Associação Nacional de Centros de Diálise
Durante o “apagão” que deixou Portugal sem eletricidade e comunicações durante várias horas, na segunda-feira, de norte a sul...

“As clínicas privadas de diálise operaram normalmente, tratando todos os doentes programados, em todo o país, em mais de 120 localizações. Todas as clínicas têm geradores e teriam capacidade de fazer tratamento por mais algumas horas”, afirma Paulo Dinis, novo presidente da ANADIAL para o biénio 2024-2026. “No entanto, não nos foi prestado qualquer apoio nem tivemos qualquer tipo de contacto das entidades centrais neste tipo de cenário. Apesar de prestarmos um serviço que garante a vida a milhares de portugueses não temos ainda o apoio da Rede de Emergência Nacional, algo que a par dos hospitais, devemos ter”, continua.

“Aguardamos até hoje pela devolução do contacto feito à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. É urgente sermos olhados como um conjunto de clínicas que devem ter o apoio proativo da Proteção Civil tendo em conta a nossa missão. Esse contacto proativo, ou outro qualquer das autoridades, não só não aconteceu, como fomos ignorados, contando apenas com os nossos associados”, conclui Paulo Dinis.

A ANADIAL teme que uma repetição desta situação ou de outra que possa durar mais tempo faça perigar a capacidade dos seus associados de operarem com normalidade, tratando milhares de pessoas e pondo em  efetivo risco de vida estas pessoas. A Associação apela a que o mais rapidamente possível possa contar com a integração da Rede de Emergência Nacional, que, na prática, se traduziria na obtenção de formas complementares de comunicação, além do acesso a bens de primeira necessidade para o seu funcionamento normal, como combustível para os geradores e transportes, abastecimento de água e apoio na gestão de transportes de doentes. 

A Associação Nacional de Centros de Diálise lembra ainda que também numa situação de crise mais prolongada, como na Pandemia do Covid-19, nunca deixou de prestar a assistência devida a todos os que precisavam de diálise para viver e no que depender de si, todos os portugueses podem contar com os seus associados.

11 de maio
O Banco Alimentar Contra a Fome do Porto promove, este domingo, 11 de maio, uma Caminhada Solidária. A iniciativa – que...

Todos aqueles que quiserem associar-se a esta ação poderão efetuar a sua inscrição através do formulário https://forms.gle/11hRBcqXnUPujdzW9, sendo que, neste caso, a inscrição assume um carácter simbólico, uma vez que os participantes terão apenas de doar um cabaz de alimentos, que deverá conter apenas o que cada um pretender oferecer. Leite, óleo, azeite, massa, arroz ou enlatados são apenas alguns dos alimentos que poderão ser incluídos.

Os alimentos angariados serão posteriormente distribuídos pelas 300 instituições apoiadas pelo Banco Alimentar do Porto, assegurando que chegam rapidamente a quem mais necessita. Acrescente-se que, até ao momento, o BA Porto recebeu cerca de duas centenas de inscrições, mas o objetivo passa por reunir um número ainda maior de pessoas.

Bárbara Barros, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome do Porto, deixa, por isso, o apelo: “Queremos, no próximo domingo, reunir uma enorme mancha de apoio ao nosso Banco Alimentar do Porto, fechando, assim, em grande, as comemorações dos nossos 30 anos de vida”. E acrescenta: “Serão apenas sete quilómetros de uma caminhada em que se pretende celebrar a partilha, a solidariedade e o apoio. Temos a convicção plena de que contaremos com a força de todos os portugueses e portuenses”.

Depois da caminhada solidária, o Banco Alimentar promove, a nível nacional, a sua primeira Campanha de Recolha de Alimentos do ano, iniciativa que decorrerá de norte a sul do país, nos dias 31 de maio e 1 de junho.

Comunicar para Cuidar
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) anuncia a abertura das inscrições para a conferência 'Comunicar para...

A conferência terá lugar no dia 15 de maio, a partir das 17h40, no Leap Amoreiras - Espaço Amoreiras, em Lisboa. A iniciativa pretende promover a partilha de estratégias e ferramentas de comunicação que contribuam para uma relação mais eficaz entre profissionais de saúde e doentes, reforçando o trabalho em equipa e preparando todos os intervenientes para os desafios diários da hemato-oncologia. 

O evento contará com a participação de especialistas nas áreas da comunicação em saúde, psicologia, enfermagem e medicina, oferecendo uma abordagem prática e multidisciplinar centrada na melhoria da comunicação e da qualidade dos cuidados. Terá ainda sessões interativas dedicadas à identificação de barreiras e desafios reais na comunicação, bem como um painel de debate com especialistas e um doente, com o objetivo de refletir sobre soluções concretas. 

A conferência terá início com uma mensagem de boas-vindas por parte de um representante da direção da APCL, seguindo-se a intervenção da Dra. Patrícia Rodrigues, medical writer e formadora em comunicação em saúde, que apresentará o tema 'Construindo Pontes – Ferramentas e Estratégias para Melhorar a Comunicação'.

Após a sessão de abertura, Andreia Cardoso, psicóloga clínica e diretora clínica do APESSOAR, e Sara Teixeira, psicóloga clínica da ULS Lisboa Ocidental, irão conduzir uma sessão prática dedicada à identificação de barreiras e desafios reais na comunicação. A atividade será seguida por uma partilha coletiva das dificuldades apontadas, igualmente moderada por ambas. 

Um dos momentos centrais do evento será o painel de discussão dedicado à reflexão e debate sobre soluções para os desafios identificados. A sessão será moderada por Isabel Pereira Santos, responsável de políticas públicas da Roche Farmacêutica, e contará com a participação da Dra. Patrícia Rodrigues, da médica hematologista Ana Carolina Freitas, da enfermeira Sandra Ponte (AEOP), das psicólogas clínicas Andreia Cardoso e Sara Teixeira, e de Maria João Taborda, que irá partilhar a sua perspectiva enquanto doente. 

A APCL convida todos os interessados a participar nesta conferência, que se espera que seja um espaço privilegiado de partilha de experiências, aquisição de conhecimentos e reforço das práticas comunicacionais no contexto da hemato-oncologia.  

A inscrição no evento é gratuita, mas obrigatória, e pode ser efetuada através do preenchimento do seguinte formulário online.

Dia Mundial do Lúpus – 10 de maio
O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença inflamatória crónica autoimune caraterizada pela pr

O LES afeta predominantemente o sexo feminino num rácio de cerca de 9:1, e em mais de 80%, ocorre em mulheres em idade fértil. Estima-se que a prevalência em Portugal seja de 100 a 200/100 000 habitantes, superior aos restantes países na Europa do Sul onde varia entre 34 - 91 casos/100 000 habitantes. 

A história natural da doença caracteriza-se por um curso ondulante de episódios de recidivas intercalados com períodos de remissão, com um prognóstico variável e que ocorrem mesmo sob terapêutica. Nas últimas décadas, tem-se verificado uma redução da mortalidade devido à doença e está descrita uma remissão progressiva a longo prazo, sendo os eventos trombóticos a causa de morte mais frequente. Desta forma, a presença de comorbilidades cardiovasculares (hipertensão arterial, tabagismo e dislipidemia) ocupa um papel de relevo na avaliação de doentes com LES.
 
O LES pode ser avaliado em duas dimensões: através da atividade da doença e da lesão órgão-alvo acumulada. No LES não existem biomarcadores que possam prever a progressão da doença. Vários estudos identificaram fatores de mau prognóstico na doença, sendo globalmente reconhecidos: a idade jovem à data do diagnóstico, o género, o estatuto socioeconómico, a etnia e a atividade da doença medida pelo SLEDAI. A idade de início correlaciona-se com a expressão clínica, o padrão de órgãos atingidos e os achados serológicos. Alguns estudos tentaram definir quais os determinantes da morbilidade e mortalidade nos doentes com LES. Foram destacados: atividade da doença (artrite, eritema malar, nefropatia ativa, febre, envolvimento neurológico, fenómeno Raynaud, serosite, trombocitopenia e trombose), infeções, hipertensão arterial, dislipidemia, tabagismo, osteoporose, citopenias relacionadas com o uso de imunossupressores e neoplasias.
 
O Sistema Nervoso (SN) é frequentemente afetado e as manifestações neuropsiquiátricas (MNP) são a segunda causa de morbimortalidade na doença. Não obstante serem um achado comum com impacto significativo na qualidade de vida dos doentes, são provavelmente, das menos compreendidas. O principal obstáculo prende-se com a distinção entre LES Neuropsiquiátrico (LESNP), (MNP devidas à atividade da doença) e MNP secundárias a outras condições associadas. 
 
A disfunção cognitiva (DC), também referida como “brain fog”, é uma das 19 síndromes neuropsiquiátricos considerados pelo American College of Rheumatology (ACR) no LES. É uma complicação frequente e das mais impactantes, embora considerada geralmente como uma MNP menor. Os défices cognitivos podem manifestar-se precocemente após o diagnóstico de LES ou como apresentação inaugural, sendo a sintomatologia inespecífica e de difícil deteção. Este facto, aliado à falta de um método de avaliação cognitiva consensual, eficaz e de aplicação universal na prática clínica, contribuem para o subdiagnóstico da disfunção cognitiva no LES. Acresce a inexistência de recomendações relativas à sua prevenção ou tratamento. Este conjunto de circunstâncias e o impacto brutal da disfunção cognitiva na qualidade de vida dos doentes, traduzido por perturbações na autonomia e funcionalidade, alterações nas relações interpessoais, incapacidade para o trabalho e estigma social, tornam especialmente relevante o estudo desta condição. Afigura-se, assim, pertinente uma perspetiva global e atual sobre o tema de forma a possibilitar uma correta abordagem destes doentes.
 
O lúpus é mais do que uma doença física, é um desafio que pode ter um impacto significativo na saúde mental dos pacientes. A incerteza da doença, a luta com a dor e a necessidade de tratamento podem levar a problemas emocionais como depressão e ansiedade. No entanto, com a avaliação e tratamento adequados, com apoio social e uma abordagem multidisciplinar, os doentes com lúpus podem aprender a lidar com esses desafios e viver uma vida plena e gratificante. É imperativo que os médicos estejam atentos à saúde mental dos seus doentes pois esta é um direito e não um privilégio.

 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade de Coimbra
Ao longo dos próximos três anos, uma investigação liderada pela Universidade de Coimbra (UC) vai tentar desvendar novas...

Com os resultados deste estudo, espera-se vir a compreender mais aprofundadamente os fenómenos que podem impactar o cérebro no período neonatal, ou seja, durante os primeiros 28 dias de vida.

O projeto Interação microglia-endotélio na construção do sistema cerebrovascular vai ser financiado com 250 mil euros pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do Programa ERC-PT A-Projects. Este programa de financiamento destina-se a apoiar candidaturas nacionais apresentadas às prestigiadas bolsas do Conselho Europeu de Investigação (European Research Council, com a sigla em inglês ERC) que tenham conquistado uma avaliação de topo e recomendação para financiamento, mas que não obtiveram financiamento por limitações de orçamento.

Na transição do meio intrauterino para o mundo exterior, “o cérebro neonatal enfrenta um período de intensa adaptação, em que está particularmente vulnerável a influências que podem ter impacto duradouro ao longo da vida”, explica a investigadora do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da UC, Vanessa Coelho-Santos, que lidera o projeto de investigação.

Neste contexto, o entendimento dos primeiros dias de vida, nomeadamente a interação entre os sistemas vascular e imunitário cerebrais, é fundamental para perceber as mudanças que podem impactar o cérebro. No caso concreto da linha de investigação de Vanessa Coelho-Santos, que se tem dedicado ao estudo do desenvolvimento cerebrovascular neonatal, ainda muito pouco se sabe sobre as células endoteliais – a base dos vasos sanguíneos –, nomeadamente “como  se organizam para criar a rede capilar cerebral, e de que forma as células do sistema imunitário do cérebro contribuem para essa formação durante esta fase essencial do desenvolvimento do cérebro dos recém-nascidos”, destaca a investigadora da Universidade de Coimbra.

Ao confirmar-se qual o contributo das microglias – que têm a função de “vigiar e defender” o ambiente cerebral – para a organização da rede de vasos sanguíneos no cérebro “poderemos transformar a nossa compreensão sobre como os vasos do cérebro se formam e como as respostas neuroimunes – nomeadamente após uma infeção ou dano cerebral – moldam a rede capilar cerebral e, consequentemente, influenciam o desenvolvimento do cérebro”, avança Vanessa Coelho-Santos. “Acredito que esta investigação pode ajudar-nos a identificar processos, conhecimento que pode impactar, futuramente, o tratamento de patologias cerebrais em recém-nascidos”, acrescenta.

Esta investigação pré-clínica vai decorrer até março de 2028. Vanessa Coelho-Santos, assim como a equipa que vai ser contratada no âmbito deste financiamento, vai desenvolver a investigação em murganhos, através de imagens do cérebro em tempo real, obtidas a partir de microscopia de multifotão, uma metodologia de imagem avançada que permite captar imagens de alta resolução ao longo do tempo, necessária para estudar estes sistemas do nosso cérebro tão dinâmicos.

Inquérito ‘Autarquias e Saúde Oral’
Os resultados do inquérito ‘Autarquias e Saúde Oral’, promovido pela Ordem dos Médicos Dentistas com o apoio da Associação...

Em ano de legislativas e autárquicas, desafia o bastonário Miguel Pavão, estes números vieram “confirmar que Portugal necessita de um pacto nacional para a Saúde Oral, sem ideologias partidárias, seja qual for o Governo a sair das eleições”. “Os portugueses estão saturados de promessas e exigem respostas, conforme demonstram os estudos da OMD realizados nos últimos anos”, acrescenta.

Das mais de 90 câmaras que responderam ao inquérito, mais de metade (54,3%) confirmaram que não desenvolveram em 2024 qualquer projeto relacionado com Saúde Oral para os respetivos munícipes.

No que diz respeito às câmaras que alocaram verbas a iniciativas de apoio às populações, 58,7% destas dizem que gastaram até 5000 euros ao longo de todo o ano. “A atenção dada pelas autarquias à Saúde Oral é lamentável. Qualquer festa custa mais do que os 5000 euros gastos na saúde oral”, afirma Miguel Pavão, sublinhando que 85% dos municípios gastaram até 20 mil euros e as restantes (15%) acima deste valor.

Outra conclusão a retirar do inquérito reforça o muito que ainda há a fazer na prestação de cuidados de saúde oral aos portugueses: “Apenas 12 autarquias apoiaram na instalação de gabinetes de saúde oral nas unidades de cuidados de saúde primários”.

A par do inquérito, a OMD levou a cabo o Roteiro de Saúde Oral nas Autarquias, com visitas a 12 municípios, de Norte a Sul do país. O bastonário, Miguel Pavão, reuniu-se com autarcas de Évora, Seixal, Almada, Cascais, Oeiras, Vila Nova de Gaia, Santa Maria da Feira, Coimbra, Leiria, Valença, Matosinhos e Braga, para conhecer as boas práticas e os principais desafios locais.

Uma das principais conclusões é que a descentralização de competências em matéria de Saúde não foi acompanhada dos recursos financeiros necessários, persistindo a ausência de programas que permitam às autarquias candidatar-se a apoios específicos para projetos de Saúde Oral.

Neste sentido, e procurando uma solução que vá ao encontro das populações, a OMD e a ANMP propõem-se a apresentar medidas concretas que permitam integrar a saúde oral nos orçamentos municipais e no próximo Orçamento do Estado.

Entre as diferentes iniciativas que podem ser concretizadas ao nível local, Miguel Pavão recupera o manifesto entregue aos autarcas durante o roteiro. No documento são propostos desafios aos candidatos às autárquicas que vão da distribuição de kits de higiene oral e rastreios periódicos às populações, à inclusão da Saúde Oral nos Planos Municipais de Saúde, passando pela integração da medicina dentária nos cuidados de saúde primários.

“O papel do poder local na promoção de uma boa saúde oral é ímpar, seja pelo facto de o Governo central lhe delegar competências, seja pela autonomia de criar projetos em área vitais. As autarquias são um parceiro fundamental para cumprirmos o desígnio da OMS para a Saúde Oral”, considera Miguel Pavão, recordando os objetivos que Portugal se comprometeu cumprir até 2030: garantir o acesso a cuidados de saúde oral a 80% da população, reduzir em 10% a prevalência das principais doenças orais e diminuir em 50% o consumo de açúcares livres.

Relatórios OMD de 2024:

Saúde Oral em Portugal (Barómetro Saúde Oral)

  • 65,7% (+6.9 pp) da população tem falta de pelo menos um dente
  • 28% (+5.8 pp) da população não tem 6 ou mais dentes
  • 34,3% (-6.8pp) da população tem dentição completa
  • 1 milhão nunca vai ao Médico Dentista (300 mil por falta de dinheiro)

Precaridade/Emigração (Diagnóstico à profissão 2024)

  • 64,6 % dos Médicos Dentistas a trabalhar no estrangeiro emigraram já depois de trabalhar em Portugal
  • 65,4% dos Médicos Dentistas no estrangeiro foram por falta de rendimento satisfatório em Portugal
  • 4,1% dos Médicos Dentistas exerciam no SNS (43,5% a recibos verdes)

Excesso de Médicos Dentistas (Números da Ordem 2024)

  • 1339 médicos dentistas têm inscrição suspensa há mais de 5 anos. É recorde.
  • 2312 médicos dentistas com inscrição suspensa (54,4% para trabalhar no estrangeiro)
  • Rácio recomendado pela OMS: 1MD/2000 habitantes; Portugal tem 1MD/796;

 

6 de maio – Dia Mundial da Asma
Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, Sociedade Portuguesa de Pneumologia, Grupo de Doenças Respiratórias...

De acordo com o estudo EPI-ASTHMA – Prevalência e caracterização das pessoas com asma, de acordo com a gravidade da doença, em Portugal, cujos resultados foram publicados em 2024, cerca de 600 mil adultos portugueses sofrem de asma. Ou seja, na população adulta, a prevalência é de 7,1%, o que faz da asma uma das doenças crónicas mais comuns na nossa população. Do ponto de vista epidemiológico, não tem havido um aumento exponencial do número de casos desde 2011 (na altura a prevalência era de 6,8%), contudo, tem-se verificado um aumento do número de casos mais graves da doença, sobretudo, entre as populações mais jovens, eventualmente, como consequência da exposição ambiental a alergénios ou agentes desencadeantes ou agravantes dos sintomas (poeiras, gases, fumos), do aquecimento global e do aumento da poluição.

Igualmente relevante é o facto de, também à luz dos resultados do estudo EPI-ASTHMA, 68% dos doentes asmáticos não terem a sua doença controlada. A má adesão à terapêutica e erros comuns na utilização dos dispositivos inalatórios podem justificar parcialmente este indicador, sobre o qual é urgente intervir.

A terapêutica inalatória é o pilar do tratamento da asma e, por esse motivo, este ano, o GINA (Global Initiative for Asthma) propôs como tema de celebração do Dia Mundial da Asma “Tornar os tratamentos inalatórios disponíveis para todos”.

É também sob este mote que a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), o Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (GRESP) e a Associação Nacional de Farmácias (ANF) uniram esforços numa iniciativa de formação dirigida a farmacêuticos. No dia 6 de maio, pelas 20.30, as quatro entidades vão transmitir uma sessão webinar especialmente dirigida aos farmacêuticos sobre terapêutica inalatória e sobre dispositivos inalatórios.

Segundo Tiago Maricoto, “a terapêutica inalatória é essencial para o tratamento da asma, mas a maioria dos pacientes comete alguns erros no manuseio dos dispositivos, o que compromete a sua eficácia terapêutica”. Para melhorar o desempenho na utilização de inaladores, o especialista em Medicina Geral e Familiar sublinha que “é fundamental investir em programas educacionais estruturados e revisões da técnica inalatória frequentes, que podem incluir estratégias como o treino com dispositivos-placebo, vídeos, folhetos, entre outros”.

“O plano de tratamento da asma, em que a terapêutica inalatória assume um papel central, consiste num ciclo contínuo entre a avaliação do controlo da asma, o ajuste do tratamento instituído e a monitorização”, afirma Maria João Mendes. De acordo com a farmacêutica, “os corticosteroides inalados são fundamentais no tratamento da asma, ao reduzirem a inflamação crónica das vias aéreas, prevenindo exacerbações e melhorando o controlo a longo prazo da doença”.

Da mesma forma que a escolha da terapêutica farmacológica deve ser personalizada e ajustada a cada doente asmático, é igualmente importante que cada dispositivo inalatório seja eleito em função da preferência e comodidade de cada doente.

 

A asma fala através dos sintomas

A par da elevada prevalência e da elevada taxa de mau controlo da asma, o subdiagnóstico da doença continua a ser motivo de preocupação. Também de acordo com o estudo EPI-ASTHMA, cerca de 23% dos doentes não estão diagnosticados, ou seja, não sabem que têm a doença e, por isso, não fazem qualquer tratamento para controlo dos sintomas. Segundo Ana Mendes, “a asma "fala" através dos sintomas: o diagnóstico não se vê num exame — ouve-se na história clínica. Os sinais da doença são muito claros e identificá-los é a chave para o diagnóstico”. Dispneia, pieira, tosse, sensação de aperto no peito com variabilidade ao longo do tempo, e cansaço são, segundo a imunoalergologista, alguns dos sintomas cardinais da asma.

Apesar de, ao longo dos anos, a mortalidade por asma ter vindo diminuir, esta doença continua a ser causa de ida recorrente aos serviços de urgência, de internamento e de consumo de recursos de saúde.

“Uma crise de asma pode ser fatal”, sublinha José Coutinho Costa. De acordo com o pneumologista, os episódios de agudização de asma caracterizam-se por “agravamento progressivo dos sintomas respiratórios – tosse, falta de ar, sibilância e aperto no peito. “Se suspeitar que está a ter uma crise de asma, use a sua medicação de alívio conforme prescrito pelo seu médico. Se os sintomas forem graves ou não melhorarem rapidamente com a medicação, procure assistência médica urgente”, recomenda.

Nova direção da ANADIAL toma posse para o biénio 2025-2026
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) acaba de eleger Paulo Dinis para presidente da direção no próximo biénio ...

Licenciado em Gestão pelo Iscte e com um MBA pela AESE Business School, Paulo Dinis tem experiência em setores como a metalurgia e a energia, contando com mais de uma década dedicada à área da saúde. Atualmente, é diretor-geral da DaVita Portugal.

“É com grande sentido de responsabilidade que assumo a liderança da ANADIAL, num ano simbólico em que a associação celebra 40 anos de história. Sabemos que enfrentamos um cenário exigente, com vários desafios no presente e no futuro da diálise em Portugal. Estamos, por isso, empenhados em reforçar o papel da associação como parceira ativa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e em continuar a investir na literacia em saúde, nomeadamente através da dinamização de campanhas de consciencialização para a doença renal crónica”, afirma Paulo Dinis.

A nova Direção da ANADIAL é também constituída por Serafim Guimarães (vice-presidente), Ângelo Cardoso, Sofia Correia de Barros, Pedro Miguel Leite, Ricardo Leão e Manuel Amoedo.

A ANADIAL é responsável, através dos seus associados, por cerca de 90% dos tratamentos de hemodiálise realizados em Portugal, desempenhando um papel central na garantia do acesso, qualidade e sustentabilidade dos cuidados de diálise no país. Desde 2018, aposta na promoção da literacia em saúde renal entre os mais jovens, tendo marcado presença em mais de 200 escolas básicas e secundárias, de norte a sul do país, envolvendo mais de 10 mil alunos na prevenção da doença renal crónica.

 

Faculdade de Medicina da Universidade Católica
Especialistas nacionais e internacionais vão estar na Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa para discutir a...

“O Dia da Educação Médica pretende ser um espaço de reflexão e construção partilhada sobre o futuro do ensino médico. Queremos contribuir para uma formação médica mais inovadora, humanista e centrada no estudante, alinhada com os desafios emergentes da prática clínica e da sociedade,” afirma António de Almeida, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa.

O programa do evento inclui várias conferências e mesas-redondas, nomeadamente sobre “Tendências fundamentais na Educação Médica: Mudanças, Incerteza e Narrativa” e “O Papel dos Conselhos Pedagógicos e Departamentos de Educação Médica na promoção de uma educação médica humanizada e inovadora", bem como sessões centradas nos desafios contemporâneos da formação médica, promovendo o diálogo entre peritos de diferentes áreas da saúde do ensino superior e alunos de medicina.

Entre os oradores está confirmada a presença de Yoon Soo Park (diretor do Departamento de Educação Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Illinois – Chicago),  Ara Tekian (diretor dos Programas Internacionais e diretor Associado para o Gabinete de Educação Internacional na Universidade do Illinois – Chicago),  Maria Amélia Ferreira (professora Catedrática da Faculdade de Medicina, da Universidade do Porto) e Maria José Diógenes (presidente do Conselho Pedagógico da Faculdade de Medicina, da Universidade de Lisboa).

"Acreditamos que a transformação da educação médica passa por experiências de aprendizagem significativas e colaborativas, que respondam à complexidade crescente da formação médica", salienta António de Almeida.

Com uma visão centrada na pedagogia baseada em evidência científica e na aquisição de competências, a Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa assume, desde a sua fundação, um compromisso com o rigor e a constante atualização do seu modelo pedagógico. “Este encontro será um momento privilegiado para partilhar práticas pedagógicas, explorar novas metodologias de ensino e aprendizagem, e conhecer experiências nacionais e internacionais no campo da educação médica.”

“Está também alinhado com o novo Mestrado em Educação Médica, que foi planeado para capacitar profissionais de saúde para atividades de ensino, investigação e liderança, na área da educação médica em constante evolução”, refere Pedro Mateus, diretor do Departamento de Educação Médica.

O Dia da Educação Médica é organizado pela Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa (FM-UCP), através do seu Departamento de Educação Médica, e pelo Centro Académico Clínico Católica Luz. Realiza-se no dia 13 de maio de 2025, entre as 9h30 e às 17h00, em Sintra.

9 a 11 de maio no Montebelo Viseu Congress Hotel
– A Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SPORL-CCP) organiza, entre os dias 9 e 11 de...

Este é o maior evento nacional dedicado à otorrinolaringologia e reúne profissionais de renome nacional e internacional para debater os principais desafios e inovações da especialidade. Reconhecida pelo seu compromisso com a inovação e com a melhoria da qualidade de vida das pessoas com perda auditiva, a Widex estará presente no evento, reforçando, assim, a sua presença no panorama científico nacional, promovendo a partilha de conhecimento e soluções tecnológicas de última geração.

Ao longo dos três dias de congresso, irão decorrer sessões clínicas diárias, com demonstrações práticas centradas no tema do treino auditivo, um complemento fundamental na estimulação e recuperação das capacidades auditivas. No dia 10 de maio, às 15h30, a Widex irá promover um simpósio dedicado ao tema ‘Reabilitação Auditiva – Evolução do Protocolo Audiológico: do Som ao Treino Auditivo’, com o objetivo de aprofundar as mais recentes metodologias e avanços técnicos nesta área.

“A Widex acredita verdadeiramente no valor de uma abordagem clínica e multidisciplinar à reabilitação auditiva e este Congresso é a oportunidade certa para partilharmos com a comunidade médica ORL a inovação dos nossos aparelhos auditivos e a eficácia dos nossos protocolos audiológicos. É na combinação entre conhecimento especializado, abordagem multidisciplinar, compromisso profissional e constante inovação tecnológica que sustentamos a nossa missão de contribuir para uma melhor qualidade de vida de quem vive com perda auditiva e o nosso objetivo é sermos reconhecidos como parceiro de referência para otorrinolaringologistas e doentes” afirma João Ferrão – Diretor de Audiologia da Widex.

A participação neste congresso sublinha a aposta contínua da marca na investigação e desenvolvimento de soluções auditivas cada vez mais eficientes, capazes de oferecer uma experiência sonora natural, personalizada e ajustada às necessidades de cada utilizador. Para mais informações sobre o congresso consulte aqui.

5 de maio – Dia Mundial da Hipertensão Pulmonar
No Dia Mundial da Hipertensão Pulmonar, que se assinala a 5 de maio, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) alerta para a...

A hipertensão pulmonar “pode ser uma doença grave, pelo que é importante promover um diagnóstico precoce, educando sobre os sintomas e os diferentes tipos de hipertensão pulmonar”, referem Ana Dias e Ana Cláudia Vieira, da SPP. As médicas pneumologistas destacam que, mesmo entre os profissionais de saúde, “existe a necessidade de um maior índice de suspeição para esta doença. Há, atualmente, um atraso médio de dois anos desde o aparecimento dos primeiros sintomas até ao diagnóstico”.

A hipertensão arterial pulmonar é uma doença rara e progressiva que afeta os vasos sanguíneos dos pulmões, causando um aumento anormal da pressão nas artérias pulmonares. Esta sobrecarga faz que o lado direito do coração tenha de se esforçar muito mais para bombear o sangue, o que pode levar, ao longo do tempo, a insuficiência cardíaca. A doença manifesta-se de forma silenciosa inicialmente, mas com o tempo surgem sintomas como falta de ar, fadiga e tonturas. Assim, de acordo com as especialistas, a presença destes sinais deve servir como alerta: falta de ar, mesmo com pequenos esforços, cansaço extremo, inchaço das pernas, dor ou sensação de pressão no peito, tonturas e, por vezes, desmaios.

“A existência de sintomas inespecíficos que são transversais a outras doenças mais comuns, como asma, doença pulmonar obstrutiva crónica ou insuficiência cardíaca; a necessidade de exames específicos, como ecocardiograma, provas de função respiratória, cintigrafia de ventilação-perfusão, entre outros que podem não estar diretamente disponíveis; a necessidade de um elevado índice de suspeição clínica - especialmente em estadios iniciais” são alguns dos desafios no diagnóstico da hipertensão pulmonar referidos por Ana Dias e Ana Cláudia Vieira e que conduzem à média de dois anos entre o aparecimento dos primeiros sintomas e o diagnóstico da doença.

Um incorreto diagnóstico e tratamento têm impacto na redução da qualidade de vida e da esperança média de vida, além de conduzirem a uma limitação da capacidade de realizar as atividades diárias, alertam as médicas pneumologistas. “Em alguns casos mais graves, os doentes necessitam de medicação contínua e de oxigénio suplementar. É uma doença que, realmente, pode estar relacionada à ansiedade e depressão, dado o impacto emocional e psicológico associado. Em Portugal, destacam, “existem vários centros de referência especializados na área de Hipertensão Pulmonar (como o Hospital de Santa Maria, o Hospital Garcia de Orta e o Hospital de São João). No nosso país, os doentes com hipertensão pulmonar têm acesso aos tratamentos recomendados pelas guidelines internacionais nestes centros de referência”.

Para assinalar este dia, com o objetivo de mostrar que “a hipertensão pulmonar pode ser uma doença desafiante, que muda rotinas e exige resiliência, mas que, com o diagnóstico acertado, acompanhamento médico especializado e acesso aos tratamentos adequados, é possível recuperar qualidade de vida”, a SPP divulga um vídeo com mais informação sobre esta doença e os seus sintomas e que inclui o testemunho de dois doentes com diferentes tipos de hipertensão pulmonar. Para Ana Dias e Ana Cláudia Vieira é importante evidenciar que, perante a existência de hipertensão pulmonar, “há terapia, há esperança e, acima de tudo, há vida depois do diagnóstico”.

5 de maio | Dia Mundial da Hipertensão Arterial Pulmonar
No Dia Mundial da Hipertensão Pulmonar, assinalado a 5 de maio, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) lança um alerta: o...

A Hipertensão Pulmonar (HP) consiste num aumento da pressão nos vasos sanguíneos dos pulmões, podendo ser causada por diversas doenças cardíacas, respiratórias ou sistémicas. Estima-se que até 1% da população possa apresentar esta patologia, frequentemente associada a outras comorbilidades.

Dentro do espectro da Hipertensão Pulmonar, destaca-se a Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), uma doença rara, progressiva e potencialmente fatal, resultante de alterações nas paredes das pequenas artérias pulmonares. Afeta pessoas de todas as idades, mas verifica-se uma especial incidência em mulheres jovens, sendo geralmente diagnosticada por volta dos 36 anos, e em Portugal, estima-se que mais de 300 doentes estejam atualmente em tratamento para HAP.

Os sintomas da Hipertensão Pulmonar, incluindo a HAP, são frequentemente inespecíficos, como falta de ar, fadiga, tonturas, desmaios e inchaço nas pernas, o que contribui para o atraso no diagnóstico, estimando-se que o tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico possa ser de 2 anos e meio. Este atraso no diagnóstico provoca consequências graves, diminuindo a qualidade de vida e a esperança de vida dos doentes.

É importante salientar que a gravidez é contraindicada em mulheres com HAP, dada a sobrecarga adicional que impõe ao sistema cardiovascular. Adicionalmente, trabalhar com uma condição médica debilitante como a HAP pode ser extremamente desafiador, exigindo adaptações contínuas, estimando-se que cerca de 50% dos doentes com HAP não consigam manter-se empregados devido à gravidade da doença.

Rui Plácido, Médico Cardiologista e vogal do Grupo de Estudos de Hipertensão Pulmonar da SPC, afirma que “o diagnóstico precoce e o acesso a centros especializados são a chave para salvar vidas e melhorar a qualidade de vida dos doentes com Hipertensão Pulmonar. Precisamos de mais consciencialização e de um sistema de saúde que responda às necessidades destes doentes."

Neste Dia Mundial da Hipertensão Pulmonar, a SPC apela aos médicos de família para que estejam mais atentos aos sintomas da HP e encaminhem os doentes suspeitos para centros especializados e para que exista investimento na criação e fortalecimento destes centros, garantindo o acesso equitativo a todos os doentes.

Opinião
A saúde mental e a nutrição andam sempre de mãos dadas.

A explicação é simples: o aumento do cortisol e da grelina associado à diminuição de hormonas como a serotonina, leptina e dopamina, geram maior sensação de fome, menor saciedade, falta de energia, falta de memória e concentração e uma sensação de mau estar generalizada. 

Está nas nossas mãos conseguir ajudar o nosso corpo a aguentar a pressão. Outra boa notícia é que o padrão alimentar mediterrâneo, o nosso, é um excelente aliado que contribui para a manutenção de uma boa saúde mental.

Algumas sugestões práticas:  

  1. Cozinhar de forma simples, privilegiando confecções que conservem os nutrientes (sopas, cozidos, caldeiras, estufados com pouca gordura); 
  2. Aumentar o consumo de produtos de origem vegetal (cereais integrais, legumes, leguminosas, frutos secos, sementes e fruta); 
  3. Preferir alimentos sazonais e locais; 
  4. Utilizar o azeite como principal fonte de gordura; 
  5. Preferir o consumo de lacticínios magros; 
  6. Utilizar ervas aromáticas, em detrimento do sal; 
  7. Privilegiar o consumo de peixe e reduzir o consumo de carnes vermelhas e processadas; 
  8. Consumir de forma moderada o vinho tinto (máx. 1 copo por dia); 
  9. Optar pela água como principal bebida ao longo do dia; 
  10. Conviver à volta da mesa.  

 

Alimentos que cuidam

Alguns nutrientes ajudam a otimizar o bem-estar mental. Falamos das vitaminas do complexo B (vegetais de folha verde-escura, carne, peixe e ovo); os ácidos gordos ómega-3 (frutos secos, sementes de linhaça e peixes gordos); as vitaminas A, C e E (frutas e legumes) e minerais como o zinco, o selénio, o fósforo e o ferro (carnes, vegetais de folha verde-escura, ovo e leguminosas).  

Para estimular a produção de serotonina, a “hormona da felicidade”, procure alimentos ricos em triptofano, como cacau, banana, amendoim, caju, salmão, sardinha, ovo, ervilhas, sementes de linhaça e aveia. 

A cafeína, consumida frequentemente para combater o cansaço e melhorar o estado de espírito, quando consumida em excesso, pode provocar ansiedade, insónia, e aumento da frequência cardíaca. Por isso, faça um consumo moderado.  

Sabemos que o peso corporal e a quantidade de massa gorda são também uma preocupação que afeta o estado emocional, pelo que a gestão do peso é fundamental. Opte por alimentos que tenham uma densidade energética mais baixa e um elevado teor de fibra, já que proporcionam uma maior sensação de saciedade. Não descuide os hidratos de carbono, dietas pobres em hidratos de carbono estão associadas a uma maior irritabilidade e cansaço. 

Faça um check up regular para avaliar a sua saúde e perceber se existem défices nutricionistas específicos. Nesses casos, pode ser benéfico recorrer à suplementação, por indicação do seu médico ou nutricionista. 

Em suma, a alimentação é uma ótima aliada para o seu bem-estar mental, não a descuide. Planeie uma alimentação adequada aos seus objetivos, gostos e características pessoais. Lembre-se, pode sempre contar com a ajuda de um nutricionista, para construir o seu plano alimentar. 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
APDP celebra 100 anos
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) inicia as celebrações do seu centenário com um Jantar de Gala...

O jantar é organizado por Gil Gross e Lisa Ploeg, ambas pessoas com diabetes, e Andreia Revez, mãe de uma pessoa com diabetes, que se uniram para homenagear a APDP e impulsionar a sua missão.

"Com o apoio da sociedade civil, podemos transformar o futuro da prevenção da diabetes em Portugal", destaca José Manuel Boavida, presidente da APDP.

O evento, para 150 convidados, contará com um menu exclusivo preparado e gentilmente oferecido pelo Restaurante Ceia, reconhecido no Guia Michelin, e incluirá um leilão solidário. Toda a receita reverterá integralmente para a criação do Instituto.

O Jantar de Gala conta com o apoio generoso de parceiros como o Restaurante Ceia, o Esporão, o Palácio Nacional da Ajuda, o El Corte Inglés, a Rental Collection, entre outros.

A APDP convida empresas e particulares a apoiar esta causa através da aquisição de mesas ou de donativos no site https://gala.apdp.pt/

Opinião
Vivemos numa era em que o acesso à saúde é um direito fundamental reconhecido globalmente.

Neste artigo, exploramos comparativamente o sistema de saúde português com outros modelos internacionais, destacando não apenas os conhecidos exemplos do Reino Unido, EUA, Canadá, Alemanha e Brasil, mas também os sistemas mais bem classificados do mundo segundo o Health Consumer Index: Suíça, Dinamarca, Países Baixos, Bélgica, Singapura, Coreia do Sul e Taiwan.

Portugal em Perspetiva Portugal investe cerca de 10,5% do PIB em saúde, com mais de 70% desse investimento vindo do setor público. O SNS cobre praticamente toda a população, mas a participação privada está a crescer, especialmente através de seguros e subsistemas (como a ADSE). Os tempos de espera para consultas hospitalares e cirurgias têm vindo a agravar-se: em 2023, o número de utentes em lista de espera para primeira consulta hospitalar aumentou 46% face a 2022.

Apesar disso, Portugal tem indicadores positivos em diversas áreas: índices de mortalidade infantil abaixo da média europeia, elevada taxa de vacinação e um sistema de medicina familiar que atua como porta de entrada no SNS. No entanto, enfrenta problemas de infraestruturas degradadas, falta de profissionais, e desigualdade de acesso em algumas regiões.

O Reino Unido e o NHS: Um Gigante com Pés de Barro? O National Health Service (NHS) é muitas vezes celebrado como um dos primeiros sistemas de saúde universal do mundo, mas está sob intensa pressão. Segundo um artigo recente do The Economist, 7 milhões de britânicos estão em listas de espera, o equivalente a 11% da população. O Reino Unido apresenta ainda das piores taxas de sobrevivência ao cancro na OCDE.

Dois terços do orçamento são canalizados para hospitais, com incentivos baseados na atividade, o que potencia tratamentos desnecessários. O subfinanciamento crónico e a falta de integração com os cuidados primários tornaram o NHS um modelo a reformar.

EUA: O Sistema Mais Caro e Menos Eficiente Os Estados Unidos são o caso paradigmático de um sistema de saúde altamente privado, fragmentado e desigual. Com um investimento total de 17,6% do PIB, é o mais caro do mundo. Ainda assim, cerca de 8,4% da população não tem qualquer tipo de acesso à saúde. A qualidade dos serviços para quem tem acesso é excelente, mas o sistema é ineficiente, com resultados médios de saúde piores que muitos países europeus.

Canadá e Alemanha: Modelos Intermédios O Canadá tem um sistema público com cobertura universal, mas longos tempos de espera para serviços especializados são um problema recorrente. O financiamento é provincial e os serviços como medicina dentária ou óculos não estão incluídos.

A Alemanha, por outro lado, combina seguro público com oferta privada, sendo um dos sistemas mais abrangentes do mundo: cobre praticamente 100% da população, com baixos tempos de espera e ampla gama de serviços, incluindo reabilitação, dentista e medicamentos. A contribuição é obrigatória mas proporcional ao rendimento.

Brasil: Universalidade com Desigualdades O SUS é um sistema universal e gratuito, mas enfrenta problemas de subfinanciamento crónico, infraestruturas precárias e desigualdades regionais gritantes. A população com melhores rendimentos recorre ao setor privado. Apesar das dificuldades, o SUS é uma referência mundial em programas como vacinação e transplantes.

Os Sistemas de Saúde Melhor Classificados De acordo com o "Health Consumer Index" e outros rankings internacionais, os melhores sistemas de saúde do mundo apresentam características comuns: eficiência administrativa, acesso rápido, integração entre níveis de cuidados, e forte componente preventiva. Destacam-se:

Suíça: Sistema de seguro obrigatório, altamente regulado. Cobre toda a população com qualidade excelente, embora com custos elevados suportados pelo utente.

Países Baixos: Sistema misto com elevada eficiência. Os seguros privados são obrigatórios mas regulados. Elevada satisfação dos utentes e tempos de espera curtos.

Dinamarca: Forte investimento em cuidados primários e digitalização. Modelo público universal com rápido acesso e elevada qualidade.

Bélgica: Sistema misto com liberdade de escolha para o utente. Elevada densidade de médicos e hospitais.

Singapura: Sistema baseado em "poupança obrigatória" (MediSave), com incentivo ao uso racional dos recursos. Elevada eficiência.

Coreia do Sul: Sistema nacional de seguro, com serviços altamente tecnologizados e acessíveis.

Taiwan: Sistema de "pagador único", com cartão eletrónico universal. Alta eficiência e custos controlados.

 

Comparativo com Portugal: O que Podemos Aprender? Portugal encontra-se numa posição intermédia: garante acesso universal, mas com recursos limitados e problemas estruturais. Os sistemas mais bem classificados mostram que:

1. Investir em cuidados primários e prevenção é mais eficiente do que canalizar recursos apenas para hospitais.

2. Integração digital e acesso rápido têm impacto direto na satisfação e nos resultados em saúde.

3. Financiamento adequado e sustentável, com transparência e regulação do setor privado, permite equilíbrio entre qualidade e equidade.

4. Participação dos cidadãos e responsabilização política são essenciais para reformas duradouras.

 

Conclusão: A Hora da Verdade para o SNS A questão colocada por Nigel Lawson sobre o NHS – ser uma "religião nacional" – poderia aplicar-se também ao SNS em Portugal. O carinho e orgulho dos portugueses pelo seu sistema público de saúde contrasta com a sua degradação visível. O momento é crítico: ou reformamos o SNS com base em evidência e boas práticas internacionais, ou continuamos a assistir ao seu desgaste.

Não se trata apenas de gastar mais, mas de gastar melhor. O futuro do SNS passa por investir em proximidade, eficiência, prevenção e dignidade no acesso. Os melhores sistemas do mundo mostram que é possível conciliar qualidade com sustentabilidade.

Portugal pode não ter os recursos da Suíça ou a tecnologia de Singapura, mas tem capital humano, vontade cidadã e uma história de conquistas em saúde pública que o colocam em boa posição para liderar um novo ciclo de reforma.

A questão, como diz o The Economist, é mesmo: "How to fix it". E em Portugal, a resposta começa agora.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
A insuficiência cardíaca (IC) é um problema de saúde grave em que o coração não bombeia sangue de fo

A IC é atualmente um dos problemas de saúde mais comuns nos países desenvolvidos. É um problema grave de saúde pública, uma vez que, apesar de avanços no diagnóstico, no tratamento farmacológico e não farmacológico, e na gestão da doença, atinge um grande número de pessoas e está associado a elevada morbilidade e mortalidade. De facto, a IC é a causa mais frequente de internamento hospitalar acima dos 65 anos e a mortalidade associada pode atingir 50% aos 5 anos.

Em Portugal, o estudo PORTHOS (Portuguese Heart Failure Observational Study), que foi desenvolvido para conhecer a prevalência de pessoas que sofre de IC no nosso país, revelou que 1 em cada 6 portugueses com mais de 50 anos tem IC, e que, desses, 90% não estavam diagnosticados, ou seja, não sabiam que tinham a doença. A prevalência de IC foi estimada com base numa amostra de cerca de 6200 pessoas com mais de 50 anos registadas no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Mais de 25 anos após a realização do último estudo nacional que avaliou a prevalência de IC na população portuguesa, verificou-se que o número das pessoas que vivem com a doença é bastante superior ao esperado.

Confirmou-se ainda que a IC é uma síndrome associada ao envelhecimento, com uma prevalência de 31 % nos maiores de 70 anos, sendo de 4% na faixa etária entre os 50 e os 59 anos. Apesar da prevalência da doença aumentar com a idade, a IC pode surgir em qualquer escalão etário, e exige cuidados ao longo da vida.

Os resultados deste estudo vêm alertar para a necessidade de modificar a abordagem da IC na população portuguesa, especialmente acima dos 50 anos. O avançar da idade associa-se a um aumento da suscetibilidade para a IC, e, dado o envelhecimento da população, a IC associada à idade representa um enorme desafio de saúde pública global na atualidade.

Um dos pontos mais importantes na abordagem da doença é o foco na prevenção, através da atuação nos fatores de risco que podem conduzir à IC, como a Hipertensão Arterial, a obesidade, e a Diabetes mellitus. Do ponto de vista individual, a melhor maneira de prevenir a IC é evitar as condições que contribuem para o risco de IC, como não fumar ou deixar de fumar, ter uma alimentação equilibrada, evitar o sedentarismo ou fazer exercício físico, e seguir os planos de prevenção e tratamento de outras doenças ou condições que constituem fatores de risco para a IC.

Outro foco importante é o diagnóstico precoce de quem já tem a síndrome, e não sabe, de modo a iniciar o tratamento e controlo da doença o mais cedo possível. Sinais de alerta são cansaço fácil, dificuldade em respirar, com limitação da atividade física ou necessidade de dormir com a cabeceira elevada, inchaço das pernas e pés e frequência cardíaca alta constante. Estes devem motivar uma consulta do seu médico assistente, que poderá pedir exames de diagnóstico que permitam fazer o diagnóstico de IC ou de outra situação clínica que cause sintomas semelhantes.

É possível prevenir a IC, diagnosticar mais cedo, tratar mais eficazmente e melhorar a qualidade de vida de quem tem IC.

No Dia Europeu da Insuficiência Cardíaca vamos estar alerta para a dimensão do problema e para o que podemos fazer para Prevenir, Diagnosticar e Tratar de forma mais precoce e eficaz.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
15 a 17 de maio
A Sociedad Iberolatinoamericana de Columna (SILACO), em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral...

A iniciativa tem como objetivos partilhar os mais recentes avanços e tendências emergentes no tratamento da coluna vertebral, bem como promover a partilha de conhecimento e experiências entre especialistas e investigadores de toda a Ibero-América.

“Num dos locais mais emblemáticos da cidade do Porto, o Congresso SILACO 2025 será uma oportunidade única para trocar conhecimentos e fomentar a inovação na patologia e cirurgia da coluna vertebral, reunindo cerca de 300 participantes de toda a região ibero-latino-americana e não só”, afirma Paulo Pereira, presidente da comissão organizadora.

O programa inclui comunicações orais, simpósios e intervenções sobre temas como: “Cifose pós-traumática toracolombar”, “Mielopatia cervical degenerativa”, “Deformidade da coluna do adulto”; “Controvérsias no trauma cervical”, “Cirurgia de coluna em ambulatório” e “Endoscopia da coluna”, entre outros.

Além disso, o evento conta com a colaboração da EUROSPINE, uma sociedade científica de destaque internacional, através da realização de dois simpósios dedicados aos temas: “Shaping the Spine: strategies for sagittal balance mastery” e “The role of surgery in spinal tumors”.

Mais informações e inscrições disponíveis em: https://silaco2025.com/

 

OES - “Oficinas de Educação para a Saúde”
A Diabetes mantém uma taxa de prevalência elevada entre a nossa população e vêm sendo cada mais conhecidos os efeitos nefastos...

As associações GIROHC e a ADSEstrela tem vindo a organizar sessões de informação e partilha de conhecimentos no domínio da Diabetes, num modelo de evento centrado na promoção da prevenção e da literacia em saúde: as  OES - “Oficinas de Educação para a Saúde”.

Focada na articulação com o meio académico, pelas faixas etárias que integra e por ser um núcleo de produção e difusão de conhecimento científico, a GIROHC e a ADS Estrela      

co-organizam, em Maio deste ano, as suas OES  com a Faculdade das Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã.

Estarão presentes representantes do Programa Nacional da Diabetes da Direção Geral de Saúde (DGS) diversos oradores convidados, representantes associativos e de parceiros. O evento é gratuito mas sujeito a inscrição prévia. Em: www.girohc.pt/cb

As associações GIROHC e a ADSEstrela estarão disponíveis no dia 05 de Maio de 2025, pelas 17h, para responder a quaisquer questões relacionadas com este evento e com a atividade que desenvolve, conferência que realizará através do link:

https://meet.google.com/jbm-dzwy-xnb

 

Em Portugal
A Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED) vai apoiar o MedTech Forum 2025, o maior Congresso...

O MedTech Forum é um dos eventos mais prestigiados do setor das tecnologias médicas e da saúde na Europa. “Este evento proporciona um espaço de discussão das oportunidades, desafios e tendências futuras do setor, e terá um impacto extremamente relevante para Portugal em termos de visibilidade e também a nível económico. A sua chegada a Lisboa será um marco importante para o país, tendo a APORMED tido um papel crucial na escolha do nosso país, em 2025, para a realização do evento”, explica Antonieta Lucas, presidente da APORMED.

E acrescenta: “O setor das tecnologias médicas irá unir-se para criar uma agenda comum e discuti-la publicamente com a comunidade de saúde internacional e com a comunidade de saúde portuguesa. Por este motivo, acreditamos que será um espaço importante para debater oportunidades, desafios e tendências futuras no setor das tecnologias médicas, através da troca de conhecimento entre especialistas, líderes de opinião, decisores políticos, e profissionais da indústria.”

O MedTech Forum 2025 contará com palestrantes internacionais e nacionais de grande prestígio, que abordarão temas como “Inovação”, “Inteligência Artificial”, e “Sustentabilidade ambiental”, “Panorama regulamentar”, entre outros

Estima-se que nesta edição sejam ultrapassados os cerca de 1.100 participantes da edição de 2024, realizada em Viena, Áustria.

As inscrições e a consulta do programa podem ser efetuadas através da página do MedTech Forum: https://www.themedtechforum.eu/

Dia da Mãe
A gravidez é uma nova etapa na vida da mulher, e manter-se ativa durante esse período não só é possível, como recomendável....

Neste contexto, a prática de exercício físico pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida durante e após a gravidez, tanto a nível físico como emocional. Por isso, por ocasião do Dia da Mãe que se celebra no primeiro domingo de maio, Daniel Galindo, diretor do Departamento de Experiência e Inovação do VivaGym, partilha algumas ideias principais para uma atividade física adequada durante a gravidez.

 

Movimento sim, mas adaptado a cada fase

A prática de exercício físico durante a gravidez deve ser personalizada em função das caraterísticas de cada mulher e do trimestre em que se encontra. O mais importante é ouvir o seu corpo, dar prioridade à segurança e optar por rotinas de intensidade moderada. Um bom guia é o chamado “teste da conversa”: se a mulher consegue manter uma conversa enquanto se exercita, a intensidade é adequada. Entre as atividades mais recomendadas estão:

- Caminhar a um ritmo moderado.

- Natação ou atividades aquáticas, uma vez que a água alivia a pressão sobre as articulações.

- Pilates e ioga pré-natal, adaptados aos trimestres.

- Treino funcional suave centrado na mobilidade das articulações, na força do “core” e no controlo do corpo.

- Trabalho cardiovascular moderado, como bicicleta estática ou a elíptica.

Estas disciplinas promovem a mobilidade, fortalecem o corpo de forma segura e melhoram a saúde cardiovascular, ao mesmo tempo que ajudam a corrigir a postura, a aliviar dores como a lombar e a reforçar a ligação com o próprio corpo.

 

A força e o pavimento pélvico, dois fortes aliados

Contrariamente ao mito de que o treino de força deve ser evitado durante a gravidez, os especialistas consideram-no essencial. Um programa de força bem-adaptado melhora a postura, reduz as dores articulares e prepara o corpo para as exigências físicas do parto e do pós-parto. No entanto, a força máxima e os exercícios que impliquem suster a respiração (manobra de Valsalva) devem ser evitados, devendo ser dada prioridade aos movimentos funcionais com cargas leves e controladas: agachamentos, deadlifts com pesos leves, exercícios com bandas elásticas ou remo TRX são boas opções.

Para além disso, o fortalecimento do pavimento pélvico é essencial nesta fase. Exercícios como os movimentos de Kegel ajudam a prevenir a incontinência urinária e apoiam órgãos como a bexiga, o útero e o intestino de forma mais eficiente. Os especialistas recomendam a sua integração várias vezes por semana e, sempre que possível, combinando-os com movimentos respiratórios e funcionais para uma ativação completa e natural.

 

Exercícios a evitar

Nem todos os exercícios são aconselháveis durante a gravidez. Devem ser evitadas atividades de alto impacto ou que impliquem um risco de queda ou contacto físico, tais como o futebol, as artes marciais, o esqui ou bicicleta ao ar livre. Os treinos muito intensos, como o HIIT, a corrida de alta intensidade ou o CrossFit de competição, são igualmente desaconselhados. A partir do segundo trimestre, é preferível evitar o exercício prolongado na posição supina (de barriga para cima), uma vez que pode comprometer a circulação sanguínea.

Durante a gravidez, o corpo muda todos os dias. Haverá dias cheios de energia e outros em que o descanso é a prioridade. Nesses casos, optar por exercícios de respiração, mobilidade suave ou alongamentos é uma excelente forma de se manter ativa sem se esforçar demasiado. Respeitar as mudanças do corpo e compreender que o descanso também faz parte do treino é essencial para uma prática segura e sustentável.

Manter-se ativa durante a gravidez é uma das melhores decisões que uma futura mãe pode tomar para o seu bem-estar físico e emocional. Adaptar o exercício a cada fase, dar prioridade à segurança e ouvir o seu corpo são cruciais para desfrutar desta experiência de forma saudável. Com a orientação correta, o movimento torna-se um grande aliado para aliviar o desconforto, preparar o parto e viver a gravidez com mais força, energia e confiança. Cada mulher é única, assim como o seu percurso: o exercício, longe de ser uma obrigação, é uma ferramenta maravilhosa para a acompanhar nesta grande aventura.

Páginas