Estudo
Um estudo com quase 3.000 mulheres espanholas defende a criação de mais zonas verdes como estratégia no combate à incidência do...

O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum na mulher e corresponde à segunda causa de morte por tumor oncológico. Em Portugal, são detetados todos os anos cerca de 6.000 novos casos de cancro da mama, sendo que 1.500 mulheres acabam por morrer com a doença.

Em muitos casos, a origem deste tipo de tumor é um mistério, já que os fatores de risco conhecidos - mutações genéticas, obesidade, consumo de álcool, entre outros - explicam pouco mais de metade dos casos.

Um novo estudo conduzido com base em uma amostra de quase 3.000 mulheres de 10 províncias espanholas conclui que viver a 300 metros de um parque urbano ou zona verde reduz o risco de cancro de mama em 35%. O mesmo estudo, escreve o Sapo, vai mais longe e fala numa associação linear: viver a 100 metros de um parque aumenta essa redução de risco para 44%.

Cristina O'Callaghan, epidemiologista e co-autora do artigo, diz ao jornal El País que as percentagens devem ser analisadas com cautela. "A partir de um único estudo não é possível extrair uma percentagem fiável. São necessários mais trabalhos com uma amostra mais ampla", comenta. "Mas podemos afirmar que viver perto de uma zona verde urbana reduz o risco de cancro", defende a investigadora do Instituto de Saúde Global de Barcelona.

Menos stress e menor risco de depressão?
O estudo foi publicado na revista International Journal of Hygiene and Environmental Health.

A hipótese de partida dos investigadores relacionava-se com a ideia de que a proximidade entre a residência e um parque ou jardim aumentaria os níveis de atividade física e outra presunção seria a de que uma zona verde nas imediações da habitação poderia diminuir a contaminação atmosférias.

"A nossa hipótese agora é que essa relação pode dever-se a uma redução dos níveis de stress e depressão", aponta a co-autora.

Outro dos investigadores do estudo, Mark Nieuwenhuijsen, detetou há três anos numa investigação prévia levada a cabo na Catalunha que viver a menos de 300 metros de um parque reduzia os sintomas de ansiedade e depressão, um dos fatores de risco de cancro.

Estudo
Uma investigação preliminar conduzida nos Estados Unidos encontrou metanal, acroleína e metilglioxal em doses potencialmente...

Investigadores do Masonic Cancer Center da Universidade do Minnesota, nos Estados Unidos, concluíram que os cigarros eletrónicos libertam químicos que entram na circulação sanguínea e que podem danificar o ADN e causar cancro.

Testes daquele centro de investigação, escreve o Sapo, detetaram a presença de metanal, acroleína e metilglioxal na saliva de cinco consumidores de cigarros eletrónicos recrutados para um estudo preliminar. Em quatro dos cinco participantes verificaram-se danos no ADN da mucosa da boca relacionados com a exposição à acroleína.

Embora concorde que estes cigarros eletrónicos "são mais seguros do que os normais", a investigadora responsável pelo estudo, Silvia Balbo, comenta que "não basta dizer que alguma coisa é boa só porque não é assim tão má".

Mais estudos
A cientista frisa que o estudo, por si só, não é suficiente para provar que os cigarros eletrónicos causam cancro e sugere, por isso, mais estudos para validar o resultado. Romel Dator, co-autor da mesma publicação e investigador de pós-doutoramento daquela universidade, admite em comunicado que "os cigarros eletrónicos são uma tendência popular, embora os efeitos a longo prazo sejam desconhecidos", escreve a revista Newsweek.

"Queremos caracterizar os produtos químicos aos quais os fumadores estão expostos, bem como qualquer dano potencial para o ADN", acrescentou durante a apresentação do referido estudo no 256.º Encontro Nacional da Sociedade Americana de Químicos (ACS).

Na semana passada, uma outra investigação publicada no jornal científico "Thorax" mostrou que a utilização de cigarros eletrónicos causava inflamação e danos nas células do sistema imunitário dos pulmões.

Em junho, um estudo publicado na revista científica "Arteriosclerosis, Thrombosis, and Vascular Biology" informava que os cigarros eletrónicos são prejudiciais para as células dos vasos sanguíneos, podendo desencadear eventos cardiovasculares.

Segurança Social
O número de subsídios por doença aumentou quase 17% em julho face ao mesmo mês do ano passado, ou seja, registaram-se mais 20...

Os dados oficiais divulgados na segunda-feira mostram que em julho foram atribuídos 138.176 subsídios por doença, um aumento de 16,9% em termos homólogos.

Do total de subsídios por doença, 82.893 foram atribuídos a mulheres e 55.283 a homens, representando respetivamente 60% e 40% dos beneficiários.

Face a junho de 2018, escreve o Sapo, registou-se um aumento de 9,2% no total de beneficiários do subsídio por doença, sendo de 8,6% nas mulheres e de 10,1% nos homens.

Quanto aos beneficiários de prestações de desemprego, o número foi de 168.291 em julho, uma redução de 11% comparando com o mesmo mês do ano passado, ou seja, menos 20.778 subsídios. Porém, registou-se uma subida de 0,4% face a junho.

O subsídio de desemprego foi atribuído a 135.396 pessoas em julho, menos 15.606 que em igual período de 2017, mas relativamente a junho de 2018, verificou-se uma subida de 0,8%.

O número de beneficiários do subsídio social de desemprego inicial foi de 6.248 e o subsequente chegou a 22.149 pessoas, ambos com descidas homólogas e em cadeia.

A medida extraordinária de apoio aos desempregados de longa duração abrangeu 5.387 pessoas em julho, um acréscimo de 1,1% face ao mês anterior (mais 58 indivíduos) e, comparando com julho de 2017, a medida integrou mais 2.238 desempregados.

O valor médio do subsídio em julho foi de 486,67 euros, mais 25,32 euros do que no mesmo mês do ano passado.

 

Na China
A China está a combater um surto da peste suína africana, detetado em três áreas do país, suscetível de afetar a produção de...

Milhares de porcos morreram ou foram abatidos, num esforço para travar a doença, que é altamente contagiosa, e só afeta porcos e javalis.

O surto surge numa altura em que a China tenta deslocar a criação de porcos das fazendas para operações em larga escala, onde o desperdício e a propagação de doenças são mais fáceis de controlar, escreve o Sapo.

A China produz anualmente 600 milhões de porcos e a carne de porco é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60% do total do consumo de proteína animal no país.

Centenas de animais infetados

A flutuação do preço daquela carne é sensível e o governo guarda uma grande quantidade congelada, para pôr no mercado quando os preços sobem.

Na cidade de Lianyungang, leste do país, 15.000 porcos foram abatidos, depois de um surto ter sido detetado, na semana passada, segundo o ministério da Agricultura. As autoridades detetaram 615 porcos infetados, entre os quais 88 morreram.

Estão a ser tomadas medidas para desinfetar áreas contaminadas e impedir que a doença se espalhe.

No início deste mês, em Shenyang, no nordeste do país, foi reportado o primeiro surto da doença, com 47 porcos infetados, e que acabaram por morrer.

Outros 30 porcos foram encontrados mortos devido ao vírus, em Zhengzhou, no centro do país, para onde foram transportados desde Jiamusi, no extremo norte da China.

Estudo
Estudo que envolveu 18 países da OCDE observou um recuo temporário na esperança de vida em 12 deles. Mas quase todos...

A esperança média de vida registou, de 2014 para 2015, quebras generalizadas que se estenderam a um conjunto de 12 países da OCDE, incluindo os Estados Unidos, que tiveram o pior desempenho e que podem estar a braços com um problema mais estrutural, a exigir "uma reflexão urgente", segundo um estudo publicado este mês na revista científica British Medical Journal (BMJ).

Naquele país, escreve o Diário de Notícias, o declínio na esperança média de vida já vem de trás, estando curso há três anos seguidos, depois de um período idêntico de estagnação, e parecem estar ali em causa problemas mais profundos.

Os resultados surpreenderam os próprios autores da investigação, uma equipa que foi liderada por Jessica Ho da Universidade de Southern California, e Arun Hendi, da Universidade de Princeton, ambas nos Estados Unidos. Os investigadores decidiram olhar para as tendências em 18 países da OCDE e acabaram por se deparar com aquele episódio de quebra generalizada nas esperança de vida entre 2014 e 2015.

Apesar de no biénio seguinte (2015 para 2016) quase todos os países terem recuperado e até ultrapassado as perdas, a quebra, pela sua extensão geográfica, deixa preocupações no ar, admitem os autores.

Em relação aos Estados Unidos, que não recuperaram sequer, antes mantiveram o caminho no recuo da esperança de vida, os cientistas sugerem a possibilidade de as desigualdades sociais poderem ter aqui um contributo importante, o que, dizem, deve ser investigado, para aprofundar eventuais mudanças nas políticas sociais.

"Embora não tenhamos examinado a forma como as desigualdades económicas podem estar a contribuir para o declínio da expectativa de vida, é possível que maiores desigualdades num país o tornem mais vulnerável a este declínio", escreve a equipa de Jessica Ho no BMJ, sublinhando que estudos anteriores "já apontam para a existência desta correlação"

Gripe severa e uma epidemia de opiáceos
O estudo abrangeu um total de 18 países da OCDE - incluindo Portugal, que tem vindo a crescer na esperança média de vida, e que em 2016 apresentava como valores, citados neste estudo, 84,32 anos para as mulheres, e os 78,11 para os homens.

Como escreve a equipa no seu artigo British Medical Journal, "esta foi a primeira vez em décadas recentes que tantos países desenvolvidos, no total de 12, registaram em simultâneo declínios tão apreciáveis na esperança média de vida, tanto para homens para mulheres".

Comparando com outras quebras registadas anteriormente, esta foi, aliás, a mais acentuada, chegando ao dobro de anteriores episódios no caso das mulheres, e a mais 70% no caso dos homens. Valores que colocam a quebra de 2014-2015 "em destaque", sublinham os autores, "tanto pela sua dimensão geográfica como sua magnitude".

As causas? A gripe especialmente severa naquele período, as pneumonias e outras doenças respiratórias são apresentadas como um dos fatores decisivos para aqueles valores. Mas as doenças cardiovasculares, o Alzheimer e as doenças mentais e do sistema nervoso também figuram no top das causas de morte durante aquele período. Já nos Estados Unidos a história não se conta bem assim.

Os valores das quebras observadas entre 2014 e 2015 na esperança média de vida variaram entre menos 0,03 anos na Suécia, e menos 0,55 na Itália, para as mulheres, e entre menos 0,003 na Bélgica e menos 0,43 na Itália, para os homens, mas é nos Estados Unidos que o fenómeno assume contornos particulares.

Desde logo, o recuo já vinha de trás naquele país, mas ao contrário dos outros países, com exceção do Reino Unido, que seguiu exatamente a mesma tendência, não se registou ali uma recuperação no biénio seguinte.

Os Estados Unidos têm a mais baixa esperança de vida entre todos os países estudados - 81,40 anos para as mulheres e 76,40 para os homens - e apresentam ainda uma outra particularidade: a idade em que se concentra mais este declínio não é nas faixas etárias mais idosas, como nos outros países, mas nos 20 e nos 30 anos, estando diretamente relacionada com as mortes por overdose, como mostrou uma outra investigação também publicada no British Medical Jounal na semana passada.

Coordenado por Steven Woolf da universidade americana de Virginia Commonwealth, essa segunda investigação avalia sobretudo estas mortes precoces associadas ao consumo de drogas e álcool, que para além do risco de overdose contribuem também para o aumento de óbitos associados a doenças do coração, dos pulmões ou do fígado. "A epidemia dos opiáceos é só a ponta do icebergue", alerta Steven Woolf.

Tomados em conjunto, os dois estudos são uma espécie de alerta, sobretudo para os Estados Unidos. É isso mesmo que diz o especialista Domantas Jasilonis, do Instituto Max Planck, na Alemanha, num editorial publicado na mesma revista, no qual alerta para a possibilidade de as descontinuidades nas tendências sociais e as situações de desigualdade e de austeridade económica poderem conduzir a crises prolongadas nos sistemas de saúde dos países.

Verão agrava comportamentos extremos de perda de peso
A anorexia nervosa é considerada uma perturbação do comportamento alimentar e atinge cerca de 1% da

O quadro clínico é habitualmente complexo e caracteriza-se por uma preocupação exagerada com o peso, acompanhada de uma distorção na forma como o indivíduo se perceciona. Esta distorção cognitiva da imagem corporal está presente, ainda que o peso corporal possa ser extremamente reduzido. Habitualmente, fatores de ordem social podem ser determinantes na génese e manutenção da doença, sobretudo quando existe um terreno de vulnerabilidade biologicamente determinado.

Numa fase inicial, há uma diminuição da ingestão de alimentos, que é autoimposta de forma rígida e que não se associa, na maior parte das vezes, a uma verdadeira diminuição do apetite. A par desta conduta alimentar extremamente restritiva, onde não há lugar para certo tipo de alimentos, surgem muitas vezes outras estratégias que potenciam a perda de peso, como a prática de exercício físico intenso, a indução de vómito ou o uso de laxantes e diuréticos.

Para além dos sintomas nucleares da doença, surgem muitas vezes outras queixas psiquiátricas, como o humor depressivo, a ansiedade aumentada, as alterações do padrão habitual de sono, o isolamento social, os sentimentos de tristeza, culpa e desvalorização pessoal.

A médio e longo prazo, as consequências para a saúde física podem ser muito graves, colocando mesmo em risco a vida do indivíduo. Anemias por défice de nutrientes, alterações em análises de rotina ou amenorreia são apenas alguns exemplos que merecem atenção. A procura de ajuda médica acontece geralmente em fases tardias da evolução da doença, muitas vezes em situações de desnutrição severa, com eventual compromisso da função de vários órgãos e sistemas.

Muito embora fundado em critérios clínicos, o diagnóstico desta perturbação requer uma avaliação mais cuidada, sendo necessários exames complementares de diagnóstico que permitam, por um lado, excluir outras doenças que cursam com perda de apetite e diminuição de peso, e por outro avaliar, nos casos em que se confirme o diagnóstico, o rebate no organismo de um estado prolongado de privação autoimposta de alimento.

A doença apresenta muitas vezes um curso crónico e o tratamento pode ser longo e difícil. O não reconhecimento da doença e a relutância em aceitar o projeto terapêutico são, porventura, o maior entrave ao tratamento. Se, nos casos de gravidade ligeira a moderada, pode ser tentado em ambulatório, com acompanhamento regular em consulta, nos casos mais graves pode ser necessário um internamento hospitalar em regime integral ou parcial. A juntar ao acompanhamento por um médico psiquiatra, pode ser necessária a intervenção de outros técnicos de saúde, designadamente psicólogos, nutricionistas ou médicos de outras especialidades.

Não sendo fácil compreender quando estamos perante esta perturbação, como é possível para os pais, principalmente, distinguirem uma simples dieta da anorexia nervosa? E em que situações devem ficar alarmados porque o/a filho/a adolescente não come?

A dieta é uma restrição qualitativa ou quantitativa de alimentos, habitualmente por um curto período de tempo, e que visa um objetivo específico, como a perda de peso. Quando é feita de forma rígida, sem critério, e quando coloca em risco a saúde do indivíduo, pode constituir o ponto de partida para situações de doença, falemos nós de anorexia nervosa ou outra perturbação do comportamento alimentar. Existem sinais de alerta que devem ser encarados com seriedade, principalmente na época do verão, altura em que os jovens se preocupam especialmente com o seu aspeto físico:

  • Tenha em atenção as dietas demasiado rígidas, em que nunca há lugar para a “transgressão” e que incluem “alimentos proibidos” (doces, farináceos…);
  • Apesar da perda de peso, a pessoa com anorexia continua a achar que tem peso a mais e é precisamente esta distorção da autoimagem que constitui um dos aspetos nucleares do quadro;
  • Por vezes, e de forma quase paradoxal, podem existir episódios de ingestão alimentar compulsiva, que se caracterizam pela ingestão de uma quantidade exagerada de alimentos, a que sobrevêm muitas vezes sentimentos de culpa e arrependimento;
  • Esteja atento às estratégias compensatórias: o vómito após a refeição, as idas ao ginásio cada vez mais frequentes, ou o uso de substâncias que promovem a perda de peso;
  • Pensamentos constantes sobre comida e contagem de calorias são também sinais de alerta.

Importa referir que, em caso de dúvida, a procura de ajuda profissional é sempre uma boa opção.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Quase todas as regiões de Portugal continental e dos arquipélagos da Madeira e Açores apresentam hoje risco muito elevado de...

Em risco muito elevado estão os distritos de Braga, Viana do Castelo, Porto, Vila Real, Bragança, Viseu, Coimbra, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Lisboa, Setúbal, Santarém, Évora, Beja e Faro) e ainda Funchal e Porto Santo (arquipélago da Madeira) e as ilhas do Faial (grupo central) e São Miguel (grupo oriental).

Os distritos de Aveiro e Leiria e as ilhas das Flores (grupo ocidental dos Açores) e Terceira (grupo central) estão hoje em risco elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda a utilização de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao Sol.

O índice ultravioleta varia entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade na faixa costeira ocidental até ao início da tarde, persistindo em alguns locais a norte do Cabo Raso ao longo do dia.

Durante a tarde, está previsto um aumento de nebulosidade nas regiões do interior com condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros, que poderão ser por vezes fortes, de granizo e acompanhados de trovoada.

A previsão aponta ainda vento fraco, soprando temporariamente moderado do quadrante oeste a partir da tarde e sendo moderado de nordeste nas terras altas da região Norte até ao início da manhã e descida da temperatura máxima no litoral a norte do Cabo Raso.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 15 graus celsius (no Porto) e os 22 (em Faro) e as máximas entre os 23 (no Porto) e os 38 (em Santarém).

O IPMA prevê para hoje na Madeira céu pouco nublado, apresentando períodos de maior nebulosidade nas vertentes norte até ao início da manhã e vento fraco a moderado predominando de nordeste

No Funchal as temperaturas vão oscilar entre os 21 e 28 graus Celsius.

Para as ilhas das Flores e Corvo (grupo ocidental dos Açores) prevê-se períodos de céu muito nublado com abertas, aguaceiros, em geral fracos e vento nordeste moderado a fresco com rajadas até 50 km/h.

O IPMA prevê para as ilhas Graciosa, S. Jorge, Terceira, Faial e Pico (grupo central) céu muito nublado, períodos de chuva ou aguaceiros. Possibilidade de trovoada e vento fraco, tornando-se moderado de nordeste.

Em S. Miguel e Santa Maria (grupo oriental) estão previstos períodos de céu geralmente pouco nublado e vento fraco.

Em Santa Cruz das Flores e em Ponta Delgada as temperaturas vão variar entre os 20 e os 26 graus Celsius, na Horta entre os 21 e os 27 e em Angra do Heroísmo entre os 21 e os 26.

Instituto Nacional de Emergência Médica
A formação no uso de desfibrilhadores deverá ser obrigatória para quem vai tirar a carta de condução, alunos do ensino...

A recomendação de formação em suporte básico de vida (SBV) e desfibrilhação automática externa (DAE) consta de um relatório publicado na página da Internet do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), citado hoje pelo Jornal de Notícias.

O relatório, no qual são feitas várias recomendações, foi realizado por um grupo de trabalho criado pelo Ministério da Saúde para estudar a requalificação do Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa de 2009 e está em discussão pública até dia 27 de agosto.

No documento é destacado que a desfibrilhação deve continuar a ser enquadrada em programas organizados e manuseada por operacionais treinados e licenciados de acordo com a lei.

“Contudo, no momento atual estão reunidas as condições de segurança para que, em situações particulares, o manuseio do DAE possa ser feita por cidadãos não treinados, sempre que possível por indicação telefónica dada pelo médico do CODU [centro de orientação de doentes urgentes], ou estruturas equivalentes nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, em tempo útil e em benefício da vítima”, é referido.

Nesse sentido, o grupo trabalho recomenda que a formação no uso do dispositivo passe a ser obrigatória a todos os candidatos à obtenção de carta de condução e de licença marítima turística, alunos no ensino secundário, concretizando-se o currículo oficial em vigor para o treino de (SBV) e acrescido de treino em competências de DAE e alunos do ensino superior das Ciências da Saúde e do Desporto.

Para além dos profissionais de saúde, a formação deverá ser também obrigatória a todos os nadadores-salvadores do Instituto de Socorros a Náufragos, agentes da GNR integrados no Grupo de Intervenção Proteção e Socorro (GIPS), novos elementos incorporados nas forças de segurança (PSP, Polícia Municipal, GNR e polícia marítima).

“Tripulantes de ambulâncias (incluindo de transporte não urgente e de empresas privadas, em ambulância ou viatura dedicada ao transporte de doentes) e novos vigilantes de empresas de segurança, oficiais da marinha mercante (…) e os tripulantes de cabine de aeronaves comerciais com base em Portugal” devem, segundo o grupo de trabalho, também fazer a formação.

O relatório recomenda também um reforço de dispositivos em locais onde passam em média mil pessoas por dia como centros comerciais, unidades hoteleiras, monumentos, áreas de diversão, embarcações turísticas e de transporte público, aeronaves da aviação comercial, comboios de longo curso, estabelecimentos de ensino, ginásios e complexos desportivos e unidades de saúde.

É também proposta a “implementação de um estudo-piloto que implique a realização de um registo a efetuar em duas ou três regiões do país, durante um tempo determinado e que deverá incluir todas as entidades responsáveis pelos cuidados de saúde das vítimas de PCR [paragem cardiorrespiratória] nas regiões escolhidas”.

No documento é referido ainda que o grupo de trabalho “detetou importantes lacunas” nos registos de casos e sugere a criação de novas bases de dados.

É ainda recomendado um Plano Nacional de Combate à Morte Súbita Cardíaca e o desenvolvimento de uma Campanha Nacional de Sensibilização.

 

Em Portugal
Doença afeta mais de um milhão de portugueses. Em 2040, a diabetes afetará 1 em cada 10 adultos em todo o mundo. Autoridade...

Em Portugal, por dia, são diagnosticados com diabetes cerca de 200 novos casos e 500 doentes são internados nos hospitais portugueses. A prevalência estimada da diabetes na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos (7,7 milhões de indivíduos) é de 13,3%, isto é, mais de um milhão de portugueses. A este número somam-se mais de dois milhões de pessoas com pré-diabetes. Estima-se ainda que, cerca de 44% das pessoas com diabetes esteja por diagnosticar, segundo os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Em média, a diabetes mata entre dez a doze portugueses por dia, revela o último relatório nacional da DGS, divulgado no âmbito do Dia Mundial da Diabetes. Em 2040, a estimativa é que a doença afete um em cada dez adultos, em todo o mundo, cerca de 642 milhões.

Apesar dos múltiplos investimentos ao nível do diagnóstico precoce e dos avanços terapêuticos, a diabetes continua a envolver elevados custos económicos, sociais e humanos.

Recorde-se que, com vista ao reforço da prevenção e controlo da diabetes em Portugal durante os próximos cinco anos, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) estabeleceu, em maio de 2018, um compromisso de cooperação com a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e as Administrações Regionais de Saúde (ARS) do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e do Algarve. A cooperação entre a APDP, a ACSS e as ARS iniciar-se-á em janeiro de 2019, estendendo-se a 31 de dezembro de 2023, permitindo aos utentes com patologia de diabetes, identificados em cada ARS, que usufruam da oferta atual de prestação de cuidados de saúde disponibilizada pela APDP, nomeadamente consultas, tratamentos e exames.

Com os números que a diabetes atinge em Portugal e no mundo, só uma abordagem integrada poderá ser capaz de dar uma resposta. O combate à diabetes, nas suas vertentes de prevenção, tratamento e acompanhamento é provavelmente o principal desafio a vencer na próxima década em Portugal.

Crómio: importante papel na manutenção dos níveis de glicose no sangue
A diabetes é uma doença metabólica crónica que se caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue (glicémia). Hoje, sabe-se que, várias investigações sugerem a capacidade do crómio para regular as concentrações de açúcar no sangue, ajudar a promover o controlo da diabetes e diminuir o risco de doenças crónicas em pessoas com excesso de peso.

A atestar os benefícios do crómio, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA), refere que “a levedura de crómio contribui para a manutenção de níveis de açúcar no sangue estáveis, e com um suplemento diário, é fácil assegurar a ingestão diária deste micronutriente essencial.”

São vários os estudos que confirmam que a suplementação com crómio pode ser útil para diabéticos. O crómio, em conjunto com a insulina, ajuda a transportar a glicose da corrente sanguínea para as células, onde esta constitui uma importante fonte de energia. Na falta de crómio, este processo não ocorre eficazmente, levando à acumulação no sangue, para além disso ao regular as concentrações de açúcar no sangue, o crómio pode ajudar a promover o controlo da diabetes e a diminuir o risco de doenças crónicas em pessoas com excesso de peso.

Investigadores alertam
Lentes de contacto atiradas para a sanita ou para o lavatório contribuem para a poluição dos oceanos e acabam ingeridas por...

A quantidade de resíduos plásticos criados pelas lentes de contacto é equivalente, só nos Estados Unidos, a 400 milhões de escovas de dentes por ano, informam investigadores da Universidade do Estado do Arizona (ASU), que apresentaram as suas descobertas no encontro nacional da Sociedade Americana de Química, em Boston.

"Estes são poluentes significativos", comentou Rolf Halden, do Centro de Engenharia de Saúde Ambiental do Instituto de Biodesign, da ASU.

"Há milhares de milhões de lentes que acabam nas águas residuais dos Estados Unidos todos os anos. São pelo menos 20.000 quilos por ano de lentes de contacto", acrescentou.

Halden, que usou lentes de contacto durante a maior parte da sua vida, começou a estudar a degradação desse produto depois de se questionar sobre o destino de todas as lentes que descartou, escreve o Sapo.

Aproximadamente 45 milhões de pessoas usam lentes de contacto nos Estados Unidos, o que perfaz um total de 13 mil milhões de lentes de contacto utilizadas por ano.

Para onde vão as lentes?
Uma investigação com utilizadores de lentes de contacto nos Estados Unidos "descobriu que 15 a 20% dos seus consumidores descartam as lentes no lavatório ou sanita", adianta Charlie Rolsky, investigador e estudante de doutoramento da ASU.

Os investigadores seguiram o seu percurso até às estações de tratamento de águas residuais e descobriram que as lentes de contacto se desintegram, mas não se degradam. As partículas de plástico fluem para os oceanos ou formam parte do lodo dos esgotos, que é frequentemente aplicado à terra como fertilizante.

No caso dos oceanos, pequenos e grandes peixes, assim como o plâncton, podem confundir microplásticos com alimentos.

Esses plásticos indigeríveis seguem o seu caminho pela cadeia alimentar, chegando aos alimentos consumidos por humanos.

A equipa científica da ASU encontrou apenas um fabricante de lentes de contacto cuja embalagem informa os utilizadores sobre como descartar este produto de forma adequada.

"Não coloque as lentes em águas residuais. Coloque-as em resíduos sólidos ou recicle-as", adverte Halden.

Estudo
Uma em cada 160 crianças do mundo tem autismo. A prevalência deste distúrbio neurológico tem vindo a aumentar nos últimos anos.

Sabe-se que a exposição a alguns insecticidas pode ter efeitos nefastos para a saúde humana. O dicloro-difenil-tricloroetano (DDT), um composto químico que pertence ao grupo dos organoclorados, foi um insecticida bastante utilizado durante a Segunda Guerra Mundial pela sua eficácia no combate às pragas de insectos que transmitiam doenças e arruinavam plantações.

Até que surgiram provas sobre os efeitos nocivos do DDT para o ambiente e o seu uso foi banido em vários países. Nos Estados Unidos, proibiram-no em 1972 e, no espaço comunitário, em 1986. Hoje em dia, acredita-se que ainda continua a ser usado nalguns países de África e, em situações de emergência, no controlo da malária, tendo acabado por ser recomendado de novo pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2006.

Já em 2015, um estudo da OMS alertou para a probabilidade de o DDT – que leva várias décadas a decompor-se e vai permanecendo nos ecossistemas através da cadeia alimentar – ser cancerígeno para os seres humanos. Agora, uma investigação vem revelar que o DDT pode estar também associado a uma maior probabilidade de autismo nos filhos de mulheres expostas a este químico na fase inicial da gravidez, que passa para o feto através da placenta.

O estudo foi realizado por uma equipa internacional, liderada pelo  epidemiologista Alan Brown, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e publicado na revista American Journal of Psychiatry. Contou ainda com a colaboração de cientistas da Universidade de Turku e do Instituto Nacional de Saúde e Bem-Estar, na Finlândia.

Os investigadores analisaram amostras sanguíneas, recolhidas entre 1987 e 2005 para uma base de dados, de mais de um milhão de mulheres grávidas na Finlândia e os registos de saúde dos respectivos filhos (acompanhados até 2007). Posteriormente, compararam os dados de 778 crianças que revelaram ter autismo (e respectivas mães) com outras 778 sem qualquer diagnóstico da doença (o grupo de controlo), tendo em conta factores como a data e local de nascimento, sexo e residência dos indivíduos.

Os resultados revelaram que as mulheres que apresentaram níveis mais elevados (acima do 75.º percentil de distribuição) de DDE, um metabolito do composto DDT, no sangue durante a gravidez tinham até mais 32% de probabilidade de terem filhos com autismo do que aquelas que apresentavam níveis mais baixos. O estudo mostrou ainda que as mães com altas concentrações de DDE tinham duas vezes mais probabilidade de ter filhos que desenvolvessem autismo associado a deficiência intelectual, atendendo a variáveis como a idade da mãe, estatuto socioeconómico e o histórico psiquiátrico familiar.

“O autismo (ou perturbações do espectro do autismo) é um distúrbio complexo do neurodesenvolvimento com uma etiologia amplamente desconhecida”, definem os autores no artigo, que é caracterizado por dificuldades a nível comunicacional, social e comportamental. A sua expressão varia bastante, não só de pessoa para pessoa, mas também ao longo da vida de um indivíduo e de acordo com as comorbilidades – condições associadas ao autismo – como, por exemplo, a deficiência intelectual à qual os autores se referem.

A OMS estima que, globalmente, uma em cada 160 crianças tem autismo, enquanto estudos realizados nos últimos 50 anos indicam que a prevalência do autismo tem vindo a aumentar, esclarece o site especialista em saúde News Medical. Em Portugal, à semelhança de outros países, em dez mil pessoas há dez com autismo, afectando mais os rapazes, avança a Federação Portuguesa de Autismo.

Alan Brown, principal autor do estudo em questão, confirma ao jornal Público por e-mail estes dados e nota ainda que, no geral, o risco de uma criança desenvolver autismo é relativamente baixo: em média, afecta entre 1 e 1,5% da população mundial. Segundo o autor, o desenvolvimento deste distúrbio neurológico deve-se a uma série de factores, incluindo genéticos e ambientais.

O recente estudo é o primeiro a usar um biomarcador – através das análises de sangue – para determinar, de forma direta, a exposição ao insecticida, enquanto as investigações anteriores se baseavam na proximidade geográfica dos indivíduos a locais contaminados ou a poluição do ar. Os cientistas analisaram ainda a exposição das mães a outro tipo de poluentes, os policlorobifenilos (PCB), mas não encontraram correlação entre essas substâncias e a propensão para o autismo.

Porém, os autores são cuidadosos na abordagem e sublinham que as descobertas não provam que o autismo é causado pelo DDT, mas sim que a substância poderá funcionar como um gatilho, sendo necessários mais estudos para determinar exatamente o mecanismo, caso haja algum, através do qual a exposição ao DDT pode afectar o cérebro durante o desenvolvimento da criança.

Alan Brown deixa hipóteses no ar. Por um lado, está demonstrado que o DDT pode aumentar o risco de baixo peso à nascença, de nascimento prematuro e comprometer as funções cognitivas, factores de risco para o desenvolvimento de autismo. Por outro, estudos em ratinhos mostraram que o DDE pode inibir a ligação de hormonas aos receptores androgénicos (afectando assim a ação das hormonas sexuais masculinas), com impacto no desenvolvimento cerebral, particularmente em rapazes, o que não acontece com os PCB. Mas poderá estar também associado à epigenética, em que ocorrem modificações genéticas durante o desenvolvimento fetal, mas não há alterações na própria molécula de ADN, explica o investigador.

Certo é que a população continua em risco de exposição a este insecticida que “poderá estar [presente] em níveis mensuráveis, pelo menos, por mais uma geração”, acrescenta ao jornal Público Alan Brown. Embora tenha sido proibido em muitos países ocidentais, o cientista acredita que o DDT continua a ser usado em certos países, dificultando uma redução dos níveis de concentração. Um primeiro passo seria, então, uma proibição total do seu uso. Ao nível individual, a prevenção pode passar por conhecer o ambiente que nos rodeia, evitar viver perto de locais de resíduos tóxicos ou consumir alimentos biológicos. Essencialmente, conclui Alan Brown, “as pessoas devem estar informadas sobre os riscos para a sua saúde”.

Quanto ao estudo, revela um pouco mais sobre a incidência do autismo na população finlandesa. “Tem potenciais implicações para a prevenção do autismo e pode fornecer uma melhor compreensão de sua patogénese”, diz o artigo. Bruce Lanphear, epidemiologista da Universidade Simon Fraser, em Burnaby (Canadá) e que não fez parte desta descoberta, sublinha ainda à revista Nature que “são estes estudos que levam aos maiores avanços na saúde”.

Impulsionadores
Os impulsionadores do cheque-dentista consideram que o programa provou ser uma "reforma inovadora” e atribuem o seu...

Desde que foi lançado em 2008, o programa nacional de saúde oral já chegou a 3,3 milhões de portugueses, abrangendo atualmente crianças e adolescentes até aos 18 anos que frequentam escolas públicas, idosos com complementos solidários, grávidas, portadores de VIH/sida e doentes que necessitem de intervenção precoce devido a cancro da boca.

A reforma foi lançada pelo então ministro da Saúde do Governo PS Correia de Campos que recordou como nasceu o programa. Na altura existia “uma situação em que o SNS praticamente se desresponsabilizava de qualquer tratamento de saúde oral”, contou.

“Havia um certo acompanhamento através dos mecanismos de saúde escolar, que quase se limitava à avaliação do estado de saúde oral da população escolar, e isso era muito insuficiente porque, em primeiro lugar, cobria apenas uma franja da população, e, em segundo, não previa qualquer espécie de tratamento, de maneira que era uma lacuna muito grande no SNS”, disse Correia de Campos.

Também existiam centros de saúde com alguns equipamentos dentários que, por vezes, faziam contratos com dentistas, mas “não resolviam, nem de longe nem de perto”, a situação.

O momento da reforma, segundo Correia de Campos, foi facilitado pelo facto de, na altura, existirem recursos humanos.

“Foi uma conjugação de necessidade, agravada com o tempo, e de disponibilidade de recursos humanos, que se fez com uma enorme cooperação da Ordem dos Médicos Dentistas”, lembrou.

“Houve um bom entendimento, uma relação muito fácil, muito direta, provocada pelo facto de muitos dentistas terem pouco trabalho e pela circunstância de o SNS precisar de cuidar da saúde oral da sua população”, contou.

Para o antigo ministro, a decisão política “mais difícil e mais importante” foi a construção do sistema. “Entendi que seria um desperdício” criar consultórios de saúde oral no SNS porque já existiam em “quantidade muito abundante” e havia dentistas “bem formados, bem treinados e em grande quantidade”. Portanto, “não fazia sentido o Estado investir milhões de euros a montar instalações” e a recrutar profissionais.

“Portanto, fomos aproveitar as condições que já existiam no país”, uma decisão que “foi atacada à esquerda do Partido Socialista”, mas com “pouca convicção”, porque as pessoas perceberam que “a solução era realista e vinha resolver uma boa parte do problema”.

Devido aos “recursos limitados” foi tudo “bastante controlado” desde o início. “Se tivéssemos ido para uma solução de convencionar com os consultórios médicos sem um ‘plafond’ estaríamos numa situação de descontrolo”, porque “era muito fácil chegar a uma situação de multiplicação, não necessária, de atos, de haver aqui ou ali uma pequena fraude, e isso seria muito dificilmente controlável”.

Correia de Campos salientou a importância do bastonário dos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, para a construção do sistema, assim como do professor Jorge Simões, o “patrono da ideia”, na altura na Universidade de Aveiro, entidade a quem o Ministério da Saúde encomendou o sistema informático, e de Rui Calado, da Direção-Geral da Saúde.

Num artigo publicado no Health Policy Journal sobre os dez anos do programa, Jorge Simões afirmou que “o cheque-dentista provou ser uma reforma inovadora” devido a um “grande consenso entre todas as partes interessadas, permitindo a liberdade de escolha dos utentes e respondendo à necessidade de aumento o acesso da população à saúde oral”.

A população abrangida é “um dos aspetos mais positivos” do programa que “deve orgulhar os políticos que tomaram esta decisão, os técnicos que se envolveram em todo este processo e os portugueses que têm à sua disposição um instrumento que até 2008 não existia”, disse Jorge Simões à Lusa.

Para o bastonário dos Dentistas, “tem sido importante manter aquilo que já existe” e que é “uma referência internacional em termos de acesso a cuidados de medicina dentária”.

“Havia algumas tentações negativas, evidentemente, de colocar em causa o programa, que já chegou a três milhões de portugueses e que tem provocado importantes ganhos em saúde para vários grupos, mas essencialmente nas crianças, adolescentes, grávidas e portadores de VIH”, salientou Orlando Monteiro da Silva.

Especialista
Apenas 6.081 dos 175.306 idosos que receberam complemento solidário em 2017 utilizaram o cheque-dentista, uma cobertura “muito...

No ano passado, o programa de saúde oral contratou 4.678 dentistas espalhados por 8.641 clínicas do país, uma cobertura elevada, que varia entre 97,7% no Norte e 89,4% no Algarve.

Contudo, a sua abrangência apresenta variações conforme a população-alvo: enquanto nas crianças e nos adolescentes a cobertura se situa nos 95% e nas grávidas em 63%, nos idosos baixa para os 3,5%.

“São um grupo muito vulnerável da população, com alfabetização reduzida e podem não estar plenamente conscientes do seu direito ao uso do cheque-dentista”, afirma Jorge Simões, um dos autores do programa, num artigo publicado no Health Policy Journal, que avalia os dez anos do cheque-dentista.

Em declarações, o diretor da Unidade de Saúde Pública Internacional e Bioestatística do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, explicou que o acesso ao programa “pressupõe conhecimento”, o que coloca os idosos em desvantagem em relação a outros grupos beneficiários do programa financiado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Enquanto as crianças e os adolescentes recebem os seus vales automaticamente nas escolas públicas e estão ao alcance dos serviços de saúde, as grávidas, os idosos e os portadores de VIH/Sida têm de revelar a sua condição para receber o cheque-dentista, explicou.

Para inverter esta situação, o especialista defendeu que deve haver uma “maior preocupação” por parte da equipa de saúde que acompanha o idoso em saber a sua condição e informá-lo sobre os seus direitos, tal como os párocos e as outras confissões religiosas podem anunciar nas paróquias que existe o cheque-dentista e a quem se destina.

Fazendo um balanço dos 10 anos da medida, Jorge Simões destacou como “aspetos mais positivos” já ter abrangido 3,3 milhões de portugueses e ter “melhorado drasticamente” os indicadores de saúde oral.

Entre 2006 e 2013, o indicador de dentes cariados, perdidos e obturados diminuíu 20% nas crianças de 12 anos. “Se podemos dizer que há um nexo de causalidade óbvio, absoluto entre cheque-dentista e esta descida, não. O que podemos dizer é que seguramente também se deve ao cheque-dentista esta descida tão significativa”, frisou.

No artigo, Jorge Simões e os outros autores afirmam que, embora o programa tenha uma natureza não universal, que pode pôr em risco “o princípio do acesso universal” a cuidados de saúde pública, a sua cobertura tem sido alargada, tendo em conta os grupos mais vulneráveis e a necessidade de prevenção e de tratamento precoce das doenças orais mais graves.

“Quando o SNS não pode, por razões financeiras, dar uma resposta a todos os cidadãos, então é preferível, sem demagogias, dizer ‘eu vou progressivamente alargando esta resposta, mas vou começando pelos grupos prioritários’ e eu julgo que as escolhas foram bem feitas”, considerou à Lusa.

No entanto, a medida deixa de fora potenciais beneficiários como crianças e adolescentes que frequentam escolas privadas ou idosos que recebem reformas baixas, mas insuficientes para acederem a benefícios sociais.

Mas, adverte, a expansão do cheque-dentista ou de outras formas de prestação de cuidados de saúde oral pode “ser prejudicada pela necessidade de conter custos e alcançar a sustentabilidade financeira no SNS”.

Ministério da Saúde
O Governo está a estudar a criação de um cheque-dentista específico para reclusos e a prestação de cuidados de medicina...

A solução a aplicar nos estabelecimentos prisionais está a ser estudada pelos gabinetes do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, e da secretária de Estado da Saúde, Rosa Valente de Matos, e visa apoiar os reclusos, “uma população vulnerável, com necessidades específicas”, adianta o Ministério da Saúde numa resposta a propósito dos dez anos do programa cheque-dentista.

“Os dois gabinetes estão a estudar uma solução, que pode começar como experiência-piloto no início de 2019, e que passa pela prestação de cuidados de medicina dentária em consultórios dentro dos estabelecimentos prisionais”, adianta.

Fazendo um balanço dos dez anos do programa nacional de saúde oral, o Ministério da Saúde adianta que, desde 2008 até ao passado dia 16 de agosto, foram emitidos 5.234.298 (5,2 milhões) cheques-dentistas, o que representou um investimento de 132.641.390 euros (132,6 milhões de euros).

Segundo os dados do ministério, foram ainda emitidos 20.638 vales no âmbito do Programa de Intervenção Precoce do Cancro Oral, um investimento de 331.190 euros.

Outro dos objetivos do Governo para garantir “uma cobertura mínima em todo o país no acesso a consultas de medicina dentária no Serviço Nacional de Saúde”, é que, até ao final da presente legislatura, haja, pelo menos, um gabinete de saúde oral em cada agrupamento de centros de saúde, num total de cerca de 90 gabinetes.

Atualmente existem 53 médicos dentistas nos cuidados de saúde primários e 59 centros de saúde com gabinetes de saúde oral, 22 dos quais na Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, 25 na ARS Norte, seis da ARS Centro, três na ARS do Alentejo e três na ARS do Algarve.

Desde setembro de 2016 até 31 de julho foram realizadas 83.077 consultas de medicina dentária, acrescentam os dados do Ministério da Saúde.

Desde que foi lançado em 2008, o programa nacional de saúde oral já chegou a 3,3 milhões de portugueses, abrangendo atualmente crianças e adolescentes até aos 18 anos que frequentam escolas públicas, idosos com complementos solidário, grávidas, portadores de VIH/sida e doentes que necessitem de intervenção precoce devido a cancro da boca.

Mantenha os bons hábitos alimentares
Não é preciso, nem deve, ir de férias a contar calorias ou preocupado com o que pode, ou não, comer.

As férias podem ser imprevisíveis e a quebra ou a mudança de rotina, os novos horários, a descontração, o desejo de passar menos horas na cozinha ou o facto de estar fora de casa, podem gerar alguma desorganização no dia alimentar.

Estes fatores podem levar-nos a tomar decisões rápidas e impulsivas que, apesar de inicialmente parecerem ser mais práticas, nem sempre são as escolhas alimentares mais saudáveis e equilibradas.

De forma a combinar refeições práticas e simples, mas saudáveis, torna-se crucial e importante planear as férias.

Este planeamento implica, programar com antecedência a ementa para os dias de férias e garantir que todos os ingredientes e alimentos necessários estão disponíveis, de modo a evitar as refeições não programadas, tipicamente baseadas em alimentos muito processados como os pratos pré confecionados, os salgados, ou a fast food.

Além de facilitar as escolhas mais saudáveis, é uma excelente forma de evitar a preocupação com confeção das refeições, e o ter que pensar no que vai fazer para o jantar, todos os dias.

Organize, também, a alimentação destes dias tendo em conta o número de refeições que vai fazer em casa, ou em restaurante, e procure fazer um reconhecimento da zona para saber que restaurantes e bares estão disponíveis e onde há um supermercado aberto.

Mantenha-se bem hidratado
No que respeita às bebidas, a água é a bebida de eleição e deve ser ingerida gradualmente ao longo do dia, de forma a evitar chegar a sentir sede. Também pode optar pelas águas aromatizadas com pepino, limão, canela ou hortelã ou pelas infusões e chás sem açúcar adicionado.

O consumo de bebidas açucaradas, como os os refrigerantes, e as bebidas alcoólicas deve ser reduzido. Estas bebidas fornecem calorias vazias, aumentado o aporte de energia (calorias).

Experimente beber um grande copo de água antes das refeições, pois algumas vezes a sede pode confundir-se com sensação de fome. Antes de sair de casa, leve consigo uma garrafa com água, para manter o organismo bem hidratado, principalmente nos dias mais quentes e/ou quando estiver mais ativo, por exemplo a fazer caminhadas, a passear de bicicleta ou a praticar exercício, e não se esqueça de voltar a encher a garrafa.

Se não for possível levar a garrafa consigo, aproveite o momento das refeições ou até a ida ao café para beber pelo menos 1 copo de água.

Escolha alimentos ricos em água como as frutas, os hortícolas ou a gelatina, de preferência sem açúcar.

Lembre-se de comer de 3 em 3 horas
A rotina e os horários podem ter mudado mas o jejum prolongado deve ser evitado e os intervalos entre cada refeição não devem ser superiores a cerca de 3 horas.

Pausas estratégicas, a meio da manhã e a meio da tarde, podem ser uma excelente oportunidade para parar num sítio agradável e fazer uma refeição ou snack saboroso, que o vai deixar com menos apetite para as refeições principais, além de manter o metabolismo ativo e fornecer ao corpo a energia e os nutrientes necessários.

Aproveite as refeições intermédias para nutrir e proteger o organismo, optando por alimentos ricos em antioxidantes, polifenóis e carotenos. Estas substâncias são capazes de aumentar a proteção da pele face aos efeitos dos raios solares, prevenindo as manchas e o fotoenvelhecimento da pele, e podem ser encontradas em alimentos como a fruta fresca, nomeadamente a melancia, morangos, framboesas, mirtilos, amoras, ameixas e pêssego. Nos lanches também pode introduzir as cenouras cruas, o pepino e o tomate cherry.

Prefira alimentos pouco processados e ricos em fibra
Os alimentos ricos em fibra como as frutas (com casca), as saladas e legumes, os frutos secos e os cereais integrais promovem a sensação de saciedade.

Sempre que possível, inicie a refeição com uma sopa de legumes e encha sempre uma boa porção do prato com saladas variadas.

As saladas são muito versáteis e podem ser uma opção, leve e ligeira, para os dias de Verão.

Escolha ingredientes de fácil digestão, pobres e gordura e evite os molhos. Lembre-se que as refeições mais simples são de mais fácil digestão, sendo por isso ideais para quem quer dar um mergulho na praia ou na piscina.

Depois da refeição, como sobremesa opte pela fruta, de preferência a fruta da época, que além de ser mais económica é a fruta que apresenta uma maior riqueza de nutrientes, além de ser mais aromática e mais doce. Para um toque extra doce pode optar, por exemplo, por um gelado caseiro de fruta, gelatina sem açúcar com fruta ou uma salada de fruta fresca (evite a fruta enlatada e procure não adicionar sumos artificiais e açucarados).

Coma devagar e saboreie todos os bocadinhos
Procure fazer todas as refeições num ambiente calmo e descontraído. Coma devagar de forma a tirar o máximo proveito de todas as cores, texturas e sabores.

A sensação de saciedade, mesmo ingerindo menos quantidade, é maior quando come mais devagar.

O segredo está na moderação
Porque todos os alimentos têm lugar num regime alimentar equilibrado, não se culpabilize quando comer a bola de Berlim, o gelado ou o hambúrguer no bar da praia. Contudo, a frequência e dose são a chave para uma dieta sem restrições, mas equilibrada.

Se não resiste à bola de Berlim, opte por comê-la a meias ou prefira a bola sem creme (a diferença são cerca de menos 80 a 100 calorias).

Faça um registo dos alimentos mais energéticos, com mais açúcar e/ou gordura. Este diário funciona como uma excelente forma de orientação.

Saiba mais em: https://amesacomcatarinaoliveira.wordpress.com/

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No Porto
A Unidade de Neurossonologia do Centro Hospitalar São João foi distinguida como Centro de Referência Europeu de Neurossonologia...

Para esta distinção, foram considerados importantes fatores de seleção, “não só o volume e a diferenciação de exames, mas também os profissionais acreditados, a Unidade estar inserida em Serviço de Neurologia Clínica, bem como o cumprimento de critérios relativos à atividade formativa e científica, incluindo colaboração em projetos de investigação internacionais e à realização de atividades formativas internacionais”, sintetiza a Prof.ª Elsa Azevedo, coordenadora da Unidade de Neurossonologia do Centro Hospitalar São João (CHSJ).

“Diariamente estudamos doentes de todos os Serviços do Hospital”, explica a médica, “com destaque para os casos de doença vascular cerebral isquémica e de hemorragia subaracnoideia”, bem como doentes enviados de outros hospitais da região norte.

Esta certificação internacional prende-se não apenas com atividade assistencial da Unidade, mas também com a atividade formativa e de investigação. “Neste âmbito, a nossa Unidade acolhe consecutivamente médicos em formação, geralmente internos de formação específica em Neurologia ou mesmo jovens especialistas a fazer diferenciação em Neurossonologia”, esclarece a Prof.ª Elsa Azevedo. E acrescenta: “Todos os anos participamos no Curso de Neurossonologia da Sociedade Portuguesa de Neurossonologia e participamos também, desde há muitos anos, em cursos internacionais promovidos pela European Academy of Neurology e pela European Society of Neurosonology and Cerebral Hemodynamics”.

O Prof. Pedro Castro, que pertence à mesma Unidade, destaca a importância da atividade investigacional que tem sido desenvolvida ao longo dos anos pela Unidade de Neurossonologia, tanto num quadro local como internacional. “Temos desenvolvido vários trabalhos de mestrado e doutoramento, tentando introduzir técnicas de monitorização hemodinâmica cerebral mais avançadas. Além disso, fazemos parte de redes de investigação internacionais, com quem partilhamos os nossos dados e experiências, implementando estudos colaborativos com outros centros de referência, bem como colaborações com instituições internacionais de ensino, como é o caso da Universidade de Harvard”.

Homenageando a equipa da Unidade recém-certificada pelo “enorme trabalho desenvolvido em prole da prevenção e tratamento do AVC”, o presidente da direção da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), Prof. Castro Lopes, lembra que “esta distinção é mais um exemplo de como Portugal está muito bem posicionado a nível científico na área da doença vascular cerebral”, apontando que se trata de um resultado “fruto de muito de muito trabalho e ciência”.

A finalizar, o Prof. Castro Lopes frisa que “a sociedade civil portuguesa deve orgulhar-se dos técnicos de saúde do seu país, nomeadamente na área da doença vascular cerebral”, chamando a atenção, uma vez mais, para o papel central da população na prevenção do AVC e no correto e rápido reconhecimento dos sinais de alerta da doença que continua a ser a principal causa de mortalidade e incapacidade no nosso país. “Considerar o AVC uma emergência”, reforça o presidente da SPAVC, é premente para mudar esta realidade.

 

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Os 18 distritos do continente e os arquipélagos dos Açores e da Madeira apresentam hoje um risco muito elevado de exposição à...

Os 18 distritos do continente (Braga, Viana do Castelo, Porto, Vila Real, Bragança, Viseu, Aveiro, Coimbra, Leiria, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Lisboa, Setúbal, Santarém, Évora, Beja e Faro), Funchal e Porto Santo (arquipélago da Madeira) e as ilhas Terceira e São Miguel (Açores) estão em risco muito elevado.

Apenas as ilhas das Flores (grupo ocidental dos Açores) e Faial (grupo central) estão hoje em risco elevado de exposição á radiação ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda a utilização de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao Sol.

O índice ultravioleta varia entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade durante a tarde nas regiões do interior, em especial do Centro e Sul, com condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoada.

A previsão aponta ainda para vento em geral fraco do quadrante leste, tornando-se do quadrante oeste a partir da tarde e soprando moderado de nordeste nas terras altas até final da manhã e no final do dia.

As temperaturas mínimas no continente vão oscilar hoje entre os 16 graus Celsius (em Braga) e os 23 (em Faro e Castelo Branco) e as máximas entre os 30 (em Aveiro e no Porto) e os 39 (em Santarém).

Para a Madeira prevê-se céu pouco nublado e vento fraco a moderado do quadrante norte.

No Funchal as temperaturas vão variar entre os 21 e os 27 graus.

O IPMA prevê para hoje nas ilhas das Flores e Corvo (grupo ocidental dos Açores) céu muito nublado, períodos de chuva passando a aguaceiros e vento oeste bonançoso a moderado, rodando para norte tornando-se fresco com rajadas até 50 quilómetros por hora.

Nas ilhas de S. Jorge, Graciosa, Faial, Pico e Terceira (grupo central) períodos de céu muito nublado com abertas, aguaceiros fracos a partir da tarde e vento fraco.

Para as ilhas de S. Miguel e Santa Maria (grupo oriental) prevê-se céu muito nublado com abertas, possibilidade de aguaceiros fracos e vento nordeste bonançoso a moderado, enfraquecendo.

Em Santa Cruz das Flores as temperaturas vão oscilar entre os 22 e os 29 graus, na Horta entre os 21 e os 28, em Angra do Heroísmo entre os 20 e os 26 e em Ponta Delgada entre os 20 e os 27.

Serviço Regional de Saúde
O Governo Regional da Madeira pretende fixar médicos no Serviço Regional de Saúde por três anos com um incentivo remuneratório...

Num suplemento do Jornal Oficial da Região (JOR) publicado ontem, o executivo liderado por Miguel Albuquerque decidiu que o valor pecuniário do incentivo "é fixado em 40% da remuneração base correspondente à primeira posição remuneratória da categoria de assistente, da carreira especial médica ou da carreira médica, a pagar 12 meses por ano", sendo este incentivo "atribuído pelo período de três anos após a celebração do contrato de trabalho".

O decreto legislativo regional aprovado pelo Representante da República para a região, Irineu Barreto, diz que depois de revogados alguns diplomas no âmbito do Plano de Ajustamento Económico e Financeiro, estava chegado o momento de suprir as "graves carências de médicos" que os serviços têm.

Este novo decreto alarga "a título excecional", o âmbito dos incentivos "designadamente o pecuniário de fixação, aos profissionais admitidos desde 01 de abril de 2015".

De acordo com a fundamentação apresentada pelo governo regional, "em algumas especialidades", os serviços têm uma "carência que obstaculiza uma adequada recuperação das listas de espera existentes, bem como a desejável produção clínica dos serviços de saúde", sendo "imperioso que se criem incentivos à fixação de médicos no Serviço Regional de Saúde (SRS), procurando atenuar-se os reflexos da descontinuidade territorial insular".

Os incentivos são pecuniários e não pecuniários e "a fixação das especialidades especialmente carenciadas será regulamentada por despacho conjunto dos membros do governo regional responsáveis pelas áreas das finanças e da saúde", adianta o decreto.

Para além do incentivo remuneratório de 40%, estabelece o diploma que há "compensação das despesas de deslocação e transporte" para os profissionais "que não hajam efetuado o internato médico na região", sendo este valor "correspondente ao valor despendido numa tarifa de transporte aéreo entre o continente português e a região, para si e para o seu cônjuge ou pessoa com quem viva em união de facto, acrescido do valor do abono de sete dias de ajudas de custo, nos termos legalmente previstos para os trabalhadores em regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas", diz o documento.

Os médicos podem ainda usufruir de mais "três dias de férias" e o conjugue tem preferência em concursos públicos, sendo que o incumprimento "das obrigações previstas no presente diploma, por factos imputáveis ao trabalhador médico, implicam a devolução dos valores recebidos a título de incentivos pecuniários, acrescidos de juros devidos à taxa legal em vigor", refere ainda o diploma.

Governo dos Açores
A grande maioria de familiares de idosos internados nos cuidados continuados da Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada...

Em 40 internados, foi possível falar com 37 famílias e não foi possível o contacto com representantes de apenas três: um por motivos de saúde, outro por não ter sido possível estabelecer contacto e um terceiro que prestou declarações à TVI numa recente reportagem sobre alegados maus-tratos e que "não se mostrou disponível para falar a não ser através do seu advogado" com o Governo dos Açores, disse hoje o secretário regional da Saúde, Rui Luís.

A polémica sobre os alegados maus-tratos a idosos nos Açores surgiu depois de uma grande reportagem da TVI, divulgada no final de julho, a propósito do funcionamento da unidade de cuidados continuados da Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada.

Rui Luís, acompanhado pela titular da pasta da Solidariedade Social, Andreia Cardoso, reuniu-se hoje com responsáveis da Misericórdia de Ponta Delgada, tendo apresentado os resultados de uma consulta feita pelo Governo dos Açores relativamente aos serviços prestados aos utentes daquela unidade.

"Temos aqui um conjunto de informação importante e que quisemos transmitir hoje, em primeira mão, à Santa Casa", sublinhou Rui Luís.

Andreia Cardoso assinalou que foram estabelecidos contactos com "famílias muito presentes, que acompanham quase diariamente a vida dos seus pais e mães, e que manifestam também a sua satisfação com o tratamento que é prestado aos seus familiares".

O estado das instalações, os cuidados de higiene e conforto, a alimentação, os meios técnicos e humanos e a qualidade geral do serviço foram alguns dos aspetos aprofundados no inquérito às famílias.

A Misericórdia de Ponta Delgada anunciou também que já que encomendou um inquérito externo para investigar alegados maus-tratos na instituição.

Entretanto, o grupo parlamentar do PSD na Assembleia Legislativa dos Açores anunciou a criação de uma comissão de inquérito, com caráter potestativo, para investigar os alegados casos de maus tratos a idosos.

 

Estudo conclui
Um estudo nacional concluiu que viajar reflete-se de forma positiva na vida dos idosos, aumentando o seu bem-estar e diminuindo...

O estudo "Turismo Sénior, caracterização geográfica e impactos biopsicossociais", que terminou em maio e que foi conduzido pelo presidente da Associação Nacional de Gerontologia Social, Ricardo Pocinho, e pelo professor do Instituto Politécnico de Castelo Branco José Rodrigues, mostra que os idosos que costumam viajar têm uma perceção positiva em relação ao seu bem-estar.

Da mesma forma, apresentam sintomas de solidão mais baixos do que a restante da população idosa, assim como a ausência de sintomas de depressão e ansiedade.

Baseado num inquérito feito em Portugal continental e ilhas a 658 pessoas, 342 do género masculino e 316 do género feminino, com idades entre os 65 e 85 anos, a investigação concluiu que 64,9% viajam com o respetivo cônjuge, vivem em meios urbanos e têm habilitação escolar a nível do secundário.

O investigador salientou que o estado civil "não altera a sintomatologia", pois "é possível sentir solidão mesmo estando acompanhado" e que "com as viagens melhoraram o seu bem-estar".

"Esta foi a primeira surpresa do estudo. Apesar de não termos dados científicos, tínhamos a perceção de que quem viaja possuía habilitações ao nível do ensino superior. A nossa amostra foi totalmente casual, entrevistando pessoas que estavam um pouco por todo o país e que não viviam nessas cidades. Verificámos que a maioria tem, no máximo, o ensino secundário", afirmou Ricardo Pocinho.

O investigador justificou que, "hoje, as habilitações de jovens com 20 ou 30 anos seriam totalmente diferentes".

Ricardo Pocinho acrescentou que os inquiridos "tanto estavam em espaço religiosos como em urbes" e que o objetivo foi "tentar diversificar ao máximo".

"Constatámos também que 180 pessoas ainda se encontravam no ativo, o que é uma evidência de que hoje se trabalha até mais tarde".

Mais de 50% dos inquiridos faz duas viagens por ano, sem sair do país, e revelam ter boa forma física e mental.

No decurso da investigação, foi também analisada a importância que o turismo sénior tem nos idosos a nível biopsicossocial, tendo-se revelado ser igualmente positivo.

Ricardo Pocinho adiantou que, depois do estudo e da publicação em revistas internacionais da especialidade, irá apresentar estes resultados ao Governo, para que, de alguma forma, possa apoiar o turismo sénior.

"Em Portugal, não temos o turismo muito dimensionado para seniores e até para o seu tipo de patologias. Os equipamentos são pouco acessíveis e até em termos económicos nem sempre é fácil para estas pessoas. Não temos informação de nenhum médico, mas é do senso comum que quem é menos ansioso, menos depressivo e com menos solidão irá tomar menos fármacos. E quando tanto se fala na sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde esta é uma resposta", sublinhou.

Este estudo surgiu depois da investigação relacionada com o impacto positivo das universidades seniores nas pessoas desta idade. "Verificámos que as universidades seniores reduziam a sintomatologia de ansiedade e depressão e as pessoas que viviam o fenómeno da solidão conheciam uma melhoria da qualidade de vida e perguntámo-nos se haveria outras questões capazes de também o fazer”.

Ricardo Pocinho garantiu ainda que "qualquer item do estudo foi avaliado por estatística profissional, com coeficiente Alfa de Cronbach, o que mostra que há confiabilidade nos dados e elevada consistência".

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