ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica apreendeu produtos alimentares impróprios para consumo, azeite, vestuário e...

As apreensões resultaram de várias acções de fiscalização e de inspecção realizadas pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) em todo o país, no domingo e na segunda-feira, para assinalar o Dia do Consumidor.

Em comunicado, a ASAE refere que as acções de fiscalização realizaram-se em todo o circuito comercial, designadamente no armazenamento e comercialização de produtos alimentares, estabelecimentos de restauração e bebidas, distribuição e venda de produtos contrafeitos e actividades exercidas ilegalmente.

No total, os inspectores da ASAE fiscalizaram 273 operadores económicos e instauraram 20 processos-crime, 58 processos de contra-ordenação e 10 suspensões de actividade.

Segundo a ASAE, as principais infracções de natureza criminal verificadas foram a fraude, falsificação de géneros alimentícios e contrafacção de produtos alimentares, enquanto as contraordenações estavam relacionadas com o incumprimento de requisitos de higiene, falta de licenciamento e de afixação de preços.

A ASAE diz ainda que foram apreendidos vários produtos, nomeadamente géneros alimentícios impróprios para consumo, como carne, peixe e produtos de pastelaria, azeite e artigos de vestuário e calçado falsificados, equipamentos de pesagem e moldes, num valor superior a 62.000 euros.

Autoridades francesas alertam
As autoridades de saúde francesas alertaram para o risco de cancro associado ao uso de próteses mamárias, depois de terem...

Segundo o diário francês, a Agência Nacional de Segurança do Medicamento (ANSM) vai promover uma reunião de especialistas nos próximos 10 dias para determinar se há necessidade de alterar a regulamentação do uso destes implantes, admitindo mesmo a sua proibição.

"Se tivermos que proibi-las, é o que faremos", adiantou o director-geral-adjunto da ANSM, François Hébert, que, numa entrevista ao Le Parisien, explicou que nos últimos três anos foram detectados 18 casos de linfoma anaplásico de células grandes (LACG) em mulheres com implantes, tendo uma das doentes morrido.

Em todo o mundo há conhecimento de 173 casos deste tipo de linfoma, que, segundo Hébert, "parece associado às próteses mamárias" e que não se declarou em mulheres que não as têm.

Ainda que se trate de um risco aparentemente reduzido, tendo em conta as 400 mil mulheres que têm implantes em França, os responsáveis de saúde decidiram como primeira medida obrigar os médicos a alertarem as mulheres para este novo risco, enquanto esperam pelo relatório dos especialistas da ANSM sobre o assunto.

A partir da análise dos 18 casos de LACG detectados em França, foi possível perceber que os cancros foram diagnosticados em média entre 11 a 15 anos depois da colocação dos implantes, ainda que num dos casos tenha sido diagnosticado apenas dois anos depois da colocação.

As mulheres afectadas tinham idades entre os 42 e os 83 anos e 14 das 18 tinham próteses do fabricante norte-americano Allergan, que tem uma quota de 30% do mercado francês de próteses mamárias.

Os responsáveis da Allergan, que confirmam estar a participar em discussões com a ANSM sobre este assunto, sublinham a transparência do procedimento, adiantando que o número de casos é muito reduzido para poder tirar conclusões.

Segundo Hébert, não foi detectada qualquer anomalia nas inspecções dessa marca feitas no período 2012-2013, ressalvando que há que "analisar os dados com cuidado" porque muitas mulheres usaram ao longo dos anos próteses de vários fabricantes.

Numa nota de 4 de Março, o Instituto Nacional do Cancro de França (INCA) pede aos médicos que façam um rastreio a este linfoma ao menor sinal, pois, "existe claramente uma ligação entre esta patologia e o uso de um implante".

Os especialistas suspeitam que o problema não está no conteúdo, mas no revestimento do implante.

Hébert recordou o escândalo das próteses do fabricante francês PIP, que trocava o gel autorizado para os implantes por outro mais barato, o que frequentemente causava a ruptura dos implantes.

O fabricante francês foi condenado judicialmente em 2013.

"O escândalo Poly Implant Prothèse mostrou que podia haver perigo. Por isso estamos muito atentos a este tema", assinalou Hérbert.

Estudo divulga
Investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra descobriram um novo mecanismo que explica o atraso no...

Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), liderada por Cláudia Cavadas, “descobriu um novo mecanismo que explica a forma como a diminuição do consumo de calorias atrasa o envelhecimento”, afirma a UC numa nota divulgada.

O estudo foi publicado na última edição da revista norte-americana Procedings of National Academy of Sciences (PNAS).

A investigação do CNC “descreve um mecanismo inédito que explica que a redução de calorias aumenta a molécula ‘neuropeptídeo Y’ (NPY)”, a qual é responsável por estimular a ‘reciclagem celular’, acrescenta a UC.

A ‘reciclagem celular’, denominada autofagia, foi estudada nos “neurónios de uma zona cerebral responsável pelo envelhecimento do corpo, o hipotálamo”.

Os resultados obtidos sugerem que “a redução de calorias, em percentagens de 20% a 40%, sem se prescindir de nutrientes, pode atrasar o envelhecimento em ratinhos, por aumentar a produção de NPY, que estimula, por sua vez, a autofagia no hipotálamo”, explica a mesma nota.

A investigação, realizada durante “cerca de três anos no CNC” e que envolveu vários especialistas, “mostra, pela primeira vez, que o NPY no hipotálamo é um elemento fundamental para que ocorra um aumento da autofagia induzida pela restrição calórica”, sublinha Cláudia Cavadas.

A comunidade científica já sabia que a diminuição de calorias atrasa o envelhecimento, mas este estudo do CNC descobriu que “o NPY explica como esse atraso ocorre no hipotálamo, e é nesta molécula que poderá estar a chave para combater os impactos negativos do envelhecimento”, explica a investigadora.

31 de Março - Dia Nacional do AVC
Na celebração de mais um Dia Nacional do AVC, a Associação Nacional AVC alerta as entidades governamentais para a urgência de...

O número de sessões comparticipadas pelo Ministério da Saúde é inegavelmente insuficiente e em grande parte de discutível qualidade. Além disso, à excepção de Alcoitão e do recém Centro de Reabilitação do Norte, não existem unidades de reabilitação e de promoção da autonomia com condições de excelência e específicas para estes doentes.

Por outro lado, existe uma realidade alarmante quando olhamos para as famílias de um doente de AVC, muitas delas com dificuldades em proporcionar um contexto digno e humano ao seu familiar. “Temos cuidadores que acolhem no seu seio doentes dependentes com muitas vulnerabilidades sociais, económicas e psicológicas. Contextos com carência de alimentos e medicação e com um acompanhamento médico altamente deficitário”, sublinha Clara Fernandes, Presidente da Associação Nacional AVC.

De acordo com os estudos mais recentes, 6 portugueses sofrem um AVC por hora, resultando em 2 a 3 mortes. O estilo de vida actual, os maus hábitos alimentares, o sedentarismo e o tabaco colocam em risco 85% da população portuguesa. “Estes números reflectem um cenário preocupante e que necessita de uma actuação urgente por parte do Governo do ponto de vista da prevenção e sensibilização para os factores de risco do AVC. É imperativamente necessário reflectir e operacionalizar uma política eficiente e concertada inclusive com a única Associação Nacional de doentes para em conjunto diminuirmos esta enfermidade”, remata Clara Fernandes.

Em Coimbra
O Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Manuel Machado, e o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Germano...

A sessão, aberta ao público, tem como tema Delegação de Competências nos Municípios e Entidades Intermunicipais no Domínio da Saúde. Decorre pelas 18H00 no Auditório da Secção Regional do Centro (SRC) da OE.

Pelas suas competências técnicas e científicas, e pelo seu papel no Serviço Nacional de Saúde (SNS), os enfermeiros são protagonistas nesta mudança.

A Ordem dos Enfermeiros quer perceber como os municípios vêem esta questão e como a comunidade a encara.

Com este debate pretende-se saber como e quais as implicações para os cidadãos e para os serviços de saúde. Nesse sentido, importa aprofundar o debate com os reais interlocutores e destinatários e perceber se este se traduz num modelo que represente ganhos efetivos para os cidadãos, na qualidade, na acessibilidade e na universalidade dos cuidados.

A Enfermagem é o pivô do SNS. Apostar cada vez mais nestes profissionais é a via para a sua sustentabilidade, para que o Estado continue a assegurar cuidados de saúde de forma universal, gratuita, acessível a todo o cidadão, respeitando o consagrado na Lei Fundamental, a Constituição da República Portuguesa.

Através do Decreto-lei 30/2015, de 12 de Fevereiro, o Governo aprovou o regime de delegação de competências nos municípios e entidades intermunicipais no domínio da saúde. Tal medida poderá representar grandes mudanças ao modelo de prestação de cuidados de saúde primários às populações e ao próprio SNS, que em finais de 2014 completou 35 anos.

Ciente da importância que a medida reveste, a Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE) convidou para a tertúlia Conversas na Ordem o Dr. Manuel Machado, Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), para debater o tema com o Bastonário Enfº Germano Couto.

Para assistir a Conversas na Ordem foram convidados o Ministro da Saúde e o Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, bem como responsáveis regionais de instituições de Saúde, deputados e representantes dos partidos políticos com assento parlamentar.

Trata-se de um evento da SRC que tem como orador permanente o Bastonário da OE, e que já teve como convidados o Bastonário da Ordem dos Advogados Marinho e Pinto, o presidente da Entidade Reguladora da Saúde, Jorge Simões, e o fundador do SNS, António Arnaut.

A tertúlia é aberta ao público, mas sujeita a inscrição prévia (que pode fazer aqui http://www.ordemenfermeiros.pt/sites/centro/Paginas/default.aspx), limitada à lotação do auditório.

Também pode ser seguida em direto pelo canal Youtube da SRC, em https://www.youtube.com/c/gcicentrooe.

UNICEF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância estimou que o vírus do Ébola infectou uma em cada cinco crianças desde a sua eclosão...

Num relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) sobre o impacto da doença nos três países da África Ocidental mais afectados - Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa -, a organização refere que “milhares de crianças foram infectadas, morreram ou ficaram órfãs por terem contraído o vírus do Ébola”.

“A taxa de mortalidade nas crianças com menos de cinco anos de idade é de 80%, o que significa que uma em cada cinco crianças nessa faixa etária infectadas morreu. Para as crianças menores de um ano de idade, as taxas de mortalidade estão acima dos 95%", refere o documento.

A agência da ONU estima em aproximadamente 10 mil o número de pessoas que morreram devido à doença, desde Janeiro de 2014, e afirma que o vírus “continua” a representar uma “ameaça à vida e o futuro das crianças, das famílias e comunidades” nos três países da África Ocidental considerados.

“Dos 24 milhões de pessoas infectadas pela epidemia, cinco mil são crianças, sendo que, destas, 16 mil perderam um dos progenitores ou principal protector”, assinala o documento.

No entanto, o número de casos semanais nos três países caiu para menos de 100 no final de Janeiro desde ano, comparativamente aos cerca de 1.000 registados em Setembro passado, adianta o relatório.

No passado dia 11 completaram-se mais de duas semanas sem que a Libéria registasse qualquer caso, mas este mês voltaram a aparecer casos na Serra Leoa e Guiné-Conacri, o que “demostra a necessidade de constante vigilância e de se tomar providências urgentes”, defende o UNICEF.

“O Ébola tem tido um impacto devastador sobre as crianças na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa. Para proteger as crianças e as comunidades é fundamental derrotar este flagelo, enquanto se trabalha para restabelecer os serviços básicos”, defendeu a organização, que estima que as crianças representam “20%” dos casos de infecção.

A Coordenadora de Emergência Global da UNICEF para Ébola, Barbara Bentein, considerou que "o surto não vai acabar até que não haja nenhum caso, e cada contacto único for rastreado e monitorado”.

“Não podemos dar ao luxo de ceder. Ao mesmo tempo, os serviços básicos precisam ser restabelecidos com segurança e responsabilidade”, disse Barbara Bentein, citada numa nota da UNICEF.

“Para muitos dos nove milhões de crianças que vivem em áreas afectadas, o Ébola foi aterrorizante. Estas crianças têm visto a morte e o sofrimento além de sua compreensão, e têm visto pessoas em trajes assustadores a remover corpos”, descreve o relatório.

O documento também aponta para o papel que as comunidades estão a jogar na busca de respostas visando eliminar a doença, ao mostrar "tendências encorajadoras de comportamentos seguros.

Exemplificando, o documento cita uma pesquisa na Libéria que indica que 72% dos inquiridos acreditam que qualquer pessoa com sintomas de Ébola poderá melhorar se tiver atendimento num centro de tratamento, “o que é significativo, porque muitos preferiam manter as vítimas do Ébola em casa espalhando a infecção na comunidade”.

Em resultado desta alteração comportamental, a agência da ONU assegura que milhares de crianças já estão imunizadas contra outras doenças mortais, como o sarampo, o que ajudou a minimizar o risco de infecções do Ébola quando as escolas reabriram meses depois de encerramentos que deixou cinco milhões de crianças fora da escola.

Sakellarides sublinha
O presidente da Fundação para a Saúde, Constantino Sakellarides, criticou o programa de ajustamento, por não antecipar os...

Nos últimos quatro anos, assistiu-se a "um absolutismo financeiro", sendo necessárias políticas "mais compatíveis com o bem-estar" e em que a "saúde" seja um objectivo, disse Constantino Sakellarides, salientando a importância de se repor uma "agenda da saúde".

"Sob o risco de a saúde pública se tornar irrelevante", para Sakellarides é importante que esta "pese nas políticas do país".

O presidente da Fundação para a Saúde frisou que o programa de ajustamento "tinha de ter sucesso obrigatório", não sendo baseado em factos e nem previu qualquer tipo de monitorização do impacto das políticas.

Esta é uma das críticas de um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Observatório Europeu sobre Sistemas e Políticas de Saúde, do qual Sakellarides é um dos autores e que foi apresentado em Coimbra, na sede da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM).

Por não haver uma antecipação de efeitos, não foi feita uma monitorização e não se minimizaram os danos com uma intervenção precoce, apontou.

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, também presente na sessão de apresentação do estudo, corroborou a posição de Sakellarides, afirmando que se houvesse um acesso "transparente" a dados sobre a saúde nem seria necessário o estudo.

"Além da verdade oficial, há uma realidade preocupante no terreno", protestou.

A presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, Marta Temido, presente na plateia, realçou que "a saúde saiu da agenda política da saúde", tendo sido substituída por "objectivos no curto prazo", que muito pouco têm que ver "com a saúde pública e com a saúde dos cidadãos.

"Os objectivos na saúde não são o equilíbrio orçamental, mas a melhoria da qualidade de vida", notou.

Pedro Graça, da Direcção-Geral da Saúde, apontou para os efeitos da crise na própria cooperação, dizendo que "há mais tensão entre classes profissionais", referindo que estas trabalham "menos e pior de forma conjunta".

Além desse aspecto, a experimentação na saúde é hoje "muito reprimida".

O presidente da SRCOM, Carlos Cortes, alertou para o risco de se cair "no erro" do esquecimento das políticas que correm mal.

"A teoria da negação pode ser perigosa", salientou.

Na Europa
Bayer HealthCare anunciou que EYLEA® (solução injectável aflibercept) foi aprovada pela Comissão Europeia para o tratamento de...

Esta nova indicação inclui o Edema Macular secundário à oclusão venosa de ramo (OVR), em adição à indicação anteriormente aprovada para o tratamento da perda de visão associada ao Edema Macular secundário à Oclusão da Veia Central da Retina (OVCR). A abordagem terapêutica recomendada é iniciar o tratamento com injecções mensais até a acuidade visual máxima ser atingida e/ou não serem identificados quaisquer sinais de actividade doença. O tratamento pode ser continuado segundo um regime Treat&Extend, com aumento gradual do intervalo entre injecções de forma a manter estáveis os resultados visuais e/ou anatómicos.

“A Oclusão Venosa Retiniana é uma doença crónica que requer um tratamento precoce e um acompanhamento permanente de forma a obter o melhor resultado visual, o que é crucial para muitos doentes que ainda estão em idade activa”, disse Dr. Joerg Moeller, membro do Bayer Healthcare Executive Committee e Head of Global Development. “Esta nova opção terapêutica permite aos médicos fornecerem um tratamento individualizado por doente, maximizando o tempo entre tratamentos. Isto reduz o impacto do tratamento nos doentes, médicos e clínicas, sem pôr em causa os resultados na visão.”

A aprovação baseia-se em resultados positivos do estudo VIBRANT, um estudo de fase III, com dupla-ocultação, aleatorizado, controlado com comparador activo em doentes com oclusão venosa de ramo. O endpoint primário foi a proporção de indivíduos com ganho superior a 15 letras na melhor acuidade visual corrigida (MAVC) desde a avaliação inicial à semana 24, avaliado de acordo com a Escala de Tratamento Precoce de Retinopatia Diabética (ETDRS), uma escala padrão usada em investigação clínica para medir a acuidade visual. Mais de metade dos doentes tratados com solução injectável de aflibercept apresentaou ganhos de pelo menos três linhas de visão.

Sobre o estudo de fase III VIBRANT
VIBRANT é um estudo de Fase III, de 52 semanas, controlado com grupo comparador activo, em dupla ocultação, aleatorizado, que comparou o tratamento com uma solução injectável aflibercept de 2 miligramas (mg), mensal com a fotocoagulação a laser em doentes com edema macular secundário a OVR. Na semana 24, o endpoint primário do estudo, 53% dos doentes que receberam solução aflibercept injectável 2 mg em regime mensal, ganharam pelo menos 15 letras EDTRS (equivalente a três linhas) na melhor acuidade visual corrigida (MAVC), em comparação com 27% dos doentes em tratamento com laser (p <0,001). Além disso, aflibercept atingiu um endpoint secundário chave, alcançando um ganho de 17,0 letras ETDRS, em comparação com um ganho de 6,9 letras em doentes que receberam laser (p <0,0001).

A solução aflibercept para injecção no olho foi geralmente bem tolerada. Até à semana 24, os eventos adversos oculares mais comuns em doentes tratados com aflibercept foram hemorragia conjuntival e dor ocular. A incidência de eventos adversos graves (EAG) foi de 9,9% no grupo em tratamento com aflibercept e de 9,8% no grupo com laser. Até a semana 24 ocorreu uma morte e um evento tromboembólico arterial (com adjudicação APTC). Ambos os eventos ocorreram em doentes do grupo laser. Não houve casos de inflamação intra-ocular. Houve um EAG ocular, uma catarata traumática, num doente do grupo em tratamento com aflibercept.

Sobre Oclusão da Veia Retiniana
A Oclusão Venosa Retiniana (OVR, oclusão do ramo ou da veia central da retina) é uma doença crónica que pode levar à perda súbita de visão e é, depois da retionopatia diabética, a causa mais frequente de perda de visão devido a doenças que afectam vasculatura retiniana. Apesar de a doença afectar de forma diferente os doentes, todos correm o risco de perda de visão com consequências para a sua vida activa e impactos financeiros para os doentes, famílias e para sociedade em geral. A OVR tem um impacto global significativo com uma estimativa de 16,4 milhões de pessoas afectadas em todo o mundo, incluindo cerca de 13,9 milhões com oclusão do ramo da veia da retina (OVR) e 2,5 milhões com oclusão da veia central da retina (OVCR).

Sobre o VEGF e aflibercept solução para injecção no olho
O Factor de Crescimento do Endotélio Vascular (VEGF) é uma proteína que existe naturalmente no corpo humano. O seu papel fisiológico num organismo saudável é desencadear a formação de novos vasos sanguíneos (angiogénese) que suportam o crescimento dos tecidos e órgãos do corpo humano. Está também associado ao crescimento de novos vasos sanguíneos anómalos no olho, os quais apresentam maior permeabilidade, que conduz ao edema.

O aflibercept é uma proteína de fusão recombinante, que consiste em fracções dos domínios extracelulares dos receptores 1 e 2 do VEGF humano combinadas com a fracção Fc da IgG1 humana e formulada como uma solução isosmótica para administração por via intravítrea. O aflibercept actua como um receptor decoy solúvel que se liga ao VEGF-A e ao Factor de Crescimento Placentário (Placental Growth Factor – PlGF), inibindo a activação e a ligação destes aos receptores endógenos do VEGF.

Aflibercept solução para injecção no olho foi aprovado sob a marca EYLEA® em mais de 80 países para o tratamento de doentes com degenerescência macular relacionada com a idade (DMI) neovascular (húmida) e em cerca de 40 países para o tratamento de deficiência visual devido a edema macular secundário a oclusão da veia central da retina (OVCR). EYLEA® está também aprovado para o tratamento do edema macular diabético (DME) em mais de 40 países. Mais de três milhões de doses de EYLEA® foram administradas desde o seu lançamento em todo o mundo. No Japão, EYLEA® foi adicionalmente aprovado para o tratamento da neovascularização de coróide associada à miopia e foi também apresentado um pedido de autorização de introdução no mercado para o tratamento de edema macular secundário a ORVCR. Nos Estados Unidos, EYLEA® já está aprovado para o tratamento de ORVCR.

Por um dia
No próximo dia 20 de Março há 300 escolas do país que vão ter um dia diferente, o Dia do Nariz Vermelho. Alunos e professores...

O Dia do Nariz Vermelho pretende sensibilizar alunos e professores para o trabalho dos Doutores Palhaços nos hospitais e, simultaneamente, angariar fundos para a Operação Nariz Vermelho (ONV).

“Porque estar doente não tem graça nenhuma, recordamos que os donativos permitirão que os Doutores Palhaços continuem a receitar alegria e sorrisos a mais de 40.000 crianças hospitalizadas anualmente”, explica Magda Ferro, Coordenadora de Comunicação e Eventos da ONV.

Este ano a ONV associou-se à Science4You e oferecerá às escolas o jogo “Rir é o Melhor Remédio”, um divertimento de cooperação para jogar com amigos ou família e que é inspirado nos Doutores Palhaços. Através de várias tarefas, questões e actividades as crianças fazem o percurso pelo tabuleiro “hospital” receitando alegria! Aos jogadores lança-se o desafio de criarem o seu próprio Doutor Palhaço com imaginação suficiente para criarem os seus personagens e que o façam de forma responsável, com materiais reciclados ou reutilizáveis. O objectivo deste jogo é que se compreenda a importância da solidariedade social mas também do sorriso e o papel que os Doutores Palhaços têm diariamente na vida de milhares de crianças hospitalizadas.

Em 2014, o Dia do Nariz Vermelho permitiu angariar 115.000 euros em donativos, o que, na prática, garantiu a visita semanal de uma dupla de Doutores Palhaços a quatro hospitais durante um ano. A edição o ano passado contou com a participação de 220 escolas, envolvendo mais de 90.000 alunos.

Esta iniciativa é apoiada pela Fundação da Juventude, Lidergraf, MRW e Science4You, contando com o apoio dos seguintes media partners: Meo Kids, Sic K, RFM, Rádio Renascença e Mega Hits.

No site www.diadonarizvermelho.pt lançado hoje, encontra-se disponível toda a informação sobre a iniciativa, bem como fotos da acção em 2014 e um resumo dos resultados alcançados nesse ano.

Hospital de Coimbra
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra celebrou um protocolo com o Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde,...

O Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), da Universidade de Coimbra, e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) querem "estudar cientificamente o que se passa no cérebro de pessoas com tendência para o suicídio ou para a violência", passando todo o trabalho desenvolvido no CHUC em torno da violência "para o lado da ciência", disse o presidente do conselho de administração, José Martins Nunes, à margem da assinatura do protocolo.

Dessa forma, foi assinado um protocolo entre as duas instituições que prevê a criação de uma "Unidade Avançada de Pesquisa e Imagem do Trauma Psicogénico", para o desenvolvimento de projectos conjuntos.

O CHUC tem vindo a criar "mecanismos" e unidades em torno da violência e de situações traumáticas, aliando-se agora ao ICNAS, que desenvolve "um excelente trabalho" de investigação, sublinhou.

"Queremos liderar o país nesta questão de se perceber o que se passa no cérebro das pessoas", referiu, explanando que a investigação vai já começar com recursos próprios, sendo possível, no futuro, "envolver fundos comunitários".

Para José Martins Nunes, é fundamental tentar compreender "se há uma relação entre o cérebro" e comportamentos violentos.

Esta é uma matéria "não estudada", sendo necessário criar-se "conteúdo científico" sobre o mesmo problema, apontou o presidente do CHUC.

O ICNAS, criado em 2009, possui valências de áreas como a biologia, medicina ou física, e realiza exames médicos especializados em neurologia, cardiologia e oncologia e investigação focada nas neurociências e doenças crónicas.

Devido à crise
O director do Programa Nacional para a Saúde Mental afirmou que houve “um acréscimo muito significativo” de crianças e...

“Desde que a crise tem estado mais significativa o que empiricamente tenho recolhido da parte dos meus colegas dos serviços de saúde mental de adultos, de crianças e adolescentes é que há um aumento de recursos a serviços de urgência por situações de depressão e de ansiedade”, disse Álvaro de Carvalho.

No caso das crianças e jovens houve “um acréscimo muito significativo”, adiantou o psiquiatra, que falava a propósito de um relatório da Organização Mundial da Saúde e do Observatório Europeu sobre Sistemas e Políticas de Saúde hoje divulgado, que sublinha as evidências "bem documentadas" do impacto da crise na saúde mental.

Álvaro de Carvalho explicou que esta situação “não é de estranhar, porque havendo crise nas famílias, originada em dificuldades económicas, desemprego, etc., é inevitável que os elos mais fracos”, as crianças e os adolescentes, repercutam essa situação de tensão.

Na base destas idas às urgências estão situações de depressão e ansiedade, mas também tentativas de suicídio de jovens adolescentes.

“Os meus colegas responsáveis dos serviços de psiquiatria do Porto (Centro Hospitalar do Porto) e de Lisboa (Hospital D. Estefânia) registaram um aumento de recursos às urgências também com tentativas de suicídio de jovens adolescentes com origem em famílias com rendimento médio e médio alto, contrariamente ao que era tradicional”, adiantou.

Defendendo que os pais devem estar atentos a estas situações, o psiquiatra explicou que no caso destas crianças e jovens, os pais estão “tão preocupados com a crise” que estão menos atentos e menos sensíveis aos sinais de alarme emitidos pelos filhos.

Estes sinais de alarme são “bastante inespecíficos”, mas nas crianças e jovens a depressão manifesta-se mais através da ansiedade, dificuldade de concentração, problemas alimentares, alterações do sono e automutilações, que têm estado a aumentar, o que pode estar relacionado com a situação de crise, adiantou.

Ressalvando que não há dados epidemiológicos em Portugal sobre o impacto da crise a nível da saúde mental, o psiquiatra disse que a evidência internacional de outras crises na União Europeia aponta para um crescimento significativo da depressão e da ansiedade.

“A evidência também mostra que na maioria dos países esse aumento da depressão e ansiedade está associado ao aumento de pessoas com ideação suicida e eventualmente de risco de concretização do suicídio”, adiantou.

“Mas aparentemente nesta crise, Portugal e Espanha parecem ter menos aumento de suicídio com a crise do que a Grécia, por exemplo”, disse Álvaro de Carvalho, baseando-se em “dados ainda muito preliminares”.

Apesar de não ter havido um reforço significativo dos cuidados de saúde mental, houve um aumento do número de serviços comunitários.

“A maioria das pessoas em Portugal com problemas emocionais recorre em primeira linha aos cuidados de saúde primários e na medida em que haja uma articulação entre as equipas de saúde mental comunitárias e os cuidados de saúde primários há melhor capacidade de diagnóstico”, explicou.

No entanto, o número de consultas manteve-se porque os transportes aumentaram e as pessoas que estão empregadas deixaram de ter tanta facilidade para irem a uma consulta ou a um tratamento.

Por outro lado, “as pessoas em crise nem sempre, por pudor, evidenciam os sintomas emocionais”, frisou.

Em Abril
A ARS-Norte vai lançar em Abril novos concursos para a contratação de “70 a 80” médicos de família destinados a colmatar alguns...

No final de uma reunião com o novo presidente da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte), Álvaro Almeida, destinada a debater “alguns problemas do sector no distrito”, Virgílio Macedo referiu ter recebido a indicação de que “irá ser dada particular atenção aos concelhos do Baixo Tamega, nomeadamente a Felgueiras e Baião, que têm ainda algumas deficiências em termos de cobertura de médicos de família”.

“Essa situação será obviamente resolvida com estas novas contratações no curto prazo e penso que isso é uma boa notícia para as suas populações”, considerou.

Virgílio Macedo contou que, de acordo com as informações recebidas do presidente da ARS-Norte, “estão em negociação novos acordo com as Misericórdias de Felgueiras e Marco de Canaveses”.

“Para além de haver a renegociação do protocolo existente, poderá existir a possibilidade de alargamento de serviços, nomeadamente de consultas e de pequenas cirurgias”, sustentou.

Na reunião foi ainda comunicado ao Grupo Parlamentar do PSD/Porto que foram já lançadas as obras para a abertura de dois novos centros de saúde no distrito, um na Batalha, no Porto, e o segundo em Vilar de Andorinho, Vila Nova de Gaia. Foi também referido que, a curto prazo, vai ser iniciado o processo de reconstrução do Centro de Saúde de S. Martinho do Bougado, na Trofa.

Os deputados social-democratas questionaram ainda a ARS-Norte sobre o porquê da não abertura da Unidade de Saúde Familiar (USF) de S. Martinho do Campo, em Santo Tirso.

“Segundo o presidente da ARS-Norte, desde o dia 9 de Fevereiro que a Câmara Municipal de Santo Tirso tem um protocolo para analisar e para ser assinado entre as duas entidades, para que finalmente essa USF seja aberta”, disse Virgílio Macedo.

Segundo o deputado do PSD, “trata-se de uma USF que está pronta a ser utilizada e que vai servir 15 mil utentes. Ainda não foi aberta porque desde o dia 9 de Fevereiro os serviços jurídicos da Câmara de Santo Tirso não tiveram oportunidade de validar o protocolo que foi enviado, a tempo e horas, por parte da ARS-Norte”.

“Aqui faço um apelo ao presidente da autarquia para que dê uma ajuda na sua Câmara para que os utentes de S. Martinho do Campo tenham finalmente uma USF nova a funcionar, como merecem, porque efetivamente isso só depende da Câmara de Santo Tirso e não da ARS”, frisou.

De acordo com informações prestadas pela ARS-Norte ao Grupo Parlamentar do PSD/Porto, liderado por Virgílio Macedo, “cerca de 96% do utentes do distrito tem médico de família, o que é uma média muito superior à média nacional”.

Alzheimer Portugal apela ao Governo
A propósito da I Conferência Ministerial da Organização Mundial de Saúde, que se celebra nos dias 16 e 17 de Março em Genebra,...

Nesta carta, a Alzheimer Portugal procurou alertar para a extrema importância de que se reveste a realização da Conferência da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre Acção Global Contra a Demência, na qual Portugal deveria estar representada ao mais alto nível por forma a contribuir para que a problemática da Demência se torne prioritária a nível global.

No mesmo documento endereçado ao Executivo português, a Associação procurou sensibilizar para a urgência em se dar seguimento ao previsto Plano Nacional para as Demências, em cuja criação e posterior implementação a Alzheimer Portugal se propõe colaborar, dada a sua experiência de longos anos no apoio a pessoas com demência e aos seus cuidadores.

“Os mais recentes dados epidemiológicos apontam para a existência de 182.000 pessoas com demência em Portugal, das quais 130.000 têm doença de Alzheimer, forma de demência mais prevalente. No entanto, não existe em Portugal um Plano Nacional para as Demências, ao contrário do que se verifica em vários países da Europa, resultando numa inexistência de respostas especializadas. Os impactos sociais e económicos desta doença progressiva são cada vez mais relevantes e as diferentes exigências ao longo do percurso requerem, por um lado, apoio e formação aos cuidadores através de uma intervenção pluridisciplinar e de proximidade e, por outro lado, serviços e respostas específicos para pessoas com Demência. Acreditamos que só assim será possível melhorar, desdramatizar e valorizar o acto de cuidar, contribuindo para uma melhoria da qualidade de vida das pessoas com Demência e para uma promoção dos seus direitos”, refere Carneiro da Silva, Presidente da Direcção da Alzheimer Portugal.

Para a Alzheimer Portugal, os eixos fundamentais de um Plano Nacional para as demências deverão incluir aspectos como:

1 - Melhoria da qualidade de vida das Pessoas com Demência e dos seus cuidadores, abrangendo-se aqui as questões que se prendem com a intervenção farmacológica e não farmacológica, com os apoios sociais e com os equipamentos, através da criação e implementação de políticas de saúde e de enquadramento social específicas;

2 - Investigação sobre as causas, prevenção e diagnóstico da Doença de Alzheimer e recolha de dados epidemiológicos.

3 - Criação de quadro jurídico definidor dos Direitos das Pessoas em situação de incapacidade, incluindo o enquadramento legal dos cuidados, da intervenção e da investigação.

4– Definição, a partir do conhecimento dos meios actuais e das necessidades reais das pessoas com demência e dos seus cuidadores, da rede de apoios e cuidados de saúde, devidamente articulada, definindo as competências públicas e da sociedade civil, assim como os respectivos financiamentos.

A nível europeu, está a decorrer a campanha da Alzheimer Europe para a assinatura online da Declaração de Glasgow, que apela à criação de uma estratégia europeia para as demências e de estratégias nacionais em todos os países da Europa. Os signatários apelam também a todos os líderes do mundo para que reconheçam a Demência como uma prioridade de saúde pública e para que desenvolvam um plano de acção global para as demências. Mais de 200 portugueses já assinaram a Declaração, sendo Portugal um dos países com mais subscritores. Marisa Matias, eurodeputada do Bloco de Esquerda assinou também a Declaração de Glasgow, sendo a primeira deputada portuguesa a fazê-lo e, até agora, a única.

Codeína
O Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância da Agência Europeia do Medicamento concluiu a revisão de segurança dos...

Esta revisão surgiu, conforme divulgado na circular informativa n.º 095/CD/8.1.7, de 11/04/2014, na sequência da revisão dos medicamentos contendo codeína utilizados no alívio da dor em crianças.

Os efeitos da codeína devem-se à sua conversão, no organismo, em morfina. O Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC) considerou que esta conversão em morfina, em crianças com idade inferior a 12 anos, é variável e imprevisível pelo que, apesar dos efeitos secundários induzidos pela morfina poderem ocorrer em qualquer faixa etária, as crianças são alvo de um risco particular. Adicionalmente, crianças que já tenham problemas respiratórios são mais susceptíveis aos efeitos da codeína.

O PRAC referiu ainda que a eficácia da codeína no tratamento da tosse em crianças é limitada.

Face ao exposto, o PRAC recomenda o seguinte:
- A contraindicação em crianças com idade inferior a 12 anos;
- A não utilização destes medicamentos em crianças com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos e com problemas respiratórios;
- A contraindicação em indivíduos que sejam metabolizadores ultra-rápidos (com maior risco de intoxicação);
- A contraindicação em mulheres que estejam a amamentar (devido ao risco para o bebé);
- A obrigatoriedade de utilização de embalagens com abertura resistente a crianças nas formulações orais líquidas, a fim de evitar a ingestão acidental.

Estas recomendações são semelhantes às emitidas anteriormente para os medicamentos contendo codeína utilizados no alívio da dor de que resultaram restrições para garantir que só devem ser utilizados em crianças para as quais os benefícios são maiores que os riscos.

As recomendações do PRAC serão remetidas ao Grupo de Coordenação (CMDh), que emitirá uma posição.

Estudo
Um estudo indica que a crise no Sistema Nacional de Saúde é o mais recente sinal das medidas de austeridade.

A saúde dos portugueses está cada vez mais fragilizada, verificando-se, nomeadamente, o aumento de infecções ou depressões devido às políticas de austeridade que entraram em Portugal há três anos, dá conta o Jornal de Notícias.

O estudo ‘O impacto da crise financeira no sistema de saúde e na saúde em Portugal’, realizado pela Organização Mundial de Saúde e o Observatório Europeu sobre Sistemas e Políticas de Saúde em 2013, explica que o ajustamento financeiro se tem vindo a sobrepor ao bem-estar das populações.

“Dizer que o programa de ajustamento teve efeitos muito negativos na saúde das pessoas é assumir o fracasso”, afirma um dos autores do estudo, Constantino Sakellarides.

Embora o Governo rejeite esta ideia, os dados mostram a degradação quer da saúde dos portugueses, quer do próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A crise nas urgências, com as longas esperas e morte de doentes que aguardavam atendimento, é um sinal desta degradação.

Também a depressão é um exemplo paradigmático de como os sucessivos alertas foram ignorados. O primeiro surgiu em 2012, mas nada foi feito entretanto. “Seria de esperar que as autoridades do país estudassem o assunto e tomassem medidas, mas nada foi feito”, critica o investigador. Sabe-se agora que a depressão aumentou em 2014, em todas as regiões.

A crise e as medidas de austeridade trouxeram também o aumento de infecções, principalmente respiratórias, em virtude do empobrecimento das crianças e na degradação das condições de vida dos idosos. “É preciso colocar a saúde no centro da agenda política e acelerar a transição para um modelo de equilíbrio entre políticas financeiras, económicas e sociais”, acrescenta Sakellarides.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Seis regiões do país apresentam hoje risco alto de exposição à radiação ultravioleta, informou o Instituto Português do Mar e...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Faro, Beja, Évora, Penhas Douradas, Funchal, Porto Santo (arquipélago da Madeira), apresentam hoje risco alto de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Para as regiões com níveis altos, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt, guarda-sol e protector solar.

De acordo com o IPMA, a radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde se o nível exceder os limites de segurança, sendo que o índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o baixo e o extremo, com onze.

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, aumentando gradualmente de nebulosidade a partir do final da tarde.

A previsão aponta ainda para vento em geral fraco predominando do quadrante sul, tornando-se moderado nas terras altas a partir do final da tarde, possibilidade de ocorrência de neblina ou nevoeiro matinal e acentuado arrefecimento nocturno, com formação de geada nas regiões do interior, em especial do norte e centro.

Em Lisboa as temperaturas vão variar entre 6 e 17 graus Celsius, no Porto entre 5 e 15, em Vila Real entre 2 e 16, em Viseu entre 3 e 15, em Bragança entre 0 e 14, na Guarda entre 1 e 11, em Castelo Branco entre 4 e 17, em Coimbra entre 3 e 17, em Évora entre 3 e 19, em Beja entre 6 e20 e em Faro entre 8 e 17.

Organização Mundial da Saúde
Um estudo da Organização Mundial da Saúde e do Observatório Europeu sobre Sistemas de Saúde considera que as taxas moderadoras...

As isenções às taxas moderadoras, apesar de "protegerem os pobres" dessas mesmas taxas, reintroduzem "no sistema de saúde certificados de pobreza", que estão mais próximos de uma visão assistencialista da saúde do que do "princípio da universalidade", critica o estudo, que é apresentado hoje em Coimbra, na sede da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

Apesar de a sua criação ter sido justificada como forma de "regular o acesso à saúde", as taxas moderadoras surgem no programa de ajustamento na área de "financiamento", aponta o documento.

"A sua lógica parece ser essencialmente de recolha de receitas", observa, sublinhando, porém, que para as taxas moderadoras serem uma "contribuição significativa" no orçamento da saúde (em 2012, 1,7%), as taxas teriam de atingir "elevados níveis, que seriam politicamente inviáveis e que afectariam fortemente o acesso aos cuidados de saúde".

Constantino Sakellarides, um dos autores do estudo, disse que as taxas "impedem a utilização abusiva, mas também impedem a utilização necessária" dos serviços de saúde.

De acordo com o autor, na agenda do "programa de ajustamento há uma grande ênfase nos aspectos financeiros e nenhuma preocupação com a saúde e bem-estar", apelidando esta mesma agenda de "absolutista".

"Este tipo de foco na questão financeira e nada de bem-estar não é aceitável", sublinhou.

O estudo do qual é um dos autores foi realizado em 2013 e publicado em 2014, sendo agora feita a sua apresentação pública em Coimbra.

Organização Mundial da Saúde
A despesa em cuidados de saúde por habitante em Portugal está 20% abaixo da média europeia, divulga um estudo da Organização...

O estudo, que é apresentado hoje em Coimbra, na sede da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, refere que, apesar da despesa em saúde representar 10,2% do PIB, estando acima da média europeia (8,5%), a despesa per capita, em 2012, estava "20% abaixo da média europeia".

A despesa em saúde por habitante tinha vindo a aumentar de 2000 a 2010, baixando desde esse ano até 2012.

A despesa pública como parte da despesa total em saúde mantém-se "essencialmente inalterada de 2008 a 2011", registando 65% da despesa total, acompanhada de uma ligeira quebra em 2012 para 62,6%, abaixo, também, da média europeia, em que a despesa pública representa 72,3% da despesa total em saúde.

Dessa forma, a despesa privada aumentou ligeiramente, passando de 35% em 2008 para 37,4% da despesa total em saúde em 2012, explicita o estudo.

Segundo o documento, o orçamento do Serviço Nacional de Saúde, depois de um crescimento entre 2005 e 2010, decresceu em 2011 e 2012.

A dotação do Serviço Nacional de Saúde reduziu em 13,5% entre 2010 e 2012, mas, se se incluírem "despesas adicionais" por parte da administração central que eram realizadas e que deixaram de existir em 2012, o decréscimo situa-se nos 14,4%, apontam os autores.

O documento sublinha que foi possível registar um impacto negativo da crise "na saúde mental" e nos comportamentos de procura de cuidados de saúde, "principalmente nos grupos mais vulneráveis".

O estudo foi realizado em 2013 e publicado em 2014, sendo agora apresentado ao público.

OMS critica e quer transparência
Um estudo da Organização Mundial da Saúde e do Observatório Europeu sobre Sistemas e Políticas de Saúde critica a falta de...

O estudo, que é apresentado hoje em Coimbra, na sede da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, conclui que as medidas do programa de ajustamento se centraram na redução de custos, racionalização do uso de recursos no sector e aumento de receitas, sem considerar "os potenciais efeitos da austeridade na saúde".

Uma "das mais significativas omissões" do programa foi "a falta de avaliação precoce do impacto da crise na saúde" e de medidas de austeridade associadas, sublinha o estudo, intitulado "O impacto da crise financeira no sistema de saúde e na saúde em Portugal".

"Com melhor monitorização, os decisores políticos poderiam ter desenhado medidas adequadas para minimizar efeitos negativos na saúde", defendeu, sublinhando a necessidade de se adoptar uma abordagem "transparente" que permita uma avaliação baseada em factos do "verdadeiro impacto da crise na saúde".

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), é necessário colocar a saúde de forma visível "na agenda política", através de uma "abordagem compreensiva" e observando de forma explícita os efeitos das políticas financeiras, económicas e sociais neste sector.

A monitorização dos sistemas "para garantir que resultados adversos na saúde não ocorram" "parece" que não foi tida em conta, aponta o estudo, realçando ainda que estratégias locais de saúde "intersectoriais" para responder à deterioração de determinantes sociais de saúde "não foram adoptados".

Para os investigadores que desenvolveram o estudo, foi "difícil" identificar efeitos dos cortes no orçamento, das reduções salariais ou das alterações das condições de trabalho, por falta de dados.

Apesar de evidências "bem documentadas" do impacto da crise na saúde mental e no comportamento de procura de cuidados de saúde, no presente, "não é possível identificar contributos relativos do empobrecimento, aumento de taxas a utentes, dificuldades no transporte e riscos do desemprego".

"O modelo de ajustamento tinha que ter sucesso" e, portanto, não poderia haver "qualquer alusão" a impactos negativos na saúde, pois esses efeitos seriam uma forma de mostrar que o programa não resulta, disse Constantino Sakellarides, um dos autores do estudo.

O estudo foi realizado em 2013 e publicado em 2014, sendo agora apresentado publicamente em Coimbra.

Estudo
Um estudo da Organização Mundial da Saúde e do Observatório Europeu sobre Sistemas de Saúde alerta que "piorar as...

"Racionalizar recursos do Serviço Nacional de Saúde é certamente um importante contributo para melhorar a sustentabilidade, mas piorar as condições de trabalho" pode ser contraproducente e comprometer a sua "sustentabilidade financeira", apontou o estudo que é apresentado hoje em Coimbra, na sede da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

Segundo esse documento, foram implementadas num curto espaço de tempo um grande número de medidas, sem a consideração das suas consequências ou "da capacidade de implementação da administração de saúde" portuguesa.

Como resultado da ausência de tais considerações, "algumas iniciativas não atingiram por completo os seus objectivos".

O estudo sublinha que os "cortes orçamentais, reduções salariais, condições adversas para gestores de unidades de saúde e para profissionais de saúde" poderão ter "efeitos negativos nos processos" de cuidados de saúde em Portugal.

Apesar disso, os autores apontam também desenvolvimentos positivos registados nos últimos anos.

Protecção orçamental, esforços para com as dívidas acumuladas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), iniciativas para melhorar a equidade, revisão dos subsídios estatais para subsistemas públicos, medidas direccionadas para a racionalização de recursos e melhoria da eficiência dos serviços foram alguns dos pontos realçados.

O estudo, intitulado "O impacto da crise financeira no sistema de saúde e na saúde em Portugal", foi realizado em 2013 e publicado em 2014, sendo agora apresentado publicamente, em Coimbra.

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