Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) anuncia que já foram realizados mais de nove mil rastreios à diabetes...

Em apenas um ano, a associação está prestes a atingir o objetivo de dez mil rastreios, meta inicialmente definida para os quatro anos de duração da campanha. A iniciativa tem contado com a colaboração de diversas entidades, entre as quais escolas e coletividades infantojuvenis, profissionais de saúde e unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente as Unidades Locais de Saúde de Matosinhos e Beja, que têm desempenhado um papel fundamental na implementação e divulgação da campanha.

"Estamos extremamente orgulhosos por assinalar o primeiro ano de campanha com resultados tão positivos, depois de, em apenas seis meses, termos conseguido ultrapassar os cinco mil rastreios”, congratula-se João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP. "Atingir os nove mil rastreios é prova do compromisso das nossas equipas, do envolvimento de diferentes parceiros, mas, acima de tudo, da participação dos pais e famílias e do seu empenho com a saúde e o bem-estar dos filhos. O regresso às aulas é o momento ideal para reforçar esta mensagem: a prevenção é a chave para um futuro mais saudável e com mais oportunidades de aprendizagem.”, remata.

A campanha "O seu filho tem um dedo que adivinha" tem como objetivo detetar precocemente a diabetes tipo 1 em crianças e jovens, entre os 3 e os 17 anos, através de um teste simples - uma picada no dedo, para recolher uma gota de sangue -, que consegue identificar se já existe um processo de destruição das células que produzem insulina no pâncreas.

"A colaboração com as unidades do SNS, bem como a abertura de outras entidades para estarmos presentes em diversos contextos, tem sido determinante. A deteção precoce pode mudar vidas e cabe a cada um de nós contribuir para melhorar a vida de crianças e jovens em fase pré-sintomática da diabetes tipo 1.", reforça Raquel Coelho, coordenadora do Departamento de Crianças e Jovens da APDP, acrescentado: “esperamos, com os resultados deste projeto, contribuir para dar os primeiros passos para implementar o programa nacional de rastreio da diabetes tipo 1”.

Para mais informações sobre a campanha, como participar e onde realizar o rastreio: https://odedoqueadivinha.pt/

Cancro colorretal mata 11 portugueses por dia
A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), com o apoio da Europacolon Portugal, está a promover uma campanha nacional de...

“O cancro colorretal, também conhecido por cancro do intestino, é um dos cinco cancros mais comuns do aparelho digestivo e aquele com maior taxa de mortalidade. Todos os dias, em média, 11 portugueses perdem a vida devido a esta doença. Por ser um cancro silencioso nos estádios iniciais, quando surgem sintomas como dor abdominal intensa, sangue nas fezes, perda de peso ou alterações no trânsito intestinal, pode já estar numa fase avançada”, explica Marília Cravo, gastrenterologista e presidente da SPG.

Quando detetado atempadamente, este cancro é tratável, apresentando uma taxa de sobrevivência de 90% aos cinco anos após o diagnóstico. Em caso de diagnóstico tardio, a taxa de sobrevivência global aos cinco anos cai para cerca de 50%. Por este motivo, a SPG sublinha a importância do rastreio a partir dos 45 anos.

“Com esta campanha, a mensagem que queremos transmitir é clara: não se atrase. A partir dos 45 anos, o rastreio deve tornar-se uma prioridade. A colonoscopia feita a tempo pode salvar vidas, permitindo, de forma segura e minimamente invasiva, identificar pólipos do intestino que podem evoluir para cancro e que, ao serem removidos durante a colonoscopia, vão contribuir para reduzir a incidência deste cancro. O importante é não adiar”, reforça Marília Cravo.

A campanha da SPG vai estar presente nas redes sociais da associação e nos meios de comunicação social. Para mais informações, consulte o site da Saúde Digestiva, através do seguinte link: https://saudedigestiva.pt/

 

UMinho
Cerca de cem investigadores de vários pontos do mundo, especializados nas áreas da Comunicação e Literacia em Saúde, reúnem-se...

Ao longo dos três dias serão discutidos temas como a tomada de decisão partilhada em saúde, a inteligência artificial no contexto da comunicação, a comunicação das vacinas, a saúde mental ou o acesso das populações migrantes à saúde, com a contribuição de investigadores de várias áreas do conhecimento, empenhados na compreensão e melhoria dos processos de comunicação dentro desta temática. Rita Araújo, que coordena a comissão organizadora desta conferência, nota que se privilegiou a boa investigação desenvolvida a nível nacional, o que também se reflete na escolha dos oradores convidados.

O programa arranca no dia 24, com a receção aos participantes, sendo os restantes dias preenchidos por dois painéis e cerca de 80 comunicações, que se desdobram em 15 sessões paralelas, sempre no edifício 2 do campus de Gualtar, em Braga. A sessão inaugural será proferida na quinta-feira, às 9h15, por Hernâni Zão Oliveira, professor na Universidade de Évora e investigador com trabalho premiado na área das tecnologias de comunicação de saúde.

Serão também oradores convidados Duarte Vital Brito, que dirige o grupo de trabalho em comunicação do Plano Nacional de Saúde, Débora Miranda, jornalista e consultora na área da comunicação de saúde, e Gustavo Tato Borges, médico especialista em saúde pública e coordenador da Direção-Geral de Saúde para a região Norte.

O evento tem o apoio da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (Sopcom) e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Há mais informações em www.cecs.uminho.pt/echc2025 .

 

Os Seniores no Século XXI – Compromisso de Futuro
Envelhecimento populacional necessita urgentemente de políticas públicas integradas e eficazes. Especialistas e decisores...

Não obstante Portugal ser um dos países da União Europeia com a população mais envelhecida, onde cerca de 23% das pessoas possuem mais de 65 anos, tal problema demográfico goza de “uma insuficiente visibilidade no debate político nacional”, alerta Joaquim Dantas Rodrigues, advogado, partner da Dantas Rodrigues & Associados, cujo Gabinete Sénior dinamiza esta quinta-feira (dia 25) o congresso «Os Seniores no Século XXI – Compromisso de Futuro», que ocupará o auditório da Fundação Cidade de Lisboa durante todo o dia.

E é por isso mesmo, pelos desafios sociais, económicos, jurídicos e de saúde - de curto a longo prazo – que se colocam a muitos milhares de famílias, que estes temas assumem particular relevância e merecem a participação de três candidatos à presidência da República na estreia deste fórum, que pretende ser o espaço onde a política, o direito e a sociedade se encontram para pensar em soluções.

Em curtas intervenções, António José Seguro (às 10h30), Luís Marques Mendes (às 16h00) e Henrique Gouveia e Melo (às 17h45) trarão ao evento as respetivas visões sobre as políticas públicas que Portugal deveria implementar para um envelhecimento ativo e saudável. Fá-lo-ão numa tribuna onde estarão dezenas de especialistas (de organismos públicos e privados), profissionais do setor, outros decisores políticos e cidadãos (ver programa em anexo).

Estimativas europeias apontam para que o rácio de dependência de idosos (que mede o número de pessoas com 65 anos ou mais por cada 100 pessoas em idade ativa) em Portugal atinja aproximadamente 63% até 2050 – o que, a concretizar-se, poderá vir a ser o mais alto entre todos os estados-membros da União Europeia. Além da dificuldade acrescida desta eventualidade no domínio das respostas sociais, o cenário agravará consideravelmente as finanças públicas portuguesas.

“A população sénior portuguesa é diversificada e inclui pessoas ativas, socialmente inseridas e economicamente independentes, bem como uma numerosa faixa de seniores que enfrenta fragilidades físicas, dificuldades económicas, isolamento social, acesso limitado a serviços de saúde e a tecnologias digitais, sem esquecer a falta de apoio jurídico adequado – esta uma carência que dificulta a proteção dos seus direitos, com uma Justiça célere, capaz de acompanhar o respetivo ritmo do tempo de vida”, considera Joaquim Dantas Rodrigues, sublinhando que todos estes obstáculos “afetam não apenas os seniores, como também milhares e milhares de famílias, comunidades e organizações em que estão inseridos, refletindo-se na qualidade de vida e na coesão social”.

O especialista em Direito salienta ainda que o problema é “estruturante na nossa sociedade”, é acompanhado pela diminuição da natalidade, e “precisa, como de pão para a boca, de políticas públicas integradas e eficazes urgentes”.

O congresso «Os Seniores no Século XXI – Compromisso de Futuro» pretende ser uma plataforma de ajuda, de diagnóstico permanente, mas também de caminhos e soluções. Será, palco, por isso, para a apresentação de reflexões e resultados.

Na edição de arranque do evento, a realidade de Espanha, além da portuguesa, ocupará um espaço relevante. E à tribuna subirá a visão do Governo de Madrid - que é a maior Comunidade de Espanha e o grande centro europeu de desenvolvimento de políticas públicas de longevidade -, mas também do congénere da Comunidad de Castilla y León, que partilha uma longa fronteira e relação com a região do Norte de Portugal.

Nacionalmente, o congresso permitirá conhecer, por exemplo, as dinâmicas que a Associação Coração Delta (da conhecida Delta Cafés) tem empreendido no interior de Portugal, em projetos com a população sénior. Mas também subirão à tribuna alguns projetos em marcha em Viana do Castelo, Viseu, Porto e Lisboa, exemplos da implementação das políticas publicas de longevidade.

A jornada de reflexão receberá ainda o contributo de várias instituições com projetos inovadores e trabalhos de campo que têm alcançado resultados importantes.

A Fundación HelpAge International España, por exemplo, detalhará os esforços desenvolvidos, com recurso a inteligência artificial, na proteção dos direitos sociais dos seniores espanhóis. E, também, como intervém na proteção dos mais velhos quando ocorrem eventos meteorológicos extremos (ondas de calor, inundações, incêndios florestais ou tempestades intensas).

Já a Asociación Española de Perros de Apoyo pormenorizará o impacto positivo dos animais de companhia na saúde emocional das pessoas idosas, fruto do trabalho que realizam com cães de apoio no dia-a-dia.

O caso da recente morte do conhecido ator norte-americano Gene Hackman, de 95 anos, e da sua mulher, será também abordado e transportado por especialistas do Gabinete Sénior da DR&A para o Direito português, associando os instrumentos jurídicos indispensáveis que devemos ter quando envelhecemos.

O acesso ao Congresso é gratuito, mas é obrigatório o registo no website, dada a limitação de lugares do auditório da Fundação Cidade de Lisboa.

 

Atlântica – Instituto Universitário lidera projeto em Portugal
11 peregrinos, todos com algum tipo de incapacidade, realizaram parte do Caminho Português. Grupo integrou duas portuguesas.

No ano passado, o Caminho de Santiago registou um recorde de peregrinos: perto de meio milhão de pessoas chegaram à Catedral da capital da Galiza. Número que baixa consideravelmente junto de peregrinos que apresentam algum tipo de deficiência. Em 2022, foram apenas 127 as pessoas que conseguiram completar a peregrinação em cadeira de rodas. Reunindo cinco países europeus, o “InCASA – Inclusive Camino de Santiago: An accessible journey for all” já está a transformar esta realidade. A Atlântica – Instituto Universitário lidera o projeto em Portugal e integrou duas portuguesas para testar a aplicação móvel que vai tornar o Caminho mais inclusivo.

 

App ajuda a mapear barreiras físicas e locais de apoio inclusivos

Portugal, Espanha, Eslovénia, Polónia e Roménia. É este o grupo de países que, desde 2024, tem estado a trabalhar para que o Caminho se torne mais acessível a todos os que o queiram percorrer. “Começámos por ouvir as pessoas e os peregrinos que já tinham tentado fazer este percurso. Queríamos perceber quais eram as principais dificuldades, que desafios encontraram e como seria possível ajudá-las a cumprir este sonho, vencendo assim a barreira da incapacidade”, avança Susana Rodrigues, coordenadora do projeto em Portugal, através da Atlântica – Instituto Universitário.

Depois da fase de mapeamento, o InCASA dedicou-se ao desenvolvimento de uma aplicação móvel, que foi agora testada. “Trata-se de uma aplicação aberta a todos os utilizadores, com o intuito de fornecer informações detalhadas sobre a peregrinação”, explica Susana Rodrigues, adiantando que “o objetivo é que qualquer pessoa com incapacidade possa realizar o caminho – sozinha ou com apoio –, tendo informação sobre rotas alternativas, pontos de água, albergues e restaurantes inclusivos, ou até mesmo a localização de um hospital e a que distância se encontra”. É ainda possível emitir um alerta através da app, em tempo real, caso algum peregrino precise de ajuda, permitindo que os restantes utilizadores possam ir ao seu encontro.

 

Primeiro teste no terreno vai dar origem a documentário

A aplicação móvel foi testada no início deste mês de setembro, reunindo um grupo de 11 peregrinos com deficiência, acompanhados por cuidadores e profissionais ligados ao projeto. Em representação de Portugal estiveram duas jovens portuguesas, de 20 e 27 anos, com fibromialgia, neuro divergência, autismo e epilepsia.

Durante três dias, num percurso que se iniciou em Vigo e terminou em Santiago de Compostela, os jovens participantes tiveram oportunidade de avaliar as funcionalidades da app, permitindo ainda que os profissionais analisassem também os principais desafios encontrados. As informações recolhidas vão permitir o desenvolvimento de, por exemplo, melhorias na aplicação.

O projeto integra ainda a criação de uma plataforma com cursos de formação e recursos gratuitos para cuidadores, técnicos e profissionais que organizam roteiros para pessoas com incapacidade. Agora, o InCASA está a produzir um documentário que dará a conhecer a experiência vivida pelos peregrinos. Mais informações sobre o projeto InCASA disponíveis no website da Atlântica (https://uatlantica.pt/incasa-inclusive-camino-de-santiago-an-accessible-journey-for-all/).

 

23 e 24 de outubro
A Nutrition In Growth Conference, primeira conferência em Portugal dedicada à nutrição infantil dos 0 aos 6 anos, realiza-se em...

Nos dias 23 e 24 de outubro, na Biblioteca Orlando Ribeiro, em Lisboa, o evento criado pela nutricionista Ana Rachid destaca no Manifesto que a Nutrition In Growth Conference assenta em cinco pilares: gravidez, amamentação, introdução e dificuldades alimentares e obesidade.

Ana Rachid afirma que “A Nutrition in Growth Conference nasce da urgência de colocar a nutrição infantil no centro do debate em saúde pública, prática clínica e intervenção precoce.  Mais do que um evento, esta conferência é um movimento que defende uma nutrição informada, responsável e humanizada, dos 0 aos 6 anos.”

A nutricionista refere ainda que “este encontro é dirigido a profissionais de saúde, estudantes, educadores e famílias que queiram promover uma infância mais saudável e bem nutrida.”

O encontro conta com a participação de especialistas reconhecidos e a presença da diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado e da bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Liliana Sousa, na sessão de abertura.

De acordo com o programa do evento – ainda em atualização – estão também confirmadas as presenças dos nutricionistas Inês Tomada, Inês Pádua, José CamolasJuliana Morais, das pediatras Carlota de Macedo e Graça Gonçalves, das fisioterapeutas pediátricas Patrícia Salvador e Carolina de Setti, enfermeira Ana Lúcia Torgal, terapeuta da fala Susana Tagarro, da Psicóloga Sofia Ramalho e da fisiologista do exercício Joana Vilas Boas.

Ana Rachid sublinha que a Nutrition In Growth Conference é um evento presencial e sustentável, que não tem qualquer patrocínio da indústria alimentar para garantir a independência e ética da conferência. A aposta é na discussão e análise de temas relevantes e atuais para a nutrição infantil, pretende ser interativa e inclui sessões de perguntas.

Saiba mais acerca da Nutrition In Growth Conference aqui.

Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Cirurgia Orofacial
O médico cirurgião David Ângelo acaba de ser galardoado com a Medalha de Mérito de Estomatologia, um prémio atribuído durante o...

Na sua 1.ª edição, este galardão foi criado pela SPECO como forma de distinguir profissionais que se têm destacado e contribuído para a evolução e o engrandecimento da Estomatologia em Portugal e além-fronteiras, nomeadamente através dos diversos pacientes que recebe de todo o mundo em Portugal para tratamentos específicos, assim como acolhe médicos oriundos de todos os continentes para aprenderem os seus protocolos.

Para David Ângelo, agraciado na sessão de estreia da atribuição da  Medalha de Mérito SPECO, “receber este prémio é uma honra imensa e um marco muito especial no meu percurso. Representa o reconhecimento do trabalho árduo, da dedicação à ciência e à prática clínica, e do compromisso constante com a inovação e com a melhoria da vida dos doentes. Mais do que um prémio pessoal, encaro-o como um tributo a todos aqueles que colaboraram comigo ao longo dos anos - colegas, mentores, alunos e doentes -, e que tornaram possível cada etapa desta jornada.”

Emoção, gratidão e sentido de responsabilidade foi o que o médico cirurgião sentiu com a atribuição desta distinção: “Ser o primeiro a receber este prémio confere-lhe um peso histórico, tornando o momento ainda mais especial. Ao mesmo tempo, aumenta o sentido de dever de continuar a honrar a confiança da comunidade científica e de abrir caminho para que outros possam também ser distinguidos no futuro.”

Quanto aos principais desafios e conquistas que marcaram o seu percurso que culminou com este reconhecimento, David Ângelo salienta que o “caminho até aqui foi marcado por desafios exigentes, desde lidar com casos clínicos de enorme complexidade até desenvolver técnicas cirúrgicas inovadoras e formar colegas provenientes de diversos países. A investigação científica e a publicação de trabalhos que contribuíram para o avanço da área foram igualmente pilares deste percurso. Cada desafio superado reforçou a minha convicção de que a dedicação à excelência clínica, aliada à partilha de conhecimento, constitui a base para um progresso duradouro.”

O presidente da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Cirurgia Orofacial, Gonçalo Coutinho revela que “a escolha do Prof. Dr. David Ângelo para receber a Medalha de Mérito foi muito natural. Apesar de tão jovem, tem um percurso absolutamente notável na área da articulação temporomandibular: em 2023 foi reconhecido como um dos 20 médicos mais influentes do mundo nesta área, e desde 2018 que abriu caminho como o primeiro médico português distinguido pela American e pela European Society of Temporomandibular Joint Surgeons. Soma mais de 10 prémios de investigação e mais de 40 artigos publicados, tendo sido pioneiro no desenvolvimento de técnicas cirúrgicas da articulação temporomandibular. Mas para além dos números, há algo que para nós é ainda mais importante: a forma como se tornou uma referência para internos, alunos e colegas, sempre disponível para ensinar, orientar e aconselhar.”

A finalizar o presidente da SPECO explica que “a criação desta medalha era um sonho antigo da Sociedade. Queríamos ter um reconhecimento próprio para quem se distingue pela excelência académica, clínica e pelo contributo para a Estomatologia. Este é o primeiro ano em que conseguimos concretizar essa ideia e queremos que a medalha seja, daqui para a frente, um marco simbólico: valorizar quem eleva o nome da Estomatologia em Portugal e no mundo, mas também inspirar os mais jovens a seguir esse caminho de dedicação e mérito.”

 

Opinião
Em Portugal, milhares de cidadãos vivem com deficiência auditiva.

Apesar desta evidência, as Juntas Médicas de Avaliação de Incapacidade continuam, em demasiados casos, a avaliar as pessoas com os aparelhos auditivos colocados e em funcionamento, confundindo a chamada audição funcional com uma suposta audição “normal”. O resultado é perverso: cidadãos que vivem com surdez incapacitante acabam por ser classificados como se não tivessem uma deficiência real, perdendo o direito a apoios sociais e legais que deveriam estar garantidos.

 

Audição Real vs. Audição Funcional

A audição real é a capacidade auditiva biológica da pessoa, sem apoios externos.

A audição funcional é o resultado do uso de tecnologias auditivas, que permitem recuperar parcialmente sons, mas de forma condicionada e artificial.

 

As limitações são conhecidas:

dependência de pilhas ou baterias carregadas;

necessidade de manutenção regular;

falhas técnicas e avarias;

dificuldades acrescidas em ambientes com ruído ou distância;

som artificial, nunca comparável ao de uma audição natural.

Logo, quem depende destas tecnologias permanece surdo. Vive com uma deficiência permanente que deve ser reconhecida pelo Estado.

 

Uma injustiça estrutural

O problema é agravado por um paradoxo:

Uma pessoa com surdez incapacitante que não usa prótese ou implante (optando, por exemplo, pela Língua Gestual Portuguesa) é avaliada pela perda auditiva real e reconhecida como pessoa incapacitada.

Já quem aceita a reabilitação tecnológica é, paradoxalmente, prejudicado: avaliado como se tivesse uma audição normalizada, perdendo direitos e apoios.

Este sistema desincentiva a reabilitação e penaliza os que mais lutam pela sua integração social e laboral.

 

A falha da Tabela Nacional de Incapacidades

A Tabela Nacional de Incapacidades (TNI) não prevê de forma clara a distinção entre perda auditiva biológica e audição funcional. Isto deixa espaço a interpretações injustas por parte das Juntas Médicas, gerando desigualdade e exclusão.

 

É urgente uma revisão profunda da TNI, que contemple:

1. Graduação clara da perda auditiva, desde 35 dB num ouvido até à surdez total, com critérios objectivos e audiométricos.

2. Reconhecimento da deficiência auditiva real independentemente do uso de próteses ou implantes.

3. Consideração das limitações tecnológicas que impedem a equiparação entre audição funcional e audição normal.

4. Equidade de tratamento entre utilizadores de Língua Gestual Portuguesa e utilizadores de reabilitação auditiva.

 

Proposta objectiva

Defende-se que a TNI seja alterada de modo a que a incapacidade seja sempre avaliada com base na perda auditiva natural, independentemente do recurso a tecnologia. A audição funcional deve ser registada apenas como nota complementar, nunca como substituto da realidade biológica.

 

Um apelo à Justiça e à Dignidade

Este não é apenas um problema técnico ou médico. É uma questão de justiça social e de dignidade humana. Pessoas que vivem com surdez profunda continuam a ser confrontadas diariamente com barreiras comunicativas, discriminação e exclusão. Negar-lhes o reconhecimento formal da sua deficiência é perpetuar a desigualdade.

Assim, apelamos à Assembleia da República, à Provedoria da Justiça e ao Governo de Portugal — em particular aos Ministérios da Saúde, Trabalho e Solidariedade Social, Educação, Finanças e Presidência — que promovam com urgência a revisão da Tabela Nacional de Incapacidades, para que nenhuma pessoa surda seja penalizada por utilizar tecnologias de reabilitação.

Da forma como está actualmente, a avaliação incorrecta desestimula a busca por melhorias de qualidade de vida, uma vez que penaliza a pessoa que tenta ouvir com um dispositivo electrónico em uma espécie de limbo burocrático. A pessoa não será avaliada em condições de igualdade a uma pessoa sem deficiência, visto que ela não tem ou tem falta de audição natural, mas também não é aceite como pessoa com deficiência, e não tem direito a nenhum tipo de apoio socioeconómico.

A justiça social mede-se pela capacidade de um Estado proteger os seus cidadãos mais vulneráveis. E neste momento, Portugal está a falhar com a comunidade de pessoas com deficiência auditiva.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Até 20% da população pode ser afetada por esta doença
No próximo dia 1 de outubro assinala-se o Dia Mundial da Urticária, uma doença que pode afetar até uma em cada cinco pessoas ao...

De acordo com a médica imunoalergologista Sofia Campina, da SPAIC (Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica), a urticária é uma condição clínica caraterizada pelo “aparecimento de manchas ou pápulas avermelhadas, elevadas em relação à pele normal, que provocam prurido intenso (comichão) e que desaparecem momentaneamente quando pressionadas. As manifestações da urticária podem surgir em todo o corpo ou apenas em alguns locais, tendo cada mancha/pápula, a duração de alguns minutos a várias horas (não mais de 24 horas) e não deixando marcas na pele”.

Relativamente à sua classificação, distingue-se entre urticária aguda ou crónica. A urticária aguda – que se carateriza por ter uma duração máxima de seis semanas – “é a mais frequente, podendo ocorrer em 10 a 20% da população pelo menos uma vez na vida e, na maioria destes casos, pode estar associada a um quadro infecioso”, refere Sofia Campina.

No caso da urticária crónica – com as lesões da pele e o prurido a aparecerem e desaparecerem diariamente por mais de seis semanas seguidas – esta pode ser dividida em dois tipos: indutível e espontânea. A urticária crónica indutível é desencadeada por um estímulo específico (como, por exemplo, o frio, a fricção, o aumento da temperatura, o exercício) e no caso da urticária crónica espontânea as lesões na pele surgem sem um estímulo específico identificado. “Um indivíduo pode ter mais do que uma forma de urticária, ou seja, ter manifestações espontâneas e também manifestações com fatores físicos específicos”, explica a especialista.  

Entre as principais causas do desenvolvimento e agravamento da urticária, Sofia Campina esclarece que “está uma resposta exagerada de algumas células que existem na pele e que libertam, de forma frequente e imprevisível, substâncias que causam comichão (histamina e outras substâncias inflamatórias). Na maioria das vezes, a causa é desconhecida, podendo envolver uma reação do sistema imunitário. Situações de stress, infeções, alguns fármacos (como anti-inflamatórios) e até variações hormonais podem levar a episódios de agravamento da urticária crónica espontânea”.

O diagnóstico da urticária é clínico, baseado na observação das lesões na pele: manchas, pápulas e/ou inchaços e na história de sintomas caraterística, “uma vez que não existem testes específicos para confirmar a doença”, refere a imunoalergologista que acrescenta ainda a importância de, perante a suspeita de urticária crónica espontânea,  “existir o acompanhamento em consulta de Imunoalergologia”.

Quanto ao tratamento, este é feito através de anti-histamínicos: medicamentos que bloqueiam a ação da histamina que é libertada em excesso. No entanto, nos casos mais difíceis de controlar,  “é necessário fazer ajuste de dose de anti-histamínicos e até tratamentos mais específicos que diminuem a atividade exagerada do sistema imunológico, sempre de acordo com o médico especialista”, conclui Sofia Campina.

APIC
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) volta a comemorar o Dia Mundial do Coração, que se assinala...

A caminhada nacional “Rehab for life – Passo a passo por um coração saudável” é uma iniciativa da APIC, que teve início em 2023, e que conta com o apoio do Grupo de Estudo da Reabilitação Cardíaca (GEFERC), da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC). Desta farão parte todos os hospitais públicos que integram a via verde coronária e que têm programas de reabilitação cardíaca ativos, nomeadamente a ULS Trás-os-Montes e Alto Douro (Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro), a ULS de Braga (Hospital de Braga), a ULS de Santo António (Hospital de Santo António), a ULS da Região de Leiria (Hospital de Santo André), a ULS do Alentejo Central (Hospital do Espírito Santo de Évora), a ULS de Coimbra (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra), a ULS de São José (Hospital Santa Marta), e a ULS Almada-Seixal (Hospital Garcia de Orta).

De acordo com Joana Delgado Silva, presidente da APIC, “esta iniciativa é uma oportunidade para reforçarmos junto da população a importância da prevenção das doenças cardiovasculares. As últimas edições foram muito participadas, pelo que nesta terceira edição vamos voltar a reunir doentes, famílias e profissionais de saúde em torno de um objetivo comum: reduzir o impacto das doenças cardiovasculares em Portugal, ao falar da atuação correta da população em caso de sintomas sugestivos de Enfarte Agudo do Miocárdio, bem como da importância da Reabilitação Cardíaca pós-Enfarte Agudo do Miocárdio”.

Os participantes serão sobretudo doentes pós-Enfarte Agudo do Miocárdio, porém, a iniciativa está aberta a todos os doentes cardíacos que integram programas de reabilitação.

As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e no mundo. Após um enfarte, o comportamento e os cuidados pós-enfarte são cruciais para a recuperação e prevenção de futuros problemas cardíacos.

 

Estudo do ISPUP revela
O Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) coordenou o primeiro estudo em Portugal a analisar a evolução das...

A investigação – “Education, occupation and income inequalities in obesity among Portuguese women and men: Evidence from national health surveys (1998–2019)” – publicada recentemente na revista Social Science & Medicine, revela que a obesidade continua mais concentrada em pessoas com menor escolaridade, rendimentos baixos e qualificações profissionais menos diferenciadas, sendo este padrão mais acentuado nas mulheres.

Mais escolaridade não diminuiu desigualdades

Apesar da democratização do ensino e da obrigatoriedade até ao 12.º ano, a diferença na prevalência de obesidade entre quem não completou qualquer nível de escolaridade e quem concluiu o ensino superior aumentou entre 1998 e 2019: de 18 a 21 pontos percentuais nas mulheres e de 7 a 12 pontos percentuais nos homens. Quem estuda mais tende a ter melhores rendimentos, maior literacia em saúde e hábitos alimentares mais saudáveis — fatores que reduzem o risco de obesidade.

Obesidade é mais comum em profissões menos especializadas

Trabalhadores em profissões menos diferenciadas — como operários não qualificados, operadores de máquinas ou trabalhadores manuais — registam maior prevalência de obesidade do que profissionais em cargos executivos ou de chefia. Entre 1998 e 2021, a diferença variou de 14 a 13 pontos percentuais nas mulheres e aumentou de 9 para 12 pontos percentuais nos homens, sobretudo desde 2014. Condições como stress elevado, pouca autonomia, apoio social reduzido e trabalho físico exigente podem contribuir para estas diferenças.

Rendimento influencia menos a obesidade

A desigualdade na obesidade entre mulheres mais ricas e mais pobres atingiu o pico em 2014 (9 pontos percentuais) durante as medidas de austeridade após a crise económica de 2008 e diminuiu em 2019 (7 pontos percentuais). Nos homens, as diferenças ao longo do tempo foram mínimas. Rendimentos mais elevados facilitam o acesso a alimentos saudáveis, espaços para atividade física e cuidados de saúde, associando-se a menor prevalência de obesidade.

Mulheres continuam a ser as mais afetadas

As desigualdades socioeconómicas da obesidade foram consistentemente mais acentuadas nas mulheres. Em Portugal, à semelhança da Europa, as mulheres apesar de terem níveis de escolaridade superiores aos homens, estão mais presentes em setores laborais menos valorizados, com salários mais baixos e menos oportunidades de progressão.

Investigadores insistem que é preciso agir sobre as desigualdades

Segundo a equipa do ISPUP, a obesidade continua concentrada nos grupos mais pobres, sobretudo mulheres, evidenciando a acumulação de desvantagens sociais, económicas e de saúde. Para além de estratégias individuais, são essenciais estratégias que melhorem as condições de vida da população.

“A redução das desigualdades socioeconómicas na obesidade exige estratégias eficazes de prevenção e gestão, desenvolvidas com a participação ativa da sociedade civil, da comunidade científica e dos decisores políticos. É fundamental colocar a saúde no centro de políticas que vão além da esfera do Ministério da Saúde — como educação, emprego, habitação e proteção social. Esta abordagem integrada e multissetorial pode ser decisiva para promover a saúde da população e travar a perpetuação de desigualdades preveníveis”, afirma Berta Valente, investigadora do ISPUP e primeira autora do estudo.

Opinião
Enquanto psicóloga clínica, reconheço que a promoção de uma vivência sexual saudável, informada e li

1. O que é, afinal, a saúde sexual?

A saúde sexual é definida pela Organização Mundial da Saúde como um estado de bem-estar físico, emocional, mental e social em relação à sexualidade.

2. Porque é que tantas mulheres têm dificuldade em falar sobre este tema?

Em várias culturas, é possível verificar que a sexualidade feminina foi sempre muito silenciada. A vergonha, os tabus e a ideia de que o prazer da mulher é secundário ainda persistem. Do ponto de vista psicológico, essas inibições podem estar ligadas a padrões inconscientes e à forma como cada uma internalizou a sexualidade na infância e adolescência. Por exemplo, por vezes observo em contexto clínico que ambientes familiares mais conservadores, onde falar sobre sexualidade sempre foi tabu, muitas mulheres acabam por ter muita dificuldade em falar disso com os seus parceiros, e como consequência, a ter problemas a esse nível, como se “fosse incorreto por parte da mulher sequer falar sobre aquil que não gosta, ou que não gosta”, como se não tivesse esse “direito”, e o prazer fosse para ser exclusivamente mais masculino.

3. O desejo sexual é suposto ser algo constante?

Não. O desejo sexual é dinâmico e flutua com as fases da vida, o ciclo menstrual, o estado emocional, a qualidade da relação e até o stress diário. Muitas mulheres sentem culpa ou preocupação com a “falta de desejo”, mas é importante normalizar estas variações e procurar compreender o que o desejo quer comunicar, em vez de forçar respostas rápidas. Para além disso, muitos casais acabam por se esquecer que ao longo dos anos de relação, é importante ir mudando as rotinas, ou melhor dizendo, sair da própria rotina que por vezes se instala, é preciso fazer um plano diferente, dedicar tempo a dois, conversar mais, elogiar mais, e não tomar nada por garantido. Muitas vezes ouço: “Mas ela/ele já sabem que são bonitos e que me sinto apaixonada/o, eu costumo dizer, que o óbvio precisa de ser dito, sim o parceiro já pode saber isso, mas para se manter a “chama” ao longo do tempo, é importante também manter aquilo que ajudou a que ela se acendesse.

4. O que pode causar dor nas relações sexuais?

A dor pode ter causas físicas, ou também psicológicas, como ansiedade, trauma ou falta de desejo. O vaginismo, por exemplo, é uma contração involuntária dos músculos vaginais muitas vezes associada a medo ou experiências negativas. O primeiro passo é procurar um ginecologista e, se necessário, apoio psicológico. Já observei, que em alguns casos, que este se deve a questões emocionais, onde se a pessoa provinha de famílias onde a sexualidade era tabu e onde a mentalidade era mais conservadora.

5. É comum não alcançar o prazer pleno apenas com a relação íntima?

Sim. Muitas mulheres não alcançam o prazer pleno apenas com a relação íntima tradicional. O corpo feminino tem zonas muito sensíveis, que desempenham um papel essencial na vivência do prazer. Por falta de informação, algumas mulheres sentem-se inseguras ou acreditam que algo não está bem consigo, mas é importante saber que cada corpo é diferente e que explorar o que lhe traz bem-estar faz parte de uma sexualidade saudável, e mais importante ainda, é não ter medo nem vergonha disso, e poder falar abertamente com o parceiro, para uma vida sexual mais satisfatória.

6. Como posso melhorar a minha vida sexual?

Comece por si mesma: conheça o seu corpo, explore o que lhe dá prazer, sem pressa. Com o parceiro(a), a comunicação é essencial,  falar sobre o que gosta ou não gosta pode ser libertador. Reduzir o stress, dormir melhor e trabalhar a autoestima também têm impacto direto na libido. Em alguns casos, sessões de terapia podem ajudar a desbloquear medos e inibições.

7. Que papel têm as emoções na sexualidade?

Tem um papel enorme. O prazer não é só físico, depende da capacidade de entrega e conexão. Emoções como medo, culpa ou vergonha podem bloquear o desejo. Trabalhar estas questões em psicoterapia pode permitir uma vivência mais plena da sexualidade e ajudar a resgatar a espontaneidade entre o casal.

8. O que é a “carga mental” e como afeta o desejo feminino?

A carga mental refere-se ao peso das responsabilidades diárias, geralmente acumuladas pelas mulheres como cuidar da casa, dos filhos, da carreira. Este estado constante de alerta e fadiga afeta diretamente o desejo sexual. É fundamental dividir tarefas e criar espaços de autocuidado, para que o corpo e a mente possam entrar em estado de disponibilidade.

9. A pornografia influencia a sexualidade?

A pornografia pode criar expectativas irrealistas sobre o corpo, o desempenho e o próprio prazer. Muitas mulheres sentem-se pressionadas a corresponder a padrões que não têm nada a ver com o desejo autêntico. A chave está em consumir com consciência crítica e não permitir que substitua a exploração real e íntima com o parceiro(a) ou consigo mesma.

10. Quando devo procurar ajuda profissional?

Sempre que sentir sofrimento ou dificuldades persistentes na vida sexual como dor, ausência de desejo, dificuldades de comunicação com o parceiro(a), traumas passados (procurar um psicólogo, sexólogo ou terapeuta sexual).

Muitas vezes a questão não é só nem apenas física, é muitas vezes emocional. Falta de conexão, as discussões diárias e conflitos mal resolvidos que se deixam passar, podem ter realmente uma influência direta no desejo sexual e na vida sexual do casal. Comunicar sem medos, não acumular mágoas de conflitos mal resolvidos, não pensar que “ com o tempo isto resolve-se sozinho”, porque não, efetivamente não resolve, e tende até a piorar ao longo do tempo. Cuidar da sexualidade é cuidar de si como um todo, e também, da saúde mental.

Conclusão

Promover a saúde sexual é promover dignidade, liberdade e bem-estar. Ao longo do ciclo de vida, a sexualidade acompanha-nos como uma dimensão fundamental da experiência humana, influenciando não só a forma como nos relacionamos connosco próprios, mas também com os outros. O Dia da Saúde Sexual relembra-nos que é essencial cultivar espaços seguros para o diálogo aberto, onde se possam abordar dúvidas, medos e expetativas sem julgamento ou preconceito.

Enquanto profissionais de saúde, temos a responsabilidade de ajudar a desconstruir mitos, combater estigmas e oferecer orientação baseada no conhecimento científico e no respeito pela diversidade. A saúde sexual não se limita à prevenção de doenças ou disfunções, envolve também o direito a relações afetivas saudáveis, ao prazer, ao consentimento e à autodeterminação. É um direito humano básico que deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente da idade, do género, orientação sexual ou condição de saúde.

Este dia convida-nos, portanto, a refletir e a agir: a reforçar a educação para a sexualidade desde cedo, a facilitar o acesso a cuidados especializados e a empoderar cada indivíduo para viver a sua sexualidade de forma informada, segura e satisfatória. Que possamos, juntos, trabalhar para uma sociedade onde falar de saúde sexual seja natural, inclusivo e transformador, contribuindo para o bem-estar integral de cada pessoa, deixando de ser um tabu e levando tantas pessoas a deixar de comunicar o que realmente sentem.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Regresso às aulas e ao trabalho
O final das férias marca o regresso à escola e ao trabalho, uma fase em que a visão é mais exigente: longas horas de estudo,...
A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) alerta para a importância de acautelar os cuidados visuais neste período de transição, reforçando que a prevenção é essencial para proteger a saúde ocular e garantir o sucesso escolar e profissional.
 
“Depois das férias, muitas vezes desvalorizamos sinais de desconforto visual. No entanto, pequenos sintomas podem indicar a necessidade de correção ótica, atualização de graduação ou mesmo a existência doenças oculares que beneficiam de diagnóstico precoce”, salienta Pedro Menéres, médico oftalmologista e presidente da SPO.
 
Durante o verão, os olhos estão sujeitos a fatores como radiação solar intensa, água do mar e piscinas, bem como maior exposição ao ar livre. Já no regresso à rotina, o esforço muda de cenário: ambientes fechados, ar condicionado e utilização intensiva de computadores e tablets podem aumentar a pressão sobre a visão.
 
Recomendações da SPO:
• Realizar avaliações oftalmológicas de rotina, incluindo as crianças e jovens em idade escolar ou esforços prolongados em écrans;
• Fazer pausas regulares durante o uso de computadores e outros dispositivos digitais;
• Garantir iluminação adequada em espaços de estudo e trabalho;
• Manter hábitos saudáveis, como hidratação frequente, dieta equilibrada e uso correto de óculos graduados ou lentes de contacto.
 
A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia reforça a importância de cuidar da visão é investir na qualidade de vida, no bem-estar e no desempenho académico e profissional, lembrando que a prevenção é o caminho mais eficaz para evitar complicações futuras.
Doença de Machado-Joseph
O investigador Jorge Diogo da Silva, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da Escola de Medicina da...

As boas-vindas incluem intervenções da presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), Madalena Alves, do presidente da Fundação Francisco Pulido Valente (FFPV), Rui Pulido Valente – as entidades promotoras do prémio –, bem como do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, e do presidente da EMUM, Jorge Correia-Pinto, que vai também abordar a evolução da investigação biomédica nesta academia.

De seguida, é a vez de Jorge Diogo da Silva apresentar o seu trabalho distinguido, “Glucocorticoid receptor-dependent therapeutic efficacy of tauroursodeoxycholic acid in preclinical models of spinocerebellar ataxia type 3”. Publicado no “The Journal of Clinical Investigation”, o estudo abre caminho a ensaios clínicos na doença de Machado-Joseph (ou ataxia espinocerebelosa tipo 3), uma doença rara que afeta o equilíbrio e os movimentos, ainda sem tratamento eficaz. A pesquisa demonstrou em ratinhos que o fármaco TUDCA, já existente e seguro, pode proteger células nervosas e atrasar a progressão daquela doença, segundo o autor, que é professor da EMUM e médico interno da ULS de Santo António, no Porto.

A cerimónia prossegue com a evocação de João Monjardino, conduzida por Maria do Carmo Fonseca, vogal do conselho de administração da FFPV, culminando com a entrega do diploma ao investigador premiado. O encerramento fica a cargo de Madalena Alves e de Manuel Sobrinho Simões, do conselho consultivo da FFPV.

O Prémio João Monjardino distingue anualmente, com 10 mil euros, um/a investigador/a até 35 anos a trabalhar em Portugal que assinou o melhor artigo científico do último ano num tema específico das ciências biomédicas e da saúde. Criado em 2010, homenageia o médico e investigador João Monjardino, pioneiro em virologia e oncologia no país, sendo uma das distinções mais prestigiadas para jovens cientistas nacionais.

 

Opinião
O cancro é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em todo o mundo.

Para reduzir a incidência e mortalidade destes tumores, é fundamental a prevenção, por meio da redução dos fatores de risco, e o diagnóstico precoce, alcançado através de programas de rastreio eficazes. O rastreio pode ser organizado e monitorizado, dentro de programas estruturados, ou realizado de forma oportunística durante consultas clínicas.

Em Portugal, existem três programas de rastreio oncológico de base populacional: cancro da mama, cancro do colo do útero e cancro do cólon e reto, que é o cancro digestivo mais frequente. No rastreio do cancro colorretal, são elegíveis todos os adultos assintomáticos entre os 50 e 74 anos. O processo inclui inicialmente a realização de um teste imunoquímico para pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF). Se o resultado for negativo, o teste é repetido passados dois anos. Se o teste for positivo, o utente deve ser rapidamente submetido a uma colonoscopia para detetar e, quando possível, remover lesões precursoras (também designados de pólipos) ou cancro em fase inicial.

Dados de 2022 indicam que o programa de rastreio do cólon e reto está implementado em todas as regiões de saúde, mas a taxa de cobertura populacional foi de apenas 33%, com uma adesão de 41%. Entre os que realizaram o rastreio, 5,9% tiveram PSOF positivo, mas só 35% deste grupo fizeram colonoscopia. Das colonoscopias realizadas, 36% evidenciaram lesões precursoras ou cancro precoce. Embora o programa esteja quase totalmente implementado, a baixa cobertura e adesão limitam a eficácia da deteção precoce, o que resulta na perda de muitas oportunidades de diagnóstico e, por conseguinte, em bastantes mortes que poderiam ser evitadas.

Quando instituído de forma oportunística, é habitual que o exame de rastreio do cancro colorretal escolhido seja a colonoscopia, visto ser o único exame que, para além de diagnóstico é também terapêutico, permitindo a excisão das lesões percursoras num único momento. Pela remoção dos pólipos, a colonoscopia reduz em 76-90% a incidência e em 53-92% a mortalidade por cancro colorretal. Se forem detetados pólipos, o intervalo até à próxima colonoscopia depende do número e tipo histológico dos mesmos. Se não forem detetados pólipos, a colonoscopia só terá que ser repetida no espaço de 10 anos. A colonoscopia é realizada com apoio anestésico e é comparticipada pelos diferentes sistemas de saúde, estando à disposição de todos os portugueses.

O World Cancer Research Fund aponta que 47% dos cancros colorretais podem ser prevenidos pela alteração de fatores de risco, que são: a obesidade, o sedentarismo, o elevado consumo de carne vermelha e/ou processada, a baixa ingestão de frutas e vegetais e os hábitos de consumo de álcool e tabaco.

Para o cancro do estômago, os fatores de risco incluem a infeção por Helicobacter pylori, o álcool, o tabaco, o consumo excessivo de sal e a baixa ingestão de frutas e vegetais. Em Portugal, existe uma prevalência muito elevada da infeção por Helicobacter pylori, estimando-se que entre 60% a 70% dos adultos estejam infetados, o que coloca o país entre os que apresentam maior prevalência na Europa Ocidental. Estudos demonstram que a erradicação do Helicobacter pylori em indivíduos saudáveis reduz a incidência do cancro gástrico. Em Portugal, foi demonstrado que a combinação da endoscopia digestiva alta com a colonoscopia a partir dos 50 anos tem uma relação custo-benefício positiva, razão pela qual todos os gastrenterologistas adicionam a endoscopia digestiva alta à prescrição da primeira colonoscopia de rastreio.

Os cancros do fígado e do pâncreas também apresentam fatores de risco modificáveis. No cancro do fígado, destacam-se a infeção pelos vírus das hepatites B e C e os hábitos alcoólicos. Em ambos os cancros, a obesidade e o tabagismo são fatores importantes.

O cancro digestivo é mais prevalente em adultos com mais de 50 anos, no entanto, a sua incidência em idade inferior a 50 anos tem vindo a aumentar de forma consistente nas últimas décadas a nível mundial. Esta tendência é particularmente evidente no cancro colorretal, mas também se observa no cancro gástrico. Atualmente, cerca de 10% dos novos casos de cancro colorretal ocorrem em indivíduos com menos de 50 anos, sendo que aproximadamente 75% destes diagnósticos surgem entre os 40 e os 49 anos. Este aumento de incidência tem sido atribuído à exposição em idade jovem a fatores de risco relacionados com estilos de vida pouco saudáveis, como padrões alimentares inadequados, excesso de peso e alterações da microbiota intestinal. Face a esta realidade, as recomendações de rastreio do cancro colorretal foram revistas nos Estados Unidos, passando a iniciar-se aos 45 anos. A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia defende igualmente esta posição.

No Dia Mundial do Cancro Digestivo, as recomendações fundamentais são:

  • Adotar uma dieta rica em frutas e vegetais e pobre em sal e em carne vermelha e/ou processada
  • Reduzir o consumo de álcool e tabaco
  • Praticar exercício físico regularmente
  • Participar no rastreio, seja pelo programa nacional ou de modo oportunístico pela realização de colonoscopia e endoscopia digestiva alta a partir dos 45 anos.

Estas medidas são essenciais para a prevenção e diagnóstico precoce, contribuindo para a redução do impacto dos cancros digestivos na população portuguesa.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo revela
Entre 2015 e 2021, 13,2% das mortes que ocorreram em Portugal tiveram lugar nos serviços de urgência, revela um estudo liderado...

A equipa de investigação – coordenada por Bárbara Gomes, que analisou dados relativos a locais de morte em 35 países – sublinha que estes dados demonstram que “os serviços de urgência não são apenas locais para tratamento de situações agudas, mas também locais onde pessoas, de todas as idades, passam as suas últimas horas de vida – muitas vezes com necessidades de cuidados paliativos, sejam elas físicas, psicológicas, sociais e/ou espirituais”. 

Por exemplo, em Portugal, entre 2015 e 2021, “15,7% das pessoas com demência faleceram no serviço de urgência, sendo esta percentagem mais elevada que a registada nas pessoas que morreram por cancro”, avança a investigadora coordenadora da Faculdade de Medicina da UC (FMUC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CiBB). “O contexto de um serviço de urgência é particularmente desafiante para pessoas com demência, especialmente se não devidamente acompanhadas”, acrescenta.

Os dados agora publicados na Annals of Emergency Medicine, uma das revistas científicas com maior impacto a nível mundial na área da emergência médica, sublinham “a relevância dos serviços de urgência enquanto locais onde as pessoas são cuidadas no seu final de vida, que permanece em grande parte invisível no debate sobre as urgências em Portugal e nos estudos desenvolvidos até ao momento”, revela a especialista em cuidados paliativos, detentora da Cátedra Floriani em Cuidados Paliativos da FMUC.

Entre os 35 países analisados, apenas Portugal (com base em dados cedidos pela Direção-Geral da Saúde e recolhidos através do SICO – Sistema de Informação dos Certificados de Óbito) e, em certa medida, os Estados Unidos da América e a África do Sul registam o serviço de urgência como local de falecimento. Nestes últimos países, 6,4% e 1,9% das pessoas morreram no serviço de urgência e ambulatório, respetivamente. Bárbara Gomes acredita que o conhecimento destes dados “coloca Portugal numa posição privilegiada para conhecer a realidade dos serviços de urgência enquanto local de morte e atuar sobre essa realidade, para que os cuidados em fim de vida estejam cada vez mais alinhados com as preferências de doentes e suas famílias.”

“É crítico assegurar que as equipas dos serviços de urgência estão devidamente preparadas para reconhecer pessoas com necessidades paliativas e que as instituições dispõem dos recursos para responder adequadamente às necessidades dos doentes e dos seus familiares neste contexto”, partilha a investigadora. “Por outro lado, importa prevenir, sempre que possível, este recurso a serviços de urgência, com o devido apoio no domicílio”, acrescenta.

A investigação foi desenvolvida no âmbito do projeto de investigação EOLinPLACE  Escolha de onde morremos: uma reforma da classificação para discernir a diversidade nos percursos individuais de fim de vida, liderado por Bárbara Gomes e financiado pelo Conselho Europeu de Investigação. Este artigo científico, intitulado “Morrer no serviço de urgências não pode ser ignorado” contou com a participação da estudante de doutoramento da FMUC, Beatriz Sanguedo, e da docente da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, Sílvia Lopes.

Já em 2024, a mesma equipa de investigação publicou estudos com dados sobre a percentagem de pessoas que prefere morrer em casa e a percentagem que realmente morre no domicílio. Neste novo artigo, as investigadoras sublinham a necessidade de “a nível global, incluir o serviço de urgência como um dos locais de morte registados no certificado de óbito, enquadrado num esforço de harmonização mundial da forma como são registados os locais de morte”. 

Com o projeto e os vários estudos publicados, a equipa de investigação pretende contribuir para melhorar a prestação dos cuidados de saúde em fim de vida, ambicionando transformar a forma como se classificam os locais onde as pessoas são cuidadas no final da sua vida e onde acabam por morrer, criando uma pioneira classificação internacional dos locais de morte, que contemple serviços de urgência, algo que não acontece atualmente na grande maioria dos países. 

O artigo está disponível em https://www.annemergmed.com/article/S0196-0644(25)00303-8/fulltext.

 

 

Em Coimbra
Coimbra recebe este ano a VI Reunião Anual do Núcleo de Estudos de Insuficiência Cardíaca (NEIC) da Sociedade Portuguesa de...

Para Irene Marques, coordenadora do NEIC, “o principal objetivo desta reunião é mostrar quais as implicações do conhecimento científico para a classificação, abordagem e gestão dos doentes com IC na prática clínica diária. Este ano, terminaremos o encontro com a apresentação de trabalhos de investigação realizados em Serviços de Medicina Interna portugueses, reforçando o carácter nacional da investigação nesta área.”

A edição de 2025 distingue-se das anteriores por ser realizada pela primeira vez em Coimbra e por incluir momentos únicos, como a primeira edição do curso ECO-ACUA (ECOgrafia na Avaliação da Congestão na Insuficiência Cardíaca), que se realiza na véspera do evento. Durante a manhã da reunião, o cardiologista de renome internacional Professor John Cleland, fundador do European Journal of Heart Failure e autor das primeiras guidelines da Sociedade Europeia de Cardiologia sobre IC, partilhará a sua experiência e visão sobre a IC.  À tarde, será apresentada a proposta do NEIC para a certificação de programas estruturados de organização e gestão da IC (PRESTIGE-IC), aberta a todos os Serviços de Medicina Interna portugueses.

Quanto aos temas centrais do evento, Irene Marques destaca que “vamos abordar desde o papel dos biomarcadores no diagnóstico, a epidemiologia da IC em Portugal, a gestão da IC aguda, até à síndrome cardio-reno-metabólica e à miocardiopatia amiloide. Exploraremos também perspetivas inovadoras, como novos alvos terapêuticos, o tratamento baseado em valor e a valorização da qualidade de vida e dos resultados pelos doentes.”

O programa contará com especialistas de diversas áreas, incluindo Medicina Interna, Cardiologia, Nefrologia e Medicina Geral e Familiar. Entre os convidados estão o Prof. Paulo Matafome, investigador e co-coordenador do projeto Horizon Europe PAS GRAS, e o Dr. Filipe Costa Filipe, especialista em Medicina Baseada em Valor.

A coordenadora sublinha a importância da reunião para a disseminação de conhecimento: “Ao longo do encontro iremos divulgar documentos de consenso e recomendações portuguesas elaboradas com a colaboração do NEIC, com o objetivo de melhorar os cuidados aos doentes com IC. Esperamos inspirar os participantes a levar estas ideias para os seus locais de trabalho e a envolverem-se em projetos de investigação.”

Para encorajar a participação, Irene Marques deixa uma mensagem clara: “Esta VI Reunião do NEIC será um momento privilegiado para criar uma rede de contactos entre todos os internistas portugueses interessados em IC. Estamos seguros de que os participantes sairão com novidades, ideias para projetos inovadores e talvez com a motivação e a energia que nos invadem quando sabemos que contribuímos para um mundo melhor.”

 

‘Existem palavras certas?’
No âmbito do Mês da Sensibilização para os Cancros do Sangue, a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) relança a...

Esta campanha parte da premissa de que o diagnóstico de cancro do sangue gera, muitas vezes, um bloqueio na comunicação, para apresentar diferentes visões desta realidade e procurar pistas para uma comunicação mais eficaz e empática. 

Com a APCL desde o primeiro momento tem estado a Johnson & Johnson Innovative Medicine. Há dois anos que as duas entidades têm caminhado no sentido de aprofundar a reflexão sobre o impacto da comunicação no decurso de quem vive com doença hemato-oncológica.  

"A resposta que tivemos em 2024 provou que este é um diálogo urgente e necessário," afirma Manuel Abecasis, Presidente da APCL. "Este ano, queremos ir mais longe. Não se trata apenas de encontrar as palavras certas, mas de construir pontes de comunicação que combatam o isolamento. A empatia e a escuta ativa são ferramentas terapêuticas poderosas que toda a comunidade pode oferecer”. 

Esta será ainda uma campanha agregadora, reunindo no mesmo objetivo os diversos parceiros e escutando outros públicos, para além da pessoa com cancros do sangue.  

“Já ouviu falar de Cancros do Sangue?” será esta a questão central da campanha de 2025, permitindo explorar aspetos tão complexos quanto a credibilidade e o alcance da informação sobre saúde; a literacia sobre cancros do sangue; a importância do momento do diagnóstico; as consequências pessoais e sociais de se viver com uma doença hemato-oncológica; entre outros.  

“Os avanços na hematologia têm sido extraordinários, mas a excelência do tratamento não se mede apenas pela inovação terapêutica. A forma como comunicamos o diagnóstico, como explicamos o tratamento e como ouvimos as dúvidas e preocupações do doente é, em si mesma, uma ferramenta terapêutica. A Sociedade Portuguesa de Hematologia apoia esta campanha por ser uma forte aposta na capacitação da sociedade para uma comunicação mais empática e no reforço da rede de suporte do doente, tornando-a uma aliada fundamental no sucesso do tratamento”, reforça Maria Gomes da Silva, Presidente da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH). 

A campanha foi lançada no dia 4 de setembro, Dia Mundial da Leucemia, num evento que decorreu na sede da WPP, em Lisboa, e contou com a mesa-redonda “Literacia em Saúde e Comunicação em Hematologia: O Papel das Campanhas e dos Profissionais de Saúde”, com a participação da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH), Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa (AEOP), e Grupo de Estudos de Hematologia da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF). Ao longo deste mês dedicado às doenças hemato-oncológicas, a campanha assinalará outras datas-chave como o Dia Mundial do Linfoma (15/09), o Dia Mundial da Leucemia Mieloide Crónica (22/09) e o Dia Europeu do Mieloma Múltiplo (27/09). A campanha será divulgada no site e redes sociais da APCL (Facebook; Instagram; LinkedIn; YouTube) e seus parceiros. 

Reconhecendo que o percurso de alguém com doença oncológica vai muito além da esfera clínica, a campanha desafia-nos a refletir sobre a rede de apoio que rodeia o doente, começando pela forma como se comunica. O seu propósito é defender uma comunicação mais empática e informada, que complemente o tratamento médico com um suporte emocional robusto, fundamental para enfrentar os desafios da doença. 

A campanha “Existem Palavras Certas? O Sangue que há em mim!”  concretiza-se graças aos seguintes apoios e parceiros: 

 

  1. Apoio: Johnson & Johnson Innovative Medicine / Amgen, AstraZeneca, Novartis, Takeda / Kyowa Kirin, Lilly, Roche, Sebia, Thermo Fisher Scientific / AOP, GSK, Sanofi, Servier. 
  2. Parceiros Científicos: Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH); Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa (AEOP), Grupo de Estudos de Hematologia da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF). 
  3. Apoios Institucionais: Câmaras Municipais de Alcobaça, Alijó, Angra do Heroísmo, Barcelos, Batalha, Cascais, Coimbra, Constância, Fafe, Lagoa, Lisboa, Loulé, Marinha Grande, Mértola, Mogadouro, Montemor-o-Velho, Oeiras, Oleiros, Portimão, Porto e Santarém. 
  4. Parceiros de divulgação: Atlas, El Corte Inglés, JCDecaux, MOP, Time Out  

 

Evento integra o calendário comemorativo do bicentenário da instituição
A Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) vai organizar a conferência “Global Medical Education at the...

“Com esta conferência queremos reforçar a nossa missão enquanto instituição de referência global, promovendo a inovação científica, a partilha de conhecimento e a cooperação internacional que o ensino médico do século XXI exige. Este será mais um momento simbólico das comemorações do nosso bicentenário, onde vamos continuar a celebrar o papel da investigação no percurso da FMUL”, afirma João Eurico da Fonseca, diretor da FMUL.

Entre os destaques do programa está a conferência principal de Paul Peter Tak (Candel Therapeutics e FMUL), dedicada ao tema “Viral Immunotherapy: A New Therapeutic Strategy to Induce Systemic Anti-Tumor Immunity”.

A conferência contará ainda com intervenções de académicos provenientes de Macau, Brasil, Moçambique, Angola e da Harvard Medical Faculty Physicians, incluindo: Han-Ming Shen (University of Macau), Alberto Shanaider (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Donald Donahue (Harvard Medical Faculty Physicians), Jahit Sacarlal (Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique), Paulo Pego (Universidade de São Paulo), Ema Fernandes (Universidade Agostinho Neto, Angola), bem como Manson Fok e Billy Chan (Macau University of Science and Technology).

Além da sua dimensão científica, o evento será também um espaço de diálogo, partilha de experiências e fortalecimento de redes internacionais de colaboração.

Para mais informações, consulte: https://www.ulisboa.pt/evento/global-medical-education-bicentennial

Veterinário explica sinais, causas e cuidados
O linfoma é uma patologia oncológica do sistema imunitário que pode afetar diferentes órgãos, inclui
Para esclarecer este tema, o médico veterinário António Dias, da Clinicanimal, clínicas veterinárias da Tiendanimal, explica: “O linfoma pode manifestar-se de forma silenciosa nas fases iniciais, mas a deteção precoce é fundamental. Observar mudanças no comportamento, no apetite ou no estado físico do animal pode fazer toda a diferença no diagnóstico e tratamento.”
 
“O linfoma não é contagioso e não surge por culpa do tutor. Trata-se de uma doença complexa do sistema imunitário, que pode afetar cães e gatos de todas as idades, embora certas raças tenham predisposição genética,” acrescenta António Dias.
 
O que é o linfoma
O linfoma é um tumor maligno que se origina nos linfócitos, células fundamentais do sistema imunológico. Nos cães, as formas mais comuns incluem linfoma multicêntrico (afeta gânglios linfáticos), linfoma mediastinal (torácico), linfoma gastrointestinal e linfoma cutâneo. Nos gatos, além destas formas, há também o linfoma associado a vírus, como o FeLV (vírus da leucemia felina).
 
Sinais de alerta
Os sinais de linfoma podem variar conforme o tipo e a localização do tumor, mas existem alguns indícios que os tutores devem observar atentamente. Entre os mais comuns estão o aumento de gânglios linfáticos palpáveis, perda de apetite e emagrecimento progressivo, assim como fadiga, letargia e menor interação com a família. Em casos de linfoma gastrointestinal, podem surgir vómitos ou diarreia, enquanto o linfoma torácico pode causar dificuldades respiratórias. Nos casos de linfoma cutâneo, os animais podem apresentar lesões na pele ou feridas que não cicatrizam. Reconhecer estes sinais atempadamente é fundamental para procurar avaliação veterinária e garantir um diagnóstico precoce, aumentando as hipóteses de sucesso do tratamento.
 
Fique a saber que…
  • O linfoma representa entre 5% a 7% de todas as neoplasias diagnosticadas em cães.
  • Nos gatos, os animais positivos para FeLV ou FIV apresentam uma probabilidade significativamente maior de desenvolver linfoma, especialmente na forma mediastinal.
 
Diagnóstico
O diagnóstico do linfoma exige uma avaliação veterinária cuidada e detalhada. Para tal, recorrem-se a análises sanguíneas, punções ou biópsias de gânglios e órgãos afetados, bem como ecografias e radiografias, que permitem determinar a extensão da doença e avaliar o dos órgãos internos. Estes procedimentos são essenciais para identificar o subtipo de linfoma e o estádio da patologia, informação determinante para definir a estratégia de tratamento mais adequada.
 
Tratamento
O tratamento do linfoma varia consoante o tipo e a gravidade da doença. Pode incluir quimioterapia, cirurgia em casos específicos ou medidas de apoio destinadas a controlar sintomas e a preservar a qualidade de vida do animal. O acompanhamento regular por um médico veterinário permite ajustar a estratégia de tratamento consoante a resposta do animal, garantindo cuidados individualizados e promovendo o bem-estar dos patudos.
 
Cuidados e bem-estar
Além do tratamento indicado pelo veterinário, os tutores podem contribuir para o bem-estar do animal mantendo uma alimentação equilibrada, proporcionando conforto, reduzindo stress e observando de perto qualquer alteração de comportamento ou saúde. O suporte emocional, aliado à monitorização regular, ajuda a garantir qualidade de vida durante todo o processo.
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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