Especialistas dizem
O presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono, Miguel Meira e Cruz, alertou que dormir pouco ou mal...

O alerta da associação surge na véspera de se assinalar O Dia Mundial da Diabetes, uma doença cuja prevalência voltou a aumentar em Portugal em 2014, atingindo 13,1% da população, mais de um milhão de portugueses, a que se juntam mais de dois milhões de pessoas com pré-diabetes, segundo o relatório “Factos e Números da Diabetes do Observatório Nacional de 2014”.

Em declarações, a propósito da data, Miguel Meira e Cruz afirmou que existe alguma evidência de que os doentes com sono mais curto (menos de seis horas) têm “uma maior prevalência de problemas relacionados com o metabolismo glicémico”.

“É um risco a privação do sono, seja voluntária ou causada por outras doenças do sono”, como a apneia obstrutiva do sono ou as insónias”, disse o especialista.

Lembrou que a diabetes é responsável por quase 9% da mortalidade por todas as causas no mundo, sendo que em Portugal é de cerca de 4,5%.

“Existe, de facto, uma necessidade de tentar reverter estes números. Claro que não é só com o sono”, mas com o controlo da obesidade, a redução do colesterol e com atividade física.

Meira e Cruz citou um estudo realizado em 2012, que envolveu 31 doentes que foram submetidos a polissonografia, um exame de referência para estudo do sono.

O especialista e co­autor do estudo explicou que quando comparados dois grupos de não diabéticos, um com elevação da glicemia em jejum (indicador precoce de disfunção no metabolismo da glicose), e outro sem essa alteração, verificou-se que os doentes do grupo com valores elevados demoravam mais tempo a adormecer e muitos preenchiam critérios clínicos de insónia.

O estudo observou que “à medida que o tempo de sono profundo diminuiu, aumentaram os níveis de glicemia em jejum”.

“Embora um estudo não dite regras, o que impressionou neste trabalho foram as alterações que se registaram naquela etapa que é o início da doença metabólica conhecida por diabetes, ainda por cima, num grupo que é relativamente negligenciado do ponto de vista clínico, porque é considerado normal”, sublinhou.

Advertiu ainda que “o impacto da privação de sono é mais grave em doenças que, para além de fragmentarem o sono, interferem diretamente com o metabolismo através dos seus fatores de risco, como sucede nas perturbações respiratórias associadas ao sono”.

Muitas vezes as pessoas esquecem-se da importância de dormir bem: “As pessoas trabalham cada vez mais, até mais tarde” os jovens “ficam frequentemente até altas horas” a estudarem ou a divertirem-se, “comprometendo o sono, porque o despertador toca à mesma hora”.

Estes descuidos têm impactos na saúde, sobretudo à medida que a idade avança, disse Meira e Cruz, sublinhando que comorbidades como a obesidade, a hipertensão arterial e a diabetes potenciam alterações de sono, que “vale a pena prevenir ou travar o mais cedo possível”.

Além de maus comportamentos, existem outras alterações que condicionam o processo de sono, como a síndrome de apneia obstrutiva do Sono, que atinge cerca de 17% dos homens e 9% das mulheres.

Segundo especialistas
Aproximadamente uma em cada cinco crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 15 anos necessitam de algum tipo de...

Nos problemas visuais infantis mais recorrentes, poderão ser encontradas a miopia, o astigmatismo e a hipermetropia, sendo que a maioria das crianças com défice de visão manifesta problemas refrativos, ou seja, suscetíveis de serem corrigidos com o uso de lentes de contacto ou óculos.

Apesar de ainda existir, entre os pais portugueses, uma grande resistência ao uso de lentes de contacto em crianças pré-adolescentes, a verdade é que vários estudos1,2 indicam que o uso de lentes de contacto em idades infantis traz todos os benefícios que o uso de lentes de contacto garante nos adultos e, para além disso, contribui para melhorar o seu sentido de responsabilidade e a sua auto-estima.1

Segundo a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, uma em cada cinco crianças em idade escolar necessita de correção visual e este número tem vindo a aumentar.3

Apesar de as crianças terem capacidade para utilizar lentes de contacto com autonomia a partir dos 8 anos de idade1, não existe, entre os especialistas, um consenso sobre uma idade mínima para usar lentes de contacto. Estes concordam que as crianças que demonstrem o desejo de usar lentes de contacto podem usá-las a partir do momento em que também revelem um certo nível de responsabilidade e maturidade, assim como hábitos de higiene pessoal independente.

Esta é também a experiência da Dra. Sofia Matos, Coordenadora de Ensaios Clínicos no Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental da Universidade do Minho, e que desde há 4 anos adapta lentes de contacto a crianças a partir dos 8 anos. Segundo esta optometrista, “é muito interessante ver como crianças de tão curta idade evoluem desde as primeiras consultas em que existem alguns receios, até uma utilização independente, embora sob vigilância atenta dos pais, passadas algumas semanas. Surpreende também ver como são conscientes da importância de ter cuidados com a sua higiene para manusear as lentes, sobretudo quando comparados com jovens adultos de 18 ou mais anos. Talvez seja por isto que num estudo recente realizado pela Dra. Robin Chalmers nos Estados Unidos, se observou que a faixa etária entre os 8 e os 12 anos era aquela que apresentava um menor índice de complicações4.”

Os benefícios do uso de lentes de contacto em idade pré-adolescente e adolescente são facilmente quantificáveis:

·         Melhoria da autoestima. Uma vez que é nesta fase pré-adolescente e adolescente que iniciam os problemas com a identidade e aparência e o uso de lentes de contacto em vez de óculos melhora substancialmente a forma como as crianças se vêm a si mesmas.2

·         Ausência das restrições impostas pelo uso de óculos, pois as lentes de contacto não são passíveis de serem partidas em atividades físicas como os óculos. 8

·         Melhoria do sentido de responsabilidade. Segundo o estudo “Vision specific quality of life of pediatric contact lens wearers” as crianças que demonstram o desejo de usar lentes de contacto em vez de óculos tendem a ser cuidadosas com a limpeza das mesmas e demonstram facilidade no seu manuseamento.1

O uso de lentes de contacto pode beneficiar em grande escala a vida de uma criança pré-adolescente e adolescente e libertá-la de certas restrições impostas pelo uso de óculos para a correção visual.8 Neste sentido, o uso de lentes de contacto descartáveis diárias está altamente recomendada pela simplicidade e facilidade de utilização5. Por vezes a dificuldade de aceitação das lentes de contacto como um método prático para corrigir problemas de visão pode estar relacionada com mitos, ou neste caso, com a subestimação das capacidades infantis. No entanto, já foi demonstrado que cerca de nove em dez crianças pré-adolescentes consideraram a limpeza e a manipulação de lentes de contacto fácil6, assim como também está provado que as crianças apresentam níveis de higiene e de cuidados com as lentes de contacto iguais ou superiores aos adultos.7

Referências:
1Rah MJ1, Walline JJ, Jones-Jordan LA, Sinnott LT, Jackson JM, Manny RE, Coffey B, Lyons S; ACHIEVE Study Group. Vision specific quality of life of pediatric contact lens wearers. Optom Vis Sci. 2010 Aug; 87(8):560-6. doi: 10.1097/OPX.0b013e3181e6a1c8.
2Walline JJ, Gaume A, Jones LA, Rah MJ, Manny RE, Berntsen DA, Chitkara M, Kim A, Quinn N. Benefits of contact lens wear for children and teens. Eye Contact Lens. 2007 Nov;33 (6 Pt 1):317-21.
3Declarações retiradas da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), Junho de 2014.
4X. Chalmers RL, Wagner H, Mitchell GL, Lam DY, Kinoshita BT, Jansen ME, Richdale K, Sorbara L, McMahon TT. Age and other risk factors for corneal infiltrative and inflammatory events in young soft contact lens wearers from the Contact Lens Assessment in Youth (CLAY) study. Invest Ophthalmol Vis Sci. 2011;;52(9):6690-6.
5Wagner H et al. Age and events that interrupt contact lens wear in youth. ARV O 2010
6Walline JJ et al CLIP Study group. Contact Lenses in Pediatrics (CLIP) Study: chair time and ocular health. Optom and Vis Sci 2007; 84:896-902.
7Soni PS, et al. Will young children comply and follow instructions to successfully wear soft contact lenses? CLAO J. 1995 Apr;21(2):86- 92.
8Article on All About Vision: “Are Contact Lenses a Good Choice for Kids?”, www.allaboutvision.com/parents/contacts.htm

Sobre a Alcon
A Alcon, empresa líder a nível mundial em cuidados de saúde visual, disponibiliza uma vasta gama de produtos inovadores que melhoram a qualidade de vida, ajudando pessoas de todo o mundo a ver melhor. As três áreas de negócio da Alcon - Cirúrgica, Produtos Farmacêuticos e a divisão de consumo Vision Care, oferecem o mais amplo espetro de produtos de cuidados oculares do mundo. A Alcon é a segunda maior divisão do Grupo Novartis. Sediada em Fort Worth, no Texas, EUA, a Alcon tem mais de 25.000 colaboradores em todo o mundo, operações em 75 países e produtos disponíveis em 180 mercados. Consulte informações adicionais em www.alcon.com

Sobre a Novartis
A Novartis proporciona soluções para o cuidado da saúde de acordo com as necessidades dos doentes e da comunidade. Sediada em Basileia, Suíça, a Novartis proporciona uma gama diversificada para satisfazer estas necessidades: medicamentos inovadores, tratamentos oculares e medicamentos genéricos de alta qualidade, sem prescrição médica. A Novartis é o único grupo mundial com uma posição de liderança nestas áreas. A 31 de Dezembro de 2014 as empresas do grupo Novartis contaram com uma equipa de aproximadamente 133.000 associados e estão presentes em mais de 180 países em todo o mundo. Consulte informações adicionais em http://www.novartis.com 

Estudo
Pode estar quase a chegar ao mercado uma vacina contra o colesterol que pode mesmo vir a substituir a necessidade de tomar...

O estudo da Universidade do Novo México afirma que esta pode ser uma forma de evitar que o colesterol prejudicial para a saúde se acumule nas artérias, escreve a TVI24.

O colesterol, quando produzido em grande quantidade, torna-se prejudicial para a saúde, mas o corpo precisa de algum para produzir vitamina D. A vacina atua numa proteína, PCSK9, que produz o colesterol. Ao livrar-se desta componente, permite que haja algum colesterol a circular pelas artérias, mas que não se fixe nelas, impedindo que cause problemas como AVCs ou tromboses.

“Uma das características desta vacina é que parece ser muito mais eficaz do que os comprimidos”, afirmou um dos médicos responsáveis pelo estudo, Bryce Chackerian, ao The Telegraph.

“Mesmo sendo eficazes em muitas pessoas, os comprimidos têm efeitos colaterais e não funcionam com toda a gente. Os resultados da nossa vacina foram surpreendentes e sugerem que pode ser um poderoso novo tratamento contra o colesterol elevado”, acrescentou o investigador Alan Remaley.

A vacina foi testada em ratos e macacos e mostrou, nestes animais, uma redução de 55% nos níveis de colesterol. Um número impressionante quando comparado com os 30% dos medicamentos tradicionais.

Os autores acreditam que a vacina pode ainda melhorar a eficácia dos comprimidos em 40%.

Segundo o The Telegraph, esta vacina atua usando partículas com propriedades de vírus, para treinar o sistema imunitário a produzir antibióticos. A vacina simula a proteína PCSK9 para que o corpo comece a lutar contra ela. É o mesmo método utilizado na vacina contra o HPV.

“Ficámos impressionados com o quão imunológica a vacina HPV era, por isso achámos que podíamos usar as mesmas partículas para atacar a PCSK9”.

Liga Portuguesa Contra o Cancro
O movimento chama-se “Patient Advocacy” e defende que os doentes devem poder participar nas decisões médicas que melhor se...

Era uma mulher com cancro da mama e, como médico, Carlos Oliveira colocou-lhe duas alternativas de tratamento em que teria a mesma probabilidade de sobrevivência: retirar a mama por completo ou apenas a parte do tumor e depois fazer tratamentos de radioterapia. A doente, escreve o jornal Público, decidiu retirar a mama, porque vivia nos Açores e não queria ficar longe de casa para tratamentos e porque “aos 80 anos entendeu que não precisava da mama”. O movimento de Patient Advocacy consiste, entre outros aspetos, em informar e apoiar as pessoas para as preparar a tomarem as melhores decisões sobre a sua saúde e a Liga Portuguesa Contra o Cancro quer tê-lo em Portugal. O apoio será dado por voluntários com formação específica, os patient advocates, que podem acompanhar o doente nas suas tomadas de decisão. A Liga quer ter pelo menos uma dezena de pessoas preparadas para desempenhar este papel no próximo ano e vai iniciar o debate sobre este tema, numa conferência internacional que decorre em Coimbra.

“Os doentes têm de saber que há uma outra forma de medicina, centrada no doente e não na doença. O que é mais comum acontecer em Portugal é os doentes, a quem o médico dá alternativas de tratamento, responderem ‘o senhor doutor escolha a que é melhor para mim’”, constata o ginecologista e oncologista Carlos Oliveira, presidente da direção do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa contra o Cancro e organizador da conferência.

Ora o movimento de patient advocacy, que nasce nos Estados Unidos da América na década de 1950 mas só nos últimos 15 a 20 anos chega à Europa, pretende que o doente ganhe mais autonomia para que seja ele a participar nas decisões médicas que lhe dizem respeito, as que melhor se adaptam à sua personalidade, às suas relações familiares, situação económica, ao local onde vive, junta o médico. “O primeiro patient advocate é o próprio doente”.

A expressão advocacy podia ser traduzida por “apoio”, “proteção” ou “defesa”, admite, mas a expressão em inglês contempla, além de cuidados médicos centrados no doente e o envolvimento do doente na decisão, o desenvolvimento de sistemas de segurança para proteger o doente do erro em cuidados de saúde.

Carlos Oliveira informa que a Liga Portuguesa Contra o Cancro pretende acompanhar este movimento internacional treinando alguns voluntários, com um determinado grau cultural, para exercerem este papel junto de doentes com cancro que o queiram. Por exemplo, se um doente pode fazer uma TAC ou uma ressonância magnética deve receber informações sobre os os riscos da radiação envolvidos no primeiro exame. O patient advocate tem também obrigação de indicar duas ou três fontes de informação credíveis na Internet, para não deixar as pessoas a navegar sem orientação.

“Os médicos têm de estar sensibilizados para dialogar com os doentes. O patient advocate não pode ser visto como um inimigo pelo médico. No Reino Unido, o patient advocate acompanha o doente na consulta, serve de tradutor". A ideia da Liga, informa o médico, seria ter pelo menos uma dezena de pessoas habilitadas durante o próximo ano.

Mas um dos problemas que se põe, e que vai ser abordado na conferência, é como se coloca a responsabilidade do médico em situações em que o doente participa ativamente na decisão, “há questões jurídicas que têm de ser discutidas. Tem de se começar devagarinho.”

Quando se diz que a patient advocate consiste em informar e apoiar as pessoas para as preparar a tomarem as melhores decisões possíveis, “não se está a falar do Dr. Google”, como lhe chama Carlos Oliveira, explicando que não se está a defender que se dê mais autonomia aos doentes para tomarem decisões com base em algo que viram algures na Internet, como uma sua doente que em vez de um medicamento queria antes "tomar uns alimentos", exemplifica. Aí, o médico tem de explicar que essa não é uma alternativa com evidência científica. “Há situações em que não há alternativas.”

Estudo
Foi descoberto que análogos da cafeína podem ser eficazes nos défices cognitivos provocados pela Doença de Parkinson. A...

O estudo, publicado na conceituada revista Cerebral Cortex, revela novas provas sobre os efeitos da cafeína no tratamento da doença de Parkinson.

Uma novidade deste estudo,segundo o Sapo, é o facto de se ter focado nos défices cognitivos associados à doença de Parkinson, menos considerados do que os sintomas motores mais característicos da doença, como a rigidez e o tremor. Sabe-se que uma das proteína associadas ao Parkinson, a alfa-sinucleína, forma aglomerados em várias zonas do cérebro e lesiona os neurónios, nomeadamente no hipocampo, zona crucial para o armazenamento das nossas memórias.

Este estudo demonstra, pela primeira vez, que moléculas da família da cafeína (particularmente moléculas bloqueadores dos recetores A2A para adenosina) são eficazes a diminuir a toxicidade da alfa-sinucleína nessas zonas associadas à memória.

"O mecanismo pelo qual se consegue esta proteção tem a ver com a capacidade de reduzir a agregação da alfa-sinucleína, diminuindo assim a sua toxicidade e consequente lesão neuronal. Este efeito protetor acontece nas fases mais tardias de formação desses agregados cuja acumulação levaria à morte dos neurónios das zonas afetadas", explica Luisa V. Lopes, coordenadora do estudo no Instituto de Medicina Molecular (iMM).

Cafeína protege contra perda de memória
A investigadora acrescenta que "já há algum tempo que no iMM temos estado a trabalhar na hipótese de que bloqueando a ação dos recetores A2A de adenosina, tal como a cafeína atua quando ingerimos café, ocorre uma proteção contra a perda de memória associada ao stress e ao envelhecimento.

Nesta colaboração com colegas portugueses da Universidade de Göttingen decidimos testar a hipótese de que este grupo de moléculas seria também eficaz na toxicidade induzida por alfa-sinucleína e ser relevante em Parkinson. Até porque vários estudos epidemiológicos sugerem uma associação entre a ingestão de cafeína e proteção em Parkinson, mas nunca tinha sido estudada a sua ação direta na ação da alfa-sinucleína.

A doença de Parkinson afeta um número crescente de pessoas em todo o mundo, devido ao envelhecimento da população. Só em Portugal, esta doença afeta mais de 20.000 pessoas.

As terapêuticas atuais são apenas sintomáticas e centram-se por isso principalmente no tratamento dos sintomas motores típicos da doença. No entanto, o declínio cognitivo e de diminuição da memória, também sintomas presentes nesta patologia, causando graves problemas para os doentes à medida que a doença progride.

" Embora a ideia de que a cafeína é protetora contra défices de memória esteja generalizada e seja aceite pela comunidade científica, são necessários argumentos mais sólidos para que esta - ou fármacos análogos - sejam testados clinicamente. Precisamos de dados mais concretos e secundados por mecanismos de ação mais detalhados. Este estudo pode ser um argumento a favor disso, com uma aplicação adicional em défices de memória de doentes de Parkinson", explica Tiago Outeiro, diretor do Departamento de Neurodegeneração em Göttingen. E conclui que "este estudo traz uma nova esperança para o tratamento de sintomas que os médicos não têm sido capazes de tratar até agora, devido à falta de ferramentas".

O café é um hábito comum na dieta alimentar da maioria das pessoas sendo por isso esta ligação extremamente interessante. Luísa Lopes esclarece que "não deveríamos, por esta razão, começar a beber 10 cafés por dia para tratar a doença de Parkinson" e acrescenta que "o mecanismo que agora descrevemos dá pistas importantes em relação aos alvos celulares da cafeína, e assim contribuir para o desenvolvimento de novos fármacos mais específicos e potentes".

Autoridade europeia considera
A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar considerou improvável que o glifosato, muito utilizado nos pesticidas, seja...

A opinião da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) foi aplaudida pela indústria agroquímica e criticada por ONGs como o Greenpeace, que questionaram de imediato a independência da entidade, escreve o Sapo.

A Comissão Europeia deve decidir antes de junho de 2016 se mantém ou não a autorização para o comércio do glifosato, o herbicida mais produzido no mundo.

"Temos até junho de 2016 para tomar uma decisão", afirmou Enrico Brivio, porta-voz comunitário, numa conferência de imprensa, destacando que a decisão será tomada depois de consultados os Estados-membros.

O relatório da EFSA servirá como guia para a Comissão Europeia. Também servirá aos Estados-membros quando tiverem que reavaliar a segurança dos pesticidas que contêm glifosato.

Esta decisão contradiz a anunciada em março pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que considerou como "provavelmente cancerígenos" cinco pesticidas, entre eles o glifosato.

A Agência Internacional de Pesquisas sobre o Cancro (IARC, na sigla em inglês) qualificou na ocasião o glifosato, presente, entre outros no Roundup, da Monsanto, um dos herbicidas mais vendidos, de "provavelmente cancerígeno para os humanos".

Após esta avaliação da IARC, a ministra francesa do Meio Ambiente, Ségolène Royal, pediu a proibição da venda de herbicidas com esta substância.

O painel de cientistas da EFSA e de especialistas dos órgãos de avaliação de riscos dos Estados-membros fixou no relatório uma dose máxima de referência para o glifosato. Não deve ser superior a 0,5 mg por quilo de peso corporal.

Além desta dose de referência, a EFSA propõe outros limites de segurança toxicológica. Já foi fixado um limite de 0,1 mg por quilo de peso corporal como um nível aceitável de exposição para os operadores e uma dose diária aceitável para os consumidores de acordo com a dose máxima de referência (0,5 mg).

Ordem defende
O presidente do Conselho Nacional de Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros defendeu a necessidade de promover a saúde escolar e...

“Vamos apresentar uma proposta clara para uma aposta efetiva do desenvolvimento da saúde escolar (…) e da criação da figura do enfermeiro de escola porque neste momento, com os mega-agrupamentos de escola que temos no país, é perfeitamente justificável a presença de um profissional a tempo integral nas escolas”, afirmou José Carlos Gomes.

O também membro do Conselho Executivo da Ordem dos Enfermeiros, que falava à margem de uma visita ao Centro Hospitalar de Gaia, referiu estar a pedir o apoio do colégio de especialidade comunitária e de saúde infantil e pediátrica para o processo que “gostaria que não demorasse demasiado tempo” a chegar ao governo.

“Seria uma despesa facilmente ressarcida através de custos que deixariam de existir no futuro para o sistema de saúde”, realçou.

O responsável lembrou que, “até há pouco tempo” a saúde escolar foi “uma realidade um pouco por todo o território nacional”, mas que, “infelizmente”, tem assistido a um “imenso desinvestimento e desvalorização”.

“Aquilo que se tem notado é uma não utilização daquilo que são as possibilidades do sistema em termos de cuidados de saúde primários”, criticou, acrescentando: “estamos efetivamente a fazer tudo ao contrário [e] em vez de apostarmos na prevenção, estamos a ter cada vez mais instrumentos de reação à doença e a esquecer a questão da promoção da saúde, nomeadamente na saúde escolar”.

Para o presidente do Conselho Nacional de Enfermagem, é necessário voltar “a apostar na área da promoção da saúde” e utilizar as “competências dos enfermeiros e especialistas nas estruturas que estão desenhadas para o efeito e que pura e simplesmente não têm sido financiadas”.

José Carlos Gomes disse considerar “preocupante” a forma como o sistema de saúde é atualmente financiado, privilegiando os resultados, ou seja, “uma instituição de saúde para poder sobreviver tem que apresentar um grande número de atos, independentemente dos resultados em saúde que consegue [e] Isto é uma forma perniciosa de fazer o financiamento do sistema e pode por em causa a curto prazo a própria sustentabilidade”.

No Porto
A Plataforma Multissectorial Europeia sobre Cancro do Pâncreas, criada para chamar a atenção sobre aquele tumor maligno, é...

Criada há cerca de um ano, a plataforma é composta por um grupo de fundações, universidades, centros nacionais de registos, investigadores, cirurgiões, epidemiologistas, oncologistas, médicos de família, representantes dos doentes, membros do Parlamento Europeu do Movimento Contra o Cancro e membros da direção-geral da saúde da União Europeia, de gastrenterologistas e da indústria farmacêutica, explicou Vítor Neves, da Europacolon, uma das associações que pertence a este movimento mundial.

A Plataforma Multissectorial Europeia sobre Cancro do Pâncreas é apresentada no auditório do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular (Ipatimup), no Porto, durante a conferência denominada “Perspetivas futuras, a atualidade e áreas de incerteza no cancro do pâncreas”, uma iniciativa do Ipatimup e da Europacolon para assinalar o Dia Mundial do Cancro do Pâncreas em Portugal e onde estarão presentes doentes com aquele tumor maligno que sobrevivem à doença há vários anos.

A plataforma visa “aumentar os níveis de prevenção, elaborar um registo oncológico relativamente ao cancro do pâncreas, identificar entidades onde existam ensaios clínicos e identificar os centros de tratamento, explicou Vítor Neves, sublinhando que, se houver um maior controlo através dos médicos de família no sentido de reduzirem o tempo entre os exames de rotina, aumenta-se a prevenção, que é o meio ideal para controlar a doença, explicou Vítor Neves.

O registo de cancro do pâncreas em Portugal está a aumentar, com 1.400 novos casos por ano, e a taxa de sobrevivência global aos cinco anos deste tumor maligno é de apenas 5%, indica a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

A predisposição familiar para o cancro do pâncreas é um fator de risco, assim como o tabagismo crónico, que aumenta duas a três vezes a probabilidade de haver cancro do pâncreas, a ingestão de gorduras, obesidade e o sedentarismo.

Dor ou desconforto abdominal, falta de apetite, emagrecimento e cansaço são também indicadores a ter em atenção, segundo a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

O cancro do pâncreas é, de todos os cancros, o que tem a taxa de sobrevivência mais baixa e, sem melhorias no diagnóstico, prevê-se que venha a tornar-se a segunda principal causa de morte por cancro em 2030.

Infarmed
Os portugueses estão a comprar, através da internet, medicamentos falsos contra doenças graves como as cardiovasculares, a...

O alerta é do presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), Hélder Filipe, que recentemente foi o anfitrião de uma reunião que juntou em Lisboa alguns dos principais especialistas europeus, no combate ao tráfico de medicamentos falsificados.

Em entrevista, Hélder Filipe revelou que, em 2014, foram intercetadas pelas autoridades cerca de 24 mil embalagens postais com produtos, no total de perto de meio milhão de unidades potencialmente medicamentosas.

Os supostos medicamentos para a disfunção erétil continuam a ser dos mais adquiridos por este meio, tal como para o emagrecimento, mas o que está a preocupar as autoridades é o perfil dos alegados fármacos que estão a ser adquiridos por esta via, e que “está alterar-se”.

“Assistimos a um crescimento significativo de outro tipo de medicamentos, nomeadamente usados em doenças cardiovasculares, hormonas, para doenças oncológicas, entre outros”, disse, concluindo que “o fenómeno está a mudar, em termos de oferta, para produtos diferentes das classes clássicas”, o que traz mais riscos para a saúde pública.

Também os tuberculostáticos (medicamentos para a tuberculose) estão a ser identificados nestes percursos que, normalmente, são promovidos por “redes altamente complexas de crime organizado”.

“Mais uma vez, para uma doença infecciosa, que tem de ser tratada e deve ser tratada de maneira adequada e com medicamentos de confiança. Isto é um problema”, afirmou.

O presidente do Infarmed recorda que, em média, metade dos medicamentos encomendados por internet é falsa.

Segundo Hélder Filipe, quem adquire os medicamentos por esta via fá-lo para “evitar as barreiras de acesso que o próprio sistema regulado impõe: receita médica e a exposição do potencial utilizador relativamente a um profissional de saúde”.

Em certas ocasiões, adiantou, o consumidor tenta ter acesso a medicamentos que, “por boas razões”, não consegue adquirir no mercado legal, por tal não ser possível.

O presidente do Infarmed avança que os preços nem sequer são a principal razão para a compra destes medicamentos pela internet, pois em certos casos estes acabam por ser mais caros do que no mercado legal.

“As barreiras são de outro tipo”, disse.

As autoridades confrontam-se ainda com dificuldades em “perceber verdadeiramente as consequências da utilização destes medicamentos”, sabendo-se, contudo, que há um risco de o produto falsificado ter metade da dose, não ter qualquer substância ativa ou ter, mas com impurezas.

“Quando analisamos um produto falsificado, não sabemos verdadeiramente o que vamos encontrar. O que vai na composição do rótulo, se o produto está falsificado, é seguramente diferente das características do produto falsificado”.

Hélder Filipe apontou um outro fenómeno relacionado com os suplementos alimentares: “Teoricamente são suplementos alimentares, mas quando fazemos a análise encontramos na sua composição medicamentos, embora não declarados no rótulo”.

O presidente do Infarmed garante que não foi até ao momento identificada qualquer produção em Portugal de medicamentos falsificados.

Estes chegam de várias partes do globo, na esmagadora maioria dos quais por encomenda postal, como Extremo Oriente, Índia, Brasil ou Estados Unidos.

Nos casos de identificação do produtor de medicamentos falsos, a lei em vigor, e que está em vias de ser alterada, apenas punirá as situações de saúde que forem atribuídas ao consumo do produto.

“Estamos a tentar que haja alterações à própria legislação, na sequência de termos assinado a convenção Medicrime, que nos dá uma obrigação de traduzirmos os princípios assinados para a legislação nacional”.

Para Hélder Filipe, “a mudança da legislação nacional fará com que seja mais fácil punir quem intervém neste crime de falsificação dos medicamentos”.

Região Centro
Os utentes de mais de 250 farmácias da região centro vão poder fazer a sua avaliação de risco de diabetes e, de acordo com os...

Num país onde mais de um milhão de pessoas tem diabetes, cerca de metade desconhece ter a doença e outros tantos têm hiperglicemia intermédia, com risco elevado de se tornarem diabéticos, o primeiro desafio chama-se “prevenção”.

Hélder Ferreira, Coordenador Regional da Diabetes da ARS-Centro, destaca a relevância do projeto. “É uma iniciativa de grande importância em termos de saúde pública. O que vamos fazer é tentar identificar as pessoas com diabetes que ainda não sabem que o são. Quanto mais cedo conseguirmos fazer este trabalho, mais fácil será inverter a tendência de escalada silenciosa da doença. É na prevenção que temos de apostar. Diabetes controlada significa ter níveis de açúcar no sangue dentre de certos limites, o mais próximo possível da normalidade.”

No âmbito das comemorações de “Novembro mês de diabetes” - 14 Novembro dia mundial da diabetes, as farmácias da região centro, em parceria com as Unidades Coordenadoras Funcionais da Diabetes dos Agrupamentos de Centros de Saúde, da Administração Regional de Saúde do Centro, a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e a Associação Nacional das Farmácias, decidiram avançar com o programa de avaliação do risco de diabetes tipo 2 à população não diabética.

Mais de 250 farmácias estarão disponíveis para promover a avaliação de risco em todos os seus utentes, disponibilizando a intervenção farmacêutica em relação a aconselhamento e cuidados a ter para a prevenção diabetes.

Em 2014, 10% do orçamento do SNS foi gasto com esta doença, sendo crucial inverter a tendência de crescimento da “epidemia” que ameaça 13,1% da população portuguesa.

Em Portugal
O registo de cancro do pâncreas em Portugal está a aumentar, com 1.400 novos casos por ano, e a taxa de sobrevivência global...

“A sobrevivência global aos cinco anos [do cancro do pâncreas] é de apenas 5%” e “existem em Portugal 1.400 novos casos por ano”, alertou hoje o presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, José Cotter, recordando que o cancro do pâncreas é o “terceiro mais frequente do sistema digestivo, a seguir ao cancro do cólon e ao cancro do estômago”.

Em entrevista telefónica à Lusa, a propósito do Dia Mundial do Cancro do Pâncreas, que se assinala esta sexta-feira, dia 13, José Cotter avisa que a predisposição familiar para o cancro do pâncreas é um fator de risco, assim como o “tabagismo crónico” (aumenta duas a três vezes a probabilidade de haver cancro do pâncreas), a “ingestão de gorduras”, “obesidade” e o “sedentarismo”.

Dor ou desconforto abdominal, falta de apetite, emagrecimento e cansaço são “queixas inespecíficas” que muitas vezes são desvalorizadas, mas às quais de deve ter atenção, sublinhou o médico especialista José Cotter, sugerindo às pessoas para consultarem o médico, “porque não devem estar a protelar algo que se passa no organismo e que não é de todo normal”.

Para se fazer o diagnóstico, o primeiro exame é a ecografia abdominal, um exame não invasivo e inofensivo e, caso haja suspeitas, são feitos outros exames mais sofisticados, como por exemplo a tomografia computadorizada (TAC), ressonância magnética (RM) ou a ecoendoscopia, técnica mais recente em que é utilizada uma sonda de ecografia de alta resolução.

O cancro do pâncreas é, de todos os cancros, o que tem a taxa de sobrevivência mais baixa e, sem melhorias no diagnóstico, prevê-se que venha a tornar-se a segunda principal causa de morte por cancro em 2030.

Associação diz
O presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiares considerou que um aumento, ainda que voluntário, da lista...

Em declarações a propósito do 4º Encontro de Outono das USF que se realiza sexta-feira, no Porto, o presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiares (USF-AN), João Rodrigues, disse que “não chega aumentar listas, tem de haver condições de trabalho, tem de haver rácios profissionais/utentes que sejam minimamente adequados à produção de uma acessibilidade diária e qualificada”.

“Tudo o que passe de uma média de 1.700 utentes, do nosso ponto de vista é tecnicamente inadequado porque cria, obviamente, iniquidades, porque não cria acesso e não há resultados de qualidade, que é o que se pretende”, sublinhou.

O dirigente da associação referiu também que no encontro serão apresentadas duas novas funcionalidades do projeto BI USF, destinado a dotar as USF de um instrumento que as apoie e sustente no seu desenvolvimento.

O objetivo é contribuir para “a apropriação do BI USF pelas USF”, através de um Módulo de Investigação, uma ferramenta para tornar mais fácil a investigação feita nas e pelas Unidades de Saúde familiares e do E-Qualidade, um instrumento para “a melhoria contínua da qualidade organizacional e partilha de boas práticas”.

Em declarações, o presidente da Comissão Organizadora e Científica do evento, José Luís Biscaia, explicou que o módulo de investigação vai estar disponível para todas as USF com profissionais a fazer investigação.

A primeira linha de investigação vai ser lançada sexta-feira e será a caracterização do risco cardiovascular na população portuguesa, que “além de ter todas as características epidemiológicas (hipertensão, diabetes ou outras), também vai caracterizar o perfil terapêutico, ou seja, o que é que as pessoas estão a fazer, o que é que os médicos prescrevem”, referiu José Luís Biscaia.

“É um estudo que vai ter com uma dimensão que hoje não há”, sublinhou, referindo que os resultados de 2015 deverão ser conhecidos no primeiro trimestre de 2016.

“Amanhã [na sexta-feira] será feito o lançamento e depois a recolha de dados será feita com os dados de 2015. Além do estudo, a ideia essencial é ter uma ferramenta que de uma forma muito simples e acessível a todos permite desenvolver ou promover a investigação nos cuidados de saúde primários”, acrescentou.

Esta ferramenta “não gera a investigação, propriamente dita, mas é um instrumento de muito fácil utilização por todas as USF”, salientou.

“Permite trabalhar os dados com mais facilidade, vai criar um repositório dos protocolos e resultados de investigação, que também não existe. As pessoas vão fazendo as suas coisas, boas ou más, mas nunca há partilha do que acontece. Com esta ferramenta é criada uma espécie de rede de investigação”, frisou.

De acordo com José Luís Biscaia, “será, com certeza, o registo de melhor qualidade que existe em Portugal ao nível dos cuidados de saúde primários, é mais abrangente porque temos o registo de todos os problemas de saúde das pessoas e ao mesmo tempo permite-nos traçar o perfil terapêutico”.

No encontro serão também debatidas as “ameaças e oportunidades” e “as medidas a tomar” referentes aos seguintes temas: Aplicação de incentivos institucionais, evolução para USF de modelo B, horários e registo biométrico de assiduidade e aumento de listas de utentes.

Santo António e Curry Cabral
A Unidade Hepatobiliopancreática do Serviço de Cirurgia Geral e o Serviço de Oncologia do Hospital de Santo António - Centro...

Esta reunião científica, a primeira em conjunto dos dois centros de referência em Portugal no tratamento do cancro do pâncreas, será realizada em simultâneo nas duas unidades de saúde de Lisboa e Porto, através de videoconferência. Com o objetivo de promover um espaço de partilha de conhecimento científico e debate em torno dos desafios do diagnóstico e tratamento do cancro do pâncreas, o evento junta profissionais de saúde nacionais nas duas unidades de saúde e também especialistas europeus.

"Procuramos assinalar o Dia Mundial do Cancro Pancreático com a criação de um espaço de partilha de experiências e conhecimento científico entre especialistas nacionais e europeus neste campo da medicina. O cancro do pâncreas é, sem dúvida, um tema de inquestionável e atual relevância para a comunidade médica, uma vez que a incidência deste tumor tem aumentado na população nos últimos anos. É geralmente muito agressivo e de difícil diagnóstico, pois é assintomático até uma fase avançada da doença. Este tipo de cancro é atualmente um dos tumores malignos mais letais, representando a quinta causa de morte por cancro no mundo e a quarta na Europa”, conclui Ana Castro, médica oncologista do Hospital de Santo António e membro do comité organizador da reunião. 

Programa
09h30 Receção
09h45 Quimioterapia para o tratamento do cancro pancreático | Thomas Seufferlein (Ulm, Alemanha)
10h30 Tratamento médico de tumores neuroendócrinos do pâncreas | Barbro Eriksson (Uppsala, Suécia)
11h15 Debate | moderadores: António Araújo e José Davide
11h45 Pausa
12h00 Resseções pancreáticas para adenocarcinoma: quais os limites? | Philippe Bachellier (Strasbourg, França)
Sessão virtual a partir do Hospital Curry Cabral
13h00 Encerramento

Sobre o Cancro do Pâncreas:
O cancro do pâncreas é atualmente o sétimo tipo de cancro mais comum na Europa, representando já a quinta causa de morte oncológica no mundo, sendo responsável por cerca de 70 mil mortes por ano. A taxa de mortalidade do cancro pancreático na Europa ronda os 35 mil casos por ano, ou seja, a quarta causa de morte oncológica na Europa.

A incidência do cancro do pâncreas tende a aumentar com a idade e a grande maioria dos casos são diagnosticados após os 65 anos. A elevada taxa de mortalidade é justificada não só pela agressividade do cancro, mas também pelo diagnóstico tardio, uma vez que os sintomas surgem numa fase avançada da doença e nem sempre são sugestivos.

Ordem dos Médicos
José Manuel Silva admite que os médicos "não estão bem preparados" para lidar com as questões de fim-de-vida.

Quando é que os médicos devem parar de tratar um doente? Antes de ser bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva chegou a propor, no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, onde trabalha, a criação de “comissões de avaliação de distanásia”, mas a proposta "não foi aceite", escreve o jornal Público. A distanásia é o encarniçamento terapêutico, o uso de tratamentos desproporcionados que apenas prolongam a vida do doente, tornando o processo da morte lento e com sofrimento.

Os médicos, admite, “não estão bem preparados” para lidar com as questões de fim-de-vida. “São problemas demasiado complexos para que possam tomar decisões sozinhos. O ideal seria que o fizessem em conjunto com outros médicos e com a família do doente”, defende o bastonário, que lembra que, se o Código Deontológico proíbe a eutanásia, também veda a distanásia.

Foi, aliás, o receio do encarniçamento terapêutico que esteve na base da criação daquilo que se convencionou chamar testamento vital, as diretivas antecipadas de vontade que estão previstas na legislação portuguesa e permitem às pessoas deixar por escrito os cuidados de saúde a que não querem  ser sujeitas, no caso de ficarem incapazes de manifestar a sua vontade.

Mas esta nova possibilidade não está a ter grande adesão em Portugal. Desde que foi criado um registo informático para facilitar a formalização destas diretivas, em 2014, nem 1500 pessoas aderiram, num ano, quando se estimava que esse número pudesse chegar a cerca de 20 mil. “É uma minoria de pessoas particularmente esclarecidas”, resume José Manuel Silva, para quem as diretivas antecipadas não trouxeram nada de novo. “Todos os conceitos já estavam previstos e aprovados na Ordem dos Médicos”.

Figuras públicas aderem
António-Pedro Vasconcelos, Júlio Machado Vaz, João Semedo, Alexandre Quintanilha, Francisco Louçã e José Júdice apoiam...

“Acha que tenho o direito legal de me matar? Queria terminar com a minha vida, sabe onde posso obter o produto?” Ao e-mail de Laura Ferreira dos Santos, autora de vários livros sobre morte assistida, têm chegado múltiplas perguntas deste género. Consciente de que há muitas questões que ficam sem resposta e de que há muitas pessoas a precisar de informação e de apoio, a professora aposentada da Universidade do Minho aceitou o desafio de lançar a base para a criação de um movimento cívico para a despenalização e regulamentação da morte assistida em Portugal, escreve o jornal Público.

Ao convite para aderir à reunião para definir o embrião deste movimento que se prevê polémico já disseram que sim António-Pedro Vasconcelos, Júlio Machado Vaz, João Semedo, Alexandre Quintanilha, Francisco Louçã e José Júdice, entre outras personalidades conhecidas, num grupo de inscritos que ultrapassa a meia centena. É um caminho que faltava fazer em Portugal, quando na Europa, lembra Laura Ferreira dos Santos, desde há vários anos existem associações “right to die” (direito a morrer), mesmo em países onde a morte assistida (que inclui a eutanásia e o suicídio medicamente assistido) não está legalizada, como Espanha e França. “Em Itália até há duas”, diz.

Ainda sem nome – "Ajuda-me a morrer" ou "Última liberdade" são duas das hipóteses –, o movimento, prevê-se, vai criar um portal web, lançar uma petição pública, pedir audiências a grupos parlamentares e a outras entidades. Além de Laura, que acaba de publicar A Morte Assistida e Outras Questões de Fim-de-Vida (Almedina), é promotor da reunião o médico nefrologista João Ribeiro dos Santos que há quatro anos lançou uma petição para que a Ordem dos Médicos (OM) debatesse o tema.

Eventualmente, o movimento poderá evoluir para associação, se para isso houver vontade e meios. “Pensamos ser tempo de passar de peças avulsas, onde se defende a despenalização e a regulamentação da morte assistida, para uma atuação mais consistente e organizada”, explica-se na convocatória do encontro, que está marcado para sábado às 14h30 na sede da Ordem dos Médicos, no Porto (a sala é cedida sem qualquer tipo de envolvimento da instituição).

“Que fazer quando o doente, de forma informada, esclarecida e reiterada, solicita ao médico que o ajude a morrer porque padece de sofrimento insuportável, físico ou psicológico, e que não é suscetível de ser aliviado ou suavizado?”, permuta-se na convocatória. Laura Ferreira dos Santos defende mesmo que “não dar essa escolha final à pessoa é uma tirania do Estado”.

Alterar o Código Penal
Do ponto de vista jurídico, para que a morte assistida seja despenalizada é necessário alterar o Código Penal, mas não a Constituição da República, explicam os promotores. “Temos o direito de viver e não o dever de viver”, justificam, defendendo que cabe a cada um “deliberar (…) sobre o tempo e a forma de viver” e que não podem ser sempre os médicos a ter a última palavra.

Mas falar de morte assistida ainda é uma espécie de tabu em Portugal. “Esta é uma reunião histórica”, assume a professora aposentada, enquanto recorda o encontro que há alguns anos reuniu várias personalidades na Ordem dos Médicos (OM), em Lisboa, justamente para debater as questões de fim-de-vida. “A sala estava cheia, mas não houve quase perguntas nenhumas, quando esta é uma questão de direitos fundamentais”.

“Este silêncio onera as pessoas que se veem a braços com situações graves. Um exemplo: um doente tem um cancro que estava em remissão, o cancro volta mas ele não quer tratar-se, a família pressiona-o imenso e ele suicida-se. Se houvesse abertura para falar disto, ele poderia ter discutido o assunto com os médicos”, lamenta.

“Na nossa tradição judaico-cristão, a vida é vista como um bem inalienável”, observa João Ribeiro dos Santos, para quem, "em termos éticos, esta discussão até é mais simples de fazer” do que a da despenalização da interrupção voluntária de gravidez, que foi aprovada no último referendo e agora é permitida, desde que feita até às dez semanas de gestação.

Sem querer expressar a sua posição pessoal sobre “um problema tão complexo”, o bastonário da OM, José Manuel Silva, lembra que o Código Deontológico dos médicos não permite a eutanásia, mas entende que “é saudável” promover este debate. “Nós não temos tabus quanto à discussão de determinado assunto. Este tem sido pouco discutido porque colide com as convicções religiosas de muitas pessoas”, acredita.

Aos detratores da despenalização da morte assistida, que costumam argumentar que os cuidados paliativos oferecem uma panóplia de meios e de medicação eficazes no alívio da dor física e do sofrimento psicológico, os promotores do movimento para a despenalização da morte assistida respondem esta é uma “falsa questão”. A eutanásia e o suicídio medicamente assistido não são uma alternativa aos cuidados paliativos nem os antagonizam, alegam.

Na Europa, a morte assistida está legalizada na Holanda e na Bélgica, há mais de uma década, e o Luxemburgo também a legalizou, entretanto. Nos Estados Unidos, o suicídio medicamente assistido é permitido nos estados norte-americanos de Oregon, Washington e Vermont e, na Europa, não é punido na Suiça. O Canadá “avança no próximo mês”, diz Laura Ferreira dos Santos.

Há também países e estados onde, “pontual e casuisticamente”, os tribunais não têm condenado os autores ou os assistentes de alguma forma de morte assistida. É o caso da Colômbia, do Uruguai e do estado norte-americano de Montana.

Estudo conclui
Os irmãos mais velhos são em média mais inteligentes do que os mais novos, de acordo com uma pesquisa recente. Os mais novos...

Uma investigação conduzida pela Universidade de Leipzig, na Alemanha, e que analisou dados de 20.000 pessoas do Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos, concluiu que a personalidade não é afetada pela ordem de nascimento, escreve o Sapo. Não se pode, por isso, dizer que os mais velhos são os mais honestos e simpáticos ou que os mais novos são os mais mimados ou infantis.

As únicas diferenças aparentes estão na inteligência, ligeiramente superior nos irmãos mais velhos, na saúde dos mais novos, que é melhor, e na maior probabilidade que estes últimos têm para ser homossexuais.

Em relação à inteligência, os investigadores descobriram, segundo a BBC, que a diferença está na forma como as pessoas reconhecem a inteligência, talvez resultado do estatuto que os primogénitos têm na família, não sendo por isso uma questão biológica.

Mais novos com sistema imune reforçado
Mas os caçulas ganham na saúde. Os segundos e terceiros filhos parecem ter menos propensão para doenças como a diabetes tipo 1. Alterações durante a gravidez ou experiências após o nascimento, como o atraso na exposição às infeções, podem justificar a pior saúde dos mais velhos, dizem os cientistas.

Os mais novos, por serem expostos - graças aos irmãos que trazem as doenças da escola - a uma grande variedade de bactérias e vírus desde cedo, parecem ganhar anticorpos essenciais para os manter saudáveis.

A outra conclusão desde macro-estudo baseia-se na orientação sexual. A pesquisa sugere que a ordem no nascimento pode ter alguma influência no caso dos homens. Homens com irmãos mais velhos têm uma probabilidade maior de serem homossexuais. De acordo com o estudo, por cada irmão mais velho que um homem tem, aumenta a probabilidade de se sentir atraído por outro homem.

No Reino Unido
Um centro de investigação britânico está a pagar o equivalente a 5 mil e poucos euros (5,5 mil dólares americanos ) a quem não...

Os voluntários do centro de investigação hVIVO, em Londres, Reino Unido, estão a ser bem pagos para servir de cobaia para uma experiência segura para a saúde humana, escreve o Sapo.

"Queremos saber exatamente quando e como se dá uma infeção viral e quanto tempo demora a recuperação", explica Cyrus Ghobado, investigador de virologia do hVIVO, fundado em 2001. "O início da infeção é importante para nós", acrescenta em declarações à BBC.

Ghobado explica que a intenção é determinar e perceber os efeitos do vírus da gripe no corpo humano.

Dependendo do tipo de investigação, os voluntários podem ser isolados até duas semanas e meia num quarto com casa de banho.

O único contacto com o exterior é através da Internet. O contacto humano dá-se apenas com funcionários do centro, que usam roupas especiais para evitarem a infeção.

"Temos uma equipa de cientistas altamente experiente que testa o vírus de uma forma muito controlada", garante Ghobado.

Os voluntários recebem a dose do vírus da gripe em pequenas quantidades através do nariz e 48 horas depois os primeiros sintomas começam a aparecer.

Dia Mundial da Pneumonia
A pneumonia é a doença pulmonar que mais mata em Portugal, ao contrário dos restantes Estados-membros da União Europeia onde é...

Em Portugal, segundo o gabinete oficial de estatísticas da União Europeia(UE), que divulga dados de 2012, morreram 17.583 pessoas de doença pulmonar, o que representa 16,3% dos óbitos nesse ano.

A pneumonia (38,6%) foi a principal causa de morte por doença pulmonar, seguindo-se o cancro do pulmão (20,9%) e bronquite e outras afeções crónicas (15,9%).

Na UE as doenças do aparelho respiratório provocaram 671.900 mortes, o que representa 13% do total de óbitos.

O cancro do pulmão foi a doença que mais mortes causou na UE (40%) e em todos os Estados-membros à exceção de Portugal, seguindo-se a bronquite e outras afeções (24%) e a pneumonia (19%).

Em Portugal morrem mais homens (56,1%) do que mulheres (43,9%) devido a doenças pulmonares, tendência que também se verifica na média da UE, com, respetivamente, 59,3% e 40,7%.

Estudo
No essencial, o que diz a revisão de estudos publicada na revista Clinical Anatomy é que a ejaculação precoce não deve ser...

Aliás, os autores da revisão não deixam margem para dúvidas sobre qual é o seu entendimento: a ejaculação precoce tem sido descrita como "uma doença construída por especialistas em medicina sexual sob a influência de empresas farmacêuticas".

Para os autores da nova revisão, escreve a TSF, os casais não se devem envergonhar quando há situações de ejaculação precoce, até porque é uma situação normal, sobretudo entre os mais jovens, e podem procurar formas naturais de contornar o problema - sem recurso a tratamentos ou medicamentos.

"É importante que os homens percebam que a fisiologia da ejaculação e o orgasmo não são prejudicados pela ejaculação precoce e que ela é normal nos adolescentes do sexo masculino", disse um dos coautores da revisão, Vincenzo Puppo.

Instituto Nacional de Estatística
Consumo excessivo de medicamentos sem prescrição médica preocupa especialistas.

Os jovens estão a consumir medicamentos e suplementos em excesso, muitas vezes correndo riscos e ignorando efeitos secundários. De acordo com o Inquérito Nacional da Saúde, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 26,6% dos jovens entre os 15 e os 24 anos tinham consumido medicamentos não prescritos por um médico nas duas semanas anteriores. "É um número excessivo para esta faixa etária, que não devia tomar nada ou só em casos muito excecionais", conta ao Diário de Notícias Carlos Maurício Barbosa, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos. Além dos efeitos secundários em medicamentos de uso regular - como o paracetamol ou o ibuprofeno - alerta para suplementos para a memória, para a ansiedade ou até para melhorar o desempenho sexual. "Muitas vezes nem sequer sabemos o que contêm".

A pergunta feita pelo INE aos portugueses reflete os consumos não só de medicamentos de venda livre - seja em farmácias, parafarmácias ou nos supermercados - mas também de suplementos e vitaminas ou medicamentos homeopáticos, e o que se conclui analisando os dados é que os mais jovens os compram mais. Além dos 15 aos 24 anos, o consumo entre os 25 e os 34 anos foi confirmado por 29,8%. A partir destas idades vai baixando, até perto dos 15% a partir dos 65 anos.

Mas afinal o que consomem os jovens? Analgésicos, anti-inflamatórios, suplementos para dormir, para a ansiedade e concentração. "Desde logo, há um consumo em excesso de paracetamol e as pessoas não sabem os riscos que tem, mesmo em termos hepáticos.". No ibuprofeno, "pode haver sangramentos das paredes digestivas. Muitas vezes são vendidos em doses limitadas, mas depois as pessoas tomam mais do que um comprimido e há riscos. Sempre disse que nunca deviam ser vendidos fora das farmácias, porque depois não há aconselhamento. Isso acontece com a pílula do dia seguinte".

No caso dos suplementos, alerta para o desconhecimento. "Há pouco controlo sobre os efeitos, não são sujeitos a ensaios e não estão na tutela da saúde, o que devia acontecer. Ainda por cima são vendidos como milagrosos". O inquérito do INE refere ainda dados dos consumos com receita. E os valores não são muito diferentes. Nestas faixas etárias, 28% tinham tomado medicamentos prescritos nas duas últimas semanas.

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva também admite que o consumo suscita alguma preocupação. "Também me parece excessivo, mas teria de ser feita uma análise a partir daqui", refere. Admitindo que "todos os medicamentos acarretam algum risco", refere que, no caso dos suplementos, "muitas vezes não há bases científicas. Não há suplementos para a memória e para a concentração que resultem".

Melanie Tavares, coordenadora da Mediação Escolar do Instituto de Apoio à Criança não tem dúvidas de que os jovens e as próprias famílias recorrem em excesso à medicação, "quando é possível recorrer e aprender estratégias, seja para os casos em que um aluno não dorme, é ansioso ou tem dificuldade em se concentrar. Exemplos são os medicamentos para a hiperatividade e défice de atenção. "Há situações em que é necessário medicar, mas por vezes é excessivo." O uso de suplementos, como os à base de valeriana, de medicamentos homeopáticos e até anti-histamínicos, nuns casos com noutros sem receita, são estratégias comuns.

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