Quercus
A Quercus de Vila Real apelou aos viticultores do Douro para abandonarem o uso de herbicidas, depois de o glifosato, que é...

“O glifosato é utilizado em todo o mundo na agricultura industrial. Em Portugal a utilização do glifosato é massiva na cultura da vinha, em especial nos vinhedos do Alto Douro Vinhateiro”, afirmou, em comunicado, o núcleo de Vila Real e Viseu da associação ambientalista.

Este produto integra a lista de cinco pesticidas que foram recentemente classificados como "possível ou provavelmente" cancerígenos para o homem pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC), estrutura da Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com a IARC, o glifosato foi encontrado no ar, na água e nos alimentos, e a população está particularmente exposta, por viver perto de áreas intervencionadas com o herbicida, ainda que os níveis de exposição observados sejam "geralmente baixos".

Perante esta “nova informação”, a Quercus lançou um apelo aos viticultores da região e “à coragem política dos autarcas para que a prática do uso de herbicidas seja abandonada e em alternativa sejam usados meios não químicos para controlo de plantas infestantes”.

A organização também considerou “preocupante a prática cada vez mais comum de aplicação de herbicidas em meio urbano por parte das autarquias locais”.

Deste modo, apelou a “uma especial atenção à aplicação deste produto na agricultura e nas zonas urbanas”.

A associação lembrou que, em colaboração com a Plataforma Transgénicos Fora, lançou no ano passado a campanha contra o uso de herbicidas em espaços públicos, desafiando as autarquias locais a subscreverem o manifesto “Autarquia sem Glifosato”.

Até ao momento subscreveram este manifesto os municípios de Braga, Castelo de Paiva, São Vicente (Madeira) e Vila Real, e oito juntas de freguesia.

Cirurgia estética não-invasiva
Imagine reduzir as gorduras localizadas sem cirurgia, sem cortes, sem dores ou convalescença.

Eliminar gordura localizada sem cirurgia e com uma técnica totalmente não-invasiva, sem os inconvenientes do processo cirúrgico, tais como anestesia, incisões, dores e convalescença. Não é uma lipoaspiração, mas funciona como uma, já que reduz o número de células de gordura no organismo. Trata-se de uma tecnologia exclusiva da Clínica do Tempo, presente na Parede, em Lisboa, no Porto e em Luanda, que utiliza dois ultra-sons de frequências diferentes, que actuam rompendo as membranas dos adipócitos, as células de gordura, preservando toda a integridade da pele, dos vasos sanguíneos, dos nervos e dos tecidos conjuntivos.

O Liposhaper, o nome da tecnologia, é feito numa única sessão, sendo possível perder até cerca de 12 cm de medidas corporais. “Não tem cortes, anestesia ou necessidade de recuperação. As zonas do corpo que podem ser tratadas são o abdómen, os flancos, as costas, as coxas, os glúteos ou os joelhos”, refere Humberto Barbosa, especialista em Nutrição e Longevidade e fundador da Clínica do Tempo, sublinhando que logo após o tratamento a pessoa pode fazer toda a sua vida normal, incluindo ir à praia, sem ficar com marcas ou dores.

Riscos associados

“Esta tecnologia tem sido utilizada em muitos milhares de pessoas em mais de 50 países em todo o mundo, desde a Europa ao Canadá e à Austrália. Para garantir a total segurança deste procedimento, foram e são feitos estudos e análises regulares, que incluem análises clínicas ao sangue, urina e fígado. Em nenhum dos milhares de análises de controlo, feitas por médicos e equipas independentes de diversos países, se identificou aumento dos níveis de colesterol quer no sangue quer no fígado”, garante o especialista em Nutrição.

Segundo Humberto Barbosa, na Clínica do Tempo já foram tratadas mais de 30 mil pessoas com esta técnica, sem qualquer tipo de reacção adversa ou indesejável, de todas as idades, sexos e condições económicas. “Somos procurados por mulheres e homens que precisam de eliminar gordura localizada, precisam de perder peso ou apenas pretendem fazer uma reeducação alimentar e tornar-se mais saudáveis”, diz o fundador da Clínica do Tempo.

As contra-indicações desta tecnologia reduzem-se a mulheres grávidas ou portadores de dispositivos cardíacos como o pacemaker. Também não pode ser utilizado sobre próteses internas, como as próteses de anca, por exemplo.

Os resultados

O Liposhaper baseia-se num processo natural de libertação de gordura. A gordura destruída é posteriormente eliminada, durante os 90 dias seguintes, pelas vias naturais do organismo.

“Os triglicéridos e os detritos celulares, provenientes das células adiposas rompidas pelos feixes de ultra-sons, são processados naturalmente pelo próprio organismo através de processos fisiológicos e metabólicos”, explica Humberto Barbosa, acrescentando que, o modo de eliminação é em tudo semelhante a um simples processo de emagrecimento através de um regime alimentar, em que o corpo vai metabolizando e usando a gordura como energia, não havendo qualquer acumulação de gordura no sangue ou no fígado. Ou seja, não há qualquer risco de elevar os níveis de colesterol em circulação no organismo.

A grande diferença está na velocidade a que é eliminada a gordura que se encontra localizada. Isto é, aquilo que se poderia alcançar (e nem sempre com os resultados pretendidos ao nível localizado) com 15 ou 20 meses de apenas reeducação alimentar, é conseguido, com uma única sessão de tratamento, em prazos que vão de um a três meses. Porém, o especialista da Clínica do Tempo salienta que “o lapso de tempo depende, evidentemente, do próprio tipo de gordura instalada, porque nem toda a massa gorda é igual e eliminada com a mesma rapidez”.

Os resultados mantêm-se no tempo, desde que se adopte uma nova educação alimentar e uma filosofia de vida saudável, referindo Humberto Barbosa que “não existe uma varinha mágica e o sucesso do tratamento também depende da disciplina e aplicação pessoal dos nossos clientes”. O director clínico indica que, em média, nove em cada 10 clientes fica satisfeito ou muito satisfeito.

Principais vantagens deste método

  • Sem cortes
  • Sem anestesia
  • Sem dor
  • Sem tempo de recuperação
  • Com redução eficaz de gordura localizada, que pode representar até cerca de menos 12 cm em medidas.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Estudo
Perto de duas em cada dez pessoas lésbicas, gay e bissexuais sentiram-se discriminadas nos serviços de saúde, revela um estudo...

Segundo o estudo da ILGA (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero) Portugal, entre as 547 pessoas inquiridas, 17% “já foi alvo de discriminação ou tratamento desadequado em contexto de saúde”.

“Os episódios de discriminação aconteceram em maior número nas áreas de medicina geral e familiar e ginecologia – e 87% das situações envolveu a participação de um/a profissional de saúde” -, lê-se no documento.

Os episódios incluem “comentários considerados desadequados”, “episódios de discriminação na doação de sangue por homens gays ou bissexuais” ou quando o profissional de saúde “presumiu a existência de comportamentos sexuais de risco pelo facto de o/a utente ser lésbica, gay ou bissexual”.

Por outro lado, os resultados da investigação “mostram, de modo inequívoco, que a invisibilidade das pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais ou transexuais) tende a ser a regra também no contexto de saúde”, sendo que a maioria dos participantes (72%, numa amostra de 558 inquiridos) “já foi consultada por um/a profissional de saúde que pressupôs que ela ou ele é heterossexual”.

Em declarações, o coordenador do estudo afirmou que este resultado era esperado, apontando que a invisibilidade relatada “é o substrato da discriminação que incide sobre esta população”, algo que “tem consequências práticas ao nível da prestação dos cuidados e do acesso das pessoas LGBT aos cuidados de saúde”.

Segundo Nuno Pinto, a abordagem por parte do profissional de saúde é assente na presunção da heterossexualidade, o que obriga a que sejam as pessoas LGBT a terem de quebrar o silêncio sobre a sua vida privada.

De facto, 29% dos inquiridos nunca falou sobre a sua orientação sexual com profissionais de saúde e 31% (entre 485) já mentiu sobre a sua orientação sexual ou comportamentos sexuais.

Por outro lado, 47% (entre 574 inquiridos) afirmou que o seu médico de família não conhece a sua orientação sexual e entre estes 16% admitiu que não se assumiu “por receio de quebra do sigilo profissional”.

As dificuldades estendem-se também aos cuidados prestados aos filhos menores com os inquiridos a admitir que o pediatra não sabe a sua orientação sexual ou a composição da família e 13% diz que a família já foi discriminada por causa da orientação sexual de um dos membros.

De entre 537 inquiridos, 38% afirmou já ter tido um problema de saúde relacionado com a sua orientação sexual e destes, 81% recorreu a serviços de saúde. 43% optou por não dizer qual era a sua orientação sexual.

Já no que diz respeito às pessoas transexuais, a maioria (69%) não está, nem esteve, a ser acompanhada em serviços de saúde, porque não sabe a que serviços dirigir-se ou porque tem receio de falar sobre a sua identidade de género.

“É preciso implementar políticas públicas que garantam que a estigmatização e a discriminação sobre estas pessoas LGBT não possam ser uma condicionante no acesso a cuidados de saúde”, defendeu o responsável da ILGA.

Acrescentou que os serviços de saúde têm de ser “adequados” e “competentes” e defendeu que os profissionais de saúde que estão no terreno a trabalhar com pessoas LGBT têm que ter formação.

O estudo, “Saúde em Igualdade – Pelo acesso a cuidados de saúde adequados e competentes para pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans”, foi realizado entre Junho de 2014 e Março de 2015.

Para o efeito foram efectuados dois questionários, um dirigido a pessoas lésbicas, gays e bissexuais e pessoas que têm comportamentos sexuais com pessoas do mesmo sexo, que foi preenchido por 600 inquiridos, e outro dirigido a pessoas transexuais, ou seja, pessoas cuja identidade de género não corresponde ao sexo de nascimento, ao qual responderam 29 pessoas.

Administração Regional de Saúde do Centro
A Administração Regional de Saúde do Centro anunciou que vai arrancar com um programa de redução do sal na alimentação da...

O protocolo de cooperação para a redução dos consumos alimentares de sal é assinado hoje, às 15:00 horas, entre Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), Fundação Portuguesa de Cardiologia e as empresas Eurest, Gertal, Itau, Uniself e Ica, que fornecem refeições para instituições, escolas, empresas e autarquias, entre outros.

"O acordo firma o compromisso de implementar, a nível regional, a estratégia de intervenção comunitária, visando a redução dos consumos alimentares de sal para os valores de referência, por faixa etária, da Organização Mundial de Saúde", especificou fonte do gabinete de comunicação da ARSC.

O programa insere-se no projecto minorsal.saúde, que pretende reduzir o sal adicionado na confecção dos alimentos, utilizando uma metodologia de intervenção baseada na diminuição progressiva e faseada.

"Estrategicamente, o minorsal.saude foi alinhado por princípios de parcerias com a indústria alimentar, empresas de distribuição, empresas de restauração coletiva e estruturado numa rede de serviços de saúde pública multidisciplinares (médicos de saúde pública, técnicos de saúde ambiental, técnicos de laboratório, nutricionistas e engenheiros sanitaristas)", explicou fonte da ARSC.

No âmbito deste projecto, foram implementadas as iniciativas pão.come e sopa.come, que incidem preferencialmente nos alimentos mais consumidos pela população portuguesa.

O programa pão.come envolve mais de mil padarias de 73 concelhos, enquanto o sopa.come encontra-se a ser implementado nos Agrupamentos de Centros de Saúde de Baixo Mondego, Baixo Vouga, Pinhal Interior, Pinhal Litoral, e na Unidade Local de Saúde da Guarda.

Estudo revela
A sustentabilidade do subsistema de saúde da função pública ADSE pode "estar em risco a prazo", caso se mantenha ...

Os dados recolhidos por esta escola de negócios, com sede em Matosinhos, distrito do Porto, mostram que, todos os meses, cerca de duas centenas de trabalhadores renunciam à ADSE - Direcção Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública.

A análise aponta que, desde 2012, mais de 4.000 beneficiários abandonaram, "por opção", a ADSE, o que corresponde a 0,003% do número total de beneficiários.

"Apesar da actual sustentabilidade financeira, o futuro da ADSE poderá estar em risco, caso se mantenha o ritmo de renúncia dos titulares com vencimentos mais elevados e a despesa média com cuidados de saúde dos beneficiários aumente", lê-se nas conclusões do estudo encomendado pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada.

Quando se refere à "actual sustentabilidade financeira", a análise feita por uma equipa de especialistas em finanças e gestão de serviços de saúde está a ter em conta que, em 2014, a ADSE registou um valor de excedente superior a 200 milhões de euros, "apesar do número de saídas de titulares".

O "Relatório sobre a sustentabilidade da ADSE" diz que este subsistema de saúde "só será sustentável nos próximos 20 anos, desde que se mantenham as suas actuais características".

A recente passagem da ADSE para a alçada do Ministério da Saúde "pode diminuir essas vantagens percebidas, agravando o número de renúncias dos titulares", alerta a equipa da Porto Business School.

A sustentabilidade da ADSE está nos funcionários públicos que a financiam e que podem optar, ou não, por este subsistema de saúde e, portanto, aponta o estudo, "se todos os titulares com contribuições superiores a três vezes a despesa esperada do seu agregado familiar renunciassem, a previsão de sustentabilidade financeira da ADSE seria reduzida em perto de uma década".

"É, por isso, fundamental que os beneficiários valorizem os atributos da ADSE, nomeadamente a liberdade de escolha do prestador de serviços e o acesso a uma rede de serviços mais vasta e personalizada do que a do Serviço Nacional de Saúde", conclui o relatório.

Outra solução identificada pelos especialistas é a da implementação de valores máximos de contribuição, de forma a diminuir a probabilidade de renúncias.

"É fundamental que a ADSE seja considerada como um fundo com autonomia administrativa e financeira, para que possa fazer uma gestão eficiente dos excedentes acumulados", também se lê nas conclusões desta análise que, por fim, recomenda que, "nos primeiros anos, as contribuições sejam capitalizadas a favor do sistema, estando destinadas ao financiamento de despesas futuras dos beneficiários".

8 conselhos
Uma equipa de nutricionistas dá oito conselhos que vão ajudar a controlar os números na balança.

Muitas pessoas aproveitam para fazer uma pausa durante o período da Páscoa e viajar. Em família ou com amigos, estar fora de casa, mudar de rotina e ausência da prática de exercício são condições favoráveis ao descuido da alimentação e hidratação do corpo, o que se pode reflectir num indesejado aumento de peso.

Conselhos para aproveitar a Páscoa e manter o peso:

1. Prepare refeições ligeiras e frescas: A Páscoa coincide com o início da primavera e as temperaturas já começam a subir, aproveite os graus a mais para fazer refeições mais leves e frescas que ajudam a combater o calor e a manter um peso saudável.

2. Dizer NÃO às compras compulsivas: No período da Páscoa, os chocolates e doces específicos desta época tomam conta das prateleiras das superfícies comerciais. Cuidado! Planifique os menus e faça uma lista de compras, desta forma vai evitar ceder a tentações. Vá ao supermercado com tempo e sem fome.

3. Escolher a comida antes de entrar no restaurante: É normal que não apeteça cozinhar nos dias de descanso, assim, no restaurante decida o que irá comer e peça antes dos seus acompanhantes para não ter hipóteses de mudar de opinião.

4. Manter cinco refeições por dia: Fora de casa, as horas passam e nem nos damos conta. No entanto, é importante manter uma rotina e tentar estabelecer um horário, desta forma consegue distribuir correctamente a ingestão de calorias e manter um trânsito intestinal estável.

5. Hidratar para combater o calor: Para alguns, a Páscoa coincide com os primeiros dias de praia do ano, é importante ter atenção à ingestão de água, chás frios ou refrescos sem açúcar de forma regular, assim conseguirá cumprir os 2-2,5L de líquidos de que precisa diariamente.

6. Procurar uma alternativa aos gelados: Um passeio e temperaturas primaveris combinam com gelados, mas é preciso lutar contra estes inimigos da linha. Os batidos, granizados ou gelados de iogurte são bons aliados no primavera, têm menos calorias que um gelado e são igualmente refrescantes.

7. Resistir ao buffet livre: É normal os grupos optarem por um buffet livre para que cada um possa decidir o que comer, decida antes de todos o que vai comer e dirija-se a esses alimentos sem olhar para os lados.

8. Não esquecer o exercício: Estar num lugar diferente é uma boa oportunidade de o explorar enquanto faz exercício. Ir à praia, fazer passeios ou andar de bicicleta é uma forma simpática de se manter em forma.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
OMS
A solução para acabar com surtos de Ébola da amplitude do actual passa sobretudo pelo reforço dos sistemas de saúde, considera...

De acordo com o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado na segunda-feira, a “maior e mais longa” epidemia de Ébola já matou 10.299 pessoas num total de 24.842 casos registados, essencialmente em três países da África Ocidental: Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa.

Marie-Paule Kieny, directora-geral adjunta da OMS para os Sistemas de Saúde e Inovação, defende num texto publicado no ‘site’ da organização que a resposta a surtos deste tipo está na criação de sistemas de saúde integrados e flexíveis “que possam reagir e de modo proactivo a qualquer ameaça futura”.

A agência das Nações Unidas tem feito avaliações sobre o que se passou em 2014 e uma das principais “lições” que retirou foi a de que “países com sistemas de saúde fracos e poucas infraestruturas básicas de saúde pública não podem defender-se” face a uma situação como esta.

“A evolução da crise sublinhou uma questão defendida frequentemente pela OMS: sistemas de saúde justos e inclusivos são a base da estabilidade social, resiliência e saúde económica”, indica um texto sobre “Resposta ao Ébola” divulgado na página da organização na Internet.

Segundo o mesmo texto, confirmou-se que a preparação para fazer face à doença, “incluindo um alto nível de vigilância de casos importados e a prontidão para tratar o primeiro caso confirmado como uma emergência nacional fez toda a diferença”.

Países onde houve uma boa vigilância, que tiveram apoio de laboratório e que agiram sem demora, como a Nigéria, o Senegal e o Mali, “foram capazes de derrotar o vírus antes de ele se instalar”, adianta a OMS.

Em relação às medidas de controlo da propagação da doença, a OMS assinala que nenhuma medida, por si só, é suficiente, “todas as medidas de controlo devem trabalhar em conjunto e em uníssono”.

São necessárias a detecção e o diagnóstico rápidos, os locais para isolar os infectados, um bom tratamento, o rastreio dos contactos que o doente teve, porque “a fraqueza de uma das medidas prejudica as outras”.

O que a experiência mostrou foi que subjacente ao sucesso de todas as medidas de controlo está o “envolvimento da comunidade”. “É o eixo de um controlo bem-sucedido”, refere a OMS no mesmo texto.

O surto iniciou-se na Guiné-Conacri no final de Dezembro de 2013, mas o vírus na sua origem só é identificado a 22 de Março, quando já regista 59 mortes. A 8 de Agosto a OMS declara-o "emergência de saúde pública mundial".

O modo como a agência das Nações Unidas especializada em saúde pública internacional reagiu ao surto da febre hemorrágica conhecida desde 1976 tem sido criticada.

A OMS afirma que se mobilizou “desde o início e a todos os níveis”, mas reconhece que a sua resposta à epidemia foi lenta e insuficiente.

Um comité independente encarregado de analisar a resposta da OMS deve apresentar as suas primeiras conclusões na próxima assembleia geral da organização em Maio.

Direcção-Geral da Saúde
Um em cada três casos de tuberculose multirresistente em Portugal é extremamente resistente e há situações de quase totalmente...

Durante a apresentação pública dos dados de tuberculose relativos a 2014, a coordenadora nacional da luta contra a tuberculose, da Direcção-Geral da Saúde (DGS), Raquel Duarte, afirmou contudo que existem actualmente poucos casos de tuberculose multirresistente.

Na União Europeia (UE), 4,1% dos casos são multirresistentes, uma “situação grave que podemos não tratar”, disse a responsável.

“Em Portugal não é um problema tão grave, pois só 0,9% dos casos foram multirresistentes. Estamos em situação privilegiada face à EU. Temos poucos multirresistentes, 30% dos multirresistentes são extremamente resistentes, mas há situações de quase totalmente resistentes e precisamos de novos fármacos”, acrescentou.

A necessidade de novos fármacos e até de uma boa vacina é fundamental para lutar contra estes casos, consideram as autoridades de saúde.

O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, deixou, a propósito, uma crítica à comunidade de investigação médica e farmacêutica, para quem a tuberculose tem sido uma das doenças mais ignoradas.

“A tuberculose não é uma ameaça do passado, é uma doença bem presente. Têm surgido estirpes cada vez mais resistentes”, afirmou.

No entanto, a forma mais comum de tuberculose é tratável e se for tratada, durante o tempo preconizado, é possível atingir a cura, esclareceu Raquel Duarte.

Para alcançar este objectivo é necessário apostar mais no diagnóstico precoce – para o que é determinante a educação da população, a melhoria de acesso aos cuidados de saúde e bons meios complementares de diagnóstico –, no tratamento e na adesão ao tratamento.

Mas o combate à tuberculose vai mais além, não chega tratar e prevenir, há uma componente social, económica e populacional, é uma doença multidisciplinar, destaca Raquel Duarte.

Olhando para esses indicadores, a responsável identifica a infecção por VIH, o desemprego e o número de médicos como os fatores de maior impacto no aumento ou diminuição dos casos de tuberculose.

Tendo por referência de base cem mil habitantes, por cada novos dez casos de VIH há um aumento de 2,5 casos de tuberculose e por cada mil novos desempregados há um novo caso de tuberculose.

Do lado positivo constata-se que o aumento de 10 médicos por cada cem mil habitantes leva à redução de cinco novos casos de tuberculose por cem mil habitantes.

Em 2014, Portugal ficou pela primeira vez abaixo dos 20 novos casos de tuberculose por cada cem mil habitantes, um valor que é preciso manter na linha descensional em direcção aos 15 e, depois, aos 10 casos, considerou o director do programa nacional para a infecção VIH/SIDA e Tuberculose.

António Diniz sublinhou que, até ao momento, Portugal soube cumprir os objectivos a que se propôs na luta contra a tuberculose: “melhor é possível em 2012” e “tornar Portugal um país de baixa incidência de tuberculose em 2014”.

Para 2015 fica o desafio de “centrar a atenção nos grandes centros urbanos” (Lisboa e Porto), onde a incidência ainda se mantém acima dos 20 casos por cem mil habitantes.

Em 2014
A Sociedade Portuguesa de Transplantação anunciou que em 2014 realizaram-se menos 42 transplantes do que no ano anterior, uma...

“A diminuição do número geral de transplantes, que afectou particularmente a transplantação renal, preocupa-nos seriamente”, afirma o presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), Fernando Macário.

Para tentar inverter esta tendência de quebra e encontrar soluções para aumentar a actividade, em particular o transplante com dador vivo, a Sociedade Portuguesa de Transplantação vai organizar na sexta-feira e no sábado, no Porto, um fórum aberto a todos os profissionais de saúde.

“A doação de órgãos em vida é uma das soluções possíveis e deve ser incentivada. É por esse motivo que vamos dedicar este fórum a analisar a doação em vida nos transplantes de rim, fígado e pulmão, bem como o programa nacional de doação cruzada”, acrescenta Fernando Macário.

Segundo o responsável, a diminuição não afectou só os transplantes realizados, mas também as dádivas efectuadas. Em 2014 foram colhidos menos 30 órgãos e houve menos 6 dadores (289 dadores em 2014 e 295 em 2013). Já o número de transplantes renais com dador vivo manteve-se idêntico a 2013 (51 transplantes).

Segundo a SPT, as “boas notícias” registam-se nos transplantes de fígado, pulmão e pâncreas. Aumentou o número de transplantes hepáticos com dador vivo (5 transplantes em 2014 e 3 transplantes em 2013), registou-se o maior número de transplantes pulmonares dos últimos 5 anos (19 transplantes) e o transplante pancreático atingiu níveis superiores aos dos últimos 5 anos (26 transplantes).

O Fórum de Transplantação contará com a presença de María de la Oliva Valentín Muñoz, da Organização Nacional de Transplantes de Espanha, país com “maior sucesso na actividade de colheita de órgãos e de transplantação do mundo”, e que na sua conferência irá transmitir a sua experiência.

DGS e SEF
A Direcção-Geral da Saúde e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras vão colaborar na identificação de imigrantes que entrem no...

Durante a apresentação dos dados relativos à incidência de tuberculose em Portugal em 2014, o director do programa nacional para a infecção VIH/Sida e Tuberculose, António Diniz, traçou os principais objectivos para 2015, com vista a diminuir a incidência da doença nos grupos de risco, numa altura em que Portugal apresenta, pela primeira vez, menos de 20 novos casos por cem mil habitantes.

O panorama actual aponta para uma concentração de casos de tuberculose em grupo de risco, enquanto os dados gerais do país revelam uma variação de 19,3 casos por cem mil habitantes para 12,7, o que traduz uma redução de 4,1% ao ano (mais do que a média europeia e do que a média mundial, esta de 2%).

Os imigrantes são população de risco para a tuberculose, porque quem imigra vem normalmente de países mais pobres, onde existe uma taxa de incidência maior, pelo que a probabilidade de vir com tuberculose latente e desenvolver a doença no futuro é maior, explicou Raquel Duarte, coordenadora da luta contra a tuberculose, da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

“Temos de garantir que estas pessoas têm rápido acesso aos cuidados de saúde. Se um indivíduo tiver suspeita de tuberculose tem o acesso aos cuidados igual a um residente”, sublinhou.

A responsável esclareceu que a dificuldade pode estar a montante, no acesso do imigrante aos cuidados gerais (antes de ter a doença diagnosticada), por estar, por exemplo, em situação irregular, o que leva ao retardar do diagnóstico.

Nessa medida, António Diniz afirma que em 2015 vai ser aprovado um protocolo de colaboração entre a DGS e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), para identificar situações que carecem de ser encaminhadas para serviços de saúde.

Outros alvos de reforço das acções de saúde no combate à tuberculose são os centros urbanos de Lisboa e do Porto que, apesar de terem sido as zonas onde houve maior redução de casos, continuam a ser os únicos locais do país onde a incidência se mantém superior aos 20 casos por cem mil habitantes.

Neste âmbito estão previstos igualmente protocolos de colaboração entre a DGS e as autarquias, com vista a assegurar o acesso ao tratamento de toda a população.

O reforço dos rastreios junto a reclusos que vão entrar para os estabelecimentos prisionais também vai ser reforçado, no âmbito do protocolo já existente com a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.

Em 2012 houve um surto entre a população prisional, tirando isto, a incidência é muito superior à da população livre, explicou Raquel Duarte, considerando que, “claramente, é preciso actuar nesta população, determinar regras e abordagens”.

Fazer um corte na cadeia de transmissão imediatamente antes da entrada de um recluso nos serviços prisionais é fundamental para impedir surtos e a rápida propagação dentro da cadeia.

A DGS vai ainda aprovar uma norma de orientação clínica para abordar tuberculose latente no âmbito da infecção por VIH, já que Portugal é um dos países com maior proporção de tuberculose em VIH, diz Raquel Duarte.

Em 2013, de todos os casos de tuberculose notificados, foram confirmados laboratorialmente 62,1%, na EU, e 65,9%, em Portugal, sendo que, destes doentes com tuberculose, 5% também tinham infecção por VIH.

Em Coimbra
A consulta do jovem universitário, apresentada em Coimbra, pode ajudar a combater o insucesso no aproveitamento dos estudantes,...

“A razão principal pela qual o abandono dos estudos ocorre é o insucesso escolar”, disse o reitor da Universidade de Coimbra (UC), João Gabriel Silva, ao intervir na assinatura de um protocolo de colaboração entre a instituição e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) para a criação daquele novo serviço à comunidade.

A consulta do jovem universitário visa diagnosticar e acompanhar todos os alunos da UC que revelem problemas psiquiátricos, incluindo os estrangeiros que frequentam diferentes faculdades.

“Cada vez que o Hospital e a Universidade se aproximam, a cidade passa a ser uma cidade maior”, afirmou, por seu turno, o presidente do conselho de administração do CHUC.

José Martins Nunes salientou que a nova consulta vem confirmar “a abertura do Hospital à comunidade” e contribuir para a aposta do CHUC e da Universidade na área da investigação.

“Não era admissível que tivéssemos um vazio de resposta para esta população”, reconheceu António Reis Marques, diretor do Centro de Responsabilidade Integrado de Psiquiatria e Saúde Mental do CHUC, que promove a consulta em colaboração com o Centro de Estudos e Intervenção no Adulto Jovem da UC, coordenado pelo investigador Nuno Madeira, e os Serviços de Gestão da Segurança no Trabalho da Universidade.

Reis Marques disse que o novo serviço poderá ajudar os jovens a enfrentar problemas ao nível do rendimento escolar, da procura de emprego e da integração na comunidade local e académica, entre outros.

O abandono dos estudos superiores “é algo de que as pessoas não querem falar”, referiu João Gabriel Silva, segundo o qual, “quando alguém não chega ao fim”, isso representa “também um falhanço” para a própria Universidade.

O reitor realçou que a UC tem cada vez “mais estudantes deslocados” de outros países, sobretudo dos estados lusófonos, o que representa “um factor adicional” com que a instituição tem de lidar ao nível da integração dos alunos.

A consulta do jovem universitário será prestada por uma equipa multidisciplinar de profissionais de psiquiatria e saúde mental e inclui uma vertente destinada a “promover o conhecimento científico” em saúde mental na população alvo.

O Dia do Estudante, que hoje se comemora evocando a luta estudantil de 1962, foi escolhido pelas entidades subscritoras para a assinatura do protocolo de colaboração.

Em Portugal
A Genzyme anunciou que o INFARMED aprovou a comparticipação da teriflunomida 14 mg, uma terapia oral de toma única diária,...

“A comparticipação da teriflunomida, em Portugal, é um passo de inequívoca relevância no tratamento destes doentes que, por se tratar de uma opção terapêutica oral de toma única diária, aliando eficácia e segurança à tolerabilidade, permitirá uma maior comodidade aos doentes insatisfeitos com as formas injectáveis”. Afirmou Filipe Assoreira, Country Manager da Genzyme em Portugal. “O desenvolvimento da teriflunomida reflecte mais de uma década de trabalho do departamento de I+D do Grupo Sanofi em prol dos doentes com esclerose múltipla, cuja melhoria da qualidade de vida é uma prioridade para nós”.

Teriflunomida foi aprovado pela Comissão Europeia, em 2013, com base no seu programa de desenvolvimento clínico que incluiu estudos de Fase II e III, designadamente os estudos TEMSO (TEriflunomide Multiple Sclerosis Oral) e TOWER (Teriflunomide Oral in people With relapsing remitting multiplE scleRosis). Nestes ensaios, teriflunomida 14 mg demonstrou reduzir significativamente a taxa de surtos e progressão de incapacidade em relação ao placebo.

A esclerose múltipla é uma doença auto-imune, inflamatória, crónica, degenerativa que afecta o Sistema Nervoso Central (SNC). É mais comum entre os adultos jovens, estimando-se que afecte mais de 2,1 milhões de pessoas no mundo e cerca de 630 mil na Europa. 

Ipatimup
O neuro-oncologista pediátrico norte-americano David Lyden, especializado em tumores cerebrais, foi o vencedor da edição 2014...

O prémio de excelência de carreira será entregue quarta-feira, no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), durante o Simpósio “Understand cancer as a systemic disease: cancer is not just the tumour”, que contará com a participação de Lyden e da própria Mina Bissell.

A investigação de David Lyden, grande parte da qual desenvolvida enquanto investigador do Weill Cornell Medical College, tem-se centrado nos mecanismos através dos quais os tumores crescem e disseminam (metastizam) para diferentes partes do corpo, incluindo o cérebro.

Recentemente, Lyden descobriu que os tumores cerebrais podem enviar sinais, transportados por exossomas (nano-vesículas produzidas por todas as células do corpo humano), que levam certas células da medula óssea a multiplicarem-se e a migrarem até ao cérebro onde induzem a formação de novos vasos sanguíneos que alimentam o tumor.

O investigador está, por isso, a desenvolver anticorpos que interferem com essas células procurando perceber como será possível torná-las alvos terapêuticos.

David Lyden terá a oportunidade de explicar estes progressos na palestra – intitulada “What are exosomes and how they are changing our concepts of cancer and metastasis?” – que vai protagonizar durante o simpósio.

Destinado a figuras da Ciência que se tenham distinguido pelas suas carreiras de excelência, o Prémio Mina J. Bissell foi instituído e atribuído à própria cientista irano-americana, especialista em cancro da mama, em 2008. Nesse mesmo ano, o prémio foi atribuído também a Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud.

Mina J. Bissell é conhecida por ter revolucionado a forma como a comunidade científica entende o cancro. Já em 2008, quando recebeu o prémio com o seu nome deixou uma mensagem especial aos jovens estudantes e investigadores: “Confiem em vocês. Pensem sempre ‘out of the box’. Não ouçam os vossos professores, não liguem ao que eles dizem, ao que eu digo, ao sistema. Confiem no vosso instinto. Se não conseguirem financiamento – como eu não consegui durante 15 anos -, não se preocupem. Mais tarde ou mais cedo, verão que vale a pena. Têm só uma vida, aproveitem-na bem”.

A entrega do prémio está marcada para as 12:30 de quarta-feira.

DECO
Mais de metade dos inquiridos num estudo da associação de consumidores Deco admite deitar para o lixo alimentos fora do prazo...

“O nosso inquérito revela muito desperdício alimentar: mais de metade dos inquiridos confessa deitar para o lixo alimentos fora de prazo”, refere um artigo publicado na edição de Abril da revista Proteste, com base em inquéritos a 1.725 consumidores que configuram uma amostra representativa da população portuguesa.

A Deco sublinha que deitar para o lixo produtos fora do prazo é o que deve ser feito no caso dos perecíveis (onde se lê na embalagem “consumir até”), mas nos produtos que indicam “consumir preferencialmente antes de” não há problema em consumi-los findo o prazo de validade, desde que em boas condições de conservação.

Carne, peixe, enchidos, ovos, leite do dia, bolos com creme, queijo fresco ou iogurtes são alguns dos exemplos de alimentos perecíveis em que se deve respeitar o prazo de validade indicado.

A Deco nota que cerca de dois terços dos inquiridos não sabem qual a distinção entre as designações “consumir até” e “consumir preferencialmente antes de”.

Uma técnica da Deco explicou que há legislação que define e diferencia as duas formas de rotular os prazos de validade. O “consumir até” é a forma de impor uma data limite de consumo e aplica-se a produtos perecíveis, enquanto o “consumir preferencialmente antes de” significa a data de durabilidade mínima do produto.

Segundo a Deco, o desconhecimento destas diferenças “explica que 40% dos inquiridos deitem fora produtos cujo prazo preferencial de consumo foi ultrapassado. Tal poderá constituir um desperdício desnecessário”.

A massa ou o café, por exemplo, podem apresentar, depois daquele prazo, um sabor ou textura um pouco alterados mas sem riscos de intoxicação alimentar.

No caso destes alimentos com a indicação “consumir preferencialmente até” não haverá problemas em consumi-los depois do prazo indicado desde que a embalagem esteja ainda fechada e o alimento bem guardado, segundo o modo de conservação aconselhado.

Ainda em relação a desperdícios, os dados do estudo mostram que 14% dos inquiridos deitam comida fora porque cozinhou em excesso.

“A maioria dos pratos cozinhados e das sopas pode ser congelada durante três meses”, aconselha a Deco.

Numa análise aos hábitos de compras alimentares, o estudo concluiu que sete em cada 10 inquiridos optam pelo hipermercado, sendo o preço o factor que mais contribui para esta escolha, seguindo-se a proximidade e a variedade.

Dois terços dos inquiridos afirmaram ainda usar com frequência cupões de descontos e um quinto opta frequentemente por produtos em promoção, de venda rápida (perto do fim do prazo).

Relativamente a compras alimentares, apenas 4% dos inquiridos tem hábito de as fazer online.

“Esta opção pode ser interessante: além de poupar tempo em deslocações e filas de espera, correrá menos risco de se deixar tentar por produtos e novidades em destaque de que não precisa”, recomenda a Deco.

Logo a seguir à opção do preço, os consumidores procuram alimentos saudáveis e saborosos, com a preocupação ambiental a surgir apenas como quinto motivo mais apontado.

A falta de conhecimento ou desconfiança sobre o significado dos rótulos que alegam “orgânico” ou “biológico” será uma das razões, a par com a falta de produtos que anunciem aquelas caraterísticas.

Os inquéritos que serviram de base a este estudo foram realizados entre Setembro e Novembro do ano passado numa amostra de 1.725 consumidores dos 25 aos 74 anos.

Sindicato admite corrida aos tribunais
O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos critica a obrigatoriedade dos médicos permanecerem no sector público...

“Acho errado que seja através do Orçamento de Estado (OE) que seja colocada esta questão”, disse Jorge Roque da Cunha, a propósito da medida definida nas contas de 2014.

O OE para 2014 definiu que “os médicos contratados pelo Serviço Nacional de Saúde podem ser obrigados a permanecer no mesmo serviço ou organismo por um período de três anos”.

Segundo o documento, sempre que haja situações de carência de profissionais de saúde, os serviços podem proceder à contratação, desde que com autorização dos ministros das Finanças e da Saúde.

Para Jorge Roque da Cunha, esta é uma matéria para resolver “em negociação colectiva”.

“O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) é avesso a qualquer tipo de medida administrativa de obrigação e limitação de liberdade laboral e contratual”, frisou.

Para o sindicalista, a medida limita a “liberdade laboral” dos médicos e tão pouco resolve o problema, cuja solução passa por o SNS fazer “concursos suficientemente aliciantes para os médicos”.

“Não faz qualquer sentido de uma forma administrativa, tipo pistola apontada à cabeça, obrigar as pessoas a fazer o que quer que seja”.

Jorge Roque da Cunha sublinhou que esta questão não se colocava quando existiam concursos, os quais foram retomados com o actual ministro da Saúde.

Nessa altura, disse, essa questão não se colocava, as pessoas ficavam onde estavam, onde se desenvolviam concursos.

A este propósito, questionou: “Faz algum sentido que havendo um concurso que se iniciou em Abril do ano passado para recém especialistas, de que é tão carente o SNS, ainda estejamos a aguardar que muitos deles sejam colocados e desenvolvam os seus postos de trabalho?”.

“Esses aspectos de celeridade e diminuição da burocracia fazem mais sentido e têm muito mais valor do que essas cláusulas administrativas”, adiantou.

Jorge Roque da Cunha está convicto de que “haverá muitos médicos que poderão contestar isso [esta obrigatoriedade] com a ajuda de um advogado”.

“Não faz sentido, num momento em que existe esta carência de recursos humanos, o Estado criar condições em que haja conflito”.

Sindicato defende
O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos defende um acesso restrito às instituições do Serviço Nacional de...

Em entrevista, Jorge Roque da Cunha, recentemente reeleito no cargo para o triénio 2015/18, lembrou que a agressão contra os profissionais médicos é um “crime semipúblico”.

“Basta haver uma queixa para que passe a haver o desenvolvimento do processo no Ministério Público, o que é positivo”, afirmou.

Em 2014 foram registados 531 casos de violência contra profissionais de saúde. Em 2013 tinham sido notificados 202 casos.

Jorge Roque da Cunha acredita que estes casos devem ser muitos mais do que os reportados.

“São processos burocráticos e uma coisa que não é agradável. Além disso, os doentes não desaparecem”, reforçou.

O sindicalista defende “uma restrição ou um acesso condicionado” para o agressor. Outra hipótese que Jorge Roque da Cunha admite é “uma pena violenta”.

“Um impedimento não é possível. Não podemos, por muito que isso custe à pessoa que foi agredida - verbalmente ou fisicamente”, acrescentou.

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) defende formas de os médicos desenvolverem técnicas para que estas situações limite não aconteçam e que estes possam “aperceberem-se rapidamente dos sinais de alarme para pedir ajuda aos colegas dos centros de saúde”.

Segundo a Direcção-Geral da Saúde (DGS), só em Janeiro deste ano foram reportadas 33 notificações de violência contra profissionais de saúde no local de trabalho.

Roque da Cunha
O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos diz que o ministro da Saúde é incapaz de fazer os organismos que...

“Há vida própria em muitos organismos do Ministério da Saúde, como as Administrações Regionais de Saúde (ARS), os conselhos de administração [dos hospitais], que objectivamente foram um grande entrave ao desenvolvimento dos acordos”, disse Jorge Roque da Cunha.

Em entrevista, a propósito da sua recondução à frente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), o sindicalista lamentou que o ministro decida, mas os organismos não cumpram.

Isto terá sucedido na aplicação dos descansos compensatórios, os quais ainda não estarão a ser aplicados em alguns hospitais, como no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.

“Esses descansos compensatórios são importantes, não para os médicos, mas por uma questão básica de segurança para os doentes”, disse.

O IPO, “ao tornar pública esta posição, através de uma segunda circular, contraria aquilo que foi emanado pelo Ministério da Saúde”, criticou.

Sobre Paulo Macedo, o dirigente do SIM destaca duas características: “Uma capacidade de negociação interessante e uma grande dificuldade em mandar nas estruturas intermédias”.

“Foi possível aos dois sindicatos [SIM e FNAM] chegarem a um acordo com ele, mas em relação a algumas medidas a que se chegou a acordo, há dificuldade em serem implantadas no terreno”, adiantou.

Roque da Cunha considera Paulo Macedo “um bom negociador” que “conseguiu, de alguma maneira, encontrar uma forma de cada médico ficar com mais 350 utentes e cada médico hospitalar fazer mais seis horas de urgência”.

“Reassumiu os concursos, encerrados desde Correia de Campos, numa altura em que foram feitas várias operações de cosmética para por o défice da saúde debaixo do tapete”, prosseguiu.

Questionado sobre as lutas que o SIM antevê, o sindicalista garantiu que “os médicos preferem os acordos à gritaria”.

“Qualquer pessoa normal prefere negociar do que fazer greve. A greve médica deve ser o último recurso, estamos a falar da saúde das pessoas. É um direito e exercemo-lo em 2012, mas não devemos banalizar”.

Em relação à greve de Março de 2015, promovida pela FNAM, Jorge Roque da Cunha justifica a ausência: “Estávamos em processo negocial com o Ministério da Saúde. Não sei o que os colegas da FNAM ganharam com essa greve, além de dois dias de ordenado perdido”.

Para o secretário-geral do SIM, “não faz sentido um sindicalismo de protesto, não faz sentido os sindicatos pedirem demissão do governo, do ministro da Saúde, dos conselhos de administração ou de um presidente de uma ARS, por muito pouco que gostemos deles, porque os políticos são eleitos para isso”.

Sobre a falta de médicos, recordou que, nos últimos cinco anos, reformaram-se 1.900 médicos, dos quais 800 assistentes graduados sénior e 1.200 assistentes graduados, ou seja, "as pessoas mais experientes e capacitadas”.

“Há um problema gravíssimo de recursos humanos que é, neste momento, o grande responsável pela circunstância de continuar-se a apostar indevidamente nas horas extraordinárias e nas empresas de prestação de serviços”, adiantou.

O sindicalista refere que, “ao mesmo tempo que encurtavam os números clausus, facilitavam as reformas antecipadas. É o próprio Estado que diz: reformem-se mais cedo. E como existe algum trabalho fora do público, muitos desses colegas reformados terão o seu complemento na privada. O que se deve é melhorar a organização e continuar o aspecto da formação”.

Jorge Roque da Cunha recusa um “cenário catastrofista” sobre médicos a mais e o desemprego médico e acredita que “há muitos médicos que permanecem no SNS apesar de terem propostas mais simpáticas nos privados. Não é só o dinheiro”.

DGS
A Direcção-Geral da Saúde apresenta os dados provisórios da tuberculose em 2014, que revelam que pela primeira vez o país vai...

Com um total de 1.940 novos casos notificados em 2014, Portugal deixa assim de ser o único país da Europa ocidental com valores de incidência de tuberculose superiores àquele valor.

No entanto, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) sublinha que os distritos do Porto e de Lisboa continuam a ter incidências superiores à média nacional, pelo que “a luta contra a tuberculose não pode abrandar”.

Segundo os dados provisórios, foram até à data comunicados à DGS 1.940 novos casos de tuberculose, o que, atendendo à estimativa da população residente em Portugal de 10.397.315 habitantes (cenário central do INE para 2014), traduz a taxa de 18,7 por 100 mil habitantes.

A apresentação pública dos dados servirá também para traçar os objectivos para 2015, no que respeita ao combate à tuberculose.

Investigação conclui
Um demógrafo da Universidade de Genebra disse ter concluído que os emigrantes portugueses na Suíça vivem mais tempo que os...

"Os Portugueses residentes na Suíça tinham uma esperança de vida de 78,9 anos para os homens e 82,8 anos para as mulheres em 2000, contra 76,9 anos para os homens suíços e 82,5 anos para as mulheres suíças", disse Jonathan Zufferey, investigador do centro de investigação LIVES e autor da tese, "Porque os migrantes vivem mais tempo?".

De acordo com Jonathan Zufferey, as comunidades portuguesa, turca e de cidadãos da ex-Jugoslávia, gozam de maior longevidade em comparação aos Suíços.

"É um paradoxo no sentido em que os estrangeiros na Suíça ocupam posições inferiores na escala social, o que constitui um dos principais indicadores na questão da mortalidade", disse o investigador.

Segundo o demógrafo, a taxa de mortalidade dos portugueses é 10% inferior à dos Suíços entre os 25 e 79 anos, mas atinge 65% quando se toma em conta as dimensões sociais.

Jonathan Zufferey sublinhou que este tipo de resultado já foi observado em outros países ocidentais como nos Estados Unidos, onde a comunidade hispânica tem uma esperança de vida maior, de acordo com o investigador.

Para o demógrafo, vários fatores podem explicar este fenómeno. "Os mais fortes migram e os com menos saúde tendem a voltar para o país de origem se não podem trabalhar ou estar com a família", disse.

Zufferey acrescenta que factores culturais e factores adquiridos durante o processo de migração também influem sobre a longevidade, como o facto de haver mais ambição e ser mais combativo.

O estudo do investigador foi realizado a partir de dados do recenseamento do ano 2000 e de registos de óbito entre 2000 e 2008. O estudo não inclui estatísticas sobre os requerentes de asilo e os trabalhadores clandestinos.

Leonor de Sá Machado
A portuguesa Leonor de Sá Machado foi a primeira estrangeira a receber a medalha Ruth Cardoso, que premeia o trabalho em prol...

Leonor de Sá Machado é fundadora da TheBridge, empresa de responsabilidade social que actua no Brasil e em Angola, e desenvolveu desde Outubro de 2013, em São Paulo, um projecto para facilitar a realização de cirurgias plásticas reparadoras para mulheres vítimas de violência doméstica.

"Tive uma enorme surpresa [ao saber que receberia a medalha]. Pode dar mais visibilidade, pela divulgação do projecto, para que as mulheres que sofrem uma violência saibam que podem recorrer ás cirurgias reparadoras", afirmou Leonor de Sá Machado, por telefone.

A empresária realçou que a medalha pode ajudar também a encontrar empresas que façam projectos com a mesma qualidade, e divulgar a acção para que ela possa ser em outras áreas do Brasil.

O projecto de Leonor de Sá Machado, denominado Primeiro Programa de Cirurgia Reparadora para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica, funciona como um intermediador entre as mulheres que sofreram a violência doméstica e a possibilidade da cirurgia gratuita, que é oferecida pelo sistema público de saúde no Brasil, segundo o que está previsto na lei Maria da Penha, mas que tem uma extensa lista de espera.

"Há mulheres que esperam 12 a 16 anos na fila. E mulheres que levaram 20 facadas na barriga. Nós agilizamos esse atendimento", afirmou a fundadora da TheBridge.

A acção funciona em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, para que as vítimas possam ligar a um número grátis para serem avaliadas por psicólogas e indicadas aos médicos. No ano passado, o projecto encaminhou 140 mulheres a hospitais, e 30 delas realizaram a cirurgia.

De acordo com Leonor de Sá Machado, algumas vítimas precisam fazer diversas cirurgias para reconstruir a parte afectada do seu corpo. "Com o rosto queimado, com marcas de violência, muitas mulheres não se sentem as mesmas mulheres de antes. Mostramos que elas podem retomar a sua vida", afirmou.

O projecto, lançado em São Paulo, expandiu-se para o Estado do Mato Grosso, no centro-oeste brasileiro. A intenção, segundo Leonor de Sá Machado, é entrar também na área de cirurgia reparadora de seio após a mastectomia, realizada em casos de cancro.

"Sinto-me orgulhosa, é importante ganhar um prémio por um trabalho contra violência doméstica, que ocorre em todo o mundo", afirmou.

A medalha Ruth Cardoso será entregue a Leonor de Sá Machado na Assembleia Legislativa de São Paulo. A condecoração foi criada em 2008, para reconhecer projectos e personalidades que actuam na defesa dos direitos da mulher.

A TheBridge é uma empresa que trabalha com projectos de responsabilidade social, educação, capacitação de professores e pela diminuição da desigualdade social.

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