No Dia Mundial da Esclerose Múltipla
No ano em que celebra 40 anos, a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) organiza a 30 de maio, pelas 10h30, o...

Este colóquio contará com a primeira apresentação pública dos dados portugueses do estudo europeu “IMSS – Impact of Multiple Sclerosis Symptoms”, promovido pela Plataforma Europeia de Esclerose Múltipla (EMSP). Em Portugal, o estudo contou com a participação de 785 pessoas, maioritariamente com Esclerose Múltipla, e oferece uma perspetiva inédita sobre o impacto real — físico, emocional e social — dos sintomas da EM no dia a dia.

A iniciativa insere-se na campanha internacional “O Meu Diagnóstico de EM” (My MS Diagnosis), promovida pela Federação Internacional de Esclerose Múltipla (MSIF), que este ano foca a urgência de um diagnóstico mais atempado e equitativo, chamando a atenção para as barreiras que persistem no acesso ao diagnóstico e aos cuidados adequados.

Mais do que um evento científico, o colóquio pretende colocar as experiências pessoais no centro da discussão, sublinhando a urgência de uma abordagem mais humana, empática e integrada no diagnóstico e acompanhamento da doença. A mesa-redonda “O meu diagnóstico de EM” reunirá pessoas com EM e profissionais da área clínica para discutir os desafios no acesso ao diagnóstico e o impacto da EM na qualidade de vida.

O Colóquio pretende ser um espaço único de escuta, partilha e reflexão, reunindo pessoas com EM, cuidadores, profissionais de saúde, decisores políticos e sociedade em geral. A entrada é livre, mas a inscrição é obrigatória através do site da SPEM: https://spem.pt/blog/2025/04/30/impactos-diarios-viver-com-os-sintomas-da-esclerose-multipla-coloquio-vai-dar-voz-a-comunidade-da-em/

 

29 de maio | Dia Mundial da Saúde Digestiva
A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), a Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva (SPED) e a Associação...

“A Semana Digestiva é o principal e o maior congresso científico nacional dedicado à área da Gastrenterologia, ou seja, da patologia digestiva. Este ano temos como lema «Refletir para Evoluir – a Gastrenterologia em Movimento», e, como tal, construímos um programa científico abrangente, pragmático e objetivo, englobando não apenas o estado da arte, mas igualmente procurando dar respostas concretas a vários desafios com que nos deparamos na nossa atividade clínica diária”, explica Fernando Castro Poças, Presidente da Semana Digestiva 2025 e Vice-Presidente da SPG.

A Cerimónia de Abertura terá lugar no dia 29 de maio, dia mundial da saúde digestiva, às 12h30, no Multiusos de Gondomar, e “contaremos com a presença do Prof. Doutor Pedro Narra Figueiredo, Presidente da SPG; da Prof.ª Dr.ª Susana Lopes, Presidente da SPED, da Dr.ª Paula Peixe, Presidente da (APEF), do Enf. Rafael Oliveira, Presidente da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Endoscopia e Gastrenterologia (APEEGAST), do Prof. Dr. António Luz Pereira, Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), do Prof. Doutor Eurico Castro Alves, Presidente da Secção Norte da Ordem dos Médicos, e da Prof.ª Dr.ª Ana Povo, Secretária de Estado da Saúde”, avança Fernando Castro Poças.

O presidente acrescenta ainda que esta será uma “oportunidade única para aprender com profissionais de múltiplas áreas do saber, cujas experiências certamente permitirão enriquecer a nossa vida profissional e pessoal”.

A Semana Digestiva 2025 reunirá, ao longo de três dias, vários especialistas nacionais e internacionais para debater os mais recentes avanços na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças do aparelho digestivo, promovendo a partilha de conhecimento e o desenvolvimento científico. Para mais informações consulte: www.semanadigestiva.pt

Estudo
Segundo o estudo, a maioria das pessoas (50,5%) gasta, em média, até 10 euros por mês na sua prática de exercício físico,...

A prática de exercício físico é uma realidade para 65,1% dos portugueses inquiridos, sendo que a maioria opta por praticar ao final da tarde (50,7%), dando prioridade a espaços ao ar livre (58,4%), embora ginásios (32,9%) e treinos em casa (32,4%) também tenham grande expressão, com uma frequência de duas vezes a três vezes por semana (19,7% e 18,7%, respetivamente).

Os principais motivos para a prática são a promoção da saúde física (30,3%), o controlo do peso corporal (19,3%) e a gestão do stress (16,6%). Além dos benefícios físicos, os portugueses reconhecem de forma clara os impactos do desporto na saúde mental. Uma perceção esmagadora de 85,3% considera que a prática desportiva contribui de forma importante ou muito importante para o seu bem-estar psicológico. Estes dados confirmam o papel essencial do exercício na qualidade de vida, não apenas ao nível físico, mas também emocional e mental.

A maioria (56,6%) referiu ainda praticar desporto sozinho e expressou muito interesse ou interesse em aumentar a sua prática desportiva (43% e 30%, respetivamente).

O ginásio foi apontado como sendo o tipo de desporto mais praticado pelos inquiridos, contando com 31,2% do seu total, seguido de corrida e yoga/pilates.

Os inquiridos não-praticantes revelaram que a falta de tempo e de energia são os principais obstáculos (27,3% e 28,6%, respetivamente), seguidos pela falta de interesse (25,7%) e pela falta de companhia (15,3%).

Os homens, em comparação com as mulheres, praticam desporto como lazer/diversão e em busca do sentimento de superação como motivações principais (61,9% vs. 38,1%; 60% vs. 40%, respetivamente). As mulheres, em comparação com os homens, referem como barreiras para a prática do desporto razões financeiras (72,4% vs. 27,6%), a falta de energia (69,40% vs. 30,60%) e o desconforto (67,6% vs. 32,4%).

O estudo revela ainda uma lacuna no apoio das empresas à prática desportiva: 94,3% dos inquiridos não recebem qualquer apoio da entidade patronal para atividades desportivas, embora 61,2% considerem essencial que isso mude.

 

Impacto da tecnologia na prática de exercício físico

A tecnologia tem um papel cada vez mais relevante na prática de exercício físico. Mais de metade dos inquiridos (54,6%) utiliza dispositivos eletrónicos, sendo os mais comuns o telemóvel (62,3%), wearables como smartwatches (57,5%) e auscultadores (41%). A sua utilização centra-se, sobretudo, na monitorização do desempenho (70,4%), consumo de música ou podcasts (56,8%) e acompanhamento de métricas como distância percorrida, frequência cardíaca e calorias queimadas. A tecnologia é também vista como um fator de motivação (72,2%) e personalização do treino (51%).

Entre os participantes que utilizam dispositivos eletrónicos, 47,7% referem sentir-se mais seguros a praticar desporto com o auxílio da tecnologia. Entre estes, a principal razão apontada para essa sensação de segurança é a monitorização da saúde em tempo real (73,3%), seguida pelo uso de aplicações de treino inteligente (39,6%) e pela geolocalização (29,1%).

 

Prática desportiva nas gerações mais novas

No que diz respeito à prática desportiva entre os mais jovens, o estudo mostra que 73,9% dos filhos dos inquiridos praticam desporto regularmente. As modalidades mais comuns são natação (42,5%), futebol (33,8%), musculação (14,5%) e artes marciais (13%). A maioria das crianças pratica desporto com frequência: 32,9% pratica desporto pelo menos duas vezes por semana. Os locais mais utilizados são clubes (62,8%) e ginásios (29%).

O estudo confirma a importância crescente do exercício físico na vida dos portugueses, tanto a nível individual como familiar. Os baixos custos praticados pela maioria revelam o valor atribuído a soluções acessíveis, mas também uma oportunidade para políticas públicas e privadas que incentivem ainda mais o desporto, sobretudo com o apoio de entidades patronais.

A amostra final do estudo contou com 1103 participantes, uma amostra representativa da população portuguesa ao nível de idade, género e localização geográfica, de acordo com os Censos 2021. Os participantes dividem-se entre 51% mulheres e 47,9% homens, com idades maioritariamente entre os 20 e os 69 anos. Em termos de escolaridade, 69,6% têm ensino superior, e a maior parte dos agregados familiares situa-se nos escalões de rendimento entre os 2000€ e os 3000€ mensais líquidos. As regiões mais representadas foram o Norte (34,1%), Lisboa (29,4%) e o Centro (20,7%).

O principal objetivo do estudo foi auscultar a população ativa portuguesa acerca da prática de exercício físico perante um mundo tecnológico. Este estudo foi dividido em duas fases. Numa primeira fase, procurou-se compreender como e quando os portugueses praticam desporto, a frequência dessas práticas e os seus padrões preferenciais. Além disso, analisou-se igualmente o impacto da tecnologia na prática desportiva, assim como os hábitos e padrões de exercício físico entre as gerações mais jovens. Numa segunda fase, analisou-se as diferenças significativas entre idade, género e região geográfica de Portugal relativamente às temáticas abordadas na primeira fase do estudo.

As conclusões do estudo foram apresentadas oficialmente no 4º encontro do ciclo Challenging the Future, com a presença e contributos da atleta olímpica Patrícia Mamona, o diretor da Academia do Champs, Pedro Carvalho e da psicóloga Ana Bispo Ramires.

Opinião
O ciclo menstrual é muito mais do que apenas a menstruação.

Muitas mulheres habituam-se a conviver com sintomas intensos durante o ciclo como cólicas fortes, tensão pré-menstrual, inchaço, alterações de humor e até ciclos irregulares. O que nem todas sabem é que a alimentação pode ser uma grande aliada na prevenção e no alívio desses desconfortos. 

Muitos desequilíbrios menstruais estão ligados muitas vezes a inflamação crónica de baixo grau, um processo contínuo e silencioso que pode ser alimentado por dietas ricas em açúcar, álcool, gorduras trans e alimentos ultraprocessados. Essa inflamação interfere no funcionamento dos ovários, agravando sintomas como cólicas e irritabilidade e está envolvida em condições como endometriose e Síndrome dos ovários poliquísticos, ambas com impacto no ciclo menstrual. 

Alimentos anti-inflamatórios como frutas vermelhas, curcuma, chá verde, gengibre, peixes e vegetais verdes, ajudam a modular essa inflamação e contribuem para um ciclo mais regular e com menos sintomas. 

O ciclo menstrual pode ser dividido em três fases principais: a folicular, onde incluímos a menstruação, depois existe a fase ovulatória e a fase lútea. Cada uma dessas etapas é marcada por variações hormonais que afetam o apetite, o humor, a disposição e o metabolismo. E aqui a nutrição tem uma palavra a dizer, uma vez que a regulação hormonal é influenciada por muitos fatores, sendo um deles a alimentação. 

Um artigo de revisão publicado em 2024 na revista científica Nutrients, enumerou vários nutrientes essenciais durante o ciclo menstrual como o ferro, o zinco, o cálcio, o selénio, o iodo e o magnésio. Durante a menstruação, por exemplo, há perda de ferro, o que pode causar cansaço e fraqueza. Alimentos ricos em ferro (como carne magra, leguminosas e vegetais verdes escuros) aliados à vitamina C (laranja, kiwi, tomate) ajudam na reposição. Para que a ovulação aconteça é necessário cálcio e zinco (carne, lacticínios sementes e frutos secos), e ainda vitaminas do complexo B. Já na fase lútea, quando ocorrem os sintomas da TPM, alimentos ricos em magnésio (como banana, aveia e amêndoas) e triptofano (como cacau e ovos) podem ajudar a regular o humor e reduzir a irritabilidade. 

Estudos mostram que padrões alimentares anti-inflamatórios, com destaque para a dieta mediterrânica onde inclui vegetais, frutas, peixes, frutos oleaginosos e azeite, estão associados a menor intensidade de sintomas menstruais. Também o funcionamento intestinal tem uma palavra a dizer na regulação hormonal. Ele não serve apenas para digerir alimentos, mas também influencia a saúde hormonal. As bactérias que formam a microbiota intestinal, são responsáveis por produzir neurotransmissores, regular a inflamação e auxiliar na metabolização de hormonas como o estrogénio. 

Cuidar da alimentação não significa seguir dietas restritivas, antes pelo contrário. Dietas com valor calórico muito reduzido podem ter impacto negativo no ciclo menstrual e em situações mais graves, a mulher pode deixar de menstruar (amenorreia). Respeitar o corpo inclui fornecer os nutrientes certos para que ele funcione com equilíbrio. A nutrição pode ser uma ferramenta poderosa de autocuidado, ajudando a mulher a equilibrar o seu ciclo de forma mais leve e saudável. 

No mês em que se celebra o Dia da Saúde Feminina, fica o lembrete: O ciclo menstrual é um marcador de saúde. E a nutrição pode ser uma das formas mais impactantes de o proteger. 

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade – 24 maio
Assinalar o Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade é muito importante para nos consciencializar sob

O seu tratamento evoluiu muito nos últimos anos, e a cirurgia bariátrica mudou o curso da doença. Permite não só uma redução ponderal significativa e sustentada, mas também a remissão das comorbilidades associadas com a obesidade.  Apesar do seu êxito, não podemos esquecer que a cirurgia não tem a mesma eficácia em todos os doentes, que não é isenta de complicações e só está indicada em alguns doentes. Mas foi através dos seus efeitos clínicos, que os mecanismos da regulação do peso foram melhor compreendidos. O conhecimento do papel das incretinas, e do eixo cérebro-intestino, permitiu o desenvolvimento de novos medicamentos e uma nova esperança no tratamento desta doença.

A elevada prevalência da obesidade, em Portugal e no mundo, exige que os tratamentos se complementem para uma eficácia a longo prazo e deve orientar a sociedade e os profissionais de saúde para a sua prevenção.

A obesidade tem para além, de um impacto clínico com perda de anos de vida saudáveis, um impacto económico significativo.

O Plano Nacional de Saúde 2020-2030, tem entre as suas prioridades para 2030, a redução do excesso de peso em todas as idades, e aumentar a prática do exercício físico.

Para atingir estas metas, a Direção Geral da Saúde no dia 4 de março deste ano, Dia Mundial da Obesidade, lançou o Roteiro de Ação para Acelerar a Prevenção e Controlo da Obesidade em Portugal 2025-2027, que revela o desafio que esta doença representa.

Quando a obesidade começa na infância, o risco de persistir na idade adulta é elevado e por isso a sua prevenção torna-se vital.

Assinalar o Dia Nacional de Luta contra a Obesidade, é dar ao doente obeso o acesso a um conjunto de cuidados que incluem, plano nutricional, programa de exercício físico, apoio psicológico, tratamento farmacológico ou tratamento cirúrgico, acompanhando o seu percurso desde os cuidados de saúde primários até ao hospital.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Uma Visão Abrangente do Diagnóstico ao Tratamento
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) está a organizar um Seminário sobre mieloma múltiplo (MM), um evento para...

Este seminário é uma oportunidade única para aprofundar o conhecimento sobre o Mieloma Múltiplo, através da apresentação dos avanços mais recentes, desde o diagnóstico e as opções terapêuticas mais inovadoras, até às estratégias para otimizar a qualidade de vida dos doentes. 

O evento terá início com as boas-vindas da APCL, seguindo-se a apresentação de Fernando Leal da Costa, hematologista do IPO Lisboa, que abordará o estado da arte no tratamento do MM. João Lacerda, hematologista da ULS Santa Maria, desmistificará a autotransplantação, explicando o que é e quando se aplica. 

Cátia Reis, Investigadora do Sono da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, explorará a importância do sono no percurso do doente oncológico. Marisa Salgado, Enfermeira da Fundação Champalimaud, e Ana Paula Coelho, doente com MM, partilharão as suas perspetivas sobre "Viver com MM", abordando a experiência da doença do ponto de vista da enfermagem e do doente, respetivamente. 

Depois de uma pausa para o almoço, Paulo Bernardo, Hematologista do IPO Lisboa, apresentará as perspetivas futuras para o MM, dando lugar ao debate 'Voltei ao trabalho e agora?', moderado pela paciente Ana Paula Rocha. Mais tarde, Inês Lopes, cuidadora de pessoa com MM, partilhará a sua experiência em 'Viver com MM: a perspetiva do cuidador'. 

O evento encerrará com a apresentação dos projetos do Grupo de Trabalho MM, por Filipa Lopes, paciente de MM, voluntária do GTMM da APCL e porta-voz do grupo. 

Este programa, cuidadosamente elaborado, visa proporcionar uma visão abrangente e atualizada sobre o Mieloma Múltiplo, promovendo a partilha de conhecimentos e experiências entre especialistas, doentes e cuidadores.  

As inscrições para seminário são obrigatórias e podem ser efetuadas através do preenchimento deste formulário online

STUDENTWELL-Be
Iniciativa que procura potenciar equilíbrio emocional foi alargada a docentes e não docentes da Escola Superior de Hotelaria e...

“Professores em Portugal são os que revelam maior stress na Europa”. “Estudo: metade dos professores sentem-se tristes e com mal-estar psicológico”. “Professores deprimidos, ansiosos e à beira de um burnout. A saúde mental na sala de aula”. “Ansiedade, stress, depressão. Época de exames é uma fábrica de futuros adultos ansiosos”. Em Portugal, como na maior parte do mundo, os estudos especializados e as estatísticas oficiais rareiam e são inversamente proporcionais à proliferação de notícias que evidenciam uma verdade óbvia: se quem ensina não o faz nas melhores condições todo o ecossistema educativo sofre, nem que seja por tabela.

Há, no entanto, quem esteja a tomar em mãos os próprios destinos, como é o caso da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE). Em parceria com a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa e financiado pela DGES - Direção-Geral de Ensino Superior, a ESHTE tem a decorrer o programa STUDENTWELL-Be para promover a saúde mental dos seus estudantes, oferecendo apoio psicológico, workshops e atividades, tais como caminhadas e literacia em saúde mental. Além disso, criou o Gabinete de Apoio à Inserção Profissional, que apoia estudantes e alumni na gestão da ansiedade e na preparação para o mercado de trabalho, e avança agora com uma expansão da promoção da saúde mental a docentes e outros funcionários não docentes da instituição.

O Serviço de Apoio Psicológico disponibiliza atendimento individual e confidencial, com o intuito de promover o equilíbrio emocional e providenciar fórmulas e estratégias adaptativas para toda a comunidade académica, de modo que consiga lidar com desafios profissionais e pessoais, sejam eles ocasionados (ou não) por picos de trabalho e/ou estudo.

Coordenado por Ana Berrincha, psicóloga clínica e psicoterapeuta, este programa “reafirma o compromisso da ESHTE com a saúde mental e o bem-estar de toda a sua comunidade académica, promovendo um ambiente mais acolhedor e propício ao sucesso académico e profissional dos seus membros”, sublinha João Reis, vice-presidente da instituição.

As consultas para estudantes são agendadas através do portal Gov.pt (https://www.gov.pt/servicos/pedir-cheque-psicologo), enquanto as de docentes e não docentes devem ser marcadas no Serviço de Apoio Psicológico da ESHTE ([email protected]).

Garantir uma comunidade académica saudável exige a atenção de todos. E a expansão dos serviços de apoio psicológico surge como uma medida essencial para manter o equilíbrio. Atenuando, assim, os indicadores que, em 2024, dava conta que 52% dos alunos estariam exaustos e apresentavam sintomas de “burnout”, num inquérito desenvolvido pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada, apresentado no Congresso Nacional de Psicologia da Saúde.

Um ano antes, um estudo emanado da Fundação José Neves sobre o estado da educação, emprego e competências evidenciava que 87% dos professores em Portugal afirmavam sentir um nível elevado de stress no trabalho, o índice mais elevado entre os países da OCDE (com uma média de 49%). Uma estatística que o Observatório da Saúde Psicológica e do Bem-Estar acentuou um ano depois, notando que cerca de metade dos docentes continuavam a sentir algum tipo de sofrimento psicológico e de mal-estar (tristeza ou depressão).

A generalizada (má) condição mental dos docentes portugueses arrasta-se há anos, aliás. Já em 2018, um trabalho conduzido pela Universidade Nova de Lisboa concluía que mais de 60% dos professores nacionais sofriam de exaustão emocional.

A Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril quer, por isso, contribuir com a sua quota-parte para mudar o atual statu quo sobre bem-estar e saúde mental.

25 a 31 de maio l Semana Internacional da Tiroide
Um em cada 13 portugueses pode ter um distúrbio da tiroide sem o saber. Apesar de afetar milhares de pessoas — sobretudo...

Na Semana Internacional da Tiroide, que decorre de 25 a 31 de maio, Associação das Doenças da Tiroide (ADTI), Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) , com o apoio da Merck, promovem rastreios gratuitos à população para alertar para a importância do diagnóstico precoce.

A iniciativa decorre no dia 27 de maio, no Norte Shopping, entre as 10h00 e as 15h00, e inclui a realização do teste de TSH – exame que permite avaliar a função da tiroide e identificar casos de hipotiroidismo. Durante a ação, será também disponibilizada informação sobre sintomas, fatores de risco e opções terapêuticas.

A campanha deste ano tem como mote “A peça que falta no puzzle da sua saúde”, sublinhando a importância de considerar a tiroide como possível origem de sintomas persistentes, mesmo quando exames sumários de rotina não apontam alterações. Esta glândula, embora de pequenas dimensões, desempenha um papel central na regulação do metabolismo, energia, humor, fertilidade e bem-estar geral.

Apesar da sua importância, a tiroide continua a ser um órgão pouco conhecido e muitas vezes ignorado. Segundo dados da SPEDM e do Grupo de Estudos da Tiroide, estima-se que cerca de 7,4% da população portuguesa tenha um distúrbio da tiroide, e que mais de 5% viva com sintomas sem diagnóstico. A nível mundial, a American Thyroid Association aponta que 60% dos casos permanecem por diagnosticar, o que significa que centenas de milhões de pessoas vivem com sintomas cuja origem pode estar na tiroide.

“Apesar de muito prevalentes, os distúrbios da tiroide continuam muitas vezes sem diagnóstico devido à natureza inespecífica dos seus sintomas. Sintomas como fadiga, alterações menstruais ou ganho de peso são facilmente atribuídos a outras causas, o que adia o diagnóstico e o início do tratamento. A Semana Internacional da Tiroide é uma oportunidade para sensibilizar a população para o impacto destas doenças e para a importância de uma avaliação médica sempre que existam sinais persistentes”, alerta a Paula Freitas, presidente da SPEDM.

Entre os distúrbios mais comuns destaca-se o hipotiroidismo, uma condição que, quando corretamente diagnosticada, é tratável e permite uma melhoria significativa da qualidade de vida. Problemas da tiroide podem também estar associados a dificuldades em engravidar, sendo essencial o controlo adequado dos níveis hormonais.

A Semana Internacional da Tiroide reforça o compromisso SPEDM, ADTI e da Merck, com a promoção da literacia em saúde e com o acesso a iniciativas de prevenção que ajudem os portugueses a cuidar da sua saúde endócrina.

Para quem não puder participar no rastreio, está disponível uma ferramenta, o Symptoms Checker, um teste simples, gratuito e online que ajuda a identificar sintomas associados à disfunção da tiroide: www.thyroidaware.com/pt. Em caso de dúvida consulte o seu médico.

 

 

3ª edição da P-Race – Corrida da Próstata
No dia 21 de junho de 2025, às 10h00, o Parque Desportivo do Jamor vai ser palco da P-Race – Corrida da Próstata Recordati 2025...

O cancro da próstata é o tipo de cancro mais comum entre os homens nos países desenvolvidos, incluindo Portugal. O Instituto da Próstata estima que em Portugal são diagnosticados entre 5000 a 6000 novos casos, por ano, com uma mortalidade aproximada de 1800 homens por ano. A probabilidade de se sofrer de um tumor da próstata aumenta com a idade. Aos 80 anos, mais de 80% dos homens sofrem deste tumor maligno1. Além do cancro, outras doenças benignas da próstata, que afetam significativamente o bem-estar e a qualidade de vida dos homens e das suas famílias, são muitas vezes desvalorizadas e não tratadas adequadamente. Para isso, é urgente sensibilizar a população masculina para a deteção precoce destes problemas. A luta contra esta doença pode ser vencida se o tumor for detetado em fases iniciais, sendo fundamental que os homens acima dos 45 anos realizem avaliações regulares.

Mais do que uma simples corrida, a P-Race – Corrida da Próstata Recordati 2025 é um movimento de consciencialização e apoio a esta causa. A Recordati, empresa comprometida com a saúde masculina, orgulha-se de ser o patrocinador principal desta iniciativa, reforçando a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para melhorar a qualidade de vida dos homens afetados.

"A Recordati tem estado na linha da frente no desenvolvimento de soluções que melhoram a qualidade de vida dos homens, ajudando-os a desfrutar de uma vida mais longa, saudável e produtiva. Foi com este compromisso em mente que decidimos apoiar esta iniciativa, dando um passo importante na luta contra uma doença que afeta milhares de homens em Portugal" refere Rui Rijo Ferreira, diretor de Marketing da Jaba Recordati.

A 3ª edição da P-Race é organizada pelo Instituto da Próstata, Associação Portuguesa dos Doentes da Próstata (APDP) e Associação de Atletismo de Lisboa, contando ainda com a Recordati como patrocinador principal e o apoio da Câmara Municipal de Oeiras. As verbas obtidas com as inscrições na corrida reverterão para a APDP, apoiando os doentes e promovendo a investigação sobre o cancro da próstata.

"Vencer o cancro da próstata começa pela consciencialização e pelo diagnóstico precoce. Como sobrevivente, sei o quão importante é não ignorar os sinais e procurar ajuda a tempo. A P-Race não é apenas uma corrida, é uma mensagem de esperança para milhares de homens e suas famílias. Juntos, podemos fazer a diferença na luta contra esta doença", destaca José Graça, Vice-Presidente da Associação Portuguesa dos Doentes da Próstata (APDP).

A P-Race é uma oportunidade para todos participarem ativamente na consciencialização para este problema de saúde e ajudar na promoção da sua investigação. Seja a correr ou a caminhar, o importante é marcar presença, sensibilizar e contribuir para um futuro com mais diagnósticos precoces e melhores tratamentos.

Inscreva-se já! Passe uma manhã saudável, alegre e inesquecível. Por uma boa causa! Mais Informações e Inscrições AQUI.

Vamos juntos combater o cancro da próstata. Juntos, podemos fazer a diferença!

1Instituto da Próstata (www.institutodaprostata.com).

 

Para deteção da doença de Alzheimer
A Universidade de Coimbra (UC) vai passar a produzir um radiofármaco – até aqui indisponível em Portugal – que permite a...

Os exames poderão ser feitos no tomógrafo PET (Tomografia por Emissão de Positrões) do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), que assegura a produção do medicamento radiofarmacêutico através da ICNAS Pharma.

O radiofármaco inovador vem transformar o diagnóstico da doença de Alzheimer através de exames PET. Até agora, o método mais comum era o exame PET para deteção de amiloide beta fibrilar e em placas – também realizado no ICNAS. No entanto, embora seja muito útil no diagnóstico precoce de doença de Alzheimer, este exame não se correlaciona significativamente com a sua gravidade clínica.

O novo método de diagnóstico permite complementar esse exame com o de deteção da presença dos agregados da proteína Tau (um indicador de manifestação da doença, comum a todos os doentes). “A deteção de agregados da proteína Tau no cérebro permite um diagnóstico mais preciso e o estadiamento da doença, relacionando-se com a sua gravidade e progressão”, explica o Diretor do ICNAS, Antero Abrunhosa.

A ICNAS Pharma (empresa de desenvolvimento e produção de radiofármacos, detida pela Universidade de Coimbra) desenvolveu o processo de produção do novo radiofármaco ao fim de dois anos de investigação, que podem abrir novas perspetivas para o tratamento da doença de Alzheimer. “Estes estudos podem ajudar a desenvolver uma nova geração de fármacos que visem reduzir a acumulação da proteína Tau, podendo vir a contribuir para melhorar a condição dos doentes com Alzheimer”, nota Antero Abrunhosa.

Pioneira na produção de radiofármacos em Portugal, desde 2012, a ICNAS Pharma já lançou sete medicamentos radiofarmacêuticos no mercado nacional e produziu mais de 300 mil doses – encontrando-se agora em fase de internacionalização para outros cinco países da Europa e para o Brasil.

Dia Mundial Sem Tabaco | 31 de maio
O Dia Mundial Sem Tabaco, assinalado a 31 de maio, é uma oportunidade para refletirmos sobre os efei

Atualmente o tabaco é um conhecido fator de risco para múltiplas doenças gastrointestinais, uma vez que os seus componentes tóxicos, como a nicotina, as nitrosaminas e os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (considerados carcinogéneos do tipo 1) provocam alterações inflamatórias e genéticas na mucosa do aparelho digestivo.

De acordo com o relatório publicado em 2022 pelo Tobacco Atlas, 21% dos portugueses eram fumadores ativos e a mortalidade associada ao tabaco era de 7%. Estes números demonstram que, apesar dos esforços para reduzir o consumo, o tabagismo continua a ser um grave problema de saúde pública em Portugal.

Refluxo gastroesofágico

O consumo de tabaco a longo prazo prejudica o funcionamento do esfíncter esofágico inferior (a “válvula” que separa o esófago do estômago), facilitando os episódios de refluxo ácido para o esófago, contribuindo para o aparecimento de complicações como a esofagite. Os episódios de refluxo provocam sintomas como azia, ardor e dor no peito.

Úlceras gástricas e duodenais

O tabaco atua em conjunto com o Helicobacter pylori (bactéria presente no estômago de 60-80% dos portugueses), contribuindo para o desenvolvimento de úlceras gástricas e duodenais, pela redução dos mecanismos protetores (diminuição de prostaglandinas), aumento da produção de ácido e diminuição do fluxo de sangue na mucosa.

Pancreatite crónica

O tabagismo por si só, mesmo sem consumo de álcool associado, é um fator de risco para o desenvolvimento de pancreatite crónica. As toxinas presentes no fumo do tabaco provocam a destruição do tecido pancreático com consequente fibrose e perda de função pancreática.

Doença inflamatória intestinal

A relação entre o tabaco e a doença inflamatória intestinal é complexa, sendo um fator de risco estabelecido para a Doença de Crohn (DC). Os fumadores têm maior risco de ter a doença, que se apresenta habitualmente de forma mais agressiva, com maior necessidade de intervenções cirúrgicas e de tratamentos imunossupressores.

Neoplasias do aparelho digestivo

Os fumadores apresentam um risco significativamente superior de desenvolver neoplasia (cancro) do esófago, estômago, pâncreas, fígado, cólon e reto em comparação com os indivíduos não fumadores. No esófago, o tabaco em combinação com o álcool, são os principais fatores de risco para o carcinoma de células escamosas (subtipo de cancro do esófago). No estômago, aliado à bactéria Helicobacter pylori, contribuem para a gastrite crónica, que se caracteriza por inflamação persistente, que pode evoluir para o adenocarcinoma gástrico. No fígado, aliado ao álcool e a outros vírus, o tabaco contribui para o desenvolvimento do carcinoma hepatocelular. Por fim, no cólon e reto, o fumo do tabaco promove mutações genéticas que favorecem a formação de pólipos que, com o tempo, podem evoluir para adenocarcinoma colorretal.

Alterações do microbioma intestinal

A exposição prolongada ao fumo do tabaco altera significativamente a composição da microbiota intestinal, promovendo a disbiose, que se caracteriza pela redução da diversidade bacteriana e pelo aumento de espécies patogénicas, contribuindo para o desenvolvimento de doenças metabólicas e gastrointestinais.

Saúde em primeiro lugar: cuidar do presente para proteger o futuro

A cessação tabágica é uma medida fundamental para a prevenção e manutenção da saúde digestiva. Os benefícios para a saúde são imediatos, verificando-se uma redução do risco cardiovascular logo nos primeiros dias, mas também na saúde digestiva, a longo prazo, ao reduzir o risco de cancro e doenças gastrointestinais, e contribuindo para um equilíbrio intestinal mais saudável.

Posto isto, nunca é tarde para mudar. O primeiro passo para um futuro mais saudável e com mais qualidade de vida pode começar hoje. A escolha é sua: pela sua saúde, não fume. 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Para prevenir novas pandemias
Horas depois de a Organização Mundial da Saúde ter chegado finalmente a um acordo internacional sobre pandemias, investigadores...

Tal como este acordo coloca em evidência, é necessário que se adote uma política integrada entre saúde humana, animal e ambiental. “Persistir numa abordagem fragmentada representa um risco real para a saúde pública, a segurança alimentar e a sustentabilidade ecológica. É ineficaz e perigoso”, considera Ricardo Dinis Oliveira, diretor do polo de investigação 1H-TOXRUN, da Unidade de Ciências Biomoleculares Aplicadas (UCIBIO) da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário.

Estas foram, aliás, as conclusões do Congresso Internacional 1H-TOXRUN, que se realizou no Porto neste mês de maio, e onde estiveram presentes 200 investigadores e profissionais de várias partes do mundo. A partir dos trabalhos apresentados e da reflexão feita durante este encontro, que reuniu especialistas de toxicologia, biomedicina, medicina, ciências do ambiente, nutrição, saúde pública, entre outras áreas, foi redigida uma carta aberta com o título “Por uma Só Saúde – Um compromisso Inadiável”.

Nesta, e já a pensar na próxima legislatura, propõe-se que:

  1. Se reconheça formalmente a abordagem One Health como prioridade estratégica nacional, integrando-a nos planos de saúde pública, ambiente, agricultura e educação.
  2. Incluir a abordagem One Health nos planos estratégicos nacionais, incluindo o Plano Nacional de Saúde, Estratégia Nacional para a Biodiversidade, Plano de Ação contra a Resistência Antimicrobiana, e políticas agrícolas e climáticas.
  3. Se criem comités nacionais e regionais de coordenação One Health. Estes comités devem ter um papel ativo na definição de políticas, na resposta a emergências e na promoção de investigação transdisciplinar. Devem incluir especialistas oriundos da medicina humana e veterinária, ciências ambientais, toxicologia, microbiologia, epidemiologia, ecologia e ciências sociais.
  4. Se promovam campanhas de sensibilização e formação, dirigidas a profissionais, estudantes e ao público em geral, para aumentar a literacia sobre a nova forma de ver a Saúde.
  5. Se investa em sistemas de vigilância integrados e interoperáveis, que permitam a deteção precoce de ameaças emergentes, com partilha de dados entre setores e regiões.
  6. Se promovam alterações nos planos de estudos para incluir estratégias de One Health nas formações universitárias em Saúde como na Medicina, Enfermagem, Ciências Biomédicas, Ciências Farmacêuticas, entre outras;
  7. Se apoiem financeiramente projetos e redes colaborativas, que fomentem soluções sustentáveis e baseadas em evidência científica, com impacto real na prevenção de doenças e na promoção da saúde global.

 

A unidade de investigação 1H-TOXRUN, que conta com 70 investigadores, desenvolve já trabalho nesta área, com o objetivo de dotar Portugal desta capacidade de pensar a saúde de modo integrado e prevenir situações de saúde pública nestes diversos âmbitos.

É que, “a crescente frequência de emergências sanitárias globais, como a pandemia de COVID-19, surtos zoonóticos (ex. gripe aviária, vírus Nipah), a escalada da resistência antimicrobiana, que poderá causar até 10 milhões de mortes anuais até 2050, segundo a OCDE, os riscos inerentes aos fluxos migratórios, com surgimento de novas doenças infeciosas e outras não comunicáveis, e os efeitos devastadores das alterações climáticas, a perda de biodiversidade dos ecossistemas revelam uma verdade inegável: a saúde humana, animal e ambiental estão intrinsecamente interligadas”, alerta-se também neste documento. 

Este sábado
Dia 24 de maio, o GuimarãeShopping promove um dia dedicado ao bem-estar com rastreios gratuitos e orientação personalizada.

Neste sábado, dia 24 de maio, entre as 12h00 e as 18h00, o GuimarãeShopping realiza um Open Day de Saúde, no Piso 0. Esta iniciativa tem como objetivo promover o bem-estar dos visitantes através de rastreios gratuitos e orientações personalizadas com profissionais das áreas da saúde e do fitness.

Os serviços da iniciativa incluem avaliação física com os personal trainers Afonso Sampaio e Sílvia Silva, que vão realizar testes como anamnese clínica e desportiva, estratificação de risco, e medição da pressão arterial, entre outros, além de orientação para um plano de treino personalizado.

Estará também disponível um rastreio nutricional gratuito com a nutricionista Patrícia Duarte, que fará uma análise da composição corporal, incluindo massa gorda, massa muscular e gordura visceral. Os participantes terão também a oportunidade de receber aconselhamento sobre como ter alimentação saudável e moderada.

Para completar, a terapeuta Catarina Cardoso, especialista em massoterapia e estética avançada, estará presente para realizar massagens de relaxamento facial com aromaterapia, utilizando óleos essenciais que ajudam a melhorar a circulação, aliviar tensões e promover o bem-estar, além de potencializar a absorção de produtos de skincare.

O GuimarãeShopping convida a comunidade a participar neste dia dedicado à saúde, reforçando o seu compromisso com a promoção acessível do bem-estar.

 

Projeto Universitários Contra o Cancro
Alunos da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU) estão a dinamizar formações sobre alimentação e...

A ideia é que entre jovens, que falam a mesma linguagem, se consiga aumentar a literacia para estes assuntos. As primeiras sessões estão a decorrer esta semana, até amanhã, dia 21, no Agrupamento de Escolas Daniel Faria, em Baltar (Paredes)

Esta é uma primeira iniciativa junto da comunidade do projeto Universitários Contra o Cancro, uma parceria da Liga Portuguesa Contra o Cancro com o Instituto Universitário de Ciências da Saúde (IUCS) da CESPU.

Tem como objetivo capacitar jovens adultos para que eles próprios possam ser promotores e dinamizadores de iniciativas no âmbito da literacia em saúde. O projeto Universitários Contra o Cancro promove o aumento de conhecimento, capacidades e confiança de jovens adultos para contribuírem ativamente para a promoção de saúde, cuidado e práticas inclusivas em oncologia e capacita-os como “advocaters” para a prevenção da doença. Em simultâneo, procura implementar programas de educação por pares para a prevenção e cuidados em oncologia.

Os estudantes da CESPU, da licenciatura de Ciências da Nutrição, tiveram já em março um bootcamp com a LPCC em que receberam formação sobre doença oncológica. E a partir daí desenharam este projeto que agora chega a esta escola de Paredes. Pretende-se alargar, já no próximo ano letivo, a mais alunos e também envolver colegas de outras licenciaturas do IUCS-CESPU.

Universidade de Coimbra e Unidade Local de Saúde de Coimbra
Uma investigação desenvolvida por uma equipa multidisciplinar da Universidade de Coimbra (UC) e da Unidade Local de Saúde de...

Em concreto, neste estudo foi investigada a resposta do cérebro a estímulos visuais por parte de pessoas que receberam um tratamento inovador – de terapia génica – para a distrofia retiniana hereditária associada ao gene RPE65. A terapia génica é um tratamento que visa substituir um gene que não está a funcionar corretamente. No caso concreto deste tratamento (denominado voretigene neparvovec), é administrado sob a retina dos doentes, após uma cirurgia intraocular (designada vitrectomia). Os efeitos benéficos deste tratamento ao nível da função visual dos doentes tratados estavam já amplamente documentados. Contudo, as equipas da UC e da ULS Coimbra foram mais longe, conseguindo não só comprovar a sua eficácia, mas também identificar mudanças nas áreas do córtex cerebral associadas à visão após o tratamento.

No artigo científico Improvements induced by retinal gene therapy with voretigene neparvovec depend on visual cortical hemispheric dominance mechanisms, disponível na revista Communications Medicine, publicada pelo grupo Nature, os cientistas apresentam com detalhe o processo de melhoria apresentado pelos participantes no estudo.

O gene RPE65 desempenha um papel vital na visão. Os doentes afetados por distrofia retiniana associada a este gene apresentam uma grande limitação da visão central, cegueira noturna e perda de visão lateral. Todos os doentes foram avaliados antes e um ano após o tratamento, com exames imagiológicos da retina e testes de função visual, usando estímulos com diferentes níveis de luminosidade e contraste, e também através de ressonância magnética funcional. Nesta análise, foi possível verificar melhorias específicas na sensibilidade à luz em ambientes de baixa luminosidade.

Surpreendentemente, a melhoria que os cientistas conseguiram detetar “não depende apenas das células da retina que foram intervencionadas com terapia génica, mas também da capacidade de o cérebro reagir à intervenção”, explica o docente da Faculdade de Medicina da UC (FMUC) e diretor do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), Miguel Castelo-Branco. Isto significa que “as regiões do hemisfério direito do cérebro, que dominam na função visual, foram aquelas que mostraram melhor resposta à intervenção”, acrescenta o também autor sénior deste estudo.

Além de mostrar os resultados positivos da terapia génica para o tratamento desta doença associada ao gene RPE65, os resultados sugerem ainda que “as abordagens de reabilitação, incluindo o treino da função visual, são importantes para direcionar o cérebro para melhor responder à terapia génica”, avança o neurocientista. “Há evidência crescente da necessidade de «reeducar» os circuitos cerebrais mesmo nos casos em que a terapia é dirigida para órgãos dos sentidos, como acontece na audição, com os implantes cocleares e o posterior processo de reeducação auditiva, que implica profissionais como os terapeutas da fala”, destaca.

A integração da equipa de investigação da ULS Coimbra no consórcio ERN-EYE, uma rede europeia de referência dedicada às doenças oculares raras, que reúne 24 países da União Europeia, foi também importante para o desenvolvimento deste estudo. Esta rede visa garantir um melhor conhecimento e acompanhamento das mais de 900 doenças oculares raras atualmente identificadas, que são a principal causa de deficiência visual e cegueira em crianças e jovens adultos na Europa.

O artigo científico tem como primeiros autores a estudante de doutoramento da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC e investigadora do CIBIT, Mariana Ferreira, e o coordenador clínico da Consulta de Oftalmogenética do Serviço de Oftalmologia da ULS Coimbra e docente da FMUC, João Pedro Marques. Tem ainda como coautores o oftalmologista da ULS Coimbra e responsável pela área de Eletrofisiologia da Visão da ULS Coimbra, Miguel Raimundo, e o investigador no CIBIT, Hugo Quental.

O artigo pode ser consultado em www.nature.com/articles/s43856-025-00820-y.

Futuro da Saúde com a Inteligência Artificial
De novos medicamentos ao papel da IA na saúde pública. Sessões a 24 e 25 de maio mostram como a tecnologia está a transformar o...

A Inteligência Artificial (IA) está na ordem do dia, potenciando o desenvolvimento de vários setores. Procurando dar respostas orientadas para o setor da saúde, o Oeiras Valley Science Festival, que decorre de 21 a 25 de maio no Taguspark, vai promover sete debates em torno destas temáticas, reunindo especialistas ao longo do fim de semana. O Festival tem como tema principal a Inteligência Artificial, desafiando o público a refletir sobre os desafios e as oportunidades do impacto da IA no presente.

Na manhã de sábado, dia 24, no Auditório Novartis 2, Sónia Dias, diretora da Escola Nacional de Saúde Pública-NOVA, modera a mesa-redonda “IA: Biomedicina e Saúde”. Nessa sessão, Catarina Eloy, patologista intervencionista, Paulo Condado, doutorado em Engenharia Eletrónica e Computação, e Cláudia Miranda, especialista em Ginecologia-Obstetrícia, explicam de que forma a Inteligência Artificial está a revolucionar áreas como a patologia computacional, tecnologias assistivas e estudos de neurotoxicidade.

No domingo, durante a manhã, o Auditório Novartis 2 recebe duas sessões sobre a aplicação da IA nas biociências e na saúde, orientadas por Cláudio Soares, diretor do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa (UNL). A primeira mesa-redonda junta os profissionais em Ciências Biomédicas Ricardo Henriques e Paulo Aguiar para discutir as diversas oportunidades, desafios e expectativas que a Inteligência Artificial aporta ao setor. A segunda, com Luís Pereira de Almeida, coordenador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, e Elsa Lamy, especialista em Doenças Metabólicas e Comportamento Alimentar, foca-se na IA no contexto da Terapia Génica e das Ciências Sensoriais.

Após o almoço, às 14h00, no Auditório Novartis 1, Paulo Aguiar modera uma sessão sobre como a IA está a ser usada para descobrir novos fármacos. A sessão conta com a participação de Aldo Oliveira, investigador de Química Medicinal Computacional no Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular (GIMM), e Irina Moreira, investigadora no Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica Portuguesa.

Às 15h00, no Auditório Novartis 2, acontece a mesa-redonda “IA na Linguagem Escrita e Oral: Aplicações na Saúde, no Ensino e na Indústria”, moderada pelo especialista em Saúde Pública André Peralta. Nesta sessão, Isabel Trancoso e Luísa Coheur, investigadoras do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC-ID), e Liliana Ferreira, diretora do Centro de Investigação Fraunhofer Portugal para Soluções de Informação e Comunicação Assistiva (AICOS), discutem o impacto da IA na comunicação e os seus benefícios para a saúde.

Já às 15h20, no Auditório Novartis 1, Paulo Aguiar volta a assumir a moderação, desta vez no debate “IA: Desenhar e Testar Novos Medicamentos”. A sessão, com o apoio do grupo farmacêutico Novartis, conta com a participação de Inês Vendrell, diretora médica de Desenvolvimento Clínico da empresa, Cláudio Soares, do ITQB NOVA, e Bruno Victor, químico medicinal computacional no CoLAB AccelBio. Juntos, esclarecem o papel da IA na inovação dos ensaios clínicos e na conceção de novos medicamentos.

A última mesa-redonda dedicada à saúde decorre às 17h20, no Grande Auditório, e é orientada pela diretora da ENSP–NOVA, Sónia Dias, tendo como tema “IA e Saúde Pública”. Aqui, André Peralta participa ao lado de Inês Sousa, diretora de Sistemas Inteligentes na Fraunhofer Portugal, e Paulo Dimas, líder do Centro para a Inteligência Artificial Responsável em Portugal. Juntos, debatem a ligação entre Inteligência Artificial e Inteligência Híbrida, o modo de atuação da IA na saúde e o seu impacto na sociedade.

 

Da Saúde ao ambiente, passando também pela agricultura e a ciência

Estas sessões integram a vasta programação do Oeiras Valley Science Festival, que vai explorar e debater a aplicação da IA em áreas diversas: da saúde, ao ambiente e sustentabilidade, passando pela agricultura e a exploração espacial. Dedicado às áreas STEAM (Science, Technology, Engineering, Art, Mathematics), o evento conta com mais de 80 convidados nacionais e internacionais e 50 entidades parceiras, explorando o impacto da Inteligência Artificial (IA) em diversos setores da sociedade.

Com entrada gratuita e lugar sujeito a reserva nas sessões de capacidade limitada, o Festival é promovido pelo Município de Oeiras, com coorganização do Taguspark e produção da The Science Project. A curadoria está a cargo de Vítor Cardoso e a direção científica é assinada por Alexandre Quintanilha. Mais informações e programação completa disponíveis aqui.

31.º Congresso Nacional de Medicina Interna
Entre os dias 22 e 25 de maio, Coimbra será palco do 31.º Congresso Nacional de Medicina Interna (CNMI), que decorrerá no...

A sessão de abertura, no dia 22 de maio pelas 17h15, conta com a presença de Faustino Ferreira (Presidente do Colégio da Especialidade de Medicina Interna), Carlos Cortes (Bastonário da OM), José Manuel Silva (Presidente da Câmara de Coimbra) e Ricardo Gómez Huelgas (Presidente da EFIM).

Lèlita Santos, presidente do congresso, clarifica a sua intenção de deixar mais um marco significativo na história dos congressos da SPMI: "Contamos com a presença de todos os Internistas em Coimbra para fazer do 31.º CNMI mais um marco na história dos congressos da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), promovendo a partilha de conhecimento científico que visa essencialmente a melhor prestação de cuidados aos nossos doentes e a valorização do papel cada vez mais fundamental dos Internistas no Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

A atratividade da especialidade é um problema atual que tem merecido a atenção da SPMI e vai estar em destaque neste 31º CNMI. “A Medicina Interna é uma especialidade essencial para o funcionamento dos hospitais. No entanto, devido à deterioração das condições de trabalho, nos últimos três anos, ficaram 240 vagas por preencher. Há, inclusive, hospitais que não recebem nenhum interno há três anos. Como tal, é fundamental retomar a atratividade da especialidade”, afirma Luís Duarte Costa, Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

Durante os quatro dias do evento os participantes poderão assistir a conferências, debates e mesas-redondas sobre temas como: consentimento informado e limites da autonomia do idoso; transversalidade das doenças respiratórias; abordagem das citopenias; novos desafios da obesidade; síndromes de dor crónica; desafios na doença hepática; neuropatia periférica em doenças sistémicas, farmocogenética e medicina personalizada; manifestações cutâneas das doenças imunomediadas; hospitalização domiciliária; sarcopenia; multidisciplinariedade da doença renal; a grávida na urgência; desafios na gestão das comorbilidades no idoso com artrite reumatoide; atualidade da edição médica em Portugal; wearable tecnology na prática clínica; insuficiência cardíaca e turismo de saúde em Portugal.

Sponsor Exclusivo
Colaboração da Recordati contribui para a divulgação desta obra junto dos profissionais de saúde.

A Recordati anuncia o seu patrocínio exclusivo à edição do livro Fases Iniciais das Perturbações Psicóticas. Avaliação e Intervenção, da autoria dos Professores Ricardo Coentre (ULS Santa Maria), Nuno Madeira (ULS Coimbra) e Dr. Pedro Levy (ULS Santa Maria). Esta iniciativa representa o compromisso contínuo da Recordati com a promoção da literacia científica e da melhoria dos cuidados em saúde mental em Portugal.

Este livro inovador e multidisciplinar está a ser entregue pessoalmente pela equipa da Recordati aos psiquiatras de todo o país e terá o seu lançamento oficial durante o 10.º Encontro Nacional de Intervenção Precoce na Psicose – Primeiro Episódio Psicótico, que se realizará nos dias 22 e 23 de maio de 2025, no Hotel Vila Galé Coimbra, em Coimbra. O congresso é organizado pela Secção de Intervenção Precoce na Psicose da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM).

A saúde mental tem vindo a assumir uma crescente relevância nas políticas públicas e na consciência social, sendo as perturbações psicóticas um dos seus domínios mais desafiantes. A evidência científica demonstra que as intervenções precoces nas fases iniciais da psicose têm impacto direto na melhoria dos prognósticos clínicos, na prevenção de hospitalizações recorrentes e na reintegração social e funcional dos doentes1.

É neste contexto que surge a obra “Fases Iniciais das Perturbações Psicóticas”, uma abordagem multidisciplinar, inovadora e sistemática sobre os aspetos centrais associados às fases iniciais das perturbações psicóticas, incluindo a avaliação, a epidemiologia, a fisiopatologia, o diagnóstico, as intervenções psicóticas, os estados mentais de risco, a duração da psicose não tratada, o risco de suicídio, as complicações metabólicas, os aspetos médico-legais, os consumos de substâncias e a sexualidade.

O livro conta com a contribuição de autores prestigiados de todo o país, oriundos de diversas áreas profissionais, que aliam conhecimento académico e a experiência clínica no terreno, promovendo uma abordagem integrada ao cuidado de jovens com as primeiras manifestações psicóticas. Visa ainda incentivar a criação de equipas especializadas na avaliação e no tratamento precoce destas patologias, sendo dirigido a psiquiatras, a médicos de outras especialidades, a psicólogos, a enfermeiros, a assistentes sociais, a terapeutas e a outros profissionais de saúde mental.

O objetivo desta publicação é claro: contribuir para a capacitação dos profissionais de saúde e para a consolidação de equipas especializadas em Intervenção Precoce na Psicose, promovendo melhores cuidados e, consequentemente, melhores resultados para os doentes e suas famílias.

"Na Recordati, acreditamos que o conhecimento científico deve estar ao serviço da prática clínica e do bem-estar dos doentes. É com enorme satisfação que apoiamos esta obra de referência, que certamente contribuirá para uma intervenção mais precoce, eficaz e humana nas perturbações psicóticas. Ao colocá-la nas mãos dos profissionais de saúde, reforçamos o nosso compromisso com a inovação e a formação médica contínua em saúde mental", afirma Rijo Ferreira, Diretor de Marketing da Recordati Portugal.

 

Sobre os autores:

  • Ricardo Coentre – Professor Auxiliar Convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Médico Psiquiatra na Unidade Local de Saúde de Santa Maria, EPE.
  • Nuno Madeira – Professor Auxiliar Convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Médico Psiquiatra na Unidade Local de Saúde de Coimbra, EPE.
  • Pedro Levy – Médico Psiquiatra e Coordenador da Equipa de Intervenção Precoce na Psicose na Unidade Local de Saúde de Santa Maria, EPE.

 

Mais informações sobre o evento e inscrições, aqui.

 

McGorry, P. D., Killackey, E., & Yung, A. (2008), "Early intervention in psychosis: concepts, evidence and future directions." World Psychiatry, 7(3), 148–156.

 

 

O nascimento da medicina baseada em evidências
Em maio de 1747, a bordo do navio HMS Salisbury, o médico escocês James Lind realizou uma experiênci
Ao investigar uma cura eficaz para o escorbuto, uma doença mortal entre marinheiros, Lind conduziu o que é hoje reconhecido como o primeiro ensaio clínico controlado da história da medicina ocidental. Essa intervenção simples, mas revolucionária, não apenas salvou vidas, como também introduziu um novo paradigma: a importância de testar tratamentos de forma sistemática e comparativa.
 
James Lind (1716–1794) formou-se em Medicina pela Universidade de Edimburgo e serviu como cirurgião na Marinha Real Britânica. Atento à elevada mortalidade causada pelo escorbuto, condição hoje conhecida por resultar da deficiência de vitamina C, Lind dedicou-se a investigar as possíveis causas e soluções para a doença, que então representava uma ameaça tão letal quanto as batalhas navais.
 
No dia 20 de maio de 1747, Lind selecionou 12 marinheiros com sintomas avançados de escorbuto e dividiu-os em seis pares, fornecendo a cada par diferentes tratamentos alimentares: cidra, ácido sulfúrico diluído, vinagre, água do mar, uma mistura de alho e mostarda, e frutas cítricas (limões e laranjas). Após apenas seis dias, os dois marinheiros que receberam frutas cítricas apresentaram uma recuperação evidente, enquanto os outros permaneceram doentes ou pioraram.
 
Lind registou cuidadosamente os procedimentos e os resultados, introduzindo conceitos fundamentais como grupos de comparação e uniformização das condições clínicas, práticas que se tornariam pilares dos ensaios clínicos modernos.
 
Ensaios clínicos são estudos científicos que testam a eficácia e segurança de tratamentos, medicamentos ou intervenções médicas em grupos humanos. São considerados o método mais robusto para determinar se uma intervenção funciona, superando suposições, coincidências ou perceções subjetivas.
 
A importância dos ensaios clínicos reside no seu papel em evitar erros sistemáticos (viés) e conclusões precipitadas. Para isso, utilizam-se princípios como a randomização (distribuição aleatória dos participantes entre os grupos), a comparação controlada (entre grupo experimental e grupo de controle) e evitar influências conscientes ou inconscientes nos resultados.
 
Os ensaios clínicos são, a espinha dorsal da medicina baseada em evidências, uma abordagem que prioriza a melhor evidência científica disponível para decisões clínicas.
 
Apesar de seus resultados promissores, a recomendação de Lind de usar frutas cítricas levou décadas a ser adotada oficialmente pela Marinha Britânica. Ainda assim, sua obra A Treatise of the Scurvy (1753) tornou-se uma referência obrigatória. O seu método marcou a transição da medicina empírica para a medicina científica, com implicações profundas que se mantêm até aos dias de hoje.
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e as agências reguladoras internacionais exigem ensaios clínicos rigorosos antes da aprovação de qualquer novo tratamento. A experiência de James Lind, embora modesta, foi o primeiro passo dessa longa e fundamental evolução científica.
 
James Lind não apenas contribuiu para erradicar o escorbuto das embarcações britânicas, a sua experiência ensinou-nos que salvar vidas começa por questionar certezas e testar soluções, um princípio que continua a ser o alicerce da medicina moderna.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Mundial da Hipertensão | 17 de maio de 2025
Dia 17 de maio, assinala-se o Dia Mundial da Hipertensão.

A hipertensão afeta milhões de pessoas por todo o mundo e estima-se que, em Portugal, cerca de 40% da população adulta tenha pressão arterial elevada. Cerca de metade destas pessoas não sabe que é hipertensa. E entre as que sabem, muitas não têm a pressão arterial controlada.

A hipertensão arterial é muitas vezes silenciosa, e, infelizmente, é descoberta apenas quando já causou doenças graves, incapacitantes e, muitas vezes, irreversíveis.

Quando a pressão arterial está constantemente elevada, danifica os vasos sanguíneos e os órgãos por eles irrigados. Pode estar implicada quer na rutura de vasos, causando hemorragia, quer na formação de placas de aterosclerose, levando à obstrução de artérias.

Hipertensão define-se como pressão arterial sistólica igual ou maior a 140mmHg (vulgarmente chamada “alta”) e/ou pressão arterial diastólica maior ou igual a 90mmHg (vulgarmente chamada “baixa”), registados em mais do que uma avaliação.

Uma das principais complicações da hipertensão é o Acidente Vascular Cerebral (AVC), seja ele hemorrágico ou isquémico. Pode também causar enfarte agudo do miocárdio, doença renal, doença arterial periférica, entre outras. Salienta-se ainda que a hipertensão pode estar na origem de alterações cerebrais que, mais tarde, se manifestam através de queixas de memória.

A hipertensão é o principal fator de risco para o AVC e é modificável, o que significa que a probabilidade de sofrer um AVC pode ser substancialmente reduzida se esta condição for devidamente identificada e controlada de forma eficaz — e, sobretudo, se for prevenida.

O Dia Mundial da Hipertensão é uma oportunidade para aumentar a consciência sobre esta condição, incentivar a medição regular da tensão arterial e promover hábitos de vida saudáveis. Quanto mais cedo a hipertensão for detetada e tratada, menor será o risco de complicações futuras.

O que pode fazer para prevenir a hipertensão e o AVC?

  • Meça a tensão regularmente, mesmo que se sinta bem;
  • Reduza o sal na alimentação e opte por uma dieta rica em frutas, legumes e alimentos frescos;
  • Mantenha um peso saudável;
  • Pratique atividade física regularmente (pelo menos 30 minutos na maioria dos dias da semana);
  • Evite o consumo excessivo de álcool;
  • Não fume;
  • Siga as indicações do seu médico e, se for necessário, tome a medicação prescrita de forma rigorosa.

 

Controlar a tensão arterial é uma forma simples e eficaz de proteger o cérebro e o coração.

Neste Dia Mundial da Hipertensão, tire um momento para cuidar de si — meça a sua tensão e incentive os que o rodeiam a fazer o mesmo.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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