Incêndios
A zona afetada pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande e que provocou 64 mortos contou com reforço da teleconsulta e...

A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) está a adaptar uma unidade móvel para ir para a região afetada pelo incêndio, com "uma equipa multidisciplinar, para avaliar os efeitos, em termos de saúde pública", informou o presidente do organismo, José Tereso.

Nos locais afetados, esta unidade móvel, que está "a ser preparada pelo diretor do departamento de saúde pública", vai avaliar "a qualidade da água, salubridade em geral, a qualidade da alimentação e a qualidade ambiental da parte da saúde", contou José Tereso.

"A unidade vai deslocar-se e identificar todos os pontos críticos", referiu, sublinhando que, no terreno, já há delegados de saúde pública, mas que a unidade vai reforçar esse trabalho.

Também nos centros de saúde afetados, os sistemas de teleconsulta foram reforçados e estão "todos operacionais", permitindo uma ligação direta às especialidades do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, nomeadamente na área do trauma, da cardiologia e da pneumologia.

"O doente está na consulta, explica, e o médico, se tem alguma dúvida, faz o contacto direto com o colega e discutem do ponto de vista técnico e refazem, se for caso disso, a medicação e há aqui um ganho enorme para a pessoa", sublinhou José Tereso, que falava no âmbito de uma visita aos concelhos afetados pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, no dia 17.

Pedrógão Grande
A Administração Regional de Saúde do Centro reforçou o número de psicólogos na zona afetada pelo incêndio que começou em...

Dois psicólogos reforçaram ontem o conjunto de três que já estavam a trabalhar nas localidades afetadas em equipas multidisciplinares, sendo que, na quarta-feira, vão para o terreno mais dois provenientes de unidades da Lousã e do Baixo Mondego, disse o presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), José Tereso.

Para além destes sete psicólogos, há ainda três da Marinha que também estão a trabalhar na zona afetada pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, no dia 17, acrescentou, sublinhando que outros três psicólogos do Exército "estão em prontidão para atuar, caso seja necessário".

José Tereso desvalorizou as declarações do presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, que alertou para a falta de psicólogos, frisando que "o reforço já estava programado", e que a ARSC está em contacto com a autarquia e que não lhe foi transmitida essa informação.

"Vamos ter vários níveis de intervenção. Conforme o diagnóstico do dia-a-dia" e das necessidades sentidas, "assim vamos aumentando", vincou o presidente da ARSC, referindo que não pode haver precipitações no reforço de psicólogos no terreno, para que não haja "uma sobrecarga" de técnicos nas povoações afetadas.

Ontem, o gabinete de crise da Administração Regional de Saúde realizou uma visita aos concelhos fustigados pelo incêndio.

"Temos colaboração direta com a CCDRC [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro] e com os presidentes de Câmara, que definem as necessidades", contou José Tereso, que falava à margem de uma visita a uma das equipas multidisciplinares, que estava em Nodeirinho, uma aldeia de Pedrógão Grande onde morreram 11 pessoas, na sequência do incêndio.

Irregularidade no ritmo cardíaco
No âmbito do Dia Mundial do Ritmo Cardíaco, assinalado este mês, o especialista de Medicina Interna

O nosso coração é uma fantástica bomba que ao longo da vida assegura que o sangue é distribuído a todas as partes do corpo, variando a atividade em função das necessidades do organismo: bombeia mais quando é necessário, quando por exemplo fazemos algum esforço e menos quando o organismo descansa. Para a distribuição para os tecidos do corpo usa uma rede de tubos, os vasos sanguíneos, sendo que os que saem do coração chamam-se artérias e os que regressam ao coração chamam-se veias. No meio ficam os vários órgãos do corpo, com uma rede de finíssimos tubos, tão finos que receberam o nome de capilares (embora ainda sejam mais finos que os cabelos). Em conjunto, o sistema circulatório assegura que todo o corpo recebe o sangue indispensável à vida das células, levando os alimentos e o oxigénio e trazendo de volta os resíduos para serem eliminados. Chama-se circulatório porque de facto o sangue circula regressando ao ponto de origem em cada volta.

Uma das características que o coração tem é a de ser ele próprio a determinar o número de vezes que bombeia, isto é, que se contrai. Isto porque a função da bomba cardíaca é desempenhada por um músculo especial, o miocárdio, que está organizado criando umas cavidades: as aurículas e os ventrículos onde o sangue circula e que, pela presença de comportas (as válvulas), asseguram a circulação num único sentido. Portanto, o músculo cardíaco contrai e, ao fazê-lo, espreme o sangue que tem no seu interior e fá-lo circular e depois o músculo relaxa deixando o sangue preencher as cavidades. Faz isto à volta de 70 vezes por minuto*, de uma forma muito regular.

Cada “bombada” faz o sangue circular e é responsável por um impulso que se sente ao palpar as artérias do corpo e que normalmente é rítmico, isto é, o intervalo entre cada pulso é habitualmente regular. Dentro do coração também existe um padrão: primeiro contraem as aurículas e depois os ventrículos assegurando que o sangue circula com a máxima eficácia e evitando que fique parado em zonas mais recônditas do coração. Toda esta atividade é coordenada por tecido especializado dentro do miocárdio que se dedica a geração automática de impulsos e à sua transmissão dentro do coração assegurando um padrão de ativação a que se segue a contração e consequente bombeamento.

Esta introdução é feita para explicar o funcionamento normal do coração e poder falar de um problema que afeta o coração, mas que pode ter consequências muito nefastas noutros órgãos e, designadamente, no cérebro. Falo especificamente numa arritmia, a fibrilhação auricular. E porquê falar desta arritmia? Pela sua frequência e pelo seu potencial nefasto.

Na realidade, a fibrilhação auricular é bastante frequente e, por outro lado, está associada a um aumento de risco para vários problemas, sendo que um que nos interessa particularmente é o Acidente Vascular Cerebral (AVC).

O que acontece na fibrilhação auricular? Perde-se a capacidade de gerar um ritmo regular e as células das aurículas resolvem cada uma atuar sem concerto com as restantes. Como o ritmo regular depende dessa coordenação, surge uma arritmia (falta de ritmo) que pode ser detetada nos exames do coração, quer nos da atividade elétrica, como o eletrocardiograma, quer nos de função, como o ecocardiograma, entre outros.

Há várias formas de fibrilhação auricular: sendo que as diferenças são essencialmente relacionadas com o tempo de duração e a persistência da arritmia. Um dos tipos, a chamada fibrilhação auricular paroxística, é intermitente, isto é, alterna com períodos de normalidade.

Quais são as possíveis consequências da fibrilhação auricular? A ausência de contração auricular vai criar as condições para, nos tais espaços recônditos do coração, o sangue estagnar e poder, em consequência, originar um coágulo. O resto percebe-se facilmente. O coágulo, originado no coração, segue para os vasos sanguíneos, pelas artérias (isto é, emboliza) e vai chegar a um local em que o calibre do vaso (vasos estes que se vão estreitando progressivamente do coração para a periferia) é insuficiente para a sua passagem, originando-se um entupimento. Quando isso acontece no cérebro, vão haver células que não recebem o sangue, vão ficar em sofrimento e, caso o entupimento não se resolva, vão morrer. Ocorre então um Acidente Vascular Cerebral Isquémico, neste caso por embolia de origem cardíaca. Quinze a 20% das pessoas com AVC tem esta arritmia e, por outro lado, quem sofre de fibrilhação auricular tem um risco de ter uma AVC 5 vezes maior do que quem tem um ritmo normal. Percebe-se o problema e compreendem-se duas necessidades: a de prevenir a fibrilhação auricular, sempre que possível, e a de reduzir o seu possível impacto.

As pessoas sentem a fibrilhação? Nem todas: em muitos casos a fibrilhação auricular não se acompanha por palpitações sentidas pelo doente. Por vezes, sentem-se batidas irregulares, por vezes cansaço mais intenso com o esforço ou tonturas, mas, muitas vezes os sintomas, se presentes, são muito vagos. Pode detetar-se de uma forma simples? Sim, pode, pela avaliação do pulso. No entanto, para isso é preciso treino, até porque tanto a arritmia se pode confundir com pulso normal como nem todas as arritmias são fibrilhação auricular. Há, por exemplo, alguns batimentos isolados (extra-sistoles) que são muito frequentes e que, na maioria dos casos, não se associam a problemas como os que a fibrilhação auricular origina.

Em qualquer caso, a perceção de irregularidade de batimento cardíaco deve levar a consultar um médico – há até países que propõem que a deteção se possa fazer de uma forma mais disseminada, nas farmácias, por exemplo. A realização de um eletrocardiograma faz parte da avaliação necessária, podendo haver casos em que há necessidade de outros exames adicionais.

No entanto, não se deve deixar de ter em conta que a fibrilhação auricular é muitas vezes assintomática, isto é, sem sintomas. Em Portugal, um dos estudos feitos concluiu que um terço dos doentes com fibrilhação auricular não sentia nenhum sintoma.

Depois da confirmação da presença de uma arritmia por fibrilhação auricular, haverá que intervir tentando:

  • colocar o coração a bater ritmicamente;
  • reduzir a frequência se estiver elevada;
  • prevenir a formação de coágulos;
  • abordar os fatores de risco para o AVC;
  • prevenir a insuficiência cardíaca;
  • evitar outras arritmias.

Estas abordagens deverão ser consideradas, e tomadas decisões, sendo que nem sempre é possível assegurar o retorno a um ritmo normal, o que por vezes se consegue com medicamentos ou, em alguns casos selecionados, recorrendo a aplicação de um choque elétrico no peito feito sob vigilância médica, em ambiente hospitalar, e sob sedação.

Se não for possível converter a arritmia para o ritmo normal, dito sinusal, pode controlar-se a frequência com medicamentos; existem várias classes terapêuticas para tal efeito.

Algumas pessoas, particularmente os diabéticos, hipertensos, portadores de insuficiência cardíaca, com mais de 75 anos, ou que já tiveram AVC anteriormente, têm risco acrescido de se originarem coágulos e de sofrerem um AVC na presença de fibrilhação auricular, pelo que têm indicação para tomar medicamentos para tornar o sangue mais líquido. Esta decisão deve ser tomada com o envolvimento de um médico e deve, subsequentemente, haver um plano de acompanhamento ao doente.

Há estudos que sugerem que devem fazer-se rastreios a pessoas com mais de 65 anos para detetar a presença de fibrilhação auricular silenciosa.

Pode prevenir-se a ocorrência de fibrilhação auricular? Sim, pode, promovendo a alimentação e vida saudável, incluindo a realização de atividade física regular adequada à pessoa. No caso de padecer de situações como hipertensão arterial, o controlo da tensão arterial é fundamental.

A fibrilhação auricular é uma arritmia potencialmente grave pelo que, estando presente, deve ser detetada o mais precocemente possível, permitindo o estabelecimento de um tratamento adequado.

 


*Este número varia de pessoa para pessoa, podendo ser mais baixo em pessoas que estão em muito boa forma física e atletas e mais alto noutras.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Programa Operacional Regional Centro 2020
Os 13 municípios da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo receberam hoje, cada um, uma viatura elétrica para a prestação de...

A entrega das viaturas seguiu-se a uma cerimónia presidida pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, que contou com a presença dos presidentes de Câmara dos 13 concelhos, na qual foram assinados protocolos entre a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB), outro entre a CIMT e os 13 municípios e outro ainda com a Mobi.E.

Manuel Delgado saudou o que considerou ser “um momento histórico” a nível nacional, afirmando que a colaboração entre os municípios do Médio Tejo e o Ministério da Saúde “dá um sinal de modernidade”, não só por representar uma “viragem” numa visão muito institucionalizada da saúde, ao permitir a prestação de cuidados junto das populações, como pelo seu caráter “ambientalista” ao apostar em energias limpas.

As viaturas foram adquiridas no âmbito de uma candidatura ao Programa Operacional Regional Centro 2020 liderada pela CIMT, estabelecendo o protocolo hoje celebrado que cabe à ARSLVT e à ULSCB dotar as viaturas com os técnicos e material clínico e médico e suportar os custos com o carregamento das baterias, os pneus e o desgaste provocado pelo uso.

Os municípios assumem os custos com os seguros, tendo a Mobi.E, Mobilidade Elétrica assumido o compromisso de instalar pelo menos um posto de carregamento rápido em cada um dos 13 concelhos.

O investimento total rondou os 441 mil euros (85% financiado a fundo perdido), com as autarquias a assumirem o valor da componente nacional e a aquisição das baterias.

Maria do Céu Albuquerque, presidente da CIMT e da Câmara de Abrantes, afirmou que a opção pela aquisição das viaturas elétricas, uma por município, surgiu da conclusão de que esta solução resolveria melhor os problemas das populações do que o projeto inicial de aquisição de “duas ou três viaturas medicalizadas”.

Para a autarca, a solução encontrada responde a “dois pilares” em que a CIMT assenta a sua estratégia para reforçar a competitividade do território, a promoção da coesão e da qualidade de vida e da sustentabilidade e eficiência energética.

Céu Albuquerque afirmou que numa região que tem perdido população jovem e que, “graças aos cuidados de saúde, tem uma população que vive mais anos", são precisas “novas respostas”, que permitam chegar aos que vivem sozinhos ou mais isolados.

A presidente da CIMT sublinhou que os autarcas assumiram aqui uma responsabilidade que não lhes compete, já que a saúde “tem que ser centralizada para ser universal e justa”, mas que têm a consciência que podem “fazer melhor, de uma forma mais célere e com menos custos”.

Manuel Delgado disse que este projeto se insere numa lógica de promoção da saúde e de prevenção precoce.

“Estas viaturas vão permitir uma aproximação muito maior das populações”, deslocando os serviços às residências onde as pessoas habitam, facilitando a capacidade de detetar problemas.

“É evidente que problemas detetados a tempo evitam que a pessoa seja transportada para um hospital e muitas dessas situações clínicas podem resolver-se no próprio domicílio das pessoas”, acrescentou.

Questionado sobre o documento hoje divulgado que critica a concentração do investimento na doença, o secretário de Estado afirmou que este é um “tema recorrente”, mas de difícil resolução.

“Qualquer pessoa da área da saúde tem a consciência de que tudo que possamos fazer na área da prevenção e da promoção da saúde tem uma repercussão mais positiva em matéria de aproveitamento de recursos para a saúde das populações que a simples dedicação às áreas do tratamento”, afirmou.

Contudo, apontou a "carga de doença grande" que representa o envelhecimento da população num país que “vive uma história de sucesso em matéria de cuidados de saúde, com indicadores excelentes”.

Para Manuel Delgado, “do ponto vista académico, teórico, é fácil fazer esse discurso da promoção e prevenção”, mas, “do ponto de vista prático, é mais difícil, porque os recursos financeiros são muito escassos” e é preciso “dar resposta aos doentes e às doenças, mesmo que algumas delas sejam fruto de um passado em que a prevenção não se fazia”.

Fazem parte da CIMT 11 municípios do distrito de Santarém - Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha - e dois do de Castelo Branco - Sertã e Vila de Rei.

Projetos-piloto com dados positivos
Com o objetivo de tornar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) cada vez mais próximo e amigo do cidadão,

Prestar cuidados de saúde à distância, permitindo que os doentes, quando integrados em programas de gestão de doença crónica, possam ter uma maior qualidade de vida, é um dos grandes objetivos da Telemedicina.

Em Portugal já decorreram cinco projetos-piloto na área da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, que conduziu a uma redução significativa nas idas às urgências, registando-se menos 60% de hospitalizações, e no número de dias de internamento.

A justificação prende-se com o facto dos doentes, através deste serviço, aprenderem a reconhecer potenciais problemas ou complicações, recebendo apoio clínico de forma precoce.

“A Tele-Saúde consiste na utilização de tecnologias de telecomunicação para prestar cuidados de saúde fora dos locais tradicionais de prestação de cuidados, possibilitando, por exemplo, cuidados de saúde à distância, nomeadamente em casa, onde doentes crónicos ou idosos podem receber suporte sem necessidade de deslocações”, começa por explicar João Tiago Pereira, cardiopneumologista, especialista do Centro de Gestão Clínica da Linde Saúde, entidade envolvida nos projetos-piloto que decorreram, em Portugal, na área da Telemedicina.

“Ao permitir que o doente crónico possa gerir melhor a sua doença, no conforto da sua casa, diminuindo as idas ao hospital, permitimos aos doentes terem uma maior qualidade de vida”, refere o especialista acrescentando que ao se identificar, de forma precoce, “as agudizações, existe um potencial aumento da sobrevida destes doentes”.

Por outro lado, este sistema permite uma utilização mais eficiente dos recursos hospitalares, apresentando um impacto positivo para o Estado a nível de custos, correspondendo a uma ferramenta adicional para os profissionais de saúde no acompanhamento dos seus doentes.

“De uma forma ideal, estes serviços, quando direcionados para os doentes crónicos, devem incluir: sistemas de telemonitorização de bio-sinais, um centro de gestão clínica que inclui uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde em articulação com os profissionais de saúde dos hospitais e/ou centro de saúde”, afirma João Tiago Pereira.


João Tiago Ferreira, cardiopneumologista, é um dos especialistas do Centro de Gestão Clínica da Linde Saúde, envolvido no projeto-piloto para DPOC

O que são então os sistemas de telemonitoriação? “Como o nome sugere, trata-se de uma monitorização remota, através de sistemas sem fios como, por exemplo, os tablets e os smartphones, dos bio-sinais recolhidos pelo doente (a pressão arterial, a oximetria de pulso, a temperatura axilar, o electrocardiograma, o peso, a glicémia) que são agregados numa aplicação móvel e enviados para os profissionais de saúde do Centro de Gestão Clínica, do hospital e/ou centro de saúde”, explica o cardiopneumologista.

A recolha dos bio-sinais pode ser feita regularmente ou “com uma pré-determinada frequência, de acordo com o programa que estiver indicado para o doente e doença crónica em questão”.

Do lado dos profissionais de saúde, basta que estes tenham acesso a um computador com um programa específico para a recolha, triagem e análise dos dados enviados pelo doente, e com função de gestão de alertas que permitem assinalar valores anormais de acordo com o padrão normal de cada doente.

“Quando indicado, estes profissionais contactam os doentes para correlacionar os dados recebidos com as suas queixas e, de acordo com o protocolo - previamente estabelecido com os profissionais de saúde do hospital –, podem confirmar um alerta clínico  e processá-lo de acordo com o estabelecido”, descreve este especialista.

Os dados, sinais e sintomas do doente ficam acessíveis de forma imediata e, caso seja necessário, o especialista pode intervir a nível da terapêutica ou indicar acompanhamento clínico ou hospitalar, consoante a gravidade da situação.

“A implementação deste serviço depende de financiamentos específicos de entidade hospitalar, bem como da necessidade de criação de um protocolo específico para o acompanhamento destes doentes, baseado na gestão da doença crónica”, acrescenta.

Os cinco projetos-piloto na área da DPOC decorreram, ao longo de sete meses, em diversas regiões de Portugal. “De uma forma geral, permitiram reduzir as idas à urgência, os internamentos, bem como a demora-média (dias de internamento). Além disso, os participantes deste projeto-piloto sentiram-se muito satisfeitos com os serviços de telemonitorização”, revela João Tiago Pereira.

Relativamente aos custos, sabe-se, por exemplo, que o custo médio de um internamento por doença respiratória é de 1.892 euros e que estas patologias (com a excepção do cancro do pulmão) constituem a terceira causa mais importante de custos diretos com os internamento hospitalares a seguir às doenças cardiovasculares e do sistema nervoso. Em 2013, os gastos com esta doença ascenderam aos 213 milhões de euros.

“A implementação, de forma generalizada, depende sobretudo de estratégias do âmbito de políticas de saúde, da motivação dos profissionais de saúde para estes novos serviços, mas também de evidência de custo-benefício destes programas”, refere o especialista que se mostra expectante quanto ao futuro.

“Atualmente, vemos tendências positivas. É evidente uma política de saúde que inclui telemedicina nos seus planos estratégicos e, por outro lado, os projetos-piloto têm permitido testar modelos de atuação e intervenção, bem como demonstrado a sua eficiência em comparação com o acompanhamento sem telemedicina, deste doentes”, evidencia.

Até ao final do ano espera-se que a área de atuação da telemedicina seja alargada para casos de insuficiência cardíaca e pós-enfarte agudo do miocárdio.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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O auditório da Ordem dos Médicos, em Lisboa, recebe no próximo dia 28 de junho pelas 18h00, vários profissionais de saúde para...

Os medicamentos biológicos e biossimilares apresentam um elevado grau de complexidade e variabilidade que pode condicionar o respetivo perfil de segurança e/ou de eficácia. É fundamental que que esteja garantido o acompanhamento do rácio benefício risco. Um medicamento biológico é o que contém uma ou mais substâncias ativas produzidas ou derivadas de uma origem biológica. Os medicamentos biológicos de referência são aprovados com base em documentação técnico-científica completa, na área da qualidade, segurança e eficácia. Os medicamentos biossimilares são aprovados por um processo mais abreviado e que garante a similaridade, mas não a equivalência, em relação ao medicamento de referência pré-existente. Para os autores do estudo, «a natureza destes medicamentos podem determinar uma variabilidade intrínseca suscetível de provocar alterações no perfil de segurança e eficácia que é necessário acautelar. Desta forma, este segmento de medicamentos é considerado prioritário em termos de farmacovigilância».

Defendem pois, tendo em conta o quadro regulamentar que atualmente vigora em Portugal, que existem seis áreas que devem merecer particular atenção:

·         Prescrição e dispensa em ambulatório para os medicamentos sujeitos a receita médica

As normas emitidas pelo INFARMED e ACSS não mencionam as especificidades de prescrição e dispensa para os medicamentos biológicos. Esta é uma lacuna na regulamentação que deve ser suprida com revisão de texto. Neste texto também se encontra omissa a referência ao número de lote e do titular de autorização de introdução no mercado para os biossimilares, bem como a informação que explicita se a prescrição se deve ao início ou à continuidade da terapêutica;

·         Impossibilidade de substituição do medicamento biológico prescrito por denominação comercial

Segundo a Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica a opção terapêutica deve recair inicialmente sobre os medicamentos biossimilares, embora na prescrição do medicamento da marca, se sugira a sua manutenção. Esta abordagem reforça assim  o princípio da precaução;

·         Notificação de reações adversas

O sistema de notificação deve considerar a possibilidade de interpermutabilidade e substituição como causa possível de reações adversas. Neste domínio a magnitude da experiência clínica contribui decisivamente para a rigorosa identificação de efeitos adversos potenciais e subsequente notificação no âmbito do sistema de farmacovigilância;

·         Comissão de análise à prescrição de agentes biológicos

Deverá ser instituída uma Comissão de Análise à Prescrição de Agentes Biológicos, definida pela norma 010/2014 da DGS. Esta comissão deve proceder à análise da prescrição e do ciclo terapêutico do doente submetido à terapêutica biológica, de forma a garantir a efetividade, a segurança e a adesão à terapêutica;

·         Equacionar a expansão do quadro regulador

Deve ser ainda feita referência aos medicamentos de tipo proteico sintetizados por via química, que possuem as mesmas substâncias ativas antes obtidas por via biotecnológica.

Em forma de conclusão, é necessário que o sistema funcione em sintonia e sincronia perfeitas entre os vários níveis de informação e institucionais. Desta forma, deverão ser implementadas as medidas necessárias ao ajustamento e concretização dos quadros legal e operacional relativos à terapêutica com medicamentos biológicos e biossimilares, com vista à promoção de consistência interna em ordem ao incremento da segurança da terapêutica com medicamentos biológicos e biossimilares;

·         Prescrição e dispensa em meio hospitalar para os medicamentos sujeitos a receita médica restrita

Há um quadro regulamentar que integra os procedimentos e os instrumentos a serem utilizados. Contudo, observa-se que não se encontram adequados à terapêutica com medicamentos biológicos e biossimilares, pois os itens registados não permitem assegurar a cabal caracterização e rastreabilidade desses medicamentos. Há obrigatoriedade da identificação por intermédio da DCI, dosagem, forma farmacêutica, posologia e duração da terapêutica. Não são assim consideradas informações como o nome de marca, o número de lote do medicamento ou a referência a início ou continuidade da terapêutica. Na mesma linha, é observado que o enquadramento legal específico para as condições de dispensa e utilização de medicamentos biológicos destinados à terapêutica antirreumática, bem como o que respeita à doença de Crohn e colite ulcerosa, não compreendem a informação referida supra, que assegura um pleno conhecimento das variáveis elucidativas do perfil de segurança associado à terapêutica com estes medicamentos.

Estudo
Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto identificaram uma molécula libertada...

A molécula identificada - um glicolípido (misto de lípidos com açucares) - é libertada pelo parasita 'leishmania', que origina a 'leishmaniose', e tem a capacidade de bloquear a função das células de defesa, designadas por 'natural killer T' (iNKT), que atuam nestes casos, disse a coordenadora do projeto, Anabela Cordeiro da Silva.

Com esta descoberta, os investigadores pretendem criar um anticorpo que neutralize o glicolípido libertado pelo parasita, usado como arma para bloquear as defesas que o organismo produz, inativando-o e impedindo que escape ao sistema imunológico.

A 'leishmaniose' é uma doença infecciosa pode ser transmitida entre cães e humanos, através da mosca da areia ou de sangue contaminado, disponível, por exemplo, nos bancos de sangue ou nos órgãos transplantados, explicou.

De acordo com a investigadora, a doença, que existe a nível cutâneo (pele), muco cutâneo (pele e mucosas) e visceral (órgãos viscerais, como o fígado, o baço e o intestino), torna-se crónica caso não seja tratada convenientemente.

Os casos da doença cutânea e a muco cutânea concentram-se, essencialmente, na América do Sul e África, enquanto a visceral é registada em maior número na bacia do mediterrâneo (Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia), na Índia, no Brasil, no Sri Lanca e em Bangladesh.

Em Portugal, "infelizmente", não se faz o rastreio para a 'leishmania', o que investigadora considera "uma falha grave" do Sistema Nacional de Saúde, em termos preventivos.

Anabela Cordeiro da Silva indicou ainda que, neste momento, as únicas vacinas contra esta doença são as caninas, que têm uma eficácia reduzida e "mascaram" o estado clínico do animal.

Os fármacos, por sua vez, são "muito tóxicos para os rins e para o fígado", existindo, inclusive, "vários locais no mundo" onde o parasita já desenvolveu resistências aos mesmos.

Segundo Anabela Cordeiro da Silva, a Miltefosina é o único medicamento existente que pode ser usado de forma oral, no entanto, para além de ser utilizado no tratamento de cães (limitando a utilização humana), este pode levar à teratogenicidade (deformações nos recém-nascidos).

"É necessário colocar no mercado novos fármacos", afirmou, acrescentando que o grupo de investigação do qual faz parte já conseguiu desenvolver um composto "muito promissor" para tratamento da 'leishmaniose' e para da doença do sono, que pode ser administrado por via oral, sem os efeitos adversos referidos.

Para os investigadores, é importante conhecer em detalhe os mecanismos que os agentes infecciosos utilizam para contornar as defesas naturais do organismo, de forma a desenvolver novas abordagens terapêuticas e abrir novos caminhos no estudo do próprio sistema imunológico, no controlo de doenças autoimunes ou diabetes, por exemplo.

"Nunca é demais conhecer as estratégias adotadas por estes microrganismos" visto que "podem ser úteis para desenvolver métodos mais eficazes de combate, ou para serem aplicadas noutras áreas, ao serviço da saúde", concluiu Anabela Cordeiro da Silva.

Ao todo, estiveram envolvidos neste estudo sete membros do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) e uma investigadora do Instituto Necker, de Paris, tendo este sido desenvolvido no âmbito de um projeto cofinanciado pelo Programa Operacional Regional do Norte (Norte 2020), através do Portugal 2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

Universidade de Aveiro
Cientistas portugueses detetaram que um fungo que vive nos oceanos destrói plástico, uma descoberta que pode ser promissora...

O fungo tem o nome científico de "Zalerion maritimum", habita nas costas portuguesa (não se sabe exatamente onde) e espanhola e ao largo da Austrália e da Malásia, sendo também responsável pela degradação da madeira.

Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro simulou, em laboratório, o mar poluído com plástico, o mesmo que é usado nos sacos de compras, e verificou que, nesse ambiente, a população de fungos aumentava à medida que a quantidade de plástico diminuía.

Em sete dias, o plástico degradou-se na ordem dos 70%, precisou a coordenadora da investigação, Teresa Rocha Santos, do Departamento de Química e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro.

O fungo, de aparência esponjosa e cor esbranquiçada, "é muito pequenino, e só vai procurar os plásticos como fonte de alimento se não tiver outras".

"Tendo no seu 'habitat' natural outras fontes de alimento, [o fungo] não vai procurar os plásticos. Mas também não há nada que nos diga que ele não esteja a degradá-los, só que não é em grande quantidade", assinalou a investigadora.

Para Teresa Rocha Santos, os resultados do trabalho de laboratório, publicados na revista da especialidade "Science of The Total Environment", podem ser promissores para destruir o plástico em pequenas estações de tratamento instaladas junto à costa e a estuários, onde o fungo "Zalerion maritimum" seria cultivado a uma escala maior, mas de forma controlada, para consumir o plástico que é recolhido e deitado dentro dessas estações.

A cientista disse que o método usado atualmente passa apenas por retirar o plástico das águas com redes e colocá-lo em aterros.

Depois de ter testado durante 28 dias o comportamento do fungo perante o plástico numa incubadora, com água do mar a 22ºC (temperatura ótima de crescimento do "Zalerion maritimum"), com agitação e enriquecida com alguns, mas poucos, nutrientes à base de açúcares e hidratos de carbono, a equipa partiu para uma experiência-piloto onde está a simular uma estação de tratamento de plásticos com o fungo.

"Estamos a simular, em testes em aquário, o ambiente de uma estação de tratamento. Só temos água do mar [sem nutrientes adicionais], fungo e os plásticos", apontou Teresa Rocha Santos, adiantando que são esperados resultados desta experiência em setembro.

Outros estudos terão de ser aprofundados, como o da eventual toxicidade das águas decorrente da decomposição do plástico. Na experiência inicial, a equipa científica não detetou vestígios de compostos tóxicos na água.

O trabalho coordenado pela Universidade de Aveiro tem a colaboração da Universidade do Porto e da Universidade Católica Portuguesa.

Fundação Calouste Gulbenkian
No próximo dia 29 de junho, pelas 18 horas, da Fundação Calouste Gulbenkian decorre a cerimónia de entrega da Bolsa de...

A abertura da cerimónia ficará a cargo do Prof. Manuel Abecasis, Presidente da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), do Prof. José Eduardo Guimarães, Presidente da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH) e do Dr. Tiago Amieiro, Diretor-Geral da Amgen Biofarmacêutica. Caberá ao Prof. Adalberto Campos Fernandes entregar o prémio.

Dirigida a investigadores nacionais ou estrangeiros a desenvolver projetos em instituições portuguesas, a Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo representa mais um importante passo no desenvolvimento do conhecimento sobre o mieloma múltiplo, uma doença hemato-oncológica rara, para a qual existe ainda necessidade de disponibilizar tratamentos mais efetivos que aumentem a sobrevivência e qualidade de vida dos doentes. Em Portugal, estima-se que a cada ano surjam 513 novos casos de Mieloma Múltiplo, segundo os dados publicados pelo Globocan, relativos ao ano 20121.

Nas palavras do Prof. Manuel Abecassis, Presidente da APCL, “Foi com grande entusiasmo que constatámos uma grande adesão por parte dos investigadores que desenvolvem os seus trabalhos em instituições portuguesas. Entre trabalhos de elevado rigor científico, foi com certeza uma tarefa árdua decidir qual o projeto vencedor.”

Segundo o Prof. José Eduardo Guimarães, Presidente da SPH, “Um dos objetivos da SPH passa por apoiar iniciativas de carácter técnico-científico na área hemato-oncológica, que permitam uma constante evolução em prol da qualidade de vida do doente. Estamos muitos satisfeitos e expectantes em relação ao vencedor.”

Para o Dr. Tiago Amieiro, Diretor-Geral da Amgen “Receber um total de 8 candidaturas é um sinal bastante positivo de que a comunidade científica se interessa e quer desenvolver a área do mieloma múltiplo. Na Amgen sentimo-nos honrados por podermos fazer parte deste projeto ao lado da APCL e SPH.”

1Globocan 2012 Estimated Cancer Incidence, Mortality and Prevalence Wordwide in 2012 http://globocan.iarc.fr/old/summary_table_site-html.asp?selection=17270&title=Multiple+myeloma&sex=0&type=0&window=1&europe=4&sort=0&submit=%C2%A0Execute%C2%A0

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Quase todas as regiões do país apresentam hoje risco ‘muito elevado’ e ‘elevado’ de exposição à radiação ultravioleta, segundo...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Penhas Douradas, Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Sines Aveiro, Porto, Funchal e Porto Santo (Madeira) Ponta Delgada (ilha de São Miguel), Angra do Heroísmo (Terceira) e Horta (Faial) estão com níveis ‘muito elevados’.

As regiões de Viana do Castelo, Vila Real e Viseu apresentam hoje risco ‘elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV) enquanto Braga e Santa Cruz das Flores (ilha das Flores, Açores) estão com níveis ‘moderados’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

Quanto ao estado do tempo, o IPMA prevê para hoje no continente céu com períodos de muita nebulosidade, com abertas na região Sul até ao início da manhã e a partir do meio da tarde e períodos de chuva ou aguaceiros nas regiões Norte e Centro, mais frequentes no litoral, podendo estender-se ao Alto Alentejo.

Está também previsto vento fraco a moderado do quadrante oeste, soprando por vezes forte nas terras altas, em especial a partir da tarde e pequena descida da temperatura máxima, em especial nas regiões do interior.

Para a Madeira prevê-se céu em geral pouco nublado e vento fraco a moderado do quadrante norte.

O instituto prevê para hoje nos Açores períodos de céu muito nublado, aguaceiros fracos e vento bonançoso a moderado.

No que diz respeito às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 17 e 24 graus Celsius, no Porto entre 16 e 22, em Vila Real entre 12 e 21, em Viseu entre 21 e 13, em Bragança entre 13 e 23, na Guarda entre 10 e 19, em Coimbra entre 16 e 23, em Santarém entre 16 e 27, em Castelo Branco entre 14 e 25, em Portalegre entre 12 e 24, em Leiria entre 17 e 23, em Évora e Beja entre 14 e 27, em Faro entre 16 e 30, no Funchal entre 20 e 25, em Ponta Delgada e na Horta entre 18 e 24 e em Santa Cruz das Flores entre 17 e 23.

No Porto
As redes sociais estão a ser utilizadas para publicitar o uso benéfico de drogas, alertaram ontem especialistas no Porto no...

“Quando se diz que mais vale fumar um charro de vez em quando do que cigarros, isto significa que algo está em marcha para passar uma mensagem. São ideias falseadas, mas que são muito difíceis de negar. Muito complicado, porque mesmo com dados e evidências não se consegue”, observou Jesus Cartel, coordenador científico da Clínica do Outeiro.

“As redes sociais estão a ser utilizadas para passar publicidade e fazer ‘marketing’ sobre o uso benéfico de drogas para o tratamento de doenças com resultados positivos para a saúde”, alertou por seu lado João Curto, presidente Associação Portuguesa de Adictologia, uma opinião partilhada por Jorge Barbosa, coordenador do Centro de Respostas Integradas Porto Oriental, do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos, durante um debate que decorreu na cidade do Porto.

Os especialistas referem ainda que os narcotraficantes utilizam ‘blogues’ para passarem a mensagem e aproveitam também a Internet para vender “canabinoides sintéticos”.

No âmbito da política atual para os comportamentos aditivos estão a ser discutidas três políticas, designadamente a reorganização de um serviço nacional, vertical e especializado na área dos comportamentos e dependências, a legalização da ‘cannabis’ e a implementação de salas de consumo assistido, explicou Jorge Barbosa, lamentando a extinção do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) e por um retrocesso na articulação para a prevenção.

Entre 60% a 66% dos dependentes de drogas que estão em tratamento têm doenças mentais, referiram ainda os especialistas.

Segundo Jesus Cartelle, coordenador científico da Clinica do Outeiro, em muitos casos a droga estimula o surgimento da doença, a patologia, mas refere que as pessoas já traziam fatores de risco.

Para apoiar os jovens a combater os estímulos nas redes sociais promovidos na Internet pelos narcotraficantes, os especialistas aconselham que é preciso desmistificar as mensagens dos benefícios na saúde, discutindo com os jovens esse assunto, pedindo, por exemplo, um nome de um médico a admitir cientificamente essas informações.

Trabalhar os limites de horários e os critérios de utilização da Internet e dos telemóveis com os jovens é outro dos conselhos deixados pelos especialistas, que debateram vários temas ontem à tarde durante mais de três horas na Associação Portuguesa de Mutualidades, no Porto, onde foi promovido um debate denominado “Ação Mundial por Comunidades Saudáveis Sem Drogas e visa assinalar o Dia Mundial do Combate às Drogas”.

No início deste mês, o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência revelava que mais de 93 milhões de europeus experimentaram algum tipo de droga ilícita em 2016.

Pelo terceiro ano consecutivo aumentou o número de casos de morte por ‘overdose’ na Europa e, só em Portugal, registaram-se em 2016, 39 mortes induzidas por droga.

A 'cannabis' é a droga mais experimentada, seguida da cocaína. No último ano 23,5 milhões consumiram ‘cannabis’, enquanto 87,7 milhões tiveram, ao menos, uma experiência.

Pedrógão Grande
O presidente da Administração Regional da Saúde do Centro, José Tereso, aconselhou as populações das zonas afetadas pelos...

"Bebam água engarrafada e, em termos de alimentação, devem comer produtos com garantia de qualidade por parte das instituições credíveis, com credenciais", que andam no terreno a distribuir ajuda, disse o presidente da Administração Regional da Saúde do Centro (ARSC), sublinhando que está a ser distribuída uma "brochura feita pelo departamento do Pinhal Interior" com indicações específicas para as populações da zona afetada pelo incêndio que começou no dia 17, em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e que provocou 64 mortos.

Segundo José Tereso, estão no terreno "delegados de saúde e técnicos de saúde ambiental para fazerem o diagnóstico da situação e a tomada de medidas com caráter imediato e urgente", nomeadamente a avaliação da qualidade da água de consumo e dos locais "onde possam ser cultivados produtos hortícolas para alimentação".

O presidente da ARSC disse ainda que as populações devem dirigir-se, "logo que possível, ao médico de família", no horário normal a que costuma funcionar.

José Tereso recordou que esta zona é marcada por uma população muito envelhecida, que normalmente tem múltiplas patologias - nomeadamente diabetes ou problemas cardiovasculares -, podendo estar descompensadas face ao incêndio que afetou a zona do interior norte do distrito de Leiria, sendo aconselhável a ida ao médico de família.

De acordo com o responsável, a ARSC está a trabalhar em articulação com as restantes entidades, nomeadamente os municípios, misericórdias e Segurança Social, para, através de equipas multidisciplinares, atuarem no terreno, "de forma organizada".

"Teremos um outro tipo de intervenção, em que se vai dar apoio primordial às povoações mais devastadas" dos concelhos afetados pelas chamas, frisou.

José Tereso sublinhou que, entre os dias 17 e 21 [quarta-feira], foram realizadas 785 consultas médicas nos centros de saúde dos concelhos afetados, sendo que as unidades de recursos assistenciais partilhados (URAP) e as unidades de cuidados de comunidade (UCC) estão "ativas, desde o primeiro minuto," garantindo "apoio social e psicológico", entre outras valências.

Com o apoio do INEM para casos de emergência e com a ajuda também do Hospital do Avelar e do hospital de campanha, foi possível assegurar que os centros de saúde estivessem abertos "24 horas" para garantir o atendimento médico necessário, vincou.

ASAE
A operação de fiscalização “Alimento na Linha”, dirigida pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica aos...

Segundo um comunicado da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), cerca de uma centena de operadores económicos, da área de restauração e bebidas e comercialização de géneros alimentícios, foram fiscalizados no sentido de se verificar o cumprimento das regras de segurança alimentar.

Dos 23 processos de contraordenação, destacaram-se como principais infrações “a ausência ou irregularidades no(s) processo(s) baseado nos princípios do HACCP [análise de perigos e controlo de pontos críticos], a violação dos deveres gerais da entidade exploradora do estabelecimento de restauração e bebidas, a falta de mera comunicação prévia, entre outras”, afirmou a ASAE.

Foi ainda determinada uma suspensão de atividade num estabelecimento de restauração e bebidas e apreendidos diversos produtos no valor aproximado de 700 euros.

Benefícios para a saúde
Para uma alimentação completa e saudável devemos ter em atenção a cor do que comemos. Graciela More
Cestas com vários legumes e vegetais

Por trás da cor dos alimentos, esconde-se informação sobre aquilo que contribui para a nossa saúde e bem-estar. Graciela Moreira, especialista em nutrição e cozinha, explica-nos que podemos classificar as frutas e legumes em cinco grupos organizados pela cor: verde, amarelo e laranja, vermelho, roxo e branco. Cada alimento dentro destes grupos contém substâncias concretas com efeitos funcionais e benéficos para a saúde.

Verde

O verde é a cor mais abundante na natureza. Está presente na alcachofra, acelga, brócolos, espinafres, alfaces, espargos, kiwi, abacate, etc. São alimentos ricos em magnésio, que favorece o relaxamento muscular e diminui a sensação de cansaço; ácido fólico, importante durante a gravidez, para que o bebé cresça adequadamente; luteína, um antioxidante; e fibra e potássio, que melhoram a digestão e previnem a prisão de ventre e doenças cardiovasculares.

Amarelo e Laranja

As frutas e legumes destas cores ajudam a manter uma pele saudável e a reforçar o nosso sistema imunitário. Neste grupo, encontramos a cenoura, a abóbora, a manga, os cítricos ou o pêssego. Estes alimentos contêm antioxidantes como: beta-caroteno, que nutre e protege a pele; potássio, ácido fólico e vitamina C, um poderoso antioxidante que ajuda na absorção de ferro.

Vermelho

Este grupo é composto por alimentos como o tomate, o pimento vermelho, o morango ou a framboesa. São uma grande fonte de vitamina C, magnésio e ainda contêm fitoquímicos, que previnem vários tipos de cancro e ajudam a diminuir o risco de doenças do sistema urinário.

Roxo

Os alimentos desta cor combatem o envelhecimento e diminuem o risco de alguns tipos de cancro. A este grupo pertencem alimentos como a beterraba, a beringela, o mirtilo, a ameixa, o figo, a amora ou uva preta. São ricos em antioxidantes e fitoquímicos.

Branco

Alho, cebola, alho-francês, pepino, cogumelos, couve-flor, maçã e melão são alguns dos alimentos brancos que contêm fotoquímicos como as antoxantinas ou a inulina. Estes ingredientes naturais estão associados à prevenção de acidentes cardiovasculares e de acidentes vasculares cerebrais.

Apesar destas características diferenciadas, todos os legumes e frutas dispõem de benefícios comuns: são depurativos, têm baixa quantidade de sódio e um alto teor em água, o que favorece a diurese. Para além disso, graças à fibra, ajudam a regular a função intestinal, a glicemia e o colesterol. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Incêndios
Seis dos 23 doentes ainda internados no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) na sequência dos incêndios que...

Numa nota escrita enviada à Lusa, o CHUC diz que estão internados 23 doentes, 16 deles no Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva e Queimados.

Destes, nove estão na Unidade de Queimados, sendo que seis estão ventilados e com prognóstico reservado e três não ventilados e estáveis.

Um doente encontra-se internado no Serviço de Cirurgia A, polo Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) – CHUC e um outro doente está internado no Serviço de Medicina Interna A, polo HUC - CHUC.

Quatro doentes estão internados em serviços do Hospital Geral (Covões) – CHUC e uma criança está internada no Serviço de Cirurgia e Queimados do polo Hospital Pediátrico - CHUC e está estável.

Dois grandes incêndios atingiram a região Centro no dia 17, com começos em Góis (distrito de Coimbra) e Pedrógão Grande (Leiria), e só foram extintos no sábado.

O incêndio que deflagrou em Pedrógão GRande provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

Boletim de saúde oral
O Governo vai criar um boletim de saúde oral eletrónico e passar a emitir cheques dentista por via digital, através do...

Segundo o novo programa Simplex+ 2017, pretende-se que os cheques dentista passem a ser enviados para o telemóvel ou correio eletrónico do encarregado de educação das crianças que usufruam deste apoio.

A nova funcionalidade vai permitir ainda que mensalmente seja reenviada para o encarregado de educação uma mensagem, recordando a possibilidade de usar o cheque dentista.

“Pretende-se a desmaterialização dos cheques, evitar o extravio e esquecimento do cheque e aumentar o uso dos cheques dentista”, refere o Simplex+, numa das 172 novas medidas previstas.

As crianças de sete, dez e 13 anos que frequentam a escola pública têm direito a cheques dentista, que abrangem ainda jovens de 16 e 18 anos, que podem voltar a usufruir dos cheques desde que já tenham beneficiado do programa. Grávidas e idosos que recebem o complemento solidário estão também abrangidos.

O Governo tem ainda previsto criar um boletim de saúde oral a disponibilizar na área do cidadão do Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pretendendo que a medida comece a ser aplicada no segundo trimestre de 2018.

Também para o segundo trimestre próximo ano, está previsto criar o calendário digital de saúde, através do qual será possível gerir alertas de vacinação e atividades de rastreio, como por exemplo da retinopatia diabética, cancro do cólon e reto, cancro do colo do útero, infeção VIH/sida ou cancro da mama.

O Simplex+ 2017 estabelece também a criação de uma plataforma eletrónica interativa entre os ministérios da Saúde e da Justiça, “que contemple o circuito dos pedidos de relatórios clínicos por parte dos tribunais aos hospitais, para decisão de processos em curso, e a sua disponibilização digital pelos hospitais”.

A ideia é diminuir os tempos de resposta entre o pedido e a sua disponibilização.

Lisboa e Vale do Tejo
A construção do Hospital de Proximidade de Sintra vai ser financiada pelo município em 29,6 milhões de euros, mas toda a região...

“Este é um investimento que ficará repartido quase meio por meio, a câmara avança de imediato com a parte do edificado, nós colaboraremos nos projetos, nas especificações técnicas, depois equiparemos o hospital, dotaremos o hospital de recursos humanos, e toda a região de Lisboa e Vale do Tejo vai beneficiar”, afirmou Adalberto Campos Fernandes.

O governante, que falava após a assinatura do acordo de colaboração entre o município de Sintra (distrito de Lisboa) e os ministérios das Finanças e da Saúde, salientou que os portugueses têm de perceber que o país “está a sair de um período muito difícil”.

“É preciso falar aos portugueses desta forma, explicar que nós não somos um país de recursos ilimitados, e quando estas oportunidades existem, não apenas em Sintra, nós temos neste momento 79 centros de saúde a ser feitos no país e a esmagadora maioria é feita em parceria com as autarquias, portanto eu diria que é um bom trabalho e um bom caminho”, vincou.

Segundo Adalberto Campos Fernandes, a construção do Hospital de Proximidade de Sintra vai beneficiar a região de Lisboa e também o concelho da Amadora, porque o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) “tem de continuar a ter o investimento possível, precisa de cumprir a sua missão de hospital diferenciado, naturalmente, mas sem o sufoco a que foi submetido nos últimos anos”.

O ministro adiantou que o Governo deu orientações para que o novo concurso do Hospital de Cascais passe também a incluir pela totalidade as oito freguesias de Sintra, que “até agora apenas incluía na área materno-infantil”, de modo a assegurar uma melhor prestação de cuidados de saúde em articulação com o hospital de Amadora-Sintra.

“Acredito que a construção deste hospital melhorará a prestação de cuidados de saúde aos habitantes do concelho de Sintra”, admitiu, por seu lado, o ministro das Finanças, Mário Centeno.

O ministro sublinhou a importância de manter a política de equilíbrio das finanças públicas e de se apostar em “projetos que racionalizem a oferta dos cuidados de saúde”.

“Se não fosse assim, nós não teríamos hospital, claro que não. O hospital não estava inscrito no Orçamento do Estado e portanto foi uma negociação difícil, bastante difícil, foi um caminho cheio de dificuldades, mas que foram resolvidas”, reconheceu o presidente da Câmara de Sintra.

Para Basílio Horta (PS), “é a primeira vez no país que uma câmara municipal entrega ao Estado, ao Ministério da Saúde, um hospital feito chave na mão”, mas “o Governo não só o equipa, com mais de 21 milhões de euros, como o mantém, [com] mais 25 milhões”.

“Temos uma virtuosíssima parceria público-público”, frisou o autarca, questionando por que razão, se o Estado pode fazer parcerias público-privadas, não poderia fazer uma parceria com a administração local.

Segundo o acordo de colaboração aprovado pelo executivo municipal em 19 de junho, com voto contra da CDU, a autarquia investe 29,617 milhões de euros na “conceção e construção do Hospital de Proximidade de Sintra” e o Estado assume 21,660 milhões com “aquisição e instalação do equipamento”.

O documento aponta para a conclusão da construção da nova unidade hospitalar durante “janeiro de 2021”.

De acordo com a programação dos trabalhos, o município será responsável pelo projeto, fiscalização e obra, com início no “segundo semestre de 2017”, e o Estado assegura o equipamento geral, médico e informático, a partir do “primeiro trimestre de 2020”, num total estimado de 51,2 milhões de euros.

A câmara e a assembleia municipal aprovaram, em fevereiro deste ano, a cedência gratuita à Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo de uma área 59.500 metros quadrados para a instalação do novo hospital na zona da Cavaleira, na freguesia de Algueirão-Mem Martins, junto ao Itinerário Complementar (IC) 16.

O acordo assinado hoje estabelece que a nova unidade funcionará “em estreita articulação” com o Hospital Fernando Fonseca, com serviços de urgência básica, consultas externas diferenciadas, unidade de cirurgia ambulatória e meios complementares de diagnóstico e terapêutica.

O documento também se prevê “duas unidades de convalescença com um total de 60 camas” e o funcionamento do serviço de consulta externa todos os dias úteis e da urgência 24 horas por dia, em estreita articulação com o Fernando Fonseca e o Agrupamento de Centros de Saúde de Sintra.

Exportações
O ministro da Saúde avisou hoje as empresas do setor que o Serviço Nacional de Saúde não é o único potencial cliente,...

“Na fileira exportadora, a área da saúde é um caso de sucesso. Crescimentos a dois dígitos e quase 1,5 mil milhões de euros de exportação”, afirmou Adalberto Campos Fernandes, sublinhando que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “não é o único potencial cliente”.

Na área do medicamento, há empresas industriais em Portugal nas quais 70 a 80% da sua atividade é exportação, exemplificou.

“Não apenas no medicamento, também na área dos dispositivos médicos ou das tecnologias de informação”, acrescentou o ministro em declarações aos jornalistas no final da conferência “+ Saúde na Economia / + Economia na Saúde”, uma iniciativa conjunta do Ministério da Saúde e do Ministério da Economia sobre a internacionalização das indústrias da saúde em Portugal.

Para Adalberto Campos Fernandes, é possível que as empresas portuguesas “expandam mais e criem mais valor, saindo dos limites das fronteiras”.

Na área dos ensaios clínicos, os especialistas reunidos hoje na conferência que decorreu em Lisboa concluíram que é urgente desenvolver mais a investigação clínica em Portugal.

Além disso, definiram como prioritário inverter a pirâmide dos ensaios clínicos, que no país são na sua esmagadora maioria de fase III, estimulando e fazendo crescer os de fases I e II.

A fase I refere-se ao uso do medicamento pela primeira vez em um ser humano, com uma população reduzida de doentes. Na fase II usa-se uma amostra mais alargada e tem-se por objetivos principal determinar a eficácia e o perfil de segurança. Já na fase III, faz-se a comparação do medicamento experimental com o tratamento considerado padrão.

Os peritos hoje reunidos concluíram que são precisos “incentivos reais” às instituições e profissionais para aumentar os ensaios clínicos, além de aconselharem ao investimento em ensaios a decorrer ao nível dos cuidados de saúde primários (centros de saúde).

Instituto Nacional de Estatística
A despesa corrente dos hospitais públicos aumentou 2,3% em 2015, invertendo a tendência de diminuição que se observava desde...

De acordo com a Conta Satélite da Saúde, hoje divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), nesse ano diminuiu 3,1% a despesa dos prestadores públicos de cuidados de saúde em ambulatório, devido aos “decréscimos dos custos com o pessoal”.

O documento refere que, em 2015 e 2016, a despesa corrente em saúde aumentou 3,1% e 2,7%, respetivamente.

“Em ambos os anos a taxa de crescimento nominal foi inferior à do Produto Interno Bruto (3,7% em 2015 e 3% em 2016), tendência que se observa desde 2010”, refere o INE.

No mesmo período, “a despesa corrente pública em saúde cresceu mais intensamente que a despesa corrente privada. Em 2015, a despesa corrente pública e privada aumentaram 3,3% e 2,7%, respetivamente”.

Em 2016, e segundo resultados ainda preliminares, registou-se um aumento da despesa corrente pública em 2,8%, mais do que a estimada para a despesa privada (2,6%).

A Conta Satélite da Saúde refere que, em 2014, a despesa corrente pública representou 66,1% da despesa corrente e que, em 2015 e 2016, a importância relativa da despesa corrente pública aumentou para os 66,2%.

Em 2016, prossegue o documento, a despesa corrente pública e privada per capita atingiram 1.061,15 euros e 540,74 euros, respetivamente.

Em relação ao aumento da despesa corrente dos hospitais públicos em 2015, este “deveu-se, principalmente, ao aumento da despesa em consumo intermédio (em produtos farmacêuticos - medicamentos inovadores utilizados no tratamento de doenças oncológicas, SIDA e hepatite C - e em material de consumo clínico)”.

Também a despesa dos hospitais privados e dos prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório cresceram em 2015, observando-se taxas de variação de 7,4% e 3,8%, respetivamente.

O mesmo documento indica que, entre 2014 e 2016, 64,9% da despesa corrente em saúde foi financiada através dos regimes de financiamento das administrações públicas.

Nesse período, os regimes de financiamento voluntário (seguros de saúde voluntários, os regimes das sociedades e os regimes das instituições sem fim lucrativo) “suportaram, em conjunto, em média, 6,2% da despesa corrente em saúde”.

Estes indicadores referem que, em 2014 e 2015, “as famílias concentraram, em média, 89,4% da despesa corrente em saúde. Esta foi canalizada para prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório, em farmácias, em hospitais privados e em todas as outras vendas de bens médicos”.

Incêndios
O ministro da Saúde assegurou hoje, em Sintra, que vai ser prestado apoio psicológico às populações afetadas pelos incêndios na...

“A ARS [Administração Regional de Saúde] está a rever o que foi feito, até aqui eu sei, tenho conhecimento de que foram já feitos neste processo mais de 840 atendimentos pelas diferentes equipas de psicologia”, afirmou o ministro Adalberto Campos Fernandes.

O governante, que falava à margem da apresentação do futuro Hospital de Proximidade de Sintra, a ser construído pelo município em colaboração com os ministérios da Saúde e das Finanças, acrescentou que o presidente da ARS do Centro está reunido com as diferentes estruturas “para adaptar o dispositivo, porque em cada dia que passa a realidade vai mudando”.

“O incêndio já está extinto, mas há agora um trabalho enorme a fazer, que tem que ser feito, que é apoiar as pessoas no concreto, a visitação das aldeias onde há pessoas que estão com alguma dificuldade de apoio, e portanto vai haver apoio domiciliário, apoio pela saúde pública, pelos cuidados de saúde primários”, frisou.

O ministro da Saúde adiantou que esteve em contacto no fim de semana com o presidente da ARS, que se encontra a trabalhar com os centros hospitalares Universitário de Coimbra e de Leiria para ajustar a resposta às necessidades das populações.

“O apelo que o senhor presidente de câmara fez não só tem de ser ouvido como tem de ser respondido de imediato”, afirmou Adalberto Campos Fernandes, em resposta ao pedido do autarca de Pedrógão Grande sobre a necessidade de psicólogos no terreno.

“Eu diria que o trabalho do ponto de vista da saúde, o trabalho mais importante começa com o fim do sinistro”, salientou o governante.

O incêndio que deflagrou a 17 de junho, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois.

O fogo atingiu também os concelhos de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, e chegou aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.

Também um incêndio de grandes dimensões deflagrou em Góis (distrito de Coimbra), alastrando-se até Arganil e Pampilhosa da Serra. Este fogo também lavrou durante uma semana.

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