Relatório ONU
À primeira vista, o teletrabalho oferece muitas vantagens como poupar tempo, dinheiro e ter uma vida familiar mais equilibrada....

O documento, feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em conjunto com a agência das Nações Unidas e a Eurofund, baseou-se nas pesquisas realizadas em 15 países.

O relatório faz uma distinção entre as pessoas que trabalham em casa, que parecem desfrutar de um maior equilíbrio entre a vida profissional e familiar, e os trabalhadores "muito móveis", que utilizam os novos meios de comunicação e estão mais expostos às consequências negativas da saúde e bem estar.

Entre as vantagens do teletrabalho, também conhecido como 'home office', os funcionários apontam a redução do tempo de deslocamento, uma maior autonomia e um maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, escreve o Sapo.

As empresas veem nesta modalidade uma maior motivação dos funcionários, mais produtividade e eficiência, e acima de tudo, uma redução do espaço de escritório.

Mas a outra faceta do teletrabalho é mais preocupante. O relatório destaca uma tendência de "prolongamento da jornada de trabalho, de criar uma sobreposição entre emprego e vida privada e uma intensificação do trabalho em si".

O estudo acrescenta que "41% dos trabalhadores muito móveis apresentam altos níveis de stress, comparativamente com 25% dos que trabalham no escritório".

Além disso, 42% das pessoas que trabalham em casa a tempo inteiro e 42% dos teletrabalhadores muito móveis dizem que acordam várias vezes durante a noite, enquanto isso só acontece com 29% dos funcionários que trabalham no escritório.

Jon Messenger, um dos autores do relatório, destaca as vantagens do teletrabalho a tempo parcial, que permite manter o contacto com os colegas.

"O equilíbrio ideal parece ser de dois a três dias de trabalho em casa", disse Messenger durante uma conferência de imprensa em Genebra.

"Talvez as empresas devessem recorrer [ao teletrabalho] com mais frequência, visto que este tem efeitos positivos, não só para os funcionários, mas também para o empregador", acrescentou.

O relatório também defende o "direito a desligar", citando o exemplo de França e da Alemanha. Algumas empresas já impõem que os seus servidores informáticos sejam desligados fora do horário de trabalho para impedir o envio de e-mails durante os períodos de descanso e de férias.

Dor Crónica
Sendo mais frequente com o avançar da idade, a Dor Crónica tem múltiplas causas.

Cerca de 30% da população adulta portuguesa sofre de dor crónica, de intensidade moderada ou forte em quase metade dos casos.

Apesar da sua intensidade não ser simples de avaliar, uma vez que é sempre subjetiva, existem, no entanto, escalas para medir a dor, possibilitando o seu diagnóstico.

“O primeiro passo para o tratamento da dor é fazer uma avaliação minuciosa”, começa por dizer Armando Barbosa, especialista na terapêutica da Dor.

“Para se medir a intensidade da dor, há escalas específicas. As mais utilizadas são a Escala Visual Analógica (EVA) e a Escala Visual Numérica (EVN)”, através das quais o paciente pode dar uma ideia da intensidade da sua dor. “Num extremo está a condição sem dor ou dor «zero». No extremo oposto, a pior dor que a pessoa já sentiu, ou dor «dez»”, esclarece o Diretor Clínico da Paincare.

Por outro lado, pode recorrer-se à Escala de Qualidade de Vida, que consiste num questionário com 36 itens, “que aborda diferentes dimensões da vida da pessoa, como a capacidade funcional e estado geral de saúde, além de aspetos físicos, emocionais e sociais”.

Caso seja necessário, o médico especialista poderá recorrer a exames complementares de diagnóstico como análises, Tomografia Computorizada (TAC) ou Ressonância Magnética.

De acordo com Armando Barbosa, é ainda possível realizar uma técnica de diagnóstico inovadora que consiste na anestesia temporária de algumas zonas, de modo a identificar a verdadeira causa da dor. “Para isso usamos métodos de imagem avançados como ecografia, TAC ou fluoroscopia”, adianta.

Podendo ser classificada como Aguda, Crónica ou Recorrente,  de acordo com o tempo de duração, a dor apresenta diferentes características.

A dor aguda corresponde a uma resposta normal, prevísivel e de curta duração, do organismo a uma agressão, cirurgia, traumatismo ou doença.

A dor crónica define-se por persistir por um período superior a três ou seis meses, ou “quando se mantém para além do período de cicatrização ou cura provável da doença”.

Já a dor recorrente partilha algumas caraterísticas com a dor aguda e a dor crónica. “Quando surge por episódios, de uma forma intermitente, criando um ciclo que intercala fases de dor com outros completamente livres de sintomas, durante um longo período de tempo”, explica o médico.

Dor crónica responsável por depressão e reforma antecipada, também afeta crianças

Sendo mais frequente no sexo feminino, a dor crónica afeta de forma muito negativa a qualidade de vida de quem dela padece.

De acordo com o especialista Armando Barbosa, quase 50% das pessoas com dor crónica são afetadas “de forma moderada ou na grave nas atividades domésticas e laborais”.

“Estudos indicam que 4% dos indíviduos perderam o emprego e 13% tiveram mesmo a reforma antecipada por causa da dor”, afiança acrescentando que a depressão afeta 17% dos casos . “Mais de 20% disseram que não tinham prazer na vida a maior parte do tempo ou sempre”, esclarece.

As causas mais frequentes da dor crónica são, sobretudo, as doenças do aparelho musculoesquelético. “A principal causa de dor crónica são as lombalgias (dores de costas), devidas a alterações dos ossos, articulações e músculos da coluna vertebral e a outras doenças de outras articulações, como a artrose da coxa ou do joelho”, refere.

“Pensa-se que o estilo de vida sedentário, a obesidade e a falta de atividade física regular contribuem significativamente para o aparecimento deste tipo de dores”, acrescenta o diretor clínico da Paincare salientando que, “face ao envelhecimento da população com o aumento da esperança média de vida, é de esperar que o número de pessoas com dor crónica venha a aumentar no futuro”.

Osteoporose, cefaleias, dores provocadas por traumatismos ou intervenções cirúrgicas e as doenças do sistema nervoso são outras das causas de dor crónica.

Não obstante, não é só a população adulta que sofre com a patologia. Apesar de ser pouco reconhecida ou valorizada, a dor também afeta crianças.

“A dificuldade de comunicação inerente a este grupo etário, que dificulta a avaliação da dor, e por ser acreditar que as crianças sentem menos dor, pela imaturidade do seu sistema nervoso, levam a que este problema seja desvalorizado”, afirma.

Estima-se que a incidência da dor crónica na criança seja de 15%, afetando não só a sua qualidade de vida como repercutindo-se a nível do estilo de vida. “Refletindo-se, por vezes, num mau aproveitamento escolar ou incapacidade de socialização”, explica.

A dor musculoesquelética, as cefaleias, a dor abdominal crónica, a drepanocitose (anemia das células falciformes) e as neoplasias são as principais causas de dor neste grupo etário.

Tratamento precoce apresenta maior taxa de sucesso

A dor crónica pode ser curável, dependendo da causa e da precocidade do diagnóstico. “Quanto mais cedo for tratada, maior a probabilidade de sucesso”, refere o especialista que admite que a sua abordagem visa o alívio e cura da dor, através do recurso a novas técnicas de intervenção.

“A maioria dos nossos doentes tem alta da consulta por se encontrarem curados”, afirma. No entanto, não quer isto dizer que a dor não possa voltar a surgir noutro local para além do tratado.

“O nosso corpo está em constante alteração e, infelizmente, num processo degenerativo contínuo que leva a que surjam novas alterações da coluna e de outros órgãos que podem provocar dor”, justifica.

De acordo com Armando Barbosa, especialista na terapêutica da dor, existem vários tratamentos para a dor.

Numa primeira fase, podem utilizar-se analgésicos ou anti-inflamatórios e recorrer-se à fisioterapia.

“Caso as queixas não regridam pode-se optar por outras técnicas terapêuticas consoante a causa da dor”, adianta.

A Ozonoterapia, por exemplo, trata-se de uma técnica percutânea que pode ser indicada para o tratamento da hérnia discal, e na qual “o gás ozono é injetado, através de uma agulha de pequeno calibre, infiltrando-se, tanto a nível do núcleo do disco como a nível dos músculos paravertebrais, favorecendo a sua rehidratação e a redução do conflito disco-radicular, eliminando a sensação de dor”.

“O ozono é um gás seguro, não é tóxico e pode administrar-se com segurança, favorecendo o tratamento da dor e a diminuição da inflamação”, afirma Armando Barbosa.

Já a Radiofrequência é recomendada para o tratamento de artroses da coluna vertebral, síndrome golpe do coelho (quando as pessoas sofrem um acidente de automóvel ou outro que origina dores a nível do pescoço e membros superiores), instabilidade da coluna vertebral, dores pós cirúrgica da coluna ou hérnias discais.

“Após anestesia local, o médico insere uma agulha com uma ponta especial que emite radiofrequência e faz com que os nervos deixem de enviar estímulos dolorosos para o cérebro”, explica o médico.

Os resultados dependem do tipo de tratamento realizado, no entanto, alguns são imediatos.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Parlamento
Os grupos parlamentares rejeitaram ontem a realização de um referendo à gestação de substituição, reiterando PSD, CDS-PP e PCP...

A deputada do PSD Ângela Guerra insistiu na crítica à forma como o processo legislativo da gestação de substituição foi conduzido, nomeadamente a sua celeridade, ignorando a petição em discussão.

O requerimento que o PSD apresentou para que a legislação não fosse aprovada sem apreciação da petição foi chumbado, fazendo com que neste momento não se coloque a questão do referendo, que não pode ser revogatório de uma lei em vigor, apontou.

Vânia Dias Silva, do CDS-PP, argumentou que nem os alertas do Presidente da República fizeram a maioria arrepiar caminho, deixando a legislação omissa em vários aspetos.

O que é que acontece em caso de incumprimento do contrato, de uma decisão para pôr termo à gravidez, em caso de recusa na aceitação da criança, entre outras matérias: "Há demasiadas ausências de resposta que chocam contra um valor maior, o superior interesse da criança", disse.

A deputada do PCP Paula Santos reiterou que os critérios de acesso à gestação de substituição não são objetivos, não está previsto o que acontece em caso de malformações ou doenças fetais e eventuais interrupções da gravidez, nem estão acauteladas as consequências de uma revogação de consentimento ou está devidamente assegurado que não há uma relação económica.

Contudo, Paula Santos frisou que o pedido de referendo "não tem enquadramento legal" porque o processo legislativo já está terminado.

A deputada do PS Isabel Moreira argumentou que "não se referendam direitos fundamentais, como o direito à maternidade ou a constituir família", além de a matéria constituir um referendo revogatório.

O deputado do BE Moisés Ferreira argumentou que "o Estado não deve negar" a mulheres com condição de infertilidade o "direito à maternidade e concretização de projetos de vida e família".

Heloísa Apolónia, do partido ecologista "Os Verdes", defendeu, tal como Moisés Ferreira havia feito, que o superior interesse da criança está acautelado quando nasce numa família que a deseja.

Depois de um veto do Presidente da República, o diploma que permitiu a gestação de substituição foi aprovado a 20 de julho de 2016 com os votos favoráveis do BE, PS, PEV, PAN e 20 deputados do PSD.

A maioria dos deputados sociais-democratas votou contra, tal como as bancadas do PCP, do CDS-PP e de dois deputados do PS. Oito deputados do PSD também se abstiveram, incluindo o líder do partido, Pedro Passos Coelho.

Deputados do CDS-PP e PSD anunciaram há duas semanas que vão enviar o diploma para fiscalização da constitucionalidade, em conjunto com o diploma que alargou as técnicas de procriação medicamente assistida (PMA) a todas as mulheres, independentemente de condição de infertilidade, estado civil ou orientação sexual.

Em causa estão, segundo os subscritores, os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, direito à identidade pessoal, ao desenvolvimento da personalidade e à identidade genética, dever do Estado de proteção da infância, princípio da igualdade e princípio da proporcionalidade.

Estudo
Um estudo publicado ontem relaciona o aumento do cérebro em crianças com Perturbações do Espectro do Autismo, mas o momento...

A investigação, publicada na edição online da revista Nature, indica que uma análise retrospetiva da circunferência craniana e do volume do cérebro aos quatro anos de idade oferece indicações de que o aumento do volume do cérebro pode surgir mais cedo.

Estudos em crianças de famílias com elevado risco de autismo indicam que as características de défice social associadas à Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) surgem na última parte do primeiro e do segundo ano de vida.

Estas observações sugerem que providenciar imagens do cérebro de crianças com elevado risco familiar de PEA podem identificar mais cedo alterações no volume do cérebro que ocorrem antes do diagnóstico de autismo.

O estudo avaliou imagens neurológicas de 106 crianças com elevado risco familiar de PEA e 42 de baixo risco e identificou uma híper-expansão da superfície cortical entre os seis e os 12 meses de idade que precede um aumento do volume do cérebro observado entre os 12 e os 24 meses em 12 crianças de elevado risco que foram diagnosticadas com autismo aos 24 meses.

O excessivo crescimento do cérebro foi considerado relacionado com a emergência e a severidade dos défices sociais do autismo.

A descoberta demonstra que as alterações precoces do cérebro ocorrem durante o período em que os comportamentos autistas aparecem.

Estudo
Uma nova vacina contra a malária garantiu proteção total durante 10 semanas em testes realizados em seres humanos, cujos...

Os testes com a vacina experimental da empresa norte-americana Sanaria foram feitos com 35 pessoas e agora falta ver se o tratamento, depois de melhorado, pode servir para basear um programa de vacinação.

A vacina usa células do parasita que provoca a doença, injetadas diretamente nos sujeitos de teste, considerada uma maneira mais prática de testar a vacina, em vez de se usarem mosquitos que transportam o parasita.

Os voluntários saudáveis foram inoculados com doses diferentes da vacina e com um medicamento anti-malária e depois foi-lhes injetado a variante do parasita usada na vacina.

Nas doses mais elevadas, o resultado foi proteção total em 90 por cento dos voluntários durante pelo menos 10 semanas a seguir à última dose.

"Quando conseguirmos otimizar o regime de imunização (dose, intervalo entre doses e medicamento), esta vacina poderá ser usada em massa para eliminar a malária de áreas geográficas definidas", afirmam os autores dos testes.

EUA
A maioria republicana no Senado dos Estados Unidos votou favoravelmente a revogação de uma norma aprovada durante a...

A legislação foi invalidada com 57 votos, contra 43, e a resolução vai agora ser enviada para o presidente, Donald Trump, que deve assiná-la.

A norma reforçava o sistema de verificação de antecedentes dos compradores de armas de fogo, com a indicação pela segurança social dos nomes dos beneficiários com perturbações mentais cujas prestações sociais são geridas por uma terceira pessoa.

Os críticos da norma consideram-na demasiado vaga e estigmatizante.

Desde a tomada de posse de Trump como presidente, o Partido Republicano pelo, qual foi eleito, tem avançado com a revogação de várias normas aprovadas durante a administração democrata de Obama.

O senador republicano Charles Grassley, do Iowa, que liderou o processo de revogação, argumentou que a norma estigmatiza injustamente os deficientes e viola o seu direito constitucional a ter armas.

Grassley considerou que as perturbações abrangidas pela norma são descritas com “características vagas, que não correspondem ao padrão federal de doença mental”, citando os distúrbios de sono ou de alimentação como um exemplo de doença abrangida.

“Se um indivíduo em particular pode tornar-se violento devido à natureza da doença mental de que sofre, o governo deve ser obrigado a prová-lo”, disse.

O senador democrata Chris Murphy, do Connecticut, afirmou por seu lado que não sabe como vai explicar aos seus eleitores que o Congresso decidiu facilitar a aquisição de armas por pessoas com doenças mentais.

“Como é que se pode esperar que alguém que não é capaz de gerir as suas próprias finanças vá cuidar responsavelmente de uma arma de fogo perigosa e letal?”, questionou Murphy.

A norma de Obama foi proposta em 2012 após o massacre na escola primária de Sandy Hook, no Connecticut, em que 20 crianças e seis funcionários foram mortos por um jovem com várias perturbações mentais.

A legislação foi criticada por organizações que defendem o direito à posse de armas mas também por organizações que defendem as liberdades civis e os direitos dos deficientes.

A norma, argumentou a União Americana para as Liberdades Civis (ACLU, American Civil Liberties Union), promove um estereótipo de que as pessoas com perturbações mentais, “um grupo vasto e diverso de cidadãos”, são violentas.

Jornadas Nacionais Patient Care
O neurologista José Castro Lopes, fundador da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral e que se tem destacado na...

José Castro Lopes “tem sido incansável na sua missão de reduzir a mortalidade e incapacidade devido ao AVC em Portugal”, afirmou Patrícia Canhã, em nome da direção da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC).

A neurologista adiantou que, enquanto presidente da SPAVC, José Castro Lopes “tem incentivado e desenvolvido inúmeras ações, de elevada qualidade, focadas em aspetos diversos: na formação dos profissionais de saúde, para melhorar os cuidados aos doentes com AVC, na promoção da investigação científica, incentivando os médicos mais jovens, no ensino à população, não se cansando de a lembrar da sua responsabilidade na prevenção do AVC”.

José Castro Lopes “protagoniza a voz que clama (e reclama) a prevenção do AVC, o acesso ao tratamento na fase aguda, e o direito à reabilitação. De forma atenta, esclarecida e firme e, acima de tudo, com grande convicção, persistência e entusiamo”, prosseguiu.

José Castro Lopes fundou a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), organização a que preside desde a sua fundação, há 12 anos.

Para Rui Cernadas, secretário-geral das XXI Jornadas Nacionais Patient Care, que decorrem sexta-feira e sábado, em Lisboa, José Castro Lopes tem realizado “um trabalho extraordinário e fundamental de sensibilização da sociedade civil para o tema do AVC, ao mesmo tempo que assume um importante papel pedagógico para os médicos mais jovens”.

“Dos cerca de 2.800 participantes esperados para a 21.ª edição das Jornadas Patient Care, cerca de metade são médicos com menos de 35 anos. Este parece, pois, o momento certo para colocar o professor Castro Lopes como figura homenageada, sem esquecer a importância do AVC sob o ponto de vista médico, enquanto problema de saúde pública”, afirmou.

Tal como é tradição nestas jornadas, o homenageado irá assumir a presidência do evento no primeiro dia do programa científico que é dedicado ao AVC enquanto doença vascular.

José Castro Lopes é especialista de Neurologia desde 1969. Conta com 44 anos de atividade clínica no Hospital Geral de Santo António, Porto.

Para 2017
A proposta de Orçamento dos Açores para 2017, de 1.214 milhões de euros, mantém as receitas e o investimento público do ano...

“O Orçamento da Região este ano tem exatamente o mesmo montante no que concerne a receitas efetivas que tinha no último ano e, por outro lado, assegura por essa via uma manutenção significativamente idêntica do nível de investimento e tem reforços apenas ao nível das transferências para o Serviço Regional de Saúde, que aumentam mais nove milhões de euros”, adiantou Sérgio Ávila.

O vice-presidente do executivo açoriano falava aos jornalistas, na Horta, ilha do Faial, após entregar à presidente da Assembleia Legislativa Regional as propostas de Orçamento e do Plano de Investimentos para 2017, e das orientações a médio prazo para 2017-2020.

Segundo Sérgio Ávila, em comparação com 2011, as transferências para o Serviço Regional de Saúde previstas para 2017 representam mais 87 milhões de euros, totalizando 300 milhões de euros.

O vice-presidente do Governo Regional considerou, por outro lado, que os documentos hoje entregues “reforçam a confiança das empresas e das famílias”, tendo em conta que preveem a manutenção dos níveis de investimento público ao longo da legislatura.

“O investimento totaliza, para 2017, 774 milhões de euros, dos quais 517 milhões de euros correspondem a investimento direto da região”, revelou.

Segundo o governante, a principal prioridade do executivo açoriano em matéria de investimento é o “reforço do crescimento económico e do emprego, assente na inovação e no conhecimento”, que tem uma dotação de 51% do total e representa 395 milhões de euros.

O responsável pela tutela das Finanças realçou também como prioridades o “reforço da qualificação da qualidade de vida e da igualdade de oportunidades”, que representa 21% do investimento, e “a melhoria da qualidade do território, nomeadamente das redes do território e da valorização e utilização dos recursos”, que corresponde a 27% do investimento.

O vice-presidente do Governo Regional salientou ainda que a receita corrente da administração pública regional é em 169 milhões de euros superior à despesa corrente, acrescentando que “as receitas próprias da região já cobrem na íntegra as despesas de funcionamento da administração regional”.

A proposta de Orçamento para 2017 regista igualmente reduções nas aquisições de bens e serviços correntes, nas transferências correntes e nas aquisições de capital, bem como a manutenção dos mesmos níveis nos encargos com a dívida pública, que representam 1,4% do total, segundo o governante.

Sérgio Ávila frisou que o documento prevê a integração nos quadros de pessoal dos funcionários da administração pública regional a contrato a termo há pelo menos dois anos ou em regime de prestação de serviço há mais de três anos sem interrupções superiores a 5% desse tempo.

O vice-presidente do executivo açoriano destacou ainda o adiamento por um ano do reembolso dos subsídios no âmbito do SIDER - Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores, alegando que a medida reforçará a liquidez das empresas.

“Birth Advisor - Onde Nascer”
“Onde nascer” é o nome de um diretório online nacional com todos os hospitais e profissionais que realizam partos em Portugal e...

O “Birth Advisor - Onde Nascer” foi criado pela Associação Portuguesa pela Defesa dos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto (APDMGP) para avaliação dos serviços de assistência ao parto em Portugal, disse a presidente da associação, Sara do Vale.

“No diretório estão todas as maternidades públicas e privadas do país e todos os profissionais que exercem os partos domiciliares”, sendo que “os utilizadores podem dar a sua opinião sobre o serviço que tiveram nessa instituição”, explicou Sara do Vale.

O objetivo do projeto, disponível em www.birthadvisor.pt, é tornar estes serviços “um pouco mais transparentes para as famílias poderem fazer escolhas devidamente informadas”, adiantou.

Além de consultar os dados, o utilizador pode deixar a sua avaliação e até sugerir instituições, equipas ou profissionais que não constem do diretório, que vai ser lançado oficialmente no encontro “Nascer em amor 2017”, promovido pela APDMGP e que decorrerá, no sábado, em Cascais.

As avaliações aos serviços são feitas a partir de uma lista de tópicos de caracterização, como se o hospital realiza partos na água, se tem bolas, se respeita o parto natural ou se é amigo da amamentação.

“Acreditamos que a reunião destas informações ajudará as famílias na sua tomada de decisão e estimulará as instituições, equipas e profissionais a prestarem um serviço de cada vez maior qualidade, contribuindo para melhores nascimentos”, sublinhou Sara do vale.

Questionada sobre se podem ser feitas no portal denúncias de situações que não tenham corrido bem, explicou que o diretório não tem essa função.

“Se o casal ou a família pretenderem apresentar queixa têm de falar com a associação para nós os apoiarmos”, adiantou Sara do Vale, lembrando que a associação nasceu com o objetivo de “proteger e divulgar os direitos humanos na gravidez e no parto”.

Infelizmente o que muitas vezes acontece é “um conflito de interesses entre aquilo que são as necessidades de um hospital, que tem as suas regras e protocolos, e as necessidades da mulher” de sentir que as suas escolhas estão a ser respeitadas e que está a ser bem tratada durante o parto.

Contudo, em todos os hospitais ”há histórias boas e histórias más”.

Para capacitar as famílias para fazerem valer os seus direitos, a associação tem divulgado informação e realizado várias campanhas, uma das quais denominada “Sombras do Parto”, para apoiar as vítimas de violência obstétrica.

Com o tema ‘Melhor Nascimento, Para Todos’, o encontro promovido pela associação pretende contribuir para a promoção do respeito pelos direitos humanos na gravidez e no parto e para o aumento da qualidade dos serviços de saúde materna e obstétrica em Portugal.

Cientista
Concentrações do poluente dióxido de enxofre acima do habitual, devido ao incêndio numa fábrica, em Setúbal, chegaram até ao...

"Verificou-se que, em determinadas horas, após o início do incêndio nas instalações da Sapec foram registados níveis bastante mais elevados que aqueles considerados normais em várias estações" de medição da qualidade do ar, explicou Joana Monjardino.

A cientista do departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova apontou que esses aumentos de concentrações "ocorreram em localidades sucessivamente mais afastadas da origem e chegaram até à região norte, em Alverca, na Chamusca, em Ílhavo até em estações da região do Porto".

Os picos de concentração de dióxido de enxofre "iam ocorrendo nestas várias regiões, em períodos curtos no tempo, em uma hora, duas ou três, mas depois diminuíam", realçou.

"Hoje de madrugada, entre as 02:00 e as 4:00, houve um aumento de concentrações na zona do Seixal, Barreiro, valores que depois voltaram a baixar e não há perigo ou valores que possam causar preocupação", disse ainda a investigadora.

O incêndio deflagrou na terça-feira, às 03:00, em dois armazéns com enxofre da Sapec Agro, em Mitrena, Setúbal, foi controlado, mas as operações de rescaldo deverão prolongar-se por vários dias.

Aquele departamento da Faculdade de Ciência e Tecnologia e o Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade (CENSE), da Universidade Nova, analisaram os dados de monitorização da rede oficial de qualidade do ar recolhidos pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e disponibilizados pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e usaram um modelo de simulação a partir das condições meteorológicas verificadas na terça-feira para a avaliar o impacte do incidente.

Foram analisadas as concentrações e "há níveis um bocadinho mais elevados do que é normal porque há muito tempo que não há problemas para este poluente e qualquer emissão mais elevada de dióxido de enxofre ou poluentes relacionados vai notar-se nas concentrações das estações", explicou a investigadora.

Está fixado um valor limite horário pela legislação europeia e nacional de 350 microgramas por metro cúbico durante uma hora.

"Nas estações onde ocorreram concentrações de 400 microgramas ou até de 700 microgramas hoje de manhã em Paio Pires, bastante acima do valor limite", avançou.

Mas, o limiar de alerta é de 500 microgramas por metro cúbico num período mínimo de três horas consecutivas e "não foi ultrapassado em qualquer das estações analisadas", disse ainda Joana Monjardino.

Hoje, as empresas Sapec Química, Boat Center e Sopac, da zona industrial da Mitrena, Setúbal, suspenderam a atividade por aconselhamento da Proteção Civil, devido à coluna de fumo provocada ainda pelo incêndio.

A combustão de enxofre origina dióxido de enxofre que causa irritação dos olhos e problemas de ordem respiratória, como irritação das vias respiratórias superiores, nariz e garganta.

Pode também causar lesões a nível pulmonar, tosse e broncoconstrição e potenciar os efeitos de doenças cardiovasculares e respiratórias, como por exemplo a asma.

As crianças, idosos e pessoas com problemas pulmonares e cardiovasculares são as mais sensíveis aos efeitos.

Dia dos Namorados
A Campanha foi lançada no dia 14 de fevereiro, exatamente no dia em que se celebra o amor para consciencializar os jovens para...

A Fundação MTV Staying Alive lançou, no dia de São Valentim, a sua campanha de 2017 para a consciencialização da prática de sexo seguro. Intitulada ‘Dick, o Cão’, a campanha conta com ilustração da dupla Mrzyk & Moriceau e música de Woody Guthrie.

Com assinatura criativa da Ogilvy & Mather Hong Kong, a campanha retrata a história de ‘Dick, o Cão’ e do seu dono, que luta para controlar a paixão que o seu animal de estimação tem por buracos.

Dirigida aos jovens da geração pós-SIDA, na qual as infeções do vírus VIH ainda não diminuíram, a campanha pretende demonstrar que o sexo seguro é divertido e que a utilização de preservativo não representa uma barreira para a liberdade.

“A campanha dirige-se a um público que se sente feliz por se envolver neste tópico tão sensível”, afirma Georgia Arnold, Senior Vice President, Social Responsibility MTV International e Executive Director MTV Staying Alive Foundation. E acrescenta: “Este projeto foi concebido para causar impacto através do sorriso. Trabalhámos arduamente para garantir que a campanha é impactante e com potencial para ser viral, ao mesmo tempo que transmite a mensagem».

“Dick é um pequeno cão traquinas que fica extremamente entusiasmado de cada vez que vê um buraco”, explica Reed Collins, Chief Creative Officer da Ogilvy Hong Kong. “Mas antes que Dick possa sair para a rua e explorar, tem de vestir a sua capa de chuva. Divertimo-nos imenso a dar vida a esta ideia que será a campanha digital e social, a nível global, da MTV Staying Alive”, finaliza.

A campanha será divulgada em 50 países no mundo inteiro, incluindo na Ásia, África e Europa, via televisão e media digital, englobando algumas áreas onde os temas sexo e sexo seguro são ainda particularmente sensíveis.

“Este é um trabalho notável para uma marca famosa e uma causa global”, partilha David Mayo, da Ogilvy & Mather. “Trabalhar com a família Guthrie, a Fundação MTV Staying Alive e a dupla Mrzyk & Moriceau teve um resultado brilhante. Várias mentes parecidas originaram um projeto único, cujo resultado é visível. Tal como a fala final diz: ‘usa preservativo. Dick’.”, acrescenta David.

Bruxelas
A Comissão Europeia deu hoje um prazo de dois meses para Portugal fazer a transposição para a legislação nacional das regras...

O executivo comunitário enviou um parecer fundamentado a Portugal – a segunda etapa do processo de infração - sobre a não-notificação da transposição da diretiva 2013/35/UE para a legislação nacional.

A diretiva “Campos Eletromagnéticos” adequa esses princípios aos riscos específicos da exposição aos campos eletromagnéticos, especificando igualmente as obrigações dos empregadores em matéria de avaliação dos riscos da exposição aos campos eletromagnéticos no local de trabalho e, se necessário, de adoção de medidas de prevenção e proteção que eliminem ou reduzam esses riscos ao mínimo.

A legislação europeia estabelece ainda valores-limite específicos de exposição a não ultrapassar.

A diretiva deveria ter entrado em vigor nos Estados-membros até 01 de julho último, alegando Bruxelas ainda não ter recebido qualquer notificação de Lisboa, razão que sustenta o envio, hoje, de um parecer fundamentado.

Se as autoridades portuguesas não atuarem no prazo de dois meses, a Comissão poderá instaurar uma ação no Tribunal de Justiça da União Europeia.

INEM
O presidente do INEM reconheceu o aumento do tempo de atendimento das chamadas de emergência, justificando-o com o aumento do...

Luís Meira falava aos deputados na Comissão Parlamentar de Saúde, onde está a ser ouvido sobre os reais tempos de resposta às chamadas de emergência que chegam ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Dados do instituto indicam que em 2016 foram atendidas nos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM 1.370.348 chamadas, com uma média de 3.744 por dia. O tempo médio de atendimento aumentou de 14 segundos em 2014 para 17 segundos em 2015 e 18 segundos em 2016.

Segundo o INEM, desde outubro de 2016 que se regista um aumento muito significativo do número de chamadas de emergência. Só no último trimestre do ano passado, foram recebidas mais cerca de 255 chamadas por dia face ao período homólogo de 2015. Também no último trimestre de 2016 foram acionados por dia mais cerca de 250 meios de emergência médica face ao período homólogo de 2015.

O Instituto atribui “o aumento dos tempos de atendimento e da atividade dos meios de emergência médica” ao “aumento das chamadas de emergência recebidas no CODU como resultado do aumento da procura de cuidados de saúde e, de um modo particularmente evidente nos meses de dezembro e janeiro, pela atividade gripal”.

O presidente do INEM reconheceu o aumento do tempo de atendimento, recordando o crescente volume de serviço que pende sobre os CODU e aproveitando para dar “uma palavra de apreço” aos funcionários que, mesmo nos períodos mais críticos, permitiram que o nível de resposta não tivesse sido significativamente alterado.

Luís Meira anunciou, entretanto, que neste mês de fevereiro o tempo de atendimento já diminuiu e estará a situar-se nos 13 segundos.

Segundo Luís Meira, a diminuição de recursos humanos disponíveis também contribuiu para estas dificuldades, recordando que, no passado mês de janeiro, dos 1.721 lugares previstos, estavam ocupados apenas 1.279, o que representa um défice de 442 trabalhadores.

Além dos 121 ingressos registados serem “insuficientes”, as saídas (80) que se registaram em 2016 também agravaram a falta de recursos humanos.

A este propósito, Luís Meira anunciou que o procedimento concursal com vista à contratação de mais 100 Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (nova carreira que integra os Técnicos de Emergência e os Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar) será publicado na próxima semana.

O presidente do INEM ressalvou ainda que nos meses mais críticos em termos de chamadas de emergência recebidas, também foi assinalado um aumento do absentismo, para o qual contribuiu a atividade gripal que afetou alguns funcionários.

A greve às horas extraordinárias, ainda que com “uma adesão não significativa”, também agrava as dificuldades nesta área, disse.

Em resposta às questões levantadas pelos deputados, Luís Meira reconheceu que a frota do INEM está “envelhecida e com muitos quilómetros”.

Por esta razão, “foi dada prioridade para os processos de renovação de frota”, que são “difíceis e morosos”, em virtude das normas e constrangimentos que afetam a administração pública.

CRISPR-Cas9
“Uma possibilidade realista que merece ser considerada a sério” e ter “cuidado não significa proibição”, consideram...

Embora ainda não estejam já prontas para tal, poderosas ferramentas de edição genéticas podem vir a ser usadas em embriões humanos, ovócitos e espermatozóides para remover genes que causem doenças hereditárias – de acordo com um relatório norte-americano elaborado por cientistas e especialistas em ética e que foi divulgado na terça-feira.

O relatório, da Academia Nacional das Ciências e da Academia Nacional de Medicina dos Estados Unidos, considera que os avanços científicos trazidos pela edição de genes em células humanas reprodutivas são “uma possibilidade realista que merece ser considerada a sério”.

Esta declaração é um sinal de uma posição mais branda sobre o uso de uma tecnologia de edição genética conhecida como CRISPR-Cas9, que veio abrir novas fronteiras na medicina, devido à capacidade de alterar genes de forma rápida e eficiente.

Em Dezembro de 2015, cientistas e especialistas em ética, reunidos numa conferência internacional na cidade de Washington, na sede da Academia Nacional das Ciências norte-americana, consideraram que seria “irresponsável” usar a tecnologia de edição de genes em embriões humanos para fins terapêuticos, como a correção de doenças genéticas, enquanto as questões de segurança e de eficácia não estivessem resolvidas.

Agora, o último relatório da Academia Nacional das Ciências dos EUA diz que os ensaios clínicos para edição da linha humana germinal (ovócitos e espermatozóides) podem ser permitidos – “mas apenas em quadros [clínicos] graves sob supervisão rigorosa”.

A CRISPR-Cas9 funciona como uma tesoura molecular que, de forma seletiva, consegue cortar partes indesejadas do genoma e substituí-las por novos pedaços de ADN.

Já está a planear-se o uso da edição genética em ensaios clínicos (em pessoas), para corrigir doenças causadas por uma única mutação genética (uma única “letra” na molécula de ADN), como é o caso da anemia falciforme. Mas estas terapias afetam apenas o doente, não são transmitidas à sua descendência. Os receios centram-se no uso da tecnologia em células humanas reprodutivas ou em embriões em fases iniciais do desenvolvimento, porque essas alterações iriam ser transmitidas à descendência dessas pessoas.

Mas a investigação que usa estas poderosas técnicas genética está a avançar, apesar de estar também em curso uma batalha entre a Universidade da Califórnia e o Instituto Broad pelo controlo das patentes da CRISPR-Cas9. Embora a edição de genes em células humanas reprodutivas para corrigir doenças hereditárias deva ser abordada com cuidado, cuidado não significa proibição”, disse, em comunicado, o comité que elaborou o relatório.

Procriação Medicamente Assistida
O presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida considera que ainda é cedo para fazer um balanço dos...

O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) antecipa o aumento das listas de espera nos centros públicos e deixa um apelo à sociedade e aos decisores políticos, a começar pelo Ministério das Finanças, para que compreendam a importância do investimento nesta área.

Pouco mais de um mês depois de publicada a regulamentação da lei que alarga o acesso às técnicas de procriação medicamente assistida (PMA) a todas as mulheres, independentemente do estado civil ou orientação sexual, Eurico Reis, o presidente do CNPMA considera que ainda é cedo para fazer um balanço do número de mulheres que procuraram as técnicas de procriação medicamente assistida, mas antecipa uma maior procura e o consequente aumento do tempo de espera. "Já havia listas de espera em muitos centros, agora aumentou o número de pessoas que têm direito às técnicas, os centros não foram dotados com mais pessoas e mais espaço e nestas circunstâncias é quase inevitável que as listas de espera aumentem", afirma Eurico Reis.

Para o presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente assistida, escreve a TSF, os gastos nesta área não podem ser encarados como um desperdício. "A PMA não é um desperdício, é um investimento e muitas vezes é difícil convencer as Finanças que isto é assim", sublinha.

Outra preocupação de Eurico Reis prende-se com a inexistência de um serviço permanente de inspeção dedicado à área dos centros de PMA . Por isso, o presidente do CNPMA considera absolutamente necessário que o conselho passe oficialmente a ser uma entidade reguladora e para isso é necessária uma alteração legislativa na estrutura desta entidade. Eurico Reis já sensibilizou o governo e o parlamento para esse facto e acredita que o processo está bem encaminhado.

África
O diretor-geral da Organização Oeste-Africana para a Saúde, Xavier Crispen, defendeu, na cidade da Praia, um maior investimento...

Xavier Crispen, que ontem cumpriu o seu segundo dia de visita oficial a Cabo Verde, lembrou que a recomendação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de que 15% dos orçamentos nacionais sejam destinados à saúde não está a ser cumprida.

"Atualmente nenhum dos 15 países membros da comunidade atingiu esta percentagem. A média varia entre 5 e 10%. Ora com 5% não se pode ter uma boa saúde. É preciso mais investimento", disse Xavier Crispen.

O diretor-geral da Organização Oeste-Africana para a Saúde (OOAS) falava aos jornalistas à margem da conferência "Investimentos em Saúde, Segurança Sanitária e Desenvolvimento económico: Contributos para o setor do Turismo", realizada no âmbito da sua deslocação a Cabo Verde.

Xavier Crispen sustentou que a mensagem política tem que justificar os investimentos em saúde não apenas com a sua importância social, mas como sendo um setor de que depende o desenvolvimento social e económico de cada país.

"Um país como Cabo Verde, que depende muito do turismo, tem que investir mais na saúde, na prevenção e na resposta a certas doenças. Porque se houver uma epidemia, as fronteiras fecham, os turistas não chegam e isso pode significar um duro golpe na economia", disse.

Por isso, sustentou, é preciso criar mecanismos regionais para "melhor lutar contra as epidemias", dando como exemplo o Centro Regional de Vigilância e Controle de Doenças da CEDEAO, a instalar em Abuja, na Nigéria.

"Temos epidemias recorrentes e outras novas. Há doenças que não apareciam há anos, mas que estão a regressar. Por isso, é preciso que toda a região esteja vigilante e trabalhe mais na prevenção e resposta às epidemias", reforçou.

Sobre o investimento de Cabo Verde no setor da saúde, Xavier Crispen adiantou que as últimas informações de que dispõe apontam para que atinja os 8% do Orçamento do Estado, considerando que é uma "boa média ao nível da região".

"Cabo Verde é o país da sub-região que tem os melhores indicadores de saúde. Apesar das dificuldades está no pelotão da frente. Em matéria de saúde fez mais progressos do que a maioria dos países da sub-região", disse.

Xavier Crispen, que estará em Cabo Verde até sábado, cumpriu já uma agenda de encontros com as autoridades cabo-verdianas, tendo visitado também algumas das principais estruturas de saúde na ilha de Santiago. Nos próximos dias visitará as ilhas de São Vicente e Santo Antão.

A margem da conferência foi ainda assinada um memorando de entendimento entre a OOAS e Cabo Verde, que prevê o apoio da organização de saúde da CEDEAO à instalação do Instituto de Saúde Pública cabo-verdiano e à candidatura a fundos para reforço dos sistemas de saúde no âmbito do Banco Mundial.

Na última década ocorreram em África, 55 surtos de doenças, 42 dos quais na região da África Ocidental.

Cabo Verde enfrentou nos últimos anos epidemias de dengue e zika e enfrenta ameaças de introdução no país de febre-amarela devido às fortes ligações com países onde existem epidemias desta doença, como Angola e Brasil.

Estudo
Um estudo genómico sobre a calvície identificou mais de 200 regiões genéticas envolvidas na perda de cabelo, variações que...

O estudo, liderado por Saskia Hagenaars e David Hill, da Universidade de Edimburgo, Reino Unido, foi publicado na revista científica norte-americana PLOS Genetics.

Até este estudo apenas tinham sido identificados um pequeno número de genes relacionados com a calvície. Agora, os cientistas da Universidade de Edimburgo examinaram dados sobre o genoma e a saúde de 52.000 participantes, fazendo um estudo sobre a associação entre o genoma e a calvície e identificando 287 regiões genéticas ligadas a esta.

Os cientistas criaram uma fórmula para tentar prever a possibilidade de alguém ficar careca, com base na presença ou ausência de certos marcadores genéticos. Previsões com mais precisão ainda não são possíveis, mas os resultados podem ajudar a identificar subgrupos da população com maior risco de perda de cabelo.

O estudo, a maior análise genética da calvície masculina feita até hoje, indica que muitos dos genes identificados estão relacionados com a estrutura e desenvolvimento do cabelo, o que poderia ajudar na descoberta de medicamentos para tratar a calvície.

Saskia Hagenaars explicou que foi “interessante identificar que muitos sinais genéticos para o padrão masculino da calvície vieram do cromossoma X, que os homens herdam das suas mães”.

Conheça a relação
Neste artigo, a especialista em Psiquiatria e Saúde Mental, Carla Silva, aborda a relação entre a Sí

A Disfunção Eréctil (DE) é definida como uma incapacidade persistente em obter e/ou manter uma ereção do pénis que permita a concretização de uma relação sexual. Esta situação clínica tem um impacto negativo na autoestima, relações interpessoais e na qualidade de vida dos doentes.

A prevalência geral da DE em Portugal está estimada em cerca de 13%, aumentando com a idade e podendo constituir a primeira manifestação de uma outra doença (nomeadamente neurológica, cardíaca ou vascular).

Por sua vez, a síndrome de apneia obstrutiva do sono é uma doença respiratória provocada por colapsos intermitentes e repetidos das vias aéreas superiores durante o sono e que condicionam pausas respiratórias, com duração superior a 10 segundos e que se podem repetir mais de 5 vezes por hora, originando uma redução do oxigénio e um aumento do dióxido de carbono no sangue. Estima-se que a apneia obstrutiva do sono afeta 5% da população portuguesa, principalmente homens com idades entre os 30 e os 60 anos, com excesso de peso ou obesidade.

Esta situação clínica é subdiagnosticada, manifestando-se nomeadamente por ressonar, pausas respiratórias, despertar em engasgamento ou sufocação noturna, sonolência diurna e fadiga.

Em 2012, um estudo português realizado no Hospital de São João, refere uma prevalência da DE em doentes com apneia obstrutiva do sono de 64,4%.

Segundo a literatura científica, esta associação entre apneia obstrutiva do sono e DE, relaciona-se em particular, com os efeitos negativos da baixa do oxigénio e da fragmentação do sono no tecido erétil.

A cada ciclo do sono mais profundo, denominado estágio REM e que corresponde a 20% do sono normal, o homem evidencia uma ereção funcional, a par da produção de testosterona que é fundamental para a manutenção da integridade do tecido eréctil. A apneia impede a ocorrência deste sono mais profundo e consequentemente gera redução da produção de testosterona o que, por sua vez, resulta numa diminuição da libido e da ereção.

Paralelamente existem modificações na regulação hormonal, vascular e nervosa que favorecem o aparecimento da DE, a par de fatores psicológicos como aumento do cansaço e alterações do humor como a depressão.

Outras doenças médicas como a hipertensão arterial e diabetes mellitus são conhecidos fatores de risco para a DE e estão associadas também à apneia do sono.

O tratamento da apneia obstrutiva do sono inclui o controlo dos fatores de risco como a abstinência tabágica e alcoólica e por outro lado o uso regular e continuado de ventilação durante o sono. Esta última constitui o tratamento de primeira linha na apneia (CPAP, ou seja, pressão de ar positiva contínua nas vias aéreas) e a par de outros tratamentos como o uso de próteses de avanço mandibular e do tratamento cirúrgico visando o alívio da obstrução, podem melhorar a performance sexual e a qualidade de sono.

Realça-se estudo em que cerca de 75% dos pacientes com apneia obstrutiva do sono e DE tratados com CPAP evidenciaram remissão, após 1 mês de tratamento.

Em conclusão existe uma significativa prevalência de DE em doentes com apneia obstrutiva do sono. O tratamento da apneia do sono pode resultar numa melhoria da performance sexual do sujeito.

Igualmente quando indicado, o uso de medicamentos específicos para DE e/ou terapia sexual, pode ajudar a resolver esta situação clínica, quando associado ao tratamento de fundo da apneia, nomeadamente com CPAP.

Como tal, mostra-se necessário um despiste desta problemática, visando melhorar a abordagem destes doentes, devendo estes ser observados no contexto de equipas multidisciplinares (que incluam um profissional com especialização na área da sexologia) e contribuindo em última instância, para uma melhoria da qualidade de vida destes pacientes. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um estudo em que participaram investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto concluiu que o consumo...

A investigação envolveu uma amostra de 289 indivíduos, 50,5% dos quais eram homens e 49,95% mulheres, com idades compreendidas entre os 19 e 87 anos, pertencentes à região Norte de Portugal. O estudo tinha como objetivo traçar o limiar a partir do qual o consumo de álcool aumentava o risco de desenvolvimento de tuberculose em homens e mulheres.

Os resultados apontam para uma relação entre o consumo exagerado de álcool e o desenvolvimento de tuberculose na população masculina. Adicionalmente, constatou-se que os homens mais jovens e em situação de desemprego apresentavam maior probabilidade de desenvolverem a doença. Já nas mulheres, não se encontrou uma associação significativa entre o consumo exagerado de álcool e a tuberculose. Contudo, o tabagismo e também a juventude parecem ser fatores de risco nesta população.

“O estudo corrobora o facto de o consumo exagerado de álcool aumentar o risco de tuberculose e estima, pela primeira vez, que os homens com um consumo diário superior a 4 ou mais bebidas alcoólicas têm um risco de desenvolver tuberculose 4 vezes maior do que aqueles que mantêm um consumo inferior. O efeito é ainda maior em jovens desempregados”, refere Raquel Duarte, da Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit) do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e uma das responsáveis pela investigação.

Algumas medidas políticas, como o aumento da taxa sobre bebidas alcoólicas e um controle mais rigoroso ao seu acesso, poderiam contribuir para reduzir os problemas associados com a ingestão excessiva de álcool. Simultaneamente, a aposta em estudos de prevenção e em intervenções de tratamento para indivíduos alcoólicos deveriam ser uma prioridade, sustentam os autores.

Para além de Raquel Duarte, também João Francisco, do Centro Hospitalar do Porto, Olena Oliveira, da EPIUnit do ISPUP, Óscar Felgueiras, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e Rita Gaio, também da FCUP, assinam o estudo.

O artigo “How much is too much alcohol in tuberculosis?” foi publicado no “European Respiratory Journal” e pode ser consultado, através do seguinte link.

O que precisa saber
As disfunções sexuais masculinas podem afetar cerca de 35% da população masculina.

A prevalência das disfunções sexuais masculinas, se considerarmos todas as suas expressões, é muito elevada, podendo atingir cerca de 35% dos homens. A disfunção de maior impacto pessoal é a disfunção eréctil, que atinge cerca de 10% de todos os homens. O impacto social das disfunções sexuais pode, assim, ser muito significativo. Contudo, as disfunções são em geral subdiagnosticadas devido à relutância dos doentes, e dos responsáveis pela Saúde, em discutir a função sexual e a sexualidade.

Na prática clínica corrente encontramos quatro tipos de disfunções sexuais masculinas: desejo sexual hipoactivo, disfunção eréctil, disfunção orgásmica e disfunção ejaculatória.

Existindo uma qualquer disfunção sexual, e ao contrário do que muitos pensam, esta pode ser tratada quase sempre, independentemente da idade e, até, da causa. O reconhecimento dessa realidade é cada vez maior. Na verdade, e apesar da baixa procura de ajuda especializada, são cada vez mais os homens que, tratados, conseguem recuperar a sua capacidade sexual, graças aos cada vez mais eficazes tratamentos existentes.

O desejo hipoactivo

O desejo sexual masculino é geralmente desencadeado pela existência de um estímulo sensorial erótico. Nesse estímulo podem intervir todos os sentidos: táctil, visual, auditivo, olfactivo e, até, gustativo. O estímulo atinge primeiramente os núcleos hipotalâmicos e pré-ópticos cerebrais, onde é feito o processamento sensorial e onde são integrados os afectos e os comportamentos do individuo. Daí o estímulo passa ao hipocampo, também no cérebro, onde integra a memória das experiências vividas anteriormente. O neocortex, finalmente, integra os conhecimentos e, às vezes, as fantasias. É no hipocampo e no neocortex que se encontra a explicação biológica das causas psicogénicas do desejo hipoactivo. As causas orgânicas, por seu lado, devem-se a lesão dos centros ou vias neurológicas centrais, a acção reduzida de neuromediadores químicos ou, finalmente, a factores hormonais hipogonádicos.

A disfunção eréctil

A disfunção eréctil é a incapacidade persistente para obter ou manter uma erecção peniana que permita a um homem ter relações sexuais satisfatórias. Significa o mesmo que “impotência sexual”, embora este termo seja menos utilizado pela comunidade científica, excepto quando descreve um grau extremo de disfunção eréctil.

Quando os impulsos cerebrais originados pelo estímulo erótico chegam ao tecido cavernoso peniano, uma série de acontecimentos bioquímicos determinam o relaxamento das fibras musculares lisas. É esse factor que obriga a que o sangue arterial comece a encher os espaços abertos. O sangue, cada vez em maior quantidade, faz com que o pénis entumeça e expanda. Cria-se assim uma pressão intracavernosa cada vez maior, que vai comprimir as pequenas veias periféricas de encontro à túnica albugínea. É esse mecanismo que encerra as veias, o que permite o estabelecimento e a manutenção da rigidez peniana, indispensáveis para a erecção.

A disfunção eréctil pode surgir sempre que houver interrupção ou perturbação de qualquer dos acontecimentos fisiológicos atrás sumarizados. Pode assim ser de causa neurológica ou vascular, geralmente devido a diabetes, ateroesclerose, hipertensão ou tabagismo. Todas elas provocam alterações das artérias cavernosas, obstruindo o seu interior ou diminuindo a elasticidade da parede. Isso pode determinar uma diminuição do aporte sanguíneo. Ao mesmo tempo provoca a lesão do tecido muscular liso dos septos sinusoidais, o que vai dificultar o mecanismo de encerramento das pequenas veias periféricas. No caso da diabetes, vai ainda haver neuropatia periférica.

As disfunções orgásmicas e ejaculatórias

A ejaculação e o orgasmo são complexos processos que dependem da regulação directa do sistema nervoso central, melhor dizendo, de centros nervosos localizados na medula espinal e no cérebro. A medula espinal pode desencadear uma resposta ejaculatória, do tipo reflexa, a partir de centros nervosos localizados em dois níveis: o centro mecânico, ou centro simpático dorsolombar, a nível D10-L3, que comanda a fase de emissão; o centro secretor, ou centro parassimpático sagrado, a nível de S2-S4, que comanda a fase de expulsão.

Cada ejaculação espermática desenvolve-se em duas fases que são cronologicamente muito próximas: a emissão e a expulsão. O orgasmo é essencialmente um fenómeno cortical cerebral, que é percepcionado como uma intensa sensação de prazer físico-psíquico. Constitui o clímax da actividade sexual e geralmente acompanha o processo de ejaculação, sendo simultânea com a fase de expulsão. A prevalência da disfunção orgásmica isolada é muito baixa, geralmente não ultrapassando 2-3%, havendo frequentes situações de orgasmo sem ejaculação, quando se produz a fase de expulsão sem ter havido prévia fase de emissão.

A disfunção ejaculatória pode ser encarada pelo homem com um grau variável de preocupação, que depende da etiologia, da idade do aparecimento, dos sintomas acompanhantes, da repercussão sobre a fertilidade, do efeito psicológico que produz. A prevalência é muito elevada, especialmente no caso da ejaculação prematura, que pode atingir cerca de 30% dos homens sexualmente activos.

Sob o ponto de vista etiológico existem três causas fundamentais para uma disfunção ejaculatória: neurológicas, anatómicas e psicológicas. As duas primeiras são, naturalmente, causas puramente orgânicas.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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