Estudo
O risco de mortalidade associado à obesidade não é tão valorizado quando deveria na maioria dos estudos científicos, porque a...

Segundo este estudo, as investigações que não distinguem entre as pessoas que jamais excederam o peso e aquelas que já foram obesas ou tiveram excesso de peso antes de emagrecer são enganosas, porque ignoram os efeitos duradouros de um excesso de peso, escreve o Sapo.

Além disso, a perda de peso é frequentemente resultado de uma doença, afirmam os investigadores, cujos trabalhos foram publicados nas Atas da Academia Americana das Ciências (PNAS, na sigla em inglês).

"Os riscos associados à obesidade foram subestimados em investigações prévias porque a maioria dos estudos tem em conta o peso medido uma só vez", explica Andrew Stokes, professor adjunto de saúde pública da Universidade de Boston e um dos principais autores do estudo.

"O simples facto de incorporar medidas de peso feitas ao longo do tempo deixa claro os riscos da obesidade e mostra que estes são muito maiores do que os estimados até agora", completa.

Os cientistas determinam que o risco de mortalidade das pessoas que tinham o peso normal no momento da investigação, mas que tiveram sobrepeso ou obesidade no passado, é 27% maior do que o risco de mortalidade a que estão expostos os que sempre mantiveram a linha.

Maior risco de comorbidades associadas

Também observaram uma maior prevalência de diabetes de tipo 2 e de doenças cardiovasculares entre as pessoas que tiveram um índice de massa corporal (IMC) maior que o normal e que depois perderam peso do que as que sempre foram magras.

Os autores do estudo utilizaram dados provenientes de uma ampla pesquisa sobre nutrição realizada nos Estados Unidos entre 1988 e 2010.

Um total de 39% das pessoas que tinham o peso normal no momento da pesquisa tiveram excesso de peso ou obesidade no passado.

Mau tempo
A Autoridade Nacional de Proteção Civil alertou a população para a adoção de medidas preventivas devido às previsões de chuva,...

Num aviso à população, a Proteção Civil refere que, para os próximos dias, está prevista a queda de neve nas regiões do norte acima dos 800 metros e formação de geada durante a noite, sendo expectável desconforto térmico devido à descida acentuada da temperatura mínima, sobretudo nas terras altas, associada ao vento forte.

Tendo em conta as condições meteorológicas, escreve o Sapo, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) alerta para o piso rodoviário escorregadio e eventual formação de lençóis de água e gelo, além da possibilidade de cheias rápidas em meio urbano e de inundação.

A ANPC chama também a atenção para a possível ocorrência de acidentes na orla costeira, de intoxicações por inalação de gases e de incêndios em habitações, resultantes da má utilização de lareiras e braseiras ou avarias em circuitos elétricos.

Como medidas preventivas, a Proteção Civil recomenda a população para adotar uma condução defensiva, reduzir a velocidade, transportar colocação das correntes de neve nas viaturas, sempre que se circular nas áreas atingidas pela queda de neve, e não atravessar zonas inundadas.

Garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais, não praticar atividade relacionada com o mar e ter especial cuidado na circulação junto da orla costeira e zonas ribeirinhas são outras das recomendações da ANPC.

Risco existe mas a prevenção é possível
Embora pouco falado, o risco de tromboembolismo na gravidez existe e aumenta com a idade da mulher. Numa altura em que a...

Desde sempre que se ouve dizer que a gravidez é um estado de graça. E muitas mulheres confirmam-no sem hesitar. Mas também é verdade que a opção, cada vez mais comum, de ter filhos tardiamente, acarreta alguns riscos para a saúde da grávida e do bebé. O tromboembolismo (normalmente designado por trombose) é um dos riscos presentes em qualquer gravidez, aumentando com a idade da mulher. Recorrendo às estatísticas, ficamos a saber que a gestação potencia três a quatro vezes o risco de tromboembolismo arterial (acidente vascular cerebral e enfarte do miocárdio) e quatro a cinco vezes o de tromboembolismo venoso (trombose venosa profunda dos membros inferiores e embolia pulmonar). A situação pode ainda surgir no pós-parto, escreve o Observador, havendo um risco 20 vezes superior de ocorrer nesta altura. Em termos de prevalência, estima-se que atinja duas mulheres por cada mil partos.

Este é um problema de saúde que exige um olhar atento por parte dos médicos que seguem grávidas, desde logo porque, no limite, pode ser fatal. Segundo Jorge Lima, obstetra na Consulta de Patologia Tromboembólica e Autoimune do Hospital CUF Descobertas, o tromboembolismo venoso (TEV) “é responsável por 1,1 mortes em cada 100 mil partos e representa 10% das causas de mortalidade materna nos países desenvolvidos”. Entre os casos de TEV associados à gravidez, 80% são tromboses venosas profundas dos membros inferiores e 20% são embolias pulmonares, explica ainda o clínico.

Idade, vómitos e viagens aumentam risco
Apesar de a gravidez constituir uma situação que, só por si, aumenta a possibilidade de trombose, há alguns fatores que ampliam o risco. Grávidas com mais de 35 anos, obesas ou que fazem cesariana (especialmente se esta for de emergência) têm maior probabilidade de desenvolver o problema, bem como as que apresentam um diagnóstico ou história de trombofilia, isto é, tendência para a coagulação excessiva do sangue. Há ainda outros fatores a ter em conta, nomeadamente, a existência de varizes, imobilidade, desidratação, doenças inflamatórias e infeciosas (doença inflamatória do intestino ou infeção urinária, por exemplo), pré-eclâmpsia ou quadros clínicos de hemorragias graves com necessidade de transfusão de sangue como os provocados pelo descolamento prematuro da placenta. Jorge Lima chama ainda a atenção para os casos em que as grávidas sofrem de enjoos e vómitos prolongados, assim como para as viagens de duração superior a 4 horas, pois são contextos que “representam um risco significativo de TEV”.

Questionado sobre os sintomas a que as mulheres devem estar atentas, o especialista aponta a dor e o edema numa das pernas, normalmente na esquerda, pois podem ser indícios de trombose venosa profunda dos membros inferiores. Todavia, esta também pode acontecer de forma silenciosa em 40 a 50% dos casos. Já na embolia pulmonar, o quadro clínico clássico (caracterizado por tosse, dificuldade em respirar, expetoração com sangue e taquicardia) está presente em apenas 20% das situações e, na gravidez, é ainda mais raro. Todavia, o médico deixa claro que “a avaliação médica e um cuidadoso exame objetivo são fundamentais no diagnóstico”.

Prevenir (e avaliar o risco) sempre
A prevenção do tromboembolismo pode e deve ser feita durante a gravidez, desde logo através da minimização de alguns fatores de risco. Jorge Lima salienta a necessidade de as grávidas estarem atentas à sua hidratação (beber água é fundamental), evitarem estar muito tempo imóveis e usarem meias elásticas de compressão. No entanto, entende que “cabe aos profissionais de saúde submeterem todas as grávidas a uma avaliação dos fatores de risco, de forma a estabelecer quais as que necessitam de uma profilaxia mais específica com o recurso a fármacos anticoagulantes”.

Para ajudar os médicos no momento do diagnóstico, existem alguns calculadores da probabilidade de embolia pulmonar, também denominados scores. Acima de tudo, “são um auxílio na tomada de decisão sobre a realização, ou não, de exames de imagem, de forma a reduzir a percentagem de exposição materno-fetal à radiação”, esclarece o ginecologista. Ainda assim, há vários exames que podem ser feitos para ajudar no diagnóstico de TEV.

Em Portugal, o Boletim de Saúde da Grávida utilizado nos hospitais CUF é o único a incluir um score de risco, em que as mulheres são avaliadas e classificadas de acordo com a probabilidade de trombose. De acordo com Jorge Lima, “sendo o TEV na gravidez a maior causa passível de prevenção de morbimortalidade materna, é compreensível que a tromboprofilaxia eficaz seja uma meta a atingir”. Para tal, criaram um calculador de risco trombótico, baseado em recomendações internacionais. “Trata-se de um score de fácil aplicação por todos os profissionais de saúde, médicos e enfermeiros, que de forma imediata permite selecionar as grávidas e puérperas que têm indicação para profilaxia da trombose e o tipo de prevenção a ser instituída”, justifica o clínico. Na sua opinião, “este “é um importante contributo para a prevenção dos eventos tromboembólicos e constitui um critério de qualidade dos serviços prestados”.

Quando avaliar o risco
A avaliação do risco de trombose deve ser feita, se possível, ainda antes de a mulher engravidar ou logo no início da gestação. Deve depois ser repetida no internamento hospitalar e sempre que surjam outros problemas na gravidez. Em Portugal, os serviços de obstetrícia têm, em regra, protocolos de prevenção da trombose na gravidez, parto e puerpério. Mesmo assim, o médico chama a atenção para a necessidade de algumas mulheres planificarem a gravidez tendo em conta este problema de saúde específico: “As mulheres com elevado risco de TEV, nomeadamente as que já tiveram um episódio anterior de tromboembolismo venoso ou arterial ou que estão a tomar anticoagulantes, devem fazer uma consulta pré-concecional de forma a programar a gravidez minimizando os riscos maternos e fetais.”

Quando o risco é detetado e a necessidade de medicação para prevenir a trombose impõe-se, há uma questão que invariavelmente surge: Será que estes medicamentos são seguros para o desenvolvimento do feto e para a amamentação? Jorge Lima assegura que sim: “ As heparinas de baixo peso molecular são fármacos anticoagulantes com ação antitrombótica e com baixo risco hemorrágico e por serem moléculas grandes não atravessam a barreira placentária, sendo seguras para o feto, não causando hemorragia nem efeitos teratogénicos.” Por outro lado, podem também ser utilizados com segurança na amamentação, uma vez que “também não passam para o leite”, garante o médico, confirmando que “quando não existem contraindicações são os fármacos de eleição para a prevenção do TEV na gravidez”.

Exames para diagnóstico de TEV:

  • Radiografia ao tórax (segundo Jorge Lima, “a radiação de uma incidência é mínima”)
  • Eletrocardiograma
  • Gasometria arterial
  • Eco Doppler venoso dos membros inferiores
  • Ressonância magnética pélvica (sem radiação ionizante e baixo risco do contraste utilizado)
  • Ecocardiograma transtorácico

Exames para diagnóstico de embolia pulmonar (em situações de grande suspeição clínica):

  • Cintigrafia de ventilação/perfusão
  • Angio-TAC torácica
Já se espera 12 horas nas urgências
Falta de camas de internamento já está a levar hospitais a enviar doentes para os que estão com menos problemas de resposta.

Vários hospitais de todo o País estão à beira da rutura com tempos de espera na urgência que já estão a atingir as 12 horas. Évora, Faro ou Abrantes são alguns dos que estão com mais atraso na resposta. Os serviços de internamento estão também atingir o máximo da taxa de ocupação, por isso, as unidades estão a colaborar e a enviar doentes para aquelas que têm menos problemas, dando seguimento a instruções do Ministério da Saúde. É o caso do Amadora-Sintra ou do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, que ontem enviaram doentes para o Hospital de Santa Maria.

Apesar de ainda se estar longe do pico da gripe, os serviços já estão a lidar com dificuldades na resposta, seja porque há falta de recursos humanos ou camas para internar doentes, além de haver mais casos sociais e muitos casos de problemas respiratórios.

Ontem, esperava-se grande afluência de doentes por ser segunda-feira e por ser a sequência de quatro dias de fim de semana prolongado, em que tradicionalmente se tenta ir menos aos serviços. Em Viseu, a triagem demorava uma hora e em Faro "os doentes verdes esperam cerca de sete horas. Está mesmo muito complicado", disse um profissional. Em Évora, fonte do gabinete de comunicação admite que "tem havido capacidade de internamento. No entanto, a afluência tem sido grande, o que se repercute nos tempos de espera". Um administrativo precisou: "A urgência está muitíssimo complicada. Os doentes azuis (menos urgentes) têm de esperar doze horas."

Também na área metropolitana de Lisboa, há registo de constrangimentos no Garcia de Orta, sem problemas no internamento mas com quatro horas de espera para os casos menos urgentes. No Centro Hospitalar Barreiro, segundo um médico, havia "seis horas de espera para os doentes menos urgentes", ainda assim metade do tempo de há duas semanas. "Havia 40 doentes em banco à tarde e já depois de um conjunto de medidas tomadas para aliviar os serviços, como a abertura de mais 18 camas.

Uma delas foi a contratação de médicos a 42 euros à hora, "autorizada pela tutela. Há médicos pagos por esse valor, alguns dos quais são internos, o que é lamentável porque os clínicos da unidade recebem cerca de 20", refere. O Diário de Notícias contactou a unidade, sem resposta.

No Centro Hospitalar do Médio Tejo, que inclui os hospitais de Tomar, Abrantes e Torres Novas, um profissional denunciou ao Diário de Notícias que os tempos de espera estavam a disparar. Os doentes pouco urgentes (verdes), já tinham de esperar 5.30 para serem atendidos e os urgentes 3.30, números que fonte oficial disse só poder apurar no dia de hoje.

Os principais constrangimentos em várias unidades prendem-se com o internamento. Mesmo depois de acionados os planos de contingência que preveem a abertura de mais camas, "havia à tarde 87 doentes na zona de triagem e de internamento, 52 dos quais internados. A maioria não tinha vaga para internamento, os outros aguardavam uma decisão." Alguns doentes "chegam a esperar 24 horas sem ser reavaliados. Não se consegue chegar a todo o lado".

O profissional refere ainda que os bombeiros e o INEM têm aguardado macas para poder deixar os doentes. Fonte oficial da unidade não tinha dados fechados, mas refere que "se registava a afluência normal para a época, frisando que só no dia 2 houve menos de 500 atendimentos nas três unidades. Podemos ter momentos com 80/90 doentes no serviço mas conseguimos dar-lhes resposta".

Ontem, o Hospital Amadora Sintra deu indicações ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para que não enviasse doentes para lá, "sejam urgentes ou não urgentes. Vão passar a ir para Santa Maria, porque o nosso serviço de observação atingiu o limite de 80 doentes". Apesar disso, a unidade estava com uma espera máxima de três horas.

No Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental passou-se o mesmo. "Vamos encaminhar oito doentes para Santa Maria." Fonte do Ministério da Saúde referiu que foi "dada a indicação aos hospitais para que colaborassem de forma a não haver ruturas, seja em internamentos ou nos serviços de observação. Quem tem maior capacidade deve receber doentes de outros mais lotados".

Sociedade de Neurocirurgia diz
Presidente da associação que representa todos os neurocirurgiões portugueses argumenta que orientações internacionais foram...

Carlos Vara Luíz é o presidente da sociedade científica que reúne todos os 102 médicos portugueses especialistas na área e admite que o ideal, nestes casos, é operar os doentes o mais rapidamente possível. Contudo, escreve a TSF, sublinha que os tempos de espera aplicados ao jovem de 29 anos estão perfeitamente dentro do previsto nas recomendações internacionais.

O neurocirurgião explica que "o tratamento precoce de aneurismas rotos vai até às 72 horas e o doente ia ser operado às 60 horas, ou seja, estava perfeitamente dentro das normas internacionais".

Carlos Vara Luíz, que também é neurocirurgião no São José mas não teve intervenção neste caso, acrescenta que "quando começou a trabalhar, há mais de 30 anos, estes pacientes só eram operados às duas, três ou quatro semanas, e há países de grande qualidade que mantêm estes prazos".

O presidente da sociedade acredita que o que falhou neste caso foi "a morte de uma pessoa", ou seja, "a pior coisa que pode acontecer a um médico".

O neurocirurgião sublinha que este paciente tinha muitas hipóteses de falecer, "mas ao menos que não morresse à espera, apesar de ter morrido dentro das normas internacionais" que se baseiam em estatísticas recolhidas em estudos científicos.

São José fez bem em não transferir doente
A Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia defende ainda que o médico que tratou o jovem de 29 anos no São José fez bem ao não transferir o doente para um hospital que tratasse aneurismas cirurgicamente ao fim de semana.

Carlos Vara Luíz explica que faria exatamente o mesmo pois "transferir um doente com um aneurisma roto na cabeça é um enorme risco de morte, entre 20% a 37,5%, pelo que devia ficar, como ficou, numa unidade de cuidados intensivos, vigiado e monitorizado".

O especialista diz ainda que a discussão sobre a transferência de David Duarte para outro hospital é "perfeitamente descabida" pois era um "doente com uma gravidade extrema, pelo que andar aos 'tombos' seria impensável".

A Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia subscreve assim os argumentos do Hospital de São José que, no início de 2015, disse à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) que não devia levar doentes com aneurismas rotos para outros hospitais. Explicações que não impediram esta entidade de, em julho, aconselhar o hospital a transferir estes doentes, ao fim de semana, para outra unidade de saúde que fizesse essas operações.

Entidade Reguladora
A Entidade Reguladora da Saúde recomendou em julho ao Hospital de São José que transferisse doentes com rutura de aneurisma...

Segundo um relatório publicado no seu site, o regulador abriu um processo de inquérito para averiguar o que se passava no Hospital de São José, na sequência de notícias divulgadas em janeiro de 2015 que davam conta de que os doentes que entravam naquela unidade com rutura de aneurisma cerebral, a partir das 16:00 de sexta-feira, teriam de esperar até segunda-feira para serem tratados.

Foi o que aconteceu em dezembro do ano passado, quando foi conhecido que um jovem de 29 anos transferido numa sexta-feira do Hospital de Santarém para São José acabou por morrer com uma hemorragia cerebral enquanto esperava tratamento.

Este problema deve-se à suspensão das escalas de prevenção aos fins-de-semana da Neurocirurgia-Vascular desde abril de 2014 e da Neuroradiologia de Intervenção desde 2013, no Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), que engloba o Hospital de São José.

Tendo avaliado as circunstâncias do que foi noticiado em janeiro, Entidade Reguladora da Saúde (ERS) emitiu uma recomendação ao CHLC, hoje noticiada pelo jornal Público, para que “nas situações em que constata não possuir capacidade para a prestação de cuidados de saúde específicos, nomeadamente, realização de cirurgias em situação de rotura de aneurisma cerebral por falta de recursos humanos especializados, essenciais à sua realização, os utentes sejam encaminhados para unidade hospitalar que garanta a prestação dos cuidados de saúde necessários”.

Dos factos apontados no relatório, lembra a ERS que “quando um aneurisma rompe, os doentes devem ser tratados nas primeiras 24 horas pela equipa de neurorradiologia ou pela neurocirurgia”, o que “deixou de acontecer” nos últimos dois anos aos doentes que entram em São José ao fim de semana.

E sublinha que, “apesar de o Hospital de Santa Maria ter intervenção ao fim de semana, os doentes não estão a ser encaminhados”.

O CHLC reconheceu ser comum em situações de emergência e dificuldade assistencial o contacto inter-hospitalar, incluindo com Santa Maria, mas alegou não ter conhecimento de “situações fatais”, “sequelas graves” ou “reclamações de familiares ou doentes”.

Acresce que a transferência para outras unidades hospitalares destes doentes é limitada pelo facto de a mobilização e transporte na fase aguda não ser a mais adequada conduta médica, justificou o CHLC.

“Além do mais, existem neurocirurgiões 24h sobre 24h no Hospital de São José”, acrescenta.

Mas a presença destes especialistas não é suficiente, como reconhece o próprio hospital, que afirma que a indisponibilidade de outros profissionais para integrarem as escalas de prevenção inviabiliza a construção de equipas para o tratamento desta patologia.

Assim, face a estes constrangimentos, o hospital instituiu como prática “manter os doentes sob ativas medidas de controlo clínico e terapêutico, até ao tratamento específico do aneurisma, sem complicações significativas”, ou seja internados nos cuidados intensivos em “permanente monitorização e avaliação da sua evolução”.

O regulador entendeu arquivar o processo de inquérito por o comportamento do hospital não ter, naquela altura, violado os direitos e interesses legítimos dos utentes, designadamente o direito de acesso os cidadãos aos cuidados de saúde no âmbito do SNS.

Health4MOZ
Projeto que mobiliza médicos em missão de voluntariado para Moçambique há mais de dois anos chega agora a outras áreas do...

A Health4MOZ (Health 4 Mozambican Children and Families, O.N.G.D.) dá mais um passo no sentido de prosseguir com a missão de trabalho voluntário na área dos cuidados de saúde que tem vindo a desenvolver desde 2013. Desta vez a ideia passa por fundir a solidariedade científica com a solidariedade artística, juntando vários nomes de peso das artes plásticas em Portugal que, através da doação das suas obras à causa, manifestam o seu apoio e reconhecimento. As peças irão fazer parte da «Art4MOZ», uma exposição aberta ao público, que irá decorrer na Douro Marina, em Vila Nova de Gaia, entre os dias 28 e 31 deste mês.

Obras de artistas como Graça Morais, Sobral Centeno, Ana Pais de Oliveira, Agostinho Santos ou Albuquerque Mendes e ainda José Pádua e os pintores moçambicanos Ulisses Oviedo e Chichorro, farão parte do espólio e poderão ser adquiridas nos dias 29, 30 e 31 de Janeiro. Também o nome da curadora da iniciativa, Catarina Machado, irá fazer parte da exposição, para além do seu pleno envolvimento no projeto de um modo geral. O valor angariado através da venda das obras reverterá a favor da associação Health4MOZ que, nas várias missões que fez em Moçambique, deu formação a mais de meio milhar de alunos de medicina, de enfermagem e de medicina dentária bem como a dezenas de médicos de várias áreas, transmitindo-lhes conhecimentos que os dotaram de mais ferramentas para o desempenho da profissão.  

A este movimento solidário juntam-se conhecidas personalidades da medicina, da ciência e da arte, que irão marcar presença no evento de inauguração, dia 28 de Janeiro. Estas personalidades surgem como padrinhos do «Art4MOZ» e são eles: Alexandre Quintanilha – investigador e físico português de renome internacional –, Francisco Noa – escritor moçambicano e Reitor da Universidade de Lúrio em Moçambique –, José Manuel Silva – médico, professor universitário e Bastonário da Ordem dos Médicos de Portugal – e Levi Guerra – médico, investigador, artista e ex-Diretor do Hospital de São João no Porto.

A Health4MOZ é uma associação de direito privado, sem fins lucrativos, que pretende transmitir conhecimentos – teóricos e práticos – em diferentes áreas da saúde, visando a melhoria das competências académicas e profissionais e da prestação de cuidados de saúde. Tem como objetivo último a melhoria da qualidade de vida da população de Moçambique, onde a esperança média de vida está nos 49 anos, a mais baixa de toda a África sub-sahariana e onde mais de 40 em cada 100 crianças com menos de 5 anos sofre de malnutrição crónica. A área de intervenção deste grupo de médicos portugueses tem incidido na zona de Nampula, no norte de Moçambique, onde têm tido o apoio da Universidade de Lúrio (UniLúrio) e do Ministério da Saúde de Moçambique (MISAU) para além de mecenas portugueses. 

Iniciativa da SPMI e do CHUC
Tem lugar no dia 8 de Janeiro, às 11h30, a inauguração da exposição “Medicina Interna – A Visão Global do Doente”, uma...

A inauguração terá lugar no Átrio do Pólo dos Hospitais da Universidade de Coimbra e será precedida por uma conferência do Dr. António Arnaut sobre “O Futuro da Saúde em Portugal” no Auditório do pólo HUC – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), às 11h.

A exposição é gratuita e estará patente no Átrio do Pólo dos Hospitais da Universidade de Coimbra,  até 25 de março de 2016.

Esta exposição, conduz-nos pelo percurso histórico da Medicina Interna enquanto especialidade - no ensino e na assistência clínica -, desde as antigas enfermarias de "Moléstias Internas" nos antigos hospitais, até à atualidade.  

Imagens e documentos, aparelhos médicos antigos utilizados nas enfermarias dos hospitais em Coimbra para diagnóstico e tratamento dos doentes, nomeadamente, esfigmomanómetros, estetoscópios, albuminómetros, aparelhos para determinação da pressão venosa, contam-nos a história da Medicina Interna, através dos fragmentos de um vasto e rico património do CHUC e da FMUC.

Retrata também o percurso histórico e a atualidade da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

A especialidade de Medicina Interna centra a sua abordagem na avaliação e compreensão do doente como um todo, estudando as interações entre os vários órgãos e sistemas. É uma especialidade predominantemente hospitalar, abrangendo a patologia do adolescente e do adulto, estendendo ainda a sua atividade aos cuidados paliativos em doentes com doença crónica.

Os especialistas de Medicina Interna dedicam-se, não só à prevenção, mas também ao diagnóstico e tratamento de situações não cirúrgicas, bem como situações críticas onde a falha de vários órgãos domina. 

Tabaco
A nova lei do tabaco entrou em vigor no dia 1 de Janeiro, mas as imagens chocantes só passam a constar dos maços de cigarros em...

A nova legislação, publicada em agosto em Diário da República, vem ainda regulamentar os cigarros eletrónicos e os produtos de tabaco com aromas distintivos.

As novas regras determinam que as embalagens de produtos de tabaco para fumar (como cigarros, tabaco de enrolar e tabaco para cachimbo de água) devem apresentar “advertências de saúde combinadas”, que incluem texto e fotografia a cores.

Algumas das opções constantes da “biblioteca de imagens” consistem em pulmões e línguas com tumores malignos, pessoas amputadas, mortas dentro de sacos ou em camas de hospital, uma mulher a cuspir sangue ou um bebé a fumar através de uma chucha.

Estas imagens são acompanhadas de frases de alerta, entre as quais “fumar provoca 9 em cada 10 cancros do pulmão”, “fumar provoca cancro da boca e da garganta”, “fumar provoca acidentes vasculares cerebrais e incapacidades”, “fumar agrava o risco de cegueira” e “os filhos de fumadores têm maior propensão para fumar”.

Além disto, passa a ser obrigatório as embalagens conterem duas advertências: “Fumar mata – deixe já” e “O fumo do tabaco contém mais de 70 substâncias causadoras de cancro”.

As advertências devem ainda incluir informações para deixar de fumar, como números de telefone ou páginas da internet destinados a informar sobre programas disponíveis para ajudar a deixar de fumar.

Ao todo, as advertências combinadas (texto e imagens) passam a ocupar 65% das embalagens, no caso dos maços de cigarros, em ambas as faces.

No entanto, a nova rotulagem só vai começar a ser usada nos maços a partir de 20 de maio de 2016, data até à qual ainda é permitida a produção ou importação em território nacional de produtos rotulados na redação da anterior lei.

A partir dessa data, é estabelecido um período de um ano (até 20 de maio de 2017) para escoar as embalagens antigas.

As mesmas regras aplicam-se, nos termos da nova lei, aos cigarros eletrónicos com nicotina, que passam a ter as mesmas advertências e as mesmas restrições que os outros cigarros e dispõem do mesmo período de moratória.

Os espaços públicos fechados com espaços para fumadores têm até 31 de dezembro para gradualmente se tornarem espaços totalmente livres de fumo.

A par disso, a legislação alarga a proibição de fumar a outros espaços públicos fechados, passando a incluir recintos de diversão, casinos, bingos, salas de jogo e outro tipo de recintos destinados a espetáculos de natureza não artística.

No entanto, estes espaços que não disponham de serviço de bar e restauração podem continuar a ter áreas destinadas a fumadores “separadas fisicamente ou totalmente compartimentadas”, uma espécie de cabines como as que existem nos aeroportos, desde que disponham de ventilação adequada.

A lei contempla algumas exceções, como salas exclusivamente destinadas a pacientes fumadores em hospitais e serviços psiquiátricos, centros de tratamento e reabilitação, de desintoxicação, lares de idosos e residências assistidas, desde que cumpram as mesmas regras que os outros espaços com áreas de fumadores.

As prisões podem dispor também de unidades de alojamento, em celas ou camaratas, para fumadores.

Os produtos de tabaco com aromas distintivos passam a ser proibidos, estando previsto um período transitório até 20 de maio de 2020 para produtos cujo volume de vendas na União Europeia seja superior a 3%, como é o caso do mentol.

Os maços deixam ainda de usar termos como “light”, “suave”, “natural” ou “slim”.

 

Utentes devem evitar urgências
O secretário de Estado da Saúde afirmou que alguns hospitais estão “a atingir os máximos da sua capacidade de resposta” e...

Manuel Delgado falava aos jornalistas no final de uma visita ao centro de saúde de Sete Rios, em Lisboa, onde falou sobre o Plano de Contingência para a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e sobre o alargamento previsto dos horários dos centros de saúde na região.

De acordo com o governante, a aposta do Ministério da Saúde passa pela abertura dos centros de saúde por períodos mais alargados. Esta abertura é “flexível” e ocorrerá “em função da procura das urgências hospitalares”.

Segundo Manuel Delgado, o objetivo do alargamento dos horários nos cuidados de saúde primários é proporcionar um “apoio mais rápido aos doentes”, dando-lhes “mais comodidade, conforto e rapidez no atendimento”.

Os horários dos centros de saúde – que estarão disponíveis nos sites das respetivas Administrações Regionais de Saúde (ARS) – poderão alterar-se, no sentido do seu alargamento, consoante aumente a pressão nas urgências hospitalares, que está neste momento a ser controlada pela tutela.

Em análise vai estar a procura proporcionada pelo “pico” da gripe, que ainda não foi atingido.

Sobre a procura associada a esta doença, Manuel Delgado assegurou que “a solução vai ser devidamente acautelada”, existindo ainda “margem para alargar a capacidade de resposta, não tanto ao nível dos profissionais, mas ao nível de mais camas para internamento”.

Manuel Delgado deixa um apelo no sentido do utente que se sente doente não ir para a urgência hospitalar, mas antes telefonar para a linha Saúde 24 (808242424), a partir da qual será “direcionado para o atendimento mais adequado, como o centro de saúde mais próximo da sua residência”.

Sobre a situação dos hospitais, o governante disse que “as urgências têm as escalas médicas nos limites e devidamente apetrechadas. Têm uma lotação em camas suficiente e conseguimos que, através dos planos de contingência, criassem mais camas adicionais para ocorrer a situações de internamento”.

De acordo com os respetivos planos de contingência, os hospitais terão a possibilidade de encaminhar os doentes que os procurem para outras unidades menos procuradas.

Nova lei anti-tabágica
Nesta sexta-feira, o primeiro dia do ano, entra em vigor a nova lei anti-tabágica, mas poderão passar vários meses antes de os...

Só a partir de 20 de Maio de 2016 é que a indústria do tabaco é obrigada a exibir em 65% das duas faces dos maços fotografias de choque, acompanhadas de informação sobre onde procurar apoio para deixar de fumar. E o mais provável é que nessa data ainda existam no mercado embalagens antigas, que poderão ser escoadas ao longo de todo o ano seguinte, ou seja, até 20 de Maio de 2017.

O adiamento da obrigatoriedade de publicação das imagens (já divulgadas no Diário da República) resulta de uma norma transitória, que visa garantir uma fase de adaptação às novas regras. E é provável que esse período seja aproveitado, adiantou fonte da indústria tabaqueira, na medida em que só em Novembro foi publicada a portaria com especificações necessárias às alterações.

Além dos alertas para os riscos e consequências de fumar, os maços passam a ter também informação sobre onde procurar apoio para deixar este hábito (ver caixa). O número de telefone da Linha Saúde 24 (808 24 24 24) e o site da Direção-Geral da Saúde são duas das exigências do Ministério da Saúde, segundo a portaria publicada em Novembro.

As imagens nos maços de tabaco são já usadas há alguns anos em vários países da Europa. Em Espanha, por exemplo, a legislação entrou em vigor em 2010 numa altura em que a Bélgica, Reino Unido e Roménia já o faziam. Desde essa altura atá agora, muitos outros países adotaram esta medida que pretende dissuadir os fumadores com imagens de choque.

Depois de Maio, aos poucos, as imagens começarão a surgir nos maços de tabaco em Portugal, acompanhadas das advertências em texto (como “Fumar pode matar o seu filho antes de ele nascer” , “Fumar reduz a fertilidade” ou “Fumar provoca 9 em cada 10 cancros de pulmão”) e as menções obrigatórias  “Fumar mata - deixe já” e “O fumo do tabaco contém mais de 70 substâncias causadoras de cancro”.

Transpondo duas diretivas da União Europeia, a nova legislação determina que os cigarros eletrónicos que possuem nicotina vão passar a ter que exibir a advertência de que contêm esta substância e ficam sujeitos às mesmas restrições que os outros cigarros. A legislação vem ainda alargar a proibição de fumar a quase todos os locais públicos fechados. Passa ser expressamente proibido fumar nas áreas com serviço em todos os estabelecimentos de restauração e bebidas, incluindo os recintos de diversão, os casinos, os bingos, as salas de jogo, entre outras. Mas também neste caso há prazos alargados para entrada em vigor de algumas das normas e exceções.

Por exemplo, as novas regras só entram em vigor a partir de 2021 nos estabelecimentos com áreas para fumadores, nomeadamente restaurantes que investiram em sistemas de extração de ar e ventilação para terem espaços para este fim ou até para poderem ser destinados exclusivamente a fumadores, dado que é definida uma moratória para adaptação, até 31 de Dezembro de 2020. A proibição da utilização de qualquer técnica que altere o odor ou o sabor do tabaco, também tem um período transitório (até 20 de Maio de 2020) para produtos cujo volume de vendas da União Europeia seja superior a 3% ou mais de uma determinada categoria de produto, caso, por exemplo, do mentol, refere a lei.

Pelas exceções previstas, a nova lei foi criticada por organizações antitabagistas que a consideram pouco restritiva. O diretor-geral da Saúde, Francisco George também chegou a admitir ao Jornal Público que esperava “uma lei mais restritiva no que respeita à eliminação do chamado fumo em segunda mão [passivo]”.

Em Portugal são diagnosticados, por ano, cerca de 4000 novos casos de cancro do pulmão e registadas cerca de 3500 mortes. O tabaco está implicado em 85% dos casos desta doença, mas também noutras patologias como a doença pulmonar obstrutiva crónica, enfisema pulmonar e infeções respiratórias baixas, tuberculose pulmonar, doença cardíaca isquémica e doença cerebrovascular.

DGS
Publicado manual para deixar de fumar controlando o peso: pastilhas sem açúcar, nozes, amêndoas, avelãs, palhinhas de plástico...

Vai chegar 2016, e na lista das promessas para o novo ano, a de deixar de fumar é um clássico. Boas razões não faltam, como esta: “Os indivíduos que cessam os hábitos tabágicos antes dos 50 anos têm metade do risco de morrer nos 15 anos seguintes", diz a Direção-Geral da Saúde (DGS). Mas entre anos de vida ganhos e doenças várias que se podem prevenir há uma pequena contrariedade: deixar de fumar engorda. Cerca de 84% dos fumadores em cessação ganham peso.

A média de ganho de peso é de quatro a cinco quilos após um ano, escreve o Jornal Público. Uma pequena minoria (13 a 14% dos indivíduos) ganha mais de 10kg. “Esta taxa não é sempre igual: é mais acentuada durante os primeiros três meses de cessação tabágica, com um aumento médio de 1kg por mês, e decresce após este período”, segundo a DGS.

Engordar é mesmo considerado “o principal motivo para a relutância em parar de fumar e recaída depois da cessação, especialmente nos fumadores que apresentam preocupações com o seu peso”, lê-se numa publicação que acaba de ser publicada no site da DGS: o manual Cessação Tabágica e Ganho Ponderal — Linhas de Orientação. Objetivo: promover um consumo alimentar adequado durante a cessação tabágica. Porque “os benefícios para a saúde decorrentes” da mesma “excedem quaisquer outros riscos associados ao aumento médio de quatro a cinco kg”.

A primeira das recomendações deste manual pode resumir-se assim: faça uma coisa de cada vez. “O controlo de peso através de uma restrição energética não é aconselhado durante a cessação tabágica, uma vez que as exigências mentais e emocionais desta restrição podem comprometer o sucesso da abstinência.” Assim, é aconselhado que durante os primeiros três meses sem cigarros, o fumador se concentre na cessação tabágica e não no controlo do peso. Preocupe-se com os quilos a mais “quando se encontrar totalmente confiante na cessação tabágica.”

Outra recomendação: “Anote as horas de maior compulsão para fumar e tenha sempre disponíveis pastilhas elásticas sem açúcar ou frutos gordos em quantidades moderadas (nozes, amêndoas, avelãs, amendoins, …). Estes ajudam a ter as mãos ocupadas" sendo que a mastigação diminui a vontade de comer demasiado. "Para além das pastilhas podem ser usados palitos ou palhinhas de plástico que ajudam a aliviar a tensão dos músculos do maxilar usado na inalação do fumo do cigarro.”

Mais à frente neste pequeno livrinho explica-se que para quem deixa de fumar, fazer várias refeições ao longo do dia ajuda a controlar os sintomas de privação da nicotina, como a ansiedade ou a vontade de comer muito. Ter sempre disponíveis pequenos lanches saudáveis (fruta e hortícolas crus é bom) é outro truque. Beber muita água — “A água ajuda a libertar a nicotina e seus metabolitos do organismo, nos primeiros dias de cessação” — e evitar o álcool, também. “O álcool cria um défice de oxigénio, devido a uma diminuição da saturação da hemoglobina na corrente sanguínea, que pode prejudicar a concentração e desencadear uma maior vontade de fumar e comer.”

Mais dicas estão disponíveis no manual que se encontra no site da DGS. Que lembra: “Estudos mostram que 80% dos fumadores expressam o desejo de parar de fumar, 35% tentam deixar de fumar todos os anos, mas menos de 5% têm êxito em cessar o consumo sem ajuda.” Por isso, mais uma recomendação: “Informe-se sobre a existência de consultas multidisciplinares de cessação tabágica no Centro de Saúde ou Hospital da sua área de residência.”

Instituto Nacional de Estatística
O potencial de aquecimento global em Portugal diminuiu 2,8% em 2013, registando um novo mínimo histórico desde 1995 e estando...

“Esta diminuição deveu-se sobretudo à queda das emissões de dióxido de carbono (CO2) e, em menor grau, de metano”, refere o documento de resumo das Contas das Emissões Atmosféricas do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Por outro lado, a percentagem de energia renovável registou em 2013 um máximo histórico que “terá sido um fator determinante” para a evolução decrescente do potencial de aquecimento global em Portugal.

O potencial de aquecimento global, segundo o Sapo, tinha aumentado significativamente de 1997 a 1999, apresentando posteriormente, até 2005, uma evolução irregular. Contudo, em 2002 e 2005 atingiram-se picos destacados justificados pelo baixo nível de água nas albufeiras, o que aumentou o recurso a fontes de energia alternativas à hídrica, consequentemente mais poluentes.

Ainda no que se refere ao potencial de aquecimento global, Portugal apresentou, em 2012, o terceiro mais baixo valor per capita da União Europeia, seguindo-se à Roménia e à Letónia.

O INE esclarece que o posicionamento de Portugal a nível europeu só pode ser aferido para o período 2008 a 2012. Neste último ano, a média da UE a 28 países foi de 9,27 toneladas equivalentes de dióxido de carbono per capita, enquanto Portugal registou 5,44 toneladas, o que representa 58,7% da média europeia.

2015
Desde a assinatura do protocolo em fevereiro, 5322 pessoas iniciaram tratamento. Segundo o Infarmed, 32 não ficaram curados.

A 10 de janeiro José Carlos Saldanha vai fazer a última análise. A que vai confirmar em definitivo, aquilo que o médico já lhe disse mas que quer ter todas as certezas antes de gritar vitória: que está curado da hepatite C.

José Carlos Saldanha, que há dez meses gritou no Parlamento ao então ministro da Saúde Paulo Macedo "não me deixe morrer", fará então parte da lista de doentes curados. A mesma que conta já com 651 pessoas. O balanço da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), a 28 deste mês, dá conta de 5322 tratamentos iniciados, dos quais 683 estão concluídos. Há 32 doentes não curados, escreve o Diário de Notícias.

Este ano acaba por ser um marco. Uma vitória que também é de José Carlos Saldanha. "Só fiz a minha parte, com a convicção que temos de lutar até tombar. É claro que esta é uma vitória e sinto que fiz parte desta luta. Mas não estive sozinho Não imagina a quantidade de pessoas que vêm ter comigo... É isto que me dá vida", diz. José, que tem uma loja de relógio - paixão de há muitos anos - está negativo ao final do segundo de seis meses de tratamento com o sofosbuvir e declastavir. Está na lista para transplante, embora ainda haja alguma esperança de o fígado regenerar mais.

Para 2016 espera que a lista de doentes curados cresça mais. E não só. "No início do ano vamos pedir uma audiência ao novo ministro da Saúde. Temos de atender os doentes de acordo com as suas necessidades. Temos de avançar com um rastreio para sabermos quantos somos, quais os genotipos para partirmos para o diálogo com a indústria farmacêutica", defende.

Medicina da felicidade
O acordo entre o Ministério da Saúde e o laboratório Gilead, que comercializa o sofosbuvir e o ledipasvir + sofosbuvir, foi assinado em fevereiro, após intensas negociações. Poucos meses depois, Rui Tato Marinho, hepatologista no hospital de Santa Maria, falava de medicina da felicidade. "É impressionante, não há quase ninguém que não fique curado e quase sem efeitos secundários. É mesmo uma medicina da felicidade. É a primeira infeção crónica vírica, que pode provocar cancro, que conseguimos curar. É um marco." O médico explica que três meses depois do final do tratamento, se a análise estiver negativa o doente está curado. Até ao momento, Santa Maria tratou mil doentes. "Desde fevereiro tratei 350. Acho que em dez anos tinha tratado 300. É importante aumentar a oferta para outros genotipos do vírus", refere.

Luís Figueiredo está na última caixa do tratamento. As análises dos primeiros três meses deram negativas. "Acho que é quase impossível voltar, mas ainda não posso fazer a festa. Mudei de vida, de alimentação, estou a fazer desporto. A 20 de janeiro vou fazer a TAC ao fígado para ver como está. Isto é ótimo, mas podia ter sido mais cedo e com menos sofrimento. Estivemos oito meses à espera por políticas económicas. Falta uma política comum europeia que permita fazer a compra para toda a Europa. Já era tempo de ver estes resultados, mas ainda tenho amigos que se queixam de dificuldades de acesso", conta, defendendo também ele a implementação urgente do rastreio.

A maioria dos 5322 tratamentos está a ser feito com os dois medicamentos do acordo, adianta o Infarmed, referindo que para situações especificas estão a ser usados daclatasvir, dasabuvir, simeprevir, boceprevir e ombitasvir+paritaprevir+ritonavir, disponíveis através de autorização especial "enquanto decorre a avaliação com vista ao financiamento pelo SNS". Sobre os 32 doentes não curados, "não foram comunicados pelos hospitais as causas para a não resposta ao tratamento, sendo que têm disponíveis outros medicamentos". Quanto ao pagamento - o valor é secreto - será por doente tratado. O acordo "estabeleceu uma linha de financiamento centralizada através da qual os hospitais são financiados com os montantes que tem a pagar".

No Brasil
Um vírus pouco conhecido transmitido por mosquitos está a causar uma crise de saúde alarmante no Brasil, com as autoridades a...

De acordo com o jornal The New York Times, muitas mulheres grávidas em todo o Brasil estão em pânico, e o governo, criticado por não ter agido mais cedo, está a instá-las a terem o máximo de cuidado para evitar picadas de mosquito.

Claudio Maierovitch, diretor do departamento de vigilância das doenças transmissíveis do Ministério da Saúde do Brasil, aconselhou mesmo as mulheres que puderem esperar a adiar a conceção.

O alarme decorre do aumento do número de bebés com microcefalia, uma doença rara e incurável em que a cabeça é anormalmente pequena, tendo as autoridades brasileiras registado pelo menos 2.782 casos este ano, por comparação com 147 em 2014 e 167 em 2013.

O jornal norte-americano adianta que pelo menos 40 das crianças que nasceram com o problema morreram recentemente, podendo as que sobrevivem ter de enfrentar danos no desenvolvimento intelectual para o resto da vida.

Investigadores brasileiros alertaram igualmente para a possibilidade de um aumento de casos nos próximos meses.

Para alguns cientistas, Zika, um vírus obscuro, transmitido por mosquitos e que fez o seu caminho pelo país recentemente, é o responsável pelo súbito aumento da lesão cerebral entre os recém-nascidos.

Outros virologistas alertam, contudo, serem necessários mais testes para provar a ligação entre o vírus e os danos cerebrais.

O vírus Zika já atingiu vários países da América Latina, incluindo o México, e foi lançado um alerta de que pode espalhar-se também a diversas regiões dos Estados Unidos, havendo já casos diagnosticados nos EUA em viajantes que estiveram em países afetados.

Até 31 de março
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo ativou planos de contingência para as vagas de frio, devendo estes...

De acordo com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), os estabelecimentos de saúde - agrupamentos de centros de saúde, centros hospitalares e hospitais - da região de Lisboa e Vale do Tejo ativaram os seus planos de contingência para "garantir uma resposta adequada dos serviços de saúde à população em caso de ocorrência de vagas de frio", prevenindo e minimizando os efeitos negativos da descida de temperatura.

Os “Planos de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas – Módulo Inverno” pretendem, por um lado, "acautelar atempadamente eventuais dificuldades que o tempo frio, e o consequente aumento da procura, trazem aos serviços de saúde" e, por outro, assegurar "a estreita articulação entre os cuidados de saúde primários e as unidades de saúde hospitalares da região", procurando que atuem "numa lógica de complementaridade sinérgica e flexível, dando a resposta mais adequada em cada momento", lê-se na nota de imprensa.

As medidas abrangem toda a população da região de Lisboa e Vale do Tejo, cerca de 3,6 milhões de pessoas, "com especial enfoque para os grupos de maior vulnerabilidade, como os recém-nascidos, idosos e doentes crónicos", assinala a ARSLVT.

A mesma entidade alerta que, em caso de doença, não é aconselhável "correr para as urgências" ou "tomar antibióticos sem receita médica", mas ligar para a linha Saúde 24 através do número 808 24 24 24.

Ainda segundo a ARSLVT, é possível aceder aos locais de atendimento e respetivo alargamento dos horários dos cuidados de saúde primários da região de Lisboa e Vale do Tejo através do link: http://www.arslvt.min-saude.pt/uploads/writer_file/document/1976/Horarios_ACES_30_12_2015.pdf.

Grande Lisboa
Os hospitais de São José, Santa Maria e São Francisco Xavier, em Lisboa, e Garcia de Orta, em Almada, vão repartir, aos fins de...

O Hospital de São José irá garantir a assistência de 01 a 03 de janeiro e nos dias 30 e 31, enquanto o Hospital São Francisco Xavier a 09 e a 10, o Hospital Garcia de Orta a 16 e a 17 e o Hospital Santa Maria a 23 e a 24 de janeiro.

Em comunicado, a propósito dos cuidados hospitalares na região de Lisboa e Vale do Tejo, na área da doença vascular cerebral, o gabinete do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, esclarece que o fim de semana compreende o período entre as 08:00 de sábado e as 08:00 de segunda-feira.

De acordo com a tutela, as quatro unidades irão garantir, em dias de semana, "assistência permanente, 24 horas sobre 24 horas, a todos os doentes com esta patologia [aneurisma vascular cerebral]".

O comunicado refere que "este processo valoriza os princípios da organização em rede e da partilha dos recursos disponíveis no Serviço Nacional de Saúde".

Recentemente, têm sido noticiadas situações de alegada ausência de assistência que envolvem hospitais da Urgência Metropolitana de Lisboa, como o caso da morte de um jovem de 29 anos no São José, com aneurisma vascular cerebral, por falta de equipas completas para intervenções de neurocirurgia ao fim de semana.

O caso da morte do jovem levou os presidentes da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, do Centro Hospitalar Lisboa Central, do qual faz parte o Hospital de São José, e do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, que agrega o Hospital de Santa Maria, a pedirem a demissão do cargo.

O Ministério Público abriu um inquérito ao caso.

Na segunda-feira, o Ministério da Saúde decidiu constituir um grupo coordenador da Urgência Metropolitana de Lisboa para avaliar os "constrangimentos existentes" nos hospitais e preparar soluções que devem começar a ser aplicadas em fevereiro.

Instituto Nacional de Saúde
A taxa de incidência da gripe, na semana passada, foi de 21,6 casos por 100.000 habitantes, uma “atividade gripal baixa”,...

Na semana passada, de 21 a 27 de dezembro, foram detetados oito vírus influenza e admitidos dois doentes com gripe (nenhum tinha tomado vacina), nas 18 unidades de cuidados intensivos que reportaram informação, os dois com o vírus influenza de tipo A (H1N1) pdm09.

Citando o Programa Nacional de Vigilância da Gripe, o Instituto diz no comunicado que, até à semana passada, foram notificados laboratorialmente 226 casos de gripe, dos quais 44 positivos para o vírus influenza.

Segundo os números da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (16 laboratórios em todo o país), desde o início da época 2015/16 e até à semana passada, os laboratórios notificaram 1.044 casos, 31 deles positivos para o vírus influenza.

DGS
A Direção-Geral da Saúde vai abrir na quinta-feira 15 concursos para financiamento às instituições que trabalham com doentes...

Segundo um aviso publicado hoje no site da Direção-Geral da Saúde (DGS), as candidaturas aos 15 concursos devem ser submetidas através de uma plataforma eletrónica a partir das 00:00 de dia 31 de dezembro e até às 24:00 de dia 15 de janeiro.

Estes concursos pretendem garantir financiamento de projetos no âmbito do Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA para entidades coletivas privadas sem fins lucrativos.

No final de novembro foi conhecida a difícil situação das instituições que trabalha, com perto de 1.500 doentes com VIH em situação de elevada dependência, que precisam, nomeadamente, de apoio domiciliário ou que estão acamadas em unidades residenciais.

Na altura, o presidente da associação Abraço explicava que oito instituições, com dez projetos, ficavam sem financiamento no final deste ano, já que o programa de financiamento contemplava quatro anos que agora terminavam.

Após uma reunião no início deste mês com o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, as associações viram ser garantida a continuidade do financiamento, que agora se concretiza através da abertura destes novos concursos.

Investigadores descobrem
Uma descoberta britânica tem vindo a potenciar a criação de novos fármacos antitússicos. Alguns já estão a ser comercializados....

No sentido de curar a tosse crónica, um grupo de investigadores da Universidade de Hull, no Reino Unido, descobriu uma molécula na superfície das células nervosas, a TRPV1, que provoca ataques de tosse quando algo irrita a garganta. A partir desta descoberta, apresentada publicamente no congresso da British Society of Edinburgh em 2009, este grupo pretende criar novos e mais eficazes fármacos antitússicos. Alguns desses medicamentos já foram introduzidos no mercado e outros estão a ser testados, escreve o Sapo

Para além disso, especialistas da Escola de Medicina de Virginia Oriental, em Norfolk, nos Estados Unidos da América, começaram a testar com sucesso, sensivelmente na mesma altura, o uso de injeções de botox nos músculos circundantes das cordas vocais para tratar o problema. As avaliações feitas demonstraram que esta terapêutica ajuda a aliviar os pacientes que não haviam reagido a outros tratamentos.

De acordo com dados do Target Group Index (TGI) Portugal, divulgados em setembro 2008, dos últimos que se conhecem, cerca de 31% dos portugueses com idades entre os 15 e os 64 anos residentes em Portugal Continental assumiu ter recorrido a xaropes para a tosse e a pastilhas para a garganta no período de 12 meses que antecedeu a realização do inquérito. 34% das mulheres confessou ter tomado este tipo de medicamento, contra 27% de homens.

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