Banco público
Esteve em risco de fechar, mas hoje banco público tem protocolo com quatro maternidades públicas para colheita.

O banco público de células do cordão umbilical (Lusocord) já tem 404 amostras disponíveis para responder as pedidos para doentes portugueses e estrangeiros que precisem de um transplante de medula. Há três anos o serviço esteve em risco de fechar, por não cumprir os critérios de qualidade e segurança. Desde então, o banco passou por auditorias e inspeções e em maio deste ano completou o processo que permite a recolha, preservação e transporte de amostras para transplante. Nesta semana o hospital Amadora-Sintra inicia a colheita de sangue do cordão umbilical, juntando-se a outras três maternidades que já o fazem.

As recolhas regulares de células do cordão umbilical com as novas regras começaram em março de 2013. Em maio desse ano, o banco foi inspecionado pela Direção-Geral da Saúde, que deu autorização para a atividade de colheita e armazenamento. "A validação para transporte foi dada em maio de 2015. Temos o processo todo completo. Todas as amostras criopreservadas com estas regras estão aptas a serem usadas para transplante", explica ao Diário de Notícias Salomé Maia, diretora do Lusocord. São 404 de um total de 2194 colhidas desde março de 2013 até outubro deste ano.

"A taxa de aproveitamento é de 11%. Não temos de ter muitas, temos de ter sim amostras com muita qualidade para que as células tenham viabilidade e capacidade de se multiplicarem em células de medula. Não podemos correr o risco de ter uma amostra com menos qualidade. É assim com todos os bancos públicos de todo o mundo", refere. Entre 2009 e outubro deste ano Portugal realizou 28 transplantes - quatro dos quais neste ano - com recurso a sangue do cordão umbilical de bancos públicos de outros países.

Até ao momento ainda não chegou nenhum pedido ao Lusocord, que funciona como complemento ao registo de dadores de medula óssea. As células do cordão umbilical têm a vantagem de ser mais bem toleradas, pois são mais imaturas, exigindo menor compatibilidade. "O banco do cordão tem como missão aumentar as possibilidades de transplante e diversificar o registo de dadores", afirma Salomé Maia.

Nesta semana iniciaram a colheita de sangue do cordão umbilical no hospital Amadora-Sintra. Junta-se às maternidades dos centros hospitalares de São João (onde funciona o Lusocord), do Porto e Unidade Local de Saúde de Matosinhos, de forma a ter o máximo de representação da população que vive em Portugal. Por cada colheita criopreservada (colheitas boas), os hospitais recebem cem euros.

O Lusocord vai também aceitar dádivas direcionadas de sangue do cordão umbilical para irmãos. "Pode ser feito caso haja uma situação clínica que o justifique. Se há, por exemplo, um doente de leucemia que precisa de um transplante e vai nascer um bebé, o médico pode pedir que o sangue do cordão seja criopreservado só para usar naquela pessoa. Se não houver compatibilidade passa a ser do domínio público e fica disponível para qualquer pedido", diz.

O processo de recolha de sangue do cordão é complexo e implica muito treino. Neste ano Salomé Maia deu formação a 41 equipas de médicos e enfermeiros das maternidades com que têm protocolo. Os kits de recolha são todos preparados no Lusocord - funciona no pavilhão do registo de dadores de medula -, com indicação dos prazos de validade de todos os componentes, e enviados para os hospitais, fazendo depois o caminho de volta.

Além da sala de receção das amostras, onde são feitas verificações de qualidade, o banco é apoiado por dois laboratórios. É aqui que uma das células da amostra é colocada em cultura durante 14 dias para haver certeza de que é viável e de que se multiplica. A contagem é feita ao microscópio. O material é criopreservado num tanque robotizado que não precisa de ser aberto a cada entrada ou saída de amostras, a 196 graus negativos, onde fica em quarentena durante três meses. Cada amostra tem um código e a localização fica registada no computador. Para a retirar basta introduzir as coordenadas. "Todas as amostras e processo, os questionários sobre a mãe e o parto são fotografados. Toda a informação segue para a unidade de transplante", diz Salomé Maia.

ONU
O número de mortes de mulheres relacionadas com a gravidez caiu para quase metade no mundo em 25 anos, mas apenas nove países,...

“Este relatório mostra que no final de 2015 a mortalidade materna terá caído 44% relativamente aos níveis de 1990”, afirmou Lale Say, coordenadora do departamento de saúde reprodutiva e investigação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Trata-se de um enorme progresso, mas o avanço é desigual entre os países, em diferentes regiões do mundo”, com 99% de mortes a envolverem países em desenvolvimento, disse a especialista, numa conferência de imprensa realizada em Genebra.

O relatório, publicado simultaneamente na revista médica britânica The Lancet, elaborado por agências das Nações Unidas e pelo Banco Mundial, refere que em 2015, cerca de 303 mil mulheres morreram na sequência de complicações duramente a gravidez ou até seis semanas depois do parto, contra 532 mil em 1990.

“Isto equivale a um rácio global estimado de 216 mortes maternas por 100 mil nados-vivos, menos 385 face a 1990”, lê-se no documento.

Como parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio – adotados em 2000 – os estados-membros da ONU comprometeram-se a reduzir a taxa de mortalidade materna em 75% em 2015, relativamente a 1990.

Contudo, apenas nove países em todo o mundo cumpriram essa meta (Butão, Cabo Verde, Camboja, Irão, Laos, Maldivas, Mongólia, Ruanda e Timor-Leste).

Outros 39 países registaram “progressos significativos”, realçou Lale Say.

A melhoria mais relevante no plano mundial foi sinalizada no leste da Ásia, onde o rácio da mortalidade materna caiu de aproximadamente 95 para 27 por cada 100 mil nados-vivos.

A África subsariana é responsável por duas em cada três mortes em todo o mundo.

“No entanto, isso representa uma grande melhoria: a África subsariana viu as mortes maternas caírem quase 45%” durante os últimos 25 anos, refere o relatório, citado pela agência AFP.

“Garantir o acesso a serviços de saúde de elevada qualidade durante a gravidez e no nascimento da criança está a ajudar a salvar vidas”, assinala.

A ONU definiu agora o objetivo de reduzir o rácio de mortes maternas para menos de 70 em cada 100 mil nados-vivos até 2030.

Mas atingir essa meta requer muito mais esforço, afirmou o diretor executivo do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), Babatunde Osotimehin.

“Se falharmos em fazer um grande impulso agora, em 2030, vamos deparar-nos, novamente, com uma meta falhada relativamente às mortes maternas”, afirmou.

Durante um ano
A palavra contágio está por norma associada a doenças, mas o contágio é muito mais do que isso e, sem ele, não havia evolução,...

A exposição, aberta até ao fim do próximo verão, promete “contagiar” muita gente e ensinar que o contágio é bom e que estar protegido dele “não é possível”.

Cláudia Velhas, coordenadora da iniciativa, explica que a exposição começa por explorar o lado biológico do contágio, o que é negativo, os vírus e as bactérias.

“O contágio não é só a transmissão de doenças, mas também pode ser a transmissão de emoções, de ideias, ou mesmo de comportamentos, que podem ser positivos”, diz Cláudia.

E dá exemplos, como o riso ou o bocejo, cujo contágio pode ser experimentado na exposição, como muitas outras experiências ao longo dos seus 16 módulos.

Diz a responsável que a exposição termina depois com uma ideia. “De que fazemos parte do contágio, que fazemos o contágio funcionar, para o bem e para o mal, para a transmissão de doenças mas também para a transmissão de boas ideias, de bons comportamentos. Podemos fazer o mundo avançar, evoluir, com a ideia de que temos poder de contagiar os outros”.

É que, depois de meses a trabalhar na iniciativa, Cláudia Velhas não tem dúvidas: podemos fazê-lo de forma positiva ou negativa mas o contágio vai fazer parte das nossas vidas, é o que faz de nós também seres humanos.

Chegar a essa conclusão parece ser mais fácil do que materializar uma exposição de módulos interativos tridimensionais sobre o que é contágio, sobre o que é viral, diz a presidente do Centro, Rosália Vargas.

A responsável explicou que a exposição surge no âmbito de um consórcio internacional que junta o Pavilhão de Lisboa com outros dois centros de ciência, o Cité des Sciences et de L´Industrie, de Paris, e o Heureka, de Helsínquia. A eles coube-lhes organizar exposições sobre a loucura e sobre o risco.

Da sua parte, Rosália afirma-se “contagiada”. Entusiasma-se quando diz que é um trabalho que alia criatividade com ciência e que liga pessoas e instituições, arte e cultura.

“Pensamos que este tema da exposição, Viral, é um tema muito presente na nossa vida, quer a nível económico, social, político e de saúde”, diz, explicando como Cláudia que ser viral é muito mais do que ser um vírus que deixa as pessoas doentes. E acrescenta: Os mais novos pensam em viral nunca de forma imediata associada a doenças, pensam é nas redes sociais, na comunicação entre pessoas.

E contagiante e viral pode ser tudo, desde um vídeo na internet à forma de vestir, ao que se compra ou que se come, diz Cláudia.

Para já é o Pavilhão do Conhecimento que vai ficar contagiado durante quase um ano, por causa de uma exposição "Viral", com módulos para se contagiar uma multidão, para controlar uma epidemia, rir ou bocejar.

E para os que, mesmo assim, se sentirem imunes, vão surpreender-se com uma balança. E com os poucos quilos que teriam se o seu corpo não fosse quase todo constituído por bactérias, fungos e vírus.

Doença respiratória
Dados referentes aos últimos anos mostram que Portugal é o terceiro país europeu onde mais se morre

De acordo com a Fundação Portuguesa do Pulmão, as pneumonias em Portugal têm vindo a tornar-se num problema francamente sério. Facto que tem vindo a ser salientado em todos os relatórios do Observatório Nacional da Doenças Respiratórias publicados desde 2005.

Ultrapassada apenas pelo Reino Unido e Eslováquia, a situação preocupa especialistas.

A gravidade da situação é ainda sublinhada pelos dados divulgados pela Comunidade Europeia: nos 28 países a mortalidade média por pneumonia é de 13 por 100 mil habitantes, em Portugal atinge o dobro (26.6 por cada 100 mil).

Anualmente, registam-se mais de 150 mil casos de pneumonia e cerca de 40 mil internamentos. Um em cada cinco doentes internados morre com a doença.

Sabe-se que durante os últimos dez anos o número de internamentos e óbitos aumentaram cerca de 16 por cento, avança a Fundação Portuguesa do Pulmão.

O envelhecimento da população poderá ajudar a justificar estes números. Por outro lado a crise que se instalou no país poderá ter a sua quota-parte de responsabilidade, uma vez que a franja da sociedade mais afetada é a população mais idosa.

A par disso, reconhece-se que as condições das habitações não são as melhores. Estudos da OCDE apontam para que 20% das casas apresentem problemas de humidade e parte do excesso de mortalidade registado no Inverno pode estar relacionado com as casas mal aquecidas.

A maioria das pneumonias são causadas pelo pneumococo – bacteria contra a qual existe vacina eficaz mas que não faz parte do Plano Nacional de Vacinação.

De acordo com a Fundação, há estudos, realizados nos mais diversos países, que demonstram que a vacinação contra este agente não só impede a doença pneumocócica durante a infância como ajuda a diminuir a doença em idade adulta.

Especialistas acreditam ainda que a existência de resistências aos antibióticos também possa ser uma das responsáveis por esta situação. Daí alertarem para o uso correto dos fármacos.

Para a Fundação Portuguesa do Pulmão, a elevada taxa de mortalidade intra-hospitalar sugere ainda que muitos casos podem estar a chegar tardiamente às unidades hospitalares, o que prova que o rápido diagnóstico poderá evitar este número de mortes.

De acordo com Artur Teles de Araújo, presidente desta Fundação, “é urgente definir um conjunto de medidas e de estratégias que permitam minimizar o problema das pneumonias em Portugal”.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Vacinação
A pneumonia é uma infeção que se instala nos pulmões e que, apesar de ser uma doença frequente, prov
Enfermeira a vacinar mulher

A maior parte das pneumonias desenvolve-se através da aspiração de bactérias que existem, habitualmente, na parte superior da nasofaringe e que se tornam agressivas em determinadas condições. Falamos de pneumonias bacterianas.

No entanto, elas podem também surgir em resultado da inalação de gotículas infetadas provenientes de outros doentes, como acontece nas chamadas pneumonias virais.

O agente mais frequente é o Streptococus Pneumoniae (pneumococo) e para o qual existe vacina que pode prevenir o desenvolvimento da doença. Deste modo, a vacina pneumococica polissacarídica polivalente, dirigida contra 23 serotipos (ou variedades) desta bactéria está recomendada na prevenção de pneumonias e infeções pneumocócitas sistémicas em indivíduos de alto risco, a partir dos dois anos de idade.

Outras bactérias como o Mycoblasma e a Legionella, ou determinados vírus podem igualmente causar um tipo de pneumonia frequentemente denominada de atípica, uma vez que nem sempre causa os sintomas clássicos de uma pneumonia, sendo até o seu tratamento diferente. Este tipo de pneumonia ocorre com maior frequência em pessoas com menos de 40 anos.

Os principais sintomas da pneumonia são a febre, tosse com expectoração, falta de ar e fadiga.

No entanto, se se tratar de uma pneumonia atípica e viral o sintoma mais comum é a tosse seca sem expectoração.

Habitualmente, o diagnóstico é feito através da auscultação e de uma radiografia ao tórax. Pode ainda ser necessária a realização de uma gasometria, caso apresente sinais de dificuldade respiratória ou de uma saturação de oxigénio baixa, e a análise ao sangue ou expectoração para que se possa identificar o micro organismo que está a causar a infeção.

O tratamento da pneumonia requer o uso de antibióticos, e poderá ter a uma duração entre os sete e os 14 dias.

Além dos antibióticos, o tratamento para a pneumonia inclui ainda repouso, ingestão de líquidos e, se necessário, aporte de oxigénio através de uma máscara ou sonda de modo a aumentar o nível de oxigénio no sangue.

O internamento hospitalar pode tornar-se necessário no caso de o doente ser uma pessoa idosa, com febre alta ou se apresentar alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia - é o caso do comprometimento da função renal e da pressão arterial ou dificuldade respiratória grave.

Prevenção

A vacinação é a melhor forma de prevenção. Pode prevenir a pneumonia em crianças, idosos ou doentes crónicos.

De acordo o presidente da Associação Portuguesa de Pneumologia, Carlos Robalo Cordeiro “a imunização na idade adulta é uma das preocupações da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, que apela à vacinação antipneumocócica numa faixa etária em que a doença pneumocócica se manifesta, sobretudo, sob a forma de pneumonia, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação. Em Portugal, só nos hospitais, mata uma média de 23 pessoas por dia. A maioria poderá ser evitada»

Para além da vacina pneumocócica polissacarídica polivalente, que já mencionamos, existe ainda outra vacina contra a pneumonia – a vacina pneumocócica conjugada que se encontra licenciada, em Portugal, para crianças com menos de dois anos de idade.

Também a vacina contra a gripe, que é administrada uma vez por ano, ajuda a prevenir a pneumonia, uma vez que, esta infeção decorre, muitas vezes, como complicação da gripe.

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Centro Champalimaud
Investigadores do Centro Champalimaud desenvolveram uma técnica que permite quantificar detalhes da locomoção através de um...

A equipa de quatro cientistas liderados por Megan Carey "desenvolveu uma ferramenta nova para estudar como é que o cérebro gera movimento coordenado", refere uma informação do Centro Champalimaud.

Os resultados do trabalho com ratinhos, publicados na revista científica eLife, basearam-se em animais que têm uma degeneração de umas células específicas na zona de cerebelo o que leva a uma descoordenação motora.

"Descobrimos que o movimento individual das patinhas do ratinho era preservado, o que estava perturbado era a combinação do movimento todo e [o animal] não conseguia combinar o movimento quando caminhava", explicou hoje à agência Lusa Ana Machado, uma das investigadoras que participou no trabalho.

A combinação desses movimentos com as diferentes partes, por exemplo, "das patas é descoordenada, mas o movimento individual da pata estava intacto", ou seja, o problema centra-se na coordenação, especificou.

Caminhar é uma forma natural nos animais e é possível observar o movimento, que exige coordenação de braços e pernas, manter uma postura, fixar a cabeça.

Ana Machado explicou que, por exemplo, os animais que não têm qualquer degeneração conseguem manter ativamente a cauda controlada, enquanto os animais que têm este problema nas células neste circuito específico, "não tinham a capacidade de controlar o movimento da cauda, era como se fosse um pêndulo".

E foi a partir desta observação que os cientistas criaram um modelo, chamado de LocoMouse, para explicar o que estava a acontecer neste tipo de movimento.

O próximo passo é "tentar perceber muito bem onde, no circuito, isto está a acontecer e por isso temos formas de controlar especificamente células desse circuito para tentar compreender o que estas estão a provocar ou que estão a alterar o comportamento e depois corrigir mais tarde", realçou.

O projeto foi desenvolvido por três investigadores portugueses e dois norte-americanos e vai permitir que o sistema Locomouse possa ser usado por qualquer investigador e possa ajudar no seu trabalho, como frisou a cientista.

Doentes em espera
A unidade de transplantes hepáticos pediátricos e de adultos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra anunciou que...

Estas técnicas permitem “maximizar o número de doentes transplantados”, disse o coordenador daquela unidade, Emanuel Furtado, numa conferência de imprensa em que também foi revelado que o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) “está preparado” para o programa de bipartição hepática, com um dador e dois recetores de fígado.

Na presença do presidente do conselho de administração do complexo hospitalar público de Coimbra, José Martins Nunes, o mesmo responsável frisou o dever da sua equipa de reforçar “a possibilidade de salvação de mais alguns doentes”, face a uma realidade do país e do mundo em que “não existem disponíveis órgãos suficientes” para todas as pessoas que deles necessitam.

Emanuel Furtado falava aos jornalistas, no CHUC, a propósito da reativação dos transplantes com dador vivo, programa que esteve interrompido alguns anos, e do reinício do transplante em dominó, que coincidem com a comemoração dos 20 anos do primeiro transplante sequencial em dominó feito no mundo, da responsabilidade do seu pai, Alexandre Linhares Furtado.

Em 26 de outubro de 1995, o cirurgião Linhares Furtado, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, efetuou “o primeiro transplante hepático sequencial a nível mundial”, utilizando “um fígado colhido inteiro de um dador vivo”, segundo uma nota distribuída aos jornalistas.

Esta e outras técnicas mais complexas “constituem forma de aumentar a capacidade de resposta, contribuindo para reduzir o crónico défice de órgãos para transplante, sempre insuficientes para fazer face ao aumento das necessidades”.

Idealizada e aplicada por Alexandre Linhares Furtado, a técnica de transplante hepático sequencial “permite que doentes que seriam preteridos, em relação a outros candidatos a receber um enxerto de dador cadáver, tenham a possibilidade de receber um fígado”.

Até 2013, foram registados no mundo 1.112 transplantes hepáticos sequenciais, realizados em 63 centros de 21 países, segundo dados do Familial Amyloidotic Polineurophathy World Transplant Registry.

Nos últimos anos, não foram realizadas no CHUC as modalidades técnicas “mais complexas” de transplante de fígado: transplante sequencial e dador vivo, desde 2008, e transplante hepático pediátrico, desde 2011.

“Os transplantes são uma área estratégica do CHUC”, disse José Martins Nunes, numa sessão em que também interveio Ana Calvão, coordenadora do Gabinete Coordenador de Colheita e Transplantação da unidade hospitalar de Coimbra.

Esta história “começou há 46 anos” com Linhares Furtado, a 20 de julho de 1969, “no mesmo dia em que o homem chegou à Lua”, enfatizou.

Nos próximos anos, o CHUC pretende “retomar e utilizar regularmente, sempre que a qualidade do enxerto e as características dos recetores o permitam”, a técnica de ‘split’, envolvendo o transplante de um enxerto em dois recetores, o que permitirá “maximizar o aproveitamento” dos enxertos.

Questionado pela agência Lusa sobre o tráfico de órgãos humanos, confirmado em vários países, Emanuel Furtado disse que não ter conhecimento de que este problema alguma vez se tenha verificado em Portugal.

“E não vejo grandes condições para venha a existir”, sublinhou o cirurgião.

Cirurgião plástico revela
Técnica desenvolvida pelo cirurgião plástico Biscaia Fraga passa por preencher a pele junto ao olho, dependendo das...

As olheiras afetam quase todas as pessoas, homens e mulheres, e com o avanço da idade têm tendência para piorar. Os cosméticos são úteis, mas não resolvem o problema. Uma nova técnica desenvolvida pelo cirurgião plástico Biscaia Fraga, que combina Fatores de Crescimento e gordura do próprio paciente, tem mostrado resultados eficazes e efetivos. O procedimento é pouco invasivo e permite à pessoa regressar de imediato à sua rotina quotidiana.

Ao contrário do que a maioria das pessoas pode pensar, as olheiras não surgem apenas quando se dorme mal, como sinal de fadiga. Há outras causas e uma das principais é a hereditariedade. Isto porque, como a pele em redor das pálpebras é a mais fina do corpo, com uma espessura de cerca de 0,5 mm, sob a qual passam vasos sanguíneos, estes acabam por ser visíveis. Quando as veias se encontram perto da superfície da pele, podem originar um tom azulado, uma consequência da herança genética.

Há ainda outras razões para as pessoas terem olheiras, como as alergias, a asma, eczemas e a anemia, que indicia uma alimentação com carência de alguns nutrientes. Os medicamentos que causem a dilatação dos vasos sanguíneos podem também contribuir para que a área debaixo dos olhos escureça.

As soluções passam por usar cosméticos, que atuam essencialmente na prevenção e na correção, ou seja, ajudam a disfarçar as olheiras, embora elas continuem a existir.

Através de um protocolo inovador, que combina Fatores de Crescimento e tecido adiposo do paciente, é possível preencher a pele junto ao olho, de acordo com as necessidades de cada pessoa, eliminando o seu aspeto escuro, o que beneficia e rejuvenesce não apenas a zona em torno dos olhos, como todo o rosto.

Como se processa?
Dependendo do tipo de olheiras do paciente, “é colhida uma pequena quantidade de tecido adiposo de uma zona do corpo criteriosamente selecionada, como as coxas ou o abdómen. O tecido adiposo é, então, decantado, ou seja, é feita a separação da parte líquida da parte sólida”, explica o cirurgião plástico Biscaia Fraga.

De seguida, adianta o médico, “é centrifugado e associado a fatores plasmáticos, isto é, a parte líquida do sangue que é extraído também do próprio paciente, centrifugado e tratado. Neste processo, separa-se a parte sólida (que inclui os glóbulos e as plaquetas) da líquida e é desta que se aproveita o plasma rico”.

A gordura enriquecida fica, finalmente, pronta para ser utilizada na eliminação das olheiras. O tratamento dura cerca de uma hora e é realizado sob anestesia local. Os resultados são imediatos, embora possa surgir algum inchaço, que desaparece ao fim de uma a duas semanas.

Instituto Nacional de Estatística
As mulheres e os reformados (36,5%) são quem mais sofre de sintomas de depressão, que, em 2014, afetavam um quarto da população...

No total, 36,5% da população reformada apresentava sintomas de depressão em 2014, face a 18,5% da população empregada, revela o inquérito realizado em 2014 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

Dos 25,4% dos portugueses que sofrem de depressão, 16,4% apresentam sintomas depressivos ligeiros, 5,8% sintomas moderados e 3,2% sintomas fortes ou muito fortes.

“Para estes sintomas era muito acentuada a diferença entre homens (16%) e mulheres (33,7%), particularmente nos [sintomas] de intensidade ligeira”, refere o inquérito, que visa caracterizar a população residente com 15 ou mais anos em três “grandes domínios”: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde relacionadas com estilos de vida.

O inquérito analisou também o consumo de medicamentos prescritos por um médico, que rondou os 90% para a população idosa em 2014.

Segundo os dados, cerca de 56% dos portugueses maiores de 15 anos consumiram medicamentos prescritos por médicos, nas duas semanas anteriores à entrevista do INE.

Este consumo aumenta de forma acentuada com a idade: inferior a 30% para pessoas com menos de 35 anos, 54,1% entre 45 e 54 anos e mais de 90% para as pessoas com 75 ou mais anos.

Também é maior nas mulheres (62,7% face a 48,6% dos homens). Comparando com os resultados do último inquérito, realizado em 2005/2006, verificou-se uma redução para as pessoas com menos de 55 anos e um aumento a partir dessa idade.

Já o consumo de medicamentos não prescritos é mais frequente até aos 34 anos. No ano passado, 23,9% da população com mais de 15 anos consumiu medicamentos (nas duas semanas anteriores) não prescritos por um médico.

Ao contrário do que se verifica com o consumo de medicamentos prescritos, o consumo de medicamentos não receitados por um médico reduz-se com o aumento da idade.

Os dados referem também que a pílula continua a ser o método contracetivo mais utilizado pelas mulheres (quase 70%), principalmente na faixa dos 30-34 anos (77,7%) e dos 25-29 anos (71,8%).

Revela ainda que cerca de 75% das mulheres, entre 15 e 55 anos, que já tinham estado grávidas, referiram ter amamentado em exclusivo durante algum tempo.

No último trimestre de 2014, cerca de 75% dos portugueses consultaram o médico de família nos 12 meses anteriores à entrevista, com proporções entre 65,5% para os mais jovens (15 a 24 anos) e 86,6% para as pessoas com mais de 75 anos.

Houve ainda 48,1 dos portugueses que recorreram a consultas com médicos especialistas, refere o INE, sublinhando que houve um aumento das visitas anuais ao dentista na última década.

No final de 2014, para 48,7% da população a última consulta no dentista tinha ocorrido há menos de 12 meses, para 31,6% há menos de 6 meses, e para 17,1% entre 6 e 12 meses.

O documento divulga também que os jovens são os mais satisfeitos com a vida, sendo que cerca de metade da população mostrava-se globalmente satisfeita ou bastante satisfeita, segundo a Escala de Satisfação com a Vida.

As regiões autónomas concentram a maior proporção de pessoas satisfeitas ou bastante satisfeitas com a vida: 54,8% nos Açores e 53,4% na Madeira.

Instituto Nacional de Estatística
Mais de um terço (35%) dos portugueses maiores de 15 anos consumiam diariamente no ano passado bebidas alcoólicas, segundo o...

De acordo com o inquérito realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, 70% da população com 15 ou mais anos referiu ter consumido bebidas alcoólicas pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores à entrevista.

“As proporções de consumo de álcool eram mais elevadas para as pessoas com 25 a 54 anos (superiores a 75%)”, refere o inquérito, que tem como objetivo caracterizar a população residente com 15 ou mais anos em três “grandes domínios”: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde relacionadas com estilos de vida.

Os dados observam que foram sobretudo os jovens, com idades entre os 15 e os 24 anos, e os idosos que disseram nunca ter bebido álcool (28,4% e 25,3%, respetivamente) no último ano.

Considerando apenas a população que consumiu álcool no ano anterior, o estudo verificou que a frequência diária de consumo aumentava com a idade: 10,1% para as pessoas de 25 a 34 anos, 40,1% para o grupo de 45 a 54 anos e 61,1% para a população idosa.

Ao contrário, a frequência dos consumos esporádicos de álcool era mais elevada nos jovens: 70,1% das pessoas entre 15 e 24 anos referiu ter bebido com uma frequência mensal ou ocasional durante o ano anterior, face a 38,2% para a população em geral.

Já o “consumo arriscado de álcool” (seis ou mais unidades de 10 gramas de álcool numa única ocasião), pelo menos uma vez no ano anterior, foi referido por 33,2% da população, destes 56,2%, disserem fazê-lo com frequência ocasional.

Relativamente ao consumo de tabaco, o INE refere que a proporção de fumadores se manteve estável na última década, situando-se nos 20%. Observou-se, contudo, uma redução dos fumadores regulares (que fumam diariamente) de quase dois pontos percentuais (p.p.), situando-se nos 16,8% em 2014.

Os homens fumam mais do que as mulheres (27,8% e 13,2%, respetivamente). Ao contrário, as mulheres que referiram nunca ter fumado registavam uma proporção bastante superior à dos homens (73,9% face a 40,3%, respetivamente).

A diferença entre homens e mulheres reflete-se também no número médio de cigarros consumidos diariamente: 51,5% dos homens fumava entre 11 e 20 cigarros, contra 35,4% das mulheres.

O consumo médio diário inferior a 11 cigarros era de 60,2% para as mulheres e de 36,5% para os homens.

Comparando com os resultados do último Inquérito Nacional de Saúde, o número de ex-fumadores aumentou quase 6 p.p. (21,7% em 2014 e 16% em 2005/2006) e diminuiu a percentagem da população que nunca fumou (de 62,9% em 2005/2006 para 58,2% em 2014).

O inquérito adianta que 92,1% das pessoas que deixaram de fumar fizeram-no sem qualquer apoio, enquanto 3,6% recorreram a apoio médico e/ou de medicamentos.

Houve ainda 8,6% dos portugueses que disseram estar expostos a fumo passivo diariamente, principalmente em locais de lazer (38,3%), em casa (31%) e no local de trabalho (20,5%).

Instituto Nacional de Estatística
Mais de metade da população portuguesa maior de 18 anos tinha excesso de peso em 2014, uma subida ligeira em dez anos, revelam...

Os dados fazem parte do Inquérito Nacional de Saúde 2014, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, que visa caracterizar a população residente com 15 ou mais anos em três “grandes domínios”: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde relacionadas com estilos de vida.

Em 2014, 52,8% da população com 18 ou mais anos tinha excesso de peso (50,9% há uma década), refere o INE, sublinhando que “o aumento da obesidade foi o mais expressivo, tendo afetado principalmente as mulheres.

Por grupo etário, o estudo verificou que a obesidade atingia, com maior grau de importância, a população com idades entre 45 e 74 anos (com proporções superiores à média do país), enquanto o excesso de peso de grau II era observado sobretudo na população entre 65 e 74 anos.

Outro dado observado no estudo foi o acréscimo do número de pessoas com doenças crónicas, destacando-se o aumento da percentagem de pessoas que referiram sofrer de problemas renais, que passou de 1,8% para 4,6% em dez anos.

Já um terço da população com 15 ou mais anos referiu ter dores lombares crónicas, a doença crónica referida com maior frequência pelos portugueses em 2014.

Foram também elevadas as proporções de pessoas que referiram ter hipertensão arterial (25,3%), dores cervicais ou outros problemas crónicas no pescoço e artrose (24,1% nos dois casos).

Comparativamente aos homens, as mulheres são significativamente mais afetadas por artroses (31,7% face a 15,4% para os homens), por dores cervicais ou outros problemas crónicos no pescoço (31,6% mulheres, contra 15,5% dos homens) ou por dores lombares ou outros problemas crónicos nas costas (39,7% contra 25,2%).

O Inquérito Nacional de Saúde revela também que mais de um terço da população com 50 e mais anos (35,1%) disse ter feito uma colonoscopia nos 10 anos anteriores à entrevista do INE.

O estudo constatou que as percentagens da realização destes exames nos Açores (22,6%) e na Madeira (19,3%) são bastante inferiores à média nacional.

“Independentemente da região, a proporção de homens que foi submetida a este ato complementar de diagnóstico e terapêutica foi sempre superior à de mulheres”, observa o relatório.

Os dados revelam ainda que quase 85% das mulheres, com idades entre 50 e 69 anos, disseram ter realizado uma mamografia nos últimos dois anos, o que comparado com o valor de 2005/2006 (52,2%) representa um aumento de 32 pontos percentuais (p.p).

Também neste caso os valores observados nos Açores (77,6%) e na Madeira (70,4%) foram, em 2014, inferiores à média nacional, mas com aumentos de 46,4 p.p. e de 33,8 p.p., respetivamente, nos últimos dez anos.

Quanto à vacina da gripe, quase metade da população idosa disse que a tomou no ano anterior à entrevista, um ato que também foi mais reduzido na Madeira (40%) e nos Açores (43,2%) face à média do país (47,2%).

Em Lisboa
A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal promove, a 12 de Novembro entre as 09h00 e as 19h00, rastreios gratuitos na...

Esta ação, que decorre por antecipação ao Dia Mundial da Diabetes, pretende alertar e sensibilizar a população para a Diabetes Tipo 1 e Tipo 2.

Como comenta Carlos Neves, presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) “mais de um milhão de portugueses tem Diabetes, mas cerca de metade não sabe que tem. É importante informar as pessoas sobre esta condição e descortinar alguns mitos que, infelizmente, ainda existem relativamente à Diabetes. Apelamos a todos que passem no Metro da Alameda e participem neste rastreio de Glicemia.”

A iniciativa conta com a colaboração de voluntários da AJDP e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e, ainda, com o apoio da Bayer.

Rastreios à Diabetes no Metro da Alameda
Local: Estação de Metro da Alameda
Data: 12 de Novembro
Hora: 09h00 e as 19h00

A diabetes
A diabetes do tipo 1 é uma doença crónica, que se desenvolve quando o pâncreas pára de produzir a insulina de que o corpo necessita e, consequentemente, os níveis de açúcar no sangue sobem. A diabetes tipo 2, mais predominante, é caracterizada pela resistência à insulina e é provocada essencialmente por maus hábitos alimentares e sedentários. Estima-se que em Portugal 13,1% dos indivíduos têm diabetes, embora quase metade dos casos não estejam diagnosticados (5,7%).

A Diabetes tipo 1 afetava, em 2014, 3.365 indivíduos até os 19 anos (0,16% da população no escalão etário), manifestando uma ligeira tendência de crescimento desde 20081. Em 2014 foram detetados cerca de 18 novos casos por cada 100.000 jovens com idades entre 0-14 anos.

1Dados do Relatório “Diabetes: Factos e Números” de 2014 do Observatório Nacional da Diabetes

Sobre a AJDP
A AJDP, Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos, realiza e implementa, há 15 anos, iniciativas educativas, de desporto e de sensibilização para a Diabetes que, pelo seu carácter inédito e arrojado, ajudam os jovens diabéticos a enfrentar os estigmas que a sociedade ainda lhes apresenta. Exemplos dessas iniciativas são a ascensão ao Pico, em 2011, as caminhadas regulares, a colónia de férias anual, a ascensão ao Aconcágua, em 2009, na qual os jovens portugueses foram os primeiros diabéticos insulinodependentes do mundo a subir com sucesso a Via Transversa dos Polacos, e a ascensão do Kilimanjaro, em 2005. Para mais informações sobre a AJDP, consultar: http://www.ajdp.org/index.php ou http://www.facebook.com/JovensDiabeticos?ref=ts

Investigadores revelam
Níveis baixos de vitamina D têm sido associados a problemas de coração, mas investigadores acabam de anunciar ter identificado...

Os pacientes estão em maior risco de problemas cardíacos caso os seus níveis de vitamina D “mergulhem” abaixo de 15 nano gramas por mililitro, de acordo com investigadores do Instituto do Coração Intermountain Medical Center, em Salt Lake City, Utah.

O exame de sangue é a melhor maneira de determinar os níveis de vitamina D.

“Embora níveis de vitamina D acima de 30 sejam tradicionalmente considerados normais, mais recentemente alguns cientistas propuseram que qualquer valor acima de 15 era um nível seguro”, disse J. Brent Muhlestein, co-diretor de pesquisa cardiovascular no Instituto do Coração do Intermountain Medical Center.

“Mas os números não eram apoiados com pesquisas até agora”, disse em comunicado.

As descobertas, apresentadas no American Heart Association Scientific Session em Orlando, Florida, tiveram como base um banco de dados de mais de 230.000 pacientes que foram acompanhados durante três anos.

Investigadores analisaram os principais eventos cardíacos adversos, incluindo morte, doença arterial coronária, ataques cardíacos, acidente vascular cerebral (AVC), falência cardíaca e insuficiência renal.

No grupo de maior risco, a hipótese de eventos cardiovasculares aumentou 35% em comparação com os outros no estudo cujos níveis de vitamina D ficaram acima dos 15 nano gramas por mililitro.

Estima-se que cerca de uma em 10 pessoas tenha baixos níveis de vitamina D.

A vitamina D é produzida naturalmente pelo corpo quando uma pessoa é exposta à luz solar, e também é encontrada no peixe, na gema de ovo e em alguns produtos lácteos.

Em seguida, Muhlestein disse que espera fazer um estudo randomizado com pacientes pobres em vitamina D para estudar se os suplementos ajudam a combater os problemas cardíacos a longo prazo.

“À medida que continuamos a estudar a vitamina D e o coração, esperamos, finalmente, ganhar bastante informação para que possamos informar todos os pacientes especificamente sobre o que eles devem fazer para reduzir o seu risco cardíaco, tanto quanto possível”, disse.

No Porto e Coimbra
As Universidades do Porto e Coimbra têm em curso um novo estudo sobre a disfunção erétil com recurso à ressonância magnética e...

O estudo científico, da responsabilidade do Centro de Investigação em Sexualidade Humana da Universidade do Porto (SexLab) e do Instituto Biomédico de Investigação de Luz e Imagem da Universidade de Coimbra, tem como foco a atividade cerebral e a resposta sexual de homens com e sem disfunção erétil, face à visualização de filmes de conteúdo sexual, durante a realização de uma ressonância magnética, explicou à Lusa Pedro Nobre, um dos coordenadores do projeto.

Os homens, com e sem disfunção erétil, vão ser colocados dentro de uma máquina de ressonância magnética a ver filmes de conteúdo sexual e com o equipamento disponível os indivíduos vão ser avaliados na vertente da atividade cerebral através dos scanners de ressonância magnética.

Em entrevista, Pedro Nobre sublinhou que as novidades neste estudo é que se vão comparar homens com disfunção erétil e homens sem qualquer problema de disfunção, utilizando a ressonância magnética para comparar variantes desde as emoções às cognições, respostas genitais e o foco visual (eye tracking) em filmes de cariz sexual.

O recurso a ressonância magnética e uma medida de pressão peniana (semelhante ao equipamento que mede a pressão arterial), assim como o uso do sistema “eye tracking”, uma espécie de sensor tecnológico para saber exatamente para onde o olho está a focar, vão permitir cruzar, pela primeira vez, dados das respostas genitais, com pensamentos e emoções da pessoa, sustenta o investigador.

“Uma das grandes causas da disfunção erétil é a distração dos estímulos, designadamente preocupações com o corpo”, explica o investigador da Universidade do Porto, referindo que, se correr bem, o estudo estará terminado “no primeiro trimestre de 2016, imediatamente antes do verão”.

O estudo vai ter 20 homens voluntários com disfunção erétil e outros 20 sem problemas de disfunção erétil.

Neste momento estão assegurados "um terço" dos voluntários necessários, adiantou o especialista, acrescentando que os participantes no estudo têm de se deslocar a Coimbra e recebem 30 euros em vale de compras, para além de receberem tratamento gratuito caso o queiram.

Os voluntários devem ser homens heterossexuais entre os 18 e 50 anos sem problemas médicos ou consumo de medicação que afetem a resposta sexual, como as diabetes ou antidepressivos.

O estudo, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, pretende contribuir para uma melhor compreensão da disfunção erétil, avaliando os “correlatos neuronais da resposta sexual em homens com e sem disfunção erétil”.

Os investigadores acreditam ainda que “o estudo poderá ter repercussões na consolidação de conhecimentos relacionados com a etiologia e manutenção da disfunção erétil e suas implicações para tratamento”.

O estudo decorre com todas as garantias de privacidade e anonimato e os interessados podem inscrever-se através do correio eletrónico [email protected].

Em Espanha
As inovações da medicina não param de surpreender. Depois de terem conseguido um feito inédito no início da década,...

Pioneiros na técnica, os médicos do Hospital Puerta de Hierro, em Madrid, realizaram, pela primeira vez, no início da década de 2010, um transplante de doadores em paragem cardiorrespiratória. Durante a intervenção, os pulmões foram avaliados e tratados de forma extra-corporal, escreve o Sapo. Os órgãos funcionaram fora do corpo durante cerca de 20 horas e receberam antibióticos e medicamentos para que fosse reduzida a respetiva inflamação. Foram recebidos por doentes com enfisema pulmonar.

Esta intervenção juntou duas técnicas bastante complexas. Por um lado, a obtenção de órgãos aptos para transplante de doadores falecidos. Por outro, a manutenção de um órgão ex-vivo, fazendo-o funcionar fora do corpo. Em março de 2014, esta unidade integrou a lista das unidades hospitalares que bateram o recorde de 45 transplantes em apenas 24 horas. Já este ano, o Serviço de Nefrologia do Hospital Puerta de Hierro volta a fazer manchetes.

O departamento lidera um estudo internacional que está a analisar a evolução dos pacientes que foram submetidos a um transplante renal procedente de um dador em assistolia controlada, uma situação ainda pouco comum, ao contrário dos que sucedem após um processo de morte encefálica, o procedimento mais comum em países como Portugal e Espanha. Os resultados preliminares da análise GEODAS-3, que incidem sobre mais de 250 pacientes de 14 hospitais espanhóis, foram recentemente apresentados.

Segundo a investigação, a taxa de insucesso da intervenção cirúrgica é similar nos dois casos. Em 2014, o número de transplantes renais procedentes de um dador em assistolia controlada atingiu o recorde de 130 intervenções, ultrapassando os 300 desde 2011. Em Espanha, um em cada cinco órgãos transplantados, cerca de 21,2%, é implantado numa região diferente da do dador. Na Europa, 10% dos transplantes são provenientes de dadores em assistolia controlada. A média mundial ronda os 7%.

Estudo indica
Um grupo de investigadores da Universidade de Reading, em Berkshire, revelou que o champanhe pode ser benéfico para o...

De acordo com o estudo realizado no Reino Unido, escreve o Sapo, três copos de champanhe são o suficiente para influenciar positivamente a nossa memória espacial e ajudar na prevenção de várias doenças neurológicas, como é o caso da demência e do Alzheimer. Os investigadores atribuem este feito às uvas utilizadas na produção do champanhe, como é o caso das castas pinot noir e pinot meunier.

A experiência, feita em animais, consistiu no seguinte: durante seis semanas os ratos ingeriram doses moderadas de champanhe. De seguida, a sua memória foi posta à prova com o seguinte teste: os animais foram colocados num labirinto e obrigados a descobrir vários doces pelo caminho. O mesmo teste, repetido de cinco em cinco minutos, tinha como objetivo verificar de que forma é que o champanhe afetava a sua memória.

Terminado o teste, os investigadores da Universidade de Reading concluíram que os animais tinham mais facilidade em recordar o caminho percorrido após a ingestão da bebida.

“Após os ratos ingerirem champanhe regularmente, houve um aumento de 200% nas proteínas importantes para a memória efetiva”, afirmou, em entrevista ao jornal britânico ‘Daily Mail’, Jeremy Spencer, um dos responsáveis pela investigação.

O cientista revela que o próximo passo é implementar o teste em humanos. “Esta pesquisa é entusiasmante porque ilustra, pela primeira vez, que o consumo moderado de champanhe tem o potencial de influenciar positivamente o funcionamento cognitivo”, remata.

Estudo
Criado para pôr as pessoas a socializar, está a fazer precisamente o contrário. Um estudo dinamarquês defende agora que se...

Um estudo dinamarquês defende que deixar o Facebook pode aumentar a felicidade.

Segundo os autores da investigação, as pessoas que deixaram esta rede social, durante uma semana, sentiram-se mais felizes e satisfeitas com a sua vida do que as que, no mesmo período, puderam aceder à plataforma.

O estudo, segundo o Sapo, envolveu 1095 pessoas, todos da Dinamarca. O grupo foi dividido em duas partes: metade continuou a aceder ao Facebook, enquanto a outra metade deixou de utilizar a rede social.

"Escolhemos o Facebook, já que é a rede social mais utilizada por pessoas de todas as idades", explicou Meik Wiking, diretor do Instituto de Pesquisas sobre a Felicidade, à agência de notícias France Presse.

A investigação indica que 88% das pessoas que deixaram o Facebook durante sete dias admitiram sentir-se mais felizes. Do mesmo modo, 84% das pessoas envolvidas disseram que conseguiram, por isso, apreciar mais a vida. Apenas 12% das pessoas afirmaram estar insatisfeitas por não poderem utilizar a rede social.

"Em vez de nos concentrarmos no que precisamos, temos o hábito de nos concentrarmos nas coisas dos outros", comentaram os autores do estudo relativamente à utilização desta rede social.

ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica instaurou dois processos-crime, por abate clandestino de animais, e ainda...

Em comunicado, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) explica que a fiscalização, durante duas semanas, foi feita nos concelhos de Monção, Anadia e Palmela, e acrescenta que o abate clandestino de animais para consumo humano acarreta “riscos associados ao consumo dessa carne” proveniente de estabelecimentos não licenciados.

Além dos dois processos crime, precisa a ASAE no comunicado, foram instaurados mais dois processos contraordenacionais, “por incumprimento das condições higiénicas e técnicas, na distribuição/venda de carnes, e falta de licenciamento industrial”.

Nesta investigação foram apreendidas quase meia centena de carcaças de leitão além de carcaças de ovino (três) e dois fornos, tudo num valor de 3.800 euros.

Na semana passada, numa investigação diferente, a ASAE apreendeu 37,5 toneladas de sementes de soja, no valor de 39 mil euros, por falta de condições de higiene e ausência dos certificados de importação.

“Geração Saudável”
A diabetes e o uso responsável de medicamentos são temas de dois livros informativos para crianças e jovens, que inauguram a...

A coleção, que começa com os livros “A ilha dos diabretes” e “Atento ao medicamento”, é uma parceria entre aquela organização e a editora Pato Lógico e será apresentada na quarta-feira, no âmbito da sessão comemorativa dos cinco anos do projeto, a decorrer no Infarmed, em Lisboa.

De acordo com a editora Pato Lógico, “A ilha dos diabretes” é assinado pela escritora Carla Maia de Almeida, em co-autoria com os farmacêuticos Cristina Cunha Cardoso e Pedro Borrego.

Com ilustração de João Fazenda, o livro alerta para a diabetes, explica causas e efeitos, elucida sobre o que é a insulina e sugere estilos e práticas de vida saudáveis, para se evitar a doença, comum entre os portugueses.

A revisão científica do livro coube a João Jácome de Castro, diretor do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Hospital das Forças Armadas.

O segundo volume da coleção, “Atento ao medicamento”, escrito por Carla Maia de Almeida e ilustrado por João Fazenda, introduz os leitores numa farmácia de bairro, para explicar como funciona este espaço e o que faz um farmacêutico.

“Não tomamos medicamentos só quando estamos doentes. Também recorremos a eles com o objetivo de prevenir doenças, aumentando assim o nosso bem-estar e qualidade de vida. Num ou noutro caso, é fundamental fazer um uso atento e responsável do medicamento”, lê-se na nota de imprensa da editora.

A coleção literária faz parte do projeto “Geração Saudável”, lançado em 2011 pela Ordem dos Farmacêuticos, com o objetivo de promover práticas de vida saudável, alertar e informar sobre problemas de saúde. O projeto foi desenhado sobretudo para crianças e jovens, em particular em ambiente escolar.

“A ilha dos diabretes” e “Atento ao medicamento” são os primeiros livros informativos escritos pela autora e jornalista Carla Maia de Almeida. É autora ainda de várias obras de ficção para crianças e jovens, entre as quais “Não quero usar óculos”, “Onde moram as casas”, “Amores de família” e “Irmão lobo””.

Por ano
Cerca de 12 mil estudantes de 55 escolas do país vão receber no próximo ano formação sobre medicamentos, comportamentos...

O projeto “Geração Saudável”, promovido pela Secção Regional de Lisboa da Ordem dos Farmacêuticos, assinala no dia 11 o seu quinto ano de existência numa sessão comemorativa sobre a importância de políticas de promoção da saúde no âmbito das estratégias locais de saúde, durante a qual será debatida a abordagem intersectorial das políticas públicas e as respetivas implicações na saúde.

Nestes cinco anos, o projeto abrangeu anualmente perto de 12 mil estudantes, 600 professores e 2.500 outras pessoas, como funcionários ou encarregados de educação.

“Iniciámos o projeto com 12 escolas e para o próximo ano estimamos atingir 55 escolas”, disse Ema Paulino, presidente da Secção Regional de Lisboa da Ordem dos Farmacêuticos, acrescentando que no segundo ano foram envolvidas 22, no terceiro 46 e no quarto 58, embora estivessem previstas apenas 55.

Ema Paulino disse que este ano serão abrangidas novamente 55 escolas, o que não quer dizer que este número não aumente ligeiramente, como aconteceu no ano anterior, não podendo ser muito acima disso, uma vez que o projeto é dinamizado num autocarro que tem um limite de capacidade a rondar as 55 pessoas.

Trata-se de um autocarro, que se desloca às diferentes escolas, que tem um auditório onde são feitas as formações.

“Através da organização de estudantes em pequenos grupos podemos passar a mensagem e criar um ambiente de intimidade para expor e tirar dúvidas”, explicou.

O projeto destina-se a alunos do 2º e 3ºciclo, que são crianças que já começam a ter alguma autonomia e a tomar algumas decisões relacionadas com a alimentação e com comportamentos.

Assim, no auditório do autocarro são abordadas as temáticas enquanto a parte da frente é um espaço multiusos para temáticas mais curtas.

No primeiro e segundo anos os temas abordados foram a sexualidade, as infeções sexualmente transmissíveis e a alimentação, no terceiro e quarto foram abordados os temas da diabetes, da obesidade e do enfarte agudo do miocárdio.

Neste quinto ano (e no próximo) serão discutidas temáticas como o uso responsável do medicamento, a dependência e comportamentos aditivos e novamente a diabetes.

Além das ações de formação, a Ordem dos Farmacêuticos promove ou alia-se a iniciativas promovidas por outras associações como a corrida da criança, o Greenfest, a corrida farmacêutica ou caminhadas para a saúde.

Atualmente o projeto “Geração Saudável” é dinamizado pela secção de Lisboa, que abrange Santarém e Portalegre para o sul do país. Este ano a secção Centro associou-se à iniciativa e vão ser envolvidas quatro escolas dessa região.

Quanto aos resultados obtidos ao longo destes anos, Ema Paulino diz que através de questionários é possível perceber que há “claramente uma melhoria de conhecimentos”, mas que aferir se esse conhecimento se transforma em alterações de comportamentos já é mais difícil.

A iniciativa da Ordem surgiu da necessidade sentida nas farmácias comunitárias pelos utentes de informações sobre a promoção de saúde e patologias.

“Percebemos que a franja mais jovem da população não visita tanto as farmácias e por isso o farmacêutico teria que abordar as crianças sobre estas matérias”, acrescentou.

A iniciativa insere-se na recomendação da Organização Mundial da Saúde sobre a necessidade de começar a prevenir a doença para que os sistemas de saúde sejam sustentáveis e, nessa perspetiva, a prevenção começa desde a mais tenra idade.

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