ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica instaurou dois processos-crime, por abate clandestino de animais, e ainda...

Em comunicado, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) explica que a fiscalização, durante duas semanas, foi feita nos concelhos de Monção, Anadia e Palmela, e acrescenta que o abate clandestino de animais para consumo humano acarreta “riscos associados ao consumo dessa carne” proveniente de estabelecimentos não licenciados.

Além dos dois processos crime, precisa a ASAE no comunicado, foram instaurados mais dois processos contraordenacionais, “por incumprimento das condições higiénicas e técnicas, na distribuição/venda de carnes, e falta de licenciamento industrial”.

Nesta investigação foram apreendidas quase meia centena de carcaças de leitão além de carcaças de ovino (três) e dois fornos, tudo num valor de 3.800 euros.

Na semana passada, numa investigação diferente, a ASAE apreendeu 37,5 toneladas de sementes de soja, no valor de 39 mil euros, por falta de condições de higiene e ausência dos certificados de importação.

“Geração Saudável”
A diabetes e o uso responsável de medicamentos são temas de dois livros informativos para crianças e jovens, que inauguram a...

A coleção, que começa com os livros “A ilha dos diabretes” e “Atento ao medicamento”, é uma parceria entre aquela organização e a editora Pato Lógico e será apresentada na quarta-feira, no âmbito da sessão comemorativa dos cinco anos do projeto, a decorrer no Infarmed, em Lisboa.

De acordo com a editora Pato Lógico, “A ilha dos diabretes” é assinado pela escritora Carla Maia de Almeida, em co-autoria com os farmacêuticos Cristina Cunha Cardoso e Pedro Borrego.

Com ilustração de João Fazenda, o livro alerta para a diabetes, explica causas e efeitos, elucida sobre o que é a insulina e sugere estilos e práticas de vida saudáveis, para se evitar a doença, comum entre os portugueses.

A revisão científica do livro coube a João Jácome de Castro, diretor do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Hospital das Forças Armadas.

O segundo volume da coleção, “Atento ao medicamento”, escrito por Carla Maia de Almeida e ilustrado por João Fazenda, introduz os leitores numa farmácia de bairro, para explicar como funciona este espaço e o que faz um farmacêutico.

“Não tomamos medicamentos só quando estamos doentes. Também recorremos a eles com o objetivo de prevenir doenças, aumentando assim o nosso bem-estar e qualidade de vida. Num ou noutro caso, é fundamental fazer um uso atento e responsável do medicamento”, lê-se na nota de imprensa da editora.

A coleção literária faz parte do projeto “Geração Saudável”, lançado em 2011 pela Ordem dos Farmacêuticos, com o objetivo de promover práticas de vida saudável, alertar e informar sobre problemas de saúde. O projeto foi desenhado sobretudo para crianças e jovens, em particular em ambiente escolar.

“A ilha dos diabretes” e “Atento ao medicamento” são os primeiros livros informativos escritos pela autora e jornalista Carla Maia de Almeida. É autora ainda de várias obras de ficção para crianças e jovens, entre as quais “Não quero usar óculos”, “Onde moram as casas”, “Amores de família” e “Irmão lobo””.

Por ano
Cerca de 12 mil estudantes de 55 escolas do país vão receber no próximo ano formação sobre medicamentos, comportamentos...

O projeto “Geração Saudável”, promovido pela Secção Regional de Lisboa da Ordem dos Farmacêuticos, assinala no dia 11 o seu quinto ano de existência numa sessão comemorativa sobre a importância de políticas de promoção da saúde no âmbito das estratégias locais de saúde, durante a qual será debatida a abordagem intersectorial das políticas públicas e as respetivas implicações na saúde.

Nestes cinco anos, o projeto abrangeu anualmente perto de 12 mil estudantes, 600 professores e 2.500 outras pessoas, como funcionários ou encarregados de educação.

“Iniciámos o projeto com 12 escolas e para o próximo ano estimamos atingir 55 escolas”, disse Ema Paulino, presidente da Secção Regional de Lisboa da Ordem dos Farmacêuticos, acrescentando que no segundo ano foram envolvidas 22, no terceiro 46 e no quarto 58, embora estivessem previstas apenas 55.

Ema Paulino disse que este ano serão abrangidas novamente 55 escolas, o que não quer dizer que este número não aumente ligeiramente, como aconteceu no ano anterior, não podendo ser muito acima disso, uma vez que o projeto é dinamizado num autocarro que tem um limite de capacidade a rondar as 55 pessoas.

Trata-se de um autocarro, que se desloca às diferentes escolas, que tem um auditório onde são feitas as formações.

“Através da organização de estudantes em pequenos grupos podemos passar a mensagem e criar um ambiente de intimidade para expor e tirar dúvidas”, explicou.

O projeto destina-se a alunos do 2º e 3ºciclo, que são crianças que já começam a ter alguma autonomia e a tomar algumas decisões relacionadas com a alimentação e com comportamentos.

Assim, no auditório do autocarro são abordadas as temáticas enquanto a parte da frente é um espaço multiusos para temáticas mais curtas.

No primeiro e segundo anos os temas abordados foram a sexualidade, as infeções sexualmente transmissíveis e a alimentação, no terceiro e quarto foram abordados os temas da diabetes, da obesidade e do enfarte agudo do miocárdio.

Neste quinto ano (e no próximo) serão discutidas temáticas como o uso responsável do medicamento, a dependência e comportamentos aditivos e novamente a diabetes.

Além das ações de formação, a Ordem dos Farmacêuticos promove ou alia-se a iniciativas promovidas por outras associações como a corrida da criança, o Greenfest, a corrida farmacêutica ou caminhadas para a saúde.

Atualmente o projeto “Geração Saudável” é dinamizado pela secção de Lisboa, que abrange Santarém e Portalegre para o sul do país. Este ano a secção Centro associou-se à iniciativa e vão ser envolvidas quatro escolas dessa região.

Quanto aos resultados obtidos ao longo destes anos, Ema Paulino diz que através de questionários é possível perceber que há “claramente uma melhoria de conhecimentos”, mas que aferir se esse conhecimento se transforma em alterações de comportamentos já é mais difícil.

A iniciativa da Ordem surgiu da necessidade sentida nas farmácias comunitárias pelos utentes de informações sobre a promoção de saúde e patologias.

“Percebemos que a franja mais jovem da população não visita tanto as farmácias e por isso o farmacêutico teria que abordar as crianças sobre estas matérias”, acrescentou.

A iniciativa insere-se na recomendação da Organização Mundial da Saúde sobre a necessidade de começar a prevenir a doença para que os sistemas de saúde sejam sustentáveis e, nessa perspetiva, a prevenção começa desde a mais tenra idade.

Saiba utilizá-las
O stress, comer mal ou rápido demais, bem como o ritmo frenético em que vivemos, são os principais r

Os sintomas da má digestão podem surgir logo após qualquer refeição, e podem ser acompanhados da sensação de enfartamento.

Existem diversas causas para a má digestão sendo as mais comuns a má combinação dos alimentos entre si e a ingestão de muitos líquidos juntamente com a comida. A má digestão pode fazer com que os alimentos não sejam digeridos corretamente e que a absorção dos seus nutrientes seja prejudicada.

Para aliviar os sintomas de má digestão pode recorrer à ajuda de algumas plantas e ervas:

Alcachofra, em planta. As suas folhas podem ser chupadas para facilitar a digestão;

Anis, tem a mesma utilização da Alcachofra. Pode-se chupar uma estrela de Anis como se fosse uma pastilha Rennie;

Boldo, utilizado em infusão nos casos de má digestão.

A Azia caracteriza-se por uma sensação de ardor ou queimadura no peito, atrás do esterno, geralmente depois de comer. A dor muitas vezes agrava na posição de deitado ou quando nos curvamos. Ter azia ocasionalmente é comum e não há motivo para alarme. Saiba que pode beber um chá de Urtiga-Branca, também muito usado em gastrites, para aliviar os sintomas.

A flatulência é uma acumulação de gases no intestino que se forma quando o organismo utiliza os alimentos para obtenção de energia. Provoca espasmos dolorosos e distensão abdominal. Os gases intestinais são constituídos por várias substâncias, algumas das quais são responsáveis pelo seu (mau) odor.

O consumo exagerado de alimentos ricos em açúcares e outros hidratos de carbono ou o aumento brusco da ingestão de fibras estão na origem desta indisposição.

Para se ver livre da flatulência utilize o Funcho – adicionado nos cozinhados, cozido ou em chá;

Louro – por exemplo, como algumas couves provocam gases, estas devem ser cozidas com louro para que percam as propriedades que provocam flatulência;

Óregãos, que devem ser utilizados secos, como nas saladas.

A prisão de ventre, ou obstipação, é uma das mais comuns perturbações gastrointestinais. Caracteriza-se por evacuações incómodas. Na sua grande maioria, os casos de obstipação devem-se a erros alimentares, fraca ingestão de líquidos e falta de exercício físico.

Se sofre de prisão de ventre faça uma infusão de Erva-cidreira ou Camomila ou introduza Psílio (em forma de semente) na sua dieta alimentar.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Estudo
Os sedimentos recolhidos dos corpos exumados nas escavações na necrópole islâmica de Santarém está a ser usada numa...

António Matias, que integra a equipa de investigadores, disse que os sedimentos que recolheu durante as escavações realizadas no Largo Cândido dos Reis, em Santarém, em 2004 e 2005, serviram de base para os primeiros estudos realizados em Portugal sobre paleoparasitologia, infeções parasitárias em populações antigas, neste caso entre os séculos VIII e XII.

Os resultados, disse, vão ser publicados na próxima edição da revista científica International Journal of Paleopathology.

A existência de um protocolo com a Universidade de Coimbra (UC), que disponibiliza para investigação o material recolhido pelo gabinete de Arqueologia da Câmara de Santarém ao longo de décadas de escavações, levou a que a investigadora brasileira Luciana Sianto, sob orientação de Ana Luísa Santos, do Departamento de Ciências da Vida da UC, tivesse conhecimento da existência destes sedimentos, integrando-os num trabalho mais amplo que visa associar os resultados obtidos em Portugal aos de alguns países da América, da Ásia, da África e da Europa.

Segundo uma nota da Universidade de Coimbra, os investigadores têm estado a analisar sedimentos recolhidos em esqueletos humanos adultos (homens e mulheres com idades compreendidas entre os 20 e os 70 anos), desde o século VIII até ao século XX.

Os primeiros resultados conhecidos sugerem que a população portuguesa, particularmente da região de Lisboa, “tinha menos verminoses [doença produzida pelo excesso de vermes nos intestinos] que outras populações da Europa”.

O fenómeno tem motivos desconhecidos, mas a razão pode estar numa “alimentação diferenciada ou mais saudável”, afirma a nota do Departamento de Ciências da Vida (DCV) e do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde da UC.

Nessa nota, é pedida a colaboração da comunidade científica nacional da área (arqueologia e antropologia) para o fornecimento de material, dada a importância de reunir o maior número de amostras possível.

António Matias salienta a grande quantidade de material arqueológico existente em Santarém, nesta e noutras áreas, “à espera de especialistas” que o estudem.

No caso dos sedimentos, a sua sensibilidade levou-o a recolher e armazenar o material que encontrou agarrado aos ossos sobretudo da zona pélvica mas também do crânio, onde poderiam ser encontrados ovos de parasitas, o que se veio a verificar.

“Estamos a estudar que tipo de parasitas existiam”, tendo sido possível identificar ovos do helminto 'trichuris trichiura', um parasita específico dos seres humanos, que aparece frequentemente em material arqueológico europeu (os mais antigos do período Neolítico) e que se verificou afetar o crescimento das crianças (detetado na paragem de desenvolvimento dos dentes) e casos de anemia (na análise do crânio).

“Cada fêmea deste parasita pode produzir entre 3.000 e 20.000 ovos por dia, sendo considerado um importante problema de saúde pública, relacionado com precárias condições de higiene. Estima-se que, atualmente, 800 milhões de pessoas estejam infetadas em todo o mundo”, afirmou.

Segundo o arqueólogo, “o uso de excrementos humanos na fertilização de solos é uma importante fonte de infeção, especialmente quando os alimentos são consumidos crus”, podendo causar anemia, atraso no crescimento infantil e prolapso retal.

Ramo da paleopatologia, a paleoparasitologia estuda parasitas em material arqueológico e paleontológico. Nas últimas décadas, investigadores de vários países têm estudado quais os parasitas a que os grupos humanos têm sido expostos ao longo da sua evolução biológica e cultural.

Em Portugal, estes estudos iniciaram-se em 2014 através do trabalho de Luciana Sianto (da Universidade FIOCRUZ, Brasil) e de Ana Luísa Santos (da Universidade de Coimbra), frisou.

União das Misericórdias Portuguesas
O Banco de Medicamentos já distribuiu 261.065 embalagens de fármacos e produtos de saúde a idosos carenciados, num valor...

O funcionamento deste Banco de Medicamentos, criado há três anos, permite que idosos carenciados tenham acesso a medicamentos gratuitos, através de doações feitas diretamente pelas empresas farmacêuticas às instituições sociais que disponham de serviços médicos e farmacêuticos.

De acordo com os dados divulgados pela União das Misericórdias Portuguesas (UMP), o portal “Banco de Medicamentos”, gerido pela autoridade nacional do medicamento (Infarmed), já conta com a adesão de 41 empresas da indústria farmacêutica e 93 Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Em declarações, o presidente da UMP, Manuel Lemos, fez um balanço “extremamente positivo” da iniciativa, porque constitui, desde logo, “uma parceria virtuosa entre o Estado, o setor social e o setor privado”.

Em três anos, já foram doadas pela indústria farmacêutica 261.065 embalagens de medicamentos e produtos de saúde a 93 instituições de solidariedade, que depois as distribuíram pelos seus utentes.

Em causa estão medicamentos com prazo de validade não inferior a seis meses, mas que estão em perfeitas condições de segurança e qualidade para serem utilizados pelos utentes mais necessitados das instituições.

Os medicamentos mais doados (79.406) destinam-se ao tratamento de doenças do aparelho cardiovascular, seguindo-se os fármacos para doenças do aparelho locomotor (37.936), do sistema nervoso central (36.709), medicamentos anti-infecciosos (26.566) e para o aparelho digestivo (20.896).

A plataforma onde são disponibilizados os medicamentos foi criada através de um protocolo assinado entre o Ministério da Solidariedade e Segurança Social, o Infarmed, a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) e a UMP, no âmbito do Programa de Emergência Social.

Manuel Lemos disse que, numa altura em que "se fala tanto na dicotomia setor público, setor privado vale a pena lembrar todos os dias que Portugal tem um setor social forte, que não é o setor privado nem é o setor público”.

Por outro lado, apontou, “o número de medicamentos colocados à disposição das instituições para ajudar as pessoas é bastante significativo”.

Este número tem vindo a aumentar, bem como a adesão dos laboratórios e das instituições de solidariedade, o que “significa que se está a tornar uma prática comum”, que “reverte sempre a favor das pessoas”.

“É um bom exemplo do que pode ser a cooperação necessária na sociedade portuguesa entre o setor privado, o setor social e o setor público”, disse o responsável.

O número de pessoas que pede às instituições apoio para medicamentos também tem aumentado, o que decorre do aumento dos doentes crónicos, “consequência inevitável” do aumento da esperança de vida, e da “grave crise” que se vive.

“A questão da toma dos medicamentos é necessária e as pessoas não têm recursos” e outras vezes têm dificuldade de acesso aos serviços, lamentou.

Como as instituições do setor social são “muito ágeis nessa matéria, conhecem as pessoas, sabem onde moram, do que precisam”, a distribuição dos medicamentos pode fazer-se “com segurança e menos burocracia” como tem sido demonstrado.

Liga Portuguesa contra o Cancro
A Liga Portuguesa contra o Cancro considera que as consultas de oncologia têm que ter duração suficiente para um doente ficar...

“A nós [Liga Portuguesa contra o Cancro] preocupa mais incutir no doente que tenha um papel ativo na decisão, no que vai acontecer, nos atos médicos participados, e que a equipa médica olhe para o doente e não para a doença. Há pouco tempo para o diálogo com o doente e é necessário. Não é possível com 20 minutos para cada doente”, disse o médico oncologista Carlos Oliveira.

Esta é uma das alterações possíveis e necessárias na área da oncologia, que assiste a um aumento dos casos de cancro, mas também do número de sobreviventes, e que precisa de mudar o paradigma dos cuidados médicos, centrando-os no doente e não na doença, defende o presidente do núcleo regional do Centro da Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC).

Por isso, decorre nos dias 12 e 13 de novembro, em Coimbra, uma conferência internacional subordinada ao tema “cancer patient advocacy”, conceito nascido nos Estados Unidos nos anos 50 e que diz respeito ao apoio, à proteção, à defesa e à informação ao doente, para intervir na decisão, explicou.

“Verificou-se em todo o mundo desenvolvido um aumento muito grande de doentes com cancro e, sobretudo, sobreviventes de cancro. Não se usa o termo cura em cancro, mas acaba por haver sobrevivência a longo prazo, o que fez com que este conceito viesse à ribalta”, disse o responsável da LPCC, que organiza a conferência.

Este conceito assenta em três pilares: medicina centrada no doente e não na doença, participação do doente na decisão, quer em técnicas de diagnóstico, quer na decisão de tratamento, e finalmente proteção do doente em relação ao erro médico e ao erro em saúde.

“Pretende-se mudar o paradigma de cuidados médicos e permitir maior intervenção do doente no que lhe é proposto. No cancro, por vezes, para a mesma situação já há mais do que uma alternativa terapêutica, ambas validadas cientificamente e com os mesmos resultados. Aqui o doente deve participar”, explicou o médico.

Da conferência não vão sair decisões, o encontro serve sobretudo para discutir linhas de orientação, o papel de cada um e iniciar um processo.

O primeiro passo é um pontapé de saída para nos organizarmos, como toda a Europa, para que, com todas as organizações de doentes, darmos voz aos doentes e estimular uma intervenção maior do doente na decisão.

Atualmente impera toda uma filosofia diferente de abordagem muito centrada na doença, em que o médico é o principal decisor.

“É comum termos doentes que perante duas terapêuticas possíveis respondem ‘o senhor é médico, escolha o melhor para mim'. Esta atitude tem que ser modificada, os médicos têm que explicar as vantagens e desvantagens das alternativas e o doente tem que escolher”, disse.

Segundo Carlos Oliveira, isto exige treino de pessoas que possam transmitir as informações aos doentes. A LPCC tem um grupo de voluntários, de entre os quais serão escolhidos os mais vocacionados para esta área, para poderem ser treinados.

Há também o caso dos doentes de sobrevivência avançada, que não estão livres de recaída: esses devem saber o que é um ensaio clinico, a vantagem de participação no ensaio clinico, a participação do doente no desenho da investigação clinica.

O médico e o doente têm que ter tempo para o doente perceber toda a extensão da doença, disse o médico, referindo-se inclusivamente às consequências possíveis da terapêutica escolhida, e exemplifica: “Uma senhora com cancro da mama tem duas opções: tirar a mama [mastectomia] ou fazer uma cirurgia conservadora, embora neste caso tenha que fazer radioterapia a seguir. Se a senhora vem de uma zona onde não existe radioterapia, como ilhas dos Açores, diz ‘tire-me a mama porque quero ir para perto da minha família, não quero ficar aqui deslocada durante um mês a fazer radio. Nessa escolha, em termos de resultados científicos, a probabilidade de viver é a mesma, mas tem implicações na vida da doente, na inserção social e até na atividade profissional”.

Em Portugal surgem entre 40 e 50 mil novos casos de cancro por ano e prevê-se que venham a aumentar 15% a 20% até 2030.

Em termos de incidência, o cancro da mama é o mais frequente nas mulheres, o da próstata nos homens e o colorretal em ambos os sexos também com uma incidência muito grande.

Em Portugal, também são bastante frequentes os cancros do estômago e do colo do útero, na mulher, acrescentou Carlos Oliveira, destacando ainda. “pela sua gravidade, embora a incidência não seja tão elevada”, o cancro do pulmão, em que 95% dos doentes morrem em cinco anos.

Estudo
Mudanças constantes de humor podem ser um sinal prematuro de demência, revelou uma nova pesquisa. O estudo, realizado pela...

Questionários preenchidos por amigos e familiares de 48 pacientes revelaram que muitos notaram uma instabilidade no humor antes de a demência ser diagnosticada, escreve o Diário Digital.

Uma característica constatada, por exemplo, era rir inadequadamente em eventos trágicos.

Especialistas dizem que mais estudos são necessários para entender como e quando as mudanças de humor podem agir como um indício da demência.

Há diferentes tipos de demência, sendo a demência frontotemporal uma das mais raras.

A área do cérebro afetada pela doença é responsável pela personalidade e pelo comportamento, e as pessoas que desenvolvem este tipo de doença perdem a sua inibição, tornam-se mais impulsivas e têm dificuldades em situações sociais.

Para conduzir a pesquisa, a cientista britânica Camilla Clark e a sua equipa recrutaram 48 pacientes com demência.

Em seguida, perguntaram a amigos e familiares desses pacientes para avaliar o gosto deles por diferentes tipos de comédia - da comédia “pastelão”, como Mr. Bean, à satírica ou absurda, como Monty Python, além de exemplos de humor em situações inapropriadas.

Praticamente todos os que responderam à pesquisa afirmaram que, olhando para trás, haviam percebido uma mudança significativa de humor nove anos antes de a demência ser diagnosticada.

Muitos dos pacientes haviam desenvolvido um senso de humor obscuro - por exemplo, rir em eventos trágicos da vida de outras pessoas ou ao ver o noticiário.

Ainda segundo o estudo, pacientes com demência também tendem a preferir comédias “pastelão” à satírica, quando comparados com 21 pessoas de idade semelhante.

“Estas são alterações marcantes - um humor completamente inadequado que vai além das raias do mau gosto. Por exemplo, um homem riu quando a sua mulher teve queimaduras severas.”

Simon Ridley, do Alzheimer's Research UK, ONG de prevenção e combate da doença de Alzheimer, recomendou que as pessoas procurem apoio médico ao notar qualquer sinal de mudança de humor repentina.

“Enquanto a perda de memória é frequentemente a primeira coisa que vem à cabeça quando falamos sobre demência, esse estudo destaca a importância de olhar para uma diferente miríade de sintomas que impactam o dia-a-dia e os relacionamentos dos pacientes”, afirmou.

“Um entendimento mais aprofundado de toda a gama dos sintomas de demência aumentará a nossa capacidade de fazer um diagnóstico mais adequado e preciso.”

Estudo
Uma abordagem mais agressiva para diminuir a pressão arterial poderá ajudar milhões de pessoas com mais de 50 anos, segundo os...

Doentes que conseguiram baixar os números da pressão arterial para menos de 120 mm Hg - com recurso a fármacos e dieta equilibrada - diminuíram o risco de ataque cardíaco, insuficiência cardíaca ou derrame cerebral em 24%. Também o risco de morte diminuiu em 27%, escreve o Sapo.

As diretrizes atuais sugerem que os adultos mantenham a pressão arterial abaixo dos 140 mm Hg.

Em setembro, o estudo patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde foi encerrado um ano antes devido aos resultados positivos. Esta semana, um relatório detalhado sobre os resultados foi publicado no New England Journal of Medicine.

"Os resultados positivos deste estudo tomaram de surpresa a maioria dos investigadores e os fortes benefícios do tratamento parecem superar os riscos", disse o co-autor Alfred Cheung, chefe de Nefrologia e Hipertensão da Universidade de Utah Health Care, nos Estados Unidos.

No entanto, mais estudos são necessários antes que as autoridades de saúde possam recomendar uma mudança nas diretrizes mundiais.

"Antes de decidir tratar a pressão arterial de forma agressiva, pode ser prudente esperar até que questões adicionais sejam respondidas", acrescentou Cheung.

O tratamento, que envolve o uso de medicamentos para baixar a pressão arterial combinados com opções de vida saudáveis, pode provocar efeitos secundários graves, como pressão arterial muito baixa, desmaio e problemas renais.

Os investigadores também estão a analisar de que forma o tratamento pode afetar a cognição, demência e doenças renais.

O estudo envolveu mais de 9.300 pessoas que tiveram como objetivo manter a pressão abaixo dos 120 mmHg ou 140 mm Hg.

Todos os participantes do estudo tinham idades entre os 50 ou mais anos e tinham um risco aumentado de doença cardiovascular, devido a uma pressão arterial sistólica de pelo menos 130 mmHg. Nos participantes não havia histórico de diabetes ou acidente vascular cerebral.

Mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de hipertensão, que é definida como uma pressão sanguínea sistólica de 140 ou mais, sobre uma pressão arterial diastólica de 90 ou superior.

Investigadores
A Universidade de Alicante e o centro tecnológico IK-4-Tekniker de Eibar desenvolveram lasers baseados num material plástico,...

Esta descoberta de interesse médico, realizada em colaboração com um centro tecnológico do País Basco, foi publicada há umas semanas na revista internacional “Sensors and Actuators B: Chemical”, uma das primeiras publicações científicas na área da química analítica, e é, segundo o Sapo, fruto de um projeto de investigação financiado pelo Governo.

Os médicos levam tempo “tentando descobrir a maneira de se poder detetar” esta proteína, ligada à presença de “diversos tipos de cancro” e chamada ErbB2, existente em concentrações muito pequenas no sangue, disse à EFE a responsável do projeto na Universidade de Alicante (UA), a catedrática de Física Maria A. Díaz García.

“Quando uma pessoa já tem um tumor cancerígeno, a concentração da referida proteína é maior do que 14 nanogramas por milímetro (ng/ml)”, pelo que “ o correto é tentar medir concentrações de ErbB2 abaixo do limite dos 15 ng/ml”, para assim detetar a doença em estádios iniciais e travar o seu desenvolvimento com um tratamento atempado, explicou.

Precisamente, a importância do novo dispositivo, em cujo desenvolvimento participou também o centro tecnológico IK-4-Tekniker, de Eibar (Guipúzcoa), radica na sua sensibilidade para medir a ErbB2 no sangue em concentrações muito pequenas (14 ng/ml).

A sensibilidade que estes lasers têm capacita-os para detetar o cancro em estádios muito precoces, ou seja, antes de aparecerem os tumores, segundo a investigadora, que lidera o Grupo de Eletrónica e Fotónica Orgânica da UA, pertencente ao Departamento de Física Aplicada e ao Instituto Universitário de Materiais.

“Existem algumas técnicas que permitem ter uma maior sensibilidade do que a dos nossos lasers e detetar essa proteína, mas são mais complexas e, em todo o caso, este trabalho foi apenas uma primeira demonstração que, sem dúvida, se pode ser melhorado”, disse Maria Díaz García.

Em comparação com outros dispositivos já existentes para a mesma função, a técnica desenvolvida pela UA e pelo centro tecnológico basco é sensível e pode ser reutilizável por ser feito com material de plástico, destacou.

Investigação revela
Depois da carne vermelha e da carne processada, agora uma investigação sugere que a utilização de óleos vegetais para cozinhar...

No mês passado a Organização Mundial de Saúde avisou que o consumo de carnes processadas é carcinogénico e que a carne vermelha também é, provavelmente, carcinogénica para humanos. Como se não bastasse este anúncio, escreve o Observador, agora um estudo inclui mais um produto na lista de coisas que podem provocar cancro.

O óleo com que a cozinhamos também pode causar cancro. Pelo menos os óleos vegetais. É o que concluem os resultados de uma série de experiências levadas a cabo por uma equipa de cientistas citados pelo Telegraph.

Cozinhar com óleos vegetais pode levar à libertação de alguns químicos tóxicos que estão ligados com o cancro e outras doenças. Por isso, os autores da investigação começam a aconselhar a utilização de azeite, óleo de coco ou até manteiga.

Ou seja quando óleos como os de milho, girassol, de palma ou soja – conhecidos como óleos vegetais – são aquecidos podem libertar no ar algumas substâncias chamados aldeídos que são associados a vários tipos de cancro e a doenças neuro degenerativas como o Alzheimer.

Um professor de química bioanalítica e de química patológica explicou que uma refeição com base peixe e batatas fritas (ou o tradicional bife com batatas fritas em Portugal), cozinhados em óleos vegetais, contêm 100 ou 200 vezes mais tóxicos aldeídos do que os limites diários propostos pela Organização Mundial de Saúde.

Tendo como base outro estudo da Universidade de Oxford, John Stein, professor de neurociência da mesma instituição, refere que o consumo destes produtos podem provocar outros tipos de doenças: “Se se consumir demasiado óleo de milho ou de girassol, o cérebro absorve demasiado ómega 6, expulsando o ómega 3. Acredito que a falta de ómega 3 é um fator poderoso que contribui para o aparecimento de problemas na saúde mental tais como outros problemas como a dislexia”.

Ministério da Saúde
As empresas que contratam médicos para preencherem as horas em falta nos hospitais vão estar sujeitas a regras mais apertadas....

As novas regras pretendem evitar casos como o do ano passado, na altura do natal, em que alguns hospitais tiveram 20 horas de espera na urgência por falhas na escala, escreve o Diário de Notícias.

A suspensão entre um e seis meses, impedindo as empresas de se candidatarem a novos concursos durante esse período, é aplicada se um médico faltar duas vezes seguidas ou três intercaladas. O acordo quadro estabelece que as empresas - pessoa coletiva ou médicos em sociedades unipessoal - são obrigadas a substituir o clínico em falta no prazo de duas horas. A comunicação das irregularidades deve ser feita pelos hospitais à Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), responsável pela criação do acordo quadro, e à Inspeção-Geral da Saúde. Está prevista uma sanção correspondente a 20% do valor do contrato, à semelhança do que já existe no acordo ainda em vigor.

O recurso a médicos tarefeiros é habitual para fazer face às aposentações, reformas antecipadas, emigração e demora nas contratações para os quadros. Em 2013, os hospitais compraram um milhão e 54 mil horas médicas através de empresas. Mas os problemas têm sido vários. Escalas sem médicos tarefeiros - caso do hospital Amadora-Sintra no natal o que levou a 20 horas de espera nas urgências - ou clínicos sem receber das empresas, apesar dos hospitais pagarem pelo serviço, como aconteceu em Santarém.

Plano Nacional de Saúde
Um país desigual na saúde precisa de metas que reduzam as desigualdades. As doenças cardiovasculares e os cancros são as mais...

A nível local, mais de 50 regiões já definiram as suas prioridades e estratégias para aproximar a sua saúde das melhores metas do país.

O Plano Nacional de Saúde (PNS), editado pela Direção-Geral da Saúde, foi estendido até 2020 e é o documento-base das estratégias nesta área. Pela primeira vez, vê cumprido um dos seus desígnios, "influenciar as estratégias locais de saúde", diz ao Diário de Notícias o coordenador do PNS, Rui Portugal.

O trabalho "no bairro" vem plasmado na "Resenha dos planos de saúde: nacional, regionais, locais", em que são definidas as prioridades de saúde para dois a três anos. "Cada região tem diferenças demográficas, de mortalidade, morbilidade ou no acesso à saúde. A ideia agora é dar recursos e responsabilizar os gestores pelas decisões de planeamento, contratualização, gestão de recursos e boas práticas. Queremos que intervenham onde há mais necessidade", explica.

O Norte define como prioridades os tumores do pulmão e do estômago, mas também a doença pulmonar obstrutiva crónica e as doenças do fígado e cirrose, por serem as maiores causas de morte prematura, acima da média do país.

O tabaco, o álcool e a hipertensão são os principais fatores de risco numa zona do país onde a tuberculose tem ainda muitos casos novos por ano, apesar de a taxa ser progressivamente mais baixa.

Pelo menos metade dos planos (25 na região) definem-na como prioritária. O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Porto VI tinha uma taxa de 48 casos por cem mil, o dobro da meta da Organização Mundial da Saúde. O objetivo é baixar para 30 em 2016.

E os ACES definem medidas como rastreios rápidos - mesmo a contactos dos doentes -, o cumprimento dos tratamentos, a visita a doentes faltosos ou a toma de medicação assistida.

Álcool e acidentes

Os problemas associados ao álcool, como as hepatites, as cirroses e cancros são prioritários nas regiões Norte e Centro. Estas patologias são, aliás, a terceira causa de morte na região antes dos 70 anos, depois do cancro da mama e dos acidentes de viação, estes muitas vezes relacionados com os consumos abusivos. E para eles são definidas consultas de desintoxicação, como as do tabaco, mas também programas de reinserção dos doentes.

No Algarve, a tuberculose ou as doenças ligadas ao álcool têm menos peso, mas não os acidentes de transporte. No ACES Algarve III a taxa é muito superior à média, com 14,5 mortos por cem mil habitantes. No Algarve há muitos casos novos de VIH/sida e falhas graves no acesso a rastreios na área do cancro, que podem afetar as metas.

Em Lisboa, os planos locais já entregues também destacam a tuberculose e a infeção VIH/sida, o cancro, as doenças mentais e ligadas aos idosos, além das mais frequentes em Portugal. Na Amadora, por exemplo, as mortes prematuras chegam a ser quatro vezes superiores à média no VIH e no cancro.

Se os suicídios começam a aumentar em regiões menos habituais, nos planos locais de saúde eles têm mais visibilidade na região do Algarve e do Alentejo. As Unidades Locais de Saúde alentejanas trabalham estas matérias, a depressão e doenças mentais com maiores apoios na comunidade: preparação para o luto, envelhecimento ativo, educação no uso de medicação, acompanhamento em consulta e por outros profissionais.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra inicia, em fevereiro de 2016, um curso de pós-graduação em Envelhecimento, Saúde e...

O curso, coordenado pela professora doutora Maria Paula Assis Cordeiro, visa “capacitar os estudantes a desenvolverem estratégias optimizadoras de autonomia, independência e inserção social da pessoa idosa, assim como competências para o trabalho em equipas multiprofissionais na promoção de um envelhecimento saudável”.

Podem candidatar-se à nova pós-graduação, licenciados em Ciências Sociais e Humanas (Gerontologia, Serviço Social, Educação Social, Sociologia, Psicologia e Ciências da Comunicação) e em Ciências da Saúde (Enfermagem, Medicina, Radiologia, Análises Clínicas, Fisioterapia, Desporto, Terapia da Fala e Medicina Dentária), assim como profissionais de outras áreas com interesse em Gerontologia.

Há 25 vagas para esta formação, que decorrerá de fevereiro a junho de 2016 e que funcionará em regime pós-laboral, semanalmente, às sextas-feiras (das18h30 às 22h30) e aos sábados (das 9h00 às 13h00).

O aumento da população idosa gera necessidades que devem ser abordadas por profissionais bem preparados, sendo esta uma área que, previsivelmente, criará postos de trabalho nos próximos anos, em domínios como o da saúde ou dos serviços sociais.

Mais informações sobre a pós-graduação em Envelhecimento, Saúde e Cidadania estão disponíveis na página Web da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), em www.esenfc.pt.

Para eventuais esclarecimentos, podem também os interessados contactar a Área Académica da ESEnfC (números de telefone 239 487 257 e 239 802 850, ou e-mail [email protected]).

12 de novembro
Inserida nas comemorações do Dia Mundial da Pneumonia, a campanha de sensibilização e prevenção da Sociedade Portuguesa de...

Depois de Lisboa, a ação prolongar-se-á por mais duas semanas, ao longo das quais passará por Évora, Leiria, Aveiro e Porto. Entre os dias 12 e 24 de novembro, o Esquadrão Pneumonia estará em algumas das mais emblemáticas praças do País com uma equipa de profissionais de saúde que vão realizar testes de espirometria e transmitir informação sobre a doença, explicar as principais formas de prevenção e esclarecer outras dúvidas relacionadas com Pneumonia.

O apelo à prevenção é grande mensagem deste Esquadrão, que este ano marca presença em Lisboa, Évora, Leiria, Aveiro e Porto. Entre os dias 12 e 24 de novembro, profissionais de saúde vão realizar testes de espirometria e transmitir informação sobre a doença, formas de prevenção e esclarecer outras dúvidas relacionadas com Pneumonia a todos os interessados.

Calendário Esquadrão da Pneumonia
12 de novembro – Lisboa | Praça da Figueira | 10.00 – 18.00
14 de novembro – Évora | Praça 1º de Maio | 10.00 – 18.00
17 de novembro – Leiria | Largo do Papa | 10.00 – 18.00
19 de novembro – Aveiro | Praça do Mercado| 10.00 – 18.00
24 de novembro – Porto | Praça da Batalha | 10.00 – 18.00

A campanha Esquadrão Pneumonia dirige-se a toda a população, sobretudo, aos adultos a partir dos 50 anos. “Acreditamos no impacto do ‘Esquadrão Pneumonia’ junto da população”, explica Carlos Robalo Cordeiro, médico pneumologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP). “O nosso principal objetivo é alertar a sociedade civil, a par da comunidade científica, para a importância de prevenir a doença. E não há melhor forma de prevenir a Pneumonia do que a vacinação antipneumocócica. Com o Esquadrão Pneumonia, queremos impactar as pessoas na rua, ao mesmo tempo que lhes damos a oportunidade de testarem a sua capacidade respiratória e de se aconselharem com profissionais de saúde qualificados”, acrescenta.

O “Esquadrão Pneumonia” remete-nos para um conjunto de pessoas e iniciativas que visam proteger toda a comunidade, defender a população da Pneumonia. Todos podem fazer parte deste esquadrão forte, coeso, unido a favor de uma causa: a prevenção. O escudo delineado em forma de pulmão é o símbolo desta campanha e representa precisamente a defesa conseguida através da prevenção.

A imunização na idade adulta deve ser uma prioridade
A imunização contra a Pneumonia na idade adulta é uma das preocupações da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, que apela à vacinação antipneumocócica numa faixa etária em que a doença pneumocócica se manifesta, sobretudo, sob a forma de Pneumonia, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação. Em Portugal, mata uma média de 23 pessoas por dia, só nos hospitais públicos. A maioria pode ser evitada.

“A vacinação antipneumocócica é a melhor forma de prevenirmos uma Pneumonia”, continua Carlos Robalo Cordeiro. “As crianças pequenas e os adultos a partir dos 65 anos estão entre os mais vulneráveis, bem como pessoas com mais de 50 anos que tenham co-morbilidades como Diabetes, Asma, DPOC e Doença Cardíaca. Pessoas cuja imunidade está comprometida também devem vacinar-se”.

Para além da Pneumonia, a vacinação antipneumocócica previne formas graves da infeção por pneumococos como a Meningite e a Septicémia, e outras menos graves como a Otite Média Aguda e a Sinusite. O pneumococo é o responsável por, aproximadamente, 1.6 milhões de mortes por ano em todo o mundo, sendo, por isso, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação.

Apesar da Pneumonia não ser sazonal, é na época de incidência da Gripe que se regista o maior número de casos. Estima-se que a interação entre o vírus da Gripe e o principal agente causador de pneumonias (pneumococo) aumente o risco de Pneumonia Pneumocócica cerca de 100 vezes. 

Em três anos
A cidade do Porto deverá ganhar três novos equipamentos de saúde no espaço de três anos, num investimento de cerca de quatro...

O "pacote" inclui a reabilitação de parte do Mosteiro de Santa Clara, edifício localizado na Batalha, que acolherá "serviços até aqui dispersos pela cidade", beneficiando cerca de 20 a 30 mil utentes.

Segundo Fernando Araújo, que liderou a comissão que elaborou a Carta dos Equipamentos de Cuidados de Saúde Primários do concelho do Porto, a solução convenceu a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) que colocou o projeto a concurso, estimando o início de obras para 2016 e conclusão para 2017.

A carta também propõe a construção de um novo centro de saúde em Campanhã, aproveitando a antiga Escola do Cerco, bem como recolocar a unidade de saúde de Ramalde que num edifício no "miolo" do bairro das Campinas.

"Com um investimento relativamente pequeno conseguimos mudar radicalmente as condições de acesso das pessoas do Porto aos cuidados de saúde. Vamos tentar que seja em menos tempo, mas admitimos para já três anos [para a conclusão destes projetos]. Não queremos que [a carta] seja apenas um exercício interessante de planeamento mas uma realidade", referiu Manuel Pizarro.

O vereador apontou como investimento necessário "cerca de quatro milhões de euros ou menos", lembrando que "há fundos comunitários disponíveis para estes investimentos".

"É um trabalho muito importante que com algum realismo propõe novos edifícios e mudanças que nos parecem muito úteis", resumiu Manuel Pizarro que não escondeu que outra "grande vantagem" deste projeto passa por "devolver" património à cidade. Aliás, relativamente às soluções encontradas para Campanhã e Ramalde, o vereador avançou que se serão resolvidos problemas de saúde pública e de segurança.

Dois dos edifícios em estudo são propriedade do Estado e o terceiro, o de Ramalde, é camarário.

A Carta dos Equipamentos de Cuidados de Saúde Primários, um documento elaborado pela autarquia do Porto em parceria, através de técnicos da ARS-Norte, com o Ministério da Saúde, propõe outras "pequenas obras de melhoria das acessibilidades e de conforto" em edifícios existentes.

"Procurámos perceber qual a nossa população e quais as necessidades, bem como irão evoluir essas necessidades no futuro. E procuramos soluções. A carta tem já alternativas", descreveu Fernando Araújo, tendo o vereador da câmara do Porto completado que a elaboração deste documento é um "projeto inovador" porque "o Porto será a primeira cidade portuguesa dotada" de uma carta desta natureza.

Manuel Pizarro explicou, por fim, que a proposta entrará em discussão pública - através de reuniões descentralizadas e pelo portal e endereço eletrónico da câmara - "até meados do mês de dezembro", sendo expectável que venha a colher contributos de profissionais da área da saúde, bem como das juntas de freguesia e comunidade geral.

Após esse período de contributos a carta será submetida à assembleia municipal do Porto e ao Ministério da Saúde para ser assinada, passando a constituir "um compromisso conjunto".

Direção-Geral da Saúde
Em Portugal nasceram menos crianças em 2014 face ao ano anterior, o que não impediu o crescimento da taxa da natalidade...

A taxa de natalidade em Portugal aumentou dos 7,87% em 2013 para os 7,92% em 2014.

“Observou-se para Portugal (Continente, R.A. dos Acores e R.A. da Madeira), um acréscimo da taxa de natalidade de 7,87 para 7,92/1000 habitantes, apesar da diminuição em cerca de 420 nados-vivos em 2014, face aos valores de 2013. Este aumento resultou da diminuição da população residente em 56 233 habitantes”, explica a Direção-Geral da Saúde (DGS) no relatório “Natalidade, Mortalidade Infantil, Fetal e Perinatal, 2010-2014”.

Em 2014 nasceram em Portugal 82.367 crianças, menos 420 do que as 82.787 nascidas em 2013, e menos 19.014 do que as 101.381 nascidas em 2010.

Numa análise regional, os dados da DGS mostram que as regiões do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo representam mais de metade dos nascimentos no país, com quase 60 mil crianças das nascidas em 2014.

A taxa de natalidade em Portugal, tendo em conta dados desde 1996, atingiu o seu pico mais alto no ano 2000, com um valor de 11,7%, e o seu pico mais baixo em 2013, com um registo de 7,87%.

Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
Chama-se Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica à obstrução persistente das vias respiratórias, provocad

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica caracteriza-se pela existência de uma obstrução a nível do aparelho respiratório comprometendo a sua função.

É uma doença lenta, que frequentemente se inicia com discreta falta de ar associada a esforços como subir escadas, andar depressa ou praticar exercício físico.

As principais causas da DPOC são o tabagismo e a exposição e inalação de partículas ou gases nocivos. Na realidade, sabe-se que esta é uma doença que se desenvolve maioritariamente em operários e em 10 a 15% dos fumadores.

São considerados grupos de risco:

-  pessoas com mais de 40 anos e que fumem há mais de 10;
- com atividade profissional de risco respiratório comprovado, com exposição a poeiras e produtos químicos;
- com tosse ou expectoração crónica ou dispneia (dificuldade em respirar) de esforço.

Existe ainda uma componente hereditária que está relacionada com o défice numa proteína – Alfa-1 Antitripsina – responsável pelo reforço das defesas do aparelho respiratório. Embora afete apenas dois por cento dos doentes, a doença desenvolve-se precocemente (entre os 20 e os 30 anos), nestes casos.

Os sintomas mais comuns, como já foi referido, são a tosse ou a produção de expectoração frequente.

No entanto, numa fase inicial ela pode ser assintomática e, por isso, importa estar atento, sobretudo se é fumador. Sabe-se que existe uma tendência para desvalorizar pequenos sintomas, associando-os aos hábitos de consumo de tabaco.

O diagnóstico desta doença pode ser feito através de vários exames, sendo o mais frequente a espirometria ou prova de função pulmonar, onde se avalia o volume e fluxo de ar que entra e sai dos pulmões.

A gasometria arterial mede o pH e os níveis de oxigénio e dióxido de carbono no sangue de uma artéria. Este exame é utilizado para verificar se os pulmões são capazes de mover o oxigénio dos brônquios para o sangue e remover o dióxido de carbono do sangue.

O raio-X ao tórax pode mostrar enfisema, uma das principais causas da DPOC.

A tomografia computadorizada dos pulmões pode ajudar a detectar enfisema e a determinar se você pode se beneficiar de uma cirurgia para a DPOC. Tomografia computadorizada também pode ser usada para detetar o cancro de pulmão, que é comum entre pessoas com DPOC.

Ao contrário do que pode pensar, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica é tratável, hoje em dia, graças à existência de inúmeras terapêuticas farmacológicas e não farmacológicas, que melhoram a qualidade de vida do doente e que podem impedir a progressão da doença, mediante o estádio em que esta se encontra.

Entre a utilização de vários fármacos pode ser necessária a realização de outros tratamentos como a terapia de oxigénio e/ou reabilitação pulmonar.

Em alguns casos, pode haver necessidade de se recorrer à cirurgia – de redução dos volumes pulmonares ou transplante pulmonar.

Complicações em doentes com DPOC:

  • Infeções respiratórias: quem sofre de DPOC é mais suscetível a constipações, gripe ou pneumonia. Qualquer infecção respiratória pode tornar a respiração muito mais difícil e produzir mais danos no tecido pulmonar
  • Pressão arterial elevada: a DPOC pode aumentar a pressão arterial das artérias que levam sangue para os pulmões, originando a chamada hipertensão pulmonar
  • Problemas cardíacos: por razões que não são totalmente compreendidas, a DPOC aumenta o risco de doenças cardíacas
  • Cancro de pulmão: fumadores com bronquite crónica, uma das manifestações da DPOC, têm maior risco de desenvolver cancro de pulmão.
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
University College of London
A investigadora portuguesa Rita Guerreiro, da britânica University College of London, foi reconhecida com o prémio Fondazione...

O prémio, segundo a instituição italiana, foi atribuído pelo seu trabalho sobre as mutações do gene TREM2 e a relação com o desenvolvimento da Doença de Alzheimer.

Este trabalho já tinha sido distinguido em janeiro com o Prémio Europeu do Jovem Investigador, atribuído pela Associação francesa para a Investigação sobre Alzheimer e Rita Guerreiro e, também este ano, venceu o prémio da Sociedade britânica de Investigação de Alzheimer e Demência na categoria de "realização académica".

O geneticista John Hardy, o mais importante especialista britânico da doença de Alzheimer e também investigador na University College of London (UCL), considerou a portuguesa "uma estrela em ascensão" na investigação da neurociência.

"Ela encontrou o primeiro gene de Alzheimer em 15 anos e isso é uma descoberta revolucionária no meio", disse.

A cientista disse que estes prémios são importantes em termos de "prestígio" e contribuem para a evolução do estatuto profissional, atualmente em vias de passar de investigadora financiada pela Alzheimer Society ao quadro de pessoal da UCL.

Natural de Estremoz, Rita Guerreiro, 35 anos, vive e trabalha no Reino Unido desde 2010, depois de realizar o doutoramento nos EUA, sempre acompanhada pelo também português e marido José Brás, com quem partilha a direção do laboratório.

O prémio no valor de 10.000 euros atribuído pela fundação italiana é pessoal e não precisa de ser aplicado em investigação, mas Rita Guerreiro confessou que este tipo de financiamento pode ser útil a "projetos pessoais" paralelos ao seu trabalho.

Recentemente, contou, foi contactada por uma família portuguesa que procurava diagnosticar a doença da filha, mas que estava com dificuldades em fazê-lo pelo sistema nacional de saúde português.

"Aceitámos analisar o ADN e em três meses conseguimos fazer um diagnóstico e descobrimos que ela sofre de uma doença descoberta apenas em 2013, o Síndrome Schaaf-Yang/MAGEL 2, que afeta umas 19 crianças em todo o mundo", adiantou.

"Já recebemos pedidos de outras famílias, mas não podemos responder sempre porque às vezes não temos os meios técnicos para o fazer", justificou.

Rita Guerreiro lamentou que as famílias de crianças portuguesas com doenças raras tenham de pagar cinco a seis mil euros a um laboratório privado para obter um diagnóstico ou tenham de depender de estudos científicos feitos no estrangeiro.

Investigação
Uma investigação do Instituto de Medicina Molecular, com financiamento europeu de 1,5 milhões de euros, vai estudar a formação...

"O objetivo é compreender como é que os vasos sanguíneos se formam e são estruturados naquela rede hierárquica chamada árvore vascular, com as várias ramificações", disse o investigador Cláudio Franco.

O cientista do Instituto de Medicina Molecular (iMM Lisboa) compara aquele sistema à rede nacional de estradas, com várias veias e artérias, umas maiores e outras mais pequenas, servindo como meios de comunicação, de transporte de vários elementos como nutrientes e oxigénio ou de excessos produzidos pelo organismo.

O projeto financiado pelo Conselho Europeu de Investigação vai concentrar-se em descobrir quais os mecanismos que permitem a hierarquização da rede vascular, quais as regras ou mecanismos que regulam e que levam à formação desta rede complexa com vasos de vários calibres, uns maiores outros mais pequenos.

Esta compreensão "é importante para trazer um novo conhecimento que irá permitir uma melhor intervenção terapêutica, tanto em casos excesso de formação de vasos, como acontece às vezes nos tumores e em cancro, como em doenças como as malformações arteriovenosas", explicou Cláudio Franco.

"Sabendo as regras do jogo, depois podemos usar as várias peças ao nosso dispor para tentar manipular o sistema de modo a que vá no sentido de ter uma rede mais eficiente, mais funcional e prevenir casos de disfunções, por exemplo, de oclusões dos vasos ou de problemas de acidentes vasculares", avançou o cientista.

Este é um dos dois projetos do iMM Lisboa anunciados como tendo recebido financiamento da entidade europeia, num total de três milhões de euros, sendo o outro de Vanessa Morais, na área das neurociências e distúrbios neuronais.

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