14 de fevereiro - Dia Nacional do Doente Coronário
O dia 14 de fevereiro marca o Dia Nacional do Doente Coronário. Para assinalar esta data, a iniciativa Stent For Life volta a...

Dor no peito, por vezes com irradiação ao braço esquerdo, costas e pescoço, que pode ser acompanhada por suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são os principais sintomas de enfarte do miocárdio, aos quais muitos portugueses ainda não dão a devida importância. Os sintomas que, em norma duram mais de 20 minutos, podem ser também intermitentes, variando de pessoa para pessoa, podendo manifestar-se por falta de ar, fraqueza, sensação de indigestão e fadiga, sobretudo nas mulheres. Um enfarte do miocárdio pode não ser repentino. Ao invés, pode ocorrer gradualmente ao longo de vários minutos.

Conhecer e compreender todos estes sinais e sintomas permite ao doente e a quem o rodeia agir rapidamente e procurar ajuda médica. A rapidez é fundamental para o sucesso do tratamento, uma vez que a cada minuto que passa, o risco de morte aumenta.

A campanha “NÃO PERCA TEMPO. SALVE UMA VIDA – o enfarte não pode esperar”, integrada na Iniciativa Europeia Stent For Life (SFL), foi trazida para Portugal pela Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), que integra a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, em 2011. O objetivo desta campanha é sensibilizar a população para os sinais e sintomas do Enfarte e para a necessidade de ligar rapidamente o 112, de forma a garantir que os doentes com enfarte agudo do miocárdio com supra ST tenham acesso ao tratamento indicado – a angioplastia primária – e a diminuir o número de mortes provocadas por esta doença.

A Campanha tem contado com a parceria de várias empresas de indústrias – farmacêutica, dispositivos médicos, energia – cadeia de supermercados, telecomunicações e salas de cinema, Ordem dos Farmacêuticos e algumas Câmaras Municipais. Desde 2011 várias atividades foram concretizadas, desde a distribuição de cartazes e folhetos educacionais nos centros de saúde, escolas e hospitais; à passagem de filmes de sensibilização em salas de cinema, farmácias e internet e, entre outras coisas, à criação de uma página numa rede social dedicada à Campanha com mensagens e ações de rastreio cardiovascular e sensibilização para o enfarte em locais públicos como centros comerciais, empresas, estações de serviço e na Assembleia da República.

Para avaliar a eficácia da Campanha foram realizados inquéritos nacionais, com a duração de um mês e com uma periodicidade anual, designados por Momentos entre 2011 (Momento zero) e 2016 (Momento 5). A principal conclusão que se tira é que a campanha “NÃO PERCA TEMPO. SALVE UMA VIDA. O enfarte não pode esperar” pode estar a chegar às pessoas, uma vez que durante o período de vigência da Iniciativa SFL em Portugal, se observou uma evolução positiva nos indicadores do “atraso do doente”. Ocorreu uma redução significativa dos doentes que recorreram aos cuidados de saúde primários como primeira forma de pedirem ajuda (de 20,3% no primeiro Momento, passou para 4,4% no Momento 5), ou que recorreram a centros sem cardiologia de intervenção (de 54,5% do primeiro Momento passou para 37,9% no Momento 5). Por outro lado, verificou-se um aumento daqueles que ligaram o 112 (de 35,2% passou para 46,6%) e aumentou o transporte dos doentes pelo Sistema nacional de emergência médica (INEM) para um centro com cardiologia de intervenção onde os doentes têm acesso ao tratamento por angioplastia primária (ICP-P).

De realçar que o “atraso do Sistema de Saúde” contudo, não sofreu alterações significativas ao longo deste período, e que estes resultados estão a ser tomados em conta na estratégia futura do SFL, designadamente no reforço dos atuais programas educacionais que visam melhorar o atraso do Sistema.

Esta Campanha, à semelhança de anos anteriores, irá ser divulgada através de pequenos vídeos, contando com o testemunho de várias pessoas a alertar para a necessidade de se ligar rapidamente o Número Europeu de Emergência. José Carlos Malato, figura pública que teve um enfarte aos 49 anos, dá o mote à campanha e é um dos embaixadores deste projeto.

 

 

 

Governo
Governo pondera reativar o ex-Instituto da Droga e da Toxicodependência ou reforçar as competências do SICAD, devolvendo-lhe...

O tratamento dos toxicodependentes e dos doentes com problemas de alcoolismo poderá sair das administrações regionais de saúde (ARS) para voltar à alçada do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Toxicodependências (SICAD). Por estes dias, o novo modelo ainda está a ser avaliado e não é certo se a solução passará por reativar o extinto Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) ou por reforçar as competências da direção-geral que, no final de 2012, substituiu este organismo, embora esvaziada de algumas das suas competências.

Ao jornal Público, o gabinete de Adalberto Campos confirmou que este ministério está a fazer “o levantamento das consequências da extinção do Instituto da Droga e Toxicodependência”, bem como a “avaliar as condições para a criação, no âmbito da Administração Pública, de uma entidade dotada de autonomia administrativa e financeira que tenha como missão a coordenação, o planeamento, a investigação e a intervenção no combate à toxicodependência, ao alcoolismo e a outras dependências, integrando as vertentes da prevenção, da dissuasão, da redução de riscos e minimização de danos, do tratamento e da reinserção social".

Anunciada desde Setembro de 2011, a extinção do IDT suscitou forte contestação, levando mesmo à demissão de alguns profissionais. Aquele organismo dispunha de total autonomia - não só no técnico-normativa mas também financeira. Com um quadro de pessoal próprio, composto por cerca de 1600 profissionais, detinha responsabilidades diretas no combate e tratamento do alcoolismo e da toxicodependência.

Quando o tratamento destes utentes passou para a alçada das cinco ARS existentes no país, médicos, psicólogos e enfermeiros transitaram também para estas administrações. E o organismo que deu lugar ao IDT viu as suas funções restringidas à emissão de diretivas, à coordenação nacional e à recolha de dados sobre a evolução do fenómeno, a par da representação internacional do país em matéria de toxicodependência. Na altura, o delegado regional do Centro do IDT, Carlos Ramalheira, foi um dos que bateram com a porta, prevendo, entre outras coisas, o colapso das equipas que atuavam no terreno.

Vários anos volvidos, João Goulão, que transitou da presidência do IDT para a direção-geral do SICAD, sustenta que os ganhos estiveram muito aquém do esperado. “Aquilo que se esperaria era que a operacionalização da rede de diferenciação entre cuidados de saúde primários e cuidados especializados fosse aperfeiçoada no seio das ARS, mas na prática não se conseguiram progressos a esse nível. Por outro lado, todos os procedimentos e todas as relações ao nível da linha de comando tornaram-se muito complicados”, concretiza. E dá um exemplo: “Se eu, enquanto diretor-geral, quiser falar com um diretor de uma qualquer unidade do país, devo fazer o pedido de informação através das estruturas da ARS. Não tenho a possibilidade de ligar diretamente ao colega que está na primeira linha e que me poderia dar a informação diretamente.”

E porque “há dificuldades crescentes na constituição das equipas que estão no terreno”, João Goulão acrescenta que a autonomia para recrutar pessoal “é um dos motivos” que o levam a defender um novo modelo. “As pessoas vão fazendo omeletes com cada vez menos ovos, à custa de grandes sacrifícios e de níveis de esforço muito acentuados nas equipas. Mas algumas estão de facto com dificuldades e com uma capacidade muito reduzida”, lamenta.

Recusando que cenário prefere (a reativação do IDT ou o reforço das competências do SICAD que, neste caso, deixaria de ser uma direção-geral), Goulão diz esperar que a solução possa ser encontrada em 2017, “de acordo com o que está aprovado”.

Salas de chuto em cima da mesa
O diretor-geral do SICAD, João Goulão, nunca se mostrou grande entusiasta das salas de consumo assistido. Porém, o recrudescimento do consumo de heroína e de outras substâncias por via injetável, evidenciado no relatório relativo a 2015 em matéria de álcool, drogas e de toxicodependência, ajudou-o a mudar de ideias.

“Face a este recrudescimento das circunstâncias de consumo que tinham vindo a decair ao longo dos anos, e parecendo evidente que as equipas de rua que temos no terreno não estão a conseguir chegar a estas franjas mais desorganizadas da população toxicodependente e integrá-las em programas de redução de riscos ou mesmo de tratamento, parece-me que sim: seria útil acrescer às respostas existentes as salas de consumo assistido”.

A criação das famosas “salas de chuto” está prevista desde 2001, numa lógica de redução dos danos associados à toxicodependência, por um lado, e como uma porta de entrada potenciadora da aproximação dos toxicodependentes à rede de cuidados de saúde, por outro. E a lei prevê que podem avançar por iniciativa das autarquias ou de organizações não-governamentais, desde que “apadrinhadas” pelas autarquias, competindo a respetiva autorização ao SICAD.

“Neste momento, da parte do SICAD nada a opor”, garante Goulão, para acrescentar que, pese embora a ausência de um diagnóstico preciso sobre a situação no terreno, “já há dados suficientes que confirmam a necessidade de avançar com isto”. Em Lisboa, recorde-se, diferentes presidentes de câmara equacionaram ao longo dos últimos anos a criação de salas de chuto em diferentes locais da cidade. Até agora, porém, nenhuma saiu do papel, não sendo expectável, dada a aproximação de autárquicas, que tal venha a acontecer nos meses mais próximos. A autarquia do Porto, por seu turno, comprometeu-se, em meados de 2016, a promover um estudo sobre a toxicodependência no Porto, capaz de ajudar a aferir da necessidade ou não de uma sala de consumo assistido na cidade.

Eutanásia
A eutanásia foi descriminalizada em dois países europeus, Holanda e Bélgica, em 2002, mas há mais países do mundo onde é...

Em Portugal, a morte assistida não está tipificada como crime com esse nome, mas a sua prática pode ser punida por três artigos do Código Penal: homicídio privilegiado (artigo 133.º), homicídio a pedido da vítima (artigo 134.º) e crime de incitamento ou auxílio ao suicídio (artigo 135.º).

A palavra eutanásia tem origem no grego – “eu”, que significa boa, e “tanathos”, que que dizer “morte”, ou seja, “boa morte”, remetendo para o ato de tirar a vida a alguém por solicitação desde de modo a acabar com o seu sofrimento.

A morte assistida é o ato que leva à morte de um doente por sua vontade, através do ato de um profissional de saúde (eutanásia) ou através de suicídio assistido.

Embora com soluções legais diferentes, em vários países onde é praticada a morte assistida, o sofrimento intolerável do doente e o grau de consciência do doente para tomar essa decisão são condições essenciais para esta prática.

Um levantamento dos países onde é possível praticar legalmente a morte assistida (eutanásia ou suicídio assistido) na Europa e noutros países do Mundo foi feito, pela Divisão de Informação Legislativa Parlamentar da Assembleia da República, para o parecer sobre a petição a favor da eutanásia, debatida em fevereiro, no parlamento.

Países e condições para a prática da morte assistida

Na Europa

Holanda
Foi o primeiro país europeu a permitir a eutanásia e o suicídio assistido, que é possível fazer desde 2002.

Legalmente, é necessário que a pessoa tenha doença incurável, esteja num sofrimento insuportável e não tenha qualquer perspetiva de melhorar.

É condição a pessoa que quer morrer estar na plenitude das suas capacidades mentais. O recurso à eutanásia é permitido a partir dos 12 anos, com consentimento dos pais.

Na Holanda, existe uma Comissão de Controlo da Eutanásia.

Bélgica
Desde 2002 que a lei descriminalizou a eutanásia em todas as suas modalidades, não se fazendo distinção entre abreviar a vida por uma terceira pessoa, suicídio assistido ou deixar morrer.

O médico tem um papel importante e tem de informar o doente do seu estado de saúde, discutir o pedido de eutanásia, bem como das possibilidades de cuidados paliativos.

O doente tem que ser maior ou pelo menos antecipado, estar consciente no momento do pedido, que tem que ser voluntário, sem qualquer pressão externa.

Uma das condições é o doente estar numa situação médica sem saída e em sofrimento físico e/ou psíquico constante e insuportável e sofrer de uma doença incurável.

Na Bélgica, existe uma Comissão Federal de Controlo e Avaliação.

Luxemburgo
Foi o terceiro país europeu a despenalizar a eutanásia e tem uma lei muito parecida com a da Bélgica.

Prevê, no entanto, uma norma para que um doente manifeste, por escrito, em que condições e circunstâncias pode submeter-se à eutanásia se o médico concluir que tem uma doença grave e incurável e que a sua situação é “irreversível à luz do estado da ciência”.

Suíça
Apesar de a eutanásia ser ilegal, as autoridades suíças admitem que poderá existir suicídio assistido se for praticado por um doente terminal em sofrimento intolerável e irreversível. Foi na Suíça que nasceram e existem organizações como a Exit e a Dignitas, que ajudam no suicídio assistido. Em 2016, segundo o Diário de Notícias, havia 20 portugueses inscritos na Dignitas.

Na América

Estados Unidos
Nos Estados Unidos, ao nível federal, o ato médico de abreviar a vida por terceiros é proibido e comparado ao crime de homicídio. O suicídio assistido, porém, tem regulamentação está regulamento em cinco estados: Oregon, desde 1997, Vermont (2013), Califórnia (2015, Washington (2008) e Montana (2009).

Canadá
Em 2005, o Supremo Tribunal decidiu a descriminalização da eutanásia se praticada por um médico a pedido de alguém mentalmente competente em situação de doença terminal.

No ano seguinte, em 2006, é aprovada uma lei que se aplica a a adultos mentalmente competentes com uma doença grave ou incurável em estado avançado de declínio irreversível. Dois médicos ou enfermeiros avaliam o pedido, que tem de ser corroborado por duas testemunhas.

Uruguai e Colômbia
Estes dois países adotaram normas legais da possibilidade de despenalização judicial do “homicídio piedoso”. Na prática, aplica-se um “perdão judicial” a situações de “homicídio piedoso”, isentando-o de responsabilidade criminal se tiver sido praticado como resposta a um pedido reiterado da vítima em estado terminal e com intenção provada para por fim ao seu sofrimento intenso e irreversível.

Ministério Público
O Ministério Público tem em curso, desde 2015, nove processos por crimes associados à morte assistida, tendo arquivado 77 dos...

Em Portugal, a morte assistida não está tipificada como crime, com esse nome, mas a sua prática pode ser punida por três artigos do Código Penal - homicídio privilegiado (artigo 133.º), homicídio a pedido da vítima (artigo 134.º) e crime de incitamento ou auxílio ao suicídio (artigo 135.º).

As penas podem ser de um a cinco anos de prisão, no caso do homicídio privilegiado e incitamento ou auxílio ao suicídio e até três anos o homicídio a pedido da vítima.

Em 2015 e 2016, foram abertos 86 processos, mas a esmagadora maioria deles, perto de 90% (77 processos), foi arquivada, de acordo com informação prestada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em 2015, foram registados dois inquéritos por homicídio privilegiado e um foi arquivado, quatro inquéritos por homicídio a pedido da vítima, dos quais dois foram arquivados.

O crime de incitamento ou ajuda ao suicídio esteve na base de 34 inquéritos registados em 2015, tendo sido arquivados 31.

Em 2016, registou-se um inquérito por homicídio privilegiado, seis inquéritos por homicídio a pedido da vítima, dos quais quatro foram arquivados.

Mais uma vez, o crime de incitamento ou ajuda ao suicídio voltou a estar na base de 39 inquéritos, tendo sido arquivados 38.

A Assembleia da República deverá discutir o tema da morte assistida ainda este ano, dado o Bloco de Esquerda, “Os Verdes” e PAN (Pessoas-Animais Natureza) já anunciaram a intenção de apresentar projetos de lei.

O Bloco será o primeiro a apresentar um anteprojeto de lei na próxima quarta-feira, 15 de fevereiro.

Estudo
O consumo de frutose, nomeadamente nos refrigerantes, pode estar associado ao aumento de doenças hepáticas entre crianças e...

De acordo com uma investigação publicada no Jornal de Hepatologia, pesquisas recentes indicaram que a ingestão de frutose pode aumentar as concentrações de ácido úrico e que os dois (ingestão de frutos e ácido úrico) podem levar ao aumento da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA, inflamação gordurosa do fígado).

Na investigação que agora é conhecida conclui-se que uma dieta de frutose e altas concentrações de ácido úrico não estão necessariamente associadas a casos de esteato-hepatite não alcoólica (gordura no fígado).

A acumulação de gordura nas células hepáticas em pessoas que bebem pouco álcool, ou não bebem sequer, é uma das causas de mais rápido crescimento da doença hepática, quer em países ocidentais como em países em desenvolvimento. Estima-se que afete 30% da população dos países ocidentais e até 9,6% das crianças e 38% das crianças obesas.

“É plausível que a ingestão de frutose e concentrações de ácido úrico representem fatores potenciais de risco para a progressão de doenças hepáticas”. Muitos estudos mostravam essa relação mas até agora nenhum tinha mostrado “a independência entre as associações de ácido úrico e o consumo de frutose”, disse o investigador Valerio Nobili, do laboratório de doenças hepáticas do Hospital Bambino Gesú, em Roma, Itália.

A equipa de investigadores, em Itália e no Reino Unido, estudou 271 crianças e adolescentes obesos com doença hepática gordurosa não alcoólica, que foram submetidas a uma biopsia e que preencheram um questionário.

As principais fontes de frutose alimentar entre crianças e adolescentes são as bebidas doces. Quase 90% dos inquiridos disse que bebia refrigerantes uma ou mais vezes por semana. Quase todos (95%) disseram que comiam durante a manhã e a tarde alimentos como bolos, pizza, comida salgada, biscoitos, iogurtes e outros 'snacks'.

Valerio Nobili afirmou que o estudo permitiu esclarecer que quer a frutose quer o ácido úrico estão associados à gordura no fígado e que tal pode “afetar de forma marcante a qualidade de vida” das pessoas, pelo que é importante conhecer os fatores de risco junto das crianças e adolescentes para preparar “intervenções eficazes”.

Modificar os comportamentos alimentares e limitando o acesso a bebidas doces pode reduzir o consumo de frutose junto dos jovens, afirma-se no estudo, no qual se lembra que vários países já iniciaram campanhas no sentido de proibir a venda dessas bebidas nas máquinas automáticas instaladas nas escolas.

Reino Unido
O Governo está a preparar facilidades administrativas para a transferência da Agência Europeia do Medicamento de Londres para...

"Trata-se de uma operação logística de muitos milhares de pessoas. O que a agência quer é um edifício bom, com boas condições e espaço para trabalhar. Isso é o mais fácil de fazer. Mas em 30 dias as pessoas têm de estar acomodadas, a escola dos miúdos tem de estar definida, a empregabilidade dos cônjuges tem de estar definida. Tem de haver um pacote de integração, para facilitar a vida", afirmou o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, em declarações aos jornalistas.

O serviço será semelhante ao que existe para a "Empresa na Hora", indicou a secretária de Estados dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, que integrou a delegação juntamente com membros do conselho diretivo do INFARMED, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.

"Propomos criar a instalação na hora: há processo muito complexo de abrir uma conta bancária, de autorização de residência. É um ciclo vicioso quando se chega a um outro país para se instalar e para começar a trabalhar. O que nós estamos a pensar é criar um mecanismo em que haja um único balcão em que as pessoas se possam deslocar e resolver os seus problemas de instalação", revelou.

Para o ministro, o clima, o custo do alojamento, a existência de escolas internacionais e de infraestruturas em Portugal são argumentos fortes.

"Não é fácil encontrar condições equivalentes, onde se conjuguem qualidade de vida com custo de vida bastante acessível", garantiu.

A visita, segundo o ministro, serviu para, "do ponto de vista político, sinalizar a vontade e o empenho de Portugal em se posicionar a uma provável deslocalização da Agência Europeia do Medicamento (EMA) para outro país", tendo em conta a anunciada saída do Reino Unido da União Europeia.

Um dos responsáveis, referiu, ouviu a preocupação em garantir que a mudança não afete o funcionamento do organismo criado em 1995 e que desde então aprovou 1.100 medicamentos, dos quais 82 em 2016 - 17 contra o cancro, 14 contra as infeções e 09 contra as doenças cardiovasculares.

"O que pode prejudicar uma mudança da Agência são duas coisas: a descontinuidade operacional e desvalorização do capital humano. Nós estamos em condições para garantir que o processo operacional não seja descontinuado, vamos adaptar-nos aos critérios definidos pela agência para a mudança e criar condições de atratividade, não só para os profissionais que trabalham na agência, mas também para as suas famílias", vincou Adalberto Campos Fernandes.

Existem atualmente mais 13 países que manifestaram publicamente interesse em receber a EMA, que foi fundada com a missão de promover a excelência científica na avaliação, supervisão e monitorização da segurança dos medicamentos desenvolvidos por empresas farmacêuticas e cuja utilização se destina à União Europeia.

A sua transferência é considerada uma operação logística complexa, pois a agência emprega cerca de 900 trabalhadores, dos quais 5,51% são portugueses.

Segundo o Ministério da Saúde, Portugal estará em 3.º lugar entre os países com maior número de posições dirigentes e em 7.º lugar no total 890 colaboradores da agência.

O Governo já identificou alguns potenciais edifícios, nomeadamente um na Avenida José Malhoa, que estará disponível e tem capacidade e condições para acolher o organismo, incluindo a proximidade do aeroporto.

Portugal vai agora continuar a acompanhar o processo para apresentar uma proposta oficial após a apresentação do caderno de encargos pela Comissão Europeia.

Segue-se uma avaliação técnica para avaliar quais os países que respeitam todos os critérios, mas a decisão pertence ao Conselho Europeu e será política, devendo acontecer antes de 2019, quando o Brexit deverá tornar-se efetivo.

Estudo
Um estudo demonstrou que fazer uma dieta mediterrânica rica em azeite virgem melhora as funções das lipoproteínas de alta...

A investigação, feita pelo Instituto Hospital do Mar e de Investigações Médicas de Barcelona, Espanha, e publicada na revista “Circulation”, demonstra pela primeira vez o potencial terapêutico de um padrão alimentar da dieta mediterrânica tradicional sobre as funções cardio-protetoras do “colesterol bom”.

A principal função das lipoproteínas de alta densidade (HDL) é retirar o excesso de colesterol das artérias e transportá-lo para o fígado, para a sua excreção.

Até agora, os benefícios sobre a função do “colesterol bom” só tinham sido demonstradas em alguns ensaios clínicos com medicamentos ou com base no aumento do consumo de intervenções alimentares isoladas, mas nunca tinha sido estudado o que aconteceria caso se modificasse completamente a dieta.

“Comparamos os tipos de dieta mediterrânica, uma rica em azeite e outra rica em frutos secos, e percebemos que a dieta mediterrânica tradicional, especialmente quando era rica em azeite, estava associada à melhoria das funções do HDL”, explicou Montse Fitó, coordenadora do grupo de investigação do risco cardiovascular e nutrição do instituto.

Assim, segundo a coordenador do estudo, induzir uma melhoria da função de HDL poderá ser uma via para diminuir o risco de doenças cardiovasculares.

Qual a relação?
Sabia que a alegria e a tristeza, assim como a felicidade, ansiedade ou a depressão, podem provocar

Palpita o coração quando nos apaixonamos, acelera se nos assustamos, aperta-se quando nos angustiamos e é portanto compreensível que tradicionalmente o coração seja entendido como a sede das emoções.  Tem sido assim na literatura e nas artes plásticas, é assim na iconografia que remonta à idade média em que a ideografia do coração  surge como a representação metafórica do amor.

A lenta evolução da nossa espécie preparou-nos para reagir a agressões agudas. A reação de alerta, mediada pela ativação do sistema nervoso autónomo simpático, induz aumento das pulsações (taquicardia) proporcionando melhor desempenho cardíaco.

É também conhecido o papel do stress como factor de risco cardiovascular. No estudo INTERHEART, que envolveu mais 15000 doentes sobreviventes de enfarte do miocárdio, o peso dos factores psicossociais aparece a par da hipertensão, da obesidade abdominal e da diabetes, logo após o tabaco e as alterações das gorduras do sangue.

A chamada miocardiopatia de Takotsubo ou miocardiopatia de stress é uma situação aguda ocorrendo geralmente após stress psíquico ou físico que imita o enfarte do miocárdio, com afectação da contractilidade cardíaca por vezes importante, mas que ao contrário do verdadeiro enfarte, não se deve a trombose das artérias coronárias e reverte espontaneamente.

Técnicas avançadas de imagem - tomografia positrónica - permitiram recentemente estabelecer de forma robusta a relação entre a atividade de uma estrutura cerebral que se sabe estar envolvida no stress - a amígdala - e a doença cardiovascular subsequente, sendo esta a primeira vez que se demonstrou de forma inequívoca a relação entre as funções cerebrais e os eventos cardiovasculares, bem como as vias envolvidas: ativação da inflamação arterial e aumento da atividade da medula óssea.

Também conhecida é a associação entre depressão e risco cardiovascular, sobretudo nas pessoas de mais baixos rendimentos, mas a situação inversa, ou seja a relação entre afectos positivos e saúde cardiovascular tem sido igualmente objecto de estudo. Essa relação positiva foi elucidada no estudo "Canadian Nova Scotia Health Survey" em que mais de 1700 adultos foram seguidos por um período de 10 anos.

Muito interessantes são os resultados da análise dos dados dos participantes no  estudo MESA, um estudo multicêntrico de grande dimensão efectuado em seis regiões distintas dos Estados Unidos  envolvendo 5134 adultos com idades entre 45 e 84 anos. Ficou demonstrado neste estudo que uma atitude optimista, avaliada pelo teste LOT-R (Life orientation test-revisited) se associava a um futuro cardiovascular melhor que o dos doentes pessimistas.

A moderna ciência vai clarificando os mecanismos e as razões pelas quais o coração reage às emoções.

Entretanto, o coração vai continuando a inspirar românticos, artistas, fanáticos e fonâmbulos, como sede de mistérios ainda por desvendar. 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Oncologia
A cidade espanhola de Barcelona projeta acolher um dos centros especializados em cancro infantil mais importantes da Europa,...

Além das duas fundações, também o Instituto de Estudos Superiores da Empresa contribuirá para a criação do centro, que tratará doentes e também trabalhará ao nível da investigação.

As três entidades vão lançar uma campanha de recolha de fundos para a construção do hospital, cujo projeto será divulgado na quarta-feira, Dia Internacional do Cancro Infantil.

Na mesma ocasião será apresentada a campanha protagonizada pelo jogador do ‘Barça’ Leo Messi para dar a conhecer o projeto a nível nacional e internacional.

Estudo
Investigadoras do Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, descobriram que a casca da bétula é uma fonte rica numa...

Num estudo publicado numa revista científica especializada, a equipa do Centro de Estudos Florestais descobriu que da casca da árvore, mais comum no centro e norte da Europa, se pode extrair betulina "em grandes quantidades e elevado grau de pureza".

Segundo outros estudos científicos, esta substância pode ser eficaz contra vários tipos de células tumorais, como as que afetam a pele ou o cérebro, e é usada em medicamentos para doenças de pele como a psoríase, dermatoses ou eczemas secos.

A coordenadora do estudo, Helena Pereira, disse que a casca da bétula não é utilizada em termos comerciais, mas que era usada pelas populações no passado.

"Em Portugal não existe muito, nem sequer temos dados fiáveis da área ou do número de árvores, porque não é uma espécie principal. É muito vulgar no centro e norte da Europa", afirmou.

Helena Pereira afirmou que o estudo se baseia na abordagem do Centro de Estudos Florestais à exploração das espécies de árvores, que se baseia na "utilização integral de recursos".

"Quando se exploram árvores para outros fins, a casca sobra como resíduo, quer-se a madeira, mas a nossa filosofia, no contexto de uma economia mais verde, é aproveitar tudo", resumiu a diretora do Centro.

Desde a antiguidade que muitas partes das plantas - raízes, casca, caule, folhas, sementes e flores - têm sido utilizadas em tratamentos medicinais. Hoje são os seus constituintes biologicamente ativos que são extraídos e utilizados para o tratamento de doenças.

O estudo foi publicado na revista científica Journal of Wood Chemistry and Technology, e tem ainda como autoras Joana Ferreira e Teresa Quilhó.

No Porto
Uma ‘startup’ do Porto desenvolveu uns óculos que permitem gravar as cirurgias de forma não intrusiva e armazenar os dados...

Os óculos, desenvolvidos pela ‘startup’ SurgeonMate, têm como foco prioritário o design e a ergonomia e são orientados para o conforto do utilizador, dispondo de uma interface de uso simples e fácil de configurar, explicou um dos responsáveis pelo projeto, Nuno Muralha.

"Como cirurgião, senti a necessidade de ter um dispositivo que pudesse levar para o bloco operatório e que me permitisse gravar cirurgias de forma eficiente e sem interferir ou prejudicar o meu trabalho", acrescentou.

A gravação de cirurgias "é um método eficaz para acelerar" a aprendizagem, permitindo rever o que foi feito com maior detalhe e partilhar essa informação com outros colegas e especialistas, referiu o responsável.

Essa partilha "é tão útil na otimização da técnica de cirurgiões em formação, quanto na divulgação de técnicas inovadoras desenvolvidas por especialistas", destacou.

Sabendo da impossibilidade de os cirurgiões utilizarem as mãos para controlar o dispositivo durante as operações, esta tecnologia foi incorporada por uma câmara, ajustável e motorizada, controlada por comandos de voz.

Os óculos contêm também um foco de luz que serve para sinalizar a área de gravação, permitindo ao utilizador saber sempre qual a zona que está a ser gravada, detetando e ajustando, em tempo real, a inclinação da câmara (um dos vários comandos acessíveis por voz).

Através deste dispositivo, as cirurgias podem ser transmitidas para monitores no interior da sala de operações ou para o exterior, podendo os cirurgiões comunicar, em direto, em contextos como congressos ou assistir remotamente às cirurgias.

"Compreendendo que a criação de dados multimédia não catalogados ou editados podem corresponder a criar um conjunto enorme de lixo digital, desenvolvemos um ‘software’ que permite fazer toda a edição, catalogação, organização e armazenamento dessa nova ferramenta de registo cirúrgico", referiu Nuno Muralha.

De acordo com o cirurgião, existem tecnologias semelhantes no mercado, como os 'smart glasses' (óculos inteligentes), e equipamento cirúrgico "demasiado específico".

No entanto, enquanto os primeiros apresentam "dificuldades para se adaptarem ao bloco operatório", os segundos "são pouco versáteis e pecam geralmente pela falta de ergonomia".

Apesar de ser uma tecnologia pensada para cirurgiões, pode beneficiar áreas como a saúde veterinária. Devido à sua capacidade de registar multimédia "com elevada precisão", é possível ainda adequar o seu uso a qualquer atividade manual ou artesanal, no contexto profissional ou lúdico, concluiu o especialista.

Da equipa do SurgeonMate fazem ainda parte os engenheiros Rúben Marques e José Antunes e a designer Joana Belo.

 

A SurgeonMate foi apresentada no Pitch Day, evento organizado pelo Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) para apresentação de novos projetos, no início de fevereiro, na Faculdade de Medicina da Universidade do porto (FMUP).

Obras e equipamentos
O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro vai investir este ano 3,75 milhões de euros em obras e equipamentos, desde a...

“Estamos a falar de um investimento muito forte e o maior investimento dos últimos anos neste centro hospitalar”, afirmou o presidente do conselho de administração, João Oliveira.

Os investimentos previstos vão estender-se às unidades de Vila Real, onde está instalada a sede social, e ainda a Chaves e Lamego.

Uma grande fatia da verba é destinada à remodelação do bloco operatório da urgência de Chaves, estando previstos 1,8 milhões de euros que vão ser aplicados na obra e ainda em equipamentos.

João Oliveira referiu que o concurso público vai ser lançado “nos próximos dias” e que o prazo previsto para a concretização dos trabalhos é de seis meses, esperando-se que a intervenção esteja concluída até ao final do ano.

Para a concretização deste investimento, o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) apresentou uma candidatura ao “Programa Operacional Regional do Norte – Norte 2020”, que foi aprovada em janeiro com uma comparticipação de 900 mil euros.

O responsável afirmou que a área da imagiologia vai também “ter um investimento forte” e adiantou que o CHTMAD quer adquirir a um equipamento de ressonância magnética, para a qual já há uma verba cativa de 1,2 milhões de euros.

João Oliveira afirmou que se “trata de um concurso com cinco anos e muito trabalho” e que, para a conclusão deste processo, “falta apenas o visto do Tribunal de Contas”.

Para a unidade de Chaves será adquirido um aparelho de “raio x” para substituir o atual “que já tem mais de 17 anos e muitos problemas de operação” e será também substituído um ecógrafo.

Para a unidade de Lamego vai ser adquirido um aparelho de tomografia axial computorizada (TAC), tratando-se de uma “ambição antiga” e que vai evitar o transporte de doentes até Vila Real para a realização deste exame.

Este é um “investimento de 200 mil euros” que, segundo o presidente do conselho de administração, “terá um retorno em cerca de três anos”.

O TAC de Vila Real trouxe “surpresas negativas em 2016”, já que se trata de um aparelho antigo e para o qual é difícil arranjar peças, pelo que será também substituído este ano.

João Oliveira disse ainda que a gastroenterologia é uma área “onde não se investe há muito tempo” e que, por isso, vão ser aplicados, este ano, cerca de 200 mil euros na substituição de equipamentos para a realização de, por exemplo, endoscopias.

Em obra está já o edifício da consulta de psiquiatria, afetado pela humidade e onde há muitas queixas relativamente ao frio. Aqui vão ser gastos 75 mil euros para criar melhores condições para os utentes e profissionais.

Outro projeto que ficará concluído em 2017 é o da “reabilitação cardíaca”, o qual conta com o apoio da EDP Solidária.

Trata-se de uma iniciativa que junta a cardiologia e a medicina física de reabilitação e que tem como objetivo reabilitar o doente cardíaco antes de ter alta, podendo-se evitar, assim, que tenha que regressar à unidade hospitalar.

Os equipamentos, para instalar no ginásio onde será feito o tratamento, já foram adquiridos e falta apenas a realização da obra. Para o efeito vão ser gastos 80 mil euros e aproveitado um pátio interno, que vai ser coberto.

João Oliveira referiu que o CHTMAD quer também substituir equipamento informático (computadores e impressoras), algum com mais de uma década de funcionamento e anunciou ainda um investimento de cerca de 50 mil euros em material cirúrgico.

Isto porque, continuou, neste início de ano o centro hospitalar está a operar mais do que em períodos homólogos, registando-se um crescimento global de cerca de 20% nos blocos operatórios.

O CHTMAD continua a insistir na aquisição de um segundo acelerador linear para o centro oncológico, um equipamento que custa cerca de cinco milhões de euros e que vai permitir fazer novas técnicas de tratamento.

João Oliveira disse que se está a ultimar o estudo económico-financeiro mas frisou que se trata de um aparelho “absolutamente necessário”.

O atual acelerador “está esgotado”. Anualmente, está a fazer dez mil sessões de tratamento.

Estudo revela
Um estudo sobre a perceção da epilepsia em Portugal revela que a rejeição social face à doença é “quase nula”, que 98% dos...

A investigação constatou uma mudança global de mentalidade nos últimos 40 anos, comparativamente com estudos semelhantes realizados em outros países, havendo, entre os portugueses, “um grande grau de abertura” perante a doença.

O estudo, que foi desenvolvido pela Liga Portuguesa Contra a Epilepsia e pela farmacêutica BIAL, verificou que 28% dos inquiridos conhece alguém com epilepsia e 97% nega discriminação face à doença ou face a pessoas com epilepsia. Revela ainda que 72% dos participantes associa a epilepsia a uma doença do sistema nervoso e 85,4% sabe que a epilepsia não é um tipo de atraso mental ou demência.

Mais especificamente, quando questionados se equacionariam casar com alguém com epilepsia, 64,5% dos inquiridos responderam que sim, 15,6% reconhece que hesitaria e 5,4% responde que não. Já no que toca às crianças, quase 90% dos inquiridos deixaria os filhos brincar com crianças epiléticas, sendo que 1,8% recusaria.

Mais de 96% não teriam qualquer problema em conviver socialmente e ser amigo de uma pessoa com epilepsia. Também em termos laborais, concluem o estigma parece estar a desaparecer, já que 83% dos inquiridos contratariam um doente com epilepsia caso fossem donos de uma empresa.

A segunda fase do estudo, que agora vai iniciar-se, vai avaliar a perceção dos doentes de epilepsia, nomeadamente a forma como a doença influencia o seu dia-a-dia e as relações familiares e sociais.

“Vamos agora avaliar qual a posição dos doentes, que se estima serem 50 mil no nosso país. Notou-se que os inquiridos mostraram ainda algumas incertezas sobre as causas (nomeadamente hereditariedade) e tratamentos da doença. Isto é perfeitamente compreensível, até porque mesmo do ponto de vista dos clínicos especializados nesta área há muitas interrogações por responder, o que vem reforçar a importância de obter mais apoios para a investigação clínica e laboratorial", afirmou o neurologista Ricardo Rego, coordenador da delegação norte da LPCE – Liga Portuguesa Contra a Epilepsia.

O especialista considerou que as conclusões deste estudo provam “uma mudança de mentalidades face à doença e uma atitude de abertura muito positiva em relação às pessoas com epilepsia”.

Segundo o diretor-geral da BIAL, José Redondo, este estudo é a primeira etapa de “um projeto maior de sensibilização e informação sobre a epilepsia”, que será lançado ainda este ano em parceria com a Liga Portuguesa Contra a Epilepsia e a EPI – Associação Portuguesa de Familiares Amigos e Pessoas com Epilepsia, e que “vai juntar numa plataforma multimédia um conjunto de dados sobre a doença relevantes para as pessoas que vivem com epilepsia, seus familiares, profissionais de saúde e público em geral.”

Especialista
Os idosos valorizam o sexo e as relações amorosas, mas o “erotismo no envelhecimento está fortemente ameaçado”, porque a...

“Há uma série de mitos que ainda subsistem”, que faz com que as pessoas ainda tenham “atitudes muito negativas” em relação à sexualidade dos mais velhos, adiantou a professora e investigadora do ISPA – Instituto Universitário, na véspera de se assinalar o Dia dos Namorados.

Essas atitudes resultam do facto de a “nossa sociedade marginalizar as sexualidades não reprodutivas” e olhar para as “pessoas mais velhas” como se já não sentissem desejo, lamentou Ana Carvalheira.

Na sociedade atual, “o modelo dominante da sexualidade” é o da pessoa “jovem e bonita”, enquanto o envelhecimento é encarado como “um humilhante processo de desqualificação sexual, sobretudo para as mulheres”.

“O nosso corpo envelhece, a pele perde elasticidade, há uma série de mudanças biológicas que acontecem no nosso corpo e um corpo velho não é facilmente erotizado”, disse a investigadora, sublinhando que tanto os homens como as mulheres erotizam pessoas mais novas.

Mas os homens e mulheres “são seres sexuados até à morte” e é “preciso perceber que “a sexualidade é um caminho de descoberta até ao final da vida”, defendeu.

Há mentiras que se dizem como “os mais velhos não têm interesse sexual” ou “a capacidade sexual desaparece com a idade”, mas os estudos demonstram o contrário, referiu.

A este propósito, Ana Carvalheira lembrou um estudo que conduziu, com uma amostra de 750 homens e mulheres portugueses com mais de 65 anos, que revelou que, para a maioria dos inquiridos, a atividade sexual tem “alguma, muita ou muitíssima importância”.

Mostrou também que os homens dão mais importância ao sexo do que as mulheres, uma situação que se deve em muito a fatores demográficos.

“Há uma assimetria demográfica muito preocupante, porque há muito mais mulheres do que homens, há muito mais idosas do que idosos e há muito mais mulheres sem companheiro do que homens”, adiantou.

Segundo a investigadora, esta situação levanta muitos problemas. “É de uma desigualdade brutal”, disse, questionando: “Onde é que uma senhora com mais de 70 anos encontra um parceiro sexual?”.

Pode encontrar na internet, “mas isso é para quem tem internet”, frisou.

Para Ana Carvalheira, a “desqualificação sexual das pessoas mais velhas” também acontece porque “há uma perda da rede social, uma perda de poder económico e a reforma é muitas vezes vivida com dificuldade”.

Contudo, salientou, a “terceira parte da vida” é “um momento ‘desenvolvimental’ importante, como todos os outros ao longo da vida”, em que as pessoas podem “evoluir e fazer aprendizagens”.

Por outro lado, “vamos viver a sexualidade no final da nossa vida da mesma maneira que a vivemos ao longo da vida”.

“A sexualidade no final da vida é livre da contraceção, da reprodução, do stress profissional, do cuidar dos filhos e de todas as preocupações que os filhos trazem porque já foram embora, e pode ser um período da vida muito mais tranquilo que permita a descoberta de novas vivências eróticas e uma área de satisfação”, salientou.

Para Ana Carvalheira, é preciso que a sociedade perceba que “não é a idade que impede uma vivência feliz da sexualidade”, mas sim as doenças, os problemas de saúde e os tratamentos para essas doenças”, e deixe de “marginalizar os mais velhos”.

Universidade de Coimbra
Investigadores do Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra estão à...

Em concreto, a equipa coordenada por Maria Ribeiro, do Grupo Vision, Brain Imaging and Cognitive Neuroscience, liderado por Miguel Castelo-Branco, solicita a colaboração de voluntários, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 20 e os 30 anos e os 55 e 70 anos, da região de Coimbra.

O objetivo deste estudo, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), é descobrir o que muda no nosso cérebro que nos torna mais lentos à medida que envelhecemos, abrindo caminho para o desenvolvimento de terapias que visam diminuir o impacto da idade na nossa cognição.

Com o envelhecimento “os nossos reflexos tornam-se mais lentos. Esta lentificação dos movimentos está associada à perda de qualidade de vida e ao declínio cognitivo associados à idade. No entanto, os mecanismos cerebrais que causam esta lentificação nas pessoas mais velhas ainda estão por explicar”, afirma a coordenadora do estudo, iniciado há um ano, Maria Ribeiro.

Numa primeira fase, esclarece a investigadora do Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida (IBILI), “serão usadas técnicas não invasivas, como a eletroencefalografia, a pupilografia e o eletrocardiograma, que permitem estudar o estado e o funcionamento cerebral durante o desempenho de tarefas motoras, e assim perceber como o cérebro muda com o avançar da idade”.

Numa segunda fase do estudo, “as alterações cerebrais serão localizadas usando imagens cerebrais adquiridas por ressonância magnética. Numa terceira fase, serão testados fármacos com o intuito de perceber se é possível que um sénior volte a ter os reflexos de um jovem adulto”, conclui Maria Ribeiro.

Os voluntários podem inscrever-se e obter toda a informação através dos contactos: 239 480088 / 915234593 e, e-mail, [email protected].

14 de Fevereiro - Dia Nacional do Doente Coronário
No Dia dos Namorados, celebrado a 14 de Fevereiro comemora-se, também, o Dia Nacional do Doente Coronário. Por esta razão a...

Quando estamos apaixonados é no coração que sentimos a força desse impulso. É no coração que os sonhos se instalam. É no coração que as saudades se sentem. É no coração que a coragem soa. É no coração que a vida bate todos os dias. E é também no coração que a vida acelera, abranda, começa e acaba.

Apesar, de ser tão usado de forma romanceada, de ser tão replicado simbolicamente, a verdade é que este órgão é muito desvalorizado e esquecido, particularmente entre os jovens, quando falamos em prevenção e saúde cardiovascular.

É importante ter uma consciência sobre a forma como o coração deve ser protegido e avaliado, ao longo da vida e não apenas perante uma situação de risco ou de alarme. Daí o desafio e a questão lançada pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC): “Sabes como está o teu coração?”

A doença das artérias coronárias é responsável por cerca de um terço das mortes registadas nos países industrializados, surgindo como uma das principais causas de morte em Portugal. Esta doença resulta da deposição de placas de colesterol na parede das artérias coronárias (aterosclerose) podendo determinar a redução do fluxo sanguíneo para o miocárdio, que se instalada de modo agudo conduz ao enfarte do miocárdio e/ou a morte súbita .

Este fenómeno é comum a outros territórios, nomeadamente a circulação cerebral onde se manifesta como acidente vascular cerebral (AVC) popularmente designado como trombose cerebral.

O fenómeno da aterosclerose, afetando múltiplos territórios arteriais (coronário, cerebrovascular, membros inferiores, renal etc) é mantido e amplificado pela presença de fatores de risco designados como fatores de risco cardiovasculares, a saber: tabagismo, diabetes, hipertensão arterial, colesterol sanguíneo elevado. A obesidade, o sedentarismo, a exposição crónica ao stress, ou a alimentação desequilibrada são, por sua vez, potenciadores dos fatores de risco cardiovasculares.

Sabes como deves proteger o coração da tua vida?

O melhor presente que podes dar... é o teu coração. from doctorstv on Vimeo.

Duas a nove pessoas em cada 100 têm epilepsia
Caracterizando-se por uma descarga anormal de alguns ou todos os neurónios, a Epilepsia é uma doença

“A Epilepsia é uma doença cerebral que se caracteriza pela ocorrência de crises epiléticas e pela predisposição existente no cérebro, permanente ou duradoura para gerar estes eventos de forma espontânea”, começa por explicar Carla Bentes, Neurologista e autora do manual “Epilepsia - Conceitos, Diagnóstico e Tratamento”, editado pela LIDEL.

De acordo com a especialista, estas crises epiléticas ocorrem quando, de forma súbita, existe uma atividade elétrica excessiva “ou muito síncrona” de um grupo de células cerebrais ou neurónios.

“Este eventos são em geral transitórios, autolimitados e dão origem a diferentes sintomas ou sinais clínicos”, que dependem da localização cerebral da atividade elétrica anómala.

No entanto, chama a atenção para o facto desta doença ser muito mais do que as crises que a definem, “pelo que se incluem nesta definição de doença também as suas possíveis consequências físicas, cognitivas, psicológicas, comportamentais ou sociais”.

Embora possa surgir em qualquer faixa etária existem, no entanto, dois picos de incidência para a epilépsia, um na infância e outro no adulto com mais de 65 anos. “Tem havido uma tendência progressiva para o aumento da incidência de epilepsia depois dos 65 anos nos países industrializados”, esclarece a especialista.

As causas podem ser diversas, desde genéticas a adquiridas, “e cuja importância varia com a idade do paciente”.

“Na maioria das crianças e adolescentes a epilepsia é devida a defeitos de gene existentes nos neurónios, que fazem com que estes se desorganizarem na sua atividade normal. Nos adultos e idosos, habitualmente as causas são traumatismos cranianos devido a acidentes motorizados e outros”, acrescenta José Pimentel, neurologista e diretor da Consulta de Epilepsia no Hospital de Santa Maria.

Acidentes Vasculares Cerebrais, infeções e tumores do sistema nervoso central e ainda as doenças neurodegenerativas estão entre os principais os fatores de risco “para uma epilepsia adquirida”.

“Numa percentagem importante de doentes, a causa pode não ser conhecida”, revela a responsável pelo Laboratório de EEG/Sono no Departamento de Neurociências e Saúde Mental, do Serviço de Neurologia do Hospital de Santa Maria.

Quanto aos principais sintomas, Carla Bentes esclarece que “as crises epilépticas não são todas iguais”, podendo manifestar-se de forma diferenciada.

No entanto, destaca as mais conhecidas: as convulsões. “O doente perde a consciência e tem movimentos bilaterais e simétricos dos membros, assumindo posturas anormais e tendo abalos rítmicos”, refere acrescentando que estas crises significam que a descarga neural anormal se encontra difundida pelos dois hemisférios cerebrais.

“Contudo, muitas crises são frequentemente mais subtis e as suas manifestações dependem da zona cerebral onde a atividade neural anómala se inicia ou se propaga”, justifica.

Para além de fenómenos motores, podem ocorrer ainda sintomas sensitivos, visuais, cognitivos ou emocionais. 

“Depois da crise muitos doentes mantêm por um período variável de tempo (chamado período pós-crítico) alguns sintomas como desorientação, alterações da fala, cefaleias, ou sonolência”, acrescenta a neurologista.

Embora possam existir algumas complicações associadas à Epilepsia, ligadas à própria crise, como os traumatismos  (maiores ou menores) ou “ligados ao facto da pessoa ser epiléptica, como, por exemplo, a depressão (dificuldades de inserção social, de emprego) ou efeitos acessórios da própria medicação”, a verdade é que, em regra, o doente pode ter uma vida igual tão normal quanto possível.

Os medicamentos antiepiléticos orais integram o tratamento mais frequente para a epilepsia e o seu uso deve prolongar-se entre dois a quatros anos, “conforme a idade da pessoa ou outras circunstâncias mais particulares sem qualquer crise”.

De acordo com José Pimentel, a suspensão da medicação deve ser encarada com especial cuidado. “É necessário que o doente seja avisado que tem uma possibilidade de 25 a 30% de voltar a ter crises. Significa portanto, que a medicação é suspensa com sucesso numa percentagem muito considerável de casos”, refere.

“Outras modalidades de tratamento são as dietas especiais (ditas citogénicas), mais frequentemente dadas nas crianças com epilepsias muito graves e a cirurgia. Esta, cada vez mais realizada, nomeadamente no nosso país, não pode ser extensiva a todos os casos, na realidade, apenas uma pequena parte, cerca de 10% das pessoas, têm indicação para tal”, acrescenta o coordenador e co-autor do manual “Epilepsia- Conceitos, Diagnóstico e Tratamento”.

Não obstante o tipo de tratamento indicado, o doente deve ter alguns cuidados como não beber álcool, dormir bem e fazer sempre a medicação prescrita pelo médico. “É evidente que este regime pode ser aligeirado de acordo com muitas circunstâncias mas as regras foram feitas para serem cumpridas”, reforça o neurologista.

Por outro lado, deve evitar algumas práticas desportivas, como mergulho, escalada, desportos motorizados ou paraquedismo.

“A condução em pessoas com epilepsia está regulamentada mas a perspectiva de reiniciar a condução é grande na maioria dos casos”, acrescenta.

O que fazer perante uma crise epiléptica?

De acordo com Carla Bentes é essencial manter a calma, tentar proteger o doente do perigo e registar a duração da crise.

De acordo com a Liga Portuguesa Contra a Epilepsia, se testemunhar uma crise convulsiva generalizada, com queda e abalos musculares generalizados:

1. Permaneça calmo e vá controlando a duração da crise, olhando periodicamente para o relógio;

2. Coloque a toalha ou um casaco dobrado debaixo da cabeça da pessoa;

3. Quando os abalos (convulsões) pararem coloque a pessoa na posição lateral de segurança;

4. Permaneça com a pessoa até que recupere os sentidos e respire normalmente;

5. Se a crise durar mais do que cinco minutos, chame uma ambulância,

Não introduza qualquer objeto na boca nem tente puxar a língua.

Não tente forçar a pessoa a ficar quieta.

Não lhe dê de beber.

“No entanto, o que deve fazer também deverá ser adaptado ao tipo de crise. Se a crise epilética for mais súbtil, por exemplo somente com perturbação do contacto e alguns movimentos automáticos, deve permanecer junto da pessoa, não restringindo os seus movimentos, excepto em caso iminente de perigo, e afastar atecipadamente o perigo da pessoa”, reforça Carla Bentes.

Quando a crise dura mais de cinco minutos ou ocorre uma repetição sucessiva de crises sem que que exista recuperação da consciência no  seu intervalo, deve contatar as linhas de emergência.

Foi a pensar na complexidade de uma doença que incide sobre 65 milhões de pessoas em todo o mundo, que o manual “Epilepsia – Conceitos, Diagnóstico e Tratamento”, foi pensado.

Escrito com a participação de 38 especialistas, o novo livro da LIDEL pretende contribuir para o enriquecimento e aquisição de novos conhecimentos sobre a patologia, possibilitando a todos uma melhoria na qualidade de vida.

Com uma crescente observação do aumento de internamentos de doentes em Crises Epiléticas nas enfermarias de medicina ou neurologia, e com um aumento exponencial de consultas de Epilepsia em Portugal, este novo livro ensina a viver com a doença e com as suas múltiplas consequências que passam tanto por défices cognitivos, perturbações psicológicas ou mesmo estigmatização social.

“Calcula-se que duas a nove pessoas em cada 100 têm epilepsia. Em Portugal, estima-se que existam pelo menos 50 mil casos”, conclui a neurologista Carla Bentes.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sociedade de Medicina do Viajante
A Sociedade Portuguesa de Medicina do Viajante divulgou recomendações sobre o surto de febre-amarela no Brasil, informando que...

Em comunicado, a Sociedade Portuguesa de Medicina do Viajante (SPMV) refere que os viajantes com destino ao Brasil devem avaliar o risco de contrair febre-amarela numa consulta de medicina do viajante e sublinha que “só os viajantes com destino às zonas consideradas de risco e às novas zonas afetadas por este surto devem, e na ausência de contraindicações, ser vacinados” contra a doença.

As áreas afetadas podem ser conhecidas no Portal da Saúde do Governo brasileiro (http://portalsaude.saude.gov.br).

“A 05 de janeiro de 2017, o Ministério da Saúde do Brasil começou a receber notificações de possíveis casos de doença, tendo sido notificados, até 10 de fevereiro de 2017, 1.170 casos suspeitos, tendo sido confirmados 230, descartados 93 e permanecendo os restantes sob investigação”, refere a Sociedade.

O comunicado sublinha que as viagens não essenciais de cidadãos imunodeprimidos, mulheres grávidas e lactentes com idade inferior a nove meses, com destino às zonas afetadas, deverão ser ponderadas.

A febre-amarela é uma doença febril aguda, transmitida por picada de mosquito, sem tratamento específico e com uma elevada taxa de mortalidade associada.

Segundo a SPMV, a vacinação é a medida mais eficaz de prevenção, até porque uma dose da vacina administrada em qualquer altura da vida confere imunidade vitalícia.

Um comunicado divulgado este mês pelo Governo brasileiro indica que o atual surto, que já fez pelo menos 65 vítimas mortais, é o pior desde que existe registo estatístico da doença, em 1980.

A maioria dos casos mortais está a ocorrer no estado de Minas Gerais.

Na sexta-feira
Os responsáveis da petição contra o peso das mochilas escolares, que já reuniu mais de 40.000 assinaturas, vão entregar o...

A petição pública "Contra o Peso Excessiva das Mochilas Escolares em Portugal" foi lançada no passado mês de janeiro, 13 anos depois de um estudo da associação de defesa dos consumidores DECO ter identificado que mais de metade das crianças dos 5.º e 6.º anos de escolaridade transporta peso a mais nas suas mochilas escolares.

Os signatários desta petição, que tem o apoio dos diretores das escolas, pais, especialistas em ortopedia, entre outros, pedem urgência na resolução do problema.

Propõem, entre outras medidas, que se legisle no sentido de definir que o peso das mochilas escolares não deve ultrapassar os 10% do peso corporal das crianças, tal como sugerido por associações europeias e americanas.

Na petição defende-se a obrigatoriedade de as escolas pesarem as mochilas das crianças semanalmente, de forma a avaliarem “se os pais estão conscientes desta problemática e se fazem a sua parte no sentido de minimizar o peso que os filhos carregam”.

“Para tal, cada sala de aula deverá contemplar uma balança digital, algo que já é comum em muitas escolas, devendo ser vistoriada anualmente”, acrescentam os signatários.

A existência de cacifos em todas as escolas públicas e privadas para que os alunos possam deixar alguns livros e cadernos, evitando transportar tanto peso nas mochilas, e a utilização por parte das editoras de papel de menor gramagem na elaboração dos manuais são algumas das propostas apresentadas pelos signatários da petição.

Sugerem igualmente que as editoras possam criar livros escolares divididos em fascículos retiráveis segundo os três períodos escolares e que os conteúdos dos manuais sejam o mais concisos e sintéticos possível.

Entretanto, numa nota enviada na semana passada às redações, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros manifestou-se solidária com a preocupação e diz que os editores escolares “têm investido bastante na procura das melhores soluções no que diz respeito aos manuais”.

“Ao longo dos últimos anos, os editores escolares tomaram algumas medidas, como a divisão de alguns dos seus manuais em dois ou três volumes, pese embora isso constitua um acréscimo adicional nos custos de produção que não se reflete no preço final dos livros escolares”, recorda a APEL.

Outra das medidas apontadas pela APEL é o investimento noutras soluções, para além da criação de volumes, “tais como o tipo de papel, utilizando papéis mais leves, sem nunca afetar a qualidade dos manuais e a sua utilização plena, nomeadamente, no que concerne à leitura”.

Os editores e livreiros manifestam ainda a “total abertura e disponibilidade para colaborar na definição das melhores soluções” e dizem que irão continuar a “fazer tudo o que estiver ao seu alcance para responder à questão do peso das mochilas e minimizar ao máximo as consequências negativas no presente e no futuro dos alunos portugueses”.

As associações de pais e os diretores de escolas defendem que o ideal seria a aposta nos livros digitais para aliviar o peso nas mochilas dos alunos, mas até lá concordam que o aumento do número de cacifos nas escolas já ajudava.

Diretor-Geral da Saúde
O diretor-geral da Saúde, Francisco George, afirmou, no Funchal, que o país tem "motivos acrescidos" para estar...

Francisco George participou na cerimónia de entrega dos diplomas de acreditação a dez unidades do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM), que decorreu no Hospital Central do Funchal, destacando-se a Unidade de Cuidados Paliativos, a primeira reconhecida ao nível nacional.

O processo de acreditação está baseado no Modelo da Agência de Qualidade Sanitária da Andaluzia (ACSA, sigla em espanhol), que foi adotado pela União Europeia.

"É exatamente por isso que temos motivos acrescidos para estar orgulhosos", disse Francisco George, sublinhando a importância de uma Unidade de Cuidados Paliativos ter recebido, pela primeira vez no país, o nível de acreditação internacional.

Para além desta, foram acreditados quatros centros de saúde (Ribeira Brava, na zona oeste, Caniço e Machico, na zona leste, e Santo António, no Funchal), bem como os serviços do Hospital Central do Funchal de Anestesiologia, Medicina Intensiva, Ginecologia-Obstetrícia, Cirurgia Cardiotorácica e Patologia Clínica.

"São critérios sobretudo clínicos, de respeito pela intimidade dos doentes, redução da probabilidade de infeções e qualidade dos serviços prestados em todas as suas dimensões", esclareceu Francisco George.

Por outro lado, o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, salientou que a entrega dos certificados, que coincidiu com o Dia Mundial do Doente, é também uma mensagem para a população da região autónoma, no sentido de que "pode ter confiança" no Serviço Regional de Saúde.

"Em termos de acreditação, isto significa que à nossa instituição [o SESARAM], auditada por agentes externos, foi-lhe conferida capacidade de qualidade, qualidade para cuidar, qualidade para tratar, qualidade para humanizar", realçou.

Páginas