Psiquiatra João Redondo
O psiquiatra João Redondo considera que “é mais difícil” para um idoso conseguir sair de um “relacionamento abusivo ou tomar...

Dados divulgados pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) revelam um aumento de casos de violência contra idosos no ano passado, passando de 774 situações em 2013 para 852 em 2014 (10,1%).

O coordenador da Unidade de Violência Familiar do Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra disse que, “em consequência da deterioração física e cognitiva que geralmente acompanha a velhice, é mais difícil para os idosos deixar um relacionamento abusivo ou tomar decisões correctas”.

“Frequentemente o agressor pode ser a única companhia da pessoa que é vítima de abuso”, afirmou o psiquiatra.

Nem sempre fácil de detectar estas situações: “O fenómeno permanece muitas das vezes ‘escondido’ pelos próprios protagonistas, falamos dos idosos, das suas famílias, dos cuidadores e profissionais que com eles interagem e, até mesmo, da sociedade em geral, que nem sempre valida os maus tratos contra o idoso como um problema de violência”.

Perante esta realidade, prevenir o abuso de idosos apresenta inúmeros problemas para os profissionais que trabalham nesta área.

“Na maioria dos casos, o maior dilema é encontrar o equilíbrio entre o direito do idoso à autodeterminação e a necessidade de adoptar medidas para acabar com o abuso”, sublinhou João Redondo.

A abordagem destas situações deve privilegiar “uma intervenção multidisciplinar, multissectorial e em rede que, a par com a protecção e o apoio às vítimas e com a intervenção junto do agressor, promova a não-violência, com consequências nas políticas sociais e de saúde, na educação” e nos valores.

Para João Redondo, a avaliação da existência ou não de violência em contexto familiar sobre o idoso, realizada em cuidados de saúde primários, em serviços hospitalares, como internamentos e urgência, ou instituições de cuidados continuados e lares, “deverá incluir, sempre que possível, a participação de elementos das redes sociais de suporte (primárias e de serviços)”.

Depois de sinalizada a situação de violência deve ser encaminhada para a rede multidisciplinar, que integra médicos, enfermeiros, profissionais do serviço social, psicólogos, autoridades policiais e judiciais.

Caberá à rede facilitar e dar apoio na exposição de queixas às instâncias judiciais, documentar e validar as declarações da pessoa, realizar visitas domiciliárias de surpresa, informar o idoso sobre os seus direitos legais, ensinar medidas de protecção e encaminhar ou tratar o cuidador, “minimizando com estas medidas os riscos de nova vitimização”, explicou o psiquiatra.

Citando a Organização Mundial da Saúde (OMS), João Redondo frisou que a violência sobre o idoso não pode ser solucionada adequadamente se as suas necessidades essenciais (alimentação, abrigo, segurança e acesso à assistência à saúde) não forem atendidas.

Estudo
Estudantes com melhor aptidão cardiorrespiratória e peso normal têm uma probabilidade 5,5 vezes superior de terem um rendimento...

Para se optimizar a aptidão cardiorrespiratória e o peso corporal os jovens devem praticar de forma regular actividades físicas e desportivas na escola, em contextos informais ou contextos mais formais de prática desportiva.

Um estudo desenvolvido pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, revelou que a aptidão cardiorrespiratória e o peso corporal têm um efeito independente e sinérgico no rendimento escolar nas disciplinas de Português, Matemática, Ciências da Natureza e Inglês em alunos do sétimo ano de escolaridade. Paralelamente, alerta para a necessidade de criar mais actividades de exercício físico durante o horário escolar, por forma a aumentar a aptidão cardiorrespiratória e prevenir o excesso de peso dos alunos.

O estudo, cujo objectivo foi investigar a relação entre a aptidão cardiorrespiratória e o excesso ponderal com o rendimento escolar nos alunos do 7º ano, recorrendo a três grupos diferentes de crianças e adolescentes nascidos em três anos diferentes frequentado o 7º ano em três anos sucessivos. Este projecto foi aplicado em catorze escolas públicas portuguesas, e estiveram envolvidos 1531 alunos do 7º ano (787 do sexo masculino e 744 do feminino), com idades variando entre os 12 e os 14 anos.

O estudo observou que estudantes com peso normal tinham um desempenho escolar mais elevado quando comparados com estudantes com excesso de peso e obesos. Alunos com aptidão cardiorrespiratória mais saudável também obtiveram melhor rendimento escolar.

O peso corporal e a aptidão cardiorrespiratória têm um efeito independente e sinérgico no rendimento escolar. De acordo com estes resultados, importa realçar a importância dos jovens praticarem de forma regular actividades físicas e desportivas na escola, em contextos informais ou contextos mais formais de prática desportiva. 

Após treino de habilidades de conversação
Estudo de investigador da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra revela que 25% dos doentes mentais envolvidos no programa de...

Doentes com esquizofrenia inseridos num programa de formação em habilidades de conversação melhoraram significativamente o desempenho pessoal e social, o modo como lidam com a ansiedade e com o stresse, assim como a noção de autoeficácia (juízo que fazem sobre a capacidade de realizarem actividades em situações desconhecidas, passíveis de conterem elementos ambíguos ou imprevisíveis).

Estes resultados foram obtidos no âmbito de um estudo conduzido pelo professor da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Carlos Melo-Dias, que envolveu 28 adultos em internamento numa unidade de saúde mental de Coimbra (15 dos quais participantes no grupo experimental, de onde foram extraídas as conclusões), com idades entre os 20 e os 72 anos e com um tempo de duração média da doença igual ou superior a dez anos.

Durante a investigação, os doentes participaram em 12 sessões de formação, em seis habilidades diferentes: “Observar, ouvir falar e comunicação não-verbal”, “Escuta activa e comentários de escuta”, “Falar de um tema (iniciar e manter uma conversa), “Terminar uma conversa”, “Falar ao telefone” e “Falar com um desconhecido”.

Procurou-se, desta forma, “facilitar a passagem do ambiente controlado, previsível e seguro da clínica hospitalar para o ambiente imprevisível da comunidade”, explica o professor Carlos Melo-Dias.

Como consequência, três meses após o estudo (com os doentes já em casa), cerca de 25% dos participantes no programa de formação obtiveram acima de 90 pontos (num máximo de 100) na escala de desempenho pessoal e social (preenchida pelo cuidador ou familiar). Um resultado que, para o investigador Carlos Melo-Dias, “é muito interessante em termos de funcionamento de cada um destes participantes no regresso ao seu ambiente ‘natural’, onde terão aquele que será o seu papel e a sua participação sociofamiliar”.

Também 25% dos participantes (grupo experimental) registaram uma diminuição da vulnerabilidade ao stresse, “indicando que a participação na formação influenciou a forma e estratégia de lidar e/ou resolver situações de relação interpessoal”, além de uma “melhoria no nível de autoeficácia (apreciação das suas próprias capacidades)”, constata o professor da ESEnfC.

Os resultados deste estudo foram, recentemente, apresentados na Universidade Católica Portuguesa - Instituto de Ciências da Saúde (Porto), aquando da defesa da tese de doutoramento do professor Carlos Melo-Dias, intitulada “Habilidades de conversação em adultos com esquizofrenia”.

Carlos Melo-Dias coordena o projecto PBE-MENTAL - Prática Baseada na Evidência em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, registado na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, da ESEnfC.

Estudo
Um estudo de investigadores portugueses, que acompanhou crianças durante 13 anos, concluiu ser essencial identificar as...

"É fundamental identificar cedo na vida as alergias, ver se a criança está sensibilizada aos ácaros, aos pólenes, fungos e animais, com isso perceber como vai ser a evolução e conseguir fazer uma prevenção que permita controlar os sintomas e a doença, reduzindo o impacto na criança e na família", disse Lusa Mário Morais-Almeida, um dos investigadores do Centro de Alergia dos Hospitais CUF que participaram no projecto.

O trabalho foi o vencedor da 5.ª edição do "Prémio Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa / MSD em Epidemiologia Clínica", promovido por aquela Sociedade com o apoio da MSD e que recebeu 21 candidaturas de centros de investigação portugueses.

"É possível diagnosticar correctamente a asma e a rinite alérgica desde a idade pré escolar e as crianças que associam asma e rinite, com sintomas nos brônquios e no nariz são aquelas que têm maior possibilidade de continuar com queixas para toda a vida", salientou o investigador.

O estudo, que teve a participação das investigadoras Helena Pité, Ana Margarida Pereira e Ângela Gaspar, do Centro de Alergia dos Hospitais CUF (CUF Descobertas, CUF Infante Santo e CUF Porto), contou com uma amostra de mais de 300 crianças, com uma média de três anos.

Estas crianças tinham tido pelo menos três crises de falta de ar, habitualmente associadas à asma, mas que na altura eram consideradas bronquiolites que se repetiam e acerca das quais se sabia muito pouco, explicou Mário Morais-Almeida.

Foi feita uma associação com a parte genética, ou seja, com o facto de as crianças já terem o pai ou a mãe com queixas alérgicas, nomeadamente asma.

"Havia um grande risco que aquelas queixas de falta de ar já tivessem a identificar a existência de uma asma" e não bronquiolites ou bronquites, referiu o investigador, acrescentando que, se fosse imediatamente detectada a asma, poderia começar-se a prevenção desde muito cedo.

Observou-se também que identificar as queixas nasais, de rinite, em que as crianças estão sempre com o nariz tapado, a espirrar e a coçar o nariz, também era um factor de risco importante.

Com a prevenção em idade precoce, na adolescência "o impacto da doença é muito menor e é mais simples controlar", mas também é possível identificar quais as crianças que vão ter boa evolução, valendo a pena fazer tratamento sintomático, de crise, mas não de prevenção.

As conclusões do estudo permitem ter aplicação na prática clínica e influenciam o modo como se tratam agora as crianças com aquelas queixas, contribuindo para a melhoria da qualidade da vida dos mais pequenos e dos seus pais, já que estes problemas afectam a qualidade do sono de toda a família.

As alergias respiratórias são das doenças crónicas mais frequentes em idade pediátrica e mais de 30% das crianças apresenta sintomas de rinite, enquanto mais de 10% têm manifestações de asma, mesma percentagem afectada pelo eczema atópico, segundo dados da organização do prémio que será hoje entregue.

Mais de 5% das crianças sofrem de alergia alimentar e cerca de 2% a 5% das crianças têm alergia a medicamentos.

Ordem dos Enfermeiros
Um terço dos enfermeiros que foram pais teve dificuldade em gozar os seus direitos, como dias de licença ou horário reduzido,...

Um questionário feito a cerca de cinco mil enfermeiros de todo o país pela Ordem dos Enfermeiros, numa fase em que a Assembleia da República e o Governo iniciaram o debate sobre a crise demográfica, pretendeu procurar soluções para este problema no âmbito daquela classe profissional.

O inquérito, realizado em Dezembro de 2014, revelou que 35% dos enfermeiros questionados referiram ter sentido dificuldades no acesso aos seus direitos de parentalidade, tanto no sexo masculino como no feminino, mas principalmente neste último grupo.

Estas dificuldades, sentidas de igual forma no sector público, privado e social, traduziram-se principalmente em pressões para gozar menos dias de licença parental (34,64%), obstáculos ao gozo do horário de amamentação (23,48%) e dificuldades em flexibilizar horários (9,77%), nomeadamente no que respeita aos turnos.

“Foram identificadas situações graves de impedimento de gozo de dias de licença, parcial e totalmente [7,06% e 4,99%], e foram identificadas situações muito graves de não renovação do contrato de trabalho e de despedimento [1,52%]”, revela o estudo.

O mesmo inquérito dá conta ainda de transferências de serviço obrigatórias, decorrentes do gozo de licenças (1,09%).

O estudo pretendeu ainda perceber se na altura da contratação os enfermeiros tinham sido questionados pela entidade empregadora sobre a intenção de ser pai ou mãe – uma pergunta que “atenta contra os direitos, liberdades e garantias das pessoas e que, além de legal, é imoral” –, tendo identificado respostas afirmativas em 9% dos casos.

Por sector, esta pergunta foi colocada a 6% dos enfermeiros do público, a 16% do privado e a 11% do social.

“De referir que 12% das respostas (609 enfermeiros) indicam que foram pressionados na candidatura a emprego ou na entrada de um novo emprego para não serem pais nos tempos próximos.

No que respeita ao espaço temporal, 43,6% dos enfermeiros sentiram estas dificuldades no último ano e 23,2% entre um e dois anos. Os restantes 33,2% de respostas indicaram que a situação ocorreu há mais de dois anos, considerando a data de realização do inquérito (Dezembro de 2014).

A Ordem dos Enfermeiros considera que esta análise permite verificar que mais do que medidas novas é necessário garantir o cumprimento da lei, para fazer face à baixa taxa de natalidade.

No Porto
A Associação Design Includes You realiza, no final de Março e em Abril no Porto, três 'workshops' práticos para...

O objectivo deste projecto, que conta com a participação de pessoas com demência e cuidadores, é "alargar o conhecimento sobre formas que melhorem a integração da pessoa com demência e as famílias, explorando novos métodos de intervenção", disse a presidente da Associação Design Includes You (DIY), Lígia Lopes.

O primeiro workshop, “dAR-TE MÚSICA”, decorre na Casa da Música, a 28 deste mês. O segundo, “Ó MUSEU SOU (t)EU!”, realiza-se no Museu Nacional Soares dos Reis a 11 de Abril.

O terceiro 'workshop', a 18 de Abril, está organizado em três momentos, com uma "Oficina de Escrita/Leitura" durante a manhã. À tarde, o tema será "Andar, Comer, Conversar e Ler" e a formação termina com uma "Oficina de Marionetas".

“Este projecto concretiza um dos objectivos da Associação – a extensão do design para lá do material, e fica muito para lá do reconhecido como práticas comuns da disciplina – é 'participação, interação e reflexão' sobre abordagens de extremo valor social e humano, com a participação estratégica do design. Dar a conhecer um espaço individual e pessoal na demência, que se revela íntimo mas que precisa de comunicar para o mundo”, disse Lígia Lopes.

Com estes 'workshops', a associação DIY pretende oferecer ferramentas e discutir processos que orientem e conduzam a melhores métodos e práticas, dado o interesse crescente, na última década, sobre o papel que as metodologias participativas, nomeadamente na esfera artística, podem ter nas pessoas que vivem com demência e nos seus cuidadores, acrescentou.

Nas três sessões, os participantes serão desafiados a recriar a identidade dos convidados com demência e seus cuidadores. Todos os elementos serão traduzidos para uma exposição que decorrerá em meados de Maio.

Essa exposição, que se pretende que seja uma tradução e interpretação física destas três experiências, será desenhada pelos designers Carlos Aguiar, Cecília Carvalho e Lígia Lopes (entre outros associados DIY), sob orientação da psicóloga Ana Costa, coordenadora geral e autora do projecto.

Cientista defende
A investigadora irano-americana Mina Jahan Bissel, conhecida por ter revolucionado a forma como a comunidade científica entende...

“Podemos curar o cancro, mas não o conseguimos erradicar. Se conseguíssemos travar o envelhecimento, conseguiríamos erradicar o cancro”, afirmou.

A investigadora falava no simpósio “Understand cancer as a systemic disease: cancer is not just the tumour”, inserido no Módulo de Oncobiologia do Programa Graduado em Áreas de Biologia Básica e Aplicada, e realizado no âmbito dos 25 anos do Ipatimup. No encontro foi entregue o Mina Jahan Bissel Award - 2014 ao cientista norte-americano David Lyden.

Mina Bissel, que tem sido apontada como candidata ao Prémio Nobel da Medicina, lembrou que “à medida que homens e mulheres envelhecem começam a ter cada vez mais elevados risco de cancro da mama ou da próstata e a partir dos 50 anos a taxa de incidência aumenta muito mais”.

Especialista em cancro da mama, concentrou a sua investigação na chamada matrix extracelular (o complexo ambiente que está à volta de um tecido vivo) e na estrutura tridimensional das células, reconhecendo que “foi uma tese polémica” porque surgiu numa altura em que as atenções estavam focadas nos genes.

“Devido a esta tridimensionalidade descobrimos muitos medicamentos e muitas moléculas que as pessoas não sabiam que existiam” mas, na altura, “todos acharam que era maluca, por defender que o exterior da célula tem um papel dominante sobre o genoma, que o fenótipo é dominante sobre o genótipo”, disse.

Com essa descoberta, “agora sabemos que se quisermos compreender como é que o cancro evolui num determinado tecido face a outro é preciso compreender e questionar como é que eles se integram, porque o cancro resulta da falta de integração, que leva a mutações sucessivas”.

Segundo a investigadora, as células ‘conversam’ entre si, mas também com o seu ambiente exterior e vice-versa, num modelo que se faz mediante a troca de variados sinais, bioquímicos e mecânicos.

“Todos os genes têm um receptor de informação na sua matrix extracelular, por isso é que apesar de termos a mesma informação genética (genótipo) numa célula que encontramos no nariz, na boca ou num dedo, elas adquirem funções diferentes (fenótipo)”, explicou.

De acordo com a sua teoria, à medida que se vão tornando malignas as moléculas extracelulares perdem a sua forma e crescem desordenadamente, mas “se lhe juntarmos algumas moléculas saudáveis que inibem este mau desenvolvimento elas assumem a forma correcta mesmo mantendo-se o genoma maligno”.

Questionada sobre o facto de ser apontada como candidata ao Nobel da Medicina, Mina J. Bissel considerou que “aos comités do Prémio Nobel em geral é-lhes difícil premiar mulheres. Isso é certo, mas além disso, normalmente, vão atrás de uma descoberta isolada e eu fiz muitas descobertas ao longo do trabalho de uma vida”.

“Se o comité do Prémio Nobel quiser pensar nisso, teriam que pensar em tudo o que a pessoa fez, é um trabalho de uma vida que mudou o campo de investigação”, sublinhou.

E acrescentou: “Lutei durante muitos anos contra uma comunidade que não acreditava no que eu estava a dizer, mas agora quase todos o aceitam, alguns dizem até que era bastante óbvio, o que para mim é um grande elogio”.

O Prémio Mina J. Bissell foi instituído e atribuído à própria cientista irano-americana, especialista em cancro da mama, em 2008. Nesse mesmo ano, o prémio foi atribuído a Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud. Na sua segunda edição (2011) o distinguido foi Judah Folkman.

Em 2014 a escolha recaiu em David Lyden, um neuro-oncologista pediátrico, especialista em tumores cerebrais, e que tem centrado a sua investigação nos mecanismos através dos quais os tumores metastizam para diferentes partes do corpo, incluindo o cérebro.

Recentemente, Lyden descobriu que os tumores podem enviar sinais, transportados por exossomas (nanovesículas produzidas por todas as células do corpo humano), que levam certas células da medula óssea a multiplicarem-se e a migrarem até ao cérebro onde induzem a formação de novos vasos sanguíneos que alimentam o tumor.

O investigador está, por isso, a desenvolver anticorpos que interferem com essas células procurando perceber como será possível torná-las alvos terapêuticos e bloquear a fase de metástase. Em termos de futuro é outro caminho para se desenvolverem drogas que previnam a metastização de certos tumores.

Núcleo de Doenças Auto-imunes da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
A artrite reumatoide é uma das doenças autoimunes que mais beneficiou da introdução de terapêuticas biológicas. Mas estas...

Continua a haver desigualdades no tratamento desta doença, lembra o Núcleo de Doenças Auto-imunes (NEDAI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna por ocasião do Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatoide, que se assinala no dia 5 de Abril. São 40 mil os portugueses que sofrem desta doença inflamatória crónica, de causa ainda desconhecida.

José Delgado Alves, coordenador do NEDAI, explica que “estes fármacos permitiram começar a discutir o conceito de remissão, isto é a possibilidade de o doente ficar sem sintomas ou com eles controlados. A entrada dos medicamentos biológicos permitiu aumentar essa percentagem, fundamentalmente à custa dos casos mais graves, que são obviamente os que mais nos preocupam e devem ser a prioridade”.

Segundo o especialista, o acesso desigual deve-se não só à prudência na prescrição resultante do preço elevado destes fármacos, (que pode não ser uniforme), mas também às “resistências e obstáculos colocados por muitas administrações hospitalares que ao tentarem limitar o orçamento da respectiva instituição se esquecem que esse dinheiro é na realidade de todos e para todos. Esses obstáculos acabam por resultar em prejuízo do doente em causa, promovendo a desigualdade de acesso, ainda mais condenável.

“O paradigma deste estado de coisas é a facilidade de prescrição em consultórios em relação à quantidade de dificuldades impostas nos hospitais, apesar de serem eles próprios os responsáveis pelos mecanismos de qualidade e segurança em vigor e em última instância os responsáveis pela disponibilização e pagamento destes fármacos”, esclarece José Delgado Alves.

Para debater este e outros problemas que afectam a artrite reumatoide e outras doenças auto-imunes, o NEDAI vai promover a sua 21ª reunião anual e o 4º Congresso Nacional de Autoimunidade de 16 a 18 de Abril, em Coimbra, um evento que conta com a colaboração e participação de muitas especialidades médicas que estão interessadas neste tipo de doenças e que querem colaborar num espírito aberto de entreajuda.

A principal preocupação nesta reunião será discutir o doente como um todo, porque, como refere José Delgado Alves, “nas doenças autoimunes sistémicas é mais importante o médico (ou a equipa) que sabe tratar a doença e as suas complicações, vendo o doente como um todo, do que a especialidade formal que tem. Entendo que estes doentes não devem ser tratados obrigatoriamente por uma ou outra especialidade específica, mas sim pela equipa que sabe de facto tratá-los por inteiro, qualquer que seja a sua formação de base. Por estas razões, acreditamos que a Medicina Interna é uma das especialidades mais preparadas para o fazer. E esse reconhecimento já existe no serviço nacional de saúde através de múltiplas consultas e unidades de Doenças auto-imunes da responsabilidade de especialistas de Medicina Interna, presentes em todo o país”.

www.papabem.pt
Papa Bem, o Projecto que pretende apoiar famílias e outros cuidadores na tarefa de promover o crescimento saudável das crianças...

Os conteúdos e materiais foram desenvolvidos no âmbito do programa Harvard Medical School Portugal, sob coordenação da Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa (ENSP-UNL) e a importância deste projecto foi já reconhecida enquanto exemplo de boas práticas no relatório “Um Futuro para a Saúde”, da Fundação Calouste Gulbenkian.

Tendo como inspiração projectos internacionais com provas dadas, como o recentemente galardoado HENRY – Health Exercise Nutrition for the Really Young, do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, mas totalmente adaptado à realidade portuguesa, “o Papa Bem surgiu para dar resposta ao crescente problema da obesidade infantil, tendo em conta que cerca de uma em cada três das crianças portuguesas já tem excesso de peso antes de entrar para a escola”, explica Isabel Loureiro, professora e investigadora ENSP-UNL.

“O Papa Bem tem como objectivo uma intervenção precoce na prevenção da obesidade, sendo pioneiro ao delinear estratégias de prevenção mesmo antes do nascimento, ou seja, ainda durante a gravidez”, refere a investigadora. A intervenção é feita, numa primeira fase, “através da disponibilização de conteúdos cientificamente validados e testados junto de profissionais de saúde e de pais”.

A segunda fase do Projecto é a sua implementação no terreno, através das “Comunidades Papa Bem”, que pretendem juntar sinergias dos Centros de Saúde, jardins-de-infância e creches, para chegar a cada vez mais pais e educadores. “As pessoas com quem a criança convive e os ambientes que frequenta exercem forte influência nos seus comportamentos e no seu desenvolvimento. É essencial a articulação entre o ambiente familiar e o ambiente institucional para apoiarem o seu crescimento saudável”, conclui Isabel Loureiro.

O Papa Bem, projecto coordenado pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP-UNL), em parceria com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, foi adoptado pela Direcção-Geral da Saúde, no âmbito do Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável, que colabora na sua disseminação e implementação.

Quercus
A Quercus de Vila Real apelou aos viticultores do Douro para abandonarem o uso de herbicidas, depois de o glifosato, que é...

“O glifosato é utilizado em todo o mundo na agricultura industrial. Em Portugal a utilização do glifosato é massiva na cultura da vinha, em especial nos vinhedos do Alto Douro Vinhateiro”, afirmou, em comunicado, o núcleo de Vila Real e Viseu da associação ambientalista.

Este produto integra a lista de cinco pesticidas que foram recentemente classificados como "possível ou provavelmente" cancerígenos para o homem pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC), estrutura da Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com a IARC, o glifosato foi encontrado no ar, na água e nos alimentos, e a população está particularmente exposta, por viver perto de áreas intervencionadas com o herbicida, ainda que os níveis de exposição observados sejam "geralmente baixos".

Perante esta “nova informação”, a Quercus lançou um apelo aos viticultores da região e “à coragem política dos autarcas para que a prática do uso de herbicidas seja abandonada e em alternativa sejam usados meios não químicos para controlo de plantas infestantes”.

A organização também considerou “preocupante a prática cada vez mais comum de aplicação de herbicidas em meio urbano por parte das autarquias locais”.

Deste modo, apelou a “uma especial atenção à aplicação deste produto na agricultura e nas zonas urbanas”.

A associação lembrou que, em colaboração com a Plataforma Transgénicos Fora, lançou no ano passado a campanha contra o uso de herbicidas em espaços públicos, desafiando as autarquias locais a subscreverem o manifesto “Autarquia sem Glifosato”.

Até ao momento subscreveram este manifesto os municípios de Braga, Castelo de Paiva, São Vicente (Madeira) e Vila Real, e oito juntas de freguesia.

Cirurgia estética não-invasiva
Imagine reduzir as gorduras localizadas sem cirurgia, sem cortes, sem dores ou convalescença.

Eliminar gordura localizada sem cirurgia e com uma técnica totalmente não-invasiva, sem os inconvenientes do processo cirúrgico, tais como anestesia, incisões, dores e convalescença. Não é uma lipoaspiração, mas funciona como uma, já que reduz o número de células de gordura no organismo. Trata-se de uma tecnologia exclusiva da Clínica do Tempo, presente na Parede, em Lisboa, no Porto e em Luanda, que utiliza dois ultra-sons de frequências diferentes, que actuam rompendo as membranas dos adipócitos, as células de gordura, preservando toda a integridade da pele, dos vasos sanguíneos, dos nervos e dos tecidos conjuntivos.

O Liposhaper, o nome da tecnologia, é feito numa única sessão, sendo possível perder até cerca de 12 cm de medidas corporais. “Não tem cortes, anestesia ou necessidade de recuperação. As zonas do corpo que podem ser tratadas são o abdómen, os flancos, as costas, as coxas, os glúteos ou os joelhos”, refere Humberto Barbosa, especialista em Nutrição e Longevidade e fundador da Clínica do Tempo, sublinhando que logo após o tratamento a pessoa pode fazer toda a sua vida normal, incluindo ir à praia, sem ficar com marcas ou dores.

Riscos associados

“Esta tecnologia tem sido utilizada em muitos milhares de pessoas em mais de 50 países em todo o mundo, desde a Europa ao Canadá e à Austrália. Para garantir a total segurança deste procedimento, foram e são feitos estudos e análises regulares, que incluem análises clínicas ao sangue, urina e fígado. Em nenhum dos milhares de análises de controlo, feitas por médicos e equipas independentes de diversos países, se identificou aumento dos níveis de colesterol quer no sangue quer no fígado”, garante o especialista em Nutrição.

Segundo Humberto Barbosa, na Clínica do Tempo já foram tratadas mais de 30 mil pessoas com esta técnica, sem qualquer tipo de reacção adversa ou indesejável, de todas as idades, sexos e condições económicas. “Somos procurados por mulheres e homens que precisam de eliminar gordura localizada, precisam de perder peso ou apenas pretendem fazer uma reeducação alimentar e tornar-se mais saudáveis”, diz o fundador da Clínica do Tempo.

As contra-indicações desta tecnologia reduzem-se a mulheres grávidas ou portadores de dispositivos cardíacos como o pacemaker. Também não pode ser utilizado sobre próteses internas, como as próteses de anca, por exemplo.

Os resultados

O Liposhaper baseia-se num processo natural de libertação de gordura. A gordura destruída é posteriormente eliminada, durante os 90 dias seguintes, pelas vias naturais do organismo.

“Os triglicéridos e os detritos celulares, provenientes das células adiposas rompidas pelos feixes de ultra-sons, são processados naturalmente pelo próprio organismo através de processos fisiológicos e metabólicos”, explica Humberto Barbosa, acrescentando que, o modo de eliminação é em tudo semelhante a um simples processo de emagrecimento através de um regime alimentar, em que o corpo vai metabolizando e usando a gordura como energia, não havendo qualquer acumulação de gordura no sangue ou no fígado. Ou seja, não há qualquer risco de elevar os níveis de colesterol em circulação no organismo.

A grande diferença está na velocidade a que é eliminada a gordura que se encontra localizada. Isto é, aquilo que se poderia alcançar (e nem sempre com os resultados pretendidos ao nível localizado) com 15 ou 20 meses de apenas reeducação alimentar, é conseguido, com uma única sessão de tratamento, em prazos que vão de um a três meses. Porém, o especialista da Clínica do Tempo salienta que “o lapso de tempo depende, evidentemente, do próprio tipo de gordura instalada, porque nem toda a massa gorda é igual e eliminada com a mesma rapidez”.

Os resultados mantêm-se no tempo, desde que se adopte uma nova educação alimentar e uma filosofia de vida saudável, referindo Humberto Barbosa que “não existe uma varinha mágica e o sucesso do tratamento também depende da disciplina e aplicação pessoal dos nossos clientes”. O director clínico indica que, em média, nove em cada 10 clientes fica satisfeito ou muito satisfeito.

Principais vantagens deste método

  • Sem cortes
  • Sem anestesia
  • Sem dor
  • Sem tempo de recuperação
  • Com redução eficaz de gordura localizada, que pode representar até cerca de menos 12 cm em medidas.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Estudo
Perto de duas em cada dez pessoas lésbicas, gay e bissexuais sentiram-se discriminadas nos serviços de saúde, revela um estudo...

Segundo o estudo da ILGA (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero) Portugal, entre as 547 pessoas inquiridas, 17% “já foi alvo de discriminação ou tratamento desadequado em contexto de saúde”.

“Os episódios de discriminação aconteceram em maior número nas áreas de medicina geral e familiar e ginecologia – e 87% das situações envolveu a participação de um/a profissional de saúde” -, lê-se no documento.

Os episódios incluem “comentários considerados desadequados”, “episódios de discriminação na doação de sangue por homens gays ou bissexuais” ou quando o profissional de saúde “presumiu a existência de comportamentos sexuais de risco pelo facto de o/a utente ser lésbica, gay ou bissexual”.

Por outro lado, os resultados da investigação “mostram, de modo inequívoco, que a invisibilidade das pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais ou transexuais) tende a ser a regra também no contexto de saúde”, sendo que a maioria dos participantes (72%, numa amostra de 558 inquiridos) “já foi consultada por um/a profissional de saúde que pressupôs que ela ou ele é heterossexual”.

Em declarações, o coordenador do estudo afirmou que este resultado era esperado, apontando que a invisibilidade relatada “é o substrato da discriminação que incide sobre esta população”, algo que “tem consequências práticas ao nível da prestação dos cuidados e do acesso das pessoas LGBT aos cuidados de saúde”.

Segundo Nuno Pinto, a abordagem por parte do profissional de saúde é assente na presunção da heterossexualidade, o que obriga a que sejam as pessoas LGBT a terem de quebrar o silêncio sobre a sua vida privada.

De facto, 29% dos inquiridos nunca falou sobre a sua orientação sexual com profissionais de saúde e 31% (entre 485) já mentiu sobre a sua orientação sexual ou comportamentos sexuais.

Por outro lado, 47% (entre 574 inquiridos) afirmou que o seu médico de família não conhece a sua orientação sexual e entre estes 16% admitiu que não se assumiu “por receio de quebra do sigilo profissional”.

As dificuldades estendem-se também aos cuidados prestados aos filhos menores com os inquiridos a admitir que o pediatra não sabe a sua orientação sexual ou a composição da família e 13% diz que a família já foi discriminada por causa da orientação sexual de um dos membros.

De entre 537 inquiridos, 38% afirmou já ter tido um problema de saúde relacionado com a sua orientação sexual e destes, 81% recorreu a serviços de saúde. 43% optou por não dizer qual era a sua orientação sexual.

Já no que diz respeito às pessoas transexuais, a maioria (69%) não está, nem esteve, a ser acompanhada em serviços de saúde, porque não sabe a que serviços dirigir-se ou porque tem receio de falar sobre a sua identidade de género.

“É preciso implementar políticas públicas que garantam que a estigmatização e a discriminação sobre estas pessoas LGBT não possam ser uma condicionante no acesso a cuidados de saúde”, defendeu o responsável da ILGA.

Acrescentou que os serviços de saúde têm de ser “adequados” e “competentes” e defendeu que os profissionais de saúde que estão no terreno a trabalhar com pessoas LGBT têm que ter formação.

O estudo, “Saúde em Igualdade – Pelo acesso a cuidados de saúde adequados e competentes para pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans”, foi realizado entre Junho de 2014 e Março de 2015.

Para o efeito foram efectuados dois questionários, um dirigido a pessoas lésbicas, gays e bissexuais e pessoas que têm comportamentos sexuais com pessoas do mesmo sexo, que foi preenchido por 600 inquiridos, e outro dirigido a pessoas transexuais, ou seja, pessoas cuja identidade de género não corresponde ao sexo de nascimento, ao qual responderam 29 pessoas.

Administração Regional de Saúde do Centro
A Administração Regional de Saúde do Centro anunciou que vai arrancar com um programa de redução do sal na alimentação da...

O protocolo de cooperação para a redução dos consumos alimentares de sal é assinado hoje, às 15:00 horas, entre Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), Fundação Portuguesa de Cardiologia e as empresas Eurest, Gertal, Itau, Uniself e Ica, que fornecem refeições para instituições, escolas, empresas e autarquias, entre outros.

"O acordo firma o compromisso de implementar, a nível regional, a estratégia de intervenção comunitária, visando a redução dos consumos alimentares de sal para os valores de referência, por faixa etária, da Organização Mundial de Saúde", especificou fonte do gabinete de comunicação da ARSC.

O programa insere-se no projecto minorsal.saúde, que pretende reduzir o sal adicionado na confecção dos alimentos, utilizando uma metodologia de intervenção baseada na diminuição progressiva e faseada.

"Estrategicamente, o minorsal.saude foi alinhado por princípios de parcerias com a indústria alimentar, empresas de distribuição, empresas de restauração coletiva e estruturado numa rede de serviços de saúde pública multidisciplinares (médicos de saúde pública, técnicos de saúde ambiental, técnicos de laboratório, nutricionistas e engenheiros sanitaristas)", explicou fonte da ARSC.

No âmbito deste projecto, foram implementadas as iniciativas pão.come e sopa.come, que incidem preferencialmente nos alimentos mais consumidos pela população portuguesa.

O programa pão.come envolve mais de mil padarias de 73 concelhos, enquanto o sopa.come encontra-se a ser implementado nos Agrupamentos de Centros de Saúde de Baixo Mondego, Baixo Vouga, Pinhal Interior, Pinhal Litoral, e na Unidade Local de Saúde da Guarda.

Estudo revela
A sustentabilidade do subsistema de saúde da função pública ADSE pode "estar em risco a prazo", caso se mantenha ...

Os dados recolhidos por esta escola de negócios, com sede em Matosinhos, distrito do Porto, mostram que, todos os meses, cerca de duas centenas de trabalhadores renunciam à ADSE - Direcção Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública.

A análise aponta que, desde 2012, mais de 4.000 beneficiários abandonaram, "por opção", a ADSE, o que corresponde a 0,003% do número total de beneficiários.

"Apesar da actual sustentabilidade financeira, o futuro da ADSE poderá estar em risco, caso se mantenha o ritmo de renúncia dos titulares com vencimentos mais elevados e a despesa média com cuidados de saúde dos beneficiários aumente", lê-se nas conclusões do estudo encomendado pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada.

Quando se refere à "actual sustentabilidade financeira", a análise feita por uma equipa de especialistas em finanças e gestão de serviços de saúde está a ter em conta que, em 2014, a ADSE registou um valor de excedente superior a 200 milhões de euros, "apesar do número de saídas de titulares".

O "Relatório sobre a sustentabilidade da ADSE" diz que este subsistema de saúde "só será sustentável nos próximos 20 anos, desde que se mantenham as suas actuais características".

A recente passagem da ADSE para a alçada do Ministério da Saúde "pode diminuir essas vantagens percebidas, agravando o número de renúncias dos titulares", alerta a equipa da Porto Business School.

A sustentabilidade da ADSE está nos funcionários públicos que a financiam e que podem optar, ou não, por este subsistema de saúde e, portanto, aponta o estudo, "se todos os titulares com contribuições superiores a três vezes a despesa esperada do seu agregado familiar renunciassem, a previsão de sustentabilidade financeira da ADSE seria reduzida em perto de uma década".

"É, por isso, fundamental que os beneficiários valorizem os atributos da ADSE, nomeadamente a liberdade de escolha do prestador de serviços e o acesso a uma rede de serviços mais vasta e personalizada do que a do Serviço Nacional de Saúde", conclui o relatório.

Outra solução identificada pelos especialistas é a da implementação de valores máximos de contribuição, de forma a diminuir a probabilidade de renúncias.

"É fundamental que a ADSE seja considerada como um fundo com autonomia administrativa e financeira, para que possa fazer uma gestão eficiente dos excedentes acumulados", também se lê nas conclusões desta análise que, por fim, recomenda que, "nos primeiros anos, as contribuições sejam capitalizadas a favor do sistema, estando destinadas ao financiamento de despesas futuras dos beneficiários".

8 conselhos
Uma equipa de nutricionistas dá oito conselhos que vão ajudar a controlar os números na balança.

Muitas pessoas aproveitam para fazer uma pausa durante o período da Páscoa e viajar. Em família ou com amigos, estar fora de casa, mudar de rotina e ausência da prática de exercício são condições favoráveis ao descuido da alimentação e hidratação do corpo, o que se pode reflectir num indesejado aumento de peso.

Conselhos para aproveitar a Páscoa e manter o peso:

1. Prepare refeições ligeiras e frescas: A Páscoa coincide com o início da primavera e as temperaturas já começam a subir, aproveite os graus a mais para fazer refeições mais leves e frescas que ajudam a combater o calor e a manter um peso saudável.

2. Dizer NÃO às compras compulsivas: No período da Páscoa, os chocolates e doces específicos desta época tomam conta das prateleiras das superfícies comerciais. Cuidado! Planifique os menus e faça uma lista de compras, desta forma vai evitar ceder a tentações. Vá ao supermercado com tempo e sem fome.

3. Escolher a comida antes de entrar no restaurante: É normal que não apeteça cozinhar nos dias de descanso, assim, no restaurante decida o que irá comer e peça antes dos seus acompanhantes para não ter hipóteses de mudar de opinião.

4. Manter cinco refeições por dia: Fora de casa, as horas passam e nem nos damos conta. No entanto, é importante manter uma rotina e tentar estabelecer um horário, desta forma consegue distribuir correctamente a ingestão de calorias e manter um trânsito intestinal estável.

5. Hidratar para combater o calor: Para alguns, a Páscoa coincide com os primeiros dias de praia do ano, é importante ter atenção à ingestão de água, chás frios ou refrescos sem açúcar de forma regular, assim conseguirá cumprir os 2-2,5L de líquidos de que precisa diariamente.

6. Procurar uma alternativa aos gelados: Um passeio e temperaturas primaveris combinam com gelados, mas é preciso lutar contra estes inimigos da linha. Os batidos, granizados ou gelados de iogurte são bons aliados no primavera, têm menos calorias que um gelado e são igualmente refrescantes.

7. Resistir ao buffet livre: É normal os grupos optarem por um buffet livre para que cada um possa decidir o que comer, decida antes de todos o que vai comer e dirija-se a esses alimentos sem olhar para os lados.

8. Não esquecer o exercício: Estar num lugar diferente é uma boa oportunidade de o explorar enquanto faz exercício. Ir à praia, fazer passeios ou andar de bicicleta é uma forma simpática de se manter em forma.

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
OMS
A solução para acabar com surtos de Ébola da amplitude do actual passa sobretudo pelo reforço dos sistemas de saúde, considera...

De acordo com o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado na segunda-feira, a “maior e mais longa” epidemia de Ébola já matou 10.299 pessoas num total de 24.842 casos registados, essencialmente em três países da África Ocidental: Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa.

Marie-Paule Kieny, directora-geral adjunta da OMS para os Sistemas de Saúde e Inovação, defende num texto publicado no ‘site’ da organização que a resposta a surtos deste tipo está na criação de sistemas de saúde integrados e flexíveis “que possam reagir e de modo proactivo a qualquer ameaça futura”.

A agência das Nações Unidas tem feito avaliações sobre o que se passou em 2014 e uma das principais “lições” que retirou foi a de que “países com sistemas de saúde fracos e poucas infraestruturas básicas de saúde pública não podem defender-se” face a uma situação como esta.

“A evolução da crise sublinhou uma questão defendida frequentemente pela OMS: sistemas de saúde justos e inclusivos são a base da estabilidade social, resiliência e saúde económica”, indica um texto sobre “Resposta ao Ébola” divulgado na página da organização na Internet.

Segundo o mesmo texto, confirmou-se que a preparação para fazer face à doença, “incluindo um alto nível de vigilância de casos importados e a prontidão para tratar o primeiro caso confirmado como uma emergência nacional fez toda a diferença”.

Países onde houve uma boa vigilância, que tiveram apoio de laboratório e que agiram sem demora, como a Nigéria, o Senegal e o Mali, “foram capazes de derrotar o vírus antes de ele se instalar”, adianta a OMS.

Em relação às medidas de controlo da propagação da doença, a OMS assinala que nenhuma medida, por si só, é suficiente, “todas as medidas de controlo devem trabalhar em conjunto e em uníssono”.

São necessárias a detecção e o diagnóstico rápidos, os locais para isolar os infectados, um bom tratamento, o rastreio dos contactos que o doente teve, porque “a fraqueza de uma das medidas prejudica as outras”.

O que a experiência mostrou foi que subjacente ao sucesso de todas as medidas de controlo está o “envolvimento da comunidade”. “É o eixo de um controlo bem-sucedido”, refere a OMS no mesmo texto.

O surto iniciou-se na Guiné-Conacri no final de Dezembro de 2013, mas o vírus na sua origem só é identificado a 22 de Março, quando já regista 59 mortes. A 8 de Agosto a OMS declara-o "emergência de saúde pública mundial".

O modo como a agência das Nações Unidas especializada em saúde pública internacional reagiu ao surto da febre hemorrágica conhecida desde 1976 tem sido criticada.

A OMS afirma que se mobilizou “desde o início e a todos os níveis”, mas reconhece que a sua resposta à epidemia foi lenta e insuficiente.

Um comité independente encarregado de analisar a resposta da OMS deve apresentar as suas primeiras conclusões na próxima assembleia geral da organização em Maio.

Direcção-Geral da Saúde
Um em cada três casos de tuberculose multirresistente em Portugal é extremamente resistente e há situações de quase totalmente...

Durante a apresentação pública dos dados de tuberculose relativos a 2014, a coordenadora nacional da luta contra a tuberculose, da Direcção-Geral da Saúde (DGS), Raquel Duarte, afirmou contudo que existem actualmente poucos casos de tuberculose multirresistente.

Na União Europeia (UE), 4,1% dos casos são multirresistentes, uma “situação grave que podemos não tratar”, disse a responsável.

“Em Portugal não é um problema tão grave, pois só 0,9% dos casos foram multirresistentes. Estamos em situação privilegiada face à EU. Temos poucos multirresistentes, 30% dos multirresistentes são extremamente resistentes, mas há situações de quase totalmente resistentes e precisamos de novos fármacos”, acrescentou.

A necessidade de novos fármacos e até de uma boa vacina é fundamental para lutar contra estes casos, consideram as autoridades de saúde.

O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, deixou, a propósito, uma crítica à comunidade de investigação médica e farmacêutica, para quem a tuberculose tem sido uma das doenças mais ignoradas.

“A tuberculose não é uma ameaça do passado, é uma doença bem presente. Têm surgido estirpes cada vez mais resistentes”, afirmou.

No entanto, a forma mais comum de tuberculose é tratável e se for tratada, durante o tempo preconizado, é possível atingir a cura, esclareceu Raquel Duarte.

Para alcançar este objectivo é necessário apostar mais no diagnóstico precoce – para o que é determinante a educação da população, a melhoria de acesso aos cuidados de saúde e bons meios complementares de diagnóstico –, no tratamento e na adesão ao tratamento.

Mas o combate à tuberculose vai mais além, não chega tratar e prevenir, há uma componente social, económica e populacional, é uma doença multidisciplinar, destaca Raquel Duarte.

Olhando para esses indicadores, a responsável identifica a infecção por VIH, o desemprego e o número de médicos como os fatores de maior impacto no aumento ou diminuição dos casos de tuberculose.

Tendo por referência de base cem mil habitantes, por cada novos dez casos de VIH há um aumento de 2,5 casos de tuberculose e por cada mil novos desempregados há um novo caso de tuberculose.

Do lado positivo constata-se que o aumento de 10 médicos por cada cem mil habitantes leva à redução de cinco novos casos de tuberculose por cem mil habitantes.

Em 2014, Portugal ficou pela primeira vez abaixo dos 20 novos casos de tuberculose por cada cem mil habitantes, um valor que é preciso manter na linha descensional em direcção aos 15 e, depois, aos 10 casos, considerou o director do programa nacional para a infecção VIH/SIDA e Tuberculose.

António Diniz sublinhou que, até ao momento, Portugal soube cumprir os objectivos a que se propôs na luta contra a tuberculose: “melhor é possível em 2012” e “tornar Portugal um país de baixa incidência de tuberculose em 2014”.

Para 2015 fica o desafio de “centrar a atenção nos grandes centros urbanos” (Lisboa e Porto), onde a incidência ainda se mantém acima dos 20 casos por cem mil habitantes.

Em 2014
A Sociedade Portuguesa de Transplantação anunciou que em 2014 realizaram-se menos 42 transplantes do que no ano anterior, uma...

“A diminuição do número geral de transplantes, que afectou particularmente a transplantação renal, preocupa-nos seriamente”, afirma o presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), Fernando Macário.

Para tentar inverter esta tendência de quebra e encontrar soluções para aumentar a actividade, em particular o transplante com dador vivo, a Sociedade Portuguesa de Transplantação vai organizar na sexta-feira e no sábado, no Porto, um fórum aberto a todos os profissionais de saúde.

“A doação de órgãos em vida é uma das soluções possíveis e deve ser incentivada. É por esse motivo que vamos dedicar este fórum a analisar a doação em vida nos transplantes de rim, fígado e pulmão, bem como o programa nacional de doação cruzada”, acrescenta Fernando Macário.

Segundo o responsável, a diminuição não afectou só os transplantes realizados, mas também as dádivas efectuadas. Em 2014 foram colhidos menos 30 órgãos e houve menos 6 dadores (289 dadores em 2014 e 295 em 2013). Já o número de transplantes renais com dador vivo manteve-se idêntico a 2013 (51 transplantes).

Segundo a SPT, as “boas notícias” registam-se nos transplantes de fígado, pulmão e pâncreas. Aumentou o número de transplantes hepáticos com dador vivo (5 transplantes em 2014 e 3 transplantes em 2013), registou-se o maior número de transplantes pulmonares dos últimos 5 anos (19 transplantes) e o transplante pancreático atingiu níveis superiores aos dos últimos 5 anos (26 transplantes).

O Fórum de Transplantação contará com a presença de María de la Oliva Valentín Muñoz, da Organização Nacional de Transplantes de Espanha, país com “maior sucesso na actividade de colheita de órgãos e de transplantação do mundo”, e que na sua conferência irá transmitir a sua experiência.

DGS e SEF
A Direcção-Geral da Saúde e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras vão colaborar na identificação de imigrantes que entrem no...

Durante a apresentação dos dados relativos à incidência de tuberculose em Portugal em 2014, o director do programa nacional para a infecção VIH/Sida e Tuberculose, António Diniz, traçou os principais objectivos para 2015, com vista a diminuir a incidência da doença nos grupos de risco, numa altura em que Portugal apresenta, pela primeira vez, menos de 20 novos casos por cem mil habitantes.

O panorama actual aponta para uma concentração de casos de tuberculose em grupo de risco, enquanto os dados gerais do país revelam uma variação de 19,3 casos por cem mil habitantes para 12,7, o que traduz uma redução de 4,1% ao ano (mais do que a média europeia e do que a média mundial, esta de 2%).

Os imigrantes são população de risco para a tuberculose, porque quem imigra vem normalmente de países mais pobres, onde existe uma taxa de incidência maior, pelo que a probabilidade de vir com tuberculose latente e desenvolver a doença no futuro é maior, explicou Raquel Duarte, coordenadora da luta contra a tuberculose, da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

“Temos de garantir que estas pessoas têm rápido acesso aos cuidados de saúde. Se um indivíduo tiver suspeita de tuberculose tem o acesso aos cuidados igual a um residente”, sublinhou.

A responsável esclareceu que a dificuldade pode estar a montante, no acesso do imigrante aos cuidados gerais (antes de ter a doença diagnosticada), por estar, por exemplo, em situação irregular, o que leva ao retardar do diagnóstico.

Nessa medida, António Diniz afirma que em 2015 vai ser aprovado um protocolo de colaboração entre a DGS e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), para identificar situações que carecem de ser encaminhadas para serviços de saúde.

Outros alvos de reforço das acções de saúde no combate à tuberculose são os centros urbanos de Lisboa e do Porto que, apesar de terem sido as zonas onde houve maior redução de casos, continuam a ser os únicos locais do país onde a incidência se mantém superior aos 20 casos por cem mil habitantes.

Neste âmbito estão previstos igualmente protocolos de colaboração entre a DGS e as autarquias, com vista a assegurar o acesso ao tratamento de toda a população.

O reforço dos rastreios junto a reclusos que vão entrar para os estabelecimentos prisionais também vai ser reforçado, no âmbito do protocolo já existente com a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.

Em 2012 houve um surto entre a população prisional, tirando isto, a incidência é muito superior à da população livre, explicou Raquel Duarte, considerando que, “claramente, é preciso actuar nesta população, determinar regras e abordagens”.

Fazer um corte na cadeia de transmissão imediatamente antes da entrada de um recluso nos serviços prisionais é fundamental para impedir surtos e a rápida propagação dentro da cadeia.

A DGS vai ainda aprovar uma norma de orientação clínica para abordar tuberculose latente no âmbito da infecção por VIH, já que Portugal é um dos países com maior proporção de tuberculose em VIH, diz Raquel Duarte.

Em 2013, de todos os casos de tuberculose notificados, foram confirmados laboratorialmente 62,1%, na EU, e 65,9%, em Portugal, sendo que, destes doentes com tuberculose, 5% também tinham infecção por VIH.

Em Coimbra
A consulta do jovem universitário, apresentada em Coimbra, pode ajudar a combater o insucesso no aproveitamento dos estudantes,...

“A razão principal pela qual o abandono dos estudos ocorre é o insucesso escolar”, disse o reitor da Universidade de Coimbra (UC), João Gabriel Silva, ao intervir na assinatura de um protocolo de colaboração entre a instituição e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) para a criação daquele novo serviço à comunidade.

A consulta do jovem universitário visa diagnosticar e acompanhar todos os alunos da UC que revelem problemas psiquiátricos, incluindo os estrangeiros que frequentam diferentes faculdades.

“Cada vez que o Hospital e a Universidade se aproximam, a cidade passa a ser uma cidade maior”, afirmou, por seu turno, o presidente do conselho de administração do CHUC.

José Martins Nunes salientou que a nova consulta vem confirmar “a abertura do Hospital à comunidade” e contribuir para a aposta do CHUC e da Universidade na área da investigação.

“Não era admissível que tivéssemos um vazio de resposta para esta população”, reconheceu António Reis Marques, diretor do Centro de Responsabilidade Integrado de Psiquiatria e Saúde Mental do CHUC, que promove a consulta em colaboração com o Centro de Estudos e Intervenção no Adulto Jovem da UC, coordenado pelo investigador Nuno Madeira, e os Serviços de Gestão da Segurança no Trabalho da Universidade.

Reis Marques disse que o novo serviço poderá ajudar os jovens a enfrentar problemas ao nível do rendimento escolar, da procura de emprego e da integração na comunidade local e académica, entre outros.

O abandono dos estudos superiores “é algo de que as pessoas não querem falar”, referiu João Gabriel Silva, segundo o qual, “quando alguém não chega ao fim”, isso representa “também um falhanço” para a própria Universidade.

O reitor realçou que a UC tem cada vez “mais estudantes deslocados” de outros países, sobretudo dos estados lusófonos, o que representa “um factor adicional” com que a instituição tem de lidar ao nível da integração dos alunos.

A consulta do jovem universitário será prestada por uma equipa multidisciplinar de profissionais de psiquiatria e saúde mental e inclui uma vertente destinada a “promover o conhecimento científico” em saúde mental na população alvo.

O Dia do Estudante, que hoje se comemora evocando a luta estudantil de 1962, foi escolhido pelas entidades subscritoras para a assinatura do protocolo de colaboração.

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