Causa de cegueira irreversível
O glaucoma é uma doença ocular crónica e silenciosa que, se não for tratada, pode levar a perda perm

Quando falamos em glaucoma falamos de um grupo de sinais caracterizado por uma pressão intraocular elevada, associada a danos no nervo óptico e perda de campo visual. No entanto, descobriu-se que um bom número de casos, vulgarmente conhecidos como glaucoma de baixa tensão, apresentava evidências definitivas de danos no nervo óptico e alterações nos campos visuais, apesar de terem uma pressão intraocular normal. Assim, além da PIO elevada, acredita-se que vários outros fatores, como o fornecimento inadequado de sangue às células ganglionares da retina e às fibras do nervo óptico devido à aterosclerose ou alterações avançadas do tecido conjuntivo relacionadas à idade, desempenhem um papel importante na progressão do glaucoma. Esta possível teoria vasculogénica levou a que passasse a falar de uma “neuropatia óptica vascular”.

É importante saber que o glaucoma é a terceira causa mais frequente de cegueira em todo o mundo, depois da catarata e do tracoma. Mas quando falamos de causas de cegueira irreversível, o glaucoma é a primeira causa. É mais importante ainda sabermos que na grande maioria dos casos a perda de visão e a cegueira podiam ter sido evitadas.

Calcula-se que haja cerca de 70 milhões de pessoas com glaucoma em todo o mundo. Destes, cerca de 7 milhões estão cegos de um olho e cerca de 1 milhão estão cegos dos dois. Em cerca de 20% dos casos os doentes cegaram antes de terem acesso ao diagnostico ou tratamento. Portugal tem cerca de 200 000 pessoas com glaucoma, metade das quais desconhece que tem a doença. A prevalência do glaucoma aumenta com a idade. Dos 40 aos 49 anos é de cerca de 1%, mas sobe para os 3% entre os 60 e os 69. Depois dos 70 anos é de 5%. Alem da idade há outros fatores de risco. A existência de história familiar de glaucoma, raça africana ou hispânica, alta miopia, diabetes, hipertensão arterial e o uso de corticoides aumentam o risco de glaucoma.

A prevenção do glaucoma envolve principalmente a deteção precoce e o tratamento adequado. Exames oftalmológicos regulares são essenciais, especialmente para pessoas com fatores de risco. O diagnóstico do glaucoma, efetuado pelo médico Oftalmologista,  geralmente envolve uma combinação de medições de pressão intraocular, avaliação do nervo óptico e dos campos visuais. É de notar que a forma de glaucoma mais comum – o glaucoma de angulo aberto – pode cursar sem qualquer sintoma até uma fase muito avançada da doença. Nessa altura a perda de visão e de campo visual é irreversível. É por isso que o glaucoma é muitas vezes referido como sendo “o ladrão silencioso da visão”. É muito importante que as pessoas façam consultas regulares com o medico Oftalmologista sobretudo depois dos 40 anos.

O tratamento do glaucoma geralmente começa com a colocação de gotas – colírios que ajudam a diminuir a pressão intraocular. Em alguns casos raros podem ser prescritos medicamentos orais. Em situações mais avançadas ou quando os medicamentos não são eficazes, pode ser necessário recorrer a cirurgia a laser ou cirurgia convencional para diminuir a pressão intraocular. É de realçar que não se deve interromper a colocação das gotas porque na sua ausência o glaucoma continua a progredir sem que a pessoa tenha qualquer sintoma. É igualmente importante que a pessoa com glaucoma se certifique de que as gotas estão a ser colocadas corretamente. Muitas vezes a falta de eficácia tem a ver com a deficiente colocação destas. As gotas devem ser colocadas no fundo de saco conjuntival inferior do olho afetado (o fundo de saco conjuntival é a área entre a pálpebra inferior e o globo ocular). Para aplicar as gotas corretamente, a pessoa inclina levemente a cabeça para trás, puxa suavemente a pálpebra inferior para criar um pequeno espaço (o fundo de saco conjuntival) e aplica a gota nesse espaço. Deve evitar tocar a ponta do frasco nos olhos ou nas pálpebras para evitar a contaminação. É aconselhável manter a mão a segurar a pálpebra inferior para ela permanecer afastada do globo ocular mais um ou dois minutos após colocar a gota de forma a que ela seja completamente absorvida. É igualmente importante colocar as gotas o número de vezes ao dia indicado pelo médico e deixar um intervalo de cerca de 5 minutos entre diferentes gotas.

Embora atualmente não exista uma cura para o glaucoma, os avanços na deteção precoce, tratamentos mais eficazes e uma melhor compreensão da doença oferecem esperança para um futuro onde a perda de visão devido ao glaucoma seja minimizada. A conscientização, a educação e o acesso a cuidados oftalmológicos adequados são cruciais para alcançar esse objetivo.

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Iniciativa vai percorrer várias cidades de norte a sul do país
A Sociedade Portuguesa de Oncologia acaba de lançar o Clube de Oncologia dos Grupo de Trabalho Patients' Advocate da...

O Clube de Oncologia irá ter a sua primeira edição de muitas, através de um programa itinerante que vai percorrer vários pontos do país. Esta ação procurará ser um momento presencial de partilha entre profissionais de saúde - Oncologistas Médicos, Radioncologistas, especialidades cirúrgicas, Enfermeiros, Assistentes Sociais - que lidam diretamente com o cancro, e doentes oncológicos, seus cuidadores ou a população em geral com interesse nesta temática.

Susana Sousa, médica oncologista e coordenado do grupo, sublinha que «o Clube de Oncologia pretende a cada edição discutir os mais variados temas que façam sentido nesta área tão abrangente, duma forma isenta, adequada, precisa, clara e que a audiência capte, entenda e valorize. Em destaque vamos ter assuntos tão diversos desde rastreio, diagnóstico, tratamento, seguimento, cuidados paliativos ou outros que fizerem sentido e a audiência estiver disposta a conversar sobre o grande tema que é a Oncologia.»

A estreia desta ação decorrerá na Biblioteca Municipal de Óbidos no dia 6 de abril pelas 17h00, sendo que a segunda edição está agendada para 17 de maio na Biblioteca Municipal de Penafiel.

 
Semana Mundial da Incontinência Urinária assinala-se de 11 a 15 de março
A propósito do Dia Mundial da Incontinência Urinária celebrado a 14 de março, e a ‘Semana Mundial da Incontinência Urinária’...

Estima-se que na Europa cerca de 17 % dos adultos acima dos 40 anos de idade possam sofrer de incontinência urinária.Em Portugal, 1 em cada 5 portugueses acima dos 40 anos sofrem de incontinência urinária, sendo que entre os 45 e os 65 anos a proporção de casos de incontinência urinária é de 3 mulheres para cada homem. 

A bexiga hiperativa define-se por um conjunto de sintomas que têm início num distúrbio do armazenamento de urina da bexiga. O músculo detrusor da bexiga contrai-se mesmo quando não contém um volume considerável de urina e como resultado a bexiga recebe a mensagem de que está cheia, quando na realidade não está. Consequentemente surgem os sintomas da bexiga hiperativa, que incluem a necessidade urgente e frequente de urinar, a noctúria - acordar uma ou mais vezes durante a noite para urinar, e a incontinência urinária. 

Outros fatores como infeções do trato urinário, obstipação, quantidades excessivas de cafeína e bebidas alcoólicas, podem contribuir para os sintomas de bexiga hiperativa. Pessoas que tenham sofrido um AVC ou com distúrbios neurológicos como Parkison e Esclerose Múltipla têm mais propensão para desenvolver esta síndrome.

A plataforma ‘Na Bexiga Mando Eu’ visa clarificar preconceitos, disponibilizar informação sobre os sintomas desta síndrome, partilhar dicas de prevenção e tratamento, e sugere a adoção de alguns comportamentos que podem melhorar a vida de quem vive com esta síndrome. Quem sofre de Incontinência Urinária encontra nesta plataforma um apoio para que se sinta esclarecido e acompanhado nesta jornada.

Existem alguns comportamentos que podem ser adotados para controlar ou aliviar os sintomas da bexiga hiperativa. Mudanças no estilo de vida, como por exemplo na alimentação, a realização de exercícios localizados para fortalecimento do pavimento pélvico e treino da bexiga são algumas das recomendações para melhorar a qualidade de vida. Em alguns casos a ajuda de medicação pode ser fundamental para controlar e aliviar os sintomas.

A bexiga hiperativa é um problema de saúde que pode afetar qualquer pessoa, independentemente do sexo ou da idade. Importa reconhecer sintomas para agir atempadamente e realizar um tratamento adequado.

 
APDP e APIR alertam para a importância do tratamento precoce da doença renal
No âmbito do Dia Mundial do Rim, assinalado anualmente na segunda quinta-feira de março, a Associação Protectora dos Diabéticos...

José Manuel Boavida, presidente da APDP, reforça a necessidade de promover junto de todos os profissionais de saúde o seu papel na prevenção da doença renal crónica. “É necessário fomentar o rastreio sistemático da doença renal crónica em pessoas com diabetes e promover outro tipo de atitudes preventivas, como o controlo dos níveis de açúcar no sangue, da tensão arterial e do colesterol, assim como eliminar o consumo de tabaco. Não nos podemos esquecer de que quanto mais tempo se tem diabetes, maior a probabilidade de desenvolver lesões renais”, relembra o presidente da APDP.

A propósito da efeméride, que este ano se assinala a 14 de março, em parceria com vários centros hospitalares e entidades, a APIR realiza ao longo da semana e em todo o País ações de prevenção e sensibilização, incluindo palestras, rastreios e workshops.

“Em Portugal, estima-se que mais de 800 mil pessoas sofram de doença renal crónica, e todos os anos são registados mais de dois mil e quinhentos novos casos em fase terminal, existindo atualmente mais de 13 mil pessoas dependentes de diálise. Estes dados são preocupantes, mas continua a não existir uma política global de combate à insuficiência renal. Os doentes merecem uma aposta mais significativa na prevenção de patologias como esta”, defende José Miguel Correia, presidente da Direção Nacional da APIR.

Em todo o mundo, estima-se que mais de 850 milhões de pessoas vivam com doença renal crónica, que terá provocado mais de 3,1 milhões de mortes em 2019. É atualmente a oitava principal causa de morte e as previsões apontam para um agravamento dos anos de vida perdidos até 2040.

A diabetes é uma das principais causas da doença renal, uma vez que pode danificar as estruturas que filtram o sangue dentro dos rins. A longo prazo, os elevados níveis de glicose no sangue poderão evoluir para doença renal diabética ou nefropatia diabética, que habitualmente não provoca sintomas ou sinais até se encontrar numa fase avançada.

 
Vírus do Papiloma Humano
O HPV é responsável por "quase todos os casos de cancro do colo do útero, das lesões pré-invasi

Trata-se de uma infeção bastante comum entre homens e mulheres "com menos de 30 anos".  As estimativas apontam para que 80% da população sexualmente ativa adquira o vírus do Papiloma Humano, "em algum momento das suas vidas". E apesar de ser responsável por um leque variado de patologias, a especialista em ginecologia salienta que "maioria das pessoas expostas ao HPV não desenvolverá qualquer doença". 

"O HPV é um vírus que infeta a pele e as mucosas, em particular das áreas genital e oral. A principal via de transmissão é através das relações sexuais, do contacto com a pele e as mucosas", começa por esclarecer Amélia Pedro sublinhando que, como referido acima, não existem grupos de risco. No entanto, apesar de poder afetar qualquer pessoa, a especialista refere que "fatores como a imunossupressão ou pessoas que vivem com o HIV tem um risco acrescido de persitência do vírus".

Habitualmente, esta é uma infeção assintomática. "No entanto, nos casos em que a infeção por HPV não é eliminada pelo sistema imunitário e persiste ao longo do tempo, o que acontece em 10-15% das mulheres, pode levar a uma série de alterações celulares no colo do útero e ao aparecimento de lesões pré-cancerosas", explica a médica sublinhando a importância do diagnóstico precoce. Diagnóstico esse obtido por meio da realização do rastreio do cancro do colo do útero. 

"O rastreio do cancro do colo do útero em Portugal, desde 2017 e por decreto lei, utiliza como teste primário, a pesquisa de ácidos nucleicos, dos serotipos oncogénicos, do vírus do papiloma humano (HPV), em citologia vaginal, a realizar de 5 em 5 anos". Este "destina-se à população do sexo feminino com idade igual ou superior a 25 anos e igual ou inferior a 60 anos. No caso de um resultado anormal, a mulher será informada com que frequência deve ser vigiada ou se são necessários testes mais específicos", adianta a presidente da secção de Colposcopia e Patologia do Trato Genital Inferior da Sociedade Portuguesa de Ginecologia.

Em matéria de prevenção, a especialista revela que "a grande arma" é vacinação.  "A utilização de preservativos ou contraceptivos de barreira de forma correcta e consistente durante as relações sexuais. Esta medida, embora não evite completamente a aquisição da infeção, pode reduzi-la se for utilizada desde o início do contacto sexual", acrescenta.

Em Portugal, a vacinação contra o HPV é universal e está incluída no Plano Nacional de Vacinação aos 10 anos, num esquema de 2 doses aos 0 e 6 meses, com a vacina nonavalente. "Atualmente, não há idade limite para a vacinação. Embora as vacinas contra o HPV disponíveis não sejam terapêuticas e o seu maior benefício seja antes do início da vida sexual, existem estudos muito robustos que demonstram que mesmo na idade adulta e mulheres tratadas por lesões de alto grau beneficiam da vacinação. Neste último caso, há menos recidivas, ou seja, as mulheres que se vacinam tem menos risco de voltar a ter doença relacionada com o HPV", explica Amélia Pedro. 

No entanto, a vacinação não substitui ou torna menos importante a realização do rastreio. Este é um dos mitos que a especialista afirma que precisa ser esclarecido. "É essencial participar nos programas de rastreio para um diagnóstico precoce e, mesmo que esteja vacinada contra o HPV, deve continuar a participar" nestes programas. 

Não esquecendo que os homens são também uma peça-chave em matéria de prevenção. O HPV não afeta apenas as mulheres. "O HPV provoca cancros no homem, como o cancro do pénis, da orofaringe, laringe e cavidade  oral e que os homens também beneficiam da vacinação não só como proteção individual, mas também na cadeia de transmissão", explica a especialista em ginecologia Hospital CUF Sintra.

 
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O Passado, o Presente e o Futuro do IPR
O Instituto Português de Reumatologia (IPR) realiza, no próximo dia 16 de março, no Auditório da Ordem dos Médicos, em Lisboa,...

Para assinalar o seu 75.º aniversário, o IPR promove uma conferência para partilha de conhecimento e experiência, de boas práticas e discussão de temas sobre o passado, o presente e perspetivas de futuro na área da reumatologia.

Este evento, destinado a antigos e atuais elementos da instituição, a doentes e a profissionais da área da saúde, tem início marcado para as 9h30 e conta com a presença de oradores reconhecidos na área. O primeiro painel refletirá sobre o passado do Instituto, desde o seu nascimento e implementação até à evolução da Instituição, e o segundo será dedicado a um olhar sobre o presente da instituição, pelos seus responsáveis, em particular o presidente da direção (Augusto Faustino), a diretora clínica (Helena santos) e responsáveis dos vários departamentos do IPR.

Da parte da tarde, o debate incidirá sobre o futuro da Medicina e da Saúde, com um painel sobre “Portugal 2048: Doenças Crónicas e Envelhecimento Populacional”, com a participação de Filipe Costa, professor assistente convidado e investigador da NOVA SBE e Luís Cunha Miranda, reumatologista e presidente do Colégio de Especialidade de Reumatologia da Ordem dos Médicos. Seguir-se-á a conferência plenária “Poderá o sistema nacional de saúde acomodar o envelhecimento populacional?” com a participação de Carolina Santos, postdoctoral researcher in Health Economics, NOVA SBE, e a mesa-redonda “Inovação na gestão e envelhecimento saudável” que contará como convidados com João Sardo Bola da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), Laura Silveira, vice-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, e António Vilar, Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia.

A encerrar o evento, o tema “O envelhecimento populacional e as Doenças Reumáticas” vai juntar António Vilar, reumatologista e presidente da SPR, e Helena Santos, reumatologista e diretora-Clínica do IPR que apresentarão os seguintes temas e intervenientes:

1. Doenças Reumáticas e Envelhecimento – qual a realidade atual? de Ana Rodrigues, NOVA Medical School / Faculdade de Ciências Médicas

2. Doentes Reumáticos e Envelhecimento – o desafio do futuro? de Elsa Frazão, Presidente da LPCDR (Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas)

3. Envelhecimento nas Doenças Reumáticas – fatalidade ou desafio? O papel do IPR na mudança de paradigma de Luís Cunha Miranda, Reumatologista e presidente do Colégio de Especialidade de Reumatologia da Ordem dos Médicos

«Com esta iniciativa, pretendemos reforçar o posicionamento e a história do IPR no nosso país, destacando a sua importância na área da reumatologia, o apoio aos doentes reumáticos e o seu papel no futuro. Trazemos nomes reconhecidos que nos têm apoiado ao longo destes 75 anos, contribuindo para a credibilidade da instituição e para a melhoria dos estudos nesta área que afeta tantas pessoas em Portugal», afirma Augusto Faustino, presidente do IPR.

Este evento será uma oportunidade de reflexão para todos os que têm participação nesta área, aproveitando a longa experiência do Instituto Português de Reumatologia. Reforçando a mensagem do papel vital do IPR no nascimento da Reumatologia em Portugal, da relevância da sua ação atual na abordagem global e integrada de todos os doentes reumáticos e as potencialidades que a instituição tem que lhe permitirão desempenhar um papel fundamental em temáticas tão relevantes como a do envelhecimento populacional e o seu impacto na sustentabilidade dos sistemas de saúde.

As inscrições podem ser efetuadas através do secretariado do IPR: [email protected]

 
Nutrição
Já deve ter ouvido dizer que "uma caloria é uma caloria" quando se trata de perder peso, m

Embora uma caloria "possa" ser apenas uma caloria, quando se trata da equação matemática da perda de peso, não é assim tão simples, diz Schmidt. As calorias são uma unidade de energia. O número total de calorias de um alimento ou bebida depende do número de gramas de hidratos de carbono, proteínas, gorduras e/ou álcool que contém. A quantidade de calorias não define como nos vamos sentir depois.

Por exemplo, "uma maçã com manteiga de amendoim com 200 calorias fá-lo-á sentir-se mais satisfeito do que batatas fritas com as mesmas 200 calorias", explica a nutricionista. "A diferença não está apenas na composição, mas também no volume do alimento. A maçã com manteiga de amendoim fornece fibras, gordura, água e um pouco de proteína. A maioria destes atributos não está presente nas batatas fritas de pacote", sublinha. 

De acordo com a especialista, devemos ter em consideração também o volume. "A maçã alargará o estômago devido ao seu tamanho, enviando o sinal de satisfação ao cérebro. Por outroa lado, as batatas fritas de 200 calorias também vão ser digeridas e sair do estômago mais rapidamente do que a maçã, uma vez que não há muita decomposição a ter lugar no corpo". 

"Também não podemos falar sobre este assunto sem mencionar os resultados para a saúde", alerta Schmidt. "Sabemos que a composição de uma dieta ou padrão alimentar é importante. Uma dieta à base de plantas que contenha cereais, fruta, legumes, gorduras insaturadas e proteínas magras proporciona ao organismo uma nutrição equilibrada que pode reduzir o risco de doenças crónicas."

Há várias formas de o fazer de uma forma saudável, diz Schmidt. Dietas como a mediterrânica, DASH e a dieta da Mayo Clinic são exemplos de padrões alimentares que se centram numa elevada densidade de nutrientes e que têm mostrado resultados positivos para a saúde. Isto também pode ser conseguido através de uma dieta vegetariana bem planeada. Segundo a nutricionista é sempre "importante ter em conta as suas preferências alimentares e os seus problemas ou objectivos de saúde".

E quanto à perda de peso? A nuticionista revela que as calorias são cruciais neste caso. "Por exemplo, mesmo a dieta mediterrânica não garante a perda de peso sem um défice calórico. O azeite e os frutos secos são excelentes fontes de gordura saudável, mas quando consumidos sem ter em conta a ingestão total de calorias, podem provocar um aumento de peso. Ao seguir o melhor estilo de alimentação para si, considere um défice calórico de 250 a 750 calorias por dia. Isto pode significar trocar o seu lanche da tarde por uma peça de fruta ou não beber o seu habitual café açucarado ou bebida alcoólica", revela. 

O corpo precisa de queimar mais do que consome para perder peso, explica a especialista. E "embora o exercício físico seja sempre recomendado, é importante recordar que, para a maioria das pessoas, provavelmente não irá provocar um défice de 500 calorias sem um plano de dieta. A maioria de nós terá mais sucesso na perda de peso com mudanças na dieta", salienta. 

Segundo Schmidt, a maioria das dietas funciona porque a adaptação dos  hábitos alimentares ao protocolo de uma dieta específica vai provavelmente levar a consumir menos calorias. Boas notícias, certo? Talvez. "Isso só beneficiará alguém que consiga manter essa dieta a longo prazo. As dietas que apoiam ou exigem mudanças drásticas e irrealistas não são sustentáveis. E quando uma dieta não é sustentável, a perda de peso também não o será", sublinha. 

Então como começar? 

De acordo com a nutricionista da Mayo Clinic deve seguir estas três dicas: 

  • Escolher uma dieta saudável que corresponda às preferências alimentares e de saúde.
  • Procurar um défice calórico gradual, se possível limitando os excessos (mais do que é preciso) e as calorias vazias (a chamada comida de plástico).
  • E não esquecer que uma estratégia lenta, constante e sustentável será provavelmente mais útil para atingir um peso saudável.
 
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Convencionados são responsáveis por mais de 100 milhões de atos médicos
A Federação Nacional dos Prestadores de Cuidados de Saúde (FNS) denuncia que, a partir do dia 31 de março de 2024, o Sistema de...

“Em função da entrada em vigor da nova organização do SNS, no dia 1 de janeiro de 2024, foram implementadas 31 novas Unidades Locais de Saúde que sucederam às Administrações Regionais de Saúde nas responsabilidades financeiras relativamente à prestação de cuidados de saúde na sua área de abrangência. Contudo, até ao momento, não está confirmada nem assegurada a adesão ao Sistema de Pagamento a Convencionados por parte das Unidades Locais de Saúde, desconhecendo-se o que irão fazer, a partir do dia 31 de março, no que toca a este sistema de pagamento”, critica António Neves, Secretário-Geral da FNS.

Em termos práticos, a ausência do Sistema de Pagamento a Convencionados resultará em consequências catastróficas, tanto para o Setor, como para os doentes. Além de desregular a transferência de fluxos financeiros para as entidades convencionadas, o fim do SPC trará inevitavelmente um aumento da morosidade nos pagamentos.

“A total indefinição do SNS relativamente a esta matéria terá como efeito imediato o estrangulamento financeiro das unidades do Setor Convencionado, com prejuízos muito gravosos para os doentes, pois cada unidade que não tenha condições financeiras para operar não conseguirá garantir o acesso dos utentes à prestação de serviços de saúde, de meios complementares de diagnóstico e terapêutica. Além disso, o Setor será colocado em causa, bem como os postos de trabalho, a capilaridade e a proximidade do utente. O avanço e a estabilidade conseguida e mantida pelos sucessivos governos, nos últimos 27 anos, é descartada pelo Ministério da Saúde”, avança António Neves, Secretário-Geral da FNS.

Em 1997, o Estado definiu um regime que estabilizou o pagamento dos serviços de saúde do setor convencionado, sendo que, ao longo de 40 anos, este setor serviu para o desenvolvimento do SNS. Atualmente, com a omissão na preparação e na transferência para a nova realidade organizativa, verifica-se uma desvalorização dos mais de 100 milhões de atos anuais que o Setor Convencionado garante e que o SPC suporta, colocando em causa a satisfação das necessidades dos utentes, dos doentes e o cumprimento do direito constitucional à Saúde.

 
Barrigas Ativas decorre no dia 16 de março
A Mamãs sem Dúvidas organiza no dia 16 de março, às 10H00, em formato online, mais uma sessão de treino diário para grávidas. A...

A sessão estará a cargo da Personal Trainer Joana Pereira, especialista em Exercício na Gravidez e Pós-Parto, que irá promover a prática de exercício físico junto das futuras mães, amenizando assim o desconforto e sinais característicos desta fase.

Além de fortalecer a musculatura e soalho pélvico, este tipo de atividades contribui para a melhoria da postura e flexibilidade na gravidez, assim como na redução de dores, inchaço e produção da hormona do stress (cortisol), que é prejudicial tanto para a grávida como para o bebé.

A inscrição é gratuita mas obrigatória em: https://mamassemduvidas.pt/ciclo/ 

 
Cirurgião explica
As varizes são um problema de saúde muito comum. Surgem nas pernas entre a virilha e o tornozelo.

Muitas pessoas já ouviram falar de varizes, mas poucas entendem a sua causa e o potencial que têm para se tornar num grave problema médico – que é possível tratar sem dor.

As varizes afetam cerca de 40% da população feminina e 25% da masculina.

Quais são os principais fatores que levam ao aparecimento de varizes?

Os principais fatores que levam ao seu desenvolvimento são:

  • O sexo (o feminino é o mais propenso);
  • A gravidez;
  • A idade;
  • A hereditariedade.

Existem outros fatores que podem acelerar o desenvolvimento das varizes, incluindo:

  • A posição prolongada de pé;
  • A obesidade;
  • O trauma físico;
  • Os níveis hormonais.

Quais os sintomas das varizes?

Os doentes podem ter um ou mais dos sintomas abaixo indicados:

  • Dor;
  • Cãibras;
  • Sensação de peso;
  • Cansaço;
  • Sensação de formigueiro;
  • Inchaço.

Alguns destes sintomas podem evoluir para complicações mais graves, tais como:

  • Inflamação (flebite);
  • Formação de trombos (trombose venosa profunda);
  • Úlceras de perna;
  • Hemorragia.

As varizes podem, contudo, evoluir sem sintomas e o seu tratamento ser necessário, puramente por razões cosméticas.

Como surgem as varizes?

As varizes ocorrem quando as válvulas das veias são incapazes de fechar. Assim, permitem que o sangue que deve ser movido em direção ao coração, volte para trás (chamado refluxo venoso) e se acumule nessas mesmas veias, tornando-as progressivamente mais dilatadas e tortuosas.

Quais são as formas de tratamento das varizes?

A pergunta que muitos doentes colocam é como tratar as varizes. Existem 2 formas:

  • Tratamento médico:

Usando diariamente meias elásticas e medicamentos (flebotónicos).

  • Tratamento cirúrgico:
  1. Cirurgia clássica – com laqueação e excisão (stripping) das veias safenas;
  2. Tratamento minimamente invasivo – por ablação endovenosa, utilizando energia por exemplo de laser.

No caso da ablação endovenosa, o acesso é feito através da pele, usando a ecografia para visualizar a veia doente (com refluxo) e inserir nela uma fibra de laser ou um cateter, com um elétrodo de radiofrequência.

Isto permite aplicar a energia respetiva e levar ao colapso/oclusão da variz, sendo esta, posteriormente, absorvida.

Este procedimento é habitualmente realizado sob anestesia local e em regime de ambulatório, pois é apenas necessária uma incisão milimétrica na pele que não requer sutura.

Quando comparada com os métodos clássicos, a ablação endovenosa:

  • É igualmente segura e efetiva;
  • Tem menos complicações;
  • Está associada a muito menos dor e equimoses durante a recuperação;
  • Tem um resultado estético muito superior;
  • Não deixa cicatrizes.

A maioria das pessoas refere um alívio imediato dos sintomas e são capazes de retomar as suas atividades diárias e profissionais no dia seguinte ao procedimento cirúrgico.

Saiba que:

  • As mulheres são mais propensas a ter varizes (40% da população feminina);
  • As varizes podem evoluir sem sintomas;
  • Nos casos mais graves, a cirurgia é recomendável;
  • No dia seguinte à cirurgia por ablação endovenosa é possível retomar a atividade normal.
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Dia 23 de março
A festa oficial da Hora do Planeta vai decorrer já no próximo dia 23 de março, no Mercado de Alvalade, em Lisboa e, pela...

O programa do Arraial da Hora do Planeta, transversal a todas as idades, começa às 16h00 e integra animação permanente — com danças e música de DJ e de percussionistas — contando ainda com: leitura de contos, jogos, ioga e oficinas (construção de ninhos, reutilização de objetos, showcooking, aulas de culinária…). Pelas 20h30, está agendado um concerto semiacústico e intimista, de cerca de 30 minutos, da cantora Selma Uamusse, cujo repertório inclui influências de jazz, soul, rock e diferentes ritmos africanos.

O evento ficará ainda marcado pela inauguração de uma obra de arte oferecida pelos artistas urbanos Edis One e Pariz One à cidade. Trata-se de um mural gigante que será pintado no exterior do edifício dos bombeiros contíguo ao mercado. O tema abordado será como a exploração exaustiva dos recursos a nível alimentar está a matar o Planeta. Adultos e crianças são convidados a ajudar a finalizar este projeto no próprio dia.

Pela primeira vez, o formato escolhido foi o arraial, pois, como defende a diretora-executiva da ANP|WWF, Ângela Morgado, “com esta diversidade de atividades provamos que pequenas ações podem ter grande impacto”. E acrescenta: “Só conseguimos combater os efeitos das alterações climáticas, se alterarmos os nossos hábitos. Mas a mudança de comportamentos, para ser efetiva, não deve ser radical nem uma obrigação. Deve ser exequível no dia a dia de cada um, fazendo o que mais gostamos.”

No Mercado de Alvalade vai ainda ter lugar o célebre apagão, que em mais de 190 países e territórios acontecerá entre as 20h30 e as 21h30 (hora local). Este momento será, à partida, protagonizado pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e pelo Presidente da Junta de Freguesia de Alvalade, José Amaral Lopes, que, com a ajuda da mascote da WWF (o panda), irão desligar um enorme e simbólico interruptor.

Neste ano, a Hora do Planeta conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de Alvalade. Até ao momento já estão inscritos 54 municípios, 7 organizações e 8 empresas — tais como El Corte Inglés, REN, Vulcano, Auchan, Zoo Santo Inácio e Corpo Nacional de Escutas — que, um pouco por todo o país, também ajudam a divulgar e a organizar iniciativas de consciencialização e conservação da natureza.

Apesar de a festa oficial da Hora do Planeta estar agendada para dia 23, durante quase toda a semana anterior Lisboa será palco de eventos paralelos e gratuitos dedicados ao ambiente, assinalando, por exemplo, o Dia Internacional da Floresta com uma caminhada e o Dia Mundial da Água com uma oficina de águas aromatizadas, ambas em Monsanto.

Recorde-se que a Hora do Planeta surgiu a 31 de março de 2007, em Sydney, quando 2,2 milhões de pessoas e mais de 2 mil empresas apagaram as luzes durante 60 minutos como alerta para os efeitos das alterações climáticas. Hoje, trata-se do maior movimento global pela defesa do ambiente, contando todos os anos com luzes desligadas em conhecidos monumentos como Torre Eiffel em Paris, Coliseu em Roma, Big Ben em Londres e Castelo de S. Jorge em Lisboa. 

Parentalidade
Ter filhos é uma tarefa muito recompensadora, mas também desafiante.

O que é a adolescência?

É a fase de transição entre a infância e o jovem-adulto em que ocorrem várias transformações físicas, intelectuais, emocionais, comportamentais e sociais. Normalmente acontece entre os 10 e os 16 anos. É caracterizada normalmente como sendo um período conturbado e onde o papel dos pais e também restante família, professores e amigos é fundamental.

Principais mudanças na adolescência

As mudanças físicas são as mais características porque se ‘conseguem ver’, mas todas as mudanças têm a sua importância e propósito. No entanto, a puberdade é a alteração mais vincada nesta fase de crescimento. O corpo começa a desenvolver-se, os órgãos sexuais definem a sua forma mais adulta, nas meninas cresce o peito e surge a menstruação, nos meninos aparecem os primeiros pêlos da barba, o odor é mais forte e também acontece a mudança da voz. Em ambos começam a crescer em maior abundância os pêlos em diversas partes do corpo, como pernas e axilas, surge o acne no rosto e também os traços faciais começam a definir-se para o mais próximo da fase adulta.

Para além disso, acontecem ainda outras mudanças e, de todas, destaca-se a construção da personalidade. Esta é uma fase fundamental nesta transição, onde o jovem vai construir aquilo que é, ou seja, a sua identidade, baseando-se em vários aspectos, como valores, identidade e orientação sexual, vocação, autonomia, perspectivas, etc.

Nesta fase o grupo de pares, dos amigos e colegas da escola tem especial importância para os adolescentes. São o seu grupo de pertença e, como tal, há uma tendência para seguirem os mesmos ideais, gostos, maneira de vestir, corte de cabelo, entre outros. É também com os amigos e colegas que os jovens iniciam experiências, e é muitas vezes este o aspecto que deixa os pais mais preocupados. Isto porque, dependendo dos interesses, humor, vivências e circunstâncias de cada um, o adolescente poderá, muitas vezes até como resposta à revolta e confusão que sente, colocar-se em situações de risco. Falo especialmente em beber, fumar, relações sexuais desprotegidas, experiências com drogas leves até às mais pesadas, fuga de casa, entre outros.

A conturbada relação com os pais

Todos os aspectos referidos acima, e mais alguns, acabam por levar a uma relação conturbada com os pais. É complicado para estes verem o seu filho a crescer, a querer ser ele a fazer as coisas, a ter opinião, a já não concordar com tudo o que os pais dizem, a resistir frequentemente a ordens, a já não desabafar tanto com eles, a ter segredos, a já não aceitar a roupa que lhes escolhem, a ‘dar mais ouvidos’ ao grupo de amigos do que aos pais, etc.

Em suma, não é de facto uma fase fácil, mas devemos aprender a lidar com ela. E sobretudo os pais devem ter o papel crucial de irem falando com os seus filhos sobre estas mudanças, para os preparar para o que aí vem. É também fundamental que sejam compreensivos, pacientes e que se tornem em aliados dos adolescentes em vez de representarem mais um problema e um obstáculo. Claro que isto não significa que as regras devem deixar de existir, mas devem ser ajustadas. Não resolve, e ainda piora a situação, se tratarem o adolescente como uma criança. Ele está a crescer, assim como os pais cresceram, e deve ser dada maior abertura para que possa viver esta fase da forma mais normal possível.

E, claro, cada caso é um caso e há situações de crianças calmas que se tornaram adolescentes irreconhecíveis. Mas é importante não esquecer que se trata de uma fase de muita confusão, muitas mudanças, muitas questões em que o jovem precisa de apoio e também de quem o ajude a compreender o que está a acontecer.

Nestas fases, quando os pais já não sabem mais o que fazer, é importante que se procure ajuda especializada, nomeadamente apoio psicológico.

Dra. Marisa Pinto - Psicóloga, nossa parceira Psieducare e Sócia da www.girohc.pt
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No âmbito do Dia Mundial da Tuberculose
“A tuberculose ainda existe em Portugal. Junte-se à luta pela erradicação. Faça a diferença!” é este o desafio lançado pela...

Com este mote, a SPP quer “aumentar o conhecimento sobre tuberculose na população, relembrar que é uma doença que ainda está presente na nossa realidade, sobretudo com uma nova dinâmica associada aos movimentos migratórios atuais. Pretende-se também desmistificar o estigma associado à doença e enfatizar a importância do rastreio e adesão ao tratamento”, afirmam Maria da Conceição Gomes e Joana Carvalho, da Comissão de Trabalho da Tuberculose da SPP.

A tuberculose continua a ser uma das doenças infeciosas mais relevantes no panorama mundial. Em Portugal, os dados mais recentes do Programa Nacional para a Tuberculose referem uma taxa de notificação da doença de 14,5 casos por 100 mil habitantes em 2022. Os mesmos dados registam uma redução anual de casos em 5,1% nos últimos cinco anos (2018-2022), no entanto, a mortalidade pela doença teve um acréscimo, sendo de 8,6% em 2022 e de 6,0% em 2021. Porto e Lisboa são os dois distritos com uma taxa mais elevada de notificação entre 2018 e 2022: 23,0 e 22,6 casos por 100 mil habitantes, respetivamente.

Neste Dia Mundial da Tuberculose a SPP vai desenvolver algumas iniciativas, entre as quais se incluem a divulgação nas redes sociais de conteúdo informativo e que pretende aumentar a literacia em tuberculose da população. O que é a doença, como se transmite, principais sintomas e tratamento são alguns dos temas abordados.

Além disso, vão realizar-se três sessões comemorativas. A primeira, no dia  14 de março, consiste numa exposição exposição relativa à história da tuberculose em Portugal. A iniciativa decorre no Salão Nobre da Clínica de São Cristóvão, em Lisboa, pelas 15 horas. 

Dia 15, o mesmo espaço acolhe a sessão “A tuberculose ontem, hoje, amanhã?”, com intervenção do Dr. José Miguel Carvalho; “Um olhar para o futuro - Testemunhos da experiência  da doença reportados por doentes“  e moderação da Dr.ª Nadine Ribeiro.

Dia 8 de abril, decorre no MAAT, em Lisboa, a sessão “Tuberculose: onde estamos e para onde vamos?”. Com intervenção da Dr.ª Isabel Carvalho “Tuberculose e arte” e visita gratuita à exposição da Joana Vasconcelos. 

Para a criação da imagem da campanha deste ano a SPP inspirou-se na ligação antiga existente entre a tuberculose, o tango e o fado, sendo esta doença muitas vezes inspiração nestes estilos musicais.

Opinião
A Mulher como ser humano. Mulher mãe, criadora de vida. A Mulher e a profissão.

Por vários séculos, a mulher viveu numa cultura patriarcal, onde o seu papel na sociedade era voltado unicamente para a família. A mulher era responsável por todo o serviço doméstico e educação dos filhos.

A revolução industrial modificou, radicalmente, o trabalho não só para os homens, mas para toda a família. Houve a redução do salário dos homens, e crescente necessidade de mão de obra nas fábricas. Desta forma o homem não conseguia manter uma remuneração adequada e assim, todos os integrantes da família tiveram que sair para trabalhar.

Ao longo dos séculos, a mulher tem vindo a evoluir na sua estrutura enquanto ser humano, mãe e trabalhadora.

Foram séculos de lutas e persistência para chegarmos ao patamar de hoje. Apesar de serem grandes mudanças, ainda é preciso lutar muito para conquistar os mesmos privilégios que os homens.

É inegável que mulheres líderes têm habilidade e competências que favorecem o seu alto desempenho em cargos de poder. Apesar de características como objetividade, independência e ambição serem atribuídas ao universo masculino, aos poucos, as mulheres provam que também podem ocupar posições estratégicas e de liderança. Isto porque têm, principalmente, a capacidade de adaptabilidade e resiliência.

A guerra criou um legado duradouro para as mulheres, marcado por novos direitos políticos em muitos países e marcado também por uma ansiedade generalizada e duradoura sobre o crescente poder feminino.

“Boris Johnson, tinha razão quando disse que não haveria guerra se Putin fosse mulher?” Irene Fellin disse que nunca se saberia o que poderia acontecer, porque não temos mulheres suficientes no poder. Mas acrescenta “O ponto é que as mulheres são mais pacíficas e que com mais mulheres no poder teríamos menos guerra”.

O Dia Internacional da Mulher, instituído em 1975 é hoje comemorado em mais de 100 países, como um dia que celebra o papel e contributo da mulher na sociedade, as suas conquistas e ainda a necessária luta pelos seus direitos, onde continuam a ser discutidos temas como a igualdade de tratamento entre mulheres e homens, e a igualdade de oportunidades e de condições perante o trabalho.

Contudo, é preciso lembrar que, no resto do mundo, o modelo patriarcal e social ainda é uma norma bem ancorada, privando a mulher de acesso aos estudos, ao trabalho e, dessa maneira, à emancipação.  

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Internacional da Mulher assinala-se a 8 de março
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) volta a consciencializar para o enfarte agudo do miocárdio. Sob o...

“Todos os anos mais de 10.000 portugueses sofrem um enfarte agudo do miocárdio, uma doença cuja incidência continua a ser elevada. Com esta iniciativa pretendemos reforçar a consciencialização para a prevenção e o tratamento das doenças cardiovasculares, com ênfase no enfarte agudo do miocárdio. Dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são sintomas de alarme para o enfarte agudo do miocárdio, e não devem ser ignorados. Na presença destes sintomas, é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 – e esperar pela ambulância”, explica Rita Calé Theotónio, presidente da APIC.

Segundo os dados do Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção (RNCI), em 2022, foram realizadas 4.361 angioplastias primárias, para o tratamento de enfarte agudo de miocárdio, em Portugal. Cerca de um quarto dos doentes tratados foram mulheres com uma média de idade de 69 anos, 25 por cento das quais fumadoras ou ex-fumadoras, e com um índice de massa corporal médio de 28 (excesso de peso).

De acordo com João Brum Silveira, Coordenador Nacional da iniciativa Stent Save a Life e da Campanha Cada Segundo Conta (APIC), “em Portugal, a incidência do enfarte agudo do miocárdio continua a ser muito elevada. Esta realidade deve-se, essencialmente, ao estilo de vida que as pessoas levam. Os fatores de risco como hipertensão arterial, a dislipidemia, a diabetes, a menopausa, o tabagismo, o excesso de peso e o sedentarismo contribuem para o aumento do risco de desenvolver a doença. Além disso, também estamos constantemente sujeitos a elevados níveis de stress e de ansiedade, e as mulheres não são exceção”.

O enfarte agudo do miocárdio ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída, o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes.

Para evitar um enfarte é importante adotar um estilo de vida saudável: não fumar; reduzir o colesterol; controlar a tensão arterial e a diabetes; fazer uma alimentação saudável; praticar exercício físico; vigiar o peso e evitar o stress.

Assista ao vídeo completo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=hGu1rfylLgk

A ação “O enfarte também é feminino” está inserida na Campanha “Cada Segundo Conta”, promovida pela APIC, que tem como objetivos promover o conhecimento e a compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce. Para mais informações sobre esta campanha consulte www.cadasegundoconta.pt.

Apelo publicado na “Revista Clínica Española” e na revista “Medicina Interna” da SPMI
32 sociedades médicas, colégios e associações da especialidade de Medicina Interna de 29 países de língua espanhola e...

Chamando a atenção para o impacto negativo na saúde das alterações climáticas e da degradação ambiental, estes médicos apelam à cooperação das organizações de saúde para intervir conjuntamente nestas questões, à implementação de boas práticas de sustentabilidade ambiental no exercício das atividades de saúde, à sensibilização dos profissionais de saúde e da população, à promoção da educação e da investigação nesta área, à resiliência dos sistemas de saúde para responder à transição epidemiológica em curso e ao maior risco de eventos inesperados, ao combate às desigualdades, à proteção das populações mais vulneráveis e à adoção de comportamentos que protejam o ambiente.

As organizações subscritoras apelam ainda ao reforço da capacidade dos serviços de Medicina Interna, que consideram “uma especialidade nuclear para capacitar o sistema de saúde para responder a estes desafios”.

O Documento de Consenso intitula-se “Recomendações dos Serviços de Medicina Interna Luso-Espanhóis no Combate às Alterações Climáticas e à Degradação Ambiental”, foi publicado em simultâneo na “Revista Clínica Española” da Sociedad Española de Medicina Interna (SEMI) e na revista “Medicina Interna”, órgão oficial da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), e tem como primeiro autor o médico internista português Luís Campos, presidente do Conselho Português para a Saúde e Ambiente (CPSA) e presidente da Comissão de Qualidade e Assuntos Profissionais da Federação Europeia de Medicina Interna. Luís Campos já anteriormente liderou um apelo semelhante, publicado em outubro de 2022, no European Journal of Internal Medicine, que reuniu as 32 sociedades de Medicina Interna da Europa, Médio Oriente e Norte de África, que integram a Federação Europeia de Medicina Interna.

O artigo considera que as consequências da superpopulação, das alterações climáticas, da degradação dos ecossistemas, a perda da biodiversidade, e o esgotamento dos recursos naturais têm “um impacto devastador na saúde das populações”. Os fatores ambientais são atualmente responsáveis pela morte de 13 milhões de pessoas por ano - cerca de 20% do total de mortes em todo o mundo, contribuindo para o aumento das doenças cardio- e cerebrovasculares, da doença pulmonar obstrutiva crónica, do cancro, asma e alergias, das doenças transmitidas por vetores, das zoonoses (doenças transmitidas por animais, como a pandemia de COVID-19), das doenças relacionadas com a qualidade da água e dos alimentos, dos efeitos das temperaturas extremas e das doenças mentais. Os autores do artigo chamam a atenção para o facto de estes problemas afetarem particularmente as populações mais vulneráveis.

Os autores consideram que este é o desafio mais complexo que a humanidade enfrenta, exigindo uma nova governação à escala global mas também a colaboração de todos, a todos os níveis, enquadrados pelo conceito de One Health, em que a saúde humana, dos animais e das plantas é interdependente. Os profissionais de saúde, como defensores dos doentes– mas também como cidadãos –, têm a obrigação ética de se envolver nesta luta global, da qual depende o futuro das próximas gerações.

 
amenopausa.pt
O termo Menopausa pode antever muitas dúvidas e complicações. Por essa razão, juntaram-se especialistas em diferentes áreas e...

“A missão desta plataforma passa por sensibilizar e informar as mulheres para o impacto e os sintomas que a Menopausa provoca ao longo desta fase de vida. É também uma questão de empoderamento feminino ao contribuir para o aumento da literacia das mulheres. Informações sobre como atuar, que tipo de ajuda e apoio podem procurar, para encarar esta fase de vida de uma forma mais otimista e saudável, são alguns dos objetivos desta plataforma”, explica Maria Geraldina Castro, ginecologista e diretora médica da Gedeon Richter Portugal.

A Menopausa representa uma fase multifatorial na vida da mulher. Ocorre quando os ovários deixam de ser capazes de desenvolver folículos e tem como consequência mais marcante a perda definitiva da capacidade reprodutiva. Consequentemente a mulher deixa de menstruar. O seu diagnóstico é clínico e faz-se após um ano de ausência de menstruação (amenorreia) na mulher, entre os 45 – 55 anos, desde que não haja outra causa patológica para este fenómeno.

Apesar de ser um processo fisiológico normal da vida da mulher, pode ter consequências com forte impacto na qualidade de vida: calores, afrontamentos, insónias, irritabilidade, alterações do humor, dificuldades de concentração e dores osteoarticulares, por exemplo. A expressão destes sintomas e perturbações é variável de mulher para mulher.

Numa fase mais tardia, poderá ter como consequências a osteoporose, as doenças cardiovasculares e as doenças cerebrais. Estas perturbações não se devem apenas à falta de estrogénios, que caracteriza a menopausa, mas estão associadas também a hábitos alimentares, comportamentais e ao envelhecimento.

O sono, as enxaquecas, as hormonas e a saúde cardiovascular são algumas das áreas que a menopausa pode afetar. Nesta plataforma irá encontrar a explicação para estas e outras dúvidas.

 

16 de março
O momento do parto é ainda motivo de ansiedade para muitas famílias devido à desinformação e a alguns mitos transmitidos de...

Este congresso exclusivamente online e gratuito visa proporcionar informações essenciais para a saúde da grávida e do bebé, abrangendo o período antes, durante e pós-parto. As inscrições estão disponíveis na plataforma.

O pediatra Hugo Rodrigues vai dar início ao Baby Health Summit, aprofundando o papel fundamental dos pediatras nas primeiras horas de vida do bebé. O autor do site Pediatria para Todos e dos livros “O livro do seu bebé” e “O livro mágico do avô João” vai explicar como estes profissionais têm o dever de assegurar a segurança do bebé, intervindo quando necessário.

E porque o momento do nascimento gera um misto de emoções, que oscila entre a felicidade de conhecer o bebé pela primeira vez e os receios do trabalho de parto, a Enf.ª Barbara Sousa, especialista em Saúde Materna e Obstétrica, juntamente com uma recém-mamã, vão explicar tudo sobre as decisões importantes que as grávidas enfrentam, desde o plano de parto até à colheita das células estaminais do cordão umbilical do bebé utilizadas no tratamento de mais de 90 doenças.

Outro aspeto que preocupa as grávidas em relação ao parto é a dor que podem sentir. Por isso, a especialista de MTC integrativa e fundadora do projeto Essence Prime Care, Filipa Teles, estará presente para dar a conhecer os benefícios do recurso à acupuntura para alívio da dor e auxílio na dilatação do colo do útero.

Já a psicóloga Filipa Castanhinha, especialista em gravidez e parentalidade, vai focar no bem-estar emocional da mãe, partilhando informação sobre as formas de prevenção da depressão pré e pós-parto.

Para encerrar, a enfermeira Núria Durães, especialista em Saúde Materna e Obstetrícia e mentora do projeto Babieswhaaat, vai partilhar dicas que guiem as famílias na organização das roupinhas do bebé para o nascimento e primeiros meses de vida.

Ortopedista explica
O joanete é uma das lesões crónicas mais comuns dos pés, e uma das principais razões de procura por

O que é?

O Hallux Valgus é uma alteração anatómica, que é caracterizada pelo desvio do dedo grande do pé (hallux), em direção aos outros dedos, e do primeiro metatarso (osso anterior ao hallux) para dentro. Com isto, assiste-se a um aumento ósseo na base do primeiro dedo. Normalmente, o hallux desloca-se lateralmente e a cabeça do primeiro metatarso fica medialmente saliente.

Sabe-se que o joanete é uma condição progressiva. Quer isto dizer que, se não for tratado precocemente, pode progredir, levando a deformidades mais avançadas. Geralmente, quando o desvio já se instalou por muito tempo, a articulação torna-se rígida, não permitindo o movimento.

Causas do joanete

Apesar das causas de o joanete serem pouco conhecidas, sabe-se que são resultado de alterações na articulação metatarsofalângica (articulação que une os ossos do metatarso e as falanges). Isso leva a que exista um desvio do dedo grande para cima dos outros dedos. Parecem existir alguns fatores que aumentam a probabilidade dessa deformidade se desenvolver. É muito improvável que apenas um fator leve ao aparecimento do joanete. Normalmente, aparece por uma combinação de fatores internos e externos ao doente.

Fatores internos

São os fatores que dizem respeito ao próprio indivíduo:

  • Hereditário: pessoas com familiares diretos que apresentem esta alteração têm tendência a desenvolver o desvio no hallux. A predisposição genética também está ligada a outros fatores causais, como o tipo de pé, por exemplo;
  • Pé chato (pé plano) e pronação excessiva: o pé plano e pronação excessiva do pé são fatores importantes para o desenvolvimento do joanete;
  • Idade: o joanete é uma doença progressiva. Com o envelhecimento, existe uma maior a probabilidade de o joanete se desenvolver. No fundo, o envelhecimento leva à perda muscular natural e à alteração da posição dos ossos do pé, fazendo o indivíduo perder o suporte articular, o que contribui para o desenvolvimento da doença;
  • Peso: o aumento do peso corporal eleva a quantidade de carga nos pés, fator que pode diminuir o arco e sobrecarregar no hallux. Esse detalhe, associado a outros, acentua a formação do joanete;
  • Doenças reumatológicas pré-existentes: artrite reumatoide, gota ou lúpus;
  • Fraqueza da musculatura intrínseca do pé: os músculos intrínsecos do pé ajudam na função de mola dos ossos do pé e na estabilização do arco plantar, com o intuito de amortecer a pisada. Além disso, a contração da musculatura auxilia na fixação do dedo grande;
  • Doenças neuromusculares: as doenças neuromusculares, principalmente as que atrofiam o músculo, colaboram para o desenvolvimento de deformidades, porque diminuem o suporte do tecido.

Fatores externos

São fatores relativos ao ambiente, como:

  • Calçado: trata-se do fator externo mais importante. Utilizar, constantemente, calçado que é mais apertado na região dos dedos – como saltos e calçados com ponta fina, por exemplo – favorecem o desvio do hallux, devido à compressão direta nos dedos;
  • Atividade física: atividades que aumentam a sobrecarga nos pés ou que requerem o uso de calçados mais apertados podem acelerar a formação do joanete. Os atletas de corrida ou de ballet, por exemplo, tendem a desenvolver esta doença;
  • Atinge mais as mulheres do que os homens: o joanete afeta cerca de 10 vezes mais as mulheres do que homens. Isto deve-se, principalmente, a 2 circunstâncias:
  • Os estudos mostram que as mulheres têm uma carga genética maior do que os homens;
  • Pelo uso de calçado com salto e finos na ponta – principal causa.

Principais sinais e sintomas dos joanetes

Os sinais mais comuns provocados pelos joanetes são:

  • Uma saliência óssea na base do dedo grande;
  • Edema e rubor na articulação do dedo grande;
  • A pele na região fica mais grossa;
  • O dedo grande pode começar a rodar para dentro, fazendo calos na região.

Sintomas

Quando o joanete se está a desenvolver, é comum sentir-se dores nas articulações, agravadas pela pressão dos sapatos ou atividade:

  • Dor persistente ou ocasional: na fase inicial, o joanete pode não apresentar dor ou apresentar dor ocasional. Geralmente, esse desconforto está associado à utilização de calçados apertados ou sobrecarga. Porém, com o desenvolvimento progressivo da deformidade, essa dor pode tornar-se constante, devido à inflamação e à formação do calo ósseo que limita o movimento articular;
  • Alteração da marcha e equilíbrio: o joanete pode afetar a marcha e o equilíbrio da pessoa, uma vez que altera a biomecânica da marcha, principalmente nas fases em que ocorre a impulsão.

Diagnóstico

O diagnóstico leva em conta os sintomas e a avaliação clínica das estruturas ósseas do pé comprometidas pelo joanete. Exames de raios X em carga costumam ser úteis para determinar a gravidade da lesão e para orientar a escolha do tratamento. Excecionalmente, poderá ser necessário recorrer à Tomografia Computorizada (TAC) ou à Ressonância Magnética (RMN).

O tratamento: conservador e cirúrgico

Não existe um tratamento padrão para todos os casos de joanete. Primeiro do que tudo, são avaliadas as condições e necessidades de cada doente – faixa de idade, estilo de vida, estado geral da saúde e intensidade dos sintomas, por exemplo – antes de propor um tratamento conservador ou cirúrgico. No início do tratamento é preciso reeducar o paciente e modificar os seus calçados. Em casos leves, o tratamento não cirúrgico costuma resolver o problema. O tratamento conservador não visa à correção da deformidade – o hallux valgus é um problema permanente, que só deixará de existir se houver a cirurgia. Se o tratamento conservador não trouxer resultados ao paciente, a cirurgia passa a ser indicada. Em pacientes que apresentam hallux valgus sem sintomas, não é necessário realizar tratamento.

Tratamento conservador

A proposta é aliviar os sintomas e impedir a progressão do desvio. Para atingir esses objetivos, a primeira medida é trocar os sapatos apertados e duros por outros mais folgados e macios, sem salto ou com salto baixo. A ponta deve ser arredondada ou quadrada, para acomodar melhor os dedos e diminuir a pressão nas zonas inflamadas.

Outros recursos terapêuticos: utilização de protetores ortopédicos sobre a área deformada da articulação e de separadores, entre os dedos, de forma a manter o dedo grande afastado do segundo dedo. Em geral, não há evidências de que estas alternativas melhorem o joanete, mas podem ajudar a melhorar os sintomas. Pode ser também receitada medicação à base de anti-inflamatórios e analgésicos.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico é o único que consegue corrigir a deformidade e, quando as medidas conservadoras falham no controlo das queixas, é a melhor opção. Existem mais de cem técnicas diferentes que permitem corrigir a deformidade, a fim de restaurar as funções perdidas e eliminar os sintomas dolorosos. A técnica percutânea, por exemplo, permite que o procedimento seja realizado através de pequenos orifícios, por onde são introduzidos os instrumentos para corrigir a deformidade. Com as técnicas atuais, geralmente o paciente pode apoiar o calcanhar para caminhar já no dia seguinte. Contudo, deve andar somente o absolutamente necessário, para evitar inflamações.

O que fazer quando o joanete está inflamado?
  • Massagem com cubos de gelo: o gelo aplicado sobre a região diminui o fluxo sanguíneo e desacelera a resposta inflamatória no local. Embora não resolva o problema em si, a sua aplicação, por 10 minutos, gera o alívio imediato da dor. Pode ser realizada de uma a três vezes por dia;
  • Exercícios de fortalecimento: fortalecer os músculos do pé é essencial, pois a musculatura garantirá a estabilidade e alinhamento dos ossos, caso haja alguma sobrecarga.

Como evitar o agravamento desta patologia

Para que não se assista à piora dos sintomas, é necessário ter em conta um conjunto de atitudes:

  • Redobre a atenção e cuidados na hora de comprar sapatos. No caso, estes precisam de acomodar os pés com conforto, para não interferir na distribuição equilibrada do peso do corpo;
  • Dê preferência a calçados de ponta arredondada ou quadrada; evitar a ponta fina;
  • Lembre-se, na hora de comprar calçados, que os pés aumentam um pouco de tamanho no fim do dia ou quando envelhecemos. Por isso, é sempre melhor que a ponta dos dedos não encoste na ponta do sapato;
  • Evite sapatos com saltos maiores do que 3 cm;
  • Não use o mesmo par de sapatos ou de sapatilhas durante dias seguidos, para evitar o atrito sempre no mesmo ponto dos pés;
  • Ande descalço, sempre que possível, especialmente em terrenos irregulares ou na areia, para fortalecer os dedos e articulações dos pés;
  • Procure um ortopedista de pé e tornozelo, se os seus pés estiverem doloridos ou se notar alguma alteração no seu formato e aparência.
Quem tem joanetes pode praticar desporto?

As pessoas que sofrem deste problema, antes de se começarem a praticar algum desporto, devem consultar um ortopedista. A seleção do calçado adequado é essencial e cada modalidade apresenta o seu calçado específico.

Conclusão

Os joanetes surgem associados à utilização de sapatos muito apertados e de salto alto, com maior prevalência nas mulheres. É sobre os pés que todo o corpo se suporta na locomoção. E, muitas vezes, não lhes damos a devida importância e cuidados, para que estes se mantenham saudáveis. A utilização de sapatos confortáveis é essencial. Os saltos não devem exceder os 5 cm de altura. Atualmente, a cirurgia é um procedimento simples. Ainda assim, esta deve ser vista como uma última opção – caso todos os outros tratamentos não tenham resultado.

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VI Semana de Psicologia e Educação arranca dia 11 de março
A Universidade Portucalense (UPT) vai ser palco da VI Semana de Psicologia e Educação, entre os dias 11 e 14 de março, que irá...

Organizado pelo Departamento de Psicologia e Educação da UPT, este ciclo irá explorar as interseções entre a psicologia, a educação e as tecnologias, através do contributo de vários especialistas nestas áreas que procurarão contribuir para o aprofundamento e enriquecimento da comunidade científica e académica.

Este ciclo de eventos arranca a 11 de março, com uma mesa-redonda composta por especialistas em psicologia e educação, os quais irão debater o papel das tecnologias no contexto social e educativo atual. O encontro vai promover uma reflexão sobre o impacto das novas tecnologias no comportamento humano e na educação, com particular foco na inteligência artificial, na preparação para o mundo digital e na cibersegurança.

No segundo dia, 12 de março, serão realizados doze workshops conduzidos por especialistas e ex-alunos da UPT, que irão abordar uma variedade de temas, como o impacto das redes sociais nos jovens, conflitos escolares e até estratégias de intervenção em contexto de crise.

No terceiro dia, 13 de março, destacam-se as conferências "UPT Talks", com convidados de centros de investigação nacionais e internacionais, onde serão explorados o envelhecimento, a saúde mental e a tecnologia.

O último dia, 14 de março, será marcado pelo XV Encontro Científico "Troca de Ideias entre Mestres a Meio Caminho do Mestrado", onde os estudantes finalistas do mestrado em psicologia clínica e da saúde apresentarão os seus trabalhos de dissertação a catorze especialistas nacionais e internacionais de diferentes instituições de investigação. Paralelamente, haverá uma discussão sobre os percursos de formação e preparação para o mercado de trabalho por parte dos estudantes e docentes da licenciatura em educação social, contando com a participação de especialistas desta área.

 
 

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