10 de outubro | Dia Mundial da Saúde Mental
O ator participa na Campanha Viva! Para lá da Depressão e dá o seu testemunho sobre a depressão que viveu e as estratégias que...

No âmbito do Dia Mundial da Saúde Mental, que se assinala hoje, dia 10 de outubro a campanha “Viva! Para lá da Depressão apresenta o testemunho na primeira pessoa do ator e humorista Tiago Castro, que sentiu na pele o impacto desta doença. Esta é uma iniciativa que pretende promover a saúde mental e quebrar o estigma associado à doença mental em Portugal, em especial a depressão.

Conhecido pela sua interpretação de Crómio na série juvenil “Morangos com Açúcar”, Tiago Castro recorda neste seu testemunho a depressão profunda que viveu durante os anos que se seguiram ao término das gravações da série e durante a época em que viveu em Nova Iorque e a respetiva superação do problema.

Após o seu regresso a Portugal, teve a ajuda e acompanhamento de um psicoterapeuta e psiquiatra. A seu tempo fez mudanças no seu estilo de vida e implementou novos hábitos que contribuíram para o seu bem estar e que o levaram a dar novamente um rumo à sua vida.

É com orgulho que participo na campanha, até porque me identifico bastante com o seu propósito. Acredito que é preciso sensibilizar e desmitificar o tema da saúde mental. Sinto que ainda existe algum tabu e, portanto, falar da depressão com leveza e sem vergonha pode ajudar outras pessoas que estejam a passar pelo mesmo”, afirma Tiago Castro. “O conselho que posso dar é que procurem ajuda, alimentem a chama de viver com atividades que vos façam felizes e acima de tudo façam delas uma prioridade”, acrescenta o ator.

A entrevista do ator, está disponível no website da campanha,  onde fala sobre o seu percurso profissional, a implicações que o sucesso teve na sua saúde mental e a importância de ter iniciativa, procurar ajuda e redefinir as prioridades que contribuam para uma vida mais feliz.

Lançada em 2022, a campanha conta com o contributo de vários especialistas de renome do panorama nacional, partilhando conselhos dirigidos à população. “Viva! Para lá da Depressão” possui ainda um website, onde estão disponíveis diversos conteúdos sobre saúde mental e conselhos que poderão ajudar na superação da depressão. Entre podcasts, vídeos e artigos, os conteúdos envolvem os vários especialistas, nas suas diversas áreas de especialidade, como psiquiatria, cuidados de saúde primários, psicologia, nutrição e exercício físico, entre outras, enquanto áreas complementares essenciais para o sucesso do tratamento da depressão.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) dedica este ano o Dia Mundial da Saúde Mental ao tema “As nossas mentes, os nossos direitos” e lembra que a saúde mental é um direito humano básico para todos. Todas as pessoas, quem quer que sejam e onde quer que estejam, têm direito ao mais alto padrão possível de saúde mental. Isto inclui o direito de ser protegido contra riscos de saúde mental, o direito a cuidados disponíveis, acessíveis, aceitáveis ​​e de boa qualidade, e o direito à liberdade, independência e inclusão na comunidade. A OMS defende também que ter um problema de saúde mental nunca deve ser motivo para privar uma pessoa dos seus direitos humanos ou para excluí-la das decisões sobre a sua própria saúde.

Opinião
A morte é um fenómeno natural e inevitável do ciclo da vida.

Por processo de luto, aquando da perda de um ser humano, entende-se a adaptação a um mundo sem a pessoa perdida e, inevitavelmente, sem tudo aquilo que ela nos proporcionava.

E, sim, “uma perda nunca vem só”. Existe uma perda primária, que diz respeito à perda da pessoa amada, e, por sua vez, existem inúmeras perdas secundárias, como a perda das rotinas partilhadas, das conversas, do abraço e do toque físico, do colo emocional que apenas essa pessoa nos proporcionava.

Desta forma, ao longo dos anos, a ciência psicológica, tem vindo a destacar os riscos da vivência de uma perda para a saúde mental, nomeadamente um risco elevado de depressão, ansiedade, perturbação do stress pós-traumático ou perturbação do luto prolongado.

Naturalmente que cada processo de luto é único e os riscos mencionados encontram-se associados a elementos como o nível de proximidade e intimidade emocional com a pessoa perdida (quanto maior a proximidade, maior o vazio da perda e o sofrimento carregado pela pessoa em luto), a fase do ciclo da vida em que a perda acontece e as circunstâncias da morte.

Quanto às circunstâncias da morte, destacam-se quatro tipos de processos de luto, designadamente: luto inesperado, luto antecipatório, luto desautorizado e luto ambíguo.

Um processo de luto inesperado remete para quando a pessoa é surpreendida por uma perda inesperada, por exemplo aquando de um acidente automóvel, desastre natural ou um assalto. O risco de não existir um momento de despedida é elevado, o que aumenta o risco de patologia.

Por oposição, um luto antecipatório é aquele que ocorre antes da perda real de uma pessoa, a qual se encontra em ameaça progressiva de morte (por exemplo, no contexto de doenças crónicas, cuidados paliativos) Este integra um sofrimento prolongado e uma ansiedade intensa que controlam o quotidiano. Ainda que estas circunstâncias possibilitem um período de preparação para a perda e procura de apoio, tendem a estar associadas a processos de negação.

Por luto desautorizado entende-se o processo de luto por perdas estigmatizadas, como uma perda gestacional ou de um animal de companhia perda. Encontra-se associado a um baixo suporte social, em que a pessoa é silenciada e o sofrimento desvalorizado pelo que os rodeiam.

O luto ambíguo acontece com perdas em que não existe contacto/reconhecimento do corpo da pessoa perdida, como histórias de pessoas desaparecidas (“será que está viva?”, “e se não fosse ele a ir naquele caixão?”).

Contudo, a pessoa em luto apresenta um papel ativo para a gestão do sofrimento e tornar o processo de luto menos penoso (dentro daquilo que é possível).

Uma das principais estratégias remete para os rituais do luto. Estes permitem a transformação de uma relação que era anteriormente física numa relação interna, simbólica e emocional. Ou seja, permitem manter a presença simbólica da pessoa perdida na nossa vida, aquilo que denominados por “laços contínuos”, manter a pessoa “viva” na nossa vida, homenageando tudo o que foi para nós.

Em poucas palavras, a relação perde a sua natureza física (o toque, os abraços), mas os rituais do luto permitem sentir que a pessoa continua “próxima”, presente na nossa vida, que a relação (ainda) existe. Tomem-se como exemplos de rituais do luto:

  1. Construir um Livro de Memórias (fotografias, poemas, letras de músicas) ou uma Caixa de Memórias (roupa, bilhetes de concerto, pertences da pessoa perdida).
  2. Reservar um espaço da casa com fotografias, flores e/ou velas (ou inclusive, com as cinzas – caso faça sentido).
  3. Plantar uma árvore num sítio que recorde o outro (quintal da casa, jardim associado a passeios, campo/casa de férias).
  4. Dialogar sobre a pessoa perdida com os demais, particularmente episódios engraçados ou felizes.
  5. Escrita terapêutica que representa uma possibilidade de comunicar com a pessoa perdida, pedir perdão, exigir um pedido de desculpas, expressar emoções.
  6. Visitar a última morada (no caso do cemitério, se a pessoa se sentir confortável, colocar flores, deixar uma carta).

Por acréscimo, existem outras ferramentas, para além dos rituais do luto (individuais e familiares, pois ambos são importantes - desde ir ao cemitério sozinho e colocar flores a construir um livro de memórias em conjunto com outros membros da família).

Um exemplo é manter uma rotina de autocuidado, a qual permita cuidar da saúde mental e da saúde física e, por sua vez, garantir a existência de “energia emocional” para gerir o vazio da perda – como por exemplo, manter uma alimentação saudável, praticar exercício físico, manter uma boa rotina do sono, ter um discurso interno positivo (isto é, mudar a forma como fala consigo mesmo, substituir o “eu não vou ser capaz” por “vai ser difícil, mas vou esforçar-me para dar o meu melhor”), propiciar momentos de relaxamento, entre outros.

Outro exemplo é recorrer a técnicas distrativas. É importante o contacto com a dor (até porque não podemos fugir do sofrimento da perda), mas é igualmente importante os momentos em que desligamos do sofrimento, por exemplo, com recurso à distração (ler um livro, ver uma série, correr/caminhar, falar com uma pessoa, tricotar). Veja o exemplo do choro: só é produtivo se produzir alívio. Chorar, por um determinado tempo, e sentir-se aliviado é saudável. Passar o dia a chorar é perigoso – não sente alívio e só aumenta o sofrimento emocional e a dimensão do luto na sua vida.

Por fim, mas não menos importante, é fundamental recorrer ao colo emocional dos outros, enquanto aprender a dar colo a si próprio (“de quem gostaria receber um abraço?”, “o que eu preciso, hoje?”, “o que me faria sentir melhor?”).

Não está sozinho, procure ajuda psicológica especializada. Na MIND | Instituto de Psicologia Clínica e Forense, existe a consulta de apoio no luto, em modalidade online ou presencial, na qual encontra um espaço seguro para expressar as suas emoções, identificar estratégias para gerir a dor, encontrar rituais do luto para manter a pessoa perdida presente na sua vida, aprender a gerir as diferenças familiares na expressão da dor – tudo o que fizer sentido, inclusive, voltar a encontrar-se a si próprio, após esta experiência traumática.

*As explicações são de Sofia Gabriel e Mauro Paulino, psicólogos na MIND | Instituto de Psicologia Clínica e Forense, Revisores Técnicos da Edição Portuguesa do livro “A Mensagem das Lágrimas - Guia para Lidar com o Luto”. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
De 26 a 28 de outubro, a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) recebe o X Congresso Iberoamericano de...

A FFUC foi a instituição escolhida pela Comissão Permanente da COIFFA para a realização deste importante evento, que regressa este ano ao formato presencial, depois de ter sido adotado o modelo virtual desde 2019.

O Congresso, subordinado ao tema “Abrindo Fronteiras”, tem como objetivo principal destacar que as fronteiras que conhecemos têm de estar cada vez mais abertas, porquanto se a doença as ultrapassa sem necessidade de qualquer tipo de permissão, também a saúde tem de ser possuidora da mesma capacidade.

Os recentes desenvolvimentos na área da formação, da investigação e da profissão farmacêutica constituirão os principais tópicos a apresentar e a discutir no Congresso, contando com a presença do Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Hélder Mota Filipe, da Presidente da Associação Nacional das Farmácias, Ema Paulino, e de inúmeros especialistas das principais áreas (Educação Farmacêutica, Ética e Deontologia, Farmácia de Oficina e Farmácia Hospitalar, Tecnologia e Biotecnologia Farmacêutica, Farmacologia, Farmacodinamia, Farmacocinética e Biofarmácia, Bromatologia, Farmacognosia e Nutracêuticos, Química Farmacêutica, Assuntos Regulamentares, Bioquímica, Análises Clínicas, Forenses e Toxicológicas), sempre numa perspetiva de “abrir fronteiras”, onde a inteligência artificial, entre outras áreas, não deixará, também, de marcar presença.

Após a sessão de abertura (dia 26, pelas 14h00, no Grande Anfiteatro da Unidade Central do Pólo das Ciências da Saúde da Universidade de Coimbra), a Lição Inaugural do Congresso será proferida pelo Reitor da UC, Amílcar Falcão.

O Programa contará com congressistas oriundos de Portugal, Espanha, Brasil, México, Argentina, Peru, Costa Rica, Colômbia, Guatemala, Bolívia, Equador, Chile, Panamá, Porto Rico, entre outros, estando já confirmadas, para além das conferências, 191 comunicações livres, 36 das quais a apresentar oralmente e as restantes sob a forma de poster.

Mais informações estão disponíveis no endereço https://xciacf.organideia.com/.

Assinala-se amanhã o Dia Internacional da Saúde Mental
20% dos inquiridos afirma estar "mal ou muito mal".

O aumento do custo de vida em Portugal está a ter um impacto muito negativo na saúde mental dos portugueses, com a grande maioria (83%) a admitir um impacto negativo no seu bem-estar psicológico, revela um inquérito da plataforma de contratação de serviços Fixando, realizado entre 19 de setembro e 2 de outubro a cerca de 1100 utilizadores. 

Apenas 12% responderam que o agravamento do custo de vida e a situação económica do país não estão a ter impacto na sua saúde mental e, naturalmente, nenhum dos inquiridos relatou um impacto positivo.

No que diz respeito à avaliação que fazem da sua saúde mental, apesar de 31% afirmar estar “bem ou muito bem”, quase metade (49%) dos inquiridos estimou a sua situação de saúde mental como “média” e 20% dos inquiridos indicaram que estão a sentir-se mal ou muito mal neste momento.

“Estes resultados reforçam a importância de oferecer recursos e apoio adequados àqueles que estão a enfrentar dificuldades em relação à sua saúde mental. É um reflexo da crescente preocupação entre os portugueses quanto à capacidade de lidar com as despesas diárias, o que, por sua vez, afeta o seu bem-estar psicológico”, reforça Alice Nunes, diretora de Novos Negócios da Fixando.

Além da situação económica, a guerra na Ucrânia também tem preocupado os portugueses, com 67% dos participantes neste estudo a sentir que a sua saúde mental está a ser afetada negativamente pela situação de guerra e pelo estado atual da política europeia, um resultado que reflete a sensação de incerteza perante o clima geopolítico que se vive na Europa. Cerca de 31% afirmou não sentir qualquer impacto no seu bem-estar.

Profissionais alertam para o acesso a cuidados de saúde mental

Questionados sobre o estado atual da saúde mental dos portugueses, alguns dos psicólogos ouvidos pela Fixando reconhecem muitas barreiras no acesso a cuidados de saúde mental, nomeadamente a falta de rendimentos das famílias para pagar consultas, a falta de profissionais no Serviço Nacional de Saúde e o estigma que ainda existe referente à saúde mental e ao recurso a psicólogos e outros profissionais da área.

Segundo dados da plataforma de contratação de serviços, a procura por serviços relacionados com saúde mental, como psicólogos ou psicoterapeutas, registou uma quebra de 6% nos primeiros 9 meses do ano, face ao mesmo período do ano passado.

“É necessário acabar com os estigmas das doenças mentais e garantir que a população conhece e tem acesso a estes cuidados de saúde. A verdade é que muitas famílias não estão sensibilizadas para a importância de prevenir e tratar situações de ansiedade e depressão. O aumento do custo de vida agrava estes casos de duas formas: ao prejudicar a saúde mental dos portugueses e ao tornar mais difícil que recorram a profissionais que os possam ajudar”, explica Alice Nunes.

A Fixando revelou ainda que o preço médio praticado por psicólogos se situa nos 37€ por consulta, idêntico ao valor médio em 2022, e que, apesar do aumento em 24% do número de psicólogos inscritos na plataforma em 2023, apenas 8% tem disponibilidade para aceitar novos pacientes.

Dia Mundial da Saúde Mental
A infertilidade é, para muitos casais, um acontecimento que marca de forma significativa o seu ciclo

A vivência emocional da infertilidade é muitas vezes comparada a uma montanha-russa, que não sabemos quanto tempo vai durar, nem exatamente como vai terminar. Ou seja, pode ser um caminho de tentativas mais ou menos longo, no qual sabemos onde queremos chegar, mas em que nem sempre conseguimos ter esse controlo. É um caminho com múltiplas etapas, com desafios e perdas que podem ir surgindo à medida que é percorrido.

Segundo a psicóloga da clínica de fertilidade IVI Lisboa, “cerca de 25 a 40% dos casais com dificuldades reprodutivas relatam sinais de ansiedade e depressão mais elevados em comparação com os casais férteis”. Explica que a vivência da infertilidade surge muitas vezes associada a sentimentos de vergonha, zanga, tristeza e culpa. “Quando há um desgaste grande ou uma sensação de sobrecarga emocional, é fundamental a pessoa procurar ajuda, no sentido de desenvolver estratégias mais ajustadas de autorregulação emocional”, explica. 

Acrescenta que, por vezes, o suporte conjugal, familiar ou social é sentido como inexistente ou incompetente o que torna esta vivência ainda mais dura e solitária. Procurar ajuda psicológica pode ser importante para desenvolver ferramentas para uma comunicação mais saudável e eficaz, seja com os outros de uma forma geral, seja no contexto do casal. Na sua opinião, o autocuidado é importante para todas as pessoas. “A nossa capacidade de cuidarmos de nós de uma forma consciente, atenta e respondendo às nossas necessidades é uma ferramenta importante para o nosso bem-estar psicológico. Por vezes é necessário recorrer à ajuda de um profissional para esta tomada de consciência e para trabalhar algumas mudanças de comportamento”, sublinha.

De acordo com a psicóloga, num caminho que pode ser pautado por insucessos ou perdas, o processo de luto pode tornar-se demasiado pesado. “Nessa altura, é importante procurar um profissional que possa ajudar a pessoa a compreender o seu luto e a desenvolver estratégias para lidar com o mesmo. Muitas pessoas vão desistir dos tratamentos pela sobrecarga emocional que atribuem aos mesmos e acabam por não conseguir ter um filho”, afirma.

Experienciar emoções mais intensas ou negativas faz parte do processo. O acesso a um profissional de saúde mental pode ser fundamental para a pessoa desenvolver novas ferramentas de regulação emocional e para promover a resiliência para que consiga continuar o seu caminho. Ao longo da jornada da infertilidade pode ser necessário ajustar expetativas e tomar decisões diferentes das iniciais. Podem existir momentos em que é necessário o aconselhamento psicológico no sentido de apoiar e promover a tomada de decisão consciente e informada, assim como para apoiar a gestão das expectativas associadas às opções existentes e aos processos inerentes.

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Opinião
No domínio dinâmico dos Serviços Médicos de Emergência, a importância da educação contínua para as e

O seu papel não se limita apenas ao transporte de pacientes para hospitais; muitas vezes são a primeira linha de cuidados intensivos para pacientes em situações de emergência. Um lapso nas suas habilidades ou conhecimentos pode potencialmente levar a uma diferença entre a vida e a morte. Portanto, a educação contínua torna-se uma parte vital do seu desenvolvimento profissional, permitindo-lhes prestar um atendimento eficaz e eficiente ao paciente.

A área da medicina pré-hospitalar está em constante evolução, com novas descobertas de pesquisas, técnicas e tecnologias sendo introduzidas regularmente. Tomemos como exemplo a recente pandemia da COVID-19, que viu a introdução de novos protocolos e procedimentos para o tratamento de pacientes.

Sem educação contínua, as equipas de resposta podem não se manter atualizadas com essas mudanças, levando potencialmente a um atendimento ineficaz ao paciente.

O treino/educação contínua garante que estes fiquem atualizados sobre essas alterações e possam implementá-las de maneira eficaz na resposta que providenciam.

Este treino contínuo desempenha um papel significativo na retenção e refinamento das habilidades. A natureza do trabalho das equipas de resposta envolve habilidades que salvam vidas, como, por exemplo, o RCP pediátrico, que normalmente não é executado diariamente.

Sessões regulares de treino ajudam a manter estas habilidades em mente, garantindo que estas equipas de resposta possam responder com rapidez e precisão quando necessário. Por exemplo, um estudo publicado no Prehospital Emergency Care descobriu que os paramédicos que passaram por treino regular com base em simulação eram mais competentes na atuação em situações de paragem cardíaca.

Também é verdade que a educação contínua também se centra no desenvolvimento de competências não médicas que são cruciais para as equipas de resposta. Isso inclui habilidades de comunicação, gestão de stress e capacidade de tomar decisões sob pressão.

Lidar com familiares em dificuldades, por exemplo, requer tacto e empatia, competências que podem ser aperfeiçoadas através de educação com base em cenários.

Da mesma forma, aprender técnicas de relaxamento pode ajudar as equipas de resposta a gerir a natureza altamente stressante do seu trabalho, reduzindo o risco de esgotamento e melhorando o desempenho geral do trabalho.

Em conclusão, a educação contínua para equipas de resposta SME não é apenas uma necessidade, mas uma componente crítica das suas funções, pois garante que se mantenham dotados com os conhecimentos e técnicas médicas mais recentes, ajuda-os a reter e aperfeiçoar as suas competências que salvam vidas e auxilia no desenvolvimento de competências não médicas essenciais.

Através da educação contínua, podemos garantir que as nossas equipas de resposta estão sempre preparadas para oferecer o melhor atendimento de excelência aos pacientes necessitados, reforçando assim a importância do seu papel do sistema de saúde.

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A arte ao serviço da Saúde Mental
A CAPITI – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Infantil – vai organizar, em Lisboa, no próximo dia 19 de outubro – e...

A iniciativa que coloca a arte ao serviço da Saúde Mental conta com a participação de 30 artistas contemporâneos, consagrados e emergentes, que doaram as suas obras para integrar a exposição e o leilão solidário CAPITI “Art Mind”. Entre os principais artistas que aderiram à causa solidária, contam-se nomes bem conhecidos no mundo artístico como Alexandre Farto (Vhils), Ana Perez Quiroga, Diogo Pimentão, Duarte Amaral Neto, Fátima Mendonça, Fernão Cruz, Jorge Molder, Martim Brion, Noé Sendas, Pedro Valdez Cardoso, Sandra Rocha e Teresa Segurado Pavão.

Este ano, e no âmbito da iniciativa, a CAPITI desafiou artistas a doarem uma obra, via Instagram, que foi avaliada posteriormente por júri – João Pinharanda, Diretor Artístico do MAAT, João Pinto Ribeiro, CEO do Palácio do Correio Velho, e Mariana Saraiva, Presidente da CAPITI – que selecionou 10 obras que irão integrar a 7ª Edição da exposição e do leilão solidário CAPITI “Art Mind”.

O evento solidário, que já faz parte da agenda cultural da cidade de Lisboa, vai ter lugar no Museu da Eletricidade (Sala dos Geradores), entre as 12h00 e as 20h00, no dia 19 de outubro, no qual será possível ver todas as obras expostas e participar no leilão live online. A partir de 10 de outubro, será possível licitar as obras no site do Palácio do Correio Velho em www.pcv.pt. O encerramento do leilão será dia 19 de outubro, pelas 21h30, e a licitação deve ser feita, também, em www.pcv.pt. Em 2022, a iniciativa permitiu a angariação de 51.250 euros e 27 peças de arte vendidas.

379 crianças e jovens apoiados e quase 14 mil atos clínicos realizados

Fundada em 2017, a CAPITI vive de doações, tendo apoiado até ao momento um total de 379 crianças e jovens, através das 8 clínicas parceiras, a nível nacional, tornando possível a realização de 13.990 atos clínicos, que englobam consultas com médicos, psicólogos e outros técnicos, e avaliações para diagnóstico.

Graças às parcerias estabelecidas com 8 clínicas, em 10 cidades do país, a CAPITI conseguiu, no final de 2022, que 165 crianças e jovens fossem acompanhados de forma regular, sendo que mais de metade destas crianças e jovens residem fora do distrito de Lisboa. Outro dado importante é que quase 70% dos casos em acompanhamento de crianças e jovens pertencem aos escalões 0 e 1, ou seja, são provenientes de famílias com maiores dificuldades financeiras, onde a CAPITI apoia 90% ou 70% das suas consultas.

Face ao contexto da pandemia e da guerra na Europa, a CAPITI teve de se adaptar e reinventar para assegurar, por um lado, a continuidade do acompanhamento das crianças e jovens, por outro a possibilidade de acolher as novas famílias que precisam do seu apoio. A propósito desta realidade, Mariana Saraiva, presidente da CAPITI, faz um alerta para a insegurança e para a ansiedade que se vive nos dias de hoje: “são realidades muito preocupantes, não só em relação às crianças e jovens, como aos seus pais, que vivem uma condição muito frágil e desgastante há alguns anos. Esta realidade traz, naturalmente, sérias oscilações ao nível da saúde mental”.

Ainda que com a pandemia e a guerra na Europa, a saúde mental tenha passado a estar na ordem do dia, a angariação de fundos para o apadrinhamento das crianças da CAPITI continuou a ser um desafio enorme, conforme explica a presente da Associação: “Continuamos a dar a conhecer a causa da CAPITI e a nossa realidade, no entanto, tantas outras associações estão no terreno com necessidades tão prementes como a nossa que é natural que os mecenas tenham de fazer escolhas. Ainda assim, apelamos a todos os portugueses para que, este ano, apoiem esta causa solidária e que se juntem a nós nesta importante missão”.

Mais informações sobre a CAPITI disponíveis em https://capiti.pt

Segundo a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e de Saúde Mental, as perturbações mentais e do comportamento representam 11,8% da carga global das doenças em Portugal, ou seja, mais do que as doenças oncológicas (10,4%) e apenas ultrapassadas pelas doenças cérebro cardiovasculares 13,7%.

Portugal é o segundo país da Europa com a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas, superior a 20%, sendo apenas ultrapassado pela Irlanda do Norte (23,1%). Entre as perturbações psiquiátricas, as perturbações de ansiedade são as que apresentam uma prevalência mais elevada (16,5%), seguidas pelas perturbações do humor com de 7,9%.

Aula Magna
No Dia Mundial da Saúde Mental, na próxima terça-feira (10 de outubro), realiza-se o Concerto Solidário de Artur Pizarro em...

Com um recital de piano solidário, Artur Pizarro reúne a comunidade em torno desta causa, recorrendo à música como linguagem universal para a desconstrução de estigmas e promoção do conhecimento sobre a saúde mental. Além dos inúmeros benefícios associados à música, esta é considerada uma ferramenta terapêutica capaz de promover o bem-estar emocional, e tal como a música é para todos, também o apoio e acesso à saúde devem ser. 

A AEIPS tem como missão promover a integração social de pessoas que enfrentam desafios relacionados com a saúde mental. Junte-se a nós neste Concerto Solidário e ajude a assegurar o direito à habitação independente, à educação inclusiva e à integração no mercado de trabalho das pessoas com doença mental.

Os bilhetes para este Concerto Solidário já se encontram disponíveis para venda nas lojas físicas FNAC (Colombo, Chiado, Vasco da Gama, Cascais, Almada, Alfragide), assim como na bilheteira online. O seu custo é de 30 euros e todas as receitas revertem para o benefício das pessoas apoiadas pela AEIPS. 

A AEIPS conta com o apoio da JCDecaux, da Mop Solidária, da FNAC, da Universidade de Lisboa e do Atelier do Caractere para a divulgação do Concerto Solidário. 

Detalhes do evento:

Data: 10 de outubro de 2023 (terça-feira)

Horário: 21 horas

Local: Aula Magna (Edifício da Reitoria, Alameda da Universidade 1649-004 Lisboa)

Custo do Bilhete: 30 euros

10 de outubro | Dia Internacional da Saúde Mental
No Dia Internacional da Saúde Mental, assinalado anualmente a 10 de outubro, o El Corte Inglés apresenta a Conferência “A Saúde...

As médicas pedopsiquiatras Andreia Araújo, Rita Rapazote e Margarida Crujo são as protagonistas deste momento e, em jeito de diálogo aberto, irão falar sobre o estado atual da saúde mental dos bebés, crianças e adolescentes portugueses. A conferência é aberta ao público.  

Andreia Araújo 

Concluiu o internato de pedopsiquiatria em 2016, no Hospital D. Estefânia. Inicialmente apaixonada pela primeira infância, a necessidade de trabalhar num Hospital Distrital fez com que se tivesse de apaixonar por todas as faixas etárias. 

Desde 2019 a tentar equilibrar a vida pessoal e o ser mãe com a dedicação à profissão, teve em 2022 o convite para se juntar à Equipa de Pedopsiquiatria do Hospital CUF Descobertas, onde atende preferencialmente crianças com mais de 6 anos. Colabora ainda com o Hospital CUF Torres Vedras. 

Rita Rapazote

Médica especialista desde 2015, tem dedicado a prática à Saúde Mental da Primeira Infância. Integrou, até 2022, a Unidade da Primeira Infância e o Centro de Estudos do Bebé e da Criança do Hospital Dona Estefânia, um projeto conjunto com a Unidade de Desenvolvimento. Neste contexto, teve também a oportunidade de se dedicar à investigação clínica e à formação na faixa etária dos 0 aos 5 anos. 

Em 2023, integrou a Equipa de Pedopsiquiatria do Hospital CUF Descobertas, onde tem a missão de apoiar as famílias de bebés e crianças pequenas na promoção de fatores de resiliência e na recuperação de trajetórias de desenvolvimento psicoafetivo saudáveis. 

Margarida Crujo 

Natural do Alentejo, adotou Lisboa também como casa na altura em que veio estudar Medicina. Especializou-se em Psiquiatria da Infância e Adolescência em 2012, dedicando-se à prática clínica desde então. Atualmente, é coordenadora da Equipa de Pedopsiquiatria do Hospital CUF Descobertas. Autora do livro “O Meu Filho Não Precisa de Rótulos”. 

 

Pode consultar toda a programação e os conteúdos disponibilizados pelo Âmbito Cultural de Lisboa e de Gaia Porto através dos seguintes canais: 

Estudo
O estudo colaborativo da Lunit defende a Inteligência Artificial como uma alternativa viável a um leitor humano no sistema de...

Um estudo prospetivo lançado recentemente defende o potencial da Inteligência Artificial (IA) para aliviar a pressão sobre os médicos radiologistas durante o rastreio do cancro da mama. Através da utilização de uma solução de IA aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) e com marca CE (Conformidade Europeia) para a análise de mamografias, é possível substituir um leitor humano sob a diretriz de leitura dupla da Europa.

A Lunit (KRX:328130.KQ), fornecedora líder de soluções baseadas em Inteligência Artificial (IA) para diagnóstico e terapia do cancro, lidera assim uma mudança transformadora no rastreio do cancro da mama. O estudo foi liderado por Fredrik Strand, do Instituto Karolinska, na Suécia, e envolveu mais de 50.000 mulheres.

“Embora as leituras duplas, realizadas por dois radiologistas, tenham sido estabelecidas como prática comum em toda a Europa e na Austrália, muitos países estão a enfrentar grandes dificuldades devido à escassez de radiologistas.”, explica o Fredrik Strand, radiologista mamário e professor associado no Instituto Karolinska. “Este estudo prospetivo estabelece as bases para a adoção generalizada da IA no rastreio do cancro da mama, preenchendo o papel de um radiologista, o que por sua vez pode reduzir os custos médicos e levar à maior comparticipação dos cuidados de saúde.”

Conduzido entre 1 de abril de 2021 e 9 de junho de 2022, este estudo analisou meticulosamente 55.581 casos de rastreio do cancro da mama em ambientes clínicos do mundo real. A análise introduziu três leitores independentes: Radiologista 1, Radiologista 2 e o sistema de IA, permitindo comparações meticulosas.

Os resultados foram transformadores: a IA, em colaboração com um único radiologista, exibiu uma Taxa de Deteção de Cancro de 4,7 por 1.000, superando a abordagem tradicional de dois radiologistas (4,5 por 1.000). O estudo também mostrou um declínio significativo das taxas de reconvocação (RR) com IA, tanto em colaboração com um radiologista (RR 2,8, redução de 4,44%) quanto durante a operação independente (RR 1,55, redução de 47,1%), em comparação com o sistema de leitura dupla (RR 2,93).

Com base nessas descobertas, no início deste ano, a Lunit estabeleceu uma parceria pioneira com o Hospital Capio St Göran, o maior hospital privado da Suécia e que faz parte do grupo Ramsay Santé. Com base no contrato, a Lunit integrou o sistema, marcando a primeira implementação real em que a IA substitui um dos dois leitores humanos no rastreio do cancro da mama. Neste momento, o hospital utiliza esta tecnologia para analisar mais de 65.000 mamografias anualmente, contribuindo significativamente para o programa nacional de rastreio do cancro da mama da Suécia.

“Este passo inovador para nos tornarmos no primeiro centro mamário do mundo que usa IA como leitor independente permite que os radiologistas fiquem menos sobrecarregados com a quantidade excessiva de leituras, permitindo-lhes concentrar-se em diagnósticos mais avançados e garantindo tempos de espera mais curtos para os doentes”, explica Karin Dembrower, médica sénior da Clínica de Mamografia do Hospital Capio St Göran. “A curto prazo, prevemos a deteção de mais cancros; a longo prazo, prevemos uma diminuição dos cancros de intervalo e a deteção de tumores mais pequenos. Estamos entusiasmados por realizarmos mais estudos para explorar essas possibilidades.”, remata.

Publicados recentemente na Lancet Digital Health, os resultados do estudo e a história de implementação foram apresentados na conferência da Sociedade Europeia de Imagem Mamária (EUSOBI 2023), realizada em Valência, Espanha, entre 28 e 30 de setembro.

"Este estudo representa um marco na área da saúde, inaugurando uma era em que a IA complementa e eleva perfeitamente os padrões de rastreio do cancro da mama. A IA está a redefinir os padrões de rastreio do cancro.", congratula-se Brandon Suh, CEO da Lunit. "A colaboração com o Hospital Capio St Göran é fundamental para resolver a escassez de radiologistas e revolucionar a análise mamográfica. Reforça a dedicação da Lunit para com a formação de alianças semelhantes com instituições médicas europeias para melhorar as experiências dos doentes e otimizar a eficiência operacional.", avança.

Saúde mental
A depressão é uma epidemia silenciosa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Compreender a depressão resistente a tratamento

A depressão resistente a tratamento (DRT) é uma forma particularmente desafiante de transtorno depressivo major. Como explica Albino Oliveira-Maia, Diretor da Unidade de Neuropsiquiatria da Fundação Champalimaud e coordenador nacional do estudo em Portugal, “a DRT é definida como a persistência de sintomas depressivos apesar da prescrição adequada (dose/duração) de pelo menos dois medicamentos antidepressivos diferentes”. Apesar das repetidas tentativas terapêuticas, os sintomas depressivos destes doentes permanecem.

Historicamente, a DRT sempre representou um desafio significativo. Um estudo do Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH) revelou que, embora um terço dos doentes com depressão tenha encontrado remissão com o tratamento inicial, os tratamentos subsequentes tiveram retornos decrescentes, com apenas 10-15% a atingir a remissão na terceira tentativa de tratamento. Esta dura realidade amplifica a necessidade de estratégias de intervenção mais eficazes.

Escetamina: a procura de tratamento para a DRT

A farmacêutica Janssen desenvolveu um spray nasal (SN) de escetamina, uma formulação que demonstrou eficácia superior em vários ensaios clínicos, comparativamente com placebos. Também obteve aprovações da FDA, nos EUA, e da EMA, na Europa. Mas haveria mesmo a necessidade de outro medicamento, no já sobrelotado mercado de antidepressivos, e de um novo estudo sobre a escetamina-SN?

Como afirma Oliveira-Maia: “Embora existam muitos tratamentos disponíveis para a depressão, há uma escassez de opções de medicamentos adaptados para a DRT. Além disso, para orientar os médicos e os doentes na sua tomada de decisões, e para serem adotadas pelas companhias de seguros de saúde e pelos governos, os fabricantes de medicamentos precisam de demonstrar uma vantagem inequívoca sobre as modalidades de tratamento existentes, sublinhando assim a relevância deste estudo”.

Frente a frente: Escetamina versus Quetiapina

O estudo comparou a escetamina-SN com a quetiapina-LP oral, um antipsicótico atípico originalmente autorizado para o tratamento de doenças como a esquizofrenia, mas cada vez mais utilizado, e com a aprovação de agências reguladoras, como tratamento adjuvante para episódios de depressão de difícil tratamento. Oliveira-Maia avança: “A quetiapina é atualmente um dos poucos medicamentos alternativos complementares, aprovados para doentes com quadro clínico depressivo major e resposta inadequada ao tratamento antidepressivo contínuo”.

Desenhado para replicar as condições do mundo real, o estudo foi aberto, o que significa que tanto os profissionais de saúde quanto os doentes estavam cientes dos medicamentos em uso. Além disso, dados os potenciais efeitos dissociativos agudos associados à utilização da escetamina-SN, uma abordagem cega era impraticável. É importante realçar, no entanto, que as avaliações de eficácia foram realizadas, no local, por avaliadores independentes que desconheciam as distribuições dos grupos de ensaio. O estudo internacional multicêntrico examinou mais de 800 doentes, tendo um número superior a 600 preenchido os rigorosos critérios de elegibilidade para DRT que foram posteriormente incluídos no estudo.

Os participantes do estudo foram divididos em dois grupos: um grupo auto administrou a quetiapinaLP em casa, enquanto o outro recebeu a escetamina-SN em ambiente hospitalar supervisionado. Simultaneamente, ambos os grupos continuaram com o seu mais recente plano de tratamento antidepressivo, com medicamentos antidepressivos convencionais: ou um inibidor seletivo da recaptação de serotonina (ISRS, por exemplo fluoxetina) ou um inibidor seletivo da recaptação de serotonina e norepinefrina (SNRI, por exemplo venlafaxina). “O estudo durou 32 semanas, um período superior ao dos ensaios típicos”, afirma Oliveira-Maia. “Isso permitiu-nos avaliar os resultados do tratamento a curto e longo prazo. Durante todo esse tempo, monitorizámos de perto as respostas dos participantes, os efeitos colaterais e a eficácia geral dos medicamentos”.

Oliveira-Maia desenvolve: “O nosso objetivo era verificar se os doentes que tomavam a escetaminaSN tinham maior probabilidade de alcançar a remissão – correspondendo essencialmente à eliminação dos sintomas – às oito semanas, em comparação com aqueles que tomavam a quetiapina-LP. Entre aqueles que alcançaram esta remissão aos dois meses, procurámos determinar os efeitos da continuação do tratamento na prevenção de uma recaída, em ambos os grupos, até à conclusão do ensaio às 32 semanas.

O que as descobertas revelam os resultados?

Após as oito semanas, ambos os grupos ultrapassaram a taxa de remissão de 10- 15% observada no estudo do NIMH, conforme publicado no New England Journal of Medicine. Notavelmente, 27,1% dos doentes que tomaram a escetamina-SN alcançaram a remissão, em comparação com 17,6% do grupo que tomou a quetiapina XR, com ambos a continuar a sua medicação com antidepressivos convencionais (SSRI ou SNRI). Os dados de longo prazo foram ainda mais reveladores. A proporção de doentes que alcançaram a remissão na semana oito e a mantiveram sem recaída até a semana 32 foi de 21,7% para o grupo da escetamina-SN e de 14,1% para o grupo da quetiapina-LP.

Mais notável para os autores foi o aumento acentuado nas taxas de remissão após o período inicial das oito semanas. Como observou Oliveira-Maia: “Se este ensaio tivesse sido concluído às oito semanas, os resultados seriam bastante interessantes, mas não incríveis. No entanto, os dados às 32 semanas contam uma história diferente”. Nesse momento, quase metade dos doentes que seguiram com o tratamento com a escetamina-SN – incluindo aqueles que não estavam em remissão na semana oito – alcançaram a remissão. Em contraste, apenas um terço daqueles que continuaram com a quetiapina-LP atingiram este estado.

Além da eficácia terapêutica, os parâmetros de segurança foram avaliados criteriosamente. Ambas as opções de tratamento registaram taxas muito baixas de eventos adversos graves, como mortalidade ou ideação suicida. Porém, ao examinar os efeitos colaterais menos graves, o grupo de doentes que administrou a escetamina-SN apresentou uma maior frequência de manifestações quando comparada com o grupo da quetiapina-LP. “Isso era algo já antecipado, dadas as propriedades dissociativas da escetamina”, diz Oliveira-Maia. “Curiosamente, a taxa de doentes que pararam o tratamento devido aos efeitos colaterais foi na verdade menor para a escetamina-SN do que para a quetiapina-LP, o que sugere que, embora, no papel, a escetamina-SN possa ter mais efeitos adversos, aqueles causados pela quetiapina foram menos toleráveis”.

Para onde vamos: implicações clínicas e políticas

As descobertas são promissoras, especialmente para aqueles que lutam contra a DRT. “O verdadeiro desafio agora passa da investigação para a política. O impacto da escetamina-SN só pode ser concretizado se os doentes tiverem acesso imediato à mesma”. Atualmente, em Portugal e muitos outros países, há acesso limitado a tratamentos para a DRT aprovados e baseados em evidências, incluindo a escetamina, a terapia eletroconvulsiva ou a estimulação magnética transcraniana (EMT). “São necessárias pesquisas contínuas e um persistente trabalho de defesa das mesmas para assegurar que os tratamentos chegam aos doentes que deles precisam”.

Olhando para o que se segue, Oliveira-Maia mostra-se otimista. “Os nossos esforços de investigação futuros visam identificar marcadores preditivos para a capacidade de resposta ao tratamento. Além disso, queremos investigar formas de melhorar e manter as taxas de remissão, incluindo o papel potencial da psicoterapia. A EMT também está no topo da nossa lista para exploração futura. Contudo, o progresso científico deve ser acompanhado de medidas políticas pró-ativas e de ações governamentais concretas. Em última análise, o nosso objetivo é construir um cenário de cuidados de saúde onde os doentes não sejam relegados a tratamentos de qualidade inferior, e não baseados em evidências, devido à falta de acesso a opções mais eficazes”.

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Objetivo é vacinar um total de 2,5 milhões de pessoas
Arrancou no passado dia 29 de setembro a Campanha de Vacinação Sazonal Outono-Inverno 2023-2024 contra a gripe e COVID-19. São...

Nas palavras de António Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), “o arranque desta campanha é um momento muito importante, uma vez que é uma das maiores formas de prevenção em termos de Saúde Pública no que concerne às infeções respiratórias”.

“Felizmente, em Portugal, temos a oportunidade de vacinar para dois dos mais importantes vírus, os que são responsáveis pela maior mortalidade durante os meses de Inverno. O ideal seria vacinar toda a gente, como não temos essa capacidade, o que fazemos é orientar as vacinas para quem está comprovado que tem maiores complicações quando têm estas infeções”, prossegue o médico pneumologista.

De acordo com a norma 005/2023 da Direção Geral de Saúde, os grupos elegíveis para a vacinação contra a gripe e COVID-19 são: a) os profissionais e residentes/utentes em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas, instituições similares e Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e estabelecimentos prisionais; b) pessoas com ≥60 anos de idade; c) pessoas com 5-59 anos de idade com patologias de risco; d) grávidas e e) profissionais dos serviços de saúde (públicos e privados) e de outros serviços prestadores de cuidados de saúde, estudantes em estágio clínico, bombeiros envolvidos no transporte de doentes, prestadores de cuidados a pessoas dependentes.

No que diz respeito à administração das vacinas nas farmácias, de acordo com as indicações da DGS, são elegíveis as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, sem registo de reação adversa grave ou hipersensibilidade a nenhuma das vacinas e que, no que se refere à vacinação COVID-19, tenham recebido antes uma vacina de tecnologia de mRNA (ou seja, as comercializadas pelos laboratórios Pfizer ou Moderna).

Considerando, na época de vacinação anterior, a menor adesão dos grupos elegíveis à vacina contra a COVID-19, António Morais relembra “a importância desta vacinação, pelo seu papel crucial e por ser uma medida essencial na proteção da Saúde Pública”.

2 a 8 de outubro
A Semana Mundial do Aleitamento Materno, promovida pela Organização Mundial de saúde (OMS) e pela World Alliance for...

As Maternidades do Centro Hospitalar e Universitário (CHUC) associam-se a estas comemorações, unindo esforços para aumentar a consciencialização sobre a importância do Aleitamento Materno. Entre as diversas iniciativas realizadas, vai ser oferecido aos pais um Marcador de Livro com a explicação do significado do Laço Dourado | Símbolo do Aleitamento Materno e um postal com legislação de apoio ao aleitamento materno no regresso ao trabalho.

O sucesso do aleitamento materno, não está apenas sob a responsabilidade da mãe e do recém-nascido. Nas Maternidades do CHUC existe uma envolvência privilegiada e constante dos profissionais de saúde no processo de aleitamento materno, promovendo, apoiando e ensinando as mães na amamentação e lactação, contribuindo para a diminuição dos naturais receios.

Segundo a OMS e a Unicef, nos últimos 10 anos, muitos países têm adotado políticas mais adequadas no sentido de contribuir para o aumento das taxas de aleitamento materno exclusivo. Esta semana europeia do aleitamento materno visa colocar o foco nestas questões e lembrar que este tem de ser um esforço continuado para garantir que o aleitamento materno seja protegido e apoiado.

 

Evento conta com a atribuição de prémios
É já no próximo dia 7 de outubro (sábado) que a Secção Regional Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) vai realizar a...

Pelo terceiro ano, a Gala dos Enfermeiros volta à cidade de Viseu para uma noite de encanto e de elevação da Enfermagem e dos seus profissionais.

O Expocenter vai acolher esta cerimónia que se tornou numa tradição entre os enfermeiros da SRCentro. Assim, no dia 7 de outubro, a partir das 18h, iremos assistir, num primeiro momento, à premiação de vários membros que o Conselho Diretivo da SRCentro distingue, em diversas categorias, pelo seu trabalho, empenho e dedicação à Enfermagem.

Para encerrar este jantar de gala, decorrerá a habitual Cerimónia de Vinculação à Profissão, momento em que são entregues as Cédulas Profissionais e lido em uníssimo o Juramento Profissional com os recém-licenciados em Enfermagem e a Digníssima Bastonária, Ana Rita Cavaco.

“Nesta quarta edição queremos continuar a dignificar os nossos membros e a nossa profissão. Tenho a certeza que será mais uma noite inolvidável e da qual todos iremos guardar boas recordações”, assinala Ricardo Correia de Matos, Presidente do Conselho Diretivo da SRCentro.

 

 

Entrevista | Dra. Inês Homem de Melo, Psiquiatra
Os dados da OCDE mostram que o consumo de antidepressivos mais que triplicou nas últimas duas década

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão é um dos principais problemas de saúde no mundo desenvolvido, sendo que se estima que esta afete cerca de 8% da população portuguesa. Assim sendo, sabendo que esta é uma perturbação com uma prevalência significativa no nosso país, por que motivo, ainda nos é tão difícil falar sobre ela? Quais os principais mitos ou estigmas associados?

Para mim enquanto psiquiatra, é um silêncio ensurdecedor. Embora a pandemia tenha trazido a depressão para a ordem do dia, a verdade é que ainda é uma doença profundamente estigmatizada e escondida. A depressão não é um sinal de fraqueza. Não resulta de uma falha de carácter ou de falta de força de vontade. Trata-se de um quadro médico que cursa com alterações do sistema nervoso central, endócrino e imunitário. Enquanto não for encarada como tal, será escondida pela vergonha de parecer frágil, pelo medo de parecer fraco ou inferior.

Para ajudar a entender, em que consiste a Depressão, a que sinais devemos estar atentos, e o que a distingue da tristeza? Como se pode distinguir as normais mudanças de humor de um episódio depressivo, por exemplo?

A tristeza faz parte da vivência humana, surgindo como reação normativa (e até útil) face a acontecimentos do quotidiano e às perdas inevitáveis ao longo do ciclo de vida. Tristeza não é sinónimo de depressão! Na depressão, a tristeza assume um carácter persistente, invasivo, dominando toda a experiência interna e afetando o nível de funcionalidade do doente. Além disso, na depressão a tristeza surge acompanhada de um conjunto de outras manifestações clínicas: perda do interesse em atividades outrora prazerosas, diminuição da energia, sentimentos de culpa, dificuldades de concentração e sintomas do próprio corpo: alterações do apetite, do sono, do desejo sexual, do trânsito intestinal e até dores.

Que tipos de depressão existem?

Não há duas depressões iguais. Cada doente pode apresentar uma constelação única de sintomas, carecendo de uma avaliação cuidadosa em consulta.

A que outras perturbações ou problemas de saúde mental pode estar a Depressão associada?

A depressão surge frequentemente associada a outros problemas de saúde mental. Em psiquiatria, quando duas doenças se apresentam juntas, dizemos que coexistem em comorbilidade. É habitual vermos depressão em comorbilidade com perturbações de ansiedade, abuso de álcool e drogas, perturbação de hiperatividade e défice de atenção, perturbações do comportamento alimentar e até demência.

Quais as causas ou fatores de risco associados à depressão? Que tipo de pessoa está mais predisposta a poder sofrer de depressão?

A depressão pode afetar qualquer pessoa, seja qual for a sua idade, estatuto socioeconómico, etnia ou profissão. No entanto, há fatores de risco que aumentam a vulnerabilidade para desenvolver depressão. Por um lado, fatores de risco genéticos, como acontece em pessoas com vários familiares próximos com depressão ou outros quadros psiquiátricos. Por outro lado, fatores de risco psicossociais: desemprego, pobreza, violência, migração, sofrer graves perdas, entre outros.

Embora possa atingir qualquer pessoa em qualquer idade, existe uma faixa etária ou género mais afetado?

A prevalência é maior entre os 18 e os 44 anos e nas mulheres, embora possa afetar também crianças e idosos.

No que diz respeito à sintomatologia, há alguma diferença na forma como a depressão se manifesta numa criança ou adolescente e no adulto? A que sinais devem os pais estar atentos?

Por serem mais impulsivos, os adolescentes são especialmente propensos a expressar o seu mal-estar através de ações. Assim, são comuns as queixas de inquietação motora, explosões de raiva e episódios de agressividade. Mais do que tristes, os adolescentes podem parecer sobretudo irritados ou zangados. Os pais devem estar atentos a um maior isolamento dos jovens, desinvestimento nas atividades de que gostavam antigamente, alterações do sono e do apetite, dificuldades escolares e comportamentos auto-lesivos (magoarem-se a si mesmos).

Em que momento devemos pensar em procurar ajuda?

A procura de ajuda deve ser o mais precoce possível. Quando o sofrimento mental impacta a qualidade de vida ou afeta de forma sustentada o nível de funcionalidade da pessoa (no trabalho, nas atividades de lazer ou na vida familiar), é hora de procurar ajuda!

Qual o tratamento da depressão?

O tratamento deve passar por uma combinação de intervenções farmacológicas (ou seja, medicamentos, quando necessários) com intervenções não-farmacológicas. Nesta última categoria incluem-se as alterações do estilo de vida (como é que a pessoa dorme, dieta, exercício físico, atividades de lazer) e a psicoterapia (também conhecida por talk therapy, habitualmente realizada por psicólogos).

Em casos mais graves, que não respondem ao tratamento farmacológico e/ou psicoterapia, que outras opções terapêuticas existem?

Para casos mais graves, de difícil tratamento, a medicina dispões de outras intervenções valiosas. É o caso da eletroconvulsivoterapia (ECT), da estimulação magnética transcraniana e do promissor uso médico de substâncias psicadélicas, atualmente sob intensa investigação.

Quais as consequências de um diagnóstico tardio ou de uma depressão não tratada?

A depressão não tratada provoca alterações cerebrais que tornam mais difícil o tratamento desse episódio depressivo e que aumentam a probabilidade de vir a ter um novo episódio no futuro. Fala-se até de uma cicatriz depressiva. É por isso que devemos atuar o mais cedo possível!

É possível prevenir a depressão?

Sim! Os indicadores de depressão podem melhorar mediante intervenções preventivas. A promoção da saúde mental deve começar desde o início da vida da criança: cursos de parentalidade positiva (para os pais) e cursos de inteligência emocional para as próprias crianças, nas escolas. Além disso, devemos investir no diagnóstico e tratamento precoce, reforçando os cuidados de saúde primários e o acesso à psicoterapia no SNS.

Os números da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), mostram que nos últimos 20 anos o consumo de antidepressivos aumentos exponencialmente (cerca de 304%). O que estes dados nos estão efetivamente a mostrar: que temos vindo a falhar em matéria de promoção de saúde mental?

Enquanto psiquiatra (inquieta com estes números) já me debrucei várias vezes sobre esta percentagem e creio que para ela concorrem vários fatores. Por um lado, o facto de sermos o segundo país europeu com a prevalência mais alta de doença mental (a seguir à Irlanda do Norte). Temos mais depressão, mas temos sobretudo mais ansiedade, e ambas as doenças são tratadas com antidepressivos. A situação social adversa que vivemos neste momento em Portugal não tem contribuído para a melhoria destes indicadores, pelo contrário. Por outro lado, é importante referir as dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, bem como a gritante falta de profissionais de saúde mental não-médicos no SNS, sobretudo de psicólogos. Numa fase inicial da depressão, a doença pode ainda ser tratada sem recurso a medicação, investindo-se na psicoterapia (habitualmente feita por psicólogos). Numa fase mais avançada, de maior gravidade, já será necessário medicar com antidepressivo. O atraso na chegada aos cuidados pode explicar que tenhamos de medicar pessoas que, tratadas precocemente, não teriam tido essa necessidade, ao mesmo tempo que a falta de psicólogos nos deixa sem respostas não-farmacológicas para quem efetivamente acede aos cuidados atempadamente.

Na sua opinião, o que deveria ser feito para tentar mudar este cenário?

Para mudar este cenário faltam iniciativas de prevenção e campanhas de promoção de literacia em saúde mental. Por saberem pouco sobre saúde e doença mental (e por terem tantos mitos e preconceitos), os portugueses atrasam muito a procura de ajuda. Tempo é saúde: quanto maior o período sem tratamento, pior o prognóstico. Quanto menos literacia, mais estigma.

A campanha ‘Viva! Para lá da depressão’ é particularmente poderosa por ter o foco na recuperação! É luminosa, solar e transmite esperança. Dá voz a profissionais de saúde de múltiplas disciplinas - psicologia, nutrição, desporto, medicina geral e familiar e psiquiatria – promovendo um olhar completo sobre a doença em toda a sua complexidade. O tratamento da depressão quer-se multidisciplinar, numa intervenção concertada entre a medicação, a psicoterapia e alterações do estilo de vida, e esta campanha não deixou nenhuma ferramenta terapêutica de fora! Por fim, é uma campanha onde podemos ouvir falar algumas figuras públicas acerca da sua experiência com a depressão, algo que ajuda muito a diminuir o estigma.

No âmbito do Dia Europeu da Depressão, que se assinalou no passado dia 1 de outubro, que mensagem ou conselhos gostaria de deixar?

Consulte um profissional em quem confie. A depressão tem tratamento e quando mais cedo, melhor! Há sempre esperança, mesmo que a doença o convença do contrário.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Mundial do Animal
Os medicamentos de uso humano, como comprimidos, xaropes, aerossóis, pomadas à base de cortisol ou a

“É importante alertar os cuidadores sobre o impacto que os medicamentos de uso humano têm na saúde dos seus animais de companhia. Tratar bem os animais também significa ser consciente dos efeitos que estes produtos provocam na sua saúde”, explica José Gómez, Head of Medical da AniCura Ibéria.

Em alguns casos, cães e gatos podem ingerir medicamentos acidentalmente. Para evitar que tal aconteça, o recomendado é guardar os medicamentos em locais onde eles não os consigam alcançar, como em gavetas ou armários fechados, mantendo-os sempre nas embalagens originais para prevenir lapsos, e não deitar medicamentos fora do prazo de validade no lixo comum.

Riscos da ingestão de medicamentos de uso humano

O metabolismo dos animais de companhia é diferente do metabolismo humano, pelo que os tempos de tolerância ou de eliminação de substâncias, neste caso, de medicamentos, são muito diferentes, e a “automedicação” pode ter consequências potencialmente fatais. Ainda que o princípio ativo de determinado medicamento possa ser o mesmo, geralmente, os medicamentos de uso humano tem uma concentração muito superior à necessária para cães e gatos.

Uma das principais causas de internamento de animais de companhia está relacionada com a ingestão de anti-inflamatórios e paracetamol não adequados aos animais, seja por toxicidade ou por sobredosagem, gerando lesões digestivas, renais, hepáticas e/ ou sanguíneas, em alguns casos irreversíveis.

O contacto prolongado com determinados medicamentos pode também resultar em problemas para a saúde, como é o caso de pomadas e outros fármacos usados pelos cuidadores e aos quais o animal está exposto. “É fundamental estar alerta para que os animais de companhia não estejam em contacto permanente com medicamentos de uso humano. Na maioria dos casos, falamos de situações que podem ser evitadas se os cuidadores se mantiverem vigilantes. Por isso, é importante que estejam conscientes destes riscos”, remata José Gómez.

Em caso de dúvida ou de contacto acidental do animal de companhia com um medicamento de uso humano, os cuidadores devem procurar uma urgência veterinária. O médico veterinário realizará os exames necessários para conhecer o nível de contaminação com a substância tóxica, e orientará o cuidador para o tratamento e medidas necessárias para reverter a situação, nos casos em que é possível.

Margarida Cid, médica veterinária do AniCura Restelo Hospital Veterinário, lembra que, “apesar da cada vez maior consciencialização, continuam a surgir casos de ingestão ou contacto com medicamentos de uso humano, tanto em cães como em gatos”.

É o caso de Jerry, um gato DSH macho, com três anos, que, ao magoar-se no membro anterior esquerdo depois de saltar de um móvel, começou a coxear. O cuidador decidiu dar-lhe paracetamol em xarope, indicado para crianças. O animal deu entrada no Serviço de Urgência pouco tempo após ingestão do xarope com dificuldade respiratória severa, mucosas cianóticas e prostrado. Foi colocado a oxigénio e administrado sedativo para se manter tranquilo. As análises acabaram por revelar alterações das enzimas hepáticas e administrou-se acetilcisteína e tratamento de suporte com fluidos. “Felizmente a dose de paracetamol ingerida tinha sido baixa e em 48 horas o Jerry recuperou”, lembra Margarida Cid.

O mesmo aconteceu a Bob, um labrador retriever de seis meses. Bob ficou sozinho em casa e conseguiu abrir a porta do armário que guardava os medicamentos e roer um frasco de suplementos vitamínicos, ingerindo praticamente todo o seu conteúdo de cápsulas. Foi levado à urgência pela cuidadora e, após um RX, decidiu induzir-se o vómito medicamente. Foi-lhe administrado carvão ativado para prevenir a restante absorção e o caso resultou num internamento de 72 horas para tratamento de suporte.

 

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Instituição particular de solidariedade social, vocacionada para a cirurgia programada
O Hospital da Ordem Terceira Chiado (HOTC) celebra, hoje 3, dia de S. Francisco de Assis, patrono do Hospital, 350 anos. Para...

As comemorações contam com uma missa na Capela do Hospital e uma Sessão Solene realizada pelas 12.15 no piso 0 da instituição, na rua Serpa Pinto, número 7, no Chiado em lisboa. Durante a sessão vão haver vários momentos, entre os quais dois discursos orientados pelo Presidente do Conselho Diretivo do Hospital, Luís Alvito e pelo Ministro da Fraternidade de São Francisco da Cidade, António Belmar da Costa, como entidade dona do Hospital. Será apresentada em vídeo uma comunicação do Senhor Presidente da República. O coro da Ordem dos Médicos, Região Sul, apresentará duas obras.

Os principais convidados são Bispo D. Nuno Brás, padre provincial dos Franciscanos, pároco dos Mártires, Presidente da Associação dos Hospitais Privados, Diretores de várias Seguradoras da área da Saúde, o Vice-Presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, Presidente da região sul da Ordem dos Médicos, bem como várias entidades ligadas ao setor da Saúde.

O Hospital da Ordem Terceira é hoje uma instituição particular de solidariedade social, vocacionada para a cirurgia programada, com diversas valências. Tem 54 camas, cinco salas de operações e duas unidades de recobro. Dispõe, além disso, dum sector onde acolhe pessoas idosas, a Casa de S. Francisco, aberta em 1991. Tem consultas de várias especialidades e aqui se realizam vários exames médicos.

O Hospital tem nas suas Instalações um Instituto Oftalmológico e o Centro de Miopia de Lisboa, ambos muito completos em equipamentos, com uma sala para intervenções Lasik e outra sala para Catalys. Tanto o Instituto Oftalmológico como o Centro de Miopia de Lisboa, são apoiados por uma vasta equipa de oftalmologistas e técnicos de excelência.

 

 

 

 

Bolsa de 50 mil dólares
O Instituto de Patologia Molecular e Imunologia da Universidade do Porto (Ipatimup) foi o vencedor do prémio mundial &quot...

O Ipatimup tem como objetivo estudar as causas e evolução das doenças oncológicas e, desta forma, contribuir na eficiência do tratamento nos cuidados oncológicos da população portuguesa e mundial. Este valor irá apoiar o projeto, POPCARE, que visa responder a necessidades não satisfeitas em oncologia de precisão através da criação de uma plataforma que facilite a utilização de terapias direcionadas e tratamentos inovadores em oncologia pediátrica.

"Esta bolsa POPIA vai apoiar o lançamento do POPCARE, uma iniciativa que aproveita o poder da medicina de precisão, da definição de perfis genómicos e da colaboração entre setores para assegurar que as terapias direcionadas e os tratamentos inovadores contra o cancro chegam às crianças que mais precisam deles", afirmou o Dr. Jorge Lima, Vice-Diretor e Chefe de I&D da Ipatimup. Investigador Assistente do Grupo de Sinalização e Metabolismo do Cancro, i3S e Professor afiliado da FMUP.

A oncologia de precisão é um campo em crescimento no qual os cancros são testados e tratados de acordo com a sua impressão digital única de ADN, ajudando a personalizar

os cuidados oncológicos. Estas recentes inovações médicas têm o potencial de melhorar os resultados dos tratamentos e de reduzir drasticamente o peso do cancro em todo o mundo. Apesar disso, existem disparidades significativas no acesso dos doentes aos testes com biomarcadores que podem ajudar a identificar os doentes que mais poderiam beneficiar de uma abordagem de tratamento oncológico de precisão.

"A Bayer orgulha-se de apoiar a terceira edição dos Prémios POPIA, que têm como objetivo acelerar as iniciativas de organizações a nível mundial, como o Ipatimup, que estão focadas em melhorar o acesso aos cuidados oncológicos de precisão e em combater as desigualdades para as crianças com cancro em todo o mundo", refere Marco Dietrich, diretor-geral da Bayer em Portugal. "Gostaríamos de agradecer a todas as organizações que se candidataram aos Prémios deste ano e felicitar o Ipatimup por ter apresentado um programa que visa garantir que os benefícios dos cuidados oncológicos de precisão pediátricos chegam a quem mais precisa em Portugal."

As bolsas POPIA foram criadas para apoiar programas inovadores centrados na melhoria do acesso a testes de biomarcadores, também designados como testes genómicos, no cancro do pulmão, no cancro da tiroide e em tipos de cancro raros, como os cancros pediátricos e os sarcomas, conhecidos por albergarem alterações genómicas raras e passíveis de serem corrigidas, em que os doentes enfrentam necessidades médicas consideráveis não satisfeitas.

Para mais informações sobre os prémios, consulte https://www.precisiononcologyawards.com/

Projeto de sensibilização para doenças graves
“Proteger é deixar a vida acontecer” é o mote da iniciativa levada a cabo pela Pfizer Portugal que pretende sensibilizar e...

A meningite é uma doença causada pela inflamação das meninges, uma das membranas que envolvem e protegem o cérebro e a espinal medula. Pode ser provocada por diferentes microrganismos, como vírus, fungos ou bactérias. Uma das bactérias que mais frequentemente causa meningite é a Neisseria meningitidis, vulgarmente conhecida como meningococo. A doença meningocócica pode ter uma progressão rápida, consequências graves e potencialmente fatais.

Em países industrializados, a incidência da doença meningocócica é maior na infância, com um pico secundário na adolescência. Os sintomas iniciais da doença meningocócica podem assemelhar-se aos de outras doenças, dificultando o seu diagnóstico. Os sintomas mais comuns da meningite meningocócica são rigidez da nuca (rigidez do pescoço), febre alta, sensibilidade à luz, confusão, dor de cabeça e vómitos.

Esta iniciativa procura, acima de tudo, consciencializar a população portuguesa acerca da existência de doenças graves que podem ser prevenidas e facilitar o acesso à informação bem como motivar as pessoas a tomar decisões mais conscientes.

“Acreditamos que iniciativas de literacia em saúde como esta são o caminho para atingirmos, como sociedade, uma melhor qualidade de vida. Na Pfizer, lutamos para que nenhuma criança tenha o seu futuro comprometido por uma ameaça para a qual se pode proteger, sendo essa uma das nossas principais missões, como parte integrante deste setor”, afirma Susana Castro Marques, Diretora Médica da Pfizer Portugal.

Este projeto de literacia em saúde, vai ser apresentado maioritariamente em formato digital, através de filmes desenvolvidos pela Pfizer Portugal, onde imagens intercaladas representam o presente e o futuro de crianças e jovens. Desta forma, a Pfizer pretende realçar que o futuro e os sonhos de uma criança ou jovem não devem, em momento algum, ficar comprometidos.

A evolução da Ciência e da Medicina deve ser considerada e utilizada a favor de todos e a desinformação não pode ser obstáculo. “Proteja a sua vida e a de quem mais ama” é o principal conselho da Pfizer. Saiba mais em: www.conhecerameningite.com

 

 

Unidade Móvel na Amadora, de 16 a 27 de outubro
Dados da American Cancer Society revelam que os afro-americanos têm mais 20% de probabilidade de desenvolver cancro colorretal...

Em Portugal, morrem 12 pessoas por dia e todos os anos são diagnosticados mais de 11 mil novos casos, existem cerca de 80.000 doentes ativos e 50% da população ainda desconhece os sintomas.

Este é o panorama atual de uma doença que continua a matar, principalmente pessoas de etnia africana, que de acordo com a American Cancer Society têm uma probabilidade de morte aumentada em 40% face a outras etnias 1,2.

Na Europa ainda não existem dados relevantes, pelo que este projeto será um ponto de partida. Consciente da realidade e da importância do diagnóstico atempado, a Europacolon Portugal leva a cabo uma iniciativa de saúde pública, que visa combater a desigualdade no acesso ao rastreio do cancro do intestino, direcionando os seus esforços para a comunidade afrodescendente em Portugal.

“Um dos objetivos passa por sensibilizar para a doença e sua prevenção, uma vez que em 90% dos casos, se detetado precocemente, o cancro do intestino pode ser estabilizado. Um diagnóstico feito a tempo, salva vidas!” afirma Vitor Neves, Presidente da Europacolon Portugal.

O rastreio far-se-á através de uma Unidade Móvel, que circulará em várias freguesias e bairros do Município da Amadora.

A iniciativa realiza-se de 16 a 27 de outubro e tem como principal alvo as pessoas entre os 50 e os 74 anos de idade, pois a probabilidade de desenvolver esta patologia aumenta com a idade (90% dos diagnósticos acontecem acima dos 50 anos).

Por outro lado, é muito importante divulgar que existem barreiras que contribuem para o desconhecimento sobre o cancro colorretal.

Entre eles estão:

O medo de fazer uma colonoscopia e de sair do consultório com uma notícia negativa. Mas a verdade é que quanto mais cedo se fizer o diagnóstico, maior a hipótese de existir um tratamento que estabiliza a doença!

  • A falta de confiança no médico ou no sistema de saúde, é outro fator que impede as pessoas de ter um diagnóstico atempado e, logo, mais hipóteses de tratamento;
  • A exclusão, a Europacolon Portugal considera que o acesso aos cuidados de saúde deve ser para todos, não deixando de parte as populações mais vulneráveis;
  • A vergonha, pelo facto de a doença envolver uma parte do corpo pouco falada

“Uma das principais barreiras à prevenção do cancro do intestino é o acesso limitado aos programas de rastreio. Muitas vezes, as comunidades minoritárias enfrentam desafios específicos, como falta de informação, barreiras linguísticas, falta de acesso ao seu médico de família e dificuldades de transporte”, alerta Vítor Neves.

“Através da Unidade Móvel de Saúde queremos garantir o acesso à prevenção e ao diagnóstico, que cremos deficitário junto destas populações. Vamos aplicar um método que se chama Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes. É um teste fácil e não dói! Esta análise permite identificar a presença de pequenas quantidades de sangue nas fezes. Um resultado positivo tem, obrigatoriamente, de ser confirmado através da realização de uma colonoscopia”, explica o Presidente da Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo.

Porque todos temos direito ao acesso aos cuidados de saúde, a Europacolon Portugal vai realizar os testes de forma gratuita.

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