Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
Nos dias 7 e 8 de julho, a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) organiza a FMUL Bicentennial Conference, uma...

“Esta conferência é um momento simbólico das comemorações do nosso bicentenário, onde celebramos o papel da investigação no percurso da FMUL, com contributos de quem faz parte da nossa história e de quem continua a construí-la todos os dias”, afirma João Eurico da Fonseca, diretor da FMUL.

Entre os oradores convidados está António Damásio, neurocientista da Universidade do Sul da Califórnia e alumni da FMUL, que fará uma apresentação sobre o tema “Biologia da Consciência Humana”, e que será distinguido pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Eng.º Carlos Moedas, com a Medalha de Honra da Cidade, numa cerimónia que terá lugar cerca das 19h00 do dia 07 de julho, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

O encontro reunirá investigadores que passaram pela FMUL e que atualmente desenvolvem o seu trabalho em instituições internacionais, bem como investigadores dos diversos centros de investigação ligados à faculdade. O programa inclui sessões sobre neurociências, infeção, inflamação e imunidade, abordagens sistémicas à doença, saúde global e investigação clínica.

Outros oradores confirmados: Carlos Caldas (Universidade de Cambridge), Sílvia Portugal (Max Planck Institute for Infection Biology, Berlim), Ana Domingos (Universidade de Oxford), Tiago Branco (Sainsbury Wellcome Centre), Ana Pombo (Max Delbruck Center for Molecular Medicine), Cristina Sampaio (CHDI Foundation) e Ruy Ribeiro (Los Alamos National Laboratory).

As inscrições no evento podem ser realizadas através do seguinte link: https://fmul.up.events/e/Bicentennial-Conference

 

Dermocosmética
O mundo dos cuidados com a pele e bem-estar está a evoluir, unindo o melhor da tradição com os avanç

O poder da natureza com precisão científica

Um exemplo evidente deste equilíbrio está no uso moderno da Centella, uma planta conhecida pelas suas propriedades cicatrizantes e calmantes. Tradicionalmente utilizada na medicina ayurvédica e na medicina chinesa, a centella asiática tem vindo a ganhar destaque nos cuidados dermatológicos contemporâneos, sobretudo quando formulada com precisão científica. Os seus compostos ativos, como os triterpenos, ajudam a regenerar a pele, combater inflamações e melhorar a elasticidade, sendo especialmente úteis em casos de vermelhidão, acne e sensibilidade cutânea.

Plataformas como a Korean Skincare têm sido essenciais na divulgação e comercialização de soluções inovadoras que combinam o melhor da natureza com a eficácia tecnológica. O crescimento do interesse por dermocosméticos que respeitam a pele e utilizam ingredientes naturais está diretamente ligado à exigência dos consumidores por fórmulas eficazes, seguras e éticas. Esta abordagem integra o uso de extratos botânicos com processos tecnológicos avançados, como encapsulamento de ativos e biotecnologia de ponta, que garantem melhor absorção e resultados visíveis.

A tecnologia como ponte entre o passado e o futuro

O desenvolvimento de cosméticos naturais de última geração é um ótimo exemplo de como a tecnologia pode valorizar ainda mais os benefícios das plantas medicinais. Atualmente, é possível extrair princípios ativos com grande pureza e combiná-los com sistemas de entrega inteligentes, que os transportam até às camadas mais profundas da pele. Este tipo de inovação permite que ingredientes como camomila, chá verde, calêndula ou a própria centella ajam de forma mais eficaz, com menor risco de irritação.

Além disso, as ferramentas digitais — como apps de análise de pele, diagnósticos personalizados online e inteligência artificial — estão a transformar a forma como cada pessoa escolhe os seus cuidados. Em vez de confiar apenas na experimentação, é possível hoje identificar os ingredientes mais compatíveis com o tipo e estado da pele, tornando o uso de remédios naturais mais orientado e personalizado.

Benefícios adicionais de uma abordagem híbrida

Ao integrar o melhor dos dois mundos — natureza e ciência —, criam-se rotinas mais equilibradas, com menos ingredientes agressivos e maior eficácia a longo prazo. Esta estratégia também tem vantagens ambientais, visto que muitas marcas apostam na sustentabilidade, na redução de resíduos e em embalagens recicláveis. A consciência ecológica tornou-se parte essencial da inovação no sector da beleza e do bem-estar.

Tradição com visão de futuro

Os remédios naturais não são apenas uma moda passageira, mas sim uma forma de resgatar práticas eficazes com o suporte da ciência moderna. Quando aliados à tecnologia, estes ingredientes oferecem um novo patamar de cuidado, que respeita o corpo e o ambiente. Para quem procura soluções que cuidem da pele de forma profunda e natural, sem abrir mão da eficácia, esta abordagem híbrida representa o melhor caminho.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Jaba Recordati
Plataforma www.maisolhosnabarriga.pt destina-se tanto ao público geral como aos profissionais de saúde, assumindo-se como um...

Num contexto em que os problemas digestivos afetam cada vez mais a qualidade de vida da população, surge a plataforma Mais Olhos na Barriga, um projeto digital de responsabilidade social da Jaba Recordati, inteiramente dedicado à Saúde Digestiva, uma componente fundamental da saúde global, mas frequentemente desvalorizada no dia a dia.

Segundo dados da Organização Mundial de Gastroenterologia, cerca de 20% da população global sofre de algum tipo de problema gastrointestinal, incluindo dores de estômago, mas 90% das pessoas não procura ajuda médica, optando por automedicação ou, simplesmente, ignorando os sintomas1. Esta realidade evidencia a necessidade urgente de promover a literacia em saúde, nomeadamente no que diz respeito ao sistema digestivo.

A plataforma Mais Olhos na Barriga surge precisamente para preencher essa lacuna de conhecimento, com o objetivo de informar, capacitar e prevenir, contribuindo para melhoria da qualidade de vida e a promoção do bem-estar geral.

 

Porquê priorizar a Saúde Digestiva?

O sistema digestivo é a porta de entrada da saúde. Responsável por processar, absorver e distribuir nutrientes vitais, o bom funcionamento deste sistema é essencial para manter o organismo equilibrado e saudável. A sua relevância vai além da digestão: está profundamente ligado ao sistema imunitário, ao metabolismo e até à saúde mental, através do chamado sistema nervoso entérico — razão pela qual o intestino é muitas vezes apelidado de “segundo cérebro”.

Ao tornar a Saúde Digestiva uma prioridade, capacita-se o indivíduo a reconhecer sinais de alarme, evitar complicações e adotar comportamentos preventivos com impacto direto na sua longevidade e vitalidade.

 

Estômago: o órgão que dá o primeiro sinal de alerta

Entre os vários órgãos abordados na plataforma — boca, faringe, esófago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus — o estômago assume um destaque particular, não só por ser o ponto de entrada da digestão, mas também por ser frequentemente o primeiro a manifestar sintomas de disfunção digestiva. Dor, azia, náuseas, gastrites, úlceras ou refluxo são queixas comuns e, muitas vezes, subestimadas. O papel deste órgão na saúde global é muitas vezes desvalorizado, sendo fundamental uma melhor compreensão do seu funcionamento e das patologias a ele associadas.

O estômago é uma peça-chave no sistema digestivo, funcionando como o primeiro grande centro de processamento dos alimentos. É também, frequentemente, o primeiro a dar sinais de alarme, como dor, azia ou sensação de enfartamento, que não devem ser ignorados. Sintomas persistentes, especialmente em pessoas com mais de 45 anos ou com histórico familiar de cancro digestivo, devem motivar uma avaliação médica. Um diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença, e a atenção ao estômago é um passo essencial para garantir a saúde digestiva”, alerta o Professor Diogo Libânio, gastrenterologista.

Mesmo na ausência de sintomas, o acompanhamento médico é crucial, sobretudo quando falamos de doenças gástricas que podem evoluir silenciosamente. A infeção por Helicobacter pylori, por exemplo, é comum e muitas vezes assintomática, mas pode originar problemas mais graves se não for detetada a tempo. Por isso, plataformas como a Mais Olhos na Barriga são fundamentais: promovem literacia em saúde, desmistificam mitos e ajudam os cidadãos a compreender melhor o seu corpo, adotando comportamentos preventivos e conscientes”, destaca o Professor.

 

Mais Olhos na Barriga, uma plataforma acessível, interativa e educativa

O portal www.maisolhosnabarriga.pt disponibiliza conteúdos organizados por órgão do sistema digestivo (boca, faringe, esófago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus), com vários vídeos explicativos curtos (1-2 minutos), artigos acessíveis, conselhos úteis, respostas a dúvidas frequentes, e ainda a possibilidade de colocar questões diretamente, quando os conteúdos não forem suficientes para esclarecer preocupações individuais.

Com um design intuitivo e uma abordagem centrada no utilizador, esta plataforma fornece informação científica fiável e atualizada, com o objetivo de apoiar a população na compreensão do sistema digestivo, dos seus principais órgãos e das patologias que lhes estão associadas. Dirigida tanto ao público em geral como aos profissionais de saúde, Mais Olhos na Barriga posiciona-se como uma ferramenta de educação, prevenção e literacia em Saúde Digestiva, contribuindo para diagnósticos mais precoces, melhores decisões de saúde e maior consciencialização sobre a importância deste sistema. Importa reforçar que a consulta do site não substitui a avaliação por um profissional de saúde, sendo fundamental procurar aconselhamento médico em caso de dúvidas ou sintomas persistentes.

 

Um olhar moderno e responsável sobre a digestão

O nome “Mais Olhos na Barriga” parte de um provérbio popular, reinterpretado à luz da ciência, para nos lembrar que é fundamental olhar para o sistema digestivo com mais atenção, mais conhecimento e mais responsabilidade. Este projeto de responsabilidade social da Jaba Recordati pretende melhorar o estado da Saúde Digestiva da população portuguesa e, com isso, contribuir para a melhoria da saúde global.

Ao promover a literacia em Saúde Digestiva, a plataforma ajuda a criar uma sociedade mais informada, proativa e saudável, em que o conhecimento se torna uma ferramenta poderosa de prevenção.

Mais informações em: www.maisolhosnabarriga.pt.

1Dados da Organização Mundial de Gastroenterologia (World Gastroenterology Organization, WGO) - www.worldgastroenterology.org.

 

 

08 de julho | Dia Mundial da Alergia
“Estima-se que mais de três milhões de portugueses convivam com algum tipo de manifestação de doença alérgica”, destaca Ana...

Entre as alergias mais comuns, a imunoalergologista refere os dados dos estudos epidemiológicos que estimam uma prevalência global de rinite em 30% da população, de asma alérgica em 10%, de alergias alimentares e medicamentosas em até 5%, e de anafilaxia e alergia aos venenos de himenópteros (abelhas e vespas) entre 1% e 2%.

Além do impacto que têm na qualidade de vida, Ana Môrete salienta que “algumas alergias podem mesmo ser fatais, sobretudo quando causam anafilaxia”. Para a imunoalergologista, esta é a reação alérgica “mais temida por ser súbita e potencialmente fatal, podendo afetar simultaneamente a pele, vias respiratórias, sistema cardiovascular e gastrointestinal”. A anafilaxia pode ser desencadeada por alimentos - como leite, ovo, amendoins, frutos secos, marisco e peixe -, medicamentos - especialmente anti-inflamatórios e antibióticos betalactâmicos – ou por picadas de himenópteros.

É precisamente com o intuito de alertar para esta reação alérgica que, este ano, o mote para a Semana Mundial da Alergia (assinalada de 29 de junho a 5 de julho) é “anafilaxia, uma ameaça evitável”. “A anafilaxia é, muitas vezes, subdiagnosticada e subvalorizada, sendo muito importante reconhecer os sinais precoces, educar doentes, cuidadores e profissionais de saúde sobre como agir rapidamente e reforçar a utilização de adrenalina autoinjectável que pode salvar vidas e reduzir o estigma e o medo, capacitando os doentes a viver com segurança”, salienta Ana Môrete.

Ainda no âmbito do Dia Mundial da Alergia, a presidente da SPAIC deixa um alerta final: “impulsionada por fatores ambientais e de estilo de vida, a tendência nos próximos anos é a de aumento da incidência e da gravidade das alergias”. A imunoalergologista explica o porquê: “as recentes alterações climáticas do nosso planeta, sobretudo o aquecimento global, provocam inícios e picos de floração cada vez mais precoces e períodos de polinização mais longos com aumento dos totais anuais de pólenes. Isto traduz-se numa temporada de alergias mais longa e mais difícil com a presença importante de pólenes no outono. Além disso, os níveis mais elevados de ozono e dióxido de carbono, bem como outros eventos climáticos, como as tempestades de areia, que agora atingem frequentemente o nosso país, libertam partículas finas que levam a um risco acrescido de patologia alérgica e respiratória. Estas alterações climáticas promovem ainda mais a poluição exterior, períodos mais longos de exposição aos pólenes e maior suscetibilidade a infeções, aumentando a expressão, duração e gravidade da doença alérgica. Também a mudança nos padrões alimentares, com maior consumo de alimentos processados e exposição a novos ingredientes, pode estar a contribuir para o aumento das alergias alimentares”.

 

Opinião
Com a chegada do verão e o aumento das temperaturas, manter-se bem hidratada torna-se ainda mais ess

Durante a gravidez há alterações fisiológicas importantes, como o aumento da atividade renal, respiratória e metabólica, as perdas e necessidades hídricas aumentam. Mas há também um aumento no volume de sangue da mulher que pode rondar os 40 a 50%. Este acréscimo exige mais água para manter a circulação adequada e o fornecimento de nutrientes à placenta. Além disso, a água é fundamental para a formação do líquido amniótico, que protege e envolve o bebé ao longo de toda a gravidez. 

O calor, típico desta estação do ano, leva a um aumento da transpiração, e desta forma o risco de desidratação torna-se maior. A desidratação pode causar sintomas como fadiga, dores de cabeça, tonturas e prisão de ventre. Em casos mais graves, pode aumentar o risco de parto prematuro ou reduzir a quantidade de líquido amniótico. Por isso, é essencial que a grávida esteja atenta aos sinais do seu corpo e beba água regularmente. O American College of Obstetricians and Gynecologists afirma, inclusive, que a grávida deve beber ao longo do dia e não apenas quando estiver com sede. 

Apesar de não existir uma recomendação transversal para todas as grávidas, a recomendação geral é que uma grávida beba entre 2 a 2,5 litros de água por dia, podendo esse valor aumentar em dias muito quentes ou com maior atividade física. Além da água, é importante a grávida consumir vegetais e frutas ricas em água, como melancia, melão, pepino, tomate e laranja. 

Uma boa estratégia é ter sempre uma garrafa de água por perto, e para as mais distraídas, colocar lembretes ao longo do dia ou até mesmo recorrer a algumas aplicações para o telemóvel, pode ajudar. 

Uma hidratação adequada é um gesto simples, mas muito importante. Contribui para uma gravidez mais saudável, confortável e potencia uma melhor digestão, absorção e circulação de nutrientes. Por todos estes motivos, a recomendação é manter uma boa hidratação, pelo bem-estar da grávida e pelo do bebé. 

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Apresentação dos resultados do primeiro inquérito global
No dia 5 de julho, a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), a Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL) e a...

Este encontro, que irá decorrer entre as 09h30 e as 13h30, reflete-se nos pilares fundamentais da missão destas associações: promover o conhecimento, humanizar os cuidados e amplificar a voz dos doentes com estas patologias. Será uma oportunidade única para reunir doentes, cuidadores e especialistas de referência na área da hematologia. Juntos, num diálogo aberto, aprofundarão a realidade diária e discutirão novas estratégias para otimizar o tratamento e a qualidade de vida destes doentes no nosso país.  

A colaboração entre a APLL, a APCL e a Lymphoma Coalition é um passo significativo para dar visibilidade à realidade dos doentes portugueses com Linfomas e LCC" refere Isabel Barbosa, Presidente da APLL. "Acreditamos que ao partilhar estes dados e ao promover o diálogo entre todos os intervenientes poderemos impulsionar mudanças positivas e garantir que ninguém se sinta sozinho nesta jornada." 

A sessão terá início com a apresentação dos resultados obtidos, com foco especial na realidade de Portugal. Natacha Bolaños, Regional Manager Europe da Lymphoma Coalition, destaca a importância da participação portuguesa neste estudo. “É com grande satisfação que vemos Portugal a atingir os 100 participantes neste inquérito global, contribuindo com dados valiosos que enriquecem a nossa compreensão mundial sobre os Linfomas e a LLC, é um avanço significativo na geração de evidência sobre dados da experiência do doente “ 

O evento inclui também um painel de discussão de hematologistas de diversos centros hospitalares, nomeadamente do IPO Porto, IPO Lisboa, ULS Braga e ULS Coimbra, e será moderado pela Professora Maria Gomes da Silva, presidente da Sociedade Portuguesa de Hematologia e Hematologista no IPO Lisboa. 

Na segunda parte do encontro, serão abordadas as perspetivas dos doentes e dos cuidadores, refletindo sobre a realidade vivida durante e após o diagnóstico. Este painel, moderado por Aurora Araújo, enfermeira do IPO Porto, contará com testemunhos na primeira pessoa onde serão discutidos temas como o acesso a diagnóstico e tratamento, o impacto psicossocial da doença, a importância do apoio ao cuidador e as desafios identificadas no sistema de saúde. 

"Este inquérito é uma ferramenta crucial para compreendermos melhor as necessidades e os desafios dos doentes com linfoma em Portugal", afirma Lara Cunha, Diretora Executiva da APCL. “Com estes resultados, poderemos direcionar políticas de saúde mais centradas no doente, abordando acesso a tratamento, impacto psicossocial, apoio ao cuidador e desafios do sistema. É essencial que a voz dos doentes seja ouvida e que os dados impulsionem ações concretas para melhores cuidados”. 

A APCL, a APLL e a Lymphoma Coalition convidam todos os interessados a participar neste evento. A inscrição pode ser feita através do preenchimento do formulário online

Na Foz do Arelho
A APELA – Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica, no dia 21 de junho celebrou o Dia Mundial da Esclerose...

O encontro teve como objetivo principal criar um espaço de partilha, apoio mútuo e celebração da vida, proporcionando momentos de convívio e bem-estar. Num ambiente informal, mas significativo, sublinhou-se a importância da humanização no cuidado e da ligação entre todos os que vivem ou acompanham o impacto da E.L.A. no quotidiano.

O programa incluiu sessões temáticas e atividades destinadas a fortalecer laços e inspirar uma abordagem positiva perante os desafios da doença. Além disso, foram exibidos vídeos e realizadas ações de divulgação para aumentar a consciencialização e solidariedade na comunidade.

“Este dia foi um marco de união e compromisso, fortalecendo a missão da APELA e dando voz e visibilidade à nossa Comunidade. Uma data que nos desafia a olhar com mais atenção para uma realidade tão silenciosa quanto devastadora. A Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença neurodegenerativa rara, mas o seu impacto é profundo, transformando para sempre a vida de quem d(ELA) é diagnosticado e de quem caminha ao seu lado, dia após dia, numa jornada exigente e extenuante, onde num jogo de perdas, muitas vezes se torna difícil encontrar a positividade. É urgente sensibilizar a sociedade para esta condição que, apesar de pouco frequente, exige respostas robustas, rápidas, equitativas em território nacional e claro está solidárias. A inclusão passa por envolver tanto as Pessoas com E.L.A. como as suas famílias”, frisou Filipe Gonçalves, Presidente da Direção da APELA.

A APELA reitera o seu compromisso no trabalho ativo para a promoção da dignidade, do cuidado e da inclusão das Pessoas com E.L.A., em estratégias que procurem apoiar e melhorara qualidade de vida de todos os que direta e indiretamente lutam contra a doença. E apelar para respostas robustas e solidárias frente as necessidades identificadas, nesta realidade tão desafiadora.

 

Entrevista
Joana Botelho, Country Manager da Kyowa Kirin em Portugal, destaca o compromisso da farmacêutica com

No âmbito das doenças raras, cujo conhecimento do Grande Público é normalmente reduzido, como é que a Kyowa Kirin se posiciona em termos de comunicação?

A Kyowa Kirin procura ser uma empresa que está ao lado dos doentes, famílias e prestadores de cuidados a quem vive com uma doença rara. Queremos continuar a erguer a voz para que as doenças raras recebam a visibilidade que merecem. O nosso objetivo é proporcionar uma abordagem cada vez mais célere e custo-efetiva, mas de alta qualidade. Para nós é muito importante transmitir aos doentes e às suas famílias que têm o apoio de profissionais, associações de doentes e empresas farmacêuticas, que ouvem e procuram soluções para os ajudar a ter uma melhor qualidade de vida.

 

Acha que o Grande Público começa a estar mais informado?

Há um interesse crescente do público por temas relacionados com a saúde, especialmente quando as pessoas são afetadas pessoalmente por uma doença ou conhecem alguém que o é. A Internet revolucionou o acesso à informação sobre saúde. Atualmente, as pessoas podem pesquisar facilmente sintomas, diagnósticos e tratamentos, o que não era possível à mesma escala há décadas atrás. No entanto, as pesquisas na Internet também conduzem a conteúdos não verificados, fóruns ou estudos sem significado estatístico ou mesmo sem relevância científica, que por vezes podem desinformar mais do que educar, pelo que é crucial que as pessoas possam aceder a fontes fiáveis.

 

Que importância tem a comunicação para o Grande Público em comparação com os profissionais de Saúde?

Ambos têm um papel essencial no nosso objetivo de sermos um aliado dos doentes, famílias e cuidadores que vivem com uma doença rara, e é por isso que oferecemos espaços e conteúdos adaptados a cada público específico, porque cada um tem necessidades diferentes. Na Kyowa Kirin, estamos a trabalhar em conjunto com as diferentes partes envolvidas para chegar à sociedade através de iniciativas como o CertamenT, o primeiro concurso de fotografia e curta-metragem sobre o Linfoma Cutâneo de Células T, que acabámos de lançar.

 

Considera que o lançamento de websites específicos melhora a comunicação e a apresentação de informação fidedigna e directamente relacionada com a doença?

Enquanto empresa farmacêutica inovadora, trabalhamos para desenvolver medicamentos que ajudem as pessoas com doenças raras a melhorar a sua qualidade de vida. Mas para o conseguir, temos de nos concentrar não só na investigação, mas também em conhecer as necessidades dos doentes muito de perto para criar soluções conjuntas que satisfaçam as suas necessidades para além de um tratamento. Por esta razão, temos websites, como o “ XLHLink Patient Website” ou o “ LCCT Answers | Home”, que têm como objetivo apoiar os doentes com Hipofosfatemia Ligada ao X (XLH) e Linfomas Cutâneos de Células T (LCCT), respetivamente, para os acompanhar e ao seu ambiente no processo de viver com esta doença.

 

Promovendo Websites dedicados às doenças, onde doentes e familiares possam ter contacto com conteúdos relevantes e que foram verificados por especialistas, podemos dizer que a Kyowa está neste caso a desenvolver um autêntico serviço público?

Dispor de informações e recursos é uma grande ajuda numa altura tão crucial como o diagnóstico de uma doença rara. Além disso, com o passar do tempo, é muito útil ter recursos disponíveis para apoiar estes doentes em diferentes alturas e fases das suas vidas, como a adolescência no caso da XLH.

 

Nota alguma diferença no interesse demonstrado pelo Grande Público por conteúdos relacionados com doenças raras entre os Países com os quais tem contacto?

O interesse demonstrado pelo público em geral por conteúdos relacionados com as doenças raras nos países com os quais estou em contacto não apresenta diferenças significativas. Apesar das variações nos sistemas de saúde, nas políticas públicas e nos níveis de investimento na investigação, as pessoas com doenças raras partilham uma essência e necessidades comuns que vão para além das fronteiras.

Embora seja verdade que existem diferenças nas práticas e nos recursos disponíveis nos vários países, o interesse e a preocupação do público em geral em relação às doenças raras é consistente. As pessoas com doenças raras partilham necessidades essenciais e enfrentam desafios semelhantes, o que sublinha a importância de uma resposta global e coordenada para melhorar os seus cuidados e a sua qualidade de vida.

 

Acha que existe hoje em dia uma maior abertura na divulgação de informações e conteúdos relacionados com as doenças raras?

Graças a este tipo de iniciativas de divulgação de informação promovidas pela Kyowa Kirin, é possível tornar visível a realidade de muitas famílias que enfrentam corajosamente e com esperança uma doença rara como a XLH e o LCCT.

 

Podemos dizer que estão a ser ultrapassados alguns estigmas em relação às doenças raras?

Sim, podemos afirmar que estão a ser ultrapassados alguns estigmas associados às doenças raras — e iniciativas como o CertamenT, desenvolvida em parceria com a APCL (Associação Portuguesa Contra a Leucemia) AEAL (Asociación Española de Afectados por Linfoma, Mieloma y Leucemia) e com a AEDV (Academia Espanhola de Dermatologia e Venereologia), contando com o nosso apoio, são um reflexo claro dessa mudança. A normalização das doenças raras é fundamental para combater a desinformação e o preconceito que ainda afetam muitos doentes e cuidadores. Trazer estas realidades para o espaço público, através de projetos artísticos e culturais, permite dar voz às experiências muitas vezes silenciadas de quem vive com estas condições.

O CertamenT, sendo o primeiro concurso ibérico de fotografia e curtas-metragens dedicado ao Linfoma Cutâneo de Células T, é um exemplo desta evolução. Ao convidar os participantes a representar, de forma criativa e sensível, as emoções, sensações e vivências associadas a esta doença oncológica rara — que afeta principalmente a pele — o concurso promove a empatia, a informação e a visibilidade. Mais do que uma competição artística, o CertamenT é um espaço de partilha e consciencialização.

 

O que podemos esperar de futuro em relação à comunicação com doentes, familiares e profissionais de saúde? Uma maior abertura em termos de comunicação?

Na Kyowa Kirin, acreditamos que a evolução constante que caracteriza a nossa indústria deve ser acompanhada pelos elementos certos que se adaptam e reflectem as mudanças que a sociedade está a viver.

 

De que forma a democratização de conteúdos sobre Saúde pode ajudar a criar uma maior normalidade em relação às doenças raras?

Acreditamos que é essencial apoiar iniciativas que ajudem a tornar mais visível a realidade das pessoas com doenças raras, como a XLH ou o LCCT. Estamos confiantes de que esta é a forma de contribuir para a construção de um futuro muito mais esperançoso para estes doentes e para as suas famílias.

 

Que cuidados considera relevantes na divulgação de conteúdos deste género? O facto de neste caso em específico ser uma empresa farmacêutica a promover a divulgação, considera que tem de haver algum cuidado especial?

Ao divulgar conteúdos sobre doenças raras, nomeadamente por parte de uma empresa farmacêutica, é essencial adotar uma abordagem ética e responsável que dê prioridade ao bem-estar e à dignificação das pessoas com doença, em aspetos fundamentais para evitar a estigmatização e promover um entendimento e conhecimento adequados.

É essencial garantir que a informação é exata e validada; a comunicação deve basear-se em dados científicos atualizados; evitar a estigmatização e os estereótipos; apoiar a educação e a formação: disponibilizar recursos educativos para o público em geral contribui para uma melhor compreensão e gestão destas doenças.

E, claro, a colaboração com as associações de doentes é fundamental. Os websites acima mencionados são um exemplo de como a colaboração pode fomentar a sensibilização e trabalhar no sentido de melhorar a sua qualidade de vida.

 

Este ano além do website, temos novos projectos por parte da Kyowa que estão mais adaptados a uma divulgação mais em massa. Faz parte de uma nova estratégia da Kyowa?

Adicionalmente aos websites, temos também vários projetos e iniciativas que são o reflexo do nosso “compromisso com a vida”, incluindo o projeto português “Não, não é normal”. Uma campanha que procura sensibilizar para sinais simples e de alerta que podem ser detetados por médicos e profissionais de saúde não especializados em doenças raras, uma vez que especialidades mais abrangentes como MGF são cruciais para um diagnóstico precoce.

"O conteúdo desta entrevista é da autoria do interveniente/médico/especialista, refletindo a sua perspetiva clínica e/ou trabalhos seus não publicados."

 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Na Bulgária
A equipa de futsal portuguesa DiabPT United, composta por pessoas com diabetes de vários pontos do país, já está em preparação...

“É sempre um orgulho imenso estar a representar Portugal numa competição destas. Depois de uma esmagadora vitória na semi-final do ano passado contra a Polónia (9-1), a nossa equipa conquistou o segundo lugar no Campeonato. Estamos focados nos nossos treinos e a afinar a estratégia para o campeonato na Bulgária. É um motivo de satisfação para nós termos uma forma de promover a educação sobre a diabetes junto da população, mostrando que a diabetes não é uma barreira, mas sim um desafio que, com boa gestão, nos permite alcançar grandes feitos, inclusive no desporto.”, afirma João Nabais, manager da equipa.

Segundo os dados mais recentes, em Portugal, cerca de 1,1 milhões de portugueses entre os 20 e os 79 anos têm diabetes, o que representa 14,1% da população neste grupo etário. Calcula-se ainda que mais de 40% dos portugueses entre as mesmas idades vivem com diabetes ou pré-diabetes, sendo crucial agir de forma mais precoce, recorrendo a atitudes preventivas.

A inatividade física é um fator de risco responsável por cerca de 5 milhões de mortes anuais em todo o mundo, contribuindo para o aparecimento das principais doenças crónicas não transmissíveis, como é o caso da diabetes. E está ainda comprovado que a atividade física tem impactos positivos diretos na saúde, como a melhoria do controlo da glicose no sangue.

“A atividade física é um dos pilares da gestão da diabetes, mas também promotora da própria prevenção da diabetes tipo 2. Por isso mesmo, é essencial. No entanto, existem ainda algumas questões de discriminação ligadas à prática desportiva e o que queremos é precisamente mostrar que a diabetes não representa uma limitação para a prática desportiva. A nossa preparação para o DiaEuro na Bulgária é a prova viva disso.”, remata João Nabais.

O projeto DiabPT United foi criado em 2012 pelo Núcleo Jovem da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (NJA), com o apoio da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP). O objetivo deste passa por fomentar a partilha de experiências entre pessoas com diabetes, desfazer mitos associados a esta doença e inspirar pessoas com diabetes a fazer desporto.

Englobada neste projeto está a formação de uma equipa de futsal, totalmente composta por pessoas com diabetes, para representar Portugal no Campeonato Europeu de Futsal para Pessoas com Diabetes (DiaEuro). O evento anual, criado também em 2012, destina-se exclusivamente a jogadores com diabetes.

 

SPN alerta
Com a chegada dos meses mais quentes, os cuidados com a saúde tendem a concentrar-se na pele e na ex

Responsáveis por filtrar o sangue, eliminar toxinas e manter o equilíbrio de líquidos e sais no organismo, os rins trabalham intensamente para manter o corpo em equilíbrio. Durante o calor, esse esforço é ainda maior, especialmente se houver desidratação.

“A perda de líquidos através do suor, se não for compensada por uma hidratação adequada, pode afetar negativamente a função renal e, em casos extremos, precipitar lesões agudas nos rins”, alerta o Prof. Edgar Almeida, Presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia.

Segundo a SPN, os grupos mais vulneráveis aos efeitos do calor nos rins são os idosos, crianças, pessoas com doenças crónicas e aquelas que tomam medicamentos que afetam a função renal, como anti-inflamatórios, diuréticos ou alguns antibióticos.

Cinco dicas simples para proteger os rins durante o verão:

  • Beba água regularmente, mesmo sem sede. A urina deve estar clara – é um bom sinal de hidratação.
  • Evite o consumo excessivo de sal e proteínas animais, que podem sobrecarregar os rins.
  • Reduza o álcool, que favorece a desidratação.
  • Tenha atenção ao uso de medicamentos, sobretudo sem prescrição médica.
  • Evite longas exposições ao calor intenso, especialmente em horários de pico solar.

Manter os rins saudáveis é essencial para o bem-estar geral, mas, como muitas doenças renais são silenciosas, é importante realizar análises de rotina e consultar o médico em caso de sintomas como cansaço extremo, inchaço persistente, alterações na urina ou pressão arterial elevada.

“O verão é uma época de maior risco para os rins, mas com medidas simples conseguimos protegê-los. A prevenção começa com um gesto tão básico quanto beber água”, conclui o Prof. Edgar Almeida.

 

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Site de referência sobre HBP
www.prostata-hbp.pt é uma ferramenta digital da Jaba Recordati que oferece informação clara e fidedigna sobre a Hiperplasia...

A Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) é uma das patologias mais comuns entre os homens, sobretudo a partir dos 50 anos. Embora não represente, na maioria dos casos, um risco direto para a vida, pode ter um impacto significativo na qualidade de vida, tornando essencial o acesso a informação clara, rigorosa e acessível1.

Com o objetivo de contribuir para o aumento da literacia em saúde e promover o conhecimento sobre esta condição, a Jaba Recordati disponibiliza a plataforma digital www.prostata-hbp.pt — uma referência nacional na partilha de informação fidedigna sobre a HBP, de fácil navegação e dirigida ao público em geral.

Este guia de informação útil oferece uma experiência intuitiva ao utilizador, ajudando a esclarecer dúvidas e preocupações relacionadas com a doença: desde a distinção entre HBP e cancro da próstata — uma vez que, como o nome indica, a HBP é uma condição benigna, mas que pode comprometer seriamente a qualidade de vida — até à desmistificação de um dos principais receios associados ao diagnóstico: o toque retal.

A partilha de informação rigorosa é uma das formas mais eficazes de empoderar os doentes. Esta plataforma representa um passo importante na desmistificação da HBP e no incentivo ao diagnóstico atempado e ao acompanhamento médico regular”, destaca José Graça, Vice-Presidente da Associação Portuguesa dos Doentes da Próstata (APDP).

A HBP resulta do crescimento benigno da próstata, provocado pelo aumento do número de células desta glândula sob a influência da testosterona. Esse crescimento progressivo pode comprimir a uretra, originando queixas urinárias como jato urinário fraco, dificuldade em iniciar a micção, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga ou aumento da frequência urinária, particularmente durante a noite. Importa sublinhar que este aumento da próstata é benigno, distinguindo-se claramente dos tumores malignos, que habitualmente se desenvolvem noutra zona do órgão1.

Com conteúdos validados cientificamente e uma linguagem acessível, o site www.prostata-hbp.pt pretende ser uma ferramenta de confiança para homens que procuram respostas, bem como para as suas famílias e cuidadores. Além de esclarecer dúvidas, promove o diálogo com os profissionais de saúde e contribui para a deteção precoce de sinais de alerta.

A plataforma disponibiliza artigos mensais, abordando de forma simples e prática temas relacionados com a saúde do homem, incluindo conselhos úteis, perguntas frequentes, glossário de termos médicos e informação detalhada sobre sintomas, causas, diagnóstico e opções de tratamento da HBP. Importa reforçar que a consulta do site não substitui a avaliação por um profissional de saúde, sendo fundamental procurar aconselhamento médico em caso de dúvidas ou sintomas persistentes.

“Na Jaba Recordati, acreditamos que a literacia em saúde é essencial para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Através desta plataforma digital sobre a HBP reforçamos o nosso compromisso com o bem-estar dos homens, promovendo o acesso a conhecimento validado, claro e útil para decisões informadas”, acrescenta Rui Rijo Ferreira, Diretor de Marketing da Jaba Recordati Portugal.

A plataforma www.prostata-hbp.pt continuará a ser atualizada de forma contínua, garantindo que os seus conteúdos acompanham a evolução do conhecimento científico e respondem às reais necessidades da população masculina portuguesa.

1Instituto da Próstata (www.institutodaprostata.com).



 

 

Na FMUL
Médicos da Unidade Local de Saúde de Santa Maria (ULSSM), que sejam também docentes da Faculdade de Medicina da Universidade de...

Este acordo, simbolicamente formalizado na véspera da cerimónia que assinala o 200.° aniversário da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, é estratégico para o Centro Académico de Medicina de Lisboa e na formação académica diferenciada dos seus quadros, como sublinharam os responsáveis das duas instituições.

"Este protocolo concretiza uma ambição antiga da ULS Santa Maria. Queremos estimular os nossos profissionais a fazerem doutoramentos na FMUL, porque é importante para a instituição ter um cada vez maior número de doutorandos, mas também para aprofundar a vinculação formal e afetiva ao maior campus de saúde do país", destaca Carlos das Neves Martins, Presidente da ULSSM.

"Com este programa, reforçamos o papel central da investigação na missão da FMUL e contribuímos para a valorização dos profissionais da saúde que, integrando o ensino e a clínica, estão em posição privilegiada para gerar conhecimento com impacto real. Trata-se de uma aposta estruturante na qualidade e na inovação científica", afirma João Eurico da Fonseca, Diretor da FMUL.

Além do apoio financeiro aos doutorandos, com regulamento a ser publicado em breve, o Programa de Incentivo à Investigação prevê que a ULSSM garanta tempo protegido no horário para investigação, para que os seus profissionais possam frequentar os Programas de Doutoramento da FMUL. O acordo de colaboração contempla ainda acesso a bibliotecas, centros de documentação e a uma vasta rede de informação, incluindo bases de dados internacionais, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

 

Opinião
O cancro colorretal (CCR) é uma doença de elevada incidência e mortalidade, tanto na Europa como no

O CCR tem múltiplos fatores de risco, alguns dos quais não são modificáveis, tais como o género, a história familiar de cancro e/ou de pólipos colorretais, ou a presença de uma doença inflamatória intestinal. No entanto, outros fatores de risco são modificáveis e estimam-se responsáveis por 70% a 90% dos casos de CCR. Estes fatores estão relacionados com a dieta e o estilo de vida, incluindo o excesso de peso, o sedentarismo, os hábitos tabágicos e alcoólicos, bem como uma alimentação rica em carne processada ou vermelha e pobre em vegetais e frutas – um padrão alimentar também associado à obesidade.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, existem atualmente 650 milhões de adultos com excesso de peso (um índice de massa corporal (IMC) superior a 25 Kg/m2) no mundo. Em Portugal, 67,6% da população apresenta excesso de peso e 28,7% dos adultos entre os 25 e os 74 anos são obesos (IMC ≥ 30 Kg/m2).

A obesidade é reconhecida como um importante fator de risco para CCR. Em comparação com indivíduos de peso normal, os obesos apresentam um risco aumentado de 7% a 60% de desenvolver CCR, sendo esta associação mais forte para o cancro do cólon do que para o reto. A relação é direta e independente: por cada aumento de 2 kg/m² no IMC, o risco de CCR sobe em 7%. Este risco é mais acentuado no sexo masculino: por cada aumento de 5 kg/m² no IMC, o risco de CCR aumenta 24% nos homens e 9% nas mulheres. Importa destacar que este aumento de risco se inicia precocemente, estando já presente em crianças obesas aos 7 anos e em jovens adultos.

O risco de CCR está particularmente associado à gordura visceral, avaliada sobretudo pela gordura intra-abdominal: cada aumento de 2 cm na circunferência da cintura traduz-se num acréscimo de 4% no risco de CCR.

A relação fisiopatológica entre obesidade e cancro é complexa e multifatorial, envolvendo: desregulação metabólica (como a resistência à insulina), inflamação sistémica crónica de baixa intensidade e alterações hormonais. Acredita-se também que a microbiota intestinal desempenhe um papel relevante nesta associação.

O tratamento do CCR em indivíduos obesos apresenta desafios técnicos adicionais, nomeadamente na abordagem cirúrgica. Além de aumentar a incidência da doença, a obesidade está também associada a maiores taxas de recorrência e mortalidade. Indivíduos com IMC mais alto e maior quantidade de gordura visceral apresentam uma sobrevida global inferior. Ademais, a mortalidade por CCR cresce progressivamente com o número de fatores do síndroma metabólico presentes, tais como a diabetes mellitus, a hipertensão arterial ou a dislipidemia, frequentemente associados à obesidade.

Destaca-se ainda a obesidade sarcopénica, caracterizada pela redução da massa muscular esquelética em indivíduos obesos, uma condição de particular gravidade no contexto oncológico, associada a pior prognóstico e que requer um diagnóstico precoce.

Felizmente, estudos recentes demonstraram que a cirurgia bariátrica com perda de peso sustentada reduz o risco de CCR, evidenciando que esta relação de risco pode ser modificada.

Assim, é imperativo atuar precocemente, promovendo estilos de vida e hábitos alimentares saudáveis desde a infância, como estratégia fundamental para reduzir a incidência e mortalidade não só por CCR, mas também por todas as doenças associadas à obesidade.

O Mês da Saúde Digestiva é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. Saiba mais em www.saudedigestiva.pt .

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
25 de junho
Amanhã, 25 de junho de 2025, a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) e a Faculdade de Medicina da Universidade...

Assinalam-se assim dois séculos de compromisso com a formação médica, a investigação científica e a promoção da saúde em Portugal.

A criação das duas escolas médicas remonta a 1825, por decreto régio de D. João VI, num contexto em que Portugal enfrentava profundas carências na formação médica, sobretudo de natureza cirúrgica, e no combate às doenças endémicas.

O decreto visava reorganizar o ensino da medicina, até então concentrado em saberes empíricos e pouco sistematizados, dotando o país de instituições capazes de formar médicos com preparação científica e clínica adequada às necessidades de saúde pública da época, incluindo as decorrentes de guerras. Esta decisão política marcaria o início de um percurso de modernização da medicina em Portugal.

Criadas em 1825, estas duas instituições públicas representam, desde então, pilares fundamentais do desenvolvimento da medicina em território nacional, contribuindo decisivamente para a qualidade da formação médica e para o avanço do conhecimento científico nas ciências biomédicas.

Ao longo destes 200 anos, a FMUL e a FMUP formaram milhares de profissionais de saúde, muitos dos quais se distinguiram em contextos nacionais e internacionais.

As duas escolas médicas partilham, desde a sua origem, uma missão comum de serviço público e um espírito de constante inovação, acompanhando os grandes desafios da ciência, da sociedade e da saúde global.

Para celebrar esta data histórica, estão previstas cerimónias institucionais em Lisboa e no Porto.  

Os programas de comemoração de ambas instituições estão disponíveis nos seguintes links:

https://www.medicina.ulisboa.pt/sites/default/files/2025-06/programa-a3-vertical-grande-evento-bicentenario-23-06.pdf

e https://sigarra.up.pt/fmup/pt/noticias_geral.ver_noticia?p_nr=105439

 

Estudo
Oito em cada 10 portugueses consideram que o Estado deve garantir maior apoio às entidades privadas que prestam tratamentos de...

A quase totalidade - 95% - dos inquiridos já ouviu falar em hemodiálise, mas mais de metade destes reconhece ter um baixo grau de conhecimento efetivo sobre a doença renal crónica. Estas são algumas das conclusões do estudo “A doença renal e a diálise em Portugal - a visão dos Portugueses”, levado a cabo pela Spirituc-Investigação Aplicada a convite da  Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL), que este ano completa 40 anos de atividade.

“As conclusões do estudo são claras e corroboram, em parte, aquilo que temos vindo a defender. Existe a necessidade de uma revisão urgente do preço compreensivo, que não é aumentado há 17 anos, tendo em conta que prestamos um serviço de qualidade mundial, em termos de recursos humanos e de equipamentos, com custos cada vez maiores, que não têm sido acompanhados pelo acordo com o Estado. Por outro lado, continua a existir grande desconhecimento acerca da doença renal crónica e seu tratamento. Esta patologia afecta quase 10% da população adulta portuguesa, com os dados a apontarem para que, num período de dez anos, a doença renal crónica será a quinta maior causa de morte em Portugal” afirma Paulo Dinis, Presidente da ANADIAL.

 

Notoriedade sim, conhecimento não

Quando comparada com outras doenças crónicas, a doença renal crónica fica significativamente atrás em termos de reconhecimento público. Enquanto patologias como diabetes, hipertensão arterial, obesidade e colesterol elevado gozam de ampla notoriedade, apenas 17% dos inquiridos mencionou espontaneamente doenças associadas ao rim quando questionados sobre as doenças crónicas que conhecem.

E apesar de cerca de três quartos (75%) confirmarem conhecer ou já ter ouvido falar na doença renal crónica, este valor fica, no entanto, bastante aquém das restantes doenças crónicas, com excepção da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (58,7%).

Quando se trata de avaliar o grau de informação sobre a doença, o cenário revela um desconhecimento preocupante: entre aqueles que dizem conhecer esta condição, seis em cada 10 (57%) confirmam um baixo grau de conhecimento efetivo. Uma lacuna particularmente evidente na identificação das causas da doença renal crónica, que os inquiridos tendem a associar sobretudo aos cálculos renais e a doenças do sistema urinário, enquanto as verdadeiras causas mais comuns - diabetes e hipertensão arterial - são reconhecidas por apenas 25% a 30% dos inquiridos.

Apesar do conhecimento limitado, os portugueses demonstram consciência sobre a gravidade da doença renal crónica. Uma esmagadora maioria (82%) reconhece que tem uma elevada taxa de mortalidade quando não tratada devidamente, e 74% compreendem que tem impactos muito significativos na qualidade de vida dos doentes.

Mais de dois terços consideram-na uma doença "bastante grave", e mais de metade (55%) afirma que pode ser prevenida na maioria dos casos. Contudo, a proximidade com a doença é limitada: apenas 23% do total da amostra conhece alguém com diagnóstico.

 

O paradoxo da hemodiálise

No que diz respeito à hemodiálise, cerca de 95% dos inquiridos já ouviram falar neste tratamento, o que revela uma notoriedade quase universal. No entanto, esta contrasta com um profundo desconhecimento sobre a gestão dos centros de diálise: cerca de um quarto dos inquiridos (25%) pensa que estes centros são geridos exclusivamente pelo Estado através do Serviço Nacional de Saúde, quando na realidade apenas 6,5% consideram que essa gestão pertence a entidades privadas.

Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral
A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) está a promover a campanha de consciencialização intitulada “Há...

Entre maio e setembro, período correspondente à época balnear, regista-se o maior número de acidentes relacionados com mergulhos. A elevada afluência a praias e piscinas torna essencial reforçar os cuidados e alertar para os riscos de mergulhar em locais desconhecidos ou em águas de pouca profundidade.

Segundo o ortopedista Nelson Carvalho, presidente da SPPCV: “As lesões na coluna vertebral relacionadas com mergulhos são potencialmente muito graves e podem provocar sequelas irreversíveis. Um simples mergulho mal calculado pode ter consequências devastadoras, como a paralisia das pernas (paraplegia), dos quatro membros (tetraplegia) e, em casos extremos, a morte, se a fratura ocorrer no segmento mais superior da coluna. Estas situações constituem verdadeiras emergências médicas, necessitando frequentemente de cirurgia urgente. Mesmo que o único sintoma seja a dor, é essencial procurar avaliação médica imediata.”

A mensagem central da campanha “Há saltos que podem mudar a tua vida!” passa por promover comportamentos responsáveis, tais como: verificar sempre a profundidade da água antes de mergulhar de forma a evitar zonas rasas ou com obstáculos, respeitar as sinalizações e permanecer dentro das áreas supervisionadas, seja na praia ou na piscina. Além disso, é fundamental nunca mergulhar sob o efeito do álcool, não correr em redor da piscina para prevenir quedas e entrar no mar sempre a andar, nunca de cabeça.

A SPPCV alerta ainda para a importância de saber agir em caso de acidente. Perante uma suspeita de lesão na coluna, deve contactar-se imediatamente o 112 e, até à chegada do socorro, nunca mover a vítima, pois qualquer movimento pode agravar a lesão. Deve-se seguir sempre as instruções dadas pelo operador do INEM e aguardar a chegada de ajuda especializada.

A campanha “Há saltos que podem mudar a tua vida!” vai ser promovida nas redes sociais da SPPCV, e nos suportes de comunicação das autarquias e entidades responsáveis pela supervisão das praias e piscinas, durante a época balnear. Para mais informações, visite www.sppcv.pt.

 

Opinião
Ouvir é um acto simultaneamente físico, emocional e social.

Quando não identificada e tratada precocemente, a hipoacusia pode ter consequências graves. Nas crianças, interfere directamente no desenvolvimento da linguagem, no rendimento escolar e nas competências cognitivas. Nos adultos, pode comprometer a comunicação interpessoal, o desempenho profissional e aumentar o risco de isolamento social. Nos idosos, a perda auditiva não tratada é hoje reconhecida como um factor de risco independente e modificável que contribuiu para o desenvolvimento de demência . (in Ying G, Zhao G, Xu X, Su S, Xie X. Association of age-related hearing loss with cognitive impairment and dementia: an umbrella review. Front Aging Neurosci. 2023 Sep 18;15:1241224. doi: 10.3389/fnagi.2023.1241224. PMID: 37790283; PMCID: PMC10543744.)

Em Portugal, estima‑se que mais de um milhão de pessoas viva com algum grau de perda auditiva, mas apenas uma fracção recorre a apoio especializado. Neste contexto, multiplicaram‑se no mercado dispositivos de amplificação sonora de venda livre, à primeira vista mais baratos e práticos do que as próteses auditivas clínicas clássicas. Contudo, nem sempre o mais rápido ou económico é o mais adequado. As próteses auditivas modernas, adaptadas com base em exames audiológicos e calibradas digitalmente para a perda auditiva de cada indivíduo, não se limitam a aumentar o volume: seleccionam frequências, reduzem ruído e integram‑se, de forma quase invisível, no estilo de vida do utilizador. Ao longo deste artigo iremos comparar, ponto por ponto, as vantagens e limitações de próteses auditivas versus amplificadores, analisando factores como qualidade sonora, personalização, saúde auditiva a longo prazo e custos efectivos. O objectivo é fornecer informação clara e fundamentada para que cada leitor possa tomar uma decisão consciente, assente em evidência e não apenas no apelo de se ouvir «mais alto».

 

A importância da avaliação médica da surdez

A hipoacusia pode surgir em qualquer fase da vida — desde o período neonatal até à idade geriátrica — e as suas causas são múltiplas: factores genéticos, infeções congénitas, otite crónica, traumatismos, exposição acumulada a ruído, ototoxicidade, doenças sistémicas com afetação do ouvido (como algumas doenças auto-imunes), entre outras.

Clinicamente, a perda auditiva pode ser classificada em três grandes tipos: condução, quando a alteração se localiza no ouvido externo ou médio e impede a transmissão adequada do som; neurossensorial, quando o problema se situa no ouvido interno (cóclea) ou no nervo auditivo; e mista, quando coexistem ambos os componentes. Cada uma destas formas tem implicações diagnósticas, terapêuticas e prognósticas distintas.
Adicionalmente, existe a possibilidade de uma dificuldade na percepção auditiva, apesar de limiares auditivos periféricos aparentemente normais — como é o caso da neuropatia auditiva. Nestes quadros, a perturbação ocorre na transmissão sináptica ou na via auditiva central, exigindo avaliação detalhada e orientação por equipas especializadas em Otorrinolaringologia e Audiologia

Importa também destacar que a hipoacusia assimétrica — quando há diferença significativa de audição entre os dois ouvidos — deve ser cuidadosamente investigada por Otorrinolaringologia, especialmente se estiver associada a acufeno unilateral (zumbido num só ouvido).

Por outro lado, certas situações, como otites médias crónicas, otosclerose ou malformações congénitas, requerem vigilância clínica e, por vezes, tratamento cirúrgico, e não devem ser negligenciadas com soluções meramente amplificadoras.

Assim, antes de se iniciar qualquer forma de reabilitação auditiva — seja com aparelhos auditivos, amplificadores ou outro tipo de dispositivo — é imprescindível realizar uma avaliação médica otorrinolaringológica e uma bateria de exames audiológicos completos.

 

Reabilitação auditiva

A perda auditiva pode impactar negativamente o desenvolvimento infantil e o bem-estar do adulto, afetando a vida escolar, profissional, social e familiar. Quando não há tratamento médico ou cirúrgico, a reabilitação auditiva, por meio de próteses, é essencial.

Historicamente, os aparelhos auditivos evoluíram desde as cornetas acústicas até dispositivos modernos. As próteses passaram de modelos de bolso para tipos mais discretos e confortáveis, como os de uso intra-auricular. Além disso, houve avanços importantes na qualidade sonora com o uso de tecnologias digitais, que adaptam a amplificação às necessidades do utilizador, filtrando ruídos e prevenindo sons excessivamente altos.

Os aparelhos ou próteses auditivas são dispositivos médicos personalizados compostos por um microfone e um amplificador. Captam o som externo, convertem-no em sinal elétrico, amplificam-no e transformam-no novamente em som, adaptado à perda auditiva do utilizador. Esses aparelhos são ajustados por audiologistas, que realizam uma avaliação audiológica completa e programam o dispositivo para amplificar apenas as frequências afetadas, com controle da intensidade para proteger a audição residual e evitar danos.

Recursos como múltiplos microfones que permitem melhorar a captação do som e a relação sinal/ruído, gestão de feedback, comunicação wireless entre os aparelhos, conectividade Bluetooth e proteção contra humidade melhoraram significativamente a sua utilização.

Também houve avanços em sistemas implantáveis, como implantes cocleares, de ouvido médio e osteointegrados, que proporcionam audição mais natural, conforto e redução de riscos de infeções.

Com esses avanços, a qualidade de vida de pessoas com deficiência auditiva tem melhorado, e o papel do audiologista é fundamental na reabilitação auditiva e na inclusão social destes.

Em contraste, os amplificadores auditivos amplificam todos os sons igualmente, sem considerar o perfil auditivo da pessoa. Não possuem regulação por frequência, podendo causar sobre amplificação e prejudicar a audição, não sendo indicados para pessoas com perda auditiva.

Os aparelhos auditivos são considerados Dispositivos Médicos conforme o Regulamento (UE) 2017/745, sendo sua comercialização sujeita a registo no Infarmed.

A adaptação técnica desses aparelhos é regulamentada a nível europeu e nacional (Decretos-Lei n.º 261/93 e 320/99, Norma ISO 21388:2020), estando restrita a profissionais de saúde qualificados, como os Audiologistas.

A seleção e adaptação dos aparelhos insere-se no contexto da reabilitação auditiva e deve ocorrer em estabelecimentos de saúde regulados pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), conforme o Decreto-Lei n.º 126/2014.

 

Conclusão

Concluir que as próteses auditivas são, na maioria dos casos, a opção mais vantajosa não é uma questão de marketing, mas de qualidade de vida. Enquanto os amplificadores auditivos podem oferecer um alívio imediato em situações pontuais, fá-lo-ão de forma indiscriminada, ampliando ruídos de fundo, distorcendo frequências e, por vezes, agravando a perda auditiva preexistente. As próteses, pelo contrário, resultam de um processo clínico: começam com uma avaliação médica e audiológica, seguem para uma prescrição individualizada e culminam numa adaptação progressiva, acompanhada por profissionais que ajustam parâmetros conforme a evolução do utilizador.

Esta abordagem holística traduz-se numa audição mais natural, numa melhor compreensão da fala e numa integração social efectiva, reduzindo o risco de isolamento, depressão e deterioração cognitiva associada à perda auditiva não tratada ou reabilitada. Além disso, quando analisamos o custo total de posse—que inclui manutenção, durabilidade, ganho funcional e, sobretudo, bem-estar — verificamos que o investimento inicial numa prótese auditiva se dilui ao longo dos anos, compensando amplamente a despesa. Em suma, ouvir não é apenas medir decibéis; é preservar a capacidade de sentir, comunicar e participar.

Optar por uma solução auditiva clínica é optar por viver plenamente, com a certeza de que cada som nos chega com a fidelidade que a nossa história merece.

 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Canal S+
Há mais a uni-los do que a separá-los. São fiéis representantes de uma geração nascida entre 1997 e 2012, escolheram profissões...
O painel do novo programa do Canal S+, Geração Z, junta médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, dentistas e veterinários, num espaço onde se discute o presente e o futuro da saúde em Portugal.
Vasco Domingos, diretor de informação do Canal S+, afirma que “este era um conteúdo que urgia. É frequente ouvirmos que existe um conflito de gerações na área da saúde e que as prioridades dos profissionais, atualmente, são outras. É preciso ouvi-los”.
A coordenadora editorial, Mónica Baltazar, afirma, por outro lado, que “vai ser interessante perceber o que move estes jovens profissionais, num país onde a saúde é uma área de tantas carências”.
O encontro da Geração Z está marcado para as segundas-feiras, pelas 22:00 com moderação de Lígia Pinto, que assinala, desta forma, o regresso ao ecrã do Canal S+.
Esclerose Lateral Amiotrófica
O Dia Mundial da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), assinalado anualmente a 21 de junho, tem como objetivo consciencializar...

Em Portugal, a inexistência de um registo nacional atualizado de doentes e a escassez de estudos epidemiológicos dificultam o conhecimento real da prevalência e incidência da ELA. No entanto, na Europa, dados existentes apontavam para uma incidência de cerca de 2,1 casos por 100.000 pessoas/ano, em 2009. Estimativas com base em dados farmaco-epidemiológicos sugeriam uma prevalência de 10,32 casos por 100.000 habitantes, em Portugal, em 2016. Atualmente, estima-se que no nosso país vivam cerca de 1200 pessoas com esta doença. Em 2021, a Comissão de Trabalho de Ventilação Domiciliária da SPP criou o registo nacional de doentes com ELA sob ventilação domiciliária com o intuito de ajudar a conhecer melhor a realidade nacional.

A ELA pode surgir em qualquer idade, mas ocorre mais frequentemente após os 40 anos, com a incidência a aumentar com o avançar da idade, atingindo um pico entre os 70 e os 74 anos nos homens e entre os 65 e os 69 anos nas mulheres. Na forma mais comum da doença – a medular – o atingimento predominante dos músculos dos membros inferiores e superiores ,compromete  a marcha e mobilidade geral, de forma progressiva. Outros sintomas comuns  incluem a fraqueza, atrofia muscular, espasmos, cãibras, cansaço, rigidez, falta de ar e aumento da salivação. A inespecificidade e a evolução insidiosa dos sintomas podem tornar difícil o diagnóstico da ELA.

Não existindo, atualmente, cura para a ELA – a medicação disponível pode apenas retardar a progressão da doença - Bárbara Seabra e Carla Nogueira salientam o papel essencial que a Pneumologia desempenha na abordagem destes doentes: “a progressão da ELA para insuficiência respiratória é um fator prognóstico determinante, sendo os cuidados respiratórios, como a ventilação não invasiva, essenciais para melhorar a qualidade de vida e aumentar a sobrevida”.

As médicas pneumologistas destacam ainda a importância “da suspeição clínica e do diagnóstico precoces de forma a assegurar o tratamento e gestão adequados destes casos”. Para ambas, além dos profissionais de saúde – quer dos Cuidados de Saúde Primários, quer hospitalares – as associações como a APELA - Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica “desempenham um papel fundamental, no apoio, informação e oferta de recursos essenciais para pacientes com ELA e suas famílias”. Por fim, reforçam a importância da sensibilização pública: “é fundamental a sensibilização da sociedade para a ELA, visando o alargamento do suporte e compreensão necessários aos que vivem com esta condição”.

 

Universidade de Coimbra
Um grupo de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em colaboração com a...

Atualmente, as macroalgas e halófitas são reconhecidas como alimentos funcionais, representando uma fonte de nutrientes essenciais e compostos bioativos. O aumento do consumo destes produtos e o facto de serem ainda pouco estudados justificaram esta avaliação a nível nacional.

Os resultados mostram que o arsénio e o iodo são os dois elementos químicos que limitam o consumo, em segurança, de macroalgas, principalmente de macroalgas castanhas, que são as que as pessoas mais consomem. Por outro lado, as halófitas parecem ser uma boa alternativa se cultivadas em locais não contaminados.

Importa destacar que a Agência Internacional de Investigação do Cancro (IARC), da Organização Mundial da Saúde, classifica o arsénio como cancerígeno para o ser humano (Grupo I). A mesma organização reconhece, ainda, que a ingestão excessiva de iodo pode causar disfunção da glândula tiroide. O nível dos elementos químicos estudados está em curso em vários países europeus, em cumprimento de uma recomendação da Agência Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA), de 2018, que visa garantir a segurança alimentar e promover o desenvolvimento sustentável e responsável do setor.

«Este trabalho teve como principais objetivos determinar em que medida a ingestão de cádmio, chumbo, mercúrio, arsénio e iodo presentes em macroalgas e halófitas excede os limites de segurança conhecidos. Para além disso, foi avaliado o potencial das várias espécies e dos locais de amostragem estudados como possíveis promotores da economia azul e da agricultura marinha em Portugal, considerando que a acumulação dos elementos químicos está relacionada com a localização geográfica em que as várias espécies crescem», elucida Elsa Teresa Rodrigues, investigadora do Centro de Ecologia Funcional (CFE) e do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC.

Nesta investigação concluiu-se, ainda, que as zonas estuarinas não são apropriadas para desenvolver agricultura marinha, enquanto a costa rochosa portuguesa apresenta condições seguras para esse fim.

De acordo com a equipa de investigadores, a implementação da agricultura marinha, em Portugal, deve ser feita apenas em zonas restritas da costa, com qualidade ambiental comprovada. Os produtos alimentares comercializados devem apresentar elevada qualidade, ser vendidos a preços justos e garantir benefícios económicos e ambientais, nomeadamente pelo aproveitamento dos subprodutos para o desenvolvimento de outro tipo de indústrias.

«É fundamental a Comissão Europeia estabelecer limites máximos para arsénio e iodo em macroalgas destinadas ao consumo humano e a sua monitorização rigorosa deve ser assegurada pelas autoridades nacionais competentes», consideram os especialistas.

«Faz-se, ainda, o apelo à população para limitar o consumo de macroalgas castanhas, devido ao seu elevado teor de arsénio e iodo, dada a possibilidade de haver efeitos adversos para a saúde», concluem.

O artigo científico “Risks of exceeding health-based guidance values for toxic metals and metalloids through seaweed and halophyte consumption” está disponível aqui.

 

Páginas