DGS aconselha
A Direcção-Geral da Saúde emitiu um comunicado a alertar para o risco de se contrair sarampo em viagens internacionais, dada a...

"O sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas, podendo provocar doença grave ou mesmo a morte. É evitável pela vacinação e está, há vários anos, controlado em Portugal porque a grande maioria das pessoas está imune por vacinação ou por ter tido a doença", lê-se no comunicado assinado pelo director-geral da saúde, Francisco George.

Todavia, a ocorrência de surtos de sarampo em países da Europa, "especialmente na Alemanha e na Itália" e o facto de "também a Espanha, a França e a Inglaterra, entre outros, terem registado surtos/epidemias de sarampo nos últimos cinco anos, em crianças, adolescentes e adultos (com milhares de casos internados e com mortos)", justifica o estado de alerta, segundo a nota de imprensa.

O comunicado sublinha ainda que "a doença é frequente em África e na Ásia", pelo que, "durante viagens internacionais de qualquer duração existe o risco de pessoas não imunizadas contraírem sarampo através do contacto com pessoas infectadas em fase de contágio".

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) assinala que só estão protegidas contra a doença as pessoas que já a tiveram ou as que, com menos de 18 anos, já receberam "duas doses de vacina contra o sarampo (VASPR2)" ou, com 18 anos ou mais, já lhes foi ministrada "uma dose de vacina contra o sarampo (VAS3 ou VASPR)".

Assim, em caso de viagem para o estrangeiro, a DGS recomenda que, "preferencialmente quatro a seis semanas" antes da partida, a pessoa se certifique de que está correctamente vacinada, seja através do 'Boletim de Vacinas', seja consultando o centro de saúde da sua área de residência, "para verificação do seu estado vacinal".

No comunicado, o director-geral da saúde, Francisco George, aproveita para relembrar que "a vacinação contra o sarampo é gratuita".

OMS
Mais de mil milhões de jovens em todo o mundo correm o risco de sofrer danos auditivos por ouvirem música com o volume...

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o nível de ruído em concertos e bares é, muitas vezes, demasiado elevado, tal como o volume nos dispositivos de áudio e nos 'headphones' dos ‘smartphones’, pelo que cerca de 50% dos jovens entre os 12 e os 35 anos nos países de rendimento médio ou elevado estão expostos a níveis extremamente elevados de ruído.

A OMS refere que uma vuvuzela emite 120 decibéis e que basta ouvi-la durante nove segundos por dia para se correr o risco de perda permanente da audição, e lembra também que este sentido humano, uma vez perdido, é irrecuperável.

Ainda de acordo com a organização, o mais alto nível de ruído no local de trabalho não deve ultrapassar os 85 decibéis até oito horas diárias, mas muitos funcionários que trabalham em estabelecimentos de diversão nocturna ou em eventos desportivos estão expostos a níveis mais elevados, por vezes acima dos 100 decibéis.

Assim, para o Dia Mundial da Audição, que se assinala hoje, a OMS recomenda algumas medidas preventivas: os adolescentes devem reduzir o volume dos aparelhos de áudio e smartphones, não os devem utilizar mais de uma hora por dia, devem colocar tampões nos ouvidos em locais ruidosos e fazer pausas, procedendo ainda a exames aos ouvidos e a testes de audição regulares.

Os governos deviam impor normas rígidas sobre o ruído em locais públicos, sublinha igualmente a OMS, que apela também aos proprietários de discotecas e bares para que baixem o volume da música para níveis toleráveis.

Em todo o mundo, 360 milhões de pessoas sofrem, actualmente, de problemas auditivos, que se devem a causas diversas: doenças infecciosas, questões genéticas, complicações no momento do nascimento, uso de certos fármacos, excesso de ruído e envelhecimento.

Evite doenças
O sono, quando com qualidade, é essencial para reparar a energia gasta durante o dia e todos os fact
Homem a dormir

As necessidades de horas de sono variam de indivíduo para indivíduo, tendo em conta a idade, o sexo, a actividade profissional, etc. e mesmo assim continuam a existir variações pontuais. Porém em média todos precisamos cerca de 6 a 8 horas diárias de sono.

Dormir não é um luxo, é antes uma necessidade fisiológica que devemos respeitar, uma vez que é fundamental na vida de todos. Não se conhecem animais que, em estado normal, não durmam. A privação de sono, sobretudo quando continuada, pode ser responsável por muitos acontecimentos negativos, como falta de concentração, irritabilidade, ou mais grave ainda, acidentes de trabalho ou de viação.

Vários estudos já comprovaram que os indivíduos que dormem regularmente menos de 4 horas ou mais de 9 estão estatisticamente mais propensos a enfartes, tromboses e cancro.

O sono é um fenómeno cíclico, caracterizado por uma alteração reversível do estado de consciência e da reactividade a estímulos ambientais, essencial à vida e ao equilíbrio físico e mental do ser humano.

“O sono possibilita o repouso, a reorganização e o rejuvenescimento do corpo e do cérebro, para que não se sinta cansado no dia seguinte. Estudos mostram como o sono à noite está directamente relacionado com o nível produtivo do dia seguinte. O sono é essencial para que o seu corpo e mente se sintam frescos e, portanto, a funcionar bem no dia seguinte”, disse Marta Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa do Sono.

Mecanismos do sono

Os seres humanos têm um relógio biológico interno de 24 horas a que se deu o nome de ritmo circadiário. É este ritmo que nos indica quando devemos dormir ou acordar, que regula a temperatura ou a produção de hormonas. A melatonina é a hormona conhecida como a hormona do sono e que é segregada pelo cérebro em resposta às variações da luz. Quando a luz desaparece, a hormona é libertada para a circulação. Quando a luz reaparece, a libertação da hormona é inibida.

Ou seja, o ciclo biológico do corpo humano é influenciado pela luz solar, logo estamos sincronizados com o ciclo dia/noite em que vivemos. É sobre este ritmo que o sono se prepara.  

À medida que anoitece, a produção de melatonina aumenta, a nossa temperatura baixa, principalmente quando adormecemos. Ao alvorecer, a luz inibe a actividade da glândula pineal que abranda a produção de melatonina. Numerosos trabalhos demonstraram que em função da intensidade da luz recebida pela retina e da hora da exposição, a melatonina é produzida à noite a uma hora certa.

Fases do sono

O sono normal consiste em dois estados principais, com mecanismos fisiológicos distintos:

a) o sono lento, também denominado como sono NREM, sincronizado, sossegado ou tranquilo;

b) o sono paradoxal, por vezes designado como sono REM (devido à existência de movimentos rápidos dos olhos), rápido ou dessincronizado. Este estado é ainda denominado de sono activo ou onírico, pelo aparecimento frequente de sonhos vividos com maior ou menor intensidade.

A classificação das fases de sono actualmente mais utilizada é a da American Academy of Sleep Medicine – AASM, e define como fases do sono as seguintes:

Fase 1: Sono leve quando se está meio a dormir meio acordado. É a transição entre a vigília e o sono.

Fase 2: Fase inicial do sono, quando começa a desligar-se daquilo que o rodeia.

Fase 3: Sono profundo, que é a primeira fase de sono reparador.

Fase 4: Sono mais profundo em que é difícil acordar. Durante esta fase o corpo procede à sua auto-reparação para repor as energias.

Fase 5: Sono REM que acontece, em média, após 90 minutos de sono. À medida que os ciclos se sucedem, o período de sono REM vai ficando cada vez mais longo. A maior parte dos sonhos acontecem durante o sono REM. O sono REM é essencial para carregar as baterias para o dia seguinte.

Acerto do relógio biológico

O tratamento pode até passar pela simples aprendizagem de técnicas de relaxamento, embora haja casos que implicam uma terapêutica com medicamentos. Os problemas de sono, neste caso as insónias são tratáveis ou controláveis em 95% dos casos. Isto porque, como já vimos, existem estruturas que controlam os mecanismos do despertar e outros que intervêm na aparição do sono.

Mas nem todos temos o relógio acertado para adormecer cedo ou todos para acordar tarde. Uns funcionam melhor durante a segunda parte do dia, prolongando a sua actividade até de madrugada, sendo na gíria dos especialistas do sono conhecidos como "corujas". Em oposição temos os "cotovias", que preferem a manhã para iniciar as suas actividades.

Estas variações não são, por si, boas nem más. Porém, a sociedade actual, com todas as suas contingências de horários e solicitações, nem sempre permite que os indivíduos estabeleçam o seu horário próprio.

O acerto do relógio biológico pode ser feito com medicamentos e terapias comportamentais que evidenciam bons hábitos de dormir. Por exemplo, por mais ensonado que esteja, uma pessoa que sofre insónias nunca deve fazer uma sesta à tarde.

As pessoas que habitualmente se deitam tarde e cujas obrigações exigem que se levantem cedo, têm muitas vezes sérios problemas. O tratamento por cronoterapia, sob assistência médica, pode ajudar a acertar o relógio interno de forma a atrasar gradualmente a hora de deitar, até que essa hora seja compatível com a vida activa do doente.

Já a fototerapia é um excelente meio para ressincronizar o relógio biológico, com bons resultados, nos indivíduos que geralmente adormecem e se levantam tarde, com sono muito fraccionado e que se sentem fatigadas durante o dia.

O tratamento inclui a exposição diária durante um determinado período a uma luz de forte intensidade (mais de 1 500 lux), branca, sem infravermelhos nem ultravioletas. Já que se trata de um verdadeiro tratamento, apenas o médico pode determinar o horário da exposição e o número de sessões, a fim de evitar complicações na retina ou uma utilização inapropriada da lâmpada que poderiam agravar ainda mais as perturbações.

Hábitos que podem prejudicar o seu sono

Variar os horários de sono todos os dias

Assim como é aconselhável para as crianças terem uma hora certa para dormir, e outra para acordar, o mesmo se aplica aos adultos. A nossa mente está preparada para responder a uma rotina.

Ler antes de dormir na cama

Ler antes de dormir é um hábito comum a muitas pessoas, mas o problema reside no facto de a mente reagir a uma rotina, como já foi referido anteriormente.

Poupar na compra de um colchão ou almofada

Se quer realmente ter uma boa noite de sono opte por um colchão, almofadas e roupa de cama de qualidade, que o faça sentir-se bem e confortável.

Fazer exercício antes de dormir

As opiniões são divergentes, por isso pelo sim pelo não, tente praticar desporto pelo menos três horas antes de dormir, já que os exercícios intensos aumentam a temperatura e os níveis de energia do corpo.

Navegar na Internet

Desligue o computador para conseguir dormir bem. Evite estar no computador antes de dormir, a luz do aparelho vai estimulá-lo, assim como, os seus conteúdos.

Andar às voltas na cama

Segundo a especialista do sono, Teresa Paiva, caso esteja há mais de 30 minutos na cama sem conseguir dormir, levante-se e opte por uma actividade que exija concentração e o faça pensar. Isto fará com a sua mente se canse e lhe permita ficar com sono. Andar às voltas na cama não é a melhor solução.

Deixar luzes acesas

Para dormir bem evite deixar qualquer luz acesa, ou aparelho ligado. Ao contrário do que pensa isso perturbará o seu sono, e não o ajudará a descansar completamente. Quanto mais escuro ficar o seu quarto, melhor dormirá.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Doente com Síndroma de Klippel-Trenaunay
Amanhã - dia 28 de Fevereiro - assinala-se mais um Dia Mundial das Doenças Raras.

Estima-se que em Portugal cerca de 800 mil pessoas sejam afectadas por doenças raras. Considera-se doença rara aquela que afecta no máximo uma pessoa em cada 2 mil. De uma forma geral calcula-se que entre 6 a 8% da população mundial tenha uma doença rara, o que representa entre 24 e 36 milhões de pessoas na União Europeia, o equivalente ao total das populações da Holanda, Bélgica e Luxemburgo.

Este ano o lema do Dia Mundial, que se assinala amanhã, 28 de Fevereiro, é “Dia-a-dia, de mãos dadas” e visa sensibilizar para os desafios diários de viver com uma doença rara e a importância de todos colaborarem, disponibilizando o seu apoio a estes doentes. Isto porque conforme explicou Marta Jacinto, presidente da Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras, à agência Lusa, “a grande maioria das doenças raras é genética, grave, crónica e debilitante. Muitos doentes deparam-se com dificuldades e barreiras no dia-a-dia, no acesso às ajudas técnicas, ao número de consultas e tratamentos, ou mesmo ao serviço de urgência. Estas doenças requerem cuidados integrados que, para a grande maioria delas, não existe ainda em Portugal".

A história de Paulo Simão

O Atlas da Saúde decidiu assinalar o Dia Mundial das Doenças Raras com a história verídica de Paulo Simão. Um jovem que sofre de uma doença rara “do espectro das malformações congénitas do sistema vascular e caracterizada por uma tríada – lesão cutânea habitualmente designada por mancha de vinho do porto (que aparece em média em 98% dos casos), varizes (72% dos casos) e hipertrofia óssea e das partes moles (67% dos casos)”, explica José Pereira Albino, cirurgião vascular, médico que acompanha Paulo Simão desde os 5 anos de idade. “Normalmente só está envolvida uma extremidade, mas a síndroma pode ser bilateral ou envolver as extremidades superiores e inferiores”, refere o especialista.

Paulo Simão explica a sua síndroma como “sendo todo maior do lado esquerdo. É como se o corpo tivesse uma linha imaginária, que o divide em dois: o lado direito é normal e o lado esquerdo é maior”.

Desde os 6 meses de gravidez da mãe de Paulo Simão que os médicos “perceberam que algo não estava bem, no entanto, só soubemos o nome da doença tinha eu 7 anos”, conta o jovem.

Paulo Simão lembra-se de estar sempre doente mas “só percebi que algo de grave se passava, quando entrei no 5º ano, porque tinha tantas dores de cabeça e na coluna, que não aguentava”. Desde sempre que as limitações foram de vária ordem: dificuldade em aprender a andar e falar, uma aprendizagem escolar mais lenta que influenciou negativamente a vontade de estudar e as brincadeiras com os amigos eram muito limitadas. “Além de estar sempre doente, eu não gostava de sair de casa. Só me sentia bem em casa. Além disso, não podia fazer esforços, nem educação física, e correr estava fora de questão. Recordo-me que os meus colegas jogavam à bola e eu ficava a olhar, porque não podia jogar com eles”, lembra Paulo Simão.

 

Síndroma de Klippel-Trenaunay

José Pereira Albino explica que, “os primeiros sintomas detectam-se logo à nascença, sendo a malformação capilar cutânea bem visível, normalmente numa ou em várias extremidades.

Também não é raro que a primeira manifestação seja o aparecimento de varizes logo nos primeiros meses de vida, se a malformação cutânea for pouco exuberante. Quando existe envolvimento da circulação linfática, a deformação do membro é então marcadamente evidente, o que faz que logo na primeira infância seja necessária uma avaliação profunda e o início de uma terapêutica que terá de ser continuada”.

No caso de Paulo Simão as dores são a principal manifestação da doença. “Tenho sempre dores na cabeça, nas pernas (as veias estão sempre muito inchadas) e nos joelhos. Há dias em que andar é complicado. Não tenho controlo nos tremores da mão direita. Há dias em que treme tanto que quase não consigo escrever”.

A doença não tem tratamento específico. Conforme os problemas vão surgindo vão sendo tratados. “Se tenho que fazer alguma cirurgia, faço. Se tenho dores, tomo os medicamentos para as dores, que são comprados com receita médica e tem as comparticipações devidas e inerentes a qualquer utente do SNS”, conta Paulo Simão. Porém existem outros medicamentos, tratamentos ou exames que não têm comparticipação e que a mãe do jovem tem de suportar.

“Quando as formas são ligeiras, o tratamento é simples e baseia-se muito na vigilância periódica. As formas mais graves começam a ser tratadas a partir dos 3 anos de idade e implicam uma actuação multidisciplinar em que a acção do cirurgião vascular e da equipa de ortopedia são extremamente importantes, na tentativa de corrigir as várias deformidades que se vão instalando. É um quadro crónico e que evidentemente necessita de acompanhamento mas muitos doentes numa fase avançada da vida conseguem adaptar-se à situação e viver com limitações, mas não totalmente incapacitados”, explica o especialista.

Os apoios, a discriminação, o bullying

Desde sempre que Paulo Simão se recorda de ser vítima de bullying. “Foi horrível! Na escola primária chamavam-me nomes como ‘anormal’, ‘caixa de óculos’, ‘4 olhos’; ‘bochechas’; ‘pé grande’… Nesta altura era muito criança e essa fase não me marcou. Só mais tarde, no liceu, é que os maus-tratos, tanto físicos como psicológicos, me marcaram mais”, lamenta o jovem acrescentando, “tenho três situações concretas das quais nunca mais me vou esquecer: Foi quando me cortaram com um x-acto, em plena sala de aula; quando me acenderam um isqueiro na cara; e quando me bateram porque não tinha dinheiro para lhes dar. Hoje em dia, embora mais calmo, ainda não consigo esquecer o que me aconteceu e quando passo por um desses miúdos só sinto raiva e revolta”.

Hoje já adulto, Paulo Simão não se sente revoltado e aceita a doença - “que remédio”, diz o jovem – e chega mesmo a brincar com isso. Tem inclusive uma página na internet onde conta a sua história http://o-olhar.weebly.com. Pode também ser seguido no facebook https://www.facebook.com/psimao1987?fref=ts.

 

“Os meus colegas de trabalho respeitam-me e gostam de mim tal como eu sou. Hoje em dia já há mais informação. As pessoas são mais civilizadas e aceitam-nos melhor. Eu olho para mim e vejo um rapaz normal. Habituamo-nos a olhar-nos todos os dias e não conseguimos ver os nossos defeitos” ”, comenta.

Na opinião de José Pereira Albino esta não é uma doença que provoque uma incapacidade física marcada. “É uma situação que origina muita angústia nos pais, mas o desenvolvimento acompanhado e tratado destas crianças permite que na idade adulta a situação seja mais controlada. Contudo, estes doentes têm um sofrimento constante, pois o crescimento e a assimetria dos membros origina dores que se podem associar a anomalias múltiplas, pelo que são doentes com muitas necessidades de apoio, sobretudo nas formas mais exuberantes. Dos doentes que tenho orientado, haverá 10 ou 12 que têm necessidades mais marcadas e que deviam ter apoios mais diferenciados, o que infelizmente nem sempre é possível no nosso país”.

Dia Mundial das Doenças Raras

Para assinalar o dia a Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras promove, a 27 e 28 de Fevereiro, a Conferência Nacional Europlan 2015, na Assembleia da República, iniciativa que visa promover a estratégia nacional para as doenças raras.

Para Marta Jacinto, presidente da Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras, "é essencial, nomeadamente, a implementação de centros de referência para as doenças raras para melhorar o tempo de diagnóstico, o acompanhamento dos doentes, a formação de profissionais e a investigação".

A Conferência Nacional Europlan é uma iniciativa promovida pela Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras. “Com esta iniciativa queremos promover a estratégia nacional para as doenças raras e pressionar o governo a traçar um plano de directivas adequado à realidade portuguesa. O nosso país foi um dos primeiros países a aprovar o Plano Nacional para as Doenças Raras. Infelizmente ainda não o implementou, pelo que muitos outros países, anteriormente atrasados, já nos ultrapassaram”, refere Marta Jacinto.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
3 de Março – Dia Mundial do Cuidado Auditivo
Os casos de perdas auditivas entre a classe mais jovem tem vindo a aumentar todos os anos. Os comportamentos de risco por parte...

A má utilização de equipamentos áudio, como os Mp3 e os smartphones, bem como a exposição durante longos períodos a ruídos de grande volume como em bares, discotecas e eventos desportivos, continuam a ser a principal causa do aumento da incidência deste problema entre os jovens que, segundo a Organização Mundial de Saúde, é já superior a 43 milhões (entre os 12 e 35 anos). Nestas situações a exposição sonora ultrapassa geralmente os 100 dB (decibéis), muito acima do limite máximo recomendado que se situa nos 85 dB.

Outra grande causa para o aumento destes problemas em todo mundo está relacionado com a exposição a fortes ruídos no ambiente de trabalho. A exposição prolongada e contínua ao barulho que alguns trabalhos implicam, não só potencia o risco de perda auditiva como também, de desenvolver tinnitus, que se caracteriza pela sensação de zumbido constante nos ouvidos.

Para assinalar o Dia Internacional do Cuidado Auditivo está a decorrer uma campanha de sensibilização sob o tema “Tornar a audição segura” especialmente dirigida aos jovens e educadores, que pretende relembrar que uma vez perdida, a audição nunca mais volta! Esta campanha, promovida mundialmente pela Organização Mundial de Saúde, pretende alertar a população sobre as situações de risco a que expomos a nossa audição diariamente e de que forma se deve evitar e atenuar as suas consequências. É importante reforçar que audição é uma faculdade essencial que quando afetada compromete o desenvolvimento educacional, profissional e social dos indivíduos.

“A perda auditiva é um problema que sempre acompanhou o homem ao longo da sua existência. No entanto, devido á evolução demográfica e ao aumento dos fatores de risco nas sociedades desenvolvidas temos assistido, por um lado ao progressivo envelhecimento da população e por outro ao aumento de um conjunto de riscos para a surdez”, explica João Bacelar, otorrinolaringologista.

“De forma a identificar precocemente um possível problema auditivo ou os sinais que indiquem um potencial problema, é essencial realizar rastreios auditivos regulares, de forma a evitar os danos gravosos da surdez e intervir de forma adequada e em tempo útil. É também importante prevenir utilizando protetores de ruído com filtros específicos, feitos à medida de cada ouvido”, acrescenta o especialista.

Atualmente, 590 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de défices auditivos. Estima-se que em 2050 mais de mil milhões de pessoas mundialmente sofram deste problema: uma condição que implica uma percepção reduzida dos sons e dificuldade em interpretar conversas, especialmente quando faladas em voz baixa e/ou com ruído de fundo.

Para assinalar a efeméride a Amplifon associa-se à campanha e realiza em todos os seus Centros de Reabilitação Auditiva de norte a sul, rastreios auditivos gratuitos a todos os interessados: http://www.amplifon.pt/Encontre-o-centro-Amplifon-mais-próximo/Pages/default.aspx

 

Principais factos:

  • 1,1 mil milhões de jovens em todo o mundo está em risco de perda auditiva por comportamentos de risco
  • Mais de 43 milhões de pessoas entre os 12 e 35 anos vivem com perda auditiva
  • Cerca de 50% das pessoas entre os 12 e 35 anos ouvem níveis de som inseguros em dispositivos áudio
  • Cerca de 40% de pessoas entre os 12 e 35 anos estão expostas a níveis de som potencialmente destrutivos em discotecas, bares e eventos desportivos
As várias intervenções
A reabilitação respiratória é, desde há muito tempo, um ponto de extrema importância no tratamento e
Homem a utilizar máscara de oxigénio

Existem várias intervenções de reabilitação como, por exemplo, a drenagem postural, as técnicas de reexpansão pulmonar e os exercícios respiratórios. A reeducação respiratória é considerada uma terapêutica em que a sua intervenção principal é incidente no movimento, ou seja, nos fenómenos mecânicos da respiração (ventilação externa).

Segundo Hipócrates a respiração é “o ritmo básico da vida”, ritmo esse que se baseia num processo de trocas gasosas entre as células do organismo de cada indivíduo e a atmosfera ambiente. As trocas gasosas envolvem três componentes básicos, que são o pulmonar (responsável pelo fornecimento), o circulatório (responsável pelo transporte) e o metabólico (responsável pela utilização). A função da respiração assenta em quatro pontos fulcrais que são a ventilação (movimentação do ar entre a atmosfera e os alvéolos), a perfusão (circulação sanguínea pulmonar), a difusão (troca de gases entre os alvéolos e os capilares pulmonares) e o transporte (movimentação dos gases no sangue entre os alvéolos e os diferentes tecidos).

A ventilação é um processo rítmico e automático que provoca a renovação do ar nas vias condutoras de ar para os pulmões e do ar que existe no espaço alveolar, ocorrendo durante a inspiração e a expiração pulmonar.

A inspiração baseia-se na entrada de ar nos pulmões, e acontece por uma contração do diafragma e dos músculos intercostais, que promove uma redução da pressão interna, o que força o ar a entrar nos pulmões. A expiração provoca a saída de ar dos pulmões, ocorrendo um relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais, o que aumenta a pressão interna, obrigando o ar a sair dos pulmões. Os músculos intervenientes no processo de inspiração são o diafragma e os intercostais externos (músculos principais), e os escalenos, peitoral maior e menor, serrado anterior, grande dorsal e músculos faríngeos (músculos acessórios). Na expiração os músculos intervenientes principais são os abdominais e os intercostais internos.

Situações diferentes para reeducar

Hoje em dia a reeducação respiratória é uma indicação em várias situações clínicas, entre elas:

  • alterações na caixa torácica, como por exemplo deformidades na coluna e na parede;
  • patologias broncopulmonares, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), as supurações broncopulmunares, as pneumonias e atelectasias, as granulomatoses e fibroses pulmonares;
  • patologias pleurais, como o derrame pleural e o pneumotórax;
  • patologia de foro neuromuscular com influência direta na dinâmica torácica;
  • patologias cardíacas, como a cardiopatia isquémica ou a cor pulmonale;
  • em situações geriátricas, gerontológicas e outras situações médicas, ou cirúrgicas, em que esteja presente a estase de secreções, ou insuficiência respiratória.

Cada caso é uma caso, pelo que todas as situações são particulares e devem ser ponderadas, no entanto são contraindicações para reabilitação respiratória as situações clínicas de hemoptises e hemorragias digestivas, choque, embolias pulmonares, edemas agudos do pulmão, síndromes de dificuldade respiratória nos adultos, tuberculoses pulmonares ativas e cancro do pulmão e pleura.

Principais objectivos

A função principal da reeducação respiratória é restabelecer o padrão funcional da respiração, através de técnicas manuais, posturais e cinéticas, dos componentes toracoabdominais. Como tal, os objetivos principais de uma reeducação respiratória são:

  • prevenir e corrigir alterações esqueléticas e musculares, melhorando a sua performance;
  • assegurar a permeabilização das vias aéreas;
  • prevenir e corrigir defeitos de ventilação para uma melhor distribuição e ventilação alveolar;
  • mobilizar as secreções brônquicas, promovendo a sua eliminação;
  • melhorar a ventilação pulmonar, promovendo a reexpansão pulmonar, melhorando assim a oxigenação e trocas gasosas;
  • diminuir o trabalho respiratório, diminuindo assim o consumo de oxigénio;
  • aumentar a mobilidade torácica e a força muscular respiratória;
  • promover a independência respiratória funcional;
  • prevenir complicações;
  • reduzir os sintomas;
  • melhorar a qualidade de vida da pessoa;
  • reduzir a ansiedade;
  • aumentar a participação física e emocional nas atividades de vida diária;
  • acelerar a recuperação da pessoa.

Ao proporcionar uma reeducação respiratória a uma pessoa deve ter-se em conta a fase em que se encontra a sua patologia, e as complicações que a ela se associam, as condições físicas, sociais e económicas, a forma como a pessoa consegue apreender o tratamento e a sua motivação e do cuidador, o local onde se realizará a reabilitação e os meios e os recursos que estarão disponíveis. Para que se atinja o êxito num plano de reabilitação respiratória é necessário proporcionar um ambiente calmo e de confiança, ter em conta a informação dada à pessoa e a forma como se educa e ensina, aplicar métodos motivacionais e incentivar a colaboração ativa da pessoa, explicando todos os procedimentos a adotar e qual a importância da sua participação e colaboração.

Idade pediátrica

Existem particularidades na reeducação respiratória que se prendem com a idade pediátrica. Uma criança não é um adulto em ponto pequeno, pelo que existem pontos de vista a serem tidos em conta nestas terapias. As técnicas devem ser aplicadas de uma forma passiva, quando não há colaboração por parte da criança, como é o caso dos latentes e recém-nascidos, e de forma ativa nas crianças maiores e adolescentes. Sempre que possível, as terapias devem ser efetuadas de uma forma lúdica, com ajuda de jogos e brincadeiras, nas crianças pequenas e em idade pré-escolar. Quando temos um tratamento pediátrico em mãos deve-se sempre tratar e cuidar, brincando, para uma libertação dos seus medos e para uma melhor eficiência do tratamento. Nas crianças as situações mais comuns que necessitam de reeducação respiratória são as infeções respiratórias, a asma, as pneumonias, as bronquites, e as complicações advindas de doenças neurológicas, de doenças cardiovasculares e de pós-operatórios. O objetivo principal da reabilitação em pediatria é a prevenção. Como tal, aposta-se principalmente na mobilização e consequente eliminação de secreções brônquicas, na prevenção e correção da ventilação pulmonar, oxigenação e trocas gasosas, e na prevenção de complicações e danos estruturais pulmonares.

A reeducação respiratória faz-se através de diversas técnicas, entre elas técnicas de relaxamento e descanso, consciencialização e controlo de respiração, exercícios respiratórios com reeducação diafragmática e reeducação costal, manobras de limpeza das vias aéreas, como ensinos da tosse, drenagens posturais ou manobras acessórias de percussão, vibração, compressão e vibrocompressão, técnicas de correção postural, treino de atividades de vida diária, entre outras. Todas estas técnicas devem ser prescritas, proporcionadas e ensinadas por técnicos de saúde devidamente competentes e certificados para esse efeito.

Bibliografia:
Branco, P. S. (2012). Temas de reabilitação - Reabilitação respiratória. Porto: Servier.
Cordeiro, M. d., & Menoita, E. C. (2012). Manual de boas práticas na reabilitação respiratória - Conceitos princípios e técnicas. Loures: Lusociência.

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Na região Centro
A Administração Regional de Saúde do Centro anunciou que vai aumentar em 38 camas a capacidade de oferta dos cuidados...

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) esclarece que o aumento terá como base a criação da nova unidade de cuidados paliativos de Estarreja e o alargamento da oferta em unidades já em funcionamento.

"A abertura das novas camas (38) assentará na celebração de contratos-programa que, em 2015, ultrapassarão um milhão de euros", é referido na nota de imprensa.

A mesma nota esclarece que o Hospital Arcebispo João Crisóstomo, em Cantanhede, ficará com 18 camas de cuidados paliativos, que o Hospital do Fundão passará às 20, e que a nova unidade do Hospital Visconde Salreu, em Estarreja, ficará dotada com 14 camas.

A ARSC refere igualmente que, "na área dos cuidados paliativos, a região Centro conta, há meio ano, com um projeto inédito" no âmbito dos cuidados domiciliários e que é desenvolvido pela Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos do Hospital de Cantanhede".

"Disponível 24 horas por dia, esta equipa especializada prestou cuidados domiciliários a mais de duas dezenas de doentes da área de influência do hospital e apoio às suas famílias, tendo realizado mais de 200 visitas domiciliárias", especifica.

A mesma fonte lembra que os cuidados paliativos se definem como "uma resposta activa aos problemas decorrentes da doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e suas famílias. São cuidados de saúde ativos, rigorosos, que combinam ciência e humanismo".

Ordem dos Médicos Dentistas
Catorze casos de cancro foram identificados através do Projecto de Intervenção Precoce do Cancro Oral, mas o bastonário da...

Entre Março e Dezembro do ano passado, 2.412 pessoas receberam um cheque de diagnóstico ao abrigo do Projecto de Intervenção Precoce do Cancro Oral (PIPCO), segundo dados da Ordem dos Médicos Dentistas.

Na sequência destas consultas de diagnóstico foram emitidos 320 cheques biópsia, havendo 14 casos positivos.

Em declarações, o bastonário Orlando Monteiro da Silva enalteceu estes resultados, lamentando que os problemas no sistema informático tivessem impedido que estes valores fossem melhores.

“Não há mais cheques emitidos porque há dificuldades no registo informático”, disse, sublinhando que o resultado destas complicações é uma menor identificação de casos positivos para cancro oral.

O bastonário adiantou que o ministro da Saúde já tem conhecimento destes constrangimentos e espera que os mesmos sejam resolvidos, para que sejam atingidos os 5.000 cheques de diagnóstico em 2015.

Em causa está a plataforma informática do cheque dentista, à qual foi acrescentado um módulo para o cancro oral, que não estará a funcionar com a celeridade necessária.

“Além da perda de tempos desnecessários por parte de todos os que contactam com o programa, ficamos com a sensação de que podíamos ter feito mais e neste momento existirem mais casos de cancro oral detectados”, adiantou.

Sobre os resultados do programa em 2014, Orlando Monteiro da Silva disse que o número de biópsias positivas chegou aos cinco por cento, o que “está em linha com as estimativas para a prevalência do cancro oral na população portuguesa”.

O cancro oral é dos carcinomas com maior taxa de mortalidade em Portugal, essencialmente devido à sua detecção tardia.

DGS justifica
A subdirectora-geral da Saúde justificou a elevada mortalidade por gripe e doenças relacionadas com o frio este ano, o segundo...

De acordo com o último boletim de Vigilância Epidemiológico do Instituto Ricardo Jorge (INSA), entre Dezembro de 2014 e 22 de Fevereiro deste ano, registaram-se mais 4.625 mortes do que era esperado, o maior registo desde a época gripal 1998/1999, na qual se verificaram 8.514 óbitos.

Em declarações, a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, admitiu que os problemas que se têm registado nos hospitais, nomeadamente de falta de pessoal, têm influência na oferta e na procura, mas realçou que a realidade de há 20 anos era bem diferente da que existe hoje.

“Obviamente que quando há problemas nos serviços, há sempre duas vertentes: uma que é a procura e outra que é a oferta. Mas, o que é preciso realçar é que em 1998, já lá vão quase 20 anos, a realidade era outra. Hoje temos uma população muitíssimo mais idosa, a viver isolada, com múltiplas patologias e múltipla medicação”, salientou.

De acordo com Graça Freitas, atualmente verifica-se que muitas das patologias destes idosos estão descompensadas e o seu sistema fisiológico já não funciona como quando eram mais novas.

“Ou seja, há aqui factores, nas pessoas que vão às urgências, que fazem com que elas tenham situações mais graves do que acontecia anteriormente”, sublinhou.

Por isso, disse Graça Freitas, “mesmo que os números de afluência às urgências e centros de saúde não sejam extraordinariamente grandes, o tipo de patologias e de cuidados que estas pessoas precisam é muito mais intenso”.

A actividade gripal em Portugal manteve-se moderada durante a semana passada, refere o Boletim de Vigilância Epidemiológica, apontando que desde o início do ano houve 848 casos e que a mortalidade continua acima do esperado.

Os dados constam do Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, referente à semana entre 16 a 22 de Fevereiro, que mostra que nesse período a taxa de incidência foi de 44 casos por cada 100 mil habitantes, “encontrando-se acima da zona de actividade basal, com tendência decrescente”.

Segundo o relatório, publicado à quinta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, desde o dia 1 de Janeiro houve registo de 848 casos de síndroma gripal, 16 dos quais na semana entre 16 e 22 de Fevereiro. Dentro destes 16, dois deram positivo para o vírus da gripe.

Em declarações, a subdirectora-geral da Saúde disse que o pico da gripe já terá passado, adiantando que vão ser mantidos os horários alargados nos centros de saúde.

“Neste momento, todas as indicações que temos é que o pico terá ocorrido na semana cinco, e agora estamos na semana oito. Tudo indica que dentro de duas a três semanas deve baixar. Vamos acompanhar o evoluir da situação”, disse.

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge sublinha, no entanto, que este aumento no número de óbitos “não pode ser atribuído a nenhuma causa específica, podendo estar associado ao frio extremo, ao aumento da incidência das infecções respiratórias agudas e à actividade gripal”.

Segundo os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), disponível no ‘site’ da Direcção-geral da Saúde, no decorrer da semana entre 16 e 22 de Fevereiro, houve 2.741 óbitos, menos 265 do que na semana anterior.

Cerca de 40%
O presidente do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro salientou a existência de técnicas que permitem a...

Os riscos de infertilidade em mulheres com cancro variam "das drogas empregues" e da sua idade, sendo a quimioterapia o tratamento "mais agressivo para a fertilidade", afirmou o presidente do núcleo da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), Carlos Oliveira, referindo que os riscos "são grandes" para as mulheres em idade fértil.

Face a esses riscos, o Núcleo Regional do Centro vai promover uma sessão sobre oncofertilidade no sábado de manhã, no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra, na qual pretende mostrar a importância e as possibilidades disponíveis da preservação da fertilidade para doentes oncológicos.

Na região Centro, foi criado em 2010 o Centro de Preservação da Fertilidade no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), tendo, até ao final de Dezembro, preservado a fertilidade a 275 doentes oncológicos, 188 homens e 87 mulheres.

Esta "é uma nova forma de abordar a fertilidade" em doentes oncológicos, sendo necessário divulgar esta possibilidade junto dos doentes, mas também junto dos profissionais de saúde, sublinhou Carlos Oliveira.

A técnica da criopreservação de ovócitos, aplicada no centro do CHUC, apresenta "uma taxa de êxito global" que ronda os 40%, sendo também utilizada a criopreservação do tecido ovárico, que "ainda é uma técnica experimental", não havendo ainda em Portugal nenhum bebé nascido a partir dessa técnica, que implica uma intervenção cirúrgica, informou.

"Os médicos estão a ser intensivamente informados daquilo que devem fazer para encaminhar os doentes para a preservação da fertilidade", frisou Carlos Oliveira, considerando que esta é uma abordagem não apenas da doença "mas do doente na globalidade".

A sessão vai contar com a participação de Ana Teresa Almeida Santos, directora do Centro de Preservação da Fertilidade, e de Cristina Silva e Cláudia Melo, também daquele mesmo centro do CHUC, abordando-se questões como o risco da infertilidade ou o apoio à tomada de decisão.

Investigação conclui
Uma molécula derivada de uma erva asiática revelou-se eficaz contra a infecção de ratos com o vírus do Ébola, abrindo portas a...

Cientistas do Instituto de Investigação Biomédica do Texas descobriram que a tetrandrina, uma molécula de origem vegetal, protege, em pequenas doses, ratos da infecção, sem efeitos secundários particulares.

"Quando testámos esta molécula em ratos, ela impediu a reprodução do vírus e permitiu salvar a maior parte deles do Ébola", explicou um dos autores do estudo, Rovert Davey.

O próximo passo dos investigadores será testar a inocuidade e a eficácia da molécula contra o Ébola nos macacos.

Os autores do estudo agora publicado já tinham determinado que o mecanismo que permite às células transmitirem cargas eléctricas, no qual os detectores de cálcio desempenham um papel-chave, era importante na infecção do Ébola.

Os investigadores descobriram que dois detectores de cálcio eram particularmente importantes para que o vírus penetrasse nas células para se multiplicar e testaram diversas moléculas, incluindo a tetrandrina, para determinar qual é que seria mais eficaz para neutralizar os detetores.

De acordo com o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde, o novo surto de Ébola fez 9.177 mortos, desde o início de 2014, a maior parte na Libéria, na Serra Leoa e na Guiné-Conacri.

Santiago do Cacém
Os médicos que "têm assumido" a chefia de equipa da Urgência do Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém,...

Numa carta dirigida ao director clínico do hospital, os médicos apontam "a degradação contínua das condições de trabalho no Serviço de Urgência, quer em termos de falta de material, quer em termos de falta de pessoal".

"Desconformidades sistemáticas da escala de urgência, nomeadamente do Atendimento Geral e do Atendimento Pediátrico", são também anomalias indicadas pelos clínicos, que consideram que "a degradação põe em risco a segurança dos doentes que recorrem ao Serviço de Urgência".

"Apesar de ter havido orientações da tutela para o reforço das equipas de urgência para o cumprimento do Plano de Inverno 2015, e de ter havido reuniões internas ao abrigo desse mesmo plano, não só não se verificou o reforço das equipas, como continuam a ser sistemáticas as desconformidades da escala de urgência, sendo frequente existir um só elemento escalado para o Atendimento Geral durante o dia e durante a noite", acusam.

Segundo os responsáveis, com a passagem da Unidade de Cuidados Paliativos para a Rede Nacional de Cuidados Continuados, vai reduzir-se a capacidade de internamento do Urgência do Hospital do Litoral Alentejano (HLA), que está integrado na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), agravando a "capacidade de escoamento do Serviço de Urgência".

"O conselho de administração, no âmbito das suas competências, tomou decisões sobre a contratação externa de médicos para o Serviço de Urgência, sem ouvir ou levar em consideração a opinião dos responsáveis intermédios", afirmam.

Os clínicos defendem que tais decisões levaram às "desconformidades" nas escalas de urgência e acusam o conselho de administração da ULSLA de não se ter mostrado "realmente interessado em discutir a problemática".

Indicam ainda acções que levaram a cabo para chamar a atenção para o problema, como a elaboração de um documento no qual "definiram as condições mínimas de pessoal que consideravam necessárias para garantir a segurança e qualidade no atendimento aos doentes", que entregaram à administração no final de novembro do ano passado.

Os clínicos referem que "têm assumido" a chefia de equipa, "porque muitos deles nunca foram nomeados", "delegando" agora essa responsabilidade no director clínico, Mário Moreira, ao qual compete a responsabilidade da escala do atendimento da Urgência, uma vez que não existe um director neste serviço.

Boletim de Vigilância Epidemiológica
A actividade gripal em Portugal manteve-se moderada durante a semana passada, segundo o Boletim de Vigilância Epidemiológica,...

Os dados constam do Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, referente à semana entre 16 a 22 de Fevereiro, que mostra que nesse período a taxa de incidência foi de 44 casos por cada 100 mil habitantes, “encontrando-se acima da zona de actividade basal, com tendência decrescente”.

Segundo o relatório, publicado à quinta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, desde o dia 1 de Janeiro houve registo de 848 casos de síndroma gripal, 16 dos quais na semana entre 16 e 22 de Fevereiro. Dentro destes 16, dois deram positivo para o vírus da gripe.

Por outro lado, foram admitidos sete novos casos de gripe em unidades de cuidados intensivos, o que representa um aumento de 3,7% em relação à taxa estimada na semana anterior, sendo que em 85,7% dos casos as pessoas apresentavam ”doença crónica subjacente” e 20% estava vacina contra a gripe sazonal.

A mortalidade “por todas as causas” continua “acima do esperado”, mantendo-se a tendência de diminuição que começou na semana de 19 a 25 de Janeiro, “aproximando-se dos valores esperados”.

“Este excesso de óbitos foi observado apenas na população com 75 ou mais anos de idade, na região Norte”, lê-se no boletim.

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge sublinha, no entanto, que este aumento no número de óbitos “não pode ser atribuído a nenhuma causa específica, podendo estar associado ao frio extremo, ao aumento da incidência das infecções respiratórias agudas e à atividade gripal”.

Segundo os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), disponível no site da Direcção-geral da Saúde, no decorrer da semana entre 16 e 22 de Fevereiro, houve 2.741 óbitos, menos 265 do que na semana anterior.

APFN
A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas congratulou-se hoje com o alargamento da isenção do pagamento de taxas...

O Conselho de Ministros aprovou o alargamento da isenção de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde a crianças a partir dos 12 anos, e até aos 18 anos.

Até agora, apenas estavam isentos do pagamento das taxas, nos centros de saúde e hospitais da rede pública, menores com menos de 12 anos.

Num curto comunicado, a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN)  frisa que a medida aprovada, foi "uma reivindicação constante" da associação junto do Governo e do provedor de Justiça, "por atingir com especial impacto as famílias mais numerosas".

Em declarações, o presidente da APFN, Luís Cabral, disse que se trata de "uma medida justa, numa altura em que as famílias passam por dificuldades", acrescentando que "não fazia sentido" que crianças a partir dos 12 anos pagassem taxas moderadoras quando "a saúde pediátrica é grátis".

O Governo justificou o alargamento da isenção com a necessidade de "garantir a eliminação de quaisquer constrangimentos financeiros no acesso dos menores aos serviços de saúde assegurados pelo Serviço Nacional de Saúde".

A medida aprovada abrange 400 mil crianças.

Ordem dos Médicos diz
O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos hoje que os problemas no hospital Garcia de Orta se mantêm e que...

"Resolvemos visitar o hospital Garcia de Orta para ver se depois da crise que houve, com as gripes, em que o ministro declarou que em cinco dias resolvia a situação, se tal tinha acontecido, mas nada foi resolvido", disse Jaime Mendes.

Jaime Mendes realizou uma visita ao hospital Garcia de Orta, em Almada, acompanhado pelo presidente da Câmara de Almada, Joaquim Judas (PCP), e por elementos da comissão de utentes, tendo reunido com a administração do hospital.

"Esta situação não é culpa dos profissionais nem da administração do hospital, a responsabilidade é do ministério e da ARS-LVT, porque são eles que decidem. Apenas aumentaram mais 16 camas, o que é muito pouco, o resto está tudo na mesma", salientou.

O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos referiu que é preciso contratar médicos, sem recorrer às empresas de prestação de serviço, algo que o hospital não está autorizado a fazer.

"A radiologia continua a não funcionar depois das 20 horas, o que é grave para os doentes. Existe também falta de anestesistas, pois nas urgências estão assegurados, mas existe falta a nível geral que leva a adiar cirurgias", salientou.

Jaime Mendes afirmou ainda que no primeiro andar da urgência, que nesse dia estava com um tempo médio de espera de seis horas, estavam mais de 50 macas ocupadas à espera de um destino para os doentes.

"O serviço de urgência continua a dar uma imagem terceiro-mundista de macas que ali vão ficar 24 horas à espera, alguns de alta para casa outros para internamento nos serviços. Estavam mais de 50 macas à espera de destino no primeiro piso da urgência, quando deviam estar cerca de 28, mas é preciso dar rapidamente um destino a esses doentes", explicou, referindo que também existiam macas nos corredores.

Sobre os responsáveis dos serviços demissionários no hospital, Jaime Mendes referiu que a informação que tem é que estes estão a trabalhar mas continuam demissionários.

"Agora vamos escrever ao ministro sobre a situação que encontrámos aqui", concluiu.

Associações querem
A Aliança Portuguesa das Associações das Doenças Raras defende a criação de um registo nacional que permita um acompanhamento...

A ideia é apresentada Marta Jacinto, presidente da aliança, a propósito da Conferência Nacional EUROPLAN, que decorre na Assembleia da República, nos próximos dias 27 e 28 de Fevereiro, para assinalar o Dia Mundial das Doenças Raras.

Com esta iniciativa as associações querem promover a estratégia nacional para as doenças raras e pressionar o Governo a traçar um plano de directivas, adequado à realidade portuguesa, explica.

“Um registo nacional é algo que seria muito útil para os doentes mas também para os decisores, permitindo dimensionar correctamente os serviços por exemplo, assegurando acompanhamento adequado dos doentes, mas infelizmente ainda não existe,” considera.

Segundo a responsável, estão actualmente descritas mais de 6.000 doenças raras, um número “muito grande”, que dificulta o seu conhecimento pela generalidade dos profissionais de saúde.

“Podem deparar-se com casos únicos de doenças das quais, na melhor das hipóteses, ouviram algo remoto durante a sua formação académica”, acrescentou, considerando que “não é razoável esperar que todos os profissionais conheçam a fundo todas as doenças raras”.

Para Marta Jacinto, o que é “imprescindível” é que sejam criados centros de referência para as doenças raras, através dos quais os profissionais de saúde especializados possam acompanhar os doentes ou formar profissionais que actuem em proximidade com os doentes.

A propósito dos medicamentos para as doenças raras, a presidente da aliança sublinha que são poucas as doenças para as quais há tratamento.

Existem os chamados medicamentos órfãos que não curam, mas permitem que a doença não progrida do mesmo modo.

“Estes medicamentos servem poucos doentes e, apesar de incentivos específicos à indústria farmacêutica, têm um maior custo de investigação, acabando geralmente por ter um custo muito elevado e longos atrasos até serem disponibilizados no SNS”, frisou.

No entanto, mais do que tratamentos ou terapias avulsas, as associações consideram que estas doenças requerem cuidados integrados, que não existem em Portugal para a grande maioria.

A Conferência Nacional EUROPLAN é uma iniciativa promovida pela Aliança, no âmbito do projecto EUROPLAN II, a par de outras 24 conferências em países distintos, e pretende debater a situação actual e apresentar propostas concretas de melhoria da vida das pessoas com doença rara.

Uma doença rara é aquela que afecta no máximo uma pessoa em cada 2000. Estima-se que as doenças raras afectem, ao todo, entre 6 a 8% da população, o que representa entre 24 e 36 milhões de pessoas na Comunidade Europeia (equivalente à população conjunta da Holanda, Bélgica e Luxemburgo).

DGS
Uma em cada três crianças em Portugal estão expostas ao fumo do tabaco, segundo dados divulgados pela Direcção-Geral da Saúde,...

As mensagens-chaves da campanha revelam que mais de 80% do fumo ambiental do tabaco é invisível, que os químicos tóxicos do fumo permanecem no interior da casa ou do carro e que não há um limiar seguro de exposição ao fumo.

“Quando alguém fuma, todos fumam à sua volta”, é um dos slogans da campanha, que custou cerca de 70 mil euros.

Para o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Leal da Costa, esta verba é pequena quando comparada com os mais de 500 milhões de euros gastos por ano com os fumadores no âmbito do Serviço Nacional de Saúde.

Com o grande objectivo de reduzir a exposição das crianças ao fumo ambiental do tabaco, a campanha vem alertar que fumar em casa, mesmo que não seja na presença dos menores, é igualmente prejudicial.

A directora do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo lembrou que o fumo do tabaco fica impregnado nas roupas, no pó, nos objectos e nas superfícies da casa ou do carro.

Assim, mesmo quem fuma numa divisão sem crianças, e ainda que com janelas abertas, não deixa de contribuir para que os menores sejam expostos ao fumo ambiental do cigarro.

Aliás, um estudo internacional demonstrou que “a contaminação pelo fumo do tabaco em casas de fumadores que tentam proteger as crianças, não fumando no seu quarto ou na sua presença, foi cinco a sete vezes superior à observada nas casas de não fumadores”.

Fumar nas viagens de carro é outro dos alvos da campanha, havendo evidência científica que demonstra que o carro fica igualmente poluído mesmo depois de o cigarro ter sido apagado ou quando é fumado com as janelas abertas.

Segundo um estudo realizado há cerca de três anos com crianças portuguesas a frequentar o 4º ano, 28% dos menores eram expostas ao fumo do tabaco no carro familiar.

Durante a apresentação da campanha, que passará pelas rádios, imprensa e televisão, o secretário de Estado disse esperar que a nova lei do tabaco chegue ao parlamento, onde tem de ser aprovada, ainda durante esta legislatura.

A ideia central da nova lei é impedir os novos restaurantes e cafés de terem espaços para fumadores.

Os novos restaurantes ou cafés já deverão estar assim proibidos de criar espaços para fumadores enquanto os que já existem terão um de adaptação para eliminar as zonas de fumadores.

Este período de adaptação é justificado por Leal da Costa com o investimento que alguns estabelecimentos fizeram em equipamentos para cumprir a lei e poder ter zonas de fumadores.

Sobre a possibilidade de comparticipar os medicamentos para ajudar a deixar de fumar, o governante garantiu que a ideia não foi abandonada, mas frisou que esses fármacos são importantes no âmbito da adesão a um programa de desabituação tabágica.

Outra ideia ainda em análise é atribuir a um ex-fumador uma “recompensa tardia” por ter deixado de fumar, devolvendo posteriormente (o todo ou em parte) o que tiver a ser gasto nos medicamentos para deixar de fumar.

Ministério está a estudar
O Ministério da Saúde está a estudar a passagem de alguns medicamentos que actualmente só se vendem com receita médica para a...

“Estão a ser estudados medicamentos de receita médica que podem passar a ser vendidos sem receita exclusivamente nas farmácias”, disse o Infarmed.

Isto significa que os medicamentos actualmente sujeitos a receita médica que mudem de categoria entram na chamada terceira lista, a dos Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica de dispensa exclusiva em farmácia (MNSRM-EF).

“É uma subcategoria dos Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM). São medicamentos que, embora possam ser dispensados sem prescrição médica, a respectiva dispensa é condicionada à intervenção do farmacêutico e aplicação de protocolos de dispensa”, esclarece o Infarmed.

A autoridade do medicamento sublinha ainda que estes medicamentos “não poderão passar para os locais de venda de MNSRM (vulgarmente denominados parafarmácias)”.

No entanto, lembra que o regulamento dos MNSRM-EF prevê que três anos após a entrada de medicamentos nesta lista, haverá lugar a uma nova avaliação que poderá determinar a sua passagem para venda em parafarmácias.

“O Infarmed irá reavaliar a atribuição/reclassificação do medicamento como MNSRM-EF, decorridos 3 anos após a sua atribuição/reclassificação. Desta reavaliação poderá decorrer a manutenção do estatuto quanto à dispensa (MNSRM-EF), ou a sua reclassificação como MNSRM, traduzindo-se assim no aumento do número de MNSRM disponíveis” noutros espaços comerciais.

O primeiro presidente do Infarmed, também ex-bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, José Aranda da Silva, defendeu na quarta-feira o alargamento da lista de medicamentos não sujeitos a receita médica, para aumentar o acesso dos doentes às terapêuticas e poupar dinheiro ao Serviço Nacional de Saúde.

José Aranda da Silva lembrou que houve um alargamento da lista de medicamentos não sujeitos a receita médica com o ministro Correia de Campos, em 2005, “mas que ficou assim”, sendo que actualmente há muitos medicamentos que já só em Portugal é que são vendidos mediante receita médica.

“Há mais espaço para mais medicamentos não sujeitos a receita medica. Há alguns medicamentos com tantos anos e que já estão tão estudados que não se justifica manterem-se assim”, afirmou.

O que está em causa são medicamentos “com um perfil de segurança tão bem estabelecido que não se justifica serem sujeitos a receita”, disse, sublinhando que muitos deles não são sequer comparticipados.

Para o ex-bastonário, o fundamental é que haja “rigor” na escolha de medicamentos com “perfil de segurança muito grande” e “garantir que a segurança seja garantida”.

Para Aranda da Silva esta medida permitiria resolver situações menores de doenças sem esperar por consulta e facilitar a terapêutica de doenças crónicas.

Entre os medicamentos que actualmente são sujeitos a receita médica em Portugal, mas que são de venda livre noutros países, contam-se os anticonceptivos, as estatinas (para o colesterol) e algumas vacinas.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde quer garantir que as grávidas passam a ter prioridade na atribuição do médico de família, uma medida que...

O secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Leal da Costa, afirmou aos jornalistas que o objectivo é “assegurar que toda a grávida tenha médico de família”.

Actualmente, as grávidas têm prioridade nos atendimentos nas unidades de saúde, mas não há nenhum mecanismo que garanta que lhes é atribuído médico de família primeiro do que aos restantes utentes.

O anúncio de que a medida será apresentada no âmbito do pacote de iniciativas de apoio à natalidade foi feito pelo secretário de Estado durante a apresentação de uma campanha sobre os malefícios do tabaco.

A directora do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, Emília Nunes, considerou que o grupo das grávidas necessita de uma atenção especial no que respeita ao abandono do tabaco.

Por isso, anunciou que está a ser concluído um manual específico de apoio à cessação tabágica na gravidez.

Pelos centros de saúde
As crianças portuguesas com as vacinas contra o sarampo em atraso e que vivam em zonas onde a cobertura vacinal não é óptima...

De acordo com a subdirectora-geral da Saúde Graça Freitas, a medida vai avançar brevemente e visa impedir que Portugal deixe de ter a actual cobertura vacinal, que é superior a 95%.

A decisão da autoridade de saúde portuguesa surgiu numa altura em que a secção europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um apelo aos políticos, profissionais de saúde e utentes para que potenciem a vacinação contra o sarampo nos grupos de risco.

Desde 2014, sete países europeus registaram 22.149 casos de sarampo, segundo a ONU. Nos Estados Unidos estão doentes cerca de 120 pessoas, em 14 estados.

No passado dia 18, uma criança de 18 meses morreu com sarampo na Alemanha, país que enfrenta o pior surto nos últimos anos desta doença altamente contagiosa.

Segundo Graça Freitas, Portugal tem taxas de cobertura nacional muito elevadas, o que não quer dizer que em determinadas populações não existam bolsas de risco.

É precisamente para reforçar estas populações de risco que a Direcção Geral da Saúde vai iniciar uma campanha a nível local.

Caberá aos centros de saúde em zonas que não são consideradas óptimas em termos de vacinação contra o sarampo, identificar as crianças com as vacinas em atraso e chamá-las para receberem as tomas em falta.

O Plano Nacional de Vacinação (PNV), através do qual o Serviço Nacional de Saúde (SNS) administra gratuitamente a vacina contra o sarampo, prevê a primeira dose aos 12 meses e a segunda entre os cinco e os seis anos.

No caso dos pais que não aceitem o convite dos centros de saúde para vacinarem os seus filhos, estes deverão assinar um termo de responsabilidade. Se não o fizerem, esta decisão será registada pelos serviços de saúde.

Graça Freitas acredita, contudo, que as tomas de vacina em falta se devem-se mais ao esquecimento dos pais portugueses do que propriamente a uma oposição a esta medida profilática.

De acordo com a OMS, o sarampo provocou 145.700 óbitos em 2013, comparativamente aos 122 mil registados em 2012.

Em Portugal, desde 2004 que não existem casos de sarampo, sendo os registados importados.

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