Também conhecida por Trissomia 21
Oficializada pela ONU em 2012, 21 de Março marca o 10.º aniversário das comemorações do Dia Mundial da Síndrome de Down.

Amanhã, dia 21 de Março assinala-se o 10.º aniversário do Dia Mundial da Síndrome de Down, também conhecida como Trissomia 21. As comemorações, em 2015, estão centradas no tema "As minhas oportunidades, as minhas escolhas – desfrutar de iguais e plenos direitos e o papel das famílias”, que visa relembrar, que as pessoas com Síndrome de Down, como outras pessoas, devem ser capazes de desfrutar de plenos e iguais direitos, em crianças e adultos com 'oportunidades' e 'escolhas”.

As pessoas com síndrome de Down enfrentam muitos desafios em criança e adultos como:

  • Serem abandonados, sujeitos ao abuso e afastamento das suas comunidades
  • Serem discriminados e tratados de forma diferente no sistema de ensino
  • Serem discriminados na saúde com diagnósticos errados pelos sistemas de saúde
  • Terem oportunidades limitadas de viver independentes, terem trabalho e serem plenamente incluídos na comunidade
  • Falta de controlo no direito ao casamento, a terem relacionamentos e famílias
  • Terem oportunidades limitadas de votar, participar activamente na vida pública e serem eleitos para cargos públicos.

Oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2012, a data de 21 de Março foi a eleita pela Associação Internacional da Síndrome de Down (Down Syndrome International) pelo facto de se escrever como 21/3 (ou 3-21), fazendo alusão à Trissomia 21. A primeira comemoração desta data ocorreu em 2006.

A 19 de Dezembro de 2011 a ONU aprovou uma resolução que designa o dia 21 de Março como Dia Mundial da Síndrome de Down. A data passou a ser comemorada, oficialmente, a partir de 2012. A ONU propõe que os Estados-membros comemorem com a adopção de medidas para promover maior conhecimento sobre a Síndrome de Down.

De acordo com a APATRIS 21 - Associação de Portadores de Trissomia 21 do Algarve, a Trissomia 21, também conhecida por mongolismo e Síndrome de Down, é uma doença genética que resulta da presença de um cromossoma supranumerário no par 21 (três cromossomas em vez de dois).

Os portadores de Trissomia 21 partilham certas características físicas (embora não presentes em 100% dos casos), tais como:

  • Face redonda de perfil achatado;
  • Braquicefalia;
  • Fendas palpebrais oblíquas;
  • Nariz pequeno e achatado;
  • Boca aberta e protusão da língua;
  • Prega palmar única;
  • Baixa estatura;
  • Défice cognitivo;
  • Malformações internas.

A APATRIS 21 foi criada por um grupo de pais e profissionais de educação, com o objectivo de dar resposta à ausência de informação e apoio às famílias com indivíduos portadores de Trissomia 21 na região do Algarve.

Os objectivos da associação baseiam-se na integração global dos portadores de Trissomia 21, perspectivando a sua educação e formação profissional, tendo como finalidade última a sua realização pessoal e integração na sociedade.

Necessária atenção redobrada
Existem vários tipos de bullying, e o cyberbulling ou bullying virtual é um dos que tem vindo a aume

Bullying versus Ciberbullying

Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato. Aqui o provocador é conhecido e a vítima recebe humilhações consecutivas. O bullying, ao contrário do que pensam, não ocorre só no contexto escolar, no entanto é frequente na sala de aula e no recreio. Os estudos revelam que é mais comum em rapazes do que em raparigas. Em casa, os pais também sofrem com este tipo de violência. As vítimas muitas vezes permanecem em silêncio com medo de ser gozadas ou das represálias, não revelando aos pais este sofrimento.

Existem vários tipos de bullying e o cyberbulling ou bullying virtual é um dos que tem vindo a aumentar. Este está relacionado com as redes sociais, telemóveis e internet., onde circulam mensagens difamatórias ou ameaçadoras. É quase uma extensão do que os alunos dizem e fazem na escola, mas com a agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a cara. Estes meios têm sido utilizados como forma de humilhação, colocando em causa a reputação da vítima. Aqui existe um anonimato e o provocador tem características diferentes em relação ao do bullying. O agressor quer que o máximo de pessoas tenha conhecimento de algumas informações para humilhar, mas atua às escondidas ou de forma mais reservada. Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos podem ser tão graves ou piores. O cyberbulling precisa receber o mesmo cuidado preventivo do bullying e a dimensão dos seus efeitos deve sempre ser abordada para evitar a agressão na internet.

Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado emocional do adolescente de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio.

Como perceber que o seu filho está a ser vítima de bullying? Como atuar?

Muitos dos sintomas podem ser confundidos com comportamentos característicos da adolescência, sendo por isso necessária uma atenção redobrada.

Os pais deverão estar atentos. Sempre que verificarem alterações acentuadas no humor do filho/a, cansaço físico e psicológico mais que o habitual, impaciência ou pouca tolerância, mais isolamento, mais introspetivo, baixo rendimento escolar, queixas físicas permanentes e sistemáticas para não ir para a escola, irritabilidade extrema e inércia: desconfie.

Quando as crianças são tímidas e não revelam os maus-tratos dos quais são vítimas torna-se problemático, podendo estas práticas prolongarem-se de forma silenciosa, provocando danos irreparáveis. Por isso, é de extrema importância acompanhar os filhos e principalmente perceber como estes se sentem na escola e como se relacionam com os colegas. Se ele for tímido, procure falar com os pais dos colegas da escola ou até mesmo com os colegas em festas de aniversário ou convidá-los para ir brincar/conviver em sua casa com os seus filhos. São estratégias que podem resultar na obtenção de alguma informação.

Assim, e de uma forma sucinta podemos apontar como sinais de alerta da violência: ataques de fúria; irritabilidade extrema e frustração frequente; impulsividade; auto-agressão; existência de poucos amigos; dificuldade para prestar atenção e uma certa inquietude física.

Sinalizar, encaminhar e intervir precocemente, quer nas crianças que estejam em risco, como naquelas que já são vítimas, é importante, tal como alertar e sensibilizar os professores, pais e profissionais de saúde, para a identificação precoce dos sinais de alerta e a referenciação para serviços especializados que possam intervir/apoiar nesta área. Denunciar este tipo de violência é essencial, para se poder intervir. A intervenção é um desafio que se coloca a todos os profissionais que possam atuar nesta área: professores, médicos, enfermeiros, psicólogos e governantes.

A família tem um papel primordial, assim como a escola. Ambos devem conhecer os sinais de alerta, não fechar os olhos a estas situações e deverão em conjunto promover medidas de proteção e vigilância a estes alunos e de penalização/encaminhamento especializado para aqueles que constituem os agressores. Nestes casos, o apoio psicológico é muito importante. Também é necessário apoiar e preparar os pais para lidar com estas situações.

Já existe uma plataforma interativa em Portugal, Fear Not (disponível na versão inglesa), que recria situações de violência e ensina o utilizador a defender-se.

Em síntese, para prevenir o bullying e o ciberbullying é necessário investir em sessões de sensibilização dirigidas a pais, professores e alunos; criar serviços de apoio à vítima e investir em formas eficazes de sinalização e de intervenção especializada.

 

Referências Bibliográficas

  1. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (1996).DSM IV: Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais. Climepsi Editores.
  2. Sites: Portal Bullying centro de ajuda online - http://www.portalbullying.com.pt/; http://www.bullying.org;
  3. APAV - http://www.apavparajovens.pt/

Andreia Eunice Pinto Magina, Enfermeira Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica. Licenciada em Ciências da Educação. Instrutora de Massagem Infantil certificada pela IAIM - Unidade de Cuidados na Comunidade do ACES EDV II – Aveiro Norte

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Nas escolas
Um grupo de pais de crianças e jovens com Trissomia 21 lançou uma campanha para sensibilizar professores e a comunidade para a...

“Obrigada professora por puxar por mim” é o tema da campanha promovida pelo Grupo Pais21 para assinalar o Dia Mundial da Trissomia 21 (T21), 21 de Março, que inclui o livro “Bebés com Trissomia 21 – Novo Guia para pais”, que é lançado hoje.

Em declarações, Carmo Teixeira, do Pais21, explicou que esta campanha surgiu porque “a maior parte das pessoas não têm claro que estas crianças estão todas integradas no sistema regular de ensino”.

“Tentamos chamar a atenção para a importância que tem a atitude dos professores em relação a eles na sala de aula porque é uma mais-valia” não só para estas crianças como para os seus colegas, disse Carmo Teixeira, mãe de um jovem de 25 anos com T21.

Os professores também têm de ter apoio para esta missão, porque há “muitas escolas que ainda não conseguiram acreditar verdadeiramente nas crianças com T21 e seus potenciais”.

O estudante com Síndrome de Down “continua a ser um aluno invisível, está na sala de aula, porta-se bem, o que facilita ser ignorado”, mas “queremos jovens capazes e, para isso, têm que aprender e o melhor lugar para aprender é a escola”, defende.

Para Carmo Teixeira, “tudo isto é possível desde que as pessoas se consciencializem que eles têm o seu lugar, têm coisas para dar e têm a sua opinião”.

Por outro lado, adiantou, “os miúdos funcionam como cópia de comportamentos e se estiverem integrados em escolas normais têm um padrão de comportamento normal” e “mais tarde serão pessoas muito mais iguais do que diferentes.

Os colegas também aprendem com eles coisas que não estão nos livros, como a tolerância, e este convívio “enriquece-os como pessoas”.

“O meu filho sempre esteve no ensino regular, desde a primeira classe até acabar o 9.º ano. Ele é igual aos meus outros filhos, nem me lembro que tem trissomia e isso foi possível porque houve abertura por parte dos professores”, contou Carmo Teixeira.

Hoje é lançado “o único livro em Português sobre este tema”, que está incluído num ‘kit’ que o grupo está a distribuir por todos os hospitais do país aos pais dos bebés que nascem com T21, a anomalia genética mais comum, que afecta uma em cada 800 gravidezes.

“É preciso que os novos pais saibam do potencial do seu filho logo aquando do seu nascimento e tenham consciência que não estão sozinhos”, refere o grupo.

O Pais21 nasceu da necessidade de partilha entre os pais de crianças e jovens com Síndrome de Down e tem como principal missão capacitar os pais e fazer com que acreditem que os seus filhos podem “ultrapassar obstáculos e superar expectativas inimagináveis”.

UNICEF
Perto de 750 milhões de pessoas continuam sem acesso a água potável, “sobretudo os pobres e marginalizados”, apesar dos...

“A água é a própria essência da vida e, contudo, três quartos de mil milhões de pessoas – sobretudo os pobres e os marginalizados – continuam a ser privados deste direito humano básico”, afirmou Sanjay Wijesekera, responsável pelos programas globais da UNICEF para a Água, Saneamento e Higiene, citado num comunicado do Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Segundo o texto, desde 1990, “cerca de 2,3 mil milhões de pessoas passaram a ter acesso a fontes melhoradas de água para beber” e “a meta dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio de reduzir para metade a percentagem da população global que não tinha acesso até então foi alcançada cinco anos antes do prazo de 2015”.

“Actualmente, são apenas três os países onde mais de metade da população não tem acesso a água potável melhorada – A República Democrática do Congo, Moçambique e Papua Nova Guiné”, adianta o comunicado.

Dos 748 milhões sem acesso a água potável, 90% vivem em zonas rurais e 325 milhões (dois em cada cinco) vivem na África Subsaariana, 112 milhões na China e 92 milhões na Índia.

“Para as crianças, a falta de acesso a água segura pode ter consequências trágicas”, assinala a UNICEF, adiantando que “em média, perto de mil crianças morrem por dia devido a doenças diarreicas relacionadas com água imprópria para beber, saneamento precário ou pouca higiene”.

O Dia Mundial da Água, que se celebra desde 1994, é assinalado no dia 22 de Março, chamando a atenção para a necessidade de preservar este importante recurso natural.

Ordem dos Médicos Dentistas saúda
O III Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 6, 12 e 18 anos mostra que a incidência de cáries dentárias tem vindo a...

Os resultados do estudo, que foi apresentado esta sexta-feira numa cerimónia que assinalou o Dia Mundial da Saúde Oral e foi elaborado pela Direcção-Geral da Saúde em parceria com a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), mostram uma evolução favorável nas várias faixas etárias até aos 18 anos.

O secretário-geral da OMD e um dos autores do estudo, Paulo Melo, salienta que “os ganhos conseguidos são assinaláveis e resultam de um trabalho de colaboração entre a OMD e os Ministérios da Saúde e da Educação. A rede de escolas tem tido um papel decisivo nos resultados alcançados e é também por isso que temos de nos congratular com a abertura do Ministério da Saúde para alargar o programa cheque-dentista até aos 18 anos”.

As conclusões do estudo revelam que entre os anos 2000 e 2013, o número de cáries dentárias diminuiu 21% nas crianças de 6 anos. No ano 2000, apenas 33% das crianças com 6 anos estavam livres de cáries, valor que subiu para 54% em 2013. Uma evolução semelhante à que se regista nas crianças de 12 anos, em que 53% não tem cárie dentária. Aos 18 anos, apenas 32,4% dos jovens não tem cáries.

A melhoria da situação de saúde na dentição permanente em crianças e jovens com menos de 18 anos resulta não só da redução dos níveis de doença, mas também do aumento da resposta às suas necessidades curativas. Aos 12 anos a média de dentes cariados por pessoa baixou 50% passando de 0,75 para 0,37 e a média de dentes tratados aumentou cerca de 15%, de 0,65 para 0,74 o que significa que baixou a quantidade de doença e que 2 em cada 3 dentes cariados estão tratados. Estes níveis de doença são medidos através de um índice (CPO) médio por pessoa que contabiliza o número de dentes cariados, obturados e extraídos (perdidos). Os resultados deste índice aos 12 anos (1,18) já ultrapassam as metas preconizadas pela OMS para 2020, que eram de 1,50.

Paulo Melo considera que “os ganhos são assinaláveis e justificam-se pela implementação do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral, conhecido por cheque-dentista, que permite às crianças, mesmo as mais carenciadas, aceder a consultas de medicina dentária. Esta evolução justifica plenamente a manutenção do programa e até do seu alargamento”.

Para além da redução de cáries dentárias, o estudo mostra uma evolução igualmente favorável no caso de dentes tratados e com menos dentes perdidos, sendo que esta melhoria da situação de saúde oral verificada nas crianças e jovens é transversal a todas as Regiões de Saúde de Portugal.

É ainda possível confirmar que a prevalência e a gravidade da cárie dentária é maior em crianças de estratos socioeconomicamente mais desfavorecidos e que habitam fora dos grandes centros urbanos.

O estudo mostra ainda que os hábitos básicos de higiene oral nas crianças e jovens estão a aumentar. Aos seis anos, 79% das crianças diz escovar os dentes todos os dias, aos 12 anos são quase 90% e aos 18 anos 96%.

Para Paulo Melo esta “aposta na prevenção e no tratamento precoce vai traduzir-se em enormes ganhos no futuro, ainda temos um caminho a percorrer, mas seguramente que não vamos ter daqui a 30 ou 40 anos um número de idosos desdentados tão elevado como temos agora. Menos doenças orais também significa mais saúde, porque a saúde oral não pode ser dissociada da saúde em geral”.

As crianças e jovens são os principais utilizadores do programa cheque- dentista, que abrange também idosos com o complemento solidário, grávidas e portadores do VIH.

No ano passado, a taxa de utilização do cheque-dentista subiu para 74%, tendo sido utilizados 406.689 cheques-dentista. Desde o início do programa já foram utilizados 2.378.363 de cheques para um total de 7.298.305 de tratamentos de medicina dentária.

De salientar que 60% dos cheques-dentista foram usados em procedimentos preventivos, ou seja, na aplicação de selantes de fissuras. No total, foram tratadas 4.334.877 de cáries contra apenas 207.239 extracções de dentes, o que representa somente 3% dos tratamentos efectuados.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde pediu rapidez na averiguação do caso em que terá havido intervenção do presidente do INEM no transporte...

Em declarações aos jornalistas, o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Leal da Costa, disse que é necessário, “o mais rapidamente possível”, chegar a uma conclusão sobre o que aconteceu, tendo pedido rapidez à Inspecção-geral das Actividades em Saúde (IGAS).

“A notícia fala de uma eventual má prática médica e eventual mau uso dos sistemas de socorro e é isso que tenho de averiguar. Depois da avaliação técnica tirarei as conclusões políticas necessárias”, afirmou Leal da Costa, à margem de uma cerimónia que assinalou em Lisboa o Dia da Saúde Oral.

A IGAS abriu já um processo de averiguações à intervenção do presidente do INEM no caso da uma doente transportada de helicóptero do hospital de Cascais para o de Abrantes.

O caso, divulgado na quinta-feira no Jornal da Noite da SIC e que hoje é manchete no Jornal de Notícias (JN), refere-se a uma doente oncológica que deu entrada na urgência do Hospital de Cascais a 24 de janeiro.

O secretário de Estado admitiu que a notícia levanta uma suspeita, mas que não é conclusiva: “Tive conhecimento de um episódio por uma notícia de jornal que obviamente vai ser investigado. A notícia é muito pouco clara sobre o que está em cima da mesa e preciso de saber objectivamente o que aconteceu. Isso será feito pela IGAS para tentar chegar a uma conclusão o mais rapidamente possível”.

Leal da Costa frisou que a averiguação serve para perceber se “existiu eventualmente algum erro por parte do presidente do INEM” e que a rapidez pedida se deve ao facto de o INEM ser um serviço da “maior importância” e ainda por este não ser o primeiro episódio a levantar dúvidas em relação ao responsável do organismo.

A IGAS também se encontra a investigar o desvio de uma ambulância com uma doente prioritária que, segundo um sindicato do INEM, terá ocorrido para que a mulher do presidente do instituto entrasse a horas no hospital onde trabalha.

Na queixa enviada à Inspecção-geral da Saúde, o Sindicato dos Técnicos de Ambulância refere que, "sendo a doente considerada prioritária, nunca poderia existir qualquer desvio do percurso, dado que se corria o risco de a doente sofrer consequências mais graves".

O caso ocorreu este mês e envolveu a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) de Gaia, que acompanhava uma ambulância com a doente para o hospital de Santo António (Porto).

Segundo o Sindicato, quando a ambulância teve de parar numa passagem de nível fechada, a condutora da VMER (enfermeira e mulher do presidente do INEM) decidiu alterar a rota para que a equipa fosse rendida.

Terá sido o próprio presidente do INEM que transportou a equipa que ia substituir a da sua mulher, tendo-a depois levado ao hospital de Gaia, onde iria entrar ao serviço.

A queixa refere também que o presidente do INEM, Paulo Campos, entrou na ambulância para cumprimentar toda a equipa e a doente.

Neurocirurgião
O neurocirurgião João Lobo Antunes é o novo presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, de acordo com a...

Até 2020, o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) será composto por André Dias Pereira, António Sousa Pereira, Daniel Torres Gonçalves, Lucília Nunes, Luís Duarte Madeira e José Tolentino de Mendonça, designados pela Assembleia da República.

Pelo Governo foram designados cinco elementos: Filipe Almeida, Pedro Pita Barros, João Lobo Antunes, Rita Lobo Xavier e Maria Regina Tavares da Silva.

Para este novo Conselho, foram ainda designadas mais nove entidades “de reconhecido mérito que assegurem especial qualificação no domínio das questões da bioética”.

Estas nove entidades são José Manuel Silva, da Ordem dos Médicos, Sérgio Deodato Fernandes, da Ordem dos Enfermeiros, Francisca Avillez, da Ordem dos Biólogos, Carlos Maurício Barbosa, da Ordem dos Farmacêuticos, Sandra Horta e Silva, da Ordem dos Advogados, Ana Sofia Carvalho, do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, José Esperança Pina, da Academia das Ciências de Lisboa, Jorge Manuel Costa Santos, do Instituto Nacional de Medicina Legal, e Jorge Soares, da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Uma nota de imprensa do CNECV refere que os membros do V Mandato do Conselho tomaram posse quinta-feira, numa sessão pública e solene em que participou a presidente da Assembleia da República.

Ainda quinta-feira realizou-se a 209ª reunião plenária do CNECV, a primeira deste mandato, durante a qual João Lobo Antunes foi eleito presidente.

João Lobo Antunes substitui na presidência do CNECV o médico Miguel Oliveira da Silva.

IGAS investiga
A Inspecção Geral das Actividades em Saúde abriu um processo de averiguações à intervenção do presidente do INEM no caso de uma...

O caso, divulgado na quinta-feira no Jornal da Noite da SIC e hoje manchete do Jornal de Notícias (JN), refere-se a uma doente oncológica que deu entrada na urgência do Hospital de Cascais a 24 de Janeiro.

A doente ficou no Serviço de Observações da Urgência e acabou por ser transferida no dia seguinte para o hospital de Abrantes.

Segundo a SIC, “terá sido o presidente do INEM que nesse dia se apresentou no hospital como médico assistente a dar conta da assistência da vaga em Abrantes” e terá sido igualmente Paulo Campos a accionar o helicóptero de emergência médica.

O JN cita o presidente do conselho de administração do Hospital de Cascais a garantir que esta instituição “não contactou o INEM nem solicitou qualquer transporte”.

Fonte do gabinete do ministro da Saúde que a Inspecção Geral das Actividades em Saúde (IGAS) já tem em curso um processo de averiguações a esta situação e que Paulo Macedo tirará das conclusões desta investigação as devidas ilações.

Infarmed
No seguimento da publicação de um parecer do Instituto Nacional do Cancro francês sobre “Linfomas anaplásicos de grandes...

- Considerando que o linfoma anaplásico de grandes células, patologia muito rara, foi apenas observado em mulheres portadoras de implantes mamários, o estudo sublinha uma associação causal entre o desenvolvimento desta patologia e a utilização de próteses mamárias. No entanto, o risco estimado de desenvolvimento deste tipo de linfoma nos indivíduos portadores de implantes é muito reduzido, nomeadamente uma a duas mulheres em 10.000 portadoras de implantes poderão desenvolver a doença, considerando um período de 10 anos de implantação.

- Devido ao reduzido número de casos diagnosticados em França entre 2011 e 2015 (18 casos) e considerando uma população de cerca de 400.000 mulheres portadoras de próteses mamárias, não foi possível identificar formalmente os factores de risco desencadeantes do linfoma anaplásico de grandes células. Os casos identificados não sugerem uma imputabilidade directa a uma prótese específica, marca ou tipo de envelope em particular.

- O estudo não recomenda quer a restrição do mercado de um determinado tipo ou marca de implante mamário, quer a explantação preventiva como forma de evitar o desenvolvimento deste tipo de linfoma;

- O estudo sublinha a necessidade da manutenção das medidas de monitorização habituais para as portadoras de próteses mamárias.

O Infarmed relembra a obrigatoriedade de notificação dos incidentes relacionados com a utilização dos implantes mamários e que continuará a acompanhar este assunto conjuntamente com a Comissão Europeia e outras Autoridades Competentes congéneres, através dos mecanismos de cooperação instituídos.

Em 2014
Dois em cada dez pacientes que se dirigiram a um hospital com sintomas de enfarte no ano passado viram-lhes atribuída pulseira...

Esta é uma das conclusões do balanço de três anos de actividade do Stent For Life, a serem hoje apresentadas, num encontro onde serão também debatidos os desafios da Saúde em geral, e nesta área do Enfarte Agudo do Miocárdio, em particular.

Segundo Hélder Pereira, presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), que apoia em Portugal a iniciativa Stent For Life, a dificuldade em detetar os sintomas de enfarte é uma das principais causas de atraso no atendimento e intervenção nestes doentes.

Por um lado, verifica-se um atraso do próprio doente – em particular mulheres e idosos – que tende a dirigir-se pelo seu pé para uma unidade de saúde que não pratique angioplastia primária, ou que, quando os sintomas surgem de noite, espera pela manhã seguinte.

Por outro lado, há atrasos relacionados com o sistema, “em que melhorámos mas ainda estamos longe dos objectivos, pois continuamos a ter um tempo muito prolongado de espera na transferência entre unidades de saúde [mediana de duas horas], quando o doente se dirige para um hospital geral e tem de ser transportado para um hospital com cardiologia de intervenção”.

Outra consequência é o risco de uma análise errada na triagem.

“O sistema de Manchester comporta sempre um erro. Se um doente entra num hospital geral com dor abdominal superior (estômago) e vómitos, o algoritmo pode não apontar para enfarte e fica com pulseira amarela. Isto aconteceu em mais de 20% [21,6%] dos casos em 2014”, disse Hélder Pereira.

Neste aspecto, o responsável acredita que a norma da Direcção-Geral da Saúde publicada no dia 6 de Março “vai ajudar”, pois prevê que perante uma dor torácica seja sempre realizado um eletrocardiograma.

O desejável, explica Hélder Pereira, é que o paciente, perante uma dor torácica, ligue imediatamente para o 112, para ser transportado pelo INEM para um hospital com angioplastia primária, onde lhe será imediatamente efectuado um eletrocardiograma e detectada a presença, ou não, de um enfarte e realizada a angioplastia primária, se for o caso.

Nesta matéria “tem havido uma evolução positiva do número de angioplastias primárias, já ultrapassámos as 300, que é um número razoável para os países do sul da Europa”, explicou.

Este número traduz perto de uma centena de angioplastias primárias a mais realizadas, quando comparadas com as de 2011 [201], ano em que arrancou o projecto Stent For Life.

No ano passado, 37% dos doentes com sintomas de enfarte chamaram o INEM, valor que se mantém semelhante ao de há três anos atrás, mas o número de pacientes que foram para hospitais sem cardiologia de intervenção desceu consideravelmente, de 62% para 46%.

Neste balanço é ainda apontada uma fragilidade ao nível das redes hospitalares da zona Centro do país, onde se verificam os maiores atrasos no tratamento destes doentes, por culpa do sistema.

“Toda a zona da Guarda, Covilhã e Castelo Branco têm este problema e é um tempo importante que se perde, porque os doentes têm que ser transportados para Coimbra ou Viseu”, as únicas localidades na zona com cardiologia de intervenção, explicou.

Em relação a esta realidade, Hélder Pereira é da opinião de que “provavelmente faria sentido um centro de cardiologia de intervenção na Covilhã. Ainda por cima, temos lá uma faculdade de medicina. Faz sentido, do ponto de vista académico e do atendimento das pessoas”.

Estudo
O número de cáries dentárias nas crianças portuguesas de seis e 12 anos tem diminuído desde 2000 e, em 2013, mais de metade das...

Um estudo que é hoje apresentado em Lisboa mostra que o número de crianças com seis anos que estavam livres de cáries subiu de 33% para 54% entre 2000 e 2013, ou seja, uma redução de 21 pontos percentuais no número de cáries.

Evolução semelhante foi registada nas crianças de 12 anos, em que 53% não têm qualquer cárie. Quando analisados os jovens com 18 anos, essa percentagem baixa para 32,4%.

O estudo da Direcção-geral da Saúde, realizado em parceria com a Ordem dos Médicos Dentistas, contou com uma amostra de 1.326 crianças aos 6 anos, 1.309 aos 12 anos e 1.075 aos 18 anos, com representatividade nacional e regional, do continente e das regiões autónomas.

De acordo com os responsáveis do estudo, a situação da dentição em crianças com menos de 18 anos melhorou devido à redução dos níveis de doença mas também ao aumento da resposta curativa, nomeadamente através do programa que atribui cheques-dentista.

“Um dos factores que certamente contribuiu para a melhoria do estado geral da saúde oral dos jovens é a existência de um programa como o cheque-dentista”, comentou o secretário-geral da Ordem dos Médicos Dentistas, Paulo Melo.

Aliás, as crianças e jovens são os principais utilizadores do programa cheque-dentista, que serve também idosos com complemento solidário, grávidas e portadores de VIH/sida.

Do estudo destaca-se outro indicador, também considerado positivo, que é a diminuição para metade da média de dentes cariados por pessoa aos 12 anos de idade, que passou de 0,75 para 0,37.

Acresce que a média de dentes tratados aumentou cerca de 15%, com dois em cada três dentes cariados a encontrarem-se tratados.

Os resultados atingidos no índice que mede o número de dentes cariados por pessoa fazem com que, nos jovens com 12 anos, Portugal já tenha ultrapassado as metas preconizadas pela Organização Mundial da Saúde para 2020.

De acordo com Paulo Melo, o estudo confirmou ainda que a prevalência e a gravidade da cárie dentária são maiores em crianças de estratos socioeconómicos mais desfavorecidos e que moram fora dos grandes centros urbanos.

Fica ainda demonstrado que os hábitos de higiene oral nas crianças e jovens estão a aumentar de acordo com a idade: aos seis anos, 79% das crianças dizem escovar todos os dias, aos 12 anos são cerca de 90% e aos 18 anos 96%.

Ajudar crianças doentes
Trezentas escolas do país assinalam hoje o Dia do Nariz Vermelho, uma iniciativa para ajudar crianças hospitalizadas e permitir...

A iniciativa é da Operação Nariz Vermelho, uma Instituição Particular de Solidariedade Social que promove semanalmente visitas de “Doutores Palhaços” às enfermarias pediátricas de 13 hospitais do país. Pretende sensibilizar a população escolar para esse trabalho e também angariar fundos.

Hoje, além das 300 escolas, o chamado Dia do Nariz Vermelho é assinalado com uma “invasão” de “Doutores Palhaços” numa estação do metropolitano em Lisboa (Marquês de Pombal).

O objectivo é sempre o mesmo, sensibilizar para o trabalho dos palhaços e angariar donativos, que, em comunicado, a associação considera “fundamentais para garantir a continuidade “ do trabalho.

“Porque estar doente não tem graça nenhuma, recordamos que os donativos permitirão que os Doutores Palhaços continuem a receitar alegria e sorrisos a mais de 40.000 crianças hospitalizadas anualmente”, diz Magda Ferro, da Operação Nariz Vermelho.

Este ano, diz ainda a organização, cada escola vai receber um jogo que tem como objectivo ensinar sobre a importância da solidariedade social.

No ano passado o Dia do Nariz Vermelho permitiu angariar 115.000 euros em donativos, o que garantiu a visita semanal de uma dupla de “Doutores Palhaços” a quatro hospitais durante um ano. A edição do ano passado teve a participação de 220 escolas, envolvendo mais de 90.000 alunos.

A Operação Nariz Vermelho foi criada em 2002 e tem actualmente uma equipa de 22 “doutores palhaços”, artistas profissionais que trabalham em colaboração com as autoridades de saúde e que fazem actuações adaptadas a cada criança e situação.

Bial
A Bial apresentou os resultados de ensaios clínicos de fase III do medicamento Opicapone para Parkinson, que revelaram uma ...

De acordo com a empresa, o estudo, que envolveu 600 pessoas de 106 centros, mostrou que a toma diária de 50 miligramas de Opicapone “levou a uma diminuição significativa (duas horas) do período ‘off-time’, que se caracteriza por um estado de profunda imobilidade dos doentes”.

“O Opicapone vem oferecer uma nova esperança para médicos e pacientes. Estamos orgulhosos da estratégia de longo prazo que implementámos, focada na Investigação & Desenvolvimento, e no programa de inovação terapêutica que permitiu desenvolver esta nova terapia”, disse, no comunicado, o presidente executivo da Bial, António Portela, sobre aquele que é o segundo produto de investigação da farmacêutica.

A Bial já investiu 200 milhões de euros no desenvolvimento do Opicapone, que está a ser trabalhado como “terapêutica adjuvante da levodopa, fármaco de eleição na terapêutica sintomática da doença de Parkinson”.

Os dados do ensaio clínico foram apresentados no 12.º Congresso Internacional sobre as doenças de Alzheimer e Parkinson e distúrbios neurológicos relacionados, em Nice.

O comunicado da empresa acrescentou ainda declarações do professor do Departamento de Neurologia e Farmacologia Clínica da Universidade de Lisboa Joaquim Ferreira, segundo quem “nos últimos 10 anos tem havido poucas opções de novos tratamentos para a doença de Parkinson e o Opicapone pretende dar resposta à necessidade de um inibidor COMT mais potente.”

Parkinson é "uma doença crónica que afecta o sistema motor, ou seja, que envolve os movimentos corporais, levando a tremores, rigidez, lentificação dos movimentos corporais, instabilidade postural e alterações da marcha”, segundo a Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson.

Governo
O Governo aprovou hoje a criação de um programa que visa aumentar o número de médicos com formação científica adequada com...

O Programa Integrado de Promoção da Excelência em Investigação Médica, que arranca este ano, destina-se a financiar "o desenvolvimento de uma nova geração de investigadores médicos clínicos com potencial para transformar o panorama científico nacional numa área estratégica para o país".

De acordo com um comunicado do ministério, o programa, cujas linhas gerais foram aprovadas em Conselho de Ministros, é financiado por fundos públicos, no total de 33 milhões de euros, cerca de três milhões de euros por ano, estando aberto a fundos privados, através de entidades que a ele se queiram associar.

O programa vigora por cinco anos, podendo ser renovado após a sua avaliação. A conclusão das actividades tem como horizonte 2023.

O financiamento público é suportado pelos ministérios da Saúde, através de verbas inscritas no orçamento do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, e da Educação e Ciência, mediante verbas da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

"Pretende-se, assim, aumentar o número de médicos clínicos com formação e cultura científica adequada e traduzir esse aumento num crescimento da produção científica no âmbito da investigação clínica", assinala a nota do Ministério da Educação e Ciência.

O Programa Integrado de Promoção da Excelência em Investigação Médica propõe-se "consolidar os programas de treino e formação científica para médicos desenvolvidos até à data, alargar o leque de oportunidades de formação, introduzir novas iniciativas, garantir a indispensável internacionalização do programa, tendo em vista o desenvolvimento de investigação clínica de alta qualidade".

Cabe ao Ministério da Saúde criar as condições, na lei, para que os médicos incluídos no programa possam desenvolver actividades de investigação, assim como medidas de incentivo para as unidades de saúde "que estimulem a maior e melhor produtividade científica".

Os concursos para as iniciativas abrangidas pelo programa serão lançados pela FCT, adiantou o Ministério da Educação e Ciência.

A concretização e o acompanhamento do programa são assegurados por uma comissão formada pelo presidente da FCT, na qualidade de representante do Ministério da Educação e Ciência, e pelos presidentes do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e do Infarmed, enquanto representantes do Ministério da Saúde.

A comissão poderá, ainda, integrar outros elementos, de outras eventuais entidades financiadoras.

Um Conselho Consultivo Internacional, constituído por personalidades de reconhecido mérito, designadas pelos membros do Governo responsáveis pelas pastas da saúde e da ciência, fará a monitorização científica e o controlo do programa.

Governo aprova
O Conselho de Ministros aprovou hoje a criação de um Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde junto do Infarmed...

"Passaremos a ter um organismo dedicado à avaliação de tecnologias de saúde, em linha com aquilo que se faz já num grande número de países europeus e não só, que terá como principal vantagem permitir uma avaliação transparente e reprodutível daquilo que são as tecnologias que verdadeiramente nos interessa ter no nosso sistema", afirmou o secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde.

Em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, Fernando Leal da Costa acrescentou que a criação deste organismo "permitirá ajudar a uma definição do valor acrescentado e do preço pelo qual estas tecnologias devem ser adquiridas, e logo à partida o próprio sistema prevê mecanismos que condicionarão de imediato a diminuição dos preços dos medicamentos, o que é seguramente sempre uma boa notícia".

Segundo o secretário de Estado, as tecnologias na área de saúde "a partir de agora serão melhor avaliadas e terão uma melhor atribuição de relação de preço em função do seu valor acrescentado enquanto instrumentos de promoção de saúde".

Numa nota distribuída à comunicação social, o Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde, que vai funcionar junto do Infarmed, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., é apresentado como "uma importante reforma estrutural que responde a uma necessidade há muito identificada e nunca antes satisfeita".

"O Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde integra todas as entidades públicas e privadas que tenham actividade com o Serviço Nacional de Saúde, e visa, em harmonização com outros sistemas europeus, a obtenção de ganhos através de um modelo integrado de avaliação técnico-económica de medicamentos, dispositivos médicos e outras tecnologias de saúde. O novo modelo pressupõe a introdução de medidas que garantam transparência, previsibilidade, equidade na utilização e obtenção de ganhos em saúde que justifiquem o seu financiamento público", refere a mesma nota.

Após tratamento com antibióticos
Uma equipa de investigadores liderada por Karina Xavier, do Instituto Gulbenkian de Ciência, descobriu, numa experiência com...

Justificando a pertinência do estudo, publicado na revista Cell Reports, Karina Xavier que tratamentos após tratamentos com antibióticos "matam" a flora intestinal, deixando-a mais susceptível a outras infecções, uma vez que os antibióticos destroem um determinado número de bactérias "boas", as que protegem naturalmente o organismo contra agentes nocivos.

"Temos uma comunidade de bactérias saudáveis que, à partida, vai ser capaz de se defender contra a invasão de organismos patogénicos. Quando tomamos um antibiótico, porque, por alguma razão, estivemos expostos a um organismo violento e temos que o destruir, vamos ter o efeito secundário de estar a romper a comunidade bacteriana, que vai ficar mais susceptível a outros invasores", assinalou.

No intestino dos ratinhos, tal como no dos humanos, há uma grande quantidade de bactérias "boas", as que não são invasoras e nocivas.

As bactérias, esclareceu a investigadora, "comunicam entre si, usando sinais químicos que regulam muitas funções".

A sua equipa concluiu que, manipulando a comunicação entre bactérias no intestino, é possível aumentar a quantidade dessas bactérias e, com isso, "ajudar o processo de recuperação natural da microbiota" (conjunto de microrganismos, como as bactérias, que habitam naturalmente órgãos, como o intestino) após a toma de antibióticos.

Para chegarem a esta conclusão, Karina Xavier e outros cientistas deram a ratinhos três espécies de bactéria E.coli, com "dosagens" diferentes, obtidas por técnicas de biologia molecular, do sinal químico autoindutor-2 (AI-2), que promove a comunicação bacteriana no intestino.

Na experiência, havia roedores sem qualquer alteração no AI-2 e outros que, depois de suprimidas proteínas, tinham mais este sinal ou tinham a molécula auto-indutora destruída.

Aos ratinhos, foi-lhes ainda administrado estreptomicina, "um antibiótico potente conhecido por causar desequilíbrios na comunidade de bactérias do intestino".

No final, os investigadores analisaram as fezes dos roedores.

Segundo Karina Xavier, os ratinhos "colonizados" com a bactéria E.coli que estava a produzir muito AI-2 "tinham sido menos prejudicados pelo tratamento antibiótico", porque foram destruídas menos bactérias "boas".

A cientista crê que os resultados obtidos serão semelhantes nos humanos, pois as bactérias naturais no intestino humano e no dos ratinhos "são muito parecidas".

A equipa pretende, num próximo passo, dar aos roedores uma droga, com as alterações químicas induzidas na E.coli, organismo facilmente manipulável, para "potenciar o efeito" conseguido, o de acelerar, após a ingestão de antibióticos, a recuperação da microbiota.

Além disso, o grupo de Karina Xavier propõe-se também estudar as funções que, no intestino, estão a ser, efectivamente, afectadas com a alteração da comunicação entre bactérias.

BIAL
O grupo BIAL acaba de revelar resultados positivos de um ensaio clínico de fase III (BIPARK I) com o Opicapone em doentes de...

Este fármaco é um novo inibidor COMT (catecol-O-metiltransferase) para uso como terapia adjuvante da levodopa em doentes de Parkinson. No estudo, a toma diária de 50 mg de Opicapone levou a uma diminuição significativa (2 horas) do período OFF-time, que se caracteriza por um estado de profunda imobilidade dos doentes. Em termos gerais o Opicapone foi considerado seguro e bem tolerado.

Os detalhes deste ensaio clínico são apresentados hoje à comunidade médica e científica num poster exibido na 12th International Conference on Alzheimer's and Parkinson's Diseases and Related Neurological Disorders, que decorre na cidade francesa de Nice.

De acordo com o Prof. Joaquim Ferreira, do Departamento de Neurologia e Farmacologia Clínica da Universidade de Lisboa, “nos últimos 10 anos tem havido poucas opções de novos tratamentos para a doença de Parkinson e o Opicapone pretende dar resposta à necessidade de um inibidor COMT mais potente.”

O Prof. Andrew Lees, do Departamento de Neurologia do National Hospital for Neurology and Neurosurgery, em Londres, acrescenta “o Opicapone representa uma importante alternativa aos inibidores COMT actuais com a vantagem de ser um fármaco de toma única diária”.

A investigação e desenvolvimento (I&D) de Opicapone é reflexo do compromisso da BIAL na investigação e desenvolvimento de soluções terapêuticas inovadoras. Para António Portela, CEO da BIAL, “o Opicapone vem oferecer uma nova esperança para médicos e pacientes. Estamos orgulhosos da estratégia de longo prazo que implementámos, focada na Investigação & Desenvolvimento, e no programa de inovação terapêutica que permitiu desenvolver esta nova terapia”.

BIAL submeteu já junto das autoridades regulamentares europeias o pedido de autorização de introdução no mercado do Opicapone, que está agora a ser analisado pela Agência Europeia do Medicamento (EMA).

Depois da comercialização de Zebinix®/Aptiom® (acetato de eslicarbazepina) para o tratamento da epilepsia, já disponível na maioria dos mercados europeus e nos Estudo Unidos, este é o segundo produto de investigação BIAL, reforçando a sustentabilidade do projecto de I&D da companhia.

O Opicapone está a ser desenvolvido como terapêutica adjuvante da levodopa, fármaco de eleição na terapêutica sintomática da doença de Parkinson. Com a evolução da doença, os doentes de Parkinson desenvolvem o fenómeno “wearing off” (deterioração de fim de dose), em que a duração do efeito da levodopa é diminuída. Para responder ao fenómeno “wearing off” é utilizada terapêutica adjuvante para manter ou aumentar o efeito da levodopa, nomeadamente com fármacos inibidores da COMT, como este novo produto BIAL.

O ensaio clínico BIPARK I com o Opicapone envolveu 600 doentes de 106 centros de estudo em diferentes países europeus, incluindo Portugal.

Estudo revela
O excesso de peso é o maior dos maiores inimigos da saúde e no caso das mulheres pode significar mais 40% de hipóteses de...

Cancro da mama, da vesícula biliar, do intestino, dos rins, do pâncreas, do útero e do esófago. Sim, são sete tipos de cancro que, quando associados à obesidade feminina, podem ser fatais.

Segundo a mais recente pesquisa Cancer Research UK, as mulheres com excesso de peso têm 40% mais de probabilidade de desenvolver um destes sete tipos de cancro.

Em causa, explicam os especialistas à BBC, está o facto de a obesidade nas mulheres estar relacionada com a produção de hormonas em células de gordura, principalmente o estrogénio, que, segundo alguns médicos, é o responsável número um pelo desenvolvimento de cancros.

A conclusão do estudo deste organismo britânico teve por base a análise de mil mulheres classificadas como obesas e outras mil que se encontravam com um peso normal.

Do grupo das mulheres com excesso de peso, 274 apresentaram uma maior tendência de padecer de cancro em algum momento da sua vida; já as que estavam com o peso correcto, apenas 194 tinham hipótese de ter cancro mais tarde.

“Parar de fumar, manter um peso saudável, ter uma dieta saudável e diminuir o consumo de álcool” são as dicas deixadas pelos especialistas às mulheres que apresentam excesso de peso e que, com isso, tornam a própria saúde mais débil.

Lidam com doentes graves
Nos cuidados paliativos, onde a taxa de burnout é substancialmente mais baixa do que nos cuidados intensivos, os profissionais...

Os médicos e enfermeiros que trabalham em unidades de cuidados paliativos evidenciam um risco muito mais baixo de desenvolver burnout (exaustão e falta de realização profissional) do que os profissionais de saúde das unidades de cuidados intensivos. Mesmo assim, somando os médicos e enfermeiros dos dois tipos de unidades, mais de um quarto (27%) encontram-se num estado de exaustão, indica o estudo Burnout em Cuidados Intensivos e Paliativos em Portugal, que esta sexta-feira vai ser apresentado.

O estudo, que avaliou 355 médicos e enfermeiros de 19 unidades, permite perceber de forma clara que os níveis de burnout nos cuidados intensivos são muito superiores aos identificados nos paliativos. Do bolo dos profissionais identificados como sofrendo desta síndrome (que, além de pôr em risco a sua saúde, afecta a qualidade do serviço prestado), 86% são médicos e enfermeiros que trabalham em cuidados intensivos.

Há formas de prevenir o burnout, comenta a investigadora principal deste estudo, a enfermeira Sandra Martins Pereira, do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa, que lembra que todos estes profissionais trabalham em "contextos de fim de vida", apesar de haver contornos diferentes. “Nos cuidados intensivos a morte é considerada um fracasso, os profissionais são treinados para salvar vidas, enquanto nos paliativos a morte não é sentida como uma frustração”, enfatiza.

Os profissionais dos cuidados paliativos beneficiam também de um conjunto de factores protectores, não só porque a tomada de decisões éticas (por exemplo, quando avançar com a sedação terminal) é feita em equipa e porque têm estratégias para lidar com as situações mais stressantes e com a morte, como "rituais como acender uma vela, ter um livro onde expressam os sentimentos", exemplifica.

As decisões éticas em cuidados paliativos estão em consonância com as recomendações do Conselho da Europa, como indica um estudo do projecto piloto DELiCaSP (Decisions in End of Live Care in Spain and Portugal), principalmente no que se refere ao respeito pela autonomia das pessoas doentes e também no que toca ao processo de deliberação, que neste caso envolve todas as partes implicadas (doente, família e profissionais) e assume “uma dimensão de discussão predominantemente colectiva”, reforça Sandra Pereira.

Formação avançada

Tendo em conta estes resultados e a diferença encontrada nos níveis de exaustão dos profissionais que trabalham em paliativos e intensivos, os autores do estudo defendem, assim, a necessidade de desenvolver estratégias e medidas que permitam incorporar a filosofia, princípios e metodologias de trabalho dos cuidados paliativos noutros contextos. Preconizam ainda a aposta na “formação avançada” de todos os que exercem funções tão complexas quanto estas.

"O risco de burnout existe em várias profissões, sobretudo nas chamadas profissões de ajuda. As pessoas começam a trabalhar muito motivadas e com elevadas expectativas e depois a realidade é um choque”, explica Sandra Pereira. Nas unidades de cuidados paliativos e continuados, porém, o risco de burnout aumenta não só devido ao contacto repetido com a vulnerabilidade humana, o sofrimento, a morte, mas também por causa do impacto das experiências de trabalho (turnos, conflitos, decisões de fim de vida). Resultado? Muitos profissionais ficam “completamente esgotados”, sintetiza a investigadora.

“Os profissionais em burnout ficam mais cínicos, mais frios, distantes, já não são capazes de estabelecer uma relação tão humana”, descreve, notando que aos altos níveis de exaustão emocional e de despersonalização somam-se os baixos níveis de realização pessoal e profissional. O problema é que, além de ter um grande impacto na saúde dos profissionais, a síndrome de burnout acaba por afectar a qualidade do serviço prestado, uma vez que potencia o risco de erros e os níveis de absentismo.

Este estudo, que vai ser apresentado sexta-feira nas Jornadas de Investigação em Cuidados Paliativos, em Castelo Branco, partiu de dois trabalhos académicos, duas teses de doutoramento em bioética.

Investigação
Estudo brasileiro de longa duração encontrou uma ligação entre o tempo de amamentação e a inteligência das crianças.

A investigação realizada no Brasil envolveu 6 mil bebés desde 1982 até à idade adulta, de várias classes sociais e ambientes, e descobriu que aqueles que foram amamentados durante mais tempo provaram ser mais inteligentes, passaram mais tempo na escola e ganharam mais do que os que tiveram um período menor de amamentação.

Da amostra inicial, 3500 indivíduos aceitaram ser entrevistados e submetidos a um teste de Quociente de Inteligência 30 anos depois da primeira análise. Embora vários estudos demonstrem os benefícios da amamentação na saúde da mãe e do bebé – e a Organização Mundial de Saúde recomendar a amamentação exclusiva durante, pelo menos seis meses – o médico Bernardo Lessa Horta, da Universidade Federal de Pelotas, no Brasil, quis perceber se o aumento ligeiro da capacidade cognitiva causado pela amamentação era suficiente para alterar as perspectivas do bebé quando chegava a adulto.

“O nosso estudo fornece a primeira evidência de que o prolongamento da amamentação não só aumenta a inteligência pelo menos até à idade de 30 anos, como também tem um impacto a nível individual e social, melhorando o nível de escolaridade e as capacidades”, explicou Lessa Horta ao jornal britânico Guardian.

Para o médico brasileiro, a investigação oferece uma visão única porque a amamentação está distribuída de igual forma entre a população estudada – tanto as mães mais ricas e de classes mais altas como as menos abastadas e de classes baixas amamentavam em igual número no Brasil, em 1982. A única diferença era que algumas amamentavam apenas durante um mês e outras amamentavam durante um ano inteiro.

Aqueles que beberam leite materno durante 12 meses, tiveram mais quatro pontos do que aqueles que foram amamentados durante menos tempo, tinham pelo menos mais um ano de escolaridade no currículo e ganhavam um ordenado mais elevado.

“Algumas pessoas dizem que não é a amamentação que influencia o desenvolvimento do bebé mas sim a motivação e habilidade de cada mãe em estimular a criança”, disse o médico, citando ainda outros estudos que dizem que bebés com um genótipo em particular têm maior tendência para tirar vantagem da amamentação. Lessa Horta revelou, no entanto, que os resultados do estudo estão em conformidade com as informações conseguidas em análises nutricionais, que mostram que o leite materno é rico em ácidos gordos saturados, responsáveis pelo desenvolvimento cerebral.

Publicado na revista científica The Lancet Global Health, o estudo realça que pode haver outros factores além da amamentação que tenham um impacto directo na inteligência, embora os investigadores responsáveis tenham medido de igual forma a influência da educação da mãe, o rendimento familiar e o peso à nascença.

“É importante notar que a amamentação é um dos muitos factores que podem contribuir para o sucesso de uma criança. Mas o que este estudo mostra é que é necessário uma promoção continuada e melhorada da amamentação”, acrescentou.

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