Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Seis distritos de Portugal continental estão hoje sob ‘aviso amarelo’, o terceiro mais grave de uma escala de quatro, devido ao...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), os distritos de Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa, Santarém e Setúbal estão sob ‘aviso amarelo’ devido à persistência de valores elevados das temperaturas máximas.

Os distritos de Leiria, Coimbra, Lisboa, Santarém e Setúbal estão sob ‘aviso amarelo’ desde as 23:50 de domingo e até às 21:00 de hoje.

O distrito de Aveiro vai estar sob ‘aviso amarelo’ por causa do tempo quente entre as 09:00 de hoje e as 21:00 de terça-feira.

O ‘aviso amarelo’ é emitido sempre que há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

O IPMA prevê para hoje no continente tempo quente com céu limpo, vento em geral fraco do quadrante leste, sendo moderado a forte nas terras altas até ao meio da manhã e a partir do final da tarde, soprando moderado de noroeste no litoral oeste durante a tarde e rodando para o quadrante sul a partir do final da tarde na região Sul.

Está ainda prevista uma subida de temperatura, em especial nas regiões Norte e Centro.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão variar entre 20 e 36 graus Celsius, no Porto entre 19 e 35, em Vila Real entre 17 e 33, em Viseu entre 18 e 31, em Bragança entre 14 e 32, na Guarda entre 16 e 31, em Coimbra entre 20 e 36, em Castelo Branco entre 19 e 35, em Santarém entre 18 e 40, em Leiria entre 15 e 37, em Portalegre entre 23 e 35, em Évora entre 17 e 38, em Beja entre 17 e 38 e em Faro entre 20 e 32.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Dez regiões do continente apresentam hoje risco ‘extremo’ de exposição à radiação ultravioleta, enquanto o resto do país está...

De acordo com o Instituto, em risco ‘extremo’ estão as regiões de Braga, Bragança, Coimbra, Évora, Guarda, Penhas Douradas, Portalegre, Porto, Vila Real e Viseu.

Para as regiões com risco ‘extremo’, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda que se evite o mais possível a exposição ao sol.

As regiões de Aveiro, Beja, Castelo Branco, Faro, Leiria, Lisboa, Santarém, Setúbal, Sines, Viana do Castelo, Funchal e Porto Santo (Madeira) e Ponta Delgada (ilha de São Miguel, Açores) estão com níveis ‘muito elevados’.

Angra do Heroísmo (Terceira) e Santa Cruz das Flores (ilha das Flores) estão com níveis ‘elevados’ e Horta (Faial) está com risco ‘baixo’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente tempo quente com céu limpo, vento em geral fraco do quadrante leste, sendo moderado a forte nas terras altas até ao meio da manhã e a partir do final da tarde, soprando moderado de noroeste no litoral oeste durante a tarde e rodando para o quadrante sul a partir do final da tarde na região Sul.

Está ainda prevista uma subida de temperatura, em especial nas regiões Norte e Centro.

Na Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, apresentando-se em geral pouco nublado nas vertentes sul da ilha e vento fraco a moderado do quadrante norte.

Para os Açores, o IPMA prevê céu muito nublado, com abertas para o fim do dia, períodos de chuva, passando a aguaceiros e vento fraco a moderado.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão variar entre 20 e 36 graus Celsius, no Porto entre 19 e 35, em Vila Real entre 17 e 33, em Viseu entre 18 e 31, em Bragança entre 14 e 32, na Guarda entre 16 e 31, em Coimbra entre 20 e 36, em Castelo Branco entre 19 e 35, em Santarém entre 18 e 40, em Leiria entre 15 e 37, em Portalegre entre 23 e 35, em Évora entre 17 e 38, em Beja entre 17 e 38 e em Faro entre 20 e 32.

Incêndios
A Ordem dos Médicos Veterinários pede que a ajuda às populações das localidades afetadas pelos incêndios da região centro se...

“Esta ajuda aos animais de criação tem que se manter até à próxima primavera, que é quando volta a haver novamente pasto para eles comerem. Aquelas pessoas não têm capacidade económica para comprar alimentos para dar todos os dias aos animais até à próxima primavera”, alertou o bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), Jorge Cid.

O bastonário recordou que para muitos dos habitantes a sobrevivência passa pelos animais de criação, e que se não houver continuidade nas ajudas “o problema começa a ser outro”: o de os animais passarem fome e o de as pessoas não terem como se sustentar.

No decurso dos grandes incêndios das localidades de Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos, a OMV abriu uma conta solidária para ajudar os animais afetados pela catástrofe, e que esteve aberta a donativos até ao último dia de junho.

Jorge Cid disse ainda não ter números concretos sobre as verbas angariadas, mas parte será usada para pagar contas agora que a OMV entra também ela “no rescaldo” do incêndio.

Muitas das ajudas recebidas chegaram em forma de donativo, mas algumas empresas só tiveram capacidade financeira para oferecer metade do valor do material disponibilizado, outras nem isso.

Tudo isso são contas que a Ordem terá agora para pagar, “o problema seguinte”, como o referiu Jorge Cid, que frisou que a prioridade foi sempre fazer chegar a ajuda onde ela precisava.

Num esforço conjunto dos médicos veterinários, com “resultados históricos” em termos de solidariedade, Jorge Cid diz que, elogiando a disponibilidade de laboratórios e empresas, disse que “não faltou praticamente nenhum tratamento a qualquer animal”, nem alimentação.

“Com aquele aparato todo da fuga os animais ficaram todos para trás e a seguir não havia resposta nenhuma no terreno para dar, nomeadamente tratar os animais queimados e feridos, reunir os que tinham fugido, enterrar os mortos e alimentar os que estavam vivos”, resumiu o bastonário.

Em situação de catástrofe
A Ordem dos Médicos Veterinários quer que a Proteção Civil passe a integrar veterinários no âmbito de um plano de contingência...

As reuniões com o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e com o Ministério da Administração Interna já estão pedidas e a expectativa do bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), Jorge Cid, é a de que aconteçam entre esta semana e a próxima.

A proposta surge na sequência dos grandes incêndios da região centro do território continental, que queimaram milhares de hectares em Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos e outras localidades vizinhas, e que mataram também milhares de animais, de companhia e de agropecuária.

A resposta da OMV foi imediata, mas voluntária e baseada na boa-vontade dos profissionais, e das empresas por este contactadas, que deram resposta no meio de um cenário de “catástrofe e de pânico”. Jorge Cid, que espera que não haja “uma próxima vez”, quer que, se houver, haja também um plano.

“Fomos confrontados com uma falta de um plano que desse resposta imediata a estas situações. Vamos propor à tutela, ao Ministério da Agricultura e ao da Administração Interna, para além de haver uma petição em que os médicos veterinários pedem para integrar a Proteção Civil, para criar um plano para poder resposta”, disse o bastonário dos veterinários.

Jorge Cid disse ainda perceber que para a Autoridade Nacional de Proteção Civil, “a prioridade são as pessoas” mas defendeu que “tem que haver um plano paralelo, que inclua não só veterinários mas também engenheiros zootécnicos e outros profissionais, que possam ocupar-se da parte animal”.

“A Proteção Civil, que está preparada para acorrer a situações de catástrofe a nível humano, na parte animal não estava, sobretudo nesta zona, de minifúndio”, em que foi preciso acorrer a pequenas propriedades muito espalhadas, com poucos animais em cada uma, o que só foi possível devido ao conhecimento que os veterinários locais – municipais e dos serviços de saneamento – tinham da região, dos proprietários, e dos próprios animais, legalmente obrigados a um registo.

A resposta governamental chegou três dias depois do início dos fogos, consequência da “pouca agilidade” de uma “máquina burocrática” que respondeu “demasiado tarde” para permitir salvar todos os animais que, ainda assim, os veterinários conseguiram salvar no terreno, onde estiveram praticamente desde o início.

“Sentimos que não havia nada preparado. Se a OMV não tem avançado de imediato, logo no domingo, esses animais teriam morrido todos”, disse o bastonário.

Jorge Cid afirmou que, mais do que o sustento de muitas pessoas daquelas localidades, estes animais são, para a maioria, “uma espécie de complemento de vida”, e a sua razão de viver, alertando as autoridades para a necessidade de olharem para estes casos “para além dos números” e das questões financeiras.

“Aquela gente olhava para os seus animais com um carinho diferente das de zonas de grande densidade animal. São os seus animais, as suas ovelhas, as suas cabras, eram a maneira de as pessoas se sentirem úteis, vivas e de terem uma razão para viver. Isso é que as pessoas têm que pensar e é para isso que temos alertado as autoridades”, disse.

O primeiro passo que a OMV pretende dar é o da criação de um grupo de trabalho que defina aquilo que venha a ser o plano de contingência animal, mas este terá necessariamente que prever, segundo Jorge Cid, a disponibilização imediata de ajuda para animais e a definição de zonas de resgate e acolhimento, onde estes possam permanecer em segurança até haver condições para regressarem a casa.

É preciso também que se pense o transporte de animais – não só de companhia, mas também os de exploração e, eventualmente, de grande porte, supondo que um parque ou zoológico possa ser atingido por uma catástrofe – e, igualmente importante para os veterinários, um plano de recuperação e salvamento da fauna selvagem.

“Uma das coisas que tentámos fazer no terreno foi, depois de contactar uma empresa que nos forneceu cereais, pôr junto às orlas queimadas cereais para a fauna selvagem poder sobreviver, uma vez que ficou com a alimentação muito reduzida”, referiu Jorge Cid sobre o caso do incêndio de Pedrógão Grande.

Nestes incêndios, e em “tempo recorde”, disse Jorge Cid, os veterinários conseguiram reunir, contactando laboratórios e empresas de alimentação, não só os medicamentos e material necessário para tratar os animais feridos, como a alimentação que precisavam no imediato.

Foram reunidos e imediatamente deslocados para a região, depois de as empresas garantirem o transporte, uma tonelada de alimentação composta para animais de companhia, 60 toneladas de feno e 40 toneladas de ração para animais de exploração.

Sem isto, teriam morrido muitos mais, disse o bastonário, que estima que cerca de 1.500 animais de exploração tenham morrido nos incêndios, num universo de cerca de 4.000.

Sobre o plano de contingência, Jorge Cid diz não ter estimativas de custos, mas garante que sai mais caro não o ter.

“Não vamos pensar que somos um país rico e que vamos ter um plano altamente sofisticado, mas também não podemos estar completamente desfalcados. No meio-termo estará a virtude. É evidente que custará dinheiro, mas pouparia muito dinheiro”, disse.

Pedrógão Grande
Vários habitantes de aldeias afetadas pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, pediram mais...

"Os psicólogos estiveram lá a fazer consulta na primeira semana, mas, depois disso, nunca mais voltaram", disse José Esteves, de 52 anos, a viver em Pobrais, concelho de Pedrógão Grande, concelho que assistiu no dia 17 de junho ao início do incêndio que provocou a morte a 64 pessoas e mais de 200 feridos.

Na freguesia da Graça, também no mesmo concelho, José Alcides sublinha que a sua mãe, Lucinda Gonçalves, de 84 anos, anda "sempre a chorar, com as mãos na cabeça".

"Parte da casa ardeu e ela não anda bem da cabeça. Até agora, não teve apoio de ninguém", realça José Alcides.

Também em Nodeirinho, há vários casos de pessoas que criticam a falta de presença de psicólogos nas aldeias afetadas, referindo que a resposta não pode estar concentrada em centros de saúde, por muitas das pessoas que precisam de apoio não terem forma de se deslocar às vilas de Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera ou Pedrógão Grande.

O presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), José Tereso, vincou que "continua a haver equipas multidisciplinares da unidade de saúde mental comunitária", bem como as unidades de cuidados na comunidade, constituídas por enfermeiros e por outros profissionais.

"Não se pode fazer tudo no mesmo dia. As equipas vão continuar no terreno para dar apoio e encaminhar, se for necessário", explicou, afirmando que se está a tentar "arranjar um sistema de mobilidade", para dar resposta a todas as necessidades já identificadas ou que sejam apontadas pelas câmaras ou juntas de freguesia.

Na casa de Dina Duarte, no Nodeirinho, já se abriu a porta a quatro levantamentos, mas apoio psicológico, até agora, "nada", assegura, referindo que a última equipa que esteve no terreno era uma enfermeira e uma psiquiatra "a fazer um levantamento e a ajustar a medicação de casos já analisados".

"Ainda não há psicólogos no terreno. O psicólogo não pode estar no centro de saúde, à espera, porque há muitas pessoas sem possibilidade de se deslocar até à vila", explicou Dina Duarte.

Esta habitante de Nodeirinho sublinha que não é só nesta aldeia onde morreram 11 pessoas - cinco das quais residentes - que é necessário apoio psicológico, apontando também para Pobrais, Várzeas, Moita, Sarzedas ou Balsa.

"Todas as aldeias precisam de alguém no terreno. Todas as pessoas têm de ser verdadeiramente ouvidas. Houve pessoas que, mesmo não perdendo um familiar, ouviram os gritos e os berros. Lidar com esta situação não é fácil", salientou Dina Duarte.

Também Eugénio Santos, de 60 anos, a morar desde 2006 em Nodeirinho, aclara que levantamentos já foram feitos, mas que não houve nenhuma consulta de psicologia na aldeia.

"Há uma família aí que perdeu a filha e ainda não foram lá a casa psicólogos", depois da primeira semana do início do incêndio, realça, frisando que o que vai valendo às populações é "a amizade" dos vizinhos.

O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

A área destruída por estes incêndios na região Centro corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em março.

Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas.

O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.

Pedrógão Grande
O presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, José Tereso, alertou para a possibilidade de aumento de &quot...

"É previsível que haja um aumento de doenças. Por isso, lançamos um apelo para que todos os utentes passem pelo médico de família para fazerem a sua revisão", disse o presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), na sequência do incêndio que começou em Pedrógão Grande e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

Segundo José Tereso, poderá haver um aumento de doenças respiratórias, cardíacas e "descompensações". O responsável sublinhou que chegou no sábado, a Pedrógão Grande, distrito de Leiria, uma unidade móvel de saúde pública, que também vai alertar as populações para se deslocarem ao centro de saúde.

A unidade móvel, que está no Centro de Saúde de Pedrógão Grande, vai começar a deslocar-se, "de local a local", a partir de hoje.

A equipa conta com "médicos de saúde pública, técnicos de saúde ambiental e outros profissionais", que vão fazer um estudo "para prevenção de doenças das populações" e identificar situações de insalubridade, informou o responsável da ARSC.

"Vão verificar se alguém se abastece de água que não seja tratada, se os alimentos vêm de zonas contaminadas, entre outras situações", contou.

De acordo com José Tereso, na segunda-feira passada, a administração regional coordena uma reunião em Pedrógão Grande, "com vários participantes das estruturas que têm atuado no terreno, bem como algumas estruturas de apoio e de coordenação de nível nacional", para ser feita uma programação "da próxima fase" de apoio à região afetada.

O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

A área destruída por estes incêndios na região Centro corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em março.

Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas.

O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.

Exame de equivalência
Médicos que chegam a Portugal oriundos de países fora da União Europeia queixam-se de dificuldades que lhes são impostas para...

Vários profissionais disseram que, no exame, que este ano se realizou no início de junho, os médicos são confrontados com perguntas relativas a especialidades médicas, que lhes obrigam a ter um conhecimento mais profundo de problemas que, enquanto médicos de clínica geral e familiar, não têm a obrigação de ter.

"No ano passado, apareceram-me muitas perguntas de oncologia e não consegui responder, apesar de ter formação nessa área, porque não são para o nível de um médico de clínica geral e familiar", contou Vivian Cabral, uma cubana a residir há um ano e meio e a tentar exercer em Portugal.

"A mim saíram-me perguntas de cirurgia que só um cirurgião sabe responder", exemplificou por sua vez o cubano Ernesto Tase Hart.

A mesma opinião é partilhada também pela angolana Engrácia Costa e pelo guineense Rui Sambu.

Apesar das várias tentativas pela Lusa, o Ministério da Ciência e do Ensino Superior não deu quaisquer esclarecimentos.

Os médicos ouvidos apontam ainda como dificuldades a falta de estágios e de um programa de estudo de orientação para o exame, assim como a não uniformidade de critérios na avaliação da prova por parte das universidades.

"Existe falta de transparência porque as universidades não fizeram todas o exame ao mesmo tempo", como estipula o regulamento, acrescenta Engrácia Costa.

Vivian Cabral já se submeteu duas vezes ao exame, a última das quais este ano na Universidade Nova de Lisboa e conta que, dos 80 examinandos, "mais de metade chumbou" e ela foi um dos casos.

"Portugal tem falta de médicos e fecham-nos as portas. Alguma coisa está a acontecer para mais de metade [dos candidatos] chumbarem", afirma Vivian Cabral, que vai trabalhando como cuidadora de pessoas com cancro.

Ernesto Tase Hart, médico há dez anos e a viver desde há quatro em Portugal, e Engrácia Costa, médica há quatro anos e desde há um ano a residir no país, foram dois dos 50 profissionais a realizar este ano o exame na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Ambos se mostram "intrigados" pelo facto de mais de metade ter também reprovado.

Enquanto não consegue exercer medicina em Portugal, Ernesto Tase Hart vive do trabalho como auxiliar em lares de idosos e do negócio de venda e aluguer de imóveis.

Engrácia Costa depende economicamente do marido, que ficou em Angola.

Rui Sambu, que está desde 2007 em Portugal, chumbou duas vezes no exame, a primeira das quais em 2009 na Universidade de Coimbra e a segunda em 2014 na Universidade Nova de Lisboa.

O guineense trabalha como auxiliar de apoio domiciliário e como vigilante, enquanto não consegue ser médico em Portugal. Também a esposa é médica e reprovou no exame.

Confrontado, o Ministério da Saúde remeteu as respostas para a Administração Central do Sistema de Saúde, que apenas se limitou a esclarecer que, em dezembro de 2016, existiam 1300 médicos estrangeiros a exercer em Portugal no Serviço Nacional de Saúde (SNS), cerca de 4,71% do total dos médicos.

Destes, 626 eram oriundos de países fora da União Europeia.

Além destes, existem 23 médicos cubanos que se encontram a exercer funções no SNS, ao abrigo de um Acordo com o Estado cubano.

Para exercerem em Portugal, os médicos oriundos de países fora da União Europeia são obrigados a ter residência em Portugal e a submeter um processo de reconhecimento de competências, em que têm de obter em Portugal equivalência aos seus cursos e prestarem provas antes de se escreverem na Ordem dos Médicos.

Pedrógão Grande
Um grupo de fisioterapeutas voluntários está em Pedrógão Grande a realizar triagens e intervenções na área cardiorrespiratória,...

Ana Margarida Ferreira é uma das voluntárias que respondeu ao apelo lançado no dia 22 de junho pela Associação Portuguesa de Fisioterapeutas (APFISIO) nas redes sociais, a pedir voluntários para atuarem em Pedrógão Grande.

A jovem de Felgueiras explicou que o número de fisioterapeutas presentes nas instalações do quartel dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, onde têm uma sala para atendimento às pessoas, depende da disponibilidade, mas adiantou que "fica ali sempre alguém para fazer o atendimento".

Até agora, estima que foram já atendidas mais de 150 pessoas pelos profissionais: "Vão surgindo pessoas com problemas respiratórios, alguns que já os tinham e que foram agravados com esta situação".

A fisioterapeuta adiantou ainda que, apesar de estarem a atender todas as pessoas que ali chegam, estão a incidir, ao nível da área preventiva, nas crianças e idosos, onde o enfoque é maior.

"Inicialmente, fazemos uma ficha para a pessoa, para perceber se já tinha problemas e se esteve exposta ou não, ao fumo e ao fogo. Após isso, é feito um exame mais objetivo, onde verificamos a saturação de oxigénio, tensão arterial e auscultação pulmonar. Com estes testes, tentamos definir se existe alguma sintomatologia relacionada com o incidente [fogo]", disse.

No final, caso seja necessário tratamento, este é começado no local e é feito um novo agendamento ao paciente para se fazer o respetivo acompanhamento.

Ana Margarida Ferreira adiantou ainda que, do material que estão a utilizar para trabalhar, parte foi doado e o restante foram os próprios fisioterapeutas que o trouxeram dos locais onde trabalham.

Estes voluntários, durante o tempo de permanência em Pedrógão Grande, estão alojados nas instalações da Santa Casa da Misericórdia local, onde são tomadas também as principais refeições do dia.

O trabalho de triagem e acompanhamento dos pacientes é feito nas instalações dos bombeiros de Pedrógão Grande, diariamente, entre as 09:00 e as 18:00.

"As triagens são sempre feitas por ordem de chegada. Caso seja necessário acompanhamento durante alguns dias é feito um agendamento ao paciente", explica.

Quanto ao tempo de permanência, a fisioterapeuta de Felgueiras disse que vão estar em Pedrógão Grande por tempo indeterminado.

A APFISIO lançou um apelo nas redes sociais a pedir voluntários para Pedrógão Grande, no dia 22 de junho, visto existirem várias pessoas na região a necessitarem de tratamento urgente devido à inalação de fumo proveniente do incêndio.

A Santa Casa da Misericórdia preparou uma sala com marquesas e algum material básico de forma a possibilitar o tratamento destas pessoas.

Contudo, não dispunha de número suficiente de fisioterapeutas qualificados para realizar intervenção, nem mesmo triagem, pelo que a APFISIO, através do seu Grupo Interesse Fisioterapia Cardio-Respiratoria, apelou à colaboração destes profissionais para a prestação de cuidados em fisioterapia, com especial enfoque na área cardiorrespiratória, de forma voluntária.

“Parlamento da Saúde”
A Comissão de Ética do "Parlamento da Saúde" demarcou-se de uma proposta sobre "venda de dados em saúde, com o...

A recomendação de compra e venda de dados em saúde, com o consentimento informado dos doentes, para que possam ser utilizados em respostas a necessidades concretas, foi divulgada em comunicado pelos promotores da iniciativa e comentada pela presidente do ‘Health Parliament Portugal' (HPP), Ana Castro

Numa declaração escrita, a Comissão de Ética, uma das seis comissões que integram o HPP, "demarca-se totalmente desta visão" e divulga as recomendações apresentadas, em que sugeriu, sobre este assunto, "salvaguardar, em legislação, a exigência clara e transparente da finalidade do uso dos dados em saúde e a retribuição ao cidadão".

"A retribuição justa do cidadão assenta no direito a conhecer a utilidade benéfica da sua dádiva para o bem-comum. É esta, e não outra", defendem.

Segundo um comunicado do Parlamento da Saúde, as recomendações preveem a criação de “um modelo que permita aos cidadãos partilharem os seus dados em saúde através de um consentimento informado para que os mesmos possam ser utilizados em resposta a necessidades concretas” e uma proposta para “legislar a cedência ou venda de dados em saúde e investir as receitas” no SNS.

Em declarações, a presidente do HPP adiantou que há propostas relacionadas "com a partilha, a proteção dos dados e a valorização dos dados em saúde" que são transversais aos grupos das tecnologias de informação, da ética e do doente no centro da decisão

"Dentro desta área há várias recomendações que têm algumas implicações, não só a nível do Serviço Nacional de Saúde, mas também a nível social, porque as pessoas estando mais informadas podem participar melhor nestas decisões, e nos dados que vamos obter em saúde", disse a médica Ana Castro.

Para os “deputados” da Comissão de Ética, as posições da presidente do HPP acerca de venda de dados "refletem somente e apenas a sua opinião pessoal ou um equívoco de interpretação".

Os sete membros da Comissão de Ética, proveniente das áreas de economia, finanças, ética, medicina, farmácia e investigação científica, são contra a posição da presidente do HPP de que "teria de ser feito um contrato entre o doente e a empresa, como um outro qualquer contrato de compra de um bem. O doente ou recebe ou abdica do dinheiro para o SNS ou para a instituição que for".

A Comissão entende ainda que "o consentimento do cidadão, na decisão de partilhar os seus dados, deverá respeitar os seus interesses, quando legítimos", defendendo ainda que "deverá ser respeitada a autonomia, dignidade e privacidade, devendo existir como pressupostos gerais dos dados em saúde a ocultação da identidade e limites à reidentificação".

"Assim, é evidente que não foi, de forma alguma, sugerido que o consentimento deva estar associado a uma finalidade de transação económica dos dados em saúde", sublinha.

A comissão lamenta ainda "profundamente a forma ligeira e irresponsável com que foram veiculadas as recentes afirmações que, a serem verdade, não correspondem às recomendações da iniciativa e são contrárias aos princípios e valores éticos da partilha de dados em saúde, nomeadamente o respeito, a solidariedade intergeracional, o altruísmo e o direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover".

O Parlamento da Saúde divulgou as 58 recomendações para "melhorar o futuro da saúde em Portugal" e que traduzem o trabalho desenvolvido nos últimos seis meses pelos 60 “deputados” do ‘Health Parliament Portugal'.

O ‘Health Parliament Portugal’ é composto por 60 pessoas, entre os 21 e os 40 anos, de origens geográficas e percursos curriculares variados, que têm como objetivo refletir sobre o futuro da saúde em Portugal e produzir recomendações.

Os "deputados" - entre os quais médicos, farmacêuticos, investigadores, economistas, psicólogos - estão divididos por seis comissões.

O encerramento do encontro foi realizado pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

Projetos científicos
Portugal defende, tal como a Alemanha e a França, a criação de um conselho europeu para a investigação em saúde, que financie...

A posição portuguesa consta num relatório de avaliação intermédia do Horizonte 2020 - programa comunitário de apoio à ciência e inovação - e de projeção do novo quadro de financiamento europeu para o setor.

Segundo o ministro, "há um défice na utilização do conhecimento na assistência médica".

Manuel Heitor falava aos jornalistas, em Lisboa, na apresentação do programa do encontro nacional de ciência de 2017, que se realiza entre hoje e quarta-feira, no Centro de Congressos de Lisboa, e onde é esperada a presença do comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas.

Para o ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, a Europa "deve ter um quadro de financiamento que estimule a investigação clínica", feita em hospitais, escolas de tecnologia de saúde e enfermagem, faculdades de medicina e centros científicos.

Atualmente, existe um Conselho Europeu para a Investigação, que financia projetos em todos os domínios científicos considerados de excelência.

Maputo
Foi em Portugal que arrancou em 2015 a ARELP - Associação Respiratória de Língua Portuguesa, mas é em Maputo que se realiza no...

Temas como Asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), Tuberculose e Pneumonias em doentes com VIH e no imunocompetente estarão durante dois dias no centro de um debate multidisciplinar que não esquece questões como a importância dos rastreios, da imagem no diagnóstico de problemas respiratórios e até o impacto do meio ambiente na saúde respiratória.

Apesar das diferenças geográficas, político-sociais, culturais e de desenvolvimento, esta é uma boa oportunidade para os países signatários da ARELP, discutirem em português, as principais patologias pulmonares atualizando conceitos, abordagens terapêuticas e estratégias que poderão vir a ser harmonizadas com base nos diferentes contextos, mas na perspetiva da universalização da ciência e da inovação em termos de investigação.

Considerado o primeiro fórum de discussão de países de Língua Portuguesa, esta é uma iniciativa que reúne profissionais de saúde para participar num programa que inclui ainda workshops de formação na área da espirometria, leitura de artigos científicos e uso do Excel na investigação científica, palestras, mesas redondas e simpósios sobre as temáticas pulmonares predominantes.

A organização do primeiro Congresso ARELP está a ser desenvolvida com o apoio da 2Logical, uma empresa portuguesa com presença em Moçambique e que atua na área da consultadoria com vista ao desenvolvimento da área do medicamento e da saúde neste país, contribuindo para o conhecimento e um desenvolvimento mais rápido e sustentável.

Toda a informação disponível em http://congressoarelp.com/.

Bolsa de Investigação 2017 em Mieloma Múltiplo
Da equipa liderada pelo Dr. Rui Bergantim, especialista em Hematologia Clínica, no Hospital de São João, no Porto, fazem ainda...

O projeto vencedor, terá a duração de 1 ano, tem como principais objetivos identificar um conjunto de biomarcadores da resistência/ sensibilidade aos inibidores de proteossomas e imunomoduladores, medicamentos para o tratamento do Mieloma Múltiplo; estabelecer padrões de associação entre os biomarcadores identificados, principais alterações citogenéticas relacionadas com esta doença e outras características clínicas; explorar novas metodologias como as biópsias líquidas, de modo a evitar a realização de biópsias ósseas invasivas e dolorosas e, estabelecer correlações entre os resultados obtidos neste projeto com a resposta dos doentes com Mieloma Múltiplo aos medicamentos e o desfecho do tratamento em termos de tempos de sobrevivência sem doença e global, contribuindo deste modo para a estratificação dos pacientes e terapêutica individualizada.

Esta 1ª edição da Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo é uma iniciativa da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH) e da Amgen Biofarmacêutica e a cerimónia de entrega do Prémio à equipa vencedora (no valor de 15.000 Euros) decorreu hoje, pelas 18h00, na Fundação Calouste Gulbenkian e contou com a presença do Sr. Ministro da Saúde, Prof. Dr. Adalberto Campos Fernandes.

Nas palavras do Dr. Rui Bergantim, “A introdução de novos fármacos no tratamento de Mieloma Múltiplo (MM), tem proporcionado uma melhoria significativa na sobrevivência global dos doentes, de 2 para 5 anos. No entanto, o MM é uma doença oncológica rara e ainda considerada incurável. Enquanto alguns doentes reagem bem aos tratamentos, outros mostram uma grande resistência à terapêutica. Assim, impõe-se a necessidade de encontrar formas de estratificar os doentes para orientar as decisões terapêuticas. Estamos convictos que receber esta Bolsa muito nos irá ajudar a prosseguir a investigação de forma mais célere.”

SRNOM e Banco Carregosa
A Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos e o Banco Carregosa, dando continuidade à parceria de sucesso iniciada em 2016,...

A Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) e o Banco Carregosa incentivam os investigadores a apresentar os seus projetos a este prémio. As duas entidades criaram esta distinção como um estímulo a uma atividade em clara expansão e que é uma das maiores oportunidades de desenvolvimento na área das ciências e tecnologias da saúde em Portugal.

A 1ª edição do Prémio distinguiu Liane Costa, jovem médica e investigadora do Centro Hospitalar de São João (Porto), com uma investigação sobre «o impacto do excesso de peso e da obesidade no funcionamento dos rins e na saúde dos vasos sanguíneos de crianças de 8-9 anos». Eduardo Rodrigues Pinto, médico gastroenterologista no Centro Hospitalar de São João, e Mário Sousa, professor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) foram distinguidos com as Menções Honrosas.

O Prémio Banco Carregosa/SRNOM é uma distinção de âmbito nacional destinada a pessoas singulares ou coletivas com projetos relevantes na área da investigação clínica e tem um valor total de 25 mil euros, distribuídos da seguinte forma: 20 mil para o projeto vencedor e cinco mil para duas menções honrosas.

As candidaturas estão abertas até 6 de Outubro e devem ser formalizadas através do preenchimento do formulário de candidatura, que se indica abaixo, e enviadas para [email protected] e por correio registado para Prémio Carregosa / SRNOM Rua Delfim Maia, 405 4200-256 Porto.

A cerimónia de atribuição do Prémio Carregosa/SRNOM - 2017 terá lugar em data a anunciar.

As informações sobre o regulamento do prémio bem como o formulário de candidatura podem ser consultados em http://bit.ly/2BCSRNOM .

Desde 2009
O programa de rastreio do cancro da mama, que está a ser implementado na região Norte desde 2009, estendeu-se a 75 concelhos e...

A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) iniciou em 2009 um programa de rastreio do cancro da mama, que se estende agora aos concelhos de Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, e Torre do Moncorvo, distrito Bragança.

Até meados de julho, serão convidadas, por carta, a fazer uma mamografia cerca de 2.600 mulheres elegíveis com idades compreendidas entre os 45 e os 69 anos, inscritas no centro de saúde de Vila Pouca de Aguiar.

O local de realização é a unidade móvel de rastreio estacionada junto àquele centro de saúde.

Em Torre de Moncorvo, o convite é dirigido a cerca de 1.300 utentes e o rastreio será feito também numa unidade móvel.

De acordo com dados fornecidos à agência Lusa pela ARS Norte, nestes oito anos o programa abrangeu quase 25% da população feminina da região norte, com idades compreendidas entre os 45 e 69 anos, e foi gradualmente alargando a sua cobertura, abarcando, no final do ano passado, 75 concelhos (87%) e 20 agrupamentos de centros de saúde (83%).

Segundo a ARS, entre 01 janeiro e 31 maio de 2017, foram rastreadas 84.513 mulheres, realizadas 4.778 consultas de aferição e referenciadas para os hospitais 528 mulheres com resultado positivo.

Em 2016, foram convidadas 268.412 mulheres e rastreadas 155.057, foram ainda realizadas 6.961 consultas de aferição e o número de casos positivos referenciados para o hospital foi 766.

Desde o final do ano passado que todos os ACES da região estão abrangidos e as unidades de rastreio são já 19 (quatro fixas e 15 móveis).

A ARS Norte contratou os serviços da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), para a realização de mamografias, consultas e exames complementares, sempre que estes forem necessários, bem como para o envio das cartas convite.

O exame de rastreio é a mamografia, que todas as mulheres elegíveis (isto é sem motivos de exclusão) com idades compreendidas entre os 45 e os 69 anos, inscritas nas unidades de saúde dos cuidados de saúde primários de toda a região Norte, são convidadas a fazer a cada dois anos.

Atualmente, segundo dados da LPCC, em Portugal, com uma população feminina de cinco milhões, surgem 6.000 novos casos de cancro da mama por ano, ou seja 11 novos casos por dia, morrendo por dia quatro mulheres com esta doença.

Parlamento da Saúde
A venda de dados em saúde, investir as receitas no Serviço Nacional de Saúde e a criação de um “título de impacto social em...

Estas propostas para “melhorar o futuro da saúde em Portugal” traduzem o trabalho desenvolvido nos últimos seis meses pelos 60 deputados do ‘Health Parliament Portugal’ (HPP),

Em declarações, a presidente do HPP, Ana Castro, adiantou que há propostas relacionadas “com a partilha, a proteção dos dados e a valorização dos dados em saúde” que são transversais aos grupos das Tecnologias de Informação, da Ética e do Doente no Centro da Decisão.

“Dentro desta área há várias recomendações que têm algumas implicações, não só a nível do Serviço Nacional de Saúde, mas também a nível social, porque as pessoas estando mais informadas podem participar melhor nestas decisões, e nos dados que vamos obter em saúde”, disse a médica.

Entre essas recomendações estão a criação de “um modelo que permita aos cidadãos partilharem os seus dados em saúde através de um consentimento informado para que os mesmos possam ser utilizados em resposta a necessidades concretas” e uma proposta para “legislar a cedência ou venda de dados em saúde e investir as receitas” no SNS.

Ana Castro destacou também medidas na área da saúde mental, como a criação do “primeiro título de impacto social da saúde mental”, através do qual “alguns investidores sociais vão financiar um projeto”, sendo depois remunerados pela entidade pública.

Esta medida permitirá também que “as pessoas com doença mental possam ser integradas na sociedade”, explicou.

Muitas das recomendações hoje apresentadas no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, perante mais de 150 personalidades ligadas ao setor da saúde, entre as quais o ministro Adalberto Campos Fernandes, prendem-se com a literacia em saúde, que “é muito baixa” em Portugal.

“A literacia em saúde vai permitir à população ter comportamentos mais saudáveis e atuar na área da prevenção primária”, sublinhou.

Numa outra fase, vai permitir que “os doentes possam perceber qual é o fluxo que devem seguir dentro do SNS e que acesso lhes é permitido”, diminuindo assim as barreiras no acesso à saúde.

São propostas também medidas “realmente inovadoras” na área dos cuidados continuados, que defendem o aproveitamento de unidades desativadas para aumentar a resposta, mas também para serem “escolas de formação” para uma medida proposta: o estatuto do cuidador informal.

No fundo, é “o Estado reconhecer o estatuto do cuidador informal como se fosse uma profissão”, explicou.

Para Ana Castro, “mais do que as recomendações apresentadas” está o facto de algumas propostas já estarem a ser postas em prática.

“O grupo das Barreiras aos Cuidados de Saúde já foi convidado pelo Ministério da Saúde para integrar um grupo de trabalho para o projeto o SNS + Proximidade, onde já está a implementar algumas destas medidas”, contou.

“Portanto, isto não termina aqui porque as pessoas fizeram estas recomendações” e agora têm “a oportunidade de poderem continuar as negociações com os diferentes ministérios, secretarias de Estado, para implementar algumas delas”, vincou.

Os 60 deputados foram divididos em seis comissões parlamentares e tiveram como mentores e curadores Maria de Belém Roseira, Paulo Macedo, Manuel Pizarro, Francisco Ramos, Artur Santos Silva e Alexandre Quintanilha, entre outras personalidades.

Portugal foi o terceiro país a acolher o Health Parliament, depois de ter passado por Bruxelas e pelo Reino Unido.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Oito projetos foram apresentados na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, no âmbito da 14ª edição do concurso de ideias e...

Um dispositivo inovador que visa melhorar a segurança dos profissionais e reduzir o risco de infeção associada à punção endovenosa, venceu a fase regional do 14º Concurso Poliempreende na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), realizada hoje (dia 29 de junho).

Inês Mendes, Diana Carvalho, Mónica Oliveira, Joana Costa, Tânia Neto, e Daniel Ventura (finalistas de Enfermagem da ESEnfC), Pedro Parreira são os promotores deste projeto na área da saúde (ver FOTO EM ANEXO), intitulado “SPV – Safe Puncture Valve” e que, em setembro, vai concorrer com os principais projetos de vocação empresarial de cada um dos institutos politécnicos do país, que se vão defrontar na final do Poliempreende (etapa nacional), a decorrer em Bragança.

Oito projetos de ideias de negócio, envolvendo cerca de quatro dezenas de estudantes e docentes da ESEnfC, foram apreciados por um júri constituído por Maria da Conceição Bento (Presidente da ESEnfC), Luís Figueiredo (Pharmilab), Luís Andrade (Instituto Pedro Nunes), Patrícia Marques (JP Cruz), Maria Clara Lopes (UCC Norton de Matos) e Nuno Barbosa (Vygon - Portugal).

Em 2017, os prémios atribuídos no âmbito da fase regional do 14º Poliempreende na ESEnfC foram patrocinados pelo PIN – Poli Entreprenuership Innovation Networks, COMPETE 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) e pela empresa Vygon.

O Poliempreende é um concurso que engloba a comunidade escolar das instituições de ensino superior politécnico portuguesas e que tem por objetivos fomentar a promoção do espírito empreendedor e o desenvolvimento de competências que contribuam para o enriquecimento pessoal e profissional.

Mieloma múltiplo
Especialistas do Porto receberam uma bolsa de 15 mil euros para encontrar biomarcadores que indiquem a resistência a...

O mieloma múltiplo é uma doença sem cura, originada por um crescimento anormal de uma proteína criada pelas células plasmáticas (plasmócitos), e que se manifesta, geralmente, ao atingir órgãos como os rins, os ossos e a medula óssea, explicou o médico Rui Bergantim, do serviço de hematologia clínica do Hospital São João, do Porto.

Atinge, habitualmente, indivíduos entre os 60 e os 65 anos, sendo a maior parte dos sintomas "muito genéricos e inespecíficos", como as dores ósseas e na lombar, o cansaço, os edemas nos membros inferiores e a diminuição da força, o que leva, muitas vezes, a um diagnóstico tardio.

As opções atuais de tratamento para o mieloma múltiplo são escolhidas de acordo com as comorbilidades dos pacientes (doenças que se desenvolvem ao mesmo tempo que outras já presentes no organismo), a idade e a possibilidade de transplante de medula óssea.

De acordo com Rui Bergantim, e segundo dados publicados pelo Globocan (plataforma que fornece estimativas sobre a incidência, a mortalidade e a prevalência dos principais tipos de cancro em 184 países), relativos ao ano 2012, estima-se que, em Portugal, surjam 513 novos casos de mieloma múltiplo por ano.

O objetivo do projeto distinguido é, segundo o especialista, identificar a resistência e a sensibilidade dos doentes antes que estes iniciem o tratamento, através de uma análise sanguínea, de forma a evitar a toma de medicação desnecessária, aumentar a eficácia terapêutica e diminuir os gastos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Este prémio é a primeira bolsa atribuída para Investigação em Mieloma Múltiplo, uma iniciativa da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH) e da Amgen Biofarmacêutica.

Ao longo do projeto, que terá a duração de um ano, os especialistas pretendem estabelecer padrões de associação entre os biomarcadores identificados e apontar as principais alterações citogenéticas (ao nível dos cromossomas) relacionadas com a doença.

Esperam ainda explorar novas metodologias, como as biopsias líquidas, de modo a evitar a realização de biopsias ósseas, consideradas invasivas e dolorosas.

Segundo Rui Bergantim, nos últimos anos, foi possível aumentar muito a sobrevida [tempo de vida após o diagnóstico] dos doentes portadores de mieloma múltiplo, devido à evolução da medicina, transformando "uma doença que era fatal, em crónica".

"Há dez anos, os doentes diagnosticados com esta patologia tinham uma sobrevida inferior a dois anos", no entanto, hoje em dia, "conseguem ter entre cinco a dez anos", período que o especialista acredita "vir a aumentar no futuro".

Com o auxílio desta bolsa, os investigadores vão dar início aos testes das cerca de 140 amostras de sangue recolhidas até ao momento, contando ter resultados no próximo ano.

Da equipa de investigação fazem também parte a especialista em hematologia clínica do Hospital de São João, Fernanda Trigo, e a professora da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, Maria Helena Vasconcelos, também líder do grupo "Cancer Drug Resistance", do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S).

A cerimónia de entrega da bolsa ocorreu quinta-feira, na Fundação Calouste Gulbenkian, num evento que contou com a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

Baixa lisboeta
Os valores de poluentes prejudiciais para a saúde são elevados na avenida da Liberdade, em Lisboa, apesar das Zonas de Emissão...

Poucos dias antes da proibição da entrada de táxis com mais de 17 anos que não respeitem as normas sobre emissões, na Baixa lisboeta, fixada para segunda-feira, a Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, vem alertar que, "na avenida da Liberdade, em Lisboa, já há valores bastante elevados de ultrapassagem de dióxido de azoto e em relação às partículas inaláveis, as PM10, [está] sensivelmente a metade".

É possível ter até 35 dias por ano o valor limite de PM10, e, segundo as contas dos ambientalistas, já foi atingida metade do número de dias.

Mas, alertou Carla Graça, nos próximos meses haverá menos vento e menor dispersão de poluentes, sendo "provável que nos próximos tempos também se verifique maior nível de partículas, mesmo com redução do trafégo devido às férias".

Apesar das limitações já em vigor para a circulação automóvel, "há de facto tendência para que estes valores continuem a ser ultrapassados", disse a ambientalista em declarações à agência Lusa.

Para a Zero, esta "é uma questão não só de cumprimento da legislação, mas até de salvaguarda das pessoas que vivem e trabalham" na zona da Baixa lisboeta.

Em 2015, acrescenta, a estação de monitorização da qualidade do ar da avenida da Liberdade voltou a apresentar resultados para as PM10 e o dióxido de azoto acima do limite previsto na legislação nacional e europeia, e no ano seguinte, com condições meteorológicas mais favoráveis, só o limite anual de dióxido de azoto não foi cumprido.

"Não há suficiente fiscalização e continuamos a ver automóveis antigos a frequentar a zona da Baixa", mesmo tendo em conta a exceção para moradores, acrescentou.

Esta situação não tem a ver com os automóveis de alta cilindrada, que emitem mais dióxido de carbono, um gás com efeito de estufa diferente dos poluentes que têm impacto direto na saúde humana, nomeadamente nas vias respiratórias.

Em janeiro de 2015, a terceira fase das Zonas de Emissão Reduzida (ZER) entrou em vigor trazendo maiores restrições para os veículos ligeiros na zona da Baixa de Lisboa (rua Alexandre Herculano, praça do Comércio, Cais do Sodré e Campo das Cebola) e depois até Entrecampos.

As novas regras contemplaram "um período de exceção para os taxistas de modo a que se pudessem adaptar", para renovarem a frota e aplicarem filtros nos automóveis, lembrou Carla Graça.

Agora as limitações passam a abranger também os táxis fabricados antes de 1 de janeiro de 2000, a partir de segunda-feira, já que 01 de julho é sábado e a norma é válida para dias úteis das 07:00 às 21:00.

Além do aumento da fiscalização pela PSP e pela Polícia Municipal, os ambientalistas esperam incentivos à utilização de transportes públicos e facilidade de andar a pé ou de bicicleta.

Carla Graça disse ainda que os corredores para bicicleta não existem ou não são os mais indicados, "a convivência entre o ciclista e o automobilista não é fácil, muitas vezes com risco" para o primeiro e ser peão em Lisboa "continua a não ser fácil" porque há muitas barreiras.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Portugal continental, com exceção do distrito de Bragança, a Madeira e algumas ilhas dos Açores apresentam hoje um risco ‘muito...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), apenas o distrito de Bragança e a ilha açoriana da Terceira apresentam um risco ‘elevado’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

Para o continental, o IPMA prevê para hoje aguaceiros fracos no Norte e Centro até meio da tarde e vento por vezes forte na costa ocidental durante a tarde e nas terras altas.

Nos Açores são esperados períodos de céu muito nublado com boas abertas e na Madeira também se aguardam períodos de céu muito nublado, mas com possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos nas vertentes norte e terras altas. O vento vai soprar moderado a forte na Madeira.

Ordem dos Médicos
A psiquiatria deverá ser a especialidade com um tempo mínimo de intervalo entre consultas mais alargado, que na medicina geral...

O bastonário Miguel Guimarães já tinha anunciado que a Ordem estava a avançar na definição de tempos padrão de consultas por especialidade, que terão de passar a ser cumpridos nos serviços públicos e privados, para melhorar a relação médico/doente. A ideia é definir por especialidade um tempo padrão, que se traduz no tempo mínimo de intervalo entre a marcação de consultas.

Em entrevista, Miguel Guimarães adiantou que cada colégio de especialidade da Ordem está a ter em conta quatro fatores na definição destes tempos mínimos: história clínica e exame físico, utilização dos sistemas informáticos, o tempo necessário para explicar ao doente aquilo que o médico está a fazer ou os passos subsequentes e as dúvidas que podem surgir aos profissionais e têm de ser esclarecidas.

“A psiquiatria vai ser, seguramente, a [especialidade] que terá o tempo mais alargado. Outras especialidades, como a ortopedia, poderão ter tempos mais curtos”, exemplificou.

O bastonário sublinha que não quer antecipar-se nem influenciar a decisão dos colégios de especialidade, mas calcula que, na medicina geral e familiar, o tempo padrão entre consultas possa rondar os 30 minutos.

“Não me vou sobrepor aos especialistas na área. Como bastonário, vou tentar que haja bom senso no que se vai definir. Não estamos a fazer isto para ‘chatear’ ninguém, estamos a fazê-lo para melhorar a relação médico/doente”, declarou o representante dos médicos.

Há largos anos, as consultas de especialidade, por exemplo nos hospitais, não tinham intervalo de marcação entre elas, ou seja, na prática todos os doentes eram marcados para a mesma hora e iam esperando à medida que iam sendo chamados.

Atualmente, há tempos de intervalo de marcação entre consultas, mas a Ordem tem considerado que há uma escassez de tempo na maioria das consultas, o que prejudica a relação entre médico e doente.

Na medicina geral e familiar, a falta de tempo com o doente é particularmente complicada, porque os médicos de família abarcam um conjunto vasto de conselhos e de cuidados.

Desde que tomou posse, em fevereiro, Miguel Guimarães tem assumido a sua preocupação com a perda de qualidade da relação entre médico e doente e com a humanização dos cuidados de saúde, frisando que os tempos de consulta são cada vez mais curtos.

Outra das apostas da Ordem é libertar os médicos de tarefas administrativas e burocráticas, que se acumulam e retiram tempo à parte clínica.

A utilização dos sistemas informáticos é uma das questões mais prementes nesta área, com o bastonário a defender que são lançadas demasiadas aplicações que não vão sendo integradas umas nas outras, fazendo com que quase todo o tempo de uma consulta seja por vezes consumido com a informática.

Há ainda que melhorar os equipamentos e computadores das unidades de saúde, muitos deles obsoletos, bem como as redes internas, que ainda são lentas e roubam tempo às consultas.

No caso dos atestados-médicos para as cartas de condução, que passaram há mais de um mês a ter de ser transmitidos eletronicamente, Miguel Guimarães avisa que há uma “sobrecarga efetiva” dos médicos com uma tarefa que é clínica, mas tem um lado burocrático.

Segundo o bastonário, baseando-se na informação transmitida pelos clínicos, pode levar 30 a 45 minutos passar um atestado para a carta de condução, além da exigência de exames de especialidade que “muitas vezes ultrapassam” a capacidade dos médicos de medicina geral e familiar e das respetivas estruturas dos centros de saúde.

O Ministério da Saúde comprometeu-se a criar centros de avaliação médica e psicológica, destinados especificamente para avaliar os candidatos a condutores e condutores para emissão de atestado médico.

Miguel Guimarães diz ter do ministro da Saúde a garantia de que vão avançar dentro de “duas ou três semanas”, passando a designar-se como serviços de avaliação médica e psicológica, porque ao serem constituídos como centros teriam implicações legais que tornavam o processo mais demorado.

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