em Portugal continental, “e resulta da aplicação de procedimentos eletrónicos que permitem que todas as pessoas abrangidas tenham acesso imediato e automático ao benefício”.

O Ministério da Saúde faz saber ainda que beneficiários do CSI “continuam a ter direito ao reembolso das despesas que tenham com a aquisição de óculos e lentes (75% da despesa, até ao limite de 100€, de dois em dois anos) e com a aquisição de próteses dentárias removíveis (75% da despesa, até ao limite de 250€, de três em três anos)”.

Estes beneficiários podem ainda aceder, de forma gratuita, às consultas de dentista/ estomatologista, através do cheque-dentista, entre uma lista de profissionais de saúde oral disponível no centro de saúde.

 

"A prestação de cuidados diferenciadores é extremamente exigente, mas é possível", afirma Diretora Técnica
O Abrigo, em Santa Maria da Feira, é a primeira instituição em Portugal a receber o Selo Humanitude, uma distinção...

Com este reconhecimento, O Abrigo valida a sua missão de prestar cuidados a pessoas idosas, baseados na ternura, demonstrando que é possível um lar de idosos ser um lugar de vida.

Desde 2014, O Abrigo adotou práticas que orientam a atuação dos profissionais, baseadas na metodologia Gineste-Marescotti e na filosofia de cuidados Humanitude, que privilegiam intervenções não-farmacológicas no controlo e redução de Comportamentos de Agitação Patológica, fornecendo técnicas específicas que melhoram a qualidade de vida da pessoa cuidada e dos cuidadores.

Nove anos depois, o lar de idosos regista 99% de aceitação dos cuidados por parte dos utentes, significando que apenas 1% expressa agitação e recusa nos cuidados.

Este modo de cuidar no envelhecimento, cujos lemas são «O toque ternura» e «Viver e morrer de pé», tem produzido mudanças assinaláveis, evidenciando-se como uma ferramenta eficaz na promoção da qualidade e da humanização dos cuidados de saúde.

No relatório da auditoria realizada pelo Instituto Gineste-Marescotti Portugal, que resultou na atribuição do Selo Humanitude, é referida “a graciosidade da equipa na prestação de cuidados. Os gestos das cuidadoras parecem fáceis e espontâneos, mas, revelam treino e profissionalização: são delicados, precisos e eficazes”.  

Neste documento é também enaltecida a "dociabilidade ambiental”. “O som, o cheiro, os espaços e o ambiente são harmoniosos, agradáveis e estimulam sensorialmente de uma forma positiva as pessoas que vivem e trabalham nesta casa.”

São ainda destacados os procedimentos de trabalho que “garantem que a casa é organizada sem haver sobreposição das tarefas às necessidades e bem-estar das pessoas cuidadas”.

Além da prestação de cuidados com a grelha de captura sensorial, a auditoria avaliou dimensões relacionadas com: a vida da casa; procedimentos de trabalho; ocupação do tempo; cuidados de alimentação; registos e dinâmica de funcionamento.

"A prestação de cuidados diferenciadores é extremamente exigente, mas é possível. É um orgulho enorme para a nossa equipa termos a validação externa e internacional de que o trabalho que desenvolvemos todos os dias respeita as pessoas de quem cuidamos. Este Selo é uma garantia de qualidade que aumenta o compromisso com o trabalho que desenvolvemos, confirma que estamos no bom caminho para garantir a dignidade nos cuidados a pessoas idosas e pode também aumentar a segurança das famílias na escolha de um lar. Estou convicta que este é um passo muito importante para a mudança organizacional dos lares de idosos em Portugal. Este é o tempo para que esta mudança se faça sentir”, afirma Alexandra Ferreira da Silva, Diretora Técnica do Centro de Solidariedade Social de São João de Ver – O Abrigo.

Consultas dedicadas e integradas ajudam a devolver a autonomia às pessoas com limitação visual
A propósito do Dia Mundial da Retina, que se assinalou neste domingo (24 de setembro), a Associação Protetora dos Diabéticos de...

“A baixa visão não permite que as pessoas realizem as suas tarefas diárias com facilidade e segurança, obrigando-as a um esforço acrescido. É uma visão intermédia entre a cegueira e a visão normal.”, explica Isabel Correia, enfermeira coordenadora do Departamento de Oftalmologia da APDP. “Tarefas como leitura, trabalhos manuais, uso de telemóvel, preparação de medicamentos, caminhar ou sair de casa são atividades que se podem tornar difíceis ou até dependentes de terceiros. Por outro lado, a gestão da diabetes também é dificultada pela baixa visão.”

Segundo dados do The Diabetic Retinopathy Barometer Report – Global Findings, publicado pela Federação Internacional da Diabetes, 1 em cada 3 pessoas que vivem com diabetes terá retinopatia diabética ao longo da sua vida. 20% têm dificuldade em manter o controlo da sua doença devido à limitação visual.

Para dar resposta às limitações diárias provocadas pela baixa visão, a APDP implementou, em 2022, uma consulta dedicada de apoio às pessoas com este problema, fornecendo ferramentas e estratégias específicas para promover a autonomia na vigilância e no controlo da diabetes.

“Com a criação desta consulta foi possível que 65% das pessoas conseguissem passar a distinguir e a organizar autonomamente a sua medicação. Adicionalmente, como exemplo, 26% têm menos quedas, 10% conseguem identificar a sua correspondência e mais de 60% voltaram a conseguir distinguir notas e moedas. Isto mostra que, com o ensino de estratégias adaptativas, as pessoas conseguem ajustar-se à baixa visão, recuperando a sua autonomia e melhorando a gestão da diabetes”, refere Isabel Correia.

Para José Manuel Boavida, presidente da APDP, “seria fundamental o alargamento deste exemplo da consulta de baixa visão a nível nacional. A APDP está sempre disponível para colaborar, tem o conhecimento e os recursos necessários para capacitar os profissionais de saúde na abordagem à situação de baixa visão”.

Sociedade Portuguesa da Contracepção (SPDC) explica
A contraceção verde, conhecida pelos métodos contracetivos com menor impacto ambiental, está a tornar-se a melhor opção para...

Segundo os especialistas, a nova geração de contraceção oral, com estrogénios naturais, apresenta também vantagens para a saúde da mulher. Além de terem menos impacto no organismo, a sua eficácia como método contracetivo é comprovada.

É crucial promover cada vez mais a discussão deste tipo de temas e perceber de que forma a contraceção pode influenciar o meio ambiente. O aconselhamento contracetivo é fundamental, e as mulheres devem ser informadas de forma clara sobre os métodos disponíveis. Devem escolher de forma livre, tendo em conta as suas necessidades e expetativas, para garantir uma maior eficácia na sua utilização.

Fátima Palma, ginecologista e presidente da SPDC, realça que “ao longo do tempo, temos observado a evolução natural da contraceção, com uma progressiva redução das doses de estrogénios, bem como o surgimento de novos estrogénios com impacto zero no meio ambiente. As novas formulações são cada vez mais bioidênticas, ou seja, hormonas semelhantes às produzidas pelo nosso organismo, e com ação seletiva, minimizando o seu impacto na saúde”.

 

Coimbra recebe simpósio “Vamos falar sobre crianças”
“Vamos falar sobre crianças” é o tema do simpósio que marca o início em Portugal do projeto europeu Let’s Talk About Children ...

No próximo dia 13 de outubro o Auditório do Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra recebe especialistas de diversas áreas para abordar temas como a “Saúde Mental das Famílias e a Justiça”, a “Saúde Mental das Famílias e a Educação” e a “Saúde Mental das Famílias e Vulnerabilidade Social”. O simpósio conta ainda com a conferência de Tytti Solantaus, pedopsiquiatra, criadora do programa e metodologia LTC.

Os interessados podem fazer a sua inscrição aqui: https://forms.office.com/e/R02xpJKpRN

O objetivo principal deste projeto inovador é a promoção da saúde mental de crianças oriundas de contextos familiares vulneráveis, como, por exemplo, famílias em que há casos de doença mental, carências económicas ou dificuldades na integração social. Vai envolver profissionais das áreas da saúde e educação para que possam adquirir novas competências para trabalhar com as famílias em prol do bem-estar das crianças.

Para Joaquim Cerejeira, coordenador do projeto LTC em Portugal, “o LTC foi desenvolvido para ajudar as famílias, profissionais da educação (educadores de infância e professores) e profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, psicólogos) a apoiarem o bem-estar, a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças e jovens, em colaboração uns com os outros. A intervenção LTC envolve a construção de um entendimento partilhado sobre a criança/jovem em casa e na escola, bem como a adoção de medidas baseadas nesse entendimento. O objetivo é contribuir para que a criança/jovem tenha uma vida quotidiana que favoreça o seu bem-estar, a sua aprendizagem e o seu desenvolvimento, e criar uma colaboração de apoio mútuo entre a família, criança/jovem, os profissionais de saúde e de educação”.

Na prática, o LTC consiste em sessões de conversa com a participação das pessoas identificadas pelos pais para explorar oportunidades de apoio à criança ou jovem. A conversa centra-se na vida quotidiana deles uma vez que as interações e rotinas diárias são importantes para o seu bem-estar. Os participantes identificam os pontos fortes e as fragilidades da vida da criança/jovem o que permite valorizar os pontos fortes e encontrar soluções para as fragilidades, graças ao plano de ação.

Por exemplo, para uma criança com uma personalidade forte e volátil, estar num grupo agitado pode levar a dificuldades de comportamento e aprendizagem, que também se podem manifestar como irritabilidade em casa. Se uma criança é tímida, um ambiente doméstico que se tornou isolado devido à depressão do(s) cuidador(es) pode tornar a criança ainda mais reservada na creche. Situações como estas são fragilidades. É importante identificá-las e tê-las em conta na vida quotidiana da criança em casa e na escola, antes que surjam eventuais problemas.

“Todas as famílias têm pontos fortes únicos, que os membros da família nem sempre reconhecem ou valorizam. O LTC é um recurso que ajuda as famílias a identificar e a desenvolver os seus pontos fortes na vida quotidiana e a encontrar soluções para questões difíceis. O programa foi concebido para apoiar as famílias e fornecer-lhes as ferramentas de que necessitam para enfrentar os desafios quotidianos”, conclui Joaquim Cerejeira.

Coordenado pela Universidade de Turku (Finlândia), o projeto LTC foi financiado pela Comissão Europeia com cerca de 3 milhões de euros no âmbito do programa EU4Health. O Consórcio envolve 14 instituições oriundas de 9 países (Finlândia, Portugal, República Checa, Bélgica, Itália, Estónia, Grécia, Polónia e Roménia). A equipa de Portugal é liderada pela Universidade de Coimbra (Faculdade de Medicina), contando com a participação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Mais informações sobre o projeto LTC na Universidade de Coimbra, encontram-se disponíveis na página do projeto: https://letstalk.utu.fi/partners/universidade-de-coimbra-portugal/

No âmbito do Dia Mundial do Pulmão que se assinala hoje
“Acesso à prevenção e tratamento para todos. Não deixar ninguém para trás” – é este o mote instituído pelo Forum of...

São três as áreas essenciais, identificadas pela FIRS, para combater as desigualdades nas doenças respiratórias: melhorar o acesso à prevenção e aos tratamentos de cessação tabágica, alargar o acesso a dispositivos e tratamentos inalatórios e aumentar o acesso às vacinas contra a pneumonia nas crianças. De acordo com esta entidade, “para reduzir o peso global das doenças respiratórias é crucial agir nestas três áreas”, focando especialmente nas desigualdades existentes nos países de baixo e médio rendimento. 

O tabaco é a principal causa de doenças respiratórias, tais como a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica), cancro de pulmão e outras infeções respiratórias, pelo que é fundamental a existência acessível de intervenções educacionais, de aconselhamento e farmacológicas para a cessação tabágica. Também no tratamento de doenças como a asma ou DPOC é essencial o acesso mais alargado às terapêuticas, existindo países onde estes são inacessíveis. O terceiro aspeto diz respeito ao acesso por todas as crianças a medidas preventivas da pneumonia – a principal causa de morte por infeção nas crianças.

Para António Morais, presidente da SPP, “existem numerosas a e diversificadas doenças respiratórias que ultimamente têm tido uma grande inovação terapêutica, sendo, provavelmente, a Pneumologia uma das áreas com maior inovação na Medicina. Tem havido um avanço nas doenças que tinham um mau prognóstico e que, ultimamente, têm sido beneficiadas com a inovação terapêutica – o que tem permitido um aumento da qualidade de vida e da sobrevida. No entanto, efetivamente, essa inovação é cara e há alguma desigualdade no acesso. Não há dúvidas de que devemos trabalhar em mecanismos que evitem essa situação de desigualdade”.

O médico pneumologista acrescenta ainda que, em termos de prevenção, enquanto sociedade científica, “a SPP promove, há muito, diversas ações de sensibilização para as doenças respiratórias. É fundamental todos estarmos conscientes do peso que estas doenças assumem na mortalidade, quer a nível nacional quer a nível mundial, e reconhecermos o papel que algumas medidas assumem na prevenção das doenças pulmonares, entre as quais se destaca a cessação tabágica. É preciso que a população, mas também os decisores atribuam a devida importância à saúde respiratória tornando-a uma prioridade”. 

 

Projeto promovido pela Escola Nacional de Saúde Pública, com o apoio da Roche
A participação efetiva das Associações de Doentes na definição e cocriação de políticas de saúde é o tema que inspira o debate...

As Associações de Doentes, em Portugal, e os Movimentos Sociais em Saúde, de uma forma geral, têm vindo a ocupar um lugar de relevância no espaço público, em larga medida pela sua atuação na defesa dos direitos das pessoas em contexto de saúde, mas também pelo compromisso desinteressado, pela entrega e pela responsabilidade com a qual conduzem a sua missão, em absoluta consonância com os princípios e valores subjacentes ao direito à proteção da saúde, enquanto direito humano fundamental. Contudo, e apesar do crescente reconhecimento que estas entidades têm vindo a alcançar, o seu efetivo envolvimento nos processos de tomada de decisão ou na cocriação de políticas públicas ou de cuidados de saúde é ainda residual. 

Para a Coordenadora da ACAD, Ana Rita Oliveira Goes, “através desta iniciativa, a Academia pretende desencadear uma reflexão sobre as potencialidades, os limites e desafios que se colocam à participação pública em saúde, compreendendo que estratégias podem ser adotadas para a operacionalizar e avaliar de forma efetiva e continuada. Naturalmente, o caso específico da participação das Associações de Doentes na criação, implementação e avaliação de políticas e cuidados de saúde merecerá lugar de destaque nesta discussão. Com efeito, as Associações de Doentes estão posicionadas de forma única para participarem neste diálogo, mas sabemos que os desafios para que isso se concretize são substanciais. Vivemos um período em que as Associações vão sendo mais chamadas a partilhar a sua perspetiva, mas precisamos de transitar para um nível de participação em que sejam verdadeiramente reconhecidas como atores legítimos, com impacto na decisão”, conclui. 

Este é um tema que não surge desligado da missão da Academia e que vai ao encontro dos objetivos de algumas das principais atividades previstas para esta edição, empenhada em reforçar a importância das parcerias nos processos de produção em saúde e em empoderar as Associações, e as pessoas que estas representam, tendo em vista a obtenção de melhores resultados em saúde.

André Vasconcelos, Diretor-Geral da Roche Farmacêutica, em Portugal, sustenta que com esta nova edição da ACAD, “a Roche pretende sublinhar o seu continuado compromisso com a visão de um sistema de saúde integrado, onde todos os intervenientes têm uma palavra a dizer na prossecução de um objetivo comum: proporcionar os melhores cuidados de saúde à população”.  

“Dado o profundo conhecimento que as associações de doentes detêm desta realidade, faz todo o sentido que tenham um papel mais ativo e substantivo na definição e implementação das políticas de saúde, em Portugal”, acrescenta.

Para a Roche, o balanço destes cinco anos de parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública, no âmbito da ACAD, é claramente positivo. “Acreditamos que este programa tem sido valorizado pelas Associações de Doentes e pela Academia e, para a Roche, tem sido também um processo de aprendizagem muito enriquecedor”.

A apresentação e enquadramento das atividades previstas para a 5ª Edição da ACAD terá, também, um lugar reservado no contexto desta iniciativa, onde Mauro Serapioni, Investigador no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-UC), conduzirá uma conferência centrada nas potencialidades, limites e desafios à participação e envolvimento das Associações de Esta sessão de abertura contará ainda com  uma mesa-redonda em que participarão  Joana Viveiro, Diretora Executiva da Plataforma Saúde em Diálogo, Jorge Seguro Sanches, Deputado à Assembleia da República e Presidente da Subcomissão de Saúde Global,  Pedro Faleiro, Gestor do Projeto Incluir, do INFARMED I.P., e de Victor Ramos, Presidente do Conselho Nacional de Saúde, moderados pelo jornalista e docente Francisco Sena Santos.

A entrada no evento é livre, mas implica inscrição prévia através do preenchimento do formulário disponível aqui.

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