O evento é aberto ao público
A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS) e o Conselho Nacional da Juventude organizam, na próxima quarta-feira, 6 de...

“A 2.ª edição deste evento surge da necessidade de darmos voz aos mais jovens. Renovamos o nosso compromisso com a escuta ativa e a participação dos jovens na construção de políticas de saúde mais abrangentes e eficazes. Este encontro oferece uma plataforma para a expressão das preocupações e necessidades dos jovens, mas também impulsiona uma cultura de envolvimento cívico e de responsabilidade social”, diz a presidente da SPLS, Cristina Vaz de Almeida. 

“Acreditamos que as perspetivas da juventude são fundamentais para o desenvolvimento de novas políticas e para a promoção da literacia em saúde. Estamos expectantes para as discussões produtivas e inspiradoras que certamente surgirão neste importante encontro. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável e promissor para todos os cidadãos portugueses", termina. 

O debate vai contar com representantes de oito associações e ordens profissionais: Ordem dos Médicos Veterinários, Associação Nacional de Estudantes de Nutrição, Federação Nacional de Estudantes de Enfermagem, Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, Associação Nacional de Estudantes de Psicologia, Associação Nacional de Estudantes de Medicina, Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos e Associação Nacional de Jovens na Fisioterapia. 

Dia 26 de março
A Escola Superior de Enfermagem do Porto organiza o Dia Aberto 2024 no próximo dia 26 de março. Neste evento, estudantes do...

As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias e estão abertas até ao dia 22 de março.

A receção aos visitantes e a visita à ESEP será feita em dois períodos distintos, um da parte da manhã com início às 10:00 horas e outro da parte da tarde, a partir das 15:00 horas.

 
Denuncia Sindicato dos Enfermeiros
Estrutura diz que administração do São João está a substituir profissionais em greve nas cirurgias adicionais por colegas de...

O Sindicato dos Enfermeiros – SE acusa a administração da Unidade Local de Saúde de São João, no Porto, de estar a substituir enfermeiros grevistas do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) por colegas de outros serviços, nomeadamente do Bloco de Urgência. A greve, convocada por outra estrutura sindical da Administração Pública, paralisou as 13 salas do Bloco Central, mais as de Neurocirurgia e Cirurgia de Ambulatório, obrigando ao adiamento de centenas de cirurgias. Nas últimas três semanas, adianta o SE, “não se realizaram cirurgias de produção adicional, e este fim de semana foi possível abrir algumas salas do Bloco Central porque foram deslocados profissionais de outros serviços, nomeadamente enfermeiros e auxiliares”. No total, de acordo com dados recolhidos pelo SE, “terão sido cerca de 700 as cirurgias em produção adicional que ficaram por realizar em três semanas”.

Entre alguns dos motivos para a paralisação está o facto de a percentagem monetária destinada a cada profissional, por cirurgia feita no âmbito do SIGIC, ter sido alterada de forma unilateral. Pedro Costa, presidente do SE, explica que, “no caso dos enfermeiros, a percentagem variava entre 7% e 14%, e há colegas que neste momento estão a receber 6,9%, por exemplo, sem nada ter sido acordado com a administração”.

Ainda segundo o Sindicato dos Enfermeiros – SE, esta é uma situação que se arrasta há algum tempo. “Um dos problemas consistia no facto de o hospital ter de pagar o SIGIC ao fim de dois meses, o que não era cumprido”. Contudo, e após um acordo verbal com os trabalhadores, “ficou acertado que os pagamentos eram feitos num prazo máximo de até quatro meses”.

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros – SE admite que tem existido uma grande pressão da ULS de São João para que os profissionais voltem a realizar a produção adicional, “pois é uma valência financeira muito importante para o hospital”. Porém, salienta, embora a adesão dos profissionais de saúde ao SIGIC seja voluntária, “o funcionamento deste sistema de produção adicional hospitalar tem regras estipuladas e que devem ser cumpridas pela administração”. “Não pode, a meio do jogo, mudar as regras de forma unilateral”, frisa.

Outro dos problemas em cima da mesa, sustenta Pedro Costa, diz respeito “à complexidade de algumas cirurgias”. “Há pacientes com comorbilidades associadas e isso era valorizado na altura de calcular os valores pagos para cada cirurgia, agora, aparentemente, isso deixou de ser contabilizado”, explica.

O Sindicato dos Enfermeiros – SE manifesta total solidariedade para com os enfermeiros da ULS de São João e apela mesmo aos colegas de outras unidades hospitalares que estejam em situação igual para denunciarem estas alterações. Entretanto, incita ainda “a administração da Unidade Local de Saúde do São João a repor a legalidade do funcionamento do SIGIC e a abster-se de substituir trabalhadores em greve, dado que, recorda, essa é uma medida proibida por lei”.

Março é o Mês da Consciencialização para o Cancro Colorretal
A Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva (SPED) vai promover uma ação nacional de consciencialização para o Cancro...

“O Cancro Colorretal é uma doença frequente, muitas vezes silenciosa e que pode ser fatal. Em Portugal, é o segundo mais frequente nas mulheres, depois do Cancro da Mama, e o segundo mais frequente nos homens, depois do Cancro da Próstata, ocupando o primeiro lugar em termos de mortalidade. A colonoscopia permite a sua prevenção, ao remover os pólipos que lhe dão origem, e permite um diagnóstico precoce que pode salvar as suas vidas”, alerta Susana Lopes, presidente da SPED.

E acrescenta: “É fundamental que as pessoas percebam que esta é uma doença prevenível, tratável e ultrapassável. Além da realização dos exames médicos, é importante reforçar a necessidade de promover e manter um estilo de vida saudável, já que o consumo de tabaco e álcool, a pouca atividade física, a dieta pobre em fibras e a obesidade, são fatores de risco conhecidos para o desenvolvimento de Cancro Colorretal”.

Numa fase inicial, o Cancro Colorretal pode não causar sintomas, o que realça a importância do rastreio. Quando a doença causa sintomas, os mais frequentes são: perda de sangue nas fezes; alteração prolongada do padrão habitual do funcionamento do seu intestino; dor abdominal; fadiga; perda inexplicável de peso. 

Dia Mundial da Obesidade
Celebrar o dia 4 de março, é mais uma oportunidade para falarmos de obesidade e do doente obeso.

As consequências são múltiplas, desde hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, patologia respiratória como síndrome de apneia obstrutiva do sono, patologia degenerativa osteoarticular, doença cardiovascular e alguns tipos de cancro.

Reconhecida pelas organizações de saúde como uma doença crónica, ainda não a tratamos como tal.  As consultas especificas estão limitadas a alguns centros, o tratamento cirúrgico da obesidade também, assim como apoio de nutricionista, de psicólogo ou a comparticipação de medicamentos.

O combate desta doença, pelo seu caracter recidivante, exige uma equipa multidisciplinar de profissionais, que em conjunto definem estratégias individualizadas, ajustadas e prolongadas no tempo, à semelhança de outras doenças crónicas. O tratamento implica diversas intervenções que exigem continuidade ao longo da vida, pois o risco de recuperação ponderal é elevado, frustrando o doente e os profissionais.

É por isso fundamental, criar programas que estimulem a atividade física, que ensinem e facilitem a escolha de produtos alimentares saudáveis, como é disso exemplo o programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável, para a prevenção da pré-obesidade e obesidade.

Apesar de todo a conhecimento científico sobre obesidade, os doentes obesos ainda são avaliados como “preguiçosos”, “sem força de vontade“ ou “desleixados “. Características que os culpabilizam pela doença, geram discriminação e desmotivação.

O obeso que adquire um peso saudável, adquire uma nova vida. Aumenta a sua esperança de vida, diminui o risco de doenças degenerativas e cardiovasculares, ganha confiança e autoestima.

Combater o preconceito de que só é obeso quem quer, é também o papel do Dia Mundial da Obesidade.  A obesidade não é uma escolha, e quem vive com a doença sente todos os dias os efeitos deletérios do excesso de peso, tanto a nível físico como psicológico.

Temos todos, um logo trabalho pela frente.

 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Apelo da SPEDM e da SPEO
É urgente a disponibilização no mercado e respetiva comparticipação médica de novos fármacos para o tratamento da obesidade já...

O alerta é da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) e da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO), que apelam à premência de colocar a obesidade e o seu tratamento no centro da agenda das políticas de saúde em Portugal.

De forma a melhorar o acesso aos cuidados de saúde e a sensibilizar a população para este problema, torna-se ainda importante haver um reforço das consultas de obesidade no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em dezembro de 2023, o Ministério da Saúde criou, pela primeira vez, um programa de resposta integrada à obesidade no SNS, reforçando a intervenção precoce e eficaz para reduzir o impacto negativo do excesso de peso na saúde da população. De acordo com os últimos dados oficiais, o excesso de peso, que inclui a pré-obesidade e a obesidade, atinge 67,6% da população adulta portuguesa.

“A obesidade é uma doença crónica e sabemos que poderá continuar a aumentar em Portugal caso não se tome uma posição urgente e concreta. O reforço para as ações de prevenção e tratamento da obesidade no SNS, anunciado em dezembro do ano passado, é, sem dúvida, um primeiro passo, mas ainda há muito a fazer, nomeadamente, a introdução de novos fármacos que já existem noutros países e a comparticipação dos fármacos para a obesidade, nomeadamente dos já existentes no mercado. Precisamos destes novos medicamentos, bem como de reforçar as consultas de obesidade. Só assim conseguiremos atuar na prevenção das comorbilidades, evitando o efeito da obesidade na progressão para doenças como a diabetes, a hipertensão, a apneia do sono, as doenças cardiovasculares e as doenças oncológicas, e, assim, garantir a qualidade de vida, o bem-estar e reduzir a mortalidade do maior número de pessoas possível”, sublinha Paula Freitas, presidente da SPDEM.

“Apesar de, no papel, a obesidade ser reconhecida como doença em Portugal, alguns profissionais e autoridades de saúde nacionais, ainda não atuam como tal. Portugal é, muitas vezes, citado pelo seu pioneirismo no reconhecimento oficial desta doença. Contudo deveria ser mais coerente com essa atitude e não continuar a alimentar a iniquidade existente no acesso a um dos pilares do tratamento da obesidade; quem tem maior status socioeconómico pode aceder aos fármacos antiobesidade, quem tem menores recursos não. E é, precisamente, este último grupo da população que apresenta uma prevalência de obesidade mais elevada. As consequências de não tratarmos, de forma eficaz, esta doença serão os elevados custos sociais e económicos que serão suportados por todos nós”, refere, por seu turno, José Silva Nunes, presidente da SPEO.

2024 marca os 20 anos desde que a obesidade foi considerada como uma doença pela Direção Geral de Saúde. Apesar de ser considerada um real problema de saúde pública, as autoridades ainda não estão alerta, nem capacitaram o SNS para dar as respostas adequadas.

De acordo com a Federação Mundial da Obesidade, cerca de 39% dos portugueses adultos serão obesos até 2035. A nível global, a obesidade afeta 1,1 mil milhões de pessoas, cerca de 14% da população mundial. 

A alimentação saudável e a atividade física são fundamentais para ajudar a manter um peso equilibrado, mas não são o tratamento da obesidade que é uma doença que necessita de tratamento adequado, tal como todas as outras doenças.

Também o acompanhamento médico é essencial para a promoção de um tratamento eficaz da obesidade, através de intervenções específicas que promovam a perda de peso e previnam o seu reaparecimento a longo prazo.

Celebração do Dia da Mulher
Para assinalar o Dia Internacional da Mulher, a equipa de Endocrinologia do Hospital CUF Descobertas promove, nos dias 7 e 8 de...

O evento começa com a iniciativa “À conversa com…”, que terá lugar no dia 7 de março, entre as 18h45 e as 21h00, no Auditório do Centro do Conhecimento do Hospital CUF Descobertas. A conversa será sobre a menopausa e o impacto desta fase na vida das mulheres, com Cristina Mesquita de Oliveira, Presidente da VIDAs - Associação Portuguesa de Menopausa e autora do livro “Descomplicar a Menopausa”, Inês Sapinho, Coordenadora de Endocrinologia do Hospital CUF Descobertas, Eugénia Chaveiro, ginecologista-obstetra no Hospital CUF Descobertas e dois testemunhos.

Segue-se um debate focado na liderança no feminino e o risco de burnout, com Filipa Breia da Fonseca, Investigadora e Professora da Nova SBE, Ana Moniz, Professora Convidada da Nova SBE, Susana Esteban, Enóloga e Produtora de Vinhos e Joana Álvares, CEO e fundadora da Beautyst.pt.

Já no Dia da Internacional da Mulher, das 9h00 às 13h00, a iniciativa “Saúde da Mulher 360º” abre espaço para o esclarecimento de dúvidas, junto de profissionais de saúde, sobre estilos de vida saudáveis e as doenças mais comuns entre a população feminina. Na Make-Up Station, as mulheres terão a oportunidade de aprender técnicas de maquilhagem expresso.

Os eventos são gratuitos, sendo que a ação do dia 7 de março está sujeita a inscrição.

Universidade de Coimbra participou do estudo
Um estudo internacional em que participam Cristina Padez, Daniela Rodrigues e Aristides Machado-Rodrigues, investigadores do...

De acordo com esta investigação, publicada na revista The Lancet, estas tendências, juntamente com o declínio da prevalência de pessoas com baixo peso desde 1990, fazem da obesidade a forma mais comum de subnutrição na maioria dos países.

«A análise dos dados globais estima que entre as crianças e adolescentes do mundo, a taxa de obesidade em 2022 era quatro vezes superior à taxa de 1990. Em Portugal, em 2022, a prevalência de obesidade em crianças e adolescentes era de 6% nas meninas e 9% nos rapazes. Entre os adultos, a taxa de obesidade mais do que duplicou nas mulheres e quase triplicou nos homens. No total, 159 milhões de crianças e adolescentes e 879 milhões de adultos viviam com obesidade em 2022», revelam os coautores do estudo, acrescentando que, em Portugal, a prevalência de obesidade nas mulheres era de 23% e nos homens de 22%, nesse ano.

Entre 1990 e 2022, a proporção de crianças e adolescentes do mundo que foram afetados pelo baixo peso diminuiu cerca de um quinto nas raparigas e mais de um terço nos rapazes. Em Portugal, o valor de baixo peso/magreza foi de 1% nas meninas e 3% nos rapazes, em 2022. A proporção de adultos em todo o mundo que foram afetados pelo baixo peso baixou para mais de metade durante o mesmo período. Em Portugal, nesse mesmo ano, os valores foram de 2% nas mulheres e nos homens.

Como explicam os investigadores do CIAS, «a obesidade e o baixo peso são formas de desnutrição e são prejudiciais à saúde das pessoas de várias maneiras. Este último estudo fornece uma imagem altamente detalhada das tendências globais em ambas as formas de desnutrição nos últimos 33 anos».

«É muito preocupante que a epidemia de obesidade, que era evidente entre adultos em grande parte do mundo em 1990, se reflita agora em crianças e adolescentes em idade escolar. Ao mesmo tempo, centenas de milhões de pessoas ainda são afetadas pela subnutrição, especialmente em algumas das partes mais pobres do mundo. Para combater com sucesso ambas as formas de desnutrição, é vital melhorar significativamente a disponibilidade e o preço acessível de alimentos saudáveis e nutritivos», alerta o professor Majid Ezzati, do Imperial College London, autor sénior deste artigo.

Foram mais de 1500 os investigadores que contribuíram para este estudo, que analisou o índice de massa corporal (IMC) para compreender como a obesidade e o baixo peso mudaram em todo o mundo entre 1990 e 2022. Os investigadores analisaram medidas de peso e altura de mais de 220 milhões de pessoas com cinco anos ou mais (63 milhões de pessoas com idades entre cinco e 19 anos e 158 milhões com 20 anos ou mais), representando mais de 190 países.

«Os adultos foram classificados como obesos se tivessem IMC maior ou igual a 30kg/m2 e classificados como abaixo do peso se o IMC fosse inferior a 18,5kg/m2. Entre crianças em idade escolar (cinco a nove anos) e adolescentes (10 a 19 anos), o IMC utilizado para definir obesidade e baixo peso depende da idade e do sexo, pois há aumento significativo de altura e peso durante a infância e a adolescência», concluem.

Este novo estudo foi conduzido pela NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC), em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para além dos investigadores da FCTUC, participaram também Anabela Mota-Pinto, Luísa Mavieira e Lélita Santos da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e do Centro Hospitalar de Coimbra (CHUC).

O artigo científico pode ser consultado aqui.

Estudo pioneiro apresentado nos Estados Unidos por médico português
Liderada por David Ângelo, médico cirurgião, uma equipa portuguesa de profissionais de saúde realizou, entre 2019 e 2023, um...

O estudo será apresentado hoje pelo médico português David Ângelo a convite de uma das mais prestigiantes instituições da especialidade da articulação temporomandibular, a Sociedade Americana de Cirurgiões da Articulação Temporomandibular que realizará o seu congresso anual, de 29 de fevereiro a 3 de março. Esta apresentação surge no âmbito da publicação do referido estudo na revista Journal of Clinical Medicine.

Durante muitos anos, não existiu consenso sobre como tratar as disfunções temporomandibulares em crianças (por um conjunto de situações era recomendável esperar até o doente atingir os 18 anos para algumas intervenções cirúrgicas à articulação temporomandibular de crianças), por receio de poder causar complicações ou possíveis alterações no seu crescimento craniofacial, assim como danos irreversíveis.

A ideia do estudo surgiu pelo médico David Ângelo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (Cirurgia de Cabeça e Pescoço) e cirurgião no Instituto Português da Face, que explica que «comecei a observar uma procura elevada da minha consulta por pais, com crianças com idades entre os 5 e os 14 anos, devido a problemas nas articulações temporomandibulares e queixas de dores fortes. Alguns casos estavam a fazer medicação diária para a dor e algumas crianças já estavam a tomar antidepressivos! Desenhei um estudo, com a minha equipa, para avaliar o impacto de técnicas minimamente invasivas (artrocentese e a artroscopia) na articulação temporomandibular desta população.»

Após aprovação pela comissão de ética, este estudo inédito, teve início a 1 de junho de 2019 (numa duração total de três anos) e incluiu doentes com idade inferior a 18 anos, com patologia da articulação temporomandibular. Dependendo do estado da doença, o cirurgião realizava a artrocentese ou a artroscopia da ATM (duas técnicas minimamente invasivas onde David Ângelo tem já muita experiência em adultos, com excelentes resultados). Foi realizada a avaliação de diferentes parâmetros como a dor, dificuldade na mastigação, tensão muscular, dificuldade na abertura da boca e complicações da intervenção.

O estudo incluiu 26 crianças, todas tratadas de forma rigorosa e metódica, em que 67% fez artrocentese e 33% fez artroscopia, sendo posteriormente seguidas por uma equipa de acompanhamento multidisciplinar. Os resultados alcançados foram muito positivos: verificou-se uma redução significativa da dor no pós-operatório de quase 90%, uma melhoria da função mastigatória de mais de 96% e redução dos estalidos intra-articulares em 89% das crianças.

Não tendo apresentado nenhuma complicação cirúrgica nestes tratamentos, foi também possível reduzir a dor média (de 4.04 antes da intervenção para 0.5 após intervenção) e comprovar ótimos resultados da abertura de boca (de 35.5mm para 43mm após a cirurgia).

A artrocentese e a artroscopia da articulação temporomandibular representaram assim uma opção eficaz e segura para tratar doentes em idade pediátrica com disfunções temporomandibulares intra-articulares, integrando assim mais uma opção nas estratégias disponíveis e oferecendo uma solução minimamente invasiva e efetiva, especialmente quando o tratamento conservador falhar. No entanto, o cirurgião recomenda cuidados especiais, onde só mãos experientes devem fazer esta intervenção em crianças pois há particularidades técnicas que são importantes controlar para os procedimentos serem bem-sucedidos.

A equipa submeteu os resultados à revista internacional “Jornal of Clinical Medicine”, que, reconheceu mérito e a qualidade desta investigação, como sendo o primeiro trabalho a nível mundial a desmistificar o tratamento cirúrgico de forma séria em idades pediátricas.

O estudo prospetivo deu, assim, a conhecer que tanto a artrocentese como a artroscopia da articulação temporomandibular parecem beneficiar doentes em idade pediátrica com disfunções temporomandibulares, diminuindo significativamente a dor, melhorando a abertura máxima de boca, evitando a progressão da doença sem complicações pós-operatórias relevantes.

O mérito foi de tal forma reconhecido, que, após a publicação do artigo na revista (a 24 de janeiro), David Ângelo recebeu um convite pela Sociedade Americana de Cirurgiões da Articulação Temporomandibular para apresentar os resultados deste trabalho nos EUA, no dia 1 de março de 2024.

O número de crianças com estes problemas tem vindo a aumentar, provavelmente devido à sobrecarga, ao stress e ansiedade em que vivem atualmente. Com estes resultados, é possível uma intervenção mais “precoce” nesta comunidade, sem ser necessário aguardar até aos 18 anos de idade, garantindo uma melhoria da qualidade de vida destes doentes e evitando complicações da doença.

Saúde Auditiva
A propósito do Dia Mundial da Audição, que se assinala a 3 de março, alertamos para a importância de

A perda de audição é uma realidade global que afeta mais de 1,5 mil milhões de pessoas no mundo, impactando não só a capacidade de ouvir, mas também a qualidade de vida. Para quem vive com o diagnóstico de perda auditiva, ou conhece alguém próximo nesta situação, não precisa de se preocupar porque vamos contar-lhe tudo sobre a jornada de reabilitação auditiva, apresentando de seguida os três passos essenciais para uma reabilitação auditiva eficaz:

Prevenção do problema: como cuidar e prevenir?

O primeiro passo para uma saúde auditiva duradoura é a prevenção. Para cuidar dos seus ouvidos e prevenir problemas de audição, recomenda-se a redução do tempo de exposição a ruídos intensos e prejudiciais, ou o uso de protetores, quando é mesmo necessário estar exposto a locais ruidosos; a utilização de auriculares ou auscultadores de forma segura; a adoção de um estilo de vida saudável e a realização de exames auditivos com regularidade.

Resolução do problema: tenho perda auditiva e agora?

Perante um diagnóstico de perda auditiva, é normal surgirem algumas questões que o possam preocupar, porém o mais importante é consultar um profissional especialista em audição (audiologista) para o avaliar e ajudar a encontrar a solução mais adequada para o seu caso.

Antes de escolher um centro auditivo, aconselhamos a procurar informação sobre todos os que existem no mercado. Isto porque, o mercado de reabilitação auditiva não é regulado e, é preciso ser cauteloso na escolha dos profissionais de saúde que o vão atender. Além disso, importa ainda ver se a empresa tem certificação de qualidade em Portugal e se os seus aparelhos estão registados no INFARMED e classificados como dispositivos médicos. Não compare apenas o preço dos aparelhos auditivos. Tenha em conta a tecnologia incorporada e todos os serviços incluídos (consultas, exames, manutenção e assistência técnica), pois é o conjunto de todas estas componentes que contribuem para uma reabilitação auditiva bem sucedida.

Quando tiver toda a informação, faça a sua primeira consulta e solicite a experimentação de vários aparelhos auditivos para perceber com qual é que se sente mais confortável em termos de qualidade de som e de funcionalidades.

Manutenção da audição: quais os cuidados a manter para ouvir a vida de forma plena?

A manutenção da audição é um compromisso a longo prazo. Mesmo com a utilização de um aparelho auditivo é crucial dar continuidade aos cuidados auditivos, o que inclui a realização de check-ups regulares, ajustes no dispositivo sempre que for necessário e a adoção de hábitos saudáveis para preservar a saúde auditiva ao longo do tempo.

João Ferrão, Diretor de Audiologia da Widex – Especialistas em Audição, afirma: “Estima-se que cerca de 196 milhões de pessoas na Europa vivem com perda de audição, um número que se prevê que cresça significativamente até 2050. Enquanto audiologistas, o nosso papel é estar ao lado de quem tem perda auditiva e ajudá-lo a enfrentar todos os desafios, proporcionando-lhe soluções inovadoras para melhorar a sua audição e, consequentemente, a sua qualidade de vida.  A vida é para se ouvir em todos os momentos e trabalhamos diariamente para garantir que todos possam desfrutar do mundo dos sons em pleno.”

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sete unidades locais de saúde deixam de realizar cirurgias a partir do dia 1 de abril
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) está preocupada com as eventuais consequências da redução do número de hospitais...

Para a LPCC, no diagnóstico e tratamento do cancro existem dois aspetos fundamentais a ter em conta: a qualidade (independentemente do tipo e características daquelas) e o tempo de atuação. Vítor Rodrigues, membro da Direção da Liga Portuguesa Contra o Cancro, explica que como princípio, o tratamento deve ser realizado em instituições apetrechadas e com equipas multidisciplinares experientes e competentes. “Mas a acessibilidade geográfica e a temporal são também muito importantes. Se os hospitais mais diferenciados não tiverem capacidade de resposta podem ocorrer atrasos de tratamento inaceitáveis. E, por outro lado, haverá que diferenciar as situações menos graves, que requerem abordagens menos complexas, das mais graves, que requerem recursos mais complexos. Cabe aos responsáveis pela saúde equilibrar os dois braços da balança, tentando encontrar os melhores caminhos, a bem da saúde e bem-estar das pessoas”, afirmou.

Esta quinta-feira, a Direção Executiva do SNS (DE-SNS) anunciou que sete unidades locais de saúde (algumas da quais com mais de um hospital integrado) vão deixar de fazer cirurgias ao cancro da mama, já a partir do dia 1 de abril. De acordo com a DE-SNS, deve restringir-se o tratamento cirúrgico do cancro da mama a instituições que realizem pelo menos cem cirurgias por ano e tenham pelo menos dois cirurgiões dedicados. A deliberação vem alterar a rede de referenciação para a cirurgia da neoplasia da mama. 

Dia Mundial do Rim assinala-se a 14 de março
No mês de março, a Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) vai promover várias sessões de esclarecimento sobre a...

A iniciativa, dirigida a jovens entre os 14 e 16 anos, insere-se na campanha nacional “A Vitória Contra a Doença Renal começa na Prevenção”, que tem como objetivo educar e sensibilizar os mais jovens para a doença renal crónica, incentivando medidas preventivas.

“O nosso objetivo com esta iniciativa é contribuir para aumentar a literacia em saúde, junto dos mais jovens, para que possamos incentivá-los, de forma informada e consciente, a controlar os fatores de risco para a doença renal, como o tabagismo, a diabetes, a obesidade e a hipertensão. Acreditamos que, ao apostar na capacitação dos mais novos, sobre como cuidar dos seus rins, vamos certamente ter um papel ativo na prevenção da doença renal”, explica Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

Esta campanha conta com o apoio da Associação de Doentes Renais de Portugal, da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Diálise e Transplantação, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, da Sociedade Portuguesa de Nefrologia e da Sociedade Portuguesa de Transplantação.

A doença renal crónica é uma doença provocada pela deterioração lenta e irreversível da função renal. Como consequência da perda de função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, levando à acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Doenças como a hipertensão arterial, diabetes e doenças hereditárias podem provocar lesões nos rins e causar insuficiência renal crónica. Nos estádios mais avançados, os portadores desta doença precisam de efetuar tratamentos de substituição da função renal regularmente, como a hemodiálise, a diálise peritoneal ou o transplante renal.

Federação Mundial de Obesidade prevê um aumento de 100% da obesidade infantil a nível mundial
A propósito do Dia Mundial da Obesidade, que se assinala anualmente a 4 de março, a Associação Protectora dos Diabéticos de...

“Segundo dados da Federação Mundial de Obesidade, prevê-se um aumento de 100% da obesidade infantil entre 2020 e 2035. Temas como o papel do ambiente escolar, o tipo de alimentação disponível e, ainda, o impacto do estigma no desenvolvimento de crianças e jovens devem ser trazidos para a esfera pública para impulsionar uma intervenção urgente nesta área da saúde, contribuindo para reverter as estimativas”, alerta Raquel Coelho, pediatra na APDP.

Até 2035 mais de metade da população mundial estará acima do peso ou terá obesidade, estima um relatório da Federação Mundial de Obesidade. O tipo de urbanismo, o ritmo laboral, a gestão de tempo e o stress contribuem para um estilo de vida sedentário, que se alia à oferta alimentar hipercalórica. Os mais jovens acabam por ser afetados, desde muito cedo, por uma sociedade dependente destes fatores.

“Obesidade é uma doença, não é uma escolha de estilo de vida ou falta de força de vontade e resulta da interação de múltiplos fatores em diferentes pessoas, culturas e países. É, por isso, necessário investir no apoio a pessoas, tanto crianças como adultos, que sofrem com a doença e que muitas vezes se inibem de procurar tratamento especializado. É igualmente importante formar e preparar os profissionais de saúde para tratar a obesidade sem estigmas e com empatia”, afirma Carolina Neves, endocrinologista na APDP.

A endocrinologista reforça ainda que “tratar a obesidade não se resume à perda de peso. É necessário um acompanhamento continuado por uma equipa multidisciplinar em todas as fases da vida, uma vez que se trata de uma doença para a qual existe tratamento, mas não cura. Paralelamente, urge mudar mentalidades, garantir acessibilidade de tratamento a quem tem a doença e combater o principal fator modificável que promove o aumento da doença, o ambiente obesogénico em que atualmente vivemos”.

A obesidade está na origem de mais de 200 doenças, entre as quais a diabetes, em que o excesso de peso contribui para 80% dos casos. O impacto da obesidade como causa de complicações metabólicas, mecânicas e mentais requer uma abordagem multidisciplinar e reforça o benefício de estratégias de prevenção e tratamento precoce.

“O Dia Mundial da Obesidade convida assim à discussão aberta sobre a obesidade e a diversidade, promovendo a reflexão sobre o impacto desta pandemia em várias dimensões. O excesso de peso afeta a diabetes e preocupa-nos a incapacidade de resposta no que diz respeito ao tratamento nestas duas doenças que se relacionam. Procuramos diariamente dar resposta às lacunas que ainda existem no nosso país, mas a situação merece uma resposta concertada e que garanta o melhor resultado atualmente possível”, conclui José Manuel Boavida, presidente da APDP.

Ciclo de Conferências arranca já no dia 5 de março
No âmbito do Dia Mundial do Sono, que este ano se assinala a 15 de março, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, em parceria...

“Esta iniciativa, que se vai realizar em quatro cidades diferentes – Porto, Lisboa, Coimbra e Faro -, pretende aproximar os profissionais de saúde da população, contribuindo para uma educação em saúde e aumentando a sensibilização para uma doença de prevalência crescente, como é a apneia do sono. O objetivo é sensibilizar para esta patologia, esclarecendo dúvidas e também desmistificando o diagnóstico e o tratamento”, refere Vânia Caldeira, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

A médica pneumologista explica que “a apneia do sono é um problema crescente e que se associa a doenças muito prevalentes na população em geral, como a obesidade e o excesso de peso, a hipertensão arterial, a diabetes, as arritmias, o enfarte do miocárdio, a insuficiência cardíaca ou a depressão. Sabemos que é uma doença ainda subdiagnosticada e os estudos referem uma prevalência provável de apneia moderada a grave em 23% das mulheres e 50% dos homens”. A especialista prossegue indicando que “a apneia do sono não tratada aumenta o risco cardiovascular e metabólico (enfarte, arritmia, hipertensão ou diabetes não controladas), além da disfunção cognitiva e do impacto social e no trabalho. Há também riscos de saúde pública com a sonolência que, muitas vezes, acontece na condução”.

Ressonar, paragens respiratórias durante o sono e sonolência diurna excessiva são alguns dos sintomas mais conhecidos desta patologia. No entanto, para Vânia Caldeira, “é importante relembrar que nem sempre estes sintomas estão presentes e, muitas vezes, as queixas são muito atípicas - como apenas a sensação de sono não reparador, o acordar muitas vezes para urinar durante a noite, os despertares noturnos frequentes (sem conseguir ter um sono contínuo), a insónia, o cansaço ao acordar, as dificuldades de atenção ou concentração e o impacto no humor ao longo do dia. Além disso, os indivíduos com doença cardiovascular e metabólica têm risco acrescido para esta patologia”. A médica pneumologista destaca ainda ser fundamental que as pessoas relatem estes sintomas ao seu médico assistente para serem encaminhadas e avaliadas numa consulta de Medicina do Sono – “o acesso aos cuidados de saúde deve estar assegurado para permitir um diagnóstico atempado de uma doença tão prevalente como a apneia do sono”.

Criado pela World Sleep Society, todos os anos o Dia Mundial do Sono decorre sob um tema em específico, sendo o mote deste ano “equidade no sono para uma saúde global”.  Vânia Caldeira esclarece que “existem vários fatores que podem desequilibrar a balança neste acesso a um «bom sono». Precisamos de ter tempo e oportunidade para dormir - um questionário realizado anteriormente pela SPP mostrou-nos que muitas pessoas assumem dormir menos de sete horas/noite. É também essencial estarem reunidas as circunstâncias adequadas para o sono (a luz, o silêncio, o conforto e a segurança). Cenários pandémicos e de guerra, como os que temos vivido, comprometem estes pré-requisitos, tendo impacto no nosso sono e, consequentemente, na nossa saúde”.

Assim, no âmbito desta efeméride, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia afirma o seu compromisso na contribuição para esta “equidade” aplicada à apneia do sono, fazendo a sensibilização e relembrando os principais sintomas que devem motivar a procura de ajuda médica atempada para uma doença tão prevalente e com tantos riscos associados e com compromisso da qualidade de vida.

O Parque Nascente Shopping, no Porto (5 de março), o Centro Comercial Colombo, em Lisboa (15 de março), o Alma Shopping, em Coimbra (20 de março) e o Forum Algarve, em Faro (26 de março) são os quatro centros comerciais que vão receber esta sessão de esclarecimento cuja entrada é livre e aberta a qualquer pessoa que pretenda assistir.

Dados do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR)
A cada segundo que passa, a dispensa de Medicamentos Genéricos (MG) gera um valor de 18,42 euros às famílias portuguesas e ao...

Estes são dados do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), e do contador online no site da APOGEN, lançado em 2020 através de uma parceria entre a Associação Nacional das Farmácias (ANF) e a Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN), que, em 2024, já regista até hoje um valor superior a 96 milhões de euros.

A APOGEN, representada pela Presidente Maria do Carmo Neves, reforça “o caminho favorável ancorado na confiança de utentes e profissionais de saúde acerca dos MG, já que estas tecnologias proporcionam o cumprimento do direito fundamental à proteção da saúde. Estas terapêuticas mais custo-efetivas garantem o maior acesso à saúde, aumentam o acesso à inovação e contribuem para a redução das desigualdades sociais, assim como permitem a prevenção da doença e o aumento da esperança média de vida. O valor gerado, ano após ano, reflete o papel destas alternativas terapêuticas na economia, na saúde e na coesão social, principalmente numa altura em que o controlo da despesa pública com medicamentos é uma dimensão indispensável para assegurar a sustentabilidade e a eficiência financeira do SNS. De modo a viabilizar as mais-valias dos medicamentos genéricos e biossimilares e os resultados gerados no círculo virtuoso da sustentabilidade da saúde, é fundamental a criação de condições de previsibilidade e de atratividade deste setor estratégico, especialmente num período em que são relatadas barreiras no acesso devido à atual escassez de diversas apresentações no mercado.”

A presidente da Associação Nacional das Farmácias, Ema Paulino, salienta que “as Farmácias Portuguesas são um parceiro essencial na defesa das políticas de saúde que promovem a introdução dos medicamentos genéricos, essenciais para a sustentabilidade do sistema de saúde. A grande maioria da população está hoje familiarizada com os medicamentos genéricos, o que em muito se deve ao papel do farmacêutico comunitário na sua promoção e no aconselhamento prestado nas farmácias no ato da dispensa, contribuindo também para uma melhoria no acesso e, por conseguinte, na adesão dos utentes aos seus tratamentos. Congratulamo-nos com os resultados obtidos em 2023, que indicam que a dispensa de medicamentos genéricos permitiu uma poupança para o Estado e para os utentes no valor de 580 milhões de euros, o número mais alto de sempre em treze anos. Contudo, entendemos que podemos fazer mais e para continuar a estimular o crescimento da sua quota de mercado é essencial que se proceda à revisão do modelo de incentivos à dispensa de medicamentos genéricos às farmácias, através da atualização dos critérios do regime vigente, proposta que a ANF tem apresentado como estratégica para estimular a promoção do acesso ao medicamento.

O contador do valor gerado alcançado com os MG pode ser consultado, em tempo real, no site da APOGEN em: https://apogen.pt. Segundo a Health Market Research (HMR), em 2023, foram dispensadas cerca de 108 milhões de embalagens de MG nas farmácias comunitárias, o que corresponde a um crescimento de 5,7% face ao ano anterior.

Artigo patrocinado
O verão pode ainda tardar, mas o tempo voa.

Cuidar do corpo

Comecemos pelos cuidados que deve ter com o corpo. Pode parecer mais difícil, mas é mais fácil tratar do corpo do que tratar da mente. É claro que não existem duas pessoas iguais, e que será mais fácil para uns do que para outros. Esta questão está muito associada à idade e ao metabolismo de cada um.

Depois, devemos considerar que nem todos são adeptos da atividade física intensa ou apreciam praticar qualquer desporto. Mais uma vez, é uma questão de apetência e de gosto pessoal.

Apresentamos alguns dos desportos que pode considerar para cuidar do corpo, com inclusão dos artigos desportivos necessários para a sua correta execução.

●       Futebol: Não fosse o desporto favorito da maior parte da população. Muitos são os que apreciem ver uma boa partida de futebol. O facto de ser um desporto em equipa, pode tornar a sua escolha menos óbvia, se não conseguir reunir um número de jogadores. Ainda assim, pode sempre treinar remates à baliza e toques na bola. Existe também a possibilidade de optar por uma baliza de futebol com alvo, que pode ser bastante divertida..

Das chuteiras ao equipamento, das balizas aos postes, das caneleiras às meias altas, estes são algum do material necessário para a prática do futebol.

●       Basquetebol: As sapatilhas próprias para esta prática vão fazer milagres. Se não tiver com quem jogar, pode ainda assim praticar uns toques e passes na bola. Basta um cesto e uma bola de basquetebol, para assegurar momentos de diversão. O basquetebol é um ótimo desporto para manter a boa forma física.

●       Boxe: é um desporto que exige uma preparação prévia e deverá aprender alguns dos principais golpes antes de aventurar-se numa arena. Pode, para começar, arranjar um saco de boxe ou uma speedball insuflável e desferir uns quantos golpes.  “Cair” em cima de um saco de boxe é, fisicamente, exigente, mas é, mentalmente, salutar.

●       Ciclismo: O ciclismo exige uma preparação física prévia. Comece por alguns quilómetros e vá aumentando a distância, em função da sua resistência. Vai precisar de uma bicicleta adequada, em função do tipo de terreno. À medida que for evoluindo, as subidas e outros desnivelamentos do terreno vão parecer uma “brincadeira de crianças”.

●       Musculação: prepare os halteres e trate de “levantar ferro”. A musculação faz maravilhas ao corpo, podendo trabalhar algumas zonas específicas, com maior precisão e é uma ótima forma de despender energia. Os seus movimentos, libertam ainda uma série de toxinas, que levam  a pessoa a sentir-se mais enérgica e positiva. Um banco de halteres, uma máquina de remo ou uma máquina multi-exercícios de ginásio são parte do material necessário para uma intensa aula de musculação.

●        Ioga ou pilates: aí estão duas disciplinas onde o corpo e a mente têm o mesmo grau de importância e a sua prática trabalha estes dois elementos da mesma forma. Mais do que respiração ou posições, o ioga e o pilates combinam uma série de técnicas que resultam, ao mesmo tempo, em cansaço e relaxamento. Basta um bom tapete de ioga e, se possível, uma indumentária adequada, para uma prática de ioga ou pilates.

●        Caminhadas: Muna-se do calçado mais adequado para o tipo de terreno onde irá caminhar e é um passo atrás do outro. As caminhadas podem ser difíceis, mas são uma verdadeira descoberta e, em função do piso e dos quilómetros, constitui uma atividade ao ar livre muito relaxante.

Outros materiais e outros desportos

Se nenhum dos desportos acima lhe desperta interesse e, ainda assim, gostaria de ter alguma atividade física, pode pensar em algumas das situações que lhe apresentamos abaixo.

Comprar um colchão de ginástica insuflável e fazer umas piruetas e outros exercícios, para trabalhar o corpo.

Com uma bicicleta elíptica pode controlar o seu desempenho no visor LCD, que mostra informações sobre o tempo decorrido, a velocidade atual, a distância, as calorias queimadas e pulsação. Ainda que não saia do lugar, a bicicleta vai exigir que se esforce. Algumas vêm equipadas com a possibilidade de definir graus de dificuldade, o que é ótimo para poder evoluir com o tempo.

A bicicleta estática pode ser a resposta certa para quem não gosta de praticar ciclismo ao ar livre. As possibilidades de uma boa corrida de bicicleta, sem sair do lugar. Com níveis de resistência, estas bicicletas permitem ao utilizador evoluir com o tempo.

Gosta de caminhar, mas os pisos ao ar livre não são a sua praia. Só tem que escolher uma  passadeira elétrica. Elas apresentam diferentes graus de dificuldade e, em alguns casos, de inclinação, permitindo que faça a sua caminhada de 10 quilómetros diários, seja qual for a condição do clima.

Cuidar da mente

Muitos destes desportos ou atividades vão permitir cuidar da mente, enquanto cuida do corpo. Seja pela exigência, sacrifício, relaxamento ou alheamento, a atividade física vai garantir que se sinta melhor com o seu corpo e consigo mesmo. O que, por sua vez, leva a que tenha pensamentos mais positivos e sensações mais prazerosas, que contribuem para o bem-estar mental.

Obviamente, cuidar da mente requer mais do que apenas exercício físico ou desporto. A sanidade mental está associada à personalidade e ao cotidiano, assim como à forma como apreendemos o que vai acontecendo conosco ao longo do tempo. Não sendo uma fórmula mágica, nem sendo sinónimo de saúde mental, a atividade física e a prática desportiva tem a sua quota parte de importância no bem-estar físico e mental do indivíduo. Já a citação em latim o apregoava «Mens sana in corpore sano» (Mente sã em corpo são). Não há dúvidas que o bem-estar de um e de outro se encontram interligados, influenciando-se mutuamente.

Onde o corpo e a mente se encontram

Por isso, referimos no início que, cuidar do corpo e da mente não é apenas uma atividade que se programa para ter o corpo desejado no verão, é algo que deve ser estimulado diariamente, de forma a encontrar o equilíbrio possível entre o corpo, a mente e a vida agitada dos nossos dias.

Tendo em conta a quantidade de desportos que existem, a inúmeras possibilidades de atividade física individual, não há desculpas para não praticar desporto. Não tem que ser um desporto profissional ou uma atividade física intensa, basta que trabalhe os músculos do seu corpo e que se mantenha em movimento. São os pequenos passos que alcançam longas distâncias, se nos mantivermos focados.

Se ainda tem dúvidas, basta olhar à sua volta e reparar nos que lhe são mais próximos. Rapidamente vai perceber que aqueles que praticam uma atividade fisica ou um desporto são, por norma, mais bem dispostos, têm mais energia e são mais positivos. Não é uma ciência exata, mas já existem muitos estudos nessa área, que não deixam muita margem para dúvidas.

Vamos começar?

Portanto, chegou o momento de arregaçar as mangas, tentar perceber qual o tipo de atividade física que mais combina consigo e começar. Como diziam «O hábito faz o monge». Pode parecer-lhe uma tarefa hercúlea no início e poderão existir momentos de desmotivação e vontade de desistir, mas insista e persista. Está a dois passos de ter o corpo e a mente com que sempre sonhou, para um verão, à beira-mar e o inverno, junto à lareira.

As propostas da vidaXL

Na vidaXL irá encontrar um vasto leque de artigos para o desporto, quer se trate de uma modalidade em específico ou de uma atividade física ao ar livre.

Fundada em 2006, com o objetivo de fazer chegar ao mercado produtos a todos, a vidaXL oferece mais de 1,5 milhão de produtos no seu site. Neste leque de produtos vai encontrar os acessórios de musculação, os tapetes de ioga, a bicicleta estática ou a passadeira elétrica, para poder exercitar o corpo e a mente.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
CTI na área da saúde é reconhecido pelo Ministério da Economia
António Costa Silva, Ministro da Economia e do Mar, visitou, esta semana, a sede da Associação para Investigação Biomédica e...

Fundada em 1989, a AIBILI é um Centro de Tecnologia e Inovação reconhecido pelo Ministério da Economia, atuando como parceiro facilitador entre instituições académicas e científicas, empresas e indústria com a missão de responder a falhas de mercado e prestar apoio técnico e tecnológico às empresas na área da saúde, mas especificamente em investigação clínica.

“A visita do Ministro da Economia e do Mar é uma forma de reconhecimento do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela AIBILI nestes 35 anos de atividade e acontece num momento em que o primeiro estudo desenvolvido na Eye Platform atingiu o objetivo de 1.000 datasets. Esta plataforma permite a recolha, organização e reutilização de dados oftalmológicos anonimizados a nível europeu, que vai possibilitar a realização de mais investigação, nomeadamente no desenvolvimento e validação de modelos de inteligência artificial, com o propósito de melhorar os cuidados de saúde na área de  oftalmologia ”, afirma Cecília Martinho, CEO da AIBILI.

A AIBILI desenvolve e coordena grandes estudos clínicos europeus, estando envolvida em estudos relevantes a nível de oftalmologia contribuindo para o desenvolvimento e otimizando estratégias de diagnóstico, prevenção e tratamento para o benefício do doente. É também responsável pela coordenação da Rede Europeia de Centros de Investigação Clínica em Oftalmologia (EVICR.net), que constitui um recurso europeu para investigadores e indústria farmacêutica desenvolverem investigação clínica de uma forma mais eficiente e sustentada.

Para apoiar famílias com esta doença
Para assinalar o Dia Mundial da Obesidade, que este ano comemora o 20º aniversário do reconhecimento como doença crónica em...

O livro foi escrito por Mário Silva, presidente e fundador da APCOI, em co-autoria com Catarina Beja e Marta Beja Coelho, mãe e filha, voluntárias na APCOI há vários anos, impulsionadas pela sua própria jornada de luta contra esta doença. O prefácio é assinado por Marta Ventura, jornalista e locutora de rádio, que viveu com obesidade durante toda a infância e que é hoje voz ativa na defesa desta causa. A obra conta, ainda, com revisão científica de pediatras, psicólogos e outros especialistas da Associação Europeia para o Estudo da Obesidade (EASO).

Para Mário Silva, Presidente da APCOI, “mais do que um livro, esta iniciativa é uma campanha de sensibilização com uma missão educativa poderosa e por isso, vamos oferecer gratuitamente cópias deste livro a escolas de todos os distritos de Portugal, com o generoso apoio da Novo Nordisk como parceira principal e ainda com o apoio da Lilly, da Pfizer e da Boehringer Ingelheim.”

Sobre este apoio, Paula Barriga, Diretora-Geral da Novo Nordisk Portugal, salienta que “reduzir a curva de crescimento da obesidade infantil em Portugal passa por uma aposta inequívoca na prevenção, mas também pelo combate, desde muito cedo, do estigma e preconceito que persistem em relação a esta doença. Acreditamos que este é mais um projeto da APCOI que cumpre, de uma forma simples, original e didática, essa importante missão”. 

O livro também estará à venda, no site www.apcoi.pt e cada compra reverte como donativo para as associações nacionais (ADEXO, APCOI e APOBARI), bem como para a coligação europeia de pacientes com obesidade (ECPO), apoiando, assim, sessões de leitura em escolas e outras iniciativas de educação sobre a doença em mais de 30 países europeus.  

Amanhã, dia 2 de março às 15h00, realiza-se o lançamento do livro “Mamã, o que é obesidade?”. A sessão de leitura do conto será conduzida pela atriz e psicóloga Carla Andrino. Mais de 200 convidados vão participar numa cerimónia exclusiva que contará com a presença especial de Vicki Mooney, Diretora Executiva da ECPO. Para assistir online ao evento em direto, basta aceder através do seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=sMZXHK-65mY

Dia Mundial da Audição
No dia 3 de março, quando o mundo celebra o Dia Mundial da Audição, importa reconhecer não apenas a

As tecnologias assistivas que estão disponíveis atualmente para pessoas com deficiência auditiva têm tido um grande avanço. Desde aparelhos auditivos até implantes cocleares e de outro tipo, estas tecnologias têm transformado a vida de milhões de pessoas em todo o mundo, permitindo que elas possam ouvir como que antes seria inimaginável. Para além disso, existem aplicações (software) e dispositivos que auxiliam na comunicação, como legendas em tempo real e sistemas de alerta vibratório (de maior complexidade e melhor percepção), entre outras.

Avanços Tecnológicos na Reabilitação Auditiva

As áreas da reabilitação auditiva têm evoluído de forma notável nos últimos anos. Os aparelhos auditivos são mais sofisticados e de dimensão cada vez mais pequena ou mais leves (devido aos progressos na miniaturização e da microelectrónica), com recursos como supressão de ruído, ligação por Bluetooth (com Smartphones ou sistema de difusão por Auracast) e ajustes automáticos adaptativos (por Inteligência Artificial), que proporcionam uma experiência auditiva mais personalizada e confortável. Também os implantes cocleares evoluíram significativamente, permitindo que pessoas com perda auditiva grave ou profunda recuperem parcial ou totalmente a audição integrando-se numa comunidade oral.

O avanço dos aparelhos auditivos recarregáveis permitiu que os seus utilizadores desfrutassem de maior comodidade e autonomia, eliminando a necessidade de troca frequente de baterias. Num estudo conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, foi demonstrado que indivíduos que utilizaram implantes cocleares experimentam melhorias significativas na qualidade de vida e na capacidade de comunicação, destacando o impacto positivo desta tecnologia na reabilitação auditiva.

Tecnologias Assistivas para Comunicação e Acessibilidade

A inteligência artificial desempenha um papel fundamental no avanço da tecnologia de deteção de idioma falado, possuindo complexos algoritmos e modelos de aprendizagem automática. Assim, é possível contar com sistemas que reconhecem automaticamente o idioma e que realizam a transcrição e tradução para qualquer outra língua, em tempo real e com uma precisão igual ou superior a 95% (mesmo em português de Portugal, dependendo da pronúncia ou do sotaque!). Para além disso, a inteligência artificial também pode ser aplicada no ajuste automático dos aparelhos auditivos, adaptando-se aos diferentes ambientes sonoros para proporcionar uma experiência auditiva mais personalizada e confortável, evitando que potenciais fontes de ruído possam limitar a perceção. É realmente incrível como a tecnologia está a transformar a forma como lidamos com a comunicação oral e a audição.

Há hoje aplicações de software para dispositivos (p.ex. óculos) que utilizam inteligência artificial para transcrever automaticamente o discurso oral em tempo real ou até exibir legendas em dispositivos móveis. Isto torna a comunicação mais acessível para pessoas com deficiência auditiva em reuniões de trabalho, aulas e outros ambientes que exigem rapidez na compreensão da mensagem ouvida.

Outras Tecnologias

Não podemos esconder, que atualmente é possível colocar um dispositivo eletrónico junto ao ouvido, o qual emite ruído branco de modo a limitar os efeitos dos acufenos ou zumbidos (tinnitus) mesmo para quem tem uma boa qualidade auditiva, mas vive este problema. Este dispositivo permite uma terapia, que ao fim de um determinado tempo pode ter efeitos retroactivos ou de retrocesso do problema, o que é algo extraordinário!

Estudos vários, como por exemplo o publicado no 'Journal of the American Medical Association' (JAMA) mostram que a terapia de ruído branco pode ser eficaz no tratamento do zumbido também em pessoas com perda auditiva, proporcionando alívio dos sintomas e melhorando a qualidade de vida, destacando-se o potencial destas tecnologias para fornecer tratamentos não invasivos e eficazes para pessoas com zumbido.

Terapia Genética

As causas da perda auditiva são variadas, tendo particular relevância as causas genéticas. Mais de 50% dos casos de deficiência auditiva congénita em países desenvolvidos são hereditários, e destes, a deficiência auditiva isolada ou não sindrómica corresponde a cerca de 70% dos casos, sendo quase exclusivamente associada a mutações num único gene e de caráter autossómico (não associado ao cromossoma X ou Y) e recessiva. Nos últimos anos verificaram-se avanços significativos na compreensão dos mecanismos genéticos subjacentes à perda auditiva e Surdez, bem como no desenvolvimento de tecnologias para rastreio e diagnóstico genético. Estes avanços na área da genética abrem possibilidades à terapia génica, um tratamento onde é possível introduzir no ouvido uma cópia correta do gene que tem a mutação. De facto, há resultados particularmente promissores para o tratamento de surdez DFNB9 associada ao gene OTOF e para o gene GJB2, havendo diversos ensaios clínicos em curso. Recentemente tem surgido notícias na comunicação social sobre terapia génica bem-sucedida para o gene OTOF, com exemplo para o caso de algumas crianças nascidas surdas em que algumas semanas após o tratamento genético há sinais de que a audição foi restaurada, ouvindo sons de vozes, de carros e até de movimentos associados a objetos mais pequenos. Neste caso, o tratamento genético consiste na introdução de cópias do gene OTOF sem a mutação diretamente no ouvido interno. Estes casos de sucesso, usam métodos ligeiramente diferentes, mas assentam no conhecimento científico da surdez genética e são descritos como tratamentos potenciais para restaurar a perda auditiva genética associada ao gene OTOF.

Os estudos prosseguem para outros genes e em mais pessoas sendo de esperar mais boas novas em breve.

Desafios e Oportunidades Futuras

Claro que continuam a existir desafios a serem superados no campo da saúde auditiva. O acesso equitativo a tecnologias assistivas e serviços de reabilitação continua a ser uma preocupação em muitas partes do mundo, especialmente em comunidades marginalizadas ou com maiores dificuldades económicas. Para além disso, a consciencialização e a educação sobre questões relacionadas à audição são também essenciais para combater o estigma e promover uma sociedade mais inclusiva. A investigação continua a avançar em várias áreas de modo a desenvolver tratamentos mais eficazes e acessíveis para pessoas com deficiência auditiva. Ao mesmo tempo, é importante lembrar o papel crucial das políticas públicas e do apoio governamental na promoção da igualdade de acesso e oportunidades para todas as pessoas

Como forma de evidenciar a importância das tecnologias implantáveis na promoção da inclusão e acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva, pode até pensar-se propor na criação de um Dia Nacional das Tecnologias Implantáveis (Auditivas). Esta data seria uma oportunidade para contribuir a consciencialização sobre os benefícios destas tecnologias e reconhecer os avanços significativos alcançados na área da saúde auditiva. E porque não pensarmos no dia de 23 de junho, o dia em que Alan Turing nasceu (cientista britânico, 1912-XX), pioneiro para os avanços da Ciência nas áreas aqui mencionadas.

Neste Dia Mundial da Audição deixamos a nota de algumas das novas oportunidades de reabilitação, assistência e inclusão que estão a transformar radicalmente a vida das pessoas com deficiência auditiva. Ao promover uma maior consciencialização e investimento nessa área, podemos construir um mundo mais inclusivo, justo e acessível para todos.

 
Autores:
Helena Caria - Sócia Honorária da Associação OUVIR; Departamento de Ciências Biomédicas, Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Setúbal, [email protected]
A. Ricardo Miranda - Presidente e Sócio Fundador da Associação OUVIR, [email protected]
 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Quadriénio 2024-2027
A Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) elegeu Pedro Fabrica como Bastonário para o quadriénio 2024-2027. A tomada de posse...

Pedro Fabrica foi eleito Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários para os próximos quatros anos, sucedendo a Jorge Cid, tendo a sua lista obtido a maioria dos votos na eleição do Conselho Diretivo e dos Órgãos Sociais da OMV, durante a Assembleia Eleitoral que se realizou no passado mês de dezembro.

Eleito agora Bastonário, Pedro Fabrica é Médico Veterinário desde 1997, tendo sido consultor em saúde animal até à data de tomada de posse e doutorando em Ciências Veterinárias pela UTAD em comunicação clínica veterinária.

Com uma vasta atividade profissional, foi membro do Conselho Diretivo da OMV, com o cargo de secretário, entre 2016 e 2019, tendo sido responsável pela organização das várias edições do Congresso EFOMV. Durante esse período, pertenceu aos grupos de trabalho das especialidades e estatuto, teve a seu cargo a reformulação do Cheque Veterinário, a criação do Boletim Sanitário, entre outras ações realizadas nesse mandato. Recentemente, foi também Presidente da Comissão de Organização do 10º EFOMV, em 2023.

Formado pela FMV-UTL, estagiou na Associação de Bovinicultura Leiteira do Norte e Clínica Veterinária do Lima. Exerceu Clínica e Cirurgia de Animais de Companhia, com especial interesse em endoscopia, gastrenterologia, urgências e cirurgia de tecidos moles, no Hospital Veterinário do Porto até 2005. Ao longo do seu percurso, desenvolveu atividade na indústria farmacêutica em empresas multinacionais de saúde animal entre 2005 até 2021, onde exerceu diversos cargos na área de marketing, serviços técnicos, gestão na área de Animais de Companhia e Equídeos, e foi docente convidado na UHTL na área da gastrenterologia e endoscopia entre 2008 e 2009.

Atualmente, é docente convidado no IUCS - CESPU, lecionando parcialmente a disciplina “Finanças e Marketing”. Associativamente, foi Presidente do Conselho Fiscal da APMVEAC e membro da Assembleia Geral da OMV até ao início do atual mandato como Bastonário. Membro da Sociedade Portuguesa de Comunicação Clínica em Cuidados de Saúde. Realizou inúmeras formações em diversas áreas desde a Clínica até à Comunicação e Liderança, e tem sido orador em diversos eventos na área da medicina veterinária.

Entre os principais objetivos do seu mandato, Pedro Fabrica visa desenvolver uma nova forma de defender a profissão e valorizar a medicina veterinária, além de desenvolver um novo posicionamento para a OMV. Por isso, a isenção do IVA dos serviços médico-veterinários e da alimentação animal, a melhoria das condições laborais, a dignificação da profissão e o desenvolvimento da qualidade da Medicina Veterinária que se pratica em Portugal, estão nas suas prioridades enquanto Bastonário.

A Ordem dos Médicos Veterinários é a instituição representativa dos Médicos Veterinários e tem como objetivo a defesa do exercício da profissão, contribuindo para a sua melhoria e progresso.

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