ASAE
Água oxigenada servia para disfarçar má qualidade e higiene do leite, informa a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), através da Unidade Regional do Centro, realizou várias ações de fiscalização junto de diversas explorações pecuárias, com o objetivo de verificar as condições de armazenamento e transporte de leite cru, com destino a unidades industriais de fabrico de queijo, por forma a garantir a Segurança Alimentar, escreve o Sapo.

As investigações dirigidas a vários produtores de leite e, que decorreram durante os últimos dois meses, iniciaram-se com a deteção de uma viatura para transporte do leite sem qualquer sistema de refrigeração, adianta o organismo em comunicado.

No decurso das operações, foram "realizadas análises às amostras ao leite que se encontrava a ser transportado revelando as mesmas a adição de peróxido de hidrogénio, vulgo, água oxigenada, suspeitando-se que a mesma estaria a ser utilizada para ocultar a má qualidade higiénica do leite, em vez da utilização de refrigeração, facto este confirmado pela temperatura medida aquando das inspeções", explica a ASAE.

"Como resultado da ação foi instaurado um processo por suspeita de crime contra a genuinidade, qualidade ou composição de géneros alimentícios, em concurso com infrações de natureza contraordenacional, nomeadamente o incumprimento dos requisitos de temperatura durante o processo de produção, recolha e transporte de leite cru e a falta de requisitos de higiene do leite", acrescenta a nota de imprensa.

"Foram apreendidos 830 litros de leite cru e 40 litros de água oxigenada, num valor que ronda os 800 euros", conclui.

Estudo
Cientistas espanhóis identificaram uma proteína do cancro que controla a disseminação da doença a partir da pele para outros...

A partir de ratos de laboratório geneticamente modificados para desenvolver cancro de pele humana, a equipa descobriu que a proteína em causa desempenha um papel importante na promoção ou inibição da metástase - quando o cancro se espalha de uma área (ou órgão) para outra.

A Midkine é uma proteína secretada pelos melanomas, o tipo mais grave de cancro de pele, antes de se transportar para uma parte diferente do corpo e aí iniciar a formação de um novo tumor (o tumor secundário), concluíram os investigadores. Em humanos, segundo o Sapo, os cientistas detetaram níveis elevados de Midkine nos gânglios linfáticos de pacientes com cancro de pele, dando mais um indício do início do processo de metastização, informou a equipa na revista científica Nature.

Segundo os cientistas, isso aconteceu quando ainda não havia células tumorais nos gânglios linfáticos, comenta Marisol Soengas, do Centro Nacional de Pesquisa do Cancro em Madrid, coautora do estudo.

A deteção precoce do melanoma é fundamental, uma vez que depois do processo de metastização o prognóstico do paciente geralmente é desfavorável.

Os cientistas acreditaram durante vários anos que o melanoma atingia os órgãos que pretendia colonizar através dos vasos linfáticos. No entanto, remover os gânglios linfáticos próximos de um melanoma não evita a formação de metástases.

Neste estudo, observou-se que a Midkine se dirigiu diretamente para o novo local do cancro independentemente da formação de vasos linfáticos à volta do tumor original. "Estes resultados indicam uma mudança de paradigma no estudo da metástase do melanoma", comenta Soengas. Os cientistas não sabem, no entanto, se a Midkine é transportada através do sangue, da linfa ou de ambos.

Entidade Reguladora da Saúde
O impacto da diretiva que desde 2014 permite o reembolso das despesas dos portugueses com cuidados de saúde noutros Estados...

De acordo com a “Análise do Impacto da Diretiva dos Cuidados de Saúde Transfronteiriços”, da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), este “tem sido bastante reduzido em Portugal, não figurando assim como um mecanismo que efetivamente aumenta de forma significativa o acesso aos cuidados de saúde”.

O documento refere que, entre 2014 e 2016, foram deferidos dois pedidos de autorização prévia, que culminaram na deslocação de dois utentes portugueses a Itália e ao Reino Unido.

Cinco outros utentes pediram reembolso para cuidados que realizaram no estrangeiro, mas os pedidos foram indeferidos, prossegue a análise da ERS.

Em relação às entradas de doentes em Portugal, em 2015 foram registados 153 pedidos de reembolso de cuidados prestados por doentes oriundos da Suécia, 68 da Dinamarca, 30 da Bélgica, 14 da Noruega e sete do Reino Unido

De acordo com a ERS, entre as causas para esta reduzida procura conta-se “a falta de informação” sobre esta possibilidade, a dificuldade de compreensão dos procedimentos subjacentes à sua utilização e “a existência de constrangimentos financeiros que inviabilizam a deslocação e estada no estrangeiro e o adiantamento do valor dos cuidados”.

Segundo a lei que estabelece as normas de acesso a cuidados de saúde transfronteiriços, os beneficiários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm direito ao reembolso das despesas diretamente relacionadas com tratamentos prestados noutro Estado-membro da União Europeia, desde que sejam tidos como cuidados de saúde que caberia ao Estado português garantir, através da sua estrutura de saúde pública.

O diploma estabelece que as prestações de saúde com direito a reembolso são as previstas na tabela de preços do SNS, mas salvaguarda que este direito (ao reembolso) “pressupõe a existência de uma avaliação prévia por um médico de medicina geral e familiar” do SNS ou por serviços regionais de saúde que “determinem a necessidade dos cuidados”.

Um inquérito por questionário empreendido pela ERS junto de utentes e profissionais do setor da saúde apurou que “a grande maioria dos respondentes não tenciona recorrer a cuidados de saúde fora de Portugal e que o nível de conhecimento dos utentes sobre esta matéria é inadequado”.

“A reduzida procura de cuidados transfronteiriços poderá também decorrer do facto das despesas associadas à deslocação e estadia não estarem cobertas, dos utentes terem que adiantar o valor dos cuidados, e de ser apenas reembolsado o valor que os cuidados teriam custado em Portugal, de acordo com as regras previstas para utilização da Diretiva”, lê-se no documento da ERS.

Governo
O Conselho de Ministros aprovou hoje a alteração da composição da Comissão de Candidatura Nacional para a instalação da Agência...

Na conferência de imprensa do Conselho de Ministros de hoje, a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, anunciou que foi aprovada a resolução que altera a composição da Comissão de Candidatura Nacional para a instalação da Agência Europeia do Medicamento, que passa a integrar representantes das cidades de Lisboa e do Porto.

Tendo presente o calendário que fixa que as candidaturas dos Estados-membros têm que ser oficialmente apresentadas até 31 de julho de 2107, o Governo acrescenta, em comunicado do Conselho de Ministros, que "a Comissão de Candidatura Nacional apresentará brevemente elementos que permitam a decisão sobre qual a cidade que Portugal vai candidatar para acolher a Agência Europeia de Medicamentos".

De acordo com a mesma nota, "procede-se assim à reformulação de composição da Comissão de Candidatura Nacional, associando a Câmara Municipal do Porto, promovendo-se o consenso no processo de avaliação e decisão interna de candidaturas que irá decorrer à luz dos procedimentos de relocalização endossados pelo Conselho Europeu de 22 e 23 de junho".

"Mantendo-se o imperativo de um alinhamento estratégico comum entre as várias entidades nacionais relevantes que permita que Portugal apresente uma frente de candidatura abrangente e coerente nos propósitos e na mensagem a difundir, foi decidido atender à manifestação de vontade da cidade do Porto no sentido de acolher a Agência Europeia de Medicamento", refere ainda o comunicado do Conselho de Ministros.

Em 19 de junho, a Câmara do Porto anunciou que aceitou integrar esta comissão, nomeando para essa missão o ex-presidente do Infarmed Eurico Castro Alves e o vereador Ricardo Valente.

Depois da polémica que gerou a decisão do executivo de candidatar Lisboa para a instalação da Agência Europeia do Medicamento, o Governo decidiu, em 17 de junho, reabrir o processo de candidatura de Portugal para incluir também a cidade do Porto.

De acordo com uma nota do ministério então revelada, o Governo decidiu reabrir o processo de candidatura, referindo que só o Porto, a par de Lisboa, "parece reunir condições para uma candidatura muito exigente e competitiva em termos europeus".

"Neste contexto, o Governo tomou a iniciativa de contactar a Câmara Municipal do Porto para que a cidade se associasse, no âmbito da Comissão de Candidatura Nacional, ao processo de avaliação que irá decorrer à luz dos critérios oficiais definitivos", lia-se na nota.

A reabertura do processo de candidatura de Portugal, de modo a incluir também o Porto, pretende, segundo o Governo explicou, "gerar soluções alternativas qualificadas, promotoras de uma única candidatura nacional, forte e afirmativa em termos europeus".

Estudo
São boas notícias para quem tem fobia a agulhas. Investigadores da Universidade de Emory, na Geórgia, EUA, desenvolveram um...

É uma nova alternativa à vacinação convencional: um penso pequeno, com micro-agulhas (mas indolor), semelhante a um penso rápido. Um estudo publicado na revista científica The Lancet provou que, para além da aplicação ser igualmente eficaz, os voluntários preferiram o novo método ao tradicional.

São boas notícias para quem tem fobia a agulhas, escreve o Observador. Os investigadores da Universidade de Emory, na Geórgia, EUA, que desenvolveram este método confortável, dizem que ele serve de proteção ao vírus da gripe de forma equivalente à toma da vacina. Trata-se de um pequeno penso que, segundo os seus criadores, é mais barato, pode ser enviado pelo correio e permite que as pessoas se auto-vacinem em casa. Para além disso, não precisa de refrigeração pois consegue manter-se estável, durante um ano, a uma temperatura até 40ºC.

“Este produto, que pode ser auto-administrado e tolerado por todos, tem potencial para melhorar a cobertura da vacinação da gripe na população”, disse Nadine Rouphael, co-autora do estudo, num vídeo explicativo ao canal de Youtube do Instituto de Tecnologia da Geórgia.

Para o estudo foram recrutadas 100 pessoas, de idades compreendidas entre os 18 e os 49 anos, que ainda não tivessem sido vacinadas contra o vírus da gripe. Os voluntários foram distribuídos aleatoriamente por quatro grupos: um que recebeu a tradicional vacina no músculo do braço, e três que receberam os pensos: um administrado por profissionais, outro pelos próprios e, por fim, um que ficou com o penso placebo. Este era removido após 20 minutos, depois da dissolução das micro-agulhas.

As respostas dos anticorpos geradas pela vacina, através da análise de amostras de sangue, foram semelhantes aos grupos que receberam injeção. Cerca de 96% dos voluntários afirmaram que o método era indolor, sendo que 70% deles disseram preferir o penso à injeção. Para Mark Prausnitz, professor do Engenharia Química e Biomolecular do Instituto de Tecnologia da Geórgia, a criação pode ter bons resultados. “Um dia, esperemos num futuro próximo, será muito mais fácil para as pessoas ter acesso às vacinas”, afirma.

Tudo o que precisa saber
Vários estudos indicam que a toma de suplementos nutricionais sem necessidade de suplementação extra

De acordo com o Decreto-Lei nº136/2003, de 28 de Junho, republicado a 23 de Junho de 2015, os suplementos alimentares “são géneros alimentícios que se destinam a complementar e/ou suplementar o regime alimentar normal e que constituem fontes concentradas de determinadas substâncias nutrientes ou outras com efeito nutricional ou fisiológico, estremes ou combinadas” comercializadas em forma doseada. Podem encontrar-se disponíveis em cápsulas, pastilhas, comprimidos, pílulas “e outras formas semelhantes de líquidos ou pós, ampolas de líquido, frascos com conta-gotas”.

Os ingredientes utilizados na sua composição encontram-se autorizados pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA), excepto quando se tratam de novos alimentos. Um novo alimento é, neste sentido, definido como um alimento que não tem uma história significativa de consumo na União Europeia até 15 de maio 1997, estando sujeito a uma avaliação de segurança antes de ser colocado no mercado.

“Na maioria dos países europeus estes produtos - os suplementos alimentares - encontram-se notificados junto da Autoridade Nacional competente, sendo esta, no caso de Portugal, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV)”, começa por explicar Pedro Lôbo do Vale, presidente da Associação Portuguesa de Alimentação Racional e Suplementos Alimentares, que descreve este como processo “moroso”. “Envolve a descriminação de todos os ingredientes do produto, das alegações nutricionais e de saúde constantes no rótulo (caso existam), bem como de outras informações – dados do notificante, do distribuidor e fabricante – e dados referentes a notificações prévias do suplemento alimentar noutros países da União Europeia”, acrescenta.

De acordo com o especialista, só após rigorosa avaliação são colocados no mercado.

“Regularmente a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) recolhe, junto dos operadores económicos, vários produtos para serem analisados – por exemplo, relativamente aos metais pesados – verificando se cumprem todos os limites e requisitos estabelecidos na lei”, refere o especialista em Medicina Geral e Familiar que reforça a necessidade destes se distinguirem dos fármacos “controlados pelo INFARMED e cuja avaliação é obrigatoriamente mais intensa devido aos potenciais riscos de interações e efeitos secundários, característicos do estatuto do medicamento”.

Muito procurados, sobretudo pelos seguidores de um estilo de vida saudável que crêem nos benefícios e segurança dos produtos naturais, a verdade é que, embora raros, alguns não estão totalmente isentos de riscos e há até substâncias proibidas.

“A maioria das pessoas reconhece nos produtos naturais algum tipo de ação benéfica no organismo, que irá contribuir para melhorar o estado de saúde, o que, em muitos casos é verdade”, afirma Pedro Lôbo do Vale.

De acordo com o especialista, quando comparado, o suplemento alimentar ou produto natural que “existe com a mesma função que um determinado medicamento”, terá  muito menos efeitos secundários.

A ideia de que um suplemento alimentar é sinónimo de produto natural está, no entanto, relacionada com a origem das matérias-prima, diz-nos o senso comum.

“Atendendo a esta definição, mesmo tendo em conta que a grande maioria dos suplementos alimentares são preparados em laboratório, a sua essência é, de facto, natural”, refere.

“Os comprimidos de Valeriana não têm apenas raiz de Valeriana prensada, têm um extrato, que consiste numa preparação laboratorial, mas efetivamente a essência do suplemento alimentar é um componente que existe naturalmente, no caso a raiz de uma planta. Ou, noutros casos, quando os ingredientes utilizados em são idênticos a componentes que existem naturalmente no nosso organismo, como é o caso da “isoflavonas” de soja que são estruturalmente semelhantes aos estrogénios femininos”, explica.

Quanto à sua fiabilidade e segurança, o especialista afirma que os casos reportados de risco para a saúde pública são “praticamente inexistentes e muito inferiores” até a alguns alimentos, dando como exemplo os casos de encefalopatia espongiforme bovina, nitritos em enchidos, azeite adulterado, brucelose, salmonelose ou dioxinas em ovos registados.

A lista das proibições recai sobre todas as substâncias tóxicas, presentes na natureza. “Efedra, cicuta, digitalis, entre muitas outras, não fazem parte dos ingredientes permitidos em suplementos alimentares”, adverte.


A toma de um suplemento alimentar é feita, em média, por um perído de três meses.

Suplementação extra: não é comum haver sobredosagem de nutrientes

Alguns estudos revelam que a toma de suplementos nutricionais sem necessidade de suplementação extra tem vindo a aumentar, nos últimos anos. Em Portugal, dados recentes indicam que uma larga percentagem da população utiliza ou já utilizou estes produtos sob a forma de comprimidos, xaropes ou extratos.

“Quando uma pessoa procura um suplemento alimentar, procura-o tendo em conta algum problema em concreto para promover o seu bem-estar ou como preventivo”, justifica o presidente da Associação Portuguesa Alimentação Racional e Suplementos Alimentares.

Os suplementos de equinácea, vitamina D ou C e zinco são os mais procurados, no Inverno, para reforçar o sistema imunitário. Valeriana e passiflora são utilizadas para melhorar o sono e os multivitamínicos constam da lista do produtos mais procurados pelos desportistas/atletas que pretendem melhorar a sua performance. Em qualquer dos casos, o seu consumo raramente é considerado excessivo.

“Relativamente aos perigos de um possível excesso de consumo de vitaminas e minerais, raramente os suplementos alimentares ultrapassam, em muito, o valor de referência do nutriente. Por tal razão, não é comum haver sobredosagem de nutrientes, muito pelo contrário”, afiança o especialista que dá como exemplo o facto de que metade da população portuguesa apresenta carência de vitamina D podendo beneficiar com a sua suplementação.

De acordo com Pedro Lôbo do Vale, o mais importante a ter em atenção é que a toma regular dos suplementos alimentares seja feita tendo em conta os limites diários indicados pelo fabricante. “Em caso de dúvida, deve contactar o técnico de saúde ou o médico”, aconselha.

“Se houvesse, efetivamente, risco iminente decorrente da toma de algum suplemento alimentar, a própria FDA (Food and Drug Administration), no caso dos EUA, ou a EFSA (Autoridade para a Segurança Alimentar Europeia), na Europa, teriam interdito ou restringido o seu uso. Note-se, por exemplo, o alerta veículado pela Organização Mundial de Saúde em relação ao consumo excessivo de carne”, justifica.

No entanto, para este especialista é importante que procure ajuda especializada antes de recorrer à suplementação. “Mais do que ter cuidado, é necessário perceber se o suplemento alimentar é indicado para o objetivo que motiva a sua toma. Por exemplo, em caso de risco de desenvolvimento de problemas de foro cardiovascular será indicado tomar um suplemento alimentar à base de Ómega-3. Por outro lado, quem toma um suplemento para promoção de energia deve ter em conta se sofre de hipertensão ou taquicardia”, explica.

Ler com atenção os folhetos informativos, cumprir as dosagens indicadas e contar com a supervisão de um especialista são as regras essenciais para uma suplementação segura.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Junho é o mês da fertilidade. Para assinalar a data, o IVI apresenta um estudo intitulado “As motivações das dadoras de óvulos”...

Espírito altruísta das dadoras
A dadora atual é uma mulher jovem, sensibilizada de um modo geral para a importância da solidariedade na nossa sociedade e em particular para a problemática da infertilidade. “É muito frequente que partilhe connosco que já é dadora de sangue ou medula óssea. Ou que nalgum momento da sua vida já se cruzou com alguém que teve dificuldades em engravidar. Esse facto tocou-lhe e quis informar-se mais acerca do tema”, explica a autora do estudo.

Os números confirmam a tendência, 75% das dadoras de óvulos, doam por altruísmo. “Conheço quem não pode ter filhos, e contribuir com a minha ajuda pode mudar a vida de alguém. É a felicidade de um casal”, partilhou uma dadora da clínica.

Onde procuram informação
Apesar da doação de óvulos ser um tema para o qual ainda é necessário um longo trabalho de sensibilização. No IVI notamos que hoje a dadora nos chega muito mais esclarecida. Pesquisa na internet, conversa com algumas amigas e amigos, fala com o companheiro ou com alguém da família, que a incentivam e reforçam o seu orgulho num gesto que pode ter um impacto tão significativo na vida de alguém. Por vezes já abordou o tema com o médico de família e/ou ginecologista e vem devidamente informada.

Quando vem a uma primeira consulta, de um modo geral, já vem informada. “Coloca questões muito específicas e procura tranquilizar-se em relação aos efeitos do tratamento e eventuais riscos. Coloca algumas questões acerca da vivência de quem está do outro lado do tratamento -  a mulher recetora - mostrando-se solidária e empática”, reforça a psicóloga clínica.

Algumas dadoras vêm porque uma amiga que já doou as incentiva a vir. Vêm confiantes e motivadas. Tranquilas porque a amiga partilhou o processo com elas e seguras pelo acompanhamento que na clínica é proporcionado. Prevalece o sentimento de poder ajudar outra mulher em algo que é tão profundo e transformador na vida de uma pessoa como ter um filho.

Quando já tem filhos deseja ajudar outra mulher a engravidar, mostra-se solidária referindo “deve ser terrível não conseguir, se eu posso e não me prejudica, não tenho porque não fazê-lo”, “todas as mulheres que realmente o desejam deviam poder ser mães”, conta-nos a Dra. Filipa Santos.

A recompensa económica
Para algumas mulheres a recompensa também é um fator que pesa na sua decisão, no entanto, no fim do processo o que guardam para si é o contributo que mudou a vida de alguém. “No estudo que desenvolvemos apenas 25% das dadoras de óvulos, alegam que a recompensa as incentivou num primeiro momento a procurar informação e depois se associa a outras motivações como a possibilidade de ajudar e também a realização de exames médicos”, detalha a autora do estudo.

“Doei porque penso que sabe bem ajudar quem precisa, pois um dia podemos ser nós a precisar. A questão económica pode ser uma ajuda”, conta uma dadora.

São mulheres conscientes que a doação de óvulos é um contributo essencial para que alguém consiga ter um filho, como uma peça do puzzle sem a qual o puzzle não pode existir, ao mesmo tempo não sendo o todo do puzzle. Sabem que há outros intervenientes e que há uma série de etapas que têm de ocorrer para alcançar o objetivo final da tão desejada gravidez.

Em conclusão, “durante o estudo concluímos que de uma forma geral as dadoras de óvulos sentem-se bem com o processo, sentem-se muito acompanhadas e seguras”, reforça a autora do estudo. 

Recorde-se que a doação é um ato voluntário, solidário e altruísta, existindo uma compensação económica pelos incómodos causados, cujo valor é fixado por lei e foi atualizado no passado dia 1 de maio de 2017, sendo de 843€ por doação de óvulos.

Dados sobre o estudo
A Dra. Filipa Santos, é psicóloga clínica do IVI Lisboa e trabalha em infertilidade há 11 anos.

O universo estudado foi de 258 dadoras e os dados foram recolhidos no primeiro semestre do ano de 2017. Do universo total de dadoras, 68% são jovens trabalhadoras, frente a 16% de estudantes, 12% atualmente desempregadas e 4% trabalhadoras e estudantes.

Especialista
O presidente do European Venous Forum, a decorrer até sábado, no Porto, afirmou hoje que atualmente as intervenção cirúrgicas...

“Hoje, em 2017, podemos dizer com grande segurança que todos os doentes que tenham necessidade de algum tipo de intervenção cirúrgica por varizes podem e devem ser feitos em ambulatório, sem necessidade de anestesia geral, com um regresso à sua atividade laboral no dia seguinte, na enormíssima maioria dos casos”, disse Armando Mansilha.

Em declarações, o responsável pelo encontro, especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular, salientou que “ninguém deve ficar internado, nem acamado”.

“Isto é, claramente, um enorme avanço para as pessoas e também para todos nós em termos de custos, porque é possível hoje em dia tratar cirurgicamente, por diferentes tipos de intervenções que devem ser adaptadas a cada doente, com custos menores”, frisou.

Segundo Armando Mansilha, que é também professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, “é recomendável tratar estes doentes numa fase muito mais precoce, de forma que não venham, por um lado, a ter sintomas incapacitantes, e, por outro lado, não venham a ter complicações relevantes, como seja trombose venosa ou a tromboflebite e a úlcera venosa”.

Nesta reunião, “a maior de sempre a nível internacional na área da doença venosa”, com mais de 900 especialistas, de 32 países, será também discutida a “mudança de paradigma” no tratamento oral da trombose venosa, da doença tromboembolica venosa, da trombose venosa e da embolia pulmonar, disse.

Essa “mudança de paradigma” tem a ver com “os novos anticoagulantes orais, de ação direta, de última geração, que são cada vez mais considerados como primeira linha em praticamente todas as situações”, salientou.

Ao longo de três dias serão passados em revista os novos desenvolvimentos na prática e investigação clínica, diagnóstica e técnicas médicas.

Em destaque está também a apresentação da atualização das Recomendações Mundiais em Flebologia da revista Angiology, referência para a prática clínica nesta área.

Escolas
Investigadores do Observatório dos Recursos Educativos, sediado no Porto, apresentaram hoje um conjunto de medidas para ajudar...

Num trabalho realizado pelos investigadores Adalberto Dias de Carvalho e Nuno Fadigas, são propostas 13 medidas que consideram essenciais para reduzir os efeitos na saúde das crianças do excesso de peso das mochilas, que “não raras vezes” apresentam um peso superior ao que é clinicamente recomendado (10% a 15% do total do peso corporal, entre crianças e adolescentes).

Os investigadores propõem a atribuição de uma sala fixa por turma, de modo a diminuir as deslocações na escola com a mochila, a organização de horários capazes de minimizarem as solicitações de material escolar por dia e envio, no início do ano letivo, de uma lista com todo o material escolar necessário para as aulas e que corresponda a uma previsível utilização efetiva bem como o seu escalonamento temporal.

Os autores do estudo lembram que o excesso de peso das mochilas escolares contribui para a ocorrência de problemas de saúde de crianças e jovens, designadamente dores nas costas, alterações na marcha e postura deficiente, conforme conclusões de diversos estudos, designadamente da Organização Mundial de Saúde.

Os debates sobre esta matéria prolongam-se há já vários anos em muitos países por isso os investigadores do observatório defendem uma ação concertada de todos os atores envolvidos nesta problemática.

No documento “O Peso das Mochilas Escolares: contributos para uma reflexão fundamentada” é também recomendada a organização de horários capazes de minimizarem as solicitações de material escolar por dia e a implementação de orientações formativas, designadamente no contexto da área não curricular de educação para a saúde, com vista ao esclarecimento dos alunos acerca da boa forma de organizar e transportar as mochilas.

A monitorização do peso das mochilas através da disponibilização de uma balança por sala para autorregulação pelos alunos e informação para os encarregados de educação, quando necessário, relativamente ao eventual excesso de peso das mochilas e a divisão dos manuais escolares em fascículos, sempre que o seu peso ultrapasse o limite a definir para cada ano de escolaridade, e aprofundamento do recurso, quando necessário e possível, a papel de gramagem mais leve, são outras propostas.

Os investigadores defendem ainda o aumento das horas da área não curricular de Estudo Acompanhado e aperfeiçoamento da sua metodologia com vista a uma contenção razoável dos trabalhos de casa e a regulamentação da valorização prioritária dos aspetos ergonómicos pelos fabricantes de mochilas

A análise realizada por Adalberto Dias de Carvalho e Nuno Fadigas permitiu perceber ainda que existe um conjunto de condicionantes a ponderar, nomeadamente “material escolar excedentário, peso dos manuais escolares, incorreta distribuição do peso no interior da mochila e inadequada colocação da mochila e das respetivas alças”.

Europa
A Comissão Europeia adotou hoje um plano para combater a resistência aos antibióticos, uma ‘ameaça’ que mata anualmente 25 mil...

Em paralelo ao plano, Bruxelas apresenta ainda regras para um “uso prudente de antibióticos”.

A Comissão Europeia quer ajudar os Estados-membros a desenvolverem “novas ações e iniciativas centradas em áreas chave”, apostando na elaboração de planos nacionais.

Por outro lado, Bruxelas vai investir na inovação e investigação contra a resistência aos antibióticos.

Neste âmbito, o comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, salientou que “nenhum país pode resolver sozinho” o problema.

“Precisamos de um esforço verdadeiramente europeu para salvar vidas humanas, animais e o ambiente”.

Moedas ressalvou também que o plano de ação – designado “One Health Action Plan” – implica melhor coordenação e colaboração entre Estados-membros, bem como entre os setores público e privado na Europa e não só”.

O plano aborda a questão da resistência aos antibióticos nas pessoas e também nos animais.

O programa Horizonte 2020, que está sob a alçada de Moedas, dedica um total de 7,4 mil milhões de euros para apoiar a investigação na saúde entre 2014 e 2020, nomeadamente na promoção de cuidados personalizados.

Segundo dados de Bruxelas, em Portugal, foram prescritos, em 2014,cerca de 20 doses de antibióticos por mil habitantes por dia, sendo a média da União Europeia (UE) de 25.

A Holanda (10,6 doses diárias por mil habitantes) é o país da UE com menos prescrições e a Grécia com mais (quase 45).

Na quarta-feira, o Observatório Português dos Sistemas de Saúde anunciou querer medidas concretas para reduzir o consumo de antibióticos, sugerindo que, nalguns casos, o médico só os possa prescrever após identificar a causa da infeção.

Segundo o Relatório da Primavera 2017 do Observatório dos Sistemas de Saúde, o consumo absoluto de antibióticos, ajustado à população residente, decresceu em Portugal de 2004 para 2014, mas identificou-se uma tendência de crescimento de consumo de antibióticos de largo espectro, que atua numa grande variedade de bactérias.

Agrobio
A Associação Portuguesa de Agricultura Biológica defende que as autoridades devem avaliar o trabalho hoje divulgado pela...

“Estamos a falar de um assunto tão sério que terá de ser verificado por outras instâncias a veracidade do trabalho feito”, disse Jaime Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (Agrobio), sublinhando que é preciso também verificar como foi feita a seleção e a recolha dos produtos identificados como biológicos.

A revista Visão divulga hoje um trabalho que inclui a análise em laboratório de 113 produtos – frutas, legumes e sementes - identificados nas lojas como biológicos. Nalguns deles foram encontrados pesticidas não permitidos na agricultura biológica e numa das análises efetuadas, a uma couve identificada como proveniente da agricultura biológica, foi encontrada uma quantidade de glifosato 12 vezes superior ao máximo permitido por lei para couves de produção convencional.

O glifosato foi considerado pela Agência Internacional de Pesquisa em Cancro (da Organização Mundial de Saúde) como “provavelmente cancerígeno”.

Em declarações, o presidente da Agrobio reagiu com cautela relativamente ao conteúdo do trabalho jornalístico, sublinhando: “o que lhe posso dizer é que identificar agroquímicos não autorizados em produtos biológicos é [sinal de] fraude. Deliberado ou por negligência, pois pode ser por contaminação”.

Face à gravidade destes indicadores, Jaime Ferreira diz que, a ser verdade, se trata de um problema de saúde pública: “Isto tem de ser colocado às autoridades competentes e elas têm de responsabilizar quem foi responsável por colocar esses produtos no mercado”.

“A quantidade [de glifosato] pode ser de tal forma grave que é um problema de saúde pública e devia ser imediatamente denunciado à ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica”, afirmou o responsável, sublinhando: “pode haver pessoas que estejam a comer estes produtos e [que possam] ter problemas graves de saúde. Isto não pode ser uma coisa [abordada de forma] ligeira”.

O responsável disse ainda que a Agrobio vai “examinar ao detalhe” o trabalho hoje divulgado pela Visão e os dados revelados. “Se houver responsabilidades a apurar vamos até ao limite das responsabilidades”.

De acordo com dados da Direção Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), em 2015, a superfície de terrenos em agricultura biológica atingiu os 239.864 hectares (ha), equivalente à área do distrito do Porto, traduzindo, por um lado, a consolidação da produção biológica e, por outro, a resposta a um novo regime de apoios.

O número de produtores agrícolas biológicos tem vindo a aumentar durante a última década e em 2015 chegou aos 3.837.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Onze dos 18 distritos de Portugal continental, tal comos os arquipélagos dos Açores e da Madeira apresentam hoje um risco ...

No continente, os distritos com risco maior são Vila Real, Aveiro, Viseu, Guarda, Portalegre, Santarém, Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e Faro.

Os restantes distritos: Viana do Castelo, Braga, Porto, Bragança, Castelo Branco, Coimbra e Leiria apresentam risco ‘elevado’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

Para Portugal continental, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) espera para hoje aguaceiros nas regiões Norte e Centro e vento noroeste moderado a forte no litoral e terras altas.

Aguarda também aguaceiros fracos nas regiões Norte e Centro, em especial no litoral, sendo mais frequentes e intensos nas terras altas da região norte durante a tarde e pequena descida de temperatura.

Para os Açores é esperado céu pouco nublado, enquanto para a Madeira a previsão é de períodos de céu muito nublado, aguaceiros nas vertentes norte e terras altas até meio da manhã e vento fraco a moderado de nordeste, tornando-se moderado a forte com rajadas até os 70 quilómetros por hora nas terras altas a partir do final da tarde.

Estudo
Milhões de gravidezes não planeadas em países em desenvolvimento, incluindo a maioria dos países lusófonos, podiam ser evitadas...

O estudo "Adding It Up: Investing in Contraception and Maternal and Newborn Health, 2017" calcula que 214 milhões de mulheres em países em desenvolvimento querem evitar a gravidez mas, por vários motivos, não usam métodos modernos de contraceção.

Produzido pelo Instituto Guttmacher, o estudo mostra que os serviços de contraceção e os serviços de saúde materna e neonatal nos países em desenvolvimento, que incluem Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, ficam aquém das necessidades.

Das 89 milhões de gravidezes indesejadas, 66 milhões resultam da falta de acesso a contraceção e quase nove milhões do uso de métodos tradicionais, com maior incidência em África e nos países de menores rendimentos.

Outras consequências são 30 milhões de nascimentos não planeados e 48 milhões de abortos induzidos.

O estudo admite que tem sido registado progresso, ainda que lento: o número de mulheres com acesso a formas mais eficazes de controlo da natalidade aumentou de 510 milhões em 2003 para 671 milhões em 2017.

Mas, comparando os mesmos dois anos, o número de mulheres sem este tipo de recursos continuou a aumentar, de 210 milhões em 2003 para 214 milhões em 2017.

"Investir tanto em cuidados contracetivos como cuidados essenciais para os cuidados maternos e recém-nascidos tem o maior impacto na prevenção de mortes desnecessárias", afirmou Jacqueline Darroch, autor principal do estudo.

O Instituto Guttmacher estima que cada dólar norte-americano (0,88 euros) investido em métodos contracetivos permite poupar 2,3 (2 euros) dólares em cuidados de saúde às mulheres grávidas e recém-nascidos.

Mas, gastar 8,4 dólares (7,39 euros) por ano por pessoa em meios de planeamento familiar e cuidados de saúde básicos a mulheres grávidas e recém-nascidos, pode evitar a morte de 2,2 milhões de bebés e de 224 mil mães.

Centro de Apoio ao Doente Oncológico
O Centro de Apoio ao Doente Oncológico, em Melgaço, informou ter lançado uma campanha de ‘crowdfunding' para comprar uma...

"Com aldeias remotas no Alto Minho, e uma população mais envelhecida e isolada, é preciso o uso de um veículo para transportar doentes para as consultas e tratamentos oncológicos", explicou a instituição em nota hoje enviada à imprensa.

A campanha de ‘crowdfunding', lançada na segunda-feira, já reuniu 135 euros, 1% do objetivo final que é “angariar 16.500 euros até às 18:00 do dia 25 de agosto".

O Centro de Apoio ao Doente Oncológico (CADO) foi constituído em abril de 2016 por um grupo de nove jovens ligados à área e está sediado nas Termas de Peso, em Melgaço.

A associação justificou a necessidade daquele veículo com o facto de, atualmente, os voluntários do CADO "utilizarem o seu próprio veículo para transporte dos doentes às consultas e tratamentos no Instituto Português de Oncologia (IPO), no Porto.

"Os problemas logísticos de transporte destas pessoas são consideráveis", frisou a associação, acrescentando que os doentes oncológicos que acompanha, "muitas vezes não têm ninguém para os ajudar nesta batalha".

E acrescentou: "outros têm de sair de casa às 07:00 horas e voltar, após uma sessão de quimioterapia - debilitados - do Porto, em autocarros. Não queremos estas situações. Queremos dar uma resposta eficaz e eficiente ao nosso país, criar qualidade de vida a estas pessoas".

A associação tem como missão "apoiar os doentes oncológicos, seus cuidadores e familiares, informar e divulgar a doença, tendo como finalidade a explicação das suas causas e efeitos, promovendo, por outro lado, a saúde e proteger a doença, assegurar o apoio ao nível das questões socioeconómicas e jurídicas”.

Outros dos objetivos passam por "prestar cuidados a nível da reabilitação física e promover atividades de lazer e desportivas, promover a integração social dos doentes oncológicos na sociedade e proporcionar acesso fácil, a baixo custo e até gratuito em determinados produtos essenciais para o bem-estar físico e psicológico do doente".

Facilitar "o acesso do doente oncológico a apoios técnicos e financeiros, promovendo ações de sensibilização junto da comunidade através da colaboração com entidades de âmbito regional, nacional e internacional", é outro dos propósitos desta associação.

29 de junho - Dia Mundial de Esclerose Sistémica
A Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas e a Sociedade Portuguesa de Reumatologia alertaram ontem, na véspera do Dia...

“O Governo não comparticipa o plano de tratamento e os medicamentos necessários para combater esta doença, à semelhança do que acontece no caso de outras doenças autoimunes, crónicas e degenerativas”, destaca Helena Gaspar, coordenadora do Núcleo de Esclerodermia da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas.

Segundo um comunicado, a esclerose sistémica é descrita como uma doença reumática crónica que se carateriza sobretudo pelo endurecimento e/ou espessamento da pele, mas que também pode envolver outros órgãos, como os pulmões, o intestino, os rins e o coração.

A doença atinge mais de três mil pessoas em Portugal com maior incidência nas mulheres, segundo a Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas e a Sociedade Portuguesa de Reumatologia e é necessário acompanhamento médico recorrente e regular.

Dor articular, artrite e a astenia muscular, azia, náuseas, enfartamento, dispneia, fadiga e dificuldade para dormir podem ser alguns dos efeitos desta doença, dependendo dos órgãos atingidos.

Associado à morbidade física pode surgir também a depressão e a ansiedade, que segundo ambas as organizações tornam os doentes incapacitados para trabalhar “ou mesmo para realizar tarefas domésticas”.

“A isenção ou a dispensa de pagamento das taxas moderadoras aos doentes com Esclerose Sistemática, bem como uma ajuda nas deslocações e exames de especialidade relacionados com a doença deveriam também ser ponderados, já que resultam num enorme esforço para as famílias”, concluía Helena Gaspar.

Neste Dia Mundial, José Canas da Silva, Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, destacou por sua vez a importância do diagnóstico precoce da doença.

“Uma vez detetada, é muito importante reforçar a educação do doente, de forma a que este recorra atempadamente ao seu reumatologista quando surgem novas queixas, já que esta patologia causa diminuição da longevidade e diminui drasticamente a qualidade de vida”, assinalou.

Médicos
Os médicos de saúde pública afirmaram hoje ser imprescindível que o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge mantenha a...

“O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) é uma organização essencial para a saúde pública nacional, tem um papel enquanto produtor de informação credível, de qualidade, isenta e independente”, sendo “imprescindível que esse papel se continue a verificar”, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, na comissão parlamentar de Saúde.

Ricardo Mexia foi ouvido na comissão de Saúde a pedido do Bloco de Esquerda sobre um grupo de trabalho que estaria a ponderar uma possível integração do INSA na Universidade Nova de Lisboa, uma medida que já foi negada pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e pelo reitor da universidade, António Rendas.

Questionado por alguns deputados sobre esta possível fusão, Ricardo Mexia defendeu ser essencial que o INSA não perca a “autonomia, independência e credibilidade” que tem mantido ao longo dos anos.

Para Ricardo Mexia, a capacidade do instituto para responder, quando solicitado, a surtos como o da ‘legionella’, da hepatite A ou do sarampo, depende de “manter uma máquina oleada” para responder de uma “forma eficaz” e com qualidade.

Por outro lado, defende, “há uma multiplicidade de instrumentos” no INSA que, para os médicos de saúde pública, “são essenciais que se mantenham numa ótica de serviço público e não sejam de alguma forma transformados numa ótima de investigação, que também é extremamente importante”.

O ministro da Saúde rejeitou, em junho, qualquer intenção de privatizar ou alterar a estrutura do INSA, embora tenha reconhecido que o organismo precisa de se modernizar.

"Está fora de questão qualquer procura de privatização do INSA. O Governo não tem a mínima intenção de alterar a estrutura do laboratório de Estado", afirmou Campos Fernandes na altura no Parlamento aos deputados.

Também o reitor da Universidade Nova de Lisboa rejeitou, em junho no Parlamento, qualquer intenção de desmantelar o INSA, mas manifestou-se preocupado com o futuro da instituição.

Para Henrique Mexia, o que é importante é que haja “uma verdadeira reforma da saúde pública”, uma medida que a associação tem vindo a reclamar “há muito tempo”.

“É com alento que vimos no programa deste Governo uma nova ambição para a saúde pública”, mas “é com alguma tristeza que temos constatado que essa ambição não se tem materializado depois na concretização efetiva de uma nova ambição”, sublinhou.

Para o médico, a saúde pública deve ter um papel na contratualização de todas as unidades que concorrem para prestar cuidados de saúde e um “sistema de informação próprio”, tendo em conta que tem de tomar decisões com base em informação sólida.

“São os médicos de saúde pública e as unidades de saúde pública que através da análise da informação disponível podem aferir as necessidades e a prioridades de intervenção”, defendeu.

Por outro lado, a saúde pública devia ter “uma comissão de reforma em igualdade de circunstância com as outras três que foram criadas para os cuidados de saúde primários, para a reforma hospitalar e para os cuidados continuados”.

“É excessivo dizer que devemos começar do zero, porque já estamos para lá do zero, falta é discutir um conjunto de áreas que nunca foram abordadas naquele grupo de trabalho, nomeadamente a reforma do INSA e da Direção-Geral da Saúde”, frisou.

Uma resolução do Conselho de Ministros criou um grupo de trabalho para “estudar e propor medidas de promoção de investigação clínica e de translação e da inovação biomédica em Portugal”.

O paradigma que tem que mudar
No Dia do Hospital, assinalado a 2 de julho, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, está atenta para os efeitos que a economia...

O paradigma da gestão hospitalar mudou ao longo dos tempos e a limitação dos recursos financeiros e a crise dos últimos anos alterou a forma de encararmos os custos hospitalares. Mas, quais são os verdadeiros impactos da Gestão nos Resultados Clínicos?

Neste momento, as administrações hospitalares, estão a ser pressionadas, mais do que nunca para responder a desafios financeiros que podem estrangular os recursos humanos e meios técnicos colocando em causa o acesso e democratização da saúde e por conseguinte o seu valor enquanto um bem e um direito humano.

Nas palavras do Presidente da SPC, Prof. João Morais, “tem de haver uma mudança de paradigma – sobretudo, atendendo a que estamos a falar de especialidades cruciais como a Cardiologia, que lida com patologias responsáveis pelas principais causas de morte em Portugal. Ainda assim, devemos registar que, nos últimos 10 anos, houve muita investigação clínica. Não é por acaso que, hoje, tratamos melhor os nossos doentes (e isso tem, naturalmente, impactos positivos em termos da gestão hospitalar)”.

Investigação versus orçamento de estado para a saúde
A inovação tecnológica é dispendiosa, mas é através da mesma que podemos conseguir os melhores resultados na prática clínica. Os materiais e os dispositivos utilizados em cada intervenção, ou procedimento, só podem ser realmente perspetivados no momento em que o médico está com o doente e por isso, a disponibilização de materiais/dispositivos e o acesso à inovação são questões a que a gestão hospitalar deve estar sensível.

Quanto às tecnologias da informação na saúde, apesar das suas melhorias, em particular nos últimos anos, elas são, em muitos hospitais, condicionadas por um parque informático obsoleto. A título de exemplo, o Prof. João Morais deixa a nota: “As «apps» (cuja utilidade é indiscutível e que devemos cada vez mais usar) são consideradas pelas autoridades como dispositivos médicos e, como tal, sujeitas às mesmas regras para aprovação como, por exemplo, um pace-maker. Ou seja, um processo de aprovação muito lento acabando por matar o desenvolvimento tecnológico e a inovação, já que, quando uma determinada «app» é aprovada, já saíram várias novas versões e outras foram desenvolvidas. Esta morosidade é injustificável e o conceito tem de ser revisto."

Quanto à investigação científica esta deverá ser incorporada nas atividades hospitalares, e para que tal aconteça, no entender da SPC, os médicos devem dispor de tempo e os contratos-programa têm de sofrer evoluções de forma a incorporar esta atividade. “Precisamos de criar centros de investigação e apostar em protocolos de cooperação com grupos empresariais e com as instituições académicas”.

As pessoas e a gestão hospitalar
Por fim, quanto à gestão, esta deveria ter objetivos clínicos e não estar centralizada meramente nos números da produção. “Neste momento, a grande questão que enfrentamos é esta: fazer bem com os recursos existentes. E, provavelmente, ainda é possível fazer melhor com os recursos de que dispomos.”

O maior desafio da Gestão está na área dos recursos humanos, o que muito se deve à má distribuição dos médicos especialistas, em Portugal. “Há regiões, como sabemos, bastante carenciadas. Por muito que se possa dizer que há médicos a mais no nosso país, a verdade é que essa carência a nível regional não pode ser ignorada. Os distritos que fazem fronteira com Espanha, têm um número irrisório de cardiologistas. Todos somados devem ser menos do que aqueles que existem em qualquer um dos serviços dos grandes hospitais do país. A discussão deste problema deveria impor-se à discussão de outras questões de âmbito financeiro.”

16ª Campanha de Recolha de Sangue
Por mais vidas e mais sorrisos, a 16ª edição da campanha de recolha de sangue arranca no dia 30 de junho no Amoreiras Shopping...

Quem nunca ouviu dizer que o riso é contagioso? Agora, doar sangue também é e não há desculpas para não o fazer. De 30 de junho a 14 de julho, a Mundicenter e o Instituto Português do Sangue e da Transplantação realizam a 16ª Campanha de Recolha de Sangue em seis shoppings de norte a sul do país, sendo também possível efetuar o registo como dador de medula óssea. E porque fazer rir está-nos no sangue, a campanha conta com um embaixador à altura do seu lema: o humorista Nilton é a cara da edição de 2017.

Atenção a todos aqueles que têm medo de agulhas e que dizem não ter sangue suficiente: o melhor é esquecer essas desculpas e abraçar esta causa. “Dê sangue. A+ dentro de si” é o nome da campanha que desafia todos os portugueses a darem um pouco de si. 25 minutos apenas é o tempo necessário para ajudar a salvar vidas e contribuir para o aumento exponencial daqueles que sorriem com os dentes todos e que riem por tudo e por nada, fazendo deste um verão certamente solidário.

“Por muito boa que uma piada seja, mesmo quando sou eu a contar, não há nada que nos faça rir e sorrir mais do que uma vida vivida em pleno. E, de facto, todos nós temos algo que pode ajudar aquelas pessoas que, por questões de saúde, não têm essa capacidade. Por isso, juntei-me a esta causa e apelo a todos os portugueses para o fazerem também e doarem sangue”, afirma Nilton. “Por cada dádiva, é possível salvar até três vidas e devolver a alegria a muitas outras pessoas. Eu não sei o que é que a malta acha, mas, para mim, isso é que me faz rir a bandeiras despregadas”.

Ao longo de 15 anos de inúmeras edições de sucesso, a Campanha de Recolha de Sangue nos shoppings da Mundicenter já garantiu o registo de cerca de 30 mil dadores de sangue, reunindo mais de 20.200 unidades de sangue que ajudaram 60 mil pessoas.

Como o objetivo de repor as reservas de sangue, que habitualmente registam maior escassez no período de férias, a edição de 2017 pretende bater recordes, depois do êxito do ano passado. Em 2016, participaram cerca de 2.300 doadores, foram colhidas mais de 1.600 unidades de sangue – o equivalente a 766 litros de sangue – e registaram-se também 35 dadores de medula óssea.

“É uma grande honra para a Mundicenter e para os nossos shoppings e equipas poder contribuir, todos os anos, para a melhoria do tratamento e das condições de vida de pessoas que estão a passar por momentos de grande necessidade. Doar sangue é mais do que uma simples dádiva. É, na verdade, uma enorme partilha de emoções, de risos e sorrisos, da qual todos nós devemos fazer parte. Mais do que uma responsabilidade, deve ser uma missão pessoal”, refere Fernando Oliveira, administrador da Mundicenter.

De 30 de junho a 14 de julho, das 14h às 20h, a Campanha “Dê Sangue. A+ dentro de si” decorre em seis shoppings da Mundicenter, em vários pontos do país: a norte, no Braga Parque; no centro, no Arena Shopping; e em Lisboa, no Amoreiras Shopping Center, no Strada Outlet, no Oeiras Parque e no Spacio Shopping.

Direção-Geral da Saúde
A Saúde 24 criou um novo algoritmo para apoiar as vítimas de situações de crise devido a incêndios ou catástrofes, tendo em...

“Para colaborar nas respostas de saúde”, a Saúde 24 “desenvolveu um novo algoritmo de ajuda e apoio às pessoas que vivenciaram as situações de crise, de exceção, com impacte na saúde”, adianta a Direção-Geral da Saúde (DGS) num comunicado publicado na sua página na Internet.

Com o novo algoritmo, a Saúde 24 procurou “adequar a sua resposta às necessidades dos cidadãos”, tal “como tem feito no passado” e “tendo em conta os últimos acontecimentos trágicos vividos” em Portugal, nomeadamente os incêndios que deflagraram na região Centro no passado dia 17 de junho e que provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos.

Com o algoritmo “Problemas de adaptação em situação de crise” é “reforçada a capacidade de avaliação dos problemas de saúde, nomeadamente os que estão relacionados com situações de crise, de exceção através da identificação do risco e da capacidade de adaptação das pessoas que vivenciaram os acontecimentos traumáticos ocorridos”, refere a DGS.

Com esta avaliação, é estimada a necessidade de observação médica, pretendendo auxiliar as pessoas na adaptação às situações de crise vivenciadas, através de um processo relacional telefónico de escuta ativa, acrescenta,

Para o efeito, e com o processo de relação de ajuda estabelecido, são facultados aconselhamentos de autocuidados com medidas específicas e concretas, nomeadamente de apoio psicológico.

Neste âmbito, estão previstas chamadas de seguimento periódicas, informa a DGS.

Os algoritmos avaliam os sintomas ou sinais que os utentes sentem poder estar a alterar o seu bem-estar, para efeitos de triagem e orientação.

Os problemas de saúde manifestados ao telefone são avaliados por enfermeiros que, seguindo um conjunto de questões numa árvore de apoio à decisão clínica, avaliam o risco da situação e priorizam a necessidade de orientação para observação médica ou para a realização de autocuidados pelo próprio.

Esta avaliação prevê o aconselhamento de um conjunto de ações que, individualmente, podem resolver a situação, podendo, se necessário, continuar a ser apoiados pela Saúde 24 através de chamadas de seguimento.

Governo
Os doentes que precisem de cuidados paliativos vão deixar de pagar taxas moderadoras por estes serviços, anunciou hoje o Governo.

A informação foi avançada aos jornalistas pelo secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, à margem da apresentação do Relatório de Primavera 2017 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS).

Esta medida, que está a ser ultimada, é uma das que o Ministério da Saúde vai concretizar para minimizar as dificuldades no acesso aos serviços de saúde detetadas pelos autores do relatório.

Segundo o Relatório de Primavera 2017, os mais pobres em Portugal continuam a ter menos acesso a consultas de especialidade, sobretudo de saúde oral e mental, bem como a medicamentos.

Tendo por base dados de 2014 e 2015, o observatório indica que as “barreiras no acesso aos cuidados de saúde permanecem relevantes em Portugal”, sendo muito marcadas por fatores socioeconómicos

Fernando Araújo reconhece estas dificuldades e garantiu que o Ministério está empenhado em combatê-las.

A este propósito, recordou que 2016 terminou o ano com uma redução de 25% do valor das taxas moderadoras e revelou que o seu ministério está “a estudar novas isenções”.

“No âmbito do transporte não urgente dos doentes alterámos a legislação no ano passado, acabando com os copagamentos”, afirmou, frisando que esta equipa ministerial tem estado a trabalhar na redução do custo dos medicamentos para os doentes e no acesso em termos de tempos de espera para as consultas e cirurgias.

Fernando Araújo sublinhou a importância deste tipo de estudos e optou por ressalvar o facto de este relatório evidenciar que “Portugal tem um dos melhores sistemas de saúde dos países europeus”.

Sobre a proposta dos autores do documento de isentar os doentes com mais dificuldades financeiras do pagamento de medicamentos, o secretário de Estado da Saúde manifestou-se empenhado em reverter as dificuldades que alguns utentes têm no acesso a alguns fármacos, por razões económicas.

“O relatório aponta alguma iniquidade do ponto de vista económico e isso estamos fortemente empenhados em reverter”, disse.

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