Bactéria multirresistente
O primeiro caso português de infeção por uma bactéria de uma estirpe híper-virulenta, e com uma característica genética que...

O caso está documentado na edição de junho da Acta Médica Portuguesa, a revista científica da Ordem dos Médicos, e dá conta de uma mulher portuguesa de 64 anos “sem história de viagens ou exposição a produtos de origem asiática”, a quem foi diagnosticado abcesso hepático, causado por uma estirpe híper-virulenta da bactéria Klebsiella pneumoniae serotipo K1.

Esta estirpe é responsável por uma síndrome invasiva infeciosa, caracterizada por abcessos hepáticos com manifestações extra-hepáticas.

“Inicialmente identificada em Taiwan, tem aumentado significativamente em vários países da Ásia, e mais recentemente na Europa e América do Norte, conferindo a esta entidade um carácter emergente e global”, lê-se na publicação.

Os autores do artigo – Aida Pereira e Tiago Petrucci, do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), e Maria João Simões, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) - apresentam o caso clínico de uma mulher de 64 anos, caucasiana, portuguesa, sem antecedentes pessoais ou epidemiológicos, como viagens ou exposição a produtos asiáticos, na qual foi diagnosticada, abcesso hepático piogénico complicado de derrame pleural por esta estirpe híper-virulenta.

O caso, tratado no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com terapêutica antibiótica combinada com drenagem percutânea, permitiu a identificação do primeiro caso de síndroma invasiva infeciosa por ‘klebsiella pneumoniae’ do clone híper-virulento ST23 documentado em Portugal.

Segundo os autores, este serotipo K1 tem sido “raramente identificado nos países ocidentais, não estando esclarecida a razão da sua emergência”.

Na doente em causa, “não foi possível estabelecer uma cadeia epidemiológica evidente, dada a ausência de risco (comorbilidades, viagens, contactos com produtos ou população asiática)”.

Os autores apontam como uma possível explicação para a identificação do caso português de estirpe híper-virulenta de ‘K. pneumoniae’, numa doente sem comorbilidades ou contacto direto com produtos ou população asiática, “a aquisição do agente através de exposição ambiental local”.

“A presença desta estirpe no meio ambiente pode resultar da imigração asiática e consequente importação dos seus produtos e hábitos alimentares, assim como a sua flora comensal”, prosseguem os autores.

Por outro lado, acrescentam, “não é de desvalorizar o contacto, resultante da globalização e deslocação da própria população portuguesa a países endémicos, importando consequentemente a flora local”.

“Do ponto de vista de saúde pública, seria de todo o interesse fazer um estudo epidemiológico da comunidade geral (através do rastreio das fezes de potenciais portadores assintomáticos), com o objetivo de controlo da disseminação deste e de outros agentes altamente virulentos”, defendem os autores.

Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Doenças Infeciosas e Microbiologia Clínica, Fernando Maltez, trata-se de “mais uma bactéria multirresistente, que torna muito difícil a terapêutica, pois dificulta a atividade dos antibióticos disponíveis”.

Este tipo de bactérias, referiu, ultrapassa os antibióticos que vão sendo inventados.

“Não é um problema de Portugal, é um problema dos cuidados de saúde, pois temos cada vez mais idosos, usamos meios cada vez mais invasivos e dispomos de cada vez mais terapêuticas imunossupressoras e biológicas, que proporcionam as infeções”, explicou.

Sobre este caso, Fernando Maltez referiu que se destaca por ter “uma característica genética que ainda não tinha sido identificada em Portugal”, mas sublinhou que “não merece mais preocupação que as outras”.

Novo caso
A Hungria tirou hoje do mercado produtos desenvolvidos a partir de ovos contaminados com o pesticida tóxico fipronil,...

Com este novo caso, eleva-se para 17 o número de países da União Europeia (UE) afetados por esta crise dos ovos contaminados com fipronil, que também abrange a Suíça, o território de Hong Kong e a Coreia do Sul.

A entidade húngara precisou que ordenou a retirada do mercado de produtos congelados destinados à confeção de pratos asiáticos.

“A empresa húngara só fornecia restaurantes”, indicou a agência de segurança alimentar húngara, precisando que os clientes do fornecedor foram já informados.

A retirada destes produtos foi decidida após a Alemanha ter notificado hoje o Sistema de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios e Alimentos para Animais (RASFF) da União Europeia (UE). As autoridades alemãs informaram que vestígios de fipronil tinham sido detetados nos produtos importados.

Em grandes quantidades, o fipronil, usado para eliminar ácaros e insetos, é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “moderadamente tóxico” para o homem. O uso deste pesticida é expressamente proibido em animais destinados ao consumo humano.

A “crise” dos ovos contaminados iniciou-se a 20 de julho, quando a Bélgica alertou as autoridades comunitárias de que tinha detetado ovos contaminados.

Oito dias depois, a Holanda lançou um alerta alimentar por suspeita de contaminação, mas foi só a 03 de agosto é que as autoridades holandesas advertiram de que, em alguns lotes de ovos, a quantidade do pesticida era superior aos limites e poderia representar um perigo para a saúde dos consumidores.

A Comissão Europeia já informou que vai reunir-se com representantes dos países afetados por esta crise a 26 de setembro.

Em Portugal, segundo a Direção-Geral da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural (DGAV), os ovos em causa não estão à venda.

Fipronil
O ministro da Agricultura francês, Stéphane Travert, reconheceu que "provavelmente" continuem à venda em França ovos...

Numa entrevista divulgada hoje pelo Le Parisien, Travert insistiu que, de qualquer maneira, o “risco para a saúde é muito baixo”, tendo em conta a concentração deste inseticida nos ovos e os “hábitos alimentares dos franceses”.

Justificou o atraso em conhecer-se a extensão do problema dizendo que "a situação está em constante evolução” e que foram recebendo “informações lote a lote, ponto de entrada por ponto de entrada, ou seja, a conta-gotas”.

Na segunda-feira, o seu departamento informou que identificou seis novos centros de processamento (14 no total até agora) e 40 estabelecimentos comerciais grossistas em França que importaram 45,4 toneladas de derivados de ovos contaminados com fipronil.

O ministro observou que "alguns produtos chegam à França, são transformados e vão para outros países".

Travert também prometeu publicar "nos próximos dias, conforme se conheçam os resultados da análise", os nomes “do conjunto dos produtos contaminados, com marcas, números de lote, a sua preparação e a data em que foram colocados no mercado”.

Isso só será feito com os produtos com uma taxa de contaminação acima do limite autorizado.

Uma vez identificados e retirados do mercado, será recomendado aos distribuidores que informem os consumidores dos lotes em causa para que os evitem consumir. Será pedido o retorno dos produtos já vendidos nos casos em que o limite de contaminação do inseticida seja excedido, o que, por enquanto, não aconteceu em qualquer análise feita.

Até ao final da semana passada, o Ministério da Agricultura estimava em 250.000 o número de ovos vendidos em França com fipronil.

“Houve uma falha de transmissão de informação entre Holanda, Bélgica e os outros Estados membros da União Europeia. Por exemplo, não sabemos de forma segura quando começou este assunto”, lamentou o ministro.

Assim, o ministro francês pediu uma reunião europeia de emergência para partilhar todos os elementos, para analisar em conjunto e tomar decisões sobre a gestão desta crise.

Relatório
Em algumas províncias rurais angolanas as mulheres chegam a ter pelo menos oito filhos, com intervalos entre partos que chegam...

Numa análise à situação das mulheres com idades entre os 15 e os 49 anos, o estudo, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano em conjunto com o Ministério da Saúde, e consultado hoje pela Lusa, refere que a taxa global de fecundidade em Angola é de 6,2 filhos por mulher, sendo mais elevada nas áreas rurais (8,2) do que nas áreas urbanas (5,3).

Ou seja, em média, as mulheres que vivem nas áreas rurais têm mais três filhos do que as mulheres das áreas urbanas. A taxa global de fecundidade varia de 4,5 filhos em Luanda, a capital angolana, para 8,6 filhos na província do Bié, no centro do país.

Além disso, o IIMS, que teve a assistência técnica do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), conclui que o intervalo médio entre nascimentos aumenta acentuadamente com a idade, de 24,9 meses entre as mães de 15 aos 19 anos, para 36,1 meses entre as mulheres de 40 a 49 anos.

Já à medida que o nível de escolaridade e socioeconómico aumenta, a taxa de fecundidade diminui. Nas camadas socioeconómicas mais baixas, o estudo refere que o intervalo entre partos chega a ser, em média, de apenas 11,5 meses.

"Adiar os primeiros nascimentos e alargar o intervalo entre os partos contribuíram para a redução dos níveis de fecundidade em muitos países. Em contrapartida, os intervalos curtos entre os partos, menos de 24 meses, podem conduzir a graves consequências para as mães e os recém-nascidos, tais como partos prematuros, peso baixo à nascença e mortes", admite o estudo, nas suas conclusões.

Em Angola, uma em cada três mulheres teve o primeiro parto antes dos 18 anos e mais de metade (55%) teve o primeiro parto antes dos 20 anos.

"A procriação em tenra idade está igualmente associada a riscos e ao aumento de complicações durante a gravidez e no parto, o que perfaz taxas mais elevadas de mortalidade neonatal", sublinha o estudo.

Dermatologistas alertam
A Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo (APCC) apelou hoje à população para estar atenta à qualidade dos protetores solares,...

“No mercado surgem loções ditas bronzeadoras, aceleradoras de bronzeamento, que dizem ter uma proteção” solar de seis, 15 ou 30, “o que pode iludir as pessoas”, disse à agência Lusa o secretário-geral da associação, Osvaldo Correia.

Segundo o dermatologista, o mercado das loções bronzeadoras não está regulamentado, ao contrário do que acontece com os protetores solares, devendo por isso ser evitadas, porque podem ser “prejudiciais para a saúde” ao conferirem uma falsa proteção.

Perante este risco, o dermatologista deixou um alerta dirigido especialmente aos jovens: "não se iludam com os bronzeadores na questão da cor e, sobretudo, na questão de uma falsa proteção”.

Apesar de não haver dados oficiais, Osvaldo Correia disse que “é crescente” o número de “queimaduras surpresa que as pessoas estão a ter”, mesmo utilizando protetores solares que dizem ter um índice elevado.

“Quem faz vivência clínica de dermatologia” tem a “perceção clara” de que as pessoas ficam surpreendidas por utilizarem protetores com um índice 30 ou 50 e ficarem com “pigmentações inestéticas”, alergia ao sol ou “vermelhidão seguida de escamação”.

Estas loções também “criam o mito de que o moreno é saudável”, mas “uma pele bronzeada em excesso é uma pele envelhecida e ninguém gosta que se diga que tem uma pele velha numa época em que o que se quer é rejuvenescer e não envelhecer”.

Mas também há cuidados a ter na escolha dos protetores solares e na forma como são aplicados.

“Hoje temos, nos próprios protetores solares, formas fluídas, transparentes, invisíveis, espumas que, na forma e na quantidade como as pessoas habitualmente as colocam, não dão a proteção que as pessoas julgam que dão (30 ou 50)”, sublinhou.

Para conferirem “uma camada suficiente”, que se aproxime do que foi testado em laboratório, a sua aplicação deve ser feita várias vezes no mesmo local.

“Na prática, teríamos que aplicar quase uma embalagem de 50ml para uma parte significativa do corpo, o que não se faz”, elucidou.

Quando estas formas fluídas são associadas aos “aceleradores de bronzeamento” o risco aumenta.

Nas pessoas de pele relativamente morena, um índice de proteção baixo “é suficiente para não ficarem vermelhas, mas estão expostas aos raios ultravioleta A”, que também agridem a pele.

Portanto, a população deve estar atenta à qualidade, quantidade e apresentação do protetor, que “não deve ser utilizado para prolongar o tempo de exposição nos dias de ultravioletas especialmente elevados, como tem acontecido nas últimas semanas e, até diria, nos últimos meses, em Portugal”.

Segundo o médico, “é crescente” o número de pessoas com cancro de pele em idades jovens, a começar nos 20, 30 anos, resultado de exposições prolongadas ao sol.

“Temos de pensar que a agressão de hoje pode ter como consequência negativa o amanhã, e o amanhã pode não ser quando somos idosos”, salientou, lembrando que "a regra mais importante é sombra aumentada, hora apropriada".

Estima-se que surjam este ano mais 12.000 novos casos de cancro de pele, 1.000 dos quais casos de melanoma, o tipo mais grave.

Osvaldo Correia observou que que a população está "mais bem informada", mesmo os próprios jovens, "a prática é que nem sempre condiz com o conhecimento".

“Saber conviver com o sol, é um ato de bom senso”, disse, lembrando que os dermatologistas são “a favor da exposição ao sol”, mas no final ou no início do dia.

Novo caso
As autoridades da Coreia do Sul anunciaram esta 3ª feira que detetaram ovos contaminados com o pesticida 'fipronil'...

O Ministério da Agricultura, Alimentação e Assuntos Rurais sul-coreano informou que alguns ovos testaram positivo à presença de 'fipronil' numa quinta em Namyangju, a leste de Seul.

Desconhece-se que proporção do produto estava contaminado, sabendo-se apenas que a quinta, que conta com cerca de 80 mil galinhas poedeiras, produz cerca de 25 mil ovos por dia.

O Ministério decretou a proibição de produção para quintas com mais de três mil aves, até que seja finalizada uma inspeção de fundo, informou a agência noticiosa sul-coreana Yonhap.

A Coreia do Sul teve de restringir a venda de ovos produzidos no seu território, devido ao surto de gripe aviária detetado desde 2016, que obrigou à importação de países como a Austrália, Nova Zelândia, Dinamarca, Holanda, Tailândia e Espanha.

Até agora não há informação de que o 'fipronil' tenha sido detetado em ovos importados.

Após o anúncio de hoje, três dos principais retalhistas sul-coreanos ((Homeplus, E-Mart e Lotte Mart) anunciaram a suspensão da venda de ovos até que se conheçam os resultados da inspeção.

O pesticida 'fipronil', de uso proibido em galinhas, gerou alarme na Europa, após ter sido divulgado que foi usado na Bélgica e na Holanda, e depois de terem sido detetados produtos contaminados em 17 países.

Segundo especialistas, o 'fipronil' representa um risco de intoxicação “muito improvável” para humanos. Tendo em conta os níveis máximos detetados na Bélgica e Holanda, uma pessoa teria de consumir milhares de ovos contaminados ao longo da vida para sofrer efeitos adversos.

Obesidade
O peso em excesso aumenta o risco de ataque cardíaco em mais de um quarto, mesmo que as pessoas sejam consideradas saudáveis,...

Os investigadores consideraram que o excesso de peso ou a obesidade aumentam o risco de doenças coronárias em 28%, em comparação com as pessoas que têm um peso saudável, mesmo com níveis normais de pressão arterial, açúcar no sangue ou colesterol.

O estudo deita por terra o mito do “gordo saudável” e alerta para a necessidade de as pessoas manterem um peso dentro de parâmetros normais.

Os investigadores, do Imperial College de Londres e da Universidade de Cambridge, lembram que o armazenamento de gordura no organismo está associado a alterações metabólicas (aumentos da pressão arterial, açúcar no sangue e colesterol) mas que estudos mostraram que algumas pessoas obesas eram consideradas “metabolicamente saudáveis”.

Mas acrescentaram que não é a aparente saúde que diminui os riscos de quem tem excesso de peso, comparando com aqueles que têm um peso considerado normal.

O estudo, o maior do género feito até agora, usou dados de mais de meio milhão de pessoas em 10 países europeus (do European Prospective Investigation into Cancer and Nutricion) para mostrar que o excesso de peso está associado a um risco aumentado de doenças cardíaca, mesmo em casos de perfil metabolicamente saudável.

“Os nossos estudos indicam que se uma pessoa está com excesso de peso ou obesidade todos os esforços devem ser no sentido de a ajudar a voltar a um peso saudável, independentemente de outros fatores. Mesmo que a sua pressão arterial, açúcar no sangue e colesterol estejam dentro dos valores normais o excesso de peso é um fator de risco”, alertou a principal autora do estudo, Camille Lassale, do Imperial College.

Para o estudo, publicado na revista European Heart, os investigadores analisaram a ligação entre o excesso de peso e o risco de doenças coronárias (insuficiência dos vasos sanguíneos que irrigam o coração), que levam a ataques cardíacos.

“Penso que já não há mais esse conceito de gordura saudável”, disse Ioanna Tzoulaki, do Imperial College.

IPMA
Portugal apresenta hoje um risco ‘muito elevado” de exposição à radiação ultravioleta (UV), com exceção para a ilha açoriana do...

Para as regiões com risco 'muito elevado', o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje, em Portugal continental vento noroeste, por vezes forte durante a tarde no litoral oeste e terras altas, céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade no litoral Centro até meio da manhã e pequena descida da temperatura mínima nas regiões do Norte e Centro.

Para os Açores aguarda-se céu pouco nublado, mas com possibilidade de chuviscos no grupo Ocidental.

Na Madeira, o céu vai estar geralmente pouco nublado, apresentando períodos de maior nebulosidade nas vertentes norte e ilha de Porto Santo até meio da manhã e no final do dia. O vento será fraco a moderado, soprando moderado a forte nas terras altas, em especial durante a tarde. Está também prevista uma pequena subida da temperatura máxima nas terras altas.

As temperaturas vão oscilar entre os 24 graus celsius em Viana do Castelo, Braga, Sines e Sagres e os 36 em Beja e Évora.

Luta contra o cancro
Um projeto português que cria novos métodos para diagnosticar as alterações genéticas que conferem risco para o cancro gástrico...

Este projeto visa estudar o gene da proteína E-caderina, cujas mutações são a causa mais conhecida de cancro gástrico hereditário, explicou à Lusa a investigadora Joana Figueiredo, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), inserido no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S).

Segundo a líder da investigação, quando essa proteína não é funcional no estômago, as células gástricas estão em alto risco de se tornarem cancerosas, invadirem silenciosamente o estômago e se disseminarem, sem formar um tumor que seja detetável.

Os novos testes desenvolvidos pela equipa, nos quais são utilizadas técnicas de análise de imagem, permitem verificar a quantidade e a localização dessa proteína, bem como detetar anomalias na organização das células constituintes de um tecido.

Ao longo do projeto, a equipa tem também ajudado famílias portadoras de alterações genéticas, indicando-lhes se as mutações que possuem podem ou não causar cancro gástrico.

Até à data, o grupo já avaliou famílias provenientes de 18 países, desde a Nova Zelândia, o Canadá ou o Vietname, ajudando a equipa clínica a desenvolver um aconselhamento genético informado e a tomar uma decisão terapêutica adequada.

O projeto "Todays present, tomorrow´s future on the study of germline E-cadherin missense mutations" já tinha sido financiado, em 2015, pela associação americana de doentes com cancro gástrico hereditário ‘No Stomach for Cancer', que se dedica a apoiar a investigação na triagem, deteção precoce, tratamento e prevenção do cancro do estômago.

Para a investigadora, este segundo financiamento representa o reconhecimento internacional do trabalho do grupo por parte da associação e uma aposta em estratégias diferenciadoras com impacto direto na vida dos doentes.

O apoio agora atribuído vai ser aplicado na execução de experiências que simulem o que se passa a nível do tecido gástrico ao longo do tempo, com o objetivo de monitorizar a morfologia e a atividade das células, determinando, assim, as alterações que permanecem por classificar.

"Mais importante ainda, este financiamento vai permitir que continuemos a oferecer o serviço de avaliação funcional destas alterações genéticas a pacientes de todo o mundo, sem qualquer custo. É um serviço único, prestado exclusivamente pelo nosso grupo no IPATIMUP/i3S", concluiu Joana Figueiredo.

Da equipa fazem ainda parte os investigadoras Raquel Seruca, Joana Paredes, e Soraia Melo, do IPATIMUP/i3S, e João M. Sanches, do Instituto de Sistemas e Robótica e do Departamento de Bioengenharia do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa (ISR/IST). 

Dívida
Os pagamentos em atraso dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde aos fornecedores externos atingiram em maio os 739 milhões...

Os dados contidos na monitorização mensal da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) revelam que, entre dezembro de 2016 e maio deste ano, os pagamentos em atraso dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aos fornecedores externos cresceram 195 milhões de euros, atingindo os 739 milhões de euros.

Os dados de maio apontam para uma dívida total de 1592 milhões de euros, com os valores da dívida vencida (valor após a data de vencimento da fatura) e os dos pagamentos em atraso (valores em atraso 90 dias após o vencimento da fatura) a apresentarem um crescimento alarmante: 23,6% (1160 milhões de euros) e 22,2% (739 milhões de euros), respetivamente.

Este crescimento anula a redução conseguida no final de 2016, o que tem feito com que PSD e CDS tenham por diversas vezes questionado o ministro da Saúde em sede de comissão parlamentar. Tal aconteceu em março, quando Miguel Santos, deputado do PSD, apontou uma derrapagem nas contas e lembrou que o SNS havia recebido em dezembro “uma almofada de 220 milhões de euros das Finanças e mesmo assim fechou 2016 com um saldo de menos 200 milhões”. “Já falou com as Finanças para assegurar mais cheque para o final do ano?”, questionava no fim daquela intervenção.

Na altura, Adalberto Campos Fernandes afirmou que o valor estava inscrito em Orçamento do Estado e que, durante o governo PSD-CDS, houve uma sucessão de “transferências superiores a esta”. Fernandes acrescentou ainda que “se neste ano for necessário poderá acontecer situação semelhante”, e concluiu lembrando que 2016 foi o melhor fecho de contas do SNS “de sempre”.

Farmacêuticas também reclamam
A indústria farmacêutica também reclama dívidas aos hospitais. Em junho, a dívida global dos hospitais do SNS às empresas de medicamentos e diagnósticos ascendia a 930,8 milhões de euros, sendo praticamente dois terços respeitantes a dívida vencida (superior a 90 dias), de acordo com os dados da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma).

Ao DN, a associação afirmou que esta dívida total “tem vindo a aumentar de forma consistente”, registando agora “valores que se aproximam dos que atingimos no período de assistência financeira, em 2012, ano em que se atingiram os valores mais elevados”. Ainda de acordo com as declarações da Apifarma, a dívida vencida também tem crescido, com o prazo médio de pagamento a fixar-se nos 351 dias, o que, para a Apifarma é uma forma de, “no fundo, a indústria farmacêutica está a financiar o Estado a custo zero, o que tem implicações nas empresas”. Uma situação que, acrescenta, “se tem arrastado no tempo”.

A associação da indústria farmacêutica afirma ainda que “os hospitais sofrem de um problema crónico: o subfinanciamento”, e defende a criação de uma lei de meios do SNS. “A solução passa por rever o modelo de financiamento, que deve ser feito num quadro plurianual e adequado às necessidades, em vez de estar sujeito a constrangimentos e negociações em cada Orçamento do Estado. Uma ideia defendida também pelo Presidente da República”, conclui a associação.

Suspeita de fraude
A passagem de atestados médicos para a carta de condução por via eletrónica permitiu identificar cinco casos suspeitos de...

Em declarações à agência Lusa, o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) – organismo que em conjunto com Direção Geral da Saúde DGS) é responsável pela desmaterialização do atestado médico para a carta de condução – afirmou que os casos serão agora avaliados pelo grupo de apoio à fraude do Ministério da Saúde.

Em causa está um volume de atestados médicos diários muito acima do normal, sendo que, em média, um clínico passa por dia dois atestados médicos para a carta de condução.

Um dos cinco casos suspeitos é de um médico que atingiu um volume de 60 atestados diários e que, por isso, “vai ser investigado”.

“É uma análise ainda muito preliminar que nos permite perceber que há aqui padrões de passagem de atestados que merecem uma investigação mais aprofundada”, disse Henrique Martins.

As primeiras emissões eletrónicas de atestados médicos para a carta de condução foram registadas no dia 01 de março deste ano, altura em que começou a fase piloto nos cuidados de saúde primários.

A 14 de março arrancou a fase piloto nos hospitais e a 15 de maio passou a ser obrigatória a emissão e transmissão eletrónica destes atestados.

A nova forma desmaterializada de atestado médico para a carta de condução permite ao cidadão dirigir-se ao médico e solicitar um atestado médico, sem que depois precise de se dirigir aos serviços do Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT), porque o seu atestado é enviado eletronicamente.

“Mais de 120 mil pessoas [123.608] beneficiaram deste serviço eletrónico, poupando assim estas deslocações, ao mesmo tempo que ficamos com uma base de dados que nos permite identificar situações de risco e acompanhar a emissão dos atestados”, disse Henrique Martins.

Para o presidente deste organismo do Ministério da Saúde, esta desmaterialização “torna mais fácil a auditoria clínica”, embora continue a “ser possível emitir atestados em que não se verificou todas as circunstâncias, isso é uma responsabilidade do profissional médico”.

Desta forma, o IMT pode identificar situações em que, por exemplo, um cidadão a quem tenha sido negada a emissão de um atestado médico, por não estarem reunidas todas as condições, o consiga junto de outro clínico.

Os SPMS desconhecem casos de médicos que apenas se dediquem à passagem de atestados e referiu que, apesar das resistências iniciais dos médicos, esta forma de prescrição está a ser bem aceite pelos clínicos.

“A média de uma consulta com emissão de atestado e uma sem emissão de atestado varia dois minutos, o que não é significativo para um médico de família que, no máximo, passe dois atestados por dia”, disse.

Em 2015 foram registados mais de 600 mil pedidos de atestados médicos pata a carta de condução.

 

Receitas falsas
A maior parte envolve médicos e farmacêuticos que utilizam esquemas de receitas falsas para comprar medicamentos com...

Entre janeiro do ano passado e junho deste ano, registaram-se suspeitas de fraude ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) na ordem dos 59,1 milhões de euros, de acordo com os relatórios apresentados pela Administração Central do Sistema de Saúde e divulgados esta segunda-feira pelo Correio da Manhã.

Na generalidade, as suspeitas registadas têm que ver com médicos e farmacêuticos que utilizam esquemas de receitas falsas para comprar medicamentos com comparticipações estatais, sendo que, mais tarde, as revendem e obtêm uma margem de lucro significativa, explicita o CM.

Nos primeiros seis meses do ano, as autoridades – Polícia Judiciária, Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e Infarmed – receberam casos nos quais estão implicados 21,1 milhões de euros. Já no primeiro trimestre de 2016 foram reportados às autoridades 20 casos suspeitos– a maior parte (16) envolvendo médicos.

Ao Centro de Conferência de Faturas compete analisar as receitas e os documentos associados às prescrições médicas comparticipadas pelo SNS de forma a perceber se houve fraude.

Investigadores revelam
O colesterol (LDL) alto é um dos fatores de risco das doenças cardiovasculares, mas a maioria das pessoas não sabe quais os...

O colesterol está naturalmente presente no corpo de qualquer indivíduo e é importante em vários processos orgânicos, como a formação de membranas celulares e a produção de hormonas. Esta gordura pode ser produzida pelo próprio organismo, mas também pode ser adquirida através do consumo de alimentos de origem animal, como carnes, ovos e leite.

No entanto, uma investigação da Sociedade Brasileira de Cardiologia mostra que 67% das pessoas desconhecem os valores atuais de colesterol no organismo.

"Conhecer o nível de colesterol é obrigatório para quem tem mais de 50 anos e para aqueles com menos de 50 que têm histórico de diabetes na família, que fumam, que têm vida sedentária", alertou o médico e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, Carlos Peixoto, citado pelo jornal brasileiro D24am.

Segundo o médico, o controlo da alimentação é essencial para manter o colesterol em níveis aceitáveis, além da prática regular de exercício físico.

Frango, o pesadelo do colesterol

O problema existe quando há excesso de colesterol no organismo. Esta substância pode acumular-se nas artérias causando o seu estreitamento e por vezes entupimento, gerando problemas de circulação que culminam em enfartes ou acidentes vascular cerebral (AVC), por exemplo, doenças que estão entre as principais causas de mortalidade em Portugal.

De acordo com a professora Raquel Botelho, do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB), o frango é um dos produtos com maior concentração de colesterol ruim.

"Deve-se comer, preferencialmente, o frango sem a pele. O frango é um produto barato, que as pessoas acabam por preparar com a pele. O ideal é assar e fritar depois de retirar a pele, porque, senão, parte dessa gordura derrete e entra na carne", recomendou.

Alguns queijos são igualmente perigosos: "Os mais curados, como o provolone, contêm maior concentração de gordura, ao contrário dos mais frescos", acrescenta.

Além do colesterol mau (LDL), existe o colesterol bom (HDL), cuja produção é estimulada por alguns alimentos, como o abacate e castanhas, e cujo consumo é altamente recomendado. "O HDL elimina o colesterol mau que ficou nas artérias", explica a especialista.

Atividade física
Com este estudo chega-se à conclusão de que o melhor é evitar o elevador e não desistir da escola.

Subir escadas é uma ação normalmente associada à intenção de manter o corpo forte e saudável. Mas uma investigação liderada por Jason Steffener, um cientista da Universidade de Concórdia, Canadá, concluiu que a saúde do cérebro também beneficia desse exercício.

 Estudar também ajuda a manter o cérebro jovem. Por isso, se juntar o estudo com a súbida de escadas, pode conseguir anos de ‘juventude’ cerebral. Tal deve-se, em parte, à quantidade de anos de escolaridade completada e à quantidade de escadas que se sobe. Estas duas componentes promovem um cérebro mais jovem.

 O estudo, publicado na ‘Neurobiologia do Envelhecimento’, relata que a idade do cérebro diminui cerca 0,95 anos por cada ano escolar e 0,58 anos por cada lance de escadas subido diariamente, desde que sejam escadas que o levem de um andar para outro, num edifício.

 Atualmente, são vários os anúncios que já promovem a subida de escadas, mas Steffener espera que este estudo mostre a este tipo de campanhas publicitárias se devem expandir para adultos mais velhos, «para que possam manter os seus cérebros mais jovens», partilhou o cientista no site oficial da Universidade de Concórdia.

Para o estudo, os investigadores utilizaram imagens de ressonância magnética para examinar de forma não invasiva os cérebros de 331 adultos saudáveis, sendo que as idades variaram entre os 19 e os 79 anos.

 Foi medido o volume de matéria cinzenta encontrada nos cérebros dos participantes porque o seu declínio, causado pelo encolhimentos neural e perda neuronal, é uma parte muito visível do processo de envelhecimento cronológico. De seguida, comparou-se o volumo do cérebro ao número de lances de escada subidos, relatado pelos participantes, e os anos de escolaridade completos.

 Os resultados foram claros: Quanto mais lances de escadas subidos e mais anos de escolaridades concluídos, mais jovem o cérebro foi encontrado.

 «Este estudo mostra que a educação e a atividade física afeta a diferença entre a previsão de idade fisiológica e de idade cronológica e que as pessoas podem realmente fazer alguma coisa para manter os seus cérebros jovens», disse o Steffener, o líder do estudo, no site oficial da UC. «Em comparação com muitas outras formas de atividade física, subir escadas é algo que a maioria dos adultos mais velhos podem e já fazem, pelo menos uma vez por dia, ao contrário de outras formas vigorosas de atividade física».

Estudo
No maior estudo de imagens cerebrais realizado até à data, investigadores da Amen Clinics, na Califórnia, analisaram mais de 46...

Segundo o principal autor do estudo, o psiquiatra Daniel G. Amen, compreender as diferenças entre os cérebros é importante porque os distúrbios cerebrais afectam homens e mulheres de forma diferente.

Publicado no “Journal of Alzheimer’s Disease“, o estudo observou que os cérebros das mulheres são “significativamente mais activos” em algumas áreas. O aumento do fluxo sanguíneo no córtex pré-frontal nas mulheres em comparação com os homens podem explicar por que elas tendem a exibir maior força nas áreas de empatia, intuição, colaboração e autocontrole. Da mesma forma, o aumento do fluxo sanguíneo nas áreas límbicas do cérebro das mulheres também pode explicar parcialmente por que são mais vulneráveis ​​à ansiedade, depressão, insónia e distúrbios alimentares. Os cérebros dos homens são mais activos nos centros visuais e de coordenação.

Por todos estes motivos, os investigadores acreditam que “definir precisamente a base fisiológica e estrutural das diferenças de género na função cerebral irá iluminar a doença de Alzheimer”. 

As mulheres têm taxas significativamente mais altas desta doença. A depressão é, ela própria, um factor de risco para a doença de Alzheimer e distúrbios de ansiedade, enquanto os homens têm taxas mais altas de Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperactividade (TDAH).

Missão
Médicos portugueses de cirurgia geral concluíram hoje 15 dias de missão em São Tomé, tendo efetuado pelo menos 70 cirurgias e...

Segundo o cirurgião Santos Silva, a equipa, que se deslocou ao arquipélago no âmbito do Programa Saúde para Todos, elogiou a prestação dos técnicos são-tomenses da saúde que considera estarem a um nível superior a alguns países da áfrica lusófona.

"Encontrei pessoas que merecem ser tratadas e, por outro lado, encontrei enfermeiros e técnicos que já vão sendo pessoas que não se pode considerar nem de perto nem de longe do terceiro mundo, porque são pessoas altamente qualificadas", disse o médico-cirurgião Santos Silva.

O médico acrescentou que foram duas semanas marcadas por consultas e cirurgias, algumas delas de alto, que exigiram cuidados acrescidos e que o médico Santos Silva considera ter sido possível resolver graças ao apoio dos quadros nacionais.

"Só assim foi possível fazer e levar a cabo uma cirurgia que fizemos de tórax aberto a um rapaz", vítima da queda de um ramo de árvore sobre si, que lhe fraturou as clavículas e as costelas todas do lado direito, explicou Santos Silva.

"Abrimos o abdómen no tórax, chegamos a parte inferior do pulmão, fizemos a fixação de costela, que é uma cirurgia de alto risco em qualquer sítio e se os louros, se é que os há, recaem se calhar uma parte sobre mim mas grande parte no pessoal que me apoiou", acrescentou.

Entre os meses de janeiro e agosto já estiveram em São Tomé 14 missões em diferentes especialidades do Programa Saúde para Todos. O responsável pela missão de cirurgia geral considera que no âmbito das condições de assistência médica o país está a dar passos necessários.

"A engrenagem está a começar a funcionar, já estive em vários países africanos nomeadamente na Guiné-Bissau, Angola e outros países e não é por acaso que São Tomé e Príncipe tem uma sobrevida superior a todos esses países", concluiu.

Santos Silva, coadjuvado pelo médico António Ferreira, disse que o resultado da missão foi "deveras positivo", sublinhando que "realmente os cuidados de saúde começam a ser relevantes" e que "dá gosto trabalhar aqui (em São Tomé) porque a gente começa a ver os resultados".

 

Segurança Alimentar
A Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) instaurou 31 contraordenações e um processo-crime por falsificação...

“Como resultado das ações, foram fiscalizados 90 operadores económicos, tendo sido instaurados 31 processos de contraordenação e um processo-crime por géneros alimentícios falsificados”, lê-se no comunicado da ASAE, hoje divulgado, sobre as ações de fiscalização que decorreram em todo o país ao longo do mês de julho.

A polícia acrescenta ainda que “foram apreendidos cerca de 191 kg [quilos] de géneros alimentícios comercializados nestes estabelecimentos, tais como - enchidos, carne de bovino, produtos à base de carne e conservas” e “quatro instrumentos de pesagem, tudo num valor global aproximado de 3.000 euros”.

De acordo com a autoridade, as contraordenações devem-se maioritariamente a infrações como o desrespeito das normas higiénicas e técnicas, falta de rastreabilidade de géneros alimentícios ou falta de rotulagem.

As ações de fiscalização tiveram por objetivo a “verificação dos requisitos legais específicos da atividade, bem como das condições de armazenamento e de conservação de produtos alimentares, de forma a garantir o cumprimento dos requisitos gerais e específicos em termos de Segurança Alimentar”.

 

Ciência
Investigadores do Instituto de Medicina Molecular (IMM) de Lisboa descobriram um novo tipo de células reguladoras do sangue...

As células, segundo a investigação, são formadas sempre que existe produção de anticorpos. Aumentam transitoriamente após uma vacina mas estão sempre em grande quantidade em pessoas com síndrome de Sjögren, uma doença crónica inflamatória autoimune.

Doenças autoimunes são aquelas em que o sistema imunitário em vez de proteger o corpo humano de agressões exteriores, produz anticorpos para atacar e destruir órgãos e estruturas que fazem naturalmente parte do organismo.

A equipa de investigadores, liderada por Luís Graça, descobriu que as células T reguladoras foliculares são um marcador de respostas imunitárias mas não são um indicador direto da capacidade de produção de anticorpos, como se explica nos resultados da investigação hoje publicados na revista Science Immunology.

Em declarações à Lusa Luís Graça explicou que o trabalho permitiu identificar uma diferença entre as células T reguladoras foliculares que estão no sangue e as que estão em determinados tecidos, no sangue são imaturas e não cumprem a função de regulação e nos tecidos estão completamente formadas.

No sangue de uma pessoa com uma doença autoimune pode haver excesso de células imaturas, que indicam a existência da doença mas que não regulam a produção de anticorpos. Luís Graça ainda não tem uma explicação para tal, para a existência de tantas células ou para o facto de serem imaturas. “Será que nos tecidos não conseguem maturar?”, questiona.

Luís Graça explicou que com a colaboração do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e de centros de saúde, foi possível comparar o que se passava no sangue mas ao mesmo tempo em tecidos, como nas amígdalas de crianças operadas no hospital.

E foi então que verificaram, contou à Lusa, a diferença entre as células imaturas no sangue e as completamente formadas nos tecidos (amígdalas, gânglios linfáticos, glândula timo e sangue do cordão umbilical). E perceberam que uma pessoa com muitas células T reguladoras não consegue necessariamente impedir a produção de anticorpos anómalos, porque só as células dos tecidos é que o conseguem fazer.

“O grupo está agora a investigar o que acontece a estas células em outras doenças autoimunes com o intuito de avaliar o seu potencial não só para diagnóstico, mas também para identificar quais os doentes que podem beneficiar de medicamentos que interferem com a produção de anticorpos prejudiciais”, diz-se num documento do IMM, um dos principais institutos de investigação em Portugal.

Luís Graça diz que há sempre na imprensa a valorização do desenvolvimento de novas terapias mas contrapõe que a investigação, como aquela em que está envolvido, pode ser mais centrada no desenvolvimento de formas de diagnóstico.

Hoje há medicamentos muito eficazes para doenças mas que não funcionam num terço dos doentes, diz o investigador.

 

Plano de motorização contínua
A associação Alzheimer Portugal disse esperar que o documento com as bases para a definição de políticas públicas para a...

Essa é a primeira recomendação do relatório elaborado pelo grupo de trabalho que definiu as ‘Bases para a Definição das Políticas Públicas na Área das Demências”, um documento que se encontra em consulta pública até meados de setembro.

“Este Plano […] deverá definir e operacionalizar percursos adequados de cuidados […], contemplando como eixos fundamentais: a melhoria da qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus cuidadores, a investigação pertinente nas áreas relacionadas com as demências e a criação de um quadro jurídico definidor dos direitos das pessoas em situação de incapacidade (como é o caso de muitas pessoas com demência), incluindo o enquadramento legal dos cuidados, das intervenções e da investigação”, lê-se no relatório.

Em comunicado, a Associação Alzheimer Portugal disse esperar que haja “vontade política” para operacionalizar o que é proposto, para que as “pessoas com demência e as suas famílias possam ter acesso a acompanhamento e cuidados específicos, de qualidade, em condições de equidade”.

Segundo a proposta do grupo de trabalho que refletiu sobre as bases para a definição de políticas públicas deverá ser nomeado um grupo de peritos para a criação do plano nacional, o qual deverá incluir especialistas de neurologia, psiquiatria, medicina geral e familiar e saúde pública, incluindo a competência de geriatria.

Deverá também contar com peritos da área da enfermagem, de psicologia clínica, terapia ocupacional, setor social, administração central e local nas áreas de saúde (hospitalar, cuidados primários e continuados), segurança social, justiça, assim como representantes do setor público e privado e organizações não-governamentais, incluindo as associações representativas de doentes e familiares.

Recomenda-se ainda que o plano venha a ter um mecanismo de monitorização contínua, “através de instâncias adequadas e dispondo dos meios necessários, a criar ou adaptar ao efeito”.

A proposta de bases desenvolve vários momentos de abordagem à demência, começando pela identificação precoce e passando pelo diagnóstico integrado e pelo planeamento de cuidados, referindo a este propósito que deverá ser definido um Plano Individual de Cuidados (PIC), que integre todos os cuidados e que seja acessível a todos os níveis de intervenção.

Refere-se ainda a intervenção terapêutica, que “deve considerar a casa do doente e a respetiva família como o contexto privilegiado de cuidados”.

Nas considerações finais o grupo de trabalho alerta ainda para os tempos diferentes da decisão política e dos doentes e seus familiares.

“Queremos, porém, enfatizar que o tempo das pessoas e respetivas famílias já afetadas por este problema nem sempre é compatível com tempos demorados de decisão política. A inexistência presente de um Plano não poderá nunca ser razão para desinvestir na melhoria possível e continuada dos cuidados já existentes. Por exemplo, não haverá razão para adiar a articulação protocolada das respostas já existentes, promovendo a continuidade dos cuidados, tal como podem ser apoiadas experiências ‘piloto’, nomeadamente na Rede de Cuidados Continuados Integrados, em congruência com a estratégia aqui apresentada”, lê-se no documento.

O grupo de trabalho foi coordenado por Manuel Lopes, Coordenador Nacional da Reforma do Serviço Nacional de Saúde para a área dos Cuidados Continuados Integrados, e António Leuschner, do Conselho Nacional de Saúde Mental.

A Associação Alzheimer Portugal, fundada em 1988, apresenta-se como uma organização de “âmbito nacional, especificamente constituída com o objetivo de promover a qualidade de vida das pessoas com doença de Alzheimer e dos seus familiares e cuidadores” e que conta com cerca de 10 mil associados.

IPMA
Quase todo o país apresenta hoje um risco ‘muito elevado” de exposição à radiação ultravioleta (UV), com o nível mais alto a...

Em Portugal continental, apenas o distrito de Viana do Castelo tem um nível ‘elevado’ de risco, enquanto o resto do país apresenta níveis ‘muito elevados’.

É na Madeira, no entanto, que o risco de exposição à radiação UV é maior, com a ilha principal a apresentar um nível 10, o segundo mais grave da escala.

Para as regiões com risco 'muito elevado', o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

Quanto ao estado do tempo, o IPMA prevê para hoje, no continente, céu pouco nublado ou limpo, mas muito nublado no litoral a norte do cabo Raso até final da manhã.

Está também prevista uma pequena descida da temperatura máxima em todo o continente.

Nos Açores, as ilhas do grupo Ocidental (ilhas Flores e Corvo) e Central (Graciosa, São Jorge, Pico, Faial e Terceira) contarão com períodos de céu muito nublado, mas com boas abertas à tarde, enquanto o grupo Oriental (São Miguel e Santa Maria) apresentará aguaceiros fracos.

Para a Madeira, as previsões apontam para céu com muita nebulosidade vento fraco a moderado.

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