Investigação nos Estados Unidos
Especialistas americanos da Universidade de Stanford reprogramaram células de linfoma grave em defesas do sistema imunitário....

Pode dizer-se que a descoberta do grupo de investigadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, se assemelha à imagem de um grupo de terroristas que é convertido numa equipa humanitária que tem como missão salvar vidas. Do que falamos então? De transformar células cancerígenas em glóbulos brancos, aqueles que no nosso sistema imunitário têm como função defender das doenças que nos atacam. Foi isso que o grupo da universidade norte-americana, liderado pelo cientista Ravi Majeti, conseguiu fazer. Por um acaso.

No laboratório, os investigadores isolaram células cancerígenas de um doente com leucemia linfoblástica de células B precursoras, um tipo de cancro agressivo que provoca a multiplicação de glóbulos brancos imaturos e ineficazes. Para manter as células vivas para poder estudá-las, a equipa lançou sobre elas vários tipos de nutrientes para o efeito. E foi então que um elemento da equipa, o investigador Scott McClellan, percebeu que as células cancerígenas estavam a transformar-se em macrófagos, células defensivas capazes de matar micróbios e células de cancro, refere o jornal El País.

Depois de descobrirem o mecanismo que levou à transformação das células do cancro em glóbulos brancos, a experiência foi desenvolvida em ratos de laboratório alterados geneticamente para não terem defesas. Os resultados foram publicados ontem na revista científica PNAS.

No resumo da investigação, assinado pelo professor de medicina, especialista em hematologia, e pela restante equipa da Universidade de Stanford, os mesmos explicam que "ao forçar a reprogramação das células reduziram a presença de leucemia nas mesmas". Apesar de manterem os "laços familiares" com as células cancerígenas que lhe deram origem, não se mostraram capazes de desenvolver a doença, "indicando que a reprogramação elimina o risco de leucemia" e "sugerindo que esta pode representar uma nova estratégia terapêutica". Uma solução de tratamento na qual os investigadores agora se concentram e que pode passar por encontrar tratamentos que acelerem o processo de reprogramação das células.

Uma porta de esperança

Para Paulo Oliveira, investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, este é um passo muito importante. "Este artigo, publicado na prestigiada revista PNAS, abre uma porta de esperança no combate à leucemia linfoblástica aguda porque permitirá modificar as células malignas envolvidas de modo a voltarem à sua programação dita "normal". No seu processo de amadurecimento normal, uma subpopulação de células do sistema imunitário fica bloqueada num determinado passo e não chega a transformar-se em glóbulos brancos maduros e competentes. Este bloqueio anormal permite a formação de uma população de células altamente malignas e agressivas e que é responsável pela leucemia linfoblástica aguda", explica ao Diário de Notícias.

É a forma de ultrapassar o bloqueio que torna o resultado desta investigação tão especial, reforça. "Os investigadores da Universidade de Stanford descobriram como ultrapassar o bloqueio e permitir a essas células continuarem o seu amadurecimento até formarem glóbulos brancos funcionais. Por outras palavras, as células perdem toda a sua agressividade e tornam--se guerreiras bem comportadas do sistema imunitário, à semelhança das suas parceiras normais", refere o investigador, explicando como a equipa liderada por Ravi Majeti o conseguiu fazer. "Este desbloquear do software adulterado da célula foi conseguido através do uso de um cocktail de proteínas específicas que se ligam a sequências-chave do ADN das células transformadas."

"Apesar de o impacto no tratamento destas condições não ser imediato e ser necessária alguma cautela, esta descoberta mostra um alvo previamente desconhecido para o desenvolvimento de novas terapias para a leucemia linfoblástica aguda. Mais do que matar as células que escapam ao bom comportamento, o objectivo passa agora por levá-las a retomar os "bons caminhos"", acrescenta o investigador Paulo Oliveira.

O passo seguinte "será verificar se o mesmo efeito se passa em animais de laboratório que sejam um modelo para a doença e ao mesmo tempo tentar simplificar o processo de desbloqueio da programação das células malignas, usando compostos químicos mais simples que possam ser dados ao doente, e que possam ter o mesmo efeito do referido cocktail de proteínas".

 

Cultivada em Moçambique
Uma equipa de pesquisadores da Universidade britânica de Leeds anunciou ter descoberto uma planta rara, somente cultivada em...

De acordo com uma nota dos pesquisadores, divulgada na página da Universidade de Leeds, a Phyllanthus engleri, também conhecida como phyllanthus, um género botânico pertencente à família Phyllanthaceae, que contém uma substância química, Englerin A, que inibe o crescimento de vários tipos de células cancerígenas.

Os estudos anteriores apontam para o potencial desta planta encontrada em Moçambique, Tanzânia, Zâmbia, Malaui, Zimbabué e na África do Sul, mas foi a pesquisa da Universidade de Leeds que descobriu as razões que fazem com que a substância química deixe de crescer e de se multiplicar.

"Englerin A é particularmente interessante porque é selectiva - pois só mata as células cancerosas renais e alguns outros tipos de células cancerígenas. Outros tipos de células são resistentes a ele, por isso acho que tem um grande potencial” para inibir o crescimento das células do cancro do rim, disse o investigador David Beech, professor da Escola de Medicina da Universidade de Leeds.

A equipa descobriu que, em quantidades muito pequenas, a Englerin A activa uma proteína particular, TRPC4, que “provoca alterações na célula do cancro renal, o que mata” a célula.

No Reino Unido, cerca de 10.000 novos casos de cancro renal são anualmente diagnosticados, metade das quais sobrevivem pelo menos uma década depois do diagnóstico.

De acordo com a página da rede de cuidados oncológicos das Unidades CUF, “em Portugal o cancro do rim representa cerca de 1,8% de todos os tumores malignos, estimando-se que surjam cerca de 600 a 700 novos casos por ano”, da doença que “é ligeiramente mais frequente nos homens do que nas mulheres e é geralmente diagnosticado entre os 50 e os 70 anos”.

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts publicou um estudo sobre o preço dos medicamentos de cancro que indica que, desde 1995, o preço de pelo menos 58 tipos de medicamentos contra a doença aumentou em 10% por ano.

“Esta descoberta inesperada é emocionante porque significa que poderíamos desenvolver novos medicamentos contra o cancro no sentido de estas proteínas codificadoras, em particular o TRPC4 e TRPC5”, disse David Beech.

"Este é apenas o primeiro passo em uma jornada - embora nossos estudos têm sido em laboratório, não em pacientes. Pode levar alguns anos para desenvolver uma droga que efectivamente tenha as pessoas como alvo destas células cancerosas renais”, acrescentou.

Ordem dos Enfermeiros
Rentabilizar as competências aos profissionais de enfermagem nas Urgências é uma boa medida, mas não resolverá os problemas de...

“Esta não é a solução para resolver os problemas de base dos serviços de saúde”, diz a Presidente do Conselho Directivo Regional da Secção Regional do Centro (SRC), num editorial da revista Enfermagem e o Cidadão, que é divulgada hoje nos seis distritos do Centro de Portugal.

Para a Enfª Isabel Oliveira, os enfermeiros têm competências para desempenhar cabalmente as actividades nas urgências hospitalares conferidas num recente diploma do Ministério da Saúde, mas “é preciso ter cuidado com a leitura” dos discursos de que os enfermeiros podem ser a solução, suprindo a falta de outros profissionais.

“Para quando a correcta alocação de enfermeiros nos serviços? Quem irá colmatar a falta de enfermeiros que lamentavelmente e tão frequentemente podemos constatar nas visitas de acompanhamento do exercício profissional? Quem irá colmatar a falta de enfermeiros que veem as suas actividades aumentarem, acrescentando mais ao que tanto fazem, sendo frequentemente menos do que deviam ser?”, interroga.

No entendimento da dirigente, “apesar da sua comprovada importância, a maior parte da sociedade desconhece aquilo que os enfermeiros fazem, e se são ou não suficientes para o que fazem”.

Quando acontecem situações graves, como os que se verificaram com a elevada afluência de cidadãos às Urgências nos primeiros meses de 2015, para os governantes “a situação é normal nesta altura do ano, e ‘arranjam-se’ soluções temporárias” para fazer face ao problema, observa a Enfª Isabel Oliveira.

Para a população – salienta – “quando algo corre mal normalmente vem associado à falta de médicos”, e “raríssimas vezes os enfermeiros são falados”.

No entendimento da dirigente da Ordem dos Enfermeiros (OE), “tanto para a população, como para os governantes, os enfermeiros não são problema nem fazem parte da solução”, na generalidade das situações.

Esta falta de percepção – acrescenta a Enfª Isabel Oliveira – “acontece porque o financiamento em Saúde é feito a partir da actividade médica”.

“Quando o financiamento [da Saúde] também for efectuado pela actividade dos enfermeiros, aí os enfermeiros farão parte da solução e da caraterização do problema. Então passará a ser visto o que é feito e o que deixa de ser efectuado”, sublinha.

Recorda que nas Visitas de Acompanhamento do Exercício Profissional a OE tem identificado e denunciado diversos problemas associados ao reduzido número de enfermeiros para as necessidades identificadas, que colocam em causa a qualidade e segurança dos cuidados prestados aos cidadãos.

“Continuar a manter a cabeça ‘enterrada’ na areia terá os seus efeitos a médio/longo prazo. Não há investimento na promoção da saúde e prevenção da doença, não existe planeamento estratégico em Saúde a longo prazo”, afirma.

Na óptica da presidente do Conselho Directivo Regional da SRC da Ordem dos Enfermeiros, “uma população saudável é uma população feliz, activa, trabalhadora, mas esse investimento tem de ser feito desde o nascimento”, na comunidade, onde as famílias vivem, onde as crianças estudam, e não apenas quando ficam doentes.

“Faltam profissionais de saúde nos Cuidados de Saúde Primários, nas comunidades, nas escolas, e sobrecarregar o que falta não será a melhor solução, repor o necessário é o caminho. É urgente e não só para as Urgências”, conclui a Enfª Isabel Oliveira.

Em Portugal
A Entidade Reguladora da Saúde aponta para a existência de um oligopólio (controlo por poucas empresas) nos seguros de saúde em...

No estudo sobre “Os seguros e o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) refere que “o rácio de concentração dos dois maiores concorrentes, medido pela soma das suas quotas de mercado, é superior a 50%”.

Por esta razão, acrescenta o regulador, “poderá estar-se na verdade perante uma estrutura de mercado de oligopólio”.

Dados apresentados no estudo indicam que a quota de mercado da Fidelidade é de 32,2%, seguindo-se a Ocidental Seguros (23,3%), a Allianz (7,9%), a Tranquilidade (6,7%), a Victoria Seguros (5%), o BES Seguros (4,8%), a AXA Seguros (3,7%), Açoreana (3,5%), a Generali (3,4%) e a Lusitânia Seguros (1,9%).

O estudo indica que existem 26 seguradoras que, em 2013, apresentaram produção no ramo doença.

“Este grau de concentração de mercado e o número de seguradoras no mercado sugerem que o tipo de estrutura de mercado dos seguros de saúde poderá ser de concorrência monopolística”.

Trata-se de “uma situação intermédia entre concorrência perfeita e monopólio, que se caracteriza por concorrência imperfeita, algumas barreiras à entrada no mercado, diferenciação do produto e capacidade de definição de preços com alguma liberdade por parte das seguradoras”, lê-se no relatório.

Segundo os autores, o mercado dos seguros de saúde em Portugal “é pequeno, em comparação com o mercado europeu”.

“O volume de prémios brutos em Portugal equivale a 0,5% do total de prémios de 2012, de 112.831.371 milhares de euros, dos 27 países membros da associação europeia de seguros e resseguros Insurance Europe com dados disponíveis comparáveis aos de Portugal”, adianta o documento.

Entidade Reguladora
Os portugueses compram seguros de saúde para conseguirem uma consulta mais rapidamente, enquanto o custo e as situações não...

Este “perfil típico do utente detentor de apólices de seguros de saúde em Portugal” consta de um relatório sobre “Os seguros de saúde e o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde”, elaborado pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS).

O inquérito resultou de uma amostra composta de 241 pessoas, concluindo que o perfil típico destes utentes “encontra-se na faixa etária entre os 30 e 64 anos”.

Este utente tem, na sua maioria, seguros de saúde há mais de três anos e como principais razões para a contratação de um seguro de saúde e como vantagens aponta o facto de beneficiar de tempos de espera mais curtos em consultas, a prevenção e a maior liberdade na escolha dos estabelecimentos de saúde.

Em relação aos principais motivos de insatisfação com o seguro, é indicado o preço e as coberturas e exclusões.

Segundo a ERS, “a natureza da relação estabelecida entre a seguradora e o segurado poderá envolver um efeito designado por risco moral, na medida em que a cobertura financeira garantida das despesas em saúde pode induzir uma procura de cuidados de saúde em volume superior à que ocorreria se o utente não tivesse um seguro”.

O regulador refere que as seguradoras encetam algumas acções de combate ao risco moral que “também se destinam à contenção ou redução dos montantes pagos em sinistros”.

Este processo, designado por desnatação, “consiste na tentativa, por parte das seguradoras, de evitar os riscos maus, procurando segurar apenas situações de sinistros de risco mais baixo”.

A ERS analisou as práticas contratuais das seguradoras e constatou que a prevenção do risco moral e a desnatação surgem associadas à imposição de determinadas cláusulas contratuais.

No caso da prevenção de risco moral, as seguradoras “retiram da cobertura dos seguros intervenções médico-cirúrgicas com custos elevados, estipulam limites em termos de quantidade de sessões de fisioterapia ou de consultas de especialidade”.

A prática de desnatação passa pela exclusão dos cuidados de saúde que “possam ser necessários ao tratamento de doença entretanto adquirida pelo segurado ou determinam limites de idade para contratar e para cessar o contrato de seguro”.

Perante esta prática, a ERS concluiu que, “se os seguros de saúde não fossem complementares, passando a substituir o SNS na cobertura das despesas em saúde dos cidadãos, a universalidade do acesso aos cuidados de saúde não estaria garantida”.

Entidade Reguladora
A diminuição do financiamento público nas despesas em saúde promoveu o crescimento dos seguros de saúde, cujo mercado se está a...

O estudo sobre “Os seguros e o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde”, refere que estes seguros privados “têm apresentado um crescimento significativo em Portugal, ao passo que o financiamento público das despesas em saúde tem apresentado uma tendência de queda”.

Entre 2004 e 2013, “a parcela correspondente ao financiamento público diminuiu" e, por outro lado, o financiamento privado tornou-se mais importante, "crescendo de 30,3% para 34,0%”, prossegue o documento.

Segundo a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), “o volume de receita de prémios tem crescido continuamente, tendo esta produção aumentado 45% entre 2006 e 2014, com um crescimento médio anual de 4,8%”.

Este crescimento é “reforçado pela pressão sobre os gastos em saúde do envelhecimento da população e da elevação dos custos com a inovação tecnológica em saúde”.

Os autores ressalvam que “o potencial de crescimento dos seguros está a ser restringido pelos efeitos negativos da crise que o país atravessa sobre o rendimento das famílias e o emprego”.

A este propósito, lê-se no documento que “é possível identificar um efeito da crise que o país atravessa sobre o rendimento das famílias, verificando-se que o rendimento médio disponível das famílias diminuiu 7,2% entre 2010 e 2013”.

“Esta diminuição do rendimento pode ter levado muitas famílias a reduzir as suas despesas com seguros de saúde”, prossegue o relatório, indicando que, “a manter-se esta tendência de baixa dos rendimentos, ainda mais famílias poderão optar por prescindir de seguros de saúde”.

Isto porque, segundo a ERS, “o custo da contratação de um seguro de saúde constitui um valor a pagar em acréscimo aos impostos que os cidadãos já pagam para o financiamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dos Serviços Regionais de Saúde (SRS), que, por sua vez, possibilitam o acesso garantido à rede pública e aos prestadores de cuidados de saúde não públicos com quem são celebrados contratos, conforme previsto na Base XII da Lei de Bases da Saúde”.

“O desemprego também produzirá um efeito negativo sobre o mercado dos seguros de saúde privados, na medida em que grande parte dos seguros de saúde corresponde a seguros de grupo, disponibilizados pelo empregador para os seus empregados”, alerta o regulador.

Mas a principal razão apontada pela ERS para o impacto negativo sobre o mercado dos seguros é a “redução do orçamento pessoal ou familiar ocasionado pelo desemprego, que pode levar os cidadãos a terem de cortar nos seguros individuais que eventualmente detinham previamente à situação de desemprego”.

“Apesar disto, os seguros de saúde privados deverão continuar a apresentar crescimento em Portugal a médio prazo, como forma de financiamento complementar ao que deve ser garantido aos cidadãos pela prestação de cuidados de saúde pública e publicamente financiada”, lê-se no documento.

Utentes
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo disse ter "acabado o estado de graça" da administração do Centro...

"Chega de palavras, queremos acções concretas de um conselho de administração que já esgotou o seu estado de graça", disse o porta-voz da Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT), Manuel Soares, tendo reclamado por "um melhor funcionamento da urgência nas três unidades" do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), composto pelos hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas, que distam cerca de 30 quilómetros entre si e que funcionam em regime de complementaridade.

"Para além de um melhor serviço nas urgências do CHMT, defendemos a existência da medicina interna e pediatria nos três hospitais, a cirurgia geral nas três unidades, e o desenvolvimento das especialidades já existentes em articulação com os cuidados de saúde primários e centros de saúde", disse Manuel Soares, em conferência de imprensa realizada junto ao hospital de Torres Novas.

"Os milhares de cidadãos que deram corpo a esta iniciativa, constatam que as sucessivas reorganizações do CHMT e dos Centros de Saúde (integrados no ACES Médio Tejo), trouxeram mais sofrimento e ansiedade a cada vez mais pessoas na região", declarou, tendo acrescentado que "o acesso aos cuidados de saúde piorou, a concentração de serviços não correspondeu a mais qualidade", e que as distâncias que doentes e familiares têm de percorrer "implicam mais sofrimento físico e mais despesas".

Segundo defendeu o dirigente da comissão de utentes, "os tempos de espera no serviço de urgências do CHMT são fruto da má organização das urgências e da descoordenação com os cuidados primários, que nuns locais encerraram os serviços e noutros não têm horários compatíveis com a actividade da população".

Com o mote "Pela nossa saúde, respeitem a vontade das populações", a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo exibiu os documentos com as 19 mil e 94 assinaturas recolhidas e destacou publicamente o seu conteúdo, onde se reivindica uma "melhor organização dos cuidados hospitalares e de saúde" no CHMT.

"Pedimos hoje, formalmente, uma reunião ao conselho de administração do CHMT para calendarizar o início dos procedimentos para a implementação das reivindicações da população, tendo em conta que as reivindicações das pessoas vão ao encontro da vontade pública já manifestada pela própria administração do CHMT", observou Soares.

Sobre o CA do CHMT, que iniciou funções em Julho de 2014, Manuel Soares disse que "o seu estado de graça já acabou", tendo reiterado ser "tempo de passar das palavras às acções concretas".

IEFP
Os licenciados e mestres pela Universidade da Beira Interior tiveram um aumento de 2% na empregabilidade, obtendo uma média de...

24 dos 29 cursos apresentam valores de empregabilidade acima dos 90%, sendo as engenharias e os cursos na área da saúde os que apresentam melhores resultados. Todos os cursos da Universidade da Beira Interior (UBI) têm mais de 85% de taxa de empregabilidade.

Se os 100% apresentados pela medicina são previsíveis, os 98% da biotecnologia ou os 92% do cinema são uma agradável surpresa, demonstrativa do esforço que tem sido feito para aproximar o aluno finalista do mercado de trabalho, através de estágios, o que se traduz posteriormente pela sua absorção relativamente fácil pela entidade empregadora. Daí uma redução de 13% no número bruto de inscritos de alunos formados na UBI no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Os cursos de engenharia continuam a ser as formações com maiores oportunidades de trabalho, registando o gabinete de estágios da UBI uma procura superior à oferta.

Os dados foram divulgados pela Direcção Geral de Estatísticas da Educação e da Ciência, tendo por base o número de inscritos no IEFP.

Maratona da Saúde e RTP realizam
O Espectáculo Solidário da Maratona da Saúde está de regresso aos ecrãs da RTP no próximo dia 27 de Março, sexta-feira, numa...

Uma maratona televisiva que une a música e o humor à angariação de fundos para a investigação científica sobre a Diabetes, o tema desta segunda edição da Maratona da Saúde. Jorge Gabriel é o embaixador e vai apresentar este espectáculo solidário em conjunto com Catarina Furtado sob o mote “Juntos vamos vencer a Diabetes”.

José Cid, Kátia Guerreiro, Berg, Paulo de Carvalho, Jorge Palma, Simone de Oliveira, Ricardo Ribeiro, Sara Tavares, Luiz Caracol, Miguel Ângelo e Eduardo Nascimento são alguns dos artistas que vão abrilhantar este espectáculo, que conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República.

Para Jorge Gabriel, “estas iniciativas estão no conjunto das actividades de cidadania, onde todos nos devemos envolver. A Maratona da Saúde é a oportunidade de colaborarmos com homens e mulheres que desenvolvem um trabalho incansável de pesquisa de tratamento desta doença, a diabetes, e concomitantemente aprofundarmos o nosso conhecimento sobre este flagelo, silencioso, que nos corrói sem disso darmos conta. Simples gestos, como uma chamada telefónica, podem tornar mais próxima a cura. Contamos consigo.”

Esta iniciativa permite, através do entretenimento, sensibilizar os portugueses para a doença da Diabetes, com testemunhos e histórias de vida não só de anónimos como também de figuras conhecidas do grande público.

Ao longo da emissão, os telespectadores poderão contribuir para esta causa através de chamadas para o número de valor acrescentado 760 20 60 90 (0,60 euros + IVA), e para um número fixo cujas chamadas estarão a ser atendidas por um Call Center especialmente formado por caras voluntárias da RTP, da PT e cientistas portugueses.

Na primeira edição, dedicada ao tema do Cancro, a maratona televisiva foi emitida durante nove horas em directo, na RTP1 e RTP Internacional, e permitiu angariar mais de 160 mil Euros para a causa da Maratona da Saúde, através de cerca de 230 mil chamadas telefónicas e o envolvimento de mais de 150 voluntários.

Para António Coutinho, Presidente da Maratona da Saúde, “A Maratona da Saúde quer acelerar a investigação científica possibilitando assim uma melhor prevenção, um melhor diagnóstico e melhores tratamentos para as principais doenças que ainda não têm cura definitiva, como é o caso da diabetes. Temos uma grande missão: mostrar aos portugueses que é possível, com os cientistas que temos, mudar as estatísticas em Portugal. Contamos com a participação da sociedade civil neste grande desafio”.

Investigação científica precisa-se. Mais de 1 milhão de portugueses com Diabetes
A Maratona da Saúde tem por objectivo alertar toda a população para a importância da investigação científica no combate e prevenção das principais doenças que ainda não têm cura definitiva.

Nesta segunda edição, o tema é a Diabetes, uma doença que afecta mais de 1 milhão de portugueses, sendo que outros 2 Milhões são pré-diabéticos. São números alarmantes que culminam no facto de Portugal ser o terceiro país da OCDE, num total de 33 países, com maior prevalência da doença.

ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica apreendeu produtos alimentares impróprios para consumo, azeite, vestuário e...

As apreensões resultaram de várias acções de fiscalização e de inspecção realizadas pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) em todo o país, no domingo e na segunda-feira, para assinalar o Dia do Consumidor.

Em comunicado, a ASAE refere que as acções de fiscalização realizaram-se em todo o circuito comercial, designadamente no armazenamento e comercialização de produtos alimentares, estabelecimentos de restauração e bebidas, distribuição e venda de produtos contrafeitos e actividades exercidas ilegalmente.

No total, os inspectores da ASAE fiscalizaram 273 operadores económicos e instauraram 20 processos-crime, 58 processos de contra-ordenação e 10 suspensões de actividade.

Segundo a ASAE, as principais infracções de natureza criminal verificadas foram a fraude, falsificação de géneros alimentícios e contrafacção de produtos alimentares, enquanto as contraordenações estavam relacionadas com o incumprimento de requisitos de higiene, falta de licenciamento e de afixação de preços.

A ASAE diz ainda que foram apreendidos vários produtos, nomeadamente géneros alimentícios impróprios para consumo, como carne, peixe e produtos de pastelaria, azeite e artigos de vestuário e calçado falsificados, equipamentos de pesagem e moldes, num valor superior a 62.000 euros.

Autoridades francesas alertam
As autoridades de saúde francesas alertaram para o risco de cancro associado ao uso de próteses mamárias, depois de terem...

Segundo o diário francês, a Agência Nacional de Segurança do Medicamento (ANSM) vai promover uma reunião de especialistas nos próximos 10 dias para determinar se há necessidade de alterar a regulamentação do uso destes implantes, admitindo mesmo a sua proibição.

"Se tivermos que proibi-las, é o que faremos", adiantou o director-geral-adjunto da ANSM, François Hébert, que, numa entrevista ao Le Parisien, explicou que nos últimos três anos foram detectados 18 casos de linfoma anaplásico de células grandes (LACG) em mulheres com implantes, tendo uma das doentes morrido.

Em todo o mundo há conhecimento de 173 casos deste tipo de linfoma, que, segundo Hébert, "parece associado às próteses mamárias" e que não se declarou em mulheres que não as têm.

Ainda que se trate de um risco aparentemente reduzido, tendo em conta as 400 mil mulheres que têm implantes em França, os responsáveis de saúde decidiram como primeira medida obrigar os médicos a alertarem as mulheres para este novo risco, enquanto esperam pelo relatório dos especialistas da ANSM sobre o assunto.

A partir da análise dos 18 casos de LACG detectados em França, foi possível perceber que os cancros foram diagnosticados em média entre 11 a 15 anos depois da colocação dos implantes, ainda que num dos casos tenha sido diagnosticado apenas dois anos depois da colocação.

As mulheres afectadas tinham idades entre os 42 e os 83 anos e 14 das 18 tinham próteses do fabricante norte-americano Allergan, que tem uma quota de 30% do mercado francês de próteses mamárias.

Os responsáveis da Allergan, que confirmam estar a participar em discussões com a ANSM sobre este assunto, sublinham a transparência do procedimento, adiantando que o número de casos é muito reduzido para poder tirar conclusões.

Segundo Hébert, não foi detectada qualquer anomalia nas inspecções dessa marca feitas no período 2012-2013, ressalvando que há que "analisar os dados com cuidado" porque muitas mulheres usaram ao longo dos anos próteses de vários fabricantes.

Numa nota de 4 de Março, o Instituto Nacional do Cancro de França (INCA) pede aos médicos que façam um rastreio a este linfoma ao menor sinal, pois, "existe claramente uma ligação entre esta patologia e o uso de um implante".

Os especialistas suspeitam que o problema não está no conteúdo, mas no revestimento do implante.

Hébert recordou o escândalo das próteses do fabricante francês PIP, que trocava o gel autorizado para os implantes por outro mais barato, o que frequentemente causava a ruptura dos implantes.

O fabricante francês foi condenado judicialmente em 2013.

"O escândalo Poly Implant Prothèse mostrou que podia haver perigo. Por isso estamos muito atentos a este tema", assinalou Hérbert.

Estudo divulga
Investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra descobriram um novo mecanismo que explica o atraso no...

Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), liderada por Cláudia Cavadas, “descobriu um novo mecanismo que explica a forma como a diminuição do consumo de calorias atrasa o envelhecimento”, afirma a UC numa nota divulgada.

O estudo foi publicado na última edição da revista norte-americana Procedings of National Academy of Sciences (PNAS).

A investigação do CNC “descreve um mecanismo inédito que explica que a redução de calorias aumenta a molécula ‘neuropeptídeo Y’ (NPY)”, a qual é responsável por estimular a ‘reciclagem celular’, acrescenta a UC.

A ‘reciclagem celular’, denominada autofagia, foi estudada nos “neurónios de uma zona cerebral responsável pelo envelhecimento do corpo, o hipotálamo”.

Os resultados obtidos sugerem que “a redução de calorias, em percentagens de 20% a 40%, sem se prescindir de nutrientes, pode atrasar o envelhecimento em ratinhos, por aumentar a produção de NPY, que estimula, por sua vez, a autofagia no hipotálamo”, explica a mesma nota.

A investigação, realizada durante “cerca de três anos no CNC” e que envolveu vários especialistas, “mostra, pela primeira vez, que o NPY no hipotálamo é um elemento fundamental para que ocorra um aumento da autofagia induzida pela restrição calórica”, sublinha Cláudia Cavadas.

A comunidade científica já sabia que a diminuição de calorias atrasa o envelhecimento, mas este estudo do CNC descobriu que “o NPY explica como esse atraso ocorre no hipotálamo, e é nesta molécula que poderá estar a chave para combater os impactos negativos do envelhecimento”, explica a investigadora.

31 de Março - Dia Nacional do AVC
Na celebração de mais um Dia Nacional do AVC, a Associação Nacional AVC alerta as entidades governamentais para a urgência de...

O número de sessões comparticipadas pelo Ministério da Saúde é inegavelmente insuficiente e em grande parte de discutível qualidade. Além disso, à excepção de Alcoitão e do recém Centro de Reabilitação do Norte, não existem unidades de reabilitação e de promoção da autonomia com condições de excelência e específicas para estes doentes.

Por outro lado, existe uma realidade alarmante quando olhamos para as famílias de um doente de AVC, muitas delas com dificuldades em proporcionar um contexto digno e humano ao seu familiar. “Temos cuidadores que acolhem no seu seio doentes dependentes com muitas vulnerabilidades sociais, económicas e psicológicas. Contextos com carência de alimentos e medicação e com um acompanhamento médico altamente deficitário”, sublinha Clara Fernandes, Presidente da Associação Nacional AVC.

De acordo com os estudos mais recentes, 6 portugueses sofrem um AVC por hora, resultando em 2 a 3 mortes. O estilo de vida actual, os maus hábitos alimentares, o sedentarismo e o tabaco colocam em risco 85% da população portuguesa. “Estes números reflectem um cenário preocupante e que necessita de uma actuação urgente por parte do Governo do ponto de vista da prevenção e sensibilização para os factores de risco do AVC. É imperativamente necessário reflectir e operacionalizar uma política eficiente e concertada inclusive com a única Associação Nacional de doentes para em conjunto diminuirmos esta enfermidade”, remata Clara Fernandes.

Em Coimbra
O Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Manuel Machado, e o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Germano...

A sessão, aberta ao público, tem como tema Delegação de Competências nos Municípios e Entidades Intermunicipais no Domínio da Saúde. Decorre pelas 18H00 no Auditório da Secção Regional do Centro (SRC) da OE.

Pelas suas competências técnicas e científicas, e pelo seu papel no Serviço Nacional de Saúde (SNS), os enfermeiros são protagonistas nesta mudança.

A Ordem dos Enfermeiros quer perceber como os municípios vêem esta questão e como a comunidade a encara.

Com este debate pretende-se saber como e quais as implicações para os cidadãos e para os serviços de saúde. Nesse sentido, importa aprofundar o debate com os reais interlocutores e destinatários e perceber se este se traduz num modelo que represente ganhos efetivos para os cidadãos, na qualidade, na acessibilidade e na universalidade dos cuidados.

A Enfermagem é o pivô do SNS. Apostar cada vez mais nestes profissionais é a via para a sua sustentabilidade, para que o Estado continue a assegurar cuidados de saúde de forma universal, gratuita, acessível a todo o cidadão, respeitando o consagrado na Lei Fundamental, a Constituição da República Portuguesa.

Através do Decreto-lei 30/2015, de 12 de Fevereiro, o Governo aprovou o regime de delegação de competências nos municípios e entidades intermunicipais no domínio da saúde. Tal medida poderá representar grandes mudanças ao modelo de prestação de cuidados de saúde primários às populações e ao próprio SNS, que em finais de 2014 completou 35 anos.

Ciente da importância que a medida reveste, a Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE) convidou para a tertúlia Conversas na Ordem o Dr. Manuel Machado, Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), para debater o tema com o Bastonário Enfº Germano Couto.

Para assistir a Conversas na Ordem foram convidados o Ministro da Saúde e o Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, bem como responsáveis regionais de instituições de Saúde, deputados e representantes dos partidos políticos com assento parlamentar.

Trata-se de um evento da SRC que tem como orador permanente o Bastonário da OE, e que já teve como convidados o Bastonário da Ordem dos Advogados Marinho e Pinto, o presidente da Entidade Reguladora da Saúde, Jorge Simões, e o fundador do SNS, António Arnaut.

A tertúlia é aberta ao público, mas sujeita a inscrição prévia (que pode fazer aqui http://www.ordemenfermeiros.pt/sites/centro/Paginas/default.aspx), limitada à lotação do auditório.

Também pode ser seguida em direto pelo canal Youtube da SRC, em https://www.youtube.com/c/gcicentrooe.

UNICEF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância estimou que o vírus do Ébola infectou uma em cada cinco crianças desde a sua eclosão...

Num relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) sobre o impacto da doença nos três países da África Ocidental mais afectados - Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa -, a organização refere que “milhares de crianças foram infectadas, morreram ou ficaram órfãs por terem contraído o vírus do Ébola”.

“A taxa de mortalidade nas crianças com menos de cinco anos de idade é de 80%, o que significa que uma em cada cinco crianças nessa faixa etária infectadas morreu. Para as crianças menores de um ano de idade, as taxas de mortalidade estão acima dos 95%", refere o documento.

A agência da ONU estima em aproximadamente 10 mil o número de pessoas que morreram devido à doença, desde Janeiro de 2014, e afirma que o vírus “continua” a representar uma “ameaça à vida e o futuro das crianças, das famílias e comunidades” nos três países da África Ocidental considerados.

“Dos 24 milhões de pessoas infectadas pela epidemia, cinco mil são crianças, sendo que, destas, 16 mil perderam um dos progenitores ou principal protector”, assinala o documento.

No entanto, o número de casos semanais nos três países caiu para menos de 100 no final de Janeiro desde ano, comparativamente aos cerca de 1.000 registados em Setembro passado, adianta o relatório.

No passado dia 11 completaram-se mais de duas semanas sem que a Libéria registasse qualquer caso, mas este mês voltaram a aparecer casos na Serra Leoa e Guiné-Conacri, o que “demostra a necessidade de constante vigilância e de se tomar providências urgentes”, defende o UNICEF.

“O Ébola tem tido um impacto devastador sobre as crianças na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa. Para proteger as crianças e as comunidades é fundamental derrotar este flagelo, enquanto se trabalha para restabelecer os serviços básicos”, defendeu a organização, que estima que as crianças representam “20%” dos casos de infecção.

A Coordenadora de Emergência Global da UNICEF para Ébola, Barbara Bentein, considerou que "o surto não vai acabar até que não haja nenhum caso, e cada contacto único for rastreado e monitorado”.

“Não podemos dar ao luxo de ceder. Ao mesmo tempo, os serviços básicos precisam ser restabelecidos com segurança e responsabilidade”, disse Barbara Bentein, citada numa nota da UNICEF.

“Para muitos dos nove milhões de crianças que vivem em áreas afectadas, o Ébola foi aterrorizante. Estas crianças têm visto a morte e o sofrimento além de sua compreensão, e têm visto pessoas em trajes assustadores a remover corpos”, descreve o relatório.

O documento também aponta para o papel que as comunidades estão a jogar na busca de respostas visando eliminar a doença, ao mostrar "tendências encorajadoras de comportamentos seguros.

Exemplificando, o documento cita uma pesquisa na Libéria que indica que 72% dos inquiridos acreditam que qualquer pessoa com sintomas de Ébola poderá melhorar se tiver atendimento num centro de tratamento, “o que é significativo, porque muitos preferiam manter as vítimas do Ébola em casa espalhando a infecção na comunidade”.

Em resultado desta alteração comportamental, a agência da ONU assegura que milhares de crianças já estão imunizadas contra outras doenças mortais, como o sarampo, o que ajudou a minimizar o risco de infecções do Ébola quando as escolas reabriram meses depois de encerramentos que deixou cinco milhões de crianças fora da escola.

Sakellarides sublinha
O presidente da Fundação para a Saúde, Constantino Sakellarides, criticou o programa de ajustamento, por não antecipar os...

Nos últimos quatro anos, assistiu-se a "um absolutismo financeiro", sendo necessárias políticas "mais compatíveis com o bem-estar" e em que a "saúde" seja um objectivo, disse Constantino Sakellarides, salientando a importância de se repor uma "agenda da saúde".

"Sob o risco de a saúde pública se tornar irrelevante", para Sakellarides é importante que esta "pese nas políticas do país".

O presidente da Fundação para a Saúde frisou que o programa de ajustamento "tinha de ter sucesso obrigatório", não sendo baseado em factos e nem previu qualquer tipo de monitorização do impacto das políticas.

Esta é uma das críticas de um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Observatório Europeu sobre Sistemas e Políticas de Saúde, do qual Sakellarides é um dos autores e que foi apresentado em Coimbra, na sede da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM).

Por não haver uma antecipação de efeitos, não foi feita uma monitorização e não se minimizaram os danos com uma intervenção precoce, apontou.

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, também presente na sessão de apresentação do estudo, corroborou a posição de Sakellarides, afirmando que se houvesse um acesso "transparente" a dados sobre a saúde nem seria necessário o estudo.

"Além da verdade oficial, há uma realidade preocupante no terreno", protestou.

A presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, Marta Temido, presente na plateia, realçou que "a saúde saiu da agenda política da saúde", tendo sido substituída por "objectivos no curto prazo", que muito pouco têm que ver "com a saúde pública e com a saúde dos cidadãos.

"Os objectivos na saúde não são o equilíbrio orçamental, mas a melhoria da qualidade de vida", notou.

Pedro Graça, da Direcção-Geral da Saúde, apontou para os efeitos da crise na própria cooperação, dizendo que "há mais tensão entre classes profissionais", referindo que estas trabalham "menos e pior de forma conjunta".

Além desse aspecto, a experimentação na saúde é hoje "muito reprimida".

O presidente da SRCOM, Carlos Cortes, alertou para o risco de se cair "no erro" do esquecimento das políticas que correm mal.

"A teoria da negação pode ser perigosa", salientou.

Na Europa
Bayer HealthCare anunciou que EYLEA® (solução injectável aflibercept) foi aprovada pela Comissão Europeia para o tratamento de...

Esta nova indicação inclui o Edema Macular secundário à oclusão venosa de ramo (OVR), em adição à indicação anteriormente aprovada para o tratamento da perda de visão associada ao Edema Macular secundário à Oclusão da Veia Central da Retina (OVCR). A abordagem terapêutica recomendada é iniciar o tratamento com injecções mensais até a acuidade visual máxima ser atingida e/ou não serem identificados quaisquer sinais de actividade doença. O tratamento pode ser continuado segundo um regime Treat&Extend, com aumento gradual do intervalo entre injecções de forma a manter estáveis os resultados visuais e/ou anatómicos.

“A Oclusão Venosa Retiniana é uma doença crónica que requer um tratamento precoce e um acompanhamento permanente de forma a obter o melhor resultado visual, o que é crucial para muitos doentes que ainda estão em idade activa”, disse Dr. Joerg Moeller, membro do Bayer Healthcare Executive Committee e Head of Global Development. “Esta nova opção terapêutica permite aos médicos fornecerem um tratamento individualizado por doente, maximizando o tempo entre tratamentos. Isto reduz o impacto do tratamento nos doentes, médicos e clínicas, sem pôr em causa os resultados na visão.”

A aprovação baseia-se em resultados positivos do estudo VIBRANT, um estudo de fase III, com dupla-ocultação, aleatorizado, controlado com comparador activo em doentes com oclusão venosa de ramo. O endpoint primário foi a proporção de indivíduos com ganho superior a 15 letras na melhor acuidade visual corrigida (MAVC) desde a avaliação inicial à semana 24, avaliado de acordo com a Escala de Tratamento Precoce de Retinopatia Diabética (ETDRS), uma escala padrão usada em investigação clínica para medir a acuidade visual. Mais de metade dos doentes tratados com solução injectável de aflibercept apresentaou ganhos de pelo menos três linhas de visão.

Sobre o estudo de fase III VIBRANT
VIBRANT é um estudo de Fase III, de 52 semanas, controlado com grupo comparador activo, em dupla ocultação, aleatorizado, que comparou o tratamento com uma solução injectável aflibercept de 2 miligramas (mg), mensal com a fotocoagulação a laser em doentes com edema macular secundário a OVR. Na semana 24, o endpoint primário do estudo, 53% dos doentes que receberam solução aflibercept injectável 2 mg em regime mensal, ganharam pelo menos 15 letras EDTRS (equivalente a três linhas) na melhor acuidade visual corrigida (MAVC), em comparação com 27% dos doentes em tratamento com laser (p <0,001). Além disso, aflibercept atingiu um endpoint secundário chave, alcançando um ganho de 17,0 letras ETDRS, em comparação com um ganho de 6,9 letras em doentes que receberam laser (p <0,0001).

A solução aflibercept para injecção no olho foi geralmente bem tolerada. Até à semana 24, os eventos adversos oculares mais comuns em doentes tratados com aflibercept foram hemorragia conjuntival e dor ocular. A incidência de eventos adversos graves (EAG) foi de 9,9% no grupo em tratamento com aflibercept e de 9,8% no grupo com laser. Até a semana 24 ocorreu uma morte e um evento tromboembólico arterial (com adjudicação APTC). Ambos os eventos ocorreram em doentes do grupo laser. Não houve casos de inflamação intra-ocular. Houve um EAG ocular, uma catarata traumática, num doente do grupo em tratamento com aflibercept.

Sobre Oclusão da Veia Retiniana
A Oclusão Venosa Retiniana (OVR, oclusão do ramo ou da veia central da retina) é uma doença crónica que pode levar à perda súbita de visão e é, depois da retionopatia diabética, a causa mais frequente de perda de visão devido a doenças que afectam vasculatura retiniana. Apesar de a doença afectar de forma diferente os doentes, todos correm o risco de perda de visão com consequências para a sua vida activa e impactos financeiros para os doentes, famílias e para sociedade em geral. A OVR tem um impacto global significativo com uma estimativa de 16,4 milhões de pessoas afectadas em todo o mundo, incluindo cerca de 13,9 milhões com oclusão do ramo da veia da retina (OVR) e 2,5 milhões com oclusão da veia central da retina (OVCR).

Sobre o VEGF e aflibercept solução para injecção no olho
O Factor de Crescimento do Endotélio Vascular (VEGF) é uma proteína que existe naturalmente no corpo humano. O seu papel fisiológico num organismo saudável é desencadear a formação de novos vasos sanguíneos (angiogénese) que suportam o crescimento dos tecidos e órgãos do corpo humano. Está também associado ao crescimento de novos vasos sanguíneos anómalos no olho, os quais apresentam maior permeabilidade, que conduz ao edema.

O aflibercept é uma proteína de fusão recombinante, que consiste em fracções dos domínios extracelulares dos receptores 1 e 2 do VEGF humano combinadas com a fracção Fc da IgG1 humana e formulada como uma solução isosmótica para administração por via intravítrea. O aflibercept actua como um receptor decoy solúvel que se liga ao VEGF-A e ao Factor de Crescimento Placentário (Placental Growth Factor – PlGF), inibindo a activação e a ligação destes aos receptores endógenos do VEGF.

Aflibercept solução para injecção no olho foi aprovado sob a marca EYLEA® em mais de 80 países para o tratamento de doentes com degenerescência macular relacionada com a idade (DMI) neovascular (húmida) e em cerca de 40 países para o tratamento de deficiência visual devido a edema macular secundário a oclusão da veia central da retina (OVCR). EYLEA® está também aprovado para o tratamento do edema macular diabético (DME) em mais de 40 países. Mais de três milhões de doses de EYLEA® foram administradas desde o seu lançamento em todo o mundo. No Japão, EYLEA® foi adicionalmente aprovado para o tratamento da neovascularização de coróide associada à miopia e foi também apresentado um pedido de autorização de introdução no mercado para o tratamento de edema macular secundário a ORVCR. Nos Estados Unidos, EYLEA® já está aprovado para o tratamento de ORVCR.

Por um dia
No próximo dia 20 de Março há 300 escolas do país que vão ter um dia diferente, o Dia do Nariz Vermelho. Alunos e professores...

O Dia do Nariz Vermelho pretende sensibilizar alunos e professores para o trabalho dos Doutores Palhaços nos hospitais e, simultaneamente, angariar fundos para a Operação Nariz Vermelho (ONV).

“Porque estar doente não tem graça nenhuma, recordamos que os donativos permitirão que os Doutores Palhaços continuem a receitar alegria e sorrisos a mais de 40.000 crianças hospitalizadas anualmente”, explica Magda Ferro, Coordenadora de Comunicação e Eventos da ONV.

Este ano a ONV associou-se à Science4You e oferecerá às escolas o jogo “Rir é o Melhor Remédio”, um divertimento de cooperação para jogar com amigos ou família e que é inspirado nos Doutores Palhaços. Através de várias tarefas, questões e actividades as crianças fazem o percurso pelo tabuleiro “hospital” receitando alegria! Aos jogadores lança-se o desafio de criarem o seu próprio Doutor Palhaço com imaginação suficiente para criarem os seus personagens e que o façam de forma responsável, com materiais reciclados ou reutilizáveis. O objectivo deste jogo é que se compreenda a importância da solidariedade social mas também do sorriso e o papel que os Doutores Palhaços têm diariamente na vida de milhares de crianças hospitalizadas.

Em 2014, o Dia do Nariz Vermelho permitiu angariar 115.000 euros em donativos, o que, na prática, garantiu a visita semanal de uma dupla de Doutores Palhaços a quatro hospitais durante um ano. A edição o ano passado contou com a participação de 220 escolas, envolvendo mais de 90.000 alunos.

Esta iniciativa é apoiada pela Fundação da Juventude, Lidergraf, MRW e Science4You, contando com o apoio dos seguintes media partners: Meo Kids, Sic K, RFM, Rádio Renascença e Mega Hits.

No site www.diadonarizvermelho.pt lançado hoje, encontra-se disponível toda a informação sobre a iniciativa, bem como fotos da acção em 2014 e um resumo dos resultados alcançados nesse ano.

Hospital de Coimbra
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra celebrou um protocolo com o Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde,...

O Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), da Universidade de Coimbra, e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) querem "estudar cientificamente o que se passa no cérebro de pessoas com tendência para o suicídio ou para a violência", passando todo o trabalho desenvolvido no CHUC em torno da violência "para o lado da ciência", disse o presidente do conselho de administração, José Martins Nunes, à margem da assinatura do protocolo.

Dessa forma, foi assinado um protocolo entre as duas instituições que prevê a criação de uma "Unidade Avançada de Pesquisa e Imagem do Trauma Psicogénico", para o desenvolvimento de projectos conjuntos.

O CHUC tem vindo a criar "mecanismos" e unidades em torno da violência e de situações traumáticas, aliando-se agora ao ICNAS, que desenvolve "um excelente trabalho" de investigação, sublinhou.

"Queremos liderar o país nesta questão de se perceber o que se passa no cérebro das pessoas", referiu, explanando que a investigação vai já começar com recursos próprios, sendo possível, no futuro, "envolver fundos comunitários".

Para José Martins Nunes, é fundamental tentar compreender "se há uma relação entre o cérebro" e comportamentos violentos.

Esta é uma matéria "não estudada", sendo necessário criar-se "conteúdo científico" sobre o mesmo problema, apontou o presidente do CHUC.

O ICNAS, criado em 2009, possui valências de áreas como a biologia, medicina ou física, e realiza exames médicos especializados em neurologia, cardiologia e oncologia e investigação focada nas neurociências e doenças crónicas.

Devido à crise
O director do Programa Nacional para a Saúde Mental afirmou que houve “um acréscimo muito significativo” de crianças e...

“Desde que a crise tem estado mais significativa o que empiricamente tenho recolhido da parte dos meus colegas dos serviços de saúde mental de adultos, de crianças e adolescentes é que há um aumento de recursos a serviços de urgência por situações de depressão e de ansiedade”, disse Álvaro de Carvalho.

No caso das crianças e jovens houve “um acréscimo muito significativo”, adiantou o psiquiatra, que falava a propósito de um relatório da Organização Mundial da Saúde e do Observatório Europeu sobre Sistemas e Políticas de Saúde hoje divulgado, que sublinha as evidências "bem documentadas" do impacto da crise na saúde mental.

Álvaro de Carvalho explicou que esta situação “não é de estranhar, porque havendo crise nas famílias, originada em dificuldades económicas, desemprego, etc., é inevitável que os elos mais fracos”, as crianças e os adolescentes, repercutam essa situação de tensão.

Na base destas idas às urgências estão situações de depressão e ansiedade, mas também tentativas de suicídio de jovens adolescentes.

“Os meus colegas responsáveis dos serviços de psiquiatria do Porto (Centro Hospitalar do Porto) e de Lisboa (Hospital D. Estefânia) registaram um aumento de recursos às urgências também com tentativas de suicídio de jovens adolescentes com origem em famílias com rendimento médio e médio alto, contrariamente ao que era tradicional”, adiantou.

Defendendo que os pais devem estar atentos a estas situações, o psiquiatra explicou que no caso destas crianças e jovens, os pais estão “tão preocupados com a crise” que estão menos atentos e menos sensíveis aos sinais de alarme emitidos pelos filhos.

Estes sinais de alarme são “bastante inespecíficos”, mas nas crianças e jovens a depressão manifesta-se mais através da ansiedade, dificuldade de concentração, problemas alimentares, alterações do sono e automutilações, que têm estado a aumentar, o que pode estar relacionado com a situação de crise, adiantou.

Ressalvando que não há dados epidemiológicos em Portugal sobre o impacto da crise a nível da saúde mental, o psiquiatra disse que a evidência internacional de outras crises na União Europeia aponta para um crescimento significativo da depressão e da ansiedade.

“A evidência também mostra que na maioria dos países esse aumento da depressão e ansiedade está associado ao aumento de pessoas com ideação suicida e eventualmente de risco de concretização do suicídio”, adiantou.

“Mas aparentemente nesta crise, Portugal e Espanha parecem ter menos aumento de suicídio com a crise do que a Grécia, por exemplo”, disse Álvaro de Carvalho, baseando-se em “dados ainda muito preliminares”.

Apesar de não ter havido um reforço significativo dos cuidados de saúde mental, houve um aumento do número de serviços comunitários.

“A maioria das pessoas em Portugal com problemas emocionais recorre em primeira linha aos cuidados de saúde primários e na medida em que haja uma articulação entre as equipas de saúde mental comunitárias e os cuidados de saúde primários há melhor capacidade de diagnóstico”, explicou.

No entanto, o número de consultas manteve-se porque os transportes aumentaram e as pessoas que estão empregadas deixaram de ter tanta facilidade para irem a uma consulta ou a um tratamento.

Por outro lado, “as pessoas em crise nem sempre, por pudor, evidenciam os sintomas emocionais”, frisou.

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