Estudo revela uma prevalência da Epilepsia muito superior à estimativa anterior, atingindo mais de 100 mil Pessoas em Portugal

O EpiPort, um estudo transversal de base populacional, realizado entre maio de 2023 e julho de 2024, envolveu um inquérito porta-a-porta a 10.666 indivíduos em todo o território nacional. O objetivo foi estimar a prevalência da epilepsia em Portugal, uma das doenças neurológicas mais comuns no mundo, que afeta cerca de 50 milhões de pessoas a nível global. Um comité de acompanhamento do estudo, constituído por médicos de todo o País e que se dedicam ao diagnóstico e tratamento de pessoas com epilepsia, validou os resultados dos inquéritos realizados.
"Os resultados do estudo EpiPort são um alerta: a epilepsia afeta uma parcela significativamente maior da população portuguesa do que se estimava. Esta realidade sublinha a necessidade de reforçar os programas de saúde nesta área. É fundamental que, enquanto sociedade, reconheçamos o verdadeiro impacto da Epilepsia e invistamos na melhoria dos cuidados às Pessoas que vivem com Epilepsia.
O EpiPort é um estudo epidemiológico de base populacional em Portugal, concebido para estimar a prevalência da epilepsia em crianças e adultos e contou com o apoio da Angelini Pharma. Nuno Brás, Diretor-geral da Angelini Pharma em Portugal, afirma que “É com grande sentido de responsabilidade que a Angelini Pharma apoia iniciativas como o estudo EpiPort. Os dados agora revelados são de uma importância inestimável para a comunidade médica e para os decisores políticos. O nosso objetivo é continuar a trabalhar em conjunto com a comunidade científica e as autoridades de saúde para garantir que a epilepsia receba a atenção e os recursos necessários em prol dos milhares de pessoas que vivem com esta condição no nosso país.”
Os novos dados permitem preencher a lacuna de evidências recentes sobre estas métricas populacionais, fornecendo dados cruciais para a comunidade médica, decisores políticos e o público em geral.
Os primeiros dados do estudo foram dados a conhecer à comunidade médica no 36.º Congresso Internacional de Epilepsia, realizado em Lisboa no final do mês de agosto e que contou com a participação de mais de 4200 delegados de todo o mundo.
A epilepsia1 é uma doença com origem no cérebro e que se caracteriza pela ocorrência de crises epiléticas recorrentes. As crises devem-se a uma descarga anormal dos neurónios (células cerebrais) e ocorrem de forma súbita e imprevisível. As crises são habitualmente de curta duração (de segundos a poucos minutos) e a sua frequência varia de pessoa para pessoa.
Para além das diferentes causas e das diferentes características das crises, a epilepsia é também diferente na forma como evolui e responde ao tratamento. Há́ epilepsias de fácil controlo que, muitas vezes, deixam mesmo de necessitar de tratamento e outras que, apesar do tratamento mais adequado, mantém crises mais ou menos frequentes.
O tratamento da epilepsia baseia-se no controlo de crises epiléticas, não menosprezando a ajuda na adaptação do doente à sua nova condição. A escolha do tratamento mais adequado depende de diferentes fatores: tipos de crises, a idade e o sexo da pessoa, outros problemas de saúde que possam existir, se for mulher e quiser engravidar e os possíveis efeitos secundários associados2.
Referências
[1] https://epilepsia.pt/epilepsia-e-generalidades/
² https://epilepsia.pt/epilepsia-e-generalidades/