Estudo
Uma equipa internacional de investigadores descobriu o mecanismo utilizado pelo organismo para eliminar as células que não...

O trabalho foi realizado por investigadores dos espanhóis Instituto Cajal e Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares e da Universidade de Berna (Suíça).

O cientista do Instituto Cajal e coautor do estudo, Sergio Casas, disse à agência noticiosa espanhola EFE que os resultados do trabalho serão especialmente úteis para os progressos em duas áreas: a investigação do cancro e o estudo do desenvolvimento do sistema nervoso e das doenças neurodegenerativas.

“Descobrimos o papel de uma proteína no processo de competição celular”, precisou o investigador.

A competição celular é o processo através do qual o organismo seleciona as células que formarão os seus tecidos: “as menos boas são rejeitadas e substituídas por células ótimas que se multiplicam para formar o tecido definitivo”.

São o que se denomina células “perdedoras” e células “ganhadoras”, respetivamente.

Conhecer o processo é importante para o combate ao cancro, caso em que “infelizmente, as células ‘perdedoras’ são as boas face às tumorais que são as ‘ganhadoras’, pelo menos em muitos tipos de tumor”, disse ainda Sergio Casas.

Em relação ao sistema nervoso, está a ser investigado como é que “a seleção de células durante o desenvolvimento se traduz num sistema nervoso que funciona melhor ou pior”, adiantou.O trabalho foi realizado por investigadores dos espanhóis Instituto Cajal e Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares e da Universidade de Berna (Suíça).

O cientista do Instituto Cajal e coautor do estudo, Sergio Casas, disse à agência noticiosa espanhola EFE que os resultados do trabalho serão especialmente úteis para os progressos em duas áreas: a investigação do cancro e o estudo do desenvolvimento do sistema nervoso e das doenças neurodegenerativas.

“Descobrimos o papel de uma proteína no processo de competição celular”, precisou o investigador.

A competição celular é o processo através do qual o organismo seleciona as células que formarão os seus tecidos: “as menos boas são rejeitadas e substituídas por células ótimas que se multiplicam para formar o tecido definitivo”.

São o que se denomina células “perdedoras” e células “ganhadoras”, respetivamente.

Conhecer o processo é importante para o combate ao cancro, caso em que “infelizmente, as células ‘perdedoras’ são as boas face às tumorais que são as ‘ganhadoras’, pelo menos em muitos tipos de tumor”, disse ainda Sergio Casas.

Em relação ao sistema nervoso, está a ser investigado como é que “a seleção de células durante o desenvolvimento se traduz num sistema nervoso que funciona melhor ou pior”, adiantou.

Novos temas abordados
Temas como alimentação, atividade física, saúde oral, sexualidade durante a gravidez, tabagismo, álcool e substâncias...

Trata-se do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco, apresentado como “uma oportunidade de abordar as questões relativas à gravidez de forma abrangente, desde a preconceção ao puerpério”.

De acordo com a DGS, foi reunido, num único manual, “atualizado e de fácil consulta”, um conjunto de recomendações e intervenções adequadas na preconceção, na gravidez e no puerpério”.

“Os cuidados centram-se nas necessidades de cada mulher, par, família, que devem ser considerados parceiros nas decisões e intervenções necessárias para a vigilância da gravidez”, avança a DGS.

O conceito de vigilância pré-natal é alargado, de forma a abranger, quando for caso disso, o pai ou outras pessoas significativas, assim como a diversidade sociocultural e as pessoas com necessidades especiais.

Este programa “dá igualmente ênfase à avaliação do bem-estar emocional da mulher, da criança e da família”.

“Além dos temas usuais, quando se fala em gravidez, como preparação para o parto, parentalidade e aleitamento materno, neste programa são abordados temas como alimentação, atividade física, saúde oral, sexualidade durante a gravidez, tabagismo, álcool e substâncias psicoativas e segurança rodoviária, entre outros”.

Contraceção de emergência
Tabus sobre a pílula do dia seguinte revelam grande desconhecimento sobre o ciclo reprodutivo femini

A perceção geral sobre a contraceção oral de emergência, também conhecida como pílula do dia seguinte, continua rodeada de rumores e mitos que a estigmatizam socialmente. No entanto, a contraceção oral de emergência é uma segunda oportunidade para todas as mulheres que tenham um incidente durante uma relação sexual com o seu método contracetivo habitual; ou que não tenham utilizado qualquer método e queiram  evitar uma gravidez não planeada. 

Em Portugal, 88% das mulheres afirmam já ter ouvido falar da pílula do dia seguinte, segundo um estudo elaborado pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia e a Sociedade Portuguesa da Contracepção. O mesmo estudo conclui ainda que 17% das mulheres portuguesas sexualmente ativas já utilizou a pílula de emergência1. Apesar deste conhecimento, são ainda muitos os mitos sobre a pílula do dia seguinte.

Teresa Bombas, Especialista em Ginecologia e Obstetrícia e Presidente da Sociedade Portuguesa da Contracepção, comentou: “O falso conceito mais frequente, e que importa combater, refere-se ao mecanismo de ação da contraceção de emergência, confundindo-a com um método abortivo. A contraceção oral de emergência atua na fase pré-ovulatória inibindo ou atrasando a ovulação (libertação do óvulo). Quando não há ovulação, não há gravidez”. “A contraceção de emergência não interrompe a gravidez, não é abortiva,” concluiu Teresa Bombas.

A utilização da contraceção oral de emergência deve ser feita de forma ocasional e excecional. A contraceção oral de emergência não protege de infeções sexualmente transmissíveis, e não deve substituir, em nenhum caso, os métodos contracetivos regulares.

Falsos mitos sobre a Pílula do Dia Seguinte

Estudos demonstram que facilitar o acesso à pílula do dia seguinte não aumenta o comportamento de risco contracetivo ou sexual2. Ao saberem que têm esta opção, as mulheres não terão por isso, mais relações sexuais sem proteção, sendo ainda mais provável que adotem um método contracetivo permanente depois de terem usado a pílula do dia seguinte3,4. O retorno à fertilidade pode ser imediato5 mesmo que continue a utilizar o método contracetivo regular, pelo que deverá utilizar-se sempre um método barreira (preservativo) até ao próximo período menstrual.

Outra dúvida comum é o que acontece se a mulher já estiver grávida no momento em que toma a pílula do dia seguinte? Os dados disponíveis não sugerem preocupação com a segurança no desenvolvimento do feto5, uma vez que a contraceção de emergência apenas pode inibir ou atrasar a ovulação para que a fecundação não aconteça. É exatamente por este motivo que é extremamente importante tomá-la o mais rápido possível após a relação sexual não protegida ou falha do método contracetivo, pois quanto mais próximo a mulher estiver da ovulação, maiores são as possibilidades de engravidar6. Se a ovulação já tiver ocorrido, a contraceção oral de emergência deixa de ser eficaz. Por isso, a contraceção oral de emergência não evita a gravidez em todos os casos, nem interrompe uma gravidez existente. Não se destina à utilização durante a gravidez e não deve ser tomado por nenhuma mulher em caso de suspeita de gravidez ou se souber que está grávida. Se o período menstrual estiver atrasado ou em caso de sintomas de gravidez, deverá excluir-se a possibilidade de gravidez antes da administração da pílula do dia seguinte.

Também é importante destacar que a pílula do dia seguinte não proporciona uma cobertura contracetiva para uma relação sexual sem proteção nos dias seguinte à sua toma e, desta forma, é importante usar métodos contracetivos barreira (como os preservativos) até à menstruação seguinte5.

Papel fundamental dos farmacêuticos

Os farmacêuticos são os primeiros prestadores de cuidados de saúde à escala mundial, pois são o primeiro ponto de contacto com o sistema de saúde. Assim, desempenham um papel fundamental na dispensa da pílula do dia seguinte, uma vez que conhecem o seu mecanismo de ação e poderão aconselhar e orientar sobre a sua correta utilização ou referenciar para uma consulta de planeamento familiar.

Referências:
1Estudo Avaliação das práticas contraceptivas das mulheres em Portugal, pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia e da Sociedade Portuguesa da Contraceção.Junho 2015
2Gainer E, et al. Contraception 2003; 68(2):117-24.
3Polis, et al. The Cochrane Library 2013, Issue 7.
4Moreau C, et al. 2009. Am J Public Health 2009; 99:441-2.
5Resumo das caraterísticas do medicamento ellaOne
6Wilcox AJ, et al. N Engl J Med 1995; 333:1.517-21.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Região Centro
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro reiterou a sua aposta na inovação para um envelhecimento...

Em declarações, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, deu “especial ênfase” à ação que duas instituições de Coimbra – o Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento, liderado pela Universidade, e o Campo da Vida, a instalar no antigo edifício do Hospital Pediátrico – deverão desempenhar.

Ana Abrunhosa falava a propósito da sua participação, na quarta-feira, em Bruxelas, na abertura da conferência de membros da Parceria Europeia de Inovação para um Envelhecimento Ativo e Saudável, realizada no Parlamento Europeu, em que abordou “a estratégia e a experiência da região Centro para o desafio societal” que representa esta aposta da Comissão Europeia (CE).

“O momento foi aproveitado para a assinatura de uma declaração de princípios entre as regiões de referência e a Rede Colaborativa que está a constituir-se”, disse.

Esta adesão “reforça a posição do Centro, enquanto região de referência, numa rede que será um interlocutor privilegiado da CE para estas temáticas”.

Reconhecida pela Comissão Europeia como uma das regiões de referência neste domínio, a região Centro passou a fazer parte, na quarta-feira, da Rede Colaborativa que reúne territórios de diferentes países da Europa.

Ao intervir no início da conferência, encerrada pelo comissário europeu para a Economia e Sociedade Digitais, Günther Oettinger, Ana Abrunhosa explicou que o Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento deve afirmar-se como centro de investigação que reforçará “as valências da região em áreas onde já é reconhecida a existência de um ‘cluster’ de excelência em termos de investigação”, em áreas como o envelhecimento cerebral, as neurociências e a visão.

Por sua vez, o Campo da Vida visa “envolver o idoso na gestão individual de saúde, tornando-o um membro ativo e participativo”, proporcionar acesso a serviços médicos e sociais “num único local” (unidade de saúde e loja de cidadão do idoso) e "promover a literacia de saúde no idoso e seus cuidadores”, entre outros objetivos.

A dinamização destes projetos caberá ao consórcio “Ageing@Coimbra” – Região Europeia de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável, com coordenação científica do investigador João Malva, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC).

Além da UC e da CCDRC, o consórcio reúne as incubadoras do Instituto Pedro Nunes (Coimbra) e do Biocant (Cantanhede), a Administração Regional de Saúde do Centro, o Centro Hospitalar e Universitário, a Faculdade de Medicina e a Câmara de Coimbra, outras universidades da região, o Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), o consórcio entre o Centro de Neurociências e Biologia Celular e o Instituto Biomédico de Investigação de Luz e Imagem (CNC.IBILI) e empresas.

O envelhecimento ativo e saudável foi o tema que o Centro de Portugal levou, em meados de outubro, à Semana Europeia das Regiões e Cidades – Open Days, também na capital belga, com a participação de vários responsáveis dos projetos incrementados pela CCDRC e pela sua atual presidente.

Campanha de Higiene das Mãos
Três em cada quatro profissionais de saúde do Centro Hospitalar do Porto efetuam uma correta higiene das mãos como forma de...

No último ano, o Centro Hospitalar do Porto registou uma adesão de 71,6% dos seus profissionais à correta higienização das mãos, um aumento de 2,9% em relação ao ano anterior e um valor superior à média nacional de 70,3%, indica o relatório final de 2014.

Criada em outubro 2008, a Campanha de Higiene das Mãos tem vindo a ser implementada pela Comissão de Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobianos (CCIRA) do Centro Hospitalar do Porto (CHP) com o objetivo de promover esta prática de forma padronizada e sistemática, contribuindo para a diminuição das infeções associadas aos cuidados de saúde e o controlo das resistências aos antimicrobianos.

A campanha promove os cinco momentos para a higiene das mãos definidos pela Organização Mundial de Saúde – antes do contacto com o doente, antes de procedimentos asséticos, após a exposição a fluidos orgânicos, após o contacto com o doente, após o contacto com o doente, após o contacto com o ambiente envolvente do doente – sendo os enfermeiros aqueles profissionais que no CHP mais se destacaram nesta prática.

“A adesão à higienização das mãos nos cincos momentos e a higienização do ambiente são as pedras fulcrais numa prevenção contra a infeção hospitalar”, defende Carlos Vasconcelos, responsável da CCIRA do Centro Hospitalar do Porto.

O especialista lamenta contudo a falta de formação dos profissionais para estes cuidados, a começar pelos próprios alunos de medicina que são alertados para esta necessidade só no terceiro ano da licenciatura, para além de muitos profissionais das diversas áreas que chegam às unidades de saúde sem saberem as normas da OMS.

“A falta de formação é uma questão de geração. O que pedimos é que os novos não se contaminem com o mau exemplo (…) e não sigam os exemplos dos mais velhos, que não aprenderam a nova metodologia da higienização das mãos”, assinalou o clínico que defende mais “consciencialização e interiorização” das medidas e o seu ensino “não em sala clássica mas com exemplos práticos”.

Apesar de as diretivas da OMS ainda não serem aplicadas a 100%, o responsável garante que o “risco de ter uma infeção hospitalar é muito pequeno” entre pessoas saudáveis que convivem “em equilíbrio” com as bactérias no ambiente e com as que fazem parte do seu microbioma.

“Temos que saber viver com as bactérias, com os micro-organismos em geral, é uma verdade global”, lembra Carlos Vasconcelos segundo o qual o risco existe sim “dentro do hospital” porque é aí que se junta “um grupo de pessoas muito suscetíveis”.

As pessoas em causa “são idosos, doentes, com várias comorbilidades”, logo suscetíveis perante bactérias que “começam a ganhar resistências” perante “a utilização exagerada e com frequência inadequada de antibióticos”.

“E além do mais transmitem informação umas às outras. É a vida, a vida passa-se aos diversos cosmos. E o que esses micro-organismos querem? Sobreviver e reproduzir-se. Tendo em atenção este fator sabemos que será impossível levar a taxa de infeção hospitalar a zero, mas é uma obrigação lutar no dia-a-dia para a manter a níveis o mais reduzidos possíveis”, explicou.

Tendo em conta essa realidade, o “grande problema” para Carlos Vasconcelos é a “transmissão cruzada” de bactérias entre doentes, através das mãos dos profissionais, e o desenvolvimento de surtos de infeção hospitalar.

E como se impede essa transmissão de micro-organismos entre os pacientes? “Pela higienização das mãos e das superfícies”, responde o especialista para quem “não vai tardar o dia em que serão os doentes ou os familiares dos doentes a ajudar os profissionais a fazer a higienização adequada das mãos”.

Estudo
Um estudo sobre o “Panorama dos laboratórios clínicos em Portugal” concluiu que o Estado pouparia entre 53 a 80 milhões de...

O estudo, elaborado pela consultora EY, em colaboração com um laboratório, foi hoje apresentado na Universidade Católica e indica que a externalização dos laboratórios dos hospitais representaria “uma redução muito significativa de 25% da despesa corrente em serviços laboratoriais”.

De acordo com a investigação, “as regiões portuguesas que poderiam obter os maiores benefícios com esta ação seriam o Norte, Lisboa e Vale do Tejo e o Centro”.

“Os hospitais com capacidade instalada superior a 200 camas seriam aqueles com maiores poupanças”, lê-se no documento.

Conclui-se também que, “ao contar com fornecedores externos, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) poderia reduzir a pressão financeira exigida pelo contínuo esforço de investimento e de formação dos profissionais, necessários para melhorar a eficiência no médio/longo prazo, já que estes investimentos serão assumidos pelo fornecedor privado”.

“Ao externalizar o laboratório, os pacientes também beneficiam deste modelo, já que potencia o acesso a análises inovadoras e aumenta a qualidade nos cuidados prestados”, indicam os autores.

Para os investigadores, “a externalização atual de vários serviços não clínicos em Portugal fornece a maturidade e experiência necessárias ao início da externalização dos serviços clínicos”.

O estudo identifica que “os laboratórios hospitalares em Portugal enfrentam vários desafios, originados principalmente pelo aumento da procura e por reduções orçamentais”.

Foram divididos os desafios para os departamentos dos laboratórios hospitalares portugueses em três categorias principais: cuidados de saúde sustentáveis, aumento da eficiência e acesso à inovação.

“Cada um destes desafios representa uma oportunidade de melhoria, com benefícios potenciais para os diferentes interlocutores”, lê-se no documento.

Os autores concluíram que, “aumentando as colaborações público-privadas com os laboratórios clínicos nos hospitais públicos, o SNS poderia colher benefícios importantes”.

A título de exemplo, é referido que “as despesas atuais para patologia clínica e anatomia patológica ascendem a perto de 265.6 milhões de euros por ano, representando um enorme campo de oportunidades para obter poupanças para o sistema”.

Estudo
Os filhos de mulheres que fumaram durante a gravidez têm pior forma física, segundo revela o estudo da Universidade de Oulu, da...

A conclusão mais importante da pesquisa, transversal aos vários aspetos, é a de que os efeitos nefastos do tabaco não se limitam ao desenvolvimento do bebé, ainda na barriga da mãe. As consequências, escreve o Jornal de Notícias, irão notar-se mais tarde, a longo prazo.

A observação de 508 jovens do sexo masculino com uma média de idades de 19 anos permitiu concluir que os filhos de mães fumadoras que fumaram um ou mais cigarros diários durante a gravidez tinham uma pior prestação aeróbica.

Por isso, Geeta Kumar, presidente do Comité de Informação do Paciente do Colégio Real de Ginecologia e Obstetrícia do Reino Unido, insiste na ideia de que "deixar de fumar é um dos passos mais importantes para uma mulher grávida".

O estudo relaciona também o índice de massa corporal da mãe antes da gestação e o ganho de peso excessivo durante a gravidez com a menor capacidade respiratória do filho. Quando crescidos, precisam de fazer um maior esforço na hora de realizar qualquer atividade física.

Na Dinamarca
Um gene que torna as bactérias resistentes aos antibióticos "de último recurso", descoberto em novembro em doentes e...

Cientistas alertaram a 19 de novembro para a descoberta do gene MCR-1, que torna as bactérias resistentes a uma família antibióticos conhecidos como polimixinas, usada como último recurso para combater as superbactérias, quando estas já desenvolveram resistências a todos os outros, escreve o Diário de Notícias.

O gene, detetado em bactérias comuns como a E. coli e a K. pneumoniae, torna as bactérias praticamente invencíveis e levou os cientistas a alertar para o risco de apagar quase um século de proteção garantida por antibióticos contra doenças mortíferas transmitidas por germes comuns.

Bactérias com o mesmo gene foram agora identificadas na Dinamarca, avançou a Universidade Ténica da Dinamarca em comunicado, citado pela AFP.

Os investigadores recorreram a uma base de amostras de ADN de bactérias e encontraram o gene num doente que sofreu uma infeção no sangue em 2015 e em cinco amostras de aves importadas entre 2012 e 2014.

No entanto, da Dinamarca o gene só foi encontrado em bactérias que ainda respondem ao tratamento com outros antibióticos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já advertiu que a resistência antimicrobiana pode resultar "num regresso a era pré-antibióticos", em que infeções de cura fácil podem ser fatais.

“Elos da Insuficiência Cardíaca”
Mais de 50% dos doentes com insuficiência cardíaca não estão diagnosticados e metade dos que têm diagnóstico morrem em cinco...

O projeto “Elos da Insuficiência Cardíaca”, a ser apresentado hoje, é um Programa de Manejo Integrado da Insuficiência Cardíaca, que resulta de uma parceria entre a Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale Tejo, ACES Lisboa Ocidental e Oeiras e Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.

“Atualmente existe um elevado subdiagnóstico da insuficiência cardíaca, uma vez que mais de 50% dos doentes não estão identificados. Estima-se ainda que 50% dos doentes com diagnóstico de insuficiência cardíaca não sobrevive 5 anos após o diagnóstico, pelo que é fundamental conseguirmos identificar os doentes o quanto antes. Esta doença afetará atualmente cerca de 400 mil pessoas em Portugal e espera-se que o número aumente nos próximos anos”, refere Cândida Fonseca, cardiologista do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.

Este projeto pretende melhorar o índice de suspeição precoce da doença nos cuidados de saúde primários, para diagnóstico precoce, referenciação hospitalar correta, tratamento otimizado precocemente e inclusão do doente em programa multidisciplinar de gestão da insuficiência cardíaca.

Para tal, serão elaborados critérios de referenciação e uma “Via Verde” para referenciação dos doentes com insuficiência cardíaca para consulta hospitalar, tratamento hospitalar da insuficiência cardíaca aguda em regime de ambulatório, programas de formação de médicos e enfermeiros e a criação de um programa multidisciplinar de gestão da doença partilhado pelo hospital e pelos cuidados de saúde primários.

Este projeto insere-se no programa “Boas Práticas de Governação”, uma iniciativa da Novartis em parceria com a Universidade Nova de Lisboa.

Este ano sob o tema “Caminhos para a Humanização”, o programa “Boas Práticas de Governação” teve como objetivo principal a implementação de projetos inovadores que fomentem uma maior articulação entre cuidados de saúde primários e hospitalares, que possam trazer melhorias efetivas para o doente.

Em Espanha
Um paciente de Barcelona (nordeste de Espanha) vai ser o primeiro na Europa e o segundo no mundo a receber dois dispositivos de...

A operação, prevista para a próxima semana, vai ser realizada pelo cirurgião Jeroni Nadal, coordenador adjunto do departamento de vítreo e retina do Centro Barraquer, informou esta clínica oftalmológica em comunicado.

O doente sofre da síndroma de Usler, é surdo e cego.

O sistema de próteses da retina 'Argus II', fabricado e desenvolvido pela firma Second Sight, "proporciona a estimulação elétrica da retina para aumentar a perceção visual em cegos", de acordo com o centro.

O dispositivo inclui uma microcâmara e envia as imagens obtidas para "um pequeno computador que o paciente transporta", e onde são transformadas em instruções.

A transmissão de dados é feita por um sistema sem fios "para a antena do implante da retina" e, a partir dali, para o cérebro de modo a criar a perceção de padrões de luz que os pacientes aprendem a interpretar, indicou o centro.

Erradicar doença
O diretor do Programa da Malária da Organização Mundial de Saúde, Pedro Alonso, disse que grandes investimentos e cooperação...

“Eliminar a malária exige investimentos maciços e a cooperação entre países e regiões é necessária se queremos conseguir mais progressos, para desenvolver novos instrumentos de que o mundo necessita para erradicar a doença”, declarou Alonso no Parlamento Europeu.

O responsável participou num debate sobre “Cobertura de Saúde Universal” na 30.ª assembleia interparlamentar paritária entre os Estados de África, Caribe e Pacífico e a União Europeia, a decorrer esta semana em Bruxelas, no qual apresentou o relatório anual sobre a malária.

O estudo revela que nos últimos anos “se avançou” na luta contra a malária, mas também que “ainda há muito trabalho para fazer”, disse Alonso.

Entre 2000 e 2015, os casos de malária reduziram-se 37% a nível mundial e 42% em África, segundo o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), que adianta que a mortalidade desceu globalmente 60% (66% em África) no mesmo período.

No entanto, mais de 400.000 pessoas morreram devido à doença em 2015, tendo sido registados mais de 200 milhões de casos. Em 2015, pela primeira vez, não foi registado qualquer caso de malária na Europa.

“O fardo desta doença é carregado por África, mas também aqui houve progressos sem paralelo”, sublinhou o responsável, adiantando que o objetivo da OMS é até 2030 reduzir a incidência e mortalidade da malária em 90% nos países em que é endémica e eliminá-la em 35 países.

Para isso é necessário investir, salientou, assinalando que por cada dólar investido na malária se registam benefícios de 14 dólares em geral que sobem para os 16 em África.

Alonso disse ainda que a maioria de mortes por malária “ocorre nos países mais pobres do mundo”, com uma concentração de 35% das mortes na Nigéria e na República Democrática do Congo em 2015.

“A malária é uma demonstração da necessidade de uma cobertura de saúde universal”, afirmou.

Migrações
O presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, José Martins Nunes, afirmou que aquela instituição "está...

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), através do seu Centro de Trauma Psicogénico e da Agência para a Prevenção do Trauma e da Violação dos Direitos Humanos, "está disponível para ser o centro de apoio ao trauma psicogénico a nível nacional" para os refugiados e para as migrações que, neste momento, constituem uma preocupação da sociedade", disse José Martins Nunes.

"Nós estamos preparados para centralizar e concentrar o conhecimento nesta matéria [traumatismo psicológico] e disponibilizá-lo pelo país", afirmou José Martins Nunes, quando questionado pelos jornalistas, à margem da cerimónia da comemoração do Dia Internacional dos Direitos Humanos, que é celebrado anualmente a 10 de dezembro e que decorre durante o dia de hoje no auditório do hospital.

O objetivo é disponibilizar o serviço juntamente com os parceiros da Agência para a Prevenção do Trauma e da Violação dos Direitos Humanos, criada em 2014, e que envolve dezenas de instituições das mais diversas áreas, desde a saúde às forças de segurança, da segurança social à proteção civil ou aos bombeiros.

O CHUC está-se a preparar "para um novo e importante desafio: o apoio aos inevitáveis traumas psicológicos resultantes da fuga à guerra, à fome, à intolerância e à perseguição", sublinhou Martins Nunes.

"Neste novo quadro em que a Europa está mergulhada", o hospital, vincou, posiciona-se "com ambição e disponibilidade para ser um hospital ao serviço destes novos problemas, destas novas vulnerabilidades que homens, mulheres e crianças enfrentam".

O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, também presente na sessão, mostrou-se muito preocupado com uma Europa que "levanta tantos muros, tantas barreiras e arame farpado".

Para o reitor, a crise de refugiados e migrantes deve-se, em parte, à dificuldade na "repartição de recursos".

"Enquanto tivermos uma distribuição tão desigual dos recursos limitados disponíveis, vamos ver processos deste género a acentuarem-se".

A pior solução, a seu ver, "é transformarmo-nos num estado policial e vedado, que apenas vai criar mais desequilíbrios, mais hostilidade". Ou seja, "fazer o jogo do Estado Islâmico ou de qualquer outra entidade destruidora que existe".

O embaixador da Áustria em Portugal, Thomas Stelzer, foi também ao encontro das declarações do reitor da UC, defendendo a aposta no desenvolvimento sustentável e criticando ao mesmo tempo os muros que se levantam bem como a postura dos políticos.

"Os políticos parecem petrificados em torno deste problema. E foi a sociedade civil que compensou aquilo que os políticos não conseguiram organizar e coordenar", observou.

Doenças da infância
Mais frequente no final do inverno ou no início da primavera, não é raro assistir-se a surtos de var

A varicela é uma doença contagiosa que causa uma erupção cutânea vesiculosa e pruriginosa, provocada pelo vírus Herpes Varicella Zoster e que se contrai através do contato direto com a e pele infetada ou através de partículas de saliva libertada na tosse ou espirro de um doente.

É de tal modo contagiosa que mais de 90 por cento das pessoas que não tenham tido a doença são infetadas assim que entram em contato com este vírus.

Com um período de incubação que pode ir até aos 21 dias, uma pessoa pode infetar outra ainda antes dos sintomas da varicela nela se manifestarem. Ou seja, o contágio pode-se dar mesmo antes da erupção cutânea ter surgido e até que todas as vesículas, ou bolhas, tenham formado crostas.

Os principais sintomas são a presença de bolhas, cheias de líquido, na pele que surgem sobretudo no tronco – embora se possam espalhar por todo o corpo, inclusive genitais e couro cabeludo.

Apesar de menos frequentes, estas bolhas podem ainda surgir na boca, interior do reto ou vagina.

Muito embora estas sejam o sinal visível da doença, é bastante frequente existirem outros sintomas como a febre, dores de cabeça, dores abdominais e falta de apetite.

A varicela, ainda que extremamente desconfortável, é uma infeção que, na maior parte dos casos, desaparece espontaneamente.

Não obstante, o prurido causados pelas vesículas é muito acentuado e pode causar lesões na pele e/ou infeção bacterianas, sendo por isso muito importante manter as unhas curtas e limpas, sobretudo as das crianças, de modo a minimizar este risco.

O tratamento desta doença incide exatamente sobre o alívio da comichão. Os banhos de aveia e a loção de calamina podem ajudar a reduzir o desconforto.

No entanto, quando os banhos ou loções não são suficientes para aliviar este sintoma, os anti-histamínicos orais podem proporcionar algum alívio.

Em caso de febre deve-se tomar um antipirético como o paracetamol e nunca derivado de aspirina. Os médicos advertem até para que nunca se dê aspirina a uma criança com varicela uma vez que esta pode provocar Síndrome de Reye - uma doença potencialmente fatal.

Embora na infância seja uma doença benigna, podem ocorrer complicações como a pneumonia ou a encefalite. Por isso, em caso de varicela contate o seu médico se se desenvolver algum dos seguintes sintomas:

- febre igual ou superior a 39,5º C
- sinais de infeção pulmonar, incluindo tosse e dificuldade em respirar
- sinais de infeção cerebral, incluindo dores de cabeça intensas, sonolência ou vómitos
- infeção das vesículas

Em crianças sem outros problemas de saúde, a varicela é geralmente um infeção ligeira, verificando-se a normalização da pele entre duas a três semanas.

A prevenção pode ser feita através da vacinação, embora esta vacina não conste do Plano Nacional de Vacinação e só seja recomendável a adolescentes entre os 11 e os 13 anos e a grupos de risco.

A explicação? A Organização Mundial da Saúde defende que esta vacina só é útil na infância se fizer parte do Plano Nacional de Vacinação e for dada a entre 85 e 90 por cento das crianças. Como Portugal não a inclui no seu plano, administrá-la só a algumas comporta riscos: pode alterar a epidemiologia da varicela no País e causar surtos da doença, que podem ser mais perigosos para as crianças.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nutrição
Sem qualquer base científica existem crenças que nos levam a achar que alguns alimentos são puro ven

Comer ovos todos os dias faz mal. Mito!

É verdade que crescemos a acreditar que comer ovos todos os dias faz mal. Eles seriam responsáveis pelo aumento do colesterol e, como consequência, potenciadores do risco cardiovascular.

Hoje em dia, está demonstrado que o principal fator para o aumento do colesterol é a gordura saturada.

A verdade é que, sabe-se agora que pessoas saudáveis, e com uma dieta variada, podem consumir até um ovo por dia, sem riscos.

O ovo é um alimento com um grande valor nutritivo. Rico em proteínas contém todos os aminoácidos essenciais ao organismo.

Constituído por vitaminas do grupo B (B1, B3, B12, ácido fólico e biotina) A, E e D, é também rico em magnésio, potássio, selénio, zinco, fósforo e ferro.

No entanto, embora seja um alimento riquíssimo em termos nutricionais, nem todas as pessoas precisam consumir a mesma quantidade de ovos. Uma pessoa que consome pouca carne ou peixe, por exemplo, deve comer mais ovos para obter a quantidade de proteína que o seu organismo necessita.

Já quem sofre de excesso de peso deve ter atenção à quantidade que consome, e optar pela clara.

Comer fruta após as refeições engorda. Mito!

A crença de que, depois das refeições, a fruta fermenta no estômago e que o seu açúcar acaba por ser armazenado como gordura corporal tem-se vindo a tornar noutro grande mito.

De acordo com Catarina Oliveira, nutricionista, “os alimentos têm sempre as mesmas calorias, independentemente da hora, ou momento, em que são ingeridos”. A única vantagem que se tem em se comer fruta antes das refeições é que esta lhe traz sensação de saciedade, uma vez que tem um alto teor de água e fibra.

Beber um copo de vinho tinto à refeição emagrece. Mito!

Em 2012 foi divulgado um estudo realizado na Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, que mostrou que o vinho tinto ajudaria a perder peso. Anos antes, um grupo de cientistas alemães fez uma pesquisa com ratos, onde um grupo recebia alimentação padronizada e outro a mesma comida e resveratrol (principal componente dos antioxidantes do vinho tinto). Apenas o primeiro grupo testado apresentou um aumento de peso.

No entanto, especialistas afirmam que este é um mito. “Um simples copo de vinho contém cerca de 107 calorias. Se beber sete copos consome o equivalente a uma refeição”, justifica.

Bebidas light ajudam a emagrecer. Mito!

Embora seja verdade que nas bebidas light o açúcar seja substituído por adoçante, estas podem não ser as mais indicadas para o ajudar a perder de peso.

Um estudo realizado sobre os efeitos do açúcar e dos adoçantes artificiais, com ratos, demonstrou que o grupo que recebeu adoçante ganhou mais peso, uma vez que não obteve a sensação de saciedade, acabando por comer mais depois.

Por isso, se quer emagrecer o melhor é mesmo é aprender a comer. “Não adianta ingerir bebidas light e continuar com hábitos alimentares inadequados”, acrescenta a nutricionista.

E alerta: “leia sempre o rótulo. Nem sempre light quer dizer que tem menos calorias”.

Devemos comer muita fruta e legumes todos os dias. Verdade, mas atenção!

É verdade que devemos comer fruta e legumes todos os dias, mas não em demasia. “Tem de ser com conta, peso e medida. Se comer dois ou três quilos de fruta por dia não só irá engordar como estará a contribuir para a diabetes”, diz Catarina.

A Organização Mundial de Saúde recomenda comer cinco porções de fruta por dia.

“Uma porção é calculada pelas calorias dos alimentos. Neste caso, corresponde a cerca de 60 ou 70 calorias por peça”, adianta a nutricionista.

“Frutas unitárias de tamanho médio como a maçã, banana e pêra, por exemplo, são equivalentes a uma porção”, explica.

No entanto, tenha em especial atenção aos sumos de fruta. “Os sumos podem ser 'perigosos' já que, muitas vezes, se usa mais do que uma porção de fruta para preparar um copo de sumo”. É o caso do sumo de laranja. “Habitualmente, para conseguir um copo de sumo precisa de três laranjas. Aí já está a consumir três das cinco porções de fruta recomendadas”, justifica Catarina Oliveira.

Além disso, o sumo é a opção mais calórica e com menos fibra.

No que toca às verduras, o princípio é o mesmo: não exagerar e comer de preferência verduras ou legumes cozidos ou salteados. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em 2014
O número de crianças nascidas em Portugal aumentou este ano, atingindo os 77.621 nascimentos no final de novembro, mais 2.168...

Com base nos recém-nascidos rastreados no Teste do Pezinho, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA apurou que, até 30 de novembro deste ano, tinham nascido 77.621 crianças.

Setembro foi o mês com mais nascimentos (8.099), seguindo-se julho (7.773) e outubro (7.549).

Em 2014 tinham sido rastreadas 75.453 crianças, com outubro a ser o mês com mais nascimentos (7.829).

O Teste do Pezinho é um indicador do número de crianças nascidas em Portugal, uma vez que se trata de uma amostra de sangue colhida no pé da criança entre o seu terceiro e sexto dia de vida.

Através deste teste são rastreadas 24 doenças hereditárias do metabolismo e o hipotiroidismo congénito e está a decorrer um estudo para fibrose quística.

Em Coimbra
O Hospital Pediátrico de Coimbra recebe na sexta-feira e no sábado um encontro no qual se vai falar da sexologia na pediatria,...

"A sexologia está bastante ausente da pediatria. E então a sexologia na infância é uma área de desconhecimento", aponta o diretor do serviço de urgência do Hospital Pediátrico de Coimbra (HPC) e membro da comissão científica do 1º Encontro Nacional de Sexologia em Pediatria, Luís Januário.

Dentro da sexologia, a organização decidiu focar-se na diversidade de género, por se constatar que as pessoas transexuais, transgénero ou intersexuais são "as mais discriminadas, por não se reconhecer a sua existência" na pediatria, disse Luís Januário.

O encontro, que surgiu a partir de uma proposta de um conjunto de internas do HPC, vai ser por isso um primeiro passo para o Hospital Pediátrico de Coimbra encontrar "respostas" para a diversidade de género na adolescência e infância, até agora "ignorada".

O encontro vai debater a sexualidade na infância e adolescência, a necessidade de abordagens multidisciplinares, variações de identidade de género em crianças e adolescentes, o papel da família, das associações e dos ‘media’, e conta ainda com um momento de partilha de experiências por pessoas que se identificam como diversas em termos de género.

"Estas são questões que se iniciam na infância e que depois, se não as detetarmos precocemente, poderão surgir-nos sobre outras formas mais graves, por exemplo, do ponto de vista do equilíbrio emocional", vincou.

Segundo Luís Januário, há "necessidades imensas de formação", sendo que o próprio encontro vai dinamizar cursos vocacionados para médicos.

O objetivo da organização do encontro passa por "abrir as mentes para a necessidade de conhecimento destas situações" e criar uma "resposta organizada" no campo da saúde infantil e juvenil dentro do hospital, para que "estas crianças possam ser estudadas e orientadas, numa perspetiva saudável".

"É importante que se possa dizer que depois não são adolescentes com disforia de género [transtorno de identidade de género], mas sim pessoas com questões de diversidade de género que estão em orientação", realçou.

"Este é um pontapé de saída fundamental", sublinhou a investigadora do Centro de Estudos Sociais Ana Cristina Santos, também membro da comissão científica.

Para a coordenadora do projeto INTIMATE (Micropolítica da Intimidade na Europa do Sul), é importante que não haja "qualquer tentativa de patologizar" as crianças, visto que o único problema que existe "é a discriminação".

O médico tem aqui um papel importante, mas também "simbólico", como figura que "tem autoridade e legitimidade para confirmar ou contrariar determinados preconceitos, medos ou ansiedades".

"Os casos devem ser sinalizados desde cedo, para garantir que estas crianças e adolescentes têm o apoio a que têm direito e que encontram no profissional de saúde um aliado", frisou.

No encontram participam, entre outros, o sexólogo Júlio Machado Vaz, o pediatra Mário Cordeiro, a psicoterapeuta e investigadora Ana Alexandra Carvalheira, a jornalista Ana Soromenho e a professora de Direito Teresa Pizarro Beleza.

Sobrinho Simões
O presidente do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, Sobrinho Simões, mostra-se "muito...

"É evidente que fiquei muito contente exatamente por ser uma votação entre pares, de todo o mundo, em que há 100 nomeados e muitas das pessoas são patologistas que eu admiro imenso", afirmou Sobrinho Simões, no dia em que foi conhecida a publicação da primeira lista dos 100 patologistas mais influentes do mundo pela revista “The Pathologist”, escreve a Rádio Renascença.

Questionado sobre a importância desta votação para a patologia portuguesa, o investigador disse que há poucos patologistas em Portugal e "cada vez em menor número porque é uma especialidade muito difícil, não se ganha muito bem e é muito exigente".

"E, portanto, a visibilidade da patologia dada agora por esta eleição e sendo em Portugal e sendo a primeira vez, essa noção de que nós somos capazes de competir internacionalmente e de ser conhecidos torna interessante a profissão para jovens médicos quando estão a escolher a profissão e esperamos que isto possa ser usado como chamariz para aumentar o recrutamento de bons patologistas", acrescentou Sobrinho Simões.

Entre as frases dos eleitores sobre o médico português selecionadas pela revista pode ler-se que Sobrinho Simões "contribuiu mais do que qualquer outra pessoa para a visibilidade da patologia na Europa" e que se trata de "um cientista proeminente de um pequeno país com poucos recursos, fundador de uma instituição proeminente que faz a diferença, sem sair do seu país".

O professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) sublinhou que terá ganhado "muitos votos a partir da Turquia, da Roménia, da Sérvia, do Brasil, da Colômbia", por exemplo, por serem países de onde provêm muitos patologistas que passam pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e pela FMUP, locais "de acolhimento de patologistas de muitos sítios".

Na lista encontram-se outros dois nomes ligados ao IPATIMUP como o da também antiga presidente da Sociedade Europeia de Patologia Fátima Carneiro e o de Jorge Reis-Filho. 

Investigação revela
Embora a existência da bactéria 'Mycoplasma genitalium’ já fosse conhecida, uma investigação recente aponta para a sua...

Já ouviu falar de Mycoplasma Genitalium? A bactéria já era conhecida desde os anos 1980, pela sigla MG, mas recentemente tem sido referida como "uma nova doença sexualmente transmissível", graças a uma investigação da University College London que mostrou fortes provas de que a infeção bacteriológica se espalhe através do contacto sexual.

A maioria das pessoas que contrai a infeção diz não ter quaisquer sintomas, o que a torna difícil de detetar, escreve o Diário de Notícias. Algumas mulheres dizem sentir ardor ao urinar e ter sangramentos depois das relações sexuais. Mais de 90 por cento dos homens não manifestam qualquer sintoma. A bactéria MG está ligada à inflamação cervical e à doença inflamatória pélvica, e pode também provocar infertilidade e gravidez ectópica.

Para perceber se a MG se tratava de uma doença sexualmente transmissível, os investigadores, cujo trabalho foi publicado na revista científica International Journal of Epidemiology, procuraram descobrir se existia correlação entre a presença da infeção bacteriológica e a atividade e comportamento sexual. O estudo revelou que dos 4507 homens e mulheres entre os 18 e os 44 anos que tinham atividade sexual com pelo menos um parceiro, 48 mulheres e 24 homens tinham MG. Já numa população de 200 pessoas que nunca tinham tido sexo, não havia nenhum caso de Mycoplasma Genitalium. A equipa descobriu ainda que a infeção era mais comum nas pessoas que tinham tido mais parceiros sexuais ao longo da vida, ou que tinham sexo desprotegido mais frequentemente.

No Reino Unido, onde o estudo foi desenvolvido, estima-se que cerca de um por cento da população com menos de 45 anos esteja infetada com MG, conta o jornal The Guardian.

A doença é tratável com antibióticos comuns, mas não costuma ser diagnosticada por não ser muito conhecida. À CNN, uma médica especialista sublinhou a importância de considerar uma infeção de MG se "houver sintomas de uma infeção mas todos os testes forem negativos".

A melhor forma de estar protegido da doença é usar o preservativo. "Preservativos, preservativos, preservativos", disse ao canal norte-americano a médica Raquel Dardik. "No fundo é uma bactéria, e os preservativos são muito eficazes contra as bactérias".

Ivermectina
O medicamento contra os parasitas que este ano deu o prémio Nobel da medicina a dois investigadores, que o recebem na quinta...

Os investigadores William Campbell, norte-americano, e Satoshi Omura, japonês, recebem na quinta-feira a distinção pelas descobertas relacionadas com uma nova terapia para combater infeções provocadas por parasitas, com o medicamento Ivermectina a baixar significativamente duas doenças parasitárias. O medicamento é feito por uma empresa portuguesa numa das suas fábricas em Macau.

“É um grande orgulho fabricarmos o produto que deu aos seus inventores o prémio Nobel” disse à Lusa o presidente da empresa Hovione Farmaciencia, Peter Villax, explicando que da sua fábrica sai todos os anos entre uma a duas toneladas de Ivermectina, que vão dar para 300 a 600 milhões de comprimidos.

A empresa fabrica o principio ativo para uma multinacional farmacêutica (Merck), que depois o transforma em compridos e os distribui gratuitamente para o mundo, especialmente a África subsaariana (também há casos na América do Sul).

São nessas duas regiões, mas especialmente em África, que existem milhões de pessoas que sofrem da chamada “cegueira dos rios” ou de “filaríase linfática”, também conhecida por “elefantíase”.

José Gil Forte, médico oftalmologista que durante vários anos esteve na Guiné-Bissau a trabalhar com doentes infetados e a ministrar Ivermectina diz que no país mais de metade da população está em risco de contrair “cegueira dos rios”, que é transmitida pela picada de um pequena mosca e que se não for tratada provoca, entre outros males, a cegueira.

“Na Guiné-Bissau é a principal causa de cegueira e em África a segunda. No norte de Moçambique e em Angola também há zonas infetadas”, disse o médico à Lusa, acrescentando que os conflitos nalguns países tornam difícil a distribuição do medicamento, que impedia muitas infeções com apenas duas tomas por ano.

“É um fármaco importantíssimo”, disse o especialista, acrescentando que salva da cegueira cerca de 30 milhões de pessoas em cada ano e não tem efeitos secundários.

Sendo o medicamento de distribuição gratuita (está na lista dos medicamentos essenciais da Organização Mundial de Saúde) as duas doenças só não foram ainda erradicadas por dificuldades de o fazer chegar a populações afetadas, diz Peter Villax, acrescentando que ainda assim há países que estão em vias de erradicar as duas doenças, como a Colômbia, o Togo, o Equador e o Iémen.

O medicamento que deu o Nobel a dois investigadores, diz ainda Peter Villax, é tomado de forma preventiva mas também cura as pessoas afetadas pela cegueira, embora não recupere as que já estão cegas. E, garante o responsável, é possível acabar com a doença, bastando tratar todos os que são portadores “Já devia ter sido eliminada”, contrapõe José Gil Forte.

A substância que permitiu o medicamento foi identificada por Omura em 1978 mas foi o norte-americano quem a purificou. A partir de 1987 a Merck passou a distribuir o medicamento gratuitamente e dez anos depois a portuguesa Hovione começou a produzir a substância, o que faz até hoje, praticamente a totalidade nas contas de Peter Villax.

A empresa especializou-se na investigação na área da saúde e detém hoje mais de 400 patentes e tem fábricas, além de Portugal, na Irlanda, nos Estados Unidos e na China. Foi criada em 1959 por Ivan Villax, de nacionalidade húngara.

Com mais de 1.300 trabalhadores, está envolvida em meia centena de projetos de novos medicamentos e são dela, diz Peter Villax, 10 por cento dos medicamentos aprovados todos os anos pelas autoridades norte-americanas.

A cegueira do rio afeta cerca de 20 milhões de pessoas (em risco são 70 milhões) em África e a elefantíase mais 100 milhões.

Estudo
O tratamento antiandrogénico contra o cancro da próstata quase duplica o risco dos homens virem a sofrer da doença de Alzheimer...

Quanto maior for a duração deste tratamento, que bloqueia o funcionamento da testosterona e impede a sua ação, maior é o risco dos homens serem diagnosticados com Alzheimer, concluíram os investigadores deste estudo que foi publicado na segunda-feira na revista médica Journal of Clinical Oncology.

A pesquisa não prova que o tratamento antiandrogénico aumenta este risco, mas aponta claramente esta possibilidade.

Estes resultados corroboram outras evidências segundo as quais um baixo nível de testosterona, a hormona masculina, diminuiria a resistência do cérebro contra a doença de Alzheimer nas pessoas que envelhecem.

“Com base nos resultados do nosso estudo, o aumento do risco de Alzheimer é um efeito potencial do tratamento antiandrogénico, mas são necessárias mais pesquisas antes de alterar a prática médica para o tratamento do cancro da próstata”, explicou Nigam Shah, professor adjunto de informática biomédica da Universidade de Stanford (Califórnia) e principal autor do estudo.

Os androgénios, as hormonas masculinas, desempenham um papel essencial ao estimular o crescimento das células cancerosas da próstata. Por isso, as terapias que suprimem a produção dos androgénios são frequentemente usadas contra o cancro.

As estimativas indicam que cerca de 500 mil homens norte-americanos com tumores na próstata são tratados com antiandrógenicos.

Mas o facto de reduzir fortemente a atividade destas hormonas pode ter efeitos secundários nefastos, referem os autores.

Vários estudos mostram a ligação entre os baixos níveis de androgénios, principalmente testosterona, e a impotência, obesidade, diabetes na idade adulta, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e a depressão.

Investigações realizadas nos últimos anos estabeleceram também uma relação entre os baixos níveis de testosterona e as deficiências cognitivas. Além disso, os homens que sofrem da doença de Alzheimer têm tendência para ter níveis mais baixos de testosterona do que os indivíduos da mesma idade que não foram atingidos por esta degenerescência cerebral incurável.

Neste estudo, os cientistas recorreram aos dados clínicos de cerca de cinco milhões de pacientes, dos quais 16.888 diagnosticados com cancro na próstata e entre estes 2.400 a serem tratados com antiandrogénicos.

Foram comparados com um grupo de pacientes igualmente afetados por um cancro na próstata, mas que não estavam a seguir o mesmo tipo de terapia.

O grupo de homens submetidos ao tratamento hormonal tinham um risco 88% superior de ter a doença de Alzheimer no período posterior do que o grupo que não tinha seguido esta terapia.

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