Coordenador das Doenças Oncológicas
Coordenador do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas defende reforço da capacidade do SNS para tratar o cancro e alerta...

O tratamento do cancro em Portugal ainda “não está no vermelho” mas “arriscamo-nos a chegar lá”, admitiu o coordenador do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas. Nuno Miranda considera que os serviços públicos começam a ter dificuldade em responder ao aumento da procura e alerta que, no futuro, “o problema não vai ser de comprimidos, mas essencialmente um problema de recursos humanos”. Para o médico, o país precisa de se preparar para dar resposta a uma população envelhecida e de apostar em trazer de novo para o Serviço Nacional de Saúde muito do que é encaminhado para o sector privado, escreve o jornal Público.

Nuno Miranda, que foi ouvido na comissão parlamentar de Saúde na sequência de um requerimento do PSD para avaliar o que tem sido feito no sector, começou por apresentar alguns dados que apontam para o aumento da incidência de novos casos de cancro em Portugal a um ritmo de 3% ao ano, pelo que o país deverá passar dos actuais cerca de 46 mil novos casos anuais para 60 mil casos em 2030. Em 2012 tinham sido feitas 41.705 cirurgias e em 2013 esse número subiu para 44.264, exemplificou o médico. Contudo, salientou que “este aumento não foi suficiente para acomodar as nossas necessidades, porque aumentou o tempo médio de espera em um dia”. Apesar do aumento parecer pequeno, o coordenador lembrou que nesta doença isso significa uma subida de 5%.

Questionado pela deputada social-democrata Carla Rodrigues sobre se o SNS tem capacidade e recursos para responder às necessidades do país na área da oncologia, Nuno Miranda foi peremptório: “Não é para mim uma dúvida. Tem de estar. Tem de se adaptar as condições e aos doentes que tem”, disse, alertando para a dificuldade em reunir recursos humanos, mais do que problemas em acesso a medicamentos. “Quem vai preparar as refeições?”, questionou, reforçando a importância de uma abordagem multidisciplinar ao cancro, mas também social, de que são exemplo os cuidados domiciliários. E alertou que é difícil continuar a aumentar a prestação hospitalar.

“Em ambulatório acho que estamos a chegar muito perto do tecto do que é possível fazer e em termos cirúrgicos também”, acrescentou. Em concreto sobre os medicamentos inovadores, defendeu que na área do cancro há sobretudo medicamentos caros que não trazem nada de muito diferente, mas reconhece que o futuro passa pela “medicina personalizada” e que Portugal terá de procurar resolver o problema do financiamento em conjunto com outros países.

Confrontado ainda com as declarações do anterior presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, Joaquim Abreu de Sousa, que defendeu que o tratamento do cancro está “no vermelho” e em “ruptura”, Nuno Miranda respondeu que o colega apresentou dados do relatório do próprio Programa Nacional para as Doenças Oncológicas e salientou apenas o tom mais “emotivo”. “Ainda não estamos no vermelho mas arriscamo-nos a chegar lá se não nos acautelarmos para o assunto”, contrapôs. O médico corroborou o caso de adiamento de cirurgias no Instituto Português de Oncologia do Porto, tanto por falta de camas como por greves dos profissionais de saúde, mas garantiu que todas foram remarcadas sem efeitos maiores para os doentes.

Para Nuno Miranda é importante reorganizar o Serviço Nacional de Saúde e voltar a trazer para os hospitais públicos as cirurgias e tratamentos de quimioterapia e radioterapia que hoje são entregues aos privados. “Acho que o SNS deve ser auto-suficiente e a dependência do sector privado deve ser pontual. É a mesma coisa que um restaurante estar a externalizar a cozinha”, ilustrou, afirmando ainda que os hospitais públicos têm estado a investir em mais aparelhos para irem neste sentido.

Ainda sobre dados nacionais, Nuno Miranda destacou bons resultados em várias áreas, como o desaparecimento do cancro do colo do útero da lista dos dez cancros mais comuns no país, que ainda é encabeçada pela mama, seguida por próstata, cólon, traqueia, brônquios e pulmões, estômago, recto e bexiga, entre outros. A este propósito, o coordenador insistiu na importância de se prevenirem cancros, alertando que em metade das situações os cancros eram evitáveis e dando como principais exemplos o pulmão e o melanoma (cancro da pele). Nuno Miranda reconheceu que é motivo de preocupação a redução na adesão aos rastreios de base populacional do cancro da mama e cancro do colo do útero e os constrangimentos no cancro colo-rectal. Mas contrapôs que foi um grande avanço o rastreio ao cancro oral que começou em 2014 com a entregue de cheques para biópsia.

As principais preocupações do programa concentram-se, porém, no cólon e recto, até pela mortalidade acima da média europeia neste tumor em particular. “O programa de rastreio é neste momento para nós uma prioridade. São mais os problemas logísticos do que os problemas financeiros”, assegurou Nuno Miranda, explicando que a recolha das amostras para procura de sangue oculto nas fezes tem muitos problemas relacionados com a temperatura e transporte. O responsável negou que em causa esteja também a dificuldade de realizar colonoscopias posteriores, avançando que seriam necessárias apenas mais 30 mil por ano, quando o Serviço Nacional de Saúde faz 120 mil.

Aprovados na generalidade amanhã no parlamento
A proposta de lei de alteração dos estatutos da Ordem dos Médicos Dentistas vai ser votada na generalidade amanhã em plenário...

A nova lei-quadro das ordens profissionais foi publicada a 10 de Janeiro de 2013, mas só agora os novos estatutos das ordens profissionais estão a ser aprovados pelos deputados.

As alterações dos estatutos das 18 ordens profissionais existentes em Portugal visam actualizar o enquadramento das regras para a criação, organização e funcionamento das associações públicas profissionais e para o acesso e exercício de profissões reguladas por associações públicas profissionais.

Em causa estão questões como a livre prestação de serviços, a liberdade de estabelecimento, estágios profissionais, sociedades de profissionais, regimes de incompatibilidades e impedimentos ou a publicidade, entre outras.

Amanhã, para além dos novos estatutos da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), serão aprovadas pelos deputados as propostas de lei das restantes associações públicas de profissionais do sector da saúde: enfermeiros, farmacêuticos, médicos, nutricionistas e psicólogos.

A sessão será acompanhada por Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD e presidente do CNOP – Conselho Nacional das Ordens Profissionais, instituição que junta 16 Ordens Profissionais que representam mais de 300 mil profissionais qualificados.

Após a aprovação em plenário, a proposta de lei segue para aprovação pela Comissão dos Direitos, Liberdades e Garantias, Comissão de Saúde e a título transversal pela Comissão da Segurança Social e Trabalho.

Associação alerta
A associação de enfermeiros dos cuidados continuados e paliativos avisa que o número de equipas domiciliárias na região de...

Este será um dos temas em debate nas Jornadas de Cuidados Continuados e Paliativos, que decorre na sexta-feira em Lisboa.

“O nosso drama ultimamente é ver que as pessoas estão a ser colocadas em casa a precisar de cuidados e nós não temos equipas para chegar lá. Há que mudar o paradigma deste tipo de cuidados: as camas de cuidados continuados são precisas, sim, mas essencialmente são precisas equipas domiciliárias”, afirmou a presidente da Associação de Enfermagem em Cuidados Continuados e Paliativos.

Purificação Gandra reconhece que nos últimos dois anos, sobretudo, houve um crescimento de oferta de camas de internamento em unidades de cuidados continuados, mas considera que não valerá a pena “encher o país de camas quando as pessoas querem é estar nas suas casas a receber cuidados”.

Só na região de Lisboa e Vale do Tejo, entre 2011 e 2015, o número de camas de cuidados prolongados passou de 1.114 para 1.826.

Contudo, esta é precisamente a região mais deficitária em termos de equipas domiciliárias tendo em conta a população que potencialmente usufruiria.

Segundo contas desta Associação de Enfermagem, Lisboa e Vale do Tejo tem 55 equipas de cuidados continuados domiciliários e apenas duas de cuidados paliativos domiciliários, o que é considerado “manifestamente insuficiente”.

As 57 equipas, integradas por 415 profissionais de saúde, podem dar assistência a pouco mais de duas mil pessoas, quando o universo de idosos em Lisboa e Vale do Tejo é de 670 mil.

“Pelo menos devíamos triplicar o número de equipas e o número profissionais das equipas comunitárias”, estima a enfermeira Purificação Garcia, referindo que Lisboa tem um rácio de 1,87 lugares de cuidados domiciliários por mil habitantes, quando a média do país é de 3,06.

Ou seja, em Lisboa e Vale do Tejo não chega a ser possível acolher em cuidados domiciliários duas pessoas por cada mil habitantes. Já a região do Alentejo é a que regista melhor rácio em todo o país, com 5,44.

“O ideal para a nossa população seria as pessoas conseguirem ficar em suas casas, com as suas famílias, com os cuidados que necessitam. Isso não está a ser conseguido, porque os profissionais das equipas comunitários estão a ser desviadas para outras unidades dos cuidados de saúde primários”, afirma a presidente da Associação de Enfermagem em Cuidados Continuados e Paliativos.

Segundo esta enfermeira, os técnicos ou enfermeiros que vão saindo, por exemplo, com a emigração, não são substituídos nos cuidados de saúde primários ao ritmo necessário, o que faz aumentar a deslocação de profissionais das equipas domiciliárias para outros cuidados.

Por outro lado, este desvio de profissionais também se fez notar mais por causa da crise económica que afectou as famílias, que deixaram de ter capacidade de colocar os doentes internados em lares que precisam de comparticipação das famílias.

Ainda sobre o crescimento do número de camas de internamento em cuidados continuados ou paliativos, Purificação Gandra sublinha que também as necessidades das pessoas têm aumentado: há cada vez mais pessoas doentes e com mais doenças, resumiu.

Transporte de doentes
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) deixou de ter disponíveis desde "há uns dias" dois helicópteros...

Esta paragem estará relacionada com a transferência de gestão dos helicópteros da Autoridade Nacional de Protecção Civil para a empresa Everjets, que ganhou este ano o concurso público de operação e manutenção dos aparelhos.

O INEM utiliza habitualmente dois helicópteros Kamov, com base em Loulé e Santa Comba Dão, para transporte de doentes, sobretudo em emergências durante a noite, interrompendo esse serviço durante a época de fogos florestais.

No entanto, este ano, essa interrupção ocorreu mais cedo, semanas antes da época de incêndios.

A rádio TSF noticiava que esta interrupção está relacionada com entrada da Everjets, e que esta empresa "precisa de seis semanas para ajustar os procedimentos para voar com os helicópteros Kamov".

Para fazer face a esta ausência antecipada dos dois helicópteros, o INEM explicou, em comunicado, que está a utilizar uma aeronave Agusta 109 (da Base Aérea de Beja) para toda a região sul do país e reforçou em Beja com uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER).

Na região de Santa Comba Dão, o dispositivo de emergência foi colmatado também com mais uma VMER.

A empresa Everjets vai ser responsável pela operação e manutenção dos helicópteros Kamov do Estado nos próximos quatro anos, depois de ter vencido concurso público de valor superior a 46 milhões de euros.

Ébola
Um medicamento experimental salvou a vida de macacos infectados com a estirpe Makona do vírus Ébola, a mesma que foi...

De acordo com os investigadores, esta foi a primeira vez que se testou nestes animais um tratamento para a estirpe Makona do vírus hemorrágico que mata macacos e humanos.

Os resultados positivos dos ensaios em macacos funcionaram como uma validação pré-clínica para os testes clínicos (em pacientes), que começaram este ano na Serra Leoa.

Os primeiros resultados da droga experimental, a TKM-Ebola-Guinea, em humanos deverão ser divulgados na segunda metade de 2015, anunciou o investigador da Universidade do Texas e autor do estudo, Thomas Geisbert, à agência de notícias francesa AFP.

Geisbert e a sua equipa começaram por infectar seis macacos do grupo 'rhesus' com a estirpe Makona do vírus Ébola, a mesma que levou à morte de 10.700 pessoas e que infectou outras 25.800 no último surto do vírus, que atingiu a Guiné-Conacri, a Libéria e a Serra Leoa.

O segundo passo da investigação consistiu em tratar três dos macacos do grupo com o TKM-Ebola-Guinea - o mesmo tratamento experimental utilizado nos profissionais de saúde infectados pelo vírus durante a última epidemia, mas cuja eficácia em humanos ainda não está provada.

Os resultados evidenciam que os macacos tratados com o TKM-Ebola-Guinea estavam ainda vivos 28 dias depois do início do ensaio, enquanto os restantes tinham morrido entre o oitavo e nono dia de infecção, referiu a equipa liderada por Geisbert.

"Este é o primeiro estudo a mostrar uma protecção pós-exposição (…) contra a estirpe Makona do vírus do ébola”, afirmou o investigador.

Até agora ainda não foi encontrada uma vacina ou um tratamento contra o Ébola, e a maioria dos medicamentos em desenvolvimento são para estirpes do vírus anteriormente identificadas e que causaram várias epidemias desde 1976.

Em Agosto do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu luz verde para que fossem testadas novas drogas contra o Ébola, a fim de travar a epidemia no oeste africano, a mais fatal da história do vírus.

O medicamento experimental TKM-Ebola-Guinea bloqueia certos genes do vírus, impedindo assim a sua replicação.

Super alimentos com super benefícios
Ajudam a prevenir os eventos cardiovasculares e vários tipos de cancro.

Desde as cerejas passando pelo abacate até às sementes de abóbora, todos são super alimentos devido aos super benefícios que produzem na prevenção das doenças cardiovasculares e vários tipos de cancro. Sally Norton, cirurgiã e especialista em nutrição, enumerou ao jornal Daily Mail seis super alimentos e esclareceu que, embora pareça excessivo chamar a estes alimentos de “super”, eles são na realidade uma fonte poderosa de valor nutricional.

Cerejas

Este fruto contem elevados níveis de antioxidantes e por isso têm propriedades anti-inflamatórias, ajudam a dormir melhor e ajudam a uma melhor recuperação após lesão desportiva.

Estudos sugerem que o consumo deste alimento pode ajudar a reduzir determinados efeitos secundários após a prática de exercício físico, como as dores musculares ou fraqueza.

Abacate

Mais do que o principal ingrediente do guacamole, o abacate parecem ser o centro das atenções. São uma importante fonte de gorduras monoinsaturadas, conhecidas como capazes de reduzir os níveis do chamado “mau colesterol”, e como consequência reduzir o risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral.

Arandos

Durante muitos anos os arandos têm sido utilizados como aliados contra as infecções do tracto urinário.

Mas recentes estudos têm sugerido que estas bagas têm uma ampla gama de outros benefícios - desde melhorar a saúde cardiovascular, passando pela prevenção de certos tipos de cancro, até melhorar a saúde oral e ajudar a reduzir infecções. Isto tudo deve-se à riqueza de polifenóis, referidos com propriedades anti-oxidantes, anti-inflamatórias e anti-microbianas.

Deve apenas ter em atenção com consome este alimento. Por exemplo, os refrigerantes de arando estão frequentemente cheios de açúcar.

Mirtilos

Elevado nível de antioxidants, vitaminas e minerais, os mirtilos têm sido associados a todo o tipo de benefícios para a saúde, incluindo a saúde cardiovascular, prevenção do cancro, reforçar a função cerebral e melhoria da visão. Mas não é só. Alguns estudos sugerem que os antioxidantes nos mirtilos podem ajudar a atrasar o processo de envelhecimento.

Sementes de abóbora

Sabemos do valor nutricional das abóboras, mas muito mais há para ser dito sobre as suas sementes. Fornecem elevados níveis de proteína, fibra, magnésio, fósforo e é também uma fonte rica de zinco – importantes para a imunidade, crescimento e divisão celular, bem como para o sono, estado de espírito ou humor e saúde da pele e dos olhos.

Ou seja, um punhado destas sementes é um lanche repleto de nutrientes.

Sementes de chia

São as sementes do dia. Temos assistido ao aumento de popularidade destas sementes nos últimos dois anos. Sem surpresas, já que têm um elevado nível de nutrientes e baixo número de calorias.

Carregadas de antioxidantes, fibras solúveis e minerais, as sementes de chia são também uma excelente fonte de ómega-3. Para além disso contém mais cálcio do que o leite.

 

Adaptado de http://www.dailymail.co.uk/health/article-3048580/The-six-foods-add-diet-help-prevent-heart-attack-cancer-stroke.html

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
ASAE
A Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica inspeccionou 26 lojas conhecidas como ‘smartshops’ durante os anos de 2013...

As inspecções ocorreram após a entrada em vigor do decreto-lei que, há dois anos, veio proibir a venda, produção e publicidade a mais de 150 substâncias psicoactivas, geralmente encontradas nas lojas conhecidas como ‘smartshops’, e são consideradas uma ameaça grave à saúde pública.

Estas substâncias eram, até Abril de 2013, consideradas como drogas legais e vendiam-se em lojas ou na internet sob pretexto de serem fertilizantes para plantas, por exemplo.

Segundo informação oficial da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE), após a entrada em vigor daquela legislação, foram inspeccionados 26 operadores económicos durante 2013 e 2014.

Na sequência dessas operações, foram instaurados um processo-crime, quatro processos de contraordenação e duas suspensões.

Foram também apreendidas 1.100 unidades de produtos prejudicais nocivos à saúde, num montante total que rondou os 19.500 euros.

No diploma em vigor há dois anos, é proibida a venda, distribuição, produção, importação ou exportação destes produtos, bem como a sua publicitação. Nesta proibição inclui-se também a venda pela internet.

Com este decreto-lei, as autoridades de saúde podem determinar o encerramento dos locais onde estas drogas se encontrem a ser vendidas, produzidas ou simplesmente guardadas para exportação.

Estudo
Metade dos portugueses tem níveis insuficientes de conhecimentos relacionados com a saúde, o que os prejudica nos cuidados que...

Realizado pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES), do ISCTE, o estudo partiu de um inquérito em Portugal, tendo por base o Inquérito Europeu sobre Literacia em Saúde, que identifica as principais limitações, problemas e entraves da literacia em saúde na sociedade portuguesa.

De acordo com os resultados, 49% dos inquiridos têm um índice geral de literacia em saúde baixo (38% têm um nível de conhecimentos “problemático” e 11% têm um nível “inadequado”, o mais baixo da escola).

O estudo destaca que dos restantes, com níveis positivos de literacia, apenas 8,6% apresentaram um nível “excelente” de conhecimentos.

No que respeita especificamente aos “cuidados de saúde”, 45,4% dos inquiridos revelam uma literacia limitada (10,1% e 35,3% tem o nível de literacia “inadequado” ou ”problemático”, respectivamente).

Para a coordenadora do estudo, Rita Espanha, “este pode ser um aspecto preocupante na relação que os portugueses desenvolvem com os prestadores e com o cuidado com a sua própria saúde e dos seus familiares”.

No âmbito da “prevenção da doença”, Portugal concentra 45,5% dos inquiridos num nível de literacia com limitações, enquanto no capítulo da “promoção da saúde”, estas limitações sobem para os 51,1%.

Rita Espanha destaca que é possível identificar entre os iletrados em saúde um grupo mais vulnerável, constituído maioritariamente por idosos e pessoas menos estudos.

“Os mais baixos níveis de literacia em saúde encontram-se precisamente entre os mais velhos e os menos escolarizados, o que nos remete também para o reconhecimento de alguns grupos mais vulneráveis que são identificados no estudo como sendo o público-alvo a considerar em termos de políticas públicas no campo da promoção da literacia em saúde”, explicou.

Esse grupo mais vulnerável é identificado pela investigadora como sendo o dos indivíduos com 66 ou mais anos, com rendimentos até aos 500 euros, com uma auto-percepção de saúde “má”, os viúvos, os operários, pessoas com doenças prolongadas, os reformados, os que frequentaram no último ano seis ou mais vezes os cuidados de saúde primários e os que se sentem limitados por terem alguma doença crónica.

No lado oposto estão os mais jovens (até aos 45 anos) que concentram tanto o melhor nível de literacia (excelente), como o nível considerado adequado (junção dos dois melhores, excelente e suficiente).

Rita Espanha não se mostra surpreendida com estes resultados, considerando que estes confirmam a percepção já existente entre a população em geral e a comunidade científica de que os portugueses têm níveis de literacia em saúde relativamente baixos.

No entanto, destaca que estes resultados não são muito diferentes dos restantes países europeus participantes no estudo (Holanda, Grécia, Irlanda, Áustria, Polónia, Espanha, Bulgária e Alemanha), além de que confirmam a associação entre literacia em saúde e literacia em termos mais abrangentes.

O estudo sublinha, a este respeito, que “a literacia em saúde se encontra positivamente correlacionada com as práticas de literacia, sejam estas práticas de leitura de diversos materiais, sejam práticas de utilização de tecnologias da informação e comunicação”.

No inquérito realizado, constatou-se que as maiores dificuldades dos inquiridos estão relacionadas com a capacidade de acesso a informação sobre “promoção de saúde no local de trabalho, saúde mental, actividades benéficas para o bem estar mental, tratamentos de doenças geradoras de preocupação, como tornar mais saudável a zona onde reside e politicas relacionadas com a saúde”.

“Os inquiridos percepcionam dificuldades tanto em identificar temas por desconhecimento dos mesmos, como em procurar e encontrar informação sobre o que os preocupa”, explica Rita Espanha.

Há outros temas relacionados com “práticas específicas de cuidados com a saúde, que os inquiridos têm dificuldade em as encarar como tal”, tais como a “dificuldade em participar em acções que visem melhorar a comunidade” e “frequentar um ginásio”, acrescenta.

Os inquiridos demonstraram ainda dificuldade em interpretar bulas de medicamentos, bem como em avaliar informação sobre doenças e sua prevenção, riscos para a saúde, vantagens e desvantagens perante opções de tratamento, vacinas ou recorrer a segunda opinião médica.

OMS
Pelo menos 22 milhões de crianças no mundo, sobretudo de países subdesenvolvidos, não receberam as doses necessárias para estar...

A advertência foi lançada na semana da imunização, que se comemora de 24 a 30 de Abril, período em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) pretende, entre outras acções, lembrar que as vacinas obrigatórias evitam anualmente a morte de três milhões de pessoas, sobretudo de menores.

De acordo com a agência de saúde das Nações Unidas, a média mundial da imunização situa-se em 80%, com grandes diferenças a nível de cobertura entre os países, pelo que se estima que a uma em cada cinco crianças não foram administradas as doses necessárias para prevenir doenças.

“Uma em cada cinco crianças no mundo não recebeu as três doses obrigatórias da vacina antidiftérica, tétano e tosse convulsa acelular (denominada DTP3), e a maioria vive nos países mais pobres do mundo”, refere a OMS.

A organização aponta a Índia, Paquistão, Nigéria, República Democrática do Congo, Etiópia o Afeganistão como os países com taxas mais baixas de cobertura de vacinação.

“É por essa razão que aproveitamos a celebração da semana da imunização para consciencializar sobre a importância crucial da vacinação para salvar vidas”, refere em nota o director a imunização da OMS, Jean-Marie Okwo-Belé.

Bruxelas entrega decisão a Estados-membros
A Comissão Europeia entregou hoje os Estados-membros o poder de decisão sobre a utilização em géneros alimentícios e alimentos...

A alteração ao processo decisório sobre organismos geneticamente modificados (OGM) foi decidida na sequência de orientações políticas dadas pelo Parlamento Europeu (PE), entregando aos governos dos 28 o poder de decidir sobre a inclusão ou exclusão de OGM na cadeia alimentar.

Segundo Bruxelas, o actual sistema de autorização de OGM, baseado em dados científicos e as regras de rotulagem que asseguram a liberdade de escolha dos consumidores não serão alterados.

Assim, depois de a utilização de um OGM em géneros alimentícios ou alimentos para animais ter sido autorizada na União Europeia (UE), os Estados-membros terão a possibilidade de excluir a sua utilização no consumo humano (géneros alimentícios) ou animal (alimentos para animais).

Os Estados-membros terão de provar que as suas medidas de exclusão respeitam o direito da UE, nomeadamente os princípios do mercado interno e as obrigações internacionais da UE, das quais fazem parte integrante as suas obrigações no âmbito da Organização Mundial do Comércio. As medidas de exclusão devem basear-se em motivos legítimos, para além dos relacionados com o risco para a saúde humana ou animal, ou para o ambiente, avaliados a nível da UE.

"A Comissão ouviu as preocupações de muitos cidadãos europeus, reflectidas nas posições expressas pelos respectivos governos nacionais. Uma vez adoptada, a proposta vai conceder aos Estados-membros, em plena consonância com o princípio da subsidiariedade, uma voz mais activa no que diz respeito à utilização de OGM autorizados pela UE em géneros alimentícios e alimentos para animais nos seus respectivos territórios", disse o comissário europeu para a Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis.

A proposta da 'Comissão Juncker' terá de ser aprovada pelo PE e pelo Conselho de Ministros da UE, em processo de co-legislação.

Bastonário dos enfermeiros
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Germano Couto, disse que a falta de profissionais e de respostas ao nível dos cuidados...

"Em Portugal, o número de enfermeiros continua muito abaixo das reais necessidades", afirmou Germano Couto na abertura do 2º Congresso Insular de Enfermagem Madeira-Açores, que reúne mais de 500 profissionais até sexta-feira na capital madeirense.

"Sei que o momento pelo qual estamos a passar não é fácil. Sentimo-lo na pele. Sofremos cada vez mais cortes, quer na nossa remuneração, pagando mais impostos, e trabalhamos cada vez mais horas, dias seguidos sem descanso para não comprometer a qualidade da saúde dos nossos cidadãos", realçou, vincando que a Ordem dos Enfermeiros (OE) está atenta à realidade vivida nos serviços de urgência dos hospitais e já expôs publicamente "várias situações de insegurança e condições indignas".

"Não nos podemos esquecer que o nosso país está cada vez mais envelhecido e esta realidade tem reflexos na prestação de cuidados, nomeadamente nos serviços de urgência, que passa a ser muitas vezes um serviço de internamento", salientou.

O problema da falta de profissionais foi também focado pelo presidente da secção da Madeira da Ordem, Ricardo Silva, que considerou fundamental a contratação de mais 350 para garantir a "qualidade mínima" dos serviços na região.

"O custo dessa não-contratação será passarmos de um dos melhores serviços de saúde para ‘lanterna vermelha’", advertiu, realçando que não há qualidade e segurança em saúde sem enfermeiros.

Ricardo Silva evocou estudos que comprovam que o aumento da carga de trabalho do enfermeiro está associado a um aumento da mortalidade e, por outro lado, que a diminuição da mortalidade está directamente associada ao aumento da qualificação da equipa de enfermagem.

O presidente da secção regional da Ordem dos Enfermeiros alertou, ainda, para o fenómeno da emigração, que diz ser "particularmente gritante" na área da enfermagem. "Depois de tanto falarmos em infraestruturação na Região [Autónoma da Madeira], corremos o risco de quando tivermos as estruturas ideais, não termos profissionais de saúde para as mesmas, porque as pessoas estão a emigrar", salientou.

Ricardo Silva deixou também claro que não tem boas expectativas relativamente à políticas de saúde, apesar da mudança de Governo Regional, mas, por outro lado, garantiu que não lhe falta esperança e trabalho para oferecer.

O secretário regional de Saúde, Manuel Brito, ouviu as críticas e disse que não tinha promessas para fazer, mas expôs "os três grandes compromissos" do novo Governo Regional: melhorar o acesso aos cuidados de saúde, melhorar a qualidade da prestação de cuidados e investir na medicina preventiva ao nível dos centros de saúde.

Manuel Brito expressou também reconhecimento pelo profissionalismo e comportamento ético dos enfermeiros e vincou que "não há projecto nenhum que consiga atingir os objectivos se não tiver a motivação dos profissionais".

A partir de 1 de Maio
Os menores de 18 anos ficam isentos do pagamento de taxas moderadoras a partir do dia 1 de Maio, uma medida que visa “promover...

De acordo com o Decreto-Lei hoje publicado Diário da República, o não pagamento de taxas moderadoras pelos menores de idade constitui “um estímulo indirecto, num quadro de previsibilidade, ao aumento da natalidade, no âmbito da adopção de políticas públicas para a promoção da natalidade, a protecção das crianças e o apoio às famílias”.

O objectivo do alargamento da isenção do pagamento das taxas moderadoras a todos os menores de idade é, além da promoção da saúde, “garantir a eliminação de quaisquer constrangimentos financeiros no seu acesso aos serviços de saúde assegurados pelo SNS, tanto mais que a decisão de recorrer ou não aos cuidados de saúde não depende unicamente dos menores”.

Com esta alteração legislativa, ficam isentos de pagamento de taxas moderadoras os menores de idade e os jovens em processo de promoção e protecção a correr termos em comissão de protecção de crianças e jovens ou no tribunal (…) que não possam, por qualquer forma, comprovar a sua condição de insuficiência económica (…).

Estão igualmente isentos “os jovens que se encontrem em cumprimento de medida tutelar de internamento, de medida cautelar de guarda em centro educativo ou de medida cautelar de guarda em instituição pública ou privada, por decisão proferida no âmbito da Lei Tutelar Educativa (…) que não possam, por qualquer forma, comprovar a sua condição de insuficiência económica” (…).

Também “os jovens integrados em qualquer das respostas sociais de acolhimento por decisão judicial proferida em processo tutelar cível, e nos termos da qual a tutela ou o simples exercício das responsabilidades parentais sejam deferidos à instituição onde os jovens se encontram integrados, que não possam, por qualquer forma, comprovar a sua condição de insuficiência económica”.

Estudo
Será que o tratamento com antidepressivos é o mais eficaz na prevenção da depressão? Estudo recente conclui que estas drogas...

Para evitar que uma pessoa com diagnóstico depressivo tenha recaídas, os médicos têm por prática prescrever antidepressivos durante um período de dois anos. Mas será que esta é a opção mais eficaz? Um estudo publicado na revista médica The Lancet revela que uma terapia baseada em exercícios da mente – Mindfulness-based cognitive therapy (MBCT) – pode ser igualmente eficaz e com menos efeitos negativos, escreve o jornal digital Observador.

O estudo publicado esta segunda-feira, 20 de abril, e que envolveu uma amostra de 424 britânicos com diagnóstico depressivo, concluiu que a taxa de recaída foi praticamente a mesma naqueles que recorreram à terapia “Mindfulness” e nos que continuaram a tomar antidepressivos durante os dois anos seguintes à depressão, a prática recomendada pelo NICE (National Institute for Health and Clinical Excellency), o instituto britânico equivalente ao Infarmed, em Portugal.

Os 424 participantes foram divididos em dois grupos – um deles tomou sempre antidepressivos e o outro fez oito sessões de grupo e mais quatro opcionais durante um ano e gradualmente largou a medicação. A eficácia na prevenção da recaída foi idêntica, com menos efeitos secundários para os que seguiram a terapia.

Os investigadores, baseados num estudo-piloto de 2008, tinham pensado que este estudo iria mostrar que a terapia MBCT é mais efectiva do que os medicamentos, mas, citado pelo jornal Guardian, o autor principal do estudo Willem Kuyken – da Universidade de Oxford – disse que “a realidade é que [a eficácia desta terapia] não foi superior à da medicação “.

O MBCT é uma terapia que incentiva as pessoas a focarem-se no presente, em cada momento, e nos efeitos que esses pensamentos têm sobre o bem-estar. A partir daí a pessoa rompe com o passado e põe fim a hábitos nocivos.

O elevado consumo de antidepressivos tem sido referido pelas autoridades de saúde em Portugal e não é um problema novo. Em comparação com outros países europeus, Portugal apresenta o maior consumo de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos (96 DHD – Dose Diária Definida por 1000 habitantes), muito superior à Dinamarca (31 DHD), Noruega (62 DHD) e Itália (53 DHD), de acordo com o estudo apresentado no final do ano passado “Portugal – Saúde Mental em Números 2014”.

As duas substâncias que se mantêm mais destacadas são o alprazolam e o lorazepam, que integram o subgrupo das benzodiazepinas [fármacos ansiolíticos utilizados no tratamento de situações de ansiedade e insónias] com maior potencial de induzirem tolerância e dependência, que, contrariamente ao verificado no resto da União Europeia, têm registado acréscimos anuais de consumo.

As perturbações psiquiátricas afectam mais de um quinto da população portuguesa. Com os valores mais altos de prevalência anual destacam-se as perturbações da ansiedade (16,5%) e as perturbações depressivas (7,9%), de acordo com o primeiro Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental divulgado em 2013 e integrado no World Mental Health Survey Initiative, da OMS. Em comparação com outros países ocidentais, Portugal apresenta dos mais altos valores de prevalência de perturbações psiquiátricas (22,9%), apenas comparáveis com a Irlanda do Norte (23,1%) e com os EUA (26,4%), alcançando as perturbações de ansiedade e as de controlo dos impulsos a pontuação mais elevada entre os 9 países da Região Europa da OMS que integraram o mesmo estudo.

Cáritas Europa
Pelo terceiro ano consecutivo, a Cáritas Europa tentou avaliar o impacto da austeridade em sete países mais atingidos pela...

Portugal foi, entre os sete países mais atingidos pela crise na União Europeia, aquele que registou o maior aumento da taxa de risco de pobreza e exclusão social em 2013 (um aumento de 2,1 pontos percentuais). A despesa com o serviço nacional de saúde desceu — e foi cerca de 15% inferior à de 2010. E “a despesa no apoio às famílias com filhos foi reduzida em 30% desde que surgiram os principais cortes”, sendo que “um terço dos beneficiários perdeu o acesso às prestações por filhos a cargo”, o que afecta “fortemente o potencial futuro das crianças”, revela o jornal Público na sua edição digital.

Estes são dados do Relatório da Crise da Cáritas Europa 2015 que tem como título O aumento da pobreza e das desigualdades. O documento é de Fevereiro, mas a apresentação nacional acontece nesta quarta-feira, em Lisboa, na presença do secretário-geral da Cáritas Europa, Jorge Nuño Mayer.

Pelo terceiro ano consecutivo, a organização analisou uma série de estatísticas oficiais, que cruzou com informação proveniente dos centros de apoio da Cáritas existentes nos países abrangidos, que trabalham no terreno. Com esta combinação, criou aquilo a que chama no relatório de “fórmula Cáritas” — que, diz, permite medir de forma “muito precisa a temperatura da situação socioeconómica da população desde a classe média até àqueles que estão situações de particular vulnerabilidade”.

Tal como nos últimos anos, a análise debruçou-se essencialmente sobre sete países: Chipre, Grécia, Irlanda, Itália, Portugal, Roménia e Espanha — os “sete países da União Europeia mais atingidos” pela crise.

O cenário descrito no documento é, numa frase, este: “Enormes níveis de desemprego e um claro aumento dos indicadores de pobreza e exclusão social.”

E continua: “A política de exigir aos países com sistemas de protecção social mais fracos que imponham consolidação orçamental e vagas sucessivas de medidas de austeridade com calendários muito curtos está a colocar o ónus dos ajustamentos nos ombros das pessoas que não criaram a crise na Europa e que têm menos capacidade para suportar esse fardo.”

Portugal é referenciado em vários momentos. Com uma taxa de pobreza infantil de 24,4%, em 2013, o país é dos sete estudados o que tem um menor peso de crianças nesta situação, mas foi aquele que registou o maior crescimento num só ano (mais 2,6 pontos percentuais), segundo o relatório. A maior taxa de pobreza infantil encontra-se na Roménia (32,1%).

No que diz respeito às pessoas que vivem em agregados familiares com uma intensidade de trabalho muito baixa (por vezes designados agregados familiares sem emprego), a Irlanda apresentou a pior taxa (23,4% em 2012, último ano para o qual há dados), seguida pela Grécia (18,2%, em 2013). A taxa de Portugal (12,2%, em 2013) piorou, o mesmo acontecendo em Itália (11%) e Chipre (7,9%). Já o peso dos trabalhadores pobres subiu, mas pouco (0,3 pontos), para 10,7% do total.

No capítulo da saúde assinala-se que “os tempos de espera constituíram uma dificuldade para um grande número de pessoas, especialmente na Grécia, Itália, Chipre, Portugal e Roménia”. E a Cáritas Portuguesa, citada no documento, faz saber que está preocupada com as “reduções drásticas dos últimos anos nos orçamentos da saúde, educação e protecção social”.

Em termos de dívida pública nota-se ainda que o país “tem a segunda maior dívida pública em comparação com o PIB (128%) logo a seguir à Grécia (174,9%)”.

Face a isto, a Cáritas Europa deixa um conjunto de recomendações. Desde logo, às instituições europeias. Diz que é preciso garantir que a meta de retirar, pelo menos, 20 milhões de pessoas da situação de pobreza, prevista na Estratégia 2020, é cumprida e que há que fixar “submetas para a redução da pobreza nos grupos de maior risco” como as crianças, os idosos e os trabalhadores pobres.

Ajudar pessoas carenciadas
A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto inicia quinta-feira a plantação de um Pomar Solidário, destinado a satisfazer...

Fonte da Faculdade de Medicina do Porto (FMUP) disse que a iniciativa está integrada no Projecto SOMA - Solidariedade e Meio Ambiente, sob a liderança directa de Maria Amélia Ferreira (directora da FMUP).

O pomar vai incluir 33 árvores de fruto, 40 plantas de maracujá e várias aboboreiras, para além de ervas aromáticas.

Os trabalhos de preparação do novo espaço, que ficará implantado nos espaços verdes das novas instalações da FMUP, arrancaram segunda-feira, numa operação intensiva de jardinagem assegurada pela Câmara Municipal do Porto que providenciou também o projecto paisagista do pomar.

A plantação das árvores será garantida por equipas de voluntários constituídas por estudantes de medicina da FMUP, utentes e técnicos do Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar de São João e pelos utentes e técnicos da Abraço.

De acordo com Maria Amélia Ferreira, “a FMUP pretende apostar em acções que envolvam a comunidade académica no campo da produção de relações sociais”.

“Estas acções deverão ter um papel pedagógico tanto a nível profissional, como de desenvolvimento de uma cidadania activa compatível com a melhoria de bem-estar das pessoas desfavorecidas, a promoção da qualidade de vida, a promoção de hábitos alimentares saudáveis, as boas práticas agrícolas e a preservação do meio ambiente”, sublinhou.

Para o efeito, “juntaram-se ao Projecto SOMA, no trabalho do Pomar, os estudantes de Medicina da FMUP, os utentes e técnicos da ABRAÇO, os utentes e técnicos da Psiquiatria do Centro Hospitalar de S. João, os técnicos da Câmara Municipal do Porto e da LIPOR, com o apoio da Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto e dos Seguros ATLAS, numa perfeita dialética de parceria em que se reúnem esforços para que seja possível a realização do mesmo”, esclareceu a coordenadora do Gabinete de Serviço Social e Mediação de Conflitos da FMUP, Sónia Magalhães.

A cerimónia que assinala o início da plantação do Pomar Solidário da FMUP – Projecto SOMA realiza-se esta quinta às 09:00, no Centro de Investigação Médica da FMUP (entrada pela Rua Dr. Plácido Costa), contando com a presença de Filipe Araújo (vereador da Inovação e Ambiente da Câmara Municipal do Porto), de António Ferreira (presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de São João) e de Rui Ramos (vice-reitor da Universidade do Porto), entre outros representantes institucionais.

Lançamento de novo teste
Custa 230 euros o kit que permite fazer o teste e será vendido pela internet. Porém há dúvidas sobre interpretação dos resultados.

Uma start-up sediada em Silicon Valley (Califórnia) anunciou o lançamento de um teste que detecta mutações nos genes associados ao cancro da mama e dos ovários, através da saliva, por 249 dólares (cerca de 230 euros), um valor irrisório face aos praticados nos EUA, onde chegaram a custar quase 4 mil dólares. O objectivo, dizem os responsáveis da empresa, é democratizar o acesso aos testes, pretensão que não reúne consenso entre os especialistas, escreve o Diário de Notícias.

O kit desenvolvido pela Color Genomics analisa 19 genes - incluindo o BRCA1 e o BRCA2 -, pelo que permite ajudar a perceber qual o risco de aparecimento de cancro da mama e dos ovários. "Queremos ser capazes de ampliar o acesso a este tipo de testes, porque é muito importante as mulheres serem capazes de entender o risco que têm e trabalhar com o seu prestador de cuidados de saúde para criar um plano à volta disso" disse Elad Gil, vice-presidente da Color Genomics, citado pela Forbes.

Uma das questões que têm vindo a ser levantadas prende-se com o acesso a estes testes genéticos, ou seja, quem deve fazê-los. Actualmente, só são indicados quando é identificada uma alteração do gene num doente com cancro, ou quando existe um historial de cancro da mama ou dos ovários na família. Ora, vender estes testes online é colocá-los à disposição de qualquer mulher.

Médicos especializados
Hospital de Santa Maria cria equipa que irá estudar efeitos tóxicos dos tratamentos de rádio e quimioterapia para evitar a...

No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, está a nascer uma nova especialidade. Chamam-lhe cardio-oncologia. Junta médicos do coração e oncologistas que avaliam os efeitos tóxicos dos novos medicamentos para tratar os efeitos do cancro da mama no coração. Estudos internacionais mostraram que entre 7% e 25% das doentes que fizeram um determinado remédio ficaram com insuficiência cardíaca, escreve o Diário de Notícias na sua edição digital. Na unidade portuguesa decorre um ensaio que já está a avaliar 93 mulheres. O objectivo é chegarem pelo menos às 200.

"Os novos medicamentos dirigidos a alvos específicos para o cancro da mama foram altamente benéficos para transformar o cancro numa doença crónica e a aumentar a população de sobreviventes. Mas verificou-se que estas terapêuticas tinham influência no coração, com as mesmas alterações que os medicamentos antigos e que provocam insuficiência cardíaca. Começou a nascer a necessidade de uma nova abordagem conjunta entre cardiologistas e oncologistas, que cria uma nova sub-especialidade: a cardio-oncologia", explica ao jornal Manuela Fiúza, cardiologista no Hospital de Santa Maria.

O tema foi ontem discutido no Congresso Português de Cardiologia. O primeiro sinal de alerta internacional surgiu quando as doentes que tomaram um medicamento para o cancro da mama dirigido a uma alteração genética específica começaram a ter problemas cardíacos. "Os estudos mostraram que entre 7% e 25% das doentes desenvolveram insuficiência cardíaca. Desde então começou tudo a ser investigado e tornou-se obrigatório nos ensaios avaliar os efeitos no coração."

Novo estudo científico
Um novo estudo científico rejeita a existência de ligação entre o autismo e a vacina contra o sarampo, a papeira e a rubéola,...

Outros estudos chegaram já à mesma conclusão antes deste, que analisou cerca de 95.000 crianças com irmãos mais velhos, alguns dos quais com Perturbações do Espectro do Autismo (ASD, na sigla inglesa).

“Em consonância com estudos efectuados noutras populações, não observámos qualquer ligação entre a vacinação contra o sarampo, a papeira e a rubéola (MMR), e um risco aumentado de ASD entre crianças com seguros médicos privados”, indica o estudo, conduzido por Anjali Jain, médico em Falls Church, Virginia.

“Também não encontrámos provas de que a administração de uma ou duas doses de vacinação MMR esteja associada com um risco aumentado de ASD entre crianças com irmãos mais velhos com ASD”, prosseguiu.

O autismo está a aumentar e afecta uma em cada 68 crianças nos Estados Unidos, mas as suas causas continuam a ser praticamente desconhecidas.

O medo de que as vacinas pudessem causar autismo começou a espalhar-se após a publicação, em 1998, de um artigo por Andrew Wakefield que afirmava ter encontrado ligação entre a vacina MMR e o autismo em 12 crianças.

Só posteriormente se provou ser fraudulento e a revista científica que o publicou divulgou um pedido de desculpas. O Reino Unido também retirou ao autor, Andrew Wakefield, a sua cédula profissional.

Mas as preocupações quanto à segurança das vacinas, particularmente na era da Internet, têm provado ser difíceis de apaziguar.

“Apesar de uma quantidade substancial de estudos realizados nos últimos 15 anos não terem encontrado qualquer ligação entre a vacina MMR e as ASD, os pais e outras pessoas continuam a associar a vacina a ASD”, sustenta o estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA).

“Questionários a pais cujos filhos têm ASD sugerem que muitos creem que a vacina MMR foi uma causa que contribuiu para a doença”, lê-se no artigo publicado na revista científica.

Crianças com um irmão mais velho têm menor probabilidade de ser vacinadas do que crianças sem autismo na família, concluiu o estudo.

A taxa de vacinação MMR de crianças com irmãos saudáveis foi de 92% até aos cinco anos.

Em contraste, os níveis de vacinação de crianças cujos irmãos mais velhos tinham ASD foi de 86% até aos cinco anos.

Acompanhando o artigo, um editorial de Bryan King, médico da Universidade de Washington e do Hospital Pediátrico de Seattle, sublinha que os dados são claros.

“A única conclusão que pode ser retirada do estudo é que não há indícios que sugiram a existência de uma relação entre a MMR e o desenvolvimento de autismo em crianças com ou sem um irmão com autismo”, escreveu King.

“Ao todo, são cerca de 12 os estudos que até agora mostraram que a idade em que as ASD se manifestam não difere entre crianças vacinadas e não vacinadas, que a gravidade ou evolução das ASD não difere entre crianças vacinadas e não vacinadas e, agora, que o risco de recorrência de ASD nas famílias não difere entre crianças vacinadas e não vacinadas”, sustentou.

Em quatro regiões do país
Quatro regiões do país apresentam risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta, informou o Instituto Português do Mar...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Faro, Funchal, Porto Santo e Sagres apresentam hoje risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta (UV) enquanto Beja, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Sines, Angra do Heroísmo e Ponta Delgada (Açores) estão com níveis altos.

Para as regiões com níveis muito altos e altos, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protector solar e evitar a exposição das crianças ao sol.

De acordo com o IPMA, a radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde se o nível exceder os limites de segurança, sendo que o índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o baixo e o extremo, com onze.

Segundo especialistas
Especialistas estimam que serão necessários 93 mil milhões de euros para erradicar a malária até 2030, mas os fundos anualmente...

O Dia Mundial da Malária é assinalado a 25 de Abril e a Roll Back Malaria Partnership (RBM), composta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela UNICEF, entre outras entidades, fez um apelo alertando para quanto se avançou na luta contra a doença, mas também para tudo quanto há ainda a fazer.

Existem, no mundo, 2.300 milhões de pessoas em risco de contrair malária, 1.200 dos quais em alto risco.

Estima-se que em 2013 cerca de 198 milhões de pessoas tenham contraído a doença, das quais 584.000 morreram, 90% delas em África.

Desde o ano 2000, a incidência da malária teve uma redução de cerca de 30% no mundo e cerca de 34% em África.

Os 93 mil milhões de euros necessários para eliminar a doença até 2030 permitiriam salvar 12 milhões de vidas, evitar 3.000 milhões de casos e uma despesa global de 250 mil milhões de euros só se a doença for erradicada na África subsaariana, segundo a RBM.

África deixa de ganhar anualmente 11 mil milhões de euros, em produtividade perdida por causa da doença.

De acordo com a RBM, em 2013 investiram-se no mundo 2.416 milhões de euros em diversos programas e projectos para combater a doença.

Contudo, o montante estimado para que toda a gente que precisa tenha acesso aos métodos preventivos e aos tratamentos para curar a malária é de 4.700 milhões de euros.

A OMS calcula que, para cumprir os seus objectivos de erradicação da malária até 2030, seriam necessários 6.000 milhões de euros anuais até 2020, ano em que tanto a morbilidade como a mortalidade deveriam reduzir-se em cerca de 40% em relação a 2000.

Para 2025, o investimento anual deveria ser de 7.400 milhões de euros e a redução da morbilidade e da mortalidade de 75%.

Para alcançar uma queda da mortalidade e da morbilidade de 90% em 2030, serão necessários 8.300 milhões de euros por ano.

Só em África, calcula-se que 10.000 mulheres morrem ao contrair malária durante a gravidez.

Em 2013, cerca de 15 milhões dos 35 milhões de grávidas na África subsaariana não receberam qualquer dose de tratamento preventivo para se protegerem da doença.

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