Epilepsia e Parkinson
A farmacêutica portuguesa BIAL anunciou uma parceria com a biofarmacêutica belga UCB com vista a facilitar o acesso de doentes...

Numa informação divulgada à Lusa, a BIAL esclarece que o acordo lhe permite assegurar “em exclusivo”, junto dos profissionais de saúde portugueses, a “promoção e informação”, sobre o VIMPAT e o NEUPRO, “dois fármacos de investigação da UCB”.

Segundo António Portela, presidente executivo da farmacêutica portuguesa, a Bial vai, com a comercialização destes medicamentos neurológicos, “disponibilizar dois fármacos que demonstraram dar resposta a necessidades clínicas ainda não satisfeitas em duas patologias devastadoras e associadas a uma enorme incapacidade”.

“A nossa experiência na área da Neurologia será enriquecida e, certamente, permitirá que mais pacientes possam receber os tratamentos adequados para combater estas doenças”, acrescentou o responsável da Bial.

De acordo com a informação da empresa, “o VIMPAT (lacosamida) está indicado como terapêutica adjuvante no tratamento de crises epiléticas parciais em doentes com epilepsia com idade igual ou superior a 16 anos”.

“Este fármaco representa um novo tratamento para os doentes com epilepsia, uma doença altamente incapacitante em que mais de 25% dos pacientes não consegue alcançar o controlo de crises com as terapêuticas atuais”, acrescenta a BIAL.

Quanto ao NEUPRO (rotigotina) é apresentado como “o primeiro agonista da dopamina disponível em sistema transdérmico que, em associação com a levodopa, está indicado para o tratamento da Doença de Parkinson em estados avançados”.

“O adesivo transdérmico proporciona um fornecimento constante da rotigotina ao longo de 24 horas, melhorando a qualidade de vida dos doentes”, observa a farmacêutica.

De acordo com António Portela, a parceria com a UCB reforça o compromisso da BIAL em levar ao mercado “medicamentos diferenciadores” e a estratégia de “estabelecer alianças com empresas internacionais que assumem a mesma missão de BIAL, ou seja, fornecer medicamentos inovadores e de alta qualidade, capazes de melhorar a qualidade de vida dos pacientes”.

Jesús Sobrino, diretor geral da UCB Ibéria, destacou a “satisfação” em ter a BIAL como parceiro, sobretudo porque se trata de uma empresa cujas “competências e forças” na área da Neurologia “irão possibilitar que cada vez mais pacientes possam conhecer estes tratamentos para a epilepsia e Doença de Parkinson, com efeitos na sua qualidade de vida e na progressão favorável das doenças de que padecem”.

A BIAL refere que aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm epilepsia, o que faz desta doença “a condição neurológica grave mais comum”.

“Em Portugal, a epilepsia atinge cerca de 50 a 60 mil pessoas e todos os anos surgem cerca de 50 novos doentes por cada 100 mil pessoas”, sublinha.

Quanto à doença de Parkinson, “é uma doença neurodegenerativa do sistema nervoso central caracterizada pela presença de bradicinésia (lentificação dos movimentos), tremor, rigidez muscular e alteração postural”.

Trata-se da “segunda doença neurodegenerativa com maior prevalência no país”, que afeta 13 mil doentes em Portugal.

Estima-se “o aumento deste número nas próximas décadas em consequência do envelhecimento da população”.

Estudo
Um estudo determina pela primeira vez cientificamente os sintomas dos três tipos mais frequentes de psicoses: esquizofrenia,...

O trabalho, realizado pelo grupo de investigação Cibersam, dirigido pelo catedrático da Universidade de Granada e da Unidade de Saúde Mental do Hospital de San Cecílio de Granada, Jorge Cervilla Ballesteros, vai ajudar a personalizar o diagnóstico e o tratamento dos pacientes e poderá ter implicações importantes nas prestações sociais dadas a estes doentes atualmente, informou a instituição académica.

O estudo pioneiro corroborou empiricamente que, do ponto de vista dos seus sintomas mentais, os três tipos de psicose são significativamente distintos, algo que até ao momento só estava comprovado por definições teóricas não demonstradas cientificamente.

A psicose faz referência a um estado mental descrito como uma cissão ou perda de contacto com a realidade. As pessoas que sofrem de psicoses podem apresentar alucinações ou delírios e ter alterações na sua personalidade e pensamento desorganizado.

Estes sintomas podem estar acompanhados por um comportamento invulgar ou estranho, assim como pela dificuldade em atuar socialmente e pela incapacidade para levar a cabo atividades da vida diária.

De acordo com o professor Jorge Cervilla Ballesteros, as “psicoses são os transtornos mentais mais graves que se manifestam com sintomas no qual o paciente sofre distorções na sua perceção ou entendimento da realidade”.

Na sua opinião, esta investigação é “um passo de gigante” no diagnóstico das psicoses pelas suas implicações para as prestações sociais que recebem os doentes.

O estudo proporciona também as chaves para redefinir os subtipos das ditas psicoses que, segundo os seus autores, “devem ser perfilados em função da intensidade encontrada nas distintas dimensões de sintomas (maníaca, negativa, depressiva, positiva e cognitiva)”.

Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto
O Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) anunciou hoje a sua participação num consórcio internacional de...

Uma das linhas de investigação do projeto vai estudar possíveis efeitos da crise económica sobre as mudanças biológicas relacionadas com o envelhecimento da população em coortes (conjunto de pessoas) na Irlanda e em Portugal, através da identificação de marcadores biológicos de adversidade social.

Segundo o responsável pelo projeto em Portugal e presidente do ISPUP, Henrique Barros, “este estudo é possível porque no instituto vem-se desenvolvendo a recolha sistemática de material biológico ao longo do tempo, que permitiu a criação de um repositório único de informação essencial para desenhar novos caminhos na abordagem dos problemas de saúde”.

“Juntam-se assim a perícia epidemiológica, biológica e sociológica para permitir finalmente análises estatísticas de enorme sofisticação”, sublinhou.

Durante quatro anos vão ser investigadas as relações entre fatores socioeconómicos, como a educação, o rendimento ou o acesso a bens materiais, e os resultados em saúde relacionados com a idade, como o cancro, as doenças cardíacas, as deficiências cognitivas e a debilidade.

O LIFEPATH é um grande projeto europeu financiado pelo programa da União Europeia (UE) para a Investigação e Inovação - Horizonte 2020 (H2020).

O ISPUP é uma das 15 instituições, de oito países da Europa, mas também dos Estados Unidos e da Austrália, envolvidas neste projeto que beneficia de um financiamento de seis milhões de euros proveniente do H2020.

De acordo com o ISPUP, vários estudos têm produzido conhecimento que permitiu evidenciar que o estado de saúde ao longo da vida é fortemente influenciado pela riqueza e pelo estatuto social.

“A distribuição social de fatores de risco tradicionais, como o tipo de alimentação e o tabagismo, explica em parte essa associação. No entanto, outros fatores como o stresse psicossocial e a constituição genética podem ser importantes, mas os mecanismos envolvidos não são bem compreendidos”, refere.

Organização Mundial da Saúde
Cerca de um terço das mortes devido a doenças provocadas por alimentos são de crianças com menos de cinco anos, sendo que estas...

O relatório “Estimativas da Carga Global das Doenças Provocadas por Alimentos”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), refere que as doenças provocadas por alimentos se devem a 31 agentes patogénicos, bactérias, vírus, parasitas, toxinas e produtos químicos.

A cada ano, cerca de 600 milhões de pessoas, quase 1 em 10 no mundo, ficam doentes depois de consumirem alimentos contaminados. Entre estes doentes, 420.000 morrem, das quais 125.000 são crianças com menos de cinco anos.

“Até ao presente, as estimativas sobre este problema eram vagas e imprecisas, mascarando os verdadeiros custos humanos dos alimentos contaminados. O relatório coloca as coisas no lugar”, diz a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, no relatório.

“O conhecimento sobre os agentes patogénicos como a origem dos mais graves problemas em diferentes regiões do mundo permite que o público em geral, os governos e a indústria agroalimentar tomem medidas específicas”, sublinha.

Se a quantidade de doenças provocadas por alimentos constitui um problema de saúde pública à escala mundial, nas regiões da África, Sudeste Asiático estão as incidências e as taxas de mortalidade mais elevadas, inclusivamente entre as crianças com menos de cinco anos.

“Estas estimativas são fruto de dez anos de trabalho, com contribuições de mais de uma centena de especialistas do mundo inteiro. Estes números são conservadores e é preciso melhorar a disponibilidade de dados sobre as doenças provocadas por alimentos”, considera, por seu lado, Kazuaki Miyagishima, diretor do departamento de segurança sanitária dos alimentos, zoonoses e doenças provocadas por alimentos da OMS.

As doenças diarreicas são responsáveis por mais da metade do número global de doenças provocadas por alimentos, com 550 milhões de doentes e 230.000 mortes por ano. As crianças são particularmente sensíveis, com 220 milhões de casos e 96.000 mortes anualmente.

A diarreia é muitas vezes causada pela ingestão de carne crua ou mal cozida, ovos, produtos frescos e produtos lácteos contaminados pelo 'norovírus', 'Campylobacter', salmonela não tifóide e E. coli enteropatogénico.

Outras doenças transmitidas por alimentos são a febre tifoide, hepatite A, 'Taenia solium' (ténia) e aflatoxinas (produzida por fungos em grãos armazenados em más condições).

O risco de doenças provocadas por alimentos é mais grave em países com baixo e médio rendimento, sendo provocadas pela preparação de alimentos com água contaminada, falta de higiene, má preparação e conservação alimentar, baixos níveis de alfabetização e educação e insuficiente legislação de segurança sanitária de alimentos e sua aplicação, de acordo com o documento da OMS.

As doenças provocadas por alimentos podem provocar sintomas que se manifestam rapidamente, como náuseas, diarreias e vómitos, mais também pode provocar doenças a longo prazo, como cancros, insuficiência renal, hepatites e problemas cerebrais e nervosos.

Estas doenças podem tornar-se muito graves nas crianças e nas mulheres grávidas.

No estudo, a OMS apela para que a segurança alimentar seja uma responsabilidade partilhada. As conclusões do relatório sublinham a ameaça mundial que representam as doenças provocadas por alimentos e insiste na necessidade dos governos, do setor agroalimentar e outros de tornarem os alimentos mais seguros e evitarem estas doenças.

A necessidade de educação e formação para a prevenção continuam a ser importantes para os produtores, fornecedores e todos aqueles que lidam com alimentos e também para o público em geral, avalia a investigação da OMS.

A OMS está a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades nacionais para ajudar a definir e executar estratégias e políticas no domínio da segurança alimentar, o que terá efeitos positivos nesta área no mercado global, segundo o estudo.

Médicos criticam
Médicos de saúde pública, de família e oncologistas criticam os novos critérios para atribuição da pensão de invalidez, com uns...

Em causa está o decreto-lei 246/2015, que altera o regime especial de proteção na invalidez, que estabelece que a partir de 01 de janeiro, quando entra em vigor a lei, esta pensão será atribuída aos doentes que “clinicamente se preveja evoluir para uma situação de dependência ou morte num período de três anos".

É este ponto que tem gerado várias críticas dos médicos, mas também de associações de doentes, dos reformados e até da Federação Nacional da Educação, com alguns a exigirem a revogação da lei.

Contactado pela Lusa, o Instituto da Segurança Social esclareceu que as alterações pretendem tornar “a lei mais justa, abrangente e equilibrada, sem qualquer perda de direitos”, sublinhando que "o horizonte temporal de três anos remete para o próprio conceito de invalidez permanente" já consagrado na lei.

Observa ainda que estas alterações resultam da avaliação de uma comissão especializada - composta por representantes de vários organismos com intervenção nestas matérias, por quatro médicos - que consultou a Ordem dos Médicos e outras entidades com competência sobre a matéria.

Contudo, para o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, a “lei é completamente inaplicável” e de uma “extraordinária crueldade para as pessoas que estão em sofrimento”.

“O que vai gerar é grande confusão, grande perturbação, um adiamento de todas as situações e há muitos doentes que vão sofrer com isso”, disse Mário Jorge Santos à agência Lusa.

O médico entende esta situação como “incompetência pura" e não como uma vontade de querer reduzir custos, considerando que a intenção do legislador era correta, ao terminar com a lista de doenças que conferem invalidez, mas sublinhando que “o processo escolhido é inacreditável”.

O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Rui Nogueira, também destaca como ponto positivo o facto de a lei passar a abranger todas as doenças, mas considera desnecessário “e terrível” referir a morte.

“É chocante, eu julgo que nenhum médico vai dizer que é previsível que um doente vai morrer no prazo de três anos” e, por outro lado, “é desnecessário”, porque não é disso que depende um processo de invalidez.

“A invalidez é que está em causa, não é a dependência ou morte”, uma pessoa pode não estar dependente, mas estar inválida para o trabalho.

Rui Nogueira sublinhou que este assunto é “muito difícil e sensível” para os médicos e para os doentes, mas também para o legislador, que “por vezes não tem conhecimento da realidade”.

Para o oncologista e secretário-geral da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Carlos Oliveira, a lei foi feita por pessoas que nunca contactaram com um doente com cancro e desconhecem a sua realidade.

“Nos doentes oncológicos a avaliação não pode ser feita com estes limites temporais e com esta obrigatoriedade de uma incapacidade total e da possibilidade de se prever a morte num tempo relativamente curto”, afirmou Carlos Oliveira, que falava à lusa enquanto oncologista.

Na sua opinião, os novos critérios “pecam grandemente” pela avaliação que se pretende fazer, que “não corresponde à realidade”, e visam “cortar nas pensões de invalidez”.

Manifestou ainda dúvidas sobre se algum médico vai atestar esta situação e questiona mesmo se, do ponto de vista ético, o médico pode fazer algo nesse sentido. “Sob o ponto de vista científico muito menos, sobretudo na área do cancro”, acrescentou.

A nova Tabela Nacional de Funcionalidades que será utilizada como suporte das decisões das juntas médicas é outro alvo de críticas do médico de saúde pública.

Esta tabela “não mede a incapacidade do doente, mas mede precisamente o oposto, o que o doente consegue fazer”, criticou Mário Jorge Santos, observando que os médicos não têm a formação necessária sobre esta matéria.

Pensões de invalidez
Mais de vinte associações de doentes reúnem-se no sábado, em Braga, para debater o decreto-lei que altera os critérios para...

No Congresso “Os direitos e os deveres dos doentes crónicos”, organizado pela TEM – Associação Todos com a Esclerose Múltipla, as associações vão debater formas para contestar o decreto-lei, que podem passar por uma manifestação ou por pedir a revogação da lei, que entra em vigor a 01 de janeiro, disse à agência Lusa o presidente da TEM.

“Este decreto-lei tem uma vantagem, porque abrange mais doenças, mas tem a grande desvantagem de abranger muito menos pessoas em relação à lei n.º 90 de 2009”, afirmou Paulo Silva Pereira.

A lei foi publicada em Diário da República a 20 de outubro e os pedidos das pessoas para obtenção da pensão até ao final do ano “já estão a entupir as juntas médicas”, adiantou.

Esta situação deve-se ao facto de o decreto-lei determinar que a pensão apenas será atribuída aos doentes que “clinicamente se preveja evoluir para uma situação de dependência ou morte num período de três anos”.

“O decreto-lei dá o regime especial a pessoas que estão a três anos da morte e gostaríamos de saber, e vamos debater isso em congresso, quem é o médico que poderá passar” essa declaração, disse o presidente da TEM,

Por esta razão, o diploma já é apelidado de “regime especial para morrer”, mas os doentes querem “o regime especial para viver”, defende.

As associações não baixam os braços e vão “lutar para que todas as doenças tenham direito” à lei de 2009 e “não à atual, que é absurda porque é um subsídio para as pessoas morrerem”.

A nova lei propõe que as juntas médicas passem a utilizar na peritagem médica a Tabela Nacional de Funcionalidades, o que leva Paulo Silva Pereira a afirmar que os doentes vão estar sujeitos à avaliação, “muitas vezes subjetiva”, das equipas.

“Mais uma vez, isto vem mostrar a urgência da criação do Estatuto do Doente Crónico”, que também vai ser debatido no congresso, e de uma Tabela Nacional de Incapacidade e Funcionalidades da Saúde, frisou.

Com a Tabela Nacional de Funcionalidades “pode acontecer o ridículo que um doente terminal seja dado como capaz. Desde que fale, ande, vista e se lave”, não reconhecendo, por exemplo, “o cansaço crónico que é muito incapacitante”, explicou.

Segundo o responsável, os doentes “facilmente trocariam essa dita benesse por trabalho”.

“As pessoas querem trabalhar, mas ao seu ritmo”, disse, argumentando que não se pode exigir a um paraplégico o mesmo rendimento que a uma pessoa sem problemas.

Com o estatuto de doente crónico podia fazer-se “ligeiras alterações à lei laboral”, permitindo que um doente crónico pudesse trabalhar meia jornada quando não se sente bem.

A própria Administração Pública podia estar disposta a aceitar doentes crónicos que trabalham só meio-dia, em vez de estar a pagar uma reforma ou uma pensão, defendeu.

No dia 10 de dezembro, a Assembleia da República irá analisar uma “apreciação parlamentar” do decreto-lei, a pedido do Bloco de Esquerda, que considera que as alterações à lei representam "um recuo inesperado e injustificado a este regime especial, fazendo com que muitas das pessoas já abrangidas possam perder o apoio enquanto outras deixarão de ser elegíveis para futuro”.

Prémio “Nação Inovadora”
A primeira edição do prémio "Nação Inovadora" distinguiu a investigadora da Universidade do Minho (UMinho) Ana Ferraz...

O prémio "Nação Inovadora", explica a UMinho, é promovido pela Audi e pela Sic Notícias e "visa promover jovens talentos portugueses". Tem o valor pecuniário de 10 mil euros e numa primeira fase o júri selecionou 25 "talentos", em áreas como artes, tecnologia, ciência ou arquitetura, tendo o vencedor sido escolhido por votação online.

"Fico muito satisfeita por reconhecerem o meu projeto. Foram oito anos de investigação, trabalho e dedicação para chegar a uma solução que poderá ajudar a salvar muitas vidas no mundo", afirmou Ana Ferraz.

A tecnologia, apontada como "decisiva em situações de emergência", já venceu o maior concurso mundial de tecnologia para universitários, o Microsoft Imagine Cup, na Rússia, esperando-se agora a sua comercialização.

O júri incluiu Joana Vasconcelos (artista), Miguel Pina Martins (empreendedor), Rosalia Vargas (presidente da Ciência Viva), Paulo Pereira da Silva (líder da Renova), Bárbara Coutinho (diretora do MUDE), entre outros.

Hospital de Viana do Castelo
O hospital de Viana do Castelo anunciou hoje um projeto "inovador na região" que permite identificar mais cedo os...

Em comunicado, a administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), que gere o hospital de Santa Luzia, adiantou que "a implementação deste projeto vai permitir ao doente o contacto direto para a consulta de endocrinologia, duas vezes por semana, e a consulta presencial de endocrinologia, no centro de saúde de Arcos de Valdevez, de dois em dois meses.

De acordo com a ULSAM o objetivo do projeto, intitulado "Saber viver com diabetes", é "melhorar a articulação entre os cuidados de saúde primários e os cuidados de saúde hospitalares, de forma a promover uma referenciação mais rápida e um acompanhamento mais adequado às pessoas com diabetes que vivem no Alto Minho".

O hospital de Santa Luzia serve cerca de 244 mil pessoas dos dez concelhos do distrito de Viana do Castelo, e algumas populações vizinhas do distrito de Braga.

"Com esta iniciativa pretendemos consciencializar as pessoas para a sua doença, motivando-as à mudança de estilo de vida e à adesão à terapêutica, para que possam melhorar o controlo metabólico, reduzindo o recurso ao serviço de urgência por híper/hipoglicemias, e evitar as complicações e comorbilidades associadas à diabetes", explicou o presidente do conselho de administração da ULSAM, Franklim Ramos, citado naquela nota.

O responsável adiantou que o objetivo, "a longo prazo, é reduzir gastos em saúde, ao evitar a duplicação de cuidados, ao aumentar o número de utentes seguidos nos cuidados de saúde primários, e ao melhorar a qualidade de vida e produtividade da pessoa com diabetes, diminuindo o absentismo".

Aquele projeto, que vai ser apresentado publicamente no próximo dia 10, em Lisboa, integra-se no programa "Boas Práticas de Governação", uma iniciativa da Novartis em parceria com a Universidade Nova de Lisboa.

Além do hospital instalado na capital do distrito de Viana do Castelo, a ULSAM integra o hospital Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima, e 13 centros de saúde espalhados pelo Alto Minho.

Clima
A insegurança alimentar atingirá um pico em 2050, apesar dos esforços para redução das emissões poluentes e adaptação às...

A causa prende-se com a “inércia do sistema climático”, que faz com que as consequências da poluição se sintam várias décadas depois do momento em que ocorrem.

Uma ferramenta digital hoje apresentada pelo PAM, em colaboração com o centro britânico de meteorologia Hadley, após cinco anos de trabalho, simula os cenários possíveis em função dos esforços realizados para combater as alterações climáticas.

“As secas aumentam em cerca de 15% o atraso do desenvolvimento físico; a escassez de água aumenta as possibilidades de conflito em cerca de 60%; e as inundações multiplicam por 15 as mortes infantis”, destacou a diretora executiva do PAM, Ertharin Cousin.

Por essa razão, classificou como “vital” o novo instrumento para lutar contra estes perigos e conseguir alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de fome zero em 2030.

O mapa mostra a insegurança alimentar nos Estados pobres de África, Ásia e América Latina em três momentos distintos – na atualidade, em 2050 e em 2080 – e reúne pela primeira vez dados individualizados por país.

De acordo com a projeção, se se combinar a redução de emissões com uma boa adaptação aos efeitos climáticos adversos, em 2080 a insegurança alimentar diminuirá em relação ao momento atual e a 2050.

O investimento para a adaptação aos desafios climáticos não será suficiente se, ao mesmo tempo, os Estados não baixarem a emissão de gases poluentes, frisou o PAM.

A investigação assenta nos contributos nacionais e nos mais recentes estudos sobre os efeitos negativos das alterações climáticas.

“A única forma de acabar com a insegurança alimentar é combinar a mitigação com a adaptação”, resumiu a investigadora principal do Centro Hadley, Julia Slingo.

Encontro anual
Cerca de mil oftalmologistas, portugueses na sua maioria, vão estar reunidos em Vilamoura, durante três dias a partir de quinta...

O 58º Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia permitirá “a atualização e benefícios concretos no conhecimento oftalmológico de cada participante”, disse a secretária-geral da organização, Rita Flores, à Lusa.

Os temas em destaque serão a córnea e a superfície ocular, a oftalmologia pediátrica e o estrabismo e o debate contará com a participação de uma série de “convidados de renome internacional” como John Sloper (presidente da Associação Europeia de Estrabismo, Jan Tjeerd de Faber (presidente da Sociedade Europeia de Oftalmologia - Holanda), entre outros.

Na reunião de oftalmologistas serão também atribuídos 12 prémios, entre eles a Melhor Apresentação no Congresso, o Melhor Trabalho de Inovação em Oftalmologia e o Melhor Trabalho de Investigação.

Durante o congresso, os intervenientes serão convidados a participar numa corrida/caminhada de três quilómetros mediante uma dádiva de 10 euros a favor da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal.

A Cerimónia da Abertura terá como temas principais “o Ano Mundial da Luz” e “a Mulher na Oftalmologia” e a organização espera que seja “um grande evento de luz e cor”.

Tabaco
Os jovens dos países mais pobres são mais vulneráveis à publicidade das empresas tabaqueiras e correm o perigo de serem...

Em geral, as tabaqueiras expõem a população dos países com menos recursos económicos a uma publicidades mais intensa e agressiva que aos que vivem em países com um nível de vida superior, revela o relatório.

O estudo, que começou em 2005, é o primeiro a comparar os níveis de publicidade das tabaqueiras em 16 países.

A data de início do estudo coincide com a entrada em vigor da Convenção Marco sobre o Tabaco, que, entre outros aspetos, inclui estritos controlos à publicidade de cigarros.

Os dados mostram que apesar das proibições, a publicidade continuar a ser um aspeto chave da adesão de novos fumadores.

Os anúncios dirigem-se especialmente a jovens, já que está demonstrado que se forem submetidos a uma maior publicidade, começam a fumar antes e continuam a fazê-lo em adultos.

Uma maneira de atrair consumidores mais jovens é a forma como se vende o produto, já que segundo o relatório, nos países mais pobres mais de 64% das lojas selecionadas vendem cigarros a avulso, muito acima dos quase 03% de estabelecimentos que o fazem nos países desenvolvidos.

Esta fórmula de venda permite que as crianças e adolescentes os comprem por menos dinheiro, já que não têm de comprar um maço completo.

Por outro lado, o relatório destaca uma descida na venda de tabaco nos países desenvolvidos.

Entre 2009 e 2012, observou-se que as nações mais pobres têm 81 vezes mais publicidade nas ruas que as mais avançadas.

Os peritos da OMS alertam que a publicidade é uma “ameaça iminente”.

VIH/Sida
Uma especialista em VIH defende um maior investimento nas campanhas de prevenção da infeção junto das faixas etárias mais...

A propósito do Dia Mundial da Luta Contra a Sida, que se assinala hoje, a internista Cristina Teotónio, do núcleo da doença VIH da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), afirmou que “a área sexual foi a que, de certa forma, foi menos sujeita a um rastreio e a campanhas de prevenção”.

“Todas as campanhas de troca de seringas foram muito bem direcionadas e eficazes, mas na área da transmissão sexual - até por algum tabu e mitos associados a esta patologia - as pessoas acharam sempre que era uma doença do outro”, disse à Lusa.

A internista acredita que tal “levou a que a área da prevenção a nível sexual fosse um bocadinho descurada ao longo dos anos” e para a qual defendeu um maior investimento ao nível do diagnóstico precoce, da prevenção e da educação.

Uma das maiores preocupações da SPMI relaciona-se com os casos de idosos que tardiamente e em fase avançada da doença descobrem que estão infetados com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).

“Numa pessoa idosa, muitas vezes andamos à procura de uma qualquer doença oncológica, pelos sintomas que os doentes apresentam, e não nos vem logo à cabeça que pode ser VIH e isso acontece: diagnósticos tardios em pessoas idosas”, afirmou.

De acordo com o relatório Infeção por VIH, Sida e Tuberculose em números – 2015, mais de um quarto dos novos casos notificados em 2014 ocorreram em pessoas com 50 ou mais anos de idade e 6,5% em pessoas acima de 65 anos.

Cristina Teotónio defende mensagens específicas para este tipo de público: “Efetivamente, não é igual falar para um jovem de 18 anos do que falar para um indivíduo de 60 anos”.

Para as mais velhas, “a mensagem tem de ser dirigida de modo a explicar que em qualquer altura da vida pode haver uma infeção, porque não sabemos nos nossos relacionamentos, a história que está para trás das pessoas com quem hoje nos relacionamos”.

“O prolongar da atividade sexual mais tardiamente, com todos os fármacos que estão disponíveis hoje em dia, levou as pessoas a infetarem-se em fases mais tardias da vida”, afirmou.

Para os mais jovens, a especialista sublinha a importância do papel educacional das famílias e das escolas no sentido da prevenção e proteção individuais.

Cristina Teotónio adverte: “Se nos anos 80 e 90 a doença VIH era um papão, com o aparecimento de fármacos muito potentes e do controlo efetivo da doença ela acabou por tornar-se uma doença crónica”.

“Se calhar, [tal] acabou por minorar um bocadinho os cuidados e as pessoas descuraram essas medidas de proteção individual e se calhar facilitam e correm riscos desnecessariamente”.

“A mensagem para os mais novos deve ser: isto trata-se, mas o ideal é não apanhar”, concluiu.

Ainda de acordo com o relatório Infeção por VIH, Sida e Tuberculose em números – 2015, em 2014 registaram-se 1.220 novos casos de VIH, dos quais 876 homens e 344 mulheres.

Luís Gardete Correia
Pela primeira vez, um português, Luís Gardete Correia, vai assumir a vice-presidência da Federação Internacional da Diabetes ...

Luís Gardete Correia, presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), acaba de ser eleito vice-presidente da IDF no Congresso Mundial da Diabetes, em Vancouver, no Canadá.
Licenciado em Medicina e Cirurgia pela Faculdade de Medicina de Lisboa e com uma sólida experiência como médico especialista e atualmente presidente da APDP, Luís Gardete Correia dedicou a sua carreira ao combate à Diabetes. Prestar cuidados de saúde que permitam aumentar a qualidade de vida das pessoas com Diabetes sempre foi um dos principais objetivos à frente da APDP, que é atualmente um exemplo a nível mundial pelo tratamento multidisciplinar desta doença, apostando na educação terapêutica do doente.
Luis Gardete Correia foi ainda presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, de 2005 a 2007, coordenador do 1º Estudo da Prevalência da Diabetes em Portugal – PREVADIAB, em 2009, e Presidente do Comité Local Organizador da 47ª Reunião Anual da EASD (Associação Europeia para o Estudo da Diabetes), em 2011, responsabilidade que voltará a assumir em 2017.

Eleito agora vice-presidente da Federação Internacional da Diabetes, Luís Gardete Correia irá assumir um papel fundamental numa organização com mais de 230 associações de diabetes, provenientes de 170 países e territórios, representando os interesses de um número cada vez maior de pessoas com Diabetes ou em risco de vir a desenvolver a doença. A IDF foi criada em 1950 e a sua missão é promover os cuidados, a prevenção e a cura da Diabetes em todo o mundo.

O Congresso Mundial da Diabetes é o maior encontro da Diabetes e o único que a nível global reúne mais de 12.000 delegados, 300 oradores altamente especializados e representantes de mais de 230 associações Diabetes, de 170 países. 

A decorrer até ao dia 4 de dezembro, no Congresso Mundial da Diabetes serão apresentados os mais recentes avanços científicos, assim como as melhores práticas relacionadas com a educação, o tratamento e a defesa das pessoas com Diabetes.
Diabetes no Mundo
A Diabetes é já a quarta principal causa de morte na maior parte dos países desenvolvidos e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Ainda segundo dados fornecidos pela OMS, esta patologia pode conduzir a uma redução da esperança média de vida, pela primeira vez em 200 anos.

Portugal posiciona-se entre os países Europeus que registam uma mais elevada taxa de prevalência da Diabetes.

VIH/Sida
O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral beneficiou nos últimos cinco anos 1.708 utentes portadores de HIV, tendo sido...

Os utentes do Serviço Nacional de Saúde infetados com o vírus HIV passaram a ser abrangidos pelo cheque dentista em 2009 e a utilização dos cheques começou no ano seguinte.

A taxa de utilização tem sido das mais altas entre todos os grupos que beneficiam do Programa.

No total já foram realizados 7.616 tratamentos, sendo que o mais frequente ao longo dos cinco anos foi a restauração direta e definitiva, com mais de 3021 tratamentos efetuados, seguindo-se as exodontias (extrações) com 2810 tratamentos.

Este ano e com dados referentes até 31 de agosto, dos 638 cheques dentistas já emitidos foram utilizados 553, registando-se uma taxa de utilização de 87%.

Paulo Ribeiro de Melo, secretário-geral da Ordem dos Médicos Dentistas, sublinha que “os portadores de HIV devem prestar especial atenção à saúde oral, problemas na boca ou nos dentes podem fragilizar estes doentes e aumentar as repercussões da infeção. De salientar ainda que na fase inicial da infeção do vírus da Sida são raras as pessoas que não apresentam problemas orais”.

A integração dos portadores de HIV no programa visa precisamente garantir o acesso aos cuidados de saúde oral destes doentes, promovendo a sua saúde oral e diminuindo a incidência e a prevalência das doenças orais nos portadores da infeção.

Os utentes portadores de HIV devem pedir ao seu médico de família o cheque dentista e depois de o receberem procurar um médico dentista que integre o programa e depois marcar a consulta.

Dados da Direção-Geral de Saúde revelam que no ano passado foram descobertos em Portugal 1220 novos casos de HIV, um número que tem vindo a cair desde o pico de quase 3100 portadores em 2003. Ainda assim, Portugal é na União Europeia o terceiro país com a maior taxa de novos casos de sida, a fase mais avançada da doença, segundo dados do Centro Europeu

para a Prevenção e Controlo das Doenças e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em todo o mundo existem pelos cálculos da OMS 70 milhões de pessoas infetadas e 35 milhões são portadoras do HIV. Anualmente são infetadas 2.3 milhões de pessoas e morrem de sida 1.6 milhões.

Paula Freitas
A nova presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) é, desde domingo, Paula Freitas, médica...

“A SPEO tem uma área grande de trabalho, muitas coisas novas podem, ainda, ser feitas e para tal, a Sociedade precisa do apoio de todos”, afirmou Paula Freitas durante a sua tomada de posse, na Sessão de Encerramento do 19.º Congresso Português de Obesidade.

“Foi uma honra trabalhar na antiga Direção. A nova propõe-se a fazer igual e, se possível, ainda melhor”, observou ainda.

Paula Freitas sucede a Davide Carvalho, diretor do Serviço de Endocrinologia do CHSJ e professor da FMUP.

Dia Mundial da Luta Contra a Sida
Os novos casos de infeção por VIH têm vindo a descer. No entanto, Portugal mantém-se como o terceiro país da União Europeia com...

Da responsabilidade do Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA, o relatório “Infeção por VIH, SIDA e Tuberculose em números – 2015” indica que, em 2014, se registaram 1.220 novos casos de infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).

António Diniz, diretor deste programa reconhece que Portugal está ainda “longe da média europeia”, apesar do progresso alcançado neste último ano.

De acordo com este relatório, em 2014, Portugal “acentuou a tendência de decréscimo do número de novos casos notificados de infeção por VIH”.

“Os dados referentes a 2014, recolhidos até 31 de agosto de 2015, revelam uma diminuição de 17.3%, relativamente a 2013”, pode ler-se no documento.

Em relação ao género, manteve-se “a tendência de ligeiro decréscimo da proporção de casos ocorridos no género feminino”. A verdade é que, em Portugal, continua a predominar a transmissão por via heterossexual, assistindo-se a um acréscimo progressivo nos homens que têm sexo com homens.

Os autores do relatório admitem por isso que “esta evolução esteja a ser influenciada pela proporção progressivamente crescente de casos notificados em homens que têm sexo com outros homens (HSH)”.

Sobre este indicador sublinham que, nos últimos 11 anos, estes números aumentaram quase para metade. 

Quanto aos utilizadores de drogas injetáveis, a taxa de infeção é agora inferior à média europeia.

O responsável do programa avançou com a estimativa de 0,6 por cento de pessoas a viverem infetadas pelo VIH em Portugal, o que totaliza um total de 59.365 cidadãos.

 

Mais casos de VIH em maiores de 50 anos

 

Tendo em conta o aumento da infeção em pessoas com mais de 50 e 65 anos, s autoridades de saúde aconselham todas as pessoas com mais de 18 anos a realizarem o teste ao VIH.

De acordo com o relatório apresentado, mais 25 por cento dos novos casos notificados em 2014 ocorreram em pessoas com 50 ou mais anos de idade e 6,5 por cento em pessoas acima de 65 anos.

De acordo com o diretor do Programa Nacional para a Infeção VIH/Sida, António Diniz, foi possível registar-se um novo aumento da frequência de casos em pessoas com mais de 50 e 65 anos.

Em 2014, registaram-se sete novos casos de VIH em pessoas com mais de 80 anos, 15 entre os 75 e os 79 anos, 19 entre os 70 e os 74 anos e 41 entre os 65 e os 69 anos.

O documento indica ainda que, desde o início da epidemia em Portugal, 74,2 por cento dos casos notificados ocorreram no grupo etário 20-44 anos e 14,6 por cento em pessoas acima dos 49 anos.

Em 2014 voltou a assistir-se uma descida de casos entre os 20-44 anos.

Em termos geográficos, as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e o Algarve concentraram maioria dos novos casos de VIH, correspondendo a 68,5 por cento dos casos. 

Alertar para a prevenção
No dia 1 de dezembro comemora-se por todo o mundo o Dia Mundial da Luta contra a Sida.

Segundo dados do U.S. Department of Health and Human Services de 2012, existem no mundo 33.4 milhões de pessoas que vivem com VIH/SIDA… é um número que dá que pensar…

O Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) é um vírus que, quando contraído, penetra na corrente sanguínea, reproduzindo-se de imediato no interior dos linfócitos T (ou células CD4), destruindo estas mesmas células. Os linfócitos T são elementos fulcrais no sistema imunitário, dado que são estes que dão informação às restantes células de que há necessidade de “combater” e “proteger” o organismo contra agentes invasores.

A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) é caraterizada por um conjunto de sinais e sintomas de diferentes doenças (Síndrome), causada por um sistema imunitário deficitário (Imunodeficiência) que derivou de um agente externo adquirido, o VIH.

A infeção por VIH decorre em três fases
A infeção por VIH decorre em três fases distintas. A primeira fase dá-se após o contacto com o vírus Nesta fase pode haver manifestação de alguns sintomas, como mononucleose, faringite, mialgias, dor de cabeça, entre outros, ou pode não existir qualquer tipo de sintoma. Este é um período em que o vírus está extremamente ativo na corrente sanguínea, pelo que é uma fase em que o novo portador pode facilmente transmitir o vírus a outra pessoa. A segunda fase compreende-se entre as duas primeiras semanas, após contágio, podendo ir até 20 anos ou mais. Nesta fase a caraterística mais significativa é a ausência de sintomas. Durante este período o indivíduo pode recorrer a tratamento anti-retroviral, o que pode fazer com que se mantenha nesta fase durante várias décadas, sendo baixo, mas possível, o risco de transmissão do vírus. A última fase da doença, a fase conhecida por SIDA, acontece quando o sistema imunológico se encontra muito afetado, havendo maior suscetibilidade de contrair outro tipo de infeções, cancro ou outras doenças oportunistas, sendo o prognóstico, nesta fase, algo reservado.

Existem registos de ocorrência de casos de SIDA em África na primeira metade do século XX, no entanto, apenas se começou a dar a devida importância a esta doença quando se começaram a detetar casos nos chamados países desenvolvidos. Foi na década de 80, do século passado, que as comunidades científicas se começaram a preocupar com a SIDA. Esta doença começou a ser conhecida pela sociedade por ser falada na comunicação social, em especial, por atingir cantores, bailarinos, atores, entre outros. Inicialmente, os casos detetados eram maioritariamente em homens que faziam sexo com homens(1) e em indivíduos que utilizavam drogas injetáveis, pelo que se criou o estigma de que apenas estes indivíduos faziam parte do grupo de risco, no entanto, e dada a nossa atualidade, não são apenas estes os indivíduos de risco.

Os primeiros casos de SIDA foram notificados em Nova Iorque e Los Angeles em 1981, sendo que na Europa os primeiros casos foram notificados em 1987 em hospitais belgas. Os primeiros casos eram predominantemente detetados em indivíduos do sexo masculino, em especial em homens que faziam sexo com homens.

O VIH é um vírus que apenas pode afetar humanos, existindo três formas de transmissão deste mesmo vírus: uma das formas é através do sémen e de fluídos vaginais durante a relação sexual sem uso de preservativo, pode ocorrer também através de contacto sanguíneo, ao partilhar agulhas e seringas, ou através de objetos cortantes contaminados (lâminas de barbear, objetos cirúrgicos, material de manicure, piercing, tatuagens ou material de furar orelhas, agulhas de acupunctura, entre outros), ou então por transmissão mãe/filho, durante a gravidez, no parto ou na amamentação.

No que diz respeito à relação sexual, a transmissão de homem para mulher é mais comum do que de mulher para homem, dado que o sémen é mais virulento do que os fluídos vaginais. Tendo em conta os diferentes tipos de relação sexual, a transmissão do vírus pode ser feita tanto na relação vaginal, como na anal, como na relação oral, sendo que a relação anal é a que traz mais riscos.

Os indivíduos mais suscetíveis a contrair o VIH são aqueles que praticam atividade sexual com múltiplos parceiros sem uso de preservativo, os utilizadores de drogas injetáveis que partilham as suas agulhas, as seringas e o material de preparação de drogas, e os profissionais de saúde pelo permanente contacto com objetos cortantes ou perfurantes que podem estar contaminados, podendo haver acidentes que provoquem a sua transmissão.

O diagnóstico do VIH
O diagnóstico do VIH é feito através de análises ao sangue, podendo ser feito laboratorialmente ou em testes rápidos (existentes em algumas unidades de saúde). O diagnóstico, tendo em conta as fases da infeção por este vírus, pode não ser eficaz nos primeiros dias após o contágio, pelo que deve ser efetuado sempre que necessário, mas no caso de dar negativo e ter havido comportamento de risco deve ser repetido 3 a 4 semanas e 3 meses depois do primeiro teste.

No que diz respeito ao tratamento desta doença, temos ao nosso alcance medicação anti-retroviral que retarda a doença, mas que não cura… Ainda não existe cura para neutralizar o vírus da SIDA!

O VIH em Portugal
Desde 1983 até 2014, foram diagnosticados com infeção por VIH, em Portugal, 53072 indivíduos (72.3% homens e 27.7% mulheres), tendo 28.9% deste indivíduos chegado à fase SIDA. Dos indivíduos diagnosticados no ano de 2014 (1220 indivíduos) 71.2% encontram-se com as idades compreendidas entre os 20 e os 49 anos. Nestes 1220 casos, a categoria de transmissão do vírus é identificada em 60.5% como sendo heterossexual, 31.8% são homens que fazem sexo com homens, 3.9% são utilizadores de drogas injetáveis, e 0.7% são transmissões mãe/filho. A transmissão por via sexual é a mais evidente (92.3%), tendo aumentado, relativamente a anos anteriores, os novos casos em homens que fazem sexo com homens; pelo contrário, os novos casos em utilizadores de drogas injetáveis diminuiu, o que coloca Portugal abaixo (de uma forma positiva) dos valores médios europeus.

Prevenir é o caminho!
- Não partilhe agulhas, seringas, material de preparação de drogas ou materiais cortantes com ninguém!
- Utilize o programa “TROCA DE SERINGAS – Diz não a uma seringa em segunda mão”!
- Se não tiver confiança no local, não faça tatuagens, piercings, aplicação de brincos, acupunctura ou manicure; tente obter sempre informações sobre o local em causa, peça para ver como trocam material entre clientes e onde e como lavam, desinfetam e esterilizam os seus materiais!
- Use SEMPRE PRESERVATIVO! Não confie nas aparências… o seu parceiro, aparentemente saudável, pode ser a sua via de infeção!

(1)Terminologia utilizada atualmente que substitui o termo homossexual.

Bibliografia
- Jacobs, G. & Kerrins, J. (1988). Dossier Sida; Ática: ISBN: 789726170457
- Centers for Disease Control and Prevention HIV/AIDS.  http://www.cdc.gov/
- Direção-Geral da Saúde (novembro de 2015). PORTUGAL - Infeção por VIH, SIDA e Tuberculose em números - 2015. Lisboa: Ministério da Saúde.

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Atividade Física
O Inverno é sinónimo de chuva, frio, dias mais curtos e muita preguiça!

É muito frequente que a nossa disposição para calçar os ténis e ir treinar mude assim que o Inverno se aproxima. O resultado? Uns quilinhos a mais, não só porque fazemos menos atividades ao ar livre como passamos a consumir alimentos mais calóricos, deixando e lado a fruta e as saladas.

Por outro lado, instala-se a preguiça – a inimiga número um do exercício físico. Mas saiba que correr, pedalar, praticar aulas de ginástica ou treinos funcionais são ideais para se manter mais motivado e largar o sofá.

No Inverno, com baixas temperaturas, o funcionamento do nosso organismo altera-se. A necessidade de manter a temperatura corporal nos níveis normais faz com que a atividade metabólica e o gasto calórico aumentem – por isso, esta época é ideal para perder peso. No entanto, estas alterações são também responsáveis por nos estimular a comer mais.

A verdade é que, o nosso corpo entende que precisamos gastar menos energia e armazenar mais substratos enérgicos (como gordura) para nos mantermos quentes.

O treino HIIT – para além da corrida e os outros exercícios que já enumeramos) é o mais indicado para esta época do ano, e pode ser realizado três vezes por semana, em dias alternados.

Este é um método de treino de alta intensidade que corresponde a exercícios aeróbicos realizados em máxima intensidade, num curto espaço de tempo, intercalados com momentos de descanso, que garante resultados ao fim de poucas sessões.

Os seus benefícios são muitos, por exemplo:

  1. Facilita a queima de gordura abdominal
  2. Melhora flexibilidade e condicionamento físico
  3. Melhora coordenação motora e equilíbrio
  4. Aumenta resistência

Se ainda assim não está convencido, deixamos-lhe alguns truques para o ajudar a fazer exercício físico no Inverno:

Mude o seu horário
Tente treinar à hora de almoço. Esta é a hora em que a temperatura está mais amena. Além disso, fazer exercício físico durante este período, ajuda-o a recarregar baterias e a tornar-se mais produtivo no trabalho, durante a tarde.

Vá direto para o ginásio
Passar em casa depois do trabalho antes de ir treinar é o pior que pode fazer! Vai acabar por perder a vontade de voltar a sair e não vai conseguir resistir ao sofá. Para contrariar a preguiça, prepare a mala no dia anterior e deixe-a no carro.

Salte da cama!
Se treina de manhã, “salte” da cama assim que o despertador tocar. Quanto mais enrolar mais vontade terá de ficar na molenguice!

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Ajudar as vítimas
Uma em cada três mulheres portuguesas sofre de violência ao longo da vida.

A violência doméstica, atualmente é considerada um flagelo de saúde pública. Esta tem sido alvo de preocupação por várias organizações, nomeadamente pela Organização Mundial de Saúde.

As vítimas de violência, ainda têm medo de denunciar, porque se sentem ameaçadas receando não ter quem as proteja e que o pior aconteça. É necessário denunciar, sinalizar, falar deste assunto. Até quando continuaremos a fingir que não vemos?

O que se passa é que o cidadão comum muitas das vezes não sabe onde pedir ajuda, não sabe o que fazer em caso de agressão e como pode agir de forma segura. Aqui os profissionais de saúde podem ter um papel primordial no apoio, sinalização e encaminhamento das vítimas, como também dos agressores, se encararem esta situação também como um problema da saúde.

Os profissionais de saúde têm um contacto privilegiado, um vez que podem de forma discreta abordar uma possível vítima e/ou agressor, permitindo-lhes o acesso a ajuda especializada.

Qualquer cidadão pode apresentar queixa de forma segura através de uma queixa eletrónica sobre situações (ex. violência doméstica, maus-tratos, tráfico de pessoas, entre outras) que constam na portaria nº1593/2007 de 17 de dezembro. Com o lançamento da queixa eletrónica, o cidadão poderá exercer mais facilmente e comodamente o seu direito de queixa.

Uma em cada três mulheres sofre de violência doméstica em Portugal

Por todo o mundo milhões de mulheres, homens e crianças são vítimas de violência doméstica. Estima-se que a nível mundial, uma em cada quatro mulheres sejam vítimas de violência ao longo das suas vidas. Já a nível nacional, a estatística estima que uma em cada três mulheres sejam vítimas deste tipo de crime.

A Violência doméstica não escolhe, sexo, idade, raça, religião, meio social, nível económico, nem nível de escolaridade... Ou seja, pode atingir qualquer cidadão.

Os maus-tratos por vezes começam com uma “simples bofetada”, com tendência a escalar em termos de intensidade, frequência e perigosidade no tipo de agressões. Importa referir que existem maus-tratos psicológicos, sem a componente física. Mas que nos casos de agressão física está sempre subjacente a agressão psicológica. A violência doméstica também se manifesta por sinais como: controlo financeiro (cada vez mais frequente em idosos); controlo da vida do outro ao ponto de não deixar que a outra pessoa conviva com outras pessoas; controlo do que o outro veste ou faz (violência no namoro ou conjugal), perseguição sistemática, entre outros.

É importante estar consciente que deixar uma relação violenta pode ser difícil, perigoso e demorar tempo. Pode parecer estranho, mas existem diversas razões para uma vítima se manter numa relação violenta. Por exemplo, no caso de vítimas gays ou lésbicas, pode haver receio de denunciar, pelo facto de não quererem expor a sua orientação sexual, ou medo de ser discriminado/a ao se assumir como vítima de violência doméstica, quando procurar ajuda e apoio.

A ilusória esperança de que a situação mude, e o receio de perder a casa, a família…

Outra das situações para a vítima se manter neste ciclo, é o facto de ter esperança que a situação ainda se vá resolver, acreditando que o/a seu/sua parceiro/a irá mudará e deixar de ser violento/a, continuando a investir neste relacionamento (dependência emocional, dificuldade em aceitar que a relação não resultou). Também o facto de não querer deixar a sua casa, os seus pertences, os filhos ou animais de estimação e pelo medo da reação violenta do/a agressor/a se esta abandonar a relação e/ou o lar. A dependência económica ou financeira da vítima em relação ao/à agressor/a, o não querer perder o estatuto social ou económico e a vergonha de que as outras pessoas saibam que é vítima de violência doméstica, faz muitas vezes com que as vítimas não sintam força suficiente para enfrentarem a situação de rutura com o agressor.

Existem Gabinetes de Apoio à Vítima (GAV) de norte a sul do país, que prestam apoio gratuito, tal como os Núcleos de Investigação e de Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) que dá resposta a vítimas e agressores. Também existem disponíveis linhas de apoio, como é o caso da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) em que os serviços prestados são gratuitos e confidenciais.

A mais recente Lei n.º 121/2015, de 01 de setembro, prevê a indeminização de vítimas de crimes violentos e de violência doméstica.

A ajuda de um amigo/a ou de um familiar pode ser crucial numa fase inicial, uma vez que estes são aqueles que mais facilmente podem identificar alguns sinais de alerta e aconselhar a vítima a pedir ajuda, apoiá-la, ou mesmo denunciar se houver sinais evidentes de violência. Como diz o ditado: não deixe para amanhã que pode fazer hoje, pois amanhã pode ser tarde demais, denuncie!

Links úteis:
Queixa eletrónica:
https://queixaselectronicas.mai.gov.pt
APAV
www.apav.pt

Contactos úteis
APAV (gratuito) - 707200077
Serviço de informação às vítimas de violência doméstica (gratuito) – 800202148
Emergência social (gratuito) – 144

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Investigadores portugueses desenvolvem
Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lideram uma equipa internacional que...

Quando os ossos são queimados, "a sua estrutura e dimensão são alteradas, tornando difícil a tarefa de identificar sexo, idade e estatura", explica David Gonçalves, do Centro de Investigação em Antropologia da Saúde (CIAS), acrescentando que, "por exemplo, essas informações podem ser importantes para estabelecer a identificação positiva de uma vítima desconhecida".

O especialista em ossos da UC sabe bem a dificuldade que estes casos levantam e, por isso, colocou o problema a Maria Paula Marques e Luís Batista de Carvalho, da Unidade de I&D "Química-Física Molecular", que utilizam luz e feixes de partículas de alta energia para estudar estruturas biológicas a nível molecular.

A esta equipa juntaram-se mais três investigadores, dois deles do Reino Unido, tendo avançado para um método que usa feixes de neutrões para avaliar as mudanças ocorridas quando os ossos são submetidos a processos de queima.

As designadas técnicas de espectroscopia vibracional fornecem informação impossível de obter por outras vias "com recurso a lasers, feixes de neutrões e radiação de infravermelho, conseguimos avaliar a estrutura submicroscópica do osso, ou seja, ver como compostos seus constituintes estão organizados, permitindo saber, por exemplo, quanto tempo esteve exposto a temperaturas elevadas, que tipo de explosivo foi usado", esclarecem Maria Paula Marques e Luís Batista de Carvalho.

Na prática, os investigadores pretendem obter um "fator de correção das dimensões alteradas por processos de queima, permitindo rapidamente encontrar as características e tamanho originais dos ossos". É como "desqueimar" o esqueleto.

As primeiras experiências realizadas com o feixe de neutrões do Laboratório de Investigação ISIS – Harwell Campus (Science & Technology Facilities Council, Reino Unido) em amostras de ossos humanos indicam que o método é promissor.

As amostras utilizadas são provenientes de ossadas não reclamadas que foram doadas à Coleção de Esqueletos Identificados do Século XXI alojada no Laboratório de Antropologia Forense da Universidade de Coimbra.

Se tudo correr como previsto, dentro de três a quatro anos, cientistas forenses e bioarqueólogos terão ao seu dispor "uma ferramenta fiável, rápida e de baixo custo para avaliar as mudanças ocorridas nos ossos queimados. O problema dos métodos métricos que usamos atualmente para construir o perfil biológico é o seu grau de fiabilidade, que é baixo", observa David Gonçalves.

Apesar de ainda ter muito trabalho pela frente, a equipa está confiante em obter um instrumento de correção pioneiro que terá um forte impacto em múltiplos cenários, "quer em contexto arqueológico quer em contexto forense, nomeadamente em situações de crime, terrorismo e acidente, entre outros".

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