UC integra projeto internacional
Mais de dois milhões de novos casos de cancro colorretal são diagnosticados anualmente em todo o mundo. Um projeto...

De acordo com Gabriel Falcão, professor do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) e investigador do Instituto de Telecomunicações (IT) de Coimbra, «este tipo de cancro pode muitas vezes ser detetado precocemente graças à identificação de pólipos existentes no trato digestivo. Em muitos países, os rastreios começam por volta dos 45 ou 50 anos, sendo uma ferramenta essencial na prevenção e diagnóstico precoce».

Atualmente, procedimentos como a cápsula gastrointestinal, que gera cerca de 10 horas de imagens, e a colonoscopia, que produz uma grande quantidade de dados em apenas 20 a 30 minutos, criam desafios significativos na análise de dados. «Num cenário ideal, se conseguíssemos fazer uma monitorização em massa de uma grande parte da população, o volume de dados gerado seria tão grande que nenhum computador clássico seria capaz de processar toda essa informação de forma eficiente», explica o responsável pelo projeto em Portugal.

É aqui que entra a computação quântica. Diferente dos computadores clássicos, esta tecnologia é capaz de processar um grande volume de dados em tempo real, algo crucial para a análise de imagens e deteção de anomalias. A FCTUC vai desenvolver novos algoritmos de IA adaptados às capacidades da computação quântica.

«O objetivo final é criar algoritmos de IA que possam diferenciar de forma precisa imagens normais de imagens com patologias. Embora a tecnologia atual já permita detetar algumas diferenças, acreditamos que a computação quântica pode ser decisiva para aumentar a eficiência e precisão dos diagnósticos», conclui o docente.

O projeto G-quAI iniciou em janeiro de 2025 e conta com o apoio do Open Quantum Institute (OQI), da Suíça, em parceria com o Geneva Science and Diplomacy Anticipator (GESDA), além da colaboração da Organização Mundial da Saúde (OMS). Este projeto enquadra-se nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pelas Nações Unidas: Saúde de Qualidade.

O OQI tem como objetivo principal explorar o potencial da computação quântica na aceleração de soluções que permitam atingir os ODS, unindo forças de investigadores, das Nações Unidas, de Organizações Não-Governamentais (ONGs), e de investidores espalhados pelo mundo.

Para mais informações, consultar o site do OQI.

27 de fevereiro | Dia Mundial da Esterilização Animal
A esterilização continua a ser um tema envolto em mitos e desinformação, levando muitos cuidadores a adiar ou até evitar o...

A esterilização é um procedimento com múltiplos benefícios para os animais de companhia e para a sociedade. Para além de prevenir a reprodução descontrolada, apresenta vantagens significativas ao nível da saúde, comportamento e bem-estar animal.

Saúde e longevidade – A esterilização é uma das formas mais eficazes de prevenir doenças graves nos animais. No caso das fêmeas, reduz drasticamente o risco de infeções uterinas, como a piómetra, e de tumores mamários, cuja incidência pode ser significativamente menor quando a esterilização é realizada antes do primeiro cio. Nos machos, diminui a probabilidade de desenvolver problemas prostáticos e elimina completamente o risco de tumores testiculares, contribuindo para uma vida mais duradoura e saudável.

Comportamento equilibrado – Muitos problemas comportamentais associados aos instintos reprodutivos podem ser minimizados com a esterilização. Os machos tendem a apresentar menos comportamentos agressivos e reduzem a marcação territorial com urina. Além disso, a procura incessante por parceiros pode levar a tentativas de fuga, expondo os animais a perigos como atropelamentos ou confrontos com outros animais. Com a esterilização, estes impulsos naturais são significativamente atenuados, proporcionando uma convivência mais harmoniosa.

Redução do abandono e da sobrepopulação – A superpopulação de animais de companhia é uma das principais causas do abandono e do elevado número de animais em abrigos. Todos os anos, inúmeros cães e gatos são abandonados ou recolhidos por associações sobrelotadas. A esterilização é uma medida essencial para evitar ninhadas indesejadas e, consequentemente, reduzir o número de animais sem lar, promovendo um controlo populacional mais responsável.

Menos animais em sofrimento – Muitos dos animais resultantes de ninhadas indesejadas acabam por enfrentar condições de vida adversas, seja na rua, onde ficam expostos à fome, doenças e maus-tratos, seja em abrigos com poucos recursos para lhes proporcionar uma vida digna. A esterilização é uma forma direta e eficaz de evitar este sofrimento, assegurando que menos animais enfrentem situações de negligência e abandono.

“A decisão de esterilizar um animal de companhia deve ser tomada com base em informação correta e aconselhamento veterinário. A esterilização não é apenas um ato de responsabilidade, mas também um investimento na saúde e qualidade de vida dos nossos animais”, destaca Dra. Sofia Alves, diretora clínica do AniCura Vasco da Gama Hospital Veterinário.

Caso clínico: A luta da Pipoca contra a piómetra

A história da Pipoca, uma gata de cinco anos, ilustra a gravidade das complicações que podem ocorrer em fêmeas não esterilizadas. Encaminhada para o AniCura Vasco da Gama Hospital Veterinário em estado crítico, foi diagnosticada com uma piómetra fechada – uma infeção uterina severa que pode ser fatal. Apresentava febre elevada, desidratação acentuada e um abdómen severamente distendido. Os exames laboratoriais revelaram uma infeção grave, exigindo internamento imediato para estabilização com fluidoterapia e antibioterapia. Foi submetida a uma cirurgia de urgência para remoção do útero e ovários, que, devido à infeção, totalizavam 1,8 kg. No pós-operatório, a Pipoca permaneceu internada sob monitorização e tratamento intensivo, enfrentando desafios como anemia e hipoalbuminemia. Felizmente, evoluiu favoravelmente e, ao fim de dois dias, teve alta para recuperação em casa, sob medicação contínua. Casos como o da Pipoca reforçam a importância da esterilização como medida preventiva essencial para a saúde e bem-estar dos animais.

Mitos e verdades sobre a esterilização

  • “A esterilização deixa os animais obesos.” Mito! O ganho de peso está relacionado com a alimentação e o nível de atividade, não com a esterilização em si.
  • “As fêmeas devem ter pelo menos uma ninhada antes de serem esterilizadas.” Mito! Não há qualquer benefício comprovado em permitir que uma fêmea tenha uma ninhada antes da esterilização.
  • “A esterilização muda completamente a personalidade do animal.” Mito! O animal pode ter algumas mudanças comportamentais, mas continua com a sua personalidade própria.
  • “A cirurgia é perigosa.” Mito! Como qualquer procedimento cirúrgico, há riscos, mas é uma operação comum e segura quando realizada por um veterinário qualificado.
Opinião
Hoje, 25 de fevereiro, assinala-se o Dia Internacional do Implante Coclear, uma data que celebra um

Este ano, a efeméride ganha ainda mais significado em Portugal, pois assinala-se o 40.º aniversário da primeira cirurgia de implante coclear realizada no nosso país. Foi em 1985, na cidade de Coimbra, que uma equipa liderada pelos médicos otorrinolaringologistas e irmãos Dr. Manuel Filipe e Dr. Fernando Rodrigues efetuou com sucesso o primeiro procedimento, abrindo um novo caminho para a saúde auditiva em Portugal.

Mas, apesar dos avanços, ainda há muitos desafios a superar. O acesso ao implante coclear, os custos envolvidos, a manutenção do dispositivo e a acessibilidade para os utilizadores continuam a ser temas críticos que exigem atenção. Neste artigo, aprofundamos a importância do implante coclear, o processo de candidatura e adaptação, e a realidade atual da reabilitação auditiva no nosso país.

O Que é o Implante Coclear e Quem Deve Colocá-lo?

O implante coclear é um dispositivo médico eletrónico indicado para pessoas com perda auditiva neurossensorial severa a profunda (pode ser unilateral ou bilateral, consoante a patologia associada à surdez), para quem já não obtém benefícios significativos com próteses auditivas convencionais. Diferente dos aparelhos auditivos, que amplificam (e processam) o som, o implante coclear substitui a função do ouvido interno, transformando os sinais sonoros em impulsos elétricos que estimulam diretamente o nervo auditivo.

Os candidatos ao implante incluem:

Crianças nascidas com surdez profunda, idealmente implantadas antes dos 3 anos, para facilitar o desenvolvimento da linguagem.

Adultos e idosos que perderam a audição ao longo da vida e não conseguem obter benefícios das próteses auditivas.

O processo de seleção para um implante coclear passa por uma avaliação médica e audiológica rigorosa, conduzida por uma equipa multidisciplinar composta por otorrinolaringologistas, audiologistas, terapeutas da fala e psicólogos.

Como Funciona o Processo?

A cirurgia para colocação de um implante coclear é realizada em hospitais de referência e segue várias etapas:

1. Avaliação inicial – Exames auditivos, testes psicológicos e imagiologia (TAC ou RM) para verificar a viabilidade do implante.

2. Cirurgia – Realizada sob anestesia geral, dura cerca de 2 a 3 horas. O cirurgião introduz os elétrodos do implante no ouvido interno (cóclea) e posiciona a parte interna do dispositivo sob a pele.

3. Ativação do implante – Cerca de 3 a 4 semanas após a cirurgia, o processador externo é ligado e começa-se a calibrar o som.

4. Reabilitação auditivo-verbal – O cérebro precisa de tempo para aprender a interpretar os novos estímulos sonoros. O acompanhamento audiológico complementado com terapia da fala, que é essencial para a adaptação e otimização da audição.

Quais os Custos e a Realidade do Acesso ao Implante Coclear em Portugal?

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) financia a cirurgia de implante coclear para crianças e adultos elegíveis, mas as listas de espera são longas, e nem sempre há cobertura total para manutenção e atualização do dispositivo.

Os custos para quem recorre ao setor privado podem variar:

Cirurgia de implante coclear: Entre €20.000 e €30.000, dependendo do hospital e do fabricante do dispositivo.

Processador externo (substituição necessária a cada 5-7 anos): €6.000 a €10.000.

Peças de manutenção (baterias, cabos, antenas, microfones): Entre €500 e €1.500 anuais.

A necessidade de substituição da parte interna do implante surge, em média, após 15 a 20 anos, especialmente quando há avanços tecnológicos que justificam uma nova cirurgia.

Apesar do apoio do SNS, muitos utilizadores enfrentam dificuldades financeiras para manter e atualizar o dispositivo. Esta realidade torna urgente a criação de um plano de financiamento para cobrir os custos da manutenção e atualização dos processadores externos.

Centros de Referência em Portugal para Implante Coclear

Atualmente, há hospitais de referência para colocação de implantes cocleares, incluindo:

Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC)

Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (Hospital de Egas Moniz)

Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (Hospital de Santa Maria)

Centro Hospitalar Universitário do Porto (Hospital de Santo António)

Centro Hospitalar de São João (Porto)

Hospital de Braga 

Hospital Pediátrico de Coimbra (para crianças)

(Entre outros, começa a existir uma rede considerável em Portugal!)

Estes centros têm equipas especializadas e realizam cirurgias regularmente. Contudo, a disparidade geográfica e as listas de espera continuam a ser um desafio, especialmente para pacientes de regiões mais afastadas, ou interiores, no Sul do país, ou nos Açores (na Madeira, já existe!).

Acessibilidade para Pessoas com Implante Coclear: O Que Falta Fazer?

Embora a tecnologia tenha evoluído, os utilizadores de implantes cocleares ainda enfrentam desafios no dia a dia. Entre as principais barreiras encontram-se:

Falta de legendagem em conteúdos audiovisuais – Essencial para complementar a perceção auditiva.

Ausência de sistemas de indução magnética e Bluetooth Auracast em locais públicos (teatros, cinemas, aeroportos).

Dificuldade na integração profissional e no ambiente escolar – Muitos empregadores, professores, desconhecem as necessidades dos utilizadores de implantes cocleares.

Burocracia e falta de apoios financeiros para manutenção e atualização dos processadores externos.

Portugal precisa de uma estratégia nacional de acessibilidade auditiva, garantindo que as pessoas com implantes cocleares possam participar plenamente na sociedade sem limitações.

Conclusão: 40 Anos de Conquistas, Mas Ainda Muito a Fazer…

Desde a primeira cirurgia em Coimbra, há 40 anos, o implante coclear tem mudado vidas em Portugal. No entanto, o acesso ao dispositivo ainda é desigual, e muitos utilizadores enfrentam dificuldades económicas e estruturais para garantir uma audição plena e eficaz.

As autoridades de saúde precisam de reforçar o financiamento para a manutenção dos implantes, reduzir as listas de espera, e implementar medidas de acessibilidade para que os utilizadores possam integrar-se plenamente na sociedade.

O som é um direito fundamental, e ninguém deveria ficar preso no silêncio por falta de recursos. O Dia Internacional do Implante Coclear deve ser um momento não só de celebração, mas também de reflexão e compromisso para garantir que mais pessoas possam beneficiar desta tecnologia transformadora.

Porque ouvir é viver!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
PREVENIR
A PREVENIR, entidade sem fins lucrativos dedicada à prevenção e promoção da saúde, alerta para a necessidade urgente de...

Para Margarida Barbosa, CEO da PREVENIR, "estes dados são preocupantes e refletem a urgência de uma abordagem nacional mais robusta na promoção da saúde mental. É fundamental continuar a debater este tema e implementar medidas eficazes para garantir que mais pessoas possam ter uma vida emocionalmente saudável e equilibrada."

E acrescenta: “Investir na saúde mental não pode ser apenas uma resposta a situações de crise, mas sim um compromisso contínuo com a prevenção, capacitando crianças, jovens e adultos a desenvolverem resiliência emocional e estratégias eficazes para lidar com o stress e a ansiedade. Mais do que tratar, é necessário reduzir fatores de risco que impactam negativamente a saúde mental da população."

Os dados do relatório final do Patient Reported Indicators Surveys (PARis), apresentados recentemente, e que, em Portugal envolveram mais de 12.000 pessoas e 91 centros de saúde, revelaram que apenas 67% dos utentes avaliaram positivamente a sua saúde mental. Este valor fica 26 pontos percentuais abaixo dos Estados Unidos, país melhor classificado entre os 19 analisados, com 93%.

Opinião
A empregabilidade das pessoas com deficiência tem sido, ao longo dos anos, uma questão de extrema re

A acessibilidade ao emprego para pessoas com deficiência continua a ser um desafio que Portugal ainda não conseguiu superar. Se, por um lado, o país regista um número recorde de contribuintes para a Segurança Social – atualmente, mais de 5 milhões –, por outro, as barreiras burocráticas, a falta de incentivos reais e a escassa informação sobre medidas de apoio continuam a perpetuar uma realidade de exclusão e desigualdade. As quotas de contratação de pessoas com deficiência, por exemplo, são obrigatórias apenas para médias e grandes empresas que ultrapassam um determinado número de colaboradores, deixando de fora uma grande fatia do tecido empresarial português, composto essencialmente por pequenas e médias empresas. Essa limitação compromete significativamente o impacto dessas políticas de inclusão, dado que a maioria das oportunidades de emprego no país advém de empresas de menor dimensão.

Além disso, os incentivos à contratação são ainda insuficientes e demasiado burocráticos. A exigência de inscrição no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) como requisito para aceder a estas medidas pode representar, por si só, um obstáculo para muitas pessoas com deficiência. O processo moroso, a escassez de benefícios tangíveis para as empresas e a falta de sensibilização para as potencialidades destes profissionais fazem com que muitas oportunidades de emprego nunca se concretizem. A adaptação dos postos de trabalho, frequentemente apontada como um custo extra pelas empresas, deveria ser totalmente assumida pelo Estado, eliminando assim qualquer desculpa que justifique a não contratação. Num cenário ideal, a criação de linhas de financiamento específicas para a adaptação dos espaços de trabalho e a introdução de apoios técnicos e tecnológicos melhoraria substancialmente a empregabilidade destas pessoas.

O problema não é a existência de apoios, mas sim a forma como são estruturados. A ideia de que o Estado deve suportar integralmente o custo salarial das pessoas com deficiência para que estas possam trabalhar não só é irrealista, como desvaloriza a competência e o contributo que estas pessoas podem efetivamente trazer para as empresas. O que se exige não é caridade, mas sim um compromisso sério e eficaz para integrar estes cidadãos no mercado de trabalho de forma justa e equitativa. As políticas públicas devem ser ajustadas para garantir que as pessoas com deficiência são vistas como profissionais qualificados e valorizados pelo seu mérito e capacidades, e não apenas como beneficiários de medidas compensatórias.

Nesta altura do ano, assinalam-se datas importantes para a comunidade com deficiência auditiva, nomeadamente o Dia Internacional do Implante Coclear a 25 de fevereiro e o Dia Mundial da Audição a 3 de março. Enquanto presidente e sócio fundador da Associação OUVIR, reforço a necessidade de promover uma maior consciência sobre as necessidades das pessoas com deficiência auditiva, especialmente daquelas que recorrem a tecnologias de reabilitação auditiva para ouvir. Infelizmente, existe ainda um grande desconhecimento sobre a importância destes dispositivos e sobre a forma como podem facilitar a comunicação e a integração no meio profissional. A tecnologia evoluiu significativamente nos últimos anos, permitindo que muitas pessoas que antes estavam excluídas de ambientes comunicativos possam agora participar ativamente na sociedade e no mundo do trabalho. Contudo, a acessibilidade a essas tecnologias ainda não é universal e muitas pessoas enfrentam dificuldades económicas para obter ou manter aparelhos auditivos e implantes cocleares em condições ideais de funcionamento.

As pessoas com deficiência auditiva não precisam de ouvir ou falar com a mesma qualidade de um ouvinte para serem profissionais competentes e produtivos. A concentração, o rigor e a capacidade autodidata são apenas algumas das características que muitas dessas pessoas desenvolvem ao longo da vida e que podem ser altamente valorizadas no ambiente de trabalho. Com o avanço tecnológico, os meios de comunicação tornaram-se mais acessíveis do que nunca, permitindo uma participação plena e ativa de pessoas com deficiência auditiva na sociedade e no mercado de trabalho. Ferramentas como legendagem automática, aplicativos de transcrição em tempo real e sistemas de som adaptados são apenas alguns exemplos de como a tecnologia pode contribuir para uma comunicação mais eficaz. Contudo, sem políticas públicas e empresariais que incentivem a adoção destas soluções, muitas oportunidades continuam a ser desperdiçadas.

É fundamental desconstruir mitos e preconceitos que continuam a marginalizar as pessoas com deficiência. A sociedade não pode continuar a encarar a deficiência como um entrave absoluto ao desempenho profissional, mas sim como uma realidade que, com as adaptações e apoios certos, pode ser plenamente integrada no tecido laboral. Portugal tem agora uma oportunidade única para transformar a inclusão em ação concreta, utilizando o aumento das contribuições à Segurança Social como um motor para converter o desemprego entre as pessoas com deficiência em empregos dignos, justos e motivadores. É necessário um esforço conjunto entre o Estado, as empresas e a sociedade civil para criar condições reais de inclusão, garantindo que ninguém fica para trás por falta de oportunidades ou por barreiras evitáveis.

No final de contas, a inclusão laboral das pessoas com deficiência não é apenas uma questão de justiça social, mas também de desenvolvimento económico e inovação. A diversidade no local de trabalho traz benefícios a todos, fomentando um ambiente mais dinâmico, criativo e produtivo. Assim, apelo a todos – governantes, empresários, instituições e cidadãos – para que assumam um compromisso real com a inclusão, pois só assim conseguiremos construir uma sociedade mais justa, equitativa e preparada para responder aos desafios do futuro.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
O termalismo emerge, cada vez mais, como uma resposta contemporânea e natural às necessidades de saú

O crescimento global do setor do bem-estar tem sido evidente e encontra no termalismo um pilar estratégico para a saúde e para a melhoria da qualidade de vida. De acordo com os dados mais recentes do Global Wellness Institute (GWI), o mercado de bem-estar cresceu de 4,6 trilhões de dólares em 2020 para 5,8 trilhões em 2022, alcançando um recorde de 6,3 trilhões até ao final de 2023, com um crescimento anual de 9%. O bem-estar continua a expandir a sua representação na economia global, agora correspondendo a mais de 6% do PIB mundial, em comparação com 5,75% em 2019. Os relatórios do GWI evidenciam ainda que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a prevenção e com o autocuidado. Esta nova consciência está alinhada com as práticas termais, que oferecem tratamentos naturais, cientificamente comprovados, para diversas patologias relacionadas com problemas respiratórios, digestivos, reumatológicos, dermatológicos, entre outros, além de contribuírem, também, para a saúde mental e equilíbrio emocional dos cidadãos.

Neste contexto, Portugal tem uma longa tradição termal e perfila-se para este processo de transformação, adaptando-se às tendências globais e às exigências de uma população que procura envelhecer de forma saudável. Os recursos hidrogeológicos portugueses já são amplamente reconhecidos pela sua qualidade e diversidade e vários estudos têm vindo a sustentar essa veracidade. Segundo dados da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), Portugal conta com 44 estâncias termais ativas distribuídas de norte a sul, destacando-se pelas características únicas das suas águas.

Atualmente, algumas estâncias termais portuguesas são procuradas não apenas por motivos clínicos, mas também como espaços de lazer e bem-estar. Programas focados no relaxamento, na revitalização e na prevenção são especialmente atrativos para um público cada vez mais jovem, que começa a ver no termalismo uma nova forma de estar na vida, mais equilibrada e conectada com a natureza. Esta nova perceção do termalismo, aliando bem-estar e equilíbrio, ganha ainda mais relevância num contexto em que o envelhecimento da população é um dos grandes desafios contemporâneos.

Envelhecer não significa apenas somar anos, é também saber viver com qualidade. O termalismo desempenha aqui um papel essencial na promoção de um envelhecimento ativo e saudável. Os tratamentos termais são aliados na prevenção de doenças crónicas, no fortalecimento do sistema imunitário e no alívio de dores associadas ao envelhecimento, como problemas articulares e musculares. Contudo, para maximizar o impacto do termalismo na prevenção e no envelhecimento saudável, são necessárias medidas estruturais, incluindo:

  • Melhorar a Integração no Sistema Nacional de Saúde (SNS) – criar parcerias estratégicas que permitam aumentar a prescrição de tratamentos termais por profissionais de saúde, promovendo o acesso equitativo a estas terapias naturais;
  • Estabelecer Incentivos Fiscais e Subvenções – estabelecer incentivos fiscais para os cidadãos e estâncias termais, estimulando a procura por estes tratamentos;
  • Comunicação, Educação e Sensibilização – desenvolver campanhas de educação pública sobre os benefícios do termalismo, destacando o seu impacto na prevenção de doenças e na promoção de uma vida ativa e saudável;
  • Investir na Inovação Tecnológica – investir em soluções tecnológicas que melhorem a experiência termal, como aplicações digitais para monitorizar tratamentos e personalizar planos de saúde e bem-estar;
  • Promover o Desenvolvimento Sustentável – garantir que as estâncias termais respeitam os princípios de sustentabilidade, promovendo a conservação dos recursos naturais e a valorização da Água Mineral Natural;
  • Melhorar a Formação de Profissionais – implementar programas de formação especializados para todos os profissionais do setor, diretores clínicos, técnicos, fisioterapeutas, operacionais…  assegurando um elevado padrão de qualidade nos serviços oferecidos.

Além dos benefícios físicos, o termalismo é também um recurso essencial para a saúde mental. As práticas termais, combinadas com experiências de lazer, promovem momentos de relaxamento profundo, reduzem os níveis de stress e contribuem para o bem-estar emocional, elementos essenciais num mundo em que as doenças mentais, como a ansiedade e a depressão, atingem níveis alarmantes.

O termalismo alia a tradição à inovação, adota práticas sustentáveis, valoriza os seus recursos naturais e promove a economia local. Com um olhar voltado para o futuro, o termalismo é uma área que promete continuar a crescer, tanto no plano nacional como internacional. A integração de programas personalizados de saúde, que combinem tratamentos termais com práticas de mindfulness, exercício físico e nutrição equilibrada, coloca Portugal como um destino privilegiado para quem procura hábitos saudáveis.

O termalismo é, sem dúvida, uma nova forma de estar na vida. Mais do que um tratamento, é um estilo de vida que privilegia a prevenção, o equilíbrio e o bem-estar integral. Num mundo em que a qualidade de vida é a prioridade, o termalismo surge como um caminho natural para cuidar da saúde, da mente e do espírito. Uma nova perspetiva que devolve ao indivíduo o tempo e a serenidade necessários para viver de forma saudável.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Beira Interior
A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a desenvolver um novo projeto de investigação que...

Este projeto é liderado pelo Centro de Engenharia Química e Recursos Renováveis para a Sustentabilidade (CERES) da FCTUC, em parceria com o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e o Instituto Politécnico de Viseu (IPV), contando ainda com o apoio de diversas entidades e empresas regionais, bem como com a colaboração da Universidade de Salamanca, Espanha.

Segundo Hermínio Sousa, coordenador do projeto e docente do Departamento de Engenharia Química da FCTUC, «o BI-WELLNESS aplica uma abordagem ‘Uma só saúde’, promovendo simultaneamente a saúde humana, animal e ambiental. Pretendemos criar produtos de valor acrescentado através da valorização de alguns recursos endógenos da Beira Interior, sob o conceito de Bioeconomia Circular e do desenvolvimento de tecnologias e de processos mais sustentáveis, nomeadamente de processos menos intensivos em termos de energia e de métodos de processamento "verdes", reduzindo o uso de solventes e de produtos químicos obtidos a partir de fontes não-renováveis».

Entre os produtos a serem desenvolvidos nesta fase do projeto encontram-se cosméticos, produtos de higiene pessoal e repelentes de insetos para animais de companhia e animais de produção. «Pretende-se desenvolver produtos exclusivos, baseados numa identidade regional “Beira Interior”, uma vez que estes serão coformulados com águas termais e com produtos naturais obtidos a partir de recursos biológicos endógenos da região, conferindo-lhes características diferenciadoras no mercado», acrescenta Hermínio Sousa.

Uma das vertentes inovadoras do projeto, conforme destaca Luís Silva, investigador e coordenador da equipa do IPG, é a aplicação de técnicas de deteção remota e processamento digital de imagem para mapear e georreferenciar plantas aromáticas autóctones ainda pouco exploradas, presentes nos parques naturais e reservas ecológicas da região.

A Beira Interior é um território de baixa densidade populacional que, nos últimos dez anos perdeu, em média, cerca de 3 mil habitantes por ano, com maior incidência nos concelhos de perfil mais rural. Os valores do PIB per capita da região continuam baixos, com níveis mais elevados de desemprego do que os de outras regiões NUTS III do país e da Europa. «Torna-se imperativo combater este panorama, nomeadamente através de medidas capazes de estimular e desenvolver atividades económicas mais sustentáveis e de âmbito local, fomentar a criação regional de riqueza multissetorial e dinamizar o turismo termal e de montanha, bem como combater a desertificação demográfica e promover o conhecimento e a criação de emprego qualificado», salienta Luís Silva.

Numa fase posterior, o projeto pretende alargar o desenvolvimento de produtos repelentes para animais companhia e de produção, contribuindo para o controlo de parasitas que, muitas vezes, são vetores de agentes patogénicos, alguns deles zoonóticos. De acordo com Catarina Coelho, docente da equipa do IPV, «isto contribuirá não só para a economia regional, dada a importância da produção animal e de produtos de origem animal na região, mas também para a saúde pública, ao mitigar o risco de transmissão de doenças entre animais e humanos».

Nesta fase de arranque do projeto, a equipa de investigação procura a colaboração de empresas regionais que tenham interesse no desenvolvimento conjunto para posterior comercialização deste tipo de produtos. «A colaboração efetiva de empresas, de preferência regionais, de áreas como cosmética, higiene pessoal e saúde animal, será crucial para o sucesso do projeto uma vez que, sem elas, os objetivos estabelecidos a médio e longo prazo nunca poderão ser alcançados. Acreditamos que, juntos, conseguiremos desenvolver, viabilizar e levar para outras zonas do país os aromas, os benefícios e a qualidade dos produtos da Beira Interior», conclui Hermínio Sousa.

Universidade de Coimbra
Uma equipa de investigação da Universidade de Coimbra (UC) está a estudar o cérebro de recém-nascidos para compreender de que...

Intitulado BarriersReveal – Desvendar o papel do sexo nas barreiras cerebrais durante o período neonatal, o projeto de investigação vai decorrer durante um ano e meio, sendo coordenado pela investigadora do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da UC, Vanessa Coelho-Santos, que se tem dedicado ao estudo do cérebro no período neonatal, que corresponde aos primeiros 28 dias de vida do bebé.

Vanessa Coelho-Santos explica que “os estudos científicos têm mostrado que bebés e crianças do sexo masculino têm maior risco de desenvolver transtornos do neurodesenvolvimento, como autismo e hiperatividade, frequentemente associados a infeções neonatais e neuroinflamação”. No entanto, “continuamos a não saber fisiologicamente como é que o sexo biológico influencia a maturação dos vasos e barreiras cerebrais, assim como a composição neuroimunológica, e como é que molda a suscetibilidade do sexo masculino a determinados transtornos ou o porquê de o sexo feminino ser mais resiliente; e é isso que procuramos revelar com esta investigação”, sublinha.

Sobre a importância de estudar o cérebro no período imediatamente após o nascimento, a cientista explica que “o cérebro neonatal está particularmente desprotegido devido ao intenso crescimento vascular e ao amadurecimento da barreira hematoencefálica, mas também ao sistema imunitário imaturo que protege o nosso cérebro, e, face a estas vulnerabilidades, é essencial conhecermos a fundo os impactos destes processos fisiológicos de crescimento para que seja possível desenvolver, futuramente, intervenções que impeçam a propagação de problemas que possam ter origem neste momento de vulnerabilidade do cérebro humano”.

Neste contexto, a equipa do projeto está a estudar barreiras cerebrais que controlam a comunicação com o sistema periférico. Entre elas estão as meninges, que envolvem e protegem o cérebro e contêm células imunes; a barreira hematoencefálica, que regula a passagem de substâncias e células do sangue para o cérebro, garantindo a sua proteção; e o plexo coroide, que, além de produzir o líquido que envolve o cérebro, também ajuda a controlar a resposta imunitária. Estas estruturas desempenham um papel essencial na defesa do cérebro, influenciando a forma como reage a infeções, toxinas e inflamações nos primeiros dias de vida.

Este projeto pré-clínico com murganhos pretende analisar a composição imunológica e a maturação nas diversas barreiras entre os sexos masculino e feminino durante o período neonatal. “Como ainda não existem dados moleculares disponíveis em seres humanos, o estudo começa em modelos pré-clínicos, com o intuito de, posteriormente, comparar os resultados com tecidos humanos”, partilha Vanessa Coelho-Santos.

As informações cerebrais vão ser obtidas com recurso a imagens do cérebro em tempo real, registadas a partir de microscopia de dois fotões, uma metodologia de imagem de ponta que permite captar imagens de alta resolução ao longo do tempo. Vai ser também utilizada uma técnica laboratorial chamada citometria de fluxo, que permite examinar várias propriedades das células. “Estas interfaces vão ser estudadas de forma comparativa entre murganhos recém-nascidos de ambos os sexos para que seja possível perceber que diferenças existem entre o sexo feminino e o sexo masculino, e como é que esses aspetos diferenciadores explicam e conduzem à já provada maior suscetibilidade do sexo masculino a infeções e doenças do neurodesenvolvimento”, elucida a investigadora da UC.

Esta investigação é financiada com cerca de 50 mil euros pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e conta com a colaboração da médica e investigadora do Instituto de Investigação Infantil de Seattle, Juliane Gust.

Pequenos hábitos que fazem a diferença
O silêncio, por vezes, pode ser interrompido por um som fantasma: o zumbido. Descrito como um apito, assobio, ou até mesmo um...

A sua origem pode ser variada, desde a exposição a ruídos intensos, ao stress e ansiedade do quotidiano, ou até mesmo à acumulação de cera. Independentemente da causa, é importante encarar o zumbido não como um inimigo, mas como um sinal do corpo que pede atenção.

Para quem procura um maior bem-estar auditivo, os audiologistas recomendam pequenas mudanças de hábitos que podem fazer toda a diferença:

 

  • Proteja os ouvidos: Num mundo repleto de estímulos sonoros, proteger a audição é essencial. Optar por tampões auditivos em ambientes ruidosos, como concertos ou obras, e moderar o volume dos auscultadores são gestos simples que contribuem para uma boa saúde auditiva a longo prazo.
  • Reduza o stress e a ansiedade: O zumbido pode ser amplificado por elevados níveis de stress. Práticas como yoga, meditação ou caminhadas ao ar livre ajudam a acalmar a mente e minimizar o impacto do zumbido.
  • Priorize o descanso: Uma boa noite de sono é fundamental para o bem-estar geral e para uma melhor gestão do zumbido. Criar uma rotina de sono regular, com 7 a 8 horas de descanso, contribui para um equilíbrio físico e mental, permitindo lidar melhor com os desafios do dia a dia, incluindo o zumbido.
  • Modere os estimulantes: O café, o álcool, o chá (verde ou preto), as bebidas gaseificadas e o tabaco podem intensificar a perceção do zumbido, pelo que, moderar o consumo destas substâncias pode ser um passo importante para um maior conforto auditivo.
  • Preencha o silêncio com harmonia: Em ambientes silenciosos, o zumbido tende a ser mais notório. Criar uma atmosfera sonora suave, com música relaxante ou sons da natureza, pode ajudar a disfarçar o zumbido e a promover uma sensação de tranquilidade.

Mari Rosberg, Audiologista na Widex – Especialistas em Audição, explica ainda que “O zumbido não é uma doença, mas sim um sintoma. Compreender a sua origem e adotar estratégias de gestão personalizadas é essencial para reduzir o impacto na qualidade de vida”.

Viver com zumbido pode ser um desafio, mas com as estratégias certas, é possível alcançar um equilíbrio sonoro e viver uma vida plena sem limitações. É importante ter em conta que cuidar da saúde auditiva é um investimento no seu bem-estar geral.

21 de Fevereiro
Subordinado ao tema “Telessaúde: A Transformação dos Cuidados de Saúde na Era Digital”, o VII Encontro propõe um programa...
A APT retoma a prática da realização dos Encontros Nacionais de Telemedicina, após o interregno que a crise pandémica e as suas sequelas, provocou. O VII Encontro tem como mote “Telemedicina: a Transformação dos Cuidados de Saúde na Era Digital” e aborda, nas mesas temáticas, tópicos tão diversos, como “A Telemedicina no novo modelo organizacional do SNS”, “Formar para a transformação digital e inovação em Saúde” e “Ciência de dados e inteligência artificial na Saúde”, na mesa “Desafios em Saúde: tecnologias emergentes”.
 
Na mesa “Ética e Privacidade de dados” exibem-se os temas “Ética e consentimento informado em telessaúde” e “Cibersegurança e telessaúde”, enquanto que na mesa “Assistência clínica remota, telecuidados e telemonitorização” se tratará a casuística das aplicações da tecnologia na prestação de cuidados de saúde à distância.
 
Integrado no VII Encontro decorrerá a sessão de homenagem ao Dr. Eduardo Castela, cardiologista pediátrico, fundador do Serviço de Cardiologia Pediátrica da actual Unidade Local de Saúde de Coimbra, pioneiro da aplicação da telemedicina em Portugal.
 
Com efeito a prática da telemedicina conduzida pelo Dr. Castela remonta a 1998, inicialmente em áreas do território nacional, expandindo-se posteriormente a Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. E realce-se que esta prática, iniciada no séc. XX, é a única do País que se mantém em actividade regular sem qualquer ininterrupção desde então!
 
O VII Encontro reúne um notável painel de palestrantes oriundos de instituições académicas, de instituições de saúde, bem como de órgãos profissionais, designadamente a Ordem dos Médicos. O Programa pode ser consultado em:
 
Contactos: e-mail: [email protected]

 

28 de fevereiro | Dia Mundial das Doenças Raras
No âmbito do Dia Mundial das Doenças Raras, assinalado a 28 de fevereiro, a SERaro - Associação das Síndromes Excecionalmente...

Célia Azevedo Soares (Centro Hospitalar Universitário do Porto), Vanessa dos Reis Ferreira (Humanised Solutions), Rita Francisco (EURORDIS) e Ana Rute Sabino (SERaro) serão os palestrantes desta sessão que decorrerá sob moderação de André Correia (da SERaro) e que abordará temas cruciais, tais como a força da comunidade e o envolvimento ativo dos doentes na construção de soluções para as doenças raras e o impacto da inovação e da tecnologia nestas patologias.

Como podemos unir doentes, associações, profissionais de saúde e decisores para acelerar a mudança; que exemplos internacionais podem inspirar um maior impacto em Portugal; que passos concretos podemos dar hoje para um futuro mais inclusivo e inovador e que avanços tecnológicos estão a transformar a vida das pessoas com doenças raras, são algumas das questões às quais esta sessão pretende dar resposta.

Para a direção da SERaro, “este webinar é um espaço essencial para refletirmos sobre como inovação e comunidade podem caminhar juntas para melhorar a vida das pessoas com doenças raras. Queremos dar voz aos doentes, às famílias e a todos os que trabalham para um futuro com mais acesso e equidade. Esta sessão reforça o compromisso da SERaro em promover a sensibilização e ações concretas para um futuro mais inclusivo”.

A sessão ficará disponível no dia 28 de fevereiro no Youtube da SERaro.

 

Assinada por V-A Studio
A Associação Portuguesa de Fertilidade tem uma nova identidade, resultado de um processo de rebranding que redefiniu a missão,...

"A nova identidade não é apenas uma mudança visual, mas uma transformação essencial que reforça a nossa renovada missão de apoiar quem se depara com desafios de fertilidade na sua jornada de construção familiar, promovendo uma sociedade mais unida e informada sobre saúde reprodutiva", refere Cláudia Vieira, presidente da Associação.  

João Simões, co-founder do V-A Studio, acrescenta que se procurou "criar uma identidade que, com um tom confiante, acessível e otimista, transmita a vitalidade e o calor humano característicos da Associação". "Este rebranding não só moderniza e aproxima, como também estabelece uma base visual sólida, capaz de destacar de forma eficaz as mensagens-chave que a associação comunica diariamente." 

“O investimento acompanha o crescimento e a evolução da Associação, que desde 2006 se dedica a apoiar, informar e defender a todas as pessoas com problemas de fertilidade, contando hoje com mais de 17.000 associados. Como fonte de apoio informativo, é no website da associação que a mudança tem maior visibilidade e objetivo de aproximar quem precisa de ajuda. A par de todo um novo grafismo e maior interatividade, a página aposta em dois pontos importantes para a Associação, a partilha e a cumplicidade. Os associados passam a ter acesso a um Fórum, onde podem partilhar as suas experiências, trocar impressões sobre as suas jornadas, colocar dúvidas, deixar de se sentir sozinhos numa luta que tantas vezes se faz em silêncio", revela Cláudia Vieira.  

Recentemente, a Associação Portuguesa de Fertilidade teve um papel ativo para a apresentação de projetos de lei para prolongar o prazo para a destruição de embriões e gâmetas criopreservados em regime de anonimato, bem como no aumento de 69% para 90% da comparticipação em medicamentos destinados a tratamentos de fertilidade. 

Universidade de Coimbra
Uma nova investigação, liderada por John Charles Willman, investigador do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS)...

Os resultados do estudo, publicados no Journal of Paleolithic Archaeology, baseiam-se na análise detalhada do desgaste dentário encontrado nos molares, pré-molares e caninos de fósseis humanos pavlovianos. As observações sobre os padrões únicos de desgaste bucal apontam para o uso recorrente de adornos faciais que atravessavam a cavidade oral. Segundo os investigadores, esta é uma das mais antigas evidências conhecidas de práticas de modificação corporal no registo arqueológico. 

«Examinamos os restos humanos de vários sítios arqueológicos pavlovianos e comparamos os padrões de desgaste dentário com exemplos etno-históricos e bioarqueológicos modernos. Os dentes maxilares mostraram-se mais afetados do que os mandibulares, sendo os primeiros molares maxilares os mais visivelmente desgastados», revela o John Charles Willman. 

De acordo com o cientista, a progressão do desgaste parece estar relacionada com a idade, sendo unilateral em indivíduos mais jovens e bilateral nos mais velhos, sugerindo um uso contínuo do “labret” ao longo da vida. A uniformidade destes padrões em crianças, adolescentes e adultos reforça a hipótese de que o uso do piercing facial era uma prática cultural disseminada entre os pavlovianos. 

«Se esta hipótese se confirmar, a descoberta fornecerá informações fascinantes sobre a forma como os povos do Paleolítico Superior moldavam a sua identidade através da modificação corporal. Este estudo não só amplia o conhecimento sobre os comportamentos sociais dos pavlovianos, como também sugere que a prática de adornar o corpo pode ter raízes muito mais antigas do que se pensava», conclui.

O artigo científico “Probable Use of Labrets Among the Mid Upper Paleolithic Pavlovian Peoples of Central Europe” pode ser consultado aqui

Serviço de Gastrenterologia
A Unidade Local de Saúde da Cova da Beira instalou um moderno sistema de Ultrassonografia transendoscópica, no Serviço de...

A ecoendoscopia, ou ultrassonografia endoscópica, consiste numa técnica de imagem avançada que combina a endoscopia tradicional com a ultrassonografia, permitindo uma visualização detalhada das camadas mais profundas do tubo digestivo, incluindo órgãos como o esófago, estômago, pâncreas, fígado e vias biliares.

Este exame permite:

- o diagnóstico precoce de patologias como neoplasias gastrointestinais, doenças inflamatórias intestinais e doenças pancreáticas;

- a avaliação mais precisa de lesões e nódulos em áreas de difícil acesso através de outros métodos de imagem;

- guiar procedimentos terapêuticos, como a drenagem de quistos ou biópsias de tecidos mais profundos.

Com esta nova tecnologia, a ULS da Cova da Beira fortalece o seu compromisso com a qualidade e a inovação no atendimento aos utentes, permitindo um diagnóstico mais preciso e um tratamento mais eficaz. Este investimento reflete o empenho desta unidade em oferecer cuidados de saúde de excelência à comunidade.

De acordo com o Dr. Rui Ramos, Diretor do Serviço de Gastrenterologia da #ULSCBEIRA, “a introdução da ecoendoscopia é um marco para o nosso Serviço de Gastrenterologia e representa mais um passo na modernização e no aumento da capacidade de diagnóstico da nossa unidade hospitalar”.

16 e 17 de abril
Realizam-se nos dias 16 e 17 de abril de 2025, as II Jornadas Científicas do Serviço de Ortopedia da Unidade Local de Saúde da...

Estas Jornadas que terão como tema central a “Robótica e Novas Tecnologias”, apresentam um programa científico abrangente e inovador. O evento que decorrerá no Grande Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior – Covilhã, contará com a participação de especialistas de renome nacional e internacional na área da ortopedia e traumatologia, destacando-se o Dr. Rafael Sierra, da clínica Mayo, nos EUA, também responsável pelo Programa do Congresso Anual da American Academy of Orthopaedic Surgeons (AAOS).

Estas II Jornadas Científicas são organizadas pela Associação de Ortopedia da Beira Interior, em parceria com a Unidade Local de Saúde da Cova da Beira, o Centro Académico Clínico das Beiras e a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, contando ainda com o alto patrocínio científico da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia.

Este evento representa uma oportunidade única para debater e explorar os avanços mais recentes na área da cirurgia ortopédica, reunindo profissionais de saúde, investigadores e académicos.

Para mais informações consultar o sítio da internet da ULS da Cova da Beira.

 

Estudo "State of Snacking"
A Mondelēz International, Inc. (Nasdaq: MDLZ) divulga novas conclusões sobre o amor, a conexão e os snacks, no seu sexto...

Desenvolvido em parceria com The Harris Poll, o estudo State of Snacking™ acompanha as atitudes e comportamentos em relação aos snacks entre milhares de consumidores em 12 países. Os resultados do estudo de 2024 mostram que os consumidores estão cada vez mais a usar as pausas para snacks como uma forma de expressar amor pelos outros, bem como por si próprios.

· Snacking é amor: O amor pode ser expresso de várias maneiras e, por vezes, basta partilhar um snack. 71% dos consumidores globais concordam que "partilhar snacks com os outros é a minha ‘love language’" – um aumento de 8% em relação a 2023. Este valor é ainda mais alto entre os inquiridos da geração Millennial e da geração Z.  

· A pausa para um snack é uma forma de conexão: Os consumidores estão cada vez mais focados na conexão que os snacks proporcionam, com 64% a praticar o snacking regularmente para se conectar com os outros (um aumento de 8% em relação ao ano passado). 93% concordam que conseguem sempre encontrar um snack adequado para partilhar.

· Demonstrar amor próprio: As gerações mais jovens são particularmente propensas a ver a pausa para um snack como uma forma de cuidar de si mesmas, sendo que os indivíduos da geração Z e os Millennials são muito mais propensos a praticar o snacking para melhorar o humor, encontrar conforto e gerir o stress.

“A comida tem o poder de reunir as pessoas e fomentar uma sensação de conexão", refere Melissa Davies, Senior Manager, Global Insights & Trendspotting da Mondelēz International. "À medida que os consumidores dão prioridade ao tempo para uma pequena indulgência, também fazem questão de partilhar essa experiência de prazer com os outros."

A Mondelēz International continua a liderar a indústria dos snacks ao adaptar-se a esta evolução nas preferências dos consumidores, trabalhando para garantir que cada snack oferece uma oportunidade de conexão e de estar presente, ao mesmo tempo que prioriza os desejos dos consumidores. Outras conclusões do relatório State of Snacking™ de 2024 estão disponíveis para download em www.mondelezinternational.com/stateofsnacking/.

Em Lisboa
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) promove, no próximo dia 8 de março, a 2.ª edição da Conferência "Olhando...

A conferência conta com o apoio científico da Sociedade Portuguesa de Hematologia e com a parceria da Associação Batazu que, tal como em 2024, se associa à APCL na realização deste evento.

Este evento, direcionado a profissionais de saúde, oferece uma oportunidade única para discutir e partilhar os avanços mais recentes em imunoterapia e terapia celular. Num momento em que a imunoterapia se consolida como uma abordagem revolucionária no tratamento de diversas doenças, com destaque para a hemato-oncologia, esta conferência assume uma particular relevância.

Especialistas nacionais e internacionais apresentarão um programa científico de excelência, abordando temas cruciais como as novas aplicações e indicações da terapia celular, desafios na sua implementação e a importância da qualidade de vida dos doentes.

Após as boas-vindas dadas por Manuel Abecasis, presidente da APCL, terá lugar uma conferência por Franco Locatelli, professor catedrático de Pediatria na Universidade Católica de Roma e director do Departamento de Hematologia e Oncologia Pediátrica do IRCCS Ospedale Pediatrico Bambino Gesu de Roma, que apresentará novas aplicações e indicações da terapia celular. A conferência será moderada por Arnon Nagler, director do Departamento de Hematologia e Transplantação no Chaim Sheba Medical Center em Tel Avive e por Joaquin Duarte, especialista do serviço de Pediatria Oncológica no IPO de Lisboa.

Seguidamente, José Mário Mariz, assistente graduado sénior e  director do Serviço de Hemato-Oncologia do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, abordará a utilização de células CAR T como terapia de segunda linha para o linfoma B difuso de grandes células, numa sessão moderada  João Lacerda, diretor do Serviço de Hematologia Hospital de Santa Maria, e Maria Gomes da Silva, directora do Serviço de Hematologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa. Seguir-se-ão apresentações por especialistas dos serviços de Hematologia dos IPOs de Lisboa e do Porto e do Hospital de Santa Maria, abordando as respectivas experiências, focando nomeadamente as toxicidades precoces e tardias associadas ao tratamento com CAR T Cells.

Na segunda parte, o tema da imunoterapia avançada no mieloma múltiplo - células CAR T versus anticorpos biespecíficos - moderado por Fernando Leal da Costa, director do Departamento de Hematologia do IPO de Lisboa, e  por Catarina Geraldes, diretora do Serviço de Hematologia Clínica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), será apresentado por Maria Vitoria Mateos, coordenadora do Grupo Espanhol de Mieloma Múltiplo (GEM) e por Paulo Lúcio, hematologista da Fundação Champalimaud.

A 2ª conferência do evento, moderada por Manuel Abecasis e por Fernando Pimentel dos Santos, presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, sobre o tema “CAR T Cells: da Hematologia às Doenças auto-imunes”, é da responsabilidade de Arnon Nagler.

A encerrar, Maria Gomes da Silva falará sobre os desafios impostos à qualidade de vida dos doentes tratados com células CAR T. Um representante do Infarmed, ainda a anunciar, abordará o papel da instituição no acesso dos doentes à terapia com células CAR T. Esta sessão é moderada por José Mário Mariz e por Isabel Fernandes, oncologista no Hospital de Santa Maria e membro do Programa Nacional das doenças Oncológicas.

O encerramento estará a cargo de Manuel Abecasis, presidente da APCL, e Tomás Lamas, médico e presidente da Associação Batazu.

A APCL convida todos os profissionais de saúde a participar nesta iniciativa, contribuindo para o progresso do conhecimento e da prática clínica nesta área em constante desenvolvimento.

A inscrição no evento pode ser feita através do preenchimento do formulário online, enviando email para [email protected], ou através do contacto telefónico 213 422 205.

A iniciativa conta com um “unrestricted grant” da  Gilead, Johnson & Johnson e Novartis. 

Opinião
Desde que me formei engenheiro, sempre tive um interesse particular em compreender os fenómenos natu

Por um lado, reconheço que a ação humana tem impacto na Terra. A poluição, a desflorestação e as emissões de gases com efeito de estufa influenciam os ecossistemas e podem afetar o clima. No entanto, defendo que esta influência representa apenas uma pequena fração – talvez 15 a 20% – das mudanças que observamos. O que considero realmente relevante é o conjunto de processos naturais que ocorrem independentemente da nossa presença e que têm um impacto muito mais significativo (incluindo na nossa saúde, como o aumento de casos de cancro e dos problemas cardio-respiratórios e vasculares). A Terra está em constante transformação, e há fenómenos geológicos e cósmicos que moldam o planeta a uma escala muito superior à da atividade humana.

Nos últimos anos, a atividade sísmica e vulcânica tem vindo a aumentar em várias regiões do mundo. O deslocamento do campo magnético terrestre também está a ocorrer a um ritmo acelerado, e há estudos que indicam que uma enorme fenda se está a formar no Oceano Pacífico, podendo, a longo prazo, dividir massas continentais. Estes eventos não são causados pelo ser humano, mas sim pela dinâmica interna da Terra. Assim, faz sentido colocar a questão: será que estamos a sobrestimar o nosso impacto e a ignorar forças muito maiores que sempre estiveram em ação?

O Papel da Ação Humana: Um Fator Secundário

Ao longo das últimas décadas, a preocupação com as alterações climáticas tem sido amplamente debatida. O aumento das temperaturas médias, o degelo das calotes polares e a maior frequência de fenómenos meteorológicos extremos são frequentemente atribuídos à emissão de gases de efeito de estufa, em especial o dióxido de carbono (CO₂). A comunidade científica concorda que a industrialização e a queima de combustíveis fósseis têm um impacto no ambiente. No entanto, o que muitas vezes é negligenciado é que o clima da Terra sempre esteve sujeito a variações, mesmo antes da existência humana.

Há registos históricos que mostram que, entre os séculos IX e XIV, ocorreu um aquecimento global conhecido como Período Quente Medieval, seguido da Pequena Idade do Gelo (do século XV ao XIX). Estes ciclos naturais indicam que a temperatura do planeta oscila devido a fatores que vão além da atividade humana, incluindo variações na radiação solar, na inclinação do eixo terrestre e nas correntes oceânicas.

Se olharmos para os dados climáticos de longo prazo, torna-se evidente que o aquecimento global atual não é um fenómeno isolado nem inédito. Isso não significa que devemos ignorar a responsabilidade de reduzir a poluição e gerir os recursos naturais de forma sustentável, mas sim que devemos reconhecer que a Terra tem os seus próprios ciclos naturais, e que a nossa influência sobre eles é relativamente pequena.

Aumento da Atividade Sísmica e Vulcânica: Um Alerta Natural?

Enquanto se discute o impacto humano no clima, há fenómenos muito mais poderosos a ocorrer no planeta. A atividade sísmica e vulcânica tem vindo a aumentar em várias partes do mundo, e isso não pode ser atribuído à ação humana.

Nos últimos anos, temos assistido a um crescimento significativo da atividade vulcânica em áreas como a Islândia, o Cinturão de Fogo do Pacífico e algumas regiões do Mediterrâneo. Em 2021, a erupção do vulcão Cumbre Vieja, em La Palma (Espanha), foi um exemplo claro da força destrutiva que estes eventos naturais podem ter. Além disso, em 2023, a Islândia registou um aumento impressionante de atividade vulcânica, levando à evacuação de populações inteiras devido ao risco de novas erupções.

A atividade sísmica também parece estar a intensificar-se. O Japão, um dos países com maior registo de sismos, continua a sofrer abalos frequentes, alguns com magnitudes significativas. No Médio Oriente e na Turquia, a frequência e intensidade dos sismos têm vindo a aumentar, e os danos causados são cada vez mais devastadores.

Estes eventos fazem parte de um processo natural que ocorre há milhões de anos devido ao movimento das placas tectónicas. As forças que impulsionam estes movimentos são internas à Terra e estão muito além da capacidade humana de as influenciar. Podemos desenvolver tecnologias para prever sismos e minimizar os seus impactos, mas jamais poderemos evitá-los.

Mudanças no Campo Magnético da Terra e a Fenda no Pacífico

Outro fenómeno que tem despertado interesse na comunidade científica é a aceleração do deslocamento do Polo Norte Magnético. Durante grande parte do século XX, este polo movia-se a uma velocidade de cerca de 10 km por ano. No entanto, nos últimos anos, essa velocidade aumentou para aproximadamente 50 km por ano. Alguns cientistas acreditam que esta rápida deslocação pode ser um sinal de que estamos a caminho de uma inversão dos polos magnéticos – um evento que já ocorreu várias vezes na história da Terra, embora de forma irregular.

A inversão do campo magnético pode ter impactos profundos na vida no planeta, afetando desde os sistemas de navegação até à proteção contra a radiação solar. No entanto, este fenómeno ocorre independentemente da atividade humana e faz parte da dinâmica do núcleo terrestre.

Outro facto intrigante é a possível formação de uma fenda no fundo do Oceano Pacífico. Estudos recentes sugerem que uma enorme divisão geológica pode estar a ocorrer, potencialmente criando uma nova configuração das massas continentais ao longo de milhões de anos. Este é um processo natural que tem ocorrido ao longo da história geológica da Terra e demonstra que o planeta continua a evoluir, independentemente da presença da civilização humana.

O Futuro: Adaptação a um Planeta em Constante Mudança

Perante todos estes dados, parece-me claro que a visão simplista de que o ser humano é o único responsável pelas mudanças que ocorrem no planeta não faz justiça à complexidade da geodinâmica terrestre. O que está a acontecer resulta da sobreposição de dois fenómenos distintos: a inexpressiva influência humana, que representa talvez 15 a 20% das alterações que observamos, e a transformação terrestre natural, que é a principal força em ação.

O verdadeiro desafio para a humanidade não é tentar travar estas mudanças – algo que está fora do nosso controlo –, mas sim aprender a adaptar-se a elas. A obsessão em "combater" as alterações climáticas pode estar a desviar-nos de problemas mais urgentes, como o aumento da atividade sísmica e vulcânica, a possibilidade de inversão do campo magnético ou as mudanças geológicas que podem redefinir a configuração do planeta.

O que será o nosso futuro? A história da Terra ensina-nos que a mudança é inevitável. Como espécie, a nossa sobrevivência dependerá da nossa capacidade de compreender esses processos naturais e de nos adaptarmos a um mundo em constante transformação. A questão não é se o planeta mudará – porque ele sempre mudou e continuará a mudar –, mas sim se estaremos preparados para essa mudança.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade de Coimbra
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em colaboração com a...

O projeto AlgaMar4antivirus nasceu no contexto da pandemia provocada pela Covid-19 para dar resposta às necessidades urgentes de soluções antivirais eficazes. Esta investigação centra-se no desenvolvimento de novos produtos naturais baseados em macroalgas, explorando os seus compostos bioativos com propriedades antivirais.

«Focado na luta contra o SARS-CoV-2, o AlgaMar4antivirus pretende desenvolver um composto natural que poderá ser utilizado tanto na prevenção como no tratamento deste vírus. Já identificámos as macroalgas da costa portuguesa – verdes, vermelhas e castanhas – que demonstraram resultados promissores, tendo sido sempre privilegiado o cultivo em aquacultura para garantir a sustentabilidade dos recursos marinhos e a obtenção de biomassa suficiente para a extração dos compostos bioativos», revela Ana Marta Gonçalves, investigadora do Centro de Ecologia Funcional (CFE) do Departamento de Ciências da Vida e líder do projeto.

Os ensaios, realizados em colaboração com a FFUC, têm demonstrado a eficácia antiviral de vários compostos extraídos. «Estas descobertas representam um importante avanço no desenvolvimento de soluções farmacêuticas naturais, que podem futuramente ser aplicadas a outros vírus além do SARS-CoV-2», refere a especialista.

A equipa vai continuar os ensaios laboratoriais para validar a eficácia e segurança dos compostos desenvolvidos e concluir o produto farmacêutico de forma a introduzi-lo no mercado. No futuro, os investigadores pretendem expandir a investigação para avaliar o potencial destes compostos contra outros vírus.

Seringas só no Agulhão
Protocolo assinado no passado dia 31 de janeiro apresenta uma solução segura e ecológica para as seringas usadas.

Fundada por Farmácias, a Cooprofar empenha-se diariamente em desenvolver vantagens para o negócio da Farmácia, em especial para as que têm inscrito no seu adn os valores de #sercooprofar.

Assinamos, por isso, no passado dia 31, um novo Protocolo em prol das Farmácias Cooperadoras - Seringas só no Agulhão.

Aprovado por Cooperadores e para Cooperadores, de agora em diante disponibiliza, em colaboração com a Associação de Farmácias de Portugal (AFP), o projeto com recolha trimestral efetuada pela Ambimed, de um contentor de 30L destinado à recolha de resíduos corto perfurantes resultantes de administração de medicamentos injetáveis em ambulatório, às Farmácias Cooperadoras.

Seringas só no agulhão

Um aliado da Saúde e do Ambiente, pioneiro em Portugal

Lançado em 2019, este projeto foi criado pela Associação de Farmácias de Portugal (AFP) para dar resposta à falta de soluções segura e ecológicas para a recolha de seringas e agulhas usadas por utentes que necessitam de medicamentos injetáveis.

Através do Agulhão os cidadãos têm ao dispor uma solução segura, ecológica e gratuita para as suas seringas usadas. Para o País, a recolha e tratamento de cada seringa/agulha utilizada permite poupar em despesas ambientais, humanas e de saúde um montante inestimável e muito superior à quantidade de corto-perfurantes vendidos anualmente.

Consulte os protocolos exclusivos para Cooperadores aqui.

 

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