Dia Mundial da Dislexia – 10 outubro
No âmbito do Dia Mundial da Dislexia, 10 de outubro, a DISLEX - Associação Portuguesa de Dislexia alerta para a necessidade de...

“Em Portugal, uma em cada 10 crianças sofre de Dislexia! Como qualquer criança, querem ser bem sucedidas na escola. Mas, inesperadamente, algo corre mal ao iniciar a leitura-escrita: troca letras de som ou de forma equivalente: ao “c” atribui o som “g”, ao “d”o som “b”! Pretende escrever “pai” e surge “pia” ou “só” e escreve “os”!

Os pais e os professores inquietam-se, tentam resolver a perturbação, mas ela persiste.  Que se passa com a criança? É esforçada, aprende bem, e até pode ser entusiasta e rápida, em matemática ou estudo do meio, por exemplo. Mas ler é um problema …

Adensam-se em torno delas sinais da preocupação; aí se inicia um ciclo penoso que, mais adiante, traz intermináveis momentos de angústia, vergonha e medo!

São crianças com capacidades cognitivas por vezes até mais elevadas, mas com desenvolvimento neurodivergente.” afirma Helena Serra, Presidente da Assembleia Geral da DISLEX.

A Dislex reclama pela obrigatoriedade de identificação na educação Pré-escolar, no referente à idade dos 5 anos, dos pré-requisitos das aprendizagens simbólicas - linguagem, conhecimento fonológico, noções de espaço e tempo, perceção e memória auditiva e visual, motricidade, coordenação viso-motora e atenção - com recurso a prova de avaliação da existência destas competências, antes da iniciação escolar. A Associação defende que se a Dislexia for identificada na Educação Pré-escolar podem ser melhoradas as competências facilitadoras da Leitura-escrita.    

Sobre a Dislexia

A Dislexia é uma perturbação específica de aprendizagem, com origem neurológica, caracterizada por dificuldades no reconhecimento adequado das palavras, por um discurso pobre e dificuldades de descodificação, resultantes de um défice na componente fonológica da linguagem.

Ainda que esteja relacionada com a aprendizagem da leitura, a dislexia pode ter consequências noutras áreas académicas e a nível emocional e comportamental.

A dislexia afeta 600 milhões em todo o mundo e é mais comum do que se julga, afetando caras mundialmente conhecidas que se destacaram na comunidade e que evidenciam o lado positivo da patologia, nomeadamente Einstein, Picasso, Da Vinci, Agatha Christie, Van Gogh, Churchill, Spielberg e Jamie Oliver.

 

“Não deixe a gripe estragar a festa”
A campanha “Não deixe a gripe estragar a festa”, lançada por diversas entidades na área da saúde, alerta pais, educadores e...

Um conjunto de entidades da área da saúde lançam esta segunda-feira a campanha “Não deixe a gripe estragar a festa”. A iniciativa visa sensibilizar pais, educadores e cuidadores para o impacto da gripe nas crianças e adolescentes, reforçando a importância da adoção de medidas de prevenção e proteção familiar.

Todos os anos, a gripe continua a ser uma presença indesejada nas famílias portuguesas. As crianças são um dos grupos mais afetados Em Portugal, 88% dos internamentos por gripe em idade inferior a 5 anos ocorre em crianças saudáveis.4

Embora na maioria dos casos a evolução da gripe seja favorável, as crianças estão em risco de desenvolver complicações bacterianas como otite média aguda, sinusite e pneumonia, que contribuem para um aumento da prescrição de antibióticos.5,6

Em Portugal, cerca de 70% dos episódios de urgência por síndrome gripal, registados no início da época da gripe de 2024, ocorreram em crianças e adolescentes,1,2 revelando o peso significativo desta doença nesta população.

A gripe em idade pediátrica não é apenas um problema clínico: é também um desafio social e económico. As crianças têm cinco vezes mais probabilidade de contrair gripe fora do agregado familiar7,8 e o dobro da probabilidade de a transmitir dentro de casa9, resultando numa estimativa de 195 dias de trabalho perdidos por cada 100 crianças com menos de três anos5. Estes números refletem não só a pressão sobre o sistema de saúde, como o impacto que a doença tem nas rotinas das famílias.

Com o objetivo de alertar e sensibilizar para a doença e reforçar a literacia de pais, educadores e cuidadores, surge a campanha “Não deixe a gripe estragar a festa”. A personagem Viroco, “o especialista em estragar a festa”, é a mascote desta edição e protagoniza os materiais da campanha, convidando pais e crianças a testarem os seus conhecimentos sobre gripe pediátrica e a adotarem medidas simples para evitar a propagação do vírus de forma lúdica e educativa.

Este ano a campanha adota um formato multiplataforma com presença na rádio, na imprensa, nas redes sociais e no site www.gripeinfantil.pt, onde é possível encontrar informações práticas, testes interativos e conselhos validados por especialistas.

Esta presença transversal pretende chegar às famílias com informação clara, prática e acessível, desmistificando mitos sobre gripe em idade pediátrica e promovendo comportamentos preventivos, como higiene das mãos, etiqueta respiratória e ventilação dos espaços fechados.

A campanha “Não deixe a gripe estragar a festa” resulta da colaboração entre a Associação Nacional das Farmácias (ANF), a Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP), a Associação Portuguesa de Enfermeiros de Cuidados de Saúde Primários (APECSP), a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), a Associação de Unidades de Cuidados na Comunidade (AUCC), as Farmácias Portuguesas, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) e a AstraZeneca.

 

 

Referências

1. Direção Geral da Saúde (DGS). Resposta Sazonal em Saúde: Vigilância e Monitorização. Relatório nº123; Semana 15/2025. Disponível em https://covid19.min-saude.pt/resposta-sazonal-em-saude-vigilancia-e-monitorizacao/. Consultado em 10/2025.

2. Direção Geral da Saúde (DGS). Resposta Sazonal em Saúde: Vigilância e Monitorização. Relatório nº105; Semana 49/2024. Disponível em https://covid19.minsaude.pt/resposta-sazonal-em-saude-vigilancia-e-monitorizacao/. Consultado em 10/2025.

3. Influenza in Humans. European Center for Disease Control and Prevention. Disponível em: https://www.ecdc.europa.eu/en/influenza-humans. Consultado em 10/ 2025.

4. Afonso AC, et al. Uncovering the burden of influenza in children in Portugal, 2008-2018. BMC Infect Dis. 2024;24(1):100.doi:10.1186/s12879-023-086.

5. Heikkinen T, et al. Burden of influenza in children in the community. J Infect Dis. 2004. Oct 15;190(8):1369-73. doi: 10.1086/424527.

6. Recomendações sobre Vacinas Extra Programa Nacional de Vacinação. Comissão de Vacinas da Sociedade Portuguesa de Infeciologia Pediátrica e Sociedade Portuguesa de Pediatria. Disponível em https://www.sip-spp.pt/media/jbsn4cvv/recomendac-oes_vacinas_extra_pnv_sip_28setembro2020.pdf. Consultado em 10/ 2025.

7. Endo A, et al. Fine-scale family structure shapes influenza transmission risk in households: insights from primary schools in Matsumoto city, 2014/15. PLoS Comput Biol. 2019;15(12):e1007589. doi:10.1371/journal.pcbi.1007589.

8. Nayak J, et al. Influenza in children. Cold Spring Harb Perspect Med. 2021;11(1):a038430. doi:10.1101/cshperspect.a038430.

9. Tsang TK, et al. Influenza A virus shedding and infectivity in households. J Infect Dis. 2015;212(9):1420-1428. doi:10.1093/infdis/jiv225.

           

 

ANADIAL
Paulo Urbano, presidente da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR) e doente renal, é o convidado do novo episódio...

Neste episódio, Paulo Urbano partilha a sua história de vida e como a experiência com a doença o levou até à liderança da APIR. “Motivou-me o facto de ser doente renal e de o meu contacto com a APIR ter começado por uma necessidade de ajuda e informação”, afirma.

Ao longo da conversa, destaca os principais objetivos da associação: modernizar, rejuvenescer e aproximar a APIR dos doentes renais. Uma das suas prioridades é estar mais próximo das pessoas: “Tenho como meta visitar todas as clínicas de diálise do país até ao final do ano, porque ainda há muitos doentes que não conhecem a APIR.”

O episódio aborda ainda questões estruturais importantes, como o chamado preço compreensivo, o valor pago pelo Estado que inclui a diálise e outros cuidados essenciais, como exames e consultas. Este valor não é revisto desde 2011, o que, segundo Paulo Urbano, pode comprometer a qualidade dos tratamentos: “O meu receio é que se comece a perder a qualidade nos cuidados prestados.”

Outro tema em destaque é a importância do apoio psicológico aos doentes renais. Segundo Paulo Urbano, muitas pessoas têm dificuldade em lidar com o impacto da doença, e o acompanhamento psicológico pode fazer toda a diferença.

O podcast “À conversa sobre Diálise” comemora o 40.º aniversário da ANADIAL e tem como objetivo abordar a evolução do tratamento da doença renal crónica ao longo das últimas quatro décadas. Convida mensalmente um especialista para debater temas relevantes para doentes renais, profissionais de saúde e o público em geral.

O episódio está disponível nas plataformas YouTube e Spotify.

 

Opinião
O verão, época de vida ao ar livre e, para a maioria, de férias na praia, impele-nos a aproveitar ao

Há consequências, ao nível estético, da nossa filosofia estival de vida? A resposta é afirmativa, mas não pretende ser sancionatória, já que dispomos, atualmente, de recursos de natureza diferente que permitem neutralizá-las, ou até melhorar a aparência e a juventude de rosto e corpo. Desse conjunto, destaco os procedimentos abaixo, que têm em comum o facto de serem feitos em consultório, serem pouco invasivos e não terem período de recuperação. Refira-se ainda que a duração dos resultados difere e o ciclo de renovação depende não apenas do produto, mas também das características de cada paciente.

A regeneração da pele com bioestimuladores é um procedimento a que se recorre cada vez mais, para rosto e corpo, embora normalmente se associem sobretudo ao rosto, pelas características que apresenta, nomeadamente a estimulação da produção de colagénio, com resultados que se vão progressivamente tornando mais evidentes, dependendo da resposta natural do organismo.  A pele ganha luminosidade e uniformidade, torna-se mais firme e as rugas diminuem, resultando num rejuvenescimento visível. 

Para as rugas de expressão, está indicada a aplicação de toxina botulínica, um processo rápido e minimamente invasivo, que consiste em injetar uma substância que vai atuar no processo natural de contração muscular, resultando no relaxamento dos músculos e suavização das rugas. O procedimento é pouco invasivo e permite resultados rápidos e visíveis em poucos dias.

 Uma outra opção muito procurada é a aplicação de skinboosters, que consiste em microinjeções de ácido hialurónico que permitem hidratar as camadas mais profundas da pele. Distanciam-se dos cosméticos de aplicação superficial justamente por conseguirem criar como que um reservatório hídrico de duração prolongada. A aplicação de skinboosters não tem como alvo prioritário o aumento de volume, ou o preenchimento de rugas, mas sim a melhoria da textura da pele e da sua luminosidade. O processo de hidratação profunda permite, no entanto, a suavização das rugas e proporciona resultados muito naturais.

Se quisermos optar por um tratamento inovador, de tecnologia avançada, que combina

a radiofrequência com o microagulhamento, uma proposta que se destaca é o MorpheusÒ, que permite tratar não apenas a superfície da pele, mas também as camadas mais profundas, de forma minimamente invasiva. É uma ferramenta de primeira escolha ao serviço do rejuvenescimento, que produz efeitos duradouros, que se dirige a tratamentos de rosto e corpo, com múltiplas funções, que vão desde o tratamento da celulite ao rejuvenescimento da face.

Nunca será demais afirmar que qualquer opção exige consulta médica para auscultação dos pacientes, avaliação da sua situação particular e definição do tratamento mais adequado, concebendo o plano a propor, que pode consistir numa tipologia única ou na combinação de diferentes hipóteses.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo revela
A Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED), acaba de divulgar os resultados do primeiro grande...

De acordo com os resultados do estudo, os investimentos e os avanços nas Tecnologias Médicas (TM) transformam profundamente o panorama da saúde, com contributos essenciais para alcançar melhores resultados em saúde, com impacto no aumento da esperança e qualidade de vida da população, mas também para a obtenção de ganhos relevantes para o sistema de saúde.

O estudo abrange uma análise quantitativa, que caracteriza o setor das Tecnologias Médicas em Portugal em termos de número e tipologia de empresas, emprego, nível de qualificação dos recursos humanos, contributo das empresas para a balança comercial, investimento em Investigação e Desenvolvimento, entre outros, e uma análise qualitativa, que avalia a criação de valor e o contributo das tecnologias médicas para a sustentabilidade do SNS e para todos os intervenientes do ecossistema da saúde, incluindo doentes e utentes, profissionais de saúde, prestadores de cuidados médicos, financiadores, setor público e privado”.

Segundo este estudo,  o  valor do mercado de TM em Portugal tem demonstrado uma evolução positiva, passando de cerca de 1.440 milhões de euros em 2018 para cerca de 2.200 milhões de euros em 2023, o que representa um aumento médio anual de 8,8%. Este desempenho reflete a relevância crescente das TM no panorama da saúde. Contudo, ocorre num período de aumento dos custos de contexto, impulsionados, entre outros fatores, pela implementação dos novos Regulamentos relativos aos Dispositivos Médicos e aos Dispositivos Médicos para diagnóstico in vitro, que têm imposto exigências acrescidas e investimentos adicionais às empresas do setor.

Segundo Antonieta Lucas, presidente da APORMED, “Este estudo foi pensado para colmatar a falta de disponibilização de informação sobre o setor das Tecnologias Médicas  em Portugal. Neste sentido, a APORMED considerou que seria oportuno e de grande utilidade promover um estudo de mercado que abrangesse uma dimensão quantitativa e qualitativa do setor que esta Associação representa. Do nosso ponto de vista, acreditamos que as suas conclusões vão contribuir para mais ganhos em saúde, maior sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e melhor acesso dos cidadãos a tecnologias médicas inovadoras que melhorem a qualidade de vida”.

E acrescenta: “As empresas de dispositivos médicos contribuem para a sustentabilidade do sistema de saúde e desempenham um papel crucial para a economia do país através dos mais de 7000 postos de trabalho, da elevada qualificação dos seus recursos humanos e da capacidade exportadora, que no caso desta indústria, atinge  400 milhões de euros”.

No que se refere à caracterização do mercado nacional, tendo em conta a amostra de empresas analisadas, verifica-se que 53% da faturação das empresas é direcionada às entidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), 30% aos hospitais e clínicas privadas, 14% ao retalho, sendo que os restantes segmentos apresentam uma representatividade residual.

A análise da repartição do volume de negócio das empresas por áreas de atuação do produto, revela diferentes segmentos com base no seu desempenho e potencial:

  • A área de cardiologia destaca-se com uma das que apresenta as maiores taxas de crescimento e a maior quota de mercado, na média de 2022 a 2024, assim como o maior volume de vendas em 2024. Também as áreas de ortopedia, dispositivos auditivos e oftalmologia integram o grupo das que apresentam taxas de crescimento mais elevadas e quotas de mercado bastante relevantes.
  • Os Dispositivos Médicos para diagnóstico in vitro apresentam a segunda maior quota de mercado na média dos últimos 3 anos e o segundo maior volume de vendas em 2024, registando, no entanto, uma taxa de crescimento negativa entre 2022 e 2024, decorrente do período pós-pandemia.
  • A Imagiologia e a cirurgia geral e plástica encontram-se num patamar intermédio em que as suas quotas de mercado são ainda moderadas, mas o seu rápido crescimento pode potenciar a sua maior representatividade no mercado.

Relativamente aos recursos humanos, o setor das TM tem vindo a aumentar o número de empregos criados, apresenta uma força de trabalho mais jovem, com níveis de qualificação significativamente superiores à média nacional e com menor antiguidade nas empresas, refletindo uma dinâmica de renovação e elevada especialização.

No que se refere à criação de valor, o estudo demonstra que o sistema de saúde em Portugal tem beneficiado de forma progressiva do investimento em tecnologias médicas, que têm impulsionado o desenvolvimento de modelos de cuidados mais proativos, eficientes e promotores de maior autonomia e bem-estar dos doentes. aplicáveis nos diferentes níveis de cuidados de saúde, no setor público, privado e social.

O exemplo incluído no estudo, é o contributo das Tecnologias Médicas para o aumento das cirurgias de ambulatório, nas quais o doente é admitido, intervencionado e recebe alta no próprio dia, sem necessidade de internamento, permitindo assim uma recuperação mais rápida que antecipa o regresso ao trabalho. O estudo estima que o total dos benefícios associados aos dias de internamento evitados entre 2014 e 2023 se situe na ordem dos 469,3 milhões de euros e que os benefícios associados às perdas de produtividade evitadas entre 2014 e 2023 se situe nos 55,5 milhões de euros.

A Europa assume um papel estratégico no setor das TM, posicionando-se como o segundo maior mercado mundial. Os cinco países mais representativos são a Alemanha, a França, a Itália, o Reino Unido e a Espanha, representando cerca de dois terços do mercado europeu.

Com um valor de 2.200 M€ o mercado das TM em Portugal apresenta características similares ao mercado europeu no que se refere à estrutura e tipologia de operadores económicos. Na sua grande maioria o mercado é constituído por PMEs (Pequenas e Médias Empresas), embora em Portugal, estas empresas apresentem uma dimensão média inferior. Em termos de despesa per capita em TM, o valor registado em Portugal é ainda significativamente inferior ao valor da média europeia.

As perspetivas de evolução para os próximos anos apontam para a manutenção do crescimento, a um ritmo médio anual próximo de 5%, estimando-se que o valor do mercado mundial possa alcançar em 2028 cerca de 750.000 M€.

 

Opinião
O microbioma humano corresponde ao conjunto de microrganismos que vivem no nosso corpo — intestino,

 

O microbioma intestinal é um ecossistema complexo, composto por milhares de milhões de bactérias, leveduras e outros microrganismos que vivem em equilíbrio com o hospedeiro. Este equilíbrio é essencial para a saúde global do organismo.
 

 

Funções da microbiota intestinal

  • Produção de vitaminas e aminoácidos essenciais;
  • Biotransformação de ácidos biliares;
  • Fermentação de fibras em ácidos gordos de cadeia curta (AGCC), como o butirato, que nutrem as células do epitélio intestinal;
  • Proteção contra bactérias patogénicas, através da competição por nutrientes, produção de substâncias antimicrobianas e ocupação de nichos ecológicos.

 

Como se forma o microbioma

A colonização intestinal inicia-se logo após o nascimento, sendo influenciada pelo tipo de parto (vaginal ou cesariana), pela alimentação (leite materno ou fórmula), pela convivência familiar e pelo ambiente.
Nos primeiros anos de vida, o microbioma molda-se e adquire características que tendem a manter-se na idade adulta.

Ao contrário do genoma humano, que é estável, o microbioma é dinâmico e pode modificar-se ao longo da vida. Fatores como dieta, uso de medicamentos (sobretudo antibióticos), stress, qualidade do sono e estilo de vida têm impacto direto na sua composição.
 

Disbiose: quando o equilíbrio se perde

O termo disbiose descreve o desequilíbrio do microbioma intestinal. Esta condição tem sido associada não apenas a doenças do aparelho digestivo — como síndrome do intestino irritável ou doença inflamatória intestinal — mas também a doenças sistémicas, como obesidade, diabetes tipo 2, doenças autoimunes e atópicas.

O tratamento da disbiose deve ser individualizado, considerando a história clínica, os fatores de risco e os resultados de exames, e deve envolver uma equipa multidisciplinar que inclua gastroenterologia e nutrição.
 

Probióticos: uma ferramenta complementar no equilíbrio intestinal

Os probióticos são microrganismos vivos — geralmente bactérias ou leveduras — que, quando administrados em quantidades adequadas, podem trazer benefícios à saúde intestinal.

O seu efeito benéfico resulta de diferentes mecanismos:

  • Competição com microrganismos potencialmente nocivos;
  • Estimulação e modulação da imunidade intestinal;
  • Reforço da barreira epitelial, ajudando a manter as junções celulares intactas;
  • Produção de metabolitos como os AGCC, que nutrem e regulam o ambiente intestinal.

Em que situações podem ser úteis?

  • Diarreia associada a antibióticos, reduzindo a sua incidência e duração;
  • Síndrome do intestino irritável, em que algumas estirpes ajudam a aliviar sintomas como dor ou distensão abdominal;
  • Apoio à recuperação do microbioma após perturbações (ex.: antibióticos), embora os resultados variem de pessoa para pessoa.

Limitações e cuidados a ter

  • Os efeitos dependem da estirpe específica, da dose e do tempo de administração — não se podem generalizar a todos os probióticos.
  • Em pessoas com imunossupressão ou doença crítica, o uso deve ser cauteloso.
  • Os suplementos comerciais podem apresentar variação entre o rótulo e o conteúdo real.
  • Os benefícios tendem a desaparecer quando se interrompe o uso.

Recomendações práticas

A utilização de probióticos pode ser considerada em situações clínicas bem definidas, sempre sob aconselhamento médico.
É fundamental escolher produtos que indiquem claramente a estirpe e a dose (em unidades formadoras de colónias, CFU).

Além disso, os probióticos devem ser vistos como complemento — nunca substituto — de medidas fundamentais para a saúde do microbioma: uma alimentação rica em fibras e variada, uso criterioso de antibióticos, sono de qualidade, atividade física regular e redução do stress.
 

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
Celebra-se hoje o Dia Mundial do Sorriso.

Para o médico dentista Pedro Ferreira Lopes, CEO da Prime Dental Clinic, um sorriso bonito e saudável é sinal de um bem-estar. Dentes bem cuidados, gengivas saudáveis e uma boca livre de dores ou infeções fazem toda a diferença, não só na aparência, mas também na prevenção de problemas mais sérios que podem afetar o organismo. Sorrir tem inúmeros benefícios:

-  Reduz o stress e a ansiedade: Sorrir liberta endorfinas, serotonina e dopamina, neurotransmissores ligados à sensação de bem-estar.

- Fortalece o sistema imunitário: O sorriso ajuda a reduzir os níveis de cortisol (hormona do stress), contribuindo para uma melhor resposta imunológica.

- Melhora o humor: Sorrir pode “enganar” o cérebro e melhorar temporariamente o estado de espírito.

- Aproxima as pessoas: Um sorriso é uma linguagem universal de acolhimento e simpatia.

- Aumenta a empatia e a confiança:  Pessoas que sorriem são geralmente vistas como mais confiáveis, acessíveis e amigáveis.

 - Facilita a comunicação: Um sorriso quebra barreiras e suaviza conversas difíceis ou tensas.

 

No Dia Mundial do Sorriso e em todos os dias lembre-se que sorrir é também um ato de bem-estar, empatia e humanidade.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sensibilização para o Cancro da Mama
O Ispa – Instituto Universitário associa-se este mês à Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e à iniciativa internacional...

Ao longo do mês de outubro, a LPCC, em linha com diversas entidades nacionais e internacionais, promove ações de consciencialização para o cancro da mama, com o objetivo de informar a população, incentivar o diagnóstico precoce e apoiar a investigação científica, essencial para salvar vidas.

O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre mulheres a nível mundial. Em Portugal, são detetados anualmente cerca de 9.000 novos casos e aproximadamente 2.000 mulheres perdem a vida devido a esta doença. Face aos baixos níveis de literacia em saúde, continua a ser crucial capacitar a população para escolhas responsáveis e informadas sobre a sua saúde.

Para o Ispa, a adesão ao Outubro Rosa reflete o compromisso institucional com esta missão.

 “Ao juntarmo-nos à iniciativa Outubro Rosa, reafirmamos o papel do Ispa enquanto instituição comprometida com a promoção da saúde e da literacia em saúde. Iluminar a nossa fachada é um gesto simbólico, mas é também um convite à reflexão e à responsabilidade coletiva na prevenção do cancro da mama”, sublinha Miguel Roque Dias, responsável pela Comunicação do Ispa.

Com esta ação, o Ispa pretende reforçar a importância da prevenção, da informação e da mobilização da sociedade civil no combate ao cancro da mama, lembrando que a deteção precoce continua a ser uma das formas mais eficazes de salvar vidas.

 

Hospital de Santa Maria – Porto
O Hospital de Santa Maria – Porto organiza, entre os dias 6 e 10 de outubro, um Rastreio Auditivo gratuito aberto a toda a...

Este rastreio tem como objetivo sensibilizar para a importância da saúde auditiva e promover a deteção precoce de perdas auditivas, muitas vezes silenciosas e progressivas. Cada participante receberá, no momento, o resultado da sua avaliação, bem como aconselhamento da Equipa de Otorrinolaringologistas e orientações personalizadas, sempre que necessário.

A iniciativa consistirá em dois exames simples e rápidos: uma otoscopia, ou observação do canal auditivo externo, e um audiograma tonal simples, que integra a avaliação de quatro frequências centrais.

A participação é gratuita, mas requer inscrição prévia através do número 225 082 000. As vagas são limitadas, pelo que se aconselha inscrição antecipada para garantir o atendimento.

Este rastreio é especialmente recomendado para quem:

  • tem dificuldade em ouvir em ambientes ruidosos;
  • aumenta frequentemente o volume da televisão ou rádio;
  • apresenta zumbido nos ouvidos;
  • nota alterações auditivas recentes.

 

“Ouvir bem é parte essencial da saúde e da qualidade de vida. Um simples rastreio pode fazer a diferença, permitindo uma intervenção precoce e mais eficaz, sendo essa a preocupação da nossa Equipa de Audiologia e Otorrinolaringologia”, sublinha Lurdes Serra Campos, diretora geral do Hospital de Santa Maria – Porto.

Com esta ação, o Hospital reforça a sua missão de proximidade à comunidade e de promoção da saúde auditiva, fundamental para uma comunicação plena e para o bem-estar diário.

 

Opinião
O Cancro da Próstata é, infelizmente, uma realidade comum para muitos homens em todo o mundo, sendo

Contudo, historicamente, o tratamento deste cancro implica uma abordagem radical, com a remoção total da próstata para garantir a eliminação do cancro. Embora eficaz, este método traz consigo uma série de efeitos colaterais significativos, incluindo incontinência urinária e disfunção erétil, que podem impactar profundamente a qualidade de vida dos pacientes.

O novo método reduz a praticamente zero os riscos de incontinência urinária e ejaculação precoce, permitindo a manutenção de uma vida plena pelos doentes.

 

Fundamentos da inovação

A nossa abordagem inovadora é sustentada por três pilares fundamentais:

 

1. Diagnóstico Preciso: Utilizamos biópsias de última geração que nos permitem identificar com precisão a localização e a extensão do cancro na próstata. Este diagnóstico preciso é essencial para garantir que apenas as áreas afetadas pelo cancro sejam tratadas, preservando ao máximo o tecido saudável.

 

2. Terapia Robótica Avançada com HIFU: Implementámos uma modalidade terapêutica robótica com ultrassons de alta intensidade, que nos permite tratar áreas específicas da próstata de forma extremamente precisa. Esta tecnologia de ponta garante que o tratamento é direcionado às células cancerígenas, minimizando os danos aos tecidos circundantes e reduzindo os efeitos colaterais.

 

3. Programa de Vigilância Rigoroso: Estabelecemos um programa de vigilância rigoroso para os primeiros 48 meses, integrando bases de dados internacionais para monitorizar o progresso dos nossos pacientes e garantir a eficácia contínua do tratamento. Este programa de vigilância permite-nos acompanhar de perto a evolução dos pacientes, ajustando o tratamento conforme necessário para assegurar os melhores resultados possíveis.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Liga Portuguesa contra a Epilepsia
A prevalência estimada da epilepsia em Portugal é mais alta do que a previamente reportada, revela o recente estudo...

O EpiPort, um estudo transversal de base populacional, realizado entre maio de 2023 e julho de 2024, envolveu um inquérito porta-a-porta a 10.666 indivíduos em todo o território nacional. O objetivo foi estimar a prevalência da epilepsia em Portugal, uma das doenças neurológicas mais comuns no mundo, que afeta cerca de 50 milhões de pessoas a nível global. Um comité de acompanhamento do estudo, constituído por médicos de todo o País e que se dedicam ao diagnóstico e tratamento de pessoas com epilepsia, validou os resultados dos inquéritos realizados.

"Os resultados do estudo EpiPort são um alerta: a epilepsia afeta uma parcela significativamente maior da população portuguesa do que se estimava. Esta realidade sublinha a necessidade de reforçar os programas de saúde nesta área. É fundamental que, enquanto sociedade, reconheçamos o verdadeiro impacto da Epilepsia e invistamos na melhoria dos cuidados às Pessoas que vivem com Epilepsia.

O EpiPort é um estudo epidemiológico de base populacional em Portugal, concebido para estimar a prevalência da epilepsia em crianças e adultos e contou com o apoio da Angelini Pharma. Nuno Brás, Diretor-geral da Angelini Pharma em Portugal, afirma que “É com grande sentido de responsabilidade que a Angelini Pharma apoia iniciativas como o estudo EpiPort. Os dados agora revelados são de uma importância inestimável para a comunidade médica e para os decisores políticos. O nosso objetivo é continuar a trabalhar em conjunto com a comunidade científica e as autoridades de saúde para garantir que a epilepsia receba a atenção e os recursos necessários em prol dos milhares de pessoas que vivem com esta condição no nosso país.”

Os novos dados permitem preencher a lacuna de evidências recentes sobre estas métricas populacionais, fornecendo dados cruciais para a comunidade médica, decisores políticos e o público em geral.

Os primeiros dados do estudo foram dados a conhecer à comunidade médica no 36.º Congresso Internacional de Epilepsia, realizado em Lisboa no final do mês de agosto e que contou com a participação de mais de 4200 delegados de todo o mundo.

A epilepsiaé uma doença com origem no cérebro e que se caracteriza pela ocorrência de crises epiléticas recorrentes. As crises devem-se a uma descarga anormal dos neurónios (células cerebrais) e ocorrem de forma súbita e imprevisível. As crises são habitualmente de curta duração (de segundos a poucos minutos) e a sua frequência varia de pessoa para pessoa.

Para além das diferentes causas e das diferentes características das crises, a epilepsia é também diferente na forma como evolui e responde ao tratamento. Há́ epilepsias de fácil controlo que, muitas vezes, deixam mesmo de necessitar de tratamento e outras que, apesar do tratamento mais adequado, mantém crises mais ou menos frequentes.

O tratamento da epilepsia baseia-se no controlo de crises epiléticas, não menosprezando a ajuda na adaptação do doente à sua nova condição. A escolha do tratamento mais adequado depende de diferentes fatores: tipos de crises, a idade e o sexo da pessoa, outros problemas de saúde que possam existir, se for mulher e quiser engravidar e os possíveis efeitos secundários associados2.

 

 

 

 

 

Referências

[1] https://epilepsia.pt/epilepsia-e-generalidades/

² https://epilepsia.pt/epilepsia-e-generalidades/

 

 

Redes sociais
Os filtros de beleza e as aplicações de edição de imagem tornaram-se um elemento comum no dia a dia dos adolescentes. Estas...

Na adolescência, a imagem corporal e a identidade pessoal estão em processo de construção. A comparação com modelos digitais irreais e a procura por validação externa podem gerar insegurança e dependência emocional. Por isso, é fundamental acompanhar os jovens no uso da tecnologia e disponibilizar-lhes ferramentas que os ajudem a construir uma autoestima sólida.

“Os adolescentes devem aprender que a imagem que veem nas redes sociais nem sempre reflete a realidade. Falar sobre o tema em casa e na escola contribui para normalizar a diversidade corporal e reduzir a pressão para se corresponder a um modelo estético específico”, explica Carla Álvarez Llaneza, psicóloga da Blua de Sanitas, empresa ibérica de serviços de saúde que pertence à seguradora Bupa.

Por outro lado, Carlos Atef Harkous, chefe do serviço de Psiquiatria do Hospital Blua Sanitas Valdebebas, acrescenta que “o uso frequente de filtros de beleza pode estar associado a um aumento da ansiedade, insatisfação corporal e auto-exigência nos adolescentes. A exposição constante a imagens retocadas pode condicionar o seu estado de espírito e gerar padrões de comparação social que impactam diretamente o seu bem-estar emocional”.

Face a este contexto, os especialistas da Sanitas, empresa ibérica de serviços de saúde que pertence à seguradora Bupa, recomendam aos pais e educadores:

  • Reforçar a autoestima para além da aparência: valorizar as suas competências, talentos e conquistas pessoais é fundamental. Reconhecer o seu esforço em áreas como desporto, os estudos, artes ou outras atividades ajuda-os a sentirem-se competentes e confiantes, lembrando-os de que o seu valor não depende apenas da sua aparência;

  • Limitar o tempo nas redes sociais: estabelecer horários para o uso das redes e incentivar atividades fora do mundo digital, como desporto, leitura ou hobbies, reduz a exposição a conteúdos que podem gerar insegurança e ajuda a desfrutar de outras formas de satisfação pessoal;

  • Criar um espaço de confiança: os adolescentes precisam de locais onde possam expressar as suas dúvidas, medos ou inseguranças sem serem julgados. Ouvir e validar as suas emoções fortalece a sua capacidade para lidar com a pressão social e promove o seu bem-estar emocional;

  • Dar o exemplo em casa: os adultos devem demonstrar um uso equilibrado da tecnologia e transmitir mensagens positivas sobre a própria imagem. Partilhar experiências pessoais sobre como lidar com as inseguranças ajuda os jovens a sentirem-se compreendidos e apoiados.

  • Incentivar a reflexão sobre o que veem nas redes sociais: ajudar os adolescentes a questionar as imagens que consomem e a concentrar-se nos seus valores e objetivos pessoais, para além da aparência física, contribui para desenvolver a autoconfiança e reduzir a necessidade de validação externa.

De acordo com os especialistas da Sanitas, empresa ibérica de serviços de saúde que pertence à seguradora Bupa, a adolescência é um período sensível para o desenvolvimento da identidade e da autoestima. A intervenção precoce, através de acompanhamento emocional e educativo, é essencial para prevenir o aparecimento de distúrbios de imagem corporal, ansiedade ou depressão, bem como para promover uma relação equilibrada com a tecnologia e a autoimagem.

 

Associação Nacional de Municípios Portugueses
A Ordem dos Nutricionistas apresentou à Associação Nacional de Municípios Portugueses uma proposta para a contratação de...

Na semana do arranque oficial da campanha para as eleições autárquicas, agendadas para o próximo dia 12 de outubro, a Ordem dos Nutricionistas apresenta o guião “O Nutricionista nas Autarquias”. O documento oficial, enviado esta terça-feira, dia 30 de setembro, à Associação Nacional de Municípios Portugueses, destaca a importância do papel dos nutricionistas nas câmaras municipais de todos o país, assim como as suas funções, benefícios e valências, e apresenta uma proposta concreta para a contratação de mais profissionais pelas autarquias.

Segundo o observatório da profissão, realizado em 2022 e relativo à integração de nutricionistas nas autarquias, verificou-se que, dos 298 municípios analisados, 189 não contam com qualquer nutricionista, sendo que apenas 24% dispõem de pelo menos um profissional contratado. A Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Liliana Sousa, considera estes números “insuficientes nas respostas necessárias do poder político local junto da população”, defendendo, por isso, a presença de profissionais em todas as autarquias, de forma ajustada à realidade de cada território, tendo em conta a sua área geografia e dimensão populacional.

“A contratação de nutricionistas em cada autarquia constitui um instrumento estratégico essencial para garantir coerência, equidade e eficácia na promoção da saúde e do bem-estar das populações. Isto porque, estes profissionais têm funções multidisciplinares revelantes em áreas como a nutrição comunitária e a saúde pública, a alimentação coletiva e a restauração, a gestão de controlo da qualidade e segurança alimentar, a promoção da gastronomia local ou o desenvolvimento de projetos de investigação”, explica a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Liliana Sousa.

O documento desenvolvido por esta ordem profissional, e enviado à Associação Nacional de Municípios Portugueses, propõe que nas autarquias das áreas metropolitanas deva existir pelo menos um nutricionista por município, devendo ser progressivamente reforçado o número de profissionais em função da densidade populacional, bem como dos indicadores locais de saúde.

Já nas autarquias das Comunidades Intermunicipais deve existir pelo menos um nutricionista por município, admitindo-se a partilha de nutricionistas entre municípios vizinhos quando tal se revele mais eficiente, nomeadamente, em territórios de baixa densidade populacional.

Por fim, nos municípios das regiões autónomas deve existir pelo menos um nutricionista por município, assegurando a cobertura territorial em cada ilha. “Nos municípios de menor dimensão, pode ser considerada a partilha de profissionais entre autarquias da mesma ilha, garantindo uma resposta próxima das populações e articulada com os planos locais de saúde”, reforça ainda o guião “O Nutricionista nas Autarquias”, que em breve estará também disponível online no site da Ordem dos Nutricionistas.

Opinião
O termo otoplastia abrange vários tipos de cirurgia que se destinam a corrigir, ou melhorar, a forma

 Vamos centrar-nos, neste texto, especificamente na cirurgia que incide nas orelhas proeminentes, ou seja, as chamadas “orelhas de abano”. Estamos perante uma condição que, não provocando perda de audição, desempenha um papel importante na definição da aparência física, já que se destacam mais do que o habitual em relação à cabeça, com impacto psicoemocional, acarretando problemas de autoestima e socialização, com particular acuidade nas crianças.

Na verdade, há vários estudos que demonstram problemas de autoestima e integração em contextos sociais, nomeadamente nas escolas, em crianças e adolescentes com “orelhas de abano”. No convívio escolar, são expostas a provocações por parte de colegas, falando-se mesmo em situações de bullying, que põem em risco um desenvolvimento saudável.  Conscientes desta problemática, os pais procuram ajuda médica cada vez mais cedo, com a esperança de agir preventivamente. Põe-se, assim, a questão da idade ideal para a intervenção cirúrgica. A resposta mais adequada parece situar-se entre os cinco e os seis anos, pelas razões a seguir indicadas. Em primeiro lugar, acautela-se a correção antes da entrada para o primeiro ciclo de escolaridade. Depois, garante-se que a cartilagem está suficientemente desenvolvida para suportar as suturas realizadas para criar a nova posição da orelha. Por fim, mas não menos importante, previnem-se problemas no pós-operatório, já que a criança consegue controlar melhor a natural tendência para remover pensos e mexer no local intervencionado.

O processo cirúrgico é simples e baseia-se numa incisão cutânea, com possibilidade de excisão ou fragilização da cartilagem, bem como suturas, consoante a técnica usada.

Poder-se-á ainda usar “clips” de titânio na cartilagem para atingir o resultado desejado. Tal permite, com uma incisão somente na face posterior da orelha, aproximar o pavilhão auricular do crânio. A cicatriz é quase impercetível, situando-se na parte posterior da orelha, o que a torna inacessível à vista.

O processo anestésico consiste geralmente em sedação e anestesia local, podendo, em crianças, recorrer-se à anestesia geral.

Naturalmente, a otoplastia realiza-se tanto em crianças e adolescentes como em adultos. À semelhança de outras cirurgias em que se busca a harmonia facial através da correção ou melhoria de aspetos anatómicos, a otoplastia é procurada por quem se sente insatisfeito com a protuberância, por vezes assimétrica, das suas orelhas e, não raramente, transporta essa vontade desde a infância.

Nunca será demais referir que a consulta com um especialista é indispensável, para que seja levada a cabo uma avaliação anatómica cuidada e sejam esclarecidas cabalmente as questões relativas ao processo cirúrgico, recuperação e gestão de expectativas.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Mundial dos Animais, 4 de outubro
No Dia Mundial dos Animais, que se assinala no dia 4 de outubro, a AniCura destaca a importância do trabalho dos médicos...

A carga emocional dos veterinários é influenciada por três fatores principais: a comunicação com os clientes, que muitas vezes implica gerir expetativas, explicar procedimentos complexos e acompanhar decisões difíceis como a eutanásia; a exposição constante ao sofrimento animal, em que a forte vocação e empatia que caracterizam a profissão se tornam também fonte de desgaste emocional; e o limitado reconhecimento social, que não reflete a magnitude da responsabilidade nem a intensidade emocional associada ao exercício veterinário.

Para a AniCura o bem-estar dos veterinários é uma prioridade: trata-se de reconhecer que por detrás de cada cuidado prestado a um paciente existem profissionais que suportam uma grande carga emocional e que necessitam de recursos para a gerir de forma saudável. Isto traduz-se em programas de assistência psicológica confidencial, formação em competências de comunicação e gestão emocional, espaços de acompanhamento entre colegas, políticas que promovem o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, bem como iniciativas de autocuidado e mindfulness”, explica Enrique Rodríguez, General Manager para o mercado ibérico.

Programas de bem-estar emocional

Neste sentido, a AniCura facilita o acesso a programas especialmente concebidos para cuidar da saúde física e mental da sua equipa através de diferentes plataformas: WellWo, com planos de treino físico, nutrição e webinars de apoio, e Headspace, focada em atividades orientadas de meditação, gestão do stress e concentração. Além disso, a empresa oferece aos profissionais o programa “Ajuda ao Associado”, com cinco sessões gratuitas de bem-estar por ano, que podem incluir desde psicólogos a orientação profissional, controlo da pressão pessoal ou apoio para lidar com o luto.

Prestar apoio e ferramentas de bem-estar é essencial para construir equipas saudáveis e colaborativas. Quando os profissionais dispõem de espaços para gerir a carga emocional associada ao seu trabalho, não só se protege a sua saúde mental, como também se cria uma ligação positiva entre o bem-estar da equipa e a experiência do paciente. “Cuidar da saúde mental dos veterinários tem um impacto direto na cultura interna das clínicas e na forma como as equipas se relacionam entre si e com os clientes”, sublinha Gabriela Fioretti, diretora de People da AniCura Ibéria.

Isto não só reduz a rotatividade e o risco de burnout, como também fortalece a motivação e a saúde a longo prazo. Em consequência, o clima organizacional melhora de forma tangível: equipas mais estáveis, ambientes de trabalho mais humanos e relações mais construtivas com os clientes, além do reconhecimento implícito pelo trabalho bem feito. Não se trata de condicionar a saúde mental ao serviço, mas sim de compreender que uma equipa cuidada e sustentada emocionalmente é a base de uma equipa mais sólida, resiliente e sustentável”, acrescenta.

Recomendações perante situações de stress

Para que os veterinários possam enfrentar situações complicadas, como procedimentos dolorosos ou pacientes críticos, é essencial estabelecer limites emocionais saudáveis, procurar espaços de apoio, investir em autocuidado regular, formar-se em comunicação eficaz e gestão emocional, e normalizar a procura de ajuda profissional. Estas práticas não só protegem a sua saúde mental, como também melhoram a qualidade do atendimento e a capacidade de tomar decisões sob pressão, assegurando um equilíbrio entre o bem-estar pessoal e o cuidado dos pacientes.

A minha experiência ensinou-me que há alguns conselhos que, se colocarmos em prática, podem fazer a diferença: não enfrentar situações difíceis em solidão, mas sim apoiar-se em colegas ou em redes de confiança; estabelecer limites emocionais claros, recordando que acompanhar não implica carregar todo o sofrimento; e dar prioridade ao autocuidado pessoal, desde descansar adequadamente até manter espaços fora do trabalho que permitam desligar e recarregar energia. Também é fundamental normalizar o pedido de ajuda profissional quando necessário, compreendendo que cuidar da saúde mental é tão importante como cuidar da física. No conjunto, são pequenas ações que fortalecem a resiliência e ajudam a atravessar momentos complexos sem sacrificar o bem-estar pessoal”, finaliza Fioretti.

ComicCast
A Dentsu Creative e a ONCE (Organización Nacional de Ciegos de España), em colaboração com a Amazon Web Services (AWS) como...

A ComicCast foi apresentada em Málaga, na San Diego Comic-CON, com uma demonstração ao vivo onde pessoas invisuais puderam testar esta tecnologia em primeira mão.

O protótipo foi treinado com uma das mais icónicas bandas desenhadas da história de Espanha: Mortadelo e Salaminho. Segundo Nuria Ibáñez, filha de Francisco Ibáñez, o famoso cartoonista e criador das divertidas histórias de Mortadelo e Salaminho e de muitas outras, "colaborar num projeto que aproxima o universo da banda desenhada das pessoas invisuais é algo que o meu pai teria adorado".

"Na ONCE, celebramos especialmente esta inovação que democratiza o acesso à banda desenhada para pessoas com deficiência visual," comentam Cristian Sainz de Marlés, responsável pelo departamento de trabalho digital e acessibilidade da ONCE e Marcelo Rosado, diretor da ONCE em Málaga. "A ComicCast não é apenas uma ferramenta tecnológica; representa um passo decisivo em direção à inclusão plena na cultura e no entretenimento. Este é o caminho a seguir: a inovação tecnológica ao serviço da igualdade de oportunidades."

Segundo María José Vázquez Gómez, Diretora-Geral de Creativide da Dentsu Creative em Espanha: "na Dentsu Creative, acreditamos no poder transformador da criatividade como um motor que impulsiona a tecnologia para soluções inovadoras que melhoram a vida das pessoas."

 

Uma nova forma de “ver” através da Inteligência Artificial

A ComicCast é uma aplicação móvel que recorre a IA disponibilizada pela AWS e que interpreta, em tempo real, as páginas de qualquer romance gráfico ou banda desenhada em formato físico e as converte em áudio descritivo: com o tom e o estilo da obra e contexto adicional para ajudar os utilizadores a compreender a situação. Através da tecnologia de cloud, as empresas colaboradoras conseguiram levar a cultura e a riqueza narrativa de um meio que combina imagens, textos, onomatopeias e recursos visuais a um público que — até agora — tinha acesso limitado a este tipo de conteúdo artístico. Apesar das soluções de leitura existentes, como audiobooks, sistemas de escrita Braille ou leitores de ecrã, nenhuma destas ou de outras opções tinha conseguido ir tão longe na reprodução 'com tal fidelidade' das nuances fundamentais das histórias, e manter a expressão e o tom dos diálogos.

O funcionamento da ComicCast é muito simples: os utilizadores precisam apenas de posicionar o seu dispositivo móvel sobre uma página da banda desenhada escolhida. A partir desse momento, inicia-se um processo de interpretação, onde a IA disponibilizada pela AWS analisa a estrutura da página, identifica os painéis, extrai o texto, deteta onomatopeias e compreende o contexto narrativo.

Para permitir esta experiência imersiva, a aplicação recorre a dois modelos de IA generativa: o Amazon Nova Pro e o Claude da Anthropic. Ambos estão disponíveis no Amazon Bedrock, o serviço da AWS que simplifica o acesso a uma seleção de modelos de base (foundation models, ou FM) de alto desempenho para a criação de aplicações de IA generativa. O Amazon Nova e o Claude são modelos peritos na análise visual completa, na compreensão de cenas, no acompanhamento de personagens e na geração de descrições narrativas. No ComicCast estes dois modelos são complementados pelo ElevenLabs, que gere a síntese e o mapeamento de voz para cada personagem e integra efeitos sonoros que enriquecem a experiência auditiva.

O resultado é um áudio melhorado que capta a narração dos diálogos com diferentes vozes e entoações para cada personagem e que incorpora efeitos sonoros que reproduzem onomatopeias e outros recursos gráficos. Em suma, é criada uma narrativa fluida e coerente que transforma a leitura visual numa experiência auditiva imersiva.

"A ComicCast representa um marco na aplicação prática da IA para melhorar a vida das pessoas," enfatiza Suzana Curic, country lead da AWS para a Ibéria. "Através do uso da nossa tecnologia de cloud, conseguimos criar uma solução que não só torna o conteúdo acessível, mas preserva a essência e a magia da banda desenhada. Este projeto demonstra que, quando a tecnologia é colocada ao serviço da inclusão, podemos criar soluções verdadeiramente inovadoras que impactam positivamente a sociedade. Na AWS, orgulhamo-nos de colaborar com parceiros que partilham a nossa visão de usar a tecnologia para tornar o mundo mais acessível para todos."

 

Em Lisboa
A Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) organiza, nos dias 30 e 31 de outubro, no Hotel Olissippo Oriente,...

O encontro reúne especialistas de diversas áreas para debater práticas inovadoras no tratamento e acompanhamento dos doentes com AVC, promovendo uma abordagem verdadeiramente integrada. Para o Dr. Denis Gabriel, membro da Direção da SPAVC e da organização do evento, o Integrar + é mais do que um encontro científico. “Esta reunião é um espaço dinâmico, um fórum onde todos, do hospital à comunidade, podem partilhar experiências, boas e más, sem receios, promovendo a atualização, o diálogo e a construção conjunta de soluções”, salienta.

O programa científico do evento distingue-se por incluir abordagens menos convencionais e centradas no valor da saúde, explorando o impacto real das decisões clínicas no dia a dia dos doentes. O Dr. Denis Gabriel destaca, no primeiro dia, a ‘Sessão Interativa 1 - Educação, Literacia e Prevenção: o poder de uma comunidade que aprende’, que contará com a apresentação do Dr. Álvaro Pereira, ‘Otimizar indicadores de desempenho orientados para a doença cerebrovascular – lições da comunidade’. “Na sua intervenção, o especialista mostrará como um grupo de médicos de família iniciou, há anos, a implementação de um modelo de gestão que quantifica o ganho em saúde, permitindo um reajuste contínuo de objetivos e melhores resultados para os doentes”, explica o neurologista.

Um dos grandes objetivos do Integrar + é fortalecer a ligação entre diferentes níveis de cuidados, promovendo a proximidade e enriquecimento mútuo dos profissionais que intervêm na fase aguda do AVC.

Segue-se a ‘Sessão Hot Topics – Antes e Depois do AVC: uma abordagem integrada entre Cuidados Hospitalares e de Saúde Primários’ que “trará novidades relevantes na prevenção da doença vascular” e a ‘Sessão Interativa 2 – O que os olhos não veem: sequelas invisíveis, impacto real’, que contará com apresentação da Dr.ª Joana Lemos, do Centro de Reabilitação Profissional de Lisboa. “Nesta sessão, a palestrante irá partilhar mensagens práticas para profissionais que acompanham doentes após a fase aguda, abordando desde a gestão de problemas clínicos até à reintegração na vida ativa e na sociedade”, refere.

Ainda no dia 30 de outubro, o coordenador do evento realça a conferência ‘Monitorização digital: o que já é realidade na reabilitação pós-AVC’, com a participação da Dr.ª Ana Luís Pereira, médica de família e cofundadora e CEO da Healthy Smart Cities, que “irá explorar o potencial das plataformas de telereabilitação e monitorização à distância”.

No segundo dia do evento, o destaque vai para a primeira sessão, ‘Mesa Redonda - Novos Protocolos, Novos Desafios: Estamos Preparados para a Nova Era do AVC?’, onde o Dr. Luís Fontão conduzirá o debate sobre “a introdução de tenecteplase na Via Verde AVC”. Segue-se a ‘Conferência Decisões que contam, o percurso pré-hospitalar no AVC, uma análise valor em saúde’, em que o Prof. Filipe Costa, professor e investigador da Nova SBE, “irá refletir sobre que decisões poderiam melhorar os resultados no pré-hospitalar”. Por fim, para terminar a reunião, o Prof. Pedro Nascimento apresentará o tema ‘Depressão pós-AVC: da neuroinflamação aos novos alvos terapêuticos’, “ajudando-nos a entender melhor os mecanismos envolvidos na depressão pós-AVC e os alvos terapêuticos mais promissores para uma condição que continua a ser uma das complicações mais frequentes observadas na consulta”, esclarece.

Para os profissionais que ainda ponderam a inscrição, o Dr. Denis Gabriel deixa um apelo: “Temos trabalhado no sentido de construir e fortalecer pontes entre profissionais que intervêm no AVC, de uma forma aberta e integrativa, porque só podemos melhorar se conhecermos os desafios que os nossos colegas enfrentam e se estivermos abertos a outros pontos de vista. Se partilham esta visão, esta reunião é para vocês.”

Conclui, esperando que “desta partilha possam surgir soluções para problemas, mudança de comportamentos e, claro, que os doentes possam beneficiar diretamente disso”.

É possível submeter trabalhos para apresentação sob a forma de comunicação oral, a serem enviados até ao dia 19 de outubro.

Todas as informações sobre a reunião, bem como o formulário de inscrições online e as normas da submissão de trabalhos encontram-se disponíveis em: https://spavc.org/reuniao-integrar/

 

Opinião
No dia 16 de outubro assinala-se o Dia Mundial da Coluna, uma data que pretende alertar para a impor

O que é a coluna vertebral?

A coluna vertebral é uma estrutura complexa, composta por um conjunto de estruturas ósseas, articulações e ligamentos que garante, não só, a proteção da medula espinhal e das raízes nervosas responsáveis pela mobilidade e sensibilidade do corpo e controlo de funções autónomas como a micção e a defecação. Garante também o suporte e estabilidade do corpo, bem como a mobilidade e flexibilidade que são tão singulares no movimento humano.  Perturbações no seu funcionamento podem gerar repercussões a todos estes níveis com impacto muito forte na saúde.

 

O peso do problema

A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 80% da população mundial terá pelo menos um episódio de dor lombar ao longo da vida. Em Portugal, as doenças da coluna estão entre as principais causas de incapacidade temporária e absentismo laboral, com impacto significativo na produtividade e nos custos em saúde. Com o envelhecimento populacional, espera-se um aumento ainda maior da incidência destes problemas nas próximas décadas.

 

Fatores de risco

Os principais fatores que comprometem a saúde da coluna são bem conhecidos: sedentarismo, excesso de peso, o tabagismo, posturas incorretas associadas ao trabalho prolongado ao computador ou ao uso de dispositivos móveis, e ainda profissões que exigem esforços repetitivos ou levantamento de cargas.

Algumas doenças reumatológicas como a artrite reumatoide, osteoporose, entre muitas outras, podem envolver a coluna.

Existe ainda um processo natural de envelhecimento natural dos discos intervertebrais (entre outras estruturas), cuja rapidez depende de fatores que herdamos dos nossos antepassados. É essa relação dicotómica entre fatores intrínsecos e relação com fatores comportamentais que vai determinar o surgimento de sintomas.

 

Prevenção: o caminho mais eficaz

Como podemos ter impacto neste processo de envelhecimento/desgaste? A prática regular de atividade física é fundamental, sobretudo exercícios que reforcem a musculatura abdominal, dorsal, lombar e glútea, essenciais para a estabilidade da coluna (treino de força supervisionado). Atividades como caminhadas, natação, pilates, ioga ou treino funcional supervisionado têm benefícios reconhecidos e podem ser adaptadas a cada faixa etária e necessidades do indivíduo.

A ergonomia também deve ser uma preocupação diária: cadeiras ajustáveis, ecrãs à altura dos olhos, pausas regulares para alongamentos e o hábito de não permanecer longos períodos na mesma posição fazem toda a diferença. Também o controlo do peso corporal e a adoção de hábitos de vida saudáveis contribuem para reduzir o risco.

 

Um apelo no Dia Mundial da Coluna

Neste Dia Mundial da Coluna, a Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) deixa um apelo: não vire as costas à coluna! Cuidar da postura, praticar exercício físico e adotar rotinas saudáveis são medidas simples que podem contrariar o impacto do envelhecimento da coluna da sua qualidade de vida. Cuide de si. A sua saúde depende disso...

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade de Coimbra
Desvendar novas informações sobre como o cérebro processa as emoções positivas de outras pessoas e compreender o impacto dessa...

Com esta investigação, os cientistas esperam saber mais sobre os mecanismos biológicos subjacentes à criação de empatia pelas emoções positivas de terceiros – as quais, ao contrário das emoções negativas, têm recebido pouca atenção da comunidade científica. Uma vez que a perceção das emoções positivas nos outros é particularmente prejudicada nas perturbações psiquiátricas, este estudo pretende contribuir para o desenvolvimento futuro de abordagens farmacológicas para estas condições.

O projeto ARROW: Neural Correlate for the Perception of Others Reward (Correlato Neuronal da Perceção da Recompensa dos Outros, em língua portuguesa) vai estar em curso até 2028. É financiado com mais de 150 mil euros (156 778,56 euros, mais precisamente) pelo instrumento ERA Post-doctoral Fellowships, no âmbito das Ações Marie Skłodowska-Curie Post-doctoral Fellowships, que financia projetos de pós-doutoramento com o intuito de apoiar a carreira e a empregabilidade de investigadores doutorados e, em simultâneo, promover a mobilidade, uma vez que o projeto ARROW vai ser desenvolvido em Portugal e França.

Vai ser conduzido pela investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC-UC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CiBB), Flavia Ricciardi, e tem como supervisora a investigadora do CNC-UC e do CiBB, especialista em comportamento social, Cristina Márquez.

Embora se saiba que o processamento cerebral das emoções dos outros – isto é, como percecionamos o que os outros sentem – é essencial para a interação social e para a empatia, os mecanismos cerebrais que espoletam estas ações permanecem desconhecidos, em particular no que diz respeito às emoções positivas. “Sabemos que vários animais percebem, partilham e agem por influência de estados afetivos dos seus pares, um fenómeno semelhante à empatia humana chamado contágio emocional. Neste quadro, as emoções positivas têm recebido pouca atenção por parte da comunidade científica, apesar da sua elevada relevância para o nosso bem-estar”, explica Flavia Ricciardi.

Em busca de novas informações sobre como o cérebro processa emoções positivas de outras pessoas, e também sobre como as utiliza para agir em contexto social, o grupo de investigação de Circuitos Neuronais do Comportamento Social do CNC-UC, que é liderado por Cristina Márquez, já conseguiu identificar novos detalhes sobre o funcionamento da Área Tegmental Ventral em ratos – uma região do cérebro essencial para os circuitos de recompensa e de emoção. “A informação que recolhemos indica que esta área responde não apenas à recompensa própria, mas também à recompensa dos outros, o que pode significar que usamos os mesmos circuitos cerebrais para o nosso sistema de recompensa e para percecionar a recompensa sentida por outras pessoas”, explica Flavia Ricciardi.

A partir das informações anteriormente recolhidas em projetos coordenados por Cristina Márquez, o projeto ARROW pretende “elucidar de que forma o cérebro processa estados afetivos positivos de terceiros e como é que essa informação é utilizada para guiar a tomada de decisões pró-sociais, ou seja, decisões que beneficiam outras pessoas”, avança a investigadora. Flavia Ricciardi adianta ainda que “a investigação será desenvolvida num modelo animal robusto que permitirá descobrir mecanismos biológicos próximos da realidade humana”.

“Desvendar os mecanismos que estão na base deste fenómeno social constitui um passo fundamental para o desenvolvimento de novas intervenções farmacológicas em condições clínicas como a depressão, o transtorno do espectro do autismo ou a ansiedade social”, acrescenta a investigadora. Por exemplo, “identificar conexões neuronais atípicas poderá ser indicativo de maior risco de dificuldade em desenvolver habilidades sociais e, como tal, conhecer melhor esses circuitos do cérebro poderá ajudar, futuramente, a agir em antecipação perante essas dificuldades”, avança.

Perante a complexidade e detalhe destes processos emocionais e cognitivos, a equipa de investigação vai utilizar uma técnica in vivo de eletrofisiologia, que permite registar a atividade separada dos neurónios. Por exemplo, permite compreender a sua atividade individual no sistema de recompensa quando experimentamos as nossas próprias emoções positivas e as dos outros, mais concretamente que sinais são emitidos quando nos deparamos com recompensas e com as recompensas experienciadas por outras pessoas. A interação do sistema de recompensa com o Córtex Cingulado Anterior, outra região do cérebro envolvida em funções como o contágio emocional e o comportamento social, também vai ser estudada.

Além da investigadora Cristina Márquez, o projeto ARROW também conta com a colaboração de Alexandre Charlet, investigador do Instituto de Neurociências Celulares e Integrativas (Institute for Cellular and Integrative Neurosciences) da Universidade de Estrasburgo, onde parte desta investigação vai também ser realizada, em particular o uso da eletrofisiologia in vitro combinada com a optogenética, uma técnica robusta utilizada nas neurociências para manipular a atividade neuronal em tempo real.

 

Crianças e ecrãs
De 03 a 12 de outubro, o LoureShopping recebe a campanha “Zona Zero Ecrãs”, com atividades gratuitas para sensibilizar sobre o...

O impacto da exposição excessiva aos ecrãs nas crianças e famílias. No próximo dia 04 de outubro, às 16h00, o Dr. Hugo Rodrigues e a psicóloga clínica Vera de Melo darão, no LoureShopping, uma palestra gratuita sobre o uso excessivo dos ecrãs por crianças e adolescentes, abordando desde as consequências no desenvolvimento físico e emocional, até estratégias práticas para um uso equilibrado da tecnologia em casa. A sessão incluirá exemplos reais, conselhos aplicáveis no dia a dia e um espaço aberto para esclarecer as dúvidas das famílias. De seguida, terá lugar uma mesa-redonda alargando o debate a outras perspetivas e dando continuidade ao diálogo para que as famílias presentes possam colocar as suas dúvidas diretamente aos especialistas.

Uma semana repleta de atividades “Zero Ecrãs” para crianças e adultos

Além da conferência com o Dr. Hugo Rodrigues e a psicóloga clínica, Vera de Melo, a campanha Zona Zero Ecrãs trará durante toda a semana ao LoureShopping  um vasto programa de iniciativas gratuitas: palestras em escolas conduzidas por especialistas locais; o Desafio Zona Zero Ecrãs – onde as famílias poderão guardar os telemóveis em cacifos e somar minutos sem ecrãs para ganhar prémios, uma zona de jogos analógicos para redescobrir os clássicos como os matraquilhos, o jogo da macaca ou corridas de carrinhos, e um podcast em direto, com especialistas e criadores de conteúdos, aberto à participação do público

Mais informações e reservas para a palestra no site e App do LoureShopping.

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