Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos calcula que faltem no Serviço Nacional de Saúde entre quatro a cinco mil clínicos especialistas para...

“Faltam milhares de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), vários milhares. Estamos a fazer um trabalho de fundo para saber quantos faltam exatamente”, afirma em entrevista à agência Lusa o bastonário Miguel Guimarães.

Cerca de 45 mil médicos estão registados na Ordem e trabalham no SNS 27.900, mas, destes, dez mil clínicos estão em formação interna de especialidade. Significa que, na prática, há cerca de 18 mil médicos especialistas a trabalhar no SNS.

“Dezoito mil médicos especialistas daria 1,8 médicos por mil habitantes. Este número é claramente insuficiente. Para atingirmos aquilo que seria a média indicada pela OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] precisávamos, seguramente, de cerca de mais quatro ou cinco mil médicos especialistas dentro do SNS”, explica o bastonário.

Todos os hospitais necessitam de mais médicos, mas, segundo Miguel Guimarães, há situações “caóticas e assustadoras”. No hospital de Vila Real, por exemplo, há 11 anestesiologistas quando deviam estar no quadro 41 médicos desta especialidade.

Outro caso identificado pelo bastonário é o do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), onde faltarão cerca de 100 médicos especialistas, o que obriga este hospital a uma necessidade de contratação externa de médicos, vulgarmente designados como tarefeiros.

A propósito da imposição de reduzir em 35% o gasto com os médicos tarefeiros, a Ordem diz que todos os hospitais estão com dificuldades, embora haja algumas situações mais críticas do que outras.

“É uma péssima medida do Ministério das Finanças. Infelizmente, o ministro das Finanças, que é louvado porque percebe de Finanças, não percebe nada de pessoas. É lamentável que o nosso ministro da Saúde aceite que o ministro das Finanças faça uma coisa dessas. Não aceito muito bem que o ministro das Finanças não perceba de pessoas, mas percebo. Agora, o ministro da Saúde tem de dizer que não consegue com menos 35% assegurar determinado tipo de serviços”, comentou o bastonário.

Para Miguel Guimarães, um dos “grandes desafios a que o Governo não está a conseguir dar solução” é a capacidade de ser concorrencial e de reter médicos no SNS.

Em quatro ou cinco anos já emigraram 3.500 médicos, a maioria jovens, e com isto “o Governo está a perder a capacidade de inovação e a capacidade de acompanhar o desenvolvimento daquilo que é a nova medicina”, argumenta.

Outro “drama a que se assiste no país”, diz o bastonário, é o envelhecimento da população médica, que é atualmente superior ao da população em geral.

“O número de médicos que dentro de alguns anos se vai reformar, sobretudo em áreas como Bragança, Beja ou outras, vai causar uma perturbação muito grande naquilo que são os cuidados de saúde nessas regiões. E nada está a ser feito, objetivamente, para acautelar esta matéria, o que pode ter consequências desastrosas. É necessário começar a contratar para poder substituir pessoas”, sustentou Miguel Guimarães.

Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos considera que a utilização de antibióticos em excesso se deve, em parte, à falta de proximidade na relação...

Em entrevista, o bastonário dos Médicos, Miguel Guimarães, recorda que a medicina começa na relação médico/doente, considerando que uma melhor comunicação e maior proximidade favorecem utentes e profissionais, inclusivamente no campo da prescrição de fármacos.

“Utilizam-se antibióticos em excesso porque a relação médico/doente não é tão próxima como devia ser. Se fosse mais próxima, provavelmente havia menos necessidade de usar antibióticos. É mais fácil medicarmos um doente do que não medicarmos”, afirmou Miguel Guimarães.

O representante da classe médica insiste que há uma elevada pressão na relação entre médico e doente, além da responsabilidade associada, levando à prática de uma medicina defensiva.

“A medicina defensiva está a crescer porque as condições de trabalho não são as melhores. Neste momento, no nosso país, são particularmente más”, indicou.

O que ocorre, com a falta de tempo entre médico e doente e com as deficientes condições de trabalho, é que os médicos tentam proteger-se e acabam, por vezes, por atuar por excesso, “o que é mau”, reconhece Miguel Guimarães.

A este propósito, o bastonário alude ainda ao “elevado nível de responsabilidade que os médicos têm em termos de sociedade civil”, pagando até indemnizações aos doentes não por erro médico ou negligência mas por “complicações que eram previsíveis no decurso de um tratamento”.

“Os médicos têm grande pressão e em última análise tentam proteger-se e atuam por excesso. Temos de desaconselhar esta atuação. É uma situação a que a Ordem vai ter particular atenção para tentar definir recomendações clínicas que protejam os próprios médicos para que, em determinadas circunstâncias, os médicos se sintam mais confortáveis para fazer só o que devem fazer e não medicina defensiva”, afirmou Miguel Guimarães.

Um exemplo desta medida defensiva é a realização de um exame que o médico está seguro de que não será necessário, mas avança com a prescrição por temer eventuais queixas formais por parte do doente.

Ainda no que respeita ao uso excessivo de antibióticos, apontado no recente relatório do Observatório dos Sistemas de Saúde, o bastonário lembra que há cada vez infeções mais complexas, uma realidade não exclusivamente nacional.

“Mas também é verdade que o investimento que tem sido feito pela indústria farmacêutica na procura de novas soluções de antibióticos praticamente não existe. Nos últimos 10 anos não apareceu nenhum antibiótico novo, o que surge são réplicas dos que já existem”, sustentou o representante dos médicos.

A investigação nesta área está atualmente a ressurgir, mas a eventual falta de lucro destes fármacos para a indústria pode ser uma das causas para durante tantos anos ter havido pouco investimento.

Infarmed recomenda
O Infarmed recomenda cautela na utilização de valproato/ácido valproico durante a gravidez, devido ao risco de “malformações...

Em comunicado, o Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento adianta que publicou uma nova infografia informativa no seu portal na Internet dedicada a estes medicamentos, que se destinam a tratar epilepsia, doença bipolar e a prevenir enxaquecas.

“Os benefícios destes medicamentos superam os riscos, mas a sua utilização durante uma gravidez deve ser avaliada com cautela e celeridade, porque estas substâncias podem causar malformações graves nos bebés e afetar o seu desenvolvimento”, alerta o Infarmed.

No caso em que os medicamentos são apenas usados para prevenção de enxaquecas, em caso de gravidez ou suspeita de gravidez o instituto recomenda a interrupção imediata do tratamento.

“Nas restantes doenças – bipolar e epilepsia – o tratamento não deve ser interrompido. Essa decisão caberá ao médico, que deverá ser contactado com a máxima urgência”, acrescenta o comunicado.

O Infarmed recomenda ainda que “a gravidez em mulheres que utilizam estes medicamentos” seja “planeada de forma a garantir o controlo da doença, aconselhando-se o uso de um contracetivo até que haja um aconselhamento com o médico e uma decisão quanto ao tratamento mais adequado e seguro”.

O organismo de saúde refere ainda que “tem estado a acompanhar em proximidade e atentamente a informação relativa ao uso destas substâncias” e que estes medicamentos se mantêm em “monitorização adicional”.

A Agência do Medicamento de França concluiu que o fármaco para epilepsia e distúrbio bipolar Valproato provocou entre 2.150 a 4.100 malformações congénitas em crianças de mães tratadas com o fármaco nos últimos 50 anos.

A conclusão, divulgada no ‘site’ da agência francesa, consta de um estudo feito desde a altura em que este medicamento começou a ser disponibilizado, em 1967, até 2016. Mais conclusões serão apresentadas no segundo semestre deste ano.

Produtos biológicos
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica diagnosticou nos últimos dois anos tranquilidade no setor dos produtos...

O inspetor-geral da A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Pedro Gaspar, disse que a instituição faz regularmente despistes a pesticidas em produtos comercializados, sem visar especificamente os biológicos, e que em dois anos e 600 amostras, 125 das quais de produtos de rótulo biológico, houve apenas um caso de presença de um pesticida não autorizado.

No âmbito de fiscalização específica do circuito biológico, orientada por um plano operacional coordenado com o Ministério da Agricultura, houve nos últimos dois anos mais de 300 intervenções, que deram origem a 35 processos, mas todos por questões de higiene ou rotulagem.

Estes resultados apontavam "para um setor com alguma tranquilidade", o que este estudo "não confirma".

No trabalho da Visão, inclui-se a análise em laboratório de 113 produtos – frutas, legumes e sementes - identificados nas lojas como biológicos, através da qual se encontraram pesticidas não permitidos na agricultura biológica e numa das análises efetuadas, a uma couve identificada como proveniente da agricultura biológica, foi encontrada uma quantidade de glifosato 12 vezes superior ao máximo permitido por lei para couves de produção convencional.

Pedro Gaspar afirmou que "serão tidos em conta todos os contributos" do estudo da Visão, que "é sempre complementar" ao que a ASAE pensava sobre o setor biológico.

"Vai ser objeto de avaliação" e a ASAE admite recolher mais elementos "se vir que há necessidade de reforçar alguma área" da fiscalização e despistes de mercado já existentes.

ASAE
Água oxigenada servia para disfarçar má qualidade e higiene do leite, informa a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), através da Unidade Regional do Centro, realizou várias ações de fiscalização junto de diversas explorações pecuárias, com o objetivo de verificar as condições de armazenamento e transporte de leite cru, com destino a unidades industriais de fabrico de queijo, por forma a garantir a Segurança Alimentar, escreve o Sapo.

As investigações dirigidas a vários produtores de leite e, que decorreram durante os últimos dois meses, iniciaram-se com a deteção de uma viatura para transporte do leite sem qualquer sistema de refrigeração, adianta o organismo em comunicado.

No decurso das operações, foram "realizadas análises às amostras ao leite que se encontrava a ser transportado revelando as mesmas a adição de peróxido de hidrogénio, vulgo, água oxigenada, suspeitando-se que a mesma estaria a ser utilizada para ocultar a má qualidade higiénica do leite, em vez da utilização de refrigeração, facto este confirmado pela temperatura medida aquando das inspeções", explica a ASAE.

"Como resultado da ação foi instaurado um processo por suspeita de crime contra a genuinidade, qualidade ou composição de géneros alimentícios, em concurso com infrações de natureza contraordenacional, nomeadamente o incumprimento dos requisitos de temperatura durante o processo de produção, recolha e transporte de leite cru e a falta de requisitos de higiene do leite", acrescenta a nota de imprensa.

"Foram apreendidos 830 litros de leite cru e 40 litros de água oxigenada, num valor que ronda os 800 euros", conclui.

Estudo
Cientistas espanhóis identificaram uma proteína do cancro que controla a disseminação da doença a partir da pele para outros...

A partir de ratos de laboratório geneticamente modificados para desenvolver cancro de pele humana, a equipa descobriu que a proteína em causa desempenha um papel importante na promoção ou inibição da metástase - quando o cancro se espalha de uma área (ou órgão) para outra.

A Midkine é uma proteína secretada pelos melanomas, o tipo mais grave de cancro de pele, antes de se transportar para uma parte diferente do corpo e aí iniciar a formação de um novo tumor (o tumor secundário), concluíram os investigadores. Em humanos, segundo o Sapo, os cientistas detetaram níveis elevados de Midkine nos gânglios linfáticos de pacientes com cancro de pele, dando mais um indício do início do processo de metastização, informou a equipa na revista científica Nature.

Segundo os cientistas, isso aconteceu quando ainda não havia células tumorais nos gânglios linfáticos, comenta Marisol Soengas, do Centro Nacional de Pesquisa do Cancro em Madrid, coautora do estudo.

A deteção precoce do melanoma é fundamental, uma vez que depois do processo de metastização o prognóstico do paciente geralmente é desfavorável.

Os cientistas acreditaram durante vários anos que o melanoma atingia os órgãos que pretendia colonizar através dos vasos linfáticos. No entanto, remover os gânglios linfáticos próximos de um melanoma não evita a formação de metástases.

Neste estudo, observou-se que a Midkine se dirigiu diretamente para o novo local do cancro independentemente da formação de vasos linfáticos à volta do tumor original. "Estes resultados indicam uma mudança de paradigma no estudo da metástase do melanoma", comenta Soengas. Os cientistas não sabem, no entanto, se a Midkine é transportada através do sangue, da linfa ou de ambos.

Entidade Reguladora da Saúde
O impacto da diretiva que desde 2014 permite o reembolso das despesas dos portugueses com cuidados de saúde noutros Estados...

De acordo com a “Análise do Impacto da Diretiva dos Cuidados de Saúde Transfronteiriços”, da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), este “tem sido bastante reduzido em Portugal, não figurando assim como um mecanismo que efetivamente aumenta de forma significativa o acesso aos cuidados de saúde”.

O documento refere que, entre 2014 e 2016, foram deferidos dois pedidos de autorização prévia, que culminaram na deslocação de dois utentes portugueses a Itália e ao Reino Unido.

Cinco outros utentes pediram reembolso para cuidados que realizaram no estrangeiro, mas os pedidos foram indeferidos, prossegue a análise da ERS.

Em relação às entradas de doentes em Portugal, em 2015 foram registados 153 pedidos de reembolso de cuidados prestados por doentes oriundos da Suécia, 68 da Dinamarca, 30 da Bélgica, 14 da Noruega e sete do Reino Unido

De acordo com a ERS, entre as causas para esta reduzida procura conta-se “a falta de informação” sobre esta possibilidade, a dificuldade de compreensão dos procedimentos subjacentes à sua utilização e “a existência de constrangimentos financeiros que inviabilizam a deslocação e estada no estrangeiro e o adiantamento do valor dos cuidados”.

Segundo a lei que estabelece as normas de acesso a cuidados de saúde transfronteiriços, os beneficiários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm direito ao reembolso das despesas diretamente relacionadas com tratamentos prestados noutro Estado-membro da União Europeia, desde que sejam tidos como cuidados de saúde que caberia ao Estado português garantir, através da sua estrutura de saúde pública.

O diploma estabelece que as prestações de saúde com direito a reembolso são as previstas na tabela de preços do SNS, mas salvaguarda que este direito (ao reembolso) “pressupõe a existência de uma avaliação prévia por um médico de medicina geral e familiar” do SNS ou por serviços regionais de saúde que “determinem a necessidade dos cuidados”.

Um inquérito por questionário empreendido pela ERS junto de utentes e profissionais do setor da saúde apurou que “a grande maioria dos respondentes não tenciona recorrer a cuidados de saúde fora de Portugal e que o nível de conhecimento dos utentes sobre esta matéria é inadequado”.

“A reduzida procura de cuidados transfronteiriços poderá também decorrer do facto das despesas associadas à deslocação e estadia não estarem cobertas, dos utentes terem que adiantar o valor dos cuidados, e de ser apenas reembolsado o valor que os cuidados teriam custado em Portugal, de acordo com as regras previstas para utilização da Diretiva”, lê-se no documento da ERS.

Governo
O Conselho de Ministros aprovou hoje a alteração da composição da Comissão de Candidatura Nacional para a instalação da Agência...

Na conferência de imprensa do Conselho de Ministros de hoje, a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, anunciou que foi aprovada a resolução que altera a composição da Comissão de Candidatura Nacional para a instalação da Agência Europeia do Medicamento, que passa a integrar representantes das cidades de Lisboa e do Porto.

Tendo presente o calendário que fixa que as candidaturas dos Estados-membros têm que ser oficialmente apresentadas até 31 de julho de 2107, o Governo acrescenta, em comunicado do Conselho de Ministros, que "a Comissão de Candidatura Nacional apresentará brevemente elementos que permitam a decisão sobre qual a cidade que Portugal vai candidatar para acolher a Agência Europeia de Medicamentos".

De acordo com a mesma nota, "procede-se assim à reformulação de composição da Comissão de Candidatura Nacional, associando a Câmara Municipal do Porto, promovendo-se o consenso no processo de avaliação e decisão interna de candidaturas que irá decorrer à luz dos procedimentos de relocalização endossados pelo Conselho Europeu de 22 e 23 de junho".

"Mantendo-se o imperativo de um alinhamento estratégico comum entre as várias entidades nacionais relevantes que permita que Portugal apresente uma frente de candidatura abrangente e coerente nos propósitos e na mensagem a difundir, foi decidido atender à manifestação de vontade da cidade do Porto no sentido de acolher a Agência Europeia de Medicamento", refere ainda o comunicado do Conselho de Ministros.

Em 19 de junho, a Câmara do Porto anunciou que aceitou integrar esta comissão, nomeando para essa missão o ex-presidente do Infarmed Eurico Castro Alves e o vereador Ricardo Valente.

Depois da polémica que gerou a decisão do executivo de candidatar Lisboa para a instalação da Agência Europeia do Medicamento, o Governo decidiu, em 17 de junho, reabrir o processo de candidatura de Portugal para incluir também a cidade do Porto.

De acordo com uma nota do ministério então revelada, o Governo decidiu reabrir o processo de candidatura, referindo que só o Porto, a par de Lisboa, "parece reunir condições para uma candidatura muito exigente e competitiva em termos europeus".

"Neste contexto, o Governo tomou a iniciativa de contactar a Câmara Municipal do Porto para que a cidade se associasse, no âmbito da Comissão de Candidatura Nacional, ao processo de avaliação que irá decorrer à luz dos critérios oficiais definitivos", lia-se na nota.

A reabertura do processo de candidatura de Portugal, de modo a incluir também o Porto, pretende, segundo o Governo explicou, "gerar soluções alternativas qualificadas, promotoras de uma única candidatura nacional, forte e afirmativa em termos europeus".

Estudo
São boas notícias para quem tem fobia a agulhas. Investigadores da Universidade de Emory, na Geórgia, EUA, desenvolveram um...

É uma nova alternativa à vacinação convencional: um penso pequeno, com micro-agulhas (mas indolor), semelhante a um penso rápido. Um estudo publicado na revista científica The Lancet provou que, para além da aplicação ser igualmente eficaz, os voluntários preferiram o novo método ao tradicional.

São boas notícias para quem tem fobia a agulhas, escreve o Observador. Os investigadores da Universidade de Emory, na Geórgia, EUA, que desenvolveram este método confortável, dizem que ele serve de proteção ao vírus da gripe de forma equivalente à toma da vacina. Trata-se de um pequeno penso que, segundo os seus criadores, é mais barato, pode ser enviado pelo correio e permite que as pessoas se auto-vacinem em casa. Para além disso, não precisa de refrigeração pois consegue manter-se estável, durante um ano, a uma temperatura até 40ºC.

“Este produto, que pode ser auto-administrado e tolerado por todos, tem potencial para melhorar a cobertura da vacinação da gripe na população”, disse Nadine Rouphael, co-autora do estudo, num vídeo explicativo ao canal de Youtube do Instituto de Tecnologia da Geórgia.

Para o estudo foram recrutadas 100 pessoas, de idades compreendidas entre os 18 e os 49 anos, que ainda não tivessem sido vacinadas contra o vírus da gripe. Os voluntários foram distribuídos aleatoriamente por quatro grupos: um que recebeu a tradicional vacina no músculo do braço, e três que receberam os pensos: um administrado por profissionais, outro pelos próprios e, por fim, um que ficou com o penso placebo. Este era removido após 20 minutos, depois da dissolução das micro-agulhas.

As respostas dos anticorpos geradas pela vacina, através da análise de amostras de sangue, foram semelhantes aos grupos que receberam injeção. Cerca de 96% dos voluntários afirmaram que o método era indolor, sendo que 70% deles disseram preferir o penso à injeção. Para Mark Prausnitz, professor do Engenharia Química e Biomolecular do Instituto de Tecnologia da Geórgia, a criação pode ter bons resultados. “Um dia, esperemos num futuro próximo, será muito mais fácil para as pessoas ter acesso às vacinas”, afirma.

Tudo o que precisa saber
Vários estudos indicam que a toma de suplementos nutricionais sem necessidade de suplementação extra

De acordo com o Decreto-Lei nº136/2003, de 28 de Junho, republicado a 23 de Junho de 2015, os suplementos alimentares “são géneros alimentícios que se destinam a complementar e/ou suplementar o regime alimentar normal e que constituem fontes concentradas de determinadas substâncias nutrientes ou outras com efeito nutricional ou fisiológico, estremes ou combinadas” comercializadas em forma doseada. Podem encontrar-se disponíveis em cápsulas, pastilhas, comprimidos, pílulas “e outras formas semelhantes de líquidos ou pós, ampolas de líquido, frascos com conta-gotas”.

Os ingredientes utilizados na sua composição encontram-se autorizados pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA), excepto quando se tratam de novos alimentos. Um novo alimento é, neste sentido, definido como um alimento que não tem uma história significativa de consumo na União Europeia até 15 de maio 1997, estando sujeito a uma avaliação de segurança antes de ser colocado no mercado.

“Na maioria dos países europeus estes produtos - os suplementos alimentares - encontram-se notificados junto da Autoridade Nacional competente, sendo esta, no caso de Portugal, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV)”, começa por explicar Pedro Lôbo do Vale, presidente da Associação Portuguesa de Alimentação Racional e Suplementos Alimentares, que descreve este como processo “moroso”. “Envolve a descriminação de todos os ingredientes do produto, das alegações nutricionais e de saúde constantes no rótulo (caso existam), bem como de outras informações – dados do notificante, do distribuidor e fabricante – e dados referentes a notificações prévias do suplemento alimentar noutros países da União Europeia”, acrescenta.

De acordo com o especialista, só após rigorosa avaliação são colocados no mercado.

“Regularmente a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) recolhe, junto dos operadores económicos, vários produtos para serem analisados – por exemplo, relativamente aos metais pesados – verificando se cumprem todos os limites e requisitos estabelecidos na lei”, refere o especialista em Medicina Geral e Familiar que reforça a necessidade destes se distinguirem dos fármacos “controlados pelo INFARMED e cuja avaliação é obrigatoriamente mais intensa devido aos potenciais riscos de interações e efeitos secundários, característicos do estatuto do medicamento”.

Muito procurados, sobretudo pelos seguidores de um estilo de vida saudável que crêem nos benefícios e segurança dos produtos naturais, a verdade é que, embora raros, alguns não estão totalmente isentos de riscos e há até substâncias proibidas.

“A maioria das pessoas reconhece nos produtos naturais algum tipo de ação benéfica no organismo, que irá contribuir para melhorar o estado de saúde, o que, em muitos casos é verdade”, afirma Pedro Lôbo do Vale.

De acordo com o especialista, quando comparado, o suplemento alimentar ou produto natural que “existe com a mesma função que um determinado medicamento”, terá  muito menos efeitos secundários.

A ideia de que um suplemento alimentar é sinónimo de produto natural está, no entanto, relacionada com a origem das matérias-prima, diz-nos o senso comum.

“Atendendo a esta definição, mesmo tendo em conta que a grande maioria dos suplementos alimentares são preparados em laboratório, a sua essência é, de facto, natural”, refere.

“Os comprimidos de Valeriana não têm apenas raiz de Valeriana prensada, têm um extrato, que consiste numa preparação laboratorial, mas efetivamente a essência do suplemento alimentar é um componente que existe naturalmente, no caso a raiz de uma planta. Ou, noutros casos, quando os ingredientes utilizados em são idênticos a componentes que existem naturalmente no nosso organismo, como é o caso da “isoflavonas” de soja que são estruturalmente semelhantes aos estrogénios femininos”, explica.

Quanto à sua fiabilidade e segurança, o especialista afirma que os casos reportados de risco para a saúde pública são “praticamente inexistentes e muito inferiores” até a alguns alimentos, dando como exemplo os casos de encefalopatia espongiforme bovina, nitritos em enchidos, azeite adulterado, brucelose, salmonelose ou dioxinas em ovos registados.

A lista das proibições recai sobre todas as substâncias tóxicas, presentes na natureza. “Efedra, cicuta, digitalis, entre muitas outras, não fazem parte dos ingredientes permitidos em suplementos alimentares”, adverte.


A toma de um suplemento alimentar é feita, em média, por um perído de três meses.

Suplementação extra: não é comum haver sobredosagem de nutrientes

Alguns estudos revelam que a toma de suplementos nutricionais sem necessidade de suplementação extra tem vindo a aumentar, nos últimos anos. Em Portugal, dados recentes indicam que uma larga percentagem da população utiliza ou já utilizou estes produtos sob a forma de comprimidos, xaropes ou extratos.

“Quando uma pessoa procura um suplemento alimentar, procura-o tendo em conta algum problema em concreto para promover o seu bem-estar ou como preventivo”, justifica o presidente da Associação Portuguesa Alimentação Racional e Suplementos Alimentares.

Os suplementos de equinácea, vitamina D ou C e zinco são os mais procurados, no Inverno, para reforçar o sistema imunitário. Valeriana e passiflora são utilizadas para melhorar o sono e os multivitamínicos constam da lista do produtos mais procurados pelos desportistas/atletas que pretendem melhorar a sua performance. Em qualquer dos casos, o seu consumo raramente é considerado excessivo.

“Relativamente aos perigos de um possível excesso de consumo de vitaminas e minerais, raramente os suplementos alimentares ultrapassam, em muito, o valor de referência do nutriente. Por tal razão, não é comum haver sobredosagem de nutrientes, muito pelo contrário”, afiança o especialista que dá como exemplo o facto de que metade da população portuguesa apresenta carência de vitamina D podendo beneficiar com a sua suplementação.

De acordo com Pedro Lôbo do Vale, o mais importante a ter em atenção é que a toma regular dos suplementos alimentares seja feita tendo em conta os limites diários indicados pelo fabricante. “Em caso de dúvida, deve contactar o técnico de saúde ou o médico”, aconselha.

“Se houvesse, efetivamente, risco iminente decorrente da toma de algum suplemento alimentar, a própria FDA (Food and Drug Administration), no caso dos EUA, ou a EFSA (Autoridade para a Segurança Alimentar Europeia), na Europa, teriam interdito ou restringido o seu uso. Note-se, por exemplo, o alerta veículado pela Organização Mundial de Saúde em relação ao consumo excessivo de carne”, justifica.

No entanto, para este especialista é importante que procure ajuda especializada antes de recorrer à suplementação. “Mais do que ter cuidado, é necessário perceber se o suplemento alimentar é indicado para o objetivo que motiva a sua toma. Por exemplo, em caso de risco de desenvolvimento de problemas de foro cardiovascular será indicado tomar um suplemento alimentar à base de Ómega-3. Por outro lado, quem toma um suplemento para promoção de energia deve ter em conta se sofre de hipertensão ou taquicardia”, explica.

Ler com atenção os folhetos informativos, cumprir as dosagens indicadas e contar com a supervisão de um especialista são as regras essenciais para uma suplementação segura.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Junho é o mês da fertilidade. Para assinalar a data, o IVI apresenta um estudo intitulado “As motivações das dadoras de óvulos”...

Espírito altruísta das dadoras
A dadora atual é uma mulher jovem, sensibilizada de um modo geral para a importância da solidariedade na nossa sociedade e em particular para a problemática da infertilidade. “É muito frequente que partilhe connosco que já é dadora de sangue ou medula óssea. Ou que nalgum momento da sua vida já se cruzou com alguém que teve dificuldades em engravidar. Esse facto tocou-lhe e quis informar-se mais acerca do tema”, explica a autora do estudo.

Os números confirmam a tendência, 75% das dadoras de óvulos, doam por altruísmo. “Conheço quem não pode ter filhos, e contribuir com a minha ajuda pode mudar a vida de alguém. É a felicidade de um casal”, partilhou uma dadora da clínica.

Onde procuram informação
Apesar da doação de óvulos ser um tema para o qual ainda é necessário um longo trabalho de sensibilização. No IVI notamos que hoje a dadora nos chega muito mais esclarecida. Pesquisa na internet, conversa com algumas amigas e amigos, fala com o companheiro ou com alguém da família, que a incentivam e reforçam o seu orgulho num gesto que pode ter um impacto tão significativo na vida de alguém. Por vezes já abordou o tema com o médico de família e/ou ginecologista e vem devidamente informada.

Quando vem a uma primeira consulta, de um modo geral, já vem informada. “Coloca questões muito específicas e procura tranquilizar-se em relação aos efeitos do tratamento e eventuais riscos. Coloca algumas questões acerca da vivência de quem está do outro lado do tratamento -  a mulher recetora - mostrando-se solidária e empática”, reforça a psicóloga clínica.

Algumas dadoras vêm porque uma amiga que já doou as incentiva a vir. Vêm confiantes e motivadas. Tranquilas porque a amiga partilhou o processo com elas e seguras pelo acompanhamento que na clínica é proporcionado. Prevalece o sentimento de poder ajudar outra mulher em algo que é tão profundo e transformador na vida de uma pessoa como ter um filho.

Quando já tem filhos deseja ajudar outra mulher a engravidar, mostra-se solidária referindo “deve ser terrível não conseguir, se eu posso e não me prejudica, não tenho porque não fazê-lo”, “todas as mulheres que realmente o desejam deviam poder ser mães”, conta-nos a Dra. Filipa Santos.

A recompensa económica
Para algumas mulheres a recompensa também é um fator que pesa na sua decisão, no entanto, no fim do processo o que guardam para si é o contributo que mudou a vida de alguém. “No estudo que desenvolvemos apenas 25% das dadoras de óvulos, alegam que a recompensa as incentivou num primeiro momento a procurar informação e depois se associa a outras motivações como a possibilidade de ajudar e também a realização de exames médicos”, detalha a autora do estudo.

“Doei porque penso que sabe bem ajudar quem precisa, pois um dia podemos ser nós a precisar. A questão económica pode ser uma ajuda”, conta uma dadora.

São mulheres conscientes que a doação de óvulos é um contributo essencial para que alguém consiga ter um filho, como uma peça do puzzle sem a qual o puzzle não pode existir, ao mesmo tempo não sendo o todo do puzzle. Sabem que há outros intervenientes e que há uma série de etapas que têm de ocorrer para alcançar o objetivo final da tão desejada gravidez.

Em conclusão, “durante o estudo concluímos que de uma forma geral as dadoras de óvulos sentem-se bem com o processo, sentem-se muito acompanhadas e seguras”, reforça a autora do estudo. 

Recorde-se que a doação é um ato voluntário, solidário e altruísta, existindo uma compensação económica pelos incómodos causados, cujo valor é fixado por lei e foi atualizado no passado dia 1 de maio de 2017, sendo de 843€ por doação de óvulos.

Dados sobre o estudo
A Dra. Filipa Santos, é psicóloga clínica do IVI Lisboa e trabalha em infertilidade há 11 anos.

O universo estudado foi de 258 dadoras e os dados foram recolhidos no primeiro semestre do ano de 2017. Do universo total de dadoras, 68% são jovens trabalhadoras, frente a 16% de estudantes, 12% atualmente desempregadas e 4% trabalhadoras e estudantes.

Especialista
O presidente do European Venous Forum, a decorrer até sábado, no Porto, afirmou hoje que atualmente as intervenção cirúrgicas...

“Hoje, em 2017, podemos dizer com grande segurança que todos os doentes que tenham necessidade de algum tipo de intervenção cirúrgica por varizes podem e devem ser feitos em ambulatório, sem necessidade de anestesia geral, com um regresso à sua atividade laboral no dia seguinte, na enormíssima maioria dos casos”, disse Armando Mansilha.

Em declarações, o responsável pelo encontro, especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular, salientou que “ninguém deve ficar internado, nem acamado”.

“Isto é, claramente, um enorme avanço para as pessoas e também para todos nós em termos de custos, porque é possível hoje em dia tratar cirurgicamente, por diferentes tipos de intervenções que devem ser adaptadas a cada doente, com custos menores”, frisou.

Segundo Armando Mansilha, que é também professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, “é recomendável tratar estes doentes numa fase muito mais precoce, de forma que não venham, por um lado, a ter sintomas incapacitantes, e, por outro lado, não venham a ter complicações relevantes, como seja trombose venosa ou a tromboflebite e a úlcera venosa”.

Nesta reunião, “a maior de sempre a nível internacional na área da doença venosa”, com mais de 900 especialistas, de 32 países, será também discutida a “mudança de paradigma” no tratamento oral da trombose venosa, da doença tromboembolica venosa, da trombose venosa e da embolia pulmonar, disse.

Essa “mudança de paradigma” tem a ver com “os novos anticoagulantes orais, de ação direta, de última geração, que são cada vez mais considerados como primeira linha em praticamente todas as situações”, salientou.

Ao longo de três dias serão passados em revista os novos desenvolvimentos na prática e investigação clínica, diagnóstica e técnicas médicas.

Em destaque está também a apresentação da atualização das Recomendações Mundiais em Flebologia da revista Angiology, referência para a prática clínica nesta área.

Escolas
Investigadores do Observatório dos Recursos Educativos, sediado no Porto, apresentaram hoje um conjunto de medidas para ajudar...

Num trabalho realizado pelos investigadores Adalberto Dias de Carvalho e Nuno Fadigas, são propostas 13 medidas que consideram essenciais para reduzir os efeitos na saúde das crianças do excesso de peso das mochilas, que “não raras vezes” apresentam um peso superior ao que é clinicamente recomendado (10% a 15% do total do peso corporal, entre crianças e adolescentes).

Os investigadores propõem a atribuição de uma sala fixa por turma, de modo a diminuir as deslocações na escola com a mochila, a organização de horários capazes de minimizarem as solicitações de material escolar por dia e envio, no início do ano letivo, de uma lista com todo o material escolar necessário para as aulas e que corresponda a uma previsível utilização efetiva bem como o seu escalonamento temporal.

Os autores do estudo lembram que o excesso de peso das mochilas escolares contribui para a ocorrência de problemas de saúde de crianças e jovens, designadamente dores nas costas, alterações na marcha e postura deficiente, conforme conclusões de diversos estudos, designadamente da Organização Mundial de Saúde.

Os debates sobre esta matéria prolongam-se há já vários anos em muitos países por isso os investigadores do observatório defendem uma ação concertada de todos os atores envolvidos nesta problemática.

No documento “O Peso das Mochilas Escolares: contributos para uma reflexão fundamentada” é também recomendada a organização de horários capazes de minimizarem as solicitações de material escolar por dia e a implementação de orientações formativas, designadamente no contexto da área não curricular de educação para a saúde, com vista ao esclarecimento dos alunos acerca da boa forma de organizar e transportar as mochilas.

A monitorização do peso das mochilas através da disponibilização de uma balança por sala para autorregulação pelos alunos e informação para os encarregados de educação, quando necessário, relativamente ao eventual excesso de peso das mochilas e a divisão dos manuais escolares em fascículos, sempre que o seu peso ultrapasse o limite a definir para cada ano de escolaridade, e aprofundamento do recurso, quando necessário e possível, a papel de gramagem mais leve, são outras propostas.

Os investigadores defendem ainda o aumento das horas da área não curricular de Estudo Acompanhado e aperfeiçoamento da sua metodologia com vista a uma contenção razoável dos trabalhos de casa e a regulamentação da valorização prioritária dos aspetos ergonómicos pelos fabricantes de mochilas

A análise realizada por Adalberto Dias de Carvalho e Nuno Fadigas permitiu perceber ainda que existe um conjunto de condicionantes a ponderar, nomeadamente “material escolar excedentário, peso dos manuais escolares, incorreta distribuição do peso no interior da mochila e inadequada colocação da mochila e das respetivas alças”.

Europa
A Comissão Europeia adotou hoje um plano para combater a resistência aos antibióticos, uma ‘ameaça’ que mata anualmente 25 mil...

Em paralelo ao plano, Bruxelas apresenta ainda regras para um “uso prudente de antibióticos”.

A Comissão Europeia quer ajudar os Estados-membros a desenvolverem “novas ações e iniciativas centradas em áreas chave”, apostando na elaboração de planos nacionais.

Por outro lado, Bruxelas vai investir na inovação e investigação contra a resistência aos antibióticos.

Neste âmbito, o comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, salientou que “nenhum país pode resolver sozinho” o problema.

“Precisamos de um esforço verdadeiramente europeu para salvar vidas humanas, animais e o ambiente”.

Moedas ressalvou também que o plano de ação – designado “One Health Action Plan” – implica melhor coordenação e colaboração entre Estados-membros, bem como entre os setores público e privado na Europa e não só”.

O plano aborda a questão da resistência aos antibióticos nas pessoas e também nos animais.

O programa Horizonte 2020, que está sob a alçada de Moedas, dedica um total de 7,4 mil milhões de euros para apoiar a investigação na saúde entre 2014 e 2020, nomeadamente na promoção de cuidados personalizados.

Segundo dados de Bruxelas, em Portugal, foram prescritos, em 2014,cerca de 20 doses de antibióticos por mil habitantes por dia, sendo a média da União Europeia (UE) de 25.

A Holanda (10,6 doses diárias por mil habitantes) é o país da UE com menos prescrições e a Grécia com mais (quase 45).

Na quarta-feira, o Observatório Português dos Sistemas de Saúde anunciou querer medidas concretas para reduzir o consumo de antibióticos, sugerindo que, nalguns casos, o médico só os possa prescrever após identificar a causa da infeção.

Segundo o Relatório da Primavera 2017 do Observatório dos Sistemas de Saúde, o consumo absoluto de antibióticos, ajustado à população residente, decresceu em Portugal de 2004 para 2014, mas identificou-se uma tendência de crescimento de consumo de antibióticos de largo espectro, que atua numa grande variedade de bactérias.

Agrobio
A Associação Portuguesa de Agricultura Biológica defende que as autoridades devem avaliar o trabalho hoje divulgado pela...

“Estamos a falar de um assunto tão sério que terá de ser verificado por outras instâncias a veracidade do trabalho feito”, disse Jaime Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (Agrobio), sublinhando que é preciso também verificar como foi feita a seleção e a recolha dos produtos identificados como biológicos.

A revista Visão divulga hoje um trabalho que inclui a análise em laboratório de 113 produtos – frutas, legumes e sementes - identificados nas lojas como biológicos. Nalguns deles foram encontrados pesticidas não permitidos na agricultura biológica e numa das análises efetuadas, a uma couve identificada como proveniente da agricultura biológica, foi encontrada uma quantidade de glifosato 12 vezes superior ao máximo permitido por lei para couves de produção convencional.

O glifosato foi considerado pela Agência Internacional de Pesquisa em Cancro (da Organização Mundial de Saúde) como “provavelmente cancerígeno”.

Em declarações, o presidente da Agrobio reagiu com cautela relativamente ao conteúdo do trabalho jornalístico, sublinhando: “o que lhe posso dizer é que identificar agroquímicos não autorizados em produtos biológicos é [sinal de] fraude. Deliberado ou por negligência, pois pode ser por contaminação”.

Face à gravidade destes indicadores, Jaime Ferreira diz que, a ser verdade, se trata de um problema de saúde pública: “Isto tem de ser colocado às autoridades competentes e elas têm de responsabilizar quem foi responsável por colocar esses produtos no mercado”.

“A quantidade [de glifosato] pode ser de tal forma grave que é um problema de saúde pública e devia ser imediatamente denunciado à ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica”, afirmou o responsável, sublinhando: “pode haver pessoas que estejam a comer estes produtos e [que possam] ter problemas graves de saúde. Isto não pode ser uma coisa [abordada de forma] ligeira”.

O responsável disse ainda que a Agrobio vai “examinar ao detalhe” o trabalho hoje divulgado pela Visão e os dados revelados. “Se houver responsabilidades a apurar vamos até ao limite das responsabilidades”.

De acordo com dados da Direção Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), em 2015, a superfície de terrenos em agricultura biológica atingiu os 239.864 hectares (ha), equivalente à área do distrito do Porto, traduzindo, por um lado, a consolidação da produção biológica e, por outro, a resposta a um novo regime de apoios.

O número de produtores agrícolas biológicos tem vindo a aumentar durante a última década e em 2015 chegou aos 3.837.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Onze dos 18 distritos de Portugal continental, tal comos os arquipélagos dos Açores e da Madeira apresentam hoje um risco ...

No continente, os distritos com risco maior são Vila Real, Aveiro, Viseu, Guarda, Portalegre, Santarém, Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e Faro.

Os restantes distritos: Viana do Castelo, Braga, Porto, Bragança, Castelo Branco, Coimbra e Leiria apresentam risco ‘elevado’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

Para Portugal continental, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) espera para hoje aguaceiros nas regiões Norte e Centro e vento noroeste moderado a forte no litoral e terras altas.

Aguarda também aguaceiros fracos nas regiões Norte e Centro, em especial no litoral, sendo mais frequentes e intensos nas terras altas da região norte durante a tarde e pequena descida de temperatura.

Para os Açores é esperado céu pouco nublado, enquanto para a Madeira a previsão é de períodos de céu muito nublado, aguaceiros nas vertentes norte e terras altas até meio da manhã e vento fraco a moderado de nordeste, tornando-se moderado a forte com rajadas até os 70 quilómetros por hora nas terras altas a partir do final da tarde.

Estudo
Milhões de gravidezes não planeadas em países em desenvolvimento, incluindo a maioria dos países lusófonos, podiam ser evitadas...

O estudo "Adding It Up: Investing in Contraception and Maternal and Newborn Health, 2017" calcula que 214 milhões de mulheres em países em desenvolvimento querem evitar a gravidez mas, por vários motivos, não usam métodos modernos de contraceção.

Produzido pelo Instituto Guttmacher, o estudo mostra que os serviços de contraceção e os serviços de saúde materna e neonatal nos países em desenvolvimento, que incluem Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, ficam aquém das necessidades.

Das 89 milhões de gravidezes indesejadas, 66 milhões resultam da falta de acesso a contraceção e quase nove milhões do uso de métodos tradicionais, com maior incidência em África e nos países de menores rendimentos.

Outras consequências são 30 milhões de nascimentos não planeados e 48 milhões de abortos induzidos.

O estudo admite que tem sido registado progresso, ainda que lento: o número de mulheres com acesso a formas mais eficazes de controlo da natalidade aumentou de 510 milhões em 2003 para 671 milhões em 2017.

Mas, comparando os mesmos dois anos, o número de mulheres sem este tipo de recursos continuou a aumentar, de 210 milhões em 2003 para 214 milhões em 2017.

"Investir tanto em cuidados contracetivos como cuidados essenciais para os cuidados maternos e recém-nascidos tem o maior impacto na prevenção de mortes desnecessárias", afirmou Jacqueline Darroch, autor principal do estudo.

O Instituto Guttmacher estima que cada dólar norte-americano (0,88 euros) investido em métodos contracetivos permite poupar 2,3 (2 euros) dólares em cuidados de saúde às mulheres grávidas e recém-nascidos.

Mas, gastar 8,4 dólares (7,39 euros) por ano por pessoa em meios de planeamento familiar e cuidados de saúde básicos a mulheres grávidas e recém-nascidos, pode evitar a morte de 2,2 milhões de bebés e de 224 mil mães.

Centro de Apoio ao Doente Oncológico
O Centro de Apoio ao Doente Oncológico, em Melgaço, informou ter lançado uma campanha de ‘crowdfunding' para comprar uma...

"Com aldeias remotas no Alto Minho, e uma população mais envelhecida e isolada, é preciso o uso de um veículo para transportar doentes para as consultas e tratamentos oncológicos", explicou a instituição em nota hoje enviada à imprensa.

A campanha de ‘crowdfunding', lançada na segunda-feira, já reuniu 135 euros, 1% do objetivo final que é “angariar 16.500 euros até às 18:00 do dia 25 de agosto".

O Centro de Apoio ao Doente Oncológico (CADO) foi constituído em abril de 2016 por um grupo de nove jovens ligados à área e está sediado nas Termas de Peso, em Melgaço.

A associação justificou a necessidade daquele veículo com o facto de, atualmente, os voluntários do CADO "utilizarem o seu próprio veículo para transporte dos doentes às consultas e tratamentos no Instituto Português de Oncologia (IPO), no Porto.

"Os problemas logísticos de transporte destas pessoas são consideráveis", frisou a associação, acrescentando que os doentes oncológicos que acompanha, "muitas vezes não têm ninguém para os ajudar nesta batalha".

E acrescentou: "outros têm de sair de casa às 07:00 horas e voltar, após uma sessão de quimioterapia - debilitados - do Porto, em autocarros. Não queremos estas situações. Queremos dar uma resposta eficaz e eficiente ao nosso país, criar qualidade de vida a estas pessoas".

A associação tem como missão "apoiar os doentes oncológicos, seus cuidadores e familiares, informar e divulgar a doença, tendo como finalidade a explicação das suas causas e efeitos, promovendo, por outro lado, a saúde e proteger a doença, assegurar o apoio ao nível das questões socioeconómicas e jurídicas”.

Outros dos objetivos passam por "prestar cuidados a nível da reabilitação física e promover atividades de lazer e desportivas, promover a integração social dos doentes oncológicos na sociedade e proporcionar acesso fácil, a baixo custo e até gratuito em determinados produtos essenciais para o bem-estar físico e psicológico do doente".

Facilitar "o acesso do doente oncológico a apoios técnicos e financeiros, promovendo ações de sensibilização junto da comunidade através da colaboração com entidades de âmbito regional, nacional e internacional", é outro dos propósitos desta associação.

29 de junho - Dia Mundial de Esclerose Sistémica
A Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas e a Sociedade Portuguesa de Reumatologia alertaram ontem, na véspera do Dia...

“O Governo não comparticipa o plano de tratamento e os medicamentos necessários para combater esta doença, à semelhança do que acontece no caso de outras doenças autoimunes, crónicas e degenerativas”, destaca Helena Gaspar, coordenadora do Núcleo de Esclerodermia da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas.

Segundo um comunicado, a esclerose sistémica é descrita como uma doença reumática crónica que se carateriza sobretudo pelo endurecimento e/ou espessamento da pele, mas que também pode envolver outros órgãos, como os pulmões, o intestino, os rins e o coração.

A doença atinge mais de três mil pessoas em Portugal com maior incidência nas mulheres, segundo a Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas e a Sociedade Portuguesa de Reumatologia e é necessário acompanhamento médico recorrente e regular.

Dor articular, artrite e a astenia muscular, azia, náuseas, enfartamento, dispneia, fadiga e dificuldade para dormir podem ser alguns dos efeitos desta doença, dependendo dos órgãos atingidos.

Associado à morbidade física pode surgir também a depressão e a ansiedade, que segundo ambas as organizações tornam os doentes incapacitados para trabalhar “ou mesmo para realizar tarefas domésticas”.

“A isenção ou a dispensa de pagamento das taxas moderadoras aos doentes com Esclerose Sistemática, bem como uma ajuda nas deslocações e exames de especialidade relacionados com a doença deveriam também ser ponderados, já que resultam num enorme esforço para as famílias”, concluía Helena Gaspar.

Neste Dia Mundial, José Canas da Silva, Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, destacou por sua vez a importância do diagnóstico precoce da doença.

“Uma vez detetada, é muito importante reforçar a educação do doente, de forma a que este recorra atempadamente ao seu reumatologista quando surgem novas queixas, já que esta patologia causa diminuição da longevidade e diminui drasticamente a qualidade de vida”, assinalou.

Médicos
Os médicos de saúde pública afirmaram hoje ser imprescindível que o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge mantenha a...

“O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) é uma organização essencial para a saúde pública nacional, tem um papel enquanto produtor de informação credível, de qualidade, isenta e independente”, sendo “imprescindível que esse papel se continue a verificar”, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, na comissão parlamentar de Saúde.

Ricardo Mexia foi ouvido na comissão de Saúde a pedido do Bloco de Esquerda sobre um grupo de trabalho que estaria a ponderar uma possível integração do INSA na Universidade Nova de Lisboa, uma medida que já foi negada pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e pelo reitor da universidade, António Rendas.

Questionado por alguns deputados sobre esta possível fusão, Ricardo Mexia defendeu ser essencial que o INSA não perca a “autonomia, independência e credibilidade” que tem mantido ao longo dos anos.

Para Ricardo Mexia, a capacidade do instituto para responder, quando solicitado, a surtos como o da ‘legionella’, da hepatite A ou do sarampo, depende de “manter uma máquina oleada” para responder de uma “forma eficaz” e com qualidade.

Por outro lado, defende, “há uma multiplicidade de instrumentos” no INSA que, para os médicos de saúde pública, “são essenciais que se mantenham numa ótica de serviço público e não sejam de alguma forma transformados numa ótima de investigação, que também é extremamente importante”.

O ministro da Saúde rejeitou, em junho, qualquer intenção de privatizar ou alterar a estrutura do INSA, embora tenha reconhecido que o organismo precisa de se modernizar.

"Está fora de questão qualquer procura de privatização do INSA. O Governo não tem a mínima intenção de alterar a estrutura do laboratório de Estado", afirmou Campos Fernandes na altura no Parlamento aos deputados.

Também o reitor da Universidade Nova de Lisboa rejeitou, em junho no Parlamento, qualquer intenção de desmantelar o INSA, mas manifestou-se preocupado com o futuro da instituição.

Para Henrique Mexia, o que é importante é que haja “uma verdadeira reforma da saúde pública”, uma medida que a associação tem vindo a reclamar “há muito tempo”.

“É com alento que vimos no programa deste Governo uma nova ambição para a saúde pública”, mas “é com alguma tristeza que temos constatado que essa ambição não se tem materializado depois na concretização efetiva de uma nova ambição”, sublinhou.

Para o médico, a saúde pública deve ter um papel na contratualização de todas as unidades que concorrem para prestar cuidados de saúde e um “sistema de informação próprio”, tendo em conta que tem de tomar decisões com base em informação sólida.

“São os médicos de saúde pública e as unidades de saúde pública que através da análise da informação disponível podem aferir as necessidades e a prioridades de intervenção”, defendeu.

Por outro lado, a saúde pública devia ter “uma comissão de reforma em igualdade de circunstância com as outras três que foram criadas para os cuidados de saúde primários, para a reforma hospitalar e para os cuidados continuados”.

“É excessivo dizer que devemos começar do zero, porque já estamos para lá do zero, falta é discutir um conjunto de áreas que nunca foram abordadas naquele grupo de trabalho, nomeadamente a reforma do INSA e da Direção-Geral da Saúde”, frisou.

Uma resolução do Conselho de Ministros criou um grupo de trabalho para “estudar e propor medidas de promoção de investigação clínica e de translação e da inovação biomédica em Portugal”.

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