Perturbação do neurodesenvolvimento
O autismo, também conhecido como Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), é uma condição do neuro d

Muitos casos de autismo permanecem sem diagnóstico devido à falta de recursos e conscientização, o que destaca a necessidade de esforços aumentados na identificação e apoio a pessoas com essa condição. A prevalência do autismo aumentou significativamente nas últimas décadas em todo o mundo. Essa tendência ascendente pode ser atribuída a vários fatores, incluindo melhorias no diagnóstico, maior conscientização e mudanças nos critérios de diagnóstico. 

Em Portugal, a prevalência do autismo é de 1 em 200 pessoas, com aproximadamente 1 em 160 crianças sendo diagnosticadas com a condição. Atualmente, Portugal é o 24º país com mais diagnostico de crianças com autismo no mundo. 

O que é Autismo? 

A Perturbação do Espectro do Autismo significa que esta condição apresenta uma grande variabilidade dos sintomas, desde as formas mais leves até às formas mais graves. Geralmente é diagnosticado na primeira infância e os sintomas podem ser observados no comportamento, interações sociais e habilidades de comunicação de uma criança. 

Sintomas do Autismo 

Os sintomas do autismo podem variar bastante, mas alguns sinais comuns incluem: dificuldade em interações sociais e compreensão social; desafios na comunicação verbal e não verbal; comportamentos repetitivos ou interesses restritos; sensibilidades sensoriais; dificuldade em se adaptar a mudanças na rotina, entre outros. 

Desafios e Oportunidades 

Pessoas diagnosticadas com PEA enfrentam desafios únicos, mas também possuem habilidades e capacidades únicas. Muitas pessoas com PEA têm talentos excecionais em áreas como música, arte, matemática e memória. Valorizar essas habilidades e oferecer oportunidades para pessoas com autismo mostrarem suas habilidades pode contribuir para uma sociedade mais inclusiva. 

Apoio a Pessoas com Autismo 

Criar um ambiente e uma rede de apoio para pessoas com PEA é essencial. Isso inclui aumentar a conscientização sobre o autismo, promover a aceitação e inclusão e fornecer acesso a serviços de apoio adequados. Educar a comunidade sobre o autismo e promover a compreensão e aceitação pode ajudar pessoas com autismo a levar uma vida plena. 

Diagnóstico e Tratamento 

Diagnosticar ao PEA envolve uma avaliação abrangente do comportamento e desenvolvimento de uma criança. O diagnóstico precoce é crucial para implementar intervenções que possam ajudar a melhorar a qualidade de vida do indivíduo. Embora não haja cura conhecida para o autismo, programas de intervenção precoce, terapia comportamental, terapia da fala e apoio educacional podem melhorar significativamente as habilidades e a capacidade de um indivíduo de funcionar na vida diária. 

Atualmente, inúmeras investigações estão em curso de forma a encontrar tratamentos e intervenções eficazes que possam aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida de pessoas com PEA.  

Além disso, também são alvo de investigação ativa fatores genéticos e ambientais que podem contribuir para o desenvolvimento do autismo. Ao identificar esses fatores, espera-se que tratamentos mais direcionados e personalizados possam ser desenvolvidos, levando a melhores resultados para pessoas com autismo. 

O potencial do cordão umbilical no tratamento do autismo 

A utilização de células estaminais do cordão umbilical como terapia para o PEA tem despertado cada vez mais interesse na comunidade médica e científica. Atualmente existem vários ensaios clínicos a decorrem, que avaliam o efeito da infusão de células estaminais provenientes de sangue e também de tecido do cordão umbilical em crianças diagnosticadas com PEA. Os resultados promissores obtidos em vários ensaios clínicos até o momento indicam que essa abordagem terapêutica pode representar uma alternativa segura e eficaz para o tratamento dessa condição complexa. 

Um destes exemplos é um ensaio clínico realizado em crianças com PEA revelou resultados promissores ao utilizar a infusão de células estaminais do cordão umbilical como forma de tratamento. Essa abordagem mostrou-se segura e, além disso, resultou em melhorias significativas nos sintomas apresentados pelos pacientes. Ou seja, neste ensaio clínico, cerca de metade das crianças do estudo, as taxas das escalas clínicas usadas para medição da gravidade de PEA reduziram ao longo do tratamento ao ponto, indicando melhorias significativas e colocando estas crianças numa categoria de sintomas de PEA leve. Esses resultados são consistentes com outros ensaios clínicos que também demonstraram a segurança e eficácia do uso de sangue do cordão umbilical para tratar o PEA. 

Outro exemplo é o caso de Salvador, um menino autista português com seis anos, que fez um tratamento inovador, através de um procedimento com as suas células estaminais. Ao fim de três meses foram registadas melhorias dos sintomas de hiperatividade e, entretanto, começou a falar.

Tanto o sangue quanto o tecido do cordão umbilical contêm células que possuem propriedades regenerativas e terapêuticas, capazes de auxiliar na melhoria dos sintomas associados ao PEA. Portanto, é de extrema importância não descartar o cordão umbilical após o nascimento, pois ele pode representar uma valiosa fonte de células estaminais que podem ser utilizadas no combate a essa perturbação e até mesmo em outras patologias. 

Portanto, considerando os benefícios potenciais e a segurança comprovada, é fundamental conscientizar a população sobre a importância de preservar o cordão umbilical e considerar a possibilidade de armazenar as células estaminais presentes nele. Dessa forma, poderemos ampliar as opções terapêuticas disponíveis para o tratamento do PEA e de outras condições médicas, proporcionando uma melhor qualidade de vida para os pacientes e suas famílias. 

 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Novo estudo aborda o impacto dos produtos farmacêuticos na qualidade de vida dos consumidores
No âmbito do Dia Mundial da Saúde, que se celebra no próximo domingo, 7 de abril, o Produto do Ano, sistema de avaliação...

De acordo com os dados apresentados, 65% dos consumidores afirma ter confiança nos produtos de farmácia que estão atualmente disponíveis no mercado e 27% revela ter muita confiança. Adicionalmente, os entrevistados destacaram de que forma estes artigos melhoram a sua qualidade de vida, sendo que 85% referiu o alívio de sintomas, 57% o controlo de condições de saúde, 42% a melhoria da função física ou mental e 21% o aumento da longevidade.

No que diz respeito à escolha dos produtos farmacêuticos, os consumidores consideram diversos critérios no momento da tomada de decisão. A “Eficácia” é o fator mais relevante, com 72% dos inquiridos a priorizar esse aspeto, seguindo-se a “Segurança” com 61%. O “Preço” e a “Recomendação” de um profissional de saúde foram também parâmetros escolhidos por 55% dos entrevistados. 28% dos consumidores valorizam a “Inovação” e a “Marca”, nesta seleção de produtos.

“É de extrema importância que a indústria continue a produzir e fazer chegar ao mercado produtos seguros e eficazes que atendam às necessidades dos consumidores.”, afirma José Borralho, CEO do Product of the Year Portugal.

Relativamente aos produtos procurados pelos consumidores e mais especificamente no setor dos suplementos, 71% dos inquiridos valoriza suplementos que promovam abordagens holísticas para o bem-estar. Além disso, os consumidores consideraram os suplementos de magnésio (35%), de ervas adaptógenas (31%) e de melatonina (24%) os seus preferidos no quesito de descanso. Os produtos de magnésio foram também mencionados por 80% dos entrevistados, que destacam os seus benefícios para a saúde muscular e recuperação após o exercício.

O estudo realizado pela QuestionPro contou com uma amostra de 907 participantes, dos quais 367 eram do sexo feminino, 321 do sexo masculino e 2 não-binário. Em relação à faixa etária, 42% dos inquiridos tinha entre 35 a 44 anos, 25% entre os 26 e 34, 21% entre os 45 e 54, 7% acima de 55 e, por fim, 6% tinha uma idade compreendida entre 18 e 25 anos. Quando à distribuição geográfica, a maioria dos entrevistados reside na Grande Lisboa (37%), seguindo-se o Centro (21%), o Norte (17%), o Grande Porto (16%), o Algarve (4%), as Ilhas (2%) e o Alentejo (1%).

 
Opinião
A Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) é uma perturbação do neurodesenvolvimento caracterizada po

Podemos, assim, estar perante uma criança que: pode ter um brincar tão restrito e repetitivo que acaba por brincar sempre à mesma coisa; pode não tolerar o toque e os empurrões de outras crianças, acabando por se isolar em momentos de brincadeira em grupo; pode ter dificuldades em realizar as atividades desportivas por ser descoordenada; pode apresentar uma seletividade alimentar ou uma compulsividade; o almoço na escola pode ser um momento de grande desconforto, por não tolerar o barulho do refeitório; pode ter dificuldades em  permanecer sentada por longos períodos de tempo; pode não sentir a necessidade de ir à casa de banho; pode não saber como usar a sanita, entre tantos outros desafios. São preocupações desta natureza e com um impacto significativo na funcionalidade e no dia-a-dia das crianças, das suas famílias e da comunidade escolar que levam ao encaminhamento para Terapia Ocupacional.

A Terapia Ocupacional é uma profissão da área da saúde que promove a participação e o desempenho ocupacional no dia-a-dia. Para tal, avalia as competências da criança (motoras, sensoriais, cognitivas e sociais), o ambiente onde se encontra (casa, escola, parque infantil ou outro) e analisa as ocupações que são esperadas para a criança. De acordo com as preocupações expostas e os resultados da avaliação é definido, em conjunto com os pais, um plano individual de intervenção, onde muitas vezes, também a comunidade escolar é incluída.

Os terapeutas ocupacionais recorrem a uma série de abordagens e metodologias específicas, que podem englobar o desenvolvimento das competências necessárias da criança, a definição de estratégias, adaptações no ambiente e nas atividades, bem como consultoria à família, educadores/professores e a colaboração em equipa.

É, ainda, comum as crianças com autismo apresentarem dificuldades no processamento da informação sensorial. As dificuldades de modulação são as mais abordadas, em que a criança pode apresentar reações exageradas aos diferentes estímulos (hiperreactividade sensorial) ou ausência de reações perante os estímulos sensoriais (hiporreatividade sensorial). Para além destas, as dificuldades de perceção e discriminação sensorial, isto é, a capacidade da criança interpretar e distinguir os diferentes estímulos, estão frequentemente presentes, contribuindo em grande parte para as dificuldades em saber o que fazer e como fazer. Esta capacidade é denominada de práxis e abrange a capacidade de ter uma ideia do que fazer (ideação), planear as ações necessárias com o seu corpo (planeamento motor) e executá-las.

Nestes casos, a Integração Sensorial é cada vez mais reconhecida e utilizada por terapeutas ocupacionais especializados em crianças com PEA. Esta é uma abordagem de intervenção, com recurso a um raciocínio clínico especializado e a equipamentos que proporcionem oportunidades sensoriomotoras adequadas às necessidades individuais da criança, de forma adequar o processamento e integração dos estímulos sensoriais e promover um melhor desempenho da criança no seu dia-a-dia. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Fundação Champalimaud
Situado na parte de trás da cabeça, o cerebelo é uma estrutura que desempenha um papel fundamental n

A palavra "cerebelo" significa "pequeno cérebro", embora o número de neurónios desta estrutura corresponda a mais de metade dos neurónios do cérebro. O cerebelo é essencial para coordenar os movimentos e o equilíbrio, ajudando-nos a realizar tarefas diárias com facilidade, tais como caminhar numa rua cheia de gente ou praticar desporto. É também crucial para o processo de aprendizagem que nos permite associar sinais sensoriais a ações específicas. Por exemplo, sempre que pegamos num copo sem entornar o líquido que tem dentro, e que ajustamos facilmente a força aplicada ao peso do copo e ao quão cheio este se encontra, estamos a pôr à prova a capacidade do cerebelo em associar sinais visuais a respostas motoras correspondentes.

Os "sinais de aprendizagem" do cérebro

Para que a aprendizagem tenha lugar, o cerebelo monitoriza continuamente o mundo exterior e o resultado dos movimentos que nele fazemos. Quando nos enganamos, a informação sobre os nossos erros pode ser utilizada para ajustar a força das ligações cerebrais, conduzindo, ao longo do tempo, a alterações nas nossas respostas comportamentais a sinais específicos. No entanto, não se sabe exatamente como é que esses "erros" ou "sinais de aprendizagem" são representados no cérebro para conduzir a mudanças de comportamento aprendidas. A mais recente investigação do Laboratório de Megan Carey na Fundação Champalimaud, publicada nanrevista Nature Neuroscience, fornece provas convincentes de que a atividade de uma classe específica de inputs cerebelares, chamados fibras trepadoras, é absolutamente essencial para que a aprendizagem associativa aconteça.

Para estudar o papel das fibras trepadoras e dos seus alvos – as células de Purkinje cerebelares – na aprendizagem, os investigadores realizaram uma série de experiências com ratinhos. Utilizaram uma tarefa de aprendizagem clássica, conhecida como condicionamento do piscar do olho. Nesta tarefa, os ratinhos aprendem a piscar um olho em resposta a um determinado sinal, – uma luz, por exemplo –, que antecede um dado acontecimento, tipicamente uma ligeira lufada de ar dirigida a esse olho. Esta tarefa ilustra eficazmente a aprendizagem associativa, mostrando como os ratinhos aprendem a associar um sinal sensorial a uma resposta motora adaptativa – neste caso, o pestanejar.

"Na nossa experiência", explica a Dra. Tatiana Silva, primeira autora do estudo, "utilizámos uma técnica chamada optogenética. Este método funciona como um comando altamente preciso para as células cerebrais, utilizando a luz para ligar ou desligar determinadas células de interesse em momentos extremamente específicos". E acrescenta: "As fibras trepadoras respondem normalmente a estímulos sensoriais como uma lufada de ar no olho. Ao ativar com precisão estas fibras com optogenética, conseguimos induzir o ratinho a pensar que recebeu um sopro de ar, quando na realidade isso não aconteceu. Após estimularmos repetidamente as fibras trepadoras durante a apresentação de um sinal visual, os ratinhos aprendem a piscar o olho em resposta a esse sinal – mesmo na ausência de estimulação. Isto mostra que a atividade das fibras trepadoras é suficiente para produzir este tipo de aprendizagem associativa."

Os autores conseguiram ainda demonstrar que as fibras trepadoras também são necessárias para que a aprendizagem associativa ocorra. "Quando utilizámos a optogenética para silenciar seletivamente as fibras trepadoras durante a apresentação de um sopro de ar", explica Silva, "os ratinhos não conseguiram aprender a piscar o olho em resposta ao sinal visual". A equipa de Carey manipulou de forma semelhante uma série de outros tipos de células do cerebelo, e constatou que nenhum era capaz de fornecer sinais de aprendizagem tão fiáveis como as fibras trepadoras.

O aparecimento dos "neurónios zombies"

Analisando mais de perto alguns dos seus resultados, os investigadores observaram uma reviravolta inesperada. Para manipular a atividade das fibras trepadoras através da optogenética, utilizaram ferramentas genéticas que permitem expressar/inserir nesses neurónios uma proteína sensível à luz, chamada Channelrhodopsin-2 (ChR2). E surpreendentemente, descobriram que, quando tentavam ensinar os ratinhos com a ChR2 a piscar o olho utilizando o método tradicional do sopro de ar, os animais não conseguiam aprender. Como explica Carey, após terem realizado registos sistemáticos da atividade neuronal no cerebelo destes ratinhos, "verificámos que a introdução de ChR2 nas fibras trepadoras alterou as suas propriedades naturais, impedindo-as de responder adequadamente a estímulos sensoriais standard tais como sopros de ar. Essa incapacidade, por sua vez, bloqueou completamente a capacidade de aprendizagem dos animais."

"O que é notável", diz Tatiana Silva, "é que estes eram os mesmos ratinhos que tinham aprendido perfeitamente bem a tarefa quando associámos o sinal visual com a estimulação das fibras trepadoras ao invés de um sopro de ar." Involuntariamente, a equipa tinha alcançado um objetivo de longa data em neurociência: modular padrões específicos de atividade em neurónios específicos, sem interromper completamente a sua comunicação, o que resultou numa intervenção mais natural para elucidar o seu papel causal. Por outras palavras, embora as fibras trepadoras permanecessem espontaneamente ativas e fossem funcionais, o facto de a sua codificação dos estímulos sensoriais estar alterada deixou os animais totalmente incapazes de aprender a tarefa. Isto levou Silva a apelidá-las de "neurónios zombies": células funcionalmente vivas mas incapazes de interagir como habitualmente com o circuito cerebral.

Devido à subtileza dos efeitos inesperados da introdução da ChR2 nas fibras trepadoras, a Dra. Megan Carey afirma: "Estes resultados constituem a prova mais convincente até à data de que os sinais das fibras trepadoras são essenciais para a aprendizagem associativa cerebelar. Os nossos próximos passos consistem em compreender por que razão a introdução da ChR2 conduz à "zombificação" dos neurónios e em determinar se as nossas descobertas se estendem a outras formas de aprendizagem cerebelar". Parece que até os mortos-vivos têm algo a ensinarnos sobre o mundo dos vivos.

 
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Em parceria com o ONCOMOVE e a NORTORAC
O Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP), em parceria com o programa ONCOMOVE da AICSO – Associação de Investigação de...

A iniciativa, que se insere nas comemorações do Dia Mundial da Atividade Física, tem como objetivo principal sensibilizar para a importância da prevenção, dos programas de rastreio e do diagnóstico precoce do cancro do pulmão, bem como destacar a relevância da adoção de um estilo de vida saudável para toda a população com e sem cancro. O evento destina-se a pessoas de todas as idades, desde os 0 aos 100 anos, e convida toda a comunidade a juntar-se numa demonstração de apoio à causa.

Ana Barroso, pneumologista, coordenadora da Unidade Multidisciplinar de Tumores Torácicos, na Unidade Local de Saúde de Gaia e Espinho e membro da direção do GECP, salienta a importância desta iniciativa, referindo que “é mais do que um simples evento desportivo, sendo uma oportunidade valiosa para sensibilizar a população para a prevenção do cancro do pulmão e para a promoção de estilos de vida saudáveis”.

Praticar exercício físico regularmente fortalece o corpo e a mente, estando associado a uma redução do stress, melhoria do sono e aumento da autoestima. Ao participar nesta caminhada, estamos a investir no nosso bem-estar global. Ao não fumar estamos a investir na nossa saúde e na felicidade dos que nos são mais queridos.

Todos os participantes irão receber um kit de oferta, que inclui uma t-shirt do evento e uma peça de fruta fresca para desfrutar durante ou após a caminhada.

A 1.ª Caminhada no Ritmo da Saúde conta com o apoio da Câmara Municipal de Gaia, Águas de Gaia, Douro Marina e Solinca, que se juntam ao GECP, ao programa ONCOMOVE e à NORTORAC - Associação Norte de Apoio Ao Estudo dos Tumores Torácicos para tornar este evento num verdadeiro sucesso.

 
Reconhecimento pelo sucesso alcançado na área da inovação e contributo para a economia nacional
A GSK Portugal foi reconhecida pelo Governo do Reino Unido, através da Embaixada Britânica em Portugal, com um “Business...

Esta iniciativa do UK Department for Business Trade (DBT) em Portugal tem como objetivo premiar e reconhecer o esforço e o sucesso das empresas britânicas em Portugal, tendo sido lançado em 2008. A entrega dos prémios esteve a cargo da Embaixadora Britânica em Portugal, Lisa Bandari, juntamente com o Comissário para o Comércio na Europa, Chris Barton, e decorreu no dia 22 de Março, na Residência Oficial Britânica em Lisboa.

“Em nome da equipa da GSK em Portugal, foi com enorme orgulho que recebi este prémio. É um reconhecimento importante do trabalho que temos desenvolvido e de todo o impacto que procuramos ter no país, ao trazer inovação que permite à comunidade médica melhorar e prolongar a saúde dos portugueses. Paralelamente, estamos a contribuir para a prosperidade da economia nacional, com um investimento forte e sustentado e envolvendo diferentes parceiros de negócio. De realçar, ainda, que esta distinção eleva ainda mais os padrões de exigência e as expetativas que a sociedade portuguesa deposita em nós, pelo que teremos de ser ainda mais ambiciosos pelos nossos doentes e comprometidos com os resultados”, considera Eric King, Diretor-Geral da GSK Portugal.

A Embaixadora Britânica em Portugal, Lisa Bandari, refere: “É um enorme prazer celebrar a dedicação e esforço das empresas britânicas e portuguesas que, com o seu sucesso, contribuem para o reforço dos laços económicos, criação de emprego e inovação entre os dois países e mais além. Os 25 premiados deste ano são um testemunho do trabalho e espírito empreendedor que carateriza o compromisso partilhado de colaboração e apoio entre Portugal e o Reino Unido, numa das mais antigas alianças de comércio e investimento ainda em vigor, o que muito nos orgulha.”

A GSK emprega 160 profissionais (91 mulheres e 69 homens) em Portugal, interage com cerca de 250 parceiros locais de negócio e disponibiliza mais de 200 medicamentos e vacinas. Em 2023, entraram na GSK Portugal 50 novas pessoas. A GSK contribuiu com mais de 18 milhões de euros para a economia nacional no ano passado, sendo que, nos últimos três anos (2021 – 2023), o contributo ultrapassou os 55 milhões de euros. Atualmente, a GSK tem 17 ensaios clínicos e estudos de vida real em Portugal, nas áreas respiratória, oncologia e vacinas. Recentemente, foi considerada a sétima melhor empresa para trabalhar em Portugal, segundo o Great Place to Work®, sendo que há quatro anos consecutivos que está entre as dez melhores empresas para trabalhar em Portugal.

 
Aulas de fitness e workshops gratuitos
Quem mora ou está de passagem em Braga: este sábado, 6 de abril, vai ser totalmente dedicado ao bem-estar. Para assinalar o Dia...

A programação arranca logo de manhã, com o lançamento de novas coreografias com assinatura do ginásio Kalorias. Às 10h00, os especialistas vão realizar uma aula de Body Pump, seguindo-se Body Balance (11h00) e Body Combat (12h00) — todas as sessões têm a duração aproximada de 50 minutos. Entre as 15h00 e as 17h00, está previsto um desafio aberto de Cross Training pensado para famílias e/ou amigos, já que se realiza em grupos de quatro a cinco pessoas — e os primeiros três lugares têm direto a um prémio. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas na receção do Kalorias, no Piso 2 do Nova Arcada (até dia 4, para o desafio, e até dia 5, no caso das aulas).

Já os workshops decorrem unicamente durante a tarde, sendo o primeiro dedicado à alimentação, mais especificamente ao tema do desperdício alimentar. A temática será abordada por especialistas do Continente e tem início às 13h00. Pelas 14h30, fala-se de saúde mental, com o apoio de uma médica especialista em Medicina Geral e Familiar do Hospital Trofa Saúde Braga Norte. Ambos têm a duração prevista de 30 minutos.

Estas ações são gratuitas e estão previstas decorrer na zona exterior do Piso 1 do Nova Arcada — em alternativa, caso a meteorologia não o permita, irão acontecer no Piso 2, junto ao Kalorias. Além das aulas de fitness e workshops, vai estar presente no local a Opticália com uma exposição de produtos úteis na prática desportiva, neste caso, as lentes de contacto — e com a possibilidade de ofertas.

 
Destinam-se à comunidade veterinária e contam com a presença de profissionais de renome na área
Ecografia de animais exóticos. Este foi o tema do mais recente curso teórico-prático, o primeiro realizado em Portugal,...

Com a presença da Dra. Alicia Angosto, autora e especialista na área, foi concebido para proporcionar aos profissionais da Medicina Veterinária o aprimorar das suas aptidões na área da ecografia aplicada a animais exóticos. Durante a formação, os participantes puderam adquirir conhecimentos teóricos, bem como de colocar em prática esses conhecimentos em sessões práticas supervisionadas.

Reconhecendo a importância vital da formação contínua na promoção da excelência clínica e no avanço da medicina veterinária, a AniCura, grupo de hospitais e clínicas especializado em cuidados médico-veterinários para animais de companhia, reafirma o seu compromisso através da realização de formações, cursos teórico-práticos e simpósios no primeiro semestre do ano. Destinadas à comunidade veterinária, as formações especializadas em animais de companhia têm como objetivo promover o intercâmbio de conhecimento, estimular a discussão entre profissionais e oferecer uma visão abrangente das práticas veterinárias mais recentes.

"Acreditamos firmemente que a formação contínua é a chave para fornecer cuidados veterinários de excelência", afirma Sandra Reis, Partner of People & Organization da AniCura Portugal. "Estamos comprometidos em disponibilizar aos veterinários acesso às melhores oportunidades de formação disponíveis, garantindo que estão dotados de conhecimentos e aptidões necessários para oferecer os mais altos padrões de cuidados aos seus pacientes”.

No AniCura CHV Porto Hospital Veterinário foram promovidas sessões de formação sobre temas como úlceras da córnea, formas de lidar com cataratas e seleção de candidatos a cirurgia, e quando recomendar Tomografia Computorizada ou Ressonância Magnética. Contou com a presença do médico veterinário Dr. Pedro Malho, que ministrou o módulo de Oftalmologia, e do Dr. Luís Mesquita, especializado em Imagiologia com ênfase em Ressonância Magnética (RM) e Tomografia Computorizada (TC).

Em Mafra decorreu também, recentemente, um simpósio de referência veterinária, levado a cabo pelo AniCura Atlântico Hospital Veterinário, onde foi possível fortalecer a parceria entre colegas médicos veterinários, numa relação de partilha, e conhecer em profundidade os diferentes serviços e opções de tratamento disponíveis para os pacientes.

 
Dia Mundial da Consciencialização do Autismo | 2 de abril
A Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) é uma perturbação do neurodesenvolvimento.

O que é o Autismo?

A PEA é uma perturbação crónica e como tal persiste ao longo de toda a vida da pessoa, mas as manifestações clínicas modificam com a idade. Apesar de existir desde o nascimento, o diagnóstico só é possível quando os sintomas começam a ser mais evidentes. Em alguns casos, isso pode acontecer no período pré-escolar e noutros casos só em idade escolar ou mesmo na adolescência. A altura em que o prejuízo do funcionamento se torna óbvio varia de acordo com características da própria pessoa, bem como com as características do seu meio ambiente, e o facto de poder haver uma grande variedade de sintomas pode dificultar o diagnóstico.

Sinais de Alerta e Sintomas do Autismo

Os sintomas, que mudam com o desenvolvimento e podem ser mascarados por mecanismos compensatórios, são essencialmente de dois grupos:

  • dificuldades na comunicação social recíproca e na interação social;
  • comportamentos, interesses ou atividades restritos e repetitivos.

Desta forma, exemplos de sinais ou sintomas que em crianças mais pequenas devem levantar suspeita são:

  • ausência de contacto ocular;
  • não sorrir em resposta;
  • não responder ao nome;
  • ausência de reações antecipatórias (como levantar os braços para ser pegado ao colo);
  • ausência de atenção conjunta (não olhar para onde a outra pessoa está a olhar ou a apontar e não apontar com o dedo para algum objeto para dirigir a atenção do outro);
  • não ter interesse em partilhar;
  • ou perturbação na aquisição ou desenvolvimento da fala.

Em crianças mais velhas podem observar-se também:

  • dificuldades no jogo simbólico (não ter brincadeiras de faz-de-conta, alinhar ou organizar brinquedos, em vez de brincar com eles);
  • não ter interesse pelas outras crianças;
  • evitamento da interação social, ou interação social desadequada com os pares;
  • não imitar o adulto;
  • uso idiossincrático e estereotipado de palavras ou frases;
  • défices nos comportamentos não-verbais usados para a interação social (para além da ausência de contacto ocular, uso reduzido de gestos ou expressões faciais);
  • adesão excessiva a rotinas, com dificuldades com a mudança;
  • comportamentos repetitivos ou interesses altamente restritos e anormais na intensidade ou no foco (como horários de comboios, matrículas de automóveis).

Pode existir também hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais (com respostas extremas a sons ou texturas específicas ou cheirar objetos excessivamente, por exemplo) e é comum haver restrições alimentares excessivas.

Muitas crianças com PEA também apresentam défice intelectual e/ou défice da linguagem e pode haver défices motores, podendo ter uma marcha estranha (por exemplo andar em bicos de pés) e sendo mais desajeitadas e descoordenadas do que as crianças da mesma idade.

Em crianças sem défice cognitivo e sem atraso na linguagem pode ser apenas na adolescência, quando as tarefas em termos sociais são mais exigentes, que as dificuldades se tornam mais notórias. Nesta idade, a procura de ajuda pode acontecer por queixas depressivas ou ansiosas, motivadas por fracas competências socias e problemas de interação com os pares.

Diagnóstico

Na avaliação diagnóstica da PEA podem ser prescritos alguns exames complementares de diagnóstico, nomeadamente para estudo etiológico, mas o diagnóstico é clínico, baseado em múltiplas fontes de informação: observação clínica, cuidadores e quando possível autorrelato. A PEA é mais comum nos rapazes. Nas raparigas os sintomas são muitas vezes menos óbvios, os interesses específicos mais típicos para a idade e, porque são capazes de imitar o que vêm, podem ter melhor contacto ocular e melhor interação social do que os rapazes com PEA. Estes motivos levam a que possa haver subdiagnóstico de PEA nas raparigas.

Abordagem terapêutica

A abordagem terapêutica deve ser individualizada, em função da situação clínica e do contexto individual e pode incluir: terapia da fala, terapia ocupacional (integração sensorial, treino de autonomia), ou psicologia clínica (terapia comportamental, treino de competências sociais), tendo como objetivo ajudar as pessoas com PEA a usarem da melhor forma as suas competências e a conviverem melhor com as suas especificidades. Não existe medicação para manifestações clínicas da PEA, pelo que a terapêutica farmacológica deve ser dirigida a comorbilidades ou sintomas disruptivos, como problemas graves de comportamento ou alterações de sono.

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Eleições EAPCI realizam-se de 29 de março a 18 de abril
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a apoiar o Prof. Doutor Rui Campante Teles, antigo Presidente...

Com uma voz entusiástica e crítica no seio da comunidade portuguesa de Cardiologia de Intervenção, o Prof. Doutor Rui Campante Teles é o primeiro português a candidatar-se à presidência da EAPCI. Entre as principais medidas, o cardiologista defende consistentemente a excelência, inovação e colaboração, promovendo uma cultura de aprendizagem e melhoria contínuas.

A sua experiência na EAPCI, que tem servido desde 2017, é profunda e extensa. De entre os vários projetos realizados destacam-se os Core Curriculum in Interventional Cardiology e Core Curriculum in Structural Heart Disease, o European Certification Program, o sucesso do VFL Portugal e o ESC Quality Indicators for TAVI.

Para mais informações sobre as eleições da EAPCI, consulte o site: https://shorturl.at/cFKPR

A EAPCI foi criada em 2006 com objetivos e atividades decorrentes da sinergia entre os ativos da EuroPCR e o antigo Grupo de Trabalho de Cardiologia Intervencionista da ESC. Em todas as atividades, a EAPCI promove uma colaboração estreita e madura com parceiros da indústria com base num código de conduta claramente definido. A educação pós-graduada, a melhoria do acesso dos pacientes às terapias baseadas em dispositivos e a promoção da investigação clínica representam áreas óbvias de interesse comum.

 

3º edição do maior prémio nacional de investigação na área da nefrologia
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL), em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN), encontra-se...

Este prémio, atribuído anualmente, tem como objetivo incentivar a realização de estudos clínicos e avaliações epidemiológicas na área da Insuficiência Renal Crónica, com particular relevância no âmbito da prevenção e da melhoria de cuidados da doença renal crónica.

“Com esta iniciativa pretendemos contribuir para aumentar o conhecimento científico sobre a doença renal crónica em Portugal, as suas causas e a população abrangida, tendo em conta a elevada incidência e prevalência de doentes com esta doença, sobretudo nos estádios mais avançados, e a ausência de investigações clínicas e estudos epidemiológicos relevantes nesta área”, avança Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

Os trabalhos candidatos ao Prémio ANADIAL-SPN podem ser: a) análises interinas de estudos epidemiológicos em curso (desde que estas análises estivessem previstas no desenho do estudo e os resultados sejam relevantes); b) trabalhos já terminados, ou projetos de investigação em fase de arranque.

O projeto vencedor, avaliado por um júri composto por 6 elementos, recebe um prémio no valor de 10 mil euros.

A doença renal crónica é uma doença provocada pela deterioração lenta e irreversível da função renal. Como consequência da perda de função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). São várias as doenças que podem provocar lesões nos rins e provocar a insuficiência renal crónica, nomeadamente a hipertensão arterial, a diabetes mellitus, as glomerulonefrites crónicas e algumas doenças hereditárias. Nas fases mais avançadas os portadores desta doença necessitam de realizar regularmente um tratamento de substituição da função renal que poderá ser a hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante renal.

Para mais informações, consulte o Regulamento disponível em www.anadial.pt

 
Novo mercado exigiu o reforço da equipa de profissionais da Via Senior
Pouco mais de um ano e meio depois do lançamento da atividade em Portugal, a empresa criada com o objetivo inovador de dotar as...

Lançada nos últimos meses de 2022, procurando colmatar uma falha evidente na informação sobre a oferta de residências sénior, dos serviços prestados e até dos preços praticados, a Via Senior tem vindo a registar um forte crescimento em Portugal. Após ter ajudado muitas centenas de famílias a encontrarem a residência mais adequada para os seus seniores no mercado nacional, lança-se agora em Espanha, país que, tal como Portugal, apresenta uma população envelhecida.

“Era um passo natural a entrada no mercado espanhol”, refere Nuno Saraiva de Ponte, CEO da plataforma de Residências Sénior e Lares de Idosos, a Via Senior. “Percebemos a falha no mercado em Portugal, agarrámos essa oportunidade e estamos a crescer de forma expressiva. Vemos o mesmo potencial em Espanha, país em que 20% das habitantes têm mais de 65 anos, por isso investimos numa plataforma na língua local, mas também reforçámos a nossa equipa com colaboradores locais”, acrescenta.

Tal como acontece na plataforma portuguesa, em www.via-senior.com, também na espanhola (disponível em www.via-senior.es) é possível, de forma simples e rápida, obter informação sobre a oferta disponível de alojamento para seniores no país vizinho. Destaca-se pela clareza na informação apresentada, não só pelo nível de detalhe do alojamento, como por permitir, à partida, saber os preços praticados para residências.

Uma vez feita uma pré-seleção das residências sénior pelas famílias, pela localização, serviços ou pelo valor da mensalidade, a Via Senior disponibiliza, sem quaisquer custos, uma equipa de profissionais que acompanha as famílias durante a restante fase do processo, confirmando as vagas, mas também o valor final, em função da tipologia de quarto e do grau de dependência do idoso.

Os assistentes sociais da Via Senior ajudam-nas a definir o apoio necessário para o idoso, em função do seu estado físico e cognitivo, e grau de dependência, validando depois, entre as residências sénior identificadas, a que melhor se adequa num processo que conta sempre com a supervisão do corpo médico.

Investigação da Mayo Clinic
Um estudo da Mayo Clinic mostra que as células estaminais derivadas da gordura dos próprios doentes são seguras e podem...

No estudo realizado com 10 adultos, a equipa de investigação observou que sete participantes apresentaram melhorias com base na escala de incapacidade da ASIA (American Spinal Injury Association). As melhorias incluíram o aumento da sensibilidade no teste de picada de agulha e no teste de toque leve, o aumento da força em grupos motores musculares e a recuperação da contração anal voluntária, que ajuda a função intestinal. A escala tem cinco níveis, que vão desde a perda total da função até à função normal. Dos sete participantes que apresentaram melhorias, cada um subiu pelo menos um nível na escala ASIA. Três pacientes do estudo não tiveram resposta, ou seja, não melhoraram, mas também não pioraram. 

"Este estudo documenta a segurança e os potenciais benefícios das células estaminais e da medicina regenerativa", afirmou Mohamad Bydon, neurocirurgião da Mayo Clinic e primeiro autor do estudo. "A lesão da medula espinal é uma doença complexa. A investigação futura poderá mostrar se as células estaminais combinadas com outras terapias podem fazer parte de um novo paradigma de tratamento que melhore os resultados dos doentes."

Não foram comunicados quaisquer efeitos adversos graves após o tratamento com células estaminais. Os efeitos secundários mais frequentemente comunicados foram dores de cabeça e dores músculo-esqueléticas resolvidas com medicação de venda livre. 

Para além de avaliar a segurança, este ensaio clínico de fase 1 tinha como objetivo secundário avaliar as alterações da função motora e sensorial. Os autores referem que os resultados motores e sensoriais devem ser interpretados com precaução devido aos limites dos estudos de fase 1. Estão em curso novas investigações com um grupo maior de participantes para avaliar melhor os riscos e os benefícios.

Os dados completos sobre os 10 doentes surgem após um relatório de caso de 2019 que destacou a experiência do primeiro participante no estudo, que apresentou melhorias significativas na função motora e sensorial. 

O mecanismo de ação das células estaminais não é totalmente compreendido

No ensaio clínico multidisciplinar, os participantes tinham lesões na espinal medula resultantes de acidentes de viação, quedas e outras causas. Seis tinham lesões no pescoço e quatro tinham lesões nas costas. As idades dos participantes variavam entre os 18 e os 65 anos. 

As células estaminais dos participantes foram recolhidas através da remoção de uma pequena quantidade de gordura de uma incisão de 1 a 2 polegadas no abdómen ou na coxa. Ao longo de quatro semanas, as células foram expandidas em laboratório para 100 milhões de células e depois injetadas na coluna lombar dos doentes. Ao longo de dois anos, cada participante no estudo foi avaliado 10 vezes na Mayo Clinic.

Embora se saiba que as células estaminais se deslocam para áreas de inflamação (neste caso, a lesão é na medula espinal), o mecanismo de interação das células com a medula espinal não é totalmente compreendido, diz Bydon. No âmbito do estudo, os investigadores analisaram as alterações nos exames de ressonância magnética e no líquido cefalorraquidiano dos participantes, bem como as suas reações à dor, à pressão e a outras sensações. Os investigadores estão à procura de pistas para identificar os processos de lesão a nível celular e as vias para uma potencial regeneração e cura. 

A medula espinal tem uma capacidade limitada para reparar as suas células ou gerar novas células. Normalmente, a maior parte da recuperação dos doentes ocorre nos primeiros seis a 12 meses após a lesão. A melhoria pára normalmente 12 a 24 meses após a lesão. No estudo, um doente com uma lesão da coluna cervical recebeu células estaminais 22 meses após a lesão, tendo registado uma melhoria de um nível na escala ASIA após o tratamento.

Dois dos três doentes com lesões completas da coluna torácica (ou seja, não tinham qualquer sensação ou movimento abaixo da lesão entre a base do pescoço e o meio das costas) subiram dois níveis na escala ASIA após o tratamento. Cada um deles recuperou alguma sensação e algum controlo dos movimentos abaixo do nível da lesão. Com base no conhecimento dos investigadores sobre a lesão traumática da medula espinal torácica, esperava-se que apenas cinco por cento das pessoas com uma lesão completa recuperassem qualquer sensação ou movimento. 

"Na lesão da espinal medula, mesmo uma ligeira melhoria pode fazer uma diferença significativa na qualidade de vida do doente", afirmou Bydon. 

Continua a investigação com células estaminais para lesões da espinal medula

As células estaminais são utilizadas principalmente em investigação nos EUA e o tratamento com células estaminais derivadas da gordura para lesões da espinal medula é considerado experimental pela FDA (Food and Drug Administration). 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, todos os anos, entre 250 000 e 500 000 pessoas em todo o mundo sofrem uma lesão na espinal medula. 

Um próximo passo importante seria avaliar a eficácia das terapias com células estaminais em subgrupos de doentes que seriam mais beneficiados, afirma Bydon. A investigação prossegue com um ensaio maior e controlado que atribui aleatoriamente aos doentes o tratamento com células estaminais ou um placebo sem células estaminais.

"Durante anos, o tratamento da lesão da medula espinal limitou-se a cuidados de apoio, nomeadamente cirurgia de estabilização e fisioterapia", afirmou Bydon. "Muitos manuais históricos afirmam que esta doença não melhora. Nos últimos anos, temos assistido a descobertas da comunidade médica e científica que desafiam os pressupostos anteriores. Esta investigação é um passo em frente em direção ao objetivo final de melhorar os tratamentos para os doentes."

Hipnoterapia
A hipnose pode ser utilizada como uma ferramenta terapêutica que permite ultrapassar as resistências

Grande parte dos problemas que ocorrem com as crianças e adolescentes nos diferentes estágios de desenvolvimento, nomeadamente a ansiedade pré-testes, medos fóbicos, dificuldades atencionais, hábitos e comportamentos disfuncionais, problemas de sono, entre outros, podem ser ultrapassados com o recurso à hipnose clínica.

Compreende-se que a decisão mais difícil a tomar para quem procura este tipo de abordagem terapêutica é a escolha de um terapeuta qualificado, a quem vão confiar o seu filho, e para que isso aconteça necessitam de ver explicadas e esclarecidas todas as suas dúvidas sobre esta forma de terapia.

Então o que é hipnose em crianças?

Tal como acontece com os adultos, a hipnose é um estado expansivo/alterado da consciência em que a criança permanece acordada, consciente e com total controlo sobre si. Num contexto terapêutico, a idade é menos importante do que, o nível de maturação, da capacidade compreensiva da linguagem e da capacidade de concentração, contudo estudos normativos referem que a suscetibilidade hipnótica é limitada abaixo dos 3 anos de idade, atinge os seus níveis mais altos entre os 6 e 14 anos e depois diminui ligeiramente na adolescência, após o qual permanece estável até a meia-idade.

Ao contrário do que se poderia pensar, as crianças geralmente experienciam estados hipnóticos com mais facilidade que os adultos. Isso explica-se pelo facto de desfrutarem de uma vida rica em fantasia e essa "imaginação criativa" é a linguagem do inconsciente. A grande capacidade de imaginar das crianças faz com que o uso da hipnose pareça um procedimento bastante simples.

Como acontece com a aplicação de qualquer outra estratégia de tratamento, o sucesso em hipnoterapia está baseado na compreensão do problema da criança e do que acontece no decorrer da terapia, em vez de apenas centrar-se no comportamento da criança em conformidade com o quadro teórico-clínico apresentado e também da colaboração e envolvimento da família em todo o processo terapêutico. Importa, por exemplo, ensinar os pais a reagiram de uma forma mais segura, calma, confiante e assertiva evitando reações de raiva ou mesmo punições excessivas.

Em que tipo de problemáticas a hipnoterapia pode ser eficaz?

As aplicações da Hipnose Clínica em crianças e adolescentes são diversas, e estes são apenas alguns dos exemplos de problemáticas, que podem ser atenuados, ou até resolvidas com recurso à Hipnoterapia:

  • Problemas de comportamento;
  • Ansiedade;
  • Medos fóbicos;
  • Problemas de enurese e encoprese;
  • Hiperatividade e défice de atenção;
  • Tiques e hábitos;
  • Dificuldades no sono;
  • Dificuldades no desempenho escolar;
  • Dificuldades relacionadas com a alimentação;
  • Sintomatologia depressiva;
  • Controlo da dor.

A infância assemelha-se a um processo rápido de metamorfose e a idade adulta representa o seu resultado. Intervir em crianças, quer no tratamento sintomatológico ou na potencialização de recursos que permitam o seu desenvolvimento positivo, promove-se a oportunidade de prevenir alguns problemas mais sérios que poderão ocorrer no futuro e que, por conseguinte, poderão influenciar a vida social, pessoal e profissional em adulto.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Associação Portuguesa de Fertilidade quer desenhar um novo futuro a quem não pode ter filhos
Uma em cada seis pessoas no mundo tem problemas de fertilidade e não pode realizar o seu sonho de ser pai ou mãe. Em Portugal,...

A APFertilidade surgiu em 2006 e foi criada por pessoas com problemas de fertilidade. Nasceu como um projeto destinado a apoiar, informar e defender todas as pessoas que se deparam com este problema. Ao longo dos últimos 18 anos, mulheres e casais recorrem ao apoio desta associação como porto de abrigo para a difícil jornada da infertilidade. Tempos de espera, fragilidade psicológica e direitos laborais são as maiores preocupações dos cidadãos. 

Como associação sem fins lucrativos, a APFertilidade recebe o seu financiamento através das quotas pagas pelos associados, de donativos pontuais feitos por entidades e de campanhas de angariação de fundos, como é o caso da consignação do IRS. “O valor reunido com a consignação do IRS é uma das formas essenciais de apoio financeiro ao funcionamento da associação, para podermos desenvolver iniciativas e projetos que coloquem o tema da fertilidade em destaque”, explica a presidente da associação, Cláudia Vieira. 

Este ano, a campanha da APFertilidade desafia a comunidade a desenhar um futuro para os casais com dificuldade em ter filhos. “O valor angariado é fundamental para continuarmos a lutar pelos direitos destas pessoas. Por isso mesmo, este ano, através de imagens que apelam à imaginação, queremos que as pessoas tentem idealizar como pode ser a vida dos que querem ser pais quando conseguem, finalmente, cumprir o seu sonho de ter uma família”. 

Atualmente, a associação conta com cerca de 16.000 associados. “Mais do que um número redondo, revela que o trabalho feito pela associação é essencial, faz a diferença, e que continua no caminho certo para ajudar quem, ao longo de quase 18 anos, tem procurado o nosso apoio”, diz a presidente. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que a infertilidade atinja cerca de 10% a 15% da população em idade reprodutiva e Portugal não é exceção. Para ajudar estes casais, basta consignar o IRS, de forma gratuita, à APFertilidade, através do NIF 507 724 216. 

Dia 10 de abril
O Especial Grávida Online, organizado pela ‘’Mamãs Sem Dúvidas’’ vai realizar mais uma sessão online, no dia 10 de abril às...

Sobre esta última questão a Enfermeira Lucinda Ramos, Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica, vai deixar dicas e conselhos úteis sobre como retirar o leite, como conservar, que tipo de recipientes deve utilizar, entre outras.

Maria Costa, Formadora do Laboratório BebéVida, irá falar acerca das ‘’Células Estaminais: um potencial de cura’’, destacando as potenciais vantagens terapêuticas do sangue e tecido do cordão umbilical no tratamento de diversas doenças.

Com o regresso a casa depois da maternidade inicia-se uma nova rotina marcada por diversos desafios e dúvidas: o aleitamento, o banho, a limpeza do coto umbilical, o sono, as cólicas. Carla Duarte, Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia encerra a sessão com o tema “Cuidados ao bebé nos primeiros dias”.

Ao participar, os casais ficam habilitados a receber um cabaz que inclui uma Ecografia Emocional, um peluche Babiage, um Marsúpio e uma mala de maternidade com produtos Uriage.

As inscrições para o evento estão abertas, são gratuitas, mas obrigatórias. Faça aqui a sua inscrição:  https://mamassemduvidas.pt/especial-gravida-online/ 

 
Investigação encontra ligação entre a pontuação do Índice de Rede Social e a idade biológica determinada pela IA
Um novo estudo da Mayo Clinic descobriu que as pessoas socialmente isoladas têm maior probabilidade de mostrar sinais de serem...

Para investigar o papel do contacto social no envelhecimento biológico, os investigadores compararam o Índice de Rede Social com o eletrocardiograma AI (AI-ECG) - diferenças previstas nas idades de mais de 280 mil adultos que receberam cuidados ambulatórios entre junho de 2019 e março de 2022. Os participantes selecionados preencheram um questionário sobre os determinantes sociais da saúde e tiveram registos de IA-ECG, independentes do estudo, arquivados durante um ano.

Foi utilizado um modelo IA-ECG desenvolvido na Mayo Clinic para determinar a idade biológica, que foi depois comparada com a idade cronológica. Investigações anteriores demonstraram que a determinação da idade do IA-ECG representa a idade biológica do coração. Uma diferença de idade positiva indica um envelhecimento biológico acelerado, enquanto um valor negativo sugere um envelhecimento biológico mais lento. 

Os investigadores avaliaram o isolamento social utilizando o Social Network Index, que coloca seis perguntas diferentes de escolha múltipla relacionadas com estas áreas de interação social:

  • Pertença a qualquer clube ou organização social.
  • Frequência da participação em atividades sociais por ano.
  • Frequência de conversas telefónicas com familiares e amigos por semana.
  • Frequência anual na participação na igreja ou em serviços religiosos.
  • Frequência de encontros pessoais com amigos ou familiares por semana.
  • Estado civil ou viver com um parceiro.

Cada resposta recebeu uma pontuação de 0 ou 1, e a pontuação total variava de 0 a 4, representando diferentes graus de isolamento social.

Os participantes com uma pontuação mais elevada no Índice de Rede Social - que indica uma melhor vida social - apresentaram uma diferença de idade menor no IA-ECG, algo que se manteve presente em todos os géneros e grupos etários. O estatuto da rede social influenciou significativamente o risco de mortalidade. Durante o período de acompanhamento de dois anos, cerca de 5 por cento dos participantes morreram. Aqueles que tinham pontuações baixas, inferiores ou iguais a 1, no Índice de Rede Social tinham um risco de morte mais elevado em comparação com outros grupos.

Embora os participantes fossem 86,3 por cento brancos não hispânicos, os dados do estudo apontaram para as disparidades existentes no domínio da saúde. Os participantes não brancos apresentaram diferenças médias de idade mais elevadas do que os outro participantes, especialmente aqueles com pontuações mais baixas no Índice da Rede Social.

"Este estudo realça a interação crítica entre o isolamento social, a saúde e o envelhecimento", afirma Amir Lerman, cardiologista da Mayo Clinic e autor sénior do estudo. "O isolamento social, combinado com condições demográficas e médicas, parece ser um fator de risco significativo para o envelhecimento acelerado. No entanto, sabemos que as pessoas podem mudar o seu comportamento - ter mais interação social, fazer exercício regularmente, ter uma dieta saudável, deixar de fumar, dormir o suficiente, etc. Fazer e manter estas mudanças pode contribuir muito para melhorar a saúde em geral".

 
Opinião
O acidente vascular cerebral (AVC), sendo uma doença em grande parte sujeita a prevenção, é ainda um

O risco de AVC aumenta com a idade e o seu número absoluto irá aumentar nos próximos anos devido ao envelhecimento da população, mesmo que haja melhor controlo dos fatores de risco.

Realço agora o elevadíssimo avanço técnico e científico adquirido nos últimos anos para tratar os doentes que sofreram um enfarte cerebral. Falo então da trombólise e da trombectomia, ferramentas de tratamento que quanto mais cedo utilizadas, maior o benefício clínico, de onde advém a expressão “tempo é cérebro”.  A trombólise é um tratamento endovenoso que dissolve o trombo responsável pela isquemia cerebral, possível de utilizar nas primeiras 4,5 horas. A trombectomia é um tratamento endovascular ou cateterismo arterial, possível de utilizar até às 24h, mas apenas disponível em alguns centros do país para onde os doentes são transferidos nas situações em que há benefício comprovado nesse tratamento. Saliento também a importância dos cuidados após os tratamentos agudos nas unidades de AVC, que são espaços físicos e equipas dedicadas exclusivamente ao tratamento de doentes com AVC agudo, com benefício mais que comprovado há vários anos no prognóstico destes doentes.

Como o tempo é essencial no tratamento do AVC agudo, chegamos então ao conceito de Via Verde. Esta foi criada para que não se perca tempo na administração do tratamento adequado a cada doente. Começa sempre no reconhecimento dos défices neurológicos agudos, seja pelo doente ou por uma pessoa (familiar ou não) que assista ou encontre assim o doente. Nestas circunstâncias, quando perante alguém com um defeito neurológico agudo, nomeadamente com assimetria da face, com alteração da fala ou com fraqueza de um lado do corpo, o que deveremos fazer sempre é chamar o 112. Só dessa forma se pode preparar tudo no hospital para que, na tal Via Verde, não se perca tempo.

Finalmente o AVC é uma doença que não causa só fraqueza de um lado do corpo ou dificuldade em falar. Há imensos outros défices neurológicos, muito relevantes para o doente e sua família. Falo do defeito cognitivo e da depressão pós-AVC, por vezes subtis, mas com consequências graves na capacidade de regressar ao trabalho, às suas atividades habituais, à condução de veículos, de ter uma vida social ativa, de ter uma atividade sexual saudável... em resumo, de ter qualidade de vida. E essa é a chave de quem cuida dos doentes com AVC. Seja na Via Verde (evitando o dano), seja na consulta (estudando causas e consequências do AVC), seja na reabilitação (melhorando a funcionalidade), todos nós devemos atender à melhor qualidade de vida de cada doente.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Portugal conta já com uma investigação em curso para o desenvolvimento de tratamento inovador
A recuperação funcional e as melhorias na qualidade de vida dos doentes que sofreram um AVC isquémico parecem ser as principais...

Esta é a conclusão de um artigo científico, publicado na revista Frontiers in Stroke, que analisou a segurança e a eficácia da utilização deste tratamento inovador com base em artigos científicos publicados nos últimos 20 anos.

O AVC isquémico é o tipo mais comum de AVC, representando 80 a 85% dos casos, e acontece quando uma artéria fica bloqueada por um coágulo, impedindo a corrente sanguínea de chegar ao cérebro. A falta de nutrientes e oxigénio nesta zona leva a alterações na morfologia dos neurónios e na comunicação entre eles, desencadeando uma resposta imunológica, que, em excesso, pode ser responsável pelas sequelas neurológicas.

Atualmente, existem tratamentos para minimizar os efeitos secundários do AVC, que se focam na desobstrução dos vasos sanguíneos ou na remoção cirúrgica dos coágulos. No entanto, as terapias existentes são limitadas e resultam apenas quando realizadas num curto intervalo de tempo após os primeiros sintomas da doença. Há, por isso, necessidade de encontrar novas formas de tratamento para o AVC.

“Sabemos que o tempo é um fator determinante para garantir o sucesso do tratamento no caso do AVC. Neste contexto, as células estaminais mesenquimais poderão ser uma opção terapêutica útil para superar esta limitação, podendo permitir reduzir os danos causados pelo AVC, mesmo não sendo administradas nas primeiras horas a seguir a este.”, destaca Letícia Nunes, Técnica Coordenadora de Processos e Produtos, da Crioestaminal.

O papel das células estaminais no tratamento do AVC

Estudos publicados nas duas últimas décadas demonstram que os tratamentos à base de células estaminais mesenquimais contribuem para minimizar os danos provados pelo AVC devido às suas propriedades imunomoduladoras e regenerativas. Somam-se ainda outras vantagens, como a neuroproteção, a melhoria na recuperação neurológica e a capacidade das células estaminais mesenquimais de dar origem a novos tipos de células, que poderão prevenir o aumento da morte celular e reduzir o stress oxidativo. Além disso, as células estaminais mesenquimais estimulam o crescimento de novos vasos sanguíneos, aumentando o fluxo de sangue e oxigénio nas áreas lesadas do cérebro.

Nos artigos encontrados e avaliados sobre este tema nesta publicação científica, os autores encontram evidências de que os tratamentos com base em células estaminais mesenquimais são benéficos na melhoria dos efeitos decorrentes do AVC: verificam-se melhorias no grau de dependência e na reabilitação dos doentes. No entanto, não foram observadas diferenças significativas nas taxas de mortalidade e de recorrência de AVC entre os doentes tratados com células estaminais mesenquimais comparativamente aos não tratados com estas células.

Tratamento à base de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical em desenvolvimento em Portugal

“Embora se encontre ainda numa fase inicial, a utilização das células estaminais no tratamento das lesões cerebrais isquémicas demonstrou segurança e eficácia nos ensaios clínicos realizados ao longo das últimas décadas. Este progresso tem impulsionado novas investigações, inclusive em Portugal”, acrescenta Letícia Nunes, referindo-se ao projeto "REPAIR - Reparar e Recuperar no AVC isquémico: novas estratégias de terapia celular", um projeto de investigação a ser conduzido pela Universidade de Coimbra (UC), pela Universidade da Beira Interior (UBI) e pela Crioestaminal.

Esta investigação portuguesa visa desenvolver um novo tratamento para o AVC isquémico à base de células estaminais do cordão umbilical durante os próximos três anos, com o objetivo de encontrar respostas para as dificuldades no acesso a tratamentos para esta doença.

14º Simpósio da Fundação BIAL decorre entre 3 e 6 de abril
O dinamarquês Morten Kringelbach, professor de neurociência na Universidade de Oxford, no Reino Unido, e na Universidade de...

O neurocientista, diretor do Centre for Eudaimonia and Human Flourishing e membro do conselho do Empathy Museum, abordará na sua intervenção, na manhã do dia 5 de abril, os progressos significativos na compreensão de como o cérebro orquestra a hedonia (prazer). Concretamente, apresentará estudos de neuroimagem do “cérebro improvisador” que demonstram não só como a música leva ao prazer, mas também à criação de significado e à prosperidade, sustentando ainda que ao longo de períodos mais extensos, estas experiências podem dar origem tanto ao florescimento como ao sofrimento, proporcionando significado e propósito para a vida.

Irá ainda discutir as evidências da modelação de dados de neuroimagem de todo o cérebro, incluindo a improvisação de jazz para orquestrar a eudaimonia (vida bem vivida), e propor estratégias futuras para explorar as questões profundas que ainda subsistem.

Kringelbach está interessado em compreender os mecanismos cerebrais do prazer nas suas diversas formas e fez contribuições importantes para a neurociência usando neuroimagem, estimulação cerebral profunda e modelação do cérebro como um todo. A sua investigação centra-se na engenharia inversa do cérebro humano.

No seu trabalho de investigação, identificou mecanismos cerebrais subjacentes ao sistema de recompensa e identificou uma rede de hotspots hedónicos essenciais para o ciclo fundamental de prazer de “querer”, “gostar” e aprender.

Fundou o “Centro de Música no Cérebro” na Universidade de Aarhus, focado em compreender a neurociência da música e, em particular, como é processada a música no cérebro e como isso pode informar a nossa compreensão dos princípios fundamentais por detrás do funcionamento do cérebro em geral.

"Aguardamos pela intervenção de Kringelbach, cientista famoso pelos seus estudos na neurociência da música, com elevada expectativa. Irá explicar de que forma a criatividade e o prazer se interligam na improvisação musical, nomeadamente no jazz”, sublinha Miguel Castelo-Branco, neurocientista e membro da comissão organizadora do Simpósio.

Já sobre o tema central do Simpósio, a criatividade, Miguel Castelo-Branco considera ser "um dos mais fascinantes. Talvez por ser a característica humana mais surpreendente: a capacidade de encontrar criativamente novas soluções para problemas, imaginar mundos e futuros possíveis, partilhar beleza, transcender-se e criar, como nos irá demonstrar Morten Kringelbach”.

Kringelbach recebeu o Prémio de Comunicação de Ciência 2006, foi distinguido pelo Ministério Dinamarquês de Ensino Superior e Ciência, publicou 13 livros e mais de 250 trabalhos científicos, capítulos e outros artigos.

 

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