Será dado a quem precisa
O medicamento inovador Sofosbuvir para o tratamento da hepatite C está desde as 21:00 de terça-feira comparticipado a 100% pelo...

Eurico Castro Alves falava no final de uma reunião com todos os presidentes dos conselhos de administração e os directores clínicos dos hospitais que tratam a hepatite C em Portugal, o Infarmed e o secretário de Estado da Saúde.

De acordo com o presidente do organismo que regula o sector do medicamento, o acordo com o laboratório do medicamento inovador Sofosbuvir foi assinado às 21:00 de terça-feira e desde então está a ser comparticipado a 100% pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A partir de agora, explicou Eurico Castro Alves, será accionado um mecanismo de tratamento da doença que passa pela introdução, por parte dos médicos, de informações sobre os doentes e os tratamentos num registo informático (portal da hepatite) criado pelo Infarmed.

“É muito importante que os médicos introduzam todas as informações relativamente ao doente – as quais irão ser monitorizadas - até para se controlar se o doente fica curado”, disse Eurico Castro Alves.

A partir do momento em que o médico introduz estes dados, começa a contar um prazo de cinco dias que a comissão de farmácia e terapêutica do hospital onde o doente é tratado, juntamente com o conselho de administração, para “validar a decisão e dar o medicamento ao doente”, acrescentou.

Este procedimento refere-se aos 95% dos doentes que deverão ficar curados com o Sofosbuvir ou outros semelhantes, estando previsto para os restantes cinco por cento o recurso a autorizações de utilização excepcional, que o Infarmed se propõe responder em dois dias.

Eurico Castro Alves garante que todos os doentes que precisam de tratamento vão receber os fármacos que necessitam e acrescentou que actualmente existem 602 a receber o Sofosbuvir.

O dirigente disse ainda que 44 doentes foram já dados como tratados, graças a esta terapêutica.

Após declarações
O bastonário da Ordem dos Médicos pediu a demissão do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo,...

"Seguramente, está a informar mal o ministro da Saúde e não lhe dá oportunidade para, atempada e preventivamente, resolver os problemas dos hospitais que estão sob a sua responsabilidade. O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), depois destas afirmações, deverá perder a confiança do ministro. Eu, se fosse ministro da Saúde, demitia-o", afirmou José Manuel Silva, após receber uma delegação do PCP, encabeçada pelo secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa.

O representante dos médicos referia-se a afirmações de Cunha Ribeiro, atribuindo os problemas a internamentos mais prolongados e à falta de médicos. O presidente da ARS-LVT disse que "o número de doentes que vai aos serviços de urgência não aumentou”, mas há "doentes mais graves, mais idosos" e com maior permanência nas instalações.

"Vinte e oito directores de serviço demitiram-se, as chefias de equipa de urgência também apresentaram as suas demissões em Dezembro. Se calhar, essa pseudo-frase do presidente da ARS é que é capaz de estar errada. Eu pergunto o que será uma crise. Esta narrativa oficial de procurar minimizar e esconder a verdade é que continua a contribuir para que os verdadeiros problemas do país não sejam resolvidos. A preocupação da tutela ao não resolvê-los, é escondê-los", continuou o bastonário, comentando a classificação de "pseudo-crise" por parte de Cunha Ribeiro.

Entretanto, Helena Isabel Almeida é a nova directora clínica do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), após a demissão do anterior responsável e de 28 dos 33 directores de serviço da unidade hospitalar, que se mostraram contra a ausência de estratégia para evitar a "contínua degradação das condições de trabalho".

"Disse o presidente da ARS-LVT - que, se calhar, devia ser demitido, mentiu -, que o hospital [Amadora-Sintra] contratava todos os médicos disponíveis. Não é verdade. No ano passado, dispensou proactivamente o único radiologista de intervenção que tinha, que foi trabalhar para Inglaterra, ganhar mais e com respeito pela qualidade e diferenciação do trabalho. Os doentes passaram a ser pior tratados e direccionados para outros hospitais", exemplificou José Manuel Silva.

Segundo o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), a situação "é da exclusiva responsabilidade da tutela, do Ministério da Saúde, que impôs uma série de medidas e restrições" e, agora, "o hospital não pode funcionar milagrosamente", pois, "se assim fosse, milagrosamente, a situação do país também seria bem melhor".

"Não teve a ver com nenhuma vaga de frio siberiana ou qualquer epidemia de gripe particularmente grave. Foi, de facto, reflexo da incapacidade de resposta do SNS e da ausência de planeamento para preparar o inverno. Mais parecia que o Ministério da Saúde estava à espera que o inverno fosse uma primavera e que não houvesse gripe", criticou.

Para José Manuel Silva, "a congestão e todas as consequências e dramas vividos nos serviços de urgência na maioria dos hospitais do país tem uma justificação: a crise social secundária [que se seguiu] às medidas de austeridade e os cortes excessivos impostos ao SNS, impedindo a capacidade de resposta [número de camas, cuidados de saúde primários, cuidados continuados, número de profissionais de saúde]".

O bastonário da OM considerou ainda que "o problema não estava só no director clínico do Amadora-Sintra" e que o ministro da Saúde deveria também avaliar a gestão por parte do conselho de administração daquela unidade hospitalar.

“Conversas de desporto… com ciência”
Mário Marques defendeu que a actividade física dos mais velhos produz melhorias na qualidade de vida desta faixa da população.

Regressou à UBI o ciclo de conferências “Conversas de desporto… com ciência”, no passado dia 11 de Fevereiro, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Mário Marques, docente e investigador do Departamento de Ciências do Desporto proferiu uma conferência subordinada ao tema “O treino de força na população idosa: uma nova abordagem metodológica”.

O orador defendeu que tratando-se de pessoas de uma faixa etária sensível, é importante investigar e consolidar os efeitos da força na população idosa, pois os treinos de força nesta idade traduzem-se num aumento da qualidade de vida e independência. “Isto mesmo está demonstrado por variadíssimos estudos”, mas também “é verdade que os métodos de treino são algo conservadores”, defendeu Mário Marques.

Tendo por base os estudos desenvolvidos pelo seu grupo de trabalho, e que já resultaram em vários artigos publicados em revistas da especialidade, o modo de abordar este tema apresenta algumas inovações relativamente ao treino da população mais idosa.

Assente em vários pressupostos, comprovados cientificamente, após um pico por volta dos 25/35 anos a força começa a decrescer, bem como a funcionalidade, somado a uma perda de massa muscular, e com o avanço da idade surge como uma grande preocupação “a queda do idoso e suas consequências”.

E se por norma se trabalha só a força no idoso, este grupo de estudo introduz um novo paradigma: treinar a força sim, mas também treinar a funcionalidade. O que o grupo se propôs, segundo Mário Marques, foi “estudar o treino dos idosos introduzindo mais velocidade nos exercícios, mas diminuindo a carga”, salientando ainda que “todo este treino acompanhado de uma alimentação saudável e uma atenção especial à medicação, pode trazer ganhos maiores e multilaterais que só o treino de força muitas vezes não proporciona”.

Para o Prof. Mário Marques “importa agora a Universidade fazer a ponte, a ligação à comunidade, levando este conhecimento às IPSS’s, às pessoas que trabalham estes aspectos com os idosos, e também divulgar estes estudos criando sinergias de modo a testarmos os conceitos e melhorarmos a qualidade de vida dos idosos”.

Após a apresentação, seguiu-se uma sessão de perguntas e respostas com os presentes. Esta fase foi moderada por Daniel Marinho, presidente do Departamento de Ciências do Desporto, que para terminar informou que estas “conversas...” são para continuar, de forma a trazer para o debate investigadores de outras áreas, e também aproximar os investigadores da população.

Novo presidente da FSPOG quer
A Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e de Ginecologia acaba de nomear Daniel Pereira da Silva como presidente...

O ex-director do serviço de ginecologia do IPO de Coimbra afirma que “é urgente incentivar o diálogo sobre as políticas de saúde da mulher e desenvolver estratégias inovadoras que irão permitir uma melhoria nesta área.”

Para Daniel Pereira da Silva, “sendo a Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e de Ginecologia (FSPOG) a maior sociedade científica nacional, que agrega as organizações científicas das áreas da Obstetrícia, Medicina Materno-fetal, Ginecologia, Infertilidade e contracepção, pretende-se que mantenha um elo de unidade na promoção e defesa da saúde da mulher de todas as sociedades federadas, bem como simultaneamente estimule o diálogo e coesão na diversidade das especificidades que competem às outras sociedades”.

 

Perfil médico ginecologista Daniel Pereira da Silva

  • Especialista Em Ginecologia, Ginecologia Oncológica e Obstetrícia
  • Director do Serviço de Ginecologia do IPO de Coimbra, De 1996 a 2013
  • Membro da Comissão Coordenadora do Programa de Rastreio do Cancro do Colo do útero da Região Centro do País
  • De 1991 a 1994 Foi Membro da Direcção Clínica do Instituto Português de Coimbra
  • Autor de mais de 150 Trabalhos Publicados Em Revistas Nacionais e Estrangeiras
  • Membro de Várias Sociedades Médicas Nacionais e Internacionais
  • Presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia de 2000 a 2006
  • Investigador Em Vários Ensaios Clínicos Nas Áreas da Menopausa, HPV e Cancro do Ovário.

 

Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e de Ginecologia

A FSPOG é uma associação criada em 2005, com fins científicos, que tem por fim promover e contribuir para o estudo e desenvolvimento da Obstetrícia e da Ginecologia. A Federação pretende defender os interesses legítimos das sociedades integrantes e contribuir para a actualização científica e adequado exercício profissional. Integram a FSPOG quatro sociedades: a Sociedade Portuguesa de Ginecologia, a Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução (SPMR), a Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno Fetal (SPOMMM) e a Sociedade Portuguesa da Contracepção (SPDC).

Para mais informações consulte: http://www.fspog.com/pt/index.php

Maioria são mulheres
Os cuidadores de pessoas dependentes em Portugal sofrem de depressão, são na maioria mulheres (92%), têm uma média de idade de...

As principais características dos cuidadores de pessoas dependentes, sejam doentes mentais ou com doença física, é que não têm absolutamente nenhuma formação para cuidar desses doentes no domicílio, são mulheres (principalmente filhas ou noras do doente), têm, em média, 62 anos, são domésticas (maioria) ou abandonaram a sua profissão (32%), têm “muito baixa escolaridade” e podem sentir-se tristes até deixarem de comer.

O estudo “Familiares Cuidadores de Pessoas Dependentes”, cujo responsável é Carlos Sequeira, professor na Escola Superior de Enfermagem do Porto e presidente da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, conclui também que o “Estado dá muito poucas ajudas” aos cuidadores e que mais de 70% dos cuidadores sofrem de uma “sobrecarga de trabalho”, que abrange tanto trabalho físico, como trabalho emocional.

Para fazer face à inexistência de formação junto dos cuidadores de pessoas dependentes em Portugal, Carlos Sequeira anunciou que em Março vai iniciar-se a aplicação de um programa piloto que vai comparar os resultados entre 100 cuidadores que vão receber formação e outros cuidadores que não vão ter qualquer formação.

A primeira fase do projecto foi a construção de um programa base de capacitação por peritos.

A segunda fase do projecto arranca em Março próximo e vai ser aplicada a cuidadores afetos a instituições do norte, como por exemplo, o hospital de São João e Santo António, do Porto, o hospital de Matosinhos ou à Associação Alzheimer Portugal.

Os cuidadores vão aprender coisas tão simples como saber de que lado se deve alimentar um doente que sofreu um AVC, que exercícios deve praticar para estimular a cognição de um doente que sofre de Alzheimer, aprender como mobilizar na cama para a casa de banho, ou saber qual a quantidade de ingestão de água por dia se deve dar a um acamado, revela o especialista.

O objectivo é que o programa de capacitação dos cuidadores familiares seja adoptado em todas as entidades em Portugal junto de todos os cuidadores, refere Carlos Sequeira, que é também coordenador do Grupo de Investigação de Inovação e Desenvolvimento em Enfermagem – CINTESIS, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Segundo Carlos Sequeira, o Estado português devia “promover a manutenção dos cuidadores no domicílio”, mas tornando-os “mais activos" para que os doentes precisem cada vez menos de internamento e de menos fármacos.

Uma maioria dos cuidadores estudados sente-se triste ao final de alguns anos a tomar conta dos doentes em casa. Os cuidadores sentem-se também sem vontade de comer, começam a achar que a vida não faz sentido e assumem que só se mantêm vivos, porque precisam de cuidar de alguém, esquecendo-se de cuidar de si próprios, conta Carlos Sequeira, argumentando que a formação servirá também para que os cuidadores aprendam técnicas para cuidar dos outros “mas não se esquecendo deles próprios”.

Dos 200 cuidadores estudados, mais de metade (124) cuidam de pessoas com doença mental (esquizofrenia e demência vária), ou seja têm de estar a cuidar 24 horas desses doentes e, por isso, também precisam de ser apoiados e precisam de tempo livre.

Se os cuidadores soubessem, por exemplo, que existem colchões próprios para prevenir feridas ou que perguntas formular para estimular a cognição, poderiam facilitar muito o seu dia-a-dia e ajudar mais o doente, sugere Carlos Sequeira.

Estudo
Uma equipa de investigadores norte-americanos divulgou que uma nova substância testada em macacos forneceu um escudo...

O estudo, divulgado pela revista científica britânica Nature, oferece a perspectiva do possível desenvolvimento de um tratamento de efeito prolongado contra o vírus da imunodeficiência humana (VIH).

“Desenvolvemos um inibidor muito potente e de amplo espetro” que agiu sobre o VIH-1, a principal estirpe do vírus da SIDA presente no mundo, explicou Michael Farzan, o investigador que dirigiu a investigação.

A nova substância é fruto de uma investigação de vários anos conduzida principalmente pelo The Scripps Research Institute – um centro de investigação sem fins lucrativos com sede na Florida -, e financiada pelo Instituto público norte-americano de investigação sobre doenças infectocontagiosas (NIAID).

A substância designada eCD4-Ig oferece uma “protecção muito, muito forte” contra o VIH, reforçou Farzan.

A experiência realizada com macacos rhesus mostrou que esta substância, injectada uma única vez, foi capaz de proteger os animais da versão símia do vírus da SIDA durante um período de, pelo menos, oito meses.

Para assegurar o efeito prolongado, a eCD4-Ig foi associada a um vírus adeno-associado (AAV), inofensivo mas que tem a capacidade de se introduzir nas células e de provocar a fabricação da proteína protectora, de forma a criar um efeito anti-SIDA de longa duração.

Depois de tratados com esta combinação, os macacos receberam doses cada vez mais fortes da versão símia do vírus da SIDA (SHIV-AD8). Nenhum destes animais desenvolveu a infecção, contrariamente aos macacos não tratados com a substância eCD4-Ig e que foram utilizados como elementos de controlo.

As doses de SHIV-AD8 administradas aos macacos que receberem a nova substância foram quatro vezes maiores do que aquelas que foram injectadas aos macacos do grupo de controlo.

Desde 1981, cerca de 78 milhões de pessoas foram infectadas com o vírus da imunodeficiência humana, que destrói as células do sistema imunológico e deixa o corpo exposto a doenças como a tuberculose e pneumonia, entre outras.

Cerca de 39 milhões de pessoas terão morrido, segundo as estimativas das Nações Unidas.

Medicamentos antirretrovirais, desenvolvidos em meados da década de 1990, tratam da infecção, mas não conseguem curar ou prevenir. Estes tratamentos que são para toda a vida trazem danos colaterais para os doentes, bem como representam um grande peso para os orçamentos dos sistemas de saúde.

Após demissão de 28 directores
Helena Isabel Almeida é a nova directora clínica do Hospital Fernando Fonseca, Amadora, nome que foi conhecido no final de uma...

A nova directora clínica é pediatra neste hospital e sucede no cargo a Nuno Alves, que já tinha apresentado o seu pedido de demissão.

Esta reunião seguiu-se à demissão de 28 dos 33 directores de serviços deste hospital que estão contra a ausência de estratégia para evitar a “contínua degradação das condições de trabalho” no Hospital Amadora-Sintra.

Numa carta enviada à administração do hospital e ao ministro da Saúde, os médicos demissionários referem que desde há dois anos se assiste a uma “progressiva degradação da capacidade de resposta às adversidades e uma diminuição preocupante da qualidade assistencial”.

Na reunião de hoje, a administração “esclareceu detalhadamente todas as questões apresentadas na carta assinada pelos 28 Directores de Serviço, nomeadamente: recursos humanos, investimentos e actividade assistencial”.

“Estas questões têm merecido a atenção e esforços no sentido da sua resolução por parte deste conselho”, lê-se na nota enviada à comunicação social.

A administração reconhece que “ficou também demonstrado que as preocupações manifestadas pelos directores dos serviços clínicos têm tido acolhimento do conselho de administração, como evidenciado na posição manifestada nos relatórios e contas, efectuados nos últimos três anos”.

A mesma nota refere que a administração do Amadora-Sintra “manifestou também a disponibilidade para a elaboração de um documento conjunto, a enviar à tutela, no sentido de apresentar, uma vez mais, os problemas e respectivas propostas de solução”.

Infarmed
A empresa Ratiopharm – Comércio e Indústria de Produtos Farmacêuticos, Lda., irá proceder à recolha voluntária de 38 lotes do...

A recolha de 38 lotes do medicamento Furosemida Ratiopharm 40 mg, comprimidos, nas apresentações de 10 e 60 comprimidos, com os números de registo 4514683 e 5505284, indicados em anexo, será feita na sequência dos resultados dos perfis de dissolução obtidos no laboratório do INFARMED, I.P..

Assim, o Infarmed determina a suspensão imediata da comercialização destes lotes.

Face ao exposto:
- As entidades que possuam estes lotes de medicamento em stock não os podem vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução.

Integração profissional
Para o CADIn este dia marca também 10 anos de trabalho na integração socioprofissional de pessoas com Síndrome de Asperger, ao...

À partida, as pessoas com Síndrome de Asperger experimentam grandes dificuldades na entrada no mercado de trabalho devido às suas limitações na comunicação, na relação interpessoal e na capacidade de adaptação. Para ajudar a superá-las é necessário, por um lado, criar condições para uma efectiva igualdade de oportunidades no acesso ao emprego e, por outro, criar condições para que estes colaboradores sejam uma mais-valia para a empresa, porque essa é a única forma de garantir a sua empregabilidade.

Fazendo um balanço destes 10 anos, o que mais nos gratifica é o reconhecimento por parte dos empregadores de que, apesar do esforço inicial, ser uma empresa inclusiva é compensador a vários níveis, desde a produtividade às relações interpessoais dentro da empresa.

Com o acompanhamento adequado, as equipas aprendem a reconhecer e potenciar o trabalho destes colegas especialmente empenhados, com uma grande capacidade de atenção ao detalhe e gosto pela realização de tarefas rotineiras. Com a convivência vão também percebendo que o colega com Síndrome de Asperger retira do trabalho mais do que um salário ou realização profissional, uma enorme satisfação pessoal e a realização social de fazer parte de um grupo de pares. O que, por sua vez, gera um enorme orgulho e motivação nas equipas de trabalho.

 

Duas histórias de integração

Manuel, 39 anos

Os resultados escolares do Manuel nunca desiludiram os pais. Entrou para a universidade e, aos 27 anos, obteve a licenciatura. Os seus tempos livres eram passados em casa, com a família. Apaixonado por cinema, passava a pente fino todos os guias de TV para não perder uma emissão, que gravava e listava numa base de dados com milhares de registos.

O número e diversidade de empregos que teve também mereciam uma base de dados. Apesar de ser um profissional assíduo e empenhado, os desentendimentos com colegas e comportamentos desadequados faziam com que cada experiência de trabalho terminasse ao fim de pouco tempo.

Foi aos 35 anos que o Manuel e família encontraram uma explicação para estas dificuldades ao ser-lhe diagnosticada Síndrome de Asperger. Com o apoio da equipa do CADIn iniciou a colaboração com uma empresa que compreendeu e aceitou a sua diferença.

Nas visitas periódicas da psicóloga do CADIn foram feitos os ajustes necessários para que o colaborador Manuel fosse considerado uma mais-valia para a equipa. É atento aos detalhes que os outros ignoram e não se importa de realizar as mesmas tarefas todos os dias. Pelo contrário, é isto que o faz feliz há 10 anos.

 

Maria, 25 anos

A vida da Maria mudou depois de um entrevista de emprego. Já tinha percebido que era “esquisita”, que coisas que para os outros eram fáceis, para ela eram um quebra-cabeças: atar os sapatos, andar sem tropeçar, entender piadas, fazer amigos.

Foi a directora da escola onde estagiava quem primeiro percebeu que os comportamentos diferentes da Maria podiam ter uma explicação e a encaminhou para uma avaliação no CADIn. Quando soube que tinha Síndrome de Asperger, pensou: “boa, afinal não sou esquisita!”.

Todos os dias a Maria enfrenta dificuldades para lidar com coisas que são banais para a maioria das pessoas. Conta com o apoio da directora da escola, que agora sente como mãe, e do CADIn. A sua maior conquista é acreditar em si mesma: “Chego a todo lado como os outros, mas mais lentamente”. No futuro, quer ser educadora de infância e continuar a trabalhar com crianças que, diz, a entendem melhor que ninguém.

 

Sobre o CADIn

O CADIn nasceu em 2003 com a missão de promover a integração na sociedade de pessoas com perturbações do neurodesenvolvimento.

Trabalhamos com crianças, jovens e adultos com necessidades especiais ajudando-as a superar dificuldades na aprendizagem, na comunicação, na interação social, entre outras. Mas também com as suas famílias, escolas e empregadores, para que aprendam como podem ajudá-los a utilizar todo o seu potencial.

Porque a diferença pode bater à porta de qualquer um, criámos a Bolsa Social. Esta permite comparticipar o custo das consultas, avaliações e terapias quando os recursos das famílias são insuficientes.

Segura e eficaz
Como é do conhecimento geral, as pessoas idosas, em Portugal, tomam diariamente um elevado número de

Como gerir então a medicação de um idoso? Alguns conselhos práticos para pessoas idosas, cuidadores formais e informais.

Os medicamentos são parte integrante da vida da maioria dos nossos idosos, permitindo manter sob controlo as várias doenças crónicas de que padecem, contribuindo para uma melhoria da sua qualidade de vida. Contudo, por vezes a quantidade de medicamentos que um idoso toma diariamente é tão elevada que obriga a uma organização e administração com cuidados acrescidos por parte do idoso e de quem dele cuida, de forma a garantir que não há erros nas doses, nos horários ou na troca de medicamentos.

De seguida deixamos-lhe alguns conselhos sobre esta matéria consoante os diferentes contextos em que o idoso se movimenta:

Nas consultas no centro de saúde com o seu médico e enfermeiro de família e/ou no hospital ou outra instituição de saúde:

  • As consultas de rotina no centro de saúde são o momento ideal para utentes e profissionais de saúde comunicarem sobre vários aspetos: a medicação atual, a sua eficácia, a adesão ou não ao tratamento, possíveis efeitos secundários, interações entre diferentes medicamentos, indicações e prescrições de outros médicos especialistas que seguem o utente a nível hospitalar e/ou privado, e para esclarecer qualquer tipo de dúvida;
  • Sempre que possível ou for necessário, a pessoa idosa deve fazer-se acompanhar por familiar ou cuidador, para assim saberem qual o seu estado de saúde, que medicamentos vai tomar, para quê, qual a dose, durante quanto tempo, se existem efeitos secundários, interações com outros medicamentos, de que forma devem ser tomados (por exemplo, se os comprimidos podem ser esmagados ou têm de ser tomados inteiros), ou qualquer outro assunto pertinente.

Nas idas à farmácia com o seu farmacêutico:

  • Sempre que for à farmácia “aviar” uma receita, sugira ao seu farmacêutico que escreva na caixa do medicamento correspondente, as indicações do médico no que respeita à dose e à hora da toma de cada medicamento;
  • Sugerimos, se possível, que vá sempre à mesma farmácia, pois será uma excelente maneira de criar uma relação de confiança com o farmacêutico que, para além de passar a conhecer o estado de saúde do idoso, pode ajudá-lo sempre que tiver alguma dúvida.

E lá em casa: Como organizar toda a medicação?

Há alguns princípios a ter em atenção e que poderão fazer toda a diferença…

  • Em casa, necessita de ter um modo de organização que possa facilmente cumprir de forma segura a toma correta, à hora certa de todos os medicamentos que o idoso necessita. Pelo seu caracter mais prático, há cada vez mais idosos que utilizam caixas com pequenas divisórias (pequeno-almoço, almoço, jantar, deitar) para organizar a toma diária dos seus medicamentos;
  • Em opção, poderá ser usado um quadro (feito numa folha de papel à mão ou desenhado no computador) onde constem todos os nomes dos medicamentos, para que servem, incluindo uma pequena descrição dos mesmos, a hora da toma e um local para colocar um “certo” depois de cada toma. Igualmente prático, este quadro tem ainda a vantagem de poder ser guardado, criando-se assim um histórico.

E o que fazer a tantas caixas de medicamentos…

  • Independentemente do método que utiliza para organizar os medicamentos do idoso, guarde sempre todas as caixas desses mesmos medicamentos. Para além de preservar a informação sobre a toma que os farmacêuticos escrevem sobre a mesma, acrescente a data em que o idoso tomou esses comprimidos e algumas observações pertinentes como, por exemplo, se foi bem ou mal tolerado;
  • Ainda, quando guardar as caixas, guarde também o folheto informativo que é essencial se necessitar de tirar alguma dúvida relacionada com efeitos secundários, interações medicamentosas ou sobredosagem. Para facilitar o seu armazenamento, poderá espalmá-las e guardá-las numa caixa reservada exclusivamente para esse efeito.  

E nunca é de mais relembrar que a toma deve ser sempre à hora certa…

  • Para ser eficaz, um tratamento requer que todos os medicamentos sejam tomados à mesma hora todos os dias. Se decidiu organizar os medicamentos em caixas adequadas para o efeito, estes já podem estar divididos para a hora das diferentes refeições. Também será estrategicamente importante manter essa caixa junto do lugar da mesa onde o idoso normalmente realiza as refeições para evitar o esquecimento;
  • Em casos mais específicos poderá haver a possibilidade de programar o telemóvel ou o despertador para lembrar a hora da toma, de forma a assegurar que o idoso não falhe a toma de nenhum medicamento. Se o cuidador estiver em casa com o idoso pode administrar o medicamento, se não, poderá informar o idoso relativamente à hora do alarme e qual o medicamento a tomar. Se esse sistema for muito complicado para o idoso, e caso não esteja em casa, o cuidador poderá agendar um lembrete no seu telemóvel e ligar para o idoso nessa hora, dizendo-lhe qual o medicamento que deve tomar.

E tomar sempre a dose certa…

  • Constatamos muitas vezes que as pessoas idosas deixam de tomar um medicamento porque se sentem melhor ou porque acham que o medicamento pode estar a fazer bem a uma coisa mas mal a outra. O cuidador deve certificar-se que o idoso respeita a toma diária dos seus medicamentos e que não tomou decisões como diminuir, aumentar ou alterar a dosagem de um medicamento, sem antes falar com o seu médico assistente ou outro profissional da equipa de saúde, para avaliarem a sua situação de saúde concreta.

Muita atenção ao prazo de validade dos medicamentos!

  • É essencial que a pessoa idosa e o seu cuidador tenham atenção aos prazos de validade dos diferentes medicamentos que o idoso está a tomar. Sugerimos que organize mensalmente os medicamentos que tem em casa, levando para a farmácia todos os que se encontram fora de prazo de validade ou que o idoso deixou de tomar de forma definitiva. Pode guardar as caixas para o tal “arquivo” que falamos anteriormente, mas o conteúdo das caixas deve ser devolvido à farmácia.

Por último, relembramos que o uso correto da medicação é fundamental para a manutenção e recuperação da saúde de qualquer pessoa e, em especial, da pessoa idosa. Neste sentido deixamos como recomendações gerais:

1. Mantenha os medicamentos nas embalagens originais, pois assim é mais fácil controlar a data de validade dos mesmos e evita que se misturem com outros medicamentos. Mas, se preferir colocar os medicamentos em caixas para o efeito, as chamadas caixas porta-medicação, prefira sempre as que tenham tampa e utilize caixas diferentes para diferentes tipos de medicamentos (por exemplo, material de penso, medicamentos orais ou medicamentos de inalar). A medicação deve ser sempre guardada em caixa de plástico com tampa, visto que as caixas de madeira e de papelão não são indicadas para o efeito, pois podem favorecer a formação de fungos. Mantenha os medicamentos em local seco, arejado, longe do sol e principalmente em local fora do alcance das crianças. Evite guardar medicamentos nos armários da casa de banho, pois a humidade pode estragar a medicação.

2. Para facilitar o processo e para evitar erros, dentro das caixas da medicação, os medicamentos devem estar divididos pelas horas crescentes ou períodos do dia em que devem ser administrados (exemplo: manhã, tarde, noite e nunca manhã, noite e tarde). As referidas caixas podem ser separadas por dia da semana, ou também, uma caixa por cada dia da semana.

3. No caso da pessoa idosa não saber ler, os medicamentos podem ser agrupados e, na sua caixa, desenhar, por exemplo, um relógio com a indicação dos ponteiros e das horas a que devem ser tomados ou outra figura que remeta para a fase do dia (por exemplo, uma chávena de café para a manhã ou pequeno-almoço ou uma cama para a noite ou jantar). Sempre que seja possível, deve-se evitar medicações durante a madrugada para não interromper o descanso da pessoa idosa e/ou do seu cuidador.

4. Se o número de medicamentos for muito elevado, otimize a sua organização, desenvolvendo um plano de medicação diária, que será uma espécie de agenda do dia onde colocará em cada hora o nome do  medicamento e a hora exata em que este deve ser tomado. Afixe o dito plano num lugar visível, onde a pessoa idosa passe frequentemente, como por exemplo, na porta do frigorífico. Nesse plano poderá também colocar um “visto” na medicação já dada, evitando assim aquelas dúvidas, se já tomou ou não o(s) medicamento(s).

5. Deixe somente a última “guia de tratamento para o utente” (a do lado direito da receita médica) junto à caixa de medicamentos. Isto evita confusão quando há troca de medicamentos ou receitas, e facilita a consulta em caso de dúvida ou quando solicitado por qualquer profissional de saúde.

6. Para evitar confusões e erros, devolva sempre os medicamentos que já não utiliza à sua farmácia, para serem devidamente tratados, ou se não o fizer, guarde-os noutro lugar, bem longe da sua medicação diária e fora do alcance das crianças.

7. Se a pessoa idosa tiver dificuldade em engolir comprimidos ou se for alimentada por sonda nasogástrica, converse com o seu médico e/ou enfermeiro de família sobre a possibilidade de dissolver os comprimidos em água ou em sumos. É também importante saber se há alimentos que devem ser evitados pelo facto de poderem interagir com a medicação. Nalguns casos, em que está presente o hábito de beber álcool é importante discutir com a equipa de saúde, se esse consumo pode manter-se mediante determinadas regras ou se deverá ser abandonado.

8. Não utilize como referência para dar os medicamentos a cor dos comprimidos pois as cores dos comprimidos podem mudar consoante o laboratório onde são produzidos.

9. E nunca se esqueça: não guarde em casa medicamentos fora de validade e não acrescente, diminua, substitua ou retire medicamentos sem antes consultar a equipa de saúde que o segue. E já agora, não use medicamentos que foram receitados para outra pessoa, mesmo que essa pessoa tenha um problema de saúde semelhante ao seu.

10. Se após tomar um medicamento a pessoa idosa apresentar alguma reação estranha/possíveis efeitos secundários ou interação entre medicamentos, avise logo que possível a equipa de saúde.

11. Informe os profissionais de saúde sobre todos os medicamentos que a pessoa idosa toma, sejam ou não de prescrição de médica, sem esquecer os chamados produtos de saúde (chás, vitaminas e suplementos). Cuidado com os produtos naturais, como os chás de plantas medicinais, pois estes podem alterar a ação da medicação que a pessoa idosa está a tomar.

12. Se conduz veículos ou manipula máquinas ou utensílios de cozinha, convém perguntar se algum medicamento que a pessoa idosa anda a tomar ou tenha sido prescrito pode afetar o seu estado de alerta ou a sua destreza manual.

13. Se a pessoa idosa vai de viagem lembre-se de informar a sua equipa de saúde. Há medicamentos que requerem cuidados adicionais em função do destino ou do meio de transporte.

14. Em caso de qualquer dúvida e sempre que precisar de ajuda para organizar a medicação solicite-a à equipa multidisciplinar de saúde, esta com certeza estará disponível para ajudar.

 

Autores: 

 

Maria Helena JunqueiraEnfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica – Serviço de Medicina do Hospital de Pombal – Centro Hospitalar de Leiria EPE, [email protected]

 

Pedro QuintasEnfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária na área de Enfermagem de Saúde Familiar - Unidade de Cuidados na Comunidade Pombal, [email protected]

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Moçambique
A epidemia de cólera está a alastrar-se em Tete, centro de Moçambique, atingindo agora, além da cidade capital e Moatize,...

O director distrital da Saúde em Mutarara disse que a doença foi diagnosticada na localidade de Sinjale, distrito de Mutarara, onde até terça-feira estavam internadas 37 pessoas com diarreias agudas, alargando a área de expansão da doença, num momento em que as autoridades moçambicanas declararam alerta máximo em todo o país.

Segundo António Catemene, o surto de cólera em Mutarara já provocou dois mortos e atinge 68 pessoas, a primeira dos quais surgiu a 15 quilómetros de Sinjale, num povoado onde se pratica o garimpo e vivem mais de duas mil pessoas de diferentes nacionalidades sem observar as mínimas condições de higiene.

Face a esta situação, ainda segundo Catemene, foi activado um centro de tratamento de cólera em Sinjale e técnicos de saúde estavam hoje a caminho da região para reforçar o pessoal local.

"Estamos muito preocupados com a zona de Sinjale, visto que as condições de saneamento do meio são precárias e tememos que rapidamente o surto se alastre por toda a zona", explicou Catemene, acrescentando que as medidas preventivas já estão a ser tomadas também em Nhamayabue, sede distrital de Mutarara, onde já se preparou uma tenda para receber possíveis casos novos.

Com a eclosão do surto de cólera em Mutarara sobe para 21 o número de óbitos na província de Tete, num total de 1.340 casos detectados neste distrito e também em Moatize e na cidade de Tete.

O Ministério da Saúde anunciou na terça-feira o alerta máximo para Moçambique devido ao surto de cólera, que tinha matado até então pelo menos 28 pessoas, a maioria em Tete, e atingiu mais de 2.400 nas províncias do centro e do norte do país.

"Estamos em alerta máximo e a situação é muito complexa. Só em Tete, em média, as unidades sanitárias atendem 70 a 75 pessoas com cólera por dia", afirmou a directora-adjunta de Saúde Pública, Benigna Matsinhe.

Estudo
O consumo de canábis em doses diárias e muito fortes aumenta cinco vezes o risco de psicose, revela um estudo realizado no...

O estudo, conduzido pelo Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociências do King's College de Londres, concluiu, ainda, que um em cada quatro novos casos de psicose se deve à ingestão diária de canábis de "alta potência".

"A canábis é uma droga, é uma substância que tem um efeito pernicioso. A mensagem de que faz mal tem de passar", afirmou à Lusa Tiago Reis Marques, coautor da investigação, assinalando que "o que está a chegar à rua é uma planta muito mais forte".

A equipa, liderada pelo psiquiatra escocês Robin Murray, analisou uma amostra de mais de 400 doentes de várias idades, do sul de Londres, que acorreram entre 2005 e 2012, pela primeira vez, ao instituto com sintomas de psicose e com historial de consumos de canábis.

Os resultados obtidos foram comparados com um grupo de controlo de 370 pessoas saudáveis.

Segundo Tiago Reis Marques, o estudo revelou que o risco de psicose aumenta nos doentes psicóticos proporcionalmente à frequência do consumo e à potência da droga ingerida, chegando a ser cinco vezes superior num dos grupos de pacientes, de 103 elementos - que fumavam diariamente canábis muito forte, com alto teor de tetrahidrocanabinol.

O psiquiatra enfatizou que, apesar de a investigação se centrar na população de Londres, as suas conclusões "seriam as mesmas" se fosse feita noutra cidade, ou noutro país.

O estudo foi publicado esta semana na revista The Lancet Psychiatry.

Depois deste trabalho, Tiago Reis Marques pretende analisar os efeitos da canábis no cérebro de pessoas saudáveis.

Ministério da Saúde apresenta aos hospitais
O Ministério da Saúde apresenta hoje aos hospitais a nova estratégia de tratamento da hepatite C, que inclui os medicamentos...

Também a partir de hoje os hospitais que tratam doentes com hepatite C podem iniciar o plano de tratamento com os medicamentos do laboratório Gilead, tendo sido já assinada a portaria que determina a comparticipação dos fármacos na totalidade.

Segundo a mesma fonte oficial, na terça-feira foi assinado o contrato entre a Autoridade do Medicamento (Infarmed) e a Gilead que formaliza o acordo feito com o Ministério da Saúde e que estabelece um plano para tratamento dos doentes com hepatite C, determinando que a farmacêutica é paga quando o doente fica tratado.

O objectivo da reunião de hoje, segundo fonte do Ministério, é "dar a conhecer o novo circuito de tratamento, o modelo de financiamento e desencadear o dispositivo nacional para o tratamento imediato da doença".

Depois será ainda publicado o despacho com as regras do circuito do tratamento, diploma que vai definir os organismos que irão tutelar a aplicação da nova estratégia de tratamento da hepatite C.

Quanto ao modelo de financiamento, a mesma fonte refere que deverá ser assegurado através de "uma linha vertical gerida pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS)".

Este despacho com as regras do circuito do tratamento visa também, segundo o Ministério, assegurar que todos os doentes recebem o tratamento dentro do tempo adequado.

Prevê-se que as Comissões de Farmácia e Terapêutica de cada hospital devam pronunciar-se com rapidez (até cinco dias), de forma a assegurar respostas mais curtas aos pedidos de tratamento.

O Ministério da Saúde vinca que esta estratégia para a hepatite C permite trazer para o país o melhor tratamento disponível a nível mundial para todos os doentes e não apenas para os estadios mais avançados da doença.

Até ao momento encontram-se em tratamento em Portugal 605 doentes com hepatite C em tratamento hospitalar, submetidos a diferentes terapêuticas.

Ao abrigo do programa que permite o acesso aos medicamentos inovadores de forma gratuita encontram-se autorizados 161 tratamentos.

ARS Lisboa reconhece
O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo admitiu dificuldades nos serviços clínicos e de...

“Nós não escamoteamos a verdade. É só graças a um enorme esforço dos profissionais, sejam médicos, enfermeiros ou técnicos, que se consegue dar resposta a uma situação a que nós não estávamos habituados. É que o número de doentes que vai aos serviços de urgência não aumentou, mas temos doentes mais graves, doentes mais idosos, mais doentes internados e mais doentes que ficam mais tempo no hospital”, disse aos jornalistas Cunha Ribeiro.

Para o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS), “se ficam mais tempo no internamento, é mais difícil pegar nos doentes que estão na urgência e interná-los, porque não têm lugar”.

Os esclarecimentos da ARS de Lisboa e Vale do Tejo foram feitas em conferência de imprensa por Cunha Ribeiro no dia em que foi conhecida uma carta de demissão de 28 dos 33 directores de serviço do Hospital Amadora-Sintra.

A ausência de estratégia para evitar a “contínua degradação das condições de trabalho” no Hospital Amadora-Sintra é um dos motivos apontados pelos 28 directores de serviço para a sua demissão, numa carta enviada à administração e ao Governo.

Cunha Ribeiro disse que no caso das urgências este hospital tem contornado as dificuldades no internamento de doentes que chegam através delas “funcionando em rede”, ou seja, encaminhando para outras unidades hospitalares com capacidade para os receber.

Quanto aos restantes serviços clínicos, o presidente da ARS Lisboa admitiu que há falta de médicos, ainda que já este ano tenha sido autorizada a contratação de 12 novos médicos e que em 2014 o Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) tenha contratado 120 novos profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e técnicos.

De 2013 para 2014 houve, segundo o responsável, uma diminuição de apenas quatro médicos num universo de 400: “Será que quatro médicos, 1% do total, é significativo? Não nos parece. Isso não quer dizer que, face à complexidade e ao tipo de doentes que recorrem à urgência, não se esteja a pedir um esforço acrescido aos colegas, que agradecemos, e esperamos que a curto prazo se inverta esta tendência”.

No entanto, Cunha Ribeiro reconheceu: “São necessários mais médicos? São, mas aqui não há milagres. Nós não temos médicos que cheguem no país em algumas especialidades.”

O responsável recusa, no entanto, qualquer degradação da qualidade do serviço para além da que resulta dos internamentos prolongados.

“A ARS desconhece qualquer situação que aponte para uma degradação dos cuidados com exceção do número elevado de doentes graves que estão mais tempo internados; mas isto por si só cria um problema grave, não vou negar”, disse.

O presidente da ARS Lisboa reconheceu ainda que é urgente aumentar a capacidade das urgências do Amadora-Sintra, referindo que "o hospital está neste momento a fazer um plano de alteração do serviço de urgência" que permita dar resposta ao aumento da procura.

O Hospital Amadora-Sintra vai ter um novo director clínico após a demissão de 28 dos 33 diretores de serviço que, entre outros motivos, dizem discordar da actual direção, disse fonte oficial.

Fonte da unidade referiu que o director clínico, o médico gastroenterologista Nuno Alves, apresentou a demissão do cargo, estando previsto para quarta-feira o anúncio da nova direcção clínica da unidade hospitalar.

Governo dos Açores
O Governo dos Açores autorizou a contratação até 20 médicos aposentados durante este ano para o Serviço Regional de Saúde de...

“Em 2015 podem ser contratados até 20 médicos aposentados pelos serviços integrados no Serviço Regional de Saúde, observados os procedimentos constantes do Decreto-Lei n.º 89/2010, de 21 de Julho”, adianta o despacho da vice-presidência do Governo, Emprego e Competitividade Empresarial e secretaria regional da Saúde, publicado em Jornal Oficial.

Segundo o executivo açoriano, esta contratação visa “dar resposta à carência de médicos que se verifica em Portugal, e em particular, na Região Autónoma dos Açores, e para, assim, assegurar a manutenção dos cuidados de saúde a todos os cidadãos".

Para tal, o decreto-lei n.º 89/2010, de 21 de Julho, veio "estabelecer um regime transitório de exercício de funções públicas por médicos aposentados, a vigorar até 31 de Julho de 2015, na sequência da prorrogação operada pelo Decreto-Lei n.º 94/2013, de 18 de Julho".

Assim, prevê que, "mediante proposta da instituição onde as funções devam ser exercidas ou o trabalho deva ser prestado, e após autorização do membro do Governo responsável pela área da saúde, os médicos aposentados possam continuar a exercer funções".

Degradação de condições de trabalho
A ausência de estratégia para evitar a “contínua degradação das condições de trabalho” no Hospital Amadora-Sintra é um dos...

Na carta - conhecida no dia em que o Hospital Fernando Fonseca (HFF) informou que o director clínico, Nuno Alves, apresentou a demissão do cargo - os 28 dos 33 directores de serviço explicam as razões que os levaram a tomar esta decisão.

Os médicos referem que desde há dois anos se assiste a uma “progressiva degradação da capacidade de resposta às adversidades e uma diminuição preocupante da qualidade assistencial”.

Para o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, que também recebeu a carta com os motivos da demissão, "há muito tempo que deveria ter havido substituição da administração e da direcção clinica" do hospital.

Este hospital tem “graves problemas de gestão” e o Ministério da Saúde sabia disso “há muito tempo”, disse José Manuel Silva, em declarações, lamentando que não se tenha tomado “nenhuma atitude profilática no sentido de substituir a direcção clínica e o conselho de administração".

Para o bastonário, esta atitude do ministério "significa que avaliza todas as decisões do conselho de administração”.

Para os clínicos, a actual situação do hospital “é fruto de um conjunto de circunstâncias”, algumas externas, mas muitas outras devem-se ao facto de a administração e a direcção clínica "não terem conseguido defender os interesses da instituição e das populações que esta serve”.

Apontam como exemplo a “saída preocupante” de recursos humanos qualificados que não foram substituídos, a incapacidade notória de contratar profissionais, problemas do serviço de urgência e a “ausência de resposta em especialidades fundamentais”, como imagiologia/neurorradiologia, anatomia patológica, anestesiologia.

“Muitos destes problemas foram previstos, ideias e medidas sugeridas atempadamente”, mas “não tiveram eco na gestão do hospital”, lê-se na carta, datada de 11 de Fevereiro e assinada pelos 28 directores de serviço.

Para os médicos, a direcção clínica revelou uma “total incapacidade” em assumir o papel de interlocutor entre a administração e o corpo clínico, tendo o director clínico tentando implementar uma “série de ideias avulsas, sem qualquer sentido ou estratégia”.

Para o bastonário "foi em defesa do hospital, em defesa dos doentes que os directores de serviço tomaram esta atitude frontal e corajosa de dizer basta”, como já o tinham feito, no final do ano passado, os chefes de urgência geral do HFF.

A carta está publicada no site do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que manifesta “a sua solidariedade para com os responsáveis que não desistem de lutar pela melhoria da prestação de cuidados aos seus doentes e pelas condições de trabalho dos seus colegas”.

Segundo fonte oficial do HFF, está previsto para quarta-feira o anúncio da nova direcção clínica da unidade hospitalar, segundo fonte oficial do HFF.

Em Espanha
Um total de 1.868.173 pessoas era afectada por depressão em 2013 em Espanha, doença que tem aumentado a prevalência, devido à...

Os especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) referem que entre oito e 15% da população sofreram (ou vão sofrer) de depressão ao longo da vida, uma "altíssima" prevalência que constitui "um desafio de saúde pública", devido às "graves repercussões" a médio e longo prazo, tanto individuais como sociais, familiares e laborais.

O retrato da depressão foi realizado por especialistas num encontro em Madrid, sendo a doença definida como "uma tristeza patológica" pelo presidente da Sociedade Espanhola de Psiquiatria, Miguel Gutiérrez.

Incapacidade, isolamento social, perda de produtividade laboral e de qualidade de vida, morbilidade, mortalidade e custos económicos são as principais consequências desta doença.

"É um fenómeno epidémico e alguns dados apontam para que esteja a registar-se um crescimento exponencial e que, nas próximas décadas, vai ser a primeira causa de incapacidade", salientou o presidente da Sociedade Espanhola de Psiquiatria Biológica, Miquel Bernardo.

O aumento da esperança média de vida, o maior nível de stresse das sociedades ocidentais e o consumo de substâncias tóxicas são alguns dos fatores que explicam aquele aumento.

Mas, a crise económica e financeira também tem responsabilidade e um estudo realizado entre 2007 e 2011 pela Fundação Espanhola de Psiquiatria e Saúde Mental em pacientes detectou um aumento de 10% em transtornos de ansiedade ou depressivos, que estavam relacionados com problemas de hipotecas ou desemprego.

A depressão é, por outro lado, "a grande porta de entrada de condutas suicidas", explicou o presidente da Fundação, Miquel Roca.

A doença aparece entre os 30 e 40 anos, mais entre mulheres que entre homens e um em cada 10 trabalhadores já esteve de baixa médica por apresentar um quadro depressivo, mas somente metade daqueles que foram ao centro de saúde com este problema receberam tratamento.

Miquel Roca realçou as dificuldades dos médicos de família para detetar a doença no pouco tempo que dispõem para as consultas, apesar do "extraordinário esforço" que estão a fazer.

Investigadores da Universidade de Coimbra desenvolvem
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra está a desenvolver um 'kit' de diagnóstico rápido de fungos...

Neste momento, anunciou a Universidade de Coimbra (UC), está em fase de protótipo um "Kit" descartável para a rápida identificação e distinção das três espécies de leveduras do "grupo parapsilosis, que são responsáveis por uma elevada percentagem de infecções fúngicas em ambiente hospitalar".

Consideradas leveduras patogénicas oportunistas, são responsáveis "por cerca de 25% das infecções fúngicas generalizadas em doentes imunodeprimidos, com uma elevada taxa de mortalidade associada", referem os investigadores em comunicado.

Segundo a investigadora Teresa Gonçalves, citada no documento, o desenvolvimento do 'kit' é essencial para o diagnóstico clínico e para o controlo das infecções hospitalares, porque "a rápida e correcta identificação de espécies envolvidas na infecção fúngica são muito importantes para auxiliar o médico na prescrição do tratamento mais eficaz".

A investigação liderada por esta docente da Faculdade Medicina e do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC nos últimos dois anos permite identificar com "rapidez e rigor" a espécie de levedura infectante.

De acordo com a UC, o 'kit' Psilochrome será de "custo muito reduzido, se a indústria revelar interesse", e estará disponível para entrar no circuito comercial dentro de seis meses.

O projecto foi financiado pelo ProtoTransfer, no âmbito do programa transfronteiriço INESPO II, dirigido a professores, estudantes, doutorandos, docentes e bolseiros de investigação em actividades de transferência de conhecimento.

DGS
A Direcção-Geral da Saúde apelou aos portugueses que apresentem situações clínicas menos graves para recorrerem aos centros de...

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) refere, em comunicado, que “a actividade gripal é agora moderada”, mas adverte que as temperaturas baixam que se têm verificado são, muitas vezes, responsáveis pela descompensação de doenças crónicas, nomeadamente cardiovasculares, respiratórias e diabetes, em particular nas pessoas idosas e isoladas.

“Em consequência, assiste-se ao aumento da procura de cuidados em serviços de urgência hospitalar, frequentemente devido a situações clínicas graves que necessitam de internamento”, sublinha o comunicado, assinado pelo director-geral da Saúde, Francisco George.

Para evitar o congestionamento destes serviços de urgência, “os doentes menos graves devem recorrer aos seus centros de saúde”, apela a DGS.

Para tal, as Administrações Regionais de Saúde, nomeadamente na Região de Lisboa e Vale do Tejo, alargaram os horários de atendimento até ao dia 27 de Fevereiro.

A DGS recomenda ainda a utilização prévia da Linha Saúde 24 (808 24 24 24), que está “habilitada a prestar informações sobre os centros de saúde abertos e horários de funcionamento, em todo o país”.

Segundo o boletim de vigilância epidemiológica do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), até 8 de Fevereiro foram registados 79 casos por cada 100.000 habitantes.

Até esta data, foram analisados 747 casos de síndroma gripal.

Prevenção e intervenção nas doenças crónicas
Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal é co-líder em projecto europeu que reúne mais de 60 parceiros na prevenção,...

As doenças crónicas e o envelhecimento saudável estão no centro de uma acção conjunta que reúne especialistas da União Europeia e representantes dos Ministérios da Saúde num encontro em Bruxelas no próximo dia 19 de Fevereiro. O projecto Joint Action on Chronic Diseases and Promoting Healthy Ageing (JA-CHRODIS) nasceu da vontade de mais de 60 parceiros europeus de desenvolver estratégias comuns para a prevenção, controlo e acompanhamento das doenças crónicas. A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) é uma das parceiras portuguesas da JA-CHRODIS.

As boas práticas na prevenção e cuidados às doenças crónicas, por um futuro mais saudável, lançam o mote da reunião que tem como objectivo promover a discussão, fazer o balanço de um ano de trabalho e partilhar boas experiências nacionais.

Co-líder na avaliação do projecto e participante no estudo de caso relacionado com a diabetes tipo 2, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal é uma das parceiras portuguesas da JA-CHRODIS, a que se juntam outros parceiros nacionais como a Direcção-Geral da Saúde (DGS), o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) e a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. “Este projecto é indispensável para diminuir o peso humano e financeiro das doenças crónicas preveníveis e o seu contínuo crescimento, partilhando as melhores práticas de toda a Europa”, defende Rogério Ribeiro, investigador e representante da APDP no encontro em Bruxelas.

Para José Manuel Boavida, director do Programa Nacional para a Diabetes da DGS e representante de Portugal na reunião, “esta iniciativa é um passo fundamental para recentrar as prioridades de saúde nas doenças crónicas e inverter as políticas de saúde. Passar de uma visão centrada nos cuidados hospitalares para uma disponibilização de cuidados diferenciados à população numa visão de proximidade. Uma visão que integre os cidadãos em equipas dedicadas à prevenção, acompanhamento e reabilitação. As pessoas com doenças crónicas devem manter-se activas socialmente.”

A Comissão Europeia e Governos associados investiram mais de 10 milhões de euros num projecto que procura conhecer e partilhar as melhores abordagens na luta contra o impacto das doenças crónicas na União Europeia. O objectivo é promover a saúde, alertando para os factores de risco e identificando os melhores programas de cuidados à pessoa com diabetes, sempre na perspectiva da capacitação e da gestão da própria doença.

O facto de a JA-CHRODIS ser a maior acção conjunta financiada pelo Programa de Saúde Pública da União Europeia 2014-2020 demonstra a importância que este tema tem para os países participantes: Alemanha, Bélgica, Bulgária, Eslovénia, Estónia, Espanha, Finlândia, Grécia, Holanda, Islândia, Irlanda, Itália, Lituânia, Noruega e Portugal.

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