Cada start-up receberá até 50.000€ e Mentoring para inovações no cuidado aos idosos
Numa tentativa de reimaginar o futuro do envelhecimento, EIT Health, parte integrante do European Institute of Innovation and...

Em resposta ao desafio global do envelhecimento da população e de uma mudança demográfica que deverá aumentar com uma previsão de 2,1 mil milhões de pessoas com mais de 60 anos até 2050, o EIT Health está a alavancar o seu programa Bridgehead e InnoStars Awards para liderar o Catalyst Awards. Esta iniciativa constitui a primeira fase da Competição Global que visa abordar de forma holística as questões multidimensionais relacionadas com o envelhecimento.

A inovação neste espaço apresenta obstáculos significativos para start-ups e empreendedores, desde a navegação em regulamentações complexas na àrea da saúde até àobtenção de financiamento e acesso ao mercado. Os Prémios Catalyst são, portanto, não apenas uma oportunidade, mas uma necessidade, proporcionando aos envolvidos o apoio vital necessário para se concentrarem no bem-estar físico, mental e social dos idosos. Ao oferecer esta plataforma robusta, o EIT Health está a capacitar os inovadores em superarem obstáculos comuns, acelerando assim o desenvolvimento de soluções significativas no cuidado aos idosos.

"À medida que abordamos os desafios prementes associados ao envelhecimento da população, o EIT Health anuncia orgulhosamente o apoio a 12 start-ups inovadoras, em que cada uma recebe até 50.000 euros, juntamente com Mentoring. Este apoio é particularmente crucial para start-ups que enfrentam os desafios regulatórios, de financiamento e de entrada no mercado comumente enfrentados no setor de cuidados a idosos. Através da colaboração com os nossos parceiros globais, estamos um passo mais perto de transformar os cuidados aos idosos, alinhando-nos diretamente com a missão do EIT Health de melhorar a qualidade de vida," afirma Jean-Marc Bourez, CEO of EIT Health.

Este concurso global, iniciado pela Academia Nacional de Medicina dos EUA, reuniu talentos de diversos setores, incluindo ciência, medicina, tecnologia, finanças e ciências sociais, para apresentar ideias transformadoras. O desafio desenvolve-se em três etapas: o Prémio Catalyst inicial, o Prémio Acelerador intermediário e o Grande Prémio final.

PRÉMIOS CATALISADOR DO PROGRAMA BRIDGEHEAD 2023:

Antegenes (Estónia) desenvolveu testes genéticos inovadores para detetar riscos individuais para os cancros mais comuns e mortais em todo o mundo, incluindo melanoma de mama, próstata, colorretal e pele.

HMG Systems Engineering GmbH (Alemanha) desenvolveu o Sistema PGXperts, um Sistema de Apoio à Decisão projetado para permitir medicação personalizada, melhorando a segurança da terapia medicamentosa e proporcionando melhor bem-estar ao paciente.

Micro-Cosmos (Países Baixos) ajuda os pacientes hospitalizados a se recuperarem mais rapidamente, reduzindo os estímulos externos, o que melhora o sono e o descanso. A cúpula Micro-Cosmos reduz o som e a luz, proporcionando aos pacientes um ambiente próprio, seguro e privado.

OaCP IE LTD (Irlanda) torna os testes de DNA cruciais para o cancro e infeções mais rápidos e acessíveis.

Osteobionix (Espanha) desenvolveu oBreathe, um implante de reconstrução da parede torácica específico do paciente, protegido por patente, clinicamente validado, desenvolvido com o ITC e cirurgiões torácicos qualificados, que permite a respiração fisiológica e restaura a forma e a função.

Stroke2Prevent B.V. (Países Baixos) desenvolveu o A-View, um dispositivo que permite aos médicos obter informações em tempo real, resolvendo o ponto cego durante a ultrassonografia do arco aórtico e dos vasos, permitindo-lhes adaptar a estratégia cirúrgica para melhor benefício do paciente.

PREMIADOS CATALISADORES DO INNOSTARS AWARDS 2023:

NIB biotec srl (Itália) desenvolveu o ScreeNIB, um rastreio inteligente do cancro da próstata baseado num biossensor inteligente que utiliza moléculas urinárias como biomarcadores para o cancro da próstata, oferecendo uma solução de diagnóstico rápida e descentralizada fora dos hospitais.

Orgavalue (Portugal) com Terapias I-R3 tem como objetivo a bioengenharia de fígados humanos personalizados para lidar com a escassez global de transplantes de órgãos.

IPLEXMED, LDA (Portugal) A solução permite a deteção rápida e confiável de vários agentes infeciosos e seu perfil de resistência aos medicamentos no local de atendimento e em casa, possibilitando tratamento personalizado e monitorização de doenças em tempo real.

Breathing Solutions, Lda (Portugal) desenvolveu o eBreathie, um inalador inteligente que transforma inaladores tradicionais em dispositivos “inteligentes”, permitindo que pacientes e médicos monitorizem o uso de medicamentos, sintomas e forneçam atendimento personalizado remotamente.

Nanodecal (Espanha) está a desenvolver um teste de diagnóstico rápido para detetar superbactérias responsáveis pela pneumonia em menos de 10 minutos, auxiliando os médicos na prescrição de antibióticos específicos e na prevenção de infeções permanentes.

Reon sp. z o.o (Polónia) desenvolveu o PreryView, uma aplicação SaaS fácil de utilizar que permite testes de campo visual em casa, servindo como uma ferramenta de triagem para detetar sintomas precoces de doenças como glaucoma e neuropatias.

Com esta operação, a Biogen reforça o seu compromisso com as doenças raras
A Biogen Inc. concluiu a aquisição da Reata Pharmaceutichals, Inc. (Nasdaq:RETA), empresa especializada no desenvolvimento de...

O SKYCLARYS®, o principal ativo da Reata Pharmaceuticals, foi aprovado no início deste ano, nos Estados Unidos, para o tratamento da Ataxia de Friedreich (AF). Trata-se de uma doença neuromuscular rara, genética, progressiva, degenerativa e debilitante, que nos Estados Unidos afeta cerca de cinco mil doentes, atualmente diagnosticados1. O seu lançamento comercial no mercado norte-americano está em curso, tendo sido submetidos até ao momento mais de mil pedidos de doentes para iniciarem o tratamento. Na União Europeia, o pedido de introdução de omaveloxolona está atualmente a ser avaliado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

“Ao complementarmos o nosso portefólio com uma opção terapêutica numa área onde existem significativas necessidades médicas não preenchidas, acreditamos que a aquisição da Reata está alinhada com a nossa estratégia de ir ao encontro dos doentes, impulsionar o crescimento sustentável e gerar valor significativo para os acionistas”, afirma Christopher A. Viehbacher, Presidente e CEO da Biogen. O responsável sublinha ainda: “Com a operação agora concluída, esperamos alavancar a experiência e as competências da Biogen no domínio das doenças raras para trabalhar em conjunto com os nossos colegas da Reata como uma única equipa e levarmos o SKYCLARYS®, aos doentes que vivem com esta doença devastadora”.

Com esta aquisição, a Biogen espera obter sinergias significativas com o seu portefólio de doenças raras e prevê atualizar o seu “Full Year 2023 Financial Guidance”, em conjunto com a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2023. A empresa estima que a aquisição da Reata Pharmaceuticals tenha um efeito ligeiramente diluidor do lucro por ação (Earnings Per Share non-GAAP) em 2023, aproximadamente neutro em 2024 e seja significativamente incremental no início de 2025, incluindo todos os custos associados à transação. Na sequência da conclusão desta operação de aquisição, as ações de classe A da Reata deixarão de ser negociadas no Nasdaq.

 

 

Opinião
Não há dúvida que a internet veio tornar quase infinito o acesso à informação.

Poderemos afirma, com algum grau de certeza, que os temas saúde e medicina serão dos mais consultados. A preocupação com doenças, sintomas e sinais leva muitas vezes utilizar este meio de informação, muitas vezes de forma indiscriminada.

A imensidão de informação rapidamente encontrada e a natural incapacidade para filtrar os dados fornecidos, levam com frequência a que se cometam erros de interpretação que, por sua vez, poderão levar a atitudes incorretas. A medicina é uma área muito complexa em que a integração de conhecimentos adquiridos através da formação académica e experiência dada pela prática clínica, tornam os profissionais de saúde as únicas fontes para esclarecer todas as dúvidas, efetuar diagnósticos e decidir sobre o melhor tratamento.

A Internet pode ser útil para nos elucidar e aumentar os nossos conhecimentos no âmbito da cultura geral, e para nos esclarecer de forma genérica. Mas não nos pode levar a tirar conclusões definitivas e implicar modos de atuação, que poderão pôr em causa a saúde de vós próprios ou de quem vos é próximo.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
ABC7 realiza-se de 9 a 11 de novembro
Com cerca de 1.500 participantes de aproximadamente 90 países de todo o mundo, esta conferência debate o cancro da mama...

Nesta sessão vão ser debatidos temas como “Novos tratamentos e alvos terapêuticos”, “Novas tecnologias e técnicas” ou “Dilemas Clínicos”.

Os custos de ter cancro da mama avançado, não apenas para doentes individuais (na maioria das vezes mulheres), mas também para os países, que são afetados pela diminuição de produtividade ou como a inteligência artificial pode ajudar a fornecer os melhores tratamentos para pessoas que vivem com essa doença são outros dos temas em discussão.

Apesar dos avanços significativos no tratamento do cancro da mama inicial nas últimas décadas, os pacientes com cancro de mama avançado enfrentam um prognóstico pior, são mal atendidos e amplamente esquecidos. Não há números confiáveis para o número de mulheres e homens que vivem com cancro da mama avançado. No entanto, há mais de dois milhões de novos casos de cancro da mama a cada ano no mundo e 0,6 milhão de mortes. Cerca de 5-10% dos casos estão localmente avançados ou espalharam- se para outras partes do corpo no momento do diagnóstico, e esses números podem chegar a 80% em países em desenvolvimento. Cerca de um terço dos casos de cancro da mama inicial tornar-se-ão metastáticos, mesmo com os melhores cuidados, e a sobrevida média desses pacientes é de três a cinco anos.

No final da conferência ABC7, um grupo de especialistas em cancro da mama avançado, reconhecidos internacionalmente, desenvolverão um novo conjunto de diretrizes para o melhor tratamento de pessoas com esta doença. Essas diretrizes serão posteriormente publicadas numa revista científica. As diretrizes são baseadas nas evidências mais atuais e podem ser usadas para orientar a tomada de decisões sobre o tratamento do cancro da mama avançado, em diferentes sistemas de saúde mundiais, com as adaptações necessárias devido ao acesso diferente aos cuidados. Essas diretrizes constituem as diretrizes internacionais para lidar com essa doença e serão amplamente utilizadas em todo o mundo.

 

 

Dia 19 de outubro
A CAPITI – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Infantil – vai organizar, em Lisboa, no próximo dia 19 de outubro – e...

A iniciativa que coloca a arte ao serviço da Saúde Mental conta com a participação de 30 artistas contemporâneos, consagrados e emergentes, que doaram as suas obras para integrar a exposição e o leilão solidário CAPITI “Art Mind”. Entre os principais artistas que aderiram à causa solidária, contam-se nomes bem conhecidos no mundo artístico como Alexandre Farto (Vhils), Ana Perez Quiroga, Diogo Pimentão, Duarte Amaral Neto, Fátima Mendonça, Fernão Cruz, Jorge Molder, Martim Brion, Noé Sendas, Pedro Valdez Cardoso, Sandra Rocha e Teresa Segurado Pavão.

Este ano, e no âmbito da iniciativa, a CAPITI desafiou artistas a doarem uma obra, via Instagram, que foi avaliada posteriormente por júri – João Pinharanda, Diretor Artístico do MAAT, João Pinto Ribeiro, CEO do Palácio do Correio Velho, e Mariana Saraiva, Presidente da CAPITI – que selecionou 10 obras que irão integrar a 7ª Edição da exposição e do leilão solidário CAPITI “Art Mind”.

O evento solidário, que já faz parte da agenda cultural da cidade de Lisboa, vai ter lugar no Museu da Eletricidade (Sala dos Geradores), entre as 12h00 e as 20h00, no dia 19 de outubro, no qual será possível ver todas as obras expostas e participar no leilão live online. A partir de 10 de outubro, será possível licitar as obras no site do Palácio do Correio Velho em www.pcv.pt. O encerramento do leilão será dia 19 de outubro, pelas 21h30, e a licitação deve ser feita, também, em www.pcv.pt. Em 2022, a iniciativa permitiu a angariação de 51.250 euros e 27 peças de arte vendidas.

379 crianças e jovens apoiados e quase 14 mil atos clínicos realizados

Fundada em 2017, a CAPITI vive de doações, tendo apoiado até ao momento um total de 379 crianças e jovens, através das 8 clínicas parceiras, a nível nacional, tornando possível a realização de 13.990 atos clínicos, que englobam consultas com médicos, psicólogos e outros técnicos, e avaliações para diagnóstico.

 Graças às parcerias estabelecidas com 8 clínicas, em 10 cidades do país, a CAPITI conseguiu, no final de 2022, que 165 crianças e jovens fossem acompanhados de forma regular, sendo que mais de metade destas crianças e jovens residem fora do distrito de Lisboa. Outro dado importante é que quase 70% dos casos em acompanhamento de crianças e jovens pertencem aos escalões 0 e 1, ou seja, são provenientes de famílias com maiores dificuldades financeiras, onde a CAPITI apoia 90% ou 70% das suas consultas.

Face ao contexto da pandemia e da guerra na Europa, a CAPITI teve de se adaptar e reinventar para assegurar, por um lado, a continuidade do acompanhamento das crianças e jovens, por outro a possibilidade de acolher as novas famílias que precisam do seu apoio. A propósito desta realidade, Mariana Saraiva, presidente da CAPITI, faz um alerta para a insegurança e para a ansiedade que se vive nos dias de hoje: “são realidades muito preocupantes, não só em relação às crianças e jovens, como aos seus pais, que vivem uma condição muito frágil e desgastante há alguns anos. Esta realidade traz, naturalmente, sérias oscilações ao nível da saúde mental”.

Ainda que com a pandemia e a guerra na Europa, a saúde mental tenha passado a estar na ordem do dia, a angariação de fundos para o apadrinhamento das crianças da CAPITI continuou a ser um desafio enorme, conforme explica a presente da Associação: “Continuamos a dar a conhecer a causa da CAPITI e a nossa realidade, no entanto, tantas outras associações estão no terreno com necessidades tão prementes como a nossa que é natural que os mecenas tenham de fazer escolhas. Ainda assim, apelamos a todos os portugueses para que, este ano, apoiem esta causa solidária e que se juntem a nós nesta importante missão”.

Aquisição da Atlanticare
A CUF, presente no mercado da Saúde Ocupacional através da SAGIES, acaba de adquirir uma posição maioritária na Atlanticare,...

A aquisição, por parte da CUF, de 51% da Atlanticare é o primeiro passo para uma integração futura das duas empresas, ficando a  CUF com uma participação de 80% e os acionistas da Atlanticare com uma participação de 20% na futura entidade combinada.

Esta operação, que representa um passo significativo na estratégia de crescimento da CUF na área da saúde ocupacional, permite, por um lado, reforçar a aposta da CUF na prestação de serviços de Medicina Preventiva, e por outro, responder a uma preocupação crescente das empresas com a saúde e bem-estar dos seus colaboradores. A Medicina Preventiva, em contexto empresarial, tem vindo a ganhar cada vez mais relevância, dada a maior consciencialização para os atuais desafios na área da saúde e consequente crescimento da importância da promoção da saúde pelas empresas junto dos seus colaboradores.

A união da Atlanticare e da SAGIES permitirá uma maior e melhor capacidade de resposta a nível nacional, beneficiando da articulação com a rede CUF e de um total de seis clínicas próprias, dedicadas fundamentalmente à Medicina do Trabalho e Check-Ups, para além de várias parcerias com dezenas de clínicas localizadas em diversos pontos do país. 

A concretização desta aquisição representa, igualmente, para a SAGIES e para a Atlanticare, a oportunidade de aliar o conhecimento, experiência e diferenciação das equipas de ambas as empresas, com as quais a CUF continua a contar, de modo a contribuírem para a qualidade dos serviços prestados aos clientes empresariais. A SAGIES e Atlanticare irão, nesta fase, continuar a operar sob as respetivas marcas. 

 

 

Bem-Estar Mental e Físico na Gravidez e no Pós-parto
O Algarve recebe, no próximo dia 21 de outubro entre as 08H30 e as 13H00 no Hotel Real Marina de Olhão, o 5ª Simpósio Nacional...

“O Simpósio Nacional da Grávida, de inscrição gratuita, é um evento dedicado a todas as grávidas do Algarve e Baixo Alentejo e tem como objetivo a partilha de experiências e informação relacionada com a gravidez, parto e puerpério entre os participantes e alguns dos melhores profissionais de saúde da região” afirma Teresa Lopes da BebéVida.

“Pretendemos com este evento, desmistificar a questão do bem-estar mental na gravidez e pós-parto que, apesar de ser muito debatido, continua a ser um tema tabu para muitas mulheres e casais. Ao longo desta manhã, serão apresentadas várias formas de ultrapassar algumas dificuldades não esquecendo também o cuidado com a imagem e bem-estar físico no geral. Pretendemos acima de tudo, que seja uma manhã bem passada e que todos os participantes possam terminar com mais informação e mais seguros em relação a esta nova fase das suas vidas.”

Este simpósio conta com palestras da equipa de especialistas do HPA que vão abordar temas relevantes para os futuros pais e esclarecer muitas das dúvidas naturais que surgem nesta fase. Durante a manhã haverá ainda atividades práticas como aulas de ginásio, workshops e ecografias 4D para as futuras mamãs.

Os participantes vão ainda receber diversas ofertas de marcas parceiras da iniciativa e ficam habilitados a receber um mega cabaz no valor de 500 euros com produtos para o seu bebé.

Faça a sua inscrição gratuita em www.bebevida.pt

 

Causas, sintomas e fatores de risco
A Clínica Espregueira – FIFA Medical Centre of Excellence, ao mesmo tempo que tem vindo a agilizar a

Caro leitor, queremos alertá-lo para uma necessidade crescente de mudar e melhorar hábitos para prevenir a síndrome do Pescoço de Texto, também conhecida como Text Neck Syndrome, na sua expressão anglo-saxónica. Esta condição, cada vez mais frequente, já afeta também crianças e poderá dever-se, sobretudo, ao uso prolongado de dispositivos móveis. Estima-se que cerca de 6 biliões dos, aproximadamente 8 biliões de pessoas que existem no mundo, passam várias horas por dia com a cabeça inclinada para frente, devido ao uso de dispositivos eletrónicos, como telemóveis e tablets, o que pode levar a consequências para a saúde física, mental e social.

Neste texto, apresentaremos informações claras e informativas para prevenir e lidar com essa ameaça, sem recorrer a pretensiosismos técnicos, mas mantendo o rigor e a ponderação.

O que é o Pescoço de Texto?

A Síndrome do Pescoço de Texto, tecnicamente designada por Forward Head Posture, é um termo utilizado para descrever uma condição cada vez mais prevalente e associada ao uso prolongado de dispositivos móveis. Ao olharmos para os nossos telemóveis, tablets ou outros dispositivos eletrónicos, inclinamos a cabeça para a frente e para baixo. Praticamente, todos o fazemos desta forma, se não, faça-se a “radiografia” da posição do pescoço e da cabeça, na sociedade, i.e., em casa, no metro, no autocarro, nas mesas dos restaurantes e até em ginásios. Isto coloca uma pressão adicional sobre a coluna cervical., sendo muitos quilos e durante demasiadas horas:

  • A cabeça de um adulto, em média, pesa 5kg na posição neutra; quer dizer alinhada com a vertical;
  • Com a inclinação da cabeça para a frente e para baixo, pode alcançar um efeito mais de 5 vezes maior na cervical, isto é, 27kg com uma inclinação de 60°;
  • As crianças e adolescentes podem passar 5 a 7 horas por dia nos telemóveis e outros dispositivos;
  • Com o tempo, os efeitos cumulativos, podem ser dramáticos, aproximadamente 2500h num ano; é como quem diz; 25% do tempo disponível de vida por ano!

Esta postura, repetida e acumulada, pode resultar em dores e desconforto no pescoço, ombros, membros superiores e outros segmentos da coluna. Pode mesmo, a longo prazo, promover alterações das normais e necessárias curvas fisiológicas e alterações patológicas em diferentes estruturas, como o osso, cartilagem, discos intervertebrais, ligamentos e músculos. Também necessitamos acomodar outras implicações diretas como a da luz na qualidade do sono, da radiação eletromagnética e da sua assimilação, particularmente nas crianças, por ser, factualmente, maior e imprevisível, neste caso, por desconhecimento dos seus efeitos. No que diz respeito, a implicações indiretas, não será exagero sublinhar o efeito do tempo de ecrã para os hábitos sedentários, assim como, por outro lado, a perda de oportunidades para a prática de exercício físico, sobretudo moderado e vigoroso que, sabemos, ter um efeito preventivo em determinados problemas de natureza musculosquelética e muitos outros benefícios para a saúde física, mental e social. Em 2035, estima-se que 51% da população mundial terá excesso de peso ou obesidade. A obesidade tende a subir, crescendo mais rapidamente e especialmente entre as meninas. O impacto económico da nova pandemia, i.e., do excesso de peso e obesidade poderá alcançar os 3% do PIB mundial.

Causas, sintomas e fatores de risco:

O Pescoço de Texto está diretamente relacionado aos hábitos digitais, que hoje são estendidos e frequentes por várias razões e propósitos. Seja por questões ocupacionais, troca de mensagens, navegação em redes sociais, jogos, consultas de serviços ou compras online. Estas atividades exercem uma carga excessiva, principalmente nos músculos e ligamentos do pescoço e, de forma geral, na região superior das costas. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Dor no pescoço e rigidez;
  • Dor nos ombros e costas;
  • Dores de cabeça frequentes;
  • Sensação de dormência/formigueiro nos braços;
  • Postura curvada.

Sabia que existem escalas para medir o uso que faz do telemóvel? Convidamos o leitor a pesquisar, isso sim, sem fletir a cabeça para a frente e para baixo, a escala designada por Smartphone Addiction Scale-Short Version (SAS-SV). Recomendamos que faça um print, imprima e responda a 10 perguntas simples e obterá uma pontuação entre 10 e 60. Se conseguir entre 30 ou mais pontos, fica o nosso conselho para reduzir o uso e/ou procurar alternativas para consultar o que pretende, que não impliquem a postura acima referida. Arredondando, mais de 30 pontos, significa que fará um uso excessivo do telemóvel e isso é um fator de risco. Porquê? Porque se aplicou a escala validada a mais de 1000 trabalhadores de escritório e, verificou-se que os que têm a pontuação acima dos referidos e arredondados 30 pontos, têm uma probabilidade 6 vezes maior de ter dor no pescoço. Além das queixas/consequências físicas, também se verificou a associação com stress, ansiedade e depressão. Também existem trabalhos que avaliam o impacto no comportamento social, mas os resultados não parecem ser positivos. Todavia e felizmente, o Pescoço de Texto é uma condição evitável e tratável., pelo que sugerimos algumas dicas para prevenir e lidar com a síndrome:

  1. Consciência postural: Mantenha a consciência sobre a sua postura enquanto utiliza dispositivos eletrónicos (e também se aplica quando lê um livro). Mantenha o telefone ao nível dos olhos para evitar inclinar constantemente a cabeça para baixo; quando num sofá, poderá colocar uma ou duas almofadas no colo, apoiar os cotovelos e, como resultado, reduzirá significativamente a inclinação da cabeça para a frente e para baixo.
  2. Pausas regulares: Faça pausas frequentes durante o uso de dispositivos. Influencie o departamento de saúde ocupacional a introduzir medidas preventivas e sessões de exercício físico, já que as pausas ativas podem fazer toda a diferença no seu bem-estar e saúde.
  3. Pratique exercício físico: salvaguardados os imponderáveis, o exercício físico pode mudar-lhe a vida e/ou contribuir para manter a vida que tem, desejando que seja o caso, livre de problemas musculoesqueléticos e outras condições clínicas que podem impactar negativa e significativamente a saúde e bem-estar.
  4. Ergonomia: Na utilização de computadores, seja o clássico PC ou o portátil, certifique-se de que a tela esteja ao nível dos olhos e que o teclado esteja numa posição confortável para evitar tensões desnecessárias.
  5. Consulte o médico ou o fisioterapeuta: Caso os sintomas persistam ou se intensifiquem, procure um profissional de saúde para avaliação, referenciação e /ou tratamento adequado.

Conclusão:

O Pescoço de Texto é uma condição real que pode afetar qualquer pessoa que faça uso intensivo de dispositivos eletrónicos. Ao adotar uma postura mais consciente, praticar exercício físico e fazer pausas regulares, podemos prevenir e tratar a síndrome, garantindo uma experiência digital mais saudável e agradável. Lembre-se sempre de cuidar do seu bem-estar físico, mental e social, enquanto desfruta do mundo digital moderno. Aqui e, através deste texto, queremos oferecer-lhe modernidade e saúde. Da próxima vez que estiver a fazer tapping e swiping, no seu telemóvel, lembre-se da sua saúde e dos conselhos da Clínica Espregueira – FIFA Medical Centre of Excellence.

 
Prof. Dr. João Espregueira-Mendes - vice-presidente da ISAKOS - Sociedade Internacional de Artroscopia, Cirurgia do Joelho e Medicina Ortopédica Desportiva

Dr. Rogério Pereira - fisioterapeuta da Clínica Espregueira no Porto

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
De 9 a 14 de outubro
O Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira anuncia com entusiasmo a organização da 17ª Edição da Semana do Bebé, um evento...

Sob o tópico principal “+Saúde Mental: um compromisso de todos”, pretende-se um especial enfoque no conceito de Saúde Mental Positiva, um termo que nos remete para uma abordagem na saúde que vai para além da ausência de doença, reconhecendo a importância das características psicossociais positivas, como: satisfação social, autonomia, resolução de problemas, competências de relação interpessoal. Esses pilares fundamentais enriquecem a vida dos indivíduos, tanto o seu mundo interior como as conexões com a sociedade, pelo que é imperioso implementar estratégias desde cedo, na jornada da vida, para evitar ou minimizar o risco de adversidades mentais.

Nesse sentido, e porque é primordial que a saúde mental seja promovida e garantida, desde a conceção até à adolescência, que a Semana do Bebé visa abraçar atividades, que promovam o desenvolvimento saudável e pleno, nos diversos contextos em que a criança está inserida, bem como também está determinada a consciencializar pais e cuidadores, para a importância de uma parentalidade afetiva e responsável, que é essencial para formar cidadãos felizes, proativos e confiantes.

Das inúmeras atividades, em destaque ao longo de toda a semana, referenciar as que necessitam de inscrição, que apesar de gratuita é obrigatória em: https://chcbeira.up.events

 

 

 

 

Atividade formativa
Equipas de Trauma da Região Centro treinam no Centro de Simulação do CHUC ...

Destinada a membros das equipas de trauma dos hospitais da Região Centro, esta atividade formativa decorreu por iniciativa da Comissão Regional de Trauma do Centro, com o apoio da Administração Regional de Saúde do Centro e da Comissão de Trauma do CHUC, e contou com o patrocínio científico da Associação Lusitana de Trauma e Emergência Cirúrgica (ALTEC).

Refira-se que o Curso de Equipas de Trauma é baseado quase exclusivamente em cenários simulados e os objetivos são melhorar as competências não técnicas de trabalho em equipa de médicos e enfermeiros dos serviços de urgência hospitalares, e deste modo aumentar a qualidade dos cuidados prestados ao doente vítima de trauma grave.

Esta edição do Curso de Equipas de Trauma foi a primeira de âmbito regional e contou com uma de equipa de formadores e coordenadores constituída por elementos das duas unidades hospitalares, CHUC e CHTV, e com elementos observadores do Hospital da Figueira da Foz. Procurou-se, deste modo, promover uma forma comum de trabalhar e a colaboração interinstitucional.

O programa formativo de treino de equipas teve início em 2021 e as 13 edições decorridas até ao momento permitiram preparar mais de 140 profissionais do CHUC.

O programa de formação da Comissão Regional de Trauma terá continuidade no próximo dia 16 de novembro, com mais um Curso de Equipas de Trauma, desta vez destinado a elementos do Hospital Santo André, Leiria.

 

 

Precisão do diagnóstico
A ultrassonografia – vulgarmente conhecida como ecografia – pode ser uma importante ferramenta de diagnóstico do cancro da mama...

Apesar de ser a ferramenta de diagnóstico mais utilizada no rastreio do cancro da mama, a mamografia apresenta algumas limitações. “A densidade da mama – que é maior na população jovem – pode mascarar algumas patologias que, no entanto, podem ser detetadas através de ecografia”, explica Rute Santos, docente da unidade científico-pedagógica de Imagem Médica e Radioterapia na ESTeSC-IPC e responsável pelo estudo “Ultrasound as a Method for Early Diagnosis of Breast Pathology” (realizado com o apoio de estudantes da ESTeSC-IPC e em colaboração com Ana Raquel Ribeiro, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, e Daniela Marques, da clínica Joaquim Chaves Oncologia), publicado no Journal of Personalized Medicine.

No estudo, 105 mulheres (com idades entre os 18 e os 79 anos) foram submetidas a exames de ultrassonografia mamária. Em 31 casos, a ecografia revelou alterações do tecido mamário – sendo que apenas sete mulheres revelaram ter conhecimento prévio dessas alterações. “A ecografia permite detetar quistos e fibromas que nem sempre são identificados através do exame físico e da mamografia e que podem, ou não, evoluir para quadros mais adversos”, justifica a investigadora. Na amostra estudada, pelo menos nove mulheres mantinham sinais de alteração num segundo exame de ultrassonografia, realizado três meses depois.

Apesar dos resultados, a ecografia não deve substituir-se à mamografia. “São exames distintos e complementares”, frisa Rute Santos, explicando que a ecografia pode ser utilizada como meio de diagnóstico precoce – sendo uma alternativa à mamografia em populações jovens, que genericamente apresentam maior densidade mamária – mas deverá ser utilizada apenas de forma complementar a partir dos 50 anos, idade a partir da qual a Direção Geral de Saúde recomenda o rastreio bianual através de mamografia.

“É uma questão de prevenção”, sublinha a docente, lembrando ainda importância do autoexame. “Não pretendemos alarmar a população, mas sim mostrar que, com a evolução que a ultrassonografia tem registado ao longo dos últimos anos, esta pode ser um aliado importante no rastreio do cancro de mama e também de outras patologias”, nota. Até porque, “sendo uma técnica não invasiva, que não utiliza radiação ionizante e é mais bem tolerada pelo doente, podendo ser portátil também, pode chegar facilmente a toda a população”, acrescenta.

Em Portugal, o cancro da mama é a neoplasia maligna mais frequentemente diagnosticada na população feminina, sendo considerada a segunda principal causa de morte nas mulheres (ainda que a doença possa também afetar a população masculina). Em 2020 foram detetados 7000 novos casos, que resultaram na morte de 1800 pacientes.

Opinião
A surdez pode representar um fardo financeiro significativo.

A perda auditiva é, realmente, um problema de saúde muito comum, com consequências de longo alcance. Os custos financeiros da perda auditiva não tratada podem ser elevados, afetando o indivíduo surdo, as famílias e a sociedade como um todo. É crucial aumentar a consciencialização sobre essa questão e priorizar a importância de tratar a perda auditiva para uma melhor qualidade de vida e bem-estar geral.

A perda auditiva tem um impacto silencioso nas finanças pessoais. Os custos associados ao tratamento da surdez, com aparelhos auditivos e consultas médicas, podem ser significativos, mas fundamentais. Além disso, a perda auditiva não tratada pode levar a perda de oportunidades de emprego e dificuldades de comunicação, afetando a estabilidade financeira a longo prazo. É importante procurar ajuda profissional e explorar opções de reabilitação auditiva, para minimizar esses impactos financeiros.

A perda auditiva não tratada pode, realmente, prejudicar a progressão profissional do indivíduo surdo, e o seu potencial de ganhos. As dificuldades de comunicação no local de trabalho, podem resultar em oportunidades perdidas, relacionamentos tensos com colegas e prejudicar o desempenho no trabalho. Isso pode resultar em promoções limitadas, aumentos salariais menores e, até mesmo, à perda de emprego.

Ignorar a perda auditiva, pode levar a uma série de outros problemas de saúde. O aumento do "stress", o isolamento social e o declínio cognitivo, estão frequentemente associados à perda auditiva não tratada. Esses problemas podem levar a maiores gastos com cuidados de saúde, incluindo despesas relacionadas com o cuidado da saúde mental, consultas médicas mais frequentes e medicamentos. Além disso, pessoas com perda auditiva não tratada podem estar em maior risco de quedas e acidentes, devido a problemas de desequilíbrios auditivos, resultando em contas médicas dispendiosas.

Ter dificuldade de ouvir deve levar as pessoas a investirem em métodos alternativos de comunicação, como dispositivos de assistência pessoal e sistemas telefónicos especializados. Embora essas tecnologias possam ajudar a mitigar os efeitos da perda auditiva, elas têm um custo financeiro elevado. Para além disso, a perda auditiva não tratada, pode levar a más interpretações em circunstâncias importantes, potencialmente resultando em disputas que requeiram a intervenção legal.

A perda auditiva não tratada, pode resultar, até, em relacionamentos familiares difíceis. A dificuldade de comunicação pode levar a mal-entendidos, frustrações e tensão nos relacionamentos. Os membros da família podem sentir-se frustrados ou ignorados, e isso

pode afetar o seu bem-estar emocional. É importante tratar a perda auditiva para manter relacionamentos saudáveis e manter uma comunicação aberta.

A perda auditiva, frequentemente, leva ao isolamento social, já que as pessoas se afastam de encontros, convívios e interações sociais devido às dificuldades de comunicação. Esse isolamento não apenas afeta o bem-estar mental, mas também impacta os relacionamentos dentro das famílias e das comunidades. Os membros da família podem precisar fazer esforços para além do que seria habitual e adequado para se comunicarem, o que pode levar a relacionamentos tensos e à angústia emocional.

À medida que a perda auditiva avança, as pessoas podem tornar-se cada vez mais dependentes dos seus entes queridos para obter ajuda. Os membros da família frequentemente precisam assumir o papel de cuidadores, o que pode causar dificuldades financeiras, devido a responsabilidades adicionais, tempo afastado do trabalho e possível redução de rendimento.

Se não for tratada, a perda auditiva vai estar associada a um maior risco de declínio cognitivo e demência. As necessidades de cuidados de longo prazo em instituições especializadas serão muito prováveis. Assim, associar-se-ão às dificuldades sociais, os custos financeiros para as famílias.

A perda auditiva não tratada tem um impacto significativo na sociedade e nas consequências económico-financeiras. A dificuldade de comunicação pode levar a barreiras no local de trabalho, resultando em menor produtividade e em oportunidades de emprego mais limitadas para essas pessoas. Para além disso, os custos associados à perda auditiva não tratada, com cuidados de saúde adicionais e apoio social, podem sobrecarregar os sistemas de saúde e assistência social. É importante reconhecer e abordar essas questões para promover a inclusão e o bem-estar de pessoas com esta deficiência.

A perda auditiva não tratada, pode levar a uma redução na produtividade no local de trabalho, afetando tanto o indivíduo quanto a eficiência e rentabilidade da empresa como um todo. Os desafios na comunicação e o desempenho profissional reduzido podem prejudicar a colaboração e dificultar a realização eficaz das tarefas. É importante abordar a perda auditiva e fornecer o apoio necessário para garantir um ambiente de trabalho produtivo, e em último caso, recorrer a uma solução de conciliação híbrida, e sempre que possível, favorecer o teletrabalho.

O efeito cumulativo da perda auditiva não tratada no sistema de saúde não pode ser ignorado. O aumento das consultas médicas, hospitalizações e a necessidade de cuidados especializados contribuem para o aumento dos custos de saúde para a sociedade como um todo. É importante reconhecer e tratar a perda auditiva para reduzir esses custos e promover a saúde auditiva.

As pessoas com perda auditiva severa ou profunda, podem depender de programas de assistência social, necessitando de benefícios por incapacidade e medidas de apoio de incentivo ao emprego, devido à sua condição, que de certo modo, são importantes e devem existir. Contudo, isso coloca uma carga adicional nos recursos governamentais. É importante fornecer o apoio adequado e oferecer as oportunidades de emprego inclusivas para ajudar a mitigar essa dependência, e para que essas pessoas possam contribuir para a economia.

Finalizando, os perigos de não tratar a perda auditiva vão muito para além das dificuldades imediatas de comunicação. Os custos financeiros da perda auditiva não tratada são significativos e abrangentes, afetando as finanças pessoais, os relacionamentos e a sociedade em geral. A intervenção precoce, como o uso de aparelhos auditivos, implantes cocleares e de outro tipo, assim como, as estratégias de comunicação como é o caso da acessibilidade e tecnologias assistivas associadas à reabilitação, podem ajudar a mitigar esses custos e melhorar a qualidade de vida substancialmente. Reconhecendo os encargos financeiros ocultos relacionados com a perda auditiva, é possível cooperar com as entidades governamentais, trabalhar juntamente com associações dedicadas a abordar essa questão, que é muitas vezes negligenciada, e deste modo, criar um futuro mais inclusivo e economicamente sustentável.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Apresentadas 100 candidaturas
A Boehringer Ingelheim, em conjunto com a Ordem dos Médicos, anuncia que após uma análise e avaliação detalhada das 100...

A seleção dos projetos finalistas tem em conta o seu alinhamento com os pilares deste prémio, o seu carácter inovador e diferenciador, a sua exequibilidade, a sua otimização na produção de cuidados e o seu impacto na saúde dos portugueses.

Os 12 projetos selecionados incidem em áreas diversificadas, nomeadamente no impacto ambiental hospitalar, na telemedicina, na medicina personalizada, na medicina de proximidade e em auxiliares na gestão de várias patologias com o apoio da inteligência artificial. Muitos destes projetos podem ser implementados em diferentes contextos dos serviços de saúde, como é o caso dos Cuidados de Saúde Primários, Cuidados Domiciliários e Hospitalares.

“Estamos muito orgulhosos pela adesão de tantas pessoas realmente comprometidas em contribuir para a   melhoria da sustentabilidade dos cuidados de saúde. Os projectos que nos chegaram apresentam uma elevadíssima qualidade e estrutura e todos eles apresentam valor acrescentado, no entanto, apenas 12 poderão passar à fase seguinte.  A escolha foi difícil, mas acreditamos que os projetos finalistas, se implementados, poderão trazer verdadeiros benefícios ao panorama da saúde em Portugal.”, refere Vanessa Jacinto, Head of Market Access & Public Affairs da Boehringer Ingelheim Portugal.

Para Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos, “este ano, destacamos a diversidade de propostas de implementação dos diferentes projetos que chegaram das mais diversas zonas do país, e não apenas dos grandes centros urbanos, algo que é extremamente importante para um acesso equitativo à inovação nos cuidados de saúde”.

As equipas irão agora passar à fase de hackathon, que ocorrerá de 13 a 15 de outubro, em formato online e que consiste num fim de semana intenso durante o qual os candidatos se reúnem com peritos de diversas áreas para, em conjunto, dar robustez aos projetos, desenvolverem soluções e prepararem-se para o pitch final ao júri. Tal como acontece com o Júri, contamos com personalidades de relevo que poderão dar contributos muito valiosos às equipas

Os projetos vencedores serão conhecidos no evento final, que se realizará no final de novembro, em Lisboa.

1ª edição
A Associação de Antigos Alunos da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ALUMNI ENSP NOVA) promove a...

Entre os 50 distinguidos encontram-se personalidades como: Adalberto Campos Fernandes, Adriano Natário, Ana Escoval, António Sousa Uva, Artur Vaz, Celeste Gonçalves, Cipriano Justo, Delfim Rodrigues, Fernando de Almeida, Francisco George, Francisco Ramos, Graça Freitas, Isabel Loureiro, João Prista e Silva, Jorge Simões, Jorge Varanda, José Carlos Lopes Martins, José Pereira Miguel, Júlio Reis, Luís Pisco, Manuel Delgado, Mário Durval, Pedro Lopes, Vítor Ramos. Esta é uma iniciativa promovida em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP NOVA), instituição líder há 55 anos na formação de profissionais de saúde e no desenvolvimento da ciência da saúde pública a nível nacional e internacional. A iniciativa conta com o apoio da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP), da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), e da Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho (SPMT).

Para Maria Barros, Presidente da ALUMNI ENSP NOVA - “A todos aqueles que uma vez caminharam pelos corredores da ENSP NOVA e trilham os caminhos da excelência, prestamos a nossa mais profunda homenagem. Os seus feitos notáveis são faróis de inspiração, e a manifestação viva dos valores da ENSP NOVA guiando-nos a acreditar no poder dos sonhos e na força da educação em prol de um mundo melhor”.

A cerimónia de homenagem aos ALUMNI NOTÁVEIS da ENSP NOVA, que irá outorgar a distinção de ALUMNI NOTÁVEL a 50 personalidades formados pela ENSP NOVA, vai realizar-se no dia 3 de outubro de 2023 (17h30), no grande auditório da reitoria da Universidade NOVA de Lisboa inserida na conferência “Leading the way to a Healthy Future – Inovação ao serviço da saúde pública” e enquadrada nas comemorações do 50º aniversário da Universidade NOVA de Lisboa e na celebração do 55º aniversário da ENSP NOVA.

A Conferência, que conta com a participação de organizações dos setores público, social e privado da saúde, ciência, tecnologias, empreendedorismo, inovação, vai discutir e apresentar um conjunto de propostas e recomendações em 4 áreas prioritárias para um futuro mais saudável e sustentável: Políticas e Sistemas de Saúde, Força de Trabalho Saudável, Comunidades Saudáveis, Saúde e Inovação Sustentável.

Estudo
Uma equipa de investigadoras e psicólogas portuguesas está a testar dois programas de intervenção psicológica em crianças entre...

O estudo-piloto dos programas Detetives das Emoções In-Out e Gato Habilidoso tem sido conduzido pela Universidade de Coimbra (UC) e pela Universidade de Lisboa (ULisboa). Os programas são destinados a crianças que apresentam sintomas de ansiedade clinicamente significativos, como ansiedade de separação, que se manifesta pela dificuldade da criança em separar-se dos pais; ansiedade social, que se traduz, muitas vezes, na dificuldade em participar nas interações sociais e em situações de avaliação; e ansiedade generalizada, que se manifesta frequentemente por preocupações com uma diversidade de aspetos que a criança não consegue controlar. Em breve, estas intervenções vão ser aplicadas em maior escala, estando abertas as inscrições.

Perante a necessidade de tratamento das perturbações emocionais na infância, pretende-se “contribuir para que estas duas intervenções psicológicas, com características diferentes, mas ambas com resultados de eficácia noutros países muito promissores, fiquem disponíveis no nosso país e possam ser implementadas de forma generalizada”, explica a docente da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) e investigadora do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC), Helena Moreira.

“A investigação tem mostrado que se as perturbações de ansiedade na infância não forem adequadamente tratadas, a probabilidade de recaída ou de desenvolvimento de novos problemas, ao longo da adolescência e da idade adulta, é elevada”, contextualiza a também coordenadora do projeto. “Os primeiros anos de vida representam uma oportunidade extraordinariamente importante para a promoção da saúde mental ao longo da vida; contudo, muitas crianças não têm acesso a tratamento psicológico, particularmente a intervenções informadas pela evidência”, acrescenta Helena Moreira.

É para colmatar as lacunas nos cuidados de saúde mental na infância que nasce o projeto de investigação Detetives das Emoções In-Out: versão online e presencial do Protocolo Unificado para Crianças, que consiste no estudo das duas intervenções mencionadas (Detetives das Emoções In-Out e Gato Habilidoso), ambas baseadas “na terapia cognitivo-comportamental para ajudar as crianças a reduzir a intensidade e a frequência de experiências emocionais fortes e aversivas, através da aprendizagem de competências que lhes permitam lidar com essas emoções de forma mais adaptativa”, reforça a investigadora. “São usadas estratégias tais como a psicoeducação acerca das emoções, o mindfulness, a resolução de problemas, a exposição emocional, entre outras”, acrescenta.

O estudo-piloto decorreu entre março e julho de 2023, em diferentes zonas do país (nomeadamente Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa, Mortágua, Pombal e Viseu), tendo envolvido 77 crianças entre os 7 e os 12 anos e respetivos pais: 39 participantes receberam a intervenção Detetives das Emoções In-Out e 38 a intervenção Gato Habilidoso.

A aplicação dois dos programas pretende testar a eficácia de ambos, que, embora tenham o mesmo objetivo, diferem em alguns aspetos. O programa Detetives das Emoções In-Out combina sessões de grupo presenciais e sessões online totalmente autoguiadas que a criança deve completar em casa, com ou sem a ajuda dos pais. “Este é um aspeto inovador, que pretende dar resposta a alguns desafios que pais e crianças enfrentam atualmente, nomeadamente a falta de tempo para participar num programa exclusivamente presencial e os custos associados a essas deslocações”, destaca a também psicóloga clínica.

Estas sessões online pretendem também “tornar a participação no programa mais atrativa para a criança, através da utilização de tecnologias de informação e comunicação”, sublinha a docente da UC. Outro dos fatores distintivos do Detetives das Emoções In-Out prende-se com o envolvimento dos pais desde o início, que são convidados a participar nas sessões, tanto online como presenciais.

De recordar que a equipa de investigação implementou, entre 2020 e 2022, a versão exclusivamente presencial do programa Detetives das Emoções, tendo envolvido mais de 150 crianças com sintomatologia ansiosa e/ou depressiva clinicamente significativa. “A diminuição significativa da sintomatologia e do evitamento de situações temidas e a promoção de competências adaptativas de regulação emocional que foi possível registar durante a intervenção apenas presencial deram-nos segurança para estudar outras versões do programa, nomeadamente a versão combinada”, remata Helena Moreira.

As inscrições para participação no projeto ainda estão a decorrer. Qualquer pai ou mãe que considere que o seu filho apresenta sintomas de ansiedade significativos pode efetuar a inscrição através do e-mail [email protected], para inscrições na zona Centro; ou usando o endereço [email protected], para inscrições na zona de Lisboa. As escolas que pretendam participar no projeto podem também inscrever-se. A participação no programa é gratuita. O programa de intervenção contempla a realização de 16 sessões.

O projeto é cocoordenado pela professora da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, Ana Isabel Pereira. Conta ainda com o envolvimento da Unidade de Psicologia Clínica Cognitivo-Comportamental da Universidade de Coimbra (UpC3) e do Centro de Investigação em Ciência Psicológica (CICPSI) da ULisboa.

Movimento Cuidar dos Cuidadores Informais vai na 3ª edição
Ajudar os cuidadores informais é a primeira e principal missão do Movimento Cuidar dos Cuidadores Informais, uma iniciativa que...

A 3.ª edição da RACCI arranca agora e as inscrições decorrem até 17 de novembro de 2023. Os candidatos devem submeter a candidatura através do formulário criado para o efeito no website do Movimento. 

As práticas e medidas a concurso podem ser diferentes na sua forma ou aplicação, tendo o mesmo fio condutor: facilitar a vida aos milhares de cuidadores informais que, em Portugal, desempenham uma tarefa nem sempre reconhecida e cujos apoios para tal, de acordo com o mais recente inquérito nacional, não são suficientes. Ao todo, 81,3% dos mais de mil inquiridos no estudo divulgado pelo Movimento confirmam isso mesmo, reforçando a necessidade de auxílio na prestação de cuidados (46,9%), apoio financeiro (39,6%) e apoio psicológico (13,5%).

Todos os municípios e freguesias estão, por isso, convidados a participar, sendo atribuído o selo digital de mérito aos que obtiverem as melhores avaliações globais, numa escala de 1 a 5, por aplicação de critérios como: práticas inclusivas, medidas de apoio, respostas sociais, dinamização ou financiamento de projetos, existência de recursos humanos dedicados aos cuidadores informais ou inovação/importância estratégica para estes cuidadores.

Os vencedores vão receber o selo em formato digital, tal como os restantes elementos visuais da iniciativa RACCI, para que possam divulgar a distinção nos seus canais de comunicação.

O júri é composto por um grupo de representantes das associações que compõem o Movimento e que as avaliaram.  

Na primeira edição da iniciativa, realizada em 2021-2022, o Movimento Cuidar dos Cuidadores Informais recebeu 50 candidaturas, das quais 24 foram reconhecidas com o selo RACCI. No segundo ano da iniciativa, em 2022-2023 foram recebidas 54 candidaturas e reconhecidas 42.  

Ver lista completa das autarquias que receberam o selo: https://movimentocuidadoresinformais.pt/

“Medicina Veterinária na Região Autónoma dos Açores – impacto socioeconómico e estudo prospetivo”
A Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) assinala o Dia do Médico Veterinário e o Dia do Animal, que se celebram a 4 de outubro,...

A apresentação é organizada pelo Conselho Regional dos Açores da OMV, e decorrerá no Hotel Marina Atlântico, em Ponta Delgada, pelas 18h30. Este evento contará com a presença do Secretário Regional da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, António Ventura, e do Bastonário da OMV, Jorge Cid, entre outras individualidades.

Com cerca de 7105 Médicos Veterinários no ativo em Portugal, a grande maioria do género feminino (66,28%), o setor tem vindo a observar um crescimento de Médicos Veterinários, que em 2022, eram apenas 4413 a trabalhar em Portugal.

A profissão de Médico Veterinário, cada vez mais relevante em todo o mundo, e com uma evolução significativa em Portugal nos últimos 15 anos, apresenta também cada vez mais dificuldades nas condições de trabalho.

Neste contexto, a prevenção de problemas de saúde mental tem sido um dos objetivos da OMV que criou este ano um programa de apoio à saúde mental com o objetivo de promover o bem-estar dos Médicos Veterinários.

De acordo com os resultados deste programa, até à data, as preocupações pessoais de ansiedade/pânico, stress e tristeza (low mood) são as mais comuns junto dos membros da OMV que recorreram de maio até setembro ao programa de apoio. 44% dos casos provêm de membros entre os 18 e os 30 anos, seguem-se os membros com idades entre os 41 e os 50, com 25% dos casos. Cerca de 56% dos casos são provenientes de membros do género feminino e apenas 25% dos casos são provenientes de membros do género masculino.

Jorge Cid, Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, acrescenta: “O excesso das horas de trabalho, a privação de sono, a legislação desadequada associada à empregabilidade, e as questões relacionadas com o sofrimento e eventos traumáticos, são as principais dificuldades sentidas no dia-a-dia dos Médicos Veterinários. Estes fatores estão a contribuir para o surgimento de problemas e doenças associadas que contribuem para diminuir a produtividade e elevar os custos associados e de turnover, causando impacto na saúde mental dos Médicos Veterinários”.

Para assinalar o Dia Mundial do Médico Veterinário, a OMV destaca ainda o papel que os profissionais de Medicina Veterinária desempenham na Saúde Pública, no controlo e prevenção de zoonoses, doenças que se podem propagar entre humanos e animais. Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA – fundado como OIE), existem mais de 200 tipos de zoonoses e 60% dos agentes patogénicos que causam doenças humanas são originários de animais domésticos ou animais selvagens. A OMSA estima ainda que 75% dos agentes patogénicos humanos emergentes são de origem animal (ébola, HIV e influenza); 80% dos agentes patogénicos que são utilizados em bioterrorismo têm origem em animais. Além destes dados, das 5 novas doenças que aparecem anualmente, 3 são de origem animal.

“Neste contexto, a abordagem “Uma Só Saúde”, que reúne Médicos Veterinários, é urgente e necessária para a implementação bem-sucedida de estratégias para controlar importantes doenças zoonóticas emergentes e reemergentes”, refere Jorge Cid.

Celebrando simultaneamente a 4 de outubro, o Dia Mundial do Animal, esta é uma data para assinalar não só os problemas associados aos animais domésticos como às espécies ameaçadas de extinção, pela devastação ambiental ou falta de proteção, e sensibilizar para o papel vital desempenhado pelos Médicos Veterinários nos vários campos de atuação, tais como prevenção de doenças, investigação científica e segurança alimentar.

 

Promovido pela Novamente, associação de ajuda a vítimas de traumatismos crânio-encefálicos
No âmbito do Dia Mundial da Saúde Mental, que se assinala no próximo dia 10 de outubro, a Novamente, associação sem fins...

A Conferência realiza-se no próximo dia 9 de outubro, na Fundação Calouste Gulbenkian, a partir das 14h30 e conta com a participação de oradores reconhecidos pelo trabalho desenvolvido na área da saúde mental, nomeadamente nas especialidades de psiquiatria e neuropsiquiatria.

Do painel de debate farão assim parte, Margarida Neto, Médica psiquiatra na Casa de Saúde do Telhal, Tomás Teotónio, consultor neuropsiquiatra no St. George’s University Hospitals NHS Foundation Trust, assim como testemunhos de pessoas com traumatismo e familiares.

Para Vera Bonvalot, Presidente da Novamente, “Este congresso sobre saúde mental em pessoas com deficiência adquirida visa constituir uma oportunidade única para discutir um conjunto de tópicos relevantes para a reabilitação holística destas pessoas”. E acrescenta que “a saúde mental desempenha um papel fundamental na qualidade de vida e na recuperação de indivíduos que enfrentam deficiências adquiridas”

A iniciativa irá abordar entre outros, aspetos sobre como lidar emocionalmente com a aquisição de uma deficiência, quais os desafios psicológicos comuns e como a saúde mental pode afetar a recuperação, que tipo de intervenções são eficazes para lidar com problemas como depressão, ansiedade e estresse pós-traumático, assim como o papel da família, dos amigos e da comunidade, um importante apoio psicossocial.

 

 

Mayo Clinic
Embora as opções de alimentos sem glúten estejam a aumentar, pode ser difícil tomar a decisão de inc

O glúten é uma proteína encontrada em grãos como o trigo, a cevada e o centeio. Na doença celíaca, a ingestão de glúten desencadeia uma reação autoimune que provoca danos nas células do intestino delgado. Esta reação pode causar diarreia, fadiga, perda de peso, inchaço, anemia e outros problemas que conduzem a complicações mais graves.

A intolerância ao glúten é mais comum, explica o especialista em gastrenterologia. Pode ser comparada à intolerância aos produtos lácteos, à cebola ou ao alho, acrescenta.

"Na intolerância ao glúten, não há danos celulares ou inflamação. É mais uma questão de sensibilidade: 'O glúten não é bom para mim'", explica Sarmed Sami. "Se uma pessoa come glúten e tem uma reação imediata, como diarreia, é mais provável que seja um caso de intolerância ao glúten do que de doença celíaca. A doença celíaca é um processo lento que, normalmente, não é sentido de imediato pela pessoa."

Um sinal de que uma pessoa tem intolerância ao glúten ou doença celíaca é indicado pela presença de um ou mais sintomas gastrointestinais, como diarreia, inchaço ou azia, que diminuem ou desaparecem se o glúten for removido da dieta, mas reaparecem se a pessoa começar a comer alimentos contendo glúten novamente, explica o médico. Se isto acontecer, é importante fazer um teste para confirmar se a pessoa tem uma doença celíaca mais grave, explica.

O tratamento da intolerância ao glúten pode ser tão simples como reduzir o consumo de alimentos que contêm glúten, em vez de os eliminar completamente, diz.

"Tudo depende do nível de intolerância. Algumas pessoas podem sentir-se bem se reduzirem a sua ingestão para metade, outras podem necessitar de uma maior redução", explica o especialista. "Isto é diferente da doença celíaca, em que a pessoa precisa de evitar completamente o glúten."

O diagnóstico da doença celíaca começa normalmente com uma análise ao sangue para determinar se o organismo trata o glúten como um invasor e se está a gerar níveis elevados de anticorpos para se proteger. Se a análise ao sangue for positiva, será efetuado um exame imagiológico chamado endoscopia para recolher amostras para uma biópsia e verificar se existem danos no intestino delgado.

"Normalmente, recomendamos que as pessoas não sigam uma dieta sem glúten se estiverem a ser testadas para a doença celíaca, uma vez que isso pode criar resultados falsos negativos nas análises ao sangue", explica.

Para a maioria dos doentes diagnosticados com doença celíaca, a eliminação do glúten mantém a doença sob controlo, garante. No entanto, sem um diagnóstico de doença celíaca, não há razão para eliminar o glúten.

"Não há provas que sugiram que uma dieta sem glúten seja mais saudável", diz. "Não se trata do glúten. Comer um biscoito, por exemplo, tem mais a ver com a gordura e o açúcar do biscoito do que com o glúten em si."

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Regista-se uma diminuição preocupante da participação em programas de rastreio em alguns países
O Grupo de Consenso Internacional para o Cancro do Colo do Útero ACCESS (Progresso no Rastreio do Cancro do Colo do Útero)...

As mulheres que não fazem rastreio regularmente têm maior risco de desenvolver cancro do colo do útero e uma maior probabilidade de a doença ser-lhes diagnosticada em estado avançado, bem como de obterem piores desfechos.1 Numa altura em que os países devem ter como objetivo erradicar o cancro do colo do útero, as vidas das mulheres estão a ser postas em risco devido às taxas baixas e decrescentes dos rastreios. Dar prioridade às mulheres que não fazem rastreio, e compreender melhor e abordar os motivos que as levam a não comparecer nas consultas de rastreio, salvará vidas e contribuirá para a eliminação atempada do cancro do colo do útero. É altura de agir.

“Ao passo que a vacinação proporciona uma proteção abrangente à população, o rastreio é a forma de prevenção com maior impacto à nossa disposição para reduzir o fardo do cancro do colo do útero nos próximos anos. É alarmante testemunhar taxas de participação subótimas em muitos países de elevado rendimento e uma ampla desigualdade entre mulheres que não fazem rastreio. As nossas recomendações abordam estes desafios de frente e fornecem um roteiro para a melhoria da acessibilidade aos serviços de rastreio, o que apoiará o caminho para a eliminação.” Philippe Descamps, vice-presidente da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) e copresidente do Grupo de Consenso Internacional para o Cancro do Colo do Útero ACCESS.

Desde 2020, e em resposta à Estratégia Mundial da OMS para Acelerar a Eliminação do Cancro do Colo do Útero, vários países comprometeram-se a eliminar o cancro do colo do útero com uma estratégia nacional. Porém, a muitos países de elevado rendimento, falta-lhes ainda o estabelecimento explícito deste objetivo de eliminação. O Grupo de Consenso apela aos governos para que alterem esta situação e que definam, nível local, planos de ação nacionais com objetivos ambiciosos de eliminação do cancro do colo do útero, indo mais além do definido pela OMS, tanto para aumentar as taxas de rastreio, como para reduzir as desigualdades na participação. No seu Livro Branco, o Grupo de Consenso propõe uma série de recomendações com base em evidências clínicas e fornece exemplos de boas práticas para aumentar a participação em rastreios do cancro do colo do útero de mulheres que não fazem rastreios e apoiar os objetivos de eliminação da doença.

“As necessidades das mulheres de comunidades em que a adesão ao rastreio do cancro do colo do útero é baixa devem ser a prioridade. Para garantir que reduzimos as desigualdades, precisamos de compreender melhor e desenvolver formas de intervenção para ultrapassar as barreiras que muitas mulheres enfrentam. Pretendemos ampliar o sucesso dos programas de rastreio do cancro do colo do útero, reforçando o trabalho conjunto entre mulheres e profissionais de saúde e adotando as novas tecnologias e inovações para evitar o aparecimento de mais casos de cancro do colo do útero. Empoderando as mulheres através do acesso à informação e apoiando-as, particularmente através de grupos de defesa de pacientes, acredito que temos uma excelente oportunidade para colmatar a falha no acesso a rastreios e salvar mais vidas.” Samantha Dixon, diretora executiva de “Jo’s Cervical Cancer Trust” e copresidente do Grupo de Consenso Internacional para o Cancro do Colo do Útero ACCESS.

Recomendações feitas com base em evidências clínicas para aumentar a participação em rastreios por parte de mulheres que não fazem rastreios

O Grupo de Consenso propõe uma série de recomendações com base em evidências clínicas e fornece exemplos de boas práticas para melhorar os resultados aumentando a participação em rastreios de cancro do colo do útero de mulheres que não fazem rastreios.

Por ordem de prioridade são os seguintes:

1. Desenvolvimento de planos de eliminação do cancro do colo do útero a nível nacional até uma data definida, incluindo objetivos nacionais ambiciosos para a participação da população em programas de rastreio

2. Implementação de iniciativas educativas que visam este objetivo e que sejam relevantes do ponto de vista cultural, de acesso à informação e de sensibilização, com foco particularmente nas mulheres que não fazem rastreios

3. Melhoria do acesso a rastreios do cancro do colo do útero

4. Apoio aos profissionais de saúde no sentido aumentar a participação em rastreios do cancro do colo do útero

5. Incentivo e apoio à criação de grupos de defesa de pacientes com cancro do colo do útero e de coligações nacionais para a prevenção do cancro do colo do útero

6. Garantir a cobertura adequada das despesas com rastreios por parte dos seguros de saúde em todos os países de elevado rendimento

Uma vez que alguns países consideram a auto-recolha de amostras do VPH uma opção de rastreio para o combate aos desafios à participação em rastreios, como parte das recomendações feitas para melhorar a acessibilidade aos rastreios do cancro do colo do útero, o Grupo de Consenso debateu ainda o impacto da auto-recolha de amostras do VPH. O Grupo de Consenso aconselha que, atualmente, a auto-recolha de amostras seja feita apenas por pessoas que habitualmente não fazem rastreios, enquanto se combate os desafios à implementação e se fazem revisões da regulamentação.

Ao implementar estas recomendações, os governos, profissionais de saúde e as comunidades podem trabalhar em conjunto com vista à melhoria dos resultados, aumentando a participação nos rastreios do cancro do colo do útero por parte de mulheres que não fazem rastreios. Para um objetivo tão ambicioso, são necessárias ações imediatas. A colaboração internacional entre peritos deve ser intensificada, para que a tão necessária troca de conhecimentos seja mais frequente e haja ainda uma partilha de boas práticas. O Grupo de Consenso apela aos responsáveis políticos para que implementem as recomendações fornecidas no Livro Branco, assegurando um melhor acesso das mulheres a rastreios do cancro do colo do útero, que é uma ferramenta fundamental para a prevenção do cancro.

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