Melhoria das terapêuticas médicas e cirúrgicas
Em cada mil bebés, oito sofrem de cardiopatia congénita e quatro precisarão de ser operados. Maioria fica sem problemas.

Tratar de um bebé com um problema grave no coração é uma batalha para os médicos. Salvar-lhe a vida é a recompensa. Como o caso de Flor, que está quase a fazer dois anos. A menina recebeu um coração novo aos oito meses, em Dezembro de 2013, depois de ter estado quatro meses ligada a um coração artificial até ter encontrado um dador. E quando chegam a adultos criam-se novos desafios. Em cada mil bebés nascidos, oito vão sofrer de uma cardiologia congénita, uma mal formação na estrutura do coração que não tratada leva à morte. Destas oito crianças, quatro vão precisar de ser operadas. A taxa de sobrevivência imediata é de 97%, escreve o Jornal de Notícias na sua edição de hoje.

Bons resultados que estão a levar à criação de nova especialidade: a de cardiologistas pediátricos que se estão a transformar em especialistas de cardiopatia congénita para tratar destas crianças quando chegam a adultos. "Há umas décadas a mortalidade era elevada, mas houve grandes melhorias das terapêuticas médicas e cirúrgicas e estas crianças vão chegar à idade adulta. Têm de existir centros de adultos capazes de tratar esta doença", diz Conceição Trigo, cardiologista pediátrica no Hospital de Santa Marta e que moderou um debate sobre o tema no 36.º Congresso Português de Cardiologia.

A cardiopatia congénita não é a única a lançar o desafio. Existem outras doenças graves, mais raras, como a miocardiopatia dilatada - que impede o coração de bombear sangue para todo o corpo - e que obriga a transplante. Conceição Trigo continua a acompanhar Flor. "Está óptima e a viver no Porto. Vem cá para as consultas de seguimento. Está sem problemas", garante.

 

Em Évora
De 23 a 25 de Abril decorre a 11ª edição dos Encontros da Primavera, que conta com mais de 1.000 profissionais de saúde e a...

“A oncologia é, como sabemos, uma das áreas da medicina com maior desenvolvimento na actualidade, pelo que uma abordagem a partir do “standard” actual, mas virada para os temas de futuro, parece-nos ser uma estratégia adequada”, afirma o Dr. Sérgio Barroso, presidente dos Encontros da Primavera.

Ao longo de todo o congresso são debatidas várias patologias oncológicas como por exemplo o cancro da mama, o melanoma e o cancro da tiróide, com a intervenção de peritos nacionais e internacionais. No dia 23 de Abril realiza-se o Curso Pré-congresso com o mote “Oncologia e cuidados de saúde primários”, dedicado em exclusivo aos Médicos de Clínica Geral.

Neste evento serão também apresentados os resultados de um inquérito realizado aos profissionais de saúde sob o tema “Percepções e preocupações dos profissionais ligados à Oncologia em Portugal”.

Liga Portuguesa Contra o Cancro
A campanha “Hora do Sol Saudável” regressa às escolas portuguesas para ensinar as regras e os riscos da exposição solar em...

Nesta edição, o projecto tem como Embaixador o Cifrão, conhecido cantor e bailarino, que criou a música e videoclip para a campanha. Até 15 de Maio, as crianças serão desafiadas a recriar um vídeo que alerte para os malefícios da exposição solar, em que os critérios de avaliação serão criatividade, originalidade e utilização das mensagens correctas.

“A prevenção do cancro da pele é uma das principais preocupações da Liga Portuguesa Contra o Cancro nas diversas ações de sensibilização que promove. Todos os anos, procuramos informar e sensibilizar toda a população para a necessidade de adoptar comportamentos responsáveis face à exposição solar”, começa por explicar Francisco Cavaleiro de Ferreira, Presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). “Projectos como a Hora do Sol Saudável são essenciais para envolver e cativar a comunidade escolar. É primordial garantirmos que as mensagens de prevenção são incorporadas desde logo no processo de crescimento das crianças. Por isso, as escolas e educadores têm um papel importantíssimo”, acrescenta.

Portugal tem, a cada ano, 800 novos casos de melanoma e está na cauda da Europa (apenas à frente da Alemanha) no que respeita à utilização de protectores solares, onde a taxa de penetração é apenas de 67%.

Para Inês Caldeira, Country Manager L’Óreal Portugal, esta mudança de comportamento passa por encontrar projectos e campanhas que envolvam a comunidade. ”A Garnier Ambre Solaire está unida com a LPCC, há cerca de 15 anos, pela mesma causa que é proteger o património solar das nossas crianças. Juntos, queremos levar esta causa a todas as escolas do ensino básico em Portugal para que todas as crianças entre os 6 e os 10 anos adoptem comportamentos solares mais responsáveis e saudáveis. Pretendemos que mais de 1 milhão de portugueses use protector solar até 2020 e que 8 de 10 portugueses passem a estar protegidos do sol. O objectivo é que 7.7 milhões de portugueses usem protector solar!”

A campanha “Hora do Sol Saudável” parte do princípio de que o Sol é indispensável à vida e que os raios solares nos ajudam a fabricar a vitamina D, fundamental para o desenvolvimento ósseo. Por outro lado, pretende também mostrar que o Sol em excesso é maligno e ensinar a população a distinguir entre exposição solar benéfica e exposição solar excessiva e perigosa.

O concurso arranca dia 14 de Abril e as inscrições devem ser feitas até dia 30 de Abril. Após a inscrição, as turmas recebem um kit pedagógico sobre a campanha e têm até dia 15 de Maio para fazer o upload do vídeo na plataforma www.horadosolsaudavel.pt

Os vencedores serão divulgados no dia 1 de Junho e escola vencedora receberá um prémio de 2.500 euros e uma aula de dança com o embaixador. Adicionalmente, o 2º lugar receberá 1.000 euros e para o 3º lugar, um prémio no valor de 500€. Os Prémios monetários deverão ser utilizados no melhoramento e/ou requalificação das instalações das escolas vencedoras. O júri será composto por um elemento representante da LPCC, da Garnier Ambre Solaire e pelo Cifrão.

Especialistas explicam
Logo que se levanta sente-se cansado? Mesmo depois de um fim-de-semana a descansar?

Acontece uma em cada cinco pessoas, escreve o jornal britânico Daily Mail que foi ouvir vários especialistas na área da saúde e explicaram as causas. Porém apesar da elevada frequência com que ocorre, apenas 10% dos indivíduos recorre ao médico por causa desse cansaço. Destes 10%, só metade são diagnosticados com problemas de saúde, como falta de ferro ou hipotiroidismo. Conclusões do mesmo jornal que revela 7 razões que podem estar na origem dessa fadiga.

É perfeccionista?

Ser perfeccionista pode consumir a energia de qualquer um, pois é capaz de passar o dia todo a questionar as duas decisões.

Segundo Irene Levine da New York University-Langone School of Medicine “os indivíduos perfeccionistas tendem a passar o dia preocupados com o que fazem, questionando se é suficientemente bom”.

Bebe demasiado café?

A cafeína é um estimulante e quando consumida envia uma mensagem às glândulas produtoras do stress, adrenalina e cortisol. Marilyn Glenville, nutricionista e autor de A Bíblia Saúde Natural para as Mulheres explicou que depois de uma chávena de café as pessoas sentem-se cheias de energia e em alerta. Porém a glicemia (nível de açúcar no sangue) desce e começa a sensação de cansaço. Isso faz com que beba outro café e inicie um ciclo de energia-cansaço-energia-cansaço… “A cafeína pode parecer a resposta para o cansaço, mas é um falso amigo”, disse Marilyn Glenville.

Consome demasiados hidratos de carbono?

O nutricionista explicou que pode haver pessoas a apresentar cansaço devido à alimentação demasiado rica em hidratos de carbono e que pensam estar a dar-lhes energia.

Alimentos como a massa, pão, arroz, bolachas ou o chocolate provocam picos e quebras dos valores de açúcar no sangue. Para libertar a energia mais devagar e evitar o cansaço, deve ingerir alimentos com baixo índice glicémico.

A menstruação causa-lhe distúrbios do sono?

De acordo com vários estudos, muitas mulheres têm dificuldade em dormir principalmente na fase lútea do ciclo – 11 dias antes do inicio da menstruação. A razão deve-se à baixa produção hormonal que ocorre nesta fase.

Há inclusive evidências de algumas mulheres que têm distúrbios do sono graves como a insónia (falta de sono), hipersonia (excesso de sono) ou parassonias (que incluem problemas como o sonambulismo, terrores nocturnos, pernas inquietas, etc.).

Não come proteínas em quantidade suficiente?

Acontece a muitas pessoas ter falta de energia algumas horas após o almoço ou antes do jantar. A razão pode ser a falta de consumo de proteínas, revelou Nicola Shubrook, nutricionista da Wellness Urban, em Londres.

As proteínas são aliadas contra o cansaço. Caso não as inclua na sua alimentação, o cansaço poderá ser uma das consequências. Por isso, há que privilegiar alimentos que as contêm, como a carne, o peixe, o feijão, as lentilhas ou as nozes

Tem diabetes de tipo 2 e não sabe?

Cansaço constante, geralmente acompanhado de problemas de visão, uma sede constante e vontade em urinar com frequência? Estes podem ser sinais de diabetes tipo 2 não diagnosticada.

Tem os níveis de testosterona baixos?

Nos homens, o cansaço - acompanhado da perda de pelos no corpo, perda de libido e dificuldade de concentração - pode ser causado por baixos níveis baixos desta hormona sexual.

Se assim for, “há igualmente uma perda da massa muscular e o homem sentir-se-á cansado em qualquer actividade física”, disse Mark Vanderpump, endocrinologista consultor no Royal Free Hospital, em Londres.

Os baixos níveis de testosterona causados por uma condição conhecida como hipogonadismo. Esta condição afecta cerca de 5 mil homens e a causa é desconhecida, embora possa ser genética.

 

Adaptado de http://www.dailymail.co.uk/health/article-3037341/Are-exhausted-perfectionism-lack-protein-coffee-reveal-seven-surprising-reasons-lacking-energy.html

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Cruz Vermelha Portuguesa
Nos próximos dias 24, 25 e 26 de Abril, sexta, sábado e domingo, a Cruz Vermelha Portuguesa vai realizar mais uma campanha...

Durante os três dias, voluntários da Cruz Vermelha Portuguesa vão estar em mais de 200 lojas de todo o país e ilhas, a apoiar na recolha dos alimentos. Todos os portugueses podem aderir a esta causa e contribuir com produtos como papas e produtos para bebés, leite e leite em pó, enlatados diversos, farinha, azeite, cereais, arroz, massa, açúcar, entre outros bens essenciais.

Os bens doados serão posteriormente distribuídos por famílias carenciadas, identificadas pelas cerca de 100 Delegações da Cruz Vermelha Portuguesa, de acordo com as necessidades mais urgentes de cada região, a nível nacional, com o objectivo de ajudar muitas famílias portuguesas que procuram apoio junto da Instituição.

A Cruz Vermelha Portuguesa convida todos os portugueses a participarem nesta iniciativa e agradece a sua contribuição, em nome das famílias que mais precisam.

Faculdade de Medicina de Lisboa
Em nome da campanha Stop Diabetes, no dia 22 de Abril, os alunos da Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa...

Esta campanha de prevenção, informação e divulgação do Programa Nacional para a Diabetes (PND), que conta com o apoio da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal e da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, tem vindo a alertar para a urgência de travar a epidemia da Diabetes que, em 2030, pode atingir um em cada três portugueses.

Com o objectivo de sensibilizar a população para a adopção de estilos de vida mais saudáveis, como forma de prevenir e controlar a Diabetes, a Stop Diabetes levou já a cabo diversas iniciativas: um curso para jornalistas; criação de spots de sensibilização para os grandes painéis de Lisboa, divulgação de informação na Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) com frases em displays electrónicos, cartazes e folhetos nos autocarros; distribuição de um Cartão de Identificação da pessoa com diabetes por todo o país; criação de um site e actualização diária de uma página de Facebook; entre outras.

“Com este projecto nacional, que teve início em 2012, temos levado a discussão sobre a diabetes aos mais diversos quadrantes da sociedade. É importante falar sobre esta doença com os familiares, amigos e colegas, desmistificar tabus e propor o tema a dirigentes, representantes ou líderes políticos para que tomem medidas desde já. Prevenir a Diabetes é um dever de todos e começa com cada um de nós”, reforça José Manuel Boavida.

A Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa (AEFML), uma das mais antigas associações estudantis de Portugal (fundada em 1914), dá o seu apoio à Campanha sensibilizando as pessoas para optarem comportamentos mais saudáveis, concretamente: perder de 5 a 7% do peso, em caso de excesso de peso; fazer 30 minutos de actividade física por dia; comer 5 porções diárias de frutas ou legumes; beber no mínimo 1,5 litros de água por dia.

Em simultâneo, com a venda das maçãs, esta acção está também a apoiar o Núcleo Jovem (NJA) da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP). O NJA foi fundado em 2012 por jovens com diabetes com o intuito de promover actividades em grupo para outros jovens com diabetes. A sua mais recente acção consiste na preparação de uma equipa para participar no Campeonato Europeu de Futsal para pessoas com diabetes (Diaeuro 2015) que acontece em Julho.

Campanha Stop Diabetes
A campanha Stop Diabetes, do Programa Nacional para a Diabetes da Direcção-Geral da Saúde, quer contrariar o crescimento da...

A diabetes é considerada a pandemia do século XXI prevendo-se que possa atingir, nos próximos 30 anos, mais de 20% da nossa população. Segundo o relatório de saúde da OCDE de 2014, Portugal é o país da Europa com a mais alta taxa de prevalência da diabetes (13%).

A campanha Stop Diabetes, do Programa Nacional para a Diabetes (PND), da Direcção-Geral da Saúde (DGS) tem vindo a actuar para desacelerar o crescente aumento da diabetes em Portugal: a promoção de estilos de vida saudável é a base de uma prevenção eficaz, permitindo reduzir em 60% a evolução da Diabetes nas pessoas em risco.

Silenciosa, a evolução da doença está associada ao risco de várias complicações que resultam na diminuição da qualidade de vida e num grande esforço financeiro para o doente e para o Estado (1% do PIB). Se nada for feito, calcula-se que o número de casos anuais de diabetes duplique para 120 mil nos próximos 10 anos.

A esta doença crónica estão associados elevados custos humanos, sociais e económicos, constituindo-se como a primeira causa de cegueira, diálise, amputações não traumáticas, enfartes do miocárdio e AVC em adultos jovens. De acordo com o mais recente relatório “Diabetes: Factos e Números” do Observatório Nacional da Diabetes, 25% das pessoas que morrem nos hospitais têm diabetes.

A diabetes, bem como as suas complicações - que atingem 40% das pessoas com a doença e muitas vezes já estão presentes no momento do diagnóstico – podem ser prevenidas.

“Diversos estudos demonstram a efectividade de programas de intervenção no estilo de vida. A Declaração das Nações Unidas ‘Unite for Diabetes’ enfatiza a prevenção da Diabetes Tipo 2 como um tópico fundamental na Saúde. Já o Conselho da União Europeia encoraja o desenvolvimento de programas com controlo de qualidade para a mudança sustentada do estilo de vida. Caso contrário, as consequências podem vir a ser desastrosas”, defende José Manuel Boavida, director do PND.

E enumera algumas: “a percentagem de 30% de pessoas que fazem hemodiálise por causa da diabetes pode chegar aos 40% nos próximos anos; em 30 anos duplicarão também os internamentos hospitalares por AVC e por enfarte do miocárdio, que no presente se situam nos 30% associados à diabetes; os gastos directos com a diabetes chegarão a mais de 3 mil milhões de euros e a 15% da Despesa de Saúde nos próximos 20 a 25 anos; os gastos com medicamentos serão incomportáveis para o SNS sendo os doentes, consequentemente, chamados a comparticipar mais; os Serviços de Saúde não terão capacidade para atender e acompanhar um número tão elevado de doentes. Intervir contra a diabetes é uma das maiores prioridades de saúde pública”.

A Diabetes Tipo 2 é a forma mais comum da doença e está fortemente ligada aos estilos de vida, à alimentação e à idade. Um dos objectivos do Programa Nacional para a Diabetes é reduzir a prevalência da diabetes por meio de diversas estratégias de intervenção, nomeadamente através do combate aos factores de risco conhecidos, incidindo, sobretudo, naqueles que é possível controlar, como a hipertensão arterial, a obesidade, a privação de sono, o sedentarismo e o tabagismo.

Um problema comum nas crianças
A incidência da conjuntivite alérgica aumentou drasticamente nas últimas décadas e apresenta um grande impacto na qualidade de...

Maria João Quadrado, presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), refere que “o aumento da incidência da conjuntivite alérgica ocorre por vários factores, nomeadamente alterações ambientais como o aumento da poluição e o contacto com animais de estimação. As alergias oculares estão entre as doenças mais frequentemente diagnosticadas pelo oftalmologista, constituindo um problema relativamente comum, principalmente nas crianças”.

A conjuntivite alérgica ocorre quando um alérgeno (agente estranho capaz de provocar alergia) irrita a conjuntiva, uma membrana fina e transparente que reveste o olho e a parte interior das pálpebras. Muitas vezes, a alergia ocular surge em associação com outras doenças alérgicas como asma, rinite alérgica, dermatite ou eczema atópico. Há quatro formas diferentes dentro das conjuntivites alérgicas: a conjuntivite alérgica sazonal, a conjuntivite alérgica perene, a queratoconjuntivite vernal e queratoconjuntivite atópica.

“As conjuntivites alérgicas sazonal e perene são as mais frequentes, afectando cerca de 20% da população. Na forma sazonal, que surge por norma na Primavera e Verão, os alérgenos são geralmente pólen de árvores, ervas ou flores que invadem o ar nos meses mais quentes. Os sintomas são mais notórios nos dias em que a quantidade de pólen no ar é maior. A conjuntivite alérgica perene ocorre durante todo o ano e está associada a alérgenos domésticos como o pó da casa ou o pelo de animais de estimação”, explica Maria João Quadrado.

Relativamente aos sintomas, a especialista realça que “afectam caracteristicamente os dois olhos com queixas de lacrimejo, prurido (comichão), edema da conjuntiva (olhos inchados) e olhos vermelhos. Os sintomas originam bastante incomodo e podem afectar a vida quotidiana dos doentes. As conjuntivites alérgicas não apresentam risco de contágio, ao contrário do que acontece com as conjuntivites infecciosas”.

Nos olhos as alergias podem apresentar formas graves mas raras: a queratoconjuntivite vernal e a atópica. A queratoconjuntivite atópica é uma doença inflamatória crónica da superfície ocular e das pálpebras, associada a dermatite atópica e pode levar à cegueira pelo aparecimento de doenças graves da córnea como úlceras, abcessos e queratocone.

Para tratar conjuntivite alérgica “o primeiro é diminuir o contacto com o agente desencadeante”, defende Maria João Quadrado. “O uso de bonés de pala e óculos de sol diminui o contacto do pólen com a superfície ocular, constituindo uma medida simples e eficaz no combate à alergia ocular. Existem filtros que podem ser adaptados aos aspiradores para diminuir o número de partículas de pó circulantes. Mediante a gravidade das queixas e dos sinais clínicos, o tratamento pode passar pelo uso de compressas frias, lágrimas artificiais e colírios antialérgicos. Nas formas mais graves da conjuntivite alérgica como a queratoconjuntivite vernal e queratoconjuntivite atópica, utilizam-se agentes mais fortes como corticosteroides ou outros imunossupressores”. 

A presidente da SPO lembra ainda que “esta medicação deve sempre ser receitada e controlada pelo oftalmologista pelos graves efeitos secundários que pode originar. O doente com conjuntivite alérgica deve sempre ser observado pelo oftalmologista”.

Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa
Decorre na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, entre 23 e 24 de Abril, uma reunião científica da acção europeia...

COST é um programa de cooperação internacional europeu que tem como missão o apoio à coordenação de actividades de investigação, através do apoio à cooperação e interacção entre investigadores. As acções COST cobrem uma grande variedade de tópicos, desde a investigação fundamental às colaborações entre os sectores académico e industrial.

Actualmente, o número de doentes com doenças autoimunes ou sujeitos a transplantes de órgãos ou células estaminais está a aumentar. Tais pacientes requerem a administração de drogas imunossupressoras, que frequentemente se revelam ineficazes e causadoras de sérios efeitos secundários, para além de serem dispendiosas. Assim sendo, é necessário encontrar uma alternativa – terapias seguras e eficazes que permitam a alteração das respostas imunitárias indesejadas. A partir desta premissa, foi criado o consórcio Action to Focus and Accelerate Cell-based Tolerance-inducing Therapies (A FACTT), cuja reunião de Abril decorre em Lisboa.

O propósito principal deste encontro é a reunião e harmonização de informação relativa ao tema em questão, de modo a atingir uma solução consensual e estandardizada sobre esta problemática. A reunião da A FACTT está a ser organizada pela docente e investigadora da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Doutora Joana Miranda, que, em conjunto com o Doutor Rui Vitorino, investigador da Universidade de Aveiro, integra o consórcio desta acção COST. 

Açores implementa
O Governo dos Açores espera ter a funcionar até ao final do próximo ano cerca de 14 projectos de telemedicina para tornar mais...

"Estamos a falar de cerca de 14 projectos, alguns estão já em fase mais adiantada de implementação mais avançada, como é o caso deste, da dermatologia. Mas são tudo projectos que vamos até final da legislatura trabalhar para que fiquem concretizados o mais rapidamente possível", disse Vasco Cordeiro.

O presidente do Governo Regional dos Açores falava aos jornalistas no centro de saúde das Velas, na ilha de São Jorge, depois de ter assistido a uma consulta de dermatologia com recurso à telemedicina, tendo sido usada uma plataforma informática que está já disponível em todas as Unidades de Saúde de Ilha (USI).

Os 14 projectos abrangem diversas áreas e especialidades médicas, estando já implementado um deles em todas as USI (suporte ao tratamento de feridas). Segue-se agora a dermatologia, estando previstos projectos para áreas relacionadas com a reumatologia, a obstetrícia, a cardiologia, a endocrinologia ou o aconselhamento médico em casos de emergência e eventual necessidade de "evacuação médica aérea".

Vasco Cordeiro disse que neste último caso, o executivo açoriano está convencido de que o projecto "pode ajudar muito" à "forma, à comodidade, à segurança e à rapidez para uma tomada de decisão".

A aposta na telemedicina pretende justamente "tornar mais cómoda, mais rápida, no fundo, mais fácil a acessibilidade [de quem reside nos Açores] aos cuidados médicos", enfatizou Vasco Cordeiro.

"Este exemplo que acabámos de ver ilustra bem a facilidade, a comodidade e a rapidez com que, quem necessitar de determinado tipo de cuidados médicos, através da telemedicina, consegue tê-los de uma forma que dispensa ter de se deslocar para outra ilha, que dispensa a perda de tempo, que dispensa, no fundo, o incómodo de ter de se ausentar", sublinhou ainda.

Vasco Cordeiro ressalvou que, "obviamente, a telemedicina não substitui todas as necessidades" e que o Governo Regional não está a fazer esta aposta "para evitar a deslocação de médicos especialistas".

"Apostamos na telemedicina porque isso é melhor para os jorgenses, bem como para todos os açorianos. Não dispensa a deslocação de especialistas. Quando muito, permitirá uma maior eficácia e um maior aproveitamento dessa deslocação", afirmou.

 

Debatidos em congresso
O inevitável acesso das crianças e jovens às novas tecnologias, o tempo que passam em frente ao ecrã e os desafios que estas...

"Tecnologia e Criatividade" é o tema do congresso, que decorre na quarta-feira e na quinta-feira, em Lisboa, e que pretende encontrar resposta para a pergunta “Crianças e jovens e as novas tecnologias: risco ou oportunidade?”

“Pretendemos através da partilha de investigação e estratégias de intervenção contribuir para a clarificação” desta questão e “encontrar estratégias criativas, inovadoras e eficazes para promover uma utilização saudável e construtiva das novas tecnologias de informação e comunicação”, disse à agência a coordenadora do congresso.

Tânia Gaspar Santos, do Instituto de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade Lusíada de Lisboa, adiantou que o tempo despendido com as novas tecnologias de informação e comunicação tem vindo a ocupar cada vez mais tempo na vida das crianças e dos jovens.

Citando alguns estudos, a psicóloga disse que um dos comportamentos mais referidos pelos jovens na ocupação dos tempos livres é o “tempo passado com os media, a ver televisão ou a utilizar outros equipamentos tais como o vídeo, os videojogos e a internet”. Em média, os jovens passam três a cinco horas diárias a utilizar estes instrumentos, um tempo superior ao gasto na ocupação dos tempos livres com actividades físicas e só ultrapassado pelo tempo que passam a dormir.

Tânia Santos advertiu que estes comportamentos podem acarretar novos desafios que devem ser equacionados, como “o aumento de comportamentos de risco ao nível da violência associada ao uso do computador” e “o isolamento social que pode implicar, sobretudo se os jovens manifestarem dificuldades de relacionamento social”

Os estudos sugerem que as actividades de tempo de ecrã podem ser um factor protector e um factor de desenvolvimento sócio cognitivo e do bem-estar desde que esse tempo não seja excessivo, especialmente que não impeça outras actividades de ocupação de tempos livres e outras formas de interacção social e com supervisão parental.

Nuno Loureiro, um dos autores do estudo “Adolescentes activos e adolescentes sedentários: a realidade portuguesa e o papel das Novas Tecnologias”, disse à Lusa que os jovens têm que ser preparados para as novas tecnologias, mas também têm de “ser estimulados” para praticarem actividade física.

“É comum fazer-se uma avaliação e ir à procura de culpados”, olhando-se para a tecnologia como “a causa para grandes problemas de saúde dos jovens”, disse Nuno Loureiro, do Instituto Politécnico de Lisboa.

Os comportamentos de lazer sedentários são muitas vezes associados à reduzida prática de actividade física dos adolescentes e o que “percebemos é que em alguns casos isso pode ser verdade, mas na grande maioria dos casos não funciona dessa forma”, disse o investigador.

“Há muitos jovens que conseguem gerir o seu tempo, ter comportamentos activos e, ao mesmo tempo, estarem ligados à tecnologia”, acrescentou. “É na adopção entre comportamentos mais activos e mais sedentários que vai residir a saúde dos jovens”, defendeu.

 

Ébola
A OMS assumiu que a sua resposta à epidemia do Ébola foi “lenta e inadequada” e que não foi “suficientemente agressiva” para...

“A resposta inicial da OMS (ao surto de Ébola) foi lenta e inadequada, não fomos suficientemente agressivos para alertar o mundo, a nossa capacidade de acção rápida foi limitada, não trabalhamos correctamente com os nossos parceiros, não comunicamos adequadamente, e houve confusão sobre papéis e responsabilidades dentro da organização”, refere um documento da Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com a EFE, a agência da ONU assumiu este posicionamento numa nota assinada pela directora geral, Margaret Chan, em que afirma que, “face às lições apreendidas”, se compromete a “reformar a OMS” para dar uma melhor resposta às futuras emergências humanitárias.

De acordo com o comunicado, a responsável pela agência de saúde das Nações Unidas reconheceu que a sua instituição não teve suficientemente atenção aos aspectos culturais da região onde ocorreu o surto.

"Um obstáculo significativo a uma resposta adequada foi o relacionamento impróprio com as famílias e as comunidades afetadas”, refere o texto.

Na África Ocidental, a região mais atingida pelo surto, é tradicional cuidar-se dos doentes em casa e lavar e abraçar o cadáver, mas estas práticas multiplicam a infecção porque o vírus é transmitido através de fluídos corporais, e aumenta à medida que a doença progride.

Para evitar que casos de género se repitam, a OMS assegurou que vai trabalhar com o novo organismo criado, que pretende integrar equipas médicas devidamente qualificadas em todo o mundo prontas para intervir em caso de emergências graves, tais como epidemias.

Associação Portuguesa de Dietistas
A Associação Portuguesa de Dietistas defendeu que estes profissionais de saúde têm “as mesmas competências” que os...

A Ordem dos Nutricionistas, que actualmente regula as profissões de nutricionista e dietista, iniciou o processo de convergência das profissões, fazendo com que desapareça a de dietista, por proposta do Governo, uma situação já contestada pelos nutricionistas.

A Associação Portuguesa de Dietistas (APD) defende, em comunicado, que “os dietistas têm as mesmas competências técnicas que os nutricionistas” e pretende “um tratamento pautado pelo princípio da igualdade”.

Para expor a sua posição, a associação solicitou uma audiência à Comissão Parlamentar do Trabalho, Segurança Social e Administração Pública antes da discussão da proposta de lei do Governo para alteração dos Estatutos da Ordem dos Nutricionistas, agendada para a próxima sexta-feira, no Parlamento.

Segundo a associação, os dietistas “têm sido alvo de discriminação activa por terceiros que sustentam que os nutricionistas são os profissionais de referência na área da nutrição e da dietética, dispondo de mais e melhores competências que os dietistas, encetando acções de promoção de emprego no sector público e privado apenas aos nutricionistas”.

Defendem que os dietistas licenciados pelo ensino superior politécnico são Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica e os dietistas licenciados pelo ensino superior universitário estão integrados na carreira de Técnico Superior de Saúde.

“A verdade é que a generalidade dos dietistas, mesmo que licenciados, continua integrada na carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica”, explica a APD.

“Além das consequências em sede de dignidade profissional e económicas, a manutenção do ‘status quo’ em matéria de carreiras públicas tem permitido que a Ordem dos Nutricionistas sustente – erradamente – que os dietistas dispõem de menores competências técnicas face aos nutricionistas, dado que estes são Técnicos Superiores de Saúde”, sustenta.

Na passada quarta-feira, cerca de meia centena de nutricionistas e alunos de Ciências da Nutrição manifestaram-se, no Porto, contra a convergência das duas profissões.

A APD diz que não pode concordar com o que está “a ser oficialmente defendido nos protestos, comunicados e testemunhos à imprensa por nutricionistas e estudantes da área”, porque “ambas as profissões são iguais”.

Segundo dados da associação, existem mais de 900 dietistas em Portugal.

A bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, afirmou no dia do protesto que a fusão das duas profissões é a “melhor solução”.

Na opinião de Alexandra Bento, a convergência das profissões garantirá a estes profissionais uma “maior representatividade” no mercado de trabalho e nos órgãos do Governo, conferindo-lhes uma maior força reivindicativa na resolução dos problemas que afectam a classe.

A responsável lembrou que a proposta de extinguir a profissão de dietista, mantendo-se apenas a de nutricionista, foi feita pela Assembleia da República, pelo Governo e pelo provedor de Justiça.

“Encontros com Pais e Bebés”
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra inicia, a partir de quinta-feira, um novo programa de recuperação pós-parto e...

Intitulado “Encontros com Pais e Bebés”, o programa compreende dez sessões que abordam questões como a promoção da recuperação física da mulher após o parto, a reorganização da vida conjugal e afectiva do casal, a amamentação e prevenção de complicações.

A alimentação, sono e repouso do bebé e da mãe, a vigilância de saúde infantil (vacinas, avaliação de peso) e a segurança e prevenção de acidentes (prevenção da síndrome da morte súbita) são outras matérias tratadas nos “Encontros com Pais e Bebés”.

Também as competências/responsabilidades parentais e partilha de tarefas, e o papel dos avós e de outros familiares que pretendam melhorar as habilidades no cuidar do recém-nascido, encontram espaço neste programa desenvolvido por professores da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), com a colaboração de estudantes do curso de licenciatura e da pós-licenciatura/mestrado em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia.

As sessões decorrem com grupos de casais e bebés e outros familiares, sendo privilegiada a partilha de experiências, o recurso a sessões práticas (exercícios de recuperação física, massagem infantil…) e a demonstrações de alguns equipamentos de segurança para o bebé e para a mãe.

“Se no decorrer da gravidez se verificou no casal um continuo ajuste às suas diferentes etapas, no pós-parto com a chegada do bebé essas mudanças serão ainda mais evidentes particularmente ao nível das rotinas diárias do casal. Os programas de intervenção parental devem estar centrados na educação e no empoderamento dos casais para esta nova tarefa, a parentalidade, ajudando-os a ultrapassar as diversas dificuldades que possam surgir”, afirma a equipa responsável pelo programa.

As sessões decorrem na ESEnfC - Polo B (Rua 5 de Outubro, junto ao Hospital Geral do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, em S. Martinho do Bispo), sempre às quintas-feiras (das 18h30 às 20h00)

As inscrições são feitas por telefone (927 501 116 ou 962 659 147), ou por correio electrónico ([email protected] – neste caso deve ser indicado nome e contacto telefónico).

Linha Saúde 24 Sénior
Mais de 20 mil idosos estão inscritos na linha "Saúde 24 Sénior", um serviço que acompanha estas pessoas através de...

Este serviço, que é gerido pela mesma empresa que gere a linha Saúde 24 – Linha de Cuidados de Saúde (LCS) – e é acessível a partir do mesmo número (808 24 24 24), entrou em vigor a 25 de Abril do ano passado.

“Temos mais de 20 mil idosos inscritos”, disse Luís Pedroso Lima, acrescentando que o serviço liga a cada uma destas pessoas quinzenalmente para averiguar o seu estado de saúde, a sua mobilidade, dependência ou outras limitações.

De acordo com o responsável, são avaliadas nove dimensões da pessoa sénior, entre as quais o estado de saúde, o estado de isolamento social, o estado nutritivo, a propensão para quedas, a capacidade de autonomia emocional e de autonomia instrumental.

Existem apenas três critérios de exclusão de idosos deste programa: não podem ter dificuldades auditivas, têm que ter mais de 70 anos e têm que ter capacidade de mobilidade para se deslocar ao telefone, caso não tenham telemóvel.

Os idosos que são acompanhados pela linha são incentivados a controlar o seu estado de saúde, a realizar algum exercício físico ou a seguirem uma alimentação saudável.

Questionado sobre o nível de satisfação dos utentes com este serviço, o administrador da linha respondeu com uma situação que considera ser ilustrativa.

Tratou-se do caso de uma pessoa idosa que estava no programa, que faleceu, e cuja filha escreveu à Linha Saúde 24 a dizer que “a última coisa que a mãe tinha feito questão de fazer foi ir à farmácia medir-se, saber o peso para que nós pudéssemos determinar o seu índice de massa corporal e continuar a fazer o seu acompanhamento quinzenal”.

“Infelizmente veio a falecer passados uns dias, mas a filha fez questão de agradecer à linha o acompanhamento feito a esta pessoa em particular”, acrescentou.

Na China
A empresa portuguesa Idealmed assinou na quinta-feira um acordo com a chinesa China Merchants para construir 25 unidades de...

"Com esta nova parceria é criada a companhia ICM (Idealmed China Merchants) que numa primeira fase construirá 25 unidades de saúde de elite na República Popular da China", é revelado na página do Consulado.

No texto é referido que o cônsul-geral testemunhou na quinta-feira ao "acordo histórico" firmado entre a Idealmed, 'sub-holding' do grupo Idealtower, e a China Merchants, ambas representadas pelos seus presidentes: Carlos Dias e Xenya He, respectivamente.

"Este acordo mostra-nos, se necessário fosse, o espírito empreendedor, inovador, altamente qualificado dos portugueses, colocando o nosso país ao nível dos melhores do mundo, nesta área da prestação de cuidados médicos", é ainda referido no texto do consulado.

Monitorização e sensibilização dos cidadãos
A primeira estratégia para a qualidade do ar aposta na monitorização, para saber onde estão os focos de poluição, mas também na...

"O principal objectivo é atingir os níveis de qualidade do ar compatíveis, quer pelas normas actuais, quer para as normas previstas para o futuro na União Europeia", e para isso é necessário envolver os níveis de governo, do Estado, às autarquias, disse o secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos.

O documento, cujo objectivo último é "a qualidade de vida dos cidadãos", é apresentado hoje, esperando depois a aprovação em conselho de ministros e a publicação, podendo entrar em vigor dentro de "um a dois meses", segundo o governante.

A poluição do ar é "uma das mais graves em termos de saúde dos cidadãos e são previstas um conjunto de acções concretas na área da governança, assim como acções de diagnóstico e de investigação científica, para perceber porque é que em determinadas zonas há excedências [dos limites de poluentes emitidos] e em outras não há", avançou o secretário de Estado.

A estratégia contempla quatro vectores: o conhecimento, a investigação e desenvolvimento, a governança e as iniciativas sectoriais.

O documento aponta para o reforço da monitorização "para estarmos mais conscientes de onde existem mais excessos de emissões para atuar sobre estes pontos", assim como da fiscalização, disse.

Paulo Lemos salientou também a necessidade de "envolver e sensibilizar os cidadãos, pois uma boa parte da poluição do ar vem do transporte individual, mas também de sistemas de aquecimento, sobretudo a utilização de lareiras" e a redução das emissões implica mudanças de comportamento.

O secretário de Estado defende que já existe trabalho feito e a aposta na mobilidade eléctrica, no transporte colectivo, na sensibilização dos cidadãos e numa maior exigência na indústria relativamente à poluição em geral e ao ar em particular "têm vindo a contribuir para que as excedências dos valores em rigor sejam cada vez menores".

As energias renováveis, em substituição do carvão, e a mobilidade eléctrica, "são formas de resposta" aos problemas registados "sobretudo nas zonas industriais e em alguns locais urbanos".

Quanto aos investimentos necessários para trabalhos de investigação, para melhorar a monitorização ou para insistir no consumo eficiente, estão contemplados nos programas operacionais relacionados com o ambiente, referiu ainda o secretário de Estado.

Algumas entidades têm transmitido preocupação com a poluição do ar, como a Agência Europeia do Ambiente, e, em março, um dos seus especialistas disse que a melhoria da qualidade do ar esperada na Europa será insuficiente para impedir efeitos negativos na saúde, recordando os impactos das alterações climáticas, e que Portugal deve apostar na redução das emissões dos automóveis e na eficiência energética.

Já a Quercus, em Março, anunciou ter interposto uma acção legal no Tribunal Administrativo de Lisboa visando proteger a saúde dos cidadãos expostos à poluição atmosférica em Lisboa e Porto, cidades onde considera haver incumprimento da legislação sobre qualidade do ar.

Linha Saúde 24
O serviço de cessação tabágica da Linha Saúde 24 vai começar a funcionar até ao final de Abril, estando tecnicamente pronto e...

“Toda a arquitectura do algoritmo e a arquitetura técnica necessária ao arranque da linha de cessação tabágica está feita, do nosso lado temos tudo disponível, afirmou o administrador da Linha Saúde 24, Luís Pedroso Lima, acrescentando carecer apenas da parte da Direcção-Geral da Saúde (DGS) para pôr o serviço em operação.

O responsável explicou que o atraso no arranque da linha se deveu à época gripal, que colocou sobre a linha “uma pressão elevada”, considerando que não era “prudente” pressionar ainda mais a linha, quando se estava a viver uma situação de alguma anormalidade em termos de atendimento, “um atendimento que foi muito mais exigente do que é tradicionalmente na linha”.

Em Novembro do ano passado, o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde anunciou que este serviço da Saúde 24 de apoio à cessação da tabágica iria iniciar-se em Janeiro deste ano.

“Aguardo a qualquer momento que a DGS me diga para pormos a linha de cessação tabágica no ar, do ponto de vista operacional nós temos as condições de o pôr no ar imediatamente”, frisou.

Contactada, a DGS escusou-se a avançar uma data concreta, afirmando apenas que a linha começará a funcionar até ao final do mês.

Este serviço vai funcionar obedecendo aos principais normativos da Organização Mundial da Saúde (OMS), que prevê que a linha não seja apenas de aconselhamento e encaminhamento, mas que tenha uma atitude pró-activa e faça ela própria chamadas de acompanhamento da evolução e dependência tabágica do utente até o levar a deixar de fumar.

Aos colaboradores da linha podem inclusivamente recomendar o uso de pastilhas ou pensos de nicotina, desde que a situação clinica do utente o permita, ou então encaminharem o utente para a marcação de uma consulta de cessação tabágica para que o médico lhe possa prescrever medicação, nos casos em que o utente afirme necessitar de apoio terapêutico.

Uma das possibilidades em estudo pelo Ministério da Saúde é a da comparticipação destes medicamentos no âmbito das consultas de apoio à cessação tabágica na Linha saúde 24, como forma de incentivo e de compensação, a todos os fumadores que se mantenham a ser seguidos neste serviço.

Luís Pedroso Lima considera que “seria extremamente favorável” que esta medida fosse aplicada, já que as experiências internacionais demonstram um aumento de mais de 40% de eficiência da linha com comparticipação de medicamentos.

Escola de Medicinas Alternativas do Porto quer
Osteopatia, microfisioterapia, acupunctura e kineseologia são algumas terapêuticas alternativas que têm ganhado terreno à...

“Cada vez as pessoas procuram mais [as terapêuticas alternativas] porque a medicina convencional é muito limitada e não dá resposta a tudo. Então, quando falamos de doenças crónicas, falamos de um mundo em que quase não há soluções na medicina convencional”, afirmou o director da EMAC – Escola de Medicinas Alternativas e Complementares, que promoveu um Open Day de terapêuticas.

Para André Dourado, “tudo aquilo que mostra ao longo de várias décadas que tem sido útil, deve ser inserido” no Serviço Nacional de Saúde, destacando serem aquelas medicinas uma “mais-valia” por serem “mais baratas e, em muitos casos, mais eficazes” do que os métodos convencionais.

A introdução das medicinas alternativas no SNS também seria possível se “algumas classes políticas interessadas no assunto” e associações de cidadãos envolvidas no apoio às medicinas alternativas “fizessem força para que houvesse a aprovação de leis que melhorem a qualidade de vida” dos doentes, assinalou.

O responsável defendeu também “o não pagamento do IVA” pelos terapeutas destas áreas e ainda “algum apoio e compensação para as pessoas” que recorram às chamadas medicinas alternativas e complementares.

E o que são as medicinas complementares? “Não são mais que outras ideias, outras técnicas de abordagem que foram desenvolvidas ao longo de milénios e que têm eficácia na resolução de muitos problemas actuais”, respondeu André Dourado.

De entre estas, destacam-se as mais conhecidas acupunctura, naturopatia e osteopatia às quais se juntam “novas áreas como a microfisioterapia ou a kinesiologia que surgiram há poucas décadas e têm mostrado bons resultados, resolvendo em pouco tempo problemas que às vezes têm anos”.

A kinesiologia, explicou, é um “método de diagnóstico que mede os reflexos neuromusculares quando o terapeuta faz determinadas técnicas para saber se existe ou não lesão a um determinado nível”.

Já a naturopatia é uma “área de abordagem que faz diagnóstico de uma forma mais global, incluindo a dieta, atitude perante a vida e problemas emocionais” e as “suas ferramentas terapêuticas não são medicamentos mas uma dieta, alimentos, plantas medicinais, homeopatia, técnicas manuais e de psicoterapia”.

Para além dos doentes, também os profissionais de saúde, como médicos, nutricionistas, farmacêuticos e fisioterapeutas, escolhem esta área da saúde para fazerem formação que lhes concede “respostas que a medicina tradicional não dá, conhecendo mais ferramentas para poderem ajudar melhor os seus pacientes”, sublinhou o director da instituição.

Muitas destas áreas da medicina complementar ainda não têm visibilidade em Portugal, uma vez que, para o director da EMAC, os portugueses não são um povo “tão interventivo como os povos do norte da Europa” onde “os próprios cidadãos fazem associações e elas exigem que sejam aprovadas leis em determinados sentidos”.

Agência Portuguesa do Ambiente
O Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia tem 14 edifícios com amianto, por todo o país, com um potencial...

"Já fizemos o levantamento e as análises e concluímos que existem 14 edifícios com amianto, mas com um potencial de risco médio, portanto não é muito relevante", avançou Inês Diogo , da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), falando à margem de uma acção de sensibilização sobre a substância, usada durante muitos anos na construção de edifícios, mas que passou a proibida por ser cancerígena.

A iniciativa é organizada pela Quercus e reúne especialistas de várias áreas, apresentando um "mini estaleiro" com os equipamentos utilizados nas operações de remoção de amianto pela empresa Interamianto, a única certificada para este trabalho, em Portugal.

Em Julho do ano passado, o Governo divulgou a lista de edifícios públicos que "presuntivamente contêm amianto na sua construção" e que eram 2.015, ou seja, 16% do total.

Na altura, o Governo dizia que os dados daqueles edifícios iriam ser analisados para ser determinado quais deviam ser sujeitos a acções regulares de monitorização e quais deviam ter confirmação dos resultados ou determinação da necessidade de acções correctivas.

Naquela lista, o Ministério do Ambiente, liderado por Jorge Moreira da Silva, tinha 16 edifícios com amianto, e destes 14 tiveram a confirmação de existência de amianto.

"Estamos agora a desenvolver as próximas acções para ver quais serão os próximos passos", referiu Inês Diogo.

Questionada acerca do destino dos materiais com amianto, após serem retirados dos edifícios, a responsável da APA explicou que se integram nos resíduos de construção e demolição e, "neste momento, são todos encaminhados para aterro".

Existe uma Comissão Técnica do Amianto que "está a estudar esta problemática e a arranjar formas para fazer a rastreabilidade do resíduo para não se juntar a resíduos não perigosos e podendo esses ser valorizados", acrescentou.

Igualmente presente na acção de sensibilização, a decorrer nas instalações da APA, perto de Lisboa, estava o conselheiro do Comité Económico e Social Europeu, Jorge Pegado Liz, que participou na elaboração de um parecer sobre amianto, publicado em Fevereiro.

O estudo verificou que, "numa série de situações na Europa, não só o amianto, não tinha sido erradicado, como ainda se faziam construções utilizando o amianto, e a 'desamiantagem' era feita sem ser nas melhores condições", disse aos jornalistas o especialista.

É proposto erradicar totalmente o amianto na construção, não só a utilização em materiais para construir novos edifícios, como também a retirada nos antigos.

"No parecer, a situação das pessoas afectadas pelo amianto são caracterizadas como vítimas do amianto o que tem uma carga penal importante", acrescentou.

Quanto à situação de Portugal, "não sendo eventualmente das mais gravosas da Europa, foi considerada bastante grave no processo de 'desamiantagem' de um conjunto de casos, designadamente nas escolas onde tem sido particularmente sensível", referiu Jorge Pegado Liz.

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