Greve de 6ª feira
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses anunciou que um tribunal decidiu, de forma unilateral, alterar os serviços mínimos para...

“Inexplicavelmente, ao final de 20 anos de serviços mínimos negociados entre o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e os sucessivos governos, um juiz presidente do Tribunal Arbitral decidiu, unilateralmente, alterar os serviços mínimos e o número de enfermeiros para os assegurar, nas instituições de saúde”, refere o sindicato em comunicado.

Em declarações, a dirigente sindical Guadalupe Simões salientou que nem as instituições de saúde nem o Ministério contestaram os serviços mínimos e o número de enfermeiros que os assegura.

A “decisão unilateral” do Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social determina que têm de cumprir os serviços mínimos, em cada turno, o mesmo número de enfermeiros que esteve de serviço no domingo anterior à greve.

Segundo Guadalupe Simões, este número é bastante superior ao que vigora há 20 anos nos serviços mínimos cumpridos nas várias greves dos enfermeiros.

“Sendo público e notório que, nas greves dos enfermeiros, os actuais serviços mínimos e número de enfermeiros para os assegurar garantem, há mais de 20 anos, a satisfação das necessidades sociais impreteríveis, esta decisão só é compreensível como tendo o objectivo de boicotar a greve dos enfermeiros”, comenta o sindicato.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses vai juntar-se na sexta-feira à greve da função pública e, na área da saúde, também a Federação Nacional dos Médicos já apelou aos clínicos para aderirem à paralisação.

A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública convocou uma greve nacional para a sexta-feira que tem como principais objectivos a defesa do emprego, dos horários de trabalho e dos salários.

Ordem dos Enfermeiros
A Ordem dos Enfermeiros contesta e exige a rectificação da norma da triagem de Manchester, considerando que não dá autonomia a...

A Ordem dos Enfermeiros (OE) contesta o facto de não terem sido incluídos nem mencionados, na norma publicada no passado dia 6 de Março, os contributos enviados “dentro do prazo” pelos enfermeiros a pedido da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

“Ao não cumprir o compromisso assumido com a OE, a DGS desrespeitou, uma vez mais, a Enfermagem, os enfermeiros e, consequentemente os cidadãos”, considera a OE, afirmando que a referida norma “padece de vícios de forma e conteúdo”.

Segundo a Ordem, a norma colide com o Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros e com o seu Código Deontológico ao não incluir a hierarquia/autonomia técnica da profissão no que respeita à autorização e validação de novos protocolos/algoritmos ou fluxos de encaminhamento a serem criados na sequência da triagem de Manchester.

A norma em causa refere que os directores do serviço de urgência têm de elaborar um algoritmo para ser seguido no atendimento dos doentes, após o seu atendimento segundo a triagem de Manchester, que é realizado por enfermeiros.

Na opinião da OE, sendo esta uma actividade realizada por enfermeiros, a responsabilidade de “criar e actualizar o regulamento de encaminhamento interno dos doentes” deve ser partilhada entre o Enfermeiro Chefe do Serviço de Urgência (SU) e o Director do SU.

Assim, “a norma não vincula os enfermeiros, uma vez que não existe, legalmente, nenhum poder técnico e funcional do Director de Serviço/Director Clínico em relação aos enfermeiros dos SU”, considera.

A OE sublinha que os fluxos de encaminhamento e os protocolos de cada instituição só serão válidos e vinculativos após consentimento conjunto do Enfermeiro Chefe e do Director do SU.

“Isto mesmo foi expresso pela OE aquando da sua pronúncia sobre a proposta de Despacho que veio a ser publicado no dia 2 de Fevereiro de 2015”, sublinha a OE, acrescentando que já alertou o Ministro da Saúde e espera a rectificação imediata da situação.

Best Medical Opinion comemora 5º aniversário
A Best Medical Opinion teve, em 5 anos de vida, mais de 500 pedidos de opiniões médicas. Desde a fundação, em 2010, a empresa...

No biénio 2012-2014 o crescimento da actividade da BMOp foi de 47%. Demonstrando um espírito empreendedor, a BMOp surgiu no início do período de crise económico-financeira em que Portugal tem estado mergulhado. O director Pedro Meira e Cruz considera que, “em clima de total contra-ciclo, a Best Medical Opinion não só vingou como tem sido reconhecida a importância da nossa actividade. Tanto o Cidadão como o meio legal e da saúde reconhecem que o espaço estava por preencher e que todos acabam por ganhar com os nossos serviços”.

A explicar este sucesso está a premissa base de isenção e equidistância, sempre presente em cada avaliação e resultante da total inexistência de conflito de interesses. “Já nos chegaram vários relatos, de Clientes e de Advogados, de situações ‘complicadas’. Garantia nossa: a Best Medical Opinion não compactua com actos pouco transparentes”, assegura o responsável. Esta visão empresarial permitiu que, ao longo destes 60 meses, a Best Medical Opinion tenha conquistado a confiança e a credibilidade, junto do público e de diversas entidades, factores indispensáveis à resolução de conflitos.

Directamente ligada à confiança está também a fundamentação técnica em cada processo da BMOp. “A novidade que trouxemos à sociedade portuguesa é a criação de uma estrutura privada independente e multidisciplinar com serviços personalizados e diferenciados de opiniões médicas de carácter clínico e de âmbito pericial, a nível nacional”, sustenta Pedro Meira e Cruz.

O facto de muitos dos colaboradores da BMOp (Médicos, Enfermeiros e Psicólogos), serem formados em instituições públicas acreditadas, como por exemplo o Instituto de Medicina Legal, confere idoneidade adicional às actividades da empresa. Esta realidade permite que o Cidadão se sinta melhor esclarecido e em pé de igualdade perante situações de divergência de opinião e/ou conflito com entidades terceiras, tais como seguradoras ou Prestadores de cuidados de saúde.

“Muitos Cidadãos queixam-se de que no SNS e no sector privado são frequentemente tomadas decisões clínicas baseadas numa lógica economicista e não puramente médica. Connosco, os critérios de análise e avaliação são exclusivamente clínicos, nos âmbitos quer da Medicina, quer da Psicologia. A Best Medical Opinion não faz ‘jeitinhos’ a ninguém”, assegura Pedro Meira e Cruz.

Neste 5º aniversário, a Best Medical Opinion avança com uma política de responsabilidade social. A partir de Março de 2015, quem comprovadamente auferir remuneração igual ou inferior ao salário mínimo nacional e/ou beneficie de apoio judiciário pode usufruir de condições de acesso vantajosas a alguns serviços da empresa. Os valores de alguns processos são, nestes casos, inferiores aos praticados pelo Estado. É o contributo da BMOp, no serviço aos Cidadãos e à Justiça, na saúde e na doença.

Implementada em 2010, a Best Medical Opinion é, em Portugal, a primeira instituição privada a disponibilizar Pareceres Médicos emitidos, exclusivamente, com base na documentação clínica fornecida com o objectivo de ajudar a esclarecer dúvidas sobre a saúde individual. Assumindo independência total, a Best Medical Opinion presta, actualmente, diversos serviços valorizados pela população em geral. Entre eles, sobressaem os pareceres médicos, as actividades periciais médicas e psicológicas e as traduções médicas.

Disparidade nas taxas apresentadas pelo vencedor
Um centro de reprodução privado que se candidatou a tratar casais inférteis encaminhados pelo Hospital de Santa Maria...

Desde 2009 que os hospitais públicos podem encaminhar casais inférteis para centros privados, sempre que estes estejam em lista de espera para o tratamento há mais de um ano.

Conforme explicou o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), a que pertence o Hospital de Santa Maria, este encaminhamento dos casais sempre foi feito para várias clínicas e apenas quando os utentes aceitam esta opção.

Segundo Carlos Martins, o CHLN decidiu abrir um procedimento concursal com vista a eleger uma clínica que apresentasse as melhores condições para estes casais e também para a instituição, tendo em conta que “o maior determinante era o preço”.

Outra condição obrigatória era a apresentação das taxas de sucesso dos tratamentos nesses centros.

Concorreram várias clínicas e o concurso foi ganho pelo Centro de Medicina de Reprodução do British Hospital, do grupo Galilei Saúde.

De acordo com Carlos Martins, o CHLN solicitou ao CNPMA as taxas de sucesso dos concorrentes e detectou que as percentagens apresentadas pelo vencedor não coincidiam com as que constam no regulador.

“Infelizmente, o vencedor apresentava valores que não eram os correctos”, disse.

Por esta razão, o concurso não avançou, tendo a instituição optado por manter o procedimento em vigor desde 2009, através do qual os casais que se encontram à espera do tratamento há mais de um ano podem fazê-lo, se assim quiserem, num dos vários centros privados com que a instituição tem acordo.

Os casais que prefiram realizar o tratamento no Hospital Santa Maria podem continuar a aguardar. Os que optem por um tratamento no privado, e não forem bem-sucedidos, poderão depois realizar mais dois no hospital, como disse o director do serviço de infertilidade do CHLN, Calhaz Jorge.

Em resposta às questões colocadas, por email, o presidente do conselho de administração da Galilei Saúde, a que pertence o British Hospital, Joaquim Esperancinha, confirmou a participação daquele centro no concurso.

De acordo com este dirigente, o hospital ainda não foi notificado do resultado do concurso, desconhecendo por isso que tinha vencido o procedimento concursal.

Questionado sobre as diferenças encontradas pelo CHLN entre as taxas de sucesso enviadas pelo Centro e as que constam no CNPMA, Joaquim Esperancinha explicou que, “de acordo com os requisitos do concurso, foi apresentada a taxa de gravidez por ciclo em mulheres com menos de 40 anos”.

“Ao CNPMA são enviados, todos os anos, os dados de ciclos realizados, inclusive, em mulheres acima dos 40 anos”, adiantou.

Acima dos 40 anos diminui a probabilidade de sucesso destes tratamentos, o que terá contribuído para que no CNPMA existam taxas de sucesso inferiores às enviadas pelo hospital ao CHLN.

De acordo com Joaquim Esperancinha, o hospital ainda não foi notificado pelo CHLN de que o concurso ficou sem efeito.

O presidente do CNPMA, Eurico Reis, confirmou que o CHLN solicitou as taxas de sucesso dos centros que concorreram ao concurso.

Segundo Calhaz Jorge, a maior parte dos doentes seguidos no serviço de infertilidade do Hospital Santa Maria prefere esperar pelo tratamento do que realizá-lo nos centros privados, ainda que custeados pelo CHLN.

Em 2013, as taxas de sucesso neste serviço do CHLN situavam-se nos 45%, por ciclo, na Fertilização In Vitro (FIV), e nos 38%, por ciclo, na microinjecção intracitoplasmática (ICSI).

Neste hospital nasceu, há 29 anos, o primeiro bebé resultado de uma FIV.

Autoridade Europeia de Segurança Alimentar
A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar anunciou que quase metade dos alimentos consumidos na Europa apresentam resíduos...

Com base em análises realizadas em 2013 para controlar a presença de 685 pesticidas em 81 mil amostras de frutos e legumes, alimentos transformados e vinhos, a EFSA (sigla em inglês) concluiu que 45% da alimentação europeia continham resíduos de pesticidas.

Apenas 1,5% das amostras "ultrapassavam claramente os limites legais", afirmou a EFSA.

Em produtos oriundos de países terceiros, o valor sobe para 5,7%, enquanto nos alimentos provenientes de Estados-membros da UE ronda 1,4%.

A parte dos produtos que ultrapassam os limites legais relativamente à presença de pesticidas recuou em relação à última avaliação realizada pela EFSA em 2010.

Para a agência, é "improvável que a presença de resíduos de pesticidas nos alimentos tenha efeito, a longo prazo, sobre a saúde dos consumidores".

A curto prazo, o risco para os cidadãos europeus de serem expostos a concentrações nocivas de resíduos através da alimentação também é considerado "fraco", indicou a EFSA.

A organização não-governamental PAN (Rede Pesticidas Acção Europa) declarou, em comunicado, que "esta afirmação [da EFSA] é claramente errada e não-científica".

A ONG critica a EFSA por a agência não recorrer "a métodos fiáveis para avaliar a toxicidade" dos pesticidas, em particular os efeitos de exposição acumulada e duradoura a estas substâncias.

A PAN denunciou ainda que a EFSA trabalha com limites legais demasiado elevados.

A Associação de Protecção das Colheitas (ECPA), que representa a indústria dos pesticidas, congratulou-se com o resultado apresentado no relatório, uma confirmação de que "a alimentação na Europa é segura" e "testemunha os esforços desenvolvidos pelos agricultores e pela indústria" neste sentido.

Resíduos de vários pesticidas foram encontrados em 27,3% das amostras do estudo, em que não são poupados os produtos biológicos, com 15% das amostras analisadas a registarem a presença de resíduos, e 0,8% acima dos limites legais em vigor, de acordo com a EFSA.

Os morangos, os pêssegos, maçãs e alfaces são os alimentos com mais resíduos. Os morangos e as alfaces lideram também na violação dos limites legais com, respectivamente, 2,5% e 2,3% das amostras testadas.

OMS
A batalha contra a hepatite B, que mata 650.000 pessoas por ano no mundo, pode ser ganha dentro de 10 a 20 anos, afirmou hoje a...

“Serão precisos 10 a 20 anos para que possamos esperar eliminar a hepatite B”, declarou o médico Gottfried Hirnschall, director do departamento VIH/SIDA na Organização Mundial de Saúde (OMS), na divulgação das primeiras orientações sobre o tratamento da doença.

Cerca de 240 milhões de pessoas têm hepatite B, uma infecção viral que se transmite através do sangue e de outros líquidos biológicos e que expõe os doentes a um significativo risco de morte por cirrose ou cancro do fígado.

A hepatite B afecta sobretudo as pessoas dos países de rendimentos baixos e médios, nomeadamente na África Ocidental (prevalência de mais de 8%) e na Ásia Oriental (prevalência entre 5 a 8%), onde é transmitida geralmente à nascença.

Nos países mais ricos (prevalência inferior a 2%), a transmissão sexual e a utilização de agulhas contaminadas são os principais meios de contaminação.

Existe uma vacina contra a doença considerada muito eficaz e vários tratamentos para evitar que os que têm o vírus desenvolvam uma cirrose ou cancro do fígado. Ainda assim, 650.000 pessoas morrem anualmente de hepatite B.

Muitos dos infectados não sabem que têm o vírus devido à ausência de sintomas, explicou o chefe do programa mundial contra a hepatite da OMS, Stefan Wiktor, referindo ainda o número insuficiente de laboratórios capazes de fazerem os testes de rastreio ou as dificuldades de acesso aos tratamentos.

“Dispomos dos instrumentos (…) Só precisamos de agir”, disse.

A OMS recomenda a utilização de dois medicamentos para o tratamento da doença, seguros e muito eficazes, o tenofovir e o entecavir, já disponíveis em numerosos países sob a forma de genéricos.

Recomenda igualmente um controlo regular dos pacientes para avaliar se o tratamento funciona e para o rastreio precoce do cancro do fígado.

A agência da ONU sublinha ainda a importância da prevenção, recomendando a vacinação de todas as crianças contra a hepatite B, com a tomada da primeira dose à nascença.

DGS
A Direcção-Geral da Saúde garantiu que o período epidémico da gripe já terminou e que a mortalidade voltou aos valores normais.

Em comunicado, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) afirma que a taxa de incidência de gripe está a diminuir há duas semanas consecutivas e apresenta “tendência decrescente”, indicando que “o período epidémico da gripe já terminou”.

Na semana de 2 a 8 de Março (décima semana do ano), o número de óbitos registado por “todas as causas” situa-se nos valores considerados normais de mortalidade para a época.

A DGS prevê que esta situação se mantenha, pondo fim ao excesso de mortalidade que se registou e que esteve associado ao frio extremo, ao aumento da incidência de infecções respiratórias agudas e à actividade gripal.

O último Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, de 5 de Março, dava conta de que desde o início da época de vigilância deram entrada nos hospitais da rede 84 doentes com gripe, a maioria com o vírus B e com doença crónica subjacente, sendo que catorze pacientes morreram.

O excesso de óbitos voltou a ser observado entre idosos, com 75 ou mais anos, nas regiões do Norte e Centro.

A partir de sexta-feira
Os portugueses com problemas de sono vão ter, a partir de sexta-feira, uma linha de apoio telefónico especializada, que...

Lançada no Dia Mundial do Sono, a Linha do Sono (707 100 015) vai funcionar todos os dias úteis, entre as 11:30 e as 16:30, com o apoio de dois psicólogos especializados, tendo como “grande objectivo melhorar a qualidade do sono dos portugueses”, disse Filipa Jardim da Silva, da Oficina de Psicologia, promotora da iniciativa.

A linha funciona cinco horas por dia, mas nas restantes horas vai estar disponível um atendedor, no qual as pessoas podem deixar o número de telefone para mais tarde serem contactadas.

A psicóloga contou que o projecto nasceu na sequência de um estudo realizado no ano passado pela Oficina da Psicologia, segundo o qual 54% dos portugueses inquiridos disseram sentir-se cansados após uma noite de sono e cerca de 45% confessaram não dormir bem devido ao ‘stress’, ansiedade ou depressão.

O estudo revelou ainda que só um em cada quatro portugueses se sente revigorado após uma noite de sono, enquanto 46% afirma que, em média, dorme apenas cinco a sete horas por dia e 28% não dorme bem devido a problemas pessoais ou profissionais.

“Foi da preocupação que esses dados levantam que este ano a Oficina de Psicologia criou a primeira linha do sono em Portugal, cujo objectivo é criar um espaço em que as pessoas possam ligar e colocar questões inerentes à qualidade do sono e dúvidas que tenham”, disse a psicóloga.

Segundo Filipa Jardim da Silva, a linha pretende ser “mais um meio para ajudar os portugueses a valorizarem mais o sono e encontrarem algumas causas possíveis do mau dormir”, acedendo ao mesmo tempo a “algumas dicas para dormirem melhor”.

Cada vez mais se assiste a “problemas de saúde física e psicológica que decorrem de uma má rotina do sono ou de um sono com má qualidade”, para os quais contribui o “ritmo frenético” do dia-a-dia das pessoas em que muitas vezes apenas lhes sobram quatro, cinco, seis horas para dormirem.

A especialista sublinhou que há uma desvalorização do sono, começando a presenciar-se “um certo elogio a quem diz que não precisa de dormir muito, como se fosse uma característica de competência e de mais-valia para muitas pessoas”.

Na véspera do Dia Mundial do Sono, Filipa Jardim da Silva deixou algumas dicas para um sono mais tranquilo, como privilegiar entre sete a nove horas do dia para descansar e reduzir a intensidade da luz e do som vinte minutos antes de deitar.

As pessoas também devem ter alguns cuidados com a alimentação no período nocturno, como evitar refeições mais pesadas, e ter atenção ao colchão, à almofada, à temperatura e luminosidade do quarto.

Cientistas testam
Cientistas conseguiram desgastar a placa que se forma no cérebro de pacientes com Alzheimer com uma técnica experimental...

A lesão cerebral da doença de Alzheimer é causada por depósitos anormais de fragmentos de proteínas beta amiloide. Esses depósitos formam umas placas que se concentram e criam um emaranhado que afecta a transmissão entre as células nervosas do cérebro.

O tratamento da doença continua a ser difícil, em parte porque o cérebro tem uma barreira protectora, formada por uma densa camada de células fortemente ligadas e que impede a entrada de qualquer substância potencialmente nociva que circule no sangue, mas também de medicamentos.

O neurocirurgião Jurgen Got e Gerhard Leinenga, do Instituto do Cérebro da Universidade de Queensland, na Austrália, exploraram a hipótese de penetrar no cérebro do rato e desgastar a placa beta amiloide.

Para o conseguir, os especialistas fizeram um teste utilizando ultrassons combinados com microbolhas injectadas no sangue do rato, que vibravam em resposta às ondas emitidas, e assim abrir temporariamente a barreira protectora do cérebro.

Os investigadores aplicaram a técnica em várias ocasiões durante algumas semanas no cérebro dos ratos afectados pelo Alzheimer.

E constataram que em 75% dos ratos as placas desaparecerem quase por completo, sem causar danos no tecido do cérebro.

Os ratos também obtiveram melhores resultados nos testes de memória, orientação e reconhecimento de objectos depois de aplicado o tratamento.

A análise dos tecidos cerebrais revelou que o ultrassom estimulou também as células do sistema imunitário do sistema nervoso central.

Os cientistas salientaram que se trata de uma técnica não invasiva que está nas primeiras fases de investigação, embora acreditando que no futuro poderá ser uma estratégia possível para tratar o Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.

Os autores esperam agora testar a técnica em ovelhas com Alzheimer.

Leonor Furtado
A procuradora da República Leonor Furtado é a nova inspectora-geral das Actividades em Saúde.

A magistrada do Ministério Público substitui, no cargo, por escolha do ministro da Saúde e após concurso da Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (Cresap), o anterior inspector-geral, José António Martins Coelho, entretanto aposentado.

Segundo nota à imprensa do Ministério da Saúde, desde a saída de Martins Coelho, estas funções estavam a ser desempenhadas em regime de substituição por Edite Correia, que regressa agora à condição de subinspectora-geral da referida instituição.

Leonor Furtado, de 56 anos, que foi presidente do Instituto de Reinserção Social e directora-geral da Direcção-Geral de Reinserção Social, de Janeiro de 2006 a Outubro de 2010, era actualmente auditora jurídica no Ministério do Ambiente.

A nova inspectora-geral das Actividades em Saúde (IGAS) foi também assessora sénior da Comissão Anticorrupção de Timor-Leste (2013-2014), procuradora-geral-adjunta do Tribunal de Contas, Secção Regional da Madeira, em 2013, e procuradora da República, no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, de Outubro de 2010 a Setembro 2013.

Melhoria do estado de saúde e bem-estar
O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável tem como finalidade melhorar o estado nutricional da população. A...

Um consumo alimentar adequado e a consequente melhoria do estado nutricional dos cidadãos tem um impacto directo na prevenção e controlo das doenças mais prevalentes a nível nacional (doenças cardiovasculares, oncológicas, diabetes e obesidade) mas também deve permitir, simultaneamente, o crescimento e a competitividade económica do país em outros sectores como os ligados à agricultura, ambiente, turismo, emprego ou qualificação profissional.

Por esses motivos, existe em Portugal o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) tem como finalidade melhorar o estado nutricional da população, incentivando a disponibilidade física e económica de alimentos constituintes de um padrão alimentar saudável e criar as condições para que a população os valorize, aprecie e consuma, integrando-os nas suas rotinas diárias.

A coordenação deste Plano disponibiliza uma página na internet, que o portal do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge dá a conhecer e que pode consultar aqui. Esta página é um espaço informativo na área da nutrição e alimentação saudável, onde os cidadãos e os profissionais de saúde encontram, entre outros, dados de qualidade sobre a situação alimentar nacional, sobre alimentos e nutrientes, recomendações e ainda receitas saudáveis e ferramentas para utilizar no dia-a-dia.

Poderá ainda saber mais sobre "Boas práticas" que os profissionais do Serviço Nacional de Saúde estão a desenvolver nas diferentes Administrações Regionais de Saúde do país em prol da promoção da alimentação saudável bem como diferentes iniciativas da sociedade civil. Este sítio é actualizado com a mais recente informação científica disponível, contando com a colaboração dos melhores peritos a nível nacional.

Segurança Alimentar - Guia de Boas Práticas do Consumidor

A mesma instituição - Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge - disponibiliza na área dedicada à Segurança Alimentar um “Guia de Boas Práticas do Consumidor”. Considerando que a gestão da segurança alimentar visa o consumo de alimentos seguros e inclui o controlo de perigos e riscos microbiológicos ao longo da cadeia alimentar, incluindo na sua etapa final - o consumidor, foi elaborado este Guia, com o objectivo de divulgar a informação das boas práticas de segurança alimentar em casa, de acordo com a informação dos perigos, factores contributivos e condições que determinaram as toxinfecções alimentares ocorridas nos últimos anos em casas privadas em Portugal.

O Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto, em colaboração com os outros Departamentos, assegurando a função de laboratório de referência, investiga e reporta internacionalmente, desde 1993, os dados de Toxinfecções Alimentares em Portugal.

Com a publicação em questão pretende-se igualmente sensibilizar o público para a importância de informar as autoridades de saúde da ocorrência dos casos de toxinfecções alimentares, para que possam ser tomadas medidas correctivas e preventivas.

Desta publicação destacam-se os seguintes pontos:

  • Identificação dos perigos alimentares
  • Riscos de infecção em casa
  • Prevenção de doenças de origem alimentar
  • O que fazer num caso de suspeita de toxinfecção alimentar

Leia aqui o “Guia de Boas Práticas do Consumidor”.

Alergias respiratórias são uma das causas
Com a chegada da Primavera são muitos os portugueses que vão começar a sentir obstrução nasal, rinor

É uma patologia que afeta, todos os anos, cerca de 1 milhão e 400 mil portugueses. A rinossinusite é uma doença que se caracteriza pela inflamação da mucosa do nariz e dos seios perinasais e que, na maioria dos casos, ocorre com rinite associada ou é precedida da mesma.

Vulgarmente conhecida pelos doentes como sinusite, o termo médico mais correto para denominar esta doença, que interfere no desempenho profissional e escolar, bem como na interação social das pessoas afetadas, é rinossinusite.

As rinossinusites e as alergias

As alergias respiratórias são uma das principais causas das rinossinusites, sendo que, substâncias como o pó doméstico, o pólen, com a chegada da Primavera, os fungos e os pêlos dos animais contribuem fortemente para o desenvolvimento desta doença.

Existem diversas outras causas, destacando-se as infeções virais que afetam as vias aéreas, como a gripe, as condições climatéricas adversas, como o frio e a humidade, os traumatismos do nariz, fruto de mudanças bruscas de pressão associadas ao voo ou ao mergulho, a própria poluição atmosférica (poluição automóvel e o tabagismo), a má higiene nasal ou os desvios do septo nasal. O uso excessivo de descongestionantes nasais pode também aumentar o risco de desenvolvimento de rinossinusite.

Os principais sinais e sintomas de uma rinossinusite são a obstrução nasal, a rinorreia (saída de secreções pelo nariz ou que escorrem para a garganta), alterações do olfacto, dor na face e/ou sensações de peso/pressão, febre, dores de cabeça, mau hálito, dores nos dentes e tosse.

O melhor tratamento para uma rinossinusite requer uma abordagem médica multifacetada do pediatra ao clínico geral, do otorrinolaringologista ao imunoalergologista, tendo em conta as causas do problema, o estado geral do doente, os tratamentos já efetuados, o estilo de vida e doenças coexistentes. De um modo geral, esse tratamento passa mais pelo uso de anti-inflamatórios tópicos e menos de antibióticos, de descongestionantes e analgésicos. A utilização de sprays nasais salinos pode ser igualmente útil.

Os objetivos da terapêutica são o controlo e cura da inflamação, reverter a obstrução dos orifícios de drenagem das cavidades perinasais, reduzir o risco de evolução para a cronicidade e prevenir complicações graves.

Por vezes, a cirurgia pode ser necessária se o tratamento médico não for eficaz ou se existe uma obstrução que não pode ser tratada de outra forma. Na generalidade, os doentes submetidos a cirurgia melhoram francamente na frequência e intensidade dos sintomas. Em geral, o tratamento cirúrgico é realizado sob controlo endoscópico, exclusivamente através das fossas nasais, sem qualquer cicatriz externa e com um mínimo de desconforto para o doente.

Como prevenir

Para evitar a rinossinusite, na sequência de uma alergia ou constipação é importante recorrer a descongestionantes. Mas se estes forem utilizados convém que o sejam durante curtos períodos de tempo. O acto de assoar deve ser delicado, para evitar que as secreções possam subir em vez de descer.

É também importante a ingestão de muitos líquidos para manter as secreções nasais mais fluidas, assim como evitar viagens de avião.

Na presença de alergias, será importante uma consulta da especialidade para se detetarem quais as substâncias que as desencadeiam e para que se possam instituir os tratamentos adequados. É importante evitar todas as formas de poluição atmosférica, não colocar os dedos nem objetos estranhos no nariz, evitar ar muito frio e húmido ou ar muito seco e assoar-se com regularidade.

Para alguns doentes, os tratamentos termais apresentam excelentes resultados, sendo importante avaliar o seu interesse em conjunto com o médico. As “vacinas” aumentam a imunidade face a diversos agentes bacterianos e a vacina da gripe anual é importante para alguns grupos de pessoas.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Em 2014
A produção hospitalar na região Centro aumentou, em 2014, a nível da actividade cirúrgica e das consultas externas, “tendo...

Na actividade cirúrgica, as unidades hospitalares da região atingiram as 106.831 intervenções programadas, “o que equivale a um aumento de 3,2%”, contra 1% da média nacional.

Do total das cirurgias do ano passado, 57,4% foram realizadas em ambulatório, refere uma nota do gabinete de relações públicas da Administração Regional de Saúde (ARS).

“Estes resultados só foram possíveis com o grande empenho dos profissionais, que dão resposta à procura de melhores cuidados de saúde”, disse o presidente da ARS-Centro, José Tereso.

Na área da consulta externa, registou-se um aumento de 3,88% nas primeiras consultas, contra 0,90% a nível nacional, tendo sido realizado um total de 627.516 destas consultas na região, mais 23.412 do que 2013.

“O aumento foi também significativo no que respeita a consultas subsequentes, mais 32.400 em 2014, o que equivale a um aumento de 2,05%, também superior à média nacional de 1,90%”, segundo a nota.

Através dos processos de contratualização com os hospitais, “a ARS tem procurado contribuir para a elevação gradual dos níveis de acesso e qualidade assistencial, sem comprometer a sustentabilidade económico-financeira das instituições”, afirmou José Tereso.

“A região prevê atingir, em 2015 e pela primeira vez, uma situação global de equilíbrio operacional no conjunto de todas as instituições hospitalares”, adiantou.

A ARS-Centro “continuará a apoiar os esforços de investimento das instituições, quer no âmbito do novo quadro comunitário de apoio, quer no âmbito do investimento público nacional”, disse José Tereso.

Faltam 100 dias
Faltam cerca de 100 dias para o “Parque de Diversões da Corrida da Criança” abrir as portas para receber o maior evento...

A iniciativa é da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) e pretende, uma vez mais, de uma forma divertida sensibilizar as famílias para a importância da actividade física no combate ao sedentarismo e à obesidade infantil, uma doença crónica que já afecta uma em cada três crianças portuguesas.

“Esperamos reunir todas gerações na Corrida da Criança em 2015. Filhos, netos, sobrinhos e primos, acompanhados pelos adultos que queiram aproveitar mais uma vez esta grande festa. Já não realizamos o evento há dois anos e a reacção de saudade do público chega-nos diariamente de todo o lado. Isso é o que nos faz querer sempre superar as expectativas e por isso estamos a preparar a melhor Corrida da Criança de todos os tempos!”, afirmou Mário Silva, presidente da APCOI.

As inscrições já estão abertas no site www.corridadacrianca.com ou presencialmente em todos os balcões da Fnac e dos CTT. O limite é de 3.000 participantes inscritos em equipas duplas ou familiares.

Desporto em família e muito mais
“Queremos ser a Disney do desporto e é por isso que a cada edição participam na Corrida da Criança inúmeras mascotes infantis e alguns dos heróis favoritos das crianças seja da televisão, do cinema, dos livros ou dos videojogos, para incentivá-las a praticar exercício físico ao ar livre. Nas últimas edições tivemos, por exemplo, o Noddy, o SpongeBob, Dora a Exploradora ou os Smurfs. Para este ano, Alfa, Rik & Rok, Sushi e Yago são alguns dos nomes já confirmados, mas ainda vamos ter muitas novidades", acrescentou Mário Silva.

Desde 2011, que a Corrida da Criança transforma os Jardins do Casino Estoril num verdadeiro parque de diversões para todas as idades, por onde já passaram cerca de 8.000 famílias. 

Além do percurso desportivo com apenas 2 Km, que pode ser feito a correr ou a caminhar, o entretenimento também está garantido. 

No total serão 4 horas de festa e experiências inesquecíveis com emocionantes encontros ao vivo com as mascotes da TV, mini-concertos no Palco Principal e ainda uma área com mais de 30 diversões entre insufláveis gigantes, trampolins, jogos pedagógicos, workshops, pinturas faciais, entre muitas novidades que farão não só as crianças, mas também os adultos, vibrar de alegria.

Correr ou caminhar por uma boa causa
Participar na Corrida da Criança é também ser solidário, porque as receitas da inscrição revertem 100% a favor da APCOI, uma organização não governamental, sem fins lucrativos que luta diariamente, em Portugal, para defender a saúde das crianças através dos seus projectos.

Além disso, todos os participantes inscritos na prova receberão t-shirt, dorsal e laço de equipa, entre outras surpresas.

Taxas de Inscrição na Corrida da Criança 2015:

Até 31 de Março (1º Prazo)

  • Adulto (18 anos ou mais) = 8,5€
  • Jovem (13 aos 17 anos) = 7,5€
  • Criança (até 12 anos) = 6,5€

De 1 de Abril a 15 de Maio (2º Prazo)

  • Adulto= 9,5€
  • Jovem (13 aos 17 anos) = 8,5€
  • Criança (até 12 anos) = 7,5€

De 16 de Maio a 20 de Junho (3º Prazo)

  • Adulto (18 anos ou mais) = 10,5€
  • Jovem (13 aos 17 anos) = 9,5€
  • Criança (até 12 anos) = 7,5€

Sócios APCOI usufruem de 50% de Desconto em cada inscrição.

Ministro da Saúde
O Ministro da Saúde admitiu que existe um milhão de portugueses sem médico de família, mas anunciou que os concursos que estão...

Paulo Macedo, que falava na Comissão Parlamentar de Saúde, afirmou que existem quatro concursos para a contratação de médicos, os quais deverão resultar em mais 500 mil utentes com médico de família até ao final do ano.

Ainda assim, o governante reconheceu que ainda existe um milhão de portugueses sem médico de família, número que ascendia aos dois milhões, segundo as contas de Paulo Macedo.

Segundo o ministro, o défice de médicos de família é maior nas Administrações Regionais de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve, existindo uma cobertura superior a 90% nas outras três regiões.

Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra obtiveram um financiamento de 200 mil euros para aplicar um...

Uma equipa de investigadores do Serviço de Psicologia Médica (SPM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) “acaba de obter um financiamento de 200 mil euros para aplicar um programa pioneiro a nível internacional, que visa minimizar o elevado impacto negativo da depressão perinatal (gravidez e pós-parto)”, anunciou a Universidade de Coimbra (UC).

O financiamento para o projecto, denominado ‘Rastreio, prevenção e intervenção precoce na depressão perinatal - Eficácia de um novo programa nos cuidados de saúde primários’, foi atribuído pelo Programa Iniciativas de Saúde Pública, do European Economic Area Grants (EEA-Grants), no âmbito do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu 2009-2014.

Aquele mecanismo financeiro resulta de um memorando de entendimento entre Portugal e os países doadores, que são Islândia, Liechtenstein e Noruega.

O projecto consiste, em termos genéricos, na “aplicação a uma vasta amostra representativa de mulheres portuguesas, recrutadas nos cuidados de saúde primários e maternidades das regiões de Coimbra e de Aveiro, de um novo teste preditivo de auto-resposta”, intitulado ‘Rastreio e prevenção da depressão perinatal’.

Desenvolvido de raiz, em Coimbra, pela equipa do SPM da FMUC, “o teste avalia sintomas e factores de risco, permitindo prever quais as mulheres com maior probabilidade de ter depressão durante a gravidez e no período pós-parto”, adianta a UC.

Paralelamente, a equipa de investigadores envolvidos no estudo vai realizar “ensaios clínicos (aos níveis da prevenção e intervenção precoce), por forma a validar a eficácia do programa de rastreio”.

Para a coordenadora do projecto, Ana Telma Pereira, o objectivo da investigação, que dá continuidade ao trabalho científico desenvolvido na última década pelo SPM (e do qual resultaram “muitas publicações e apresentações internacionais”) é “continuar a contribuir para a minimização do elevado impacto negativo da depressão perinatal”.

Apesar de a depressão perinatal ser “um problema de saúde pública prevenível e tratável, sem programas de rastreio menos de 10% das mulheres afetadas recebem tratamento”, sublinha Ana Telma Pereira.

“Todas as mulheres no período perinatal poderão, potencialmente, beneficiar com esta intervenção, pois a todas será dada a oportunidade de serem avaliadas quanto à presença de sintomas de depressão perinatal e factores de risco associados”, salienta a investigadora.

As mulheres que mantenham ou a quem seja diagnosticada a patologia serão “encaminhadas para consulta externa de psiquiatria para avaliação e tratamento especializado por membros da equipa de investigação, no Centro de Responsabilidade Integrada de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)”, conclui Ana Telma Pereira.

Além da coordenadora do estudo, Ana Telma Pereira, e do diretor do SPM da FMUC, António Ferreira de Macedo, integram a equipa de investigadores envolvidos no projecto Maria João Soares e Mariana Marques, do SPM, e Carolina Roque, Miguel Bajouco, Nuno Madeira, Susana Renca e Vasco Nogueira, do Serviço de Psiquiatria do CHUC/FMUC.

Durante estudo sobre famílias portuguesas
Um grupo de investigadores descobriu, num estudo ao ADN de famílias portuguesas, um novo gene cuja mutação provoca uma forma...

Os investigadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) e da University College London (UCL) usaram uma tecnologia desenvolvida recentemente que permite, de uma forma relativamente rápida, a sequenciação de exomas, ou seja, a sequenciação de todos os genes do genoma humano ao mesmo tempo.

A tecnologia foi usada para estudar nove famílias portuguesas com Ataxia Recessiva com Apraxia Ocular (ARAO), identificadas durante um estudo nacional e sistemático em ataxias hereditárias realizado entre 1994 e 2004 em Portugal.

A investigação permitiu identificar um novo gene (PNKP) cuja mutação origina uma forma recessiva de ataxia, uma doença que se caracteriza pela falta de coordenação nos movimentos do corpo.

"Agora que sabemos qual é o gene envolvido na doença, sabemos qual é a via biológica que está afectada e este conhecimento permite focar os esforços para o desenvolvimento de novas terapias, ou para a experimentação de terapias já existentes para doenças relacionadas", afirmou José Miguel Brás, primeiro autor do estudo e investigador na UCL.

O cientista considera "de extrema importância" os estudos nacionais para a identificação de genes associados a formas familiares de doenças pois ajudam no diagnóstico, permitem determinar a existência da alteração genética noutros membros da mesma ou de outra família e podem identificar defeitos moleculares passíveis de serem tratados.

Rita Guerreiro, também investigadora na UCL, vincou o potencial que estes estudos têm para as famílias, mesmo sendo caros.

"Teria todo o interesse ver a continuação destes estudos a nível nacional de recrutamento e caracterização de famílias, não só para ataxias, mas para outras doenças neurológicas também", defendeu.

A descoberta feita pelos cientistas portugueses não terá um efeito imediato para encontrar uma cura para a Ataxia, mas é um passo na identificação de todos os genes que contribuem para estas doenças.

"Como estas famílias fazem parte de um estudo sistemático a nível nacional, sabemos que 30 a 40% têm uma alteração genética ainda por definir e estamos a trabalhar para darmos uma resposta a estas famílias também", referiu Rita Guerreiro.

O artigo, publicado no American Journal of Human Genetics, é resultado de uma colaboração entre o laboratório de José Brás e Rita Guerreiro na UCL, que se centra na investigação sobre doenças neurológicas e o IBMC, no Porto.

"Esta colaboração permitiu estabelecer o diagnóstico molecular nestas famílias e identificar a forma genética mais comum de Ataxia com Apraxia Ocular na população Portuguesa", referiu Isabel Alonso, investigadora no IBMC.

Programa Gilead
O programa Gilead Génese distinguiu 14 projectos, científicos e de iniciativa comunitária, que vão receber um total de 250 mil...

Entre os projectos premiados, anunciados pela Gilead Sciences Portugal, está uma iniciativa comunitária para levar a fisioterapia a casa dos doentes com fibrose quística, ou trabalhos científicos para perceber esta doença, para iniciar um repositório de dados clínicos biológicos que permitam compreender porque são diferentes o HIV-1 e o HIV-2 ou para criar uma nova técnica de diagnóstico de pneumonia por 'pneumocystis'.

O programa Gilead Génese, criado em 2013, tem como objectivo incentivar em Portugal a investigação clínica, a geração de dados e a criação de boas práticas de acompanhamento dos doentes, apoiar projectos na educação para a saúde, de intervenção comunitária e cívica, em áreas como o VIH/SIDA ou as hepatites virais crónicas B e C, assim como trabalhos sobre infecções fúngicas invasivas, fibrose quística e oncologia.

Na edição de 2014 do programa, candidataram-se mais de 60 projectos nacionais vindos de diferentes entidades científicas, de entidades académicas e da sociedade civil, tendo sido distinguidos 14 projectos, oito dos quais científicos e seis de iniciativa comunitária, "pelo seu potencial contributo para a dinamização da prática clínica, da melhoria da qualidade de vida dos doentes e dos resultados em saúde", refere a Gilead Sciences Portugal.

O projecto "Programa de Fisioterapia no domicílio para doentes com Fibrose Quística", da Associação Portuguesa de Fibrose Quística, é um dos exemplos de trabalhos distinguidos, referidos pela organização, e tem como objectivo melhorar a qualidade de vida destes doentes, já que a sua hospitalização "pode e deve ser levada ao mínimo", sendo os cuidados prestados em casa "uma alternativa válida ao internamento hospitalar".

A proposta da Fundação da Faculdade de Ciências da Unidersidade de Lisboa intitula-se "A sinalização pró-inflamatória como novo alvo terapêutico na Fibrose Quística" e pretende testar uma das características da doença, a indução da sinalização pro-inflamatória, para perceber os seus mecanismos e usá-los como alvo terapêutico facilitador da introdução de outras terapias que atinjam directamente a proteína que causa o problema.

O trabalho "Infecção por HIV-2: Repositório Clínico e Biológico" foi outro dos distinguidos com uma bolsa e pretende iniciar um repositório de dados clínicos biológicos que permitam compreender porque o HIV-1 é tão diferente do HIV-2, tendo Portugal "condições únicas para perceber esta diferença pois tem pessoas com os dois tipos de vírus".

O projecto "Imunonanodiagnóstico da pneumonia por Pneumocytis: uma abordagem inovadora baseada na associação de biossensores serológicos e nanopartículas", do Instituto de Medicina Tropical, aposta na criação de uma nova técnica de diagnóstico de pneumonia por 'pneumocystis', uma doença oportunista que surge em imunossuprimidos mas também em crianças e idosos, podendo levar à morte se não for tratada a tempo.

Dia Mundial do Rim
Sociedade Portuguesa de Nefrologia comemora Dia Mundial do Rim que se assinala a 12 de Março.

A Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN) assinala, no dia 12 de Março, o Dia Mundial do Rim que, este ano com o tema “Saúde renal para todos”, visa sensibilizar a população para o que é a Doença Renal Crónica e para a importância da prevenção e de um diagnóstico precoce.

De acordo a Sociedade Portuguesa de Nefrologia se o diagnóstico for feito na fase inicial da doença, esta pode ser controlada e tratada. Numa fase avançada, a doença renal crónica pode também afectar a função óssea, levando a que o doente sofra de constantes fracturas, dores crónicas, problemas vasculares e até morte prematura.

A Doença Renal Crónica caracteriza-se pela existência de uma lesão renal que se faz acompanhar de um declínio mais ou menos lento mas progressivo das funções dos rins. É uma doença que pode atingir qualquer pessoa, independentemente do género ou idade, mas cuja incidência é maior no sexo masculino e nos adultos, o que faz com que seja considerada uma doença que atinge sobretudo as idades mais avançadas.

Em geral, a doença renal crónica evolui sem sintomas até às fases mais avançadas mas podem, no entanto, existir alguns sinais como a tensão arterial elevada, o urinar com mais frequência, sobretudo durante a noite, o aparecimento de urina espumosa, a fadiga causada por anemia relacionada com o “sofrimento” renal, o inchaço nos olhos e nos membros inferiores, principalmente ao acordar e ao final do dia, a falta de apetite, as náuseas e os vómitos, quando os valores da ureia no sangue já são muito elevados.

De acordo a Sociedade Portuguesa de Nefrologia a Doença Renal Crónica é mais fácil prevenir do que tratar e por isso é importante limitar a ingestão de álcool, suspender o tabaco, fazer exercício físico, controlar a hipertensão arterial e a diabetes, fazer uma alimentação variada, com alimentos frescos, rica em vegetais e frutos, pobre em gorduras, sem excessos de proteínas e com a ingestão de pouco sal.

A Doença Renal Crónica afecta cerca de 500 milhões de pessoas em todo o Mundo e é classificada como um sério caso de saúde pública.

Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente, já sem qualquer possibilidade de recuperação.

Todos os anos surgem mais de 2 mil novos casos de doentes em falência renal. Em Portugal existem actualmente cerca de 16 mil doentes em tratamento substitutivo da função renal (cerca de 2/3 em diálise e 1/3 já transplantados), e cerca 2 mil aguardam em lista de espera a possibilidade de um transplante renal.

Dia Mundial

Em 2015, "Saúde renal para todos" é o tema das comemorações da data, dia 12 de Março. O Dia Mundial do Rim é uma iniciativa promovida pela Sociedade Internacional de Nefrologia (International Society of Nephrology) e da Federação Internacional das Sociedades Nefrológicas (International Foundation of Kidney Foundations).

Celebrada na segunda quinta-feira do mês de Março, a data visa aumentar a consciência da importância dos nossos rins na saúde em geral e reduzir a frequência e o impacto da doença renal e dos problemas de saúde associados em todo o mundo.

O Dia Mundial do Rim começou a ser celebrado em 2006. Todos os anos, a campanha destaca um tema específico. Em 2015, as comemorações decorrem sob o lema "Saúde renal para todos" (Kidney Health for All), apelando para a igualdade de acesso ao tratamento da doença renal.

Em 2015 é ainda lançado o desafio de “beber um copo de água” para comemorar os rins. Este gesto simbólico lembra que os rins são órgãos vitais e que devem ser cuidados; é uma maneira de tornar as pessoas mais conscientes sobre suas escolhas de estilo de vida.

Misericórdia do Porto
A Santa Casa de Misericórdia do Porto está a constituir uma equipa de desporto adaptado para juntar à integração e à...

"Ter deficiência não é uma fatalidade. O desporto adaptado pode ser o caminho para a integração plena e assumimos isso como o estado normal na sociedade e não como excepção", disse o provedor da Santa Casa de Misericórdia do Porto (SCMP), António Tavares.

A futura equipa de desporto adaptado integrará pacientes das três estruturas clínicas desta instituição - hospitais da Prelada e Conde Ferreira, bem como Centro de Reabilitação do Norte (CRN) - e também utentes do Centro Integrado de Apoio à Deficiência (CIAD).

Boccia, orientação de precisão, vela adaptada, iniciação ao basquetebol e ao andebol em cadeira de rodas, voleibol sentado, ténis de mesa e tiro ao arco são algumas das modalidades desportivas que fazem parte desta aposta da SCMP.

"Está mais que provada a influência do desporto não só na recuperação, mas na integração na sociedade", apontou o director clínico do CRN, Rúben Almeida.

A essa convicção de que o desporto facilita a recuperação da autoestima, a melhoria física, a capacidade de resistência e o desenvolvimento muscular, o responsável somou a importância da integração social através da competição.

"É importante que o doente se sinta capaz de integrar um grupo e também de competir com os seus pares", disse.

A opinião é partilhada pelo responsável do núcleo de desporto adaptado que já existe no hospital da Prelada, Gonçalo Borges, segundo o qual "o lazer pode existir", mas a reabilitação e a integração fomentam-se "ainda melhor" quando "as capacidades estão em competição".

"Não é só a reabilitação física que interessa. É também a reabilitação psíquica, cognitiva e emocional. Com a competição estamos a permitir que uma pessoa que tem uma incapacidade se coloque em posição de igualdade com os restantes", frisou Gonçalo Borges, defendendo a importância de este projecto colher apoio junto de federações desportivas.

A experiência da SCMP no desporto adaptado remonta a 2009, quando um enfermeiro, Joaquim Margarido, e um fisioterapeuta, Pedro Cunha, desafiaram os responsáveis da Prelada a apostar em modalidades como orientação de precisão e vela adaptada.

Entretanto, os atletas já passaram por cerca de meia centena as competições nacionais e internacionais, "com bons resultados", como sublinhou Gonçalo Borges, e em actividades que constituem "um excelente embrião para o futuro", como destacou o provedor da Misericórdia do Porto.

"É hora de formalizar esta aposta. Participar em actividades federativas e paralímpicas está no nosso objectivo", apontou António Tavares.

Formado o grupo de trabalho, sob a direcção do vice-provedor Canto Moniz e que integra vários profissionais de saúde e um professor de desporto adaptado, a expectativa é que no último semestre deste ano o projecto esteja a dar alguns frutos.

No CRN, localizado em Gaia, já existem cadeiras de rodas que permitem a prática de basquetebol ou ténis, entre outros desportos, bem como equipamento profissional para o boccia, indicou Rúben Almeida.

Já o responsável da Prelada acrescentou a esperança de que, com a formalização deste projecto, tanto a orientação, como a vela, que já alcançaram "alguma sustentabilidade", possam "ganhar força" para integrarem candidaturas a apoios comunitários.

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