Nos Açores
O presidente do Governo dos Açores disse que o novo modelo de apoio a doentes deslocados, dentro da região e para fora do...

“Estamos a concluir aquele que é o novo modelo de apoio à deslocação de doentes e que além de diferenças significativas na sua filosofia e metodologia, no fundo, visa apoiar mais quem mais precisa”, afirmou Vasco Cordeiro aos jornalistas, após uma visita às obras do futuro Centro de Saúde de Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel.

O chefe do executivo açoriano, que estimou que o novo modelo seja publicado dentro de duas semanas no Jornal Oficial da região autónoma, revelou que será aumentado o apoio dado aos doentes e que o modelo deixa de ter por base o número de dias de deslocação para ter em conta os rendimentos do agregado familiar.

“Por exemplo, no modelo actual, um açoriano que necessite de se deslocar da sua ilha ou para fora da nossa região para cuidados médicos de saúde, se essa deslocação for até 30 dias, tem um apoio na ordem dos 20 euros [diários]. De acordo com o novo modelo, o primeiro escalão permitirá um apoio diário à volta de 45 euros”, disse Vasco Cordeiro, reconhecendo tratar-se de “um investimento significativo”.

Segundo explicou Vasco Cordeiro, o novo modelo procura introduzir “mais justiça” e passa o apoio a ser dado em função dos rendimentos dos doentes e do seu agregado familiar.

Questionado sobre o apoio dado aos acompanhantes, Vasco Cordeiro afirmou que no caso do primeiro escalão, o apoio mantém-se “mais ou menos como é actualmente”.

Relativamente ao futuro Centro de Saúde de Ponta Delgada, a obra deverá ser inaugurada até ao final do ano, sendo que o edifício de quatro pisos, com área de 10.500 metros quadrados, contará com 87 gabinetes, 40 médicos e 27 enfermeiros.

“Uma obra que decorre dentro do seu calendário. Uma obra que também decorre dentro do seu cronograma de execução financeira e que num investimento de mais de 16 milhões de euros permite dotar de melhores condições o Serviço Regional de Saúde”, afirmou Vasco Cordeiro.

O governante destacou que nos últimos anos o investimento do executivo regional em infraestruturas do Serviço Regional de Saúde ascende a 50 milhões de euros, incluindo obras como a ampliação do Centro de Saúde de Vila do Porto (ilha de Santa Maria), Bloco C do Hospital da Horta (faial), novo Centro de Saúde da Madalena (Pico), entre outros.

Vasco Cordeiro lembrou, ainda, que o Governo açoriano tem apoiado a iniciativa privada na área da saúde, apontando o caso do futuro centro de radioterapia em Ponta Delgada, o que considerou que contribui para “fortalecer as condições de acessibilidade” dos açorianos aos serviços de saúde.

Organização Mundial de Saúde apela
A Organização Mundial da Saúde apelou à adopção das "seringas inteligentes", numa campanha global para acabar com as...

De acordo com um estudo da agência das Nações Unidas, lançado no ano passado, a má utilização de injecções causou em 2010, a infecção de mais de dois milhões de pessoas com o vírus da hepatite B e C, e de até 33.800 casos de VIH, vírus que provoca a sida.

Em nota divulgada na sua página da Internet, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apela aos doadores para apoiarem a transição para as novas "seringas inteligentes", mais caras que as não seguras mas equipadas com um sistema de bloqueio de uma segunda aplicação, prevendo que os preços venham a cair proximamente face ao aumento da procura.

A OMS salienta a necessidade de reduzir o número de injecções desnecessárias para reduzir riscos, destacando a importância de consciencializar as pessoas para a segurança na administração de injecções, nomeadamente os dispositivos que protegem os trabalhadores da saúde contra ferimentos acidentais provocados pela agulha e consequente exposição à infecção.

Segundo estimativas da OMS, há 16 mil milhões de injecções administradas a cada ano, das quais 5% são injecções imunizantes para crianças e adultos, e outras 5% são de outros procedimentos, como transfusões de sangue e contraceptivos injectáveis.

Os restantes 90% das injecções são aplicadas no músculo (via intramuscular) ou da pele (por via subcutânea ou intradérmica) para administrar medicamentos, mas “em muitos casos, estas injecções são desnecessárias ou podem ser substituídas por medicação oral”, afirma a OMS.

Citado no comunicado, Gottfried Hirnschall, director do departamento VIH da OMS, considerou que a adopção de “novas seringas inteligentes" até 2020 deve ser “uma prioridade urgente para todos os países”, até porque “é absolutamente fundamental para proteger as pessoas em todo o mundo de se infectarem com o VIH, as hepatites e outras doenças”.

Documento da ARS revela
A região de Lisboa e Vale do Tejo, onde vivem 3,6 milhões de pessoas, tinha em 2011 mais de um terço dos sem-abrigo residentes...

O Perfil de Saúde e Seus Determinantes da Região de Lisboa e Vale do Tejo 2015, que será apresentado terça-feira, tem dados de 2011 e 2012.

O documento indica que, em 2011, foram contabilizados 261 sem-abrigo, o que representa 37,5% da população residente sem-abrigo de Portugal e 39,4% da do continente.

Em 2012, os dados referem que o índice de dependência de jovens (24,1), o índice de dependência de idosos (30,9) e o índice de dependência total (55,1) aumentaram, comparativamente a 2001.

Nesse período, o grupo etário com maior número de efectivos foi o dos 25 aos 64 anos, com cerca de 2.023.700 habitantes, o que representa mais de 50% da população da região.

A população idosa, com 65 ou mais anos, representava nesse ano 19% da população da região e os muito idosos (75 ou mais anos), 8,9%.

A taxa bruta de natalidade tem decrescido desde o ano 2003: 12,1 nados-vivos por mil habitantes, em 2000, e 9,8 nados-vivos por mil habitantes, em 2012.

Em relação à taxa de mortalidade, esta passou de 5,9 óbitos infantis por 1000 nados-vivos no triénio 1996-1998 para 3,2 óbitos infantis por 1000 nados vivos no triénio 2005-2007.

Em 2012, a taxa bruta de mortalidade nesta região (10%) era semelhante à do continente (10,3%).

O documento refere que, entre 2001 e 2011, se registou uma diminuição da despesa em cultura e desporto na região (menos 16,3%, o que corresponde a menos 33.230 mil euros).

Em 2011, a despesa em cultura e desporto (170.915 mil euros), representava 25,2% desta despesa a nível nacional.

A taxa de criminalidade na Região foi, em 2011, de 44,4 crimes por mil indivíduos da população residente, valor superior ao registado a nível nacional e de Portugal Continental.

II Congresso Nacional de Psicogerontologia
“A intervenção na promoção a qualidade de vida no processo de reforma e envelhecimento activo deve p
Envelhecimento activo

A Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Lusíada de Lisboa vai organizar, dia 25 de Fevereiro, o 2.º Congresso Nacional de Psicogerontologia. O congresso está subordinado ao tema "Saúde e estilo de vida" e tem, como principal objectivo, a promoção do debate entre "investigadores e outros profissionais especialistas na área da psicologia, psiquiatria, gerontologia, geriatria, medicina e serviço social nomeadamente na definição de conceitos e nas suas implicações para as práticas pessoais, interpessoais, profissionais e sociais dos participantes".

Entre diversas conferências e mesas temáticas, vai ser apresentado o relatório do Estudo "Qualidade de Vida no Processo de Reforma e Envelhecimento Activo". O Atlas da Saúde esteve à conversa com uma das coordenadoras do estudo – Prof.ª Tânia Gaspar – que nos adiantou os principais resultados do relatório.

Objectivos do estudo
O estudo pretendeu compreender a caracterizar os factores psicossociais e profissionais promotores de qualidade de vida no processo de reforma e envelhecimento activo e ser um contributo para a identificação de necessidades e planeamento de medidas conducentes à promoção de um processo de reforma e um envelhecimento com maior qualidade de vida em Portugal.

O estudo confirma que a Qualidade de Vida (QV) dos participantes está relacionada com a sua saúde física, psicológica e social/relacional, mas também no seu sentido face à vida, expectativas, cultura e valores. Nesse sentido, uma das principais ideias a reter é de que "a maioria da população estudada reflecte valores satisfatórios ao nível de todas as variáveis estudadas”. Na opinião de Tânia Gaspar “a satisfação moderada dos participantes com a qualidade de vida, factores psicossociais do trabalho, suporte social, sentido da vida e espiritualidade, explica-se, essencialmente, pela satisfação e apoio com as redes de suporte informais, nomeadamente a família, os amigos e serviços tradicionais locais”.

Principais conclusões
O estudo permitiu, conforme nos conta Tânia Gaspar, “melhor compreender os factores que influenciam a QV, para além de ter sido possível identificar factores sociodemográficos que podem ser considerados factores de risco e factores protectores da QV, e que devem ser optimizados e mantidos, na população de maior risco”.

“As pessoas com menor suporte social, pessoas com mais de 61 anos, pessoas com nível de literacia mais baixo e reformados sem actividade profissional activa foram as populações identificados com maior factores de risco”, refere a especialista acrescentando que, “como factores protectores nas pessoas com 61 anos ou mais salientamos a maior satisfação com a família e uma melhor gestão do stress/burnout e pressão do trabalho”.

A espiritualidade, descrita no estudo como as crenças, fé e optimismo surgem como uma forma de lidar com momentos mais difíceis e promovem esperança no futuro. “Embora importante para a maioria dos participantes, a espiritualidade pode ser vista como um factor protector para as mulheres, para as pessoas com doença crónica, para as pessoas reformadas sem actividade profissional”, explica a professora.

O que fazer com este conhecimento?
Uma lacuna identificada no estudo, diz Tânia Gaspar, “é a menor satisfação dos participantes com as respostas do contexto em relação à saúde”. Principalmente no acesso à saúde e informação relacionada com esta temática, bem como uma menor satisfação dos participantes com as actividades relacionadas com o suporte social.

O estudo verificou ainda que “ser reformado com actividade profissional, viver em casa própria e ter maior literacia são factores protectores, estes devem ser promovidos e devem ser incluídos em medidas e programas de promoção de um envelhecimento mais saudável e positivo”, explica a professora.

Deste modo, a coordenadora do estudo, comenta que uma das medidas a tomar deve ser a disponibilização de um maior e melhor acesso à saúde e informação de saúde adequada às necessidades da população. Para além disso, “deve-se criar e dinamizar estruturas promotoras de actividades sociais com qualidade, diversidade e numa perspectiva intergeracional, que previnam o isolamento mas respeitem a individualidade e contributo de cada um”.

Melhorar a qualidade de vida
Mas afinal como se pode melhorar a qualidade de vida no processo de reforma e envelhecimento activo? Tânia Gaspar refere que, “a intervenção na promoção a qualidade de vida no processo de reforma e envelhecimento activo deve passar por uma abordagem ecológica, envolvendo as pessoas, as suas famílias, a comunidade e também o poder político”.

Além do que já foi dito, Tânia Gaspar salienta dois resultados muito relevantes deste estudo:

1- O papel de relevo que o sentido da vida/objectivos de vida tem para a qualidade de vida, satisfação com o trabalho, satisfação com suporte social e espiritualidade. A procura de felicidade, significado e vontade de viver, assim como a abertura à mudança e a novas experiências são ingredientes fundamentais para que as pessoas façam uma gestão desta etapa das suas vidas com optimismo, iniciativa e envolvimento activo e consequentemente tenham um processo de reforma e um envelhecimento positivo;

2- Os reformados com actividade profissional são os participantes que revelam melhores indicadores de satisfação. Mais do que os participantes que estão empregados ou reformados sem actividade profissional. Este aspecto revela que é fundamental, após a reforma, que as pessoas mantenham uma actividade que lhes permita manterem um papel activo na sociedade e que continuem a contribuir com o seu conhecimento, experiência e iniciativa para a mesma.

Esse papel não terá de ser a continuidade da mesma actividade profissional, nem com a mesma intensidade e frequência. Por outro lado são os participantes com 60 anos ou menos que têm mais dificuldade em gerir o stress/burnout e pressão no trabalho, as medidas de promoção de qualidade de vida e de prevenção dos factores psicossociais de risco no trabalho, devem incidir na promoção de competências de gestão do stress e burnout, assim como proporcionar condições psicossociais de trabalho mais favoráveis, nomeadamente melhoria da relação com as chefias, maior autonomia, melhor articulação satisfação/qualidade trabalho/família.

Continuidade do estudo
Participaram neste estudo 1330 pessoas, dos 55 aos 75 anos de idade; a maioria da Grande Lisboa e do género feminino (62,2%). Cerca de metade com idade até aos 60 anos e outra metade com 61 anos ou mais de idade. A maioria casada e com filhos, sendo que um quarto são licenciados e cerca de um quinto têm o 1º ciclo e outro um quinto tem o 12º completo. Metade da população integrante no estudo tem actividade profissional activa e a outra metade está reformada. Mais de um terço tem uma doença que afecta o seu dia-a-dia.

Perante a importância deste relatório está previsto o desenvolvimento de um estudo qualitativo, através de entrevistas a pessoas com idade entre os 55 e os 75 anos de idade, empregadores e profissionais que trabalhem com população dentro deste grupo etário para melhor compreender os resultados do estudo e avaliar a pertinência e viabilidade das medidas de intervenção propostas.

A par desta deste avanço e no âmbito da intervenção a equipa Aventura Social, na sequência do Projecto Dream Teens, propõe-se desenvolver o Projecto Dream YOld com objectivo de promover a participação social activa, e dar uma maior visibilidade e "voz", mais envolvimento social e melhor qualidade de vida a todos, no processo de envelhecimento. Participe e saiba mais em http://www.aventurasocial-associacao.com

Este projecto tem a participação de elementos do Gabinete de Aconselhamento Psicológico da Universidade Lusíada e da Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa e pretende envolver diversas Juntas de Freguesia e Centros Sociais e Paroquiais.

Para já, no dia 25 de Fevereiro, data do II Congresso Nacional de Psicogerontologia, será divulgado o relatório do estudo e, posteriormente, divulgados os resultados pelos parceiros, municípios e poder político, assim como disseminação para a comunidade científica.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Por unanimidade
Olivier Brandicourt, conta com mais de 28 anos de experiência na indústria farmacêutica e até à data exercia o cargo de...

Com formação académica em medicina, durante a sua carreira Olivier Brandicourt exerceu diversas posições seniores na Europa, Canadá e Estados Unidos. Enquanto responsável por diferentes departamentos chave da saúde, adquiriu uma vasta experiência e profundo conhecimento da indústria farmacêutica, liderou o lançamento de muitos medicamentos novos e implementou aquisições e fusões estratégicas.

Serge Weinberg, Presidente do Conselho de Administração da Sanofi, declarou, “A Sanofi realizou um processo de seleção rigoroso para identificar a pessoa certa para liderar a Sanofi e para a fazer avançar numa altura tão importante para a nossa Companhia. Estou muito satisfeito por Olivier Brandicourt ser o próximo CEO da Sanofi. A vasta experiência de Olivier Brandicourt associada ao seu perfil internacional e ao profundo conhecimento dos Estados Unidos e dos mercados emergentes, bem como a sua capacidade para unir as equipas dará à estratégia de diversificação e inovação da Sanofi um novo dinamismo.”

No seguimento do acordo assumido com a sua anterior companhia, Olivier Brandicourt assumirá efectivamente a posição de CEO da Sanofi no dia 2 de Abril de 2015.

Militares dizem
A Associação de Oficiais das Forças Armadas alertou para a possibilidade de mais de 12 mil cônjuges deixarem de receber...

"As condições leoninas, em termos de descontos aos militares, que são impostas, embora com o direito de opção, mais parecem visar o afastamento da assistência médica no subsistema de saúde ADM (Forças Armadas e GNR) de um universo que atinge mais de 12 mil cônjuges", lê-se num comunicado divulgado pela A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA).

Em causa está a aprovação de um diploma por parte do Governo que, caso entre em vigor, define que o acesso ao direito à ADM passa a ser facultativo para os cônjuges que aufiram rendimentos, provenientes de actividade exercida no âmbito do sector privado ou por conta própria.

Essa opção poderá ser efectuada ao longo dos próximos três meses mediante um desconto ao militar de 3,5% sobre 79% da respectiva remuneração base (excluindo o suplemento de condição militar) e, no caso dos militares que se encontrem em situação de reforma, incide sobre o total das suas pensões, tal como nas pensões de viuvez.

Numa nota informativa emitida pelas Associações Profissionais de Militares (APM) é realçada a convicção de que é "justo e adequado que os cônjuges de todos os militares devem beneficiar do direito à assistência sanitária", isto, "sem que, da parte destes, tenha que se verificar desconto para a ADM".

As alterações introduzidas neste regime são apelidadas de "injustas" pelas APM.

Já no início da semana passada, os responsáveis da AOFA tinham denunciado que o executivo da maioria PSD/CDS-PP está "em guerra" com os militares, reagindo à alteração aos regimes específicos de assistência na doença dos seus familiares.

"A realidade impõe-se: estamos em guerra. Uma guerra que não utilizando meios militares, nem por isso deixa de ser uma guerra! Porque morre gente, porque é semeada a pobreza e a miséria, porque há refugiados eufemisticamente designados de emigrantes forçados pelos líderes do seu próprio país a abandoná-lo", lê-se em comunicado.

O Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira a possibilidade de "cônjuges ou unidos de facto dos beneficiários, titulares dos subsistemas ADM [Forças Armadas e GNR] e SAD [PSP]" se inscreverem "nesses mesmos subsistemas, mediante o pagamento de uma contribuição".

O texto da AOFA lamenta que, "para além do desconto de 3,5%", haja agora "mais um desconto suportado por um estranhíssimo algoritmo (3,5% sobre 79% da remuneração base do militar) que mais não é do que um expediente para extorquir uma fatia mais do já parco rendimento dos militares".

"Mas nada demove os que, tendo sido legitimados para governar o país, não foram certamente eleitos para o destruir e, muito menos, incumprindo compromissos que assumiram e que logo a seguir renegaram", lê-se ainda, antes de os governantes serem acusados de "afrontar o seu povo, que deviam servir e defender, os militares e as forças armadas".

No Centro
A coordenadora da unidade de Patologia Dual do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra alertou que há entre 250 a 300...

A ausência destas estruturas leva a que haja "riscos para a sociedade e para eles próprios", devendo considerar-se os níveis de perigosidade, que também se agravam por não haver uma resposta de cuidados continuados para estes utentes, sublinhou a coordenadora da unidade, Célia Franco.

Depois de uma fase de internamento agudo na unidade, que tem 13 camas, a resposta são "estruturas temporárias", havendo o caso particular dos doentes sem-abrigo, que, "ou se eternizam nessas estruturas, ou acabam por voltar para a rua".

"Internamos e reinternamos sempre as pessoas. Não se sai do mesmo ponto", notou.

Neste momento, "não há estruturas para acolher pessoas", que, em alguns casos, não conseguem "desenvolver competências para ter uma vida autónoma", referiu.

Paulo Pereira, coordenador do Plano de Trabalho do Projecto de Intervenção com os Sem-Abrigo do Concelho de Coimbra (PISAC) em 2014, sublinhou que, no caso dos sem-abrigo com patologia dual, "é difícil controlar a medicação por mais de um mês se estes continuam na rua".

"É dada alta a pessoas que depois vão para a rua e que apresentam riscos para a sua vida e para a dos outros. Isto é um barril de pólvora", alertou, defendendo "instituições tipo lar" para casos de avançada debilidade.

Os sem-abrigo com esta patologia "estão bem, quando estão internados, mas assim que saem do internamento descompensam", havendo cada vez mais pessoas na rua "muito descompensadas psiquiatricamente", observou.

Caso fossem implementadas estruturas de cuidados continuados, a taxa de recaídas, que se situa entre os 30% e os 40%, poderia ser "muito reduzida", frisou Célia Franco, considerando que a desinstitucionalização da saúde mental "agravou a situação".

Célia Franco é a responsável pela organização do 2.º Congresso Ibero-Brasileiro de Patologia Dual, que se realiza no Hotel Tryp, em Coimbra, entre 5 e 7 de Março, onde serão abordados temas como resistências ao tratamento, violência interpessoal, exclusão social, questões legais ou a integração das adições nos serviços de psiquiatria.

O congresso, que vai contar com 60 a 70 oradores, vai iniciar-se com um simpósio sobre o estigma de que o doente dual sofre, tema que também vai estar presente num debate público, na Casa da Cultura, a 5 de Março, pelas 21:00.

Segundo a coordenadora da unidade, o doente dual "não tem os mesmos direitos" que os outros doentes "nas urgências", entrando "com o rótulo de caso social".

A directora da unidade do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) sublinhou que a população, por si só, já sofre de "um duplo estigma", relacionado com as substâncias e a doença mental, sendo que o "estigma que se tem mais de combater é o estigma dos profissionais de saúde".

Estes "são os primeiros agentes que estigmatizam, quando lidam com os doentes", que não são tratados "como os outros", apontou.

Equipa descobre
Uma equipa internacional de investigadores descobriu um antibiótico eficaz contra a bactéria responsável por grande parte das...

A divulgação da descoberta foi feita pela agência de notícias espanhola EFE que revela que o novo antibiótico foi desenhado por uma equipa dirigida pela Universidade de Notre Dame (situada no estado norte-americano de Indiana) na qual participou também o Instituto de Química-Física Rocasolano, em Madrid.

A resistência das bactérias aos antibióticos é um problema de saúde mundial muito preocupante: "Há cada vez menos antibióticos novos e mais patogénicos super-resistentes", explicou Juan A. Hermoso, o investigador do Departamento de Cristalografia do instituto madrileno e um dos autores do estudo.

O Estafilococo Aureus gera doenças da pele, meningites, pneumonias, sepsias, mas é também um organismo que está envolvido na maior parte das infecções adquiridas após uma intervenção ou hospitalização.

Duas centenas de pessoas
Cerca de duas centenas de pessoas estiveram presentes numa vigília, no Barreiro, em defesa de melhores condições nos Centros de...

A vigília foi promovida pelas Comissões de Utentes do Arco Ribeirinho Sul, que engloba comissões dos concelhos do Barreiro, Moita, Montijo, Alcochete, tendo decorrido junto ao Centro de Saúde do Lavradio, numa iniciativa que contou com a presença de diversos autarcas.

"Esta é uma jornada da luta que vem no seguimento de um trabalho que temos vindo a fazer. Os centros de saúde não tem médicos de família suficientes, não há enfermeiros e até funcionários administrativos faltam", disse José Fernandes, representante das comissões de utentes.

O responsável referiu que é também preciso lutar pela construção os equipamentos de saúde necessários, dando como exemplo o centro de saúde da Baixa da Banheira, na Moita.

"É necessário um novo centro de saúde na Baixa da Banheira. O actual funciona num quarto andar de um prédio sem as mínimas condições", afirmou.

José Fernandes disse ainda que o Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, que serve a população dos quatro concelhos, não dá as respostas necessárias.

"As ambulâncias ficam retidas porque o hospital não tem macas para receber o doente. Garantiram que iam comprar macas e ainda não aconteceu, tal como as obras nas urgências, que não se sabe quando começam", frisou.

José Fernandes defendeu ainda a demissão do ministro da Saúde e do presidente da ARS-LVT.

"Exigimos a demissão do ministro da Saúde e do presidente da ARS-LVT pelo mau trabalho prestado às populações. Eles estão a fazer mal às pessoas", concluiu, garantindo que a luta das comissões de utentes é para continuar.

Ébola
O número de casos suspeitos de Ébola em Portugal elevou-se para nove, depois de terem dado resultado negativo as análises...

A Direcção-Geral da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde informaram que os resultados das análises ao caso suspeito encaminhado para o hospital Curry Cabral, em Lisboa, foram negativos para o Ébola e positivos para a malária.

Em declarações, o director-geral da Saúde, Francisco George sublinhou que “todos os procedimentos previstos no protocolo foram observados” a partir do hospital do Barreiro, onde a mulher de 30 anos deu entrada com sintomas.

A mulher tinha chegado a Portugal no dia 11 de Fevereiro proveniente da província de Boke, na Guiné-Conacri, tendo adoecido na última semana, apresentando um quadro febril.

Seguindo o protocolo, a mulher foi encaminhada para o hospital Curry Cabral, unidade que tem 14 quartos de isolamento imediatamente disponíveis para receber eventuais casos de doentes infectados por vírus Ébola. Outros dez poderão ser usados na eventualidade de serem necessários.

Portugal dispõe de um plano de contingência para o Ébola que inclui linhas telefónicas para triagem e encaminhamento, a equipa do Instituto Ricardo Jorge, os três hospitais de referência (Curry Cabral, Estefânia e São João), três bases de ambulância em Lisboa, Porto e Coimbra, com 12 tripulantes equipados e de prontidão, bem como a equipa de resgate nacional, pronta para ir buscar portugueses a qualquer parte do mundo.

De acordo com os dados mais recentes da OMS, mais de 23.000 pessoas foram infectadas com o vírus do Ébola e mais de 9.400 morreram nesta epidemia, que começou em Dezembro de 2013 na África ocidental, a mais grave desde que o vírus foi identificado na África central em 1976.

Áreas geodemográficas distintas
Nas políticas de saúde da presente legislatura, tivemos a demorada reforma dos cuidados de saúde pri

Esta proposta de medida descentralizada surge na linha de outras já tomadas. Não será nova para algumas autarquias, principalmente as do interior, que o digam os autarcas do distrito de Vila Real e de Bragança. Mal estariam os cidadãos doentes desses territórios se as Câmaras não apoiassem determinados serviços, principalmente os de transporte. Além desse apoio, existem já no terreno algumas parcerias entre as autarquias e os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACeS) com Unidades Móveis de Saúde na prestação de cuidados de proximidade ao cidadão.
Mas ao abordar a governação dos cuidados de saúde primários pelas autarquias devemos ter bem presente as diferentes realidades territoriais. O País apesar de pequeno, tem áreas geodemográficas distintas quer de norte para sul, quer do litoral para o interior. Mais, a população concentra-se cada vez mais nas zonas urbanas ou seja, nas cidades capitais dos distritos. O mesmo se pode dizer em relação às regiões autónomas da Madeira e dos Açores.
Perante essas realidades, pedir às autarquias mais governação política na saúde, não deverá ser visto pelos autarcas como mais um problema mas sim como mais um desafio gestionário. Os autarcas são pela proximidade aos seus cidadãos e pela acessibilidade destes aos mesmos, os decisores políticos melhor informados sobre os problemas, as necessidades e os recursos existentes. Os autarcas perante as responsabilidades que assumem com os seus munícipes devem, no exercício político das suas funções, encontrar permanentemente soluções locais em todas as áreas de governação. Assim, a saúde nos munícipes acaba por ser uma área crucial, que dada a importância que representa nas comunidades, a sua governação deve ser cada vez mais local, principalmente ao nível dos cuidados de saúde primários. Realço, apenas, que como aconteceu nas escolas, as autarquias não se devem intrometer nas questões técnicas e deontológicas das profissões reguladas.
As realidades locais como referi são muito diferentes consoante a territorialidade. As autarquias dos meios urbanos detêm na área da saúde soluções de acessibilidade e de respostas que as dos meios semiurbanos e rurais, pelas suas caraterísticas geográficas e demográficas acabam por ter com muitas limitações. Por exemplo no interior, em termos de cuidados primários, as respostas são asseguradas pelas diversas unidades funcionais dos ACeS, mas apenas em horário diurno. As respostas noturnas, em fins-de-semana e feriados são asseguradas com deslocações para áreas de saúde de referência, consoante as áreas geográficas. Na maioria das situações esses destinos ficam a distâncias consideráveis que necessitam de transporte, por vezes inexistente e com custos elevados. Existem regiões que pela sua interioridade, só dispõem de transportes em tempo escolar. Fora desse período, o munícipe fica apenas com o apoio da rede de comunicações. Em casos urgentes procuram a linha 112, que responde com os atrasos inerentes às condições temporais e geográficas.
O poder central ao decidir transferir as suas competências de gestão na área de saúde dos cuidados primários para as autarquias, deve ter bem presente as diferenças para que nas comparticipações financeiras, essas desigualdades sejam compensadas, sob pena de agravarem os problemas e as necessidades já existentes.

Jorge Cadete
Presidente do Conselho Directivo Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros
 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Estudo
Os danos sofridos na pele pelos raios ultravioletas do sol continuam durante várias horas depois do final da exposição solar,...

Os efeitos adversos daquele fenómeno podem, no entanto, ser neutralizados, utilizando o protector solar de noite, depois de ter estado a apanhar sol.

Estar exposto a radiações ultravioletas, quer de lâmpadas solares ou do sol, pode causar danos ao ADN dos melanócitos, as células da pele que produzem a melanina que dá cor à pele ou o bronzeado.

Mas numa nova investigação, os cientistas descobriram que metade dos danos provocados no ADN ocorre no escuro, após a exposição aos raios ultravioletas.

Até agora, os cientistas pensavam que a melanina protegia a pele, bloqueando os raios ultravioleta do sol.

Os cientistas descobriram que aqueles raios activam duas enzimas que se combinam para “animar” um eléctron na melanina, num processo chamado quimio-osmose que é transmitido para o DNA no escuro, criando o mesmo dano genético que os raios de sol.

No estudo, os cientistas também concluíram que a melanina pode ter efeitos adversos e estar relacionada com danos da pele.

A degradação do ADN é uma das principais causas da forma mais comum de cancro na pele.

Para chegarem a esta conclusão, os cientistas expuseram ratinhos e células de melanócito humanas a radiação ultravioleta de lâmpadas para bronzear.

A radiação causou um tipo de dano particular no ADN daquelas células, provocando que a informação genética que contém não seja transmitida de forma adequada.

A pesquisa permitiu mostrar que a melanina tem efeitos tanto cancerígenas como protectores.

“Se olhar para dentro da pele de um adulto, a melanina protege contra danos causados por raios ultravioleta, que actuam como escudos, mas também tem efeitos adversos”, explicou o Douglas Brash, professor de dermatologia da faculdade de medicina da Universidade de Yale.

Sindicato alerta
O sindicato dos técnicos de diagnóstico e terapêutica alertou para o elevado risco de haver erro no tratamento de doentes nos...

“As equipas [de profissionais que realizam exames como raio-x, ecografias ou análises] têm vindo a ser reduzidas, em alguns casos para cerca de 50% das equipas iniciais. O volume de trabalho aumentou para o dobro. Existe um elevado risco de haver erro. Há muita pressão e os tempos de descanso são violados sistematicamente”, alertou o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS).

Em declarações, Almerindo Rego disse que nos últimos três anos o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem perdido profissionais, uns que não aguentam a pressão e pedem a reforma antecipada (os mais velhos), outros emigram (os mais novos) ou desviam-se para o sector privado, que é “mais apelativo”.

Acresce a isto o congelamento das admissões, que não permite a renovação dos quadros, explica, lembrando que a passagem de modelo de gestão de alguns hospitais para EPE transferiu para as unidades de saúde o ónus da contratação de recursos humanos, mas que por sua vez não são autorizadas pelas finanças.

Os hospitais estão a trabalhar com “serviços mínimos e a qualidade vem por aí abaixo”, afirmou, sublinhando que esta é uma situação generalizada nos hospitais do SNS.

“Já não é fácil identificar situações pontuais. O problema é estrutural, é um erro de origem, relacionado com a política de empregabilidade, com a política de renovação de quadros e com a emergência do setor privado: hospitais enormes com grande capacidade de resposta”, defendeu.

A partir daqui, o que acontece é que os técnicos “saltam para fora do sistema” e como “o privado quer o melhor que existe no público”, descapitaliza-se também a qualidade do SNS, disse o presidente do STSS.

“Esta baixa garantia de qualidade assusta. Mais para a frente vamos ver os efeitos desta situação”, alertou, acrescentando que “o sistema está completamente esmagado” e está a pôr em causa “a segurança dos doentes”.

O cenário é semelhante no que diz respeito aos médicos especialistas em radiologia, que estão a optar pelo sector privado, disse o bastonário da Ordem dos Médicos.

Para José Manuel Silva, esta realidade é uma “consequência da distorção do mercado introduzida pelo Ministério da Saúde”, já que o “público paga mal”, cerca de oito euros por hora, e os médicos preferem emigrar ou trabalhar no privado, onde a remuneração é maior.

O bastonário diz que muitos hospitais entregaram o serviço de radiologia em outsourcing e que outras unidades hospitalares têm equipamentos “obsoletos” que não servem sequer para fazer formação de novos radiologistas.

“São problemas estruturais. Os hospitais nunca deviam ser autorizados a fazer radiologia em outsourcing. Como formar novos especialistas? Onde formar? O SNS foi emagrecido, há serviços fundidos, outros em outsourcing, outros fechados”, concluiu.

Raríssimas.pt
A Casa dos Marcos inaugurou a sua Unidade de Cuidados Continuados Integrados, a primeira em Portugal especializada na área das...

A Raríssimas – Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras, prepara-se para receber o seu primeiro Doente Raro na Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI). A UCCI é a primeira em Portugal especializada na área das doenças raras, e está sediada na Casa dos Marcos, na Moita, sendo representativa de três das tipologias da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI):

Unidade de Convalescença – 10 camas – internamentos até 30 dias;

Unidade de Média Duração e Reabilitação – 10 camas – internamentos de 30 a 90 dias;

Unidade de Longa Duração e Manutenção – 10 camas – internamentos com mais de 90 dias, ou, em caso do Descanso do Cuidador, até 30 dias seguidos.

 

Como pode ser utente das UCCI

A referenciação para aceder à RNCCI pode ser realizada de duas formas:

Pelas Equipas de Gestão de Altas Hospitalares, caso a pessoa se encontre internada em Hospital do Serviço Nacional de Saúde;

Através do Centro de Saúde (médico de família, enfermeiro ou assistente social), caso a pessoa esteja no domicílio, hospital privado, ou outro local de residência).

Caso pretenda obter informações adicionais sobre a admissão na UCCI da Casa dos Marcos, contacte-nos através do número de telefone 211 165 300 ou do endereço de e-mail [email protected]

Doentes querem
A Aliança Portuguesa de Associações de Doenças Raras defende a implementação urgente do plano nacional já aprovado para estas...

“A grande maioria das doenças raras é genética, grave, crónica e debilitante. Muitos doentes deparam-se com dificuldades e barreiras no dia-a-dia, no acesso às ajudas técnicas, ao número de consultas e tratamentos, ou mesmo ao serviço de urgência. Estas doenças requerem cuidados integrados que, para a grande maioria delas, não existe ainda em Portugal", explicou Marta Jacinto, presidente da Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras

"Acreditamos que se o Plano Nacional para as Doenças Raras estivesse implementado haveria maior equidade no tratamento dos doentes”, acrescentou.

Em declarações a propósito do Dia Mundial das Doenças Raras, que se assinala a 28 de Fevereiro, Marta Jacinto lembrou que Portugal foi dos primeiros países a aprovar um Plano Nacional Para as Doenças Raras, plano que, no entanto, ainda não saiu do papel.

"O nosso país foi um dos primeiros países a aprovar o Plano Nacional para as Doenças Raras. Infelizmente ainda não o implementou, pelo que muitos outros países, anteriormente atrasados, já nos ultrapassaram", disse.

Para assinalar o Dia Mundial das Doenças Raras, a Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras promove, a 27 e 28 de Fevereiro, a Conferência Nacional Europlan 2015, na Assembleia da República, iniciativa que visa "promover a estratégia nacional para as doenças raras e pressionar o governo a traçar um plano de directivas adequado à realidade portuguesa”.

Para Marta Jacinto, "é essencial", nomeadamente, a "implementação de centros de referência para as doenças raras para melhorar o tempo de diagnóstico, o acompanhamento dos doentes, a formação de profissionais e a investigação".

Este ano o lema do Dia Mundial, que se assinala a 28 de Fevereiro, “Dia a dia, de mãos dadas”, visa sensibilizar para os desafios diários de viver com uma doença rara.

Considera-se doença rara aquela que afecta no máximo uma pessoa em cada 2000.

Estima-se que as doenças raras afectem, ao todo, entre 6 a 8% da população, o que representa entre 24 e 36 milhões de pessoas na União Europeia, o equivalente ao total das populações da Holanda, Bélgica e Luxemburgo.

Mitos e preconceitos
Há sucesso terapêutico nas intervenções em toxicodependência.

Dependência

“As raízes comuns da dependência de uma série de substâncias e a alta prevalência de dependência múltipla indicam também que a dependência de substâncias deve ser considerada como um distúrbio mental complexo, com possível base no funcionamento do cérebro” (Relatório sobre a Saúde no Mundo 2001)

Do encontro repetido da pessoa com a substância aditiva em determinadas situações contextuais criticamente importantes, resultam alterações no funcionamento dos neurónios, dos circuitos nervosos da atividade metabólica, dos recetores e da expressão génica, desenvolvendo-se, frequentemente, a doença cerebral crónica - Adição a Substâncias Psicoativas (S.P.As).

Essa experiência e as outras que com ela coexistem são memorizadas em circuitos neuronais que adquirem um padrão de descarga particular.

A relação do indivíduo com a S.P.A. é realmente uma relação que modifica o design cerebral.

A dependência a S.P.A. (s) é resultado da interação complexa dos efeitos fisiológicos das drogas nas áreas do cérebro associadas à motivação, incentivo e recompensa, aprendizagem, respostas ao stress e humor (lugar das regulações biológicas para a sobrevivência).

A dependência, nos seus aspetos físico e psíquico (duas vertentes do mesmo estado) será, então, resultante da memorização e da sobre- regulação biológica e o que é memorizado não é só o estado fisiológico induzido pelo produto mas também o estado afetivo e os elementos do contexto do momento.

A adição a substâncias psicoativas é uma doença cerebral, mental, crónica, recidivante que desequilibra profundamente o individuo, reduzindo acentuadamente o seu potencial de saúde, para além de se revelar como problemática sistémica associada às conhecidas repercussões devastadoras nos equilíbrios familiar, social e de saúde pública.

Tratamento farmacológico dependência de opiáceos

“A qualidade do tratamento para a dependência de drogas é o resultado de uma combinação de fatores que incluem, entre outros, boa infraestrutura, um número suficiente de pessoal competente, uma atuação em equipa, tempo adequado dedicado a cada paciente, regras clínicas e legislação clara em relação às drogas, uma variedade de métodos de tratamento oferecidos, recursos disponíveis e gerenciamento de casos. Programas de tratamento de qualidade disponibilizam um serviço que é atraente e acolhedor para os pacientes em potencial.” (UNODC. Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas E crimes, 2009).

A farmacoterapia com opióides estabilizando a fisiologia dos doentes, diminui os riscos de doença social, física e mental.

Muitos estudos têm documentado, relativamente aos tratamentos com opióides de ação prolongada, como a Metadona e a buprenorfina/ Buprenorfina-Naloxona, segurança, eficácia e efectividade (QPCN)

O tratamento de manutenção com agonistas opióide de ação prolongada demonstrou ser eficaz na redução da incidência de infeções por VIH e Hepatite e a taxa de criminalidade, com melhoria da qualidade de vida (QPCN)

Por possuírem ação prolongada os tratamentos de manutenção com agonista opióides de ação prolongada (Metadona, Buprenorfina e Buprenorfina/naloxona) evitam flutuações pronunciadas na bioquímica dos recetores e as sensações subjetivas resultantes.

Extintas as flutuações, com o bloqueio total dos recetores opióides, atinge-se um estado de equilíbrio, e, portanto, a dose terapêutica.

Nota: O termo opiáceo refere-se à origem da substância; são aquelas que se extraem da papoila ou são produtos químicos derivados da morfina.

O termo opióide serve para designar as substancias endógenas ou exógenas que têm um efeito análogo à morfina- são ligandos dos receptores opióides e têm actividade intrínseca-

A prolongada ausência de uma experiência gratificante intensa pode contribuir para a extinção do comportamento condicionado, do comportamento aditivo.

Se utilizados sob orientação médica competente e com cumprimento rigoroso da prescrição, os opióides de ação prolongada podem, por si só, contribuir significativamente para o controlo da dependência opióide, garantido abstinência, conforto e prevenindo a recaída, por longos períodos de tempo.

A consecução destes objetivos terapêuticos depende de se ter atingido a dose terapêutica e requer decisivamente a utilização da via de administração adequada, numa toma/ dia (só excecionalmente se subdivide a dose) preferencialmente de manhã…. e de mudanças psicossociais.

A dose correta, Terapêutica, que corresponde ao bloqueio opióide e à estabilização fisiológica, é a necessária para facilitar a consecução dos objetivos terapêuticos, que na maioria dos pacientes, são:

  • Eliminar os sintomas de abstinência
  • Suprimir ou eliminar o desejo compulsivo/craving
  • Eliminar o consumo de heroína e outras SPAs
  • Evitar os efeitos secundários (por medicação excessiva ou insuficiente)
  • Atingir sensação de conforto e sono satisfatório

(Grande parte dos pacientes consegue-o com, 8-24 mg por dia de buprenorfina ou Bup/Naloxona e com 60-120 mg por dia de Metadona numa só toma dia-QPCN)

A buprenorfina (opióde de ação parcial) é aprovada, em Portugal em Outubro de 2002, para o tratamento da dependência de opiáceos.

Há vantagens nos tratamentos com opióides parciais (Buprenorfina e Buprenorfina/Naloxona) relativamente aos totais (Metadona) como, o baixo grau de dependência, a menor toxicidade, a inibição da acção de outros agonistas (no consumo simultâneo não ocorre a euforia adicional, o que dissuade o seu consumo) e o efeito antidepressivo.

O tratamento abrangente combina Farmacoterapia e Tratamento psicossocial por longos períodos de tempo e esta condição melhora os resultados, diminui os riscos, estabiliza a fisiologia dos pacientes e ajuda a mudar comportamentos e respostas a estímulos para a recaída (QPCN).   

Com a introdução em Portugal do fármaco buprenorfina/naloxona, comercializado com o nome Suboxone houve uma melhoria significativa no paradigma do tratamento do doente toxicodependente. O que resultou desta inovação foi a redução do mau uso da buprenorfina que se verificava cada vez mais entre os usuários de drogas ilícitas. A associação de naloxona, só atuante por via endovenosa, dissuade o mau uso/ desvio do Buprenorfina porque produz menos gratificação se injetada, precipita sintomas de abstinência se tiver havido consumo recente de agonista total e porque, também pelas anteriores razões, tem um valor de transação baixo no mercado negro.

Um trabalho de investigação realizado recentemente na Galiza, (Carrera.I., Sanchez.L., Pereiro.E., Flórez.G.,Conde.M.,Pino.C.,Serrana.M.,Casado.M.A.,Grupo TSO Galicia ,2014), que avaliou o grau de satisfação dos utentes em programa de substituição com metadona ou buprenorfina/naloxona, concluiu que os doentes medicados com buprenorfina/naloxana consideraram este o tratamento que melhor cumpria os objectivos a que se propunha.

Mitos e Preconceitos ligados ao tratamento de manutenção com opióides de ação prolongada

  1. A dose de opióide prescrita deve ser o mais baixa possível, para viciar menos
  2. A duração do tratamento pretende-se muito curta para acabar com a dependência
  3. A dose de Buprenorfina tem mais “efeito” quando repartida
  4. Heroína e substitutos são a mesma “droga”

1. É fundamental que o médico assuma a importância da dose terapêutica e partilhe esse conhecimento com o doente; o distúrbio aditivo alterou definitivamente o substrato neurológico comprometido e portanto o opióide prescrito não agrava esta situação; pelo contrário, estabilizará estas zonas que se adaptaram para funcionar com “mais quantidade de opióide”.

2. A duração do tratamento deverá ser aquela que representa um benefício para o doente e porque se trata de uma doença crónica recidivante, na maioria dos casos, obriga a um tratamento farmacológico de manutenção por períodos longos de tempo.

3. Acontece, sobretudo, se o indivíduo não experimentou conforto, não atingiu a dose terapêutica e vai tentando formas para atingir bem-estar; também pode ser opção do doente que quer manter as flutuações para continuar a experimentar o efeito sujectivo da recompensa opióide.

As tomas repartidas são causa muito frequente de desequilíbrio, emagrecimento, perturbações do sono, consumo de SPA (s) lícitas, prescritas ou não, e ilícitas, favorecendo a recaída.

4.Opióides são substâncias que atuam ligando-se aos recetores opióides; as diferenças entre eles são devidas não tanto a diferenças no seu efeito neuroquímico, que é sobretudo da farmacocinética apensa, mas por atributos sociais e mentais que se lhes associam.

A designação “tratamento de substituição” utiliza-se comumente na situação em que doentes dependentes de heroína são inscritos num programa de medicação com um agonista opióide. Na nossa opinião não é uma designação feliz pois induz e reforça alguns dos mitos e preconceitos associados a estes tratamentos que frequentemente comprometem o sucesso terapêutico.

“Uma das primeiras atitudes a valorizar para tratar a pessoa doente, com que se possa falar, é ajudá-la a compreender a sua doença e o que é o tratamento adequado à sua condição” (Patrício, L. 2013).

O tratamento da dependência opióide deve então ser abrangente, contínuo e há benefícios inequívocos no uso medicamentos opióides de ação prolongada, em tratamentos de manutenção, realçando as vantagens inerentes dos agonistas parciais em especial da Buprenorfina/naloxona.

 

Referências

Patrício, L. (2013). Aditologia - Prevenção e Intervenções,154. Ponta Delgada. Letras Lavadas

Sell, L.A., Morris, J.S.,Bearn, J.,Frackowiak,K.J.,Friston,,K.J.,Dolan,R.J.(2000). Neural responses associated with cue evoked states and heroin in opiate addicts. Drug Alcohol Depend 60 (2), 207-216.

Pratta,E.M.M.(2009).O Processo Saúde-Doença e a Dependência Química: Interfaces e e Evolução. Psicologia: teoria e Pesquisa, 25 (2), 203-211.

 Agência Europeia de Medicamentos (2011) http://www.ema.europa.eu

UNODC. Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas E crimes (2009).Da coerção à coesão: Tratamento da dependência de drogas por meio de cuidados em saúde e não da punição, (9). Vienna, Áustria.

Organização Pan-americana da Saúde, Organização Mundial da Saúde. Relatório sobre a Saúde no Mundo (2001). Saúde Mental: Nova Concepção, Nova Esperança, 31-32.Brasil

Carrera.I., Sanchez.L., Pereiro.E., Flórez.G.,Conde.M.,Pino.C.,Serrana.M.,Casado.M.A.,Grupo TSO Galicia (2014). Estudio sobre la percepcion de los usuários de las Terapias de Substituición com Opiáceos en la Red Gallega de Drogodependencias-Una Perspectiva Cualitativa. XVI ornadas Nacionales de Patologia Dual. Valência.

Metadona, Heroína y otros opioides, manual para un tratamento de mantenimiento com opioides- André Seidenberg, Ueli Honegger. (2000) Ediciones Diaz de Santos,S.A.

Neurociência do Uso e da Dependência de Substâncias Psicoativas, OMS (2007). 1ª Edição da editora ROCA LMTD

Teixeira, J. Marques. Factores Biológicos e Toxicodependência, Revisão de estudos no ãmbito da neurobiologia das drogas. Toxicodependências, Ano 4, nº3. (1998) Edição SPTT

Costa, A. Medicamentos e substituição opióide. Textos das Taipas, Politoxicodepências- Utilidade e Nocividade dos medicamentos, Interações: somáticas- psicológicas.sociais-culturais ( 2001)  Edição CAT das Taipas

QPCN- http.//www.qpcn.eu/

 

Dra. Manuela Fraga, médica psiquiatra coordenadora da ET do CRI de Coimbra

Dra. Maria João Pinheiro, médica de clínica geral coordenadora da ET do CRI de Aveiro

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica apreendeu, nos últimos dois meses, milhares de quilos de alimentos no âmbito de...

Na operação contra a fraude alimentar, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) apreendeu, por exemplo, 19.700 quilogramas de carne (e produtos à base de carne), 13.400 de pescado, 1.200 de fruta e 809 de produtos lácteos, entre outros alimentos.

De acordo com o comunicado da ASAE, foram também apreendidos 5.200 litros de bebidas espirituosas e 42 litros de água mineral e 63 litros de vinho.

Em causa estiveram infracções no âmbito da segurança alimentar, da legislação do sector, da rotulagem e dos direitos de propriedade industrial.

A operação internacional, na qual a ASAE participou pelo terceiro ano consecutivo, decorreu entre Dezembro e Janeiro últimos, com acções de inspecção junto de diversos operadores económicos nacionais da área alimentar ao longo de todo o circuito produtivo e comercial.

A acção, denominada OPSON (operação conjunta da Interpol e da Europol) tem como objectivos “identificar e desmantelar redes de crime organizado envolvidas na produção e/ou comercialização de produtos alimentares objecto de práticas fraudulentas; reforçar a cooperação entre diferentes entidades e sensibilizar os cidadãos para os perigos associados à fraude alimentar, particularmente decorrentes da falsificação de géneros alimentícios”, diz-se no comunicado.

Mais de 500 crianças morrem diariamente nas estradas
Portugal tem no ar a campanha de Segurança Rodoviária pelas Crianças, “Savekidslives” uma iniciativa das Nações Unidas que...

Vários deputados da Assembleia Portuguesa já contribuíram para a iniciativa como se pode ver em http://salvarvidasnaestrada.blogspot.pt/.

Todos os dias há cerca de 530 crianças a perderem a vida em acidentes rodoviários. Os depoimentos das crianças sobre os seus medos e pensamentos durante as viagens na estrada serviram de inspiração e de mote para este projecto integrado nas acções mundiais para a Segurança Rodoviária coordenas pelas Nações Unidas.

Com a declaração pretende-se marcar a Semana Global da Segurança Rodoviária com um chamado de atenção à sociedade em geral, que irá decorrer entre 4 e 10 de Maio.

Através de cartazes, disponibilizados no site http://www.savekidslives2015.org/#read-it da campanha, cada um poderá escrever uma mensagem e assim apelar à cidadania, alertar para o crescente número de vitimas mortais em acidentes nas estradas de todo o mundo, sensibilizar a sociedade para os perigos da sinistralidade, despertar a atenção dos decisores a nível mundial para delinearem estratégias de acção e protecção das crianças nas estradas de todo o mundo.

As atitudes e os comportamentos dos utilizadores da via pública, no que respeita às normas estabelecidas, podem determinar os índices de sinistralidade. Por isso, o exercício de uma cidadania responsável é importante na promoção da segurança rodoviária.

O cartaz da iniciativa está disponível até dia 4 de Maio de 2015, com uma pequena mensagem e divulgação da mesma, todos podemos contribuir para a mudança de comportamentos e promover a segurança dos mais jovens em todo o mundo.

Poesia terapêutica
A poesia pode ser tomada sozinha, com a família, com os amigos, com os colegas de trabalho e até com

Há que saber administrá-la e reparti-la pelos dias.

Menos de um Ruy Belo diário

pode causar anemia lírica crónica.

(em função da resposta da sua pressão arterial

a dose pode ser aumentada para o dobro).

 

Aconselho-o a tomar a dose máxima de Sophia ao acordar

e a dose mínima de Herberto ao deitar

(mais do que um Herberto pode provocar insónias e não sonhos).

Porque esta é a madrugada que eu esperava e

Onde havia um homem que corria pelo orvalho dentro.

 

Atenção! Caso tome os dois à mesma hora

poderá sentir uma enorme vontade de liberdade.

Pois a substância ativa da Poesia, é a liberdade livre.

 

Em caso de grande mal-estar e cefaleias, tome de imediato um O´Neill.

Este às dores inventadas prefere as reais.

 

Se não resultar, há evidência de que um Sena

Nos traga uma pequena luz bruxuleante, aqui para o meio de nós.

 

Caso sinta outros efeitos secundários, como um Cesariny, por exemplo,

Não se esqueça de que entre nós e as palavras, o nosso dever falar.

 

Se sete dias depois de iniciar o tratamento não sentir melhoras

Temos de introduzir um Eugénio, um Torga ou uma Natália.

Porque já gastamos as palavras pela rua, as grandes serras paradas

e porque a poesia é para comer!

 

Se mesmo assim não surtir efeito, temos de passar necessariamente

Para uma medicação mais pesada, com provas clínicas dadas no passado:

Um Camões, um Cesário, um Anthero ou várias Pessoa(s).

Porque há doenças piores do que doenças…

 

Neste caso é preciso salvaguardar a sua família e os seus amigos.

Pois pode começar a delirar e a declamar poemas ininterruptamente.

E pensarem que está embriagado como Baudelaire:

“Embriaga-te sem cessar! Com vinho, com poesia ou com a virtude! A teu gosto!”

 

Se estiver difícil de se acalmar, tome um Dos Líquidos de Daniel Faria.

Pois estão ambos na mesma página a segurar a magnólia da Luísa Neto Jorge.

 

Cuidado! Não tome nenhum Pina.

A poesia vai acabar…

 

Como sei que tem uma farmácia lá em casa e auto medica-se,

Estudos recentes comprovam que o consumo excessivo de Al Berto e Alba

Conjuntamente com Nava e Florbela podem causar uma overdose fatal.

Ou uma ansiedade incontrolável de querer ser infinito…perdidamente…

 

Se tal acontecer, tem de se dirigir imediatamente ao serviço de urgência

fazer um Ramos Rosa diretamente na veia.

Não podemos adiar o coração para outro século…

 

Quando tiver alta deve recorrer a um especialista lírico-oral.

Recomendo-lhe escolher um destes três: o Villaret, o Ary ou o Viegas.

 

Já em casa tome um José Forte depois das refeições, mas só de marca.

Em caso deste estar esgotado tome um Luís Peixoto.

Enquanto um de nós estiver vivo, seremos sempre cinco.

 

Em caso de saber que está grávida não pare de tomá-la.

Aconselha-se a dobrar a dose. Há uma enorme probabilidade do seu filho vir a ser um grande poeta. Não há forma de o evitar. A poesia é altamente contagiosa.

Veja-se o caso do Sebastião da Gama que quando nasceu ficou tudo como estava.

Nota importante: deve triplicar a dose enquanto estiver a amamentar.

 

Se depois destas recomendações nada resultou.

Nem mesmo o sol de um comprimido de aspirina do João Cabral…

A única coisa a fazer é tocar um tango argentino do Manuel Bandeira.

Ou então…ou então, ainda se lembra do que falamos no início?!

 

“Há que saber administrá-la e reparti-la pelos dias.

Podem passar os meses e os anos nunca lhe faltará.”

Sr. Utente, para a sua saúde, pela sua saúde, pela minha saúde:

- Prescrevo-lhe todos os dias uma sobredosagem de Poesia.

 

Outras informações: Se se esqueceu de tomar uma dose, tome-a logo que possível. Consulte sempre um profissional de saúde antes de parar de tomá-la. Se parar de tomar a poesia ou reduzir a dose diária repentinamente pode sentir efeitos de privação que lhe podem causar ansiedade, cefaleias, fadiga, insónias e inquietação. A poesia pode ser tomada sozinha, com a família, com os amigos, com os colegas de trabalho e até com desconhecidos. Se acidentalmente, tomar demasiados comprimidos, ou se uma criança engolir alguns comprimidos, não se preocupe. Saia à rua (“A poesia está na rua”) e comece a dizer poesia pela estrada fora (“Ama como a estrada começa”). Agora, é possível que esteja dependente deste medicamento para o resto da sua vida. Este medicamento não tem prazo de validade. Este medicamento não necessita de quaisquer condições especiais de conservação. Não se conhece que alguma vez alguém tenha tido uma reação adversa ao consumi-la. Também não se verificaram efeitos sobre a capacidade de conduzir veículos espaciais e terrenos. Por último, não se esqueça, deve manter este medicamento ao alcance de todas as crianças. Seja responsável. Consuma-a em excesso. Fabricante: Poesia Portugal Experimental, Lda.

Este folheto foi aprovado pela primeira vez em 21 de março de 2014.

 

Pedro Quintas, Enfermeiro Especialista em Saúde Comunitária – e-mail: [email protected]

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Para breve
A administração do Hospital Garcia de Orta (Almada) prometeu para breve a cobertura do serviço de radiologia entre as 20:00 e...

De acordo com o Diário de Notícias, o hospital Garcia de Orta está sem médico radiologista na urgência a partir das 20:00, um serviço que é considerado fundamental já que são estes especialistas que fazem os relatórios de exames como raio-x, ecografias ou tomografia axial computorizada (TAC).

Em resposta, a administração do Garcia de Orta garantiu que “a curto prazo será retomada a cobertura até às 24:00” de médicos radiologistas no serviço de urgência.

A administração hospitalar admitiu que a cobertura médica, que por norma decorre das 8:00 às 00:00, tem “transitoriamente em alguns dias tido cobertura até às 20:00”, lembrando que estão a “aguardar o início de funções de dois médicos contratados em quatro operações de recrutamento realizadas nos últimos três meses”.

Segundo a administração hospitalar, quando não há médico radiologista presente, recorre-se, “há muitos anos, e como em vários hospitais, a empresas de telemedicina, que não sendo a solução ideal, tem sido a situação possível, com a legislação actual”.

Foi ainda garantido que têm sido prestados cuidados “a todos os doentes, sem necessidade, até à data, de transferir nenhum doente”.

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