Em causa as declarações do presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) Médio Tejo
A Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (ANL) expressa surpresa face às recentes justificações de Casimiro Ramos,...

Neste contexto, a ANL recorda o estudo ‘Quantificação de custos de realização de análises clínicas’, conduzido pela consultora Roland Berger, com o apoio do Ministério da Saúde, que analisou os custos de realização de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT) em hospitais públicos, incluindo algumas ULS semelhantes à ULS Médio Tejo que já estavam estabelecidas nessa altura. A principal conclusão obtida nesta análise foi a ausência de racional económico de suporte à tomada de decisões de gestão, especialmente no que concerne à escolha entre internalização e externalização de serviços. 

Nuno Marques, diretor-geral da ANL, reforça: “infelizmente, estamos uma vez mais perante um exemplo de ausência de racional económico em que a poupança é estimada através da simples eliminação da despesa estimada com o setor convencionado, em vez de ser contabilizada a real totalidade dos custos na realização dos atos.” 

A falta de transparência nos cálculos de custeio levanta questões sobre a veracidade das poupanças e a qualidade dos serviços prestados pela ULS Médio Tejo. “Estes cálculos devem abranger vários fatores, desde custos operacionais diretos até custos indiretos e encargos adicionais, como custos com pessoal, infraestruturas, equipamentos e licenças. É importante a conformidade com os regulamentos e normas estabelecidos no regime jurídico do licenciamento previsto no Decreto-Lei n.º 127/2014 aplicáveis à atividade laboratorial e a supervisão independente, a fim de garantir a qualidade e segurança dos serviços prestados à comunidade”, acrescenta Nuno Marques.  

A ANL reitera a importância de transparência e exige à ULS Médio Tejo uma apresentação detalhada dos cálculos de custeio relacionados com a atividade de análises clínicas e anatomia patológica. 

 
Iniciativa decorre no dia 21 de fevereiro
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) vai promover uma conferência sobre “Centros Privados de Diálise e SNS:...

Na iniciativa será apresentado um estudo desenvolvido pelo Professor Eduardo Costa, Especialista em Economia da Saúde e Professor Auxiliar Convidado na Nova School of Business and Economics, com o título “Preço compreensivo da hemodiálise em Portugal”, que pretende olhar com mais pormenor para a realidade da diálise em Portugal.

O estudo olha para o passado, desde a criação do preço compreensivo, identificando e analisando os custos da prestação de hemodiálise. Dessa análise, afere quais são os fatores que mais condicionam a evolução dos custos para os prestadores de hemodiálise, avançando com uma proposta de um modelo de atualização anual do preço compreensivo que assegure a manutenção dos resultados de qualidade para o utente/doente, traga equilíbrio à relação financiador/prestador, e mantenha a previsibilidade para o financiador.

“Esta conferência será uma excelente iniciativa para debater os desafios e oportunidades da atual parceria entre os centros privados de diálise e o Serviço Nacional de Saúde. Pretendemos assegurar a sustentabilidade dos atuais níveis de qualidade da hemodiálise, que são reconhecidos internacionalmente, e estamos confiantes de que esta conferência será um importante contributo para discutirmos de forma aberta o valor criado pelos centros privados de diálise e o modelo de remuneração destes”, explica Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

A conferência iniciará com uma sessão de abertura levada a cabo por Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL. Ao longo da tarde, o programa conta com um painel de debate composto por Edgar Almeida, Presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, Eduardo Costa, Professor na Nova School of Business and Economics, José Miguel Correia, Presidente da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, e Rui Filipe, membro da Direção da ANADIAL. A sessão de encerramento será da responsabilidade de Serafim Guimarães, membro da Direção da ANADIAL.

 
A importância de se falar sobre Incontinência Fecal
Falar de Incontinência Fecal é falar de uma condição devastadora, "vivida em silêncio, pela eno

Joana tinha 35 anos quando se deparou com o problema. Logo após o nascimento da filha mais nova. "Os sintomas eram perda involuntária de fezes e gases diárias", no entanto, admite que não olhou para o que lhe estava a acontecer "como incontinência". "Pensei que fosse uma consequência normal do parto e, que, com o tempo iria desaparecer. O tempo foi passando, mas o tabu, o medo, a vergonha e os mitos que envolvem este tipo de doenças, atrasaram a procura de ajuda", revela admitindo que só ao fim de seis meses tocou no assunto, em consulta, junto da obstetra "com a qual tinha bastante confiança". 

"A incontinência fecal (IF) é provavelmente a condição que mais afeta a dignidade do ser humano, enquanto espécie animal social e sexual", admite o especialista em cirurgia geral. "É uma condição profundamente humilhante que desencadeia sentimentos de vergonha e de depressão. É um tema que provoca repulsa e constrangimento social e que impede os doentes de falarem abertamente sobre o seu sofrimento", acrescenta admitindo, por isso, que esta condição se encontre subestimada e possa ser mais frequente do que se imagina. "Em números absolutos, estima-se que afete mais de 19 milhões de adultos na Europa. Calcula-se que atinja aproximadamente 7,7% (intervalo: 2-21%) da população", revela explicando que a incontinência fecal (IF) se define "como a perda involuntária de fezes sólidas, líquidas ou gases pelo ânus". Ou seja, "ter vontade urgente de evacuar e não conseguir chegar à casa de banho a tempo, ou aperceber-se que tem sujidade na roupa interior, sem ter sentido vontade de evacuar". 

Embora possa depender de vários fatores - "a continência anal depende de uma série de fatores, nomeadamente da função cognitiva, volume e consistência das fezes, trânsito intestinal, distensibilidade rectal, função esfincteriana anal, sensibilidade e reflexos anorectais" -, as causas mais frequentes de IF são o traumatismo obstétrico e o traumatismo cirúrgico, as doenças médicas (neurológicas, degenerativas, endócrinas e psiquiátricas) e os efeitos secundários de medicamentos. "É importante estar atento a perturbações psicológicas por abuso físico/sexual e emocional, desporto de alto-impacto,  distúrbios alimentares e falta de cuidados assistenciais", acrescenta José Assunção Gonçalves. 

Esta condição encontra-se dividida em dois tipos: incontinência de urgência e incontinência passiva. "A IF de urgência caracteriza-se pela vontade de defecar e incontinência apesar do esforço voluntário para reter as fezes e/ou gases. A IF passiva caracteriza-se pela ausência de perceção da necessidade de defecar, antes do episódio de incontinência", explica o médico. No entanto, ambas podem coexistir no mesmo doente. "Nesses casos designa-se de IF mista", esclarece. 

"O diagnóstico é clínico e feito pelo doente, ao referir perda involuntária de fezes sólidas, líquidas ou gases pelo ânus", acrescenta. 

Joana teve o diagnóstico numa consulta de cirurgia geral, "com exames complementares de diagnóstico - sendo alguns deles a ecografia anal, a eletromiografia do nervo podendo, a manometria ano-retal e a ressonância magnética pélvica e perianal". 

"Foi-me explicado que tive rotura do músculo externo do anus e lesão pélvica decorrentes do parto da minha filha mais nova", revela quanto às causas.  

Sendo tão jovem, admite que não foi fácil descobrir que sofria desta condição. "Ainda era uma pessoa jovem e quando se aborda o tema “incontinência” está usualmente associado a pessoas de mais idade", explica. E, apesar de tentar lidar com o assunto com normalidade, esta condição impactou fortemente a sua vida. "No início, apesar das dificuldades inerentes a esta condição fui tentando levar uma vida “normal” tanto a nível profissional como pessoal. Porém, após a esfinctroplastia, esta condição piorou passando as perdas de fezes e gases a serem recorrentes mais que uma vez por dia, impactando a vida familiar e ainda mais a social porque não tinha condições para sequer sair de casa". 

"Por norma, estas situações trazem consequências devastadoras visto que são sofridas em silêncio, a vergonha impede-nos de falar sobre este assunto com outros e diretamente implica faltas ao trabalho, compromissos pessoais, familiares ou sociais que podem destruir carreiras e a vida conjugal e íntima, levando inclusivamente são isolamento e problemas psicológicos graves por terem um elevado impacto na nossa auto-imagem e saúde mental", explica adiantanto que, no seu caso, após uma baixa prolongada, viu a sua carreira de 10 anos chegar ao fim. "Por um despedimento sem bases relacionadas com o meu profissionalismo mas sim devido à incapacidade e falta de condições para assegurar o meu emprego", recorda. 

Por ser uma condição "devastadora" que "pode comprometer em definitivo um emprego ou uma carreira profissional, destruir a vida íntima e conjugal, levar ao isolamento e a problemas psicológicos gravíssimos", é, na opinião do cirurgião geral do Hospital da Luz, "absolutamente essencial o médico transmitir uma mensagem de esperança, que é realista, porque existe tratamento para a incontinência". "Nenhum doente está condenado a viver incontinente para o resto da sua vida. Existem tratamentos eficazes que devolvem a qualidade e dignidade de vida aos doentes que sofrem de incontinência", afirma. 

A abordagem terapêutica da IF, explica José Assunção Gonçalves, "deve ser dirigida à causa subjacente e focada nos resultados clínicos (continência e qualidade de vida)". Ao dispor estão "medidas de suporte, dietéticas, ajuste da medicação habitual, terapêutica farmacológica, reeducação períneo-esfincteriana, biofeedback, estimulação elétrica e cirurgia". 

Quanto a esta última, o cirurgião revela que "está reservada para a última linha de tratamento da IF, quando todas as medidas mais conservadoras já foram implementadas e não obtiveram o resultado desejado". 

Joana Oliveira foi submetida a uma esfinctroplastia, dois anos após a lesão que deu origem ao problema. No entanto, esta só agravou a sua condição. "Como esta cirurgia provocou um agravamento do meu estado de saúde, foi me sugerido fazer fisioterapia de reabilitação do pavimento pélvico e manometria ano-retal", recorda. Não havendo melhoras, Joana procurou tratamento alternativo, tendo descoberto a neuroestimulação sagrada. "Fui candidata ao programa, na altura ainda em fase experimental, e como obtive bons resultados coloquei o neuroestimulador definitivo", conta. 

"As melhorias foram sendo graduais, como em qualquer problema de saúde não resolveu em definitivo, mas devolveu-me a qualidade de vida necessária para eu poder voltar a ter uma atividade profissional, vida familiar e social com menos restrições e tantos receios associados", acrescenta sublinhando a importância de não se esconder um problema para qual existe solução. 

"Existem vários tipos de tratamento como farmacológico, cirúrgico e a reeducação pélvica, que possibilitam um regresso à normalidade para quem sofre destas patologias. Os tratamentos conservadores devem estar presentes em todas as fases da doença, mas quando estes falham a esperança não está perdida. A estimulação dos nervos sagrados (neuromodelação), uma técnica minimamente invasiva que consiste na implantação do neuroestimulador mais pequeno que existe (3cm), permite controlar os esfíncteres urinário e anal e a dor pélvica. Através do diagnóstico precoce, é possível adotar tratamentos conservadores, como a reeduacação pélvica ou o tratamento farmacológico, mas existe esperança mesmo em casos avançados. O passo mais importante é pedir ajuda!", reforça. 

De acordo com José Assunção Gonçalves, "a prevalência da IF aumenta com a idade, estimando-se que afete cerca de 50% dos idosos institucionalizados ou residentes em lares. E, devido ao aumento da esperança média de vida e envelhecimento da população, é expectável que a prevalência da IF tenderá a aumentar". Atualmente estima-se, que na sua forma mais grave, afete 1% da população. 

Assim, é de extrema importância que seja um assunto que continue a ser divulgado e partilhado, quer junto da comunidade médica, quer da população em geral. É aqui que entra em ação a Associação Portuguesa de Disfunção Pélvica e Incontinência - APDPI, presidida por Joana Oliveira, que pretende ser a voz dos doentes junto da sociedade e poderes políticos, incentivando, incusive  "a alteração da lei de incapacidade". 

"Perder a capacidade de controloar a urina e as fezes não é normal, mas também não é motivo de vergonha!", reforça Joana Oliveira. 

 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Relembram Nefrologistas
Em Portugal, aproximadamente 10% da população sofre de insuficiência renal crónica (IRC), doença sem cura e cujo tratamento é...

A gestão da IRC requer consultas regulares e deslocações frequentes do doente ao hospital, com encargos elevados a nível de tempo, comodidade, disponibilidade e custos. A maioria dos doentes faz tratamento de substituição da função renal, no domicílio (peritoneal) ou numa clínica/ hospital (hemodiálise). 

Com a redução da necessidade do número de visitas não planeadas ao hospital, proporcionada pela DP, torna-se possível diminuir os custos relacionados com essas deslocações e o tempo alocado, com impacto positivo na qualidade de vida do doente. Do ponto de vista clínico, o acesso rápido aos dados específicos do tratamento permite um acompanhamento mais proativo por parte dos profissionais de saúde, uma deteção mais rápida de problemas associados ao tratamento, uma monitorização mais próxima e frequente, bem como uma maior disponibilidade para o suporte adequado. A possibilidade de redução de todos estes encargos a nível de recursos, deslocações e tempo alocado com a implementação da telemedicina em diálise peritoneal, com a plataforma de telemonitorização em diálise domiciliária, traduz-se num melhor equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, maior independência e autonomia do doente e ainda numa poupança tanto para o doente como para o hospital e, por último, para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“A opção por diálise peritoneal é ainda bastante inferior ao que se esperava face aos benefícios previstos”, afirma Edgar Almeida, médico nefrologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN).

Os últimos dados disponíveis revelam que a hemodiálise continua a representar a principal técnica de substituição da função renal, com mais de 90% dos doentes em tratamento em Portugal. Segundo dados da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, cerca de 12 500 doentes realizam hemodiálise, cerca de 800 em diálise peritoneal e os restantes são transplantados.

“É importante que, na fase de decisão, os doentes possam contactar com outros doentes em diálise peritoneal para que a sua decisão seja bem fundamentada. Apesar de todos os esforços de informação, os profissionais de saúde não são capazes de transmitir por completo a vivência da DP”, reforça Edgar Almeida.

Nefrologia e desenvolvimento sustentável

A Nefrologia apresenta um conjunto de especificidades geradoras de impactos ambientais significativos. Das diferentes técnicas de substituição da função renal, a hemodiálise é a que consome mais recursos e gera mais resíduos. Em média, são necessários 380 litros de água por sessão de diálise. De acordo com o presidente da SPN, "estas especificidades estão associadas às técnicas dialíticas, mas, também, à transplantação renal, embora se considere que esta é a modalidade com menor impacto. Os impactos associados à diálise estão intrinsecamente relacionados com as especificidades das técnicas: necessidade de deslocações, consumo de água e de energia, e produção de resíduos”. O objetivo passa por manter a qualidade do tratamento ao mesmo tempo que se reduz o impacto ambiental.

 
Estudo liderado pela Universidade de Coimbra
Uma equipa de investigação liderada pela Universidade de Coimbra (UC) identificou um novo mediador responsável pela alteração...

No artigo científico The amygdala NT3-TrkC pathway underlies inter-individual differences in fear extinction and related synaptic plasticity, com recurso a um modelo comportamental de extinção do medo, os cientistas conseguiram identificar “um aumento da ativação da proteína TrkC na amígdala – a região cerebral que controla a resposta do medo – na fase da formação da memória de extinção de medo, o que leva a um aumento da plasticidade sináptica [capacidade dos neurónios alterarem a forma como comunicam entre si em função dos estímulos que recebem]”, explica a investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC-UC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CIBB), Mónica Santos.

Atualmente, uma das opções terapêuticas para as perturbações de ansiedade são as terapias de exposição, que se baseiam no mecanismo de extinção do medo. No entanto, “as terapias de exposição, bem como o uso de fármacos, como ansiolíticos e antidepressivos, não são 100% eficazes no tratamento destes problemas de saúde e, por isso, esta investigação abre novas opções terapêuticas para esta categoria de perturbações”, avança Mónica Santos.

“Este estudo valida a via TrkC como um potencial alvo terapêutico para indivíduos com doenças relacionadas com o medo, e revela que a combinação de terapias de exposição com fármacos que potenciam a plasticidade sináptica pode representar uma forma mais eficaz e duradoura para o tratamento de perturbações de ansiedade”, acrescenta a também líder da investigação.


A equipa (da esquerda para a direita): Carlos B. Duarte, Mónica Santos, Gianluca Masella e Francisca Silva

Quanto aos próximos passos, a equipa de investigação pretende “identificar compostos que tenham a capacidade de ativar de forma específica a molécula TrkC e, assim, serem usados como fármacos aliados à terapia de exposição no tratamento de doentes com perturbações de ansiedade”, revela a investigadora.

A investigação foi financiada pela Fundação Bial (no âmbito da bolsa de financiamento 85/18 - Role of NT3/TrkC in the regulation of fear), tendo contado com a participação de outros investigadores do CNC-UC – Gianluca Masella, Francisca Silva e Carlos B. Duarte – e de investigadores da Faculdade de Medicina da UC, e do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC. Teve também a participação da Universidade do País Basco.

O artigo científico encontra-se publicado na revista Molecular Psychiatry e está disponível em https://doi.org/10.1038/s41380-024-02412-z.

ANGEL promove ainda uma caminhada solidária
No próximo dia 15 de fevereiro celebra-se o Dia Internacional da Síndrome de Angelman. O dia 15 foi escolhido, dado a Síndrome...

A ausência de conhecimentos sobre esta Síndrome é, ainda, elevada e traduz-se em erros de diagnóstico - sendo muitos casos confundidos com outras perturbações como o autismo infantil e a paralisia cerebral - ou atraso na sua identificação, o que compromete uma intervenção precoce essencial a potenciar a melhoria dos sintomas. As famílias das pessoas afetadas por esta condição genética rara enfrentam dificuldades semelhantes na sua procura por um diagnóstico, informação relevante e orientação adequada para profissionais qualificados, no acesso a cuidados de saúde de qualidade, apoio geral social e médico, entre outras.

Com o objetivo de consciencializar a sociedade para a existência desta síndrome, promovendo uma maior visibilidade e deteção dos sintomas associados a esta condição, a ANGEL – Associação Síndrome de Angelman Portugal associa-se anualmente ao Dia Internacional da Síndrome de Angelman com a organização e promoção de várias iniciativas.

A nível internacional mais de 50 Organizações para a Síndrome de Angelman reúnem-se para iluminar edifícios e monumentos emblemáticos com a cor azul como modo de alertar para a Síndrome de Angelman. Desde 2021 que a ANGEL Portugal aderiu a esta iniciativa, dirigindo o convite a cerca de 308 Câmaras Municipais de Portugal continental e ilhas e outras entidades para iluminarem edifícios ou monumentos das suas cidades.

Até a esta data, Angra do Heroísmo; Braga; Câmara de Lobos; Campo Maior; Cascais; Elvas; Espinho; Funchal; Góis; Lisboa; Machico; Monção; Ribeira Brava e Santo Tirso são municípios confirmados na demonstração pública de apoio a pessoas com Síndrome de Angelman e às suas famílias, às quais se junta ainda a Parques de Sintra. Em todos estes municípios será possível observar, na noite de 15 de fevereiro, um edifício ou monumento iluminado de azul.

A somar a esta iniciativa, a ANGEL Portugal lança uma campanha de comunicação sem precedentes. Em Lisboa, mupis digitais em edifícios empresariais, estações de metropolitano, comboio e fertagus e alguns centros comerciais, divulgam o vídeo de consciencialização produzido com o apoio da Unimagem - Comunicação e Imagem. No Porto, o mesmo vídeo poderá ser visualizado junto de estações do metro e um pouco por todo o país, em diversos espaços comerciais e ginásios. A esta ação adere ainda a Câmara Municipal de Lisboa divulgando o vídeo em Mupis Digitais e TOMI. O convite, dirigido também a cerca de uma centena de hospitais portugueses, pretende informar sobre esta condição genética rara e, desse modo, concorrer para uma intervenção precoce essencial para potenciar a melhoria da condição de vida das pessoas com Síndrome de Angelman. A Unidade Local de Saúde do Médio Tejo, o Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca e o Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada são unidades de saúde que já confirmaram a sua adesão a esta iniciativa.

Para celebrar as pessoas com Síndrome de Angelman, a ANGEL Portugal volta a organizar a caminhada solidária Walk'IN ANGEL! A 3.ª edição realiza-se no dia 25 de fevereiro (domingo) às 10h30, no Norte – em Vila do Conde, na Avenida Marginal, da Igreja de Caxinas ao Forte de São João (ida e volta) com ponto de Encontro na Av. D. António Bento Martins Júnior 55, Caxinas. Em Lisboa, será em Belém, da Fundação Champalimaud ao MAAT (ida e volta) e o ponto de Encontro no Jardim Anna Sommer.

Vencedores são conhecidos dia 9 de fevereiro
O desafio foi lançado aos estudantes do secundário de todo o país no Dia Mundial da Alimentação: submeterem a concurso pratos...

Mais de 200 alunos do secundário participaram no concurso do Dia Mundial da Alimentação. Uma iniciativa que tem como objetivo sensibilizar os mais jovens para a importância de idealizarem e confecionarem aquilo que pode ser a alimentação do futuro. “As propostas são surpreendentes e permitem-nos perceber tendências, mas também a aptidão que existe por parte dos estudantes para proporem pratos disruptivos,” refere Paula Castro, diretora da Escola Superior de Biotecnologia. “Como faculdade que forma e investiga nas áreas das ciências da nutrição, da biotecnologia, mas também da engenharia alimentar, é importante promovermos este tipo de iniciativas e sermos agentes de mudança,” conclui.

Os pratos selecionados para a final são: Cogumelos recheados com patê de tremoço; Ratatouille do Remy e espetada de frango; Filete de cavala em crosta de quinoa, puré de brócolos aromatizado com coentros, ceviche de champignon e esferas de tangerina; Puré de Batata Doce com Casca de Banana; Omelete de aveia acompanhada de chips de banana e cenoura; Pão de algas mediterrâneo com tomate e manjericão; Quiche mista com base de curgete panada; Cheesecake de Legumes; Calzone à moda dos Deuses; Hamburguer Pirata; Paínço4all; Hambúrguer de grão-de-bico com molho de tomate e esparguete de curgete com molho pesto; Enrola que pica (cromesqui de urtigas); Hamburguer Vegano de Grão de Bico; Mini Hambúrguer de castanha e grão de bico com abóbora caramelizada e chips de cascas.

No dia 9 de fevereiro, as 15 equipas selecionadas vão finalizar os seus pratos na cozinha experimental da Escola Superior de Biotecnologia – o KitchenLab – e posteriormente apresentá-los a um júri que elegerá os pratos vencedores. Os grupos vão ser avaliados pelo sucesso com que integram os vários critérios no seu trabalho. Mas, para estimular a inovação, além do prémio principal (Receita do Ano) foram criadas quatro subcategorias com personalidade própria: Sabor a mar (para receitas que valorizam a alimentação de base marinha); Street food (quando a comida se come à mão); Sci-fi (alimentação para a idade do espaço); e Quintal (a melhor refeição é a que vem da própria horta).

A final do concurso do Dia Mundial da Alimentação, promovido pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, decorre no dia 9 de fevereiro, entre as 13h e as 17h.

15 de fevereiro
O Especial Grávida Online, organizado pela ‘’Mamãs Sem Dúvidas’’ vai realizar mais uma sessão no dia 15 de fevereiro, entre as...

A anestesia epidural alivia as dores do parto tornando-o numa experiência mais gratificante para a mãe. No entanto há um conjunto de mitos e dúvidas associados a este processo. A epidural é segura? Qual o melhor momento no trabalho de parto para receber a epidural? Alice Araújo, Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia, vai responder a estas e outras questões.

Diana Santos, Formadora do Laboratório BebéVida, irá falar acerca das ‘’Células Estaminais: um potencial de cura’’, destacando as potenciais vantagens terapêuticas do sangue e tecido do cordão umbilical no tratamento de diversas doenças.

A sexualidade durante a gravidez é um assunto que suscita dúvidas e medos angustiantes em alguns casais. A enfermeira Sandra Evangelista, Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia, vai abordar esta questão, o desejo sexual durante a gravidez e os efeitos das adaptações à gravidez na sexualidade.

Ao participar, os casais ficam habilitados a receber um cabaz que inclui uma mala Uriage e voucher Odisseias.

As inscrições para o evento estão abertas, são gratuitas, mas obrigatórias. Faça aqui a sua inscrição:  https://mamassemduvidas.pt/especial-gravida-online/

Estudo avalia impacto da pobreza menstrual na assiduidade escolar
23,5% das raparigas inquiridas entre os 18-24 anos reconhecem que já tiveram de recorrer a produtos como lenços higiénicos,...

Apesar de ainda pouco conhecida e falada, a pobreza menstrual é uma realidade que afeta a vida de muitas jovens raparigas no país. Segundo o estudo são sobretudo as jovens entre os 18-24 anos, que frequentam o ensino secundário, residentes na região Centro e inseridas em contextos familiares com rendimentos baixos, que revelam maior proximidade com o fenómeno. Das 12% das jovens que revelaram já ter faltado às aulas por não poderem comprar produtos menstruais, 3,2% referem que esta é uma situação que acontece recorrentemente. ‘Envergonhada’, ‘triste’, ‘mal’, ‘suja’, ‘vulnerável’, ‘nojenta’, ‘desconfortável’, ‘inútil’, ‘diferente’, foram algumas das palavras utilizadas pelas raparigas para descrever como se sentiram por faltar às aulas por não poderem comprar produtos menstruais (18% optou por não responder). Para justificar a ausência, mais de metade utilizou a ‘desculpa’ de estar doente e só 9,8% disse de facto a verdade.

Do total de raparigas inquiridas, duas em cada 10, ou seja, 17,2% dizem conhecer alguém que já faltou às aulas por não conseguir adquirir produtos menstruais, e 25,5% indica que já tiveram amigas que lhes pediram produtos menstruais por não conseguirem comprá-los. Cerca de 10% reconhece ainda já ter escondido o facto de não ter dinheiro para comprar produtos menstruais e 13% admite já ter tido ‘fugas menstruais’ por não ter dinheiro para trocar o penso ou o tampão.

A visão dos professores também foi tida em conta neste estudo, e quase 22% referiu conhecer nas suas escolas situações de raparigas que não podem comprar produtos de proteção menstrual. Destes, mais de metade reconhece que estes casos acontecem com uma frequência elevada. Quase 10% dos professores inquiridos refere ter alunas que faltam às aulas ou têm de sair da sala de aula por não conseguirem adquirir produtos menstruais. Também 18,2% assumem que já tiveram pais que lhes confidenciaram que não podem comprar produtos menstruais para as suas filhas, e 34,5% indica já ter ajudado de alguma forma na aquisição de produtos menstruais para pessoas em risco de pobreza menstrual.

Entre os pais inquiridos, 8,4% reconhece já ter tido dificuldades para conseguir comprar produtos de proteção menstrual para as suas filhas e 5,5% confessa que, em algum momento, as suas filhas terão ido para a escola sem produtos de proteção menstrual. Esta é uma realidade que assume maior expressão entre os pais mais jovens (25 a 34 anos) e residentes na região Sul. Questionados se alguma vez permitiram que as suas filhas ficassem em casa e faltassem à escola por não poderem comprar produtos menstruais, 5,5% do total da amostra de pais respondeu que sim. Apenas 19,6% dos pais, contra 80,4%, afirmaram alguma vez terem ajudado a adquirir produtos menstruais para pessoas em risco de pobreza menstrual, tendo sido as mulheres as que mais o fizeram no passado.

Por fim,  23,6% da população em geral afirmou conhecer pessoas que já lhes confessaram ter tido dificuldades económicas para conseguir comprar produtos menstruais para si mesmas ou para as suas filhas. Por outro lado, dos 76,4% que indicaram não conhecer ninguém, 13%   assume que já teve dificuldades económicas para comprar produtos menstruais para si e quase 15% confessa mesmo que já teve que abdicar da compra de outros produtos para conseguir comprar produtos de proteção menstrual. 8,5% afirmou que já se viu obrigada a ir para o trabalho ou para a escola sem proteção menstrual e 10,4% indica que já teve de pedir produtos menstruais a outros por não conseguir adquiri-los. Um quarto da população inquirida, ou seja 24,5%, já ajudou, de alguma forma, na aquisição de produtos menstruais para pessoas em risco de pobreza menstrual.

Para este estudo foram realizados um total de 1054 questionários, estratificados por 4 targets: raparigas, professores, pais e população em geral. De destacar ainda que os targets inquiridos revelaram ter, maioritariamente, um nível de vida sem excessos ou cómodo, o que torna os resultados do estudo ainda mais impactantes.

 
 
Capacitação essencial para profissionais de saúde
O Núcleo de Estudos de Urgência e do Doente Agudo (NEUrgMI), da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) vai organizar,...

Este curso tem como principal objetivo a aquisição pelos formandos de conhecimentos essenciais para a abordagem das situações mais frequentes em Urgência e em Emergência em Medicina Interna.

“O serviço de urgência é o local onde o internista despende grande parte da sua atividade assistencial. Faz parte do Curriculum Vitae de qualquer internista demonstrar competências clínicas, não clínicas e conhecimentos teóricos na abordagem de todas as patologias que fazem com que os doentes recorram aos serviços de urgência. Estas competências adquirem-se através da formação", afirma Maria da Luz Brazão, coordenadora do NEUrgMI.

O curso destina-se a médicos internos ou especialistas de Medicina Interna, médicos de outras especialidades médicas e a médicos Internos da Formação Geral e nasce da necessidade de atualização permanente do conhecimento nesta e em todas as áreas da Medicina, cuja evolução acontece a um ritmo vertiginoso.

O objetivo é que os formandos concluam o curso com aproveitamento e recebam o Certificado de Formação Profissional de conclusão do CEUMI. Para isso, têm de participar em pelo menos 75% das horas de formação, em Webinares, realizar todos os conteúdos de e-learning na Plataforma da SPMI, ter aprovação na avaliação contínua (25%) e passar na avaliação Sumativa (75%).

Este curso vem complementar a vertente teórica do curso anual “O Internista e a urgência “, que é um curso com uma vertente prática muito forte e que já é realizado pelo NEUrgMI desde há muitos anos.

 
A importância do sono
Passamos em média cerca de um terço da nossa vida a dormir e esse tempo não é em vão.

A insónia, que se caracteriza pela dificuldade em adormecer ou manter o sono durante a noite é cada vez mais uma condição existente na sociedade. Portugal é líder, na União Europeia, no consumo de fármacos para dormir, em que cerca de 9% dos adolescentes tomam medicação para dormir e 8% tomam estimulantes.

No nosso cérebro temos ‘um relógio biológico’ numa estrutura denominada hipotálamo, que nos informa quando devemos estar acordados e quando devemos estar a dormir. Este relógio natural está alinhado com o ciclo de luz / escuridão (dia / noite) do nosso planeta e controla todos os ritmos circadianos (que se repetem a cada 24 horas) do nosso organismo.

A melatonina, hormona fundamental para o sono, é regulado no hipotálamo e a sua produção varia consoante a presença ou ausência da luz do sol. O pico de produção de melatonina ocorre no início da noite, entre as 23h e as 3h, promovendo assim o início do sono, o que significa que a hora de ir para a cama esteja estipulada entre as 22h/22h30.

Quando somos expostos à luz, há uma diminuição da produção de melatonina e entra em ação o cortisol, a hormona do stress que é produzida nas glândulas suprarrenais e a sua atividade inicia-se às 6h, aumentando os níveis de glicose e de pressão arterial.

Dada a importância do sono é vital adquirirmos uma boa prática na rotina da hora de deitar e implementá-la desde que nascemos. Torna-se imperativo evitar qualquer foco de luz no quarto, olhar para o telemóvel e/ou tablet, quando se acorda durante a noite olhar para as horas ou acender um ponto de luz. Uma ajuda fundamental para todo este processo é fazer suplementação de melatonina de acordo com indicação e prescrição médica.

Não descure a importância de dormir bem e prevenir desta forma um envelhecimento precoce.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“Emergências em Obstetrícia”
O grupo de formação na área de Obstetrícia do Centro de Simulação da ULS Coimbra deu, nos últimos dias, formação na área das...

O curso “Emergências em Obstetrícia”, coordenado por Vítor Almeida, decorreu nos dias 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, e foi frequentado por um grupo de 11 médicos da Ucrânia e dois portugueses que participam em missões humanitárias em África e no Médio Oriente. No curso foram simulados cenários multidisciplinares de eventos críticos em contexto de Obstetrícia, com a colaboração da Cruz Vermelha Portuguesa e de uma unidade médica do exército português.

Em 2008 – depois de criado o Centro de Simulação Biomédica dos CHUC, por iniciativa do Serviço de Anestesiologia – foi organizado um grupo de trabalho englobando um especialista de Obstetrícia de cada maternidade de Coimbra (Fernando Jorge Costa, da Maternidade Daniel de Matos, e Isabel Santos Silva, da Maternidade Byssaia Barreto) e cinco anestesiologistas (António Augusto Martins, Joana Carvalhas, Cláudia Alves, Margarida Gil e Conceição Martins), todos com formação específica em simulação biomédica. Desde então, o Centro de Simulação Biomédica, dirigido por Mafalda Martins, já realizou várias dezenas de cursos de simulação biomédica em contexto de Obstetrícia, a nível regional, mas também em vários hospitais do país, continente, ilhas e em Angola.

Mafalda Martins refere que “esta é a terceira vez que o Centro de Simulação Biomédica dá resposta a um desafio formativo lançado pelo Gabinete de Apoio Humanitário da Ordem dos Médicos”, acrescentando que “a primeira ação de formação decorreu no ano passado, em contexto de transporte de doentes críticos, e foram formados cerca de 16 médicos portugueses e luso-ucranianos que replicaram o curso realizado no CHUC na Ucrânia”. Desta vez, com o apoio do Gabinete de Apoio Humanitário da Ordem dos Médicos, e também com o patrocínio científico da Sociedade Europeia de Simulação, foram formados 11 médicos ucranianos. Segundo a diretora do Centro de Simulação, “estão a ser consideradas outras ações de formação em contexto de guerra para outros locais, estando o Centro de Simulação preparado para responder a estas necessidades formativas identificadas”.

A oferta formativa deste centro engloba cursos de complexidade variável, da baixa a alta fidelidade, para internos e especialistas, médicos e enfermeiros, incluindo as vertentes de Obstetrícia, Anestesiologia, Ginecologia, Cirurgia, Pneumologia, Medicina de Emergência, Pediatria, Cuidados de Saúde Primários e cursos transversais às diferentes especialidades. Dá também um importante apoio à formação em contexto de simulação em ensino na Faculdade de Medicina e Medicina Dentária e conta com profissionais de diversas especialidades, devidamente formados em contexto de simulação. “Para além das mais-valias na capacitação formativa, destaca-se ainda a colaboração científica com outros centros de simulação nacionais e o aval do Colégio de Obstetrícia da Ordem dos Médicos”, refere Fernando Jorge Costa, um dos profissionais da equipa de formação, acrescentando que “este grupo tem uma vasta produção científica, vários protocolos nacionais e a coautoria do livro ‘Emergências em Obstetrícia’.”

Alexandre Lourenço, Presidente do Conselho de Administração da ULS Coimbra, afirma que “é um orgulho e uma satisfação ver que, fruto da sua experiência e know-how, as equipas da nossa ULS são requisitadas para dar formação internacional, especialmente, quando o desafio é um contexto tão complicado como o das emergências obstétricas em contexto de guerra”. O responsável sublinhou, ainda, que “a ULS Coimbra estará sempre disponível para colaborar em ações desta natureza, até porque a inovação, a investigação e a transferência de saber fazem parte do ADN da ULS Coimbra”.

 
6º episódio do podcast Vidas tem como convidado Daniel de Vicente, Presidente da ASMD Espanha
O novo episódio do podcast Vidas, lançado hoje, é dedicado às doenças raras, em particular à deficiência de esfingomielinase...

“A nível europeu, a Eurordis, Rare Diseases Europe, está a desenvolver um plano de ação europeu que dê atenção integrada às pessoas com doenças raras. (…) Que melhore os cuidados de saúde ao nível do diagnóstico, tratamentos e melhor acesso aos mesmos. (…) Que trabalhe os cuidados de saúde de uma forma transfronteiriça, que, independentemente do país onde o cidadão europeu viva, a sua doença seja encarada e tratada da mesma forma, equitativa e igual", refere Daniel de Vicente,

A ASMD é uma doença rara de origem genética, com atividade enzimática deficitária, que causa sintomas graves e crónicos, em particular no baço, no fígado, nos pulmões, no estômago, e também nos ossos, que vão progredindo ao longo do tempo, levando a uma morte prematura. Em Portugal estima-se que afete 0,4 casos em cada 100 mil recém-nascidos, e no mundo um em cada 200 mil recém-nascidos1. Em Espanha existem cerca de 35 pessoas diagnosticadas com ASMD. Daniel de Vicente foi diagnosticado com ASMD aos 36 anos, mas os primeiros sintomas começaram muito mais cedo, por volta dos 4 ou 5 meses de idade. Os sintomas eram vários e podiam corresponder a outras doenças. Reconhece que um diagnóstico tão tardio não é normal e que o tempo de diagnóstico de ASMD melhorou bastante. Por isso, refere também a importância do rastreio pré-natal, que exista uma uniformização entre os diferentes países europeus, onde ainda existem muitas assimetrias. Na sua opinião, este é um momento de esperança para os doentes com ASMD, suas famílias e cuidadores, mas para tal é fundamental que exista equidade de acesso a nível europeu.

Atualmente, de acordo com a Comissão Europeia, 95% das doenças raras existentes ainda não têm terapêuticas disponíveis. Nestes casos, a carga social da doença é elevada, quer para o doente, quer para o Serviço Nacional de Saúde, e a chegada de um medicamento inovador é muitas vezes a única esperança, especialmente quando a doença é muito grave.

Entre 2018 e 2021, foram aprovados 61 novos medicamentos para doenças raras na Europa. No mesmo período, em Portugal, foram aprovados apenas 28 novos medicamentos, menos de metade. A média europeia é de 24 novos medicamentos aprovados para tratar doenças raras.

A aposta na investigação e desenvolvimento de medicamentos órfãos tem sido uma prioridade de Saúde Pública no quadro atual da União Europeia (UE). Em 2022, havia 146 medicamentos inovadores para tratar doenças raras. Só o ano passado a Agência Europeia do Medicamento (EMA) autorizou mais 24 novos medicamentos para doenças raras (41% do total de novos princípios ativos autorizados durante o ano). Apesar destes avanços, há ainda um longo caminho a percorrer.

Em Portugal, apenas estão disponíveis 46% dos medicamentos órfãos aprovados na Europa, de acordo com os dados mais recentes de acesso a medicamentos inovadores na Europa3.

Para os representantes das Associações de Doentes das pessoas que vivem com doença rara em Portugal é uma prioridade garantir o acesso dos portugueses aos novos tratamentos, que já estão disponíveis nos outros países da Europa.

Em Portugal os doentes com ASMD são acompanhados pela Associação Portuguesa de Doenças do Lisossoma (APL), que procura ajudar e a apoiar os doentes e as suas famílias, em diferentes vertentes, emocional, social, cultural, administrativa, médica, técnica e financeira.

O podcast Vidas, que conta agora com seis episódios, é o primeiro podcast português a focar-se exclusivamente em entrevistas a doentes e aos seus familiares para que estes possam partilhar as suas histórias. Neste último episódio alerta para a importância do envolvimento dos doentes, da partilha de informação e da equidade nas doenças raras.

 
Jornada analítica trouxe melhorias no abastecimento aos serviços
A análise e otimização de dados, desenvolvida pela LTPlabs, permitiu otimizar a gestão de stocks na cadeia de abastecimento da...

Os últimos anos, fortemente marcados pela pandemia, durante 2020 e 2021, conduziram a uma natural política de reforço de stocks, por motivos de segurança clínica e operacional, originando uma concentração de inventário nos hospitais. À medida que a pandemia se foi dissipando, foi aumentando o risco de menor rotação dos stocks de segurança e potencial obsolescência dos materiais. A este cenário juntou-se a criação de um centro de distribuição, que movimenta 20 mil materiais distintos por ano e, nos anos seguintes, a expansão da rede CUF, com a abertura de novos hospitais e clínicas. Proceder a uma intervenção eficaz tornou-se uma necessidade, por forma a não colocar em causa a sustentabilidade ambiental e económica.

Focada em potenciar a redução do desperdício de stocks e melhorar processos, a LTPlabs, empresa portuguesa especialista em análise avançada de dados, apoiou a implementação de uma jornada analítica que, entre outras iniciativas, incluiu um algoritmo para gestão do aprovisionamento, capaz de reduzir em 50% o stock em diversos pontos da cadeia (como armazéns centrais e armazéns hospitalares, por exemplo), com melhorias na disponibilidade do stock e do nível de serviço no abastecimento.

“Em 2021, realizámos um diagnóstico profundo aos processos de toda a cadeia de abastecimento da CUF e, identificados os pontos a melhorar, avançámos com esta jornada analítica, que, entre outros, criou este algoritmo sofisticado, do ponto de vista analítico, que permite uma automatização de processos de aprovisionamento e a melhoria da gestão da cadeia. Estamos muito orgulhosos com o resultado: em dois anos e meio, durante a nossa colaboração com a CUF, o stock reduziu de 16 milhões de euros para 9 milhões de euros”, revela José Queiroga, Manager na LTPlabs.

Na prática, a empresa desenvolveu, até ao momento - em conjunto com a Direcção de Compras e Logística da CUF -, mais de 20 iniciativas - entre as quais um algoritmo de aprovisionamento -, essencialmente relacionadas com a redução de stocks, com a eficiência dos processos operacionais, em particular no centro de distribuição e com enablers, sendo exemplo das ações implementadas a redefinição do modelo organizativo, a construção de um dashboard de monitorização, entre outras medidas.

A eficiência, originada pelo algoritmo e sustentada pelas restantes iniciativas, permitiu também a optimização do espaço necessário para armazenagem e melhoria da gestão do stock existente, garantindo sempre uma resposta adequada (e, em muitos casos, melhor) às necessidades diárias da atividade clínica da rede CUF.

“Foi criada uma dinâmica de promoção da eficiência logística, com o objetivo de alterar o paradigma da tradicional gestão vertical de stocks, unidade a unidade, para uma gestão centralizada que permitiu acelerar o consumo de stock existente, recolocando-o em hospitais com capacidade para o usar, ou efetuando devoluções aos fornecedores, dando assim a possibilidade dos materiais terem outro fim, e ser assim evitado o seu descarte ou abate. Foi, igualmente, possível evoluir da tradicional abordagem de comprar para stock, para uma visão mais eficiente de comprar para consumo, levando a uma redução considerável do empate de fundo de maneio. Acreditamos que em outros hospitais do país, a implementação de um modelo semelhante possa representar uma franca melhoria para a gestão e eficiência de stocks, tal como constatamos na nossa rede”, esclarece Ricardo Bastos, Diretor de Compras e Logística da CUF.

“A jornada analítica implementada na nossa cadeia de abastecimento, promoveu uma cultura de processo e de controlo de indicadores e permitiu-nos, nos últimos 6 meses, continuar este caminho de eficiência de forma autónoma e sustentada, conseguindo reforçar ainda mais a optimização de stock”, acrescenta.

 
 
Cláudia Ferreira é a nova diretora de P&O
A Novartis Portugal tem uma nova liderança de recursos humanos: Cláudia Ferreira assumiu no final de 2023 a função de Diretora...

Com formação em Relações Públicas e uma pós-graduação em Recursos Humanos, Cláudia confessa-se apaixonada por negócio e pessoas, com uma visão notável para descobrir a melhor combinação para ambos. A sua especialização profissional está ligada à transformação organizacional e gestão da mudança, mas também ao coaching, remuneração e benefícios, gestão de talentos e relações laborais. 

“Quero ajudar a criar experiências personalizadas para cada colaborador, de forma a encontrar formas de inspiração para o seu melhor desenvolvimento profissional e pessoal, através da identificação dos pontos fortes de cada um e da forma como se enquadram nas necessidades estratégicas da empresa”, afirma Cláudia Ferreira.

Cláudia Ferreira iniciou a sua carreira na área de Procurement em empresas como a Boehringer Ingelheim, Brandmill e Divulga Comunicação, antes de integrar a área de recursos humanos da Sandoz, há13 anos, tendo depois transitado para o departamento de Pessoas & Organização. Ao longo da sua carreira consolidou as suas competências, contactando com as várias disciplinas na área, tendo tido a igualmente oportunidade de integrar a equipa de P&O da Novartis, na Bélgica.

 
Carla Rodrigues alerta ainda para as desigualdades no acesso aos tratamentos PMA
Carla Rodrigues, Presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), afirma que o Serviço Nacional de...

"Porque é que as pessoas doam mais nos privados que no SNS? Por questões financeiras. É preciso, desde logo, recursos para a compensação que é dada aos dadores, e esses recursos não existem. É preciso recursos para que o Banco Público de Gâmetas tenha alocados os profissionais, os meios humanos e técnicos necessários para fazer esta colheita. E não tem”, continua. 

“Os nossos Centros de Procriação Medicamente Assistida (PMA) já trabalham no limiar da sua capacidade. E, portanto, ao darmos mais esta competência, têm que lhes alocar mais recursos. E isso não foi feito”, diz. A presidente do CNPMA revela que, em 2021, no privado, houve 1.022 doações de ovócitos; no público, houve 27. No caso dos espermatozoides, no privado, registaram-se 470 doações; no público, houve 22.  

No entanto, os problemas não se fixam apenas na doação de gâmetas, mas também no acesso a tratamentos de procriação medicamente assistida. Carla Rodrigues relembra que, há dois anos, “o Governo anunciou a abertura de um novo centro de PMA no Algarve, mas nunca chegou ao CNPMA um pedido de autorização para essa abertura”. Neste momento, os casais do Algarve e Alentejo são obrigados a deslocar-se a Lisboa para receber tratamento. 

“Isto já são tratamentos rigorosos, difíceis, que exigem muito do casal... Agora imagine ainda as viagens desta magnitude para poder ter acesso a um tratamento a que tem direito por lei. Isto é uma desigualdade, uma injustiça social que nós fazemos com estas pessoas”, diz a presidente daquele órgão. Carla Rodrigues acusa ainda o Governo de “criar falsas expectativas” nos casais ao fazer promessas que não consegue cumprir, como a abertura do centro de PMA no Algarve. 

As listas de espera para tratamento continuam a ser uma dor de cabeça para os casais que procuram na procriação medicamente assistida uma solução para a dificuldade em engravidar. “Sabe que a lista de espera para tratamentos com gâmetas doados em Portugal chega aos três anos? Isto é inadmissível. Há mais algum tratamento médico em Portugal que tenha uma lista de espera de três anos? Eu desconheço”. 

Ao podcast da Onya Health, Carla Rodrigues aborda ainda a questão da gestação de substituição, vetada por Marcelo Rebelo de Sousa no início deste ano, e a importância desta medida para muitos casais que querem prosseguir o seu projeto de vida de constituir família. O episódio completo pode ser ouvido aqui

E alerta para casos graves de autotratamentos, com doentes a perderem dentição
A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) quer ver regulamentada a venda online de alinhadores ortodônticos, principalmente nas redes...

Para a OMD, todo e qualquer tratamento ortodôntico exige um diagnóstico e acompanhamento rigorosos por parte de um médico dentista qualificado. Todas as etapas, reforça a OMD, devem ser presenciais, para uma avaliação permanente da evolução do tratamento, mitigando efeitos colaterais indesejáveis. A telemedicina dentária, acrescenta, não substitui a observação presencial, devendo o médico dentista limitar a tomada de decisões relevantes apenas e só quando a qualidade de informação partilhada pelo doente é considerada suficiente. A ortodontia que não observe as boas práticas da medicina dentária, acrescenta, “deve ser proactivamente contestada, monitorizada e objeto de tomada de medidas tendo em vista uma intervenção eficaz”.

Miguel Pavão, bastonário da OMD, considera que “o autotratamento ortodôntico acarreta riscos graves para o doente”. “Chegam aos consultórios dos médicos dentistas em situações preocupantes, em que já não é possível salvar parte da dentição ou com cáries a necessitarem de intervenções invasivas ou ainda com infeções avançadas”, acrescenta, sublinhando a importância de ser criada a regulamentação necessária para salvaguardar o bem-estar do doente e os cuidados médicos mais apropriados.

A abordagem ‘faça você mesmo’ não implica contacto com um médico dentista qualificado, nem a realização de exames clínicos ou radiológicos – as imagens são obtidas pelo próprio paciente ou numa filial da empresa. Segundo o parecer do CED, muitas destas empresas dizem ter um médico dentista a supervisionar o plano de tratamento, embora o paciente nunca o conheça pessoalmente. Também obrigam à assinatura de contratos de confidencialidade, limitando a liberdade e autonomia do doente na denúncia de problemas decorrentes do tratamento.

Também por isto, a OMD recomenda que o autotratamento ortodôntico e o tratamento remoto de pacientes sejam “rejeitados por serem potencialmente danosos para a saúde do paciente” e acrescenta: “Só o tratamento e o acompanhamento clínico realizados pelo médico dentista garante a assunção perante o doente da respetiva responsabilidade por erro médico”.

O aumento da publicidade online aos alinhadores ortodônticos e consequentes casos malsucedidos preocupam a OMD, tendo esta, inclusive, realizado uma campanha a alertar para os riscos associados ao autotratamento. Uma situação, inclusive, já partilhada à Entidade Reguladora da Saúde em 2022.

Saúde Cardiovascular
Que medidas podemos tomar, para além de ter uma alimentação saudável e praticar exercício físico, pa

A solidão afeta a saúde do coração?

A solidão e o isolamento social têm sido associados a doenças cardíacas, salienta a especialista. 

"Estudos sugerem que as pessoas que sofrem de solidão crónica podem ter um risco mais elevado de desenvolver doenças cardiovasculares", revela adiantando que "as ligações sociais e as relações de apoio contribuem para o bem-estar geral, e a falta destas ligações pode levar a um aumento do stress, da inflamação e de comportamentos de estilo de vida pouco saudáveis, que podem afetar negativamente a saúde do coração."

A socialização é geralmente boa para a saúde do coração, sublinha a médica. 

"As interações sociais positivas podem reduzir o stress, baixar a pressão arterial e melhorar o bem-estar emocional geral", afirma. "Participar em atividades sociais, passar tempo com os entes queridos e criar uma rede de apoio social sólida pode proteger o coração", afirma. 

Como é que o consumo de álcool afeta o coração?

"Embora o consumo moderado de álcool possa gerar alguns benefícios cardiovasculares, o consumo excessivo de álcool pode levar à hipertensão arterial, cardiomiopatia e arritmias", explica Gosia Wamil. "É crucial seguir as diretrizes recomendadas para a ingestão de álcool e consultar um profissional de saúde sobre os seus fatores de risco pessoais", recomenda sobre o tema. 

Como é que se pode distinguir um ataque de pânico de um ataque cardíaco?

"Os sintomas de ataque cardíaco incluem frequentemente dor que irradia para o braço esquerdo, maxilar ou costas. Outros sintomas podem ser náuseas e suores", explica. "Os ataques de pânico podem estar relacionados com uma onda súbita de medo e desconforto intensos, muitas vezes com uma sensação de morte iminente."

No entanto, a cardiologista aconselha, em caso de dúvida,  a "não tentar adivinhar a resposta a esta pergunta".

"Se não tiver a certeza, é crucial procurar assistência médica imediata se tiver sintomas que indiquem um ataque cardíaco, uma vez que esta condição requer avaliação e tratamento imediatos", afirma.

Quais os sinais ou sintomas a que devemos estar atentos no que diz respeito à saúde geral do coração?

Os sinais de potenciais problemas cardíacos incluem "dor ou desconforto no peito, falta de ar, fadiga, tonturas e batimentos cardíacos irregulares". Segundo a especialista, é importante estar atento a estes sintomas e procurar assistência médica se eles ocorrerem, especialmente se forem graves ou persistentes.

Como podemos proteger a saúde cardíaca durante os períodos festivos, quando a comida é abundante e quando não praticamos exercício físico com frequência?

"É tudo uma questão de atenção plena", diz Gosia Wamil.

"Preste atenção ao tamanho das porções e evite o excesso de alimentos com elevado teor calórico e de gordura", explica. "A moderação é vital no que diz respeito ao álcool para evitar potenciais problemas cardíacos. Mantenha o seu corpo ativo, incorporando a atividade física na sua rotina durante os períodos festivos, ajudando a contrariar os efeitos do aumento da ingestão de calorias. Controle o stress com técnicas de atenção plena e respiração profunda, uma vez que o stress pode afetar a saúde do seu coração."

A especialista aconselha ainda a que se evitem alimentos altamente processados "que contenham açúcares adicionados, excesso de sal e gorduras trans", e se limite "as gorduras saturadas nas carnes vermelhas, produtos lácteos integrais e alimentos fritos", acrescenta.

"Estes passos simples podem contribuir para um período festivo mais saudável e mais feliz para o seu coração", diz. 

Quais são os alimentos saudáveis para o coração que as pessoas podem adicionar às suas refeições?

Os alimentos saudáveis para o coração incluem frutas e legumes ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes, salienta a médica especialista. 

"Os cereais integrais também são importantes", acrescenta. "A aveia, a quinoa e o arroz integral fornecem fibras e nutrientes."

Quando às proteínas, "concentre-se em opções magras, como peixe, feijão, legumes e aves sem pele. Considere também adicionar gorduras saudáveis como abacates, nozes, sementes e azeite à sua dieta", recomenda a especialista da Mayo Clinic. 

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade de Coimbra
Patrícia Alves, investigadora do Centro de Engenharia Química e Recursos Renováveis para a Sustentabilidade (CERES), do...

Os processos de cicatrização da maioria das doenças e traumas são muito complexos e compreendem uma série de etapas como angiogénese (termo usado para descrever o mecanismo de crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes), inflamação e remodelação de tecido.

«Do ponto de vista clínico, o uso de apenas um fator para tratar vários estados patológicos e doenças é insuficiente. Portanto, a necessidade de um biomaterial que possa controlar a libertação de diferentes fármacos ao longo do tempo é clara, sendo esse o foco do projeto “SmartLipoGel”», começa por explicar Patrícia Alves, referindo que a capacidade de um sistema controlar a liberação diferencial de múltiplos fármacos ao longo do tempo acompanharia o mecanismo espácio-temporal natural dos processos biológicos.

Além disso, continua a responsável pelo projeto, «a capacidade de controlar a libertação em tempo real, pode permitir que a dose necessária seja administrada em cada tempo. Os hidrogéis e lipossomas inteligentes abrangem uma ampla gama de aplicações biomédicas como engenharia de tecidos, libertação de fármacos, cicatrização de feridas e bio impressão 3D. Assim, a preocupação deste projeto é o desenvolvimento de hidrogéis injetáveis à base de polissacarídeos contendo lipossomas responsivos ao calor (LipoGel) para auxiliar na regeneração de tecidos», revela.

A investigadora do DEQ conta que, este sistema permitirá libertar passivamente um agente terapêutico incorporado no gel, que pode ser, por exemplo, anti-inflamatório ou antibiótico, e induzir a libertação de um segundo agente terapêutico encapsulado nos lipossomas responsivos a estímulos, como o aumento de temperatura. O facto de ser injetável localmente pode facilitar o processo, uma vez que permite um procedimento muito menos invasivo

«Acredito que esta investigação irá conduzir a novos biomateriais para regeneração de tecidos com melhor desempenho, controlo específico e menos efeitos secundários em comparação com os existentes», termina.

O projeto “SmartLipoGel” é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no valor de 50 mil euros, tem a duração de 18 meses e conta com a colaboração de Benilde Costa, investigadora do Centro de Física da Universidade de Coimbra (CFisUC), Alexandrina Mendes, investigadora no Centro de Biomedicina e Biotecnologia Inovadoras (CIBB), e José Ventura, consultor da empresa Artur Salgado, SA.

Em articulação com o Serviço de Aconselhamento Psicológico da linha telefónica SNS 24
A criação de uma linha nacional gratuita e a funcionar 24 horas por dia para a prevenção do suicídio e de comportamentos auto...

De acordo com o diploma, a linha deve funcionar em articulação com o Serviço de Aconselhamento Psicológico da linha telefónica SNS 24 e servir todo o país. Deve prestar aconselhamento através de voz e de outras plataformas de comunicação, incluindo por mensagem e funcionar com recurso a intérpretes de língua gestual portuguesa e tradutores de línguas estrangeiras com expressão em território nacional.

A regulamentação será feita em articulação com a Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental, em estreita colaboração interministerial e com representantes das ordens profissionais de profissionais de saúde mental, de sociedades científicas e de entidades da sociedade civil com trabalho na área, refere ainda o diploma.

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