Estudo
Comer grandes quantidades de fruta e legumes aumenta a longevidade, conclui um estudo do Imperial College London, que também...

É daquelas pessoas que se contenta com uma peça de fruta por dia ou com uma pequena porção de legumes a acompanhar um grande bife? Então está em alerta vermelho e tem de mudar os hábitos. Segundo um estudo do Imperial College London, a melhor forma de ter uma vida longa é comer, no mínimo, 10 porções de fruta e vegetais por dia. Criar esta rotina alimentar poderia ajudar a contribuir para evitar 7.8 milhões de mortes prematuras por ano, refere o site da BBC, citando o estudo.

A equipa de investigadores também identificou as espécies de fruta e vegetais que reduzem o risco de cancro e doença cardíaca, escreve o Diário de Notícias. A recolha de dados foi feita em 95 estudos separados envolvendo os hábitos alimentares de dois milhões de pessoas.

Os riscos de cancro reduzem se comer vegetais verdes, como espinafres; pimentos amarelos ou couve-flor. Já a redução de riscos de doença cardíaca e enfartes está associada ao consumo de maçãs, peras, laranjas e limões, alfaces, couve-flor ou brócolos.

Os resultados, publicados no Jornal Internacional de Epidemiologia, também avaliaram o risco de morrer antes do tempo consoante o consumo de "verdes" que se faz. Assim: 200 gramas de fruta ou vegetais reduzem o risco cardiovascular em 13%, enquanto 800 gramas o reduzem em 28%; 200 gramas baixam o risco de cancro em 4% enquanto 800 gramas provocam uma redução do risco de 13%; 200 gramas de fruta e legumes reduzem o risco de morte prematura em 15% enquanto que com 800 gramas de consumo o risco baixa 31%.

Estudo
As mulheres que contraem herpes genital nos primeiros meses de gravidez têm o dobro das hipóteses de dar à luz um bebé autista,...

Um estudo publicado na revista mSphere é o primeiro a demonstrar que a resposta imunitária de uma mulher pode ter efeitos nocivos no cérebro do feto em desenvolvimento e influenciar a probabilidade de a criança desenvolver autismo.

"Acreditamos que a resposta imunitária da mãe ao vírus da herpes HSV-2 pode afetar o desenvolvimento do sistema nervoso central do feto, aumentando o risco de autismo", explicou Milada Mahic, cientista do Centro de Infeção e Imunidade da Universidade de Columbia em Nova Iorique, autora principal deste estudo.

As causas do Transtorno do Espectro Autista permanecem mal compreendidas, escreve o Sapo, e os cientistas acreditam que a condição tem origem numa combinação de influências genéticas e ambientais.

Os investigadores acreditam que o risco de autismo nas crianças não está diretamente ligado à infeção do feto, porque neste caso poderia ser fatal.

De acordo com os cientistas, esse risco está associado a uma reação do organismo da mãe ou a uma reativação da infeção somada a uma inflamação perto do útero.

Em 2016
A Associação Telefone da Amizade atendeu em 2016 um total de 693 chamadas e respondeu a 409 'e-mails' no âmbito do...

Em declarações, José Paulo Leal explicou que a missão envolve 23 voluntários, "sendo que apenas 13 são regulares", e sublinhou que o atendimento se faz "respeitando sempre o anonimato" de quem procura ajuda.

A funcionar desde 1982 no Porto, numa sala propriedade da associação, "o que limita as despesas ao mínimo", a Associação Telefone da Amizade (ATA) vive de apoios de parceiras como a Fundação PT e da Fundação Alberto Canedo, disse o responsável e membro da direção desta instituição particular de solidariedade social.

"Ativo, diariamente, entre as 16:00 e as 23:00, o Telefone da Amizade alargou há uma década a sua disponibilidade com a associação de um endereço de correio eletrónico que permitiu, por exemplo, o alargamento do espaço geográfico de intervenção", acrescentou.

O também voluntário, escreve o Sapo, acrescentou que com a criação do 'e-mail' e da página na Internet passou a haver contactos de todo o território português, de meios migratórios e de cidadãos brasileiros.

"Em Portugal, por ano, morrem cerca de 1.200 pessoas vítimas de suicídio, sendo a principal causa de morte na adolescência e ocorre, na maior parte dos casos, em pessoas que nos três meses anteriores tiveram consultas médicas", alertou o também docente no Departamento de Ciências de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

Com uma parte dos voluntários da ATA formados em Psicologia, Economia e Direito, é a "capacidade de saber escutar o fator mais importante no momento em que é feita a formação para um trabalho exigente a nível emocional", explicou. "A introdução do 'e-mail' permitiu também às pessoas poderem expressar-se melhor, pois nota-se que ficam mais soltas quando escrevem por comparação da conversa pelo telefone, em que a sensação de distância e anonimato diminui", argumentou o responsável da associação.

José Paulo Leal contou que quem procura ajuda via correio eletrónico "começa os seus textos quase sempre por dizer que está a pensar no suicídio" e acrescentou que quando o contacto se faz por telefone, isso já "não é tão óbvio", e que "só mais tarde começa a descortinar-se".

Para o voluntário, a missão da ATA "passa também por evitar que o apoio se torne numa relação", explicando "que o importante é apoiar durante a crise, evitando que depois se torne numa dependência do Telefone da Amizade".

Estudo
Cientistas das universidades de York, Leeds e Helsínquia dizem estar mais perto de descodificar o vírus da comum constipação,...

Os resultados da investigação, publicados hoje na revista Nature Communications, revelam o funcionamento de um “código oculto” no genoma do 'parechovirus' humano, da família dos 'picornavírus' (pequenos vírus ARN - propensos a mutações genéticas).

O trabalho baseia-se numa descoberta feita em 2015, quando cientistas das universidades de Leeds e York, no Reino Unido, identificaram um conjunto de sinais "encriptados" no vírus de uma planta similar à estrutura do vírus que nos humanos causa doenças como a meningite nas crianças.

Os cientistas descobriram que os detalhes do mecanismo de descodificação eram idênticos em todas as estirpes de vírus, o que potencialmente permitia que um único fármaco os tratasse a todos, algo que já não era possível com uma vacina.

O que equipa está a fazer agora é procurar potenciais medicamentos antivirais que ataquem o mecanismo de encriptação. Reidun Twarock, biólogo e matemático de York, explicou que até agora os cientistas assumiam que os sinais que regulam a montagem de um vírus estavam localizados numa única área do genoma, e que o que o estudo sugere é que o mecanismo depende de locais dispersos.

“A constipação comum infeta mais de dois mil milhões de pessoas por ano, tornando-a um dos agentes patogénicos com mais sucesso”, disse o responsável.

Descobrindo esse “código escondido” que é responsável pela formação do vírus é possível lutar contra ele, como explica Peter Stockley, da universidade de Leeds: “A codificação funciona como as rodas dentadas de um relógio suíço. Precisamos agora de um medicamento que tenha o mesmo efeito que o de mandar areia para dentro do relógio. Todo o mecanismo viral podia ser desativado”.

1 de março
O médico Paulo Morgado vai ocupar a 01 de março o cargo de presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve, na...

Segundo um despacho do ministro da Saúde publicado em Diário da República na quarta-feira, Paulo Morgado e Josélia Gonçalves são designados, em regime de substituição, para exercerem os cargos de presidente e vogal do conselho diretivo daquele organismo a partir da próxima quarta-feira.

A nova equipa de dirigentes assume funções após terem ficado vagos os cargos de presidente e de um vogal do conselho diretivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, "na sequência da cessação da comissão de serviço a pedido dos anteriores titulares", João Moura Reis e Nuno Sancho Ramos, lê-se no despacho.

Paulo Morgado, médico de 56 anos, licenciado pela Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, é coordenador da Unidade de Cuidados de Saúde Primários (UCSP) de Lagos desde julho de 2014 e presidente da Assembleia Municipal de Lagos.

Josélia Gonçalves, socióloga de 45 anos, licenciada pela Universidade de Évora, era desde outubro de 2013 a chefe do gabinete da presidência da Câmara de São Brás de Alportel.

O médico João Moura Reis, que agora cessa funções, ocupava o cargo desde outubro de 2013.

Faro e Portimão
O novo regulamento interno do Centro Hospitalar do Algarve já prevê a separação das unidades hospitalares de Faro e Portimão,...

O documento, homologado a 07 de fevereiro, estabelece a criação de dois subdiretores clínicos, designando separadamente os serviços de Faro e de Portimão, decisão que já tinha sido anunciada em dezembro, pelo presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.

Segundo disse o ainda presidente daquele organismo, João Moura Reis, as diretrizes contidas no novo regulamento constituem já "os primeiros passos" para a desagregação do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), embora a concretização da medida ainda vá "levar algum tempo", estimou.

"Vai ser uma autonomização gradual de forma a que não se cometam os mesmo erros que foram cometidos anteriormente com a junção dos hospitais", referiu aquele responsável, sublinhando que é preciso primeiro criar "uma cultura organizacional que seja consentânea com a separação".

De acordo com João Moura Reis, o objetivo é que os serviços centrais permaneçam na unidade de Faro, que se tornará um "hospital polivalente", concentrando "algumas especialidades diferenciadoras" e que a unidade de Portimão passe a estar mais focada nos serviços médico-cirúrgicos.

Entretanto, na passada semana, foi formalizada a demissão da adjunta do diretor clínico e de três diretores de departamento do Centro Hospitalar do Algarve, que deixaram de assumir responsabilidades na direção no dia 13 de fevereiro.

A Lusa questionou a administração do CHA acerca da substituição destes responsáveis, que esclareceu estar em curso uma "reorganização da estrutura interna" do centro hospitalar.

Segundo o presidente do conselho de administração do CHA, Joaquim Ramalho, a reconstituição da equipa de dirigentes intermédios, designadamente, a substituição dos dirigentes que se demitiram, será efetuada ao abrigo do novo regulamento interno.

A separação do CHA começou a ser discutida em dezembro passado, altura em que a ARS/Algarve iniciou um estudo que apontou no sentido da continuidade do modelo conjunto dos hospitais de Lagos e de Portimão e a cisão entre estes e o Hospital de Faro.

O Centro Hospitalar do Algarve (CHA) entrou formalmente em funcionamento a 01 julho de 2013, ficando com a competência de gestão dos hospitais públicos do Algarve, na sequência da extinção do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e do Hospital de Faro.

Relatório
A sobrevivência ao cancro do cólon, reto e mama melhorou significativamente entre 2000 e 2011, segundo o relatório sobre a...

Editado pelo Registo Oncológico Regional – Sul, o documento apresenta os resultados de 2010 e 2011 da incidência, sobrevivência e mortalidade por cancro, ocorridos na população nas quatro regiões de saúde: Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e Região Autónoma da Madeira.

O documento será hoje apresentado em Lisboa, bem como dados sobre a sobrevivência aos tumores no período compreendido entre 2000 e 2011.

Segundo Ana Miranda, diretora do ROR-Sul, a sobrevivência ao cancro é “o indicador global da atuação dos serviços de saúde”.

Na comparação dessa década, e em relação ao tumor do cólon, cuja sobrevivência é baixa (ronda os 50%), foi registada uma melhoria da sobrevivência aos três anos que, nos mais novos, aumentou de 68% para 79%.

Para Ana Miranda, esta melhoria – que se esbate a partir dos 75 anos – deve-se à sua identificação em estadios mais precoces e também à melhoria da terapêutica.

O cancro do cólon passou, em 2010 e 2011, a ser o terceiro com maior incidência na zona sul do país.

No tumor do reto, as melhorias globais foram “substanciais”, passando dos 54% para os 61% aos três anos.

“A diferença ainda é melhor nos grupos mais jovens, passando dos 64% para os 78%”, adiantou.

Também no cancro da mama a sobrevivência melhorou, com Ana Miranda a considerar que será “muito difícil” melhorar estes valores.

“Passámos de 84% para 87% aos três anos”, disse.

Já em relação ao cancro do pulmão, os dados de uma década não apontam para grandes diferenças em relação à sobrevivência, que “é muito pobre”, tendo apenas passado dos 12% para os 14% aos três anos.

Contudo, Ana Miranda está confiante que, “nos próximos anos, com a saída das novas moléculas”, a sobrevivência vá melhorar.

Para tal deverá igualmente contribuir as medidas legislativas contra o tabaco.

Segundo Ana Miranda, existem hoje muito menos fumadores passivos, o que deverá seguramente melhorar a taxa de sobrevivência a este cancro.

Em relação ao relatório, a diretora do ROR-SUL sublinhou a necessidade dos serviços estarem preparados para o aumento do número de tumores.

“Dentro de uma ou duas décadas, os casos de tumores vão ser ainda maiores”.

Os dados do ROR-Sul indicam que, em 2010, e por 100 mil habitantes, o cancro da tranqueia, brônquios e pulmões matou 1.839 pessoas, o do cólon 1.369 e o do estômago 921.

Em 2011, os tumores da traqueia, brônquios e pulmões foram responsáveis por 1.797 mortos por 100 mil habitantes, o do cólon por 1.335 e o do estômago por 1.008.

Relatório
O cancro do cólon passou, em 2010 e 2011, a ser o terceiro com maior incidência na zona sul do país, confirmando os receios dos...

Os dados constam do documento “Incidência, Sobrevivência e Mortalidade de todos os tumores na população portuguesa adulta na região sul de Portugal, no período 2010/2011”, que será hoje apresentado em Lisboa.

Editado pelo Registo Oncológico Regional – Sul, o documento apresenta os resultados da incidência, sobrevivência e mortalidade por cancro, ocorridos na população nas quatro regiões de saúde: Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e Região Autónoma da Madeira.

A área abrangida pelo ROR-Sul representa cerca de 50% do território português e uma população anual média aproximada de 4,8 milhões de habitantes.

Em 2010, registaram-se 23.603 novos casos de cancro nesta região, sendo o da mama o que teve uma maior incidência (3.247), seguindo-se o da próstata (2.808) e o do cólon (2.430).

Nesse ano, a taxa bruta de tumores malignos foi de 484,25 por 100 mil habitantes e a taxa padronizada europeia era de 353,53 por 100 mil. A taxa padronizada mundial situava-se nos 254,50 por 100 mil habitantes.

O cancro atingiu 12.853 homens, sendo o mais frequente o da próstata (2.808), o do cólon (1.393) e o da traqueia, brônquios e pulmão (1.385).

Nas mulheres, dos 10.750 cancros registados, 3.218 eram da mama, 1.037 do cólon e 564 da pele.

No ano seguinte, registaram-se 24.327 novos casos de cancro. A taxa bruta de tumores malignos foi de 497, 66 por 100 mil habitantes em 2011.

Nesse ano, a taxa padronizada europeia era de 355,99 por 100 mil, enquanto a taxa padronizada mundial situava-se nos 256,69 por 100 mil habitantes.

Os cancros com maior incidência foram, nesse ano, o da mama (3.420), o da próstata (2.828) e o do cólon (2.563).

Por género, os homens registaram 13.194 novos casos de cancro: Próstata (2.818), cólon (1.487) e traqueia, brônquios e pulmão (1.355).

Os dados do ROR-Sul indicam que, em 2010, e por 100 mil habitantes, o cancro da tranqueia, brônquios e pulmões matou 1.839 pessoas, o do cólon 1.369 e o do estômago 921.

Ainda por 100 mil habitantes, e por género, o cancro da traqueia brônquios e pulmões causou a morte de 1.469 pessoas, o da próstata 903 e o do cólon 799.

Nas mulheres, o cancro da mama matou 904 pessoas por 100 mil habitantes, o do cólon 670 e o do estômago 378.

Em 2011, os tumores da traqueia, brônquios e pulmões foram responsáveis por 1.797 mortos por 100 mil habitantes, o do cólon por 1.335 e o do estômago por 1.008.

Por género, 1.411 homens por 100 mil habitantes morreram devido ao cancro da traqueia, brônquios e pulmão, 937 por cancro da próstata e 742 por causa do cancro do colon.

Nas mulheres, em cada 100 mil habitantes morreram 881 devido ao cancro da mama, 593 por cancro do cólon e 386 por causa do cancro da traqueia brônquios e pulmão.

Organização Europeia de Institutos de Cancro
O Instituto Português de Oncologia de Coimbra foi reacreditado como Centro Clínico do Cancro pela Organização Europeia de...

"Este estatuto, atribuído até 2022, coloca o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra no lote dos mais importantes institutos de cancro da Europa e em linha com o que de melhor se faz em matéria de diagnóstico e tratamento em oncologia", congratula-se aquela unidade hospitalar, em comunicado.

A auditoria, realizada em junho de 2016, por uma equipa de auditores externos de vários institutos de cancro europeus, "observou e concluiu, através da verificação das respetivas evidências, estarem cumpridos os critérios de qualidade exigíveis nos vários domínios em que se desdobra a atividade clínica".

Segundo o comunicado, o trabalho desenvolvido ao longo dos anos pelos grupos multidisciplinares por patologia, "a quem se reconhece o conhecimento e experiência no tratamento do cancro, e pelas ações levadas a efeito nos domínios da prevenção, rastreio, ensino e investigação, foram determinantes na obtenção da reacreditação".

"A reacreditação reflete não apenas a qualidade intrínseca dos cuidados de saúde, da investigação clínica e da formação dos seus profissionais, mas também a importância que o reconhecimento da excelência deste centro de referência assume como pilar do sucesso da estratégia da prevenção primária e secundária, do diagnóstico e tratamento das doenças oncológicas, no âmbito do Serviço Nacional de Saúde", lê-se no documento.

O IPO de Coimbra, conjuntamente com o do Porto e mais três prestigiados institutos europeus - FIVO de Valência (Espanha), The Christie NHS Foundation Trust de Manchester (Reino Unido) e o NKI-AVL de Amsterdão (Holanda) - foram os primeiros institutos de cancro na Europa a verem reconhecida a qualidade do trabalho que desenvolvem nas diversas áreas e abordagens oncológicas.

O certificado será entregue durante a realização da Assembleia Geral da Organização Europeia de Institutos de Cancro, que vai decorrer em junho em Brno, na República Checa.

Governo
O Governo anunciou que vai começar uma campanha pela segurança da carne picada vendida nos talhos, para o que vai lançar um...

Na proposta de folheto discutido na reunião da Comissão de Segurança Alimentar promovida pelo Ministério da Agricultura, diz-se aos consumidores que têm o direito de saber que ingredientes entram na composição da carne picada que compram, bem como substâncias que provoquem alergias, país de origem e condições de conservação.

Aos donos dos talhos é lembrado que têm que colher amostras para detetar a presença de bactérias nocivas como a 'salmonella' ou a "E.coli".

Depois de a Deco Proteste ter publicado já este ano mais um estudo em que foram descobertas irregularidades e riscos para a saúde na carne picada, o Governo refere agora que no ano passado fiscalizou mais de 600 talhos e peixarias e que encontrou "não-conformidades menores" em 60 por cento das instalações.

Entre as situações descobertas encontram-se faltas genéricas de "higiene geral", como vegetais frescos em contacto com carne, tábuas de corte sujas ou falta de instruções de higiene.

Essas "não-conformidades" foram alvo de "autos de vistoria" em que se deram instruções para as corrigir.

Idosos
A prevalência de desnutrição ou em risco de desnutrição é o dobro nos idosos que estão em lares quando comparada com os que...

Estudos internacionais mostram que nos lares a percentagem de idosos desnutridos é de 21% e 52% estão em risco de desnutrição. Já os que vivem em casa, 4,2% estão desnutridos e 27% em risco de desnutrição. Os resultados portugueses, apresentados ontem, são semelhantes na tendência, mas com percentagens menores: 4,8% dos idosos em lares estão em situação de desnutrição e 38,7% em risco de desnutrição (43,5% no total), valores que descem para os 0,6% e 16,9%, respetivamente quando avaliados os idosos a viver em casa (17,5% somando as duas variáveis). As taxas de depressão também são mais elevadas nos idosos que estão em lares - 47% quando na comunidade são 25% -, tal como as situações de dependência, 87% versus 30% na comunidade.

"A prevalência de malnutrição aumenta com a idade e nos lares em média os idosos são mais velhos dos que estão na comunidade. Também nos lares a prevalência de depressão e dependência - os dois indicadores aumentam de forma significativa a malnutrição, influência válida para lares e para a comunidade - é superior. Isso pode explicar porque nos lares há mais casos de desnutrição e risco de desnutrição", explica ao Diário de Notícias Teresa Madeira, investigadora da Faculdade de Medicina de Lisboa, entidade que liderou o estudo financiado pelo fundo EEA Grants e que contou com uma amostra de 2296 idosos (com e mais de 65 anos), cerca de metade a residir em lares e os restantes em casa, representativa da população idosa em Portugal. Foram excluídos do inquérito idosos acamados e com demência grave.

A investigadora reforça que "não é por estar no lar que o idoso está pior". "Não sabemos como é que estas pessoas estariam se vivessem em casa, mas podemos colocar a hipótese de que estariam piores se não tivessem cuidadores para preparar as refeições, fazer as compras, cozinhar, suporte que o lar oferece".

O estudo testou também um sistema informático que permite detetar idosos em risco de malnutrição, de forma a serem encaminhados para consultas especializadas para avaliação das causas e evitar uma situação grave de doença, que vai ser aperfeiçoado.

A atual lei não prevê a existência de um nutricionista do quadro do pessoal dos lares. "Faz todo o sentido uma colaboração que pode ser uma consultadoria, em vez de ser um elemento nos quadros, para a elaboração de ementas dirigidas às necessidades de cada idoso, que podem ser muito diferentes", diz ao Diário de Notícias João Ferreira de Almeida, presidente da ALI - Associação de Apoio Domiciliário de Lares e Casas de Repouso de Idosos, que refere que os idosos chegam hoje aos lares "com mais idade, com mais doenças e doenças mais graves, com maior dependência e demência" em comparação com o que acontecia há nove anos.

Estudo
Uma investigação conduzida nos Estados Unidos revela que os alimentos sem glúten destinados, sobretudo, aos doentes celíacos...

Liderado por Maria Argos, professora assistente de Epidemiologia na Universidade de Illinois, em Chicago, o estudo analisou dados de milhares de norte-americanos, com idades entre os 6 e os 80 anos, recolhidos na Sondagem de Análise da Saúde e Nutrição dos Estados Unidos. Do total de participantes, foram identificados 73 indivíduos que diziam seguir uma dieta exclusivamente sem glúten.

De acordo com o estudo, escreve o Sapo, os participantes que seguiam este tipo de dieta apresentavam mais de dois terços (cerca de 70%) dos níveis de arsénio na urina e mercúrio no sangue em comparação com os outros participantes.

Segundo a autora principal do estudo, "estes resultados indicam que o consumo de uma dieta sem glúten pode acatar consequências indesejadas" para o organismo humano. Os investigadores adiantam, no entanto, que são necessários mais estudos para concluir que este tipo de dieta apresenta riscos para a saúde.

Os produtos sem glúten contêm frequentemente farinha de arroz que funciona como um substituto do trigo, centeio e cevada. O arroz costuma acumular arsénio e mercúrio oriundos dos fertilizantes, da água e dos solos. Segundo os autores deste estudo, este tipo de metais estão presentes naturalmente no meio-ambiente, mas fazem aumentar o risco de cancro, doença coronária e problemas neurodegenerativos no ser humano.

O que é o glúten?
O glúten é um conjunto de proteínas que se encontra no endosperma de cereais como o trigo, a cevada, o centeio e a aveia. A doença celíaca é uma doença que afeta, na Europa, cerca de 1% da população. Em Portugal, estima-se que 1 a 3% da população portuguesa seja celíaca, mas apenas 10 000 pessoas estarão diagnosticadas.

Segundo a Associação Portuguesa de Celíacos, a doença celíaca é uma patologia auto-imune que ocorre em indivíduos com predisposição genética, sendo causada pela permanente hipersensibilidade ao glúten. A ingestão desta substância provoca um estado de inflamação crónica na mucosa intestinal, o que desencadeia uma série de reações imunológicas contra o próprio intestino que modificam a sua mucosa e provocam consequências, como a diminuição da absorção de nutrientes e o aumento do risco de doenças, como a osteoporose.

 

O tratamento da doença celíaca passa exclusivamente por uma dieta isenta de glúten.

Estudo
Um estudo prova que a adoção de uma dieta mediterrânica rica em azeite virgem promove os efeitos do colesterol HDL na proteção...

O estudo foi levado a cabo por investigadores conduzidos pela cientista Montserrat Fitó do Instituto de Estudos Médicos do Hospital del Mar em Barcelona, em Espanha.

A investigação pretendeu analisar os efeitos de uma dieta mediterrânica rica em azeite virgem e frutos secos na potencialização do bom colesterol (HDL).

Os investigadores contaram com a participação de 296 pessoas, com uma média de idades de 66 anos e com elevado risco de doença cardíaca. Os participantes foram divididos em três grupos e foi atribuída uma dieta diferente a cada grupo durante cerca de um ano, escreve o Sapo.

Uma das dietas consistia numa dieta mediterrânica tradicional com quatro colheres de sopa diárias de azeite virgem. A segunda dieta era igual à anterior, mas sem azeite e com frutos secos. A terceira dieta incluía doses de carne vermelha, laticínios, alimentos processados e doces. As três dietas continham fruta, legumes, leguminosas, peixe e carne branca.

Os participantes foram submetidos a análises de sangue no início e fim do estudo de forma a medir os níveis de colesterol HDL e LDL (mau colesterol). Embora nenhuma das três dietas tenha produzido aumentos significativos nos níveis de colesterol HDL, as duas dietas mediterrânicas melhoraram a sua função, tendo sido essa melhoria mais acentuada na dieta que incluía o azeite virgem.

Embora a terceira dieta incluísse também fruta e legumes, tal como as dietas mediterrânicas, a mesma teve um impacto negativo sobre as propriedades anti-inflamatórias do colesterol HDL. Essa redução da atividade do HDL está associada a um maior risco de doença cardíaca.

 

Dessa forma, os investigadores concluem que uma dieta rica em azeite virgem pode proteger a saúde cardiovascular ao otimizar o impacto do bom colesterol no organismo.

Estudo
Um estudo revela que ser canhoto ou destro não está diretamente relacionado com o cérebro, tal como muitos cientistas...

Um estudo revela que ser canhoto ou destro não está diretamente relacionado com o cérebro, tal como muitos cientistas acreditavam até aqui, mas sim com a medula espinal, conta o El Espãnol. Teorias anteriores consideram que a tendência para escrever e executar tarefas com a mão esquerda ou direita já se consegue observar no útero da mãe, às oito semanas de gestação, através dos movimentos da mão e do braço do bebé. Até agora sempre se acreditou, segundo o Observador, que esses movimentos partiam do córtex cerebral: era a partir daí que eram enviados sinais para a medula espinal, encarados como uma ordem de movimento.

A mais recente investigação, publicada no eLife, vem contrariar esta certeza. De acordo com dados revelados pelos investigadores, o córtex cerebral não está ligado à medula espinal desde o princípio da formação dos fetos e, mesmo antes de todas as ligações estarem desenvolvidas, os movimentos das mãos no útero já são evidentes. Por isso, a tendência para ser esquerdino ou destro não está relacionada com o cérebro, mas sim com a medula espinal. Para comprovar esta hipótese, os investigadores analisaram os genes presentes na medula espinal entre a oitava e a décima segunda semanas da gravidez, quando os segmentos da coluna vertebral que controlam o movimento se desenvolvem.

 

O estudo foi levado a cabo pela Universidade alemã de Ruhr Bochum, em colaboração com o Instituto Max Planck de Psicolinguística, com a Universidade de Radboud nos Países Baixos e com o Centro de Investigação Wellenberg, da Universidade de Stellenbosch na África do Sul.

Banco Farmacêutico
Os portugueses doaram 14 mil medicamentos e produtos de saúde, num valor estimado em 56.000 euros, a utentes de 100...

A IX jornada de recolha de medicamentos, que se realizou no passado sábado, contou com a participação de 220 farmácias de 16 distritos do país, de 600 voluntários e de milhares de portugueses.

Em declarações, a porta-voz do Banco Farmacêutico, Ana Formigal, fez um balanço muito positivo da iniciativa que recolheu mais 3.500 medicamentos face ao ano anterior.

Também aumentou o número de farmácias aderentes (mais 56), o número de voluntários (mais 100), o número de instituições apoiadas (mais 10).

“Estamos muito felizes porque, mais uma vez, se comprovou a generosidade dos portugueses e de todos os intervenientes neste processo”, que se traduziu num “resultado histórico”, disse Ana Formigal

Pela primeira vez, salientou, “alcançámos uma recolha de 14 mil medicamentos e outros produtos de saúde” com os quais “vamos conseguir ajudar muita gente e isso é muito positivo”, frisou.

Esta recolha vai beneficiar os utentes de 100 Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) com valência de apoio na área da saúde.

As instituições “vão fazer chegar estes 14 mil medicamentos às pessoas que têm referenciadas e que necessitam deste tipo de produtos para melhorar a sua qualidade de vida e manter a sua saúde”, explicou a responsável.

Segundo Ana Formigal, muitos dos medicamentos doados são “bastantes caros” e pouco acessíveis às pessoas mais carenciadas.

“Houve pedidos para doação por parte das IPSS de produtos relativamente baratos, desde um euro, mas de facto há produto de sete, oito, nove, dez e mais euros que as pessoas mais carenciadas não conseguem lá chegar”, adiantou.

A variedade de produtos doados “é imensa” e vai desde “os clássicos antipiréticos”, até pomadas antibacterianas compressas, antigripes ou antialérgicos.

Desde 2009, ano em que a iniciativa decorreu pela primeira vez em Portugal, o Banco Farmacêutico ajudou instituições de solidariedade social com 74.000 medicamentos e produtos de saúde.

O Banco Farmacêutico nasceu em Milão de uma colaboração entre a Companhia das Obras e a Associação Lombarda dos Proprietários de Farmácia e tem como missão “ajudar as pessoas mais carenciadas através do fornecimento de medicamentos e de produtos de saúde, em colaboração com as realidades assistenciais que operam localmente”.

Cientistas
Químicos perigosos associados ao cancro e infertilidade são usados em milhares de produtos de uso diário com superfícies...

Num artigo divulgado na publicação científica Environmental Science & Technology, investigadores da Suíça, Suécia e Estados Unidos apelam à "regulação de toda a categoria de químicos com alto teor de flúor".

Isto inclui os revestimentos antiaderente e anti mancha nas mobílias, tapetes, material de campismo, roupa, cosméticos, utensílios de cozinha e embalagem, feitos com materiais que foram ligados ao aparecimento de cancro dos rins e dos testículos, infertilidade, problemas de tiroide e alterações hormonais.

Os cientistas frisam que se trata de químicos que não se decompõem e contaminam o ambiente durante milhares de anos e censuram as instituições de regulação por não alargarem as restrições.

O professor da universidade sueca de Estocolmo Ian Cousins, coautor do artigo, afirmou que "a menos que se alargue o espectro [dos reguladores], as gerações futuras estarão cada vez mais expostas a água, ar e comida contaminada".

"Ser impermeável à chuva ou resistente à gordura vale arriscarmos a nossa saúde?", questionou a professora Arlene Blum, da universidade norte-americana de Berkeley.

Outra questão, indicou Tom Bruton, também de Berkeley, é que os produtos enriquecidos com flúor que foram sendo proibidos acabaram por ser substituídos por outros parecidos, demasiados para se conseguir avaliar todos.

A resposta da indústria química é que os produtos atuais são mais seguros porque não se acumulam no corpo humano, como os mais antigos, mas os cientistas contrapõem que as pessoas estão sempre em contacto com os químicos perigosos no ambiente que os rodeia.

Marcas mundiais de mobiliário e roupa estão a acabar com os químicos enriquecidos com flúor nos seus produtos, reconhecendo que não é essencial usá-los.

Comissão parlamentar de Saúde
A Associação Portuguesa de Fertilidade alertou para a necessidade de ter um centro de procriação medicamente assistida na zona...

Numa audiência na comissão parlamentar de Saúde, Joana Freire, da Associação Portuguesa de Fertilidade (APF), lembrou que a zona sul do país não tem nenhum centro público de procriação medicamente assistida.

Os utentes que moram nestas regiões têm de recorrer aos centros públicos na região da Grande Lisboa.

Quanto aos tratamentos nos centros do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a Associação defende que se passe dos atuais três para os cinco ciclos, o que pode aumentar as possibilidades de sucesso.

A APF quer ainda aumentar a idade máxima com que as mulheres podem recorrer aos tratamentos de segunda linha, passando dos atuais 39 anos e 364 dias para os 41 anos e 364 dias, equiparando com quem acede aos tratamentos de primeira linha.

Outra das preocupações manifestada aos deputados da comissão de saúde foi o aumento da comparticipação dos medicamentos para a fertilidade, com a Associação a sugerir que passe dos atuais 69% para os 90%, atingindo mesmo uma comparticipação de 100% nos casos de casais com dificuldades económicas.

Médicos internistas
A propósito do Dia Mundial das Doenças Raras, celebrado este ano a 28 de fevereiro, o Núcleo de Estudos de Doenças Raras da...

Ainda que o universo das Doenças Raras seja vasto – estima-se que existam cerca de 7000 doenças – é importante destacar os avanços farmacológicos nesta área, particularmente nos últimos 20 anos. Brito Avô destaca a introdução de medicamentos órfãos “com uma progressão nas últimas duas décadas nunca antes vista”. Estes avanços são o fruto do que diz ser a “notável evolução do conhecimento em algumas áreas, que levou à multiplicação sensível do número de testes biológicos e estudos genéticos disponíveis, que são facilitadores de diagnóstico e de métodos de avaliação na progressão/regressão da doença”.

O coordenador do Núcleo de Estudos de Doenças Raras (NEDR) ressalta ainda o trabalho desenvolvido pela SPMI e outras organizações para aumentar o conhecimento nesta área e a partilha do mesmo. “Várias sociedades médicas, como a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) e outros grupos de investigação têm-se empenhado na educação médica permanente desta área. Tem sido evidente um crescimento do interesse e financiamento com programas como o Horizon 2020 disponibilizando apoios e colaborações internacionais, que devemos aproveitar ao máximo”.

A reorganização dos serviços de saúde com a certificação dos centros de referência deu mais resposta, mais acessibilidade e equidade na abordagem e tratamento do doente raro. No entanto, ainda existe déficit de conhecimento  quanto aos seus benefícios que importa colmatar. “É  absolutamente necessário divulgar a sua existência, quer entre os profissionais de saúde, quer na população em geral, pô-los a funcionar em rede entre eles, e com toda a estrutura do SNS e integrá-los nas redes Europeias, o que já está consolidado em algumas áreas, permitindo exponenciar a troca de informação, conhecimento epidemiológico, acesso diferenciado a terapêuticas e até cuidados transfronteiriços”, sublinha o médico.

A área dos cuidados continuados, tem ainda enormes carências, sendo o único exemplo em Portugal de uma Unidade assistencial específica para as Doenças Raras a Casa dos Marcos da Raríssimas. Exemplo marcante de uma das múltiplas ações das Associações de doentes, cujo papel na organização das estratégias de suporte dos doentes e famílias é absolutamente fundamental e deve ser apoiada.

Para o coordenador do NEDR “o SNS merece mesmo assim uma nota positiva em termos gerais, é preciso reconhecer que os custos da saúde têm um crescimento exponencial e os recursos não são ilimitados”. No entanto o SNS português é universal, generoso e solidário, e está obrigado por legislação nacional e comunitária. “Na minha opinião tem cumprido a sua missão nas doenças raras tanto quanto nos é possível no contexto global do País”.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
São 170 estudantes da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra que, a partir de segunda-feira (dia 27 de fevereiro), e durante...

Até dia 21 de abril, estes estudantes do 2º ano da licenciatura em Enfermagem ministrada na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), no âmbito do designado Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem na Comunidade, vão poder conhecer os equipamentos sociais existentes naquela área geográfica (centros de saúde, unidades de cuidados continuados, estruturas residenciais para pessoas idosas), compreender como se articulam entre si e como funcionam como rede de apoio à pessoa na comunidade ao longo do ciclo vital.

Durante estas semanas, os estudantes da ESEnfC terão múltiplas oportunidades de aprendizagem, através do contacto direto com as pessoas no contexto específico da prestação de cuidados, com as equipas de saúde e com a pessoa no seu ambiente natural.

Alguns destes estudantes poderão mesmo vir a participar como observadores/voluntários em alguns projetos desenvolvidos por organizações não-governamentais para o desenvolvimento ou por instituições particulares de solidariedade social.

"O Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem decorre em duas áreas distintas, a área hospitalar e a área da comunidade, preconizando-se que esta experiência contribua para a continuidade no desenvolvimento de competências pessoais, interpessoais e de uma atitude científica como base para a prática", lê-se no guia orientador do Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem que, no ano letivo de 2016-2017, é da responsabilidade dos professores Maria do Carmo Fernandes (área hospitalar) e Manuel Carlos Chaves (área da comunidade).

Outro grupo de estudantes, agora em ensino clínico na área hospitalar, estará na comunidade entre os dias 15 de maio a 7 de julho, para idêntico trabalho de aprendizagem e de compreensão de pessoas e grupos nos respetivos contextos de vida.

AVC: a importância do cuidador informal
O Acidente Vascular Cerebral é a principal causa de morte e incapacidade em Portugal, estimando-se q

“No dia 24 de Agosto de 2006 a vida como eu a conhecia terminou e a partir daí foi tudo diferente”, começa por dizer Ana Santos ao relembrar o Acidente Vascular Cerebral que atingiu o companheiro, numa fase inicial da vida.

“Não somos familiares diretos. Quando aconteceu o AVC vivíamos em união de facto”, acrescenta explicando que, apesar de tudo, nunca deixou de estar ao seu lado.

“Devido ao tipo de AVC – que foi no tronco cerebral -, e devido ao tempo que o Luís esteve sem assistência médica (cerca de seis horas), o seu caso foi bastante grave”, recorda admitindo que nunca lhes explicaram que sequelas podiam resultar da doença.  Mas “quando lhe foi dada alta hospitalar, para além do movimento dos olhos e um virar de pescoço para a esquerda e direita, nada mais mexia”.

Sem movimentos e sem fala, Luís, aos 33 anos, viu-se totalmente dependente. “Não existia alimentação pela boca”, sequer. E Ana passou apenas a sobreviver, acumulando o cansaço e a angústia de terem perdido quase tudo.

“Dependendo da gravidade do AVC assim poderá afetar mais ou menos a família do doente. No meu caso foi a 100%, uma vez que vivíamos juntos e, devido à doença, tivemos de regressar, cada um, a casa dos seus pais”, refere.

Admite, no entanto, que não imaginava o que estaria para vir. “A nível emocional não senti logo uma mudança abrupta. Claro que ficamos imbuídos de imensa dor e tristeza mas o pensamento positivo e a resiliência nunca me fizeram deixar de lutar e acreditar”, diz. “Ao fim destes anos, admito que emocionalmente fui-me muito abaixo, vamos acumulando muitos sentimentos e frustrações, diariamente, e um dia o copo transborda”, justifica.

Ana continuou a trabalhar e tentou sempre corresponder ao que era esperado, quer a nível familiar como profissional. “Atualmente, dedico cerca de sete horas diárias ao Luís. Já foram mais. Nos primeiros anos após o AVC, quando os cuidados eram maiores e mais exigentes, dedicava cerca de oito ou nove horas”, revela admitindo que esses foram os anos mais duros da sua vida.

“Costumo dizer que, nesses três anos, eu não vivi, sobrevivi. Fazia as rotinas básicas e as necessárias e vivi de forma muito absorvente toda a doença e o papel de cuidadora”, afirma acrescentando que se anulou “em prol do que achava maior”. Tinha apenas 27 anos quando a vida lhes trocou as voltas.

No entanto, hoje sabe que é essencial deixar a família e os amigos entrarem nas suas vidas e receber apoio psicológico. “Passar por uma vivência destas é traumatizante e, infelizmente, só recorri a esta ajuda quando já me encontrava doente”, diz.

“Aprendi a ser um pouco de tudo”

Entre a sua atividade profissional e a sua função enquanto cuidadora informal, Ana teve de aprender a estruturar o seu dia-a-dia para cuidar do Luís.

“As minhas funções e atividades são diversas e variadas. Passam por dar a alimentação, fazer higiene sempre que necessário, acompanhar o trabalho em casa com a fisioterapeuta e as enfermeiras de neuro-reabilitação”, dá como exemplo.

“Basicamente, ao longo dos anos, fui aprendendo a ser um pouco de tudo: médica, enfermeira, fisioterapeuta, psicóloga”, refere acrescentando que, ainda assim, no pouco tempo livre que lhe resta, procura dedicar-se às atividades que lhe dão algum prazer ao lado de Luís que, 10 anos depois, acabou por recuperar a fala e alguma mobilidade.

“Atualmente, o panorama é bastante diferente do prognóstico de há 10 anos”, quando lhe foi dito que o seu estado seria irreversível. No entanto, admite que continuam a existir dias menos bom, sobretudo, na relação cuidador-doente.

“Como em todas as relações há dias bons e dias menos bons. Existem também dias muito maus”, admite explicando que se sente impotente quando Luís está triste. “Há dias em que nada do que eu diga ou faça faz aliviar a dor que ele possa estar a sentir e só o tempo acaba por acalmá-lo”, afirma.

Por outro lado, no que diz respeito à forma como a sociedade “acolhe” estes doentes e seus cuidadores, garante que ainda há muito para fazer.

“Enquanto cuidadora sinto falta de um certo reconhecimento perante esta função que, para mim, é uma profissão a tempo inteiro. Eu pessoalmente não tive de deixar de trabalhar mas tive que reduzir para um part-time e tive que abdicar de ter uma carreira profissional por causa desta função”, afirma.

“No fundo, estamos a tratar de pessoas que precisam de ajuda e, visto que o Estado não oferece meios competentes para ajudar estes doentes, temos de ser nós a dar o passo sem recebermos compensações neste sentido”, justifica acrescentando que acabam por ser penalizados “fisicamente, emocionalmente, financeiramente, profissionalmente”.

Lamenta ainda a falta de informação e de acompanhamento profissional. “Se hoje em dia é difícil cuidar de uma pessoa com necessidades especiais, há 10 anos era ainda pior. Desde tratar de burocracia nas instituições públicas, a informação “escondida” - como se não fosse obrigação dizerem-nos os nossos direitos -, a alta do hospital sem grande acompanhamento, a falta de meios e locais para fazer reabilitação”, esclarece reforçando a necessidade de desenvolverem mecanismos e práticas que permitam agilizar o sofrimento e as dificuldades dos doentes e seus cuidadores.


Luís Abreu e Ana Santos

Ana Alves, fisiatra associada da Portugal AVC, partilha desta opinião. “A importância do cuidador informal é fundamental para a qualidade de vida do nosso sobrevivente, mas não nos podemos esquecer que o dia-a-dia do próprio cuidador mudou de um momento para o outro”, afirma.

“Costumo dizer que o primeiro objetivo destas famílias é que o seu familiar sobreviva, mas depois vão tomando consciência das dificuldades que vão ter nas suas vidas, não só na fase hospitalar, como também ao longo de vários anos”, acrescenta reafirmando a necessidade do cuidador ser apoiado “tanto a nível psicológico como físico ou financeiro”.

De acordo com a especialista, a sociedade não está desperta para a importância de “cuidar” dos cuidadores informais, o que faz com que estes se sintam abandonados.  “Não são assim tão raras as situações que deixam de trabalhar, ou que aumentam o absentismo, abdicam dos seus lazeres/convívios, desenvolvendo stress, depressão, sentimentos de solidão, perda de autoestima e desespero não tendo a quem recorrer, sendo frequente uma desorganização familiar grave”, afirma referindo que estas mudanças são para a vida.

Não obstante a importância que os familiares/cuidadores desempenham no cuidado destes doentes, a fisiatra reforça a necessidade do sobrevivente de AVC "ter acesso a uma equipa multidisciplinar coordenada e sustentada, especializada na reabilitação, para obter melhor funcionalidade possível, desde a fase de internamento hospitalar, como posteriormente ao longo da sua vida. 

Segundo a especialista, esta equipa deve ser constituída por fisiatra, fisioterapeuta, terapeuta da fala, terapeuta ocupacional, enfermeiro de reabilitação, assistente social "entre outros, consoante as necessidades, onde a peça central deste programa é o sobrevivente de AVC e o cuidador/familiar, já que sabemos que o AVC afeta todo o círculo socio-familiar envolvente". 

"O objetivo será a melhoria da funcionalidade, aumentar a integração socio-familiar e profissiona e qualidade de vida", assegura. 

Portugal falha na reabilitação

Mais apoio social, centros de dia, atividades de lazer ou recreativas, “ou mesmo atividades profissionais adaptadas às suas dificuldades” são os aspectos que mais falham no âmbito da reabilitação do sobrevivente de AVC. 

De acordo com Ana Alves, para além das dificuldades iniciais destes doentes, acrescem outras dificuldades “muitas vezes provocadas pela falta de programas de reabilitação adequados ao longo da vida”.

“Em Portugal existe apoio domiciliário principalmente através do centro de saúde ou centros sociais”, embora de forma bastante precária. “Deveria aumentar em quantidade e qualidade”, afirma a especialista.

“Ainda temos de evoluir na atenção que damos aos sobreviventes de AVC e seus cuidadores. Portugal está cada vez a melhorar mais na via verde AVC, mas a falhar redondamente na reabilitação”, refere. “Não só nos programas de reabilitação a que os doentes têm acesso, como também na sua integração socio-familiar e profissional, objetivo major da reabilitação”, justifica.

No entanto, admite que está em discussão a aprovação do estatuto do cuidador informal, “com benefícios fiscais, sociais ou mesmo financeiro”.

Por outro lado, “já este ano, vai iniciar-se um portal na internet com vídeos tutoriais com ensinamentos básicos para os cuidadores, para capacitar o cuidador informal, melhorar as suas competências e qualidade de vida”.

Foi a pensar nas carências sentidas nesta área que nasceu a Portugal AVC. “A Portugal AVC, designação comum da “PT.AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos” tem como principais objetivos contribuir não só para a reintegração social do doente – através da criação de Grupos de Ajuda Mútua - como ajudar a informar de forma “simples, clara, precisa e o mais completa possível” sobreviventes e seus cuidadores.

Por outro lado, tal como refere Ana Alves, propõe-se “continuar a pugnar pelo reconhecimento de direitos, inclusive no âmbito laboral, para sobreviventes e cuidadores e fazer chegar a sua voz a outras instâncias”. 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

Páginas