14 e 15 de junho
O Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado (NEDF) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) vai realizar um curso que...

O coordenador do NEDF da SPMI, Paulo Carrola, mostrou entusiasmo em relação aos objetivos e inovações deste curso inédito. "É um curso que está no alinhamento do que tem vindo a ser feito pelo NEDF, mas que sofreu uma reformulação relativamente às edições anteriores. Esta necessidade surgiu por dois motivos: por um lado, pelo facto de a Escola Anual Virtual de Hepatologia, projeto de sucesso que já vai na segunda edição, ter ocupado algum terreno formativo no âmbito da Doença Hepática Crónica, e por outro porque era necessário criar um curso em que a aplicação prática de conceitos fosse o aspeto diferenciador e preferencial em termos formativos", destacou.

Uma das principais novidades do curso é a inclusão de um Clinical Escape Game, uma abordagem lúdica e interativa que promete desafiar os participantes a resolverem enigmas relacionados com a temática, proporcionando uma aprendizagem imersiva e dinâmica.

Além disso, haverá espaço para bancas práticas com simuladores, permitindo aos participantes a oportunidade de vivenciar situações clínicas reais e desenvolver habilidades práticas essenciais.

"O nosso objetivo é que os participantes adquiram e consolidem conhecimentos práticos na abordagem da doença hepática crónica avançada e suas complicações", afirmou o coordenador. O curso destina-se principalmente a internos e especialistas de Medicina Interna, mas também está aberto a outras especialidades afins, como a Gastroenterologia.

No final do curso espera-se que os participantes não só se sintam satisfeitos com a experiência, mas também que saiam mais capazes de lidar com os desafios apresentados pela doença hepática crónica. "Queremos que todos aproveitem e sejam dois dias bem passados. Que levem consigo ensinamentos que os tornem mais competentes no tratamento desses pacientes", concluiu.

Este evento promete marcar uma nova era na formação médica, integrando o conhecimento teórico com a prática clínica de forma inovadora e envolvente.

Inscrições em https://www.spmi.pt/doenca-hepatica-cronica-clinical-escape-game-e-simulacao-clinica/

 
 
16 de março
A Reunião da Primavera do Grupo de Estudos de Cancro do Pulmão (GECP) realiza-se no dia 16 de março, no Monte Real Hotel Termas...

O encontro apresenta três mesas redondas, centradas nos temas “TNE do pulmão de baixo grau e grau intermédio”, “Carcinoma de pequenas células do pulmão” e “Carcinoma NE de grandes células: uma unmet need”. O evento culmina com uma conferência sobre as "Especificidades da medicina nuclear", proporcionando uma visão abrangente e atualizada do estado da arte nesta área em constante evolução.

Ana Figueiredo, Presidente da Direção do GECP, destaca a adesão dos sócios a este encontro e a relevância da temática selecionada. "Estamos muito satisfeitos por reunir vários especialistas para debater a abordagem diagnóstica e terapêutica dos tumores neuroendócrinos do pulmão, um grupo de tumores mais raros e por isso menos estudados e com menos opções terapêuticas", refere a pneumologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

“Os sócios do GECP podem esperar, como já é habitual, uma atmosfera de aprendizagem e colaboração, onde serão debatidas as evidências e dados científicos mais recentes, bem como os desenvolvimentos clínicos mais promissores neste âmbito”, finaliza.

Desde a fundação do GECP que a Reunião da Primavera é realizada anualmente, sendo um marco importante de atualização e fortalecimento de laços entre profissionais que dedicam a sua atividade ao tratamento do cancro do pulmão.

 
Projetos em São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau
A Mundo A Sorrir arrancou oficialmente com dois projetos internacionais cofinanciados pelo Camões, I.P., pelo Internacional...

O projeto “Saúde A Sorrir na Guiné Bissau” é realizado em parceria com a HELPO-ONGD e tem como objetivo capacitar profissionais de saúde nas áreas de saúde pública, saúde oral, nutrição, saúde mental e saúde ambiental, chegando às populações das zonas de Bissau, Cacine e ilhas dos Bijagós.

O projeto “Reforço dos sistemas de saúde oral da Guiné Bissau e de São Tomé e Príncipe”, focar-se-á nas regiões de São Domingos e Catió na Guiné Bissau, e Me-zochi e Água Grande em São Tomé e Príncipe e visa fortalecer as infraestruturas públicas de saúde, fornecendo equipamentos, instrumentos e materiais de consumo para os hospitais locais. Além disso, o projeto prevê a capacitação de profissionais de saúde e a reabilitação de espaços para a realização de consultas de medicina dentária, visando atender às necessidades das populações mais vulneráveis dessas regiões.

"Temos um foco muito assertivo na prevenção, na capacitação de profissionais de saúde, na assistência médica e no reforço das infraestruturas locais. É, sem dúvida, uma grande complementaridade aos cuidados de saúde locais", declarou Mariana Dolores, Presidente da Mundo A Sorrir.

A Mundo A Sorrir é uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD), fundada em julho de 2005, que promove a Saúde e a Saúde Oral como um direito universal junto das populações em situação de vulnerabilidade socioeconómica. Desenvolve a sua atividade em Portugal e em alguns Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), através de projetos que potenciam a inclusão social e a cooperação para o desenvolvimento.

 
Médico esclarece
A lipoaspiração é uma das cirurgias estéticas mais procuradas, permitindo obter ótimos resultados qu

Ao longo dos anos temos assistido a uma evolução natural das diversas técnicas, com melhoria substancial nos resultados obtidos e na segurança das intervenções. Se há alguns anos era uma cirurgia com um risco moderado e realizada de forma isolada, atualmente é uma cirurgia muito segura e que é associada a outros procedimentos cirúrgicos em regime de ambulatório.

A sua popularidade e o marketing realizado levaram à criação de diversos mitos e ideias erradas, sendo que algumas das ideias que mais frequentemente tento abordar e desmistificar em consulta são:

1. A Lipoaspiração não é uma cirurgia de Obesidade

Em casos de obesidade, devemos focar-nos no regime alimentar e na prática de exercício físico regular. Aqui, o acompanhamento por Nutricionista e Personal Trainer têm um papel fundamental para a obtenção de bons resultados. Em casos mais dramáticos, a Consulta e Cirurgia de Obesidade também podem ser vantajosos.

2. A Lipoaspiração não é um procedimento realizado por técnicos

A Lipoaspiração é uma técnica cirúrgica que deve ser realizada por Cirurgiões Plásticos, pois são os únicos formados e habilitados para o fazer. Além de terem uma sensibilidade inerente à prática da especialidade, são os únicos com competência e experiência para abordar qualquer situação que possa existir relativamente a esta cirurgia.

3. A gordura aspirada pode ser utilizada para a melhoria do contorno de outras áreas anatómicas

A gordura aspirada pode ser utilizada para aumentar o volume em várias zonas anatómicas que não são aspiradas (muito habitualmente região glútea e/ou mama). Além de ser um preenchimento definitivo, a utilização da sua própria gordura tem diversas vantagens - não existe risco de rejeição e leva a uma melhoria da qualidade global da pele.

4. A Lipoaspiração não implica uma ausência laboral prolongada

A lipoaspiração não está associada a regimes prolongados de ausência no seu trabalho. Muitas das vezes, pode ser realizada em ambulatório, sendo que passados 1-3 dias já estará a realizar a sua rotina normal, evitando apenas esforços excessivos.

5. A Lipoaspiração é uma cirurgia totalmente dependente da sensibilidade do Cirurgião

A evolução da técnica evoluiu da simples aspiração de gordura indesejada para um trabalho de escultura à medida no Bloco Operatório. Está assim totalmente dependente da sensibilidade, perícia e skill do seu Cirurgião. Existem novas tecnologias que nos permitem resultados ainda melhores, com zonas mais definidas. É fundamental ter uma boa Consulta, esclarecer todas as dúvidas com o seu Cirurgião, de forma a realizar o procedimento em segurança e assegurar um elevado índice de satisfação pós-cirúrgico.

Quando realizado nas condições corretas e por Cirurgiões Plásticos competentes, a Lipoaspiração permite obter resultados excelentes com um muito baixo risco de complicações. Vivemos tempos de elevado rigor e elevada exigência. Estes desafios diários são fundamentais para um daqueles que considero ser, além de um trabalho médico, um verdadeiro trabalho artístico - esculpir um corpo à medida.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia 23 de março
O papel emergente das terapias celulares nas doenças hemato-oncológicas vai estar em análise na Conferência ‘Looking today at...

Os recentes avanços científicos levaram ao desenvolvimento de opções de tratamento que vão mais além das mais conhecidas, tais como a cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou terapêuticas dirigidas. O tratamento através de células T com recetores de antigénio quimérico (CAR) é uma forma de tratamento individualizado que pode ser administrado a doentes com linfomas agressivos, leucemias agudas e mieloma múltiplo. Este é uma forma de imunoterapia, o que significa que utiliza o próprio sistema imunitário do doente para combater o cancro.

Manuel Abecassis, presidente da APCL, explica que “A imunoterapia, na sua vertente celular, é uma das armas mais eficazes no tratamento do cancro, com especial destaque para as neoplasias hematológicas. O tratamento com células CAR-T tem apresentado resultados consolidados, demonstrando o seu potencial curativo.” Relativamente à importância do evento, o presidente da Associação, refere que “Ao dinamizarmos um evento desta natureza, que junta especialistas de várias partes do mundo, estamos não apenas a informar, mas a capacitar aqueles que lidam com a doença. Cada nova descoberta, cada debate, são um passo em direção a um futuro onde o acesso a terapias inovadoras será uma realidade para todos os que enfrentam a batalha contra as doenças hemato-oncológicas”.

“Prevê-se que as terapias celulares venham a desempenhar um papel determinante na abordagem terapêutica dos cancros hematológicos a nível mundial” afirma a Elisabete Gonçalves, Diretora de Assuntos Regulatórios e Científicos da Europa na CTI Clinical Trial and Consulting Services. “As oportunidades de partilha de conhecimento e experiências sobre a aplicação destas terapias constituem uma ocasião valiosa para dar um passo em frente no sentido de aumentar o acesso dos doentes a estas ferramentas terapêuticas inovadoras”, acrescenta a oradora convidada.

Arnon Nagler, Presidente do Centro de Hemato-Oncologia do Sheba Medical Center, em Israel, Didier Blaise, Chefe do Departamento de Hematologia e Terapia Celular do Instituto Paoli-Calmettes de Marselha, em França, J. Chang, Presidente do Instituto Médico Geno-Imune de Shenzhen, Fernando Leal da Costa, Maria Gomes da Silva, João Raposo, Gilda Teixeira, José Mário Mariz e Manuel Guerreiro, são outros dos especialistas convidados que se destacam nas áreas da hematologia e/ou oncologia que vão marcar presença no evento. A destacar ainda a participação de Margarida Serra investigadora no iBET e de Sérgio Chacim, Eduardo Espada, Ana Carolina Freitas e Ximo Duarte, hematologistas que apresentarão os resultados nacionais.

Esta conferência procura ser uma oportunidade de aprendizagem e de promoção do conhecimento sobre esta área, de forma a oferecer um suporte eficaz a doentes e cuidadores. Neste evento, a APCL tem como  parceiro a BataZu Family e conta com o apoio da Gilead e da Novartis.

Doente Fala sobre a dificuldade de lidar com um cancro incurável e a inevitabilidade da recaída
O novo episódio do podcast Vidas, lançado hoje, dedicado ao mieloma múltiplo, aborda a importância da literacia em saúde e da...

Trabalhar com pessoas que vivem com doença e ouvir as suas histórias está na génese desta iniciativa. Por isso, o lançamento do novo episódio coincide com o Myeloma Action Month - #MyelomaACTIONMonth #MAM - uma efeméride de sensibilização e literacia em saúde global, ampliada pela Global Myeloma Action Network e divulgada há 15 anos pela International Myeloma Foundation (IMF). Considerando todos os desafios de diagnóstico, tratamento e quotidiano inerentes a esta patologia, esta efeméride tem como objetivo de aumentar a sensibilização e consciencialização global sobre o mieloma múltiplo e encorajar a tomada de medidas que tenham impacto positivo na comunidade hematológica.

“A literacia é a base de tudo e informação é poder. Um doente informado tem maior probabilidade de ter acesso a melhores cuidados de saúde e consequentemente ter uma melhor qualidade de vida.(…) As Associações de Doentes devem ser incluídas em Planos de Ação Nacionais, onde tenham o papel de informar e formar toda a sociedade, em tópicos importantes como acesso a melhores cuidados de saúde, ensaios clínicos, apoios sociais, direitos do doente", afirma Filipa Lopes, doente com Mieloma Múltiplo.

O mieloma múltiplo é uma doença maligna de um tipo de células que existem na medula óssea. Apesar de relativamente pouco frequente, é a segunda neoplasia hematológica mais frequente. Todos os anos estima-se que surjam 500 a 700 novos casos de mieloma múltiplo em Portugal. A incidência é ligeiramente maior nos homens e mais frequente a partir dos 60 anos, mas pode surgir em pessoas mais jovens.

Filipa Lopes foi diagnosticada com mieloma múltiplo aos 29 anos. O diagnóstico surgiu em março de 2021 e, em 2022, conseguiu fazer transplante autólogo de medula. Neste momento faz terapêutica de manutenção para tentar obter o máximo de anos livres de doença. Fala sobre a dificuldade  de lidar com um cancro incurável e a inevitabilidade da recaída. A importância da rede de apoio, da partilha com quem está a passar pelo mesmo, e o desafio de trazer para Portugal terapêuticas inovadoras, que são a esperança dos doentes.   

O podcast Vidas, que conta agora com sete episódios, é o primeiro podcast português a focar-se exclusivamente em entrevistas a doentes e aos seus familiares para que estes possam partilhar as suas histórias. Neste último episódio alerta para a importância da literacia em saúde e da partilha de experiências e apoio entre os doentes de mieloma múltiplo.

 
Dia Europeu da Terapia da Fala
A Terapia da Fala, uma prática dedicada à prevenção, avaliação e tratamento das perturbações da comu

Assim, e compreendendo que a boca influencia a formação e modulação do som das palavras, no contexto do Dia Europeu da Terapia da Fala, celebrado a 6 de março, a Impress, destaca a importância da saúde oral na comunicação humana e apresenta soluções para garantir uma boa dicção em todas as fases da vida, desde a infância à velhice:

  1. Fase da infância: Na fase da infância, é crucial atentar a sinais que possam indicar necessidades específicas. Bebés que se engasgam frequentemente durante a amamentação ou biberão, apresentam tempos de alimentação prolongados mais de 30 minutos - ou demonstram falta de reação aos sons ao seu redor, podem requerer atenção especial. Recomenda-se a intervenção de uma equipa multidisciplinar, como um psicólogo ou terapeuta da fala, de forma a promover a autonomia e habilidades individuais, e fomentar a participação ativa nas atividades diárias do seio familiar.
  2. Fase da adolescência: A fase da adolescência, por se tratar de uma fase com muitas mudanças físicas, emocionais e psicológicas, é comum observar desafios na articulação de determinados sons, muitas vezes associados à ausência de dentes. A posição inadequada dos dentes, como má oclusão ou desalinhamento, tem uma influência direta na pronúncia e modulação das palavras. Neste cenário, os aparelhos ortodônticos surgem como uma solução eficaz, promovendo o alinhamento dental e abordando outras questões relacionadas à posição dos dentes, contribuindo significativamente para a melhoria da articulação da fala.
  3. Fase adulta e velhice: Durante a fase adulta, a perda de um ou mais dentes pode apresentar sérios desafios na articulação de determinados sons e na ressonância da voz, particularmente as consoantes, resultando numa dicção menos clara e com menor projeção. Além disso, sintomas como voz rouca ou fraca, cansaço ao falar e a sensação de haver um objeto estranho na garganta, podem ser indicativos, pelo que, o acompanhamento profissional especializado são cruciais para preservar a qualidade da comunicação oral ao longo do tempo.

Khaled Kasem, Chefe ortodontista da Impress em Portugal, refere que “os tratamentos, como implantes ou aparelhos ortodônticos, revelam-se muito úteis para aprimorar a dicção. No caso dos implantes dentários, por exemplo, ao substituírem os dentes perdidos, desempenham um papel fundamental na articulação de sons que requerem o contacto da língua com os dentes. Os  aparelhos ortodônticos, ao melhorarem o alinhamento dos dentes e corrigirem a sua posição, também acabam por contribuir para o aperfeiçoamento a articulação da fala. E claro, sem esquecer a Terapia da Fala, que atua como uma aliada na prevenção, avaliação e tratamento das perturbações na comunicação humana.”

“Os dentes desempenham um papel indiscutível na articulação das palavras e na modificação do som da fala. Compreender, aceitar e encontrar formas de superar as dificuldades de comunicação é, portanto, uma parte integral deste processo. É fundamental reconhecer que a comunicação envolve duas pessoas, e nem sempre estão alinhadas na forma de se expressar. Para transformar estes momentos por vezes constrangedores em experiências prazerosas e fluídas, deve-se fornecer as ferramentas necessários e enunciadas acima, para que a adaptação seja o mais natural e eficiente possível”, acrescenta.

Fonte: 
Nota: 
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Conclusões de inquérito apresentadas em Conferência
Mais de 75% da geração mais jovem do setor da Saúde considera que não há uma total igualdade de oportunidades entre homens e...

Tanto a maioria dos homens como a maioria das mulheres aponta a falta de igualdade de oportunidades, embora esta perceção tenha um peso diferente consoante o género.Para 59% dos homens não há oportunidades totalmente iguais entre géneros, uma ideia partilhada por 86% das mulheres.

Estas são conclusões de um inquérito realizado a mulheres e homens até aos 40 anos  que trabalham na área da saúde. O estudo, elaborado pela GFK/Metris para o Movimento LIFE - Liderança no Feminino na Saúde, está em fase de conclusão e será apresentado no dia 16 de maio de 2024 em Lisboa.

O estudo é elaborado com base em 500 inquéritos a homens e mulheres que trabalham na área da saúde em Portugal. As conclusões finais serão apresentadas na conferência “Liderança Feminina na Saúde: 50 Anos de Conquistas?”, que acontece no Centro de Congressos de Lisboa e que conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República. 

Os dados da realidade global mostram que a área da saúde é predominantemente feminina, com as mulheres a representarem 75% do total da força de trabalho, mas a ocuparem pouco mais de um terço dos lugares de liderança (38%).

Na sessão pública de lançamento do Movimento LIFE, em março de 2023, foram apresentados outros dados sobre a realidade da igualdade de género:

  • Apenas 7% dos CEO das maiores empresas portuguesas são mulheres
  • Só há 21% de mulheres reitoras e presidentes nas instituições do Ensino Superior em Portugal
  • A nível mundial, levaremos 132 anos para alcançar a paridade total entre mulheres e homens 

O Movimento LIFE é uma iniciativa contínua para conduzir a mudanças de comportamentos e ações que contribuam para a igualdade de género e para a paridade na liderança na Saúde.

É uma iniciativa conjunta de Faces de Eva - Estudos sobre a Mulher/CICS.NOVA (NOVA FCSH) e da Roche a que se juntam cerca de 30 embaixadoras.

 
Iniciativa da Fundação AstraZeneca
A Fundação AstraZeneca (FAZ) abriu as candidaturas à 6.ª edição do “Prémio FAZ Ciência”, que irá distinguir o melhor projeto de...

A bolsa terá um valor entre os cinco e os trinta e cinco mil euros, que será decidido pela Comissão de Avaliação em função das candidaturas apresentadas. Mais do que um prémio poderá ser premiado.

Maria do Céu Machado, presidente da Fundação AstraZeneca, refere que “o apoio à investigação científica e os contributos que daí resultam são fundamentais para os doentes e para os profissionais de saúde e contemplam a missão da Fundação AstraZeneca. Tal como em edições anteriores do Prémio FAZ Ciência, mantém-se a área da Oncologia por se considerar prioritária e oportunidade de divulgar a investigação que se faz em Portugal relativamente a novas terapêuticas e técnicas de diagnóstico e prevenção cuja excelência deve ser prestigiada e distinguida”.

Os projetos candidatos ao Prémio “FAZ Ciência” serão avaliados por uma Comissão de Avaliação composta por cinco reconhecidos especialistas nacionais na área da Oncologia: Bruno Silva-Santos, Vice-Diretor do Instituto de Medicina Molecular (iMM Lisboa) e Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; José Carlos Machado, Vice-presidente do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) e Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; José Pedro Carda, Hematologista no Hospital da Luz, em Lisboa, e Clínica da Luz, em Odivelas, e Assistente Convidado da Faculdade de Medicina da Universidade Católica; Luís Costa, Chefe do Departamento de Oncologia do Hospital de Santa Maria e Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; Maria-João Cardoso, Coordenadora da Equipa Cirúrgica da Unidade de Mama da Fundação Champalimaud e Professora Associada da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

As candidaturas deverão ser enviadas por email para [email protected], até ao dia 31 de março de 2024. O regulamento está disponível na página da Fundação AstraZeneca, em www.astrazeneca.pt. O prémio será entregue em julho de 2024. 

 
RRH tem como finalidade direcionar o fluxo dos utentes aos Serviços de Medicina Intensiva
Paulo Martins, Diretor do Serviço de Medicina Intensiva da Unidade Local de Saúde de Coimbra (ULS Coimbra) integra o grupo de...

Constitui missão deste Grupo de Trabalho colaborar com a Direção Executiva do SNS (DE-SNS), nas seguintes tarefas e objetivos: 

1.Analisar o estado atual dos pontos da Rede de Referenciação Hospitalar de Medicina Intensiva; 

2. Definir os pontos da nova Rede de Referenciação Hospitalar de Medicina Intensiva; 

3. Definir a mais eficiente dotação de recursos humanos em Serviços de Medicina Intensiva;

4. Definir a estrutura logística das Unidades de Cuidados Intensivos; 

5. Definir, de forma atualizada e normalizada, a missão dos Serviços de Medicina Intensiva e apoiar a DE-SNS na implementação dessa missão em todos os pontos da Rede de Medicina Intensiva; 

6. Definir as estratégias de terciarização e regionalização de cuidados em Medicina Intensiva e apoiar a DE-SNS na sua implementação.

A necessidade de revisão advém dos desafios que se colocam atualmente à prestação de cuidados de saúde tendo em conta a modificação das necessidades e a alteração das características das unidades hospitalares, a adequação da distribuição de recursos humanos, o progressivo desenvolvimento tecnológico e a crescente inovação nas várias dimensões.

A RRH de Medicina Intensiva tem como finalidade direcionar o fluxo dos utentes aos Serviços de Medicina Intensiva, tendo em conta a necessidade de adequação de determinadas patologias, que pela sua frequência ou características, carecem de concentração em centros de elevada diferenciação técnica, experiência clínica ou equipamento específico.

As Redes de Referenciação Hospitalar (RRH) desempenham um papel determinante no planeamento e organização na prestação de cuidados de saúde, contribuindo significativamente para garantir a qualidade de cuidados nas diferentes especialidades, a articulação entre as diferentes instituições e a diferenciação e complexidade que cada hospital deve possuir, de forma a poder responder às necessidades em saúde, promovendo a experiência, os centros de referência e a concentração das respostas mais exigentes, de acordo com os padrões internacionais e o estado da arte, garantindo segurança e qualidade.

Labsummit
O ISQ organiza, em parceria com a Ambidata e a Relacre, o Labsummit - o maior encontro de profissionais do mundo dos...

Este encontro é inovador pois criará a oportunidade de juntar, no mesmo fórum, a cadeia de valor de diversos laboratórios e as indústrias que estes servem, nomeadamente Indústria Automóvel, Aeronáutica, Alimentar, Farmacêutica, Indústrias de Processo, Energia, entre muitas outras.

“A diversidade e o multiculturalismo podem potenciar a inovação, a eficiência e a produtividade e este será o palco ideal para trocar ideias, colaborar e abrir um novo caminho para o crescimento do sector”, assinala Shital Jayantilal, uma das oradoras do Reino Unido.

Vanessa Mosca, do Brasil, realça “a inovação e a humanização no setor laboratorial e a forma como as tecnologias inovadoras (caso de IA, CHAT GPT) estão a transformar os recursos humanos”.

Mayte Garrote Gallego, de Espanha, considera que o Labsummit é fundamental pois permitirá trocar opiniões sobre os requisitos de regulamentação do sector.

O tema da produtividade dos laboratórios é crucial para Paulo Rego, da Ambidata, “porque irá trazer sugestões práticas que permitem aos laboratórios crescer, reduzindo as atividades burocráticas e otimizando os seus processos”.

Este evento fará a ligação entre a inovação, o conhecimento, a tecnologia e a sustentabilidade, reunindo laboratórios, indústria, reguladores e outras partes interessadas com o objetivo de chegar a oportunidades criativas para todo o setor.

Opinião
A obesidade e o excesso de peso atingiram proporções pandémicas em todo o mundo.

A obesidade está associada à progressão da DRC, independentemente da patologia subjacente. Contudo, os mecanismos pelos quais a obesidade inicia e/ou está envolvida na progressão da DRC não são bem compreendidos.

Paradoxalmente, na doença renal crónica terminal (doentes hemodialisados), a obesidade está associada a uma melhor sobrevida. Nestes doentes, a perda de peso foi associada a uma mortalidade mais elevada. No entanto, a desnutrição e outros processos patológicos que causam perda de peso não intencional podem assumir um papel confundidor.

Apesar da obesidade ser um problema importante nos doentes com DRC, o tratamento da obesidade nestes doentes não tem merecido a atenção devida. As intervenções no estilo de vida são a primeira linha de tratamento em todos os doentes. Contudo, eles são bem-sucedidos apenas em uma minoria. 

A segunda opção de tratamento é a cirurgia bariátrica, que é segura em doentes com DRC e leva à perda de peso profunda e sustentada, estando associada a um efeito renoprotetor e a um melhor controlo dos fatores de risco para DRC. 

A terceira opção é a farmacoterapia. Os medicamentos antiobesidade existem há muito tempo, mas a maioria oferecia apenas uma modesta perda de peso e estava associada a muitos efeitos colaterais. Nos últimos dois anos surgiram avanços farmacológicos promissores no tratamento da obesidade. Aguardam-se resultados de estudos mais definitivos no cenário de pacientes com DRC.

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Ciência, saúde, nutrição e exercício físico
Ciência, saúde, nutrição, exercício físico?

Há relativamente poucos anos, todos acreditávamos que o exercício mais adequado para a perda de peso era o treino aeróbico de longa duração, ou seja, trabalho de baixa intensidade, mas de longa duração. É claro que este tipo de exercício é muito benéfico para a nossa saúde, mas será que é a melhor coisa que podemos fazer para perder peso? É, de facto, um começo, mas talvez possamos melhorá-lo e melhorá-lo muito.

Estudos recentes mostram que os benefícios de um treino de força correto e bem planeado são muito benéficos não só para a perda de peso, mas também para o fortalecimento de ossos e articulações, especialmente em adultos.

O treino de força, sempre adaptado a cada pessoa, vai ajudar a gerar mais músculo que se transforma num aumento da massa isenta de gordura no corpo e, com isso, num aumento do metabolismo basal (o que o corpo consome com as necessidades básicas diárias). Ao aumentar este metabolismo basal, o nosso corpo vai "consumir" mais calorias sem fazer praticamente nada, e depois, claro, temos o consumo extra da caminhada, do treino, etc.

Resumidamente, depois de um bom aquecimento e de um bom plano adaptado, para perda de peso recomenda-se treino de força pelo menos 3 sessões por semana.

Paralelamente, não podemos esquecer a alimentação, que desempenha um papel fundamental na perda de peso, começando por uma redução do consumo de calorias se tivermos excesso de peso.

De uma forma geral, e para o dizer da forma mais simples possível, todos nós "comemos muito mais do que precisamos".

Entre em contacto com um nutricionista e comece a "controlar" o que come, comendo da forma mais natural, equilibrada e saudável possível. Não precisa de nenhum suplemento ou complemento no início, basta um pouco de "educação nutricional" e perseverança para começar a ver resultados muito rapidamente.

E em relação ao exercício aeróbico, como andar de bicicleta, correr ou caminhar? Já não é útil? Claro que é muito útil, mas se quisermos otimizar o nosso tempo e obter bons resultados, pode experimentar o HIIT ou High Intensity Interval Training, que seria como um treino de alta intensidade (para cada pessoa a sua intensidade) com pausas ou descansos entre os intervalos.

De forma bem controlada e com um trabalho prévio de adaptação, consegue-se picos de intensidade muito elevados o que levaria a um consumo de calorias (Kcal) não só durante o exercício em si, mas também pós-exercício (pelo efeito EPOC) em que o corpo pode continuar a "queimar" Kcal até 24 horas depois.

Para além desta vantagem, temos uma outra, que é o facto de neste tipo de treino de alta intensidade, não só evitarmos a perda muscular como poderia acontecer com o trabalho aeróbio extensivo, como até a podemos aumentar como acontece com o trabalho de força.

Por todas estas razões e para além destes 3 pilares (nutrição, força e HIIT) não podemos esquecer a importância do descanso e da recuperação para podermos tanto construir essa massa sem gordura como para podermos ter força e energia para os nossos treinos.

Não hesite e coloque-se nas mãos de um profissional para o ajudar no seu objetivo de perda de peso da melhor forma possível e ficará surpreendido com as mudanças na sua qualidade de vida e saúde.

 
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Sob o mote "Saúde Renal para todos"
A Unidade de Nefrologia Pediátrica do Departamento de Pediatria da Unidade Local de Saúde de Coimbra (ULS Coimbra) associa-se...

No dia 11 de março, entre as 10h30 e as 12h decorre uma narração teatral ”No dia em que o lobo fugiu das histórias” encenada pela associação artística, literária, educacional e lúdica “Recortar Palavras”, dirigida às crianças internadas nos Serviços do Hospital Pediátrico e a crianças convidadas de escolas de Coimbra.

No dia 13 de março, entre as 10h30 e as 12h tem lugar a “Hora do Conto – Madalena na Nefrologia”, atividade que será desenvolvida pelo grupo de Educadoras do Hospital Pediátrico adstritas aos Serviços de Internamento e Hospitais de Dia, com a colaboração do Professor de Música. Este momento serve também para assinalar o lançamento do respetivo livro educativo - Madalena na Nefrologia, cujo texto é da autoria da Enfermeira Rute Serra, elemento da equipa de Nefrologia Pediátrica.

No dia 14 de março, Dia Mundial do Rim, entre as 10h30 e as 12h10 tem lugar uma sessão educativa dinamizada pelos médicos e enfermeiros da Unidade de Nefrologia Pediátrica, destinada a alunos do 5º e 6ºanos de escolaridade que será desenvolvida no Colégio Rainha Santa Isabel. A duração da atividade será de aproximadamente 45 minutos e haverá, ainda, um tempo adicional, 30-45 minutos, para discussão e participação ativa dos alunos.

Ainda ao longo do dia 14 de março vai haver animação lúdica e musical a cargo da Operação Nariz Vermelho nos vários Serviços de Internamento do Hospital Pediátrico, Hospitais de Dia e áreas comuns (salas de espera), com a colaboração do Professor de Música e das Educadoras.

A propósito da celebração deste ano, Carmen do Carmo, médica da Unidade de Nefrologia Pediátrica da ULS Coimbra e Presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia Pediátrica (SPNP), refere “acreditamos que o tema de 2024 é atual e necessário, reconhecendo a necessidade de uma política de saúde inclusiva que garanta a equidade no acesso ao diagnóstico e tratamento”.

Pretende-se sensibilizar para a importância de garantir o acesso equitativo aos cuidados e tratamentos a todos os que vivem com doença renal, de forma a melhorar a sua qualidade de vida e a reduzir a progressão da doença. Avanços terapêuticos recentes têm demonstrado sucesso significativo no atraso da progressão da doença renal crónica, permitindo também reduzir as complicações associadas. Infelizmente, nem todos têm igual acesso a estes cuidados e tratamentos.

Carmen do Carmo continua para dar conta que “esta abordagem deve envolver múltiplos níveis, incluindo as políticas de saúde, os sistemas de saúde, os profissionais, os doentes e as suas famílias”. Sinaliza ainda a importância de cruzar estes temas com artes como “o teatro, a música e a literatura pois facilitam a transmissão de informação relevante à comunidade com ganhos na literacia para a saúde”.

Carolina Cordinhã é médica da Unidade de Nefrologia Pediátrica da ULS Coimbra e Coordenadora do Grupo de Trabalho de Nefrologia da Comunidade da SPNP, e alude “aos desafios que às crianças e adolescentes com doença renal são colocados diariamente, com impacto significativo na sua qualidade de vida, das suas famílias e nas comunidades em que se inserem. Por isso, é com grande entusiasmo que participamos nesta campanha internacional anual, através do Grupo de Trabalho de Nefrologia da Comunidade com desenvolvimento de várias atividades a nível nacional (continente e ilhas) para assinalar o Dia Mundial do Rim”.

Carmen do Carmo esclarece que “a criação de Grupos de Trabalho (GT), no âmbito da SPNP como é o caso do GT de Nefrologia da Comunidade, o qual desenvolve a sua atividade em áreas de grande interesse para a Nefrologia Pediátrica são muito importantes” e prossegue apontando algumas das razões principais como: “melhorar o tratamento dos doentes renais ao promover e facilitar a pesquisa e o debate em áreas específicas e incrementar a comunicação entre especialistas com interesses semelhantes”.

Carolina Cordinhã acrescenta que “o Grupo de Trabalho de Nefrologia da Comunidade através da promoção de ações de formação comunitária contribui de forma significativa para a literacia para a saúde, pois acreditamos que a intervenção junto à comunidade representa um pilar fundamental na melhoria de cuidados destes doentes, nomeadamente no que respeita à consciencialização sobre a importância da saúde renal, fatores de risco, comportamentos preventivos e como viver com doença renal”.

 

Gonçalo Santos, investigador do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS) da FCTUC lidera a investigação
Um estudo internacional liderado por Gonçalo Santos, investigador do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS) da...

Até recentemente, os hospitais públicos, onde grande parte das mulheres chinesas dão à luz, não ofereciam a opção de anestesia durante o trabalho de parto vaginal e a cesariana era a única forma de escapar à dor inerente a este processo. Neste estudo, este é um dos fatores apontados como uma das explicações para a popularidade da cesariana na China de hoje, mas não é o único.

«Tal como em Portugal, a China está já há alguns anos no grupo dos países com a taxa de cesarianas mais alta do mundo, e a sua transição para esta condição foi um processo particularmente rápido. Na China, a taxa de cesarianas cresceu de 4,9%, em 1993, para 38,9%, em 2015–2016, bastante acima da taxa de 10-15% recomendada pela Organização Mundial de Saúde e acima da qual não há benefícios óbvios em termos de redução de mortalidade materna e infantil», revela o antropólogo e sinólogo do Departamento de Ciências da Vida (DCV).

Apesar do alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 2010 e 2011, e do governo central chinês lançar uma série de medidas para reduzir a taxa de cesarianas, esta continua a ser uma das mais elevadas do mundo. Como mostra o artigo de Gonçalo Santos e Jun Zhang, este fenómeno é causado por fatores estruturais relacionados com a orientação geral das políticas públicas de saúde maternal e com a forma como são geridos os recursos e as finanças dos hospitais com serviços de obstetrícia.

«A explicação, ainda hoje dominante, para a alta taxa de cesarianas na China aponta para uma subida na procura deste tipo de parto devido a uma melhoria generalizada das condições hospitalares para a realização de cirurgias. Por outro lado, ocorreu também uma mudança de atitude em relação ao parto, incluindo o facto das mulheres chinesas de hoje, ao contrário de gerações anteriores, não quererem passar pela dureza do parto vaginal e considerarem não ter idade ou aptidão física necessária para o suportar», aponta Gonçalo Santos.

Esta hipótese do aumento da taxa de procura é um fator relevante, mas não suficiente, porque as escolhas das mulheres são sujeitas a condicionantes estruturais. «A persistência da alta taxa de cesarianas da China deve ser explicada por fatores estruturais que têm a ver com a orientação geral das políticas públicas de saúde maternal e de gestão hospitalar. Para explicar esta persistência, na China ou noutro país qualquer, incluindo Portugal, não nos podemos limitar a fatores simplistas como variações nas taxas de procura», considera o investigador da FCTUC.

«É necessário olhar mais fundo, para os fatores políticos e económicos que condicionam as escolhas e as preferências dos vários atores envolvidos no processo do parto com todas as suas incertezas, imponderáveis e imprevisíveis», remata.

O artigo científico “The Rise in Cesarean Births and the Technocratic Medicalization of Childbirth in Late-Reform China" está disponível aqui.

Conversas com Barriguinhas
No primeiro ano de vida, o bebé requer muita atenção e cuidados por parte dos pais, uma vez que é um período repleto de...

Para apoiar as famílias, em particular as grávidas e recém-mamãs, a conciliarem as suas rotinas com primeiro ano de vida do bebé, as Conversas com Barriguinhas vão organizar duas sessões online com palestras e aulas práticas, que contam com a participação de especialistas em Saúde Pediátrica e Materna.

Na primeira sessão, agendada para  6 de março, às 21h00, os pais vão aprender a fazer massagens ao bebé para o alívio das cólicas. Esta e outras dicas para aliviar as dores de barriga no bebé serão partilhadas pela psicóloga pediátrica Clementina Almeida, da ForBabiesBrain. Além disso, as enfermeiras especialistas em saúde infantil e pediatria, Ana Gaspar e Diana Calaia, da Aventura do Cuidar, vão explicar de que forma podem os pais monitorizar a saúde do seu bebé, evitando preocupações e idas desnecessárias ao médico.

E porque esta sessão também é dedicada à saúde da grávida, a fisioterapeuta pélvica Rita Avelino, estará presente para demonstrar vários hábitos posturais saudáveis que as mulheres devem adotar durante o período da gestação.

Já na sessão do dia 13 de março, a fundadora o projeto MOMM, Inês Freitas, vai partilhar dicas para que as futuras mamãs possam cuidar de si no pós-parto, conciliando a sua vida com a nova rotina da maternidade. Ainda sobre os cuidados pessoais, a consultora de imagem e estilo Cristiana Silva vai partilhar ideias de looks com as grávidas, lembrando a importância que a autoestima pode ter no bem-estar da mulher durante a gestação.

E porque o movimento é essencial para uma gravidez saudável, sendo também uma excelente forma de preparar o corpo da mulher para o trabalho de parto, a personal trainer Sandra Sousa vai dinamizar uma aula prática de fitball, com exercícios que podem ser feitos com a bola.

Por fim, Marta Batista, técnica de laboratório da Crioestaminal mostra-lhe onde ficam guardadas as Células Estaminais do Cordão Umbilical dos bebés numa visita guiada pelo maior laboratório de células estaminais da Península Ibérica. As células estaminais do cordão umbilical, só podem ser colhidas no momento do parto, e são úteis no tratamento de mais de 90 doenças. 

Nestas sessões, uma das grávidas participantes irá receber uma mala de maternidade com produtos dos parceiros da iniciativa.

As inscrições estão disponíveis nas plataformas.

Opinião
A obesidade é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, tendo um impacto muito prof

O fígado é um órgão vital que desempenha uma série de funções essenciais no corpo humano, incluindo o metabolismo de gorduras. No entanto, quando uma pessoa está acima do seu peso normal, o fígado fica sobrecarregado com o excesso de gordura, levando a uma condição conhecida como esteatose hepática. Esta condição é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no fígado e pode ser um precursor de lesões hepáticas mais graves, como a esteatohepatite e a cirrose.

Quando o corpo acumula mais gordura do que aquela que pode metabolizar, o fígado é forçado a armazenar o excesso de gordura, o que pode levar à inflamação dos tecidos hepáticos. Com o tempo, isso pode evoluir para esteatohepatite, uma forma mais grave de doença em que à esteatose se associa inflamação do fígado. Se não for tratada, a esteatohepatite pode progredir para cirrose, uma condição na qual o tecido hepático normal é substituído por tecido cicatricial, resultando em danos irreversíveis do fígado e insuficiência hepática.

A gravidade da doença hepática pode aumentar se, além da obesidade, estiverem presentes outros fatores tais como diabetes e excesso de gorduras no sangue. Quando presentes, a ingestão de álcool e outros agressores – vírus da hepatite B ou C, por exemplo – tornam este quadro mais grave. Finalmente, a obesidade e a esteatohepatite aumentam o risco de cancro do fígado. Portanto, é fundamental reconhecer a obesidade como um fator de risco significativo para uma série de problemas de saúde hepática e adotar medidas eficazes para prevenir e tratar essa condição.

A boa notícia é que a obesidade é uma condição prevenível e tratável. É fundamental adotar estratégias de prevenção, nomeadamente a adoção de um estilo de vida saudável, que envolve uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais e cereais integrais, juntamente com a prática regular de exercício físico. Além disso, é importante limitar o consumo de álcool, evitar o tabagismo e manter um peso corporal saudável.

A consciencialização pública desempenha um papel crucial na abordagem da obesidade e nas consequências para a saúde hepática. A aposta em programas educacionais e campanhas de sensibilização devem ser implementadas para destacar os riscos associados à obesidade e promover hábitos de vida saudáveis desde a infância.

Através de uma abordagem abrangente é possível reduzir a prevalência da obesidade e proteger a saúde do fígado.

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Iniciativa promovida em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Neurociências e pela Ciência Viva
O Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC) e o Instituto de Investigação Clínica e...

Teatro, conversas e jogos são algumas das iniciativas que vão juntar várias faixas etárias na descoberta das neurociências através da investigação desenvolvida na Universidade de Coimbra (UC). A Semana Internacional do Cérebro pretende mostrar à sociedade os avanços e as descobertas científicas na área das neurociências, assim como promover literacia em saúde no contexto do funcionamento do cérebro.

“A Semana Internacional do Cérebro tem sido para nós uma excelente oportunidade de disseminação das neurociências com diferentes públicos há mais de 25 anos. Esta celebração tem contado com o excecional envolvimento dos nossos neurocientistas que são desafiados a comunicar a sua ciência nos mais variados contextos (escolas, bares, rádio, parques, autocarros, com exposições, no teatro, entre outros). É um momento do ano importante para transmitir à sociedade a importância da investigação em neurociências, uma área com um impacto social crescente nos dias de hoje”, destaca a coordenadora do Gabinete de Comunicação de Ciência do CNC-UC e do CIBB, Sara Varela Amaral.

“Ao criarmos locais de encontro entre as neurociências e a sociedade, acreditamos que promovemos o entusiasmo e suporte da sociedade à investigação em neurociências, assim como contribuímos para uma sociedade mais conhecedora e capaz de tomar decisões com base em conhecimentos de neurociências”, acrescenta a coordenadora do projeto.

Os cientistas da UC, em conjunto com várias entidades parceiras, vão promover diversas atividades presenciais e online:

Neurocientistas vão às escolas (durante todo o mês de março), com sessões promovidas por neurocientistas junto de públicos escolares, associações e universidades sénior;

Atividades no âmbito da iniciativa Brain Gain: À Descoberta das Neurociências (6, 13, 20 e 27 de março), que pretende inspirar estudantes do ensino superior a seguirem carreiras na área das neurociências;

Celebrações do Dia Mundial do Sono (15 e 16 de março), com mesas redondas com peritos e com o lançamento de vídeos (com ilustração de Cristina Sampaio e financiados pela Resmed Foundation e Gasoxmed) sobre o sono em três centros de ciência nacionais: Planetário, no Porto; UC Exploratório, em Coimbra; Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa;

Celebrações do Dia da Doença Bipolar (20 a 24 de março), com o espetáculo de teatro Oxímoro, entre Solstícios e Equinócios, produzido pela companhia de teatro Marionet, que vai estar em cena no Convento São Francisco (Coimbra).

A Semana Internacional do Cérebro é uma iniciativa internacional promovida anualmente pela Dana Foundation e pela Federação Europeia das Sociedades de Neurociências. Em Portugal, é promovida pela Sociedade Portuguesa de Neurociências e pela Ciência Viva e conta há vários anos com o envolvimento de centros de investigação da Universidade de Coimbra. 

Antigo diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa foi agraciado por Marcelo Rebelo de Sousa
Fausto José Pinto, antigo diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, foi agraciado com o grau de Grande...

"Em nome da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, o seu atual diretor, o Prof. Doutor João Eurico da Fonseca, felicita o Prof. Doutor Fausto Pinto por esta justa condecoração", pode ler-se em comunicado. 

Fausto José Pinto é atualmente Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e Diretor  do Serviço de Cardiologia e do Departamento de Coração e Vasos da Unidade Local de Saúde de Santa Maria. Foi Presidente da Federação Mundial do Coração (World Heart Federation, 2021-2022) e da Sociedade Europeia de Cardiologia (European Cardiology Society, 2014-2016), Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (Lisboa, Portugal) (2015-2018; 2018-2022), Presidente do Conselho Nacional das Escolas de Medicina (2018-2020), Presidente da Direção do Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML) (2019-2021).

Projeto co-financiado pela Comissão Europeia
Organizações de cuidados de saúde selecionam duas necessidades que vão ser exploradas por equipas inter-regionais de pequenas e...

O HealthChain é um projeto co-financiado pela Comissão Europeia, em que o CHUC, agora unidade Local de Saúde de Coimbra (ULS Coimbra) é um dos parceiros do consórcio.

Trata-se de um projeto desenvolvido por um consórcio de 20 parceiros, de cinco regiões/países diferentes. Cada região reúne a mesma estrutura de parcerias e funções: uma Organização de Cuidados de Saúde, com o papel de identificação de necessidades; Empresas de tecnologias de informação, com o papel de desenvolvimento de soluções; Suporte de ecossistemas regionais (grupos ou associações empresariais), com o papel de apoio às empresas e liderança da ligação entre outras regiões.

É um projeto que propõe um modelo orientado para a procura, co-criativo, perspetivando o desenvolvimento e a adoção de soluções para os desafios identificados pelas instituições de saúde e os seus utilizadores finais. O desenvolvimento de soluções inovadoras é efetuado em conjunto com os fornecedores. Além disso, e muito importante para o impacto, existe um compromisso por parte das organizações de saúde, de adotar a inovação se esta for bem-sucedida. Os mediadores dos ecossistemas (grupos ou associações empresariais) fornecem o apoio empresarial para potenciar o desempenho dos fornecedores e impulsionar a sua competitividade.

Com o mote: ‘No seu contexto de trabalho identifica problemas que poderiam ser resolvidos com o desenvolvimento de soluções digitais?’ decorreu, durante o mês de outubro de 2023, a fase para a submissão de candidaturas. Foram rececionadas 26 propostas, dos mais variados contextos de prestação de cuidados, serviços de apoio e logística e por distintos grupos profissionais.

A gestão deste projeto é da responsabilidade do Gabinete de Inovação da Unidade de Inovação e Desenvolvimento, em colaboração com o líder e parceiro do consórcio em Portugal, Instituto Pedro Nunes (IPN).

Como abertura de candidaturas ao Projeto HealthChain, foi organizado no dia 02 de outubro de 2023, o webinar, “Investigação, Inovação e Co-Criação”, com uma agenda direcionada para a identificação de necessidades; conceitos-chave; co-criação orientada pela procura; identificação e priorização de necessidades; desenhos de pilotos: desenvolvimento e validação, com a participação de especialistas na área, Jorge Figueira, da Universidade de Coimbra e Jorge Pimenta, do Instituto Pedro Nunes, moderado por Patrícia Couceiro, Gestora de Projetos de Inovação do Gabinete de Inovação da ULS Coimbra.

As candidaturas submetidas foram avaliadas por um júri constituído por perfis distintos e com homogeneidade de género: Administrador Hospitalar, Clínico e Investigador, perito em Inovação, perito em Inovação e Mercado, representante do Gabinete de Humanização, perito em Tecnologias de Informação e um perito em Qualidade.

Foram apurados dois projetos vencedores:

  • Reabilitar@mente, proposto pelas enfermeiras Sara Godinho, La Salete Fernandes, Daniela Neves e Célia Laranjeiro, do Serviço de Medicina Interna H. A finalidade deste projeto é a implementação de programas de reabilitação cognitiva à pessoa idosa internada, para melhorar a orientação, a memória e a independência funcional, concomitante e complementariamente às intervenções de enfermagem de reabilitação na área da funcionalidade.
  • Recomed, submetido por Marisa Caetano e Francisco Machado, farmacêuticos hospitalares e por Sara Ramos e José Luís Cabral, cirurgiões plásticos. O principal objetivo é melhorar, com uma solução digital e integrada no registo eletrónico do doente, a acessibilidade e atualização da lista de medicamentos dos doentes internados neste serviço clínico, evitando erros de comunicação e consequências negativas em questões de segurança do doente, pretendendo-se, sempre que possível, uma participação ativa do próprio doente, capacitando-o para gerir melhor a sua medicação.

Para dar resposta a estes desafios a líder do projeto diligenciou para que pequenas e médias empresas portuguesas pudessem apresentar propostas, as quais terminaram em meados do passado mês de fevereiro. Neste momento as propostas encontram-se em análise e, após o veredicto, irá dar-se início ao planeamento e implementação de soluções, num trabalho de cocriação com os serviços proponentes.

Mais tarde irá juntar-se a cada desafio uma empresa internacional, europeia, numa perspetiva de colaboração inter-regional e sustentabilidade do projeto.

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