Coimas até 44 mil euros
A partir de 1 de Novembro passou a ser proibida a publicidade enganosa em saúde, estando previstas coimas superiores a 44 mil...

O novo decreto-lei que estabelece o regime jurídico a que devem obedecer as práticas de publicidade em saúde estabelece os princípios gerais que a publicidade nesta área deve cumprir, enuncia as práticas consideradas enganosas neste âmbito e prevê coimas que começam nos 250 euros e podem ultrapassar os 44 mil euros.

Com o novo diploma, passam a ser proibidas todas as práticas enganosas que descrevam o ato ou serviço como “grátis”, “gratuito”, “sem encargos”, “com desconto” ou “promoção”, mas também aquelas que de algum modo pretendam promover um ato ou serviço diferente do publicitado.

Ficam também proibidas as práticas de publicidade em saúde que sejam suscetíveis de induzir em erro o utente quanto às características principais do ato ou serviço, designadamente através de menções de natureza técnica e científica sem suporte de evidência.

É ainda passível de coima a publicitação de expressões de inovação ou de pioneirismo sem prévia avaliação das entidades com competência no sector, bem como as práticas que se refiram falsamente a garantias de cura ou de resultados sem efeitos adversos ou secundários.

A publicitação de atos e serviços de saúde como prémio, brinde ou condição de prémio, no âmbito de concursos, sorteios ou outras modalidades no género passam também a ser ilegais.

À Entidade Reguladora da Saúde cabe o papel de fiscalizar, instruir processos e decidir da aplicação de coimas e sanções acessórias para os infratores.

Nutrição
Com a chegada do Outono, o nosso sistema imunitário começa a deixar de conseguir fazer frente a toda

O sistema imunitário é o sistema responsável por combater os micro organismos invasores que podem afetar o bom funcionamento do nosso organismo.

É constituído por certos tipos de leucócitos, sobretudo linfócitos, e também por órgãos onde ocorre a formação, amadurecimento e multiplicação desses leucócitos.

As células que fazem parte do sistema imunitário são os neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos T, linfócitos B, células NK, macrófagos, mastócitos e monócitos.

Os nutrientes que têm vindo a ser apontados como responsáveis por um sistema imunitário forte são a vitamina A, C, E e B6, cobre, ferro e zinco.

Deste modo, os alimentos como açúcares refinados, álcool, fritos, aditivos alimentares, fontes de gorduras saturadas e trans e cereais refinados, estão fora desta lista.

Os alimentos que estimulam e fortalecem o sistema imunitário são sobretudo os legumes, frutas, sementes e peixe uma vez que são ricos em nutrientes que ajudam na formação das células que constituem o sistema imunitário.

Para que possa reequilibrar o seu organismo deixamos-lhe aqui uma pequena lista de alimentos que o vão tornar mais resistente a certos vírus:

  1. Alho: o selénio tem um efeito poderoso no nosso sistema imunitário. Pode ser encontrado, para além do alho, no atum, sardinha e brócolos, entre outros.
  2. Cogumelos: para além de selénio, os cogumelos são ricos em antioxidantes e contém vitaminas B – como riboflavina e niacina – que fortalecem o sistema imunitário. Alguns estudos mostram que os cogumelos têm ainda um efeito antiviral, antibacteriano e anti tumoral.
  3. Couve: este é um alimento barato, que facilmente se encontra no Inverno, e que está cheio de glutamina e vitamina C. Procure adicionar este alimento à sua dieta alimentar, por exemplo, em sopas ou nos refogados. E quem fala de couve, falar de outros vegetais de folhas verdes, como os espinafres ou couves de bruxelas, por exemplo.
  4. Ervilhas: ricas em ácido fólico e vitamina B12 que atuam independentemente na formação dos glóbulos vermelhos normais e na produção de um componente essencial do ADN, a timidina. A carência de uma destas vitaminas pode provocar uma anemia grave. Fígado, espargos, ovos, salmão, leite e queijo são alguns exemplos de alimentos ricos em ácido fólico e vitamina B12.
  5. Amêndoas: constituídas por vitamina E, riboflavina e niacina, são o alimento perfeito para o ajudar a combater stress.
  6. Chá: o chá preto e o chá verde contêm polifenóis e flavonóides, antioxidantes que potenciam o sistema imunitário, ao combaterem espécies reativas de oxigénio (tóxicas para o metabolismo normal das nossas células).
  7. Batata-doce: não só as batatas-doces mas também as cenouras têm β-carotenos e vitamina A, que possuem um efeito antioxidante ajudando a combater o envelhecimento e reduzindo o aparecimento de alguns tipos de cancro.
  8. Iogurte magro: rico em vitamina D pode ser uma arma contra constipações e gripes.
  9. Ostras: ricas em zinco, este nutriente costuma ser responsável por ter efeito afrodisíaco e estimular o sistema imunitário. O zinco também protege o organismo por ter ação antioxidante, diminuindo a quantidade de radicais livres em nosso corpo. Pode ser encontrado em outros alimentos como as nozes, castanhas, feijão, aveia ou arroz integral. 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Eu pego? Não pego?
Enquanto consumidor deve saber distinguir se há benefícios para a saúde nos produtos que diariamente

Ultimamente tem-se assistido na televisão portuguesa ao crescimento acentuado de anúncios a suplementos alimentares (vitaminas e minerais) que prometem acabar com as dores articulares, regenerar a cartilagem, curar a osteoporose, etc.

Muitas pessoas questionam-se sobre a real eficácia dos ditos produtos. Frequentemente baseiam a sua atitude e avaliação na experiência de alguém conhecido, ou do conhecido de um conhecido, ao invés de profissionais de saúde.

Neste artigo abordarei alguns aspetos deste problema, apontando algumas formas de o cidadão tentar avaliar convenientemente estas situações.

O “filtro” científico por profissionais de saúde ao acesso a medicamentos reduziu significativamente desde 2005, ano em que foi liberalizado o mercado de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica. Sabe-se hoje que, só nos últimos cinco anos, a venda deste tipo de medicamentos mais do que duplicou em Portugal1. Está, inclusivamente, neste momento em discussão o alargamento dos pontos de venda destes medicamentos, por exemplo a quiosques e gasolineiras...

Como diferenciar o que é credível, ou não? Consulte um profissional de saúde
A principal questão que se coloca é como pode o cidadão comum, sem conhecimento específico na área da saúde, diferenciar se determinado produto é credível ou não?

Esta não é uma tarefa fácil, sendo que até os profissionais de saúde precisam, quer de treino acrescido em metodologia científica, quer de sentido crítico para conseguir interpretar os resultados dos estudos publicados em revistas científicas.

Ao contrário do que muitas pessoas possam pensar, nem todos os artigos publicados nestas revistas são credíveis. Algumas delas possuem uma “capa” de cientificidade mas integram empresas recentes, de credibilidade duvidosa e centradas no negócio em detrimento da ciência. Nestas é possível, a troco de 2000-3000€, publicar de forma relativamente fácil (não me refiro ao pagamento de taxas para disponibilizar os artigos de forma gratuita na internet)2,3. Como tal, o primeiro e principal conselho que dou ao cidadão é para consultar um profissional de saúde antes de comprar estes medicamentos.

 Muitas vezes existem suplementos muito mais baratos e que passam por processos de produção muito mais rigorosos. Não se esqueça que nenhum produto é inócuo. Também por isso deverá referir a toma de “produtos naturais” quando lhe é pedido que informe da sua “lista de medicamentos”.

Deve ter ainda em mente que a informação transmitida na TV e noutros meios de comunicação (revistas, internet, etc.) é cada vez mais “cuidadosa e trabalhada”.

Verdadeiros apenas 23% dos anúncios a medicamentos na TV americana
Numa análise à veracidade do conteúdo das mensagens e slogans publicitários de anúncios a medicamentos na TV Americana, constatou-se4 que apenas 23% dos anúncios a medicamentos de venda livre eram objetivamente verdadeiros, 60% eram potencialmente enganadores e 17% eram falsos. De sublinhar que os Estados Unidos da América são dos poucos países no mundo onde a publicidade a medicamentos que necessitam de receita médica é também possível. Contudo, o debate alarga-se já a vários outros países, nomeadamente ao Brasil#.

Seja um consumidor informado. Saiba interpretar os anúncios da TV
Assim, a melhor maneira de se proteger contra produtos e serviços de saúde questionáveis é ser um consumidor informado. Existem alguns sinais de alarme que deverá avaliar em termos de técnicas de venda e publicidade, nomeadamente se5:

  • O vendedor promete resultados imediatos, garantidos e sem esforço;
  • O anúncio contém palavras como “revolucionário”, "milagroso", "especial" ou "segredo" – estes termos são utilizados para apelar às suas emoções e não são terminologias médicas ou científicas;
  • O produto ou serviço é um "remédio secreto" ou uma “descoberta recente” que não encontrará em qualquer outro lugar;
  • O produto é promovido como "natural", afirmando que vai ajudar a "desintoxicar", "revitalizar" e "purificar" o seu corpo;
  • O produto é promovido por figuras públicas destacadas;
  • O vendedor reivindica que o produto é eficaz para uma larga variedade de doenças, um "cura tudo" – quanto mais amplas as indicações, menos provável é que sejam verdadeiras;
  • Os anúncios apresentam depoimentos ou estórias de pessoas que foram "curadas";
  • O vendedor afirma que o produto está disponível em quantidades limitadas e apela à rapidez na compra, ou oferece vantagens (como o “dois por um”) a quem ligue primeiro;
  • Existe a promessa de satisfação total e de "garantia de reembolso".

O conselho final que reitero é de que procure o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro para se aconselhar e encontrar soluções para o seu problema, que vão frequentemente além de medicamentos/suplementos.

Referências bibliográficas:
# Pode assistir a um debate televisivo muito interessante sobre “Propaganda de Medicamentos” em http://tvbrasil.ebc.com.br/vertv/episodio/propaganda-de-medicamentos
[1] “Consumo de MNSRM mais do que duplicou”. SIC Notícias (25/07/2015). Acessível em http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2015-07-25-Consumo-de-medicamentos-de-venda-livre-duplicou-desde-2010-
[2] van Noorden, R. (2013). Open access: The true cost of science publishing: Cheap open-access journals raise questions about the value publishers add for their money. Nature, 495, 426–429 (28 March 2013). Dísponível em http://www.nature.com/news/open-access-the-true-cost-of-science-publishing-1.12676
[3] “Quanto custa publicar em acesso aberto?”. SciElo em Perspectiva (18/09/2013). Disponível em http://www.ufrgs.br/bibicbs/noticias/quanto-custa-publicar-em-acesso-aberto
[4] Faerber, A.E. e Kreling, D.H. (2014). Content analysis of false and misleading claims in television advertising for prescription and nonprescription drugs. J Gen Intern Med, 29(1): p. 110-8. Disponível em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3889958/
[5] Bellows, L. e Moore, R. (2013). Nutrition Misinformation: How to Identify Fraud and Misleading Claims. Disponível em http://www.ext.colostate.edu/pubs/foodnut/09350.html


Ricardo Ferreira

Enf. de Investigação. Serviço de Reumatologia – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra EPE. Estudante de Doutoramento em Ciências da Saúde: Enfermagem - Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Vogal do CD da SRC da OE. [[email protected]]

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Este ano
O Ministério da Saúde anunciou que nos últimos quatro anos foram contratados ou abertos concursos para mais de cinco mil...

“Em menos de um ano, o Ministério da Saúde (…) atribuiu autorizações a 2.203 pedidos de contratação de enfermeiros pelos hospitais do setor empresarial do Estado”, refere uma nota da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

No comunicado emitido hoje, no último dia de mandato do ministro Paulo Macedo, a ACSS recorda ainda que em 2014 foram contratados mil enfermeiros e outros 579 em 2013.

“A ACSS deu também sequência a vários concursos de recrutamento de profissionais de enfermagem para o Serviço Nacional de Saúde, num total de 1.750 vagas, tendo sido desenvolvido o concurso de 750 vagas de 2012 e, já este ano, foi aberto novo concurso para mais 100 vagas”, indica o comunicado.

Possíveis novas terapias
90% das mortes por cancro devem-se ao facto de este se espalhar pelo corpo, através de metástases. Uma equipa de investigadores...

Essas tais proteínas, afinal milhões de vesículas de milionésimo de um milímetro, funcionam como uma espécie de "código postal", escreve o Jornal de Notícias.

Meia centena de cientistas, provenientes de sete países, asseguram esta investigação, cujos avanços foram esta quinta-feira publicados na revista "Nature". "Estamos a abrir caminho a possíveis novas terapias", declarou um dos investigadores, Héctor Peinado.

As experiências realizadas, que incluem o apagar desse "código postal" em ratos, revelam resultados muito satistatórios. "Uma redução de 80% das metástases".

O que as equipas têm conseguido é enganar as células tumorais, alterando as instruções que habitualmente provocam inflamações ou formação de vasos sanguíneos, favoráveis à chegada das células tumorais.

A investigação tem concentrado a sua atenção no cancro da mama, que invade o pulmão, e no cancro do pâncreas que viaja até ao fígado.

Na comunidade científica há já quem avance que estamos diante de uma das maiores descobertas recentes sobre o cancro. Héctor Peinado mostra-se, no entanto, ao jornal El Pais, cauteloso, explicando que o "código postal" não funciona a 100%, ainda que crie predisposição ao órgão de destino.

Até Agosto
Balanço da Administração Central do Sistema de Saúde é feito no último dia de Paulo Macedo como ministro da Saúde, antes de...

No último dia de Paulo Macedo como ministro da Saúde foram publicados os dados relativos à atividade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) até Agosto, escreve o jornal Público. Nos primeiros oito meses do ano, em comparação com igual período de 2014, foram feitas mais consultas médicas e de enfermagem nos centros de saúde. Também os hospitais fizeram mais cirurgias e deram mais consultas. O aumento desta actividade programada não conseguiu, contudo, evitar que o recurso às urgências hospitalares tenha continuado a subir. No período em análise, o SNS atendeu mais 5086 urgências do que no ano anterior, num total de mais de quatro milhões de episódios.

A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), numa nota divulgada na quinta-feira, salienta que as urgências hospitalares cresceram 1% no período em análise. “A evolução da actividade de urgência hospitalar está muito dependente da sazonalidade e da severidade dos surtos de doenças respiratórias infecciosas e ondas de calor e de frio”, justifica-se.

No entanto, alguns trabalhos têm alertado que 40% destas urgências são consideradas desnecessárias e acontecem por os doentes não encontrarem resposta noutros locais. Por exemplo, o estudo Desempenho clínico dos hospitais do SNS em 2008 e 2014, divulgado neste mês pela própria ACSS e feito pela consultora espanhola Iasist, concluía que em sete anos, apesar do grande aumento das taxas moderadoras, os atendimentos em serviços de urgência diminuíram apenas 0,3% – o que faz com que as urgências continuem a representar o dobro das primeiras consultas na atividade hospitalar.

A ACSS ainda, ainda, que o número de consultas nos cuidados de saúde primários “mantém a disposição de crescimento registada ao longo dos primeiros oito meses do ano”. “Perto de 6 milhões de utentes tiveram pelo menos uma consulta nos CSP, representando uma subida de 1,6%, quando comparado com o período homólogo de 2014”, lê-se. O balanço destaca que o aumento é também sentido nas consultas presenciais e nos domicílios médicos – numa resposta às críticas que têm sido feitas aos centros de saúde, de estarem a realizar mais atos sem a presença do utente, como a mera renovação de receitas.

Ainda no que diz respeito aos centros de saúde, o documento aponta para que quase nove milhões de portugueses já tenham médico de família. Foram dadas 14.608.429 consultas médicas presenciais, mais 47.734 do que em igual período de 2014. As consultas de enfermagem totalizaram 12.962.082, mais 231.053 do que no período homólogo. O objetivo de dar um médico de família a todos os portugueses era uma das promessas eleitorais de Passos Coelho que ficou por cumprir nesta legislatura.

Apesar deste aumento, é de recordar que nos primeiros seis meses do ano as consultas nos centros de saúde estavam em queda em comparação com o período homólogo, pelo que a recuperação foi feita apenas em Julho e Agosto. Em todos os casos, os valores estão aquém do que acontecia em 2011 quando Paulo Macedo chegou ao ministério.

Quanto aos hospitais, a ACSS diz que cresceram tanto as primeiras consultas como as consultas subsequentes: “Nos primeiros oito meses de 2015 realizaram-se mais primeiras consultas externas (2,7%) e mais consultas subsequentes (1,6%) nos hospitais do SNS, do que em período idêntico do ano de 2014”. As cirurgias também representaram um crescimento de 1,4%, num total de 367 mil intervenções. As cirurgias de ambulatório, isto é, sem necessidade de internamento, já representam 58,5% do total. O número de altas apresenta uma tendência de estabilização, o que “está relacionado com uma maior ambulatorização dos cuidados cirúrgicos”. A demora média de internamento segue uma tendência contrária e está a aumentar ligeiramente.

Estudo
Estudo acompanhou mais de 1000 idosos de lares de Lisboa durante seis meses e alerta para a necessidade destas entidades terem...

A falta de profissionais de saúde nos lares coloca os idosos em risco e há sinais disso: quase 20% dos idosos incluídos num estudo da Ordem dos Enfermeiros deram pelo menos uma queda no período de seis meses em que foram analisados e quase 10% tinham as chamadas úlceras de pressão em várias zonas do corpo. Para o enfermeiro António Simões Bala, autor do trabalho, a carência de recursos humanos especializados é ainda mais preocupante já que “99% das pessoas nestas estruturas residenciais para idosos precisam de ajuda para mais do que uma atividade da vida diária e 56% têm uma dependência total”.

O trabalho a que o jornal Público teve acesso, conduzido pelo tesoureiro da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros, responsável pela área dos idosos, contou com uma amostra de 1019 pessoas que residem em 17 lares da região de Lisboa e Vale do Tejo. Os resultados dizem respeito a um período de seis meses do ano de 2014. “Criámos uma equipa de acompanhamento de estruturas residenciais de idosos – a que chamamos lares – e desenvolvemos uma série de visitas a estas unidades e identificámos grandes dificuldades. Existiam falta de cuidados de saúde em termos dos lares, com poucas horas de profissionais de saúde e de enfermagem em particular”, explicou ao jornal Público António Simões Bala.

O enfermeiro destaca que estes idosos tinham em média 83,5 anos e viviam quase há cinco anos em lares. Em relação às principais conclusões, sublinha que “destes 1019 idosos, mais de 200 foram a umas urgências hospitalares pelos menos uma vez durante o meio ano”. Além disso, 8,6% das pessoas tinham já úlceras de pressão, sobretudo na chamada região sagrada, a zona inferior das costas, junto ao cóccix. Outros 31,7% de idosos estavam em alto risco de desenvolver estas feridas. Em relação às quedas, António Simões Bala adianta que identificaram que “cerca de 20% dos doentes caíram em seis meses e 2% dos idosos caíram pelo menos duas vezes”, sendo grande partes destes episódios registados logo de manhã.

Para o especialista, o facto de um em cada cinco idosos terem caído é especialmente importante se tivermos em consideração a dificuldade de recuperação nestas idades. “Falta um programa de intervenção urgente na qualidade. Uma queda traz consequências graves do ponto de vista da funcionalidade. Se a pessoa já tem algum nível de dependência e ocorre uma queda com um traumatismo grave ou necessidade por exemplo de uma prótese na anca e de um internamento prolongado a perda de autonomia será ainda maior”, reitera.

António Simões Bala alerta que a situação de dependência dos idosos analisados nestes lares é muito semelhante ao que se encontra na chamada Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, em especial nas unidades da rede dedicadas aos cuidados de longa duração. “Em termos do nível de dependência os idosos das estruturas residenciais estão um pouco abaixo dos cuidados continuados, mas do ponto de vista do défice cognitivo, das demências e da doença cardiovascular os dados são mais elevados”, diz.

Por isso, o enfermeiro defende que as exigências para os lares deveriam ser semelhantes ao que acontece na rede de cuidados continuados. “Na rede está legislado que tem de haver uma equipa de saúde com enfermeiro permanente e nas estruturas residenciais para idosos a legislação é muito parca e fala num enfermeiro para 40 idosos”, explica, dizendo que as regras “também não distinguem o nível de dependência nem da escala que se deve utilizar para classificar os doentes ou as horas que se deve contratualizar com o profissional de enfermagem”.

O autor insiste que “a introdução de um ou dois enfermeiros consegue trazer ganhos substanciais” e defende que os lares deveriam contar com “profissionais mais habilitados que consigam introduzir programas de prevenção, vigilância e acompanhamento” dos idosos. Simões Bala ressalva que os dados podem, quanto muito, pecar por defeito, uma vez que as estruturas analisadas contavam com enfermeiro (mesmo que só parcialmente), sublinhando que há outras que nem isso têm. Sobre os custos, o enfermeiro contrapõe que é preciso “pensar em novos modelos de financiamento” e ter em consideração que se vão evitar outras despesas, como as idas às urgências. “O investimento nas equipas de saúde vai melhorar a qualidade e autonomia das pessoas”, conclui.

OMS alerta
A Organização Mundial de Saúde disse que o relatório divulgado na segunda-feira que associa o consumo de carnes processadas a...

A Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Cancro (IARC), organismo da Organização Mundial da Saúde (OMS), colocou o consumo excessivo de carnes processadas como enchidos no Grupo 1 de risco de cancro, sobretudo colorretal, escreve o Sapo.

O consumo excessivo de carnes vermelhas em geral - incluindo bovina, suína e caprina - foi incluído no Grupo 2, como "provavelmente cancerígenas".

O estudo não pede, por isso, para que as pessoas deixem de comer carnes processadas, mas aconselha uma redução do seu consumo, o que pode diminuir o risco de cancro colorretal, explicou a OMS num novo comunicado.

A agência da ONU cita estudos que atribuem 34.000 mortes por ano à alimentação rica em carnes processadas. Um número baixo quando comparado ao milhão de mortes anuais atribuídas ao tabaco, às 60.000 mortes geradas pelo consumo de álcool.

Contudo, não existe ainda evidência científica que permita determinar uma quantidade segura para o consumo de carne, ressalta ainda a OMS.

Investigadores alertam
Com um escasso número de psicólogos e psiquiatras a trabalhar com doentes oncológicos, a grande maioria das cerca de 6100...

O alerta, segundo o Sapo, é de um grupo de investigadoras de Psicologia da Universidade de Aveiro (UA) que desenvolveu o InMama Group, um programa inédito de intervenção em grupo que otimiza o trabalho dos técnicos de saúde mental sem descurar a eficácia dos resultados.

“Existe um número reduzido de psiquiatras e psicólogos nos institutos de oncologia nacional, que só conseguem alcançar uma parte reduzida da população que passa pela doença. No Instituto Português de Oncologia de Coimbra existe uma equipa constituída por uma Psiquiatra e uma Psicóloga para todos os doentes de todos os tipos de cancro”, exemplifica Ana Torres, psicóloga, autora do InMama Group juntamente com Anabela Pereira, Sara Monteiro e Filipa Araújo. Por isso, aponta, “o acompanhamento [psicológico e emocional] é escasso e a maioria das mulheres não o recebe”.

Por isso, “o facto do InMama Group apontar para uma intervenção de grupo tem também como objetivo que os poucos profissionais que trabalham nesta área consigam intervir em simultâneo num grupo de doentes e não somente num doente”. Ou seja, explica Ana Torres, “com este tipo de intervenção consegue-se chegar a um maior número de pessoas”.

Para além desta otimização de recursos, esclarece a investigadora, “a intervenção de grupo neste tipo de problema tem sido indicado também por proporcionar a oportunidade de partilha de experiências comuns relacionadas com o cancro e de estratégias para lidar com as dificuldades, para além de se acreditar que as pessoas se sentem úteis ao fornecer ajuda aos outros membros do grupo”.

Sintomas emocionais que podem ser tratados

“Existem efeitos físicos e psicológicos em todas as fases da doença, nomeadamente efeitos tardios e de longa duração, que persistem para além da remissão da fase ativa da doença, por exemplo, alterações da auto-imagem, alterações do auto-conceito e da auto-estima, sintomatologia depressiva e ansiosa, medo de recorrência ou dificuldades sexuais”, descreve Ana Torres.

Uma sintomatologia de sofrimento emocional “que pode comprometer a qualidade de vida, ou pelo menos alguns domínios da qualidade de vida destas doentes, o domínio físico, sexual, psicológico, social, de papel e espiritual”.

Escrito a pensar nos psicólogos e psiquiatras que trabalham com doentes oncológicos, em especial com mulheres que sobreviveram ao cancro da mama, o livro descreve, passo a passo, oito sessões psico-educativas contendo a descrição e informação para liderar este tipo de intervenção, potenciando a replicação dos benefícios alcançados. O InMamaGroup é um programa de natureza essencialmente psicoeducativa e tem como objetivo familiarizar as doentes com estratégias que promovam o ajustamento psicológico, emocional, social e espiritual às dificuldades resultantes da doença, contribuindo para a melhoria da sua qualidade de vida.

Constituído por oito sessões, de frequência semanal e com a duração de aproximadamente 90 minutos, o programa tem como objetivos permitir uma adaptação saudável da mulher aos efeitos do cancro da mama e dos tratamentos, diminuir a sintomatologia psicopatológica e o sofrimento psicológico, melhorar as estratégias de coping, os estados de humor e o autoconceito contribuindo para o ajustamento emocional e o crescimento pessoal e, por consequência, promover a qualidade de vida da mulher.

Testado ao longo dos últimos anos, as melhorias encontradas nas mulheres que já passaram pelo cancro da mama e, posteriormente, pelo programa InMama Group são notórias.
“Encontramos um efeito significativo especialmente a nível da perceção que as mulheres têm de si [ao nível do auto-conceito], para além da diminuição da predisposição à ansiedade”, congratula-se Ana Torres. Portanto, desejam as autoras, “esperamos que muitas outras mulheres consigam beneficiar destes e de outros efeitos”.

Em 25 anos
O programa de rastreio da Liga Portuguesa Contra o Cancro, que arrancou em 1990 na região Centro, identificou 6.935 cancros da...

Os resultados dos 25 anos do programa, que são apresentados no sábado, em Coimbra, permitem concluir que há uma "maior probabilidade" de mulheres que repetem a mamografia de apresentarem "lesões menos graves", sublinhou o membro da direção do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRC-LPCC), Vitor Rodrigues.

Segundo os dados a que a Lusa teve acesso, por cada mil mulheres rastreadas pela primeira vez, 62 são chamadas a uma consulta de aferição, 7,6 são encaminhadas para o hospital e quatro têm cancro.

Já nas mulheres que repetem o rastreio mamográfico, por cada mil 21 são chamadas a uma consulta de aferição, 4,1 são encaminhadas para o hospital e 2,8 têm cancro.

A repetição da mamografia resulta num diagnóstico do cancro da mama "mais precoce", o que leva a "um tratamento menos agressivo e a uma maior potencialidade de controlo", explanou.

Apesar dessa constatação, Vitor Rodrigues afirmou que, quer num caso quer noutro, a maioria dos tumores detetados são de pequena dimensão.

Cerca de 80% dos tumores detetados nas mulheres que repetem o rastreio têm pequena dimensão (até 15 milímetros) e 78% não apresentam extensão para os gânglios linfáticos, sendo que nas mulheres rastreadas pela primeira vez essa percentagem é um pouco mais baixa (75% dos tumores têm pequena dimensão e 72% não apresentam extensão para os gânglios), acrescentou.

O programa de rastreio da LPCC começou em 1990 na região Centro, em 1997 estendeu-se ao Alentejo e parte do distrito de Santarém, através do núcleo regional do Sul, e em 1999 começou a ser realizado pelo núcleo regional do Norte e na Madeira, através do Governo Regional.

O rastreio realiza-se também nos Açores, desde 2008, e no Algarve, desde 2005.

De acordo com Vitor Rodrigues, desde o início do projeto que se registou um aumento das mulheres que procuram o programa.

"No início, abrangíamos perto de 40%. Neste momento, abrangemos 65% das mulheres" em idade rastreável (dos 45 aos 69 anos) nos territórios em que o programa está implementado, frisou.

Para o também professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, "há, sem sombra de dúvida, uma maior sensibilização e um interiorizar por parte das pessoas de que têm de tomar conta da sua saúde".

Os resultados vão ser apresentados no sábado, no Hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra, no âmbito da sessão comemorativa de 25 anos do programa de rastreio da LPCC.

Barómetro
Quase metade dos portugueses não vai ao dentista há mais de um ano, tendo-se registado uma diminuição de consultas de saúde...

Estas são algumas das principais conclusões do II Barómetro Nacional de Saúde Oral, e que mostram que mais de 16% dos portugueses cortou nas consultas de medicina dentária em 2015, comparativamente ao ano anterior.

Contudo, em 2014 era mais elevado (20%) o número de pessoas que indicava ter diminuído as visitas ao dentista.

Segundo este barómetro, 46,7% dos portugueses não visitam o médico dentista há mais de um ano e os que foram a uma consulta são, sobretudo, mulheres, jovens, do interior Norte e de classe social mais elevada.

No oposto, surgem os idosos, os moradores no Sul e as pessoas das classes sociais com menores rendimentos.

Aliás, quando é assumida a diminuição de visitas ao dentista no último ano, o principal motivo elencado são as questões monetárias, como já se tinha verificado em 2014.

Outro dos indicadores mostra que um terço dos portugueses nunca visitaram o médico dentista ou só o fizeram apenas em caso de urgência, enquanto 9,5% dizem mesmo nunca ir ao dentista.

A Ordem dos Médicos Dentistas, responsável por este barómetro, salienta que existe uma correlação entre a falta de dentes e as poucas visitas ao dentista.

Este ano, 37% dos portugueses inquiridos afirmaram que têm falta de mais do que seis dentes naturais, mais cinco pontos percentuais do que em 2014.

Além disso, mais de metade (54%) dos portugueses com falta de dentes naturais não têm nada a substituí-los (nem dentaduras, nem dentes fixos) e apenas 28% dizem ter a dentição completa, excluindo os dentes do siso.

Quanto aos hábitos de higiene oral, 97,4% dizem escovar os dentes com frequência e até aumentou, em comparação com 2014, a quantidade dos que usam elixir e fio dentário.

O barómetro demonstrou ainda que são poucos os portugueses que recorreram ao Serviço Nacional de Saúde para tratar um problema de dentes – 6,9% nos últimos doze meses e, destes, 22% não tiveram o seu problema resolvido.

Em todo o país
Cerca de 30 mil voluntários da Liga Portuguesa Contra o Cancro iniciam hoje o peditório a favor da organização, que decorrerá...

A iniciativa tem como objetivo “alertar a população para a importância de contribuir para esta causa”, refere a instituição em comunicado.

“Lançamos novamente o repto aos portugueses para que se juntem à Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e à luta contra o cancro”, afirma o presidente da LPCC, Francisco Cavaleiro de Ferreira, lembrando que o peditório “é uma das ações de angariação mais importantes” para a liga.

As receitas do peditório permitem dar continuidade aos diversos projetos que a Liga tem vindo a desenvolver na luta contra o cancro.

“No entanto, mais do que uma recolha de fundos, queremos que este seja um exemplo nacional de entreajuda e de solidariedade para fazermos mais e ajudarmos mais”, sublinha Francisco Cavaleiro de Ferreira, em comunicado.

Durante os quatro dias da iniciativa, os voluntários vão estar em locais distintos, como centros comerciais, igrejas, cemitérios, supermercados e principais ruas da cidade devidamente identificados com o colete da instituição e com o cofre.

Este ano, além da contribuição tradicional, os portugueses poderão fazer o seu donativo através de ‘QRCode’(código de resposta rápida para identificação digital), de “forma simples e segura”.

Esta ação decorre em todo o país, sob as orientações dos respetivos Núcleos Regionais da LPCC – Norte, Centro, Sul, Açores e Madeira.

Com o intuito de alertar a população para a importância de contribuir para esta causa, a LPCC está a promover novamente uma campanha de sensibilização cujo mote é “Contra o Cancro Todos Contam”.

A campanha, disponível em imprensa, ‘mupis’, online e TV, conta com a participação da cantora Mariza, do ator Paulo Pires, o ex-jogador Pauleta, a judoca Telma Monteiro e da atriz Ana Sofia Martins.

Estudo
As intervenções dos farmacêuticos junto dos utentes poupam à sociedade portuguesa cerca de 880 milhões de euros, valor que...

Estas são algumas das conclusões de um estudo promovido pela Ordem dos Farmacêuticos, que tentou apurar o valor económico e social das intervenções das farmácias comunitárias, e seus profissionais, junto dos utentes, tendo como base de comparação o que se estima que ocorreria caso não houvesse intervenção farmacêutica.

Esta análise não incluiu a dispensa do medicamento, atividade principal da farmácia, tendo considerado apenas intervenções diárias como gestão de doenças e terapêuticas, saúde materna e do bebé ou “intervenções transversais” como administração de medicamentos e vacinas, apoio ao domicílio, aconselhamento farmacêutico, ou programas de saúde pública, como troca de seringas e cessação tabágica.

Assim, em termos de resultados globais, o estudo conclui que as farmácias permitem uma poupança de 879,6 milhões de euros, um valor que representa 0,5% do PIB e 5,6% da despesa total em saúde.

Discriminando por áreas de intervenção, as poupanças geradas são de 352 milhões de euros em toda a atividade não remunerada do farmacêutico, 45 milhões em internamentos hospitalares, 1,6 milhões em urgências e 401,5 milhões em consultas.

Em termos de doenças e terapêuticas crónicas, a sociedade portuguesa pouparia 147,6 milhões de euros em hipertensão arterial, 32,9 milhões na diabetes e 27,7 milhões na asma e DPOC (doença pulmonar obstrutiva crónica).

Com a saúde materna e da criança a poupança chegaria aos 13,3 milhões de euros e com a melhoria da adesão à terapêutica aos 237,6 milhões.

Relativamente ao considerado “valor social” das farmácias, o estudo revela que a intervenção farmacêutica abrange 4,2 milhões de utentes, num valor global anual de 120 milhões de intervenções, e representa um aumento de 8,3% da qualidade de vida, bem como um benefício total de 260.245 anos de vida com qualidade.

A ausência de intervenções farmacêuticas representaria mais de 6 milhões de atos de saúde a mais no SNS, mais 22.409 hospitalizações, 22.054 episódios de urgência e 5.991.308 consultas.

Para efeitos deste estudo foram ainda consideradas as “intervenções futuras”, ou seja, intervenções que ainda não existem nas farmácias, mas que os farmacêuticos defendem que comecem a fazer parte das suas atividades, proximamente e em articulação com os cuidados de saúde primários e hospitalares.

Dispensa de medicamentos atualmente de uso exclusivo hospitalar a doentes crónicos controlados, deteção precoce do VIH, reconciliação da terapêutica, toma observada direta da terapêutica (no caso da tuberculose), ajuste da dose de terapêutica anticoagulante ou programas de gestão da doença no caso da artrite são algumas dessas intervenções.

Segundo o estudo, tal contributo permitiria poupar mais 144,3 milhões de euros e abranger 1,7 milhões de utentes.

Em Portugal
A Procuradoria-Geral da República está investigar o negócio do plasma em Portugal, uma matéria alvo de uma reportagem há alguns...

A Procuradoria-Geral da República confirmou a existência de um inquérito, “a correr termos no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa (DIAP)”, em investigação e em segredo de justiça.

A estação televisiva disse que o DIAP pediu os documentos que estiveram na base da reportagem “O negócio do plasma”, e que vai começar a ouvir os envolvidos no caso.

A reportagem denunciava o desperdício de plasma doado pelos dadores portugueses e o gasto de milhões de euros na compra de plasma à empresa Octapharma.

A TVI noticiou que vão ser investigados os contratos ganhos pela farmacêutica, quando um dos elementos do júri era Luís Cunha Ribeiro, atual presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa, que na altura vivia em casa do principal responsável da empresa.

A Octapharma disse em comunicado, na altura da reportagem, que não retirava “o mais pequeno benefício da situação de não aproveitamento do plasma português”.

O responsável da Octapharma, Lalanda e Castro, foi quem deu emprego a José Sócrates depois de o ex-primeiro-ministro ter deixado o executivo. Além de José Sócrates é também um dos arguidos do processo “Operação Marquês”.

OMS
Dois terços da população mundial com menos de 50 anos são portadores do vírus do herpes, uma infeção incurável e contagiosa que...

A conclusão é da Organização Mundial de Saúde (OMS), que divulgou um relatório sobre este vírus e a respetiva incidência na população mundial.

“Mais de 3,7 mil milhões de pessoas com menos de 50 anos, ou seja 67% da população [com menos de 50 anos], estão infetadas pelo vírus Herpes Simples do tipo 1 (HSV-1)", indicou a agência das Nações Unidas, num comunicado.

Este vírus, que é transmitido principalmente pelo contacto com as partículas virais presentes em zonas como a boca, saliva ou lábios, afeta 87% da população com menos de 50 anos em África e 75% das pessoas com menos de 50 anos na região do Mediterrâneo Oriental, segundo o mesmo estudo.

Na Europa, 69% das mulheres com menos de 50 anos são portadoras do vírus, um número que desce para 61% quando analisada a incidência do vírus em homens da mesma faixa etária.

A região das Américas é a menos afetada: 49% das mulheres com menos de 50 anos são portadoras do vírus HSV-1, contra 39% dos homens.

Nos países mais desenvolvidos existem menos pessoas infetadas com o HSV-1 durante o período da infância, provavelmente porque existem melhores condições de higiene, acrescentou o relatório.

No entanto, segundo indicou o documento, estas mesmas pessoas estão expostas a um maior risco de contrair herpes labial através da prática de sexo oral.

Existem dois tipos de vírus do herpes: o vírus Herpes Simples do tipo 1 (HSV-1) e o vírus Herpes Simples do tipo 2 (HSV-2). Os dois são “muito contagiosos e incuráveis”, segundo a OMS.

O HSV-2, que se transmite principalmente por via sexual, é a principal causa do herpes genital.

Cerca de 417 milhões de pessoas entre os 15 e os 49 anos estão infetadas por este vírus.

Mas, novos dados fornecidos pela OMS mostram que o HSV-1 "é também uma das principais causas do herpes genital”.

Cerca de 140 milhões de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e 49 anos estão infetadas com herpes genital HSV-1, principalmente no continente americano, Europa e no Pacífico Ocidental, precisou o relatório.

“O acesso à educação e à informação sobre os dois tipos de herpes e sobre as infeções sexualmente transmissíveis é essencial para proteger a saúde dos jovens antes que comecem a ser sexualmente ativos", afirmou Marleen Temmerman, responsável pelo Departamento de Saúde e Investigação Reprodutiva da OMS.

Os medicamentos antivirais existentes no mercado ajudam a reduzir a gravidade e a frequência dos sintomas, mas não conseguem curar a infeção. Várias vacinas e agentes microbicidas estão a ser estudados.

Instituto de Medicina Legal quer
O vice-presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, João Pinheiro, realçou a aposta da instituição...

Na sua intervenção na abertura da II Conferência do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), João Pinheiro valorizou o reforço das relações com as faculdades de Medicina portuguesas, com as quais o instituto pretende “renovar os protocolos de colaboração científico-pedagógica, alguns com mais de 15 anos, ajustando-os à realidade e tempos” atuais.

“Não posso deixar de salientar, com muito agrado, a estreita e profícua colaboração que iniciámos este ano com a Nova Medical School da Universidade Nova de Lisboa, que, estando ali mesmo ao lado da nossa Delegação Sul, não se comunicava com esta, vivendo ambas inexplicavelmente de costas voltadas há longos anos”, lamentou.

João Pinheiro disse que o alheamento entre as duas entidades, na capital, teve “várias consequências nefastas”, como o facto de “a cadeira de Medicina Legal ter sido paulatinamente reduzida a seis horas letivas anuais no atual plano de estudos do curso de Medicina” daquela escola.

Este estabelecimento de ensino acolheu uma proposta de colaboração do INMLCF que permitiu criar no quinto ano médico uma cadeira de opção, designada Medicina Legal e Ciências Forenses, com 32 horas letivas, que arranca em fevereiro de 2016, será regida pela professora Cristina Mendonça, diretora da Delegação Sul do instituto, e incluirá aulas, assistência a autópsias e exames penais.

Na sua opinião, “novos e auspiciosos trilhos de formação pré e pós-graduada e de investigação se abriram” entre as duas instituições, os seus professores e alunos.

“Assinámos com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, do Porto, estão fechados os protocolos com a Universidade do Algarve e a Faculdade de Medicina de Lisboa e estamos em fase de negociação com a Faculdade de Medicina de Coimbra”, informou João Pinheiro.

O INMLCF quer continuar “nesta direção para outras escolas e instituições”, planeando a abertura em Faro, em janeiro, de um curso de pós-graduação em Medicina Legal e Ciências Forenses, envolvendo as unidades de saúde da Universidade do Algarve.

Também o presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal, Francisco Brízida Martins, destacou no seu discurso a importância de “fazer ponte com todos aqueles que de uma forma ou de outra interagem com a atividade” do organismo público que lidera.

A conferência nacional, que decorre no auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, permite ao INMLCF confirmar a sua condição de “parceiro privilegiado na administração da justiça”, promovendo “uma ampla partilha de saberes e experiências”.

Luta contra o cancro do pulmão
Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão lança sexta-feira uma campanha dirigida aos jovens que alerta para os...

“Apaixona-te pela vida. Não fumes! Informa-te sobre o cancro do pulmão” é o tema da campanha protagonizada por Frederico Morais (campeão nacional de surf), Manuel Luís Goucha (apresentador), Ricardo Carriço (ator), Tomaz Morais (treinador rugby), e William Carvalho (futebolista).

Todos deixam a mensagem “deixa de fumar, escolhe viver a vida, a natureza, o surf, o futebol, as artes, o rugby e tantas outras coisas saudáveis. Não pegues no cigarro. Escolhe um ‘vício’ saudável”.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da associação PULMONALE, António Araújo, explicou que “o objetivo da campanha é trazer para o conhecimento público os sinais e sintomas do cancro do pulmão e os malefícios do tabaco e das suas implicações”.

O oncologista adiantou que a campanha, que assinala o mês de sensibilização para o cancro do pulmão (novembro), se destina ao público em geral, mas particularmente às camadas mais jovens “de modo a alertá-los para a relação tabaco/cancro”.

Em Portugal, os jovens começam a fumar entre os 15 e os 18 anos, sendo objetivo da campanha apelar para que “não iniciem o consumo de tabaco ou, se já iniciaram, deixarem de fumar”.

Sobre as razões deste comportamento dos jovens, António Araújo disse que é uma forma de pertencerem a grupos e serem considerados “fixes”.

“O tabaco é uma droga que provoca habituação e dependência”, mas é socialmente aceite e os jovens “veem muito o tabaco como uma droga facilitadora de pertencerem aos grupos e serem fixes, no fundo, a serem adultos”, disse, sublinhando que as ações de sensibilização tentam desmontar esta imagem, fazendo-lhes compreender que "levar uma vida saudável, não fumar e praticar exercício é muito mais importante" do que fumar.

Por outro lado, o facto de o cancro do pulmão e as outras doenças associadas ao tabaco surgirem 10, 15 ou mais anos depois de começarem a fumar leva os jovens a não associarem “o risco de desenvolverem a doença ao consumo de tabaco e acaba por não ser interessante deixar de fumar”.

Em Portugal são diagnosticados, por ano, cerca de 4.000 novos casos de cancro do pulmão e registadas cerca de 3.500 mortes.

O tabaco está implicado em 85% dos casos desta doença, mas também noutras patologias como a doença pulmonar obstrutiva crónica, enfisema pulmonar e infeções respiratórias baixas, tuberculose pulmonar, doença cardíaca isquémica e doença cerebrovascular.

O cancro do pulmão pode ser assintomático e a sua primeira manifestação surge sob a forma de metástase, o que explica que a sobrevida aos cinco anos seja apenas de 15%.

Por isso, as pessoas têm de estar mais atentasa alguns sinais como tosse, expetoração, perda de peso, presença de sangue na expetoração, rouquidão, dor persistente no tórax.

 

Na China
A China, nação mais populosa do mundo com 1.370 milhões de habitantes, decidiu hoje abolir a política de "um casal, um...

"Era inevitável", comenta um funcionário de um órgão estatal chinês, aludindo à crescente pressão no sistema de pensões do país, fruto do rápido envelhecimento da sociedade.

"A questão agora é saber quem é que tem tempo e dinheiro para criar duas crianças?", acrescentou.

A decisão foi anunciada após uma reunião de quatro dias à porta fechada entre o Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), a cúpula do poder na China, e que serviu para delinear as prioridades do 13º plano quinquenal (2016-2020).

Pelas contas do Governo, sem aquela política, em vez de cerca de 1.350 milhões de habitantes, a China teria hoje quase 1.700 milhões.

Já em 2013, a direção do PCC decidiu aliviar a política, permitindo aos casais em que ambos os cônjuges são filhos únicos ter um segundo filho.

Porém, o número de casais que se inscreveram para ter um segundo filho (cerca de 700.000) ficou muito aquém dos dois milhões previstos pelas autoridades.

"O esperado 'baby boom' não aconteceu e a vontade das pessoas de ter mais filhos irá diminuir com o desenvolvimento económico", comentou então Cai Fang, vice-diretor da Academia Chinesa de Ciências Sociais (ACCS).

Quando Deng Xiaoping impôs a política do filho único, a China era ainda um país pobre e isolado, longe de conhecer o trepidante crescimento económico que viria a transfigurar a sociedade chinesa.

Hoje, nas grandes metrópoles chinesas, muitos jovens rompem com a tradição, optando por casar tarde e ter apenas um filho, independentemente da flexibilização ditada pelo Governo.

A população ativa começou a diminuir e a taxa de fertilidade, que na década de 1970 era 4,77 filhos por mulher, desceu para 1,4, atingindo quase o nível de alerta de 1,3, considerado globalmente como "a armadilha da baixa fertilidade".

Segundo dados oficiais, em 2050, um terço da população chinesa terá 60 ou mais anos e haverá menos trabalhadores para sustentar cada reformado

Entretanto, e fruto da tradição feudal que dá preferência a filhos do sexo masculino, a política de filho único gerou um excedente de 33 milhões de homens: no final de 2014, a diferença, à nascença, era de 115,8 rapazes por 100 raparigas.

Os números sugerem um outro efeito perverso da política: de acordo com dados oficiais chineses, desde 1971, os hospitais do país executaram 336 milhões de abortos e 196 milhões de esterilizações.

A maioria dos abortos ocorre quando o feto é do sexo feminino.

Para Pequim, a política de filho único tratou-se de um mal necessário, permitindo o aumento do Produto Interno Bruto ‘per capita’, da esperança média de vida (agora em 75 anos) ou do nível de escolaridade da população.

 

Nos EUA
Transplante fecal. Sim, leu bem. O tema ainda é pouco conhecido mesmo entre os médicos, mas tem estado a ganhar cada vez mais...

Chamado cientificamente de transplante de microbiota fecal (FMT, na sigla em inglês), a técnica consiste em inserir fezes de uma pessoa saudável no intestino de um paciente com um problema intestinal através de um tubo ou através de uma cápsula via oral (pelo nariz ou boca) ou, ainda, via anal, escreve o Diário Digital. Esta é uma forma de introduzir uma mistura de bactérias saudáveis que podem tomar o lugar de bactérias prejudiciais causadoras de doenças.

Pelo mundo, diversas pesquisas estão a ser feitas para testar a viabilidade de usar a técnica contra outras doenças, como colite ulcerativa, doença de Crohn e até mesmo contra a obesidade.

A infeção pela Clostridium difficile, que faz parte da flora intestinal de 10% das pessoas, ocorre quando se ingere antibióticos por causa de alguma outra doença, como gripe, por exemplo. Essa bactéria resiste e toma conta do intestino, causando diarreia e desidratação tão grave que pode até ser fatal.

Estudo
Um estudo feito nos EUA encontrou relação entre o hábito de ficar muito tempo em frente à televisão e as principais causas de...

Cerca de 80% dos adultos norte-americanos assistem a 3,5 horas de TV por dia, uma quantidade considerada excessiva. O hábito consome mais da metade do tempo de lazer disponível, o que significa menos actividade física, escreve o Diário Digital.

Para o estudo, publicado no American Journal of Preventive Medicine, foram analisados mais de 221 mil indivíduos com idade entre 50 e 71 anos que não apresentavam nenhum tipo de doença crónica no início da avaliação.

Os pesquisadores, do Instituto Nacional do Cancro, afirmam que algumas das associações encontradas foram identificadas pela primeira vez, e por isso ainda são necessários novos trabalhos que confirmem os resultados.

Em comparação com quem assistia a menos de uma hora por dia, os indivíduos que ficavam de 3 a 4 horas em frente à TV apresentaram 15% mais propensão a morrer por qualquer causa. Para quem assistia 7 ou mais horas, a probabilidade era 47% maior. As associações permaneceram altas mesmo quando os pesquisadores isolavam factores como tabagismo, consumo de álcool e condição de saúde.

Os efeitos prejudiciais do excesso de TV foram observados tanto nos indivíduos inactivos como também nos activos. Enquanto a população mais idosa tende a ficar mais tempo na TV, crianças e adolescentes passam períodos semelhantes nos tablets. Tudo indica que as pessoas vão ter que fazer exercício cada vez mais se quiserem ficar menos doentes.

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