20 de outubro | Dia internacional para a Consciencialização das Mastocitoses e Outras Doenças Mastocitárias
No dia 20 de outubro, assinala-se o Dia Internacional para a Consciencialização das Mastocitoses e Outras Doenças Mastocitárias...

A mastocitose e as síndromes de ativação mastocitária resultam de uma proliferação ou ativação anómala dos mastócitos, células que fazem parte do sistema imunitário e que estão envolvidas nas reações alérgicas. Estas doenças podem causar sintomas muito variados, como reações alérgicas graves (anafilaxia), dor abdominal, diarreia crónica, manchas na pele, osteoporose ou fraturas ósseas. Por apresentarem sinais tão diferentes de pessoa para pessoa, muitas vezes passam vários anos até que o diagnóstico seja estabelecido .

Em Portugal, a Imunoalergologia integra o conjunto de especialidades médicas com formação para identificar e tratar estas doenças. Cabe-lhe investigar a causa da ativação dos mastócitos, estudar possíveis alterações genéticas e orientar o plano de tratamento de forma personalizada, incluindo medidas de prevenção e controlo das reações alérgicas graves. Um diagnóstico atempado e uma referenciação adequada permitem reduzir o risco de complicações e abrir caminho a novas opções de tratamento, como medicamentos que atuam de forma mais precisa nos mecanismos da doença.

A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) associa-se a esta efeméride para reforçar a importância do conhecimento, da formação e da sensibilização para as mastocitoses e síndromes de ativação mastocitária. Conhecer melhor as doenças mastocitárias é o primeiro passo para melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.

Neste Dia Internacional para a Consciencialização das Mastocitoses e Outras Doenças Mastocitárias, a SPAIC reafirma o seu compromisso com a promoção da ciência, da educação médica e com a melhoria do acesso a cuidados de saúde cada vez mais humanizados e diferenciados nesta área.

 

Opinião
O cancro do intestino – ou seja, do cólon e reto (CCR) – é uma das doenças oncológicas mais comuns e

A maioria dos casos de CCR desenvolve-se a partir de pólipos, pequenas lesões benignas que podem transformar-se em tumores malignos ao longo dos anos. A colonoscopia permite identificar e remover estes pólipos antes que evoluam, sendo por isso o exame fundamental no rastreio e prevenção da doença.

Em Portugal, o Programa Nacional de Rastreio de CCR destina-se a pessoas entre os 50 e os 74 anos assintomáticas, começando com a pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF). Se o teste for positivo, é recomendada uma colonoscopia. Infelizmente, apenas um terço da população se encontra coberta pela possibilidade de realização do rastreio e a adesão ao mesmo ainda é baixa, verificando-se em 2022 uma taxa de adesão de apenas 41%. Apenas 35% dos indivíduos com testes PSOF positivos realizaram colonoscopias. Destas, 36,1% apresentaram lesões avançadas, o que significa que mais de mil lesões foram identificadas, mas mais seriam se todos os indivíduos com PSOF positiva tivessem realizado colonoscopia. Vários estudos com novos testes de rastreio estão em curso, mas a utilidade real e o impacto em rastreios estabelecidos são controversos, permanecendo a colonoscopia como o exame gold-standard no rastreio do CCR. A maioria dos casos de CCR continuam a ser diagnosticados já em fase sintomática, o que está associado a um pior prognóstico, quando comparado com os tumores assintomáticos.

Os fatores de risco para o desenvolvimento de CCR incluem fatores que são modificáveis, mas também outros que não o são. Sabemos que os indivíduos do sexo masculino, com idade superior a 50 anos, com doença inflamatória do intestino, antecedentes pessoais de CCR ou de pólipos do cólon, assim como com história familiar de CCR, têm um risco aumentado de CCR. Os fatores modificáveis estão relacionados com os hábitos e estilos de vida, nomeadamente com um consumo excessivo de carne vermelha e processada, uma dieta pobre em frutas e vegetais, o sedentarismo, a obesidade, hábitos tabágicos e o consumo excessivo de álcool. O World Cancer Research Fund concluiu que 47% de todos os CCR poderiam ser prevenidos pela adoção de um melhor estilo de vida, nomeadamente melhor dieta e exercício físico.

O aumento recente de casos em pessoas com menos de 50 anos tem sido motivo de preocupação. A má alimentação, o sedentarismo e a obesidade parecem contribuir para este fenómeno, levando já alguns países a antecipar o início do rastreio para os 45 anos.

No Dia Europeu da Luta Contra o Cancro do Intestino, recordamos que a prevenção e o rastreio do cancro do intestino salvam vidas. Adotar um estilo de vida saudável, conhecer a história familiar e participar nos programas de rastreio a partir dos 45 anos são passos simples, mas decisivos, para reduzir o impacto desta doença.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em Vilamoura
A Sociedade Portuguesa de Ortopedia (SPOT) organiza, dia 8 de novembro pelas 08H00, a caminhada “Olhe pelas Suas Costas”, que...

Em Portugal, cerca de um milhão de pessoas sofre de dor nas costas, o que a torna a segunda principal razão de ida às urgências hospitalares. Estas dores podem ocorrer em várias regiões da coluna e variar em intensidade e frequência, sendo a lombalgia a mais frequente, embora também sejam comuns a cervicalgia e a dorsalgia.

A prática regular de exercício físico, o controlo do peso e a luta contra o sedentarismo são cuidados fundamentais para preservar a saúde da coluna, reduzir as dores e, muitas vezes, evitar a cirurgia.

A Campanha “Olhe pelas Suas Costas” é uma campanha de interesse público sobre a patologia da Coluna Vertebral. Esta iniciativa tem como objetivos principais sensibilizar a população portuguesa para as principais doenças que afetam a coluna vertebral, educando no sentido da prevenção de eventuais problemas, alertando para o impacto das dores nas costas na vida pessoal e profissional de cada cidadão, esclarecendo sempre, pela voz de um profissional de saúde, quais os possíveis tratamentos existentes, clarificando expressões e conceitos com que os cidadãos muitas vezes não estão familiarizados.

Para assegurar uma t-shirt, faça a sua inscrição gratuita aqui:

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Dia Mundial da Alimentação| 16 de outubro
Iniciativa de literacia alimentar “Comer Melhor, Viver Melhor” promove alimentação saudável e sustentável junto de pessoas com...

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), através da sua iniciativa de literacia alimentar “Comer Melhor, Viver Melhor”, reforça a importância de partilhar conhecimentos sobre alimentação e sustentabilidade, explorando na prática opções de refeições baseadas em alimentos de origem vegetal para pessoas com diabetes.

No âmbito desta iniciativa e para assinalar o Dia Mundial da Alimentação (16 de outubro), a APDP colabora com a Universidade Lusófona e o seu centro de investigação CBIOS num evento dedicado à nutrição e saúde. O programa inclui um workshop prático de alimentação plant-based, uma sessão científica com a Professora Doutora Rosane Griep (Fundação Oswaldo Cruz, Brasil) e um show-cooking com degustação sobre como substituir a carne de forma saudável.

“Apesar do conhecimento sobre o valor de um padrão alimentar baseado em produtos de origem vegetal para as pessoas com diabetes, ainda subsistem alguns mitos e uma cultura demasiado assente no consumo de alimentos de origem animal”, afirma Rogério Ribeiro, investigador biomédico da APDP e coordenador da iniciativa. “Além disso, notamos que muitos profissionais de saúde não se sentem totalmente à vontade para aconselhar os seus utentes nesta matéria. É por isso que faz todo o sentido continuar a apostar na iniciativa ‘Comer Melhor, Viver Melhor’, capacitando não só as pessoas com diabetes, mas também os profissionais de saúde e investigadores”, remata.

O projeto foca-se em ações de literacia que partilham conhecimentos sobre alimentação e sustentabilidade, explorando na prática opções de refeições que facilitam a inclusão de alimentos de origem vegetal no dia a dia. A iniciativa pretende, assim, promover uma dieta saudável e sustentável para pessoas com diabetes tipo 2, em linha com as mais recentes evidências científicas que demonstram os resultados positivos destas dietas na gestão da condição.

Como reconhecimento do seu impacto, o projeto “Comer Melhor, Viver Melhor” foi selecionado como finalista para o prémio Viver Saudável, na categoria “Projeto do Ano – Nutrição Comunitária e Saúde Pública”. Os vencedores serão anunciados na Gala da Nutrição, em novembro.

Integra novamente o Blue Book da ECOO
Portugal está de regresso ao panorama europeu da Optometria e da Óptica, e integra novamente o Blue Book 2025 do ECOO, o...

Lançado no dia 9 de outubro, no World Sight Day 2025, o Blue Book reúne dados de 27 países sobre formação, prática clínica e regulamentação, e permite ter uma visão geral sobre a forma como estes dados se relacionam com os padrões globais. O relatório mapeia o papel dos profissionais da Optometria e da Óptica nos cuidados visuais na Europa.

Portugal está no nível 2 de proficiência, ao lado de países como França, Itália ou Bélgica. 

A edição deste ano do Blue Book salienta como principais tendências no continente europeu:

 

  • A maior presença dos profissionais nos cuidados primários de saúde visual
  • Ênfase crescente na deteção precoce e na prevenção de condições visuais e oculares
  • Reconhecimento cada vez maior dos optometristas como prestadores de cuidados primários de saúde visual
  • Inovação tecnológica a transformar a prática clínica e os serviços prestados

Ao analisar tanto as práticas comuns como a diversidade nacional, o Blue Book 2025 providencia aos decisores políticos, educadores e profissionais informações essenciais para planear o futuro dos cuidados visuais na Europa.

A inclusão de Portugal no Blue Book depois de um período de 10 anos de ausência é uma ótima notícia e motivo de enorme orgulho para a APLO. Voltamos a estar presentes no panorama europeu da Optometria e da Óptica, e a profissão em Portugal vai sem dúvida beneficiar da comparação com as práticas de outros países e das informações que vão ajudar a moldar o futuro da profissão”, salienta João Caetano, Presidente da APLO.  

 

 

16.ª Reunião Anual da APIC
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai realizar a sua 16.ª Reunião Anual entre os dias 20 e 22 de...

“Este é o principal encontro nacional dedicado à Cardiologia de Intervenção. Para esta edição, o programa científico assenta em três pilares fundamentais: excelência nacional, inovação e formação. Pretendemos valorizar o que de melhor se faz em Portugal, tanto na prática clínica como na produção científica, trazer técnicas e dispositivos inovadores que estão a transformar a área e preparar a nível formativo não só os profissionais de hoje, mas também as gerações futuras, fortalecendo, assim, pontes nacionais e internacionais”, afirma João Silva Marques, presidente da 16.ª Reunião Anual da APIC.

A inovação tecnológica será uma marca forte do programa desta reunião. “Vamos trazer técnicas e dispositivos inovadores que estão a transformar a prática da Cardiologia de Intervenção. Neste sentido, os participantes poderão contar com casos ao vivo, sessões de simulação e demonstrações técnicas, cursos pré-congresso e a estreia da Training Village, um espaço formativo para familiarização com novas tecnologias. O objetivo é que todos os participantes regressem à sua prática clínica enriquecidos com conhecimentos relevantes e aplicáveis, independentemente do seu grau de experiência ou área de atuação”, acrescenta.

Esta edição integrará uma sessão em parceria com a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, representada por Salvador Cristóvão e José Airton Arruda; e contará com um painel de especialistas nacionais e internacionais de renome. As primeiras confirmações incluem: Adriana Zlahoda-Huzior, Alaide Chieffo, Anantharaman Ramasamy, Ignacio Amat Santos, Jacob Eifer Moller, Jaffar Khan, José Rumoroso, entre outros.

A Reunião Anual APIC 2025 permite o debate sobre técnicas inovadoras percutâneas com outras especialidades como a cirurgia cardíaca, a cardiologia clínica, a medicina interna, entre outras, e contribui para uma atualização científica e técnica dos profissionais da área da Cardiologia de Intervenção.

Para mais informações, consulte: www.reuniaoanualapic.pt

 

Produto único na redução de eventos cardiovasculares
A Jaba Recordati passa a ser responsável pela distribuição e promoção deste fármaco em Portugal, reforçando o seu compromisso...

A Jaba Recordati passa a ser a detentora de VAZKEPA ® (eicosapente de etilo), um medicamento inovador e único na sua classe, indicado para a redução do risco de eventos cardiovasculares em doentes adultos tratados com estatinas que apresentem risco cardiovascular elevado e triglicéridos elevados (≥150 mg/dl [≥1,7 mmol/l]), com doença cardiovascular estabelecida ou diabetes e pelo menos mais um fator de risco cardiovascular.

O Vazkepa® representa um avanço significativo no tratamento da doença cardiovascular, sendo o único medicamento aprovado com este perfil terapêutico em Portugal. Trata-se de uma opção diferenciadora para médicos e doentes, que vem colmatar uma necessidade clínica relevante na prevenção secundária. A sua introdução no nosso portefólio constitui também um marco importante na missão da Jaba Recordati de disponibilizar terapêuticas inovadoras e eficazes para os doentes cardiovasculares, sustentadas em evidência clínica robusta”, afirma a Dra. Thordis Berger, Diretora Médica da Jaba Recordati.

Em Portugal, as doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), são responsáveis por cerca de 30% da mortalidade total, ultrapassando patologias como o cancro ou as doenças respiratórias. De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), o enfarte agudo do miocárdio (EAM) permanece uma das formas mais graves de doença cardiovascular, responsável por milhares de mortes anualmente, com impacto significativo na qualidade de vida dos doentes e suas famílias. A Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) alerta ainda que uma parte relevante dos doentes que sobrevivem a um primeiro evento continua em risco acrescido de sofrer novos episódios cardiovasculares, incluindo morte súbita, enfarte ou acidente vascular cerebral (AVC).

É neste contexto de elevada necessidade clínica que surge o Vazkepa®. A sua introdução em Portugal baseia-se em evidência científica robusta: o ensaio clínico internacional REDUCE-IT(Reduction of Cardiovascular Events with Icosapent Ethyl–Intervention Trial) demonstrou que a administração de 4 g diários de icosapente de etilo a doentes de alto risco, já tratados com estatinas, reduziu em 25% os eventos cardiovasculares maiores, comparativamente ao placebo2. Estes resultados confirmam o valor clínico de Vazkepa®, oferecendo uma opção diferenciadora e de elevado impacto para médicos e doentes.

 

Sobre Vazkepa®

Vazkepa® contém como substância ativa eicosapenta de etilo e está indicado para reduzir o risco cardiovascular em doentes adultos tratados com estatinas, com risco elevado e triglicéridos ≥150 mg/dl. O medicamento encontra-se comparticipado a 37% (Escalão C) e está disponível em embalagens de 120 cápsulas moles de 998 mg.

 

New England Journal of Medicine, que demonstrou uma redução de 25% nos eventos cardiovasculares major em doentes de alto risco tratados com estatinas e triglicéridos elevados.

R3i Foundation; American College of Cardiology.

22 de novembro na Fundação Champalimaud e online
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) promove no próximo dia 22 de novembro as Jornadas Nacionais “Uma Visão da...

Fundada em 2002 por médicos e doentes, a APCL tem vindo a afirmar-se como uma referência no apoio a pessoas com doenças hemato-oncológicas, promovendo informação, sensibilização e suporte emocional e prático.

As Jornadas Nacionais, agendadas para 22 de novembro de 2025, marcam mais um passo neste percurso. Com o tema “Uma Visão da Hemato-Oncologia em Portugal”, o evento pretende oferecer ferramentas úteis a quem vive com estas patologias, promovendo o conhecimento da doença e o empoderamento dos doentes.
 
O evento terá lugar na Fundação Champalimaud, em Lisboa, com cerca de 200 participantes esperados presencialmente e mais 250 online. Será um momento de encontro entre doentes, cuidadores e profissionais de saúde, incentivando a partilha de experiências e o reforço da rede de apoio à volta da hemato-oncologia.
 
A APCL convida todas as entidades e profissionais a colaborar na divulgação da iniciativa, para que a informação chegue ao maior número possível de interessados. O impacto da edição anterior pode ser revisto no vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Nfui0FF9Utc
 
Radiografia do mercado de trabalho no setor da saúde em Portugal
A Randstad Research apresenta uma nova radiografia ao mercado de trabalho no setor da saúde, com base nos dados mais recentes...

Os dados mostram que o mercado de trabalho na área da saúde vive um dos períodos de maior expansão da última década. O setor da saúde humana e apoio social empregava 524,5 mil pessoas no 2º trimestre de 2025, o que representa mais 51,9 mil postos de trabalho do que em 2019, um crescimento de 11% em seis anos.

A subcategoria “atividades de saúde humana”, que inclui hospitais, clínicas e consultórios, continua a ser o principal motor do emprego na área da saúde, concentrando 62% do total.

Entre 2021 e 2024 registou-se um crescimento constante de profissionais em todas as categorias: os médicos e médicos dentistas apresentaram o maior crescimento percentual (+9%) indicando um investimento na especialização e nas áreas clínicas. Por sua vez, farmacêuticos e enfermeiros registaram crescimentos de 7%, o que, embora seja percentualmente menor, representa o maior aumento em termos absolutos. Assim, em 2024 existiam 63.965 médicos, 85.499 enfermeiros, 10.786 farmacêuticos e 12.490 médicos dentistas.

O número de profissionais de saúde a trabalhar por conta própria (trabalhadores independentes) tem vindo sempre a aumentar desde 2010, e em particular depois de 2018, ascendendo a 35,2 mil pessoas em 2024. Este facto mostra a predominância deste tipo de vínculo no funcionamento do setor da saúde em Portugal, que depende cada vez mais de profissionais liberais (médicos, enfermeiros e técnicos de diagnóstico e terapêutica).

O desemprego na área da saúde é residual e concentrado nos profissionais menos qualificados. Em agosto de 2025, estavam registadas 20.286 pessoas desempregadas na área da saúde, o equivalente a 6,7% do desemprego nacional.

A saúde é o setor mais feminizado da economia portuguesa: 82% dos profissionais são mulheres.

 

Maior parte do emprego no setor é oferecido pelos privados da saúde

O setor privado emprega 63,6% do total dos profissionais da área da saúde (284,8 mil trabalhadores por conta de outrem). Já o setor público é responsável pelo emprego de 163,3 mil pessoas (36,4% do emprego total do setor).  Isto evidencia que, embora o setor público seja crucial para a prestação de serviços de saúde em Portugal, a maior parte do emprego (referente apenas a Trabalhadores por Conta de Outrem) é oferecido por entidades privadas.

O número de empresas ligadas à saúde e apoio social continua a crescer e registou uma expansão significativa na última década. Em 2023, existiam 118.558 entidades do setor da saúde, mais 2,2% do que no ano anterior e 45% acima do nível de 2013. Destas entidades, as que oferecem serviços na área da saúde humana representam 94,6% do total, mas o apoio social é o segmento que mais aumentou a base empresarial, impulsionado por microestruturas de proximidade e serviços domiciliários.

 

Salários dos profissionais da saúde aumentaram mais de metade na última década

A remuneração média na área da saúde atingiu 1.978 euros em junho de 2025, mais 18,7% do que no ano anterior e 54,8% acima dos valores registados em 2016.

Este é um dos aumentos mais expressivos de toda a economia portuguesa e coloca as remunerações do setor 13,6% acima da média nacional.

Esta evolução reflete a maior valorização das funções técnicas e clínicas, o impacto das políticas públicas de reforço salarial no Serviço Nacional de Saúde e o esforço das entidades privadas para reter profissionais num mercado com escassez de talento.

 

Na análise de Luísa Cardoso, Business Unit Manager responsável pelas áreas de clinical & life sciences da Randstad “o setor da saúde é hoje um verdadeiro pilar económico. A taxa de emprego e o aumento expressivo das remunerações revelam não apenas a relevância social do setor, mas também a sua capacidade de gerar valor e estabilidade. A valorização salarial, a recuperação do apoio social e a crescente presença privada são sinais de um setor em transformação, que precisa de continuar a investir em formação, retenção de talento e inovação organizacional. A escassez de profissionais, o envelhecimento da força de trabalho e o desequilíbrio de género são desafios estruturais, que exigem políticas ativas de qualificação, rejuvenescimento e maior diversidade no emprego.”

 

Para mais informações, consulte www.randstad.pt/randstad-research.

Opinião
A Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) publicou um novo e inovador Documento de Consenso Clínico
Este documento, que conta entre os autores alguns dos mais destacados cientistas europeus e dos EU na área da prevenção cardiovascular, contou com a contribuição da Associação Europeia de Cardiologia Preventiva, a Associação para Cuidados Cardiovasculares Agudos e a Associação de Insuficiência Cardíaca da ESC.
 
Os dados recentes demonstram que infeções comuns, como a gripe, a COVID-19 e a pneumonia, aumentam substancialmente o risco de eventos cardiovasculares major (MACE), incluindo enfarte do miocárdio, insuficiência cardíaca, arritmias e morte súbita.
 
Durante uma infeção aguda, os mecanismos inflamatórios e pró-trombóticos podem desestabilizar a placa aterosclerótica e comprometer a função cardíaca — mecanismos observados em doenças como a gripe, a infeção pneumocócica, o vírus sincicial respiratório (RSV) e o SARS-CoV-2.
 
Benefícios da Vacinação
  • A vacinação contra a gripe reduz o risco de contrair a infeção em 60%; os indivíduos vacinados têm uma redução de eventos cardiovasculares importantes de pelo menos 30%.
  • Nos indivíduos que sofreram enfarte do miocárdio e foram vacinados contra a gripe durante a hospitalização, a redução da mortalidade CV é de 40
  • A vacinação antipneumocócica previne até 70% das formas invasivas da doença e reduz eventos cardiovasculares em idosos.
  • As vacinas contra a COVID-19 reduzem a gravidade da doença, as hospitalizações, a mortalidade e o risco de síndrome pós-COVID (redução de cerca de 43%).
  • As vacinas contra o herpes zoster e o papilomavírus humano (HPV) podem reduzir em mais de 50% os eventos cardiovasculares e normalizar o risco aterosclerótico.
  • A vacinação é segura e benéfica para grupos vulneráveis, incluindo doentes com insuficiência cardíaca, síndromes coronários crónicos, cardiopatias congénitas, transplantados cardíacos e grávidas.
Riscos e Segurança
As reações adversas graves às vacinas são extremamente raras (<10 por 100.000). As reações locais ou sistémicas ligeiras são frequentes e benignas. A miocardite após a vacinação contra a COVID-19 ocorre sobretudo em homens jovens, mas é seis vezes menos frequente do que a miocardite causada pela própria infeção, e tende a resolver-se espontaneamente. A monitorização cuidadosa e o tratamento segundo as orientações habituais são recomendados.
 
Recomendações
1. Vacinação anual contra a gripe para todos os adultos com doença cardiovascular, de preferência durante a hospitalização por síndromes coronários agudos ou insuficiência cardíaca. Recomendação adicional de vacinação de todos os adultos > 65 anos.
2. Vacinação antipneumocócica para indivíduos com 65 ou mais anos, ou com doenças cardiovasculares crónicas (excepto apenas HTA).
3. Vacinação e reforços contra a COVID-19 de acordo com as orientações nacionais, com prioridade para idosos e doentes cardíacos de risco elevado.
4. Vacinação contra o herpes zoster e o HPV como complemento à prevenção cardiovascular.
5. Implementação de programas de vacinação integrados em unidades hospitalares e de cardiologia.
6. Ações educativas e de comunicação para combater a desinformação e reforçar a importância da vacinação na proteção cardiovascular.
 
Conclusão
A vacinação deve ser vista como o quarto pilar da prevenção cardiovascular. A ESC apela a decisores, clínicos e cidadãos para que reconheçam a imunização como uma intervenção segura, custo-efetiva e essencial na redução do peso global das doenças cardiovasculares.
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde em Público
Já está disponível o Saúde em Público, o podcast do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), que convida...

Com um tom informativo, mas acessível, o projeto pretende aproximar a ciência da sociedade e dar voz à investigação em saúde pública que se faz no ISPUP, promovendo um espaço de partilha, reflexão e diálogo sobre os desafios presentes e futuros da saúde. 

O podcast é conduzido por Ana Henriques, Ana Moura e Joana Araújo, investigadoras do ISPUP, que se revezam na condução das conversas com diferentes convidados. Em cada episódio, são exploradas histórias e perspetivas que mostram como a investigação científica influencia o quotidiano das pessoas e as políticas de saúde. 

A primeira temporada do “Saúde em Público” é composta por seis episódios, lançados semanalmente, à terça-feira, no Spotify e no YouTube

No episódio de estreia, já disponível, Ana Moura conversa com Henrique Barros – diretor do ISPUP e um dos nomes mais sonantes da saúde pública e da epidemiologia – sobre o verdadeiro significado da saúde pública — e como a ciência que nela se faz pode transformar o bem-estar das populações.   

Ao longo da primeira temporada, n’o Saúde em Público serão discutidos temas tão diversos como a alimentação, a atividade física, o comportamento violento, o chemsex ou a tuberculose, refletindo a diversidade e a relevância social da investigação em saúde pública. 

 

Dia Mundial de Luta Contra a Dor | 17 de outubro
O Dia Mundial de Luta Contra a Dor é promovido pela Associação Internacional para o Estudo da Dor e

A dor é real!

A dor é, atualmente, definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada, ou semelhante àquela associada, a dano tecidular real ou potencial. Isto quer dizer que a dor é sempre real e que parte de uma experiência subjetiva que é influenciada por vários fatores biológicos, psicológicos e sociais que devem ser considerados para cada pessoa, de forma individual.

 

A dor, enquanto dor aguda, é boa e resulta de um processo neurofisiológico normal que funciona como um sinal de alerta para nós!

Na verdade, a dor é uma experiência essencial à nossa sobrevivência. Quando nos magoamos ou sofremos algum tipo de trauma, sentimos dor e desencadeamos um conjunto de comportamentos importantes para a nossa recuperação e proteção do nosso corpo. Este mecanismo de proteção está presente desde o nascimento e não acontece só com o avançar da idade como ouvimos algumas pessoas à nossa volta dizer recorrentemente.

 

Quando é que a dor deixa de ser então um alerta importante?

Quando se mantém prolongada, de forma recorrente ou persistente, por mais de três meses, a dor perde a sua utilidade biológica, ou seja, deixa de ser um sinal de aviso de que algo possa estar errado e, muitas vezes, não é encontrada nenhuma alteração ou lesão nos tecidos que a justifique. Quantas vezes ouvimos as pessoas dizer que fizeram um conjunto de exames imagiológicos (raio-X, ecografia, ressonância, …) mas, continuam sem saber a causa da sua dor porque os exames não mostraram nada?!

Nestes casos, a dor passa a ser uma doença por si só e transita para uma situação de dor crónica. Na dor crónica, a dor pode persistir mesmo depois de uma lesão ter cicatrizado e/ou quando não há lesão identificável. Existem atualmente vários mecanismos neurofisiológicos que ajudam a explicar o que acontece na transição, e manutenção, de uma dor aguda para dor crónica, em particular, sustentados em várias alterações que ocorrem ao nível do funcionamento do próprio sistema nervoso. O sistema nervoso é responsável por receber/enviar, processar e interpretar sinais entre diferentes partes do nosso corpo e, em condições de dor crónica, pode ficar mais sensível a esta transmissão de informações e tornar-se sensível a outros estímulos como movimentos, pensamentos, emoções, que se tornam suficientes para exacerbar a dor.

 

Mais repouso nem sempre é a melhor opção!

A ideia de que ao sentir dor devemos evitar tudo o que nos provoca dor para impedir que ela agrave é, excessivamente, comum. Muitas vezes achamos que o repouso e o cessar totalmente as nossas atividades laborais, familiares e/ou sociais, são a solução para resolver e/ou diminuir a dor crónica, mas, na verdade, só a estamos a agravar. O repouso prolongado irá contribuir para a persistência da dor e maior sensibilização do sistema nervoso, aumentar o medo-evitamento de atividades/movimentos, reduzir a nossa capacidade física, promover o isolamento e problemas emocionais e cognitivos associados.

Na presença de dor crónica, é importante mantermos as rotinas do nosso dia-a-dia e promovermos um estilo de vida ativo e saudável, como a prática de exercício, rotinas de sono reparadoras, atividades que nos tragam prazer e qualidade de vida. Quantas vezes já experienciaram estar com uma dor de cabeça ou dor lombar, que desaparece assim que chegam a um evento entre amigos?! Isto acontece porque as atividades/experiências positivas, que nos distraem, que nos dão gosto em realizar, e que não nos colocam o foco e o pensamento na dor, ajudam a reduzir a dor e a sensibilidade de todo o nosso sistema nervoso!

Sabemos atualmente que saber mais sobre dor e sobre a sua autogestão, também tem efeitos positivos na experiência de dor. Estratégias de intervenção baseadas em educação em ciência da dor, combinadas com a prática de exercício físico, têm sido reconhecidas na evidência científica como estratégias eficazes no tratamento e prevenção de várias condições de dor crónica quer em populações jovens, quer em adultos. Esta temática e outras questões sobre a dor podem ser exploradas com maior detalhe no livro “Intervenção em Dor”, editado pela LIDEL.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
Caro(a) leitor(a), neste Dia Nacional de Luta Contra a Dor, convido-o(a) a fazer uma viagem metafóri

Imagine que a dor é como uma viagem de avião na qual embarcou. Essa viagem pode ser previsível ou inesperada: por vezes mais curta, como um voo dentro da Europa (dor aguda), ou mais longa, como uma travessia intercontinental (dor crónica). Concordamos que, independentemente da distância, a viagem pode ser tranquila ou turbulenta — tal como a dor pode estar sob maior ou menor controlo.

Sabemos também que os passageiros são muito distintos: uns mais preparados e proativos, outros mais ansiosos, inquietos e reativos. Uns confiam no destino, outros questionam se chegarão em segurança. Isto mostra-nos o quão pessoal é a experiência da dor, que envolve não apenas aspetos biológicos e sensoriais, mas também dimensões emocionais, comportamentais e sociais.

Na chegada ao aeroporto, no balcão de check-in (a avaliação clínica), é essencial ter os documentos em ordem. Aqui falamos de um verdadeiro “passaporte da dor”: história da dor (aguda ou crónica, oncológica ou não oncológica), antecedentes pessoais e principais comorbilidades, história farmacológica, alergias, intolerâncias e possíveis interações. O assistente acompanha o passageiro até ao voo. Pode levar toda a bagagem que desejar, mas quanto mais despachar para o porão, mais leve se torna a viagem — uma metáfora para a aliança terapêutica e o compromisso num plano conjunto.

Chegou ao voo. Cinto de segurança apertado, começa a viagem. Desde cedo o corpo pode dar sinais de alarme: maior intensidade, maior frequência ou maior impacto na qualidade de vida. É preciso estar atento às indicações da tripulação — luzes, oxigénio, colete salva-vidas — representando intervenções que podem ser mais ou menos invasivas. O passageiro deve sentir-se confortável e saber que, em qualquer momento, pode chamar a equipa de bordo. Aqui reforçamos a importância do autorrelato e do contacto próximo com as equipas de saúde. Embora o destino seja conhecido (controlo da dor), a paisagem nem sempre é nítida. E a dor, apesar de desagradável, não tem de estar inevitavelmente associada a sofrimento.

Mas e se a turbulência não acaba? A dor crónica, não controlada, desgasta como horas intermináveis num avião sem descanso. Perturba o sono, rouba energia, limita movimentos, promove isolamento social. Alguns passageiros chegam a pensar: “Será que vou aguentar até ao destino? Não seria melhor uma paragem de emergência?” O impacto da dor é, muitas vezes, maior do que imaginamos. Não existe apenas “uma dor”; existem dores.

Não podemos esquecer a tripulação. Nenhum voo é seguro sem ela. No caso da dor, a equipa inter e multidisciplinar — médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, entre outros — desempenha esse papel. Queremos os cuidados certos, no tempo certo, para a pessoa certa, pela equipa certa. Sempre coordenados, em comunicação, atentos às necessidades do passageiro, escutando, questionando e orientando.

Também a aeronave é determinante. Tal como um avião precisa de motores potentes, a gestão da dor depende de fármacos específicos. Analgésicos simples (paracetamol, anti-inflamatórios) são úteis em percursos curtos, em dores menos intensas. Em viagens mais exigentes, pode ser necessário reforço: opióides ajustados (morfina, tramadol), antidepressivos (amitriptilina, duloxetina), anticonvulsivantes (gabapentina, pregabalina) ou formulações de libertação prolongada que mantêm estabilidade ao longo do voo. A chave está na dose certa, no momento certo, evitando excesso ou falha de combustível.

Mas não basta o motor funcionar: é preciso que os serviços a bordo maximizem o conforto. As abordagens não farmacológicas — fisioterapia, psicoterapia, técnicas de relaxamento, meditação, música, acupuntura — são como comodidades que transformam um voo turbulento numa experiência mais serena.

E olhando para o “avião” futuro? As novas tecnologias já estão a mudar a forma como “voamos” sobre a dor. Dispositivos de neuromodulação funcionam como sistemas avançados de navegação, ajustando sinais nervosos em pleno voo. A realidade virtual distrai a mente e reduz a perceção da dor, como se oferecesse ao passageiro uma janela com paisagens tranquilas. Aplicações móveis monitorizam sintomas em tempo real, comunicando com a tripulação em terra e ajustando a rota sempre que necessário. Até jogos estão a ser usados como intervenção. Será isto o futuro ou já o nosso presente?

E, sem darmos conta, chegamos à aterragem. No caso da dor, não falamos apenas em eliminar totalmente o desconforto — muitas vezes impossível —, mas em aterrar com segurança, dignidade e qualidade de vida. Uma viagem longa pode ser cansativa, mas, se bem acompanhada, o passageiro sente-se cuidado e protegido. E, tal como em muitos voos, podemos terminar com aplausos: um gesto simples que gera ânimo, sorrisos e cumplicidade entre passageiros e tripulação.

Obrigado pela companhia nesta viagem. A dor crónica não controlada é como uma turbulência persistente em pleno voo: compromete o sono, gera fadiga, reduz a mobilidade e favorece ansiedade e depressão. Está associada a maior risco (cardio)vascular, maior dependência funcional e isolamento social. Reconhecer estes sinais e agir precocemente permite transformar a viagem em percurso mais estável, com segurança, conforto e dignidade.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“Alimentação Divertida – O prazer das frutas e legumes”
Unindo a nutrição e a educação para promover hábitos saudáveis nos mais novos de forma criativa e divertida, “Alimentação...

A Ordem dos Nutricionistas associa-se à Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS) na dinamização de um programa educativo que, com uma abordagem criativa, lúdica e pedagógica, procura reforçar aprendizagens cognitivas e emocionais, incentivar o consumo de frutas e legumes, prevenir a obesidade infantil e promover o bem-estar físico e psicológico entre crianças do 1.º ciclo do ensino básico.

As primeiras ações da iniciativa “Alimentação Divertida – O prazer das frutas e legumes” terão lugar já nos dias 16 e 17 de outubro, no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Alimentação. No dia 16, a Escola Básica do Alto do Moinho, do Agrupamento de Escolas Vale de Milhaços, acolhe cerca de 200 crianças num evento que contará com a presença da Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Liliana Sousa. No dia seguinte, 17 de outubro, sexta-feira, será a vez do Agrupamento de Escolas de Alvalade receber o programa, também com 200 alunos participantes.

Estas atividades marcam o início de uma colaboração entre a Ordem dos Nutricionistas e a Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde que se pretende alargar a outras escolas do país, promovendo uma maior literacia alimentar e nutricional junto das comunidades educativas, reforçando o papel da educação para a saúde como investimento essencial no futuro das crianças.

“A união de esforços entre a sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde e a Ordem dos Nutricionistas, além de outros importantes parceiros, demonstra a força do trabalho em rede e do investimento em intervenções diretas junto da população. O programa «Alimentação Divertida – O prazer das frutas e legumes» é essencial para a sensibilização através da g gamificação da razão e emoção combinadas. Estamos muito felizes por darmos corpo junto dos professores, alunos e cuidadores a estas iniciativas.”, refere Cristina Vaz de Almeida, Presidente da SPLS.

Para Liliana Sousa, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, “esta parceria representa um passo importante na promoção da literacia alimentar e nutricional das crianças portuguesas, envolvendo escolas, famílias e profissionais de educação num esforço conjunto para criar ambientes alimentares mais saudáveis e conscientes. Iniciativas como esta mostram que é possível educar para a saúde através da emoção, da experimentação e do prazer de comer bem.”.

A Ordem dos Nutricionistas e a Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde encontram-se ainda a preparar a formalização de um protocolo de cooperação, que reforçará o compromisso mútuo com a promoção da literacia em saúde e da alimentação ao longo da vida, em linha com as metas nacionais e internacionais para a promoção da saúde pública e do bem-estar das populações.

 

Desmistificar para transformar
A menopausa é uma transição inevitável na vida das mulheres, mas continua a ser um tema pouco falado

Na semana em que se assinala o Dia Mundial da Menopausa (18 de outubro), a Clínica Médis, marca do Grupo Ageas Portugal, desmistifica alguns mitos e traz este tema para o centro da discussão, reforçando o seu compromisso com a saúde da mulher.  

O que é a menopausa? 

A menopausa corresponde ao fim das menstruações espontâneas, sendo confirmada após 12 meses consecutivos sem o período menstrual. Este processo biológico assinala o fim da fertilidade e resulta numa diminuição progressiva da atividade dos ovários, que consequentemente leva a uma redução da produção de estrogénios. Geralmente, ocorre entre os 40 e os 58 anos, podendo acontecer de forma precoce, por volta dos 30 anos.   

Impacto na vida da mulher

As alterações hormonais que acontecem durante o período da menopausa têm repercussões importantes em várias áreas da vida da mulher, o que torna esta etapa, por vezes, desafiante. Entre os sintomas mais comuns destacam-se os afrontamentos, suor excessivo, perturbações no sono, alterações cardiovasculares e metabólicas. Estes sintomas, de intensidade variável, podem afetar profundamente o bem-estar físico, emocional e social da mulher.  

Tabus e preconceitos 

Apesar de ser um fenómeno biológico e universal, a menopausa continua a ser um tema tabu. O silêncio e a desinformação acentuam o medo de expor o tema, dificultando o acesso a soluções e ao apoio necessário. É de reforçar ainda que, muitas vezes, a menopausa está associada ao ‘fim da feminilidade’, o que pode gerar sentimentos de invisibilidade, incompreensão e isolamento por parte da mulher.  

Riscos e desafios para a saúde

Durante a menopausa, as alterações hormonais aumentam o risco de determinadas condições de saúde. Destacam-se a incontinência urinária, doenças cardiovasculares, osteoporose e diabetes, além de uma maior probabilidade de desenvolver certos tipos de cancro, como é o caso do cancro da mama.  

Estratégias para o bem-estar

A procura de informação fidedigna e acompanhamento médico regular são essenciais para uma experiência positiva e equilibrada durante a menopausa. Também a fisioterapia pode ser um aliado na reabilitação muscular e no aumento da resistência, enquanto a prática de exercício físico regular, como caminhadas, contribui para a saúde geral e bem-estar. Uma alimentação equilibrada, e o cuidado com a saúde mental, são igualmente importantes para uma vivência mais confiante.  

Dicas práticas para atenuar e prevenir sintomas:

  • Consultar sempre um profissional de saúde; 
  • Procurar informação junto de fontes especializadas; 
  • Ter acompanhamento médico personalizado, ajustado às necessidades individuais; 
  • Praticar exercício físico regularmente; 
  • Adotar uma alimentação saudável e manter o corpo hidratado; 
  • Não ignorar sintomas persistentes que afetem o bem-estar; 
  • Partilhar dúvidas e promover a discussão aberta sobre a menopausa. 

 

Desmistificar o tema é essencial. A menopausa é uma fase de transformação e vivê-la sem tabus é um direito de todas as mulheres. Combater o estigma e promover a informação são passos fundamentais para uma sociedade mais informada, inclusiva e solidária. 

 

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
O Dia Mundial da Alimentação, comemorado sempre a 16 de outubro, foi criado em 1979 pela FAO (Organi

Este ano o tema é “De mãos dadas por alimentos melhores e um futuro melhor" e apela à colaboração de todos (governos, organizações, diferentes setores e comunidades) para transformar os sistemas agroalimentares e garantir que todos tenham acesso a uma alimentação saudável, com qualidade nutritiva sem comprometer a sustentabilidade dos ecossistemas.

Como podemos levar esta mensagem às nossas casas e aplicá-la no nosso quotidiano, convivendo com a doença renal? A alimentação é fulcral para a prevenção e controlo na progressão da doença, por isso as escolhas alimentares diárias e adequadas ao contexto clínico e individual podem melhorar a qualidade de vida e até, em estadios iniciais, retardar a progressão da doença. A redução do consumo de sal e de produtos processados, o ajuste da ingestão proteica e o controlo da ingestão de potássio e fósforo são pontos essenciais para reduzir complicações clínicas. A garantia de acesso equitativo a todos os doentes renais de alimentos seguros, nutritivos e adequados é também parte importante do tratamento. O incentivo ao consumo de produtos frescos, sazonais e de origem local é uma ação importante que cada um de nós pode e deve ter. Se priorizarmos dietas que combinam ganhos em saúde com sustentabilidade (menor desperdício e escolhas conscientes) teremos um futuro ambientalmente equilibrado.

A responsabilização nesta temática não pode ser só individual, todos temos de estar unidos nesta missão. Para tal, é importante que o poder político se alie às escolas, empresas do setor agroalimentar, profissionais de saúde e famílias para garantir que se cumpre o que é emergente e necessário. “De mãos dadas” representa a importância de todos, em conjunto, fazermos escolhas que garantam o nosso futuro, mas também o do nosso planeta. No caso da doença renal, doentes, profissionais de saúde e sociedade podem transformar a nutrição numa aliada poderosa no cuidado da saúde, garantindo não apenas alimentos melhores, mas também um futuro com mais vida e qualidade.

Neste dia tão importante, não se esqueça que escolher e partilhar alimentos melhores é um passo essencial para construirmos juntos um futuro mais saudável e sustentável para todos.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Novo estudo revela
O primeiro estudo da prevalência da diabetes em Portugal (PREVADIAB, 2009) demonstrou que os Açores eram a região do país com...

Nos últimos 2 anos, um grupo de trabalho, integrando médicos endocrinologistas do Hospital Divino Espírito Santo, de Ponta Delgada, e da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, em colaboração com especialistas em Medicina Geral e Familiar, nutricionistas e enfermeiras da Unidade de Saúde da Ilha Graciosa, procederam ao levantamento da diabetes naquela ilha, com uma população de 4.090 habitantes, de acordo com os censos 2021.

Os investigadores aplicaram o questionário FINDRISC (Finnish Diabetes Risk Score), que avalia o risco de uma pessoa desenvolver diabetes tipo 2 nos próximos 10 anos, numa amostra aleatória da população da ilha, entre os 20 e os 70 anos de idade.

Os inquiridos com uma pontuação igual ou superior a 15, portanto, com alto risco de diabetes nos próximos 10 anos, foram submetidos a análises de sangue, incluindo a prova de sobrecarga oral com 75 g de glicose. Os resultados demonstram que, entre 22% a 23% da população da ilha, entre os 20 e os 79 anos, tem diabetes, sendo que 26% não sabia que tinha a doença.

No estudo hoje apresentado na Reunião do Grupo de Estudos da Diabetes da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Metabolismo e Diabetes, em Fátima, Maria Ponte, endocrinologista, realçou, ainda, que a glicemia, 1 hora após sobrecarga de glicose, é um critério mais sensível do que a glicemia às 2 horas, o que confirma a indicação proposta pela Federação Internacional da Diabete.

Em conclusão, segundo João Anselmo, endocrinologista do Hospital Divino Espírito Santo, “o aumento da prevalência da diabetes em particular nas ilhas mais pequenas, obriga a uma vigilância periódica da sua prevalência para aferição da eficácia das medidas tomadas na prevenção da doença”.

 

Lúpus Eritematoso Sistémico
A Associação de Doentes com Lúpus relembra que está a terminar o período de participação no Estudo TRANSfORM, uma investigação...

O estudo, desenvolvido em parceria com a AstraZeneca, o ICBAS – Universidade do Porto, a Universidade da Beira Interior, o Centro de Estudo e Avaliação em Saúde (CEFAR/ANF) e a própria Associação de Doentes com Lúpus, tem como objetivo compreender melhor a realidade clínica e sociodemográfica destes doentes, comparando a utilização real de corticosteroides com as recomendações clínicas atuais.

A participação no estudo consiste no preenchimento de um questionário, com uma duração aproximada de 15 minutos, que será realizado uma única vez. As questões abordarão informações sociodemográficas e clínicas, como a medicação para o LES, o acompanhamento médico e o impacto da doença na produtividade laboral. Toda a informação recolhida é estritamente confidencial e será utilizada exclusivamente no âmbito do estudo TRANSfORM.

O estudo está aberto a todos os adultos (idade igual ou superior a 18 anos) interessados, que tenham um diagnóstico de LES e que forneçam o seu consentimento informado para a participação.

Para participar, basta dirigir-se a uma das farmácias comunitárias aderentes ou poderá também ligar previamente, para agendamento do dia e hora, para preenchimento do questionário até final de outubro. A lista de farmácias aderentes é atualizada semanalmente e poderá ser consultada através do seguinte link: Farmácias estudo Transform - Google Drive

“Estamos na reta final da fase de inscrições e cada participação conta. Apelamos a todos os doentes com diagnóstico médico de LES que se juntem a este esforço coletivo para melhorar o conhecimento da doença em Portugal. A vossa contribuição é essencial para que possamos avançar no melhor diagnóstico e acompanhamento”, sublinha Rita Mendes, presidente da Associação de Doentes com Lúpus.

O LES é uma doença crónica que afeta aproximadamente 0,1% da população portuguesa, sendo marcada por períodos de crise e melhoria que impactam significativamente a qualidade de vida dos doentes1. O uso prolongado de corticosteroides, um tratamento comum para até 80% dos doentes, acarreta riscos de efeitos adversos graves, o que torna fundamental a recolha de dados do mundo real sobre a sua utilização2,3.

 

Referências

  1. Kaul A, et al. Nat Rev Dis Primers. 2016 Jun 16;2:16039.
  2. Branco JC, et al. RMD Open. 2016 Jan 19;2(1):e000166.
  3. Arnaud L, et al. Lupus Sci Med. 2025 Feb 18;12(1):e001428. 4 - Protocolo do estudo TRANSfORM D2287R00204.

 

Peniche recebe
A XXI edição das Conferências Abertas de Optometria, organizada pela APLO, a Associação de Profissionais Licenciados de...

O programa desta edição é bastante diversificado e inclui intervenções de oradores nacionais e internacionais, debates e workshops. Durante as Conferências Abertas serão abordados os temas mais relevantes e atuais da optometria, mas também o rumo da optometria em Portugal.

As Conferências Abertas representam um momento incontornável para a comunidade da optometria portuguesa, privilegiando a partilha de conhecimentos científicos, a atualização de informação para os profissionais e o convívio entre os optometristas.

Candidaturas abertas até 31 de dezembro de 2025
A Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED) anuncia a abertura das candidaturas para a 4.ª edição do...

O prémio distinguirá o melhor trabalho de informação desenvolvido nas áreas da imprensa, rádio, televisão e internet, que tenha sido produzido por um jornalista detentor de carteira profissional, em língua portuguesa, e que seja publicado/difundido num órgão de comunicação social legalmente constituído em Portugal, de âmbito nacional, regional ou local, entre o dia 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2025; e o melhor trabalho produzido, em língua portuguesa, por um estudante ou por uma equipa de estudantes do ensino superior de jornalismo ou de comunicação, que tenha sido publicado num órgão de comunicação legalmente registado em Portugal, um órgão de comunicação ou sítio web de uma instituição do ensino superior, ou que seja um trabalho académico de cariz jornalístico certificado por docente universitário, entre o dia 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2025.

O júri responsável pela avaliação dos trabalhos inclui Antonieta Lucas, presidente da direção da APORMED, João Gonçalves, diretor executivo da APORMED; João Gamelas, Diretor Clínico da Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental; Mafalda Fateixa, responsável de comunicação e marketing da B. Braun Portugal; Nicole Matias, responsável de comunicação da Fresenius Medical Care; e Andreia Garcia, professora doutorada em Ciências da Comunicação e docente na Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa.

As candidaturas são admitidas em duas categorias: “Jornalista” e “Estudante”, terminando o prazo de submissão das mesmas no próximo dia 31 de dezembro de 2025. Nesta edição, cada candidato poderá submeter apenas um trabalho jornalístico.

O Prémio será atribuído a um único trabalho candidato, independentemente da categoria em que o mesmo se insere, recebendo o vencedor um cheque no valor de 1.000€ (mil euros).

Todos os trabalhos devem ser enviados para [email protected] acompanhados pela fotocópia da carteira profissional do autor e declaração do órgão de comunicação da publicação correspondente, atestando a veracidade dos elementos referentes à publicação e à sua data. Os estudantes devem enviar comprovativo de inscrição no curso. O regulamento do Prémio pode ser consultado em www.apormed.pt.

 

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