Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior
O curso de mestrado integrado em Medicina da Universidade da Beira Interior renovou a acreditação para os próximos seis anos,...

Numa nota publicada na página oficial da internet, a instituição de ensino superior sediada na Covilhã, distrito de Castelo Branco, adianta que a análise realizada pela Comissão de Avaliação Externa (CAE) mereceu nota positiva e que abrangeu todos os aspetos relacionados com a qualidade da formação dos médicos na Universidade da Beira Interior (UBI), tais como o plano de estudos, a organização interna da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), os recursos humanos e físicos, a investigação e as parcerias externas, entre outros.

Citado pela UBI, o parecer da comissão de avaliação, que serviu de base à decisão da A3ES, refere que estão a ser formados na FCS "médicos capazes de responder às necessidades do sistema nacional de saúde".

"A metodologia de ensino inovador, que tem sido elogiada desde a criação do curso, foi considerada bem adaptada aos objetivos do mestrado integrado, tal como a avaliação dos alunos que em elevado número obtêm o grau de mestre em Medicina no tempo previsto para a duração do ciclo de estudos (seis anos)", acrescenta a informação.

A organização interna da escola, as instalações físicas adequadas (laboratórios de ensino, salas de aula, espaços de estudo e biblioteca) e o corpo docente próprio e qualificado foram outros pontos fortes identificados.

"Outro aspeto destacado refere-se aos estágios disponíveis para os alunos. É elogiado o esforço de estabelecer uma rede de instituições na região com o objetivo de um ensino/treino de competências clínicas de qualidade", acrescenta.

A UBI explica ainda que a CAE também considerou que "a instituição desenvolve investigação científica nas áreas básica e translacional de elevada qualidade, com aplicabilidade prática e dirigida à criação de valor, em parceria com instituições/grupos de investigação nacionais e internacionais.

É ainda feita referência ao Centro de Investigação em Ciências da Saúde, avaliado com "muito bom", pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Pulmonale
A Associação Portuguesa de Luta contra o Cancro do Pulmão promoveu desde 2012 ações de sensibilização em 86 escolas básicas e...

Esse "esforço de sensibilização abrangeu ainda três faculdades e mais 135 alunos" disse António Araújo, o presidente da direção da Associação Portuguesa de Luta contra o Cancro do Pulmão (Pulmonale), uma associação sediada no Porto.

"Trata-se de um projeto em dois formatos, que abrange sessões de esclarecimento sobre a problemática do cancro do pulmão e de sensibilização, num âmbito mais alargado no tempo, e que esperamos possa chegar aos familiares dos alunos e professores", explicou.

Limitada pela "falta de verbas", a Pulmonale tem circunscrito a sua intervenção a escolas de Lisboa e do Porto, mas, segundo Isabel Magalhães, vogal da direção, "recebeu um pedido de informação de uma escola do Algarve".

Ciente de que consumo de tabaco se inicia geralmente na adolescência, a Pulmonale "mantém-se empenhada em tentar mudar mentalidades” nesse escalão etário, explicando que “também podem afirmar-se sem ser através do cigarro", acrescentou.

Instituição Particular de Solidariedade Social, a associação tem também em curso desde 2013 um projeto no setor empresarial, a "Empresa Azul-sem tabaco" que já visitou "oito organizações e 2.606 trabalhadores", disse Isabel Magalhães.

"Estivemos em seis empresas, num agrupamento de centros de saúde e numa Junta de Freguesia", precisou a dirigente da Pulmonale.

Esse programa resultou "na comparência de 1.261 trabalhadores nas ações de sensibilização/formação, tendo 122 iniciado as consultas de cessação tabágica".

Os projetos da Pulmonale no contexto laboral têm uma duração entre nove e 12 meses, conforme a dimensão da instituição e, no final, é emitido o certificado de "Empresa Azul Sem Tabaco".

Em 2012, aquela associação já tinha visitado "quatro empresas e feitas as primeiras ações de sensibilização/formação para 97 trabalhadores", acrescentou Isabel Magalhães, frisando que o atual projeto "está aberto a outro tipo de organizações ou grupos de pessoas".

"O tabagismo tem custos enormes para a saúde e para o Serviço Nacional de Saúde", lembrou presidente da Pulmonale, para quem "a redução do seu consumo e o investimento na prevenção reduziria também os custos na saúde".

"Deveria haver fundos do Estado dedicados a estas ações preventivas e nós já temos experiência no terreno e trabalho apresentado, seria um contributo importante", argumentou António Araújo.

A Pulmonale apoia também a formação e a investigação científica, sendo parceira de congressos internacionais, como o que vai ocorrer em Madrid, na Espanha, em maio, denominado "II Forum La Oncologia Medica en Tres Dias", enquanto em abril, António Araújo fará uma palestra nos "Encontros da Primavera de Oncologia", em Évora.

"A associação também já patrocinou bolsas de estudo e estágio académicos na Pulmonale a alunos de universidades portuguesas", frisou o presidente.

Ministério da Saúde
A pediatra Maria do Céu Machado vai ser a nova presidente da Autoridade do Medicamento, substituindo Henrique Luz Rodrigues,...

Fonte do Ministério da Saúde confirmou que Maria do Céu Machado foi convidada para o cargo e que aceitou o convite.

Maria do Céu Machado vai substituir Henrique Luz Rodrigues, que atingiu os 70 anos e sairá da liderança da Autoridade do Medicamento (Infarmed).

O nome proposto pelo Ministério da Saúde terá ainda de ser avaliado pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (Cresap).

Maria do Céu Machado é médica pediatra e dirige o departamento de Pediatria do Hospital de Santa Maria. Foi também Alta Comissária para a Saúde.

Dia Nacional do Doente com AVC
Três pessoas por hora são vítimas de Acidente Vascular Cerebral em Portugal, doença que continua a ser a principal causa de...

Segundo a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), tem-se verificado uma diminuição de incidência (novos casos) de Acidente Vascular Cerebral (AVC), mas a prevalência (total de casos) tem aumentado, sobretudo porque na última década têm amentado os sobreviventes.

A propósito do Dia Nacional do Doente com AVC, que hoje se assinala, a SPAVC lembra que dos três portugueses que a cada hora sofrem um AVC, um dos quais não sobrevive e, pelo menos, outro ficará com sequelas incapacitantes.

Há na comunidade médica um reconhecimento crescente da importância do género no prognóstico do AVC, com a mulher a ter maior risco ao longo da vida, sobretudo porque mais mulheres têm doença vascular cerebral devido à sua maior longevidade.

“A mulher é geralmente mais idosa, funcionalmente mais dependente e tem AVC mais graves”, referiu, em declarações, Teresa Cardoso, coordenadora do Núcleo de Estudos de Doença Vascular Cerebral da Sociedade de Medicina Interna.

Isto está ligado, sobretudo, ao facto de a mulher ter mais arritmias, sobretudo um tipo específico (fribrilhação auricular), ter também mais hipertensão após a menopausa e ter risco superior de AVC por diabetes.

A médica lembra que a mulher tem também pior prognóstico em termos funcionais relativamente ao homem e tem também menor qualidade de vida após um AVC.

Contudo, há prognósticos semelhantes em ambos os sexos sobretudo quando é usado o tratamento adequado, com o tratamento trombolítico e cuidados em unidades de AVC a garantirem um bom prognóstico, mesmo independentemente dos fatores de risco específico.

Aliás, Teresa Cardoso sublinha que o prognóstico após AVC é inevitavelmente influenciado pela qualidade de tratamento e pelas condições sociais.

Perante sintomas de AVC (boca ao lado, dificuldade em falar ou perda de força de um lado do corpo) os especialistas frisam que deve ser contactado o 112 e aconselham as pessoas a nunca se deslocarem para o hospital pelos seus próprios meios, pois a escolha da unidade com cuidados adequados é fundamental.

Região Centro
O número de casos de hepatite A registados na região Centro, entre janeiro e março, é superior ao total verificado em cada um...

Entre 01 de janeiro de 2015 e ontem, "observaram-se 18 casos esporádicos de hepatite A", assim distribuídos: seis em 2015, cinco em 2016 e sete em 2017, em apenas três meses, refere em comunicado o Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde (ARS)  do Centro.

"Assim, no primeiro trimestre de 2017, o número de casos observados é já superior ao total verificado em cada um daqueles anos", sublinha.

Relativamente aos sete casos deste ano, "a idade média é de 30 anos, compreendida entre os 25 e os 40 anos", segundo a ARS, presidida pelo médico de saúde pública José Tereso, indicando que os doentes em causa são seis homens e uma mulher, e que "todos estiveram internados".

Em 2015 e 2016, as pessoas infetadas com hepatite A "tinham uma idade média de 38 anos, compreendida entre os 20 e os 85 anos e eram maioritariamente do sexo masculino".

"Tendo em conta que o principal modo de transmissão da hepatite A é por via fecal-oral, através de fonte comum por ingestão de alimentos ou água contaminada ou por contacto pessoa a pessoa, a higiene pessoal, familiar e doméstica, em especial a lavagem de mãos e das zonas genitais, são altamente eficazes no controlo da transmissão desta doença", alerta a Administração Regional de Saúde, com sede em Coimbra.

A transmissão da hepatite A associada a práticas sexuais "também se tem observado, nomeadamente entre homens que fazem sexo com homens" que adotam certos comportamentos de risco.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), de 01 de janeiro a 29 de março de 2017, foram notificados em Portugal 115 casos de hepatite A, dos quais 107 confirmados laboratorialmente, e 58 doentes foram hospitalizados.

Governo
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que os sistemas de teleconsulta são uma tendência "irreversível...

Intervindo, por videoconferência, num seminário intitulado "TeleSaúde no AVC - Do evento ao domicílio", promovido pelo hospital Rovisco Pais - Centro de Medicina e Reabilitação da Região Centro, Adalberto Campos Fernandes disse ainda que tem havido "experiências muito interessantes" em Portugal com sistemas do género, nas áreas da medicina de reabilitação, saúde mental, dermatologia e cirurgia vascular.

"Uma das formas de tornar o Serviço Nacional de Saúde(SNS) mais próximo e amigo dos cidadãos é simplificar a vida aos doentes na relação com os profissionais", disse o ministro da Saúde.

O governante considerou o serviço de teleconsulta do Rovisco Pais - que funciona em articulação com o programa Tele Via Verde AVC, coordenado pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), - como um "exemplo de boas práticas", convidando os responsáveis do Centro de Medicina de Reabilitação a estarem presentes, na próxima semana, em Lisboa, na Meo Arena, naquilo que definiu como "o maior evento de transformação digital do SNS desde sempre".

A intervenção de Adalberto Campos Fernandes foi precedida de uma ligação vídeo ao serviço de medicina de reabilitação do CHUC. Na ocasião, Maria Joaquim Tão, médica especialista daquela unidade hospitalar, frisou que antes da existência do programa Tele Via Verde AVC o contacto com profissionais de outros hospitais "era esporádico, agora é semanal".

"Provavelmente, deveria estender-se a outros serviços e precisávamos que funcionasse melhor", frisou a médica, assinalando algumas falhas técnicas de que o sistema ainda padece.

Já João Constantino, da Reabilitação Geral de Adultos do Rovisco Pais, frisou que o sistema é uma "porta grande de comunicação" entre aquela unidade hospitalar e o CHUC, argumentando que o programa "tem estado a funcionar bem nos últimos meses, quase em pleno".

Segundo a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), o programa Tele Via Verde AVC, que garante uma resposta tecnicamente equitativa aos doentes que sofrem um acidente vascular cerebral inclui, além do CHUC e do Rovisco Pais, o hospital distrital da Figueira da Foz, Centro Hospitalar de Leiria, Centro Hospitalar Baixo Vouga, Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Unidade Local de Saúde da Guarda, Centro Hospitalar da Cova da Beira e Unidade Local de Saúde de Castelo Branco.

O CHUC é o ponto central, onde, diariamente, durante as 24 horas, uma equipa de especialistas acompanha em tempo real, através de telemedicina, os doentes com AVC que dão entrada naquelas unidades e prescrevem a melhor terapêutica, consoante a situação clínica.

A rede permite que apenas os doentes mais graves sejam transferidos para Coimbra, já depois de estabilizados e com terapêutica iniciada.

"O sistema funciona e não aumenta a carga de trabalho, permitindo fazer mais com os mesmos recursos. Melhora sobretudo a comunicação entre os profissionais, prevenindo a perda de informação e conhecimento, sempre com o doente no foco", disse Anabela Pereira, diretora do serviço de Reabilitação Geral de Adultos do Rovisco Pais.

De acordo com dados hoje divulgados, o programa Tele Via Verde AVC (que começou a funcionar em 2015) realizou até à data 630 teleconsultas, resultando que 60% dos doentes não foram transferidos para o CHUC, em Coimbra.

No Rovisco Pais, onde o programa se iniciou em maio do ano passado, foram realizadas até agora 43 teleconsultas de avaliação de internamento e internados naquele centro de reabilitação 32 doentes, 72% dos quais do sexo masculino, 20 dos quais já tiveram alta para o domicílio, numa área que abrange toda a região Centro.

Estudo
O veneno de um género de pequenos peixes habitantes de recifes de coral oferece possibilidades no desenvolvimento de novos...

Os blénios 'dentes-de-sabre' do género 'Meiacanthus', que não ultrapassam os 10 centímetros de comprimento, alimentam-se essencialmente de plâncton e algas, mas enfrentam agressivamente predadores muito maiores, utilizando dois dentes caninos no maxilar inferior que têm na base glândulas que segregam veneno, que os investigadores descobriram ter uma composição química complexa integrando componentes semelhantes à heroína.

"Estes peixes injetam os outros com péptidos (agregados de moléculas de aminoácidos) opióides que atuam como a heroína ou a morfina, inibindo a dor em vez de a causarem. É um veneno quimicamente notável", afirmou o principal autor do estudo, Brian Fry, da universidade australiana de Queensland.

"O veneno torna os peixes mordidos mais lentos e entorpecidos ao atuar nos centros nervosos suscetíveis às substâncias opióides", refere Brian Fry no artigo que dá conta do estudo, publicado na revista Current Biology, e que envolveu também investigadores da universidade holandesa de Leiden, das universidades britânicas de Liverpool, Bangor e Anglia Ruskin e da universidade internacional Monash.

Os investigadores testaram as propriedades do veneno dos pequenos peixes em ratos de laboratório.

Os medicamentos à base de opióides sintéticos são poderosos no combate à dor intensa, provocada por cancros por exemplo, mas provocam altos níveis de dependência.

Estudos publicados em revistas científicas têm dado conta também do potencial do veneno de um molusco marinho da família dos cones como alternativa a medicamentos opióides no controlo da dor.

Brian Fry defende que o estudo sobre o veneno dos blénios "é um excelente exemplo das razões por que a natureza deve ser protegida", para que não desapareçam espécies aparentemente insignificantes mas que poderão dar origem a novos medicamentos.

A família dos blénios (‘Blenniidae’) inclui mais de 400 espécies, distribuídas por 58 géneros, presentes em águas quentes e temperadas nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico.

Em Portugal existem várias espécies de blénios - de um género distinto dos blénios dentes-de-sabre -, que são frequentemente considerados cabozes, apesar de serem de uma família diferente, e também conhecidos pelo nome comum 'Marachomba'.

OMS
Mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão, a principal causa de problemas de saúde e de incapacidade laboral no mundo,...

De acordo com um comunicado da Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão aumentou mais de 18 por cento entre a população mundial em dez anos, entre 2005 e 2015.

As novas estimativas foram divulgadas a uma semana do Dia Mundial da Saúde, que se comemora a 07 de abril.

A OMS, que lançou em outubro uma campanha de sensibilização sobre a depressão, lembra que a falta de apoio para pessoas com perturbações mentais e o medo do estigma social evitam que muitos doentes acedam aos tratamentos necessários para levarem uma vida saudável e produtiva.

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, assinala, citada no comunicado, que "estes novos números são um sinal de alerta para todos os países repensarem as suas abordagens para a saúde mental".

A Organização Mundial de Saúde salienta o pouco investimento dos governos na saúde mental, realçando que quase 50 por cento das pessoas com depressão não são tratadas, mesmo nos países mais ricos, e que, em média, 03 por cento dos orçamentos da saúde se destinam a programas de saúde mental.

Por cada dólar (0,93 cêntimos) investido no tratamento da depressão e da ansiedade existe um retorno de quatro dólares (3,72 euros) em melhor saúde e capacidade de trabalho, sustenta a OMS.

A depressão aumenta o risco de doenças cardíacas, da diabetes e do suicídio, sendo uma doença mental caracterizada por tristeza persistente e falta de interesse em atividades diárias.

Normalmente, as pessoas com depressão têm ausência de energia, alterações no apetite, ansiedade, diminuição da concentração, inquietação, sentimentos de culpa ou desespero e pensamentos suicidas.

Principal causa de morte em Portugal
O Acidente Vascular Cerebral é responsável por 6 milhões de mortes em todo o mundo.

Em 2014 ocorreram em Portugal 105.219 óbitos, mantendo-se o AVC como principal causa de morte, responsável por 11% do total.

As novas abordagens do AVC na fase aguda, tecnicamente inovadoras, mediaticamente aliciantes, inegavelmente válidas e importantes, não são no entanto responsáveis pela progressiva diminuição da incidência do AVC e da sua inerente mortalidade (redução 46% numa década no nosso país) e morbilidade. Estas são consequentes sim a medidas de prevenção de âmbito populacional.

Temos de fazer mais e melhor…

Por promoção de saúde ou prevenção primordial entende-se estratégias visando a população em geral que previnam o desenvolvimento de factores de risco para AVC e outras doenças vasculares. Por prevenção primária entende-se estratégias direccionadas para indivíduos já com um ou mais factores de risco significativos e bem documentados para AVC e outras doenças vasculares.

Sabemos o que deve se feito, temos de conseguir transmiti-lo de forma eficiente, resultando na modificação de comportamentos numa larga escala populacional.

Devemos fazê-lo nos dois planos:

Ao nível da prevenção primordial, mediante a educação para a saúde com modificação de comportamentos, visando um estilo de vida saudável:

1.      mantendo actividade física

2.      equilibrando o consumo calórico com a actividade física

3.      parando a epidemia do sal e do açúcar

4.      valorizando uma dieta saudável (como a dieta mediterrânea) usando produtos frescos, de época e produzidos localmente, com:

•         consumo predominante de azeite como gordura alimentar

•         redução do consumo de sódio (sal), gordura saturada, ác gordos trans e colesterol

•         usando grande diversidade de vegetais e frutos frescos, leguminosas, nozes (nuts) e cereais integrais

•         consumo moderado de peixe, marisco e carne de aves

•         consumo moderado de vinho tinto à refeição

•         baixo consumo de carne vermelha e alimentos processados

•         baixo consumo leite e doces, incluindo refrigerantes e outros alimentos com adição de açúcar (nomeadamente o perigo dos “cereais” infantis…)

O grande segredo: diversidade, frugalidade e escolha de um estilo de vida saudável

Será sempre fundamental uma intervenção específica na cessação tabágica e no controlo da obesidade.

Sendo que 74% do risco de AVC é atribuível a alterações comportamentais, inverter estes números está na nossa mão.

A doença ateromatosa é uma doença sistémica e responsável por cerca de 90% dos AVC isquémico ou hemorrágicos ocorridos em todo o mundo.

A relação entre os principais factores de risco (comportamentais, ambientais ou metabólicos), a doença ateromatosa e o AVC é

•      biologicamente plausível

•      contínua e progressiva em termos de gravidade e duração

•      consistente entre os estudos e em todas as populações estudadas

•      independente de outros factores de risco estudados

Os factores de risco demonstram, relativamente ao AVC:

•      uma associação forte (preditiva de AVC)

•      etiologicamente significativa (causal)

Assim, em termos de prevenção primária, importa detectar e tratar, em termos populacionais e de modo custo efectivo, os principais factores de risco para AVC e outras doenças vasculares (hipertensão arterial, tabagismo, diabetes mellitus, dislipidémia, fibrilhação auricular…).

É mediante educação populacional para a saúde (estilo de vida saudável), divulgação, prevenção, reconhecimento, detecção e intervenção terapêutica precoce nos principais factores de risco vascular, que podemos, a longo prazo, reduzir a incidência e prevalência do AVC, que se mantém como principal causa de morte e morbilidade em Portugal.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Previna-se
Estima-se que cerca de 30% das mortes associadas a cancro podem ser prevenidas, alterando alguns com

A incidência das doenças oncológicas na população mundial tem aumentado nos últimos anos. A Organização Mundial de Saúde (OMS)  prevê que o número de novos cancros suba de 14 milhões por ano em 2012 para 22 milhões nas próximas duas décadas.

Alguns tumores parecem estar associados a fatores de risco modificáveis como sejam a alimentação não equilibrada e o estilo de vida pouco saudável.

Cerca de 30% das mortes associadas a cancro podem ser prevenidas, modificando determinados comportamentos e evitando ou diminuindo a exposição a carcinogéneos (substâncias ou compostos associados ao aumento do risco de cancro) conhecidos.

Os seguintes conselhos podem ajudar a minimizar o risco de desenvolvimento de cancro associado a estes fatores de risco:

1. Vacine-se 

O vírus do papiloma humano (HPV) é um vírus que se transmite por contacto sexual. A infecção por HPV está associada ao desenvolvimento de determinados tipos de cancro. A vacina contra o HPV reduz a probabilidade de desenvolver cancro da orofaringe (amígdalas, base da língua e palato),  do colo do útero, do ânus e outros cancros raros, como da vagina, da vulva e do pénis. Sempre que possível , a vacina deve ser administrada antes do início da vida sexual. No entanto, a proteção parece existir mesmo quando administrada posteriormente. Consulte o seu médico para poder saber mais acerca de quando e como se pode vacinar.

Os vírus da Hepatite B e C estão associados ao desenvolvimento de cancro do fígado. A vacinação contra o vírus da Hepatite B é uma estratégia de minimização do risco.

A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), é também um factor de risco para o desenvolvimento de cancro, por exemplo do colo do útero. Infelizmente ainda não existe vacinação disponível.

2. Perca o excesso de peso

A obesidade parece estar associada a cerca de 20% dos cancros. O aumento do índice de massa corporal em 5Kg/m2 está associado a um aumento de risco dos seguintes cancros: cancro da mama, endométrio (útero), cólon, próstata, vesícula biliar, rim, tiroide, ovário, colo do útero e leucemia.  

3. Evite abusar do açúcar e das bebidas açucaradas 

O consumo de açúcar, nomeadamente através das bebidas enlatadas/gaseificadas, com elevado conteúdo de açúcar, está associado a um aumento do risco de desenvolver hipertensão, colesterol e triglicerídeos elevados, resistência à insulina e diabetes.. A resistência à insulina, sobretudo, está associada ao aumento do risco de cancro.

4. Tenha uma alimentação variada 

Adopte uma dieta variada e rica em cereais integrais, leguminosas, frutas e legumes frescos. Este é um dos principais conselhos na prevenção das doenças oncológicas. Embora nem todos os cancros sejam provocados por uma má alimentação, seguir a pirâmide alimentar fazendo uma alimentação equilibrada ajuda a prevenir algumas doenças que podem aumentar o risco de desenvolver cancro. Evite as gorduras hidrogenadas, os fritos, os alimentos processados, o excesso de sal e os doces.

5. Não abuse de carne vermelha/processada

De acordo com um estudo da International Agency for Research on Cancer, o aumento da carne vermelha e carne processada está associado ao aumento do risco de cancro do colo-rectal. Neste estudo, por cada 50 gramas de carne processada ingerida diariamente, o risco de desenvolver cancro colo-rectal aumentava 18%. Por outro lado, o consumo de 100 gramas de carne vermelha por dia, aumentava o risco de desenvolver cancro do colo-rectal em  17%.

6. Não fume

O tabagismo é o mais importante factor de risco modificável associado ao cancro. O tabaco está associada a cerca de 21% de todos os cancros a nível mundial. É o principal factor de risco de cancro do pulmão, aumentando o risco em 10 a 20 vezes. Cerca de metade dos fumadores morre em consequência de doenças associadas ao tabaco, perdendo em média 13 anos de vida devido a este hábito.  O tabaco está associado a um grande número de cancros, nomeadamente, cavidade oral, esófago, pâncreas, fígado, rim, colo do útero, cólon e bexiga.

7. Evite bebidas alcoólicas

O consumo excessivo de álcool está diretamente associado ao desenvolvimento de cancro do fígado. Outros tipos de cancro parecem estar também associados ao consumo do álcool, nomeadamente o cancro da cabeça e pescoço, cancros gastrointestinais (esófago, cólon), cancro do pâncreas e cancro da mama.

8. Consulte o médico com regularidade

Consulte o seu médico assistente quando surgir um sinal ou sintoma de novo, ou seja, que não seja comum para si. A periodicidade dos exames deve ser discutida com o seu médico, uma vez que varia de acordo com as suas queixas, os seus antecedentes pessoais (doenças anteriores) e antecedentes familiares (doenças prévias na família).

9. Pratique exercício físico 

A diminuição da atividade física, parece aumentar o risco de cancro. Um estilo de vida sedentário parece ser responsável por 5% de todas as mortes por cancro. Para os não fumadores, é o mais importante factor de risco modificável. Um estudo japonês demonstrou que a prática de exercício físico está associada à diminuição do risco de cancro do fígado, pâncreas e estômago. Os dados deste estudo mostram que a redução de risco é mais significativa sobretudo no caso do cancro do cólon e da mama.

10. Lave os dentes 

Uma correta higienização da boca é importante. Uma má higiene da cavidade oral parece estar associada a um aumento do risco de desenvolvimento de cancros da cabeça e pescoço.

11. Proteja-se do sol 

A exposição solar prolongada, bem como os dados causados pela radiação ultravioleta (como a que acontece nos solários, por exemplo), aumentam o risco de melanoma, um cancro da pele. Evite a exposição prolongada ao sol, sobretudo nas horas de maior calor, e use protetor solar de acordo com o seu tipo de pele. Caso repare num sinal novo, ou note que um sinal que já tinha mudou de aspecto, por exemplo apresenta assimetria, bordos irregulares, cor diferente da que tinha anteriormente (ou diferente dos outros sinais), dimensão (aumentou de tamanho), hemorragia de novo (sangramento), consulte o seu médico.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Serviço Nacional de Saúde
As receitas médicas sem papel ultrapassam já 95% do total do receituário em Portugal e em alguns dias deste mês foram...

Segundo dados disponíveis no portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS), perto de 100% das instituições do SNS já aderiram à receita sem papel e no setor privado mais de 84% prescrevem receitas eletrónicas.

Na Região Autónoma da Madeira, a prescrição eletrónica desmaterializada de medicamentos já passa os 96% e nos Açores, onde só entrou em vigor a 30 de janeiro, está nos 22%.

“O mês de março tem apresentado valores bastante elevados, atingindo, em alguns dias do mês, mais de um milhão de receitas eletrónicas”, segundo dados do portal do SNS.

Numa receita eletrónica, quando o médico prescreve medicação o doente recebe no telemóvel um código que mostra na farmácia para comprar os medicamentos.

Em termos de poupança de papel, estima-se que num ano de utilização de receita sem papel sejam usadas menos 18 milhões de folhas.

As receitas eletrónicas começaram a ser usadas no ano passado.

Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), responsável pela receita eletrónica, estão a desenvolver um projeto para que os exames de diagnóstico passem a poder ser prescritos também sem recurso a papel e para que os médicos do SNS possam receber os resultados diretamente por via eletrónica.

OS SPMS criaram também uma aplicação para telemóvel onde os utentes podem ter, por exemplo, as guias de tratamento que acompanham as receitas médicas que atualmente já são passadas sem papel.

Boletim polínico
Os pólenes em suspensão no ar vão estar em níveis muito elevados nos próximos dias em todas as regiões de Portugal continental,...

No boletim polínico hoje divulgado, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) prevê que, entre os dias 31 de março e 06 de abril, os pólenes de árvores como o pinheiro, plátano, azinheira ou carvalhos, e das ervas urtiga, azeda e gramíneas, vão estar em níveis muito elevados.

Nos arquipélagos dos Açores e da Madeira os níveis vão estar moderados e baixos, respetivamente.

Os pólenes das ervas e das árvores provocam na primavera reações alérgicas em muitas pessoas, caracterizadas normalmente por espirros, comichões ou falta de ar. Em algumas pessoas podem provocar rinite, conjuntivite ou asma.

Grupo de Ativistas em Tratamentos
A organização não-governamental Grupo de Ativistas em Tratamentos considera que Portugal começou tarde a responder ao surto de...

Segundo o médico do Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) Diogo Medina, o grupo de ativistas, que trabalha na sensibilização para as questões relacionadas com o VIH/SIDA, foi pela primeira vez informado pelos médicos de uma deteção anormalmente elevada de casos de hepatite A em janeiro deste ano.

“O surto epidémico em Portugal é o mais grave, em números, da Europa ocidental, muito superior ao surto em Espanha, Holanda e em outros países”, afirmou.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS) de 01 de janeiro a 29 de março de 2017 foram notificados 115 casos de hepatite A (dos quais, 107 confirmados laboratorialmente) e 58 doentes foram hospitalizados.

Do total, 97% são adultos jovens do sexo masculino, principalmente residentes da área de Lisboa e Vale do Tejo.

Em comparação com Portugal, Espanha tem menos casos (72), o que Diogo Medina atribui a uma resposta mais rápida das autoridades de saúde que, “assim que tiveram conhecimento do surto começaram a vacinar as pessoas” de risco.

Segundo a própria DGS, esta infeção pode ser assintomática, o que o médico do GAT considera que traz um problema adicional, pois “cerca de 30% das pessoas que entraram em contacto com o vírus não vão ter a doença”, mas podem transmiti-la.

A solução passa, segundo Diogo Medina, por vacinar as pessoas em maior risco de adquirir a hepatite A.

Segundo uma orientação da DGS, para a qual o GAT foi ouvido, estão em maior risco homens que fazem sexo com homens com os seguintes comportamentos: sexo anal (com ou sem preservativo), sexo oro-anal, sexo anónimo com múltiplos parceiros, sexo praticado em saunas e clubes e encontros sexuais combinados através de aplicações tecnológicas.

“O médico assistente, através de prescrição médica, pode recomendar a vacinação das pessoas nas circunstâncias referidas”, refere o documento.

São também pessoas em maior risco quem se desloque para áreas endémicas, como Ásia, África, América Central e do Sul sem ter a vacina.

Existem atualmente três estirpes deste vírus a circular na Europa. A estirpe identificada em Portugal teve origem na América do Sul, entrando na Europa por Espanha através de viajantes não vacinados e que contactaram com o vírus naquele continente.

Uma outra começou em Taiwan e chegou à Europa pela Holanda e uma outra estirpe foi detetada na Alemanha, com origem ainda por conhecer.

Em Portugal, os primeiros casos deste surto foram detetados em dezembro, com os primeiros sintomas a terem começado em novembro de 2016.

Diogo Medina disse não compreender como as autoridades de saúde só em março tomaram medidas, como a orientação dirigida aos profissionais de saúde na quarta-feira, uma vez que os médicos começaram a informar o GAT em janeiro.

Para travar o surto, Diogo Medina defende a vacinação de todas as pessoas em maior risco de adquirir a hepatite A, mostrando preocupação com o número de vacinas disponíveis.

Apesar de reconhecer que as vacinas ainda não estão esgotadas, são vários os casos de doentes que regressam ao GAT sem terem conseguido encontrar a vacina prescrita pelo médico nas farmácias a que se dirigiram, disse.

O presidente do GAT, Luís Mendão, recorda que este grupo há anos que defende que a vacina da hepatite A deve ser promovida e distribuída gratuitamente entre pessoas que usam drogas e homens que têm sexo com homens com comportamentos de risco.

Estudo
As medidas para controlo do peso durante a gravidez em mulheres com excesso de peso ou obesidade não influenciam negativamente...

Este dado contraria os pressupostos tidos em conta até à data, segundo os quais "qualquer ganho de peso da mãe" durante esse período poderia ter "um efeito benéfico na densidade óssea das crianças, quer ao nascimento, como mais tarde, na infância", explicou a investigadora do Grupo de Epidemiologia das Doenças Não Transmissíveis do Instituto de Saúde Pública do Porto (ISPUP), Teresa Monjardino.

O resultado referido faz parte do projeto "Maternal weight gain during pregnancy and offspring bone properties: a differential association in overweight women" ("Aumento de peso materno durante a gravidez e as propriedades ósseas descendentes: uma associação diferencial em mulheres com excesso de peso"), desenvolvido pelo grupo do ISPUP.

O objetivo desta investigação, referiu a investigadora, passa verificar o efeito do ganho de peso durante a gravidez na qualidade óssea da criança aos sete anos de idade, com especial enfoque nas mulheres que têm excesso de peso ou obesidade antes de engravidar.

De acordo com Teresa Monjardino, o aumento de peso acima do recomendado pela Direção Geral de Saúde (DGS) durante a gravidez não traz benefícios para os ossos das crianças, quer se tratem de mulheres com peso normal quer mulheres com excesso de peso.

Segundo a investigadora, as recomendações da DGS para uma alimentação saudável e prática de exercício físico durante esse período, indicadas para prevenir doenças metabólicas e cardiovasculares na mãe e na criança, servem também para otimizar a qualidade óssea destas últimas.

Para a obtenção dos dados foram avaliadas 2.200 crianças e as respetivas mães, participantes no "Geração XXI", um projeto iniciado em 2005 que visa acompanhar o crescimento e o desenvolvimento de mais de oito mil crianças nascidas em hospitais públicos da Área Metropolitana do Porto, ao longo da vida.

Por este estudo, Teresa Monjardino foi distinguida no World Congress on Osteoporosis, Osteoarthritis and Musculoskeletal Diseases 2017 (Congresso Mundial sobre Osteoporose, Osteoartrite e Doenças Musculoesqueléticas 2017), com um prémio no valor de 2.500 euros, evento que se realizou em Florença, Itália, entre 23 e 26 de março.

A especialista acredita que esta atribuição permite "aumentar a visibilidade do trabalho" que a equipa está a realizar junto da comunidade científica que se tem dedicado ao estudo da osteoporose e outras doenças musculoesqueléticas.

No estudo participam ainda as investigadoras do ISPUP Teresa Rodrigues, Ana Henriques, Ana Cristina Santos e Raquel Lucas, e Cyrus Cooper, da Universidade de Southampton, no Reino Unido.

Alteração à lei
Ana Sofia Carvalho considera que, antes de ser aprovada qualquer alteração na lei, devem ser melhorados os cuidados de saúde em...

A professora da Universidade Católica do Porto Ana Sofia Carvalho, nomeada recentemente para integrar o Grupo Europeu de Ética em Ciência e Novas Tecnologias, defende que Portugal não está no momento de introduzir mudanças na lei relativa à eutanásia.

Questionada sobre o tema, escreve o jornal Público, no seguimento da sua nomeação para este grupo de trabalho, a também diretora do Instituto de Bioética da Católica afirma que existe um conjunto de questões quanto aos cuidados de saúde que precisam de ser resolvidos antes disso, nomeadamente no sentido de melhorar a relação entre o médico e o paciente.

Embora saliente que este tema não será um dos focos sobre os quais o grupo se irá debruçar, por não fazer "parte da sua missão", a docente refere que as melhorias nos cuidados de saúde devem ser feitas antes "de se pensar, realmente, em permitir que as pessoas peçam para morrer".

Se o fazem, "é por não verem respeitada a sua dignidade em muitas etapas, não só na fase final de vida", acrescentou Ana Sofia Carvalho, que faz ainda parte do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

A docente foi nomeada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para integrar o Grupo Europeu de Ética em Ciência e Novas Tecnologias (EGE), que conta com 15 individualidades dos países membros, segundo uma nota informativa da Universidade Católica.

O EGE, criado em 1991, é responsável pelo apoio às políticas e à legislação europeia em que as dimensões ética, social e de direitos humanos se cruzam com os avanços científicos e tecnológicos.

O objetivo do grupo, que vai trabalhar diretamente com o comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, é ajudar a Comissão Europeia a encontrar "soluções que respeitem e encorajem o progresso científico e tecnológico", preservando "os valores fundamentais na vida e na cultura da Europa, a partir dos direitos humanos", informa ainda o comunicado da Universidade Católica.

Para a professora, a integração neste grupo, que "está na linha da frente do debate ético a nível europeu" e que tem uma presença "muito significativa", quer na Comissão quer nos países membros, é "um desafio interessante".

Quanto aos temas que serão debatidos pelo grupo, Ana Sofia Carvalho acredita que a questão da integridade científica será um dos primeiros.

Segundo a docente, foi lançado, recentemente, um código de conduta ética para a ciência, por parte da Comissão Europeia, que aborda temas como a fabricação e a falsificação de resultados, bem como plágio, e que tem um conjunto de princípios que devem ser debatidos e, posteriormente, adotados pelos estados membros.

A seleção dos integrantes do Grupo Europeu de Ética em Ciência e Novas Tecnologias foi feita entre cerca de duas mil candidaturas, de todos os países membros.

Estudo
Cientistas da China e dos EUA analisaram dados da poluição do ar para 2007, ano em que tinham dados mais atuais para várias...

A poluição não conhece fronteiras e o que é produzido num local pode afetar não só as pessoas desse sítio como de outros muito distantes. Só em 2007 houve 3,45 milhões de mortes prematuras em todo o mundo por causa de partículas finas no ar. A produção destas partículas, transportadas pela atmosfera, está sobretudo ligada ao comércio internacional — conclui um estudo hoje na revista Nature, na semana em que Donald Trump assinou um decreto para mudar o sector energético nos EUA que afeta a redução das emissões de dióxido de carbono.

Na sua análise, segundo o jornal Público, a equipa tomou como ponto de partida as partículas muito finas em suspensão no ar, com 2,5 micrómetros de diâmetro (cerca de 20 vezes mais finas do que a espessura de um cabelo humano), e que chegam aos nossos pulmões. São estas partículas que estão nas nuvens de poluição. Resultam da produção da energia e de sectores como a indústria, os transportes ou a agricultura e a sua concentração pode ser tanta que reduzem a visibilidade. Contêm substâncias tóxicas que afetam o sistema circulatório e respiratório e têm impacto no sistema nervoso, cardiovascular e imunitário. Estão relacionadas com doenças cardíacas, cancro dos pulmões ou a doença pulmonar obstrutiva crónica.

Ora, num estudo coordenado pelo químico Qiang Zhang, da Universidade de Tsinghua, na China, demonstrou-se que houve cerca de 3,45 milhões de mortes prematuras provocadas por partículas de 2,5 micrómetros de diâmetro. Cerca de 12% dessas mortes (411.100) ocorreram numa região onde a poluição do ar não foi aí produzida e cerca de 22% (762.400) da poluição foi associada diretamente à produção de bens e serviços produzidos numa região e consumidos noutra. “O comércio internacional é uma das questões globalizantes que está mais relacionada com a mortalidade provocada pela poluição do ar onde os bens são consumidos e onde as emissões ocorrem”, lê-se no artigo científico.

Para chegar a estes resultados, a equipa de Qiang Zhang analisou o número de mortes relacionadas com as partículas finas do ar produzidas em 13 regiões do mundo, em 2007. Este foi o ano em que a equipa conseguiu ter dados mais recentes para a sua análise, explicou ao jornal Público Steven J. Davis, da Universidade da Califórnia (EUA) e um dos autores do artigo.

Foi também naquele ano que a China, que tem estado a braços com graves crises de poluição atmosférica, lançou a estratégia Civilização Ecológica, para estudar os impactos da poluição e fazer frente às crises climáticas.

Nos dados analisados pela equipa, só a China cerca de 30.900 das mortes no Leste da Ásia (excluindo a Índia e a China) foram relacionadas com emissões oriundas da China. E houve 47.300 mortes no Leste da Europa que foram relacionadas com emissões da parte ocidental da Europa. Por sua vez, estabeleceu-se uma relação de cerca de 2300 mortes na parte ocidental da Europa com emissões dos Estados Unidos.

“Dada a densidade populacional da China, a intensidade alta das suas emissões, a grande dimensão das suas exportações e a população elevada das regiões suas vizinhas, as exportações chinesas incorporam assim um número maior de mortes do que as exportações de qualquer outra região”, refere o artigo, apontando 64.800 mortes provocadas pela poluição do ar na China.

Outros números preocupantes
E há alguma forma de reduzir a concentração destas partículas fininhas no ar? “Há tecnologias avançadas para controlar a poluição do material particulado de 2,5 micrómetros vindo de centrais elétricas, fábricas, camiões e carros”, diz-nos Steven Davis. “Os custos disto tornam os bens mais caros e enfraquecem o crescimento económico nos países em desenvolvimento. E isso leva à transferência da produção para outros países que têm menos restrições ambientais.” Os governos, acrescenta Steven Davis, estão assim numa “posição difícil” para criar medidas para minimizar os efeitos na saúde humana, pois consideram que isso dificulta o crescimento económico.

Na semana passada, também a revista Nature Climate Change publicou um trabalho científico sobre a concentração de partículas no ar com 2,5 micrómetros, aplicando um modelo de simulação climática. A equipa de Wenju Cai, da Universidade da China para os Oceanos (em Qingdao), concluiu que Pequim está a ser cada vez mais atingida por mais nuvens de poluição: houve um aumento de 10% entre o período de 1948-1981 para o de 1982-2015. Em Janeiro de 2013, realça a equipa, houve uma subida de 50% das nuvens de poluição na capital chinesa face aos valores normais. E, na segunda metade do século XXI, estima-se que esse valor suba 80%.

Este estudo olhou também para as concentrações de partículas finas em 30 cidades chinesas, em Janeiro de 2013. Pequim chegou a atingir os 500 microgramas de partículas finas por metro cúbico no ar, no caso das partículas com 2,5 micrómetros. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a concentração máxima recomendada destas partículas é de 25 microgramas por metro cúbico e que a partir dos 150 microgramas são prejudiciais para a saúde.

Para o meteorologista Renhe Zhang, do Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade de Fudan (China), o aumento da poluição atmosférica em Pequim resulta de uma rápida urbanização e industrialização, segundo um comentário seu na Nature Climate Change. “O aumento dos poluentes antropogénicos [de origem humana] está sem dúvida relacionado com o aumento das nuvens de poluição em toda a China, particularmente em cidades grandes como Pequim.”

Também em 2013 o relatório Global Burden of Disease, da OMS, referia que a poluição atmosférica tinha causado a morte prematura a mais de 5,5 milhões de pessoas em todo o mundo durante aquele ano. A maioria das mortes aconteceu na China (1,6 milhões) e na Índia (1,3 milhões) e nalguns dias os valores de partículas finas por metro cúbico no ar chegaram aos 300 microgramas.

Na China, a maior parte da poluição veio da queima de carvão para produção de eletricidade, enquanto na Índia veio do carvão industrial e do trânsito. Foi também em 2013 que o Governo chinês lançou planos de ação para tentar controlar a poluição do ar, do solo e da água.

A última grande crise de poluição atmosférica na China foi em Dezembro do ano passado e afetou mais de 20 cidades. Em Pequim, as partículas com 2,5 micrómetros atingiram aos 450 microgramas por metro cúbico. Em várias cidades próximas de Pequim chegou-se aos 500 microgramas e em Handan, na província de Hebei, alcançou-se mesmo algo como os 1000.

Estudo
Quanto maior o nível de chumbo no sangue na infância, mais significativa é a redução do quociente de inteligência, afetando o...

As crianças expostas, na década de 1970, a vapores de gasolina com níveis altos de chumbo sofreram uma diminuição significativa do seu quociente de inteligência (QI), segundo um estudo publicado esta terça-feira na revista Journal of the American Medical Association (JAMA).

O estudo foi realizado com 565 crianças nascidas na Nova Zelândia em 1972 e 1973, escreve o Sapo, uma época na qual o combustível ainda continha chumbo. Este país tinha então uma das gasolinas com maior quantidade de chumbo do mundo. Os participantes da investigação foram controlados regularmente desde o nascimento até os 38 anos de idade.

Os cientistas, da Universidade Duke na Carolina do Norte, fizeram exames de sangue nas crianças aos 11 anos para medir os níveis de chumbo, e avaliaram as suas capacidades cognitivas, como o raciocínio e a memória, ao longo dos anos.

Os que tinham mais de 10 microgramas deste metal por decilitro de sangue aos 38 anos tinham, em média, um QI 4,25 pontos menor do que os participantes que estiveram menos expostos a esta neurotoxina. As crianças afetadas também registaram, quando adultos, uma diminuição do seu QI em relação ao que tinham na infância. Segundo o estudo, para cada 5 microgramas de chumbo no sangue, uma pessoa perde cerca de 1,5 pontos de QI.

As crianças no estudo tinham um conteúdo médio de chumbo de 10,99 microgramas/decilitro de sangue aos 11 anos, um nível maior do que o considerado preocupante.

Atualmente, os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos situam o limite de alarme em 5 microgramas/decilitro, um nível que 94% das crianças do estudo ultrapassavam. A gasolina com chumbo foi retirada gradualmente do mercado nos Estados Unidos e da Nova Zelândia entre as décadas de 1970 e 1990, mas ainda é utilizada em alguns países da Ásia e do Oriente Médio.

Declaração de Valeta
Os ministros da União Europeia com responsabilidade no setor dos Transportes comprometeram-se, em Malta, a reduzir em 50% o...

Este compromisso é assumido na Declaração de Valeta, documento assinado na Conferência Ministerial sobre Segurança Rodoviária, organizada pela presidência do Conselho da União Europeia, estando Portugal representado pelo secretário de Estado da Administração Interna, escreve o Sapo.

Os ministros da UE assumiram também o compromisso de dar “particular atenção à mobilidade em bicicleta ou a pé, promovendo a integração da temática nos planos de mobilidade, políticas e medidas de ação de segurança rodoviária e, sempre que possível, promover a construção de infraestruturas dedicadas”. Outra das medidas da Declaração de Valeta passa por “melhorar a segurança dos utilizadores da rede rodoviária, através do desenvolvimento de infraestruturas mais seguras, atendendo à possibilidade de alargar os princípios de gestão segura das redes transeuropeias de transporte à restante rede rodoviária”.

Dar continuidade aos melhores cuidados de saúde pós-acidente, bem como melhor reabilitação e reintegração social das vítimas, e apoiar as forças de segurança responsáveis pela fiscalização rodoviária, nomeadamente no que toca a ações relativas ao excesso de velocidade, condução sob o efeito de álcool ou droga, uso do telemóvel e ausência do uso de equipamento de proteção são outras medidas.

Os ministros da UE comprometeram-se igualmente a avançar com o processo de planeamento setorial da mobilidade urbana, nomeadamente na criação das zonas de limite de velocidade reduzido, como as zonas de 30 quilómetros por hora.

No âmbito da declaração, os ministros solicitam ainda à Comissão Europeia que prepare um novo quadro político para a segurança rodoviária para a década 2020-30, dê “ênfase à proteção dos utilizadores da rede rodoviária, particularmente os grupos mais vulneráveis” e explore “a possibilidade de consolidar o quadro legal relativo à segurança rodoviária, focando na cooperação entre Estados-membros e no reconhecimento mútuo da penalização decorrente das contraordenações cometidas por não residentes, sem prejuízo do estabelecimento de uma base legal apropriada para tal”.

Instituto Nacional de Estatística
Portugal mantém o agravamento do envelhecimento demográfico dos últimos anos, prevendo-se que fique abaixo do limiar dos 10...

O INE definiu quatro cenários de projeção da população: cenário baixo, cenário central, cenário alto e cenário sem migrações, com base em diferentes conjugações das hipóteses alternativas de evolução das componentes de evolução demográfica.

De acordo com o cenário central da projeção, entre 2015 e 2080, Portugal passará dos atuais 10,3 para 7,5 milhões de pessoas, escreve o Sapo.

O número de jovens diminuirá de 1,5 para 0,9 milhões e os idosos de 2,1 para 2,8 milhões.

Face ao decréscimo da população jovem, a par do aumento da população idosa, o índice de envelhecimento mais do que duplica, passando de 147 para 317 idosos, por cada 100 jovens, em 2080.

Segundo a projeção do INE, o índice de envelhecimento só tenderá a estabilizar na proximidade de 2060, quando as gerações nascidas num contexto de níveis de fecundidade abaixo do limiar de substituição de gerações já se encontrarem no grupo etário dos 65 ou mais anos.

Estas tendências, acrescenta o INE, são em geral transversais a todas a regiões (Norte, Centro, Área Metropolitana de Lisboa, Alentejo, Algarve e regiões autónomas da Madeira e dos Açores).

Esta análise como população de base a estimativa provisória de população residente a 31 de dezembro de 2015.

Segundo o INE, os resultados obtidos não devem ser entendidos como previsões, mas sim com um caráter condicional, uma vez que são determinados pelo volume e pela estrutura da população no momento da partida (2015) e pelos diferentes padrões de comportamento da fecundidade, da mortalidade e das migrações, estabelecidos em cada um dos cenários, ao longo do período de projeção.

Estudo
Há muito que os treinos intervalados de alta intensidade correm as bocas do mundo devido aos seus efeitos no emagrecimento. Mas...

A investigação dos cientistas da Mayo Clinic dividiu os participantes do estudo em dois conjuntos (dos 18 aos 30 e dos 65 aos 80) e formou três grupos em cada um deles.

Aos participantes foram atribuídos três tipos de treino ao longo de 72 horas distribuídas por 12 semanas: um fez um treino intervalado de alta intensidade, o outro conclui um treino de resistência e o terceiro fez uma combinação dos dois. No final das 12 semanas, segundo o Sapo, todos os participantes tinham melhorado a sua condição física. No entanto, o estudo conclui que os maiores benefícios foram obtidos pelos que tinham feito os treinos intervalados de alta intensidade.

De acordo com a investigação, os mais novos viram as suas mitocôndrias, as estruturas celulares que produzem energia, aumentar 49%, uma percentagem que subiu para os 69% do caso dos mais velhos. Este grupo também viu reduzido o seu risco de diabetes e de outras doenças associadas.

Segundo os cientistas, a queda na produção de mitocôndrias está diretamente relacionado com o envelhecimento celular.

Por outro lado, Sreekumaran Nair, um dos cientistas da Mayo Clinic, explica à CNN que os treinos intervalados de alta intensidade são eficientes a reverter as mudanças celulares relacionadas com a idade, uma vez que estimulam as células a produzir mais proteínas aumentando assim a produção de energia.

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