Farmacêuticos lusófonos
A Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa aprovou em Assembleia-geral, uma Carta da Farmácia que define os...

A Associação está reunida no seu XI Congresso em Maputo, Moçambique, durante os dias 26 e 27 de Março. O Congresso marca também a passagem de testemunho da presidência, a partir de agora assumida pelo Brasil.

A Carta da Farmácia e dos Farmacêuticos agora subscrita é um passo relevante no fomento das competências da profissão de farmacêutico e uma oportunidade de capacitação, partilha de conhecimento e consequente valorização do papel do farmacêutico e das farmácias.

Valmir Santi, actual vice-presidente do Conselho Federal de Farmácia do Brasil foi eleito novo presidente da Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa (AFPLP), sucedendo ao moçambicano Lucilo Williams.

A AFPLP é uma associação de carácter profissional e científico, que visa a promoção das ciências farmacêuticas e a defesa dos interesses da profissão farmacêutica em todos os países de língua portuguesa.

Carta da Farmácia e dos Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa em anexo

Comemora-se hoje
Assinalada a 27 de Março, a data visa reconhecer a importância da contribuição desinteressada dos dadores benévolos.

O Dia Nacional do Dador de Sangue assinala-se dia 27 de Março. A data, instituída através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 40/86, visa reconhecer a importância da contribuição desinteressada dos dadores benévolos de sangue para o tratamento de doentes.

A institucionalização do Dia Nacional do Dador de Sangue constitui, assim, a expressão oficial desse reconhecimento e serve para evidenciar, junto da população em geral, o valor social e humano da dádiva de sangue, estimulando a sua prática e tornando mais conhecida a sua imprescindibilidade.

Podem doar sangue todas as pessoas com bom estado de saúde, com hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50 kg e idade compreendida entre os 18 e 65 anos. Para uma primeira dádiva o limite de idade é aos 60 anos.

No site do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, entidade à qual compete, no âmbito das suas atribuições específicas, a promoção dos actos oficiais do Dia Nacional do Dador de Sangue, os interessados podem consultar uma agenda actualizada de todos os locais onde são realizadas diariamente colheitas de sangue.

Ordem dos Enfermeiros/Centro
A falta de condições para o exercício da actividade de Enfermagem na Região Centro agravou-se em 2014, mais nas instituições...

“Os cuidados de enfermagem prestados à população são inseguros e está em risco a saúde das populações, se atendermos à importância que os cuidados de enfermagem desempenham no total dos cuidados de saúde prestados”, sublinha a Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE).

Tais conclusões fazem parte do relatório de 2014 da SRC, resultante do Acompanhamento e Controlo do Exercício Profissional, que se traduziu na visita a 40 instituições e a 69 serviços, a maioria dos quais na sequência de exposições por “Dotações Inseguras” (insuficiência de profissionais para as necessidades do respectivo serviço).

O documento, que sábado será apresentado à Assembleia Regional do Centro da OE, a decorrer em Coimbra, identifica uma carência de cerca de 470 enfermeiros, que se deveriam somar aos 655 que nelas exerciam a actividade nesses 69 serviços.

Apenas 13 dos serviços visitados dispunham das adequadas dotações de enfermeiros, afirma a Presidente do Conselho Directivo Regional da SRC, Enfª Isabel Oliveira.

As maiores carências de enfermeiros em instituições públicas verificavam-se nos serviços de medicina e na Rede de Cuidados Continuados.

“Continuou a identificar-se dotações nos serviços públicos abaixo do limiar de segurança e o impacto positivo esperado com o aumento do horário de trabalho [de 35 para 40 horas semanais] dos enfermeiros não se constatou. O cenário nos serviços privados e sociais não é o melhor, diríamos, na maior parte dos casos, ainda piores”, lê-se nas conclusões do relatório.

O estado da prestação de cuidados de enfermagem na Região Centro – acrescenta – em termos genéricos é de más condições de trabalho, com excesso de horas acumuladas pelos profissionais, dotações inseguras, reduzido investimento em formação profissional e, por vezes, deficientes condições de instalações e de equipamentos.

Segundo a Enfª Isabel Oliveira, há locais de exercício da enfermagem, principalmente nos Cuidados de Saúde Primários, que “não têm efectivamente condições para estar a funcionar”, quer de salubridade, quer no controlo da infecção.

Alguns deles – acentua - “não têm circuitos para a triagem de resíduos, nem sequer condições adequadas para o acondicionamento de resíduos contaminados”, com consequências, quer para os profissionais, quer para os cidadãos.

“A problemática das dotações é a que mais motivo de preocupação suscita. Os cuidados de enfermagem prestados na Região Centro não são seguros e existem situações mesmo em que os próprios profissionais estão em risco”, sublinha o relatório, agora tornado público nas suas conclusões.

O maior obstáculo têm sido as dificuldades das administrações das instituições de saúde na contratação de enfermeiros por falta de autorização do Governo, quer para as substituições temporárias, quer para as aposentações, quer para outras carências reconhecidas pela própria Tutela.

As situações mais preocupantes nos serviços públicos encontradas pela SRC da Ordem dos Enfermeiros foram no Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, ao nível dos serviços hospitalares, e no Centro de Saúde Arnaldo Sampaio, em Leiria, ao nível dos Cuidados de Saúde Primários.

Ao nível dos restantes prestadores, os maiores problemas encontrados são nas estruturas residenciais de idosos, “não só pelas dotações insuficientes de enfermeiros, mas também pela frequente denúncia de usurpação de funções e graves défices em cuidados de saúde”.

O acompanhamento do exercício profissional nestas estruturas residenciais de idosos, do sector privado e social, “é particularmente difícil, pois frequentemente é impedida a realização” pelos seus responsáveis, inviabilizando o cumprimento de uma atribuição legal conferida à Ordem dos Enfermeiros.

Algumas das visitas a e essas instituições foram conseguidas pela OE após recorrer a outras entidades, nomeadamente à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde.

“Nós vamos às instituições sempre para ajudar. Nos lares, na maior dos casos, não nos querem lá. E esta recusa no acesso, não sendo possível avaliar as condições, podemos questionar-nos porque não nos querem lá. Fica a pergunta: será que têm alguma coisa a esconder?”, observa a presidente da SRC. 

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
22 regiões do continente, Açores e Madeira apresentam hoje risco alto de exposição à radiação ultravioleta, informou o...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Aveiro, Beja, Bragança, Braga, Castelo Branco, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Lisboa, Penhas Douradas, Portalegre, Porto Santo, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Viseu, Vila Real, Angra do Heroísmo e Ponta Delgada apresentam hoje risco alto de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Para as regiões com níveis altos, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt, guarda-sol e protector solar.

De acordo com o IPMA, a radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde se o nível exceder os limites de segurança, sendo que o índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o baixo e o extremo, com onze.

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade até ao meio da manhã, persistindo no litoral norte e centro até ao início da tarde e períodos de chuva fraca no litoral das regiões norte e centro até ao meio da manhã.

A previsão aponta ainda para vento em geral fraco predominando de noroeste, soprando moderado no litoral oeste, em especial durante a tarde e a sul do Cabo Carvoeiro, sendo moderado a forte nas terras altas e subida de temperatura, sendo mais acentuada da máxima nas regiões do interior norte e centro.

Na Madeira prevê-se céu geralmente muito nublado, com abertas nas vertentes sul, possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos nas vertentes norte e vento fraco a moderado de nordeste, sendo moderado a forte de leste nas terras altas.

O IPMA prevê para os Açores períodos de céu muito nublado, aguaceiros fracos e vento sul muito fresco com rajadas até 60 a 65 quilómetros/hora.

 

Em Lisboa as temperaturas vão variar entre 12 e 20 graus Celsius, no Porto entre 11 e 16, em Vila Real entre 8 e 21, em Bragança entre 7 e 23, em Viseu entre 7 e 19, na Guarda entre 6 e 17, em Castelo Branco entre 8 e 24, em Évora entre 9 e 23, em Beja entre 10 e 23, em Faro entre 12 e 22, no Funchal entre 13 e 20, em Ponta Delgada entre 14 e 18, em Angra do Heroísmo entre 14 e 19 e em Santa Cruz das Flores entre 15 e 20.

Instituto quer mais dadores regulares
Portugal está numa fase de perda de dadores de sangue, devido ao envelhecimento da população e à emigração, e as autoridades...

Segundo o presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), a descida no número de dadores tem sido também acompanhada por uma descida no consumo de sangue, verificada não só em Portugal mas também noutros países, o que pode estar ligado ao recurso a cirurgias cada vez menos invasivas.

“Existe neste momento uma forte pressão sobre a disponibilidade dos dadores de sangue e nós mantemos o apelo para os que são dadores esporádicos ou para quem nunca deu sangue: venham dar sangue! Para continuarmos com alguma tranquilidade em termos da nossa suficiência em sangue”, afirmou Hélder Trindade, a propósito do Dia Nacional do Dador de Sangue, que hoje se assinala.

No ano passado, registou-se uma decida em relação ao número de colheitas de sangue, mas 2014 acabou por se passar com níveis seguros, excepção feita aos períodos críticos de Fevereiro e do verão.

Nos primeiros meses deste ano, não se resgistam diferenças significativas relativamente ao ano anterior, segundo Hélder Trindade.

O mês de Fevereiro voltou a ser complicado, fundamentalmente por causa do período gripal, o que levou na altura o IPST a lançar um apelo público à dádiva.

Apesar de nestes primeiros meses não haver diferença significativa em relação ao ano passado, o presidente do IPST não tem dúvidas de que o país passa por uma tendência de perda de dadores.

“Portugal está numa fase de perda dos dadores de sangue. Perda por envelhecimento da população, porque há uma forte tendência de emigração de pessoas ainda jovens e muitos dadores certamente integrados nesse contingente. Perda porque as empresas fecham mais as portas para que se possa colher sangue ou mais dificuldade em libertar o trabalhador para dar sangue”.

Sobre o seguro do dador de sangue, o IPST refere que os contratos de seguros de responsabilidade civil e acidentes pessoais para o dador e candidato a dador de sangue estão em vigor, nos vários estabelecimentos hospitalares, desde o início do ano passado.

Trata-se de contratos individualizados, em que cada instituição hospitalar celebrou o seu.

No IPST, que faz recolhas através de brigadas, estes contratos de seguro estão em vigor desde 1 de Março. Até ao momento, nenhum ainda foi accionado.

“Maratona da Saúde”
A Universidade do Algarve arrecadou dois dos quatro prémios da primeira edição do Prémios de Investigação “Maratona da Saúde”...

Ana Teresa Maia e Pedro Castelo-Branco são os investigadores responsáveis pelos projectos desenvolvidos no Centro de Investigação Biomédica da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade do Algarve (UALg).

Ana Teresa Maia, doutorada em genética humana, explicou que a candidatura do seu projecto ao prémio pretende fazer a caracterização de três marcadores que a investigação tem associado a uma elevada predisposição para o cancro da mama e ajudar a desenvolver terapias de prevenção do cancro da mama.

“Estamos a contribuir exactamente para identificar os grupos de risco antes de essas mulheres desenvolverem cancro para as podermos rastrear muito mais amiúde para que um dia se, eventualmente, desenvolverem cancro serem tratadas na fase mais precoce possível para que a doença tenha o menor impacto possível”, esclareceu.

A investigadora espera que no futuro seja possível fazer uma estimativa individual e o mais precisa possível dos riscos de desenvolvimento do cancro da mama, tendo por isso sublinhado a importância de identificar cada vez mais marcadores.

Cada projecto premiado pelo programa “Maratona da Saúde” vai receber 25 mil euros e foi escolhido entre mais de 80 projectos de investigação submetidos a concurso.

Pedro Castelo-Branco é o responsável pelo projecto premiado que pretende testar a capacidade de diagnóstico de um biomarcador que permite identificar no cancro da mama quais os tumores que são benignos ou malignos.

O biomarcador já foi testado em tumores cerebrais pediátricos e no cancro da próstata, através de consórcios internacionais, tendo tido “resultados bastante promissores”, permitindo perceber a potencialidade de um tumor progredir para um estado maligno, disse aquele investigador.

Segundo o docente da UALg, o biomarcador consegue identificar o mecanismo que permite que a enzima telomerase (responsável pela progressão do cancro) esteja activa.

Esta descoberta pode ser “aplicada a formas de cancro” que tenham “uma zona cinzenta”, em que não se sabe se “o tumor vai avançar ou não”, tais como leucemias, melanomas, cancro do cólon, bexiga, rins, cervical e endocervical, referiu.

O biomarcador “é extremamente importante” para se evitarem “tratamentos com efeitos secundários nefastos” quando estes não são necessários, sublinhou, afirmando que o método pode ajudar os médicos a decidir quando e como tratar o cancro.

Para além dos testes no cancro da mama, o investigador quer também avançar com testes do biomarcador no cancro do cólon e da bexiga.

Ana Teresa Maia admitindo ter ficado satisfeita com o prémio: “O nosso trabalho é árduo e o apoio à ciência escasseia hoje em dia. Iniciativas como a Maratona da Saúde são magníficas, louváveis e que me permitem a mim, por exemplo, continuar estes estudos”.

Desde hoje
Todas as Misericórdias do país podem candidatar-se, a partir de hoje, ao Fundo Rainha D. Leonor, destinado a apoiar projectos...

Em declarações, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Pedro Santana Lopes, adiantou que o fundo, com um valor inicial de cinco milhões de euros, foi criado na sequência de um acordo assinado em maio do ano passado entre a Misericórdia de Lisboa e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP).

Pedro Santana Lopes explicou que as Misericórdias de todo o país podem concorrer, através deste fundo, a um apoio para obras até ao máximo de 500 mil euros, tendo prioridade as instituições que não foram contempladas com fundos comunitários.

Contou que há vários casos de lares, unidades de cuidados continuados e outros equipamentos que lhes falta, por vezes, "60, 100 ou 200 mil euros para abrirem unidades que já têm investimentos muito significativos realizados, mas que a crise dos últimos anos levou a que não fosse possível" reunir as verbas para poderem funcionar.

“Ao longo destes anos algumas unidades estiveram paradas porque lhes falta muito pouco dinheiro” e a ideia do fundo foi “criar um quadro jurídico que habilite essa cooperação também financeira”, disse Santana Lopes, lembrando que a SCML tem uma natureza e um regime jurídico diferentes das outras Misericórdias.

“A responsabilidade que a Santa Casa tem de exploração exclusiva, entregue pelo Estado, dos jogos sociais levou a caminhos muitas vezes separados, não incompatibilizados, mas sem praticamente nenhuma colaboração, o que é algo estranho”, comentou.

O Fundo Rainha D. Leonor comporta ainda o Acordo Nossa Senhora do Manto que vida promover a criação de uma base de dados entre a Santa casa e as outras Misericórdias.

Esta base de dados registará os lugares existentes nos lares, centros de dia e nas unidades para pessoas com dependência física e demências em todo o país, possibilitando a integração de utentes da SCML nas vagas das Misericórdias espalhadas pelo país.

“Muitas vezes a Santa Casa já não tem lugares para as pessoas que a procuram, que são de outras terras” e esta cooperação favorecerá o atendimento mais próximo das famílias e reforçará a sustentabilidade financeiras das Misericórdias, explicou Santana Lopes.

Através do sítio do Fundo Rainha D. Leonor (www.fundorainhadonaleonor.com), lançado hoje numa cerimónia que reuniu o provedor da SCML e o presidente da UMP, Manuel Lemos, as Misericórdias passam a poder candidatar-se “a projectos que constituam respostas sociais prioritárias”.

Cada Misericórdia pode concorrer a um projecto por triénio, sendo anual a atribuição deste fundo.

“Os projectos devem ser necessários, sustentáveis e de qualidade”, sendo privilegiadas as áreas do envelhecimento, da deficiência, da saúde, do combate à pobreza e apoio à natalidade.

Igual à nicotina e o álcool
Alimentos altamente processados e ricos em açúcar e gordura causam efeitos semelhantes às drogas. Um novo estudo da...

Este é um dos primeiros estudos a examinar especificamente quais alimentos podem influenciar o ‘vício de comer’, o que se tornou um crescente interesse para cientistas e consumidores, considerando a epidemia da obesidade.

Estudos anteriores em animais concluem que alimentos altamente processados, ou alimentos com gordura ou hidratos de carbono refinados adicionados (como farinha branca e açúcar), podem ser capazes de desencadear o comportamento do vício alimentar. Estudos clínicos em humanos têm observado que alguns indivíduos preenchem os critérios de dependência de substância, quando essa substância é a comida.

Apesar dos alimentos altamente processados, conhecidos geralmente por serem mais saborosos e muitas vezes serem os preferidos, ainda não se sabe se estes tipos de alimentos podem desencadear respostas de dependência semelhante em seres humanos, nem se sabe quais alimentos específicos produzem estas respostas, disse Ashley Gearhardt, professora assistente de Psicologia da Universidade de Michigan (U-M).

Alimentos não processados, com nenhuma gordura ou hidratos de carbono refinados adicionados, como arroz integral e salmão, não foram associados com o comportamento de ‘vício de comer’.

Pessoas com estes sintomas de ‘vício alimentar’ ou com maior Índice de Massa Corporal relataram mais problemas com alimentos altamente processados, sugerindo que o consumo compulsivo pode estar particularmente ligado às propriedades "gratificantes" desses alimentos, disse Erica Schulte, estudante de doutoramento de Psicologia da U-M e principal autora do estudo.

“Se as propriedades de alguns alimentos estão associadas com o ‘vício de comer’ para algumas pessoas, isto pode impactar as directrizes de nutrição, como também as iniciativas de políticas públicas como, por exemplo, a venda desses alimentos a crianças,” disse Schulte.

Nicole Avena, professora assistente de Farmacologia e Sistemas Terapêuticos da Escola de Medicina Icahn, no Monte Sinai, em Nova York e coautora do estudo, também explica a importância das conclusões.

“Este é um primeiro passo para identificar os alimentos específicos e as propriedades dos que podem desencadear essa resposta viciante,” ela disse. “Isto pode ajudar a mudar a forma como abordamos o tratamento da obesidade. Pode não ser uma simples questão de reduzir o consumo de certos alimentos, mas em vez disso, adotar métodos usados para restringir o consumo do fumo, das bebidas e das drogas.

Pesquisas futuras devem examinar se os alimentos viciantes são capazes de desencadear alterações em circuitos cerebrais e de comportamento, como o abuso das drogas, disseram os pesquisadores.

Em Coimbra
Especialistas dos Estados Unidos da América, do Brasil e de Portugal discutem o papel das “intervenções breves” na mudança de...

Peritos internacionais na realização de “intervenções breves” no consumo de álcool e outras substâncias psicoactivas estão, hoje e amanhã, reunidos na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), acolhida pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), onde estão a fazer workshops dirigidos a meia centena de profissionais de saúde e de educação.

A iniciativa insere-se no âmbito de actuação do projecto “Prevenção do uso/abuso de álcool e outras substâncias psicoactivas: intervenções em contextos ao longo do ciclo vital”, inscrito na UICISA: E, sob coordenação da professora Teresa Barroso.

De acordo com a organização do encontro, “as ‘intervenções breves’ são procedimentos simples, baseados em pressupostos cognitivo-comportamentais, voltados para educação e motivação do paciente para mudança de comportamentos, têm um custo reduzido e mostraram ser eficazes na redução dos consumos e diminuição dos problemas relacionados com o álcool e outras substâncias psicoactivas”.

“Existe evidência científica da eficácia das intervenções breves em reduzir o consumo de álcool e outras substâncias psicoactivas, em particular se forem desenvolvidas no contexto dos cuidados de saúde primários. Em Portugal, a detecção precoce e as intervenções breves estão preconizadas no Plano Nacional para a Redução dos Comportamentos Aditivos e outras Dependências (SICAD, 2013), contudo estas ainda não estão disseminadas nos contextos de cuidados de saúde primários”, afirma a professora da ESEnfC, Teresa Barroso.

Primeiro Dia Mundial do Cancro Colo Rectal
A Associação Internacional do Cancro Colo Rectal lança hoje a campanha de sensibilização Get Tested, no âmbito do primeiro Dia...

“O teste do biomarcador é essencial para aumentar as taxas de sobrevivência dos doentes recém-diagnosticados com cancro color rcetal metastático. Para estes novos doentes é de extrema importância conhecerem o resultado do seu teste antes de iniciar o tratamento”, explica  Fortunato Ciardiello, Presidente da Associação Internacional do Cancro Colo Rectal (ICCA) e Presidente da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO).

A campanha é apresentada em Bruxelas, no Parlamento Europeu, através de um White Paper que apela à utilização regular do teste biomarcador RAS, no âmbito de um plano de tratamento oncológico personalizado.

Philippe de Backer, Membro do Parlamento Europeu da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa, refere que: “o cancro color rectal metastático é um exemplo de que selecionar uma abordagem terapêutica personalizada, através do uso de biomarcadores, pode fazer uma real diferença no sucesso do tratamento dos doentes. Todos os cidadãos, independentemente do local onde vivem, devem ter acesso a este teste após um diagnóstico de cancro colo rectal metastático (CCRm)”.

Para uma informação mais especializada, a campanha Get Tested criou o site www.GetTestedCampaign.com.

O site explica e disponibiliza:

  • O que é o teste RAS
  • O que é o cancro colo rectal metastático
  • O papel dos biomarcadores na seleção do tratamento
  • Links com informação dirigida aos doentes e informações de diversas Associações de Doentes.

A campanha Get Tested tem o apoio da Associação de Doentes com Doenças Oncológicas; Organização Bowel Cancer Australia; Bowel Cancer UK; CHU - Hôpitaux de Rouen; Fundação Ballroom Dancing For Cancer; Europacolon; Aliança Europeia da Medicina Personalizada; Aliança Europeia do Doente com Cancro; Aliança Global do Cancro do Colon; L'Istituto Nazionale Tumori (INT); Federação Italiana das Associações Voluntárias em Oncologia (FAVO); Seconda Università di Napoli; Merck Serono, Amgen e Sysmex Inostics.

Ao nível nacional, a campanha conta com o apoio da Europacolon Portugal; Grupo de Investigação do Cancro Digestivo e ONCO+.

 

Sobre a Associação Internacional do Cancro Colo Rectal
A Associação Internacional do Cancro Colo Rectal (ICCA) é uma iniciativa global que junta um grupo multidisciplinar de pessoas com interesse na gestão do cancro colo rectal e na melhoria dos cuidados do doente.

A ICCA é responsável pela campanha Get Tested, que tem como objectivo aumentar a sensibilização e compreensão da importância do teste do biomarcador na selecção do tratamento, como parte do desenvolvimento de um plano de tratamento personalizado do cancro, para os doentes recém-diagnosticados com cancro colo rectal metastático.

A ICCA está atualmente em fase de registo como Associação Internacional Sem Fins Lucrativos, em Bruxelas (INPMA).

Sobre o RAS
O RAS – um biomarcador preditivo – é o nome colectivo para o grupo de genes que inclui o KRAS e NRAS e que pode ser utilizado para ajudar a selecionar a terapêutica mais apropriada para cada doente com cancro colo rectal metastático.

No cancro colo rectal metastático, o RAS tem sido identificado como o biomarcador-chave que pode ajudar a prever qual será a resposta do doente com CCRm a tratamentos específicos, tornando-se importante conhecer o estado do RAS o mais cedo possível. Cerca de metade dos doentes com CCRm apresentam tumores com RAS não mutado e a outra metade apresentam tumores com RAS mutado.

Sobre o cancro colo rectal
O cancro colo rectal, também conhecido como cancro do intestino, é o 3º cancro mais comum nos homens e o 2º mais comum nas mulheres, a nível mundial. Em 2012 morreram mais de 694.000 pessoas com esta doença.

No estadio avançado, é conhecido por cancro colo rectal metastático (CCRm), pois o tumor primário no cólon ou recto já se encontra espalhado (metastizado) para outras partes do corpo, geralmente o fígado ou pulmões, tornando-o mais difícil de tratar.

As taxas de sobrevivência do CCRm são baixas, com apenas 10-12% dos doentes a sobreviver 5 anos após o diagnóstico. Contudo, análises recentes indicam que a escolha da terapêutica dirigida ao receptor do factor de crescimento epidérmico (terapêutica anti-EGFR) pode aumentar as taxas de sobrevivência dos doentes com CCRm cujos tumores não apresentam mutações no RAS, com taxas de sobrevivência acima dos 30 meses. Como reconhecimento do avanço que o teste RAS possibilitou na gestão do tratamento do CCRm, as guidelines de tratamento foram actualizadas na Europa e nos EUA, recomendando que todos os doentes com CCRm efectuem o teste RAS antes da terapêutica anti-EGFR.

A partir de 6ª feira
Os pólenes vão estar em níveis muito elevados em todo o país desde sexta-feira até ao dia 2 de Abril, informou a Sociedade...

Segundo as previsões do boletim polínico semanal, prevêem-se níveis muito elevados de pólenes em todas as regiões de Portugal Continental, tendência que vem com o aumento das temperaturas e a falta de chuva.

Já no Funchal e em Ponta Delgada os pólenes estarão em níveis baixos.

A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica passa a divulgar, todas as quintas-feiras, o boletim polínico, durante a primavera, estação propícia a alergias.

Psiquiatra João Redondo
O psiquiatra João Redondo considera que “é mais difícil” para um idoso conseguir sair de um “relacionamento abusivo ou tomar...

Dados divulgados pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) revelam um aumento de casos de violência contra idosos no ano passado, passando de 774 situações em 2013 para 852 em 2014 (10,1%).

O coordenador da Unidade de Violência Familiar do Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra disse que, “em consequência da deterioração física e cognitiva que geralmente acompanha a velhice, é mais difícil para os idosos deixar um relacionamento abusivo ou tomar decisões correctas”.

“Frequentemente o agressor pode ser a única companhia da pessoa que é vítima de abuso”, afirmou o psiquiatra.

Nem sempre fácil de detectar estas situações: “O fenómeno permanece muitas das vezes ‘escondido’ pelos próprios protagonistas, falamos dos idosos, das suas famílias, dos cuidadores e profissionais que com eles interagem e, até mesmo, da sociedade em geral, que nem sempre valida os maus tratos contra o idoso como um problema de violência”.

Perante esta realidade, prevenir o abuso de idosos apresenta inúmeros problemas para os profissionais que trabalham nesta área.

“Na maioria dos casos, o maior dilema é encontrar o equilíbrio entre o direito do idoso à autodeterminação e a necessidade de adoptar medidas para acabar com o abuso”, sublinhou João Redondo.

A abordagem destas situações deve privilegiar “uma intervenção multidisciplinar, multissectorial e em rede que, a par com a protecção e o apoio às vítimas e com a intervenção junto do agressor, promova a não-violência, com consequências nas políticas sociais e de saúde, na educação” e nos valores.

Para João Redondo, a avaliação da existência ou não de violência em contexto familiar sobre o idoso, realizada em cuidados de saúde primários, em serviços hospitalares, como internamentos e urgência, ou instituições de cuidados continuados e lares, “deverá incluir, sempre que possível, a participação de elementos das redes sociais de suporte (primárias e de serviços)”.

Depois de sinalizada a situação de violência deve ser encaminhada para a rede multidisciplinar, que integra médicos, enfermeiros, profissionais do serviço social, psicólogos, autoridades policiais e judiciais.

Caberá à rede facilitar e dar apoio na exposição de queixas às instâncias judiciais, documentar e validar as declarações da pessoa, realizar visitas domiciliárias de surpresa, informar o idoso sobre os seus direitos legais, ensinar medidas de protecção e encaminhar ou tratar o cuidador, “minimizando com estas medidas os riscos de nova vitimização”, explicou o psiquiatra.

Citando a Organização Mundial da Saúde (OMS), João Redondo frisou que a violência sobre o idoso não pode ser solucionada adequadamente se as suas necessidades essenciais (alimentação, abrigo, segurança e acesso à assistência à saúde) não forem atendidas.

Estudo
Estudantes com melhor aptidão cardiorrespiratória e peso normal têm uma probabilidade 5,5 vezes superior de terem um rendimento...

Para se optimizar a aptidão cardiorrespiratória e o peso corporal os jovens devem praticar de forma regular actividades físicas e desportivas na escola, em contextos informais ou contextos mais formais de prática desportiva.

Um estudo desenvolvido pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, revelou que a aptidão cardiorrespiratória e o peso corporal têm um efeito independente e sinérgico no rendimento escolar nas disciplinas de Português, Matemática, Ciências da Natureza e Inglês em alunos do sétimo ano de escolaridade. Paralelamente, alerta para a necessidade de criar mais actividades de exercício físico durante o horário escolar, por forma a aumentar a aptidão cardiorrespiratória e prevenir o excesso de peso dos alunos.

O estudo, cujo objectivo foi investigar a relação entre a aptidão cardiorrespiratória e o excesso ponderal com o rendimento escolar nos alunos do 7º ano, recorrendo a três grupos diferentes de crianças e adolescentes nascidos em três anos diferentes frequentado o 7º ano em três anos sucessivos. Este projecto foi aplicado em catorze escolas públicas portuguesas, e estiveram envolvidos 1531 alunos do 7º ano (787 do sexo masculino e 744 do feminino), com idades variando entre os 12 e os 14 anos.

O estudo observou que estudantes com peso normal tinham um desempenho escolar mais elevado quando comparados com estudantes com excesso de peso e obesos. Alunos com aptidão cardiorrespiratória mais saudável também obtiveram melhor rendimento escolar.

O peso corporal e a aptidão cardiorrespiratória têm um efeito independente e sinérgico no rendimento escolar. De acordo com estes resultados, importa realçar a importância dos jovens praticarem de forma regular actividades físicas e desportivas na escola, em contextos informais ou contextos mais formais de prática desportiva. 

Após treino de habilidades de conversação
Estudo de investigador da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra revela que 25% dos doentes mentais envolvidos no programa de...

Doentes com esquizofrenia inseridos num programa de formação em habilidades de conversação melhoraram significativamente o desempenho pessoal e social, o modo como lidam com a ansiedade e com o stresse, assim como a noção de autoeficácia (juízo que fazem sobre a capacidade de realizarem actividades em situações desconhecidas, passíveis de conterem elementos ambíguos ou imprevisíveis).

Estes resultados foram obtidos no âmbito de um estudo conduzido pelo professor da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Carlos Melo-Dias, que envolveu 28 adultos em internamento numa unidade de saúde mental de Coimbra (15 dos quais participantes no grupo experimental, de onde foram extraídas as conclusões), com idades entre os 20 e os 72 anos e com um tempo de duração média da doença igual ou superior a dez anos.

Durante a investigação, os doentes participaram em 12 sessões de formação, em seis habilidades diferentes: “Observar, ouvir falar e comunicação não-verbal”, “Escuta activa e comentários de escuta”, “Falar de um tema (iniciar e manter uma conversa), “Terminar uma conversa”, “Falar ao telefone” e “Falar com um desconhecido”.

Procurou-se, desta forma, “facilitar a passagem do ambiente controlado, previsível e seguro da clínica hospitalar para o ambiente imprevisível da comunidade”, explica o professor Carlos Melo-Dias.

Como consequência, três meses após o estudo (com os doentes já em casa), cerca de 25% dos participantes no programa de formação obtiveram acima de 90 pontos (num máximo de 100) na escala de desempenho pessoal e social (preenchida pelo cuidador ou familiar). Um resultado que, para o investigador Carlos Melo-Dias, “é muito interessante em termos de funcionamento de cada um destes participantes no regresso ao seu ambiente ‘natural’, onde terão aquele que será o seu papel e a sua participação sociofamiliar”.

Também 25% dos participantes (grupo experimental) registaram uma diminuição da vulnerabilidade ao stresse, “indicando que a participação na formação influenciou a forma e estratégia de lidar e/ou resolver situações de relação interpessoal”, além de uma “melhoria no nível de autoeficácia (apreciação das suas próprias capacidades)”, constata o professor da ESEnfC.

Os resultados deste estudo foram, recentemente, apresentados na Universidade Católica Portuguesa - Instituto de Ciências da Saúde (Porto), aquando da defesa da tese de doutoramento do professor Carlos Melo-Dias, intitulada “Habilidades de conversação em adultos com esquizofrenia”.

Carlos Melo-Dias coordena o projecto PBE-MENTAL - Prática Baseada na Evidência em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, registado na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, da ESEnfC.

Estudo
Um estudo de investigadores portugueses, que acompanhou crianças durante 13 anos, concluiu ser essencial identificar as...

"É fundamental identificar cedo na vida as alergias, ver se a criança está sensibilizada aos ácaros, aos pólenes, fungos e animais, com isso perceber como vai ser a evolução e conseguir fazer uma prevenção que permita controlar os sintomas e a doença, reduzindo o impacto na criança e na família", disse Lusa Mário Morais-Almeida, um dos investigadores do Centro de Alergia dos Hospitais CUF que participaram no projecto.

O trabalho foi o vencedor da 5.ª edição do "Prémio Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa / MSD em Epidemiologia Clínica", promovido por aquela Sociedade com o apoio da MSD e que recebeu 21 candidaturas de centros de investigação portugueses.

"É possível diagnosticar correctamente a asma e a rinite alérgica desde a idade pré escolar e as crianças que associam asma e rinite, com sintomas nos brônquios e no nariz são aquelas que têm maior possibilidade de continuar com queixas para toda a vida", salientou o investigador.

O estudo, que teve a participação das investigadoras Helena Pité, Ana Margarida Pereira e Ângela Gaspar, do Centro de Alergia dos Hospitais CUF (CUF Descobertas, CUF Infante Santo e CUF Porto), contou com uma amostra de mais de 300 crianças, com uma média de três anos.

Estas crianças tinham tido pelo menos três crises de falta de ar, habitualmente associadas à asma, mas que na altura eram consideradas bronquiolites que se repetiam e acerca das quais se sabia muito pouco, explicou Mário Morais-Almeida.

Foi feita uma associação com a parte genética, ou seja, com o facto de as crianças já terem o pai ou a mãe com queixas alérgicas, nomeadamente asma.

"Havia um grande risco que aquelas queixas de falta de ar já tivessem a identificar a existência de uma asma" e não bronquiolites ou bronquites, referiu o investigador, acrescentando que, se fosse imediatamente detectada a asma, poderia começar-se a prevenção desde muito cedo.

Observou-se também que identificar as queixas nasais, de rinite, em que as crianças estão sempre com o nariz tapado, a espirrar e a coçar o nariz, também era um factor de risco importante.

Com a prevenção em idade precoce, na adolescência "o impacto da doença é muito menor e é mais simples controlar", mas também é possível identificar quais as crianças que vão ter boa evolução, valendo a pena fazer tratamento sintomático, de crise, mas não de prevenção.

As conclusões do estudo permitem ter aplicação na prática clínica e influenciam o modo como se tratam agora as crianças com aquelas queixas, contribuindo para a melhoria da qualidade da vida dos mais pequenos e dos seus pais, já que estes problemas afectam a qualidade do sono de toda a família.

As alergias respiratórias são das doenças crónicas mais frequentes em idade pediátrica e mais de 30% das crianças apresenta sintomas de rinite, enquanto mais de 10% têm manifestações de asma, mesma percentagem afectada pelo eczema atópico, segundo dados da organização do prémio que será hoje entregue.

Mais de 5% das crianças sofrem de alergia alimentar e cerca de 2% a 5% das crianças têm alergia a medicamentos.

Ordem dos Enfermeiros
Um terço dos enfermeiros que foram pais teve dificuldade em gozar os seus direitos, como dias de licença ou horário reduzido,...

Um questionário feito a cerca de cinco mil enfermeiros de todo o país pela Ordem dos Enfermeiros, numa fase em que a Assembleia da República e o Governo iniciaram o debate sobre a crise demográfica, pretendeu procurar soluções para este problema no âmbito daquela classe profissional.

O inquérito, realizado em Dezembro de 2014, revelou que 35% dos enfermeiros questionados referiram ter sentido dificuldades no acesso aos seus direitos de parentalidade, tanto no sexo masculino como no feminino, mas principalmente neste último grupo.

Estas dificuldades, sentidas de igual forma no sector público, privado e social, traduziram-se principalmente em pressões para gozar menos dias de licença parental (34,64%), obstáculos ao gozo do horário de amamentação (23,48%) e dificuldades em flexibilizar horários (9,77%), nomeadamente no que respeita aos turnos.

“Foram identificadas situações graves de impedimento de gozo de dias de licença, parcial e totalmente [7,06% e 4,99%], e foram identificadas situações muito graves de não renovação do contrato de trabalho e de despedimento [1,52%]”, revela o estudo.

O mesmo inquérito dá conta ainda de transferências de serviço obrigatórias, decorrentes do gozo de licenças (1,09%).

O estudo pretendeu ainda perceber se na altura da contratação os enfermeiros tinham sido questionados pela entidade empregadora sobre a intenção de ser pai ou mãe – uma pergunta que “atenta contra os direitos, liberdades e garantias das pessoas e que, além de legal, é imoral” –, tendo identificado respostas afirmativas em 9% dos casos.

Por sector, esta pergunta foi colocada a 6% dos enfermeiros do público, a 16% do privado e a 11% do social.

“De referir que 12% das respostas (609 enfermeiros) indicam que foram pressionados na candidatura a emprego ou na entrada de um novo emprego para não serem pais nos tempos próximos.

No que respeita ao espaço temporal, 43,6% dos enfermeiros sentiram estas dificuldades no último ano e 23,2% entre um e dois anos. Os restantes 33,2% de respostas indicaram que a situação ocorreu há mais de dois anos, considerando a data de realização do inquérito (Dezembro de 2014).

A Ordem dos Enfermeiros considera que esta análise permite verificar que mais do que medidas novas é necessário garantir o cumprimento da lei, para fazer face à baixa taxa de natalidade.

No Porto
A Associação Design Includes You realiza, no final de Março e em Abril no Porto, três 'workshops' práticos para...

O objectivo deste projecto, que conta com a participação de pessoas com demência e cuidadores, é "alargar o conhecimento sobre formas que melhorem a integração da pessoa com demência e as famílias, explorando novos métodos de intervenção", disse a presidente da Associação Design Includes You (DIY), Lígia Lopes.

O primeiro workshop, “dAR-TE MÚSICA”, decorre na Casa da Música, a 28 deste mês. O segundo, “Ó MUSEU SOU (t)EU!”, realiza-se no Museu Nacional Soares dos Reis a 11 de Abril.

O terceiro 'workshop', a 18 de Abril, está organizado em três momentos, com uma "Oficina de Escrita/Leitura" durante a manhã. À tarde, o tema será "Andar, Comer, Conversar e Ler" e a formação termina com uma "Oficina de Marionetas".

“Este projecto concretiza um dos objectivos da Associação – a extensão do design para lá do material, e fica muito para lá do reconhecido como práticas comuns da disciplina – é 'participação, interação e reflexão' sobre abordagens de extremo valor social e humano, com a participação estratégica do design. Dar a conhecer um espaço individual e pessoal na demência, que se revela íntimo mas que precisa de comunicar para o mundo”, disse Lígia Lopes.

Com estes 'workshops', a associação DIY pretende oferecer ferramentas e discutir processos que orientem e conduzam a melhores métodos e práticas, dado o interesse crescente, na última década, sobre o papel que as metodologias participativas, nomeadamente na esfera artística, podem ter nas pessoas que vivem com demência e nos seus cuidadores, acrescentou.

Nas três sessões, os participantes serão desafiados a recriar a identidade dos convidados com demência e seus cuidadores. Todos os elementos serão traduzidos para uma exposição que decorrerá em meados de Maio.

Essa exposição, que se pretende que seja uma tradução e interpretação física destas três experiências, será desenhada pelos designers Carlos Aguiar, Cecília Carvalho e Lígia Lopes (entre outros associados DIY), sob orientação da psicóloga Ana Costa, coordenadora geral e autora do projecto.

Cientista defende
A investigadora irano-americana Mina Jahan Bissel, conhecida por ter revolucionado a forma como a comunidade científica entende...

“Podemos curar o cancro, mas não o conseguimos erradicar. Se conseguíssemos travar o envelhecimento, conseguiríamos erradicar o cancro”, afirmou.

A investigadora falava no simpósio “Understand cancer as a systemic disease: cancer is not just the tumour”, inserido no Módulo de Oncobiologia do Programa Graduado em Áreas de Biologia Básica e Aplicada, e realizado no âmbito dos 25 anos do Ipatimup. No encontro foi entregue o Mina Jahan Bissel Award - 2014 ao cientista norte-americano David Lyden.

Mina Bissel, que tem sido apontada como candidata ao Prémio Nobel da Medicina, lembrou que “à medida que homens e mulheres envelhecem começam a ter cada vez mais elevados risco de cancro da mama ou da próstata e a partir dos 50 anos a taxa de incidência aumenta muito mais”.

Especialista em cancro da mama, concentrou a sua investigação na chamada matrix extracelular (o complexo ambiente que está à volta de um tecido vivo) e na estrutura tridimensional das células, reconhecendo que “foi uma tese polémica” porque surgiu numa altura em que as atenções estavam focadas nos genes.

“Devido a esta tridimensionalidade descobrimos muitos medicamentos e muitas moléculas que as pessoas não sabiam que existiam” mas, na altura, “todos acharam que era maluca, por defender que o exterior da célula tem um papel dominante sobre o genoma, que o fenótipo é dominante sobre o genótipo”, disse.

Com essa descoberta, “agora sabemos que se quisermos compreender como é que o cancro evolui num determinado tecido face a outro é preciso compreender e questionar como é que eles se integram, porque o cancro resulta da falta de integração, que leva a mutações sucessivas”.

Segundo a investigadora, as células ‘conversam’ entre si, mas também com o seu ambiente exterior e vice-versa, num modelo que se faz mediante a troca de variados sinais, bioquímicos e mecânicos.

“Todos os genes têm um receptor de informação na sua matrix extracelular, por isso é que apesar de termos a mesma informação genética (genótipo) numa célula que encontramos no nariz, na boca ou num dedo, elas adquirem funções diferentes (fenótipo)”, explicou.

De acordo com a sua teoria, à medida que se vão tornando malignas as moléculas extracelulares perdem a sua forma e crescem desordenadamente, mas “se lhe juntarmos algumas moléculas saudáveis que inibem este mau desenvolvimento elas assumem a forma correcta mesmo mantendo-se o genoma maligno”.

Questionada sobre o facto de ser apontada como candidata ao Nobel da Medicina, Mina J. Bissel considerou que “aos comités do Prémio Nobel em geral é-lhes difícil premiar mulheres. Isso é certo, mas além disso, normalmente, vão atrás de uma descoberta isolada e eu fiz muitas descobertas ao longo do trabalho de uma vida”.

“Se o comité do Prémio Nobel quiser pensar nisso, teriam que pensar em tudo o que a pessoa fez, é um trabalho de uma vida que mudou o campo de investigação”, sublinhou.

E acrescentou: “Lutei durante muitos anos contra uma comunidade que não acreditava no que eu estava a dizer, mas agora quase todos o aceitam, alguns dizem até que era bastante óbvio, o que para mim é um grande elogio”.

O Prémio Mina J. Bissell foi instituído e atribuído à própria cientista irano-americana, especialista em cancro da mama, em 2008. Nesse mesmo ano, o prémio foi atribuído a Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud. Na sua segunda edição (2011) o distinguido foi Judah Folkman.

Em 2014 a escolha recaiu em David Lyden, um neuro-oncologista pediátrico, especialista em tumores cerebrais, e que tem centrado a sua investigação nos mecanismos através dos quais os tumores metastizam para diferentes partes do corpo, incluindo o cérebro.

Recentemente, Lyden descobriu que os tumores podem enviar sinais, transportados por exossomas (nanovesículas produzidas por todas as células do corpo humano), que levam certas células da medula óssea a multiplicarem-se e a migrarem até ao cérebro onde induzem a formação de novos vasos sanguíneos que alimentam o tumor.

O investigador está, por isso, a desenvolver anticorpos que interferem com essas células procurando perceber como será possível torná-las alvos terapêuticos e bloquear a fase de metástase. Em termos de futuro é outro caminho para se desenvolverem drogas que previnam a metastização de certos tumores.

Núcleo de Doenças Auto-imunes da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
A artrite reumatoide é uma das doenças autoimunes que mais beneficiou da introdução de terapêuticas biológicas. Mas estas...

Continua a haver desigualdades no tratamento desta doença, lembra o Núcleo de Doenças Auto-imunes (NEDAI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna por ocasião do Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatoide, que se assinala no dia 5 de Abril. São 40 mil os portugueses que sofrem desta doença inflamatória crónica, de causa ainda desconhecida.

José Delgado Alves, coordenador do NEDAI, explica que “estes fármacos permitiram começar a discutir o conceito de remissão, isto é a possibilidade de o doente ficar sem sintomas ou com eles controlados. A entrada dos medicamentos biológicos permitiu aumentar essa percentagem, fundamentalmente à custa dos casos mais graves, que são obviamente os que mais nos preocupam e devem ser a prioridade”.

Segundo o especialista, o acesso desigual deve-se não só à prudência na prescrição resultante do preço elevado destes fármacos, (que pode não ser uniforme), mas também às “resistências e obstáculos colocados por muitas administrações hospitalares que ao tentarem limitar o orçamento da respectiva instituição se esquecem que esse dinheiro é na realidade de todos e para todos. Esses obstáculos acabam por resultar em prejuízo do doente em causa, promovendo a desigualdade de acesso, ainda mais condenável.

“O paradigma deste estado de coisas é a facilidade de prescrição em consultórios em relação à quantidade de dificuldades impostas nos hospitais, apesar de serem eles próprios os responsáveis pelos mecanismos de qualidade e segurança em vigor e em última instância os responsáveis pela disponibilização e pagamento destes fármacos”, esclarece José Delgado Alves.

Para debater este e outros problemas que afectam a artrite reumatoide e outras doenças auto-imunes, o NEDAI vai promover a sua 21ª reunião anual e o 4º Congresso Nacional de Autoimunidade de 16 a 18 de Abril, em Coimbra, um evento que conta com a colaboração e participação de muitas especialidades médicas que estão interessadas neste tipo de doenças e que querem colaborar num espírito aberto de entreajuda.

A principal preocupação nesta reunião será discutir o doente como um todo, porque, como refere José Delgado Alves, “nas doenças autoimunes sistémicas é mais importante o médico (ou a equipa) que sabe tratar a doença e as suas complicações, vendo o doente como um todo, do que a especialidade formal que tem. Entendo que estes doentes não devem ser tratados obrigatoriamente por uma ou outra especialidade específica, mas sim pela equipa que sabe de facto tratá-los por inteiro, qualquer que seja a sua formação de base. Por estas razões, acreditamos que a Medicina Interna é uma das especialidades mais preparadas para o fazer. E esse reconhecimento já existe no serviço nacional de saúde através de múltiplas consultas e unidades de Doenças auto-imunes da responsabilidade de especialistas de Medicina Interna, presentes em todo o país”.

www.papabem.pt
Papa Bem, o Projecto que pretende apoiar famílias e outros cuidadores na tarefa de promover o crescimento saudável das crianças...

Os conteúdos e materiais foram desenvolvidos no âmbito do programa Harvard Medical School Portugal, sob coordenação da Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa (ENSP-UNL) e a importância deste projecto foi já reconhecida enquanto exemplo de boas práticas no relatório “Um Futuro para a Saúde”, da Fundação Calouste Gulbenkian.

Tendo como inspiração projectos internacionais com provas dadas, como o recentemente galardoado HENRY – Health Exercise Nutrition for the Really Young, do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, mas totalmente adaptado à realidade portuguesa, “o Papa Bem surgiu para dar resposta ao crescente problema da obesidade infantil, tendo em conta que cerca de uma em cada três das crianças portuguesas já tem excesso de peso antes de entrar para a escola”, explica Isabel Loureiro, professora e investigadora ENSP-UNL.

“O Papa Bem tem como objectivo uma intervenção precoce na prevenção da obesidade, sendo pioneiro ao delinear estratégias de prevenção mesmo antes do nascimento, ou seja, ainda durante a gravidez”, refere a investigadora. A intervenção é feita, numa primeira fase, “através da disponibilização de conteúdos cientificamente validados e testados junto de profissionais de saúde e de pais”.

A segunda fase do Projecto é a sua implementação no terreno, através das “Comunidades Papa Bem”, que pretendem juntar sinergias dos Centros de Saúde, jardins-de-infância e creches, para chegar a cada vez mais pais e educadores. “As pessoas com quem a criança convive e os ambientes que frequenta exercem forte influência nos seus comportamentos e no seu desenvolvimento. É essencial a articulação entre o ambiente familiar e o ambiente institucional para apoiarem o seu crescimento saudável”, conclui Isabel Loureiro.

O Papa Bem, projecto coordenado pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP-UNL), em parceria com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, foi adoptado pela Direcção-Geral da Saúde, no âmbito do Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável, que colabora na sua disseminação e implementação.

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