Em Singapura
Cientistas da Universidade Tecnológica de Nanyang de Singapura anunciaram ter descoberto uma nova forma de tratar a demência...

O novo tratamento, conhecido como estímulo cerebral profundo, é um procedimento terapêutico já utilizado em algumas partes do mundo para várias situações neurológicas como tremores ou distonia.

Os cientistas da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU) indicaram ter descoberto que esse estímulo pode também ser usado para aumentar o crescimento de células cerebrais, mitigando os efeitos nocivos das condições relacionadas com a demência e melhorar a memória a curto e longo prazo.

A investigação mostra que as novas células, ou neurónio, podem ser formadas através do estímulo da parte frontal do cérebro, que está envolvida na retenção da memória, através do recurso a impulsos eléctricos.

“O aumento de células cerebrais reduz a ansiedade e a depressão e promove a aprendizagem, impulsionando, em termos globais, a formação e retenção de memória”, indicou a universidade em comunicado citado pela agência noticiosa Xinhua.

Segundo a universidade, cujos cientistas testaram os impulsos em ratos, os resultados da investigação abrem novas oportunidades para o desenvolvimento de soluções inovadoras ao nível do tratamento de pacientes que sofrem de perda de memória no devido a condições relacionadas com a demência, como as doenças de Alzheimer e mesmo de Parkinson.

Nova oferta
O "turismo holístico" combina ambiente com bem-estar, visando fins terapêuticos, e é uma das novas ofertas que...

“Considerando que o ser tem quatro cones fundamentais, o mental, emocional, físico e espiritual, promovemos o bem-estar a partir deste conceito holístico, oferecendo a partir daí esta relação privilegiada com a natureza, uma vez que os Açores são um palco perfeito para isso”, declarou Lisa Medeiros, uma das promotoras da Holistika, empresa criada na ilha de São Miguel.

A psicóloga referiu que o projecto surgiu em Janeiro de 2014, numa parceria com um colega licenciado em turismo, que serve de guia, pretendendo mostrar uma “nova forma de viver a ilha” de São Miguel, oferecendo o ambiente numa perspectiva terapêutica.

A oferta inclui passeios em terra e no mar, propondo-se na primeira modalidade várias actividades terapêuticas e para o desenvolvimento pessoal inseridas na natureza, tais como ioga, tai chi, meditação ou "viagens sonoras" através de instrumentos que promovem o relaxamento.

No que concerne aos passeios realizados no mar, Lisa Moreira explica que há também diversas modalidades, incluindo um com golfinhos, numa “perspectiva mais meditativa da relação com este cetáceo”.

Lisa Moreira, que refere que o projecto tem registado boa adesão, afirma que recebe turistas que fazem reservas directas, mas que também trabalha com agências de viagens.

A título de curiosidade, referiu que uma das acções que tem registado maior sucesso é uma ida à noite à Poça da Dona Beija, no vale das Furnas. A Poça da Dona Beija é um espaço com piscinas de água termal quente.

Lisa Moreira pretende com o seu produto desviar-se também do turismo de massas, uma vez que considera que os Açores “são privilegiados por oferecerem espaços de bem-estar e de contacto com a natureza”.

“É um turismo muito específico e nós fizemos a opção de não irmos por um turismo de observação, mas sim desfrutar deste palco natural”, afirma, referindo que a empresa dá a possibilidade ao cliente de construir o seu próprio pacote através de várias sugestões que lhe são apresentadas.

Antropólogo Aurélio Lopes
O antropólogo Aurélio Lopes vai publicar um estudo sobre a medicina tradicional portuguesa, antecedendo a realização, em...

Aurélio Lopes disse que o seu estudo, “Ritual e magia nas terapias populares – a ciência da crença e a crença da ciência”, partiu de uma edição do espólio de Michel Giacometti (“Artes de cura e espanta males”), do Instituto de Estudos de Literatura Tradicional e Património Imaterial (IELT) da Universidade Nova de Lisboa, que lhe permitiu o acesso “a alguns milhares de registos”, a que juntou dados de outras proveniências e trabalho de campo que realizou no Ribatejo.

O estudo, disse, “versa as lógicas subjacentes das práticas de medicina popular (ontem e hoje), as suas razões de ser, configurações e explicações”, numa “concepção do mundo holística, empírica e analógica”.

Aurélio Lopes procurou descortinar as “maneiras de pensar”, a linguagem, os rituais, o porquê do uso de determinadas plantas, do que está para além da eficácia da cura, ou seja, “as analogias, as configurações, o entendimento do mundo, a noção cíclica do Mundo”.

Uma das questões que se colocou foi por que razão as pessoas continuam hoje a procurar o “curandeiro”, visto como “um membro da comunidade” a que se vai “porque alguém recomenda e lhe reconhece competências também transcendentais”.

Ao contrário do médico, a medicina tradicional usa a “sugestão”, pelo que o “curandeiro” tem que “se interessar pelo doente, criar empatia”, disse.

Exige uma “perspicácia empírica”, sublinhou, referindo que, se a doença não passa, “nunca a culpa é do curandeiro. Ou é vontade de Deus ou a culpa é do paciente”.

A confiança no médico é condicionada pela relação que este estabelece com o doente. Se este “não gostar do médico, não só não acredita nele como não acredita nos medicamentos que ele receita”, afirmou.

“O famoso placebo é o que o curandeiro faz há milénios”, disse, realçando que a medicina popular beneficia também de “experiências milenares que se sabe que resultam”.

Aurélio Lopes referiu o facto de outras culturas terem mantido “aspectos essenciais da existência do ritual”, ao contrário da cultura ocidental, marcadamente técnica e científica, quase reduzida à prescrição e “sem muita paciência para aturar” o doente.

O seu trabalho procurou olhar a “lógica funcional da medicina tradicional”, as semelhanças práticas com a medicina científica e até que ponto é importante a relação empática com o doente, já presente na moderna medicina humanista.

A medicina tradicional, ao contrário da convencional, tem muito presente a importância de o paciente participar no acto de cura – muitas vezes o mal é psicossomático –, e da noção de que o indivíduo deve ser visto como um todo e não como um conjunto de sintomas.

São “comportamentos e estratégias que os curandeiros desenvolvem há milénios (e explicam as suas persistências), tão visíveis na tradição portuguesa, e que a medicina científica (imersa numa lógica quase estritamente tecnológica) só agora está a descobrir”, disse.

Aurélio Lopes é autor de livros como “Religião Popular do Ribatejo” (1995), “Videntes e Confidentes” (2009), um estudo sobre as aparições de Fátima, e “Anátema, devoção e poder - a santa da Ladeira” (2014), que resultou da sua tese de doutoramento.

Estudo
A maioria dos pilotos que sofrem de depressão ocultam a doença das companhias e das autoridades aéreas, segundo um estudo...

O copiloto da Germanwings, Andreas Lubitz, que se suspeita terá despenhado deliberadamente um avião da companhia, que fazia a ligação entre Barcelona (Espanha) e Dusseldorf (Alemanha), sofreria de depressão e, segundo a investigação em curso, teria feito na véspera buscas na internet sobre métodos de suicídio.

Segundo o estudo divulgado pelo Bild, o caso de Andreas Lubitz, não é único entre os pilotos, que procuram esconder os problemas de saúde dos seus superiores.

A análise, do director do departamento de medicina da Organização Civil Internacional da Aviação (ICAO, em inglês), Anthony Evans, datada de Novembro de 2013, revela a existência de défices graves no acompanhamento dos pilotos em matéria de saúde mental.

Cerca de 60% dos pilotos que sofrem algum tipo de depressão decidem continuar a voar sem comunicar aos empregadores, segundo o estudo, baseado na análise de 1.200 casos de pilotos com depressão.

Já cerca de 15% optam por tratar-se em segredo com medicamentos que conseguem pelos seus próprios meios e apenas 25% declara ao empregador que está a fazer tratamento.

O estudo resulta da observação de casos entre 1997 e 2001, segundo o Bild, que sublinha a enorme pressão a que são submetidos os pilotos e o facto de um diagnóstico de depressão implicar o seu afastamento do serviço.

A investigação alemã à queda do avião da Germanwings revelou que Lubitz fez há alguns anos, antes de receber a sua licença de piloto, tratamento psicoterapêutico por "tendências suicidas".

Nas buscas à casa do copiloto e dos pais foi descoberto que Andreas Lubitz estava em tratamento e que tinha uma baixa médica para o dia da catástrofe, que não tinha comunicado à Germanwings.

Confederação dos Agricultores de Portugal
A Confederação dos Agricultores de Portugal considera que a utilização de herbicidas alternativos aos que usam glifosato “é...

“Eles [os herbicidas alternativos] existem e são aplicados, não apenas porque a abrangência do glifosato sobre todas as infestantes não é total, como também porque, tal como a maioria dos produtos fitofarmacêuticos, podem eventualmente induzir resistências. Se estas se manifestarem, o herbicida deixa de actuar como será suposto”, explicou a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

Questionada sobre se tinha informado os seus associados sobre os avisos da Organização Mundial de Saúde (OMS), que considerou o glifosato como uma substância “possível ou provavelmente” cancerígena, a CAP respondeu que partilha a informação relativa a “normas e regulamentações de uso de produtos fitofarmacêuticos na União Europeia e em Portugal”, mas “não tem competência técnica sobre este tipo de produtos”.

Sublinhou ainda que este herbicida é utilizado em praticamente todas as culturas no sentido de eliminar infestantes.

O glifosato, herbicida cuja produção é a mais significativa em volume, é a substância activa do ‘Roundup’, um dos produtos com maiores vendas no mundo, pois, além da agricultura, onde a sua aplicação tem aumentado bastante, também é usado nas florestas e em jardins privados.

De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC), estrutura especializada da Organização Mundial de Saúde (OMS), o glifosato foi encontrado no ar, na água e nos alimentos, e a população está particularmente exposta, por viver perto de áreas intervencionadas com o herbicida, ainda que os níveis de exposição observados sejam "geralmente baixos".

Após o alerta, 11 organizações não-governamentais das áreas do ambiente e agricultura reunidas na Plataforma Transgénicos Fora pediram ao governo português para adoptar medidas para proteger os cidadãos.

Para a Plataforma, a situação em Portugal "é particularmente grave" pois, em 2012, foram aplicadas para fins agrícolas mais de 1.400 toneladas de glifosato, quantidade que é mais do dobro daquela registada 10 anos antes.

O glifosato comercializado em Portugal é também vendido livremente para uso doméstico em hipermercados, hortos e outras lojas e é usado "com abundância" por quase todas as autarquias para limpeza de arruamentos, sendo esta uma das formas mais relevantes de exposição das populações.

Um dos impactos identificados pela IARC foi entre exposição ao glifosato e o Linfoma não Hodgkin (LNH) - um tipo de cancro no sangue - e, entre 41 países europeus, Portugal apresenta uma taxa de mortalidade "claramente superior à média da União Europeia", sendo o sétimo país onde mais se morre daquela doença.

A nível nacional, o LNH é o 9º cancro mais frequente, com 1.700 novos casos por ano, segundo dados citados pela Plataforma.

Ministério da Agricultura
O Ministério da Agricultura e Mar vai aguardar pelas autoridades europeias para decidir sobre a segurança dos glifosatos,...

O ministério sugeriu, além disso, que as conclusões da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC), a estrutura da Organização Mundial de Saúde (OMS) que classificou recentemente este produto como "possível ou provavelmente" cancerígeno para o homem, podem ter sido precipitadas.

Numa resposta escrita, o Ministério da Agricultura salienta que “a análise conduzida pelas autoridades alemãs (e que Portugal consubstancia)” não encontrou evidências de propriedades carcinogénicas nesta substância.

“As autoridades alemãs refutam as conclusões tiradas pelo IARC, referindo que aquela entidade não realizou uma apreciação exaustiva de toda a informação disponível (…) e, portanto, parece ter efectuado uma análise incompleta e enviesada da informação tendo, nessa circunstância concluído erradamente sobre a substância”, refere a mesma resposta.

Portugal vai esperar, por isso, pela publicação oficial das conclusões da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, que está a avaliar o relatório produzido pelas autoridades alemãs, para emitir um parecer em consonância “com a devida informação técnica e científica actualizada”.

O glifosato é a substância activa mais comercializada dos herbicidas em Portugal, representando cerca de 64% do total, segundo dados da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

Em 2012, último ano relativamente ao qual existem dados disponíveis, foram vendidos em Portugal 1.768.622 quilos de herbicidas, menos 11,4% do que em 2011.

De acordo com as entidades oficiais, não existem até à data “casos comprovados de envenenamento com produtos à base de glifosato” que é usado “para controlo de pós emergência das infestantes anuais e perenes das culturas”, não existindo alternativas.

O Ministério da Agricultura aconselha, no entanto, que “os meios de luta biológicos, físico e outros meios não químicos sustentáveis devem ser preferidos aos meios químicos, se permitirem o controlo dos inimigos das culturas de uma forma satisfatória”.

A 25 de Março, cinco dias depois do alerta da OMS, 11 entidades não-governamentais das áreas do ambiente e agricultura reunidas na Plataforma Transgénicos Fora transmitiram as suas preocupações quanto à possibilidade de o herbicida "mais vendido em Portugal", causar cancro, pedindo ao governo português que adopte medidas para proteger os cidadãos.

O glifosato comercializado em Portugal é também vendido livremente para uso doméstico em hipermercados, hortos e outras lojas e é usado "com abundância" por quase todas as autarquias para limpeza de arruamentos, sendo esta uma das formas mais relevantes de exposição das populações, segundo a IARC, salientou a Plataforma Transgénicos Fora num comunicado.

A multinacional de agricultura e biotecnologia Monsanto, produtora do Roundup, um produto que tem o glifosato como ingrediente principal, veio garantir dois dias mais tarde que estes produtos "são seguros para a saúde humana".

Em duas noites
Oitenta e dois jovens foram premiados durante duas noites por terem apresentado uma taxa de zero de alcoolemia em acções de...

Os jovens premiados no distrito do Porto foram sujeitos a fiscalização na zona de Águas Santas, enquanto na zona de Lisboa as operações para atribuição de descontos em combustível decorreram na Costa da Caparica.

A completar 14 anos em 2015, o programa é uma iniciativa da Associação Nacional das Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE), com o objectivo de consciencializar a população mais jovem para uma condução responsável e sem álcool.

Para Mário Moniz Barreto, secretário-geral da ANEBE, estes dados demonstram “que os jovens condutores portugueses aderem cada vez mais às mensagens que estão associadas ao programa”.

“Desde que o Programa 100% Cool se iniciou, as mortes anuais na estrada passaram de mais de mil para menos de 400 e número de vítimas mortais é o mais baixo dos últimos 55 anos (pelo menos). Entre 2013 e 2014 registou-se menos 17% de jovens condutores apanhados com álcool”, lê-se no comunicado divulgado pela ANBE.

Após meses esgotado
A autoridade que regula o sector do medicamento anunciou que o abastecimento do antibiótico Lentocilin, esgotado há alguns...

O Lentocilin, um antibiótico com a substância activa benzilpenicilina, pertencente ao grupo das penicilinas, está esgotado em várias farmácias e hospitais porque o laboratório que a produzia deixou de o fazer.

Trata-se de um antibiótico usado para o tratamento de infecções do trato respiratório superior, sífilis, febre reumática ou difteria, entre outras doenças.

Segundo uma nota da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), foi já autorizado um novo fabricante da substância activa deste fármaco, o qual “permitirá regularizar o seu normal abastecimento”.

“O abastecimento deste medicamento sofreu perturbações, nas últimas semanas, devido a uma ruptura do fornecimento da substância activa, prossegue a nota.

O Infarmed garante que “adoptou medidas necessárias para agilizar o processo administrativo com vista à substituição do fornecedor da substância activa, assegurando o cumprimento de todos os requisitos para que a qualidade, a segurança e a eficácia destes medicamentos continuem asseguradas”.

Este organismo acrescenta que o titular da Autorização de Introdução no Mercado (AIM) do Lentocilin indicou que retomará o abastecimento do mercado a partir de dia 20 de Abril.

Estudo indica
Um estudo apresentado no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto concluiu que “a tuberculose infantil é um...

De acordo com os dados mais recentes, incluídos no trabalho “Crianças sem confirmação diagnóstica de tuberculose – quais os critérios para iniciar tratamento em Portugal?”, da investigadora Sara Martins, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), do total de casos de tuberculose diagnosticados em Portugal, 0,7% ocorrem em crianças com menos de seis anos.

Segundo a investigadora, estudos anteriores demonstraram que nas crianças com menos de seis anos a confirmação do diagnóstico de tuberculose é baixa (19,2% a nível europeu em 2009 e 27,6% a nível nacional de 2000 a 2009).

Com o objectivo de identificar os critérios que levam os clínicos a iniciar tratamento antibacilar em crianças com menos de seis anos sem confirmação do diagnóstico, os autores implementaram um inquérito online, dirigido a médicos a nível nacional com experiência em tuberculose.

Com vista a iniciar o tratamento sem confirmação diagnóstica, foram valorizados o contexto epidemiológico (72%), alterações radiológicas (62%), história clínica e resultados de testes imunológicos (55%).

A decisão de iniciar tratamento sem confirmação do diagnóstico foi baseada na história de contacto recente, história clínica (principalmente febre prolongada) e na presença de alterações radiológicas.

Dos 65 inquéritos enviados, 29 (44.6%) estavam completos. Os inquiridos apresentavam uma média de 15,5 anos de experiência em tuberculose e 11,7 anos de experiência em tuberculose infantil.

Os dados foram divulgados numa sessão de apresentação e debate sobre Trabalhos de Investigação na área da Tuberculose, que decorreu no ISPUP.

Vários investigadores do ISPUP deram a conhecer os trabalhos de investigação que têm vindo a ser desenvolvidos pelo Instituto na área da tuberculose, sensibilizando para as questões que envolvem a doença, particularmente em Portugal.

Um desses trabalhos, “Tuberculose em população nascida em Portugal e no estrangeiro – o que as diferencia”, do investigador João Paulino, verificou que, em 2013, 17% dos casos de tuberculose ocorreram em doentes nascidos fora do país.

Este estudo pretendeu caracterizar a tuberculose em população nascida em Portugal e no estrangeiro, os factores de risco mais frequentes em cada uma das populações, as diferenças no tempo de diagnóstico, resultado do tratamento e ainda identificar barreiras na abordagem dos doentes nascidos no estrangeiro.

Para esse efeito foram analisados os dados do sistema de vigilância de tuberculose nacional e foi aplicado um inquérito online a médicos que tratam casos de tuberculose no país.

Verificou-se que os doentes nascidos no estrangeiro eram mais jovens, sendo menos frequente o desemprego, o consumo de álcool ou drogas nesta população quando comparado com a população nativa doente.

O factor de risco mais frequente foi a infecção por VIH. Na população nativa doente, os factores de risco identificados como mais frequentes foram o consumo de álcool ou drogas, infecção VIH e ser sem-abrigo.

De acordo com a investigação, o tempo até ao diagnóstico, assim como o resultado do tratamento foi semelhante nas duas populações, refletindo a acessibilidade aos cuidados da tuberculose – as consultas e o tratamento são gratuitas e de livre acesso a toda a população.

As barreiras mais frequentemente detectadas pelos clínicos na abordagem destes doentes foram a língua e o medo de deportação (nos imigrantes em situação irregular).

Em Portugal, a incidência de tuberculose tem vindo a diminuir tendo ultrapassado este ano, de acordo com os dados provisórios do Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose (PNT), o limiar da baixa incidência (20/100000 habitantes).

Em 2015
O Instituto Português de Oncologia anunciou que em 2015 prevê realizar investimentos de cerca de 7,7 milhões de euros, o que...

Em comunicado, o Conselho de Administração do IPO do Porto refere que este equipamento “vai permitir tratamentos muito diferenciados” dos doentes oncológicos.

“Com estes investimentos, o IPO-Porto mantém a sua reputação como instituição de referência na prestação de serviços de saúde na área da oncologia, continuando com sucesso a sua missão de proporcionar aos doentes os melhores tratamentos no presente e manter esperança no futuro”, esclarece a instituição.

O IPO-Porto refere ainda que em 2014 realizou um total de investimentos que rondou 1,5 milhões de euros.

Tal como em 2014, em 2015 irá apostar nos seus “três eixos estratégicos” que são a actividade centrada no doente, a investigação & desenvolvimento e a formação e ensino.

Recentemente, questionado sobre a falta de camas nos institutos de oncologia, nomeadamente no do Porto, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, afirmou que “no IPO do Porto, as prioridades apresentadas foram a instalação do acelerador linear e a organização do ambulatório”, referindo ainda investimentos em sistemas informáticos.

O ministro da Saúde não negou que os três institutos portugueses de oncologia (IPO) do país tenham falta de camas perante o aumento do número de casos oncológicos. Paulo Macedo, em reacção a uma notícia que dava conta de adiamentos de cirurgias no IPO do Porto por falta de camas, garantiu que a tutela tem respondido aos pedidos das instituições, mas que foram os próprios institutos a definir outras prioridades.

Na quarta-feira, no decurso da sua audição na Comissão Parlamentar da Saúde, o presidente cessante da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), Joaquim Abreu de Sousa, afirmou que “o tratamento dos doentes com cancro em Portugal está no vermelho” ao nível da assistência porque as instituições estão “no limite”.

Joaquim Abreu de Sousa, até há poucas semanas presidente da SPO, afirmou em Março que foram adiadas cirurgias oncológicas devido à falta de camas.

“A sociedade tem de decidir se este é ou não um assunto prioritário, se a principal causa de morte em Portugal deve merecer mais verbas ou não”, afirmou o oncologista e director do serviço de cirurgia do Instituto Português de Oncologia do Porto.

Estudo revela
Uma análise de ADN do sangue de uma mulher grávida é mais eficaz do que os testes padrão para detectar a síndrome de Down no...

O teste ao ADN fetal em células livres - ou seja, as pequenas quantidades de ADN do feto que circula no sangue da mãe - pode ser feito entre a décima e a décima quarta semana de gestação.

Os investigadores estudaram cerca de 16 mil mulheres e observaram que no ADN fetal em células livres foram identificados 38 casos de síndrome de Down, indica o estudo publicado na revista especializada New England Journal of Medicine.

Já os testes padrão feitos nas mesmas mulheres detectaram somente 30 dos 38 casos de síndrome de Down.

O teste padrão consiste na extracção de sangue para examinar hormonas e proteínas associadas com os defeitos dos cromossomas comuns na síndrome de Down, combinado com um ultra-som que analisa o excesso de fluido na parte de trás do pescoço do feto.

Este ultra-som também falhou no diagnóstico, dando 854 falsos positivos, comparado com nove do teste de ADN.

"Entre 10 casos de trissomia 18 (síndrome Edwards), a técnica de ADN livre de células identificou nove e apontou somente um falso positivo", indica o estudo liderado por Mary Norton, professora da clínica de obstetrícia e ginecologia da Universidade da Califórnia, São Francisco.

Este teste de ADN também detectou dois casos de trissomia 13 (síndrome de Patau) e apontou um falso positivo, enquanto o teste padrão só identificou um caso dessa anomalia e diagnosticou erradamente o problema em 28 fetos.

Os pesquisadores ressaltaram, no entanto, que este teste de ADN em células livres é incapaz de encontrar outras anomalias encontradas pelo teste padrão.

"As mulheres que optarem por um teste de ADN em células livres devem ser informadas que este é um exame muito preciso para detectar a síndrome de Down, não fornecendo uma avaliação ampla disponível em outros testes", ponderou Norton.

Cooperativa de solidariedade social Focus
A cooperativa de solidariedade social Focus anunciou a introdução em Portugal do modelo de intervenção norte-americano Pivotal...

Fernando Barbosa, o presidente da Focus - instituição criada em Vale de Cambra para promover soluções inovadoras de apoio à comunidade que lida com Perturbações Globais do Desenvolvimento e do Espectro do Autismo - revelou à Lusa que a formação nacional na nova metodologia terapêutica se verificará em Outubro.

"O problema mais sério que qualquer pessoa com deficiência enfrenta é a incapacidade de utilizar as necessárias competências para participar de forma autónoma na comunidade", contextualizou o responsável. "Entre os problemas mais significativos para professores, pais e terapeutas que vivem e trabalham com esses indivíduos, estão os seus défices nas competências de auto cuidado, de linguagem e sociais", acrescentou.

Para intervir nesse domínio, a Focus decidiu assim "introduzir em Portugal o Pivotal Response Treatment (PRT), que é uma das mais validadas intervenções comportamentais no Autismo a nível mundial, revelando-se eficaz no desenvolvimento da comunicação verbal, da atenção conjunta, das interacções sociais com pares, das competências de jogo e das tarefas académicas".

Recomendado ainda para diminuir comportamentos disruptivos e auto-estimulatórios, o PRT é útil não apenas na terapia e intervenção precoce com autistas, mas também no tratamento "de outras incapacidades, em diversos perfis de funcionalidade e em diferentes idades".

O Pivotal Response Treatment - expressão traduzível por "Tratamento de Resposta Crucial " - foi desenvolvido nos 70 pelos psicólogos Robert Koegel e Lynn Kern Koegel, da Universidade da Califórnia.

O objectivo da intervenção é fornecer a pais, professores e terapeutas de autistas "uma abordagem passo a passo baseada em evidências", para que educadores e profissionais possam ensinar aos portadores da desordem competências que serão decisivas para a sua vida autónoma.

A "Autism Speaks", organização norte-americana que promove campanhas de sensibilização para o autismo e investigação científica nessa área, defende, aliás, que, no universo dos diferentes tratamentos comportamentais vigentes, "o PRT é um dos mais bem estudados e validados".

As Perturbações do Espectro do Autismo expressam-se sobretudo no comprometimento do funcionamento social, num padrão restritivo e repetitivo de interesses, e num conjunto de alterações de desenvolvimento que conduzem a limitações de linguagem, do sistema motor e ao nível sensorial.

A doença é atribuída a aspectos de ordem ambiental e genética, mas a causa concreta do problema ainda não está apurada e esse mantém-se sem cura, sendo que o único estudo sobre a prevalência da doença em Portugal data de 2005 e indica que cerca de uma pessoa em cada 1000 terá autismo.

Nos Estados Unidos, a estatística mais recente refere que, entre as crianças com oito anos de idades, uma em cada 68 será autista. A nível global, a Focus estima que a desordem afecte 1% da população mundial.

Hoje é o Dia Mundial de Consciencialização do Autismo. Foi criado em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o intuito de sensibilizar e consciencializar a população mundial sobre esta doença que afecta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o Mundo.

Desde 2012
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra realizou 35 transplantes hepáticos pediátricos três anos depois da reactivação...

A 26 de Março de 2012 foi feito o primeiro transplante com o centro reactivado, tendo desde então sido realizados mais 34, disse à agência Lusa Emanuel Furtado, coordenador da Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos (UTHPA) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Em 2012, realizaram-se 11 transplantes pediátricos, em 2013, 12 transplantes, e, em 2014, o mesmo número.

O centro de transplantes pediátricos de Coimbra tinha sido desactivado em 2011, aquando da saída do único cirurgião especializado na área em Portugal, Emanuel Furtado, que esteve ao serviço do Instituto Português de Oncologia de Coimbra.

Após a sua saída, os transplantes pediátricos para crianças portuguesas foram realizados em Espanha, tendo o programa sido reactivado em 2012, com o regresso de Emanuel Furtado, que é hoje coordenador da UTHPA.

Desde a existência da unidade de transplantação que foram realizados 225 transplantes pediátricos no CHUC, tendo 36% dos mesmos sido feitos a crianças com menos de dois anos e em 11% dos casos foi utilizado um dador vivo.

A taxa de sobrevivência aos 20 anos nos transplantes pediátricos "situa-se nos 85%", referiu o coordenador da UTHPA.

Segundo Emanuel Furtado, a grande alteração na unidade desde a sua reactivação foi o ato cirúrgico da transplantação pediátrica passar a ser feito no Hospital Pediátrico, evitando-se riscos de se realizar o transporte da criança "numa fase muito crítica do pós-operatório".

De acordo com o coordenador da unidade, tem havido "sempre fígados [de cadáver] para as crianças que precisam", mas esta situação vai-se alterar. "É absolutamente inevitável o regresso ao dador vivo", frisou o coordenador de uma unidade que não faz transplantes com dador vivo desde 2009.

Para Emanuel Furtado, esse regresso deve-se à estabilização da taxa de doação e à diminuição do número de acidentes mortais entre jovens, levando a que a idade média dos dadores suba. Quanto ao futuro do programa de transplantes pediátricos, o coordenador da unidade sublinhou que o centro não pode "depender de uma única pessoa".

"Não estamos bem em termos de recursos humanos, mas estamos melhor do que há três anos", disse, acreditando que hoje o serviço não pararia, caso tivesse que abandonar a unidade. O objectivo para o futuro é "ter três equipas que sejam autónomas na transplantação", frisou.

Doença afecta 70 milhões de pessoas em todo o Mundo
O Dia Mundial da Consciencialização do Autismo assinala-se hoje com iniciativas por todo o país, desde a iluminação de...

A federação Portuguesa de Autismo (FPDA) assinala a data com o debate “Stop Discriminação”, no qual debatem “o nível de inclusão na vida activa dos autistas”, anunciou em comunicado a instituição.

No Porto, as instituições educativas e freguesias da cidade assinalam a data com um cordão humano em que os participantes de vestem de azul para apoiar a “inclusão real dos portadores de autismo.

Na cidade de Vila Nova de Gaia, a Câmara Municipal vai iluminar o edifício dos Paços do Concelho e a Sede da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA – Norte) em tons de azul.

A iluminação de edifícios em azul surge através do movimento “Light It Up Blue/Iluminar de Azul”, presente em todo o mundo, e que consiste em iluminar edifícios, monumentos e casas ou em colocar uma vela ou um balão azul em cada janela como forma de chamar a atenção para este distúrbio neurobiológico.

O Projecto For3ver Special e a Associação Free Hugs “distribuem” abraços grátis pela cidade de Vila Nova de Famalicão. A iniciativa conta ainda com a distribuição de balões que contêm informação sobre o autismo e a iluminação da Casa da Juventude em tons de azul.

A Câmara Municipal da Tropa junta-se ao movimento “Light It Up Blue/Iluminar de Azul” e vai iluminar de azul a Casa da Cultura e a Academia Municipal, durante a noite de hoje.

Em Nova Iorque, EUA, a Organização das Nações Unidas (ONU) vai lançar a campanha “Emprego: A vantagem do Autismo”, com o objectivo de levar as empresas a contratarem pessoas com autismo.

O Dia Mundial de Consciencialização do Autismo foi criado em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o intuito de sensibilizar e consciencializar a população mundial sobre esta doença que afecta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o Mundo.

Instituto Português de Oncologia
O presidente do Grupo Hospitalar Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil assegurou que Portugal continua a registar ...

O presidente cessante da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), Joaquim Abreu de Sousa, afirmou na Comissão Parlamentar de Saúde, que “o tratamento dos doentes com cancro em Portugal está no vermelho” ao nível da assistência, porque as instituições estão “no limite”.

Sem especificar a quem se refere, o presidente do grupo hospitalar que integra os Institutos Português de Oncologia de Lisboa, Coimbra e Porto explica, em comunicado enviado à agência Lusa, que o seu esclarecimento surge “no seguimento de notícias hoje veiculadas e susceptíveis de criar alarmismo”.

Francisco Ramos afirma que, não obstante os constrangimentos decorrentes do Memorando de Entendimento com os credores internacionais de Portugal, foi possível, nos últimos anos, “continuar a corresponder às necessidades da população nesta área prioritária da saúde”.

Segundo o mesmo responsável, foram até concretizados investimentos tecnológicos e introduzidas melhorias significativas nas instalações.

“As principais dificuldades encontram-se nas limitações de contratação de recursos humanos, actualmente comuns a todos os serviços públicos”, sublinha Francisco Ramos no comunicado.

Contudo, frisou, estes constrangimentos têm sido superados com “o esforço e competência dos profissionais dedicados aos doentes oncológicos”, que conseguem “manter a prontidão e elevada qualidade dos cuidados”.

“Compreendem-se os limites desse esforço de todos os grupos profissionais, mas existe confiança de que as restrições à contratação de pessoal possam ser aligeiradas num futuro próximo, sem que se assinale qualquer quebra no acesso e na qualidade das prestações de saúde em oncologia”, sustenta Francisco Ramos.

Joaquim Abreu de Sousa, até há poucas semanas presidente da SPO, foi ouvido hoje na Comissão Parlamentar da Saúde a pedido do PS e após ter afirmado, em Março, que foram adiadas cirurgias oncológicas devido à falta de camas.

Segundo Joaquim Abreu de Sousa, neste momento, "o tratamento dos doentes com cancro em Portugal está no vermelho”, nomeadamente ao nível dos cuidados assistenciais e devido ao limite das instituições.

“Quando o sistema começa a perder resiliência, começa a perder capacidade de resistir aos eventos. Queremos prevenir situações de ruptura”, disse o médico.

5 de Abril - Dia Mundial do Doente com Artrite Reumatóide
A artrite reumatóide é uma das doenças auto-imunes que mais beneficiou da introdução de terapêuticas biológicas. Mas estas...

Continua a haver desigualdades no tratamento desta doença, lembra o Núcleo de Doenças Auto-imunes (NEDAI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna por ocasião do Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide, que se assinala no dia 5 de Abril. São 40 mil os portugueses que sofrem desta doença inflamatória crónica, de causa ainda desconhecida.

José Delgado Alves, coordenador do NEDAI, explica que “estes fármacos permitiram começar a discutir o conceito de remissão, isto é a possibilidade de o doente ficar sem sintomas ou com eles controlados. A entrada dos medicamentos biológicos permitiu aumentar essa percentagem, fundamentalmente à custa dos casos mais graves, que são obviamente os que mais nos preocupam e devem ser a prioridade”.

Segundo o especialista, o acesso desigual deve-se não só à prudência na prescrição resultante do preço elevado destes fármacos, (que pode não ser uniforme), mas também às “resistências e obstáculos colocados por muitas administrações hospitalares que ao tentarem limitar o orçamento da respectiva instituição se esquecem que esse dinheiro é na realidade de todos e para todos. Esses obstáculos acabam por resultar em prejuízo do doente em causa, promovendo a desigualdade de acesso, ainda mais condenável.

“O paradigma deste estado de coisas é a facilidade de prescrição em consultórios em relação à quantidade de dificuldades impostas nos hospitais, apesar de serem eles próprios os responsáveis pelos mecanismos de qualidade e segurança em vigor e em última instância os responsáveis pela disponibilização e pagamento destes fármacos”, esclarece José Delgado Alves.

Para debater este e outros problemas que afectam a artrite reumatóide e outras doenças auto-imunes, o NEDAI vai promover a sua 21ª reunião anual e o 4º Congresso Nacional de Auto imunidade de 16 a 18 de Abril, em Coimbra, um evento que conta com a colaboração e participação de muitas especialidades médicas que estão interessadas neste tipo de doenças e que querem colaborar num espírito aberto de entreajuda.

A principal preocupação nesta reunião será discutir o doente como um todo, porque, como refere José Delgado Alves, “nas doenças auto-imunes sistémicas é mais importante o médico (ou a equipa) que sabe tratar a doença e as suas complicações, vendo o doente como um todo, do que a especialidade formal que tem. Entendo que estes doentes não devem ser tratados obrigatoriamente por uma ou outra especialidade específica, mas sim pela equipa que sabe de facto tratá-los por inteiro, qualquer que seja a sua formação de base. Por estas razões, acreditamos que a Medicina Interna é uma das especialidades mais preparadas para o fazer. E esse reconhecimento já existe no serviço nacional de saúde através de múltiplas consultas e unidades de Doenças auto-imunes da responsabilidade de especialistas de Medicina Interna, presentes em todo o país”.

Abre no Porto
Aliar cuidados personalizados dos bebés prematuros à tecnologia de topo é o maior desafio do primeiro centro português de...

O centro “São João NIDCAP – Training Centre Porto” – o primeiro em Portugal e o primeiro de língua portuguesa no mundo - destina-se a formar profissionais portugueses e dos Países de Língua Oficial Portuguesa da área da Neonatologia, nos cuidados centrados no desenvolvimento e na família, explicou Ercília Guimarães, directora do Serviço de Neonatologia do Hospital de São João no Porto e uma das mentoras do projecto.

“Vai-se ensinar e apoiar uma metodologia diferente de cuidar, ou seja, em vez de seguir protocolos rígidos da neonatologia, tem-se em conta o complemento emocional”, explicou Ercília Guimarães, sublinhando a importância da presença dos progenitores a ajudar a cuidar do bebé prematuro que passa dias, semana ou meses na incubadora entre a vida e a morte.

O contacto de pele entre o bebé e a mãe e o pai, saber olhar o bebé e perceber se gosta mais de dormir do lado esquerdo ou direito, dar informações honestas, ou apoiar a amamentação são apenas alguns dos cuidados personalizados que este centro de formação vai defender.

“O grande desafio dos nossos dias é garantir o desenvolvimento cerebral do bebé. A intervenção dos pais demonstrou uma melhoria do desenvolvimento do cérebro e na capacidade cognitiva”, explicou Fátima Clemente, especialista em Neonatologia e mestre no NIDCAP, durante a cerimónia de inauguração do centro pioneiro em Portugal, referindo que a presença dos pais e o seu envolvimento precoce, designadamente na muda da fralda ou a ver a temperatura, são pilares para a “estabilidade da vida do bebé”.

Também o presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João, António Ferreira, asseverou que a “personalização dos cuidados” é “de longe o mais importante na actividade da saúde e no aperfeiçoamento dos cuidados de saúde”.

“Mãe”, “Amor-dos-homens”, “Lugar e “Inovação” foram os quatro conceitos que o presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João desenvolveu no seu discurso, explicando que o hospital “não serve para nada sem o amor dos seres humanos”.

“A tecnologia de topo de nada serve sem o amor-dos-homens”, declarou, falando ainda que o aspecto mais importante da evolução do São João é uma “revolução cultural e uma mudança cultural”.

A Federação Internacional NIDCAP é uma organização profissional, sem fins lucrativos, sediada na Harvard Medical Sacholo e no Brigam and Woman’s Hospital and Children’s Hospital em Boston (EUA), que é a agência responsável por supervisionar a qualidade da formação do centro em Portugal.

Este novo centro vai permitir estudar, observar e interpretar as reacções dos bebés que nascem antes do tempo para começar a perceber o que eles nos dizem, porque o comportamento dos bebés prematuros "ainda é muito desconhecido" e ao "nível cerebral ainda há muito para fazer", disse à Lusa a médica neonatologista do Hospital de São João, Fátima Clemente.

Segundo aquela especialista, os prematuros têm um "cérebro diferente dos outros bebés".

"Parece que os cérebros dos prematuros, quando crescem, vão ter uma maior maturidade cerebral", referiu Fátima Clemente, recordando que um em cada dez bebés nascidos em Portugal é prematuro.

Autismo
O autismo é uma síndrome neurocomportamental que afecta cerca de 10 em cada 10 mil pessoas no mundo, mas o termo entrou no...

Numa pesquisa rápida é fácil encontrar exemplos: numa situação que envolveu a retirada de confiança política a um presidente de uma Junta de Freguesia, em Março, a concelhia do PSD/Porto felicitava a autarquia pela atitude, mas dizia que se não houvesse consequências, seria porque estavam perante um “comportamento autista, arrogante e desrespeitador da legalidade democrática”.

Noutra ocasião, em Fevereiro, numa análise às infra-estruturas construídas na ilha da Madeira, o antigo eurodeputado Nuno Teixeira disse que “é tão autista quem afirma que tudo foi mal feito como o que afirma que não houve nada mal feito”.

Também o reitor da Universidade do Minho, António Cunha, usou a palavra para criticar o processo de avaliação das instituições de investigação, feita pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, descrevendo-o como uma “oportunidade perdida”, feita de uma forma “autista”.

Para criticar o Governo no processo de transferência do hospital para a Misericórdia, a Câmara Municipal de Santo Tirso classificou a decisão do Governo como “autista”, ao ter tomado a decisão de forma unilateral, sem ter ouvido previamente a autarquia.

A presidente da Federação Portuguesa de Autismo (FPDA) não consegue precisar quando é que o termo autista/autismo passou a ser usado como um insulto, mas diz que é algo que acontece com mais frequência entre a classe política.

Na opinião de Isabel Cottinelli Telmo, terá a ver com o facto de autismo derivar da palavra grega ‘autós’, que significa “em si próprio”: “As pessoas quando querem dizer que os outros não as ouvem ou que estão insensíveis a certas coisas, dizem que são autistas, como insulto”, apontou.

Para a responsável, o uso da palavra de forma depreciativa é não só ofensivo, como um insulto a todas as pessoas que têm autismo, que apesar de poderem ter dificuldades de comunicação com quem os rodeia, não são insensíveis aos outros.

“Podem estar ensimesmadas porque têm dificuldade de comunicação e de interacção social. Só por isso. Porque muitas vezes não é que não pensem ou não sintam, mas não sabem como exprimir e às vezes até exprimem de maneiras que não são compreendidas pelos outros”, explicou, acrescentando que vê isto como a “pior discriminação”.

Já o director coordenador da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA) – Lisboa, disse que é “inconveniente” e “não é agradável” de ouvir para quem lida com o problema e tenta ajudar as pessoas com autismo.

No entanto, apesar de ser uma questão desagradável, Paulo Ferreira preferia que fossem outras “coisas piores” a serem alteradas, nomeadamente no ensino regular, em que as crianças com autismo ficam os três meses de férias sem qualquer apoio.

O coordenador executivo do site Ciberdúvidas da Língua Portuguesa explicou que é muito frequente o recurso a temas da área da psiquiatria com consequente deturpação e deu como exemplo, para além da palavra autista, o termo “mongolóide” ou “bipolar”, que são muitas vezes usados com valor depreciativo ou até insultuoso.

“Isto ocorre, porque qualquer afecção que impeça o comportamento dito ‘normal’ pode ser ainda, na nossa sociedade, termo de comparação para outro tipo de comportamentos que, não sendo anormais, são objecto de reprovação ou alvo da nossa irritação”, adiantou Carlos Rocha.

Amanhã - 02 de Abril - assinala-se o Dia Mundial de Consciencialização do Autismo.

Sociedade Portuguesa Oncologia
O presidente cessante da Sociedade Portuguesa de Oncologia, Joaquim Abreu de Sousa, afirmou que “o tratamento dos doentes com...

Joaquim Abreu de Sousa, até há poucas semanas presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), proferiu estas afirmações no decurso da sua audição na Comissão Parlamentar da Saúde, onde se encontra a pedido do PS e após ter afirmado, em Março, que foram adiadas cirurgias oncológicas devido à falta de camas.

Estas afirmações foram consideradas “alarmistas” pela deputada social-democrata Carla Rodrigues, acusação refutada por Joaquim Abreu de Sousa: “A gravidade está demonstrada nos relatórios do governo", disse o médico, considerando que os dados são "indiscutíveis".

“A sociedade tem de decidir se este é ou não um assunto prioritário, se a principal causa de morte em Portugal deve merecer mais verbas ou não”, afirmou o oncologista e director do serviço de cirurgia do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.

Segundo Joaquim Abreu de Sousa, neste momento, "o tratamento dos doentes com cancro em Portugal está no vermelho”, nomeadamente ao nível dos cuidados assistenciais e devido ao limite das instituições. “Quando o sistema começa a perder resiliência, começa a perder capacidade de resistir aos eventos. Queremos prevenir situações de ruptura”, adiantou. Antes de ser questionado pelos deputados, Joaquim Abreu de Sousa apresentou um conjunto de dados sobre a oncologia em Portugal, os quais justificam a preocupação dos profissionais de saúde.

De acordo com estes dados, em Portugal registam-se 50 mil novos casos de cancro por ano. “Uma pessoa com menos de 35 anos tem uma probabilidade de vir a ter cancro de 24% e de 10% de morrer”, recordou.

Os mesmos dados indicam que Portugal gasta 53 euros por pessoa para o tratamento do cancro, “menos de metade da média na União Europeia e menos de um terço do que gastam” outros países europeus, disse. Relativamente às camas – tema que levou o oncologista à Comissão Parlamentar da Saúde –, Joaquim Abreu de Sousa lembrou que estas diminuíram de 39 mil para 35 mil nos últimos vinte anos.

O oncologista sublinhou, no entanto, que 10 mil das 35 mil camas oncológicas estão no sector privado. O médico reiterou que a falta de camas impediram que 266 doentes fossem operados em 2014, apesar das equipas estarem disponíveis para isso.

“Temos de tratar estes doentes com mais dignidade. É inaceitável que um doente que chega ao hospital para ser operado, com as equipas disponíveis, não tenha cama”, disse. “Como cidadão, acho que isto é inaceitável”, reafirmou.

Perturbação do desenvolvimento global da criança
O autismo é uma doença rara que se caracteriza pela perturbação do desenvolvimento global da criança
Autismo

Os últimos dados relativos à prevalência a nível internacional apontam para que 5 em cada 10 mil indivíduos apresente "autismo clássico" e que os valores se elevam a 1 a 2 por 1.000 quando o diagnóstico alargado, ou seja, quando se consideram todas as "Perturbações do Espectro Autista" (PEA). É de realçar que o autismo é mais frequentes no sexo masculino do que feminino, numa razão de 5:1

O Autismo é uma perturbação do desenvolvimento global da criança, caracterizada pela presença simultânea de uma tríade de perturbações (tríade de Wing):

  1. Défice na interação social;
  2. Défice da comunicação;
  3. Défice da imaginação/capacidade simbólica (comportamentos, interesses e atividades repetitivas e estereotipias).

Apesar deste tronco comum de dificuldades, estas expressam-se em cada criança de forma diversa, tornando-se necessária uma observação cuidada para identificar as suas necessidades individuais, assim como áreas fortes. A forma e a intensidade com que cada uma destas áreas de dificuldade se expressa, resultam numa imensa variabilidade dentro do diagnóstico das Perturbações do Espectro do Autismo (PEA).

Etiologia
Desconhecem-se as causas que conduzem ao autismo. No entanto, e apesar de diversas teorias que colocam hipóteses explicativas, há um consenso generalizado na comunidade científica de que se trata de uma perturbação neurodesenvolvimental em que haverá uma predisposição ou determinação genética associada.

Sinais do autismo
Um diagnóstico precoce e uma intervenção adequada são fundamentais para que se consiga um desenvolvimento mais harmonioso das crianças com autismo.

Um diagnóstico seguro de Autismo é geralmente feito pelos 3 anos de idade. Aos 18 meses já é possível detetar nestas crianças um conjunto de características, cuja presença é um indicador bastante seguro de perturbação autística.

Sinais de Alarme

(A pesquisar na avaliação da criança aos 18 meses)

  • Isolamento – falta de interesse pela relação com os outros;
  • Ausência de jogos de imitação – dizer adeus; jogo do cu-cu …
  • Ausência do jogo do faz de conta – o brinquedo não é usado na sua função simbólica;
  • Ausência da atenção partilhada – não chama a atenção do outro para objetos ou acontecimentos, não mostra dói-dói e nem vai mostrar um brinquedo;
  • Ausência de apontar protodeclarativo – não usa o dedo para apontar no sentido de partilhar interesse/mostrar alguma coisa;
  • Apontar protoimperativo – usar o dedo para apontar mas com o objetivo de pedir/exigir algo. Pode estar presente.

Sinais inespecíficos mas preocupantes

(Podem estar presentes desde o nascimento)

Até aos 18 meses:

Por vezes podem ocorrer:

  • Alterações alimentares (dificuldades de sucção, recusa do seio/biberão, anorexia e vómitos);
  • Alterações do sono (insónia);
  • Choro persistente (“bebé terrível”) ou ausência de choro (“bebé modelo”, especialmente se deixados sós);
  • Apatia (indiferença ao que rodeia);
  • Ausência de comportamentos de ligação:
  • Contacto visual (não comunicam pelo olhar – olhar fugidio e evitamento do olhar)
  • Não manifesta desejo de ser pegado ao colo (estender os braços e sorrir)
  • Não responde com um sorriso do outro;
  • Perturbações do tónus (é difícil pegar nestes bebés são rígidos ou moles, não se moldam ao corpo);
  • Não manifestam medo de estranhos (como acontece geralmente com bebés sem problemas pelos 6-8 meses);
  • Vocalizações muito pobres ou inexistentes;
  • Respostas inconsistentes aos sons (surdez aparente);
  • Movimentos estereotipados (balanceio do corpo, abanar a cabeça, posições bizarras não usuais noutras crianças);
  • Estes bebés parecem mais satisfeitos se deixados sós e mantendo o ambiente inalterado.

Cada pessoa com Autismo tem a sua própria personalidade, sendo um indivíduo único. As pessoas com autismo não constituem necessariamente um estereótipo, podendo revelarem-se muito diferentes umas das outras.

Manifestações mais comuns

  • Isolamento
  • Ausência/alterações ao nível da linguagem
  • Evitamento do contacto visual
  • Desinteresse pelas pessoas e/ou jogos (brincar)
  • Medos pouco usuais
  • Uso inadequado de objetos
  • Resistência a aprendizagem
  • Girar obsessivamente objetos
  • Riso ou choro sem motivo aparente
  • Ausência da consciência do perigo
  • Inconsistência nas respostas aos sons
  • Ligação obsessiva a objetos
  • Rejeição do contacto físico
  • Resistência à mudança
  • Comportamentos e atividades repetitivas e estereotipadas.

Isolamento
Crianças com autismo manifestam um aparente alheamento relativamente ao meio, não mostrando interesse no contacto com outras pessoas. Não interage com outras crianças ou adultos, mas quando interagem fazem-no de forma inadequada.

Ausência/alterações ao nível da linguagem
Cerca de 50% das pessoas com autismo não desenvolvem a linguagem (às vezes este é o primeiro sinal de alarme para os pais). Os que têm linguagem apresentam alterações significativas, nomeadamente dificuldade ou incapacidade de usar a linguagem na comunicação com o outro. Dificuldade ou incapacidade de falar na primeira pessoa (não dizem o “eu”, referem-se a si próprios na segunda ou terceira pessoa). Respondem repetindo a pergunta ou parte dela (ecolalia). Alterações no tom e ritmo do discurso. Dificuldades na compreensão da linguagem, interpretação no sentido literal, dificuldade em “apanhar o segundo sentido”, p.ex., um comentário do tipo “o ar hoje está pesado” é entendido no sentido literal, ou seja a criança entendeu que o ar pesa – quilogramas.

Evitamento do contacto visual
Normalmente não estabelece contacto visual direto (olhos nos olhos) com as pessoas e/ou atividades do momento (p.ex., quando pintam não olham para o papel), dependendo mais do olhar periférico “pelo canto do olho”. Por vezes olham o outro mas aparentemente sem o ver (como se fosse transparente).

Desinteresse pelas pessoas e/ou jogos
Crianças com autismo não têm capacidade espontânea para iniciar um jogo com significado que envolva a imaginação – jogo simbólico, faz de conta. Tendem a envolver-se em atividades repetitivas não interagindo com as outras crianças ou adultos, p.ex., preferem atirar uma bola contra a parede do que para outra pessoa. Preferem brincar sozinhas.

Medos pouco usuais
Crianças com autismo respondem aos estímulos sensoriais (visão, olfato, tato, paladar e audição) de maneira pouco previsível, p.ex., estímulos visuais com cores brilhantes podem fascinar algumas e provocar ansiedade ou medo irracional noutros. Estas crianças têm dificuldade em regular os estímulos sensoriais.

Uso inadequado de objetos
Crianças com autismo parecem fascinadas por partes de brinquedos, como as rodas de um carro, não mostrando interesse pelo brinquedo em si.

Com frequência desenvolvem uma ligação obsessiva com determinados objetos, podendo a perda destes causar um estado de grandes ansiedade e excitação.

Resistência a aprendizagem
Crianças com autismo têm grandes défices na área da comunicação, isto é dificuldades em compreender tanto as instruções verbais como não verbais, (gestos, mímica, expressões faciais, etc.)

Parecem mostrar pouco interesse e rejeitar as tentativas de aprendizagem, especialmente quando não há uma recompensa imediata.

Girar obsessivamente objetos
Objetos redondos e suscetíveis de poderem rodar produzem uma enorme atração, p.ex., colocam um carro de perna para o ar e fazem rodar incessantemente as rodas.

Riso ou choro sem motivo aparente
Crianças com autismo podem rir, chorar ou gritar em situações inapropriadas e sem motivo aparente, p.ex., riem-se quando alguém grita ou ficam com medo quando alguém ri.

Em algumas crianças estas atitudes desajustadas prolongam-se criando situações de grande ansiedade, tanto para elas como para os pais.

Ausência da consciência do perigo
Ausência de receio de perigos reais e medo irracional de situações comuns. Isto poderá ser consequência da falta de compreensão das situações ou seja, não estabelecem a correlação entre causa e efeito.

Inconsistência nas respostas aos sons
Crianças com autismo podem ignorar sons altos e reagir a um murmúrio ou ao roçar das folhas de papel. Em muitas circunstâncias poderá parecer que têm problemas de audição (surge então a hipótese da surdez).

Ligação obsessiva a objetos
Muitas crianças com autismo estabelecem ligações bizarras a certos objetos ou a partes de objetos, como pedras, peças de brinquedos, etc. Poderão ficar fascinados por objetos que produzam som (copos, campainhas, …). Os objetos são muitas vezes selecionados por uma característica particular (cor, textura e forma) e são transportados para toda a parte. Ficam tensas ou mesmo em pânico se alguém pretende tirar-lhos.

Rejeição do contacto físico
Muitas crianças com autismo podem resistir ou mostrar desagrado a serem pegadas ou tocadas. Não é raro os pais dizerem “ele estava tão feliz quando estava sozinho, mas começou a gritar e a chorar quando o peguei ao colo”. Muitas crianças não exibem movimentos de antecipação para serem pegadas ao colo, adotando a postura de boneco”. Com frequência, mesmo em situações geradoras de stress, não procuram o necessário conforto, ajuda ou segurança junto de adultos ou de outras crianças. A sua capacidade em mostrar empatia é invariavelmente deficiente, traduz-se numa perturbação da interação social e dificuldades no estabelecimento de relações de amizade.

Resistência à mudança
Com muita frequência estas crianças aderem de forma inflexível a determinadas rotinas, geralmente não funcionais, e que assumem uma forma doentia, p.ex. quando vão para a escola têm de ir sempre pelo mesmo caminho e para se vestirem têm de seguir uma determinada sequência.

Há uma intolerância às mudanças de ambiente (pequenas mudanças verificadas no quarto poderão produzir uma grande irritabilidade).

As crianças com autismo sentem-se mais seguras e confortáveis em ambientes estruturados e previsíveis. Qualquer alteração ou desvio à rotina não planeada podem causar ansiedade e conduzir a comportamentos bizarros ou a um estado de extremo stress.

Comportamentos e atividades repetitivas e estereotipadas
Tendência a manterem-se em atividades repetitivas, estereotipadas e rotineiras. Podem tratar-se de rotinas simples ou extremamente complexas, p.ex., bater em superfícies, balancear, cheirar pessoas e coisas, abanar os braços, torcer os dedos, com os braços fletidos fazer batimentos repetitivos das mãos, colecionar os mais diversos objetos/partes de objetos/lixos, alinhar objetos, etc.

O autismo é uma doença. Os autistas são crianças e adultos com sentimentos e muitas outras características além do autismo. É preciso respeitar a diferença e apoiar quer a criança/adulto quer os seus familiares. Este apoio faz toda a diferença...

Texto autorizado pela Farmácia Fátima Marques

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.

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