Investigadores
A Universidade de Alicante e o centro tecnológico IK-4-Tekniker de Eibar desenvolveram lasers baseados num material plástico,...

Esta descoberta de interesse médico, realizada em colaboração com um centro tecnológico do País Basco, foi publicada há umas semanas na revista internacional “Sensors and Actuators B: Chemical”, uma das primeiras publicações científicas na área da química analítica, e é, segundo o Sapo, fruto de um projeto de investigação financiado pelo Governo.

Os médicos levam tempo “tentando descobrir a maneira de se poder detetar” esta proteína, ligada à presença de “diversos tipos de cancro” e chamada ErbB2, existente em concentrações muito pequenas no sangue, disse à EFE a responsável do projeto na Universidade de Alicante (UA), a catedrática de Física Maria A. Díaz García.

“Quando uma pessoa já tem um tumor cancerígeno, a concentração da referida proteína é maior do que 14 nanogramas por milímetro (ng/ml)”, pelo que “ o correto é tentar medir concentrações de ErbB2 abaixo do limite dos 15 ng/ml”, para assim detetar a doença em estádios iniciais e travar o seu desenvolvimento com um tratamento atempado, explicou.

Precisamente, a importância do novo dispositivo, em cujo desenvolvimento participou também o centro tecnológico IK-4-Tekniker, de Eibar (Guipúzcoa), radica na sua sensibilidade para medir a ErbB2 no sangue em concentrações muito pequenas (14 ng/ml).

A sensibilidade que estes lasers têm capacita-os para detetar o cancro em estádios muito precoces, ou seja, antes de aparecerem os tumores, segundo a investigadora, que lidera o Grupo de Eletrónica e Fotónica Orgânica da UA, pertencente ao Departamento de Física Aplicada e ao Instituto Universitário de Materiais.

“Existem algumas técnicas que permitem ter uma maior sensibilidade do que a dos nossos lasers e detetar essa proteína, mas são mais complexas e, em todo o caso, este trabalho foi apenas uma primeira demonstração que, sem dúvida, se pode ser melhorado”, disse Maria Díaz García.

Em comparação com outros dispositivos já existentes para a mesma função, a técnica desenvolvida pela UA e pelo centro tecnológico basco é sensível e pode ser reutilizável por ser feito com material de plástico, destacou.

Investigação revela
Depois da carne vermelha e da carne processada, agora uma investigação sugere que a utilização de óleos vegetais para cozinhar...

No mês passado a Organização Mundial de Saúde avisou que o consumo de carnes processadas é carcinogénico e que a carne vermelha também é, provavelmente, carcinogénica para humanos. Como se não bastasse este anúncio, escreve o Observador, agora um estudo inclui mais um produto na lista de coisas que podem provocar cancro.

O óleo com que a cozinhamos também pode causar cancro. Pelo menos os óleos vegetais. É o que concluem os resultados de uma série de experiências levadas a cabo por uma equipa de cientistas citados pelo Telegraph.

Cozinhar com óleos vegetais pode levar à libertação de alguns químicos tóxicos que estão ligados com o cancro e outras doenças. Por isso, os autores da investigação começam a aconselhar a utilização de azeite, óleo de coco ou até manteiga.

Ou seja quando óleos como os de milho, girassol, de palma ou soja – conhecidos como óleos vegetais – são aquecidos podem libertar no ar algumas substâncias chamados aldeídos que são associados a vários tipos de cancro e a doenças neuro degenerativas como o Alzheimer.

Um professor de química bioanalítica e de química patológica explicou que uma refeição com base peixe e batatas fritas (ou o tradicional bife com batatas fritas em Portugal), cozinhados em óleos vegetais, contêm 100 ou 200 vezes mais tóxicos aldeídos do que os limites diários propostos pela Organização Mundial de Saúde.

Tendo como base outro estudo da Universidade de Oxford, John Stein, professor de neurociência da mesma instituição, refere que o consumo destes produtos podem provocar outros tipos de doenças: “Se se consumir demasiado óleo de milho ou de girassol, o cérebro absorve demasiado ómega 6, expulsando o ómega 3. Acredito que a falta de ómega 3 é um fator poderoso que contribui para o aparecimento de problemas na saúde mental tais como outros problemas como a dislexia”.

Ministério da Saúde
As empresas que contratam médicos para preencherem as horas em falta nos hospitais vão estar sujeitas a regras mais apertadas....

As novas regras pretendem evitar casos como o do ano passado, na altura do natal, em que alguns hospitais tiveram 20 horas de espera na urgência por falhas na escala, escreve o Diário de Notícias.

A suspensão entre um e seis meses, impedindo as empresas de se candidatarem a novos concursos durante esse período, é aplicada se um médico faltar duas vezes seguidas ou três intercaladas. O acordo quadro estabelece que as empresas - pessoa coletiva ou médicos em sociedades unipessoal - são obrigadas a substituir o clínico em falta no prazo de duas horas. A comunicação das irregularidades deve ser feita pelos hospitais à Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), responsável pela criação do acordo quadro, e à Inspeção-Geral da Saúde. Está prevista uma sanção correspondente a 20% do valor do contrato, à semelhança do que já existe no acordo ainda em vigor.

O recurso a médicos tarefeiros é habitual para fazer face às aposentações, reformas antecipadas, emigração e demora nas contratações para os quadros. Em 2013, os hospitais compraram um milhão e 54 mil horas médicas através de empresas. Mas os problemas têm sido vários. Escalas sem médicos tarefeiros - caso do hospital Amadora-Sintra no natal o que levou a 20 horas de espera nas urgências - ou clínicos sem receber das empresas, apesar dos hospitais pagarem pelo serviço, como aconteceu em Santarém.

Plano Nacional de Saúde
Um país desigual na saúde precisa de metas que reduzam as desigualdades. As doenças cardiovasculares e os cancros são as mais...

A nível local, mais de 50 regiões já definiram as suas prioridades e estratégias para aproximar a sua saúde das melhores metas do país.

O Plano Nacional de Saúde (PNS), editado pela Direção-Geral da Saúde, foi estendido até 2020 e é o documento-base das estratégias nesta área. Pela primeira vez, vê cumprido um dos seus desígnios, "influenciar as estratégias locais de saúde", diz ao Diário de Notícias o coordenador do PNS, Rui Portugal.

O trabalho "no bairro" vem plasmado na "Resenha dos planos de saúde: nacional, regionais, locais", em que são definidas as prioridades de saúde para dois a três anos. "Cada região tem diferenças demográficas, de mortalidade, morbilidade ou no acesso à saúde. A ideia agora é dar recursos e responsabilizar os gestores pelas decisões de planeamento, contratualização, gestão de recursos e boas práticas. Queremos que intervenham onde há mais necessidade", explica.

O Norte define como prioridades os tumores do pulmão e do estômago, mas também a doença pulmonar obstrutiva crónica e as doenças do fígado e cirrose, por serem as maiores causas de morte prematura, acima da média do país.

O tabaco, o álcool e a hipertensão são os principais fatores de risco numa zona do país onde a tuberculose tem ainda muitos casos novos por ano, apesar de a taxa ser progressivamente mais baixa.

Pelo menos metade dos planos (25 na região) definem-na como prioritária. O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Porto VI tinha uma taxa de 48 casos por cem mil, o dobro da meta da Organização Mundial da Saúde. O objetivo é baixar para 30 em 2016.

E os ACES definem medidas como rastreios rápidos - mesmo a contactos dos doentes -, o cumprimento dos tratamentos, a visita a doentes faltosos ou a toma de medicação assistida.

Álcool e acidentes

Os problemas associados ao álcool, como as hepatites, as cirroses e cancros são prioritários nas regiões Norte e Centro. Estas patologias são, aliás, a terceira causa de morte na região antes dos 70 anos, depois do cancro da mama e dos acidentes de viação, estes muitas vezes relacionados com os consumos abusivos. E para eles são definidas consultas de desintoxicação, como as do tabaco, mas também programas de reinserção dos doentes.

No Algarve, a tuberculose ou as doenças ligadas ao álcool têm menos peso, mas não os acidentes de transporte. No ACES Algarve III a taxa é muito superior à média, com 14,5 mortos por cem mil habitantes. No Algarve há muitos casos novos de VIH/sida e falhas graves no acesso a rastreios na área do cancro, que podem afetar as metas.

Em Lisboa, os planos locais já entregues também destacam a tuberculose e a infeção VIH/sida, o cancro, as doenças mentais e ligadas aos idosos, além das mais frequentes em Portugal. Na Amadora, por exemplo, as mortes prematuras chegam a ser quatro vezes superiores à média no VIH e no cancro.

Se os suicídios começam a aumentar em regiões menos habituais, nos planos locais de saúde eles têm mais visibilidade na região do Algarve e do Alentejo. As Unidades Locais de Saúde alentejanas trabalham estas matérias, a depressão e doenças mentais com maiores apoios na comunidade: preparação para o luto, envelhecimento ativo, educação no uso de medicação, acompanhamento em consulta e por outros profissionais.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra inicia, em fevereiro de 2016, um curso de pós-graduação em Envelhecimento, Saúde e...

O curso, coordenado pela professora doutora Maria Paula Assis Cordeiro, visa “capacitar os estudantes a desenvolverem estratégias optimizadoras de autonomia, independência e inserção social da pessoa idosa, assim como competências para o trabalho em equipas multiprofissionais na promoção de um envelhecimento saudável”.

Podem candidatar-se à nova pós-graduação, licenciados em Ciências Sociais e Humanas (Gerontologia, Serviço Social, Educação Social, Sociologia, Psicologia e Ciências da Comunicação) e em Ciências da Saúde (Enfermagem, Medicina, Radiologia, Análises Clínicas, Fisioterapia, Desporto, Terapia da Fala e Medicina Dentária), assim como profissionais de outras áreas com interesse em Gerontologia.

Há 25 vagas para esta formação, que decorrerá de fevereiro a junho de 2016 e que funcionará em regime pós-laboral, semanalmente, às sextas-feiras (das18h30 às 22h30) e aos sábados (das 9h00 às 13h00).

O aumento da população idosa gera necessidades que devem ser abordadas por profissionais bem preparados, sendo esta uma área que, previsivelmente, criará postos de trabalho nos próximos anos, em domínios como o da saúde ou dos serviços sociais.

Mais informações sobre a pós-graduação em Envelhecimento, Saúde e Cidadania estão disponíveis na página Web da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), em www.esenfc.pt.

Para eventuais esclarecimentos, podem também os interessados contactar a Área Académica da ESEnfC (números de telefone 239 487 257 e 239 802 850, ou e-mail [email protected]).

12 de novembro
Inserida nas comemorações do Dia Mundial da Pneumonia, a campanha de sensibilização e prevenção da Sociedade Portuguesa de...

Depois de Lisboa, a ação prolongar-se-á por mais duas semanas, ao longo das quais passará por Évora, Leiria, Aveiro e Porto. Entre os dias 12 e 24 de novembro, o Esquadrão Pneumonia estará em algumas das mais emblemáticas praças do País com uma equipa de profissionais de saúde que vão realizar testes de espirometria e transmitir informação sobre a doença, explicar as principais formas de prevenção e esclarecer outras dúvidas relacionadas com Pneumonia.

O apelo à prevenção é grande mensagem deste Esquadrão, que este ano marca presença em Lisboa, Évora, Leiria, Aveiro e Porto. Entre os dias 12 e 24 de novembro, profissionais de saúde vão realizar testes de espirometria e transmitir informação sobre a doença, formas de prevenção e esclarecer outras dúvidas relacionadas com Pneumonia a todos os interessados.

Calendário Esquadrão da Pneumonia
12 de novembro – Lisboa | Praça da Figueira | 10.00 – 18.00
14 de novembro – Évora | Praça 1º de Maio | 10.00 – 18.00
17 de novembro – Leiria | Largo do Papa | 10.00 – 18.00
19 de novembro – Aveiro | Praça do Mercado| 10.00 – 18.00
24 de novembro – Porto | Praça da Batalha | 10.00 – 18.00

A campanha Esquadrão Pneumonia dirige-se a toda a população, sobretudo, aos adultos a partir dos 50 anos. “Acreditamos no impacto do ‘Esquadrão Pneumonia’ junto da população”, explica Carlos Robalo Cordeiro, médico pneumologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP). “O nosso principal objetivo é alertar a sociedade civil, a par da comunidade científica, para a importância de prevenir a doença. E não há melhor forma de prevenir a Pneumonia do que a vacinação antipneumocócica. Com o Esquadrão Pneumonia, queremos impactar as pessoas na rua, ao mesmo tempo que lhes damos a oportunidade de testarem a sua capacidade respiratória e de se aconselharem com profissionais de saúde qualificados”, acrescenta.

O “Esquadrão Pneumonia” remete-nos para um conjunto de pessoas e iniciativas que visam proteger toda a comunidade, defender a população da Pneumonia. Todos podem fazer parte deste esquadrão forte, coeso, unido a favor de uma causa: a prevenção. O escudo delineado em forma de pulmão é o símbolo desta campanha e representa precisamente a defesa conseguida através da prevenção.

A imunização na idade adulta deve ser uma prioridade
A imunização contra a Pneumonia na idade adulta é uma das preocupações da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, que apela à vacinação antipneumocócica numa faixa etária em que a doença pneumocócica se manifesta, sobretudo, sob a forma de Pneumonia, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação. Em Portugal, mata uma média de 23 pessoas por dia, só nos hospitais públicos. A maioria pode ser evitada.

“A vacinação antipneumocócica é a melhor forma de prevenirmos uma Pneumonia”, continua Carlos Robalo Cordeiro. “As crianças pequenas e os adultos a partir dos 65 anos estão entre os mais vulneráveis, bem como pessoas com mais de 50 anos que tenham co-morbilidades como Diabetes, Asma, DPOC e Doença Cardíaca. Pessoas cuja imunidade está comprometida também devem vacinar-se”.

Para além da Pneumonia, a vacinação antipneumocócica previne formas graves da infeção por pneumococos como a Meningite e a Septicémia, e outras menos graves como a Otite Média Aguda e a Sinusite. O pneumococo é o responsável por, aproximadamente, 1.6 milhões de mortes por ano em todo o mundo, sendo, por isso, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação.

Apesar da Pneumonia não ser sazonal, é na época de incidência da Gripe que se regista o maior número de casos. Estima-se que a interação entre o vírus da Gripe e o principal agente causador de pneumonias (pneumococo) aumente o risco de Pneumonia Pneumocócica cerca de 100 vezes. 

Em três anos
A cidade do Porto deverá ganhar três novos equipamentos de saúde no espaço de três anos, num investimento de cerca de quatro...

O "pacote" inclui a reabilitação de parte do Mosteiro de Santa Clara, edifício localizado na Batalha, que acolherá "serviços até aqui dispersos pela cidade", beneficiando cerca de 20 a 30 mil utentes.

Segundo Fernando Araújo, que liderou a comissão que elaborou a Carta dos Equipamentos de Cuidados de Saúde Primários do concelho do Porto, a solução convenceu a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) que colocou o projeto a concurso, estimando o início de obras para 2016 e conclusão para 2017.

A carta também propõe a construção de um novo centro de saúde em Campanhã, aproveitando a antiga Escola do Cerco, bem como recolocar a unidade de saúde de Ramalde que num edifício no "miolo" do bairro das Campinas.

"Com um investimento relativamente pequeno conseguimos mudar radicalmente as condições de acesso das pessoas do Porto aos cuidados de saúde. Vamos tentar que seja em menos tempo, mas admitimos para já três anos [para a conclusão destes projetos]. Não queremos que [a carta] seja apenas um exercício interessante de planeamento mas uma realidade", referiu Manuel Pizarro.

O vereador apontou como investimento necessário "cerca de quatro milhões de euros ou menos", lembrando que "há fundos comunitários disponíveis para estes investimentos".

"É um trabalho muito importante que com algum realismo propõe novos edifícios e mudanças que nos parecem muito úteis", resumiu Manuel Pizarro que não escondeu que outra "grande vantagem" deste projeto passa por "devolver" património à cidade. Aliás, relativamente às soluções encontradas para Campanhã e Ramalde, o vereador avançou que se serão resolvidos problemas de saúde pública e de segurança.

Dois dos edifícios em estudo são propriedade do Estado e o terceiro, o de Ramalde, é camarário.

A Carta dos Equipamentos de Cuidados de Saúde Primários, um documento elaborado pela autarquia do Porto em parceria, através de técnicos da ARS-Norte, com o Ministério da Saúde, propõe outras "pequenas obras de melhoria das acessibilidades e de conforto" em edifícios existentes.

"Procurámos perceber qual a nossa população e quais as necessidades, bem como irão evoluir essas necessidades no futuro. E procuramos soluções. A carta tem já alternativas", descreveu Fernando Araújo, tendo o vereador da câmara do Porto completado que a elaboração deste documento é um "projeto inovador" porque "o Porto será a primeira cidade portuguesa dotada" de uma carta desta natureza.

Manuel Pizarro explicou, por fim, que a proposta entrará em discussão pública - através de reuniões descentralizadas e pelo portal e endereço eletrónico da câmara - "até meados do mês de dezembro", sendo expectável que venha a colher contributos de profissionais da área da saúde, bem como das juntas de freguesia e comunidade geral.

Após esse período de contributos a carta será submetida à assembleia municipal do Porto e ao Ministério da Saúde para ser assinada, passando a constituir "um compromisso conjunto".

Direção-Geral da Saúde
Em Portugal nasceram menos crianças em 2014 face ao ano anterior, o que não impediu o crescimento da taxa da natalidade...

A taxa de natalidade em Portugal aumentou dos 7,87% em 2013 para os 7,92% em 2014.

“Observou-se para Portugal (Continente, R.A. dos Acores e R.A. da Madeira), um acréscimo da taxa de natalidade de 7,87 para 7,92/1000 habitantes, apesar da diminuição em cerca de 420 nados-vivos em 2014, face aos valores de 2013. Este aumento resultou da diminuição da população residente em 56 233 habitantes”, explica a Direção-Geral da Saúde (DGS) no relatório “Natalidade, Mortalidade Infantil, Fetal e Perinatal, 2010-2014”.

Em 2014 nasceram em Portugal 82.367 crianças, menos 420 do que as 82.787 nascidas em 2013, e menos 19.014 do que as 101.381 nascidas em 2010.

Numa análise regional, os dados da DGS mostram que as regiões do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo representam mais de metade dos nascimentos no país, com quase 60 mil crianças das nascidas em 2014.

A taxa de natalidade em Portugal, tendo em conta dados desde 1996, atingiu o seu pico mais alto no ano 2000, com um valor de 11,7%, e o seu pico mais baixo em 2013, com um registo de 7,87%.

Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
Chama-se Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica à obstrução persistente das vias respiratórias, provocad

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica caracteriza-se pela existência de uma obstrução a nível do aparelho respiratório comprometendo a sua função.

É uma doença lenta, que frequentemente se inicia com discreta falta de ar associada a esforços como subir escadas, andar depressa ou praticar exercício físico.

As principais causas da DPOC são o tabagismo e a exposição e inalação de partículas ou gases nocivos. Na realidade, sabe-se que esta é uma doença que se desenvolve maioritariamente em operários e em 10 a 15% dos fumadores.

São considerados grupos de risco:

-  pessoas com mais de 40 anos e que fumem há mais de 10;
- com atividade profissional de risco respiratório comprovado, com exposição a poeiras e produtos químicos;
- com tosse ou expectoração crónica ou dispneia (dificuldade em respirar) de esforço.

Existe ainda uma componente hereditária que está relacionada com o défice numa proteína – Alfa-1 Antitripsina – responsável pelo reforço das defesas do aparelho respiratório. Embora afete apenas dois por cento dos doentes, a doença desenvolve-se precocemente (entre os 20 e os 30 anos), nestes casos.

Os sintomas mais comuns, como já foi referido, são a tosse ou a produção de expectoração frequente.

No entanto, numa fase inicial ela pode ser assintomática e, por isso, importa estar atento, sobretudo se é fumador. Sabe-se que existe uma tendência para desvalorizar pequenos sintomas, associando-os aos hábitos de consumo de tabaco.

O diagnóstico desta doença pode ser feito através de vários exames, sendo o mais frequente a espirometria ou prova de função pulmonar, onde se avalia o volume e fluxo de ar que entra e sai dos pulmões.

A gasometria arterial mede o pH e os níveis de oxigénio e dióxido de carbono no sangue de uma artéria. Este exame é utilizado para verificar se os pulmões são capazes de mover o oxigénio dos brônquios para o sangue e remover o dióxido de carbono do sangue.

O raio-X ao tórax pode mostrar enfisema, uma das principais causas da DPOC.

A tomografia computadorizada dos pulmões pode ajudar a detectar enfisema e a determinar se você pode se beneficiar de uma cirurgia para a DPOC. Tomografia computadorizada também pode ser usada para detetar o cancro de pulmão, que é comum entre pessoas com DPOC.

Ao contrário do que pode pensar, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica é tratável, hoje em dia, graças à existência de inúmeras terapêuticas farmacológicas e não farmacológicas, que melhoram a qualidade de vida do doente e que podem impedir a progressão da doença, mediante o estádio em que esta se encontra.

Entre a utilização de vários fármacos pode ser necessária a realização de outros tratamentos como a terapia de oxigénio e/ou reabilitação pulmonar.

Em alguns casos, pode haver necessidade de se recorrer à cirurgia – de redução dos volumes pulmonares ou transplante pulmonar.

Complicações em doentes com DPOC:

  • Infeções respiratórias: quem sofre de DPOC é mais suscetível a constipações, gripe ou pneumonia. Qualquer infecção respiratória pode tornar a respiração muito mais difícil e produzir mais danos no tecido pulmonar
  • Pressão arterial elevada: a DPOC pode aumentar a pressão arterial das artérias que levam sangue para os pulmões, originando a chamada hipertensão pulmonar
  • Problemas cardíacos: por razões que não são totalmente compreendidas, a DPOC aumenta o risco de doenças cardíacas
  • Cancro de pulmão: fumadores com bronquite crónica, uma das manifestações da DPOC, têm maior risco de desenvolver cancro de pulmão.
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
University College of London
A investigadora portuguesa Rita Guerreiro, da britânica University College of London, foi reconhecida com o prémio Fondazione...

O prémio, segundo a instituição italiana, foi atribuído pelo seu trabalho sobre as mutações do gene TREM2 e a relação com o desenvolvimento da Doença de Alzheimer.

Este trabalho já tinha sido distinguido em janeiro com o Prémio Europeu do Jovem Investigador, atribuído pela Associação francesa para a Investigação sobre Alzheimer e Rita Guerreiro e, também este ano, venceu o prémio da Sociedade britânica de Investigação de Alzheimer e Demência na categoria de "realização académica".

O geneticista John Hardy, o mais importante especialista britânico da doença de Alzheimer e também investigador na University College of London (UCL), considerou a portuguesa "uma estrela em ascensão" na investigação da neurociência.

"Ela encontrou o primeiro gene de Alzheimer em 15 anos e isso é uma descoberta revolucionária no meio", disse.

A cientista disse que estes prémios são importantes em termos de "prestígio" e contribuem para a evolução do estatuto profissional, atualmente em vias de passar de investigadora financiada pela Alzheimer Society ao quadro de pessoal da UCL.

Natural de Estremoz, Rita Guerreiro, 35 anos, vive e trabalha no Reino Unido desde 2010, depois de realizar o doutoramento nos EUA, sempre acompanhada pelo também português e marido José Brás, com quem partilha a direção do laboratório.

O prémio no valor de 10.000 euros atribuído pela fundação italiana é pessoal e não precisa de ser aplicado em investigação, mas Rita Guerreiro confessou que este tipo de financiamento pode ser útil a "projetos pessoais" paralelos ao seu trabalho.

Recentemente, contou, foi contactada por uma família portuguesa que procurava diagnosticar a doença da filha, mas que estava com dificuldades em fazê-lo pelo sistema nacional de saúde português.

"Aceitámos analisar o ADN e em três meses conseguimos fazer um diagnóstico e descobrimos que ela sofre de uma doença descoberta apenas em 2013, o Síndrome Schaaf-Yang/MAGEL 2, que afeta umas 19 crianças em todo o mundo", adiantou.

"Já recebemos pedidos de outras famílias, mas não podemos responder sempre porque às vezes não temos os meios técnicos para o fazer", justificou.

Rita Guerreiro lamentou que as famílias de crianças portuguesas com doenças raras tenham de pagar cinco a seis mil euros a um laboratório privado para obter um diagnóstico ou tenham de depender de estudos científicos feitos no estrangeiro.

Investigação
Uma investigação do Instituto de Medicina Molecular, com financiamento europeu de 1,5 milhões de euros, vai estudar a formação...

"O objetivo é compreender como é que os vasos sanguíneos se formam e são estruturados naquela rede hierárquica chamada árvore vascular, com as várias ramificações", disse o investigador Cláudio Franco.

O cientista do Instituto de Medicina Molecular (iMM Lisboa) compara aquele sistema à rede nacional de estradas, com várias veias e artérias, umas maiores e outras mais pequenas, servindo como meios de comunicação, de transporte de vários elementos como nutrientes e oxigénio ou de excessos produzidos pelo organismo.

O projeto financiado pelo Conselho Europeu de Investigação vai concentrar-se em descobrir quais os mecanismos que permitem a hierarquização da rede vascular, quais as regras ou mecanismos que regulam e que levam à formação desta rede complexa com vasos de vários calibres, uns maiores outros mais pequenos.

Esta compreensão "é importante para trazer um novo conhecimento que irá permitir uma melhor intervenção terapêutica, tanto em casos excesso de formação de vasos, como acontece às vezes nos tumores e em cancro, como em doenças como as malformações arteriovenosas", explicou Cláudio Franco.

"Sabendo as regras do jogo, depois podemos usar as várias peças ao nosso dispor para tentar manipular o sistema de modo a que vá no sentido de ter uma rede mais eficiente, mais funcional e prevenir casos de disfunções, por exemplo, de oclusões dos vasos ou de problemas de acidentes vasculares", avançou o cientista.

Este é um dos dois projetos do iMM Lisboa anunciados como tendo recebido financiamento da entidade europeia, num total de três milhões de euros, sendo o outro de Vanessa Morais, na área das neurociências e distúrbios neuronais.

Instituto de Medicina Molecular
Uma cientista do Instituto de Medicina Molecular recebeu financiamento de 1,5 milhões de euros do Conselho Europeu de...

O trabalho de Vanessa Morais, para ser desenvolvido em cinco anos, tem como objetivo estudar o processo muito focado num pequeno organelo, pequeno órgão, que existe nas células responsável pela produção de energia, essencial para a concretização de qualquer atividade que a célula necessite efetuar.

A investigação pretende "perceber os mecanismos moleculares que a mitocôndria tem dentro dos neurónios" e como podem "influenciar e ser influenciados nas doenças neurológicas", para tentar perceber se a disfunção daquele elemento pode ser uma causa de doenças neurológicas, como Parkinson, Alzeimher ou a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), explicou Vanessa Morais.

"A partir do momento em que há uma disfunção da mitocôndria, há processos vitais que não conseguimos efetuar" como a cognição, a memória, mas também doenças a nível dos músculos que afetam tarefas do quotidiano como pegar numa caneta e escrever, disse a investigadora à agência Lusa.

A expetativa é perceber o que define uma mitocôndria neuronal, "pegar nessa informação e tentar abordagens terapêuticas, tentar modificar ou modelar de forma a poder melhorar o estado geral do neurónio", avançou.

Este é um dos dois projetos do Instituto de Medicina Molecular (iMM Lisboa) que agora receberam financiamento da entidade europeia, num total de três milhões de euros, sendo o outro de Cláudio Franco, na área da biologia vascular.

A equipa da cientista vai tentar perceber como é que a disfunção da mitocôndria pode influenciar o funcionamento do neurónio a nível da comunicação neuronal, de estabelecimento de comunicação de um neurónio com outro.

"A partir do momento em que temos um neurónio onde a mitocôndria não está a funcionar a 100%, com a sua capacidade máxima, o neurónio não é capaz de estabelecer comunicações com o neurónio adjacente", especificou a cientista, acrescentando que outras funções no neurónio, como o transporte de proteínas, também ficam afetadas devido à falta de energia.

Nos últimos 8 anos, o iMM Lisboa obteve 10 bolsas do Conselho Europeu de Investigação (European Research Council ou ERC), entidade que já financiou 36 projetos em Portugal, segundo informação do instituto.

Diretor diz
O estudo que coloca a Faculdade de Medicina de Coimbra como a pior do território continental no rácio entre estudantes e...

"É um estudo que faz a avaliação do índice de satisfação pedagógica, não de qualidade pedagógica, que é uma coisa diferente. Em termos de qualidade pedagógica e sucesso profissional dos licenciados pela Faculdade de Medicina de Coimbra eles estão na linha da frente", disse Duarte Nuno Vieira.

O alerta sobre o número de estudantes nos hospitais que põe em risco a formação e a falta de tutores médicos para quem estuda em Coimbra dominaram hoje o encerramento do Congresso Nacional de Estudantes de Medicina, que decorreu naquela cidade.

As conclusões do estudo, promovido pela Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), revelam que os doentes que recorrem a hospitais afiliados de sete escolas médicas existentes no território continental (em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga e Covilhã) "podem encontrar, juntamente com o seu médico, em média, cerca de 8 estudantes".

O melhor rácio médio estudante-tutor, envolvendo estudantes do 3.º, 4.º e 5.º anos, ocorre na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (2,55 estudantes por tutor) e o pior na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), com 18,5 em média, mais de sete vezes o rácio do primeiro classificado e mais do dobro do sexto e penúltimo classificado.

Duarte Nuno Vieira sublinhou que os dados do estudo referem-se aos anos de 2011 a 2013, numa altura em que a FMUC estava já sem parte do seu espaço no velho edifício [polo I] e sem a totalidade das novas instalações [no polo III] construídas.

"O que está aqui em causa não é a qualidade pedagógica, é apenas a satisfação em termos das condições pedagógicas", frisou.

Duarte Nuno Vieira sublinhou que, sendo Coimbra das faculdades "que tem mais alunos a escolhê-la anualmente", o número de docentes assistentes para as aulas práticas "obviamente não é o desejável".

Questionado sobre o porquê da diferença de rácio para escolas em Lisboa ou Porto com números de estudantes de Medicina similares a Coimbra, apontou "constrangimentos económicos", frisando que, "porventura, a Universidade de Coimbra não tem tido o reforço orçamental que deveria ter para poder dar mais resposta e mais apoio" à FMUC, impedindo esta de contratar mais docentes.

Já o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, disse na sessão que "há gente a mais, batas brancas a mais nas instituições de saúde" em redor dos doentes.

"E isso colide com o direito dos doentes à tranquilidade e também com uma boa formação dos estudantes", afirmou.

Questionado sobre se em 40 anos nada mudou na FMUC em relação ao número de alunos que rodeiam um doente nas aulas práticas, José Manuel Silva admitiu que a situação "não melhorou rigorosamente nada", apontando como causa o aumento do ‘numerus clausus' que levou a que mais alunos tenham entrado nas faculdades de Medicina.

"A redução do ‘numerus clausus' também deve ser vista para beneficio do doente que está internado. É evidente que os alunos aprendem nos doentes, a aprendizagem nos doentes é absolutamente essencial. Ora, se não precisamos de formar tantos médicos, também devemos considerar a necessidade de redução de ‘numerus clausus' para não massacrar os doentes", alegou.

Para o bastonário a questão "tem a ver com a quantidade imensa de alunos que estão nas instituições de saúde" e não só com a falta de tutores médicos que se verifica, de acordo com o estudo, maioritariamente em Coimbra.

No entanto, disse desconhecer "o que se passa" na FMUC, remetendo a questão da falta de tutores médicos para a direção da faculdade "que está atenta, está preocupada, como o seu diretor disse, e quer resolvê-la", frisando que o estudo mostra "a necessidade de reduzir o número de alunos por tutor em Coimbra".

Estudo
A Associação Nacional de Estudantes de Medicina alega que a formação médica está em risco em Portugal devido ao número de...

De acordo com o Estudo sobre as Condições Pedagógicas das Escolas Médicas Portuguesas a que a agência Lusa teve acesso, os doentes que recorrem a hospitais afiliados de sete escolas médicas existentes no território continental (em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga e Covilhã) "podem encontrar, juntamente com o seu médico, em média, cerca de 8 estudantes", número que pode chegar aos 18,5 alunos por cada único tutor médico e ultrapassar os 25 em algumas unidades curriculares.

"Estes rácios elevados são prejudiciais, não só para a aprendizagem dos estudantes, mas mais ainda para os doentes que, numa situação de fragilidade, são confrontados com um número muito elevado de médicos e estudantes à sua volta", sublinha a Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM).

Nas conclusões do estudo lê-se que o ensino em meio clínico "apresenta particular descontentamento por parte dos estudantes" e que um rácio estudante-tutor elevado "encontra-se diretamente relacionado com a insatisfação estudantil para com o ensino em meio clínico".

De acordo com dados do estudo, o melhor rácio médio estudante-tutor, envolvendo estudantes do 3º, 4º e 5º anos, ocorre na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (2,55 estudantes por tutor) e o pior na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), com 18,5 em média.

Na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (Covilhã) o rácio é de 3,13 estudantes por tutor, a Escola de Ciências da Saúde da Universidade de Minho (Braga) apresenta 3,79, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto 4,62, a sua congénere da Universidade de Lisboa 7,39 e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (Porto) regista 9,15 estudantes por tutor médico.

Por unidade curricular, a especialidade de Ortopedia na FMUC tem 34,9 estudantes por tutor e a Cirurgia Geral 25,7, os valores mais elevados registados no total das sete escolas médicas. No extremo oposto, os melhores rácios por unidade curricular registam-se na Universidade Nova de Lisboa, onde em Medicina Geral e Familiar cada tutor acompanha um estudante (rácio de 1, enquanto em Coimbra ultrapassa os 20), seguindo-se Dermatologia, Nefrologia e Reumatologia com um rácio de 1,5.

Em comunicado, a ANEM sustenta ainda que as escolas com maior número de ingressos e mais anos de funcionamento "apresentam menor satisfação estudantil" do que as escolas com menor número de novos estudantes e mais recentes, situação que enquadra no facto de Portugal ser o quarto dos 34 países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] com maior número de médicos por habitante (12,2 estudantes diplomados por 100.000 habitantes).

A ANEM frisa ainda que esta é uma tendência "crescente" - já que, nota, ao longo dos últimos 20 anos, o número de diplomados em Medicina aumentou quase 400% - cenário que "resultará inevitavelmente na criação de médicos indiferenciados, sem uma especialidade médica e incapazes de prosseguir a sua formação e dessa forma prestar cuidados de saúde de qualidade".

A esse propósito, adianta que há necessidade de "readequar" o número de estudantes de medicina em Portugal, reavaliar as limitações financeiras das escolas médicas e a sua influência nas condições pedagógicas e identificar e resolver restrições particulares em cada uma das instituições de ensino.

O estudo, divulgado no último dia do Congresso Nacional de Estudantes de Medicina, envolveu quase 4.000 questionários a estudantes e outros dados fornecidos pelos órgãos diretivos das escolas médicas, em anos letivos entre 2011 e 2014.

Estudo
Uma equipa de vinte investigadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra está a...

Depois de ter testado um programa em pessoas idosas com diagnóstico de doença de Alzheimer (fase inicial), a equipa de investigadores, coordenada por Mário R. Simões e Jorge Almeida, pretende agora aplicar um programa idêntico em idosos saudáveis.

O projeto Memória + tem “o objetivo de verificar a sua eficácia na prevenção do declínio da memória, típico do envelhecimento normal”, afirma a Universidade de Coimbra (UC), numa nota divulgada.

Em projetos anteriores, os investigadores do Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) daquela faculdade “desenvolveram de raiz um programa de treino cognitivo e aplicaram-no em pessoas idosas com diagnóstico de doença de Alzheimer” ainda numa fase inicial.

Então, o programa, constituído por “exercícios de treino das capacidades mnésicas baseados em técnicas já testadas quanto à sua eficácia (aprendizagem sem erros, recuperação espaçada, eliminação de pistas, etc.)”, evidenciou ser “bastante eficaz”, refere a UC.

O programa de estimulação de memória desenvolvido no âmbito da pesquisa consiste “num conjunto de tarefas com diferentes níveis de dificuldade, entre as quais associação de faces e nomes, aprendizagem e evocação de listas de palavras” ou “visualização de cenários visuais complexos”, como listas de compras ou paisagens, exemplificam Ana Rita Martins e Lénia Amaral, investigadoras envolvidas no projeto.

O plano, que inclui ainda “a estimulação neuronal (estimulação direta do cérebro)”, fornece estratégias que “possam melhorar a capacidade mnésica dos idosos, ou seja, apresenta uma abordagem eficaz para prevenir o declínio da memória, uma das principais capacidades cognitivas que diminui com o envelhecimento”, adiantam as investigadoras do CINEICC.

“O objetivo é treinar a capacidade de memória de forma a melhorar o desempenho diário dos participantes e prevenir o declínio, promovendo um envelhecimento saudável”, sintetizam.

Para desenvolverem o projeto, que é financiado pelas fundações Bial e para a Ciência e Tecnologia (FCT), os investigadores solicitam a colaboração de “pessoas com 60 ou mais anos, independentes, para participarem no programa composto por 15 sessões presenciais”, que vão decorrer na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC, junto da qual, através da internet ou por telefone, os voluntários se podem inscrever.

Em Espanha
A Universidade de Alicante e o centro tecnológico IK-4-Tekniker de Eibar desenvolveram lasers baseados num material plástico,...
Esta descoberta de interesse médico, realizada em colaboração com um centro tecnológico do País Basco, foi publicada há umas semanas na revista internacional “Sensors and Actuators B: Chemical”, uma das primeiras publicações científicas na área da química analítica, e é fruto de um projeto de investigação financiado pelo Governo.

 

Os médicos levam tempo “tentando descobrir a maneira de se poder detetar” esta proteína, ligada à presença de “diversos tipos de cancro” e chamada ErbB2, existente em concentrações muito pequenas no sangue, disse à EFE a responsável do projeto na Universidade de Alicante (UA), a catedrática de Física Maria A. Díaz García.

“Quando uma pessoa já tem um tumor cancerígeno, a concentração da referida proteína é maior do que 14 nanogramas por milímetro (ng/ml)”, pelo que “ o correto é tentar medir concentrações de ErbB2 abaixo do limite dos 15 ng/ml”, para assim detetar a doença em estádios iniciais e travar o seu desenvolvimento com um tratamento atempado, explicou.

Precisamente, a importância do novo dispositivo, em cujo desenvolvimento participou também o centro tecnológico IK-4-Tekniker, de Eibar (Guipúzcoa), radica na sua sensibilidade para medir a ErbB2 no sangue em concentrações muito pequenas (14 ng/ml).

A sensibilidade que estes lasers têm capacita-os para detetar o cancro em estadios muito precoces, ou seja, antes de aparecerem os tumores, segundo a investigadora, que lidera o Grupo de Eletrónica e Fotónica Orgânica da UA, pertencente ao Departamento de Física Aplicada e ao Instituto Universitário de Materiais.

“Existem algumas técnicas que permitem ter uma maior sensibilidade do que a dos nossos lasers e detetar essa proteína, mas são mais complexas e, em todo o caso, este trabalho foi apenas uma primeira demonstração que, sem dúvida, se pode ser melhorado”, disse Maria Díaz García.

Em comparação com outros dispositivos já existentes para a mesma função, a técnica desenvolvida pela UA e pelo centro tecnológico basco é sensível e pode ser reutilizável por ser feito com material de plástico, destacou.

Estudo
Bebés a comerem fruta e legumes sólidos pela sua mão em vez das tradicionais sopas e papas é uma prática com cada vez mais...

A prática chama-se ‘Baby Led Weaning’ (BLW) e consiste em oferecer ao bebé, quando inicia a alimentação complementar, a partir dos seis meses, os alimentos que os pais estão a comer e deixá-lo comer o que quer, na quantidade que quer.

“O bebé deve acompanhar os pais em todas as refeições e, no tabuleiro, vamos dispor comida adequada para ele. Adequada no tamanho porque, com seis messes, não consegue fazer pinça fina, agarra com a mão inteira”, por isso, o ideal é oferecer-se a chamada “’finger food’ – com feitio de dedo”, disse a pediatra Graça Gonçalves.

Além disso, a comida não pode ser demasiado dura “porque o bebé não conseguiria roer e poderia engasgar-se”, nem demasiado mole porque irá esmagá-la.

Nos primeiros tempos, o ideal é oferecer-se legumes cozidos e fruta, alargando depois a oferta a outros alimentos, disse.

Habituados à tradição das sopas e papas, muitos pais temem “aventurar-se” no BLW por causa do engasgamento. Graça Gonçalves admitiu que pode ocorrer, mas assegurou que os bebés têm mecanismos de defesa.

Quanto às quantidades, o BLW “baseia-se naquilo que a criança já faz quando mama em livre demanda: o bebé vai comer a quantidade que quer e vai escolher, dentro da oferta, aquilo que quer comer”, disse Graça Gonçalves.

Questionada sobre as vantagens deste método, a pediatra disse que “não há batalhas à mesa, o bebé ganha confiança na comida e consegue adquirir a capacidade da mastigação, que é uma coisa que tem uma janela muito estreita para se conseguir fazer”. É também estimulada a motricidade fina e um bom desenvolvimento da arcada dentária e de todas as estruturas à volta da boca.

“Quando o bebé começa a olhar para aquilo que os pais comem, a abrir a boca quando eles levam comida à boca e a querer agarrar, essa criança começa a dar sinais de que está interessada em começar a comer”, afirmou.

Pela sua experiência, Graça Fonseca considera que há um “interesse crescente e cada vez mais pessoas a querer fazer o BLW” e deixa a receita para quem o quer praticar: “tem de haver uma certa dose de descontração”.

A praticar o BLW pela terceira vez, a recém mãe Claudine Wolf Stock defendeu a prática, afirmando que assim os bebés “estão expostos a uma alimentação sem pressões e sem stress”.

A pequena Leonor tem 13 meses, mas só mostrou interesse pela comida aos nove. Numa refeição feita na presença da Lusa, a menina mostrou que “não é esquisita” e comeu romã, pera, sementes de girassol, tangerina, tâmaras, frutos secos, ‘corn flakes’ e bolachas de arroz.

A bebé segue a alimentação vegan dos pais, que tentam, por isso, oferecer-lhe uma grande diversidade alimentar.

A estrear-se nestas andanças, a também mãe Ana Stilwell considera que adotar o BLW “é uma aprendizagem” para os pais e para os bebés.

“A Marta começou a dar sinais de interesse. Fui experimentando e dando e percebendo que ela sabe que quando se engasga consegue resolver. Sabe escolher e escolhe alimentos que consegue agarrar”, contou.

Em Portugal, o BLW é divulgado sobretudo através de livros, do “boca a boca” e de vídeos na Internet. Não há associações nem movimentos dedicados ao tema, apenas um grupo no Facebook que foi criado há uns dois anos e que conta atualmente com 2.963 membros.

A administradora desta conta da rede social, Filipa dos Santos, disse que o “interesse pelo BLW tem vindo a aumentar e "só não se pratica mais porque, normalmente, nos regimes alimentares infantis que os profissionais de saúde distribuem, referem-se a sopa ou o puré”.

Distúrbios do sono
Uma boa noite de sono é essencial para acordarmos cheios de energia e com boa disposição.
Mulher a dormir com a cabeça na almofada

Durante a gravidez é importante que se descanse tanto quanto possível, mas é também durante este período, tão feliz e importante para a mulher, que surgem diversos distúrbios no sono.

Insónias, azia, dores nas costas e acordar frequentemente para ir à casa de banho são os principais entraves para uma noite bem dormida.

À medida que a gravidez avança estes fatores podem incomodar cada vez mais.

O aumento do volume da barriga, o desconforto físico, a ansiedade provocada pela antecipação do parto, o cansaço acumulado podem também fazer com que tenha dificuldade em adormecer e dormir de forma repousante.

Saiba que, o elevado nível de progesterona produzida na gestação, que torna a digestão mais lenta, é o responsável pelo refluxo dos ácidos produzidos no estômago, a que vulgarmente chamamos de azia.

Para melhorar estes sintomas experimente dormir com a cabeça elevada com a ajuda de uma almofada.

Nos últimos meses da gestação, pode também dar por si a ressonar em resultado do estreitamento das vias respiratórias provocado pela grande produção de progesterona que leva ao inchaço dos tecidos moles das vias nasais. Neste caso, tente dormir de lado.

À medida que a gravidez avança podem ainda ocorrer cãibras progressivamente mais dolorosas e intensas especialmente quando está a dormir.

Para prevenir as cãibras é importante que massaje suavemente as pernas após o banho, com movimentos amplos e circulares na direção dos pés para as ancas e tente levantar as pernas alguns minutos, durante o dia, sempre que tiver oportunidade para o fazer e evite cruzar as pernas quando está sentada. Procure também arranjar uma posição confortável para dormir apoiando as pernas em almofadas. Vai ver isso a vai ajudar, e muito!

As dores de costas tão típicas durante a gravidez podem ser aliviadas se dormir de lado, num colchão firme, com uma almofada debaixo da barriga e outra entre as pernas para manter a parte inferior das costas bem apoiada.

Evite ainda fazer refeições pesadas ao jantar. Prefira refeições leves e uma ceia se tiver fome antes de se deitar. E se necessário beba um leite morno ou infusões à base de ervas calmantes (passiflora ou tília) para a ajudar a adormecer.

Pratique exercício físico, mantenha-se ativa e reserve algum tempo para meditar ou relaxar antes de dormir. Vai ver que resulta!

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
DGS
O diretor-geral de Saúde afirmou que o número de casos notificados de ‘legionella’ aumentou este ano em Portugal cerca de 50%,...

Há um ano, um surto de 'legionella' no concelho de Vila Franca de Xira, com maior incidência nas freguesias de Vialonga e da Póvoa de Santa Iria/Forte da Casa, causou 14 mortos e registou mais de quatro centenas de casos.

“O risco de doença dos legionários existe sempre. Todos os anos temos cerca de 100 casos, todos eles quase sempre esporádicos. É natural que os serviços de urgência quando recebem casos graves de pneumonia façam testes para ver se há ou não doença dos legionários. Durante este ano houve aumento de notificação, mas todos são casos esporádico, não sob a forma de surto”, afirmou o diretor-geral da Saúde aos jornalistas, à margem de uma conferência em Lisboa.

Francisco George sublinhou “a rapidez de resposta dos serviços de saúde” no caso de Vila Franca de Xira, que foi o segundo maior surto mundial de “legionella”.

“Vivemos uma situação grave, a segunda maior epidemia de sempre na história mundial de doença dos legionários, com 403 casos confirmados e 14 óbitos. Foi uma situação de grande gravidade que impos a reorganização do parque hospitalar em Lisboa, que teve um empenho magnífico”, afirmou.

Sobre uma eventual demora da justiça no caso do surto de Vila Franca, a que aludiu o antigo Presidente da República Jorge Sampaio numa conferência nas comemorações Dia do Instituto Nacional de Saúde, o diretor-geral da Saúde recusou pronunciar-se, adiantando apenas estar “solidário com a população das freguesias atingidas”.

Um ano depois de um surto de 'legionella' ter afetado o concelho de Vila Franca de Xira, as vítimas, que viram a sua vida mudar totalmente, continuam a aguardar que a justiça descubra os responsáveis.

Passado um ano ainda decorre um inquérito no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) da Comarca de Lisboa Norte-Vila Franca de Xira.

Numa resposta, fonte do Ministério Público (MP) adiantou que "os trabalhos já se encontram numa fase avançada" e que ali deram entrada 211 queixas de lesados diretos e de familiares das vítimas.

Presença de mercúrio
Pavilhão estava encerrado há um mês por motivos de segurança. Instituição tenta encontrar soluções para relocalizar...

O edifício da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa que está encerrado há um mês por motivos de segurança não voltará a abrir e vai ser, em breve, demolido, escreve o jornal Público. A decisão foi tomada na sequência dos últimos testes feitos no local, que detetaram a presença de mercúrio, não só no piso da cave, como em partículas suspensas no ar. Apesar dos resultados dos testes, a direção da instituição garante que não há registo de problemas de saúde entre alunos, professores ou funcionários.

Há cerca de um mês que o edifício E, um dos mais recentes do conjunto histórico que compõe a faculdade lisboeta, está encerrado. Naquele espaço funcionavam, por exemplo o laboratório de Tecnologia Farmacêutica e aulas de disciplinas como Tecnologia Farmacêutica e Farmácia Galénica. No final de Setembro, a cave do edifício onde se guardavam reagentes químicos inativos, solventes e outros produtos potencialmente tóxicos que são usados nas atividades da faculdade foi alvo de uma operação de limpeza. Nos dias seguintes, vários alunos, professores e investigadores apresentaram queixas de irritações na pele. Face ao perigo destes sintomas estarem associadas a intoxicações com produtos químicos, a direção da faculdade fechou provisoriamente o pavilhão.

O encerramento vai, porém, tornar-se definitivo, em função dos testes feitos entretanto. Logo após a decisão de fechar o edifício E, foram recolhidas amostras no chão da cave que revelaram a presença de mercúrio. Uma unidade militar especializada foi posteriormente chamada ao local para fazer uma raspagem integral do piso e foi feita uma descontaminação. Os dois procedimentos não foram, no entanto, suficiente. Novos testes feitos na última semana na Faculdade de Farmácia detetaram também a presença de partículas de mercúrio no ar.

Face à persistência da situação, a direção da faculdade decidiu que aquela infra-estrutura não voltara a abrir. “Era a decisão certa a tomar”, explica a diretora, Matilde Fonseca e Castro. A faculdade também já comunicou à reitoria da Universidade de Lisboa a intenção de proceder à demolição do edifício em causa. “O seu estado já era tão degradado, que acabou por tornar-se inevitável”, acrescenta a mesma responsável.

Apesar dos sintomas apresentados por alguns alunos, professores e funcionários, a faculdade garante que não há registos de problemas de saúde graves motivados por este caso. Todos os utilizadores do edifício E foram avaliados por um médico de medicina do trabalho nas últimas semanas e não apresentam sintomas de intoxicação. O caso mais grave era o de uma aluna que apresentou tonturas e vómitos, que podem estar associadas a um quadro de neuro toxicidade, mas que depois de um período de tratamento mostrou melhorias e já não inspira cuidados.

Desde que o edifício E foi encerrado provisoriamente que as aulas foram transferidas para outros edifícios da faculdade de farmácia e têm estado, desde então, a decorrer “normalmente”, assegura a presidente da faculdade. A prioridade agora e retirar do edifício em causa dos equipamentos laboratoriais que ainda ali permanecem e um local para que possam ser retomadas as atividades de investigação que têm estado suspensas.

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