Uma patologia bastante frequente
A Síndrome do túnel cárpico é uma doença causada pela compressão do nervo mediano localizado no puls

Realizar  repetida e diariamente determinados movimentos pode causar uma sobrecarga negativa, acompanhada de dor, dormência e fraqueza, dando origem a uma condição que está associada a algumas profissões: operadores de fábricas, agriculores, motoristas ou trabalhadores de construção cívil, entre outros. 

Algumas das causas da Síndrome do Túnel Cárpico incluem problemas médicos como artrite, gota, diabetes, amiloidose, infeções, massas e lesões graves do pulso. Outras causas são as condições ambientais ou do local de trabalho que implicam uma compressão forte e repetitiva, bem como a utilização de maquinaria pesada e de ferramentas manuais vibratórias.

Os sintomas da síndrome do túnel cárpico incluem:

  • Dormência e formigueiro nos dedos
  • Inchaço e desconforto nas mãos e nos dedos
  • Fraqueza, especialmente ao apertar e segurar
  • Deixar cair objectos
  • Acordar durante a noite para apertar as mãos
  • A dormência nos dedos é a primeira coisa que acontece de manhã

Diagnóstico da síndrome do túnel cárpico

Para se determinar se uma pessoa tem síndrome do túnel cárpico, um ortopedista analisará a história dos sintomas e efetuará um exame físico das mãos e dos pulsos.

Podem ser efetuados ou solicitados outros testes, incluindo:

  • Teste de discriminação de dois pontos nas pontas dos dedos para identificar em que dedos se regista uma diminuição da sensibilidade
  • Teste de Tinel, que é efetuado tocando no nervo do túnel cárpico no pulso para verificar se existe formigueiro nos dedos
  • Teste de Durkan, que consiste em pressionar o polegar sobre o nervo do túnel cárpico no pulso para verificar se a dormência ou o formigueiro pioram
  • Radiografias da mão afetada

Tratamento da doença

As estratégias de tratamento dividem-se em medidas não cirúrgicas e cirúrgicas.

Os tratamentos não cirúrgicos incluem a utilização de uma cinta ortopédica durante a noite e injeções de cortisona.

A intervenção cirúrgica para a síndrome do túnel cárpico é uma libertação do túnel cárpico. A parte superior do túnel cárpico é dividida, o que alivia a pressão sobre o nervo mediano. A cirurgia pode ser aberta ou endoscópica.

Tanto a cirurgia aberta como a endoscópica são procedimentos ambulatórios. A cirurgia endoscópica é minimamente invasiva. É realizada num bloco operatório com ou sem sedação ligeira. Após a injeção de um medicamento para anestesiar a palma da mão e o pulso, é feita uma pequena incisão junto ao pulso. Através da incisão, é introduzida uma pequena câmara no túnel cárpico. O cirurgião inspeciona o túnel e, em seguida, utiliza uma lâmina ligada à câmara para cortar o ligamento transverso do carpo (a parte superior do túnel) para aliviar a compressão do nervo.

Para obter os melhores resultados após a cirurgia, não se esqueça de consultar um cirurgião ortopédico da mão se a dormência e o formigueiro continuarem a ser intermitentes em vez de constantes.

Prevenir a síndrome do túnel cárpico

Não existem estratégias comprovadas para prevenir a síndrome do túnel cárpico, mas é possível minimizar o stress nas mãos e nos pulsos com as seguintes medidas:

  • Reduzir a força e relaxar o punho.

Se o seu trabalho envolve a operação de caixas registadoras ou a digitação num teclado, por exemplo, pressione as teclas suavemente.

  • Faça pausas curtas e frequentes.

Estique e flexione suavemente as mãos e os pulsos periodicamente. Alterne as tarefas sempre que possível. Isto é especialmente importante se utilizar equipamento que vibre ou que exija o exercício de muita força. Mesmo alguns minutos de hora a hora podem fazer a diferença.

  • Cuidado com a postura.

Evite flexionar o punho totalmente para cima ou para baixo. Uma posição relaxada e média é a melhor.

  • Melhore a sua postura.

Uma postura incorreta faz com que os ombros caiam para a frente, encurtando os músculos do pescoço e dos ombros e comprimindo os nervos do pescoço. Isto pode afetar os pulsos, os dedos e as mãos, para além de causar dores no pescoço.

  • Mantenha as suas mãos quentes.

É mais provável que desenvolva dor e rigidez nas mãos se trabalhar num ambiente frio. Se a temperatura no trabalho não estiver sob o seu controlo, use luvas sem dedos para manter as mãos e os pulsos quentes.

 

Referências bibliográficas

https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/carpal-tunnel-syndrome/diagnosis-treatment/drc-20355608?mc_id=us&utm_source=newsnetwork&utm_medium=l&utm_content=content&utm_campaign=mayoclinic&geo=national&placementsite=enterprise&invsrc=other&cauid=100721

https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/carpal-tunnel-syndrome/symptoms-causes/syc-20355603?mc_id=us&utm_source=newsnetwork&utm_medium=l&utm_content=content&utm_campaign=mayoclinic&geo=national&placementsite=enterprise&invsrc=other&cauid=100721

https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/carpal-tunnel-syndrome/multimedia/carpal-tunnel-syndrome-treatments/vid-20084643?mc_id=us&utm_source=newsnetwork&utm_medium=l&utm_content=content&utm_campaign=mayoclinic&geo=national&placementsite=enterprise&invsrc=other&cauid=100721

 
Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Associação Científica dos Enfermeiros
A Transformação Digital na Oxigenoterapia vai ser um dos temas abordados no 2.º Congresso da Associação Científica dos...

Num contexto em que a transformação digital tem revolucionado a forma como a terapia com oxigénio é administrada e monitorizada, a sessão irá centrar-se nas oportunidades associadas à maior eficiência e eficácia do tratamento. Nelson Nabais, enfermeiro na Linde Saúde, empresa dedicada à prestação de cuidados respiratórios domiciliários, irá conduzir o simpósio que terá a duração estimada de uma hora.

O Congresso da ACE é composto por um dia dedicado a Cursos Técnicos e dois dias de debate com temáticas atuais sobre inovação em saúde, transformação digital e novos modelos de gestão. O evento conta com o contributo de vários especialistas.

 
"Cuidados abrangentes, contínuos e eficazes aos cidadãos"
Foi nomeado, recentemente, o Grupo de Trabalho para o Desenho, Implementação e Monitorização do Percurso Clínico Integrado (PCI...

“A ULS Coimbra nomeou um grupo de profissionais altamente experientes e com provas dadas na área da diabetes para trabalhar na conceção, implementação e monitorização de um PCI para a diabetes”, explica Alexandre Lourenço, Presidente do Conselho de Administração da ULS Coimbra, acrescentando que “os PCI representam um dos instrumentos essenciais para a integração de cuidados na Unidade Local de Saúde de Coimbra, pois seguem uma metodologia comprovada para proporcionar cuidados abrangentes, contínuos e eficazes aos cidadãos que sofrem de condições específicas”.

“A criação deste Grupo de Trabalho representa um passo crucial na concretização da nossa visão de proporcionar cuidados centrados nos cidadãos e promover uma abordagem integrada na prestação de cuidados de saúde na região. Acreditamos que, com o empenho e a experiência dos profissionais de saúde da ULS Coimbra, conseguiremos alcançar resultados significativos na gestão da diabetes e servir de modelo para futuras iniciativas de integração de cuidados”, conclui o responsável.

“A diabetes é uma condição crónica que afeta uma parte significativa da população servida pela ULS Coimbra e representa um desafio crescente para os nossos serviços de saúde”, frisa Iva Pimentel, Coordenadora deste Grupo de Trabalho, considerando que “para além da necessidade de desenvolver programas de promoção da saúde e prevenção da diabetes, esta condição exige cuidados multidisciplinares, uma abordagem proactiva na prevenção de complicações e um acompanhamento rigoroso, que este PCI pretende assegurar aos doentes da nossa região”.

O PCI para a diabetes terá como suporte os sistemas de informação de saúde de gestão de base populacional e cuidados personalizados; soluções de telemedicina e monitorização remota de doentes; a criação de uma Unidade de Cuidados Integrados de Ambulatório para a diabetes como resposta multidisciplinar de serviços e recursos adequados às necessidades complexas, programadas e agudas, dos doentes com diabetes; e respostas em proximidade nas comunidades de saúde da ULS Coimbra.

O grupo de trabalho para o Desenho, Implementação e Monitorização do Percurso Clínico Integrado para a Diabetes Mellitus tipo 2 tem, para já, as seguintes tarefas em mãos: avaliar a resposta à diabetes da ULS Coimbra, identificando os constrangimentos existentes; propor um percurso clínico integrado para diabetes tipo 2, de acordo com a melhor evidência clínica e cuidados centrados no cidadão; definir ações e um calendário de implementação do PCI, tal como o modelo de monitorização da sua implementação; e definir o modelo de monitorização da diabetes tipo 2, incluindo indicadores para medir a experiência do doente e resultados clínicos. Os trabalhos serão coordenados por Iva Pimentel, que contará, na equipa, com o apoio de Diana Roda, Elsa Feliciano, Maria Guiomar Freitas, Maria Leonor Gomes, Maria Rosário Reis, Pedro Ribeiro, Susana Reis e Susana Jorge.

 
Dia Internacional da Criança com Cancro
O cancro infantil embora seja menos comum que o cancro em adultos, é a principal causa de morte por

Embora o cancro possa aparecer em qualquer órgão, nas crianças afeta principalmente as células sanguíneas, as células cerebrais e as células do sistema músculo-esquelético. Assim, os tipos de cancro mais comuns em crianças são: a Leucemia, tumores no Sistema Nervoso Central, Neuroblastomas e Linfomas.

O tratamento do cancro infantil geralmente envolve uma combinação de cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e transplante de células estaminais.

O transplante de células estaminais hematopoéticas já é considerado como terapia padrão em várias patologias como também em alguns cancros pediátricos mais frequentes como por exemplo: leucemia, linfoma, meduloblastoma, neuroblastoma e retinoblastoma. Para além disso, vários ensaios clínicos estão, atualmente, a ser conduzidos em crianças e adultos com tumores sólidos recidivos ou refratários.

Apesar dos riscos envolvidos, o transplante de células estaminais hematopoiéticas tem sido uma opção terapêutica eficaz em muitos casos, levando a curas de doenças graves e prolongando a sobrevivência dos pacientes. A evolução contínua das técnicas de transplante e a melhoria dos cuidados de suporte tornam esta opção cada vez mais acessível e eficaz no tratamento de várias doenças hematológicas e oncológicas.

Um exemplo destes é o caso de Sarah, uma jovem diagnosticada com uma forma rara e de difícil tratamento de leucemia. Depois de passar por quimioterapia e transplante de células estaminais do seu irmão, Sarah entrou em remissão por 18 meses.  Quando a leucemia voltou, pela terceira vez, os médicos sugeriram que ela participasse no ensaio clínico GRANS realizado no Royal Manchester Children’s Hospital (RMCH) que consistiu num transplante de células estaminais do sangue do cordão umbilical, juntamente com uma série de transfusões de glóbulos brancos. Agora com mais de um ano de remissão, a equipe da RMCH e a família têm esperança que este novo tratamento tenha curado a leucemia.

Sarah é uma das cinco crianças do estudo que estão vivas e em remissão como resultado deste tratamento experimental eficaz. Sem este ensaio clínico, é improvável que alguma das crianças ainda estivesse viva.

Ao optar por guardar ou doar o cordão umbilical, ganha-se uma possibilidade terapêutica atualmente praticada no tratamento de várias patologias, nomeadamente cancro pediátrico. Ao não guardar podemos estar a desperdiçar este potencial agente terapêutico.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Robot Aquabeam
A primeira cirurgia robótica de aquablação para o tratamento de Hiperplasia Benigna da Próstata realizou-se no Trofa Saúde...

A aquablação robótica é um procedimento inovador, minimamente invasivo  que utiliza a potência de jatos de água com a precisão robótica para proporcionar o alívio duradouro dos sintomas de HBP, independente do volume da próstata, mantendo a continência e a função sexual.

Como funciona a Aquablação Robótica?

Cada próstata é única e este procedimento personaliza cada cirurgia. Utiliza uma ecografia transretal e um instrumento através da uretra com uma câmara, por onde são aplicados os jatos de água. Desta forma, o cirurgião pode, em tempo real, proceder à marcação das zonas da próstata que deve extrair e as que deve evitar. Este mapeamento, e a não utilização de energia térmica, permite evitar destruir as zonas da próstata que causam complicações irreversíveis como a disfunção erétil ou ejaculatória e a incontinência.

Após o mapeamento, um jato de água de alta velocidade destrói o tecido prostático identificado. Esta aplicação do jato de água é exclusivamente realizada pelo robot, anulando o erro humano e assegurando de forma precisa, consistente e previsível, o tecido prostático a ser extraído. Esta fase do procedimento dura cerca de 5 minutos. Mais de 90% dos doentes têm alta nas primeiras 24 horas, já sem cateter vesical, urinando espontaneamente.

Ao contrário do que acontece com outras técnicas para tratamento da HBP, trata-se de um procedimento minimamente invasivo que permite uma recuperação e retorno à atividade diária extremamente rápida com o mínimo de riscos associados.

O Trofa Saúde é pioneiro na introdução do Aquabeam na região norte de Portugal, garantindo acesso exclusivo a uma abordagem avançada no tratamento desta condição .

 
Mercado não oferece opção de tratamento "válida" a 17% dos doentes
Em Portugal, e em termos globais, cada médico acompanha, em média, na sua consulta, 20 novos casos de doentes com cancro do...

O mesmo estudo mostra também que entre, aqueles com doença extensa, existem 17,6% para os quais atualmente o mercado não oferece uma opção de tratamento "válida", pelo que acabam por nem sequer entrar numa primeira linha de tratamento. No caso dos doentes com doença limitada, o cenário assume uma menor dimensão, com cerca de 10% a não entrarem em tratamento. Ainda assim, de entre aqueles com doença limitada e que iniciam tratamento, 3/4 acaba por progredir para doença extensa no final da 1ª linha desse mesmo tratamento.

De acordo com os dados, recolhidos em hospitais de norte a sul do País, metade dos doentes envolvidos no estudo estão a fazer uma primeira linha de tratamento, com cerca de 37% a realizarem uma 2ª linha e os restantes 15% uma 3ª linha.

Em termos de terapêutica, as principais abordagens de 1ª linha a estes doentes são duas e, em conjunto, representam mais de 80% do total de tratamentos realizados nesta fase: são os dupletos de Platina (QT), que representam 46,2% dos tratamentos, e a imunoterapia (36,8%). No que diz respeito à 2ª linha, o tratamento realizado pelo maior número de doentes é de QT em monoterapia (46,5%), com cerca de 30% a realizarem, aqui, apenas tratamentos paliativos. Já na 3ª linha, o estudo mostra que quase metade dos doentes faz apenas tratamentos paliativos (46,2%), existindo ainda 38,5% em tratamento ativo com QT em monoterapia.

António Araújo, Diretor do Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar Universitário do Porto, refere que “o carcinoma do pulmão de pequenas células representa cerca de 13% dos cancros do pulmão, está intimamente ligado ao consumo de tabaco e mais de dois terços dos casos apresentam-se com doença extensa. O prognóstico é sempre muito sombrio, pois mesmo no estadio limitado cerca de 75% dos doentes acabam por progredir. Para o estadio extenso, as abordagens terapêuticas são muito escassas, com progressões muito precoces, e quando falamos de segundas e terceiras linhas de tratamento o panorama é ainda mais sombrio. Por estes motivos, necessitamos de fármacos que venham trazer aumento da sobrevivência e melhor qualidade de vida a estes doentes”.

O cancro do pulmão de pequenas células é um tipo de tumor que se multiplica muito rapidamente, é muito agressivo e metastiza muito cedo para outras partes do corpo. No geral, os sintomas mais comuns de cancro do pulmão incluem tosse persistente, dor no peito, falta de ar, tosse com sangue, fadiga, perda de peso sem causa conhecida, podendo os primeiros sintomas ser ligeiros ou considerados problemas respiratórios comuns, o que costuma conduzir a um diagnóstico tardio.

 
Espaço de comunicação tem de ser um espaço de conforto para o doente e familiares
Numa época em que a tecnologia e inteligência artificial assumem um papel cada vez mais importante n

As doenças neurológicas, que abrangem um espectro distinto de condições, desde a Doença de Alzheimer, à Doença de Parkinson, Epilepsia, Acidente Vascular Cerebral e Esclerose Múltipla, são doenças complexas que afetam por vezes a funcionalidade, bem-estar e autonomia dos doentes. O diagnóstico e tratamento podem ser processos demorados e difíceis, sendo uma comunicação eficaz facilitadora e tranquilizadora para o doente e família.

A princípio, é a partir do diálogo que o doente expressa os seus sintomas e eventos, que permitem ao médico reconstituir a história da doença, questionar detalhes que possam ajudar a chegar ao diagnóstico e eliminar outras hipóteses diagnósticas. Ao médico podem interessar não só dados da doença atual, como também outras doenças mais antigas ou mesmo da história familiar. Nem sempre o doente consegue fornecer uma história fidedigna e nesse caso os familiares são peças determinantes no estabelecimento de uma cronologia, de fornecimento de detalhes e nuances que permitem completar o puzzle do diagnóstico de uma doença neurológica.

Por outro lado, este espaço de comunicação tem de ser um espaço de conforto para o doente e familiares. Onde estes se sintam seguros no que diz respeito à confidencialidade dos dados que transmitem; ao respeito pelas suas crenças, valores, emoções e experiências; onde possam esclarecer as suas dúvidas sobre a doença e ter respostas claras. Nem sempre as respostas trazem segurança em relação ao futuro da doença e, por isso, é importante que haja uma relação sólida e de confiança e que o doente se sinta acompanhado, mais do que seguido numa consulta.

Uma vez estabelecido o diagnóstico, entramos na fase de planear o tratamento e seguimento. É essencial que o doente entenda a utilidade ou efeito do tratamento que propomos. É importante definir um plano de cuidados personalizado que o doente se sinta motivado e capaz para o executar. Para doenças como a Diabetes e Hipertensão Arterial, que são por vezes assintomáticas, não causando desconforto para o doente, é necessário que o doente entenda a razão que nos leva a tratá-las, que é a Doença Cardiovascular - Enfartes do Miocárdio, Acidentes Vasculares Cerebrais, entre outras. O mesmo se passa na Doença de Parkinson, em que o plano de cuidados pode incluir que a medicação seja tomada num horário rigoroso, que o doente tenha um plano de exercício físico acompanhado por um fisioterapeuta, siga um plano nutricional ou tenha até uma vida social ativa. A adesão do doente a cada proposta terapêutica, dependente da compreensão da sua utilidade.

Os cuidadores são elementos fundamentais no acompanhamento dos doentes com doença neurológicas. Um cuidador bem informado acerca da doença consegue dar um suporte adequado. É um elo de ligação aos profissionais de saúde e é também um observador e transmissor de informação. É capaz de percecionar as flutuações da doença e acompanhar o dia a dia, permitindo o reajuste do plano de intervenção a cada consulta.

Os cuidadores são também eles, afetados pela doença, sendo a exaustão do cuidador um problema frequente sobretudo nos doentes cujo cuidador é o familiar direto e o doente apresenta alterações do comportamento. Nestes casos, é importante que também ele se sinta acompanhado e posso encontrar o suporte necessário, quer seja nos profissionais de saúde, quer seja na comunidade.

Algumas doenças neurológicas como a demências podem apresentar em estadio avançado, perda de autonomia e capacidade de decisão. Nestas circunstâncias, em que o doente não consegue tomar decisões acerca de si próprio e dos seus bens, é facilitador que a família ou o cuidador sejam conhecedores da vontade do doente. Uma família e um doente informados, conseguiram antecipar algumas decisões futuras, como a decisão de colocar uma via alternativa de alimentação. Em casos particulares, a diretiva antecipada de vida pode ajudar a tomar decisões em momentos críticos e evitar que o doente seja submetido a tratamentos invasivos numa fase terminal da doença.

Em conclusão, a comunicação clara é crucial no diagnósticos e tratamento das doenças neurológicas. Permitem o esclarecimento de todos os intervenientes no processo de seguimento da doença, e uma maior adesão e avaliação das intervenções terapêuticas. Um doente e um cuidador informado são melhores gestores da doença. A existência de um canal de comunicação aberto entre profissionais de saúde e doentes facilita a superação dos desafios impostos pela doença neurológica.

 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação contou com 4 245 psiquiatras europeus
A promoção de uma cultura laboral que inclua iniciativas anti-estigma e a integração destas ações nos programas de formação em...

Este estudo procurou identificar o estigma na prática clínica destes profissionais de saúde mental e faz parte de uma investigação que tem vindo a ser conduzida em 32 países da Europa. A investigação em curso pretende contribuir para que, futuramente, sejam implementadas medidas capazes de diminuir o estigma associado à saúde mental na prática clínica.

Intitulado Attitudes of psychiatrists towards people with mental illness: a cross-sectional, multicentre study of stigma in 32 European countries, publicado na revista eClinicalMedicine, editada pela The Lancet – liderado pela psiquiatra do Hospital Psiquiátrico Infantil e Adolescente de Vadaskert (Hungria), Dorottya Őri –, este estudo teve como objetivo central “analisar a relação entre as experiências vividas na primeira pessoa dos psiquiatras e pedopsiquiatras participantes e as suas atitudes estigmatizantes em relação a pessoas com doença mental”, explicam as investigadoras do Instituto de Psicologia Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), Ana Telma Pereira e Carolina Cabaços, que participam como coordenadoras nacionais neste projeto europeu.

“Segundo a definição original do cientista social Erving Goffman, o estigma refere-se a qualquer atributo que reduz alguém nas nossas mentes, de uma pessoa normal e completa para outra que está reduzida, contaminada”, contextualizam as investigadoras. Na área da saúde, o estigma pode traduzir-se, por exemplo, “em dificultar o acesso a cuidados de saúde, tratar alguém com excessivo paternalismo ou condescendência ou desvalorizar as queixas do doente, entre outras atitudes e consequências, sendo um inegável promotor de desigualdade social”, sublinham.

As investigadoras referem ainda que “as pessoas que sofrem de uma doença mental estão entre os grupos sociais mais estigmatizados, que, devido ao estigma e à antecipação negativa de experiências de discriminação, frequentemente evitam pedir ajuda e aderem parcamente ao tratamento”. “Numa perspetiva mais abrangente, o estigma em relação à doença mental tem sido também considerado um dos principais obstáculos ao financiamento adequado de avanços técnico-científicos na área da psiquiatria”, acrescentam.


Ana Telma Pereira e Carolina Cabaços são as coordenadoras nacionais deste projeto

Para analisar o estigma nos 32 países europeus (Hungria, Portugal, Dinamarca, Lituânia, Áustria, Turquia, Albânia, Azerbaijão, Ucrânia, Eslovénia, Croácia, Sérvia, Rússia, Estónia, França, Chéquia, Irlanda, Grécia, Montenegro, Eslováquia, Letónia, Malta, Bulgária, Bielorrússia, Itália, Suíça, Alemanha, Países Baixos, Reino Unido, Bélgica, Espanha e Chipre), a equipa de investigação utilizou a Opening Minds Stigma Scale for Health Care Providers (OMS-HC), uma ferramenta que tem sido utilizada mundialmente para analisar atitudes estigmatizantes entre profissionais de saúde, e cujas propriedades psicométricas nos 32 países participantes foram aferidas num estudo anterior, publicado pela mesma equipa de investigação.

“Esta escala, em que são atribuídas pontuações entre 15 e 75 pontos – correspondendo as pontuações mais elevadas a atitudes mais estigmatizantes – é constituída por 15 itens de autorresposta, distribuídos por três subescalas, que avaliam as seguintes dimensões: atitudes face a pessoas com doença mental; ocultação e procura de ajuda; e distância social”, explicam as investigadoras.

“No global, a média das pontuações na amostra total foi relativamente baixa: 30.47, correspondendo a cerca de 40% do total da escala, revelando, assim, que a maioria dos psiquiatras participantes no estudo reportam atitudes globalmente positivas face à doença mental”, elucidam Ana Telma Pereira e Carolina Cabaços.

Sobre o contexto nacional, as investigadoras explicam que “Portugal apresentou uma média de 32.47 no total da escala de estigma, ligeiramente acima da média do total de participantes, tendo sido o 6.º país com a pontuação média mais elevada na OMS-HC, a seguir à Letónia (35.98), Ucrânia (35.02), Bielorrússia (35.01), Bulgária (33.09) e Chéquia (32.82)”. Participaram no estudo 148 psiquiatras de adultos e de crianças e adolescentes portugueses, de todas as regiões do país, a maioria psiquiatras de adultos (82,4%).

Em geral, os profissionais dos 32 países que obtiveram pontuações mais baixas de estigma (ou seja, que evidenciaram atitudes mais positivas em relação à doença mental) eram “os que estavam rodeados de atitudes positivas por parte de colegas, que participavam em grupos de discussão de casos, que estavam ativamente envolvidos em práticas psicoterapêuticas ou que tinham uma experiência pessoal com doença mental”, explica a equipa de investigação portuguesa. “Estes foram os fatores significativamente associados ao desenvolvimento de atitudes mais favoráveis por parte dos psiquiatras e pedopsiquiatras relativamente aos seus doentes por toda a Europa”, acrescentam.

Para o caso português, Ana Telma Pereira e Carolina Cabaços pretendem em breve publicar mais resultados nacionais e recomendações mais detalhadas, o que “irá permitir retirar e extrapolar conclusões mais específicas do nosso contexto nacional, que esperamos que possam vir a contribuir para a implementação de medidas mais eficazes para mitigar este relevante problema de saúde pública que é o estigma associado à doença mental, e do qual os profissionais de saúde mental não se encontram isentos”.

A participação das investigadoras da Universidade de Coimbra neste estudo europeu prende-se com o interesse de ambas pela área do estigma associado à doença mental, sendo este o tema de doutoramento de Carolina Cabaços, que é também médica psiquiatra do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e assistente convidada da FMUC. A tese de doutoramento é orientada pelo docente da Faculdade de Medicina da UC e diretor do Instituto de Psicologia Médica da FMUC, António Macedo; pelo docente da FMUC e coordenador científico do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional da UC, Miguel Castelo-Branco; e por Ana Telma Pereira.

O artigo científico está disponível em https://doi.org/10.1016/j.eclinm.2023.102342.

Programa Med Academy
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) integra, enquanto entidade formadora, o Med...

O programa arranca no próximo mês de março e prolonga-se até abril de 2025, num total de 456 horas de formação. O objetivo passa por aumentar as competências dos profissionais de saúde a operar no Oman International Hospital (OIH), otimizar procedimentos radiológicos (com vista à redução da exposição à radiação ionizante dos doentes e profissionais) e implementar níveis de referência de diagnóstico. Todos os módulos serão lecionados online mas culminam com uma semana de formação presencial, a realizar no OIH.

Esta é a primeira vez que a ESTeSC-IPC leciona formação avançada fora do país, reunindo profissionais nacionais e internacionais altamente especializados nas suas áreas da atuação. “O projeto Med Academy é um desafio tremendo para a ESTeSC-IPC”, assume o presidente, Graciano Paulo. “Estamos convictos que vamos projetar a Escola a nível mundial. É para nós motivo de orgulho que a IGHS e Siemens Healthineers nos tenham escolhido como parceiro”, acrescenta.

Para o chairman do grupo IGHS, José Alexandre Cunha, o projeto Med Academy “vai ao encontro da missão do OIH, que é prestar os melhores serviços de qualidade às comunidades”. “Com o protocolo, garantimos níveis de exigência maiores”, afirma. Também Nuno Reis, da Siemens Healthineers, vê a Med Academy como uma oportunidade para “cumprir a ambição de incrementar a qualidade e a satisfação dos clientes”. As formações realizadas em parceria com a ESTeSC-IPC vão ao encontro das “necessidades identificadas no terreno”, afirma.

 
Peritos em cirurgias minimamente invasivas no tratamento de doenças cardíacas congénitas
Recentemente, uma equipa experiente de especialistas europeus em Cardiologia Veterinária do AniCura Atlântico Hospital...

As patologias cardíacas congénitas são malformações no coração ou nos grandes vasos adjacentes, causadas por alterações em determinadas fases do desenvolvimento embrionário do coração. Estas malformações podem ocasionar o aparecimento de sinais clínicos graves logo nos primeiros meses e anos de vida ou, dependendo da malformação, apenas na fase adulta. Entre as doenças cardíacas congénitas caninas mais comuns encontram-se a estenose pulmonar e aórtica, defeitos de septo interventricular e interatrial, ducto arterioso persistente, displasia valvular tricúspide e mitral.

No caso mais recente, um cachorro Staffordshire Terrier, após a deteção de um sopro assintomático, o recurso à ecografia permitiu detetar uma estenose pulmonar com uma pressão severa no ventrículo direito e com arritmias ventriculares devido a hipoxia e fibrose do miocárdio. “Para melhorar tempo e qualidade de vida futura, procedeu-se ao tratamento recomendado nestes casos, uma valvuloplastia de balão, realizada no AniCura Atlântico Hospital Veterinário”, recorda . João Neves, especialista europeu em Cardiologia Veterinária deste hospital.

A cirurgia foi bem-sucedida e sem registo de complicações e permitiu diminuir a severidade da doença de severa a ligeira, o que significa que “o paciente vai, à partida, ter uma vida normal”, acrescenta. 

“Os casos mais severos de estenose pulmonar podem ser assintomáticos, mas, com a progressão da doença, os pacientes têm tendência para desmaios e intolerância ao exercício físico. Em casos já muito avançados, pode desenvolver-se uma acumulação de líquido no abdómen (ascite). Os casos severos têm, geralmente, um tempo de vida significativamente mais curto e em alguns casos pode haver morte súbita”, alerta Brigite Pedro, especialista europeia em Cardiologia Veterinária do AniCura Atlântico Hospital Veterinário.

O tratamento dos casos severos, e de alguns casos moderados, passa por dilatar a válvula por cateterismo cardíaco para aumentar qualidade e tempo de vida.  A cirurgia por cateterismo cardíaco é uma cirurgia minimamente invasiva, já que não implica abrir o coração, mas a introdução de cateteres por uma veia do pescoço até ao coração. Um desses cateteres tem um balão vazio que é colocado ao nível da válvula pulmonar estreita e, ao ser inflado, permite dilatar a válvula, possibilitando a passagem do sangue mais facilmente. O cateter com o balão é removido do coração e a pele é fechada com entre 3 a 4 pontos.

Recorda João Neves que, “mesmo com as cirurgias em casos mais avançados e arriscados registamos uma taxa de complicações muito baixa e taxas de sucesso muito elevadas”.  Por norma, também o pós-operatório em casa “é simples e decorre com bastante normalidade”.

Sendo um procedimento que envolve alguns riscos e possíveis complicações, deve ser realizado por especialistas em Cardiologia com bastante experiência para minimizar as possíveis complicações. A equipa da Dr. Brigite Pedro e do Dr. João Neves soma diversas cirurgias deste tipo no Reino Unido e, desde 2022 em Portugal, no Serviço de Cardiologia do AniCura Atlântico Hospital Veterinário, “a taxa de sucesso destas cirurgias é, atualmente, de 100%, sem qualquer registo de complicações maiores”. O Dr. João Neves realça também que, “apesar de termos sempre dois especialistas a operar, o sucesso depende de uma equipa de anestesia e enfermagem, muito bem oleada e preparada para possíveis imprevistos que possam ocorrer durante os procedimentos”.

Mesmo tendo em conta o maior risco em algumas raças, as doenças cardíacas congénitas podem ser encontradas em diversos graus em todas as raças de cães e gatos, incluindo animais sem raça definida.

Os sintomas podem variar de acordo com a patologia, mas entre os sinais mais comuns estão os sopros, um ruído anormal do sangue detetado na auscultação cardíaca que, em alguns casos, podem ser detetados pelo próprio cuidador ao tocar no peito do seu animal de companhia. É fundamental que os cuidadores estejam atentos a este e outros sinais, como atrasos no crescimento, dificuldade em respirar, intolerância ao exercício e desmaios. Consultas periódicas ao médico veterinário permitem a deteção atempada destas patologias e o início de um tratamento adequado.

A estenose pulmonar é apenas uma das doenças congénitas que pode ser operada no Serviço de Cardiologia do AniCura Atlântico Hospital Veterinário, sendo ductos arterioso persistente, estenose sub-aórtica, CorTriatriatum dexter, e defeitos de septo, outras doenças congénitas que podem ser corrigidas, dependo do caso.

Dia 17 de fevereiro
Os desafios e novas soluções de tratamento na área da Endometriose vão estar em debate, no dia 17 de fevereiro, por...

Margarida Martinho, Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e Pedro Xavier, Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução, serão os moderadores deste encontro, que contará com a apresentação do Estudo VivEndo, por Hélder Ferreira, ginecologista com conhecida experiência nesta área, realizado com o objetivo de perceber melhor o percurso e impacto que a Endometriose tem a nível nacional; com o painel “Tratamento da Endometriose nos dias de hoje”, por Pietro Santulli, ginecologista no Hospital Universitário de Paris Central, dedicado à investigação da Endometriose na infertilidade; e ainda a apresentação do novo medicamento para a Endometriose, que ficará a cargo de Fernanda Águas, Diretora do Serviço de Ginecologia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

A nova solução terapêutica com as substâncias ativas relugolix, estradiol e acetato de noretisterona está desde 2021 aprovada para o tratamento sintomático dos miomas uterinos e, em outubro de 2023, recebeu aprovação pela EMA (Agência Europeia do Medicamento) para o tratamento sintomático da endometriose em mulheres com uma história de tratamento médico ou cirúrgico prévio para a sua endometriose.

O encontro visa conhecer os desafios atuais e as novas soluções terapêuticas da Endometriose para uma resposta mais diversificada às doentes com esta patologia.

Especialistas reunidos nas FNAC Talks
No passado dia 9 de fevereiro, o médico especialista em Medicina de Reprodução, Ginecologia e Obstetrícia, Miguel Raimundo...

A conversa começou pelo esclarecimento da SOP e qual a sua relação com outras especialidades, como a endocrinologia e a nutrição, tendo sido também abordado o impacto da doença no âmbito da fertilidade. Para Miguel Raimundo “é importante falar sobre este tema, principalmente sabendo que é uma doença que afeta tantas mulheres e que existem tantas questões sobre a mesma”. Este é também um dos propósitos das sessões FNAC Talks: reunir médicos especialistas em ginecologia, obstetrícia e medicina de reprodução para desmistificar tabus da saúde reprodutiva.

Durante a sessão dedicada à doença, que segundo o endocrinologista Carlos Bello “pensa-se que 9 a 13% da população, das mulheres em idade fértil tenham”, foram discutidos os sintomas, como é feito o diagnóstico, quais os tratamentos possíveis e ainda a importância do estilo de vida, como o exercício físico e a qualidade do sono.

Rafaela Teixeira, destaca que “a nutrição se demonstra muito importante no acompanhamento das mulheres com ovários poliquísticos” e que é “é preciso integrar o exercício físico”, para um melhor estilo de vida.

Segundo a nutricionista, os alimentos consumidos e a qualidade dos mesmos, pode ter muito impacto na Síndrome do Ovário Poliquístico.

A próxima sessão terá lugar dia 8 de março, no âmbito do Dia Internacional das Mulheres.

 
Prevenção, deteção precoce e redução do impacto das DCCV
No Dia Nacional do Doente Coronário, a Secretaria Regional da Saúde e Proteção Civil da Região Autónoma da Madeira anuncia a...

Este protocolo enquadra-se na estratégia da Secretaria Regional da Saúde de promoção de políticas públicas para a longevidade e tem como objetivo explorar novos modelos de colaboração no ecossistema da saúde, através da implementação de uma abordagem integrada às DCCV, e do Plano Regional de Saúde 2021-2030. “Esta colaboração é um exemplo de promoção da cultura colaborativa que queremos incentivar na região, através da cooperação multissetorial, da disseminação, aplicação e transferência do conhecimento no âmbito da longevidade. Vai permitir-nos manter a tendência decrescente da mortalidade por DCCV verificada na Região Autónoma da Madeira e inverter a tendência crescente verificada na mortalidade por doenças isquémicas do coração e por outras doenças cardíacas, com um benefício claro para a nossa população e economia”, afirma Pedro Ramos, da Secretaria Regional da Saúde e da Proteção Civil da Madeira.

O programa tem como linha orientadora contribuir para uma menor carga de doença resultante de uma maior aposta na prevenção primária e secundária das DCCV. A Novartis está assim posicionada de forma única para colaborar na alteração do cenário atual destas patologias, graças a uma combinação do seu legado de investigação, desenvolvimento e conhecimento, nomeadamente na área de intervenção do projeto, presença global e liderança em ciência e inovação.

Simon Gineste, Presidente da Novartis em Portugal, refere: “este programa materializa o nosso compromisso em reescrever a forma como colaboramos com a sociedade e todas as suas estruturas governamentais, colocando à sua disposição não só a nossa inovação transformadora, como também o nosso conhecimento e experiência através de parcerias estratégias que contribuam significativamente para reverter o impacto negativo da doença. O desafio da longevidade é garantir uma intervenção ao longo do ciclo de vida, que permita manter o mais alto nível de capacidade funcional da população, modificando comportamentos e criando as condições para a prevenção, a rápida identificação, a gestão e o tratamento das doenças que mais nos afetam enquanto sociedade. As DCCV afirmam-se assim como um pilar fundamental de atuação”.

A implementação deste programa de longevidade e inovação cardiovascular assenta em três pilares com impacto na comunidade, nos cuidados de saúde e na longevidade: Data Intelligence – posicionar a Madeira como uma referência na utilização de dados e na Investigação Clínica; Inovação Tecnológica combinada com Inovação Terapêutica – Identificação automatizada e intervenção urgente nos doentes em risco iminente de evento cardiovascular; e Criação de uma Unidade Avançada de Longevidade Cardiovascular assente nas melhores práticas internacionais. Os planos de ação para cada um dos pilares serão agora desenvolvidos por um grupo de trabalho que determinará, entre outros, os resultados esperados, os mecanismos de monitorização e os recursos a investir.

 
Especialista recomenda a reeducação do desejo
Que o stress é inimigo de uma sexualidade saudável e prazerosa não é novidade.

Nesta última fase, a frustração de não alcançar o objetivo desejado começa a tomar conta do casal. O que era divertido e emocionante torna-se, pouco a pouco, menos apetitoso e até mesmo insatisfatório no contexto de uma sexualidade planeada. "A paixão e a espontaneidade iniciais podem desaparecer com o passar do tempo. A nível sexual, a partir do sexto mês, as taxas de stress e ansiedade causadas pelo contacto íntimo começam a aumentar e, a médio e longo prazo, podem traduzir-se no aparecimento de disfunções sexuais", explica Vânia Costa Ribeiro, ginecologista e especialista em Procriação Medicamente Assistida no IVI Lisboa.

Especificamente, nos homens, é mais comum encontrar alterações na ereção ou ejaculação precoce. Nas mulheres, há uma diminuição do desejo, incapacidade de orgasmo ou mesmo desconforto ou dor devido ao stress que o ato pode gerar, bem como uma diminuição na resposta sexual em ambos. Isto porque, nas tentativas para alcançar uma gravidez, especialmente a médio e longo prazo, o encontro sexual é cada vez mais mecânico e planeado em torno da ovulação, o que causa uma perda progressiva da libido e ansiedade por antecipação.

"O desejo é uma resposta sexual humana, na qual intervém o sistema parassimpático, que regula comportamentos que dependem do ser humano, ou seja, comportamentos involuntários. O problema surge quando acrescentamos a imposição de fazer sexo, por assim dizer, a algo que é naturalmente instintivo. É aqui que entra em jogo o ramo simpático, que regula os voluntários. E esses dois sistemas funcionam como as comportas de um rio, eles não podem estar ativos ao mesmo tempo se quisermos que eles funcionem. E o que às vezes acontece é que acabamos por ter cada vez mais relações sem desejo, com tudo o que isso implica, tanto a nível da resposta sexual como a nível mental e afetivo", acrescenta Vânia Costa Ribeiro.

Como enfrentar a situação e reeducar o desejo

Evitar falar sobre o assunto só vai piorar a situação e afastar cada vez mais o casal. E quando chega o momento em que a dinâmica sexual se deteriorou, ou até desapareceu, o casal precisa dar um passo em frente e procurar a ajuda de um especialista.

O apoio psicológico será útil para delinear as melhores estratégias para ajudar os casais a superar dificuldades. Após uma avaliação da situação inicial, o especialista ajudará a "reprogramar" esta área da intimidade do casal, separando-a da finalidade reprodutiva e afastando sentimentos de ansiedade.

"Muitos casais já nos chegam com uma mochila de exaustão emocional depois de meses de tentativas falhadas. Estamos a falar de um contexto em que as relações sexuais podem tornar-se sinónimo de medo do fracasso ou de dor emocional. E é por isso que é essencial ter ferramentas para desbloquear essas sensações e reativar o desejo", sublinha a especialista.

Muitos casais com problemas de fertilidade olham para a relação sexual como um meio para atingir um fim. Para mudar essa mentalidade, é necessário promover a comunicação entre os casais, além de encontrar momentos em que essa abordagem possa ser promovida (mesmo sem ter em conta os dias férteis da mulher).

"Sentir essa proximidade e conexão novamente é fundamental para que o desejo não se dilua no casal que está a passar por um momento difícil. Não nos esqueçamos que uma vida sexual satisfatória aumenta a endorfina e melhora o humor e a autoestima. Ao nível do casal, é muito benéfico tanto para a relação sexual como afetiva. Devemos olhar para a sexualidade como um todo e não nos focarmos apenas na função reprodutiva. E, claro, o sexo em si é um grande aliado para melhorar e recuperar a comunicação nos casais", conclui.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
14 de fevereiro
Toda a criança nascida no novo milênio tem o direito de viver até a idade de, pelo menos, 65 anos se

A Fundação Portuguesa de Cardiologia institucionalizou o dia 14 de fevereiro como o “Dia Nacional do Doente Coronário”. Também por proposta da Fundação Portuguesa de Cardiologia, este dia, desde 2020, está a ser comemorado em todo o espaço da Comunidade Europeia.

As doenças do aparelho circulatório (DAC) continuam a ser a principal causa de morte em Portugal. Cerca de 1/3 dos óbitos que ocorrem todos os anos são por doença do aparelho circulatório. O enfarte agudo do miocárdio (ataque cardíaco) e o AVC são grandes responsáveis por essa mortalidade.

1 em cada 5 portugueses com menos de 70 anos morre por doença do aparelho circulatório.

Infelizmente, para estes, de nada serve o Dia do Doente Coronário.

O Dia do Doente Coronário é para os que cá ficam. É para os familiares destes que já partiram. É para os amigos que cá ficaram. É que 80% das mortes antes dos 70 anos de idade que ocorram por doença cardíaca podem ser evitadas.

Um homem com 55 anos, fumador com uma tensão arterial ligeiramente elevada e um colesterol acima do recomendado, tem um risco cardiovascular de 20%.

Quer dizer que, em 100 pessoas nas mesmas circunstâncias, 20 irão ter um evento cardiovascular que poderá ser fatal. No entanto, se deixar de fumar passarão a ser 12 em 100, se tiverem uma tensão arterial ideal (inferior a 120 de máxima) passarão a ser apenas 10 e se tiverem uma tensão ideal e deixarem de fumar serão apenas 6.

A doença cardiovascular é não só a que mais mata, mas também a que mais incapacita.

A insuficiência cardíaca, as sequelas do AVC, ficam. A esperança de vida tem vindo a aumentar graças à capacidade interventiva dos profissionais de saúde. Há cada vez mais medicamentos e procedimentos cirúrgicos capazes de manter vivos os que há alguns anos inevitavelmente morriam. Temos um SNS com profissionais muito competentes, com serviços bem equipados com equipas bem treinadas. Mas a incapacidade e a diminuição da qualidade de vida que a Doença Cardiovascular provoca irá acompanhar-nos para o resto das nossas vidas, por muitos mais anos que possamos viver.

É para os familiares e amigos dos que já partiram e que podiam ainda cá estar que existe o DIA DO DOENTE CORONÁRIO.

Dr. Luis Negrão – Assessor Médico da Fundação Portuguesa de Cardiologia

Dr. Carlos Catarino – Membro do Conselho de Administração da Fundação Portuguesa de Cardiologia
 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“Humanizar com Arte”
O “Movimento Humanizar a Saúde em Coimbra” é um movimento de intervenção cívica, constituído por personalidades de Coimbra...

O Movimento vem organizando periodicamente um conjunto de atividades sob a designação genérica de “Humanizar com Arte”. Pretende-se que cada Sessão seja, simultaneamente, um tempo de expressão artística e de debate sobre a humanização em Saúde.

As artes, e muito em particular as artes dramáticas na sua multimodalidade expressiva, sempre foram usadas para comunicar, representar, elevar e curar a experiência humana. Abraçando esta finalidade estética e ética de humanizar o nosso mundo ferido surgiu o Teatro Playback. Partindo das narrativas dos próprios espectadores, os atores e atrizes improvisam cenas curtas abrindo perspectivas sobre as mesmas. As histórias pessoais partilhadas são sempre contadas de forma voluntária, para um grupo que escuta, promovendo valores comunitários de união e conectividade, e facilitando a compaixão, em relação aos outros e ao próprio.

A próxima Sessão, “Humanizar através do Teatro – A Importância da Compaixão” ocorrerá a 26 de Fevereiro de 2024, no Seminário Maior de Coimbra, com início às 21h00 Contará com a atuação do Grupo de Teatro InterDito, um grupo de expressão dramática da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra que tem como missão contribuir para um mundo melhor e mais criativo.

 
3ª edição da Rede de Autarquias que Cuidam dos Cuidadores Informais (RACCI)
No total, os membros do júri da iniciativa Rede de Autarquias que Cuidam dos Cuidadores Informais, do Movimento Cuidar dos...

Este projeto tem como missão reconhecer os municípios e as freguesias do território nacional com as melhores práticas e as medidas de apoio em benefício dos cuidadores informais.

Albufeira, Almada, Almagreira, Amadora, Amarante, Arruda dos Vinhos, Cabeceiras de Basto,   Cantanhede, Caniço, Carriço, Castelo Branco, Celorico da Beira, Cinfães, Coruche, Cuba, Espinho, Évora, Felgueiras, Gondomar, Guimarães,  Ílhavo, Loures, Louriçal, Lousada, Machico, Mafra, Maia, Marco de Canaveses, Matosinhos, Mealhada, Miranda do Corvo, Mirandela, Montalegre, Moura, Nelas, Odemira, Oeiras, Ourém, Ovar, Paredes, Penafiel, Pombal, Portimão, Porto, Póvoa de Lanhoso, Queluz e Belas, Santa Maria da Feira, Santa Marta de Penaguião, Santiago do Cacém, São Pedro Fins, Sesimbra, Tavira, Trofa, Viana do Castelo, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Gaia, Vila Pouca de Aguiar, Vila Verde, Vouzela, foram as autarquias vencedoras deste projeto.  

O júri foi composto por membros do Movimento, nomeadamente: Catarina Alvarez, em representação da Alzheimer Portugal, Celeste Campinho,  Presidente da Associação das Doenças da Tiróide, Margarida Costa, em representação da Liga Portuguesa Contra o Cancro,  Palmira Martins, em representação da RD Portugal e  Vítor Neves, Presidente da EuropaColon. 

O Movimento Cuidar dos Cuidadores Informais já tinha desenvolvido, anteriormente, duas edições deste projeto. No total das três edições foi atribuído o selo de mérito RACCI a 125 projetos. Ver lista completa das autarquias que receberam o selo nas outras edições: https://movimentocuidadoresinformais.pt/racci/.  

 
20 e 21 de fevereiro e 5 de março
A NOVA Medical School vai realizar três aulas gratuitas e abertas a toda a comunidade sobre temas relacionados com a área da...

Iniciativas como esta são oportunidades únicas para a NMS, enquanto escola de Ciências Médicas, intervir pragmaticamente na sociedade, como veículo para a transferência de competências da academia para a vida real das pessoas.

A primeira sessão vai ter lugar no dia 20 de fevereiro, entre as 9h30 e as 10h20, e terá como tema a “Introdução à Nutrição Comunitária”. Durante esta aula, os participantes vão poder compreender como as escolhas alimentares individuais influenciam não apenas a saúde pessoal, mas também o bem-estar da comunidade, sendo esta aula coordenada pela Prof.ª Doutora Catarina Roquette Durão.

No dia seguinte, 21 de fevereiro, serão desmistificados os rótulos das embalagens para uma melhor compreensão dos alimentos e do seu valor nutricional, ajudando a escolhas conscientes para uma dieta equilibrada. Lecionada pela Prof.ª Doutora Cláudia Marques, a aula sobre “Rotulagem” vai decorrer entre as 10h30 e as 11h20, num formato presencial.

A terceira aula versará sobre os “Princípios de epidemiologia nutricional”, como uma ciência básica da nutrição comunitária e saúde pública e decorre a 5 de março, a partir das 9h30.

“A NOVA Medical School como escola médica assume o seu papel na sociedade no que toca à transformação do ecossistema de saúde. Tem vindo a reforçar este compromisso, assente num dos pilares fundamentais da instituição – a extensão à comunidade, com o propósito de aumentar a literacia em saúde. Uma vez que hábitos alimentares inadequados têm deixado a sua marca naquilo que tem sido o panorama nacional (e internacional) das doenças mais prevalentes, abrir as portas da faculdade a todos os que queiram melhorar os seus conhecimentos na área da alimentação e da nutrição é, não só contribuir para uma sociedade mais informada, mas também com competências para a mudança, tendo um papel determinante na sensibilização para a importância das rotinas alimentares para a prevenção da doença e assim promoção da saúde e longevidade”, refere Conceição Calhau, subdiretora para a Extensão à comunidade e Coordenadora da Licenciatura em Ciências da Nutrição.

As três sessões integram-se no âmbito da Licenciatura em Ciências da Nutrição e decorrem em formato presencial na sede da NOVA Medical School, no Campo Mártires da Pátria, em Lisboa. As inscrições são feitas exclusivamente através do email [email protected] até 48 horas antes da realização da aula.

A par destas aulas abertas à comunidade, decorrem aulas dirigidas a profissionais de saúde, nomeadamente sobre “padrões alimentares na gestão e prevenção da diabetes mellitus e as suas complicações” (9 de março) e para Gastroenterologistas versando o tema “fibras” (13 de março).

 
Fisioterapeuta é coordenador da Clínica FisioRque
Exigente com a sua saúde e ciente da importância do bem-estar, Pedro Roque, coordenador da clínica FisioRoque, que acompanha...

“Sendo profissional de saúde a minha exigência face a procedimentos relacionados com saúde acaba por ter em consideração inúmeros aspetos que a maioria das pessoas desvaloriza, mas que são muito importantes para alcançar os melhores resultados. Foi por isso mesmo que escolhi a Insparya para fazer o meu transplante capilar, algo que me trazia um pouco de insegurança face à minha imagem. Para o nosso bem-estar é fundamental sentirmo-nos bem com a nossa imagem, o que acaba por se refletir a nível psicológico”, esclarece o profissional de saúde.

Para Carlos Portinha, médico, Diretor Clínico do Grupo Insparya, "a queda de cabelo pode ter um impacto intenso na nosso bem-estar pois para além de alterar a nossa fisionomia (muitas vezes vista pelo próprio como menos atraente), a nossa autoestima e humor também podem ser afetados". Sofrer de alopécia, em alguns casos, é muito incapacitante do ponto de vista psicológico. A insegurança sentida por estas pessoas pode levar à ansiedade e/ou à depressão. "É por isso que a alopécia é mais do que um problema estético, é um problema de saúde", acrescenta o médico.

Sobre a experiência com a Insparya, Pedro Roque revela que “a escolha não poderia ter sido a melhor. Desde o acompanhamento na receção, até ao acompanhamento atual, que se mantém passados 3 meses, há toda uma tranquilidade e confiança, assegurada por uma vasta equipa médica que me acompanha desde o início.” Confiante na sua escolha considera que a recuperação foi tranquila porque seguiu todas as indicações que são dadas pela equipa médica. “Se seguirmos as instruções que são dadas tudo se resolve da forma mais espetacular. Estou muito satisfeito com o desfecho deste transplante cujo bom resultado e o aspeto natural é possível comprovar passados 3 meses”, acrescenta o fisioterapeuta.

 
Programas chegam a menos de 10% dos doentes
O Dia Nacional do Doente Coronário, criado pela Fundação Portuguesa de Cardiologia, comemora-se a 14

A Aterosclerose é uma doença vascular crónica, progressiva ao longo de anos, que se manifesta na idade adulta com inflamação crónica das artérias e placas ateroscleróticas, que diminuem o seu calibre e reduzem o fluxo de sangue e oxigénio às células. A Doença Coronária, resultante dessa redução de oxigénio, pode dar sintomas graduais ou ter início súbito (como por exemplo a dor no peito em aperto, irradiada para o braço esquerdo, pescoço e queixo, com náuseas, vómitos, suores frios, falta de ar, e cansaço com pequenos esforços), podendo causar Enfarte Agudo do Miocárdio ou até morte súbita.

São muitos os fatores de risco cardiovasculares identificados em Portugal, desde colesterol e triglicerídeos elevados em mais de 60% da população adulta; hipertensão arterial em cerca de 43% da população adulta; obesidade, em quase metade da população; tabagismo, com mais de 2 milhões de fumadores ativos; diabetes com mais de 1 milhão de doentes identificados; baixa atividade física regular; hábitos alcoólicos elevados ou stress emocional não controlado, entre muitos. Mas sabe-se que 65% destas doenças crónicas são evitáveis, desde que se adote estilos de vida mais saudáveis, desde comer melhor ou praticar exercício físico regular, no fundo evitando muitos destes fatores de risco.

Em Portugal, a Doença Coronária aguda é uma das principais causas de morte e atinge cerca de 10 mil pessoas/ano, com anos de vida perdidos pela mortalidade prematura ou vividos com incapacidade com consequente aumento dos recursos e custos na Saúde. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a sexta causa de perda de anos de vida saudável.

Os doentes com doença coronária beneficiam de programas de reabilitação cardíaca porque a reabilitação cardíaca é um direito fundamental de todos e na saúde do Séc. XXI. Aliás, a Resolução da Assembleia Geral da OMS, de maio de 2023, determina a necessidade do “Reforço da Reabilitação nos Sistemas de Saúde”.

Estudos científicos mostram que após um evento coronário agudo, a reabilitação cardíaca reduz a mortalidade em 25%, diminui as hospitalizações, apressa o retorno laboral, diminui o risco de novos eventos comparativamente com aqueles que não a realizaram. Vai ter impacto muito significativo na Qualidade de Vida destes doentes.

Realiza-se numa intervenção multiprofissional em equipa (Cardiologista, Médico Fisiatra, Fisioterapeuta, Enfermeiro, Nutricionista, Psicóloga, Psiquiatra, Pneumologista, entre outros), visando a recuperação e manutenção da condição física, psicológica, social e laboral, após um evento cardíaco agudo ou na Doença Coronária crónica.

A reabilitação cardíaca inclui exercício físico adaptado e individualizado, mudanças positivas de hábitos de vida, redução e controlo dos fatores de risco, para reverter ou atrasar a progressão da Doença Coronária.  É realizada no internamento hospitalar, ou em meio hospitalar com doente externo ou até em centros extra-hospitalares, obrigando a uma equipa de profissionais de saúde qualificados, coordenados e supervisionados por Médico Cardiologista ou Fisiatra, com condições próprias de espaço e equipamentos.

Em Portugal, os programas de Reabilitação Cardíaca têm uma baixa taxa de doentes com menos de 10% dos Enfartes Agudo do Miocárdio elegíveis, comparativamente a uma taxa média europeia superior a 30 %! A grande maioria dos doentes e familiares não têm conhecimento destes programas, acesso ou são referenciados. Atendendo ao impacto das Doenças Coronárias, é urgente que o Sistema de Saúde crie respostas adequadas às necessidades de Reabilitação Cardíaca, melhore o acesso e a equidade, aumente os serviços com qualidade, segurança e eficiência clínica e de custos, nas várias instituições da Saúde (intra e extra hospitalares).

 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

Páginas