IPMA
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera revelou terem sido detetados valores de toxinas paralisantes muito elevados em...

“No quadro da atividade do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) de monitorização de biotoxinas em moluscos bivalves, foram detetados valores de toxinas paralisantes (PSP) muito elevados, tendo ultrapassado 30 vezes o limite regulamentar”, pode ler-se no comunicado publicado no ´site’ do instituto.

Desta forma, o IPMA avança que se encontra interdita a captura destes moluscos nas zonas de produção L5A – Litoral Peniche – Cabo Raso; ETJ - Estuário do Rio Tejo; L5B - Litoral Cabo Raso-Lagoa de Albufeira; LAL - Lagoa de Albufeira; L6 Litoral Setúbal- Sines; EMR - Estuário do Rio Mira; L7A - Litoral Aljezur-S. Vicente e L7C - Litoral S. Vicente-Portimão.

Segundo a informação do IPMA, a intoxicação humana devido ao consumo de moluscos bivalves contaminados com toxinas paralisantes é caracterizada por diversos sintomas como: sensação de dormência nos lábios, cefaleias, vertigens e em quadro severos pode conduzir a paralisia respiratória fatal.

Guterres
O secretário-geral da ONU disse em Bali, Indonésia, que a tecnologia e o Banco Mundial são cruciais para erradicar a fome que...

“Estamos hoje a viver um paradoxo: observamos o crescimento da economia a nível global, um decréscimo da pobreza, mas a fome continua a aumentar”, afirmou António Guterres numa conferência em Bali, no âmbito dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

O líder da ONU descreveu como “crucial a colaboração estabelecida com o Banco Mundial”, para assegurar fundos, bem como uma crescente introdução da tecnologia para garantir uma resposta cada vez mais rápida.

“Temos de ter a capacidade para detetar, agir rapidamente e de criar resiliência” nos países e nas zonas afetadas, “sendo importante sublinhar que estes casos nunca têm a ver com a falta de alimentos, mas de outras situações como é o caso de conflitos”, explicou Guterres.

“A tecnologia, hoje, é crucial, na prevenção e deteção precoce dos casos”, acrescentou, uma posição secundada pelo presidente do Banco Mundial, ao lembrar que “quando se age rapidamente os custos para erradicar a fome descem cerca de 30%”.

O número de pessoas subnutridas aumentou de 804 milhões em 2016 para cerca de 821 milhões em 2017.

O relatório “Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo em 2018”, divulgado em setembro, revela que o mundo regressou a níveis registados há uma década.

Segundo a pesquisa, sem mais esforços urgentes, a comunidade internacional não vai cumprir o objetivo de erradicar a fome até 2030.

De acordo com o relatório, a situação está a piorar na América do Sul e em algumas regiões de África e a tendência de descida na Ásia também está a desacelerar de forma significativa.

Aquando da divulgação dos resultados, a ONU citava na sua página da Internet a especialista em segurança alimentar e nutrição da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, que descrevia como difícil a situação nos países lusófonos.

“A prevalência de subalimentação, que é o indicador de fome (…), aponta para quadros piores em Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste. Nesses países, é estimado que entre 24% e 30% da população pode estar sem acesso à energia alimentar suficiente para uma vida sã e ativa”, referiu Anna Kepple.

Entre o biénio 2004–2006 e o biénio 2015–2017, a percentagem de pessoas subnutridas em Moçambique passou de 7,7 milhões para 8,8 milhões. Na Guiné-Bissau, subiu de 300 mil pessoas para 500 mil, segundo a ONU.

Já em Angola a situação melhorou, depois de passar de 10,7 para 6,9 milhões, e o mesmo se passou no Brasil, descendo de 8,6 milhões para 5,2 milhões, enquanto que em São Tomé e Príncipe e em Cabo Verde a situação manteve-se, com menos de 100 mil pessoas subnutridas nos dois países.

Finalmente, em Portugal, os números também se mantiveram inalterados, com menos de 300 mil pessoas afetadas por subnutrição.

Relatório
A atividade gripal do inverno passado foi de “intensidade baixa-moderada”, tendo sido notificados 1.334 casos de gripe, segundo...

“Os casos notificados foram de ambos os géneros, em maior proporção do género feminino e de todos os grupos etários”, sendo que os menores de 14 anos poderão estar sub-representados nos casos notificados “o que possivelmente se relaciona com a procura de cuidados de saúde de pediatria fora das redes que colaboram” com o programa, refere o documento apresentado na 7ª Reunião da Vigilância Epidemiológica da Gripe, promovida pelo Instituto Ricardo Jorge (INSA) em colaboração com a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Segundo o relatório, foi nos doentes com obesidade, diabetes e com doença cardiovascular que a maior proporção de casos de gripe foi confirmada laboratorialmente (39%, 38,9% e 38,8%, respetivamente), seguindo-se indivíduos com doença respiratória crónica (36,5%) e imunodeficiência congénita ou adquirida (35,7%).

A vacina contra a gripe tinha sido administrada em 17,1% dos casos notificados, valor idêntico ao observado na época 2016/2017, refere o documento, adiantando que a deteção do vírus da gripe ocorreu em 33,6% dos casos vacinados e sujeitos a diagnóstico laboratorial, o que poderá estar relacionado com uma moderada efetividade da vacina antigripal.

Em declarações, Raquel Guiomar, responsável pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do Instituto Ricardo Jorge e do Programa Nacional de Vigilância da Gripe afirmou que “o que caracterizou a época gripal 2017/2018 foi uma atividade baixa a moderada, tendo sido observada a circulação de vírus da gripe do tipo A e do tipo B, com o predomínio do vírus tipo B/Yamagata.

Segundo Raquel Guiomar, “esta situação observada a nível nacional foi muito semelhante ao que se observou a nível europeu”.

O relatório, elaborado pelo INSA em colaboração com a DGS, adianta que em Portugal e em outros países da Europa, observou-se um excesso de mortalidade por todas as causas no período coincidente com a epidemia de gripe e com as temperaturas extremas registadas em dezembro e fevereiro.

Segundo o documento, estimou-se durante este período um excesso de 3.714 óbitos em relação ao esperado, o que corresponde a uma taxa de 36 óbitos por cada 100.000 habitantes, principalmente nas regiões de saúde Centro, Norte, e Lisboa e Vale do Tejo.

Relativamente à nova época de vigilância da gripe, que teve início na primeira semana de outubro e se estende até maio de 2019, Raquel Guiomar disse que “todo o sistema de vigilância está já ativado”, mas que “ainda é muito cedo para saber os vírus que vão circular”.

“O que sabemos é que a vacina contém os três vírus sazonais e temos o sistema montado para os detetar e acompanharmos as suas características ao longo de todo o inverno”, disse Raquel Guiomar, lembrando que a melhor medida de prevenção da doença é a vacinação, cuja campanha começa na hoje e prossegue durante todo o inverno.

Opinião
«Doutor, vou morrer?» A perspectiva da morte assusta todo e qualquer ser humano, mas é para nós a ma

Na atualidade, muito se tem debatido sobre o tema eutanásia (prática pela qual se abrevia a vida, a pedido do doente, de forma controlada e assistida por um profissional de saúde) e em breve veremos este tão controverso tema referendado no nosso querido Portugal.

A evolução da Medicina nos últimos anos trouxe, além de melhorias em saúde, a necessidade de desenvolver uma Medicina de acompanhamento em fim de vida.

O aumento da longevidade, da esperança média de vida, o aumento do número de doenças crónicas e progressivas levaram a uma verdadeira alteração do paradigma da morte.

A luta pela cura de muitas doenças, os avanços da medicina nos meios de diagnóstico e tratamento, o treino dos profissionais de saúde na cura de doenças agudas, negligenciou o foco sob as doenças crónicas e levou a um conceito de negação da morte, da morte como uma derrota do profissional de saúde e assim a uma desumanização dos cuidados. Medicalizámos a morte...

Na década de 60’, a inglesa Cicely Saunders, enfermeira, reconhecendo a escassez de cuidados de saúde prestados a doentes com doenças progressivas, avançadas e incuráveis, iniciou um novo ciclo, oferecendo a estes doentes cuidados rigorosos, científicos e de qualidade. Iniciou-se assim uma nova área da Medicina, a Medicina Paliativista.

No entanto, muitos anos se passaram e só em 2002 é que a Organização Mundial de Saúde definiu os Cuidados Paliativos como uma “abordagem que visa melhorar a Qualidade de Vida dos doentes – e suas famílias – que enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou grave e com prognóstico limitado, através da prevenção e alívio do sofrimento, com recurso à identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só físicos, como a dor, mas também psicossociais e espirituais”.

As graves ameaças ao direito fundamental do ser humano de ser auxiliado na fase final da vida e os atentados à sua dignidade promoveram os Cuidados Paliativos como defensores dos direitos do doente incurável, protegendo a sua autodeterminação, autonomia, dignidade, prevenindo o sofrimento e a solidão, oferecendo ao doente cuidados de saúde de qualidade, mantendo sempre a interdição de intencionalmente por fim sua à vida.

Os Cuidados Paliativos visam, assim, sempre e acima de tudo a qualidade de vida do doente em doença avançada e progressiva. Afirmam a vida acima e aceitam a morte como processo natural não a provocando nem atrasando sob nenhuma forma.

O seu objetivo central é o bem-estar do indivíduo, proporcionando-lhe o mesmo de todas as formas possíveis desde que não se entre em medidas obstinadas e desproporcionais.

Os Cuidados Paliativos destinam-se, assim, a todas as pessoas com doenças crónicas, progressivas, avançadas e incuráveis: neoplasias, insuficiências de órgão, HIV-SIDA, doenças neurológicas degenerativas, demências... todos os doentes com prognóstico de vida limitado independentemente da sua idade ou diagnóstico.

E cada vez mais iremos ouvir falar também em Cuidados Paliativos Pediátricos e Neonatais...

Nesta perspectiva, de valorizar acima de tudo a qualidade de vida do doente, os Cuidados Paliativos tornam-se multidimensionais. Não visam apenas o controlo dos sintomas físicos do doente em fase terminal, mas sim, o doente como um todo, na sua essência holística de ser humano com todas as suas dimensões: espiritual, social, emocional e psicológica.

Estes cuidados têm sempre em atenção não apenas o doente mas as pessoas que são para ele significativas - familiares e cuidadores tentado suprir todas as necessidades deste inseparável binómio doente e família - e daí, a necessidade dos Cuidados Paliativos manterem o apoio não só em vida mas, posteriormente, à família e cuidadores no luto.

“Não tem cura, não há mais nada a fazer...” estamos habituados a ouvir esta frase, e a consagrá-la como derrota, como fim... Mas HÁ SEMPRE ALGO A FAZER... e os Cuidados

Paliativos mostram-nos isso.

Não se desiste de um doente, de uma família porque o fim está próximo... falamos de seres humanos... dignos, inabandonáveis... há sempre algo que podemos fazer, melhorar a qualidade de vida, pequenas intervenções tornam-se grandes aliviando o sofrimento do doente que está diante de nós.

Cuidar antes de tratar... nem só na Medicina devia ser assim...


*A propósito do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, a APCP lançou a campanha "Vamos continuar a escrever esta história" que versa sobre a desmistificação dos cuidados paliativos e dos cuidados paliativos pediátricos como cuidados de fim de vida e que vai contar com a realização de várias iniciativas, como um peditório público a decorrer nas Farmácias Holon (de 15 de outubro a 30 de novembro) e a venda de uma mascote, o porta-chaves Palis, em vários pontos do país

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nova unidade hospitalar
O hospital privado da Trofa que abre segunda-feira em Vila Real representa um investimento de 50 milhões de euros e criou cerca...

O administrador do novo hospital do grupo Trofa Saúde Hospital, Armando Vieira, afirmou que esta unidade quer “oferecer cuidados de saúde diferenciados” e servir todo o território de Trás-os-Montes e Alto Douro.

“Queremos estar próximos da população e oferecer o que de mais diferencial existe no mercado e na área da saúde”, salientou.

Nesta que é a décima unidade do grupo, foram criados cerca de 500 postos de trabalho, dos quais 300 dizem respeito a pessoal médico e de enfermagem que irá trabalhar a tempo inteiro ou em regime de prestação de serviços, estando os restantes relacionados com as áreas da administração ou de manutenção.

O hospital, construído de raiz junto ao centro comercial de Vila Real, vai disponibilizar "mais de 40 especialidades médicas".

A urgência para adultos e pediátrica vai funcionar 24 horas, todos os dias da semana.

O serviço de urgência vai ter cinco especialidades, nomeadamente a medicina interna, cirurgia geral, medicina geral e familiar, ortopedia e pediatria, com o suporte de meios complementares de diagnóstico (imagiologia, gastrenterologia, análises clínicas), bloco operatório e internamento.

A nova unidade hospitalar vai disponibilizar medicina dentária subespecializada e terá ainda fisioterapia com cabines de tratamento, ginásio e hidroterapia, cirurgia de ambulatório, bloco operatório, bloco de partos, uma unidade de cuidados intermédios e unidade de cuidados neonatais.

O grupo Trofa saúde, criado em 1999, quer expandir-se e, até ao final do ano, abre mais um hospital de dia em Guimarães, seguindo-se depois novas unidades no Porto, em Aveiro, em Valença, em Barcelos e na área metropolitana de Lisboa.

Neste momento, a Trofa Saúde possui sete hospitais e três hospitais de dia e emprega cerca de 5.000 pessoas.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse hoje, na Guarda, que as regiões do interior do país "precisam de...

"O objetivo da minha visita é, acima de tudo, reconhecer perante a população da Guarda, os autarcas, enfim, a população que aqui vive, a vontade do Governo em ajudar estas regiões do interior que são muito difíceis na dotação de recursos, muitas vezes até pela própria dificuldade que têm em atrair recursos, nomeadamente médicos, e que, por isso, precisam de uma atenção especial", disse.

O titular da pasta da Saúde falava hoje aos jornalistas, na cidade da Guarda, durante uma visita à Unidade Local de Saúde.

"[As regiões do interior necessitam de] uma atenção que tenha a ver com investimento, com modernização de infraestruturas, com equipamentos, para que uma nova geração de profissionais possa vir a ter vontade para trabalhar aqui e a fazer aqui a sua carreira profissional", justificou.

Adalberto Campos Fernandes indicou que, durante a visita, viu, no Hospital Sousa Martins, o serviço de Pneumologia que considera "um serviço de excelência" da ULS da Guarda, que "é hoje uma referência" na região da Beira Interior.

"E o que nós queremos é que mais exemplos como esse do serviço de Pneumologia possam proliferar", declarou.

O ministro foi ainda questionado pelos jornalistas sobre uma moção que foi aprovada em setembro pela Assembleia Municipal da Guarda a exigir ao Governo que garanta que "não serão retiradas valências ou competências clínicas" à Unidade Local de Saúde, devido à diferenciação estatutária das instituições da região.

A posição foi tomada após a publicação, em agosto, de um decreto-lei que "inclui o Centro Hospitalar da Cova da Beira [Covilhã], mas não a Unidade Local de Saúde da Guarda e a ULS de Castelo Branco, no lote de entidades universitárias integradoras dos centros académicos clínicos ("Projetos-piloto de hospitais universitários")".

Sobre o assunto, o ministro disse que foi feita "uma má interpretação" porque "seria um erro desgraduar ou desvalorizar" as unidades de saúde do interior, porque o Governo quer "aproximar o país do interior".

Explicou ainda que o hospital da Guarda já é universitário "e, neste momento, participa ativamente nos programas de formação pré e pós graduada no contexto do Centro Académico Clínico das Beiras" e "não faz nenhum sentido que a Guarda seja menorizada em nenhum aspeto".

Segundo Adalberto Campos Fernandes, nas regiões do país "que são menos favorecidas e que estão mais afastadas do centro" devem existir ‘clusters' de "competências, de diferenciação, que funcionem como âncoras".

Dia Mundial dos Cuidados Paliativos assinala-se a 13 de outubro
Com o aumento da longevidade, as populações ficam mais envelhecidas e com mais comorbilidades, fazen

Segundo a Organização Mundial de Saúde, os Cuidados Paliativos visam melhorar a qualidade de vida das pessoas com doenças graves que sejam (ou não) incuráveis, bem como das suas famílias, trabalhando na prevenção e alívio do sofrimento, através da identificação precoce, da correta avaliação e do tratamento rigoroso dos problemas físicos, psicossociais e espirituais. A partir de uma abordagem multidisciplinar, focada na melhoria do dia-a-dia do doente, na otimização da função e na ajuda na tomada de decisões sobre os cuidados de fim de vida e apoio à família, os CP devem ser introduzidos desde o momento do diagnóstico. Desta forma se percebe que o alvo destes cuidados são não só as doenças oncológicas, mas também outras, como por exemplo doenças respiratórias, cardíacas, renais, do fígado, neurológicas ou a SIDA.

É importante não restringir, nem confundir, Cuidados Paliativos com cuidados de fim de vida, visto que estes vão muito para além desta vertente. Tem sido demonstrado que os CP introduzidos numa fase mais precoce, a par dos tratamentos dirigidos à cura, melhoram a qualidade de vida e aumentam a sobrevida dos doentes. Em suma, os CP diminuem os tempos de internamento hospitalar, os reinternamentos, a futilidade terapêutica, o recurso ao serviço de urgência e aos cuidados intensivos, diminuindo os custos em saúde. E é por isso que este conjunto de práticas deve ser integrado nos cuidados multidisciplinares aos doentes com doenças crónicas, tanto em ambiente hospitalar como no domicílio.

É urgente haver um maior empenhamento legislativo nas políticas de saúde e sociais, para que se implementem as várias estruturas já definidas, nomeadamente os cuidados paliativos domiciliários. Esta necessidade torna-se ainda mais imperativa quando analisados os dados da Comissão Nacional de Cuidados Paliativos, que estima que entre 71 mil e 500 a 85 mil portugueses têm necessidades paliativas.

De acordo com a Associação Europeia de CP, esta Comissão calcula ainda que sejam necessárias 40 a 50 camas de Unidades de Cuidados Paliativos por um milhão de habitantes, uma Equipa de Suporte em Cuidados Comunitários por 100 mil a 150 mil habitantes, e uma Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos por hospital.   

A experiência internacional demonstra que as Equipas de Suporte em Cuidados Paliativos têm grande impacto na melhoria dos cuidados, sensibilizando transversalmente outros profissionais para a sua prática. Paralelamente, também há necessidade de unidades de internamento de Cuidados Paliativos para o acompanhamento dos casos mais complexos e para a formação e investigação.

A maior parte dos hospitais de agudos portugueses tem ou está a desenvolver equipas de suporte. Contudo, ainda falta cobrir grande parte das necessidades, seja no internamento ou no domicílio. Isto deve-se, em certa parte, à falta de sensibilização dos profissionais de saúde para os CP, o que, na minha opinião, prende-se sobretudo com a insuficiente formação na área. 

Parece-me assim prioritária a reformulação dos currículos do ensino pré e pós-graduado para integrar os CP de forma transversal e adequada. Os profissionais que se dedicam à prática de Cuidados Paliativos necessitam de uma preparação diferenciada que inclui, para além da formação teórica específica, experiência prática em Unidades de Cuidados Paliativos.

A sociedade civil tem-se mobilizado para esta causa, o que nos responsabiliza e obriga a responder rápida e adequadamente.

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A Dieta Mediterrânica é o padrão alimentar mais estudado em todo o mundo
Os especialistas envolvidos na candidatura da Dieta Mediterrânica a património imaterial da UNESCO lançaram hoje um manifesto a...

O Manifesto pela preservação da Dieta Mediterrânica em Portugal chama a atenção para dez aspetos essenciais na preservação deste padrão alimentar em Portugal e apela “a uma mudança de paradigma no modelo de intervenção de modo a que se criem condições para que mais pessoas possam a aderir a esta forma saudável de comer, independentemente da sua condição social e económica”.

Subscrito pelo diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, Pedro Graça, pelo chefe da divisão de Cultura, Património e Museus da Câmara de Tavira, Jorge Queiroz, e pela antropóloga e técnica superior da Comissão Nacional da UNESCO, Clara Bertrand Cabral, o manifesto sublinha a necessidade de se “prestar mais atenção aos fatores que verdadeiramente afetam a adesão a este padrão alimentar”, como uma maior atenção à gestão do tempo familiar.

Segundo Pedro Graça, “sem uma atenção particular às leis do trabalho e à preservação do tempo familiar para comprar, cozinhar e estar à mesa não se consegue cumprir o objetivo da convivialidade que está na base da Dieta Mediterrânica”.

Ainda segundo o documento, sem uma atenção reforçada ao ensino e ao consumo da Dieta Mediterrânica nas escolas, onde se deviam ensinar competências básicas para cozinhar e provar diariamente a Dieta Mediterrânica não se pode ter adultos preparados para a adotar.

“Sem a participação mais ativa do homem nas atividades domésticas e, em particular, na manutenção do património familiar ligado ao modo de cozinhar mediterrânico não conseguiremos preservar este modo de comer”, defende.

A Dieta Mediterrânica é o padrão alimentar mais estudado em todo o mundo e comprovadamente protetor da nossa saúde.

“Sabemos também que a alimentação inadequada é o principal determinante dos anos de vida saudável perdidos pelos portugueses. Apesar de sabermos tudo isto, trabalhos científicos recentes demonstraram que menos de 10% da população nacional consome de acordo com este padrão alimentar”, afirmam os especialistas.

Os mesmos estudos sugerem ainda que a Dieta Mediterrânica é menos consumida nas regiões do Sul e nas populações mais desfavorecidas.

Foi esta constatação que levou o grupo de especialistas que esteve envolvido na candidatura da Dieta Mediterrânica a património imaterial da humanidade pela UNESCO a discutir a sua preservação e a “apresentar uma maneira diferente de proteger este modo de comer”.

O Manifesto sublinha ainda necessidade de uma maior participação do setor da cultura na defesa de um património que é eminentemente cultural e também uma participação crescente dos especialistas ambientais, na medida em que o padrão alimentar mediterrânico, de base vegetal, local e sazonal tem um menor impacte ambiental aliando saúde com a proteção do planeta.

Doenças reumáticas atingem quase 6 milhões de portugueses
É com este lema que celebramos a 12 de outubro o dia mundial das doenças reumáticas. O objetivo é a

Procuramos o empoderamento do público em geral e dos doentes em particular, nas suas associações, em intervenções nas redes sociais e na vida pública.

No sector da saúde fazendo-se representar em todos os níveis de decisão e não apenas como meros espectadores das decisões que são tomadas sobre a sua saúde e sobre as suas vidas.

Aproveitem todas as oportunidades para AGIR e fazer a diferença na qualidade de vida dos doentes em Portugal.

Tomem o futuro nas vosssas mãos!

Este tem sido o exemplo da ANDAR associação nacional dos doentes com artrite reumatóide que há mais de 20 anos apoia os doentes com artrite reumatóide em Portugal.

Temos partilhado com os nossos doentes as grandes conquistas e descobertas no tratamento da artrite reumatóide (AR), e podemos mesmo dizer que nos últimos 15 anos, grandes avanços e progressos vieram modificar o prognóstico e a qualidade de vida na AR.

Os medicamentos inovadores chegaram em 2000 e com eles uma nova oportunidade para os doentes com AR em Portugal. Em 2006 termina a discriminação no acesso aos medicamentos inovadores com o despacho de comparticipação.

As palavras de “resignação” e “não há nada a fazer” são hoje substituídas por “foi o melhor que me aconteceu na vida”, “pena não ter começado mais cedo” “ nem me lembro que tenho artrite”.

Mas ainda não é a cura! Na AR a remissão da doença sem medicamentos é ainda uma quimera, e mais de metade dos doentes que param os biotecnológicos (BT) vêm agravar a sua doença no prazo de 1 ano…

Noutras doenças reumáticas também surgem avanços. Na artrite associada à psoríase novos medicamentos inovadores vêm enriquecer a panóplia dos BT. O Sekukinumab demonstra reduzir o dano estrutural após 1 ano de tratamento.

Na gota, novos fármacos apareceram como alternativa ao alopurinol, para além do Febuxostat, que têm mostrado eficácia e boa tolerância mesmo em doentes com insuficiência renal moderada a grave.

No Lupus, a remissão é possível após três anos em cerca de 1/5 dos doentes, mas recaídas podem ocorrer mesmo após 10 anos de remissão.

Novas enzimas (inibidores JAK) parecem tão eficazes como alguns BT.

Uma melhor compreensão pelos doentes do risco cardiovascular na AR parece ser importante, para além da correção dos fatores de risco conhecidos como a hipertensão e dislipidémia.

Novos marcadores de doença e fatores de risco são conhecidos na AR e fazem do diagnóstico precoce e do tratamento da artrite inicial uma vantagem no melhor prognóstico.

De duas doenças reumáticas muito frequentes, podemos mesmo dizer que “todos as teremos se vivermos o suficiente”. Refiro-me à Artrose e à Osteoporose.

Na Artrose, a mais frequente das doenças reumáticas em todo o mundo, com cada vez mais idosos e grandes idosos entre nós, cujo número ultrapassou pela 1ª vez os jovens e adolescentes, começam a aparecer fruto da investigação algumas promessas terapêuticas. Os dispositivos médicos (viscosuplementação) numa estratégia de “lubrificantes articulares” responde parcialmente, em muitos casos, nas articulações de carga e não só. Hoje em dia, muito em voga como “preventivo” na pré-epoca de alguns desportos profissionais, como é o caso do basquetebol nos EUA, e já também nalguns países da Europa.

Quanto à Osteoporose, é hoje um problema de Saúde Pública pelo número crescente de população atingida e pelas consequências das fraturas que dela resultam.

É, hoje, bem conhecido o risco de mortalidade aumentado quando surge uma fratura do fémur, sendo nos EUA a 7ª causa de morte!

Acresce que as fraturas vertebrais, que contribuem para aquela curvatura (tão detestada) da coluna dorsal, que surge mais frequentemente nas mulheres pós-menopausa, que nos vai tirando a altura e se correlaciona também com uma maior mortalidade.

A ocorrência de uma fratura vertebral osteoporótica aumenta em 25% o risco de nova fratura no espaço de um ano…

Também nesta área, além das medidas preventivas em todas as idades, com a alimentação e o exercicio ao longo da vida, os hábitos de vida saudável sem tabaco e sem muito alcóol, os cuidados com algumas doenças endócrinas (tiroide, suprarenal e paratiroideias), a demencia, e algumas doenças neurológicas.

Utilização crónica de alguns medicamentos como os corticóides, alguns medicamentos para o cancro e o «deficit» de vitamina D são também fatores de risco que os reumatologistas conhecem bem. Prevenir o risco de quedas é muito importante e independente da massa óssea.

Cuidados com a visão, toma de medicamentos que alterem o equilíbrio, a marcha instável, a audição, fraqueza muscular e falta de força nas mãos têm de ser avaliados.

As causas ambientais e na habitação devem ser acauteladas. A calçada portuguesa pode ser uma ratoeira fatal! Passeios escorregadios, com folhas ou piso polido. Tapetes e carpetes no quarto e em casa, a casa de banho e a banheira… os fios elétricos enrolados e nalguns casos até alguns animais domésticos (gatos que se enrolam nas pernas, cães que saltam…) podem ocasionar quedas e fraturas de alto risco.

A boa notícia é o aparecimento de novos medicamentos para a Osteoporose que surgem como alternativa aos já recomendados e com provas dadas.

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35% dos doentes não sabe que tem uma doença reumática
Cerca de metade dos portugueses não tem acesso a reumatologista nos hospitais públicos, havendo apenas cinco unidades do...

Uma avaliação feita nos últimos meses por esta sociedade científica sobre a capacidade dos hospitais públicos concluiu que 51,8% dos portugueses não tem acesso à especialidade de reumatologia devido à deficiência cobertura da rede hospitalar.

Em entrevista à agência Lusa, o presidente da Sociedade de Reumatologia, Luís Cunha Miranda, frisou que são apenas cinco os hospitais do SNS com o quadro completo de especialistas: Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Oeste, Hospital Garcia da Orta, hospital de Ponte de Lima e S. João, no Porto.

O problema não é só de agora, reconhece o médico, indicando que se trata de uma questão quase estrutural, que se tem arrastado ao longo dos anos, e que faz da reumatologia uma especialidade "esquecida e negligenciada".

Em mais de 40% dos hospitais públicos não há sequer um único especialista em reumatologia. O que significa que cinco milhões de portugueses, metade dos quais com uma doença reumática, não tem acesso a um especialista no SNS.

Isto não ocorre apenas no interior do país ou em zonas onde tradicionalmente é mais difícil colocar médicos, acrescenta Luís Cunha Miranda. Hospital de Guimarães, Santo António (no Porto) ou Amadora-Sintra são algumas das unidades sem reumatologistas.

Só na área de abrangência de Amadora e Sintra há 900 mil pessoas que não têm qualquer reumatologista. Luís Cunha Miranda avisa ainda que se vai criar um novo hospital em Sintra, mas que na sua lista de especialidades a abrir não consta a reumatologia.

“O que é mais chocante é que existem pessoas disponíveis para abrir unidades em hospitais como Amadora Sintra ou Santo António e esses hospitais não abrem unidades. Há reumatologistas disponíveis, mas há sempre obstáculos à abertura de unidades, ou da parte das administrações dos hospitais ou da parte das administrações regionais de saúde. Mas quem tinha de ter um plano definido era a Administração Central do Sistema de Saúde”, defende o presidente da Sociedade de Reumatologia.

No último levantamento feito pelo colégio de reumatologia da Ordem dos Médicos, com data de novembro de 2017, estavam definidos 177 reumatologistas em Portugal, sendo que nem todos trabalham no SNS.

De acordo com a Sociedade de Reumatologia, faltam pelo menos mais de 80 especialistas nos hospitais públicos para cobrir as necessidades da população.

O presidente da Sociedade recorda que 56% da população portuguesa tem queixas reumáticas, sendo que se estima que 35% dos doentes não sabe que tem uma doença reumática.

Luís Cunha Miranda recorda que as doenças reumáticas têm um enorme impacto social e económico. Só em termos de reformas antecipadas, as doenças reumáticas custam mais de 900 milhões de euros por ano ao Estado, o que significa 0,5% do PIB nacional.

Já o absentismo provocado por doenças reumáticas se traduz em custos de quebra de produtividade de cerca de 200 milhões por ano.

“O acesso a um especialista pode ajudar a melhorar a vida dos doentes e pode ajudar a mudar este panorama”, considera o médico.

 

Estudo
Os partos por cesariana quase duplicaram em todo o mundo em 15 anos, passando de 12% para 21% de todos os nascimentos, segundo...

As análises apontam para uma elevada disparidade na percentagem de cesarianas, sobretudo entre países desenvolvidos e em desenvolvimento e regiões menos desenvolvidos.

Aliás, os estudos indicam que há cerca de 60% dos países do mundo que têm uma sobre utilização das cesarianas enquanto 25% têm uma subutilização, sugerindo “significativas disparidades” às recomendações médicas.

As recomendações internacionais apontam para as cesarianas devam ficar entre 10% a 15% dos partos.

A taxa de cesarianas em Portugal tem ultrapassado largamente estas recomendações, situando-se pelo menos desde 2005 sempre acima dos 30%. Nos 15 anos analisados, entre 2000 e 2015, Portugal passou de uma taxa de cesarianas de 27% para 32,3%, mas chegou a ultrapassar os 35% no ano 2011.

De acordo com a análise da The Lancet há pelo menos 15 países no mundo em que a taxa de cesarianas está acima dos 40%, grande parte deles na América do Sul.

Brasil, Venezuela, Chile, Paraguai, Cuba ou Colômbia estão entre os países com mais de 40% de cesarianas, tal como Egito, Turquia ou Irão.

O estudo sublinha que a cesariana é uma intervenção que pode ser essencial para salvar a vida da mulher ou do bebé quando ocorrem complicações, mas que é uma cirurgia com riscos e que pode potenciar complicações em futuros partos.

“A gravidez e o parto são processos normais, que ocorrem de forma segura na maioria dos casos. O grande aumento de cesarianas – sobretudo em países mais ricos e por razões não médicas – é preocupante porque está associado a riscos para a mulher e para a criança”, indica a investigadora principal destes estudos, Marlenn Temmerman.

Esta investigação analisou dados de 169 países a partir de informações da Organização Mundial da Saúde e da UNICEF.

Globalmente, as cesarianas cresceram a um ritmo de 3% ao ano entre 2000 e 2015.

O suposto recurso abusivo à cesariana acontece sobretudo na América do Norte, na América Latina e Caraíbas e na Europa Ocidental.

Os autores consideram que é necessário reduzir estas cesarianas, mas reconhecem que há falhas na investigação e no investimento nesta área.

 

Prescrição médica
A canábis terapêutica vai ser autorizada no Reino Unido, mediante prescrição, a partir de 01 de novembro, anunciou ontem o...

O governante sublinhou, contudo, que a medida não abre caminho para uma legalização da canábis para uso recreativo.

"A minha intenção sempre foi garantir que os doentes possam ter acesso ao tratamento médico mais apropriado, mas indiquei sempre claramente não ter qualquer intenção de legalizar o uso recreativo da canábis", explicou.

Vários casos de pessoas doentes que recorreram ilegalmente à ajuda de produtos derivados da canábis, incluindo os de duas crianças com epilepsia que tomavam óleo de canábis, Alfie Dingley e Billy Caldwell, foram alvo de muita atenção mediática no Reino Unido, alimentando o debate sobre a autorização da canábis terapêutica.

O ministro do Interior britânico pediu a 19 de junho a dois grupos de especialistas independentes que estudassem a questão.

Uma primeira análise, realizada por Sally Davies, a principal conselheira médica do Governo, concluiu estar provado que a canábis médica tinha benefícios terapêuticos.

O Conselho Consultivo sobre o Abuso de Droga considerou, por seu lado, que os médicos deveriam poder prescrever canábis terapêutica desde que os produtos cumprissem as normas de segurança.

O interesse pela canábis, ou cânhamo indiano, utilizada como planta medicinal, foi relançado nos anos 1990 pela descoberta de um composto análogo produzido pelo organismo, o canabinóide endógeno, presente tanto no cérebro dos seres humanos como dos animais.

Desde então, dezenas de estudos confirmaram o interesse da canábis terapêutica para tratar, por exemplo, espasmos musculares na esclerose múltipla e na epilepsia, dores crónicas em algumas patologias neurológicas, ou ainda para impedir náuseas e vómitos em doentes com cancro.

Vários outros países europeus já legalizaram a canábis terapêutica, como a Alemanha, a Áustria, a Finlândia e a Itália.

 

 

Praga de Vespa
O presidente da RefCast, a Associação Portuguesa da Castanha, José Gomes Laranjo, defendeu que há maiores riscos para a...

“Globalmente, nós não sentimos que a vespa venha trazer uma quebra na produção de castanha. Há outros fatores que, neste momento, mais contribuem para a redução da produção e para aquelas variações anuais”, afirmou, à margem do III Simpósio Internacional da Castanha, que decorre durante três dias no Instituto Politécnico de Bragança.

No mesmo evento foi revelado que a praga foi detetada em 500 soutos do concelho de Vinhais, um dos maiores produtores portugueses. Ainda assim, o presidente da RefCast defende que há outros fatores que pesam mais na diminuição da produção como a falta de chuva ou a doença da tinta.

Há vários anos que a doença da tinta dizima soutos, apesar de, como disse, existirem soluções “para mitigarem, para prevenir e para as novas plantações”.

“Hoje é possível plantar novos castanheiros com resistência à doença da tinta”, sublinhou.

Relativamente à Vespa das Galhas do Castanheiro, afirmou que “está profundamente espalhada e com ataques fortes fora de Trás-os-Montes, nas áreas de território fora de Trás-os-Montes que produzem castanha”.

A Trás-os-Montes chegou no ano passado e “há zonas onde o impacto pode reduzir para metade a produção”, como reconheceu o presidente da RefCast, que entende, contudo, que a praga uma quebra a nível global na produção.

A associação surgiu há dez anos para “puxar pela fileira e pelos investimentos” e neste período constata que “a área da castanha aumentou e está numa fase muito de aceleração do aumento da plantação”

“Temos, atualmente, estima-se cerca de 35 mil hectares, o setor estima que se estejam a plantar mais de 200 mil castanheiros por ano”, indicou.

Há, porém, “uma dificuldade que é alimentar a fileira com castanheiros de qualidade para plantação”

“Este é um dos grandes problemas que nós temos, é uma das grades dificuldades, há a questão das doenças, das pragas que vão aparecendo, mas este também é um problema: a falta de castanheiro de qualidade”, considerou.

Esta realidade leva muitas vezes os produtores a adquirirem árvores para novas plantações sem o certificado de qualidade, nomeadamente recorrendo ao estrangeiro.

A RefCast estima que Portugal produza “na ordem das 45 mil a 50 mil toneladas de castanha”, o que “representa qualquer coisa na ordem dos 90 milhões de euros só em termos de valor de castanha pago ao produtor”.

Trás-os-Montes concentra “dos 80, 85% da área de produção de castanha” e é, segundo José Gomes Laranjo “talvez uma das regiões mais importantes do mundo em termos de castanha”.

 

Ministro da Ciência
O ministro da Ciência defendeu hoje que um dos grandes desafios da investigação biomédica na Europa é envolver a sociedade no...

"O grande desafio passa pelo facto de as pessoas perceberem como a pesquisa pode ser um instrumento para o seu bem-estar e que lhes pode trazer benefícios", referiu Manuel Heitor, sublinhando que deve haver uma aproximação entre os investigadores, as instituições e a sociedade, nomeadamente através de associações de doentes.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior falava em Albufeira durante a Summer School in Translational Cancer Research 2018, uma iniciativa da EurocanPlatform, um projeto financiado pela União Europeia com o objetivo de desenvolver a investigação na área do cancro.

"Por exemplo, o que estamos aqui a discutir hoje é como é que a investigação em cancro pode ser orientada para, na próxima década, reduzir em metade o número de mortes de cancro", ilustrou, em declarações à Lusa, à margem da intervenção que fez perante uma plateia de 60 investigadores na área da Oncologia.

De acordo com Manuel Heitor, "a ideia de a investigação em cancro poder possibilitar a redução do número de mortos é uma forma de explicar às pessoas que é preciso mais investigação para atingir esse objetivo", mas as pessoas "têm que perceber o que é que o conhecimento faz".

O ministro da Ciência frisou que o grande desafio é "organizar a atividade científica em grandes missões", referindo que, cada vez mais, sobretudo na área biomédica, começa a ser importante envolver as associações de doentes de cancro na Europa na discussão com os próprios investigadores na forma como se deve comunicar e desenvolver as agendas científicas.

"Portugal é um relativo caso de sucesso devido ao movimento Ciência Viva, mas é certamente, a nível europeu, um dos grandes desafios para o futuro", concluiu.

A iniciativa, que termina na sexta-feira, reuniu este ano 20 oradores e 60 participantes, especialistas e investigadores de mais de 20 nacionalidades que se dedicam ao estudo do cancro.

Substâncias químicas cancerígenas
A União Europeia concordou hoje limitar a exposição dos trabalhadores a mais oito substâncias cancerígenas, incluindo os gases...

Parlamento e Conselho europeus alcançaram um acordo sobre a segunda proposta da Comissão Europeia de alargamento da lista de substâncias químicas reconhecidas como cancerígenas no local de trabalho.

Com este acordo, que terá de ser ainda votado pelos eurodeputados, passam a ser abrangidas pela Diretiva dos Agentes Cancerígenos e Mutagénicos mais oito substâncias, incluindo os gases de escape dos motores a diesel, de acordo com um comunicado da Comissão Europeia.

A diretiva estabelece valores-limite de exposição dos trabalhadores a agentes cancerígenos e mutagénicos para reduzir os riscos para a sua saúde.

Da lista das oito substâncias fazem parte a epicloridrina (usada na produção de papel), o dibromoetano (utilizado na preparação de corantes e medicamentos), o dicloroetano (usado em plásticos, como solvente e para remover o chumbo da gasolina), a metilenodianilina (para espumas) e o tricloroetileno (usado em adesivos e como desengordurante de peças metálicas).

Os restantes compostos químicos são as misturas complexas de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (usadas na produção de alumínio, na liquefação de carvão, em coberturas e pavimentos e na conservação de madeira) e os óleos de motores usados (utilizados em motores a diesel de automóveis, barcos, aviões e comboios).

Segundo a comissária europeia para o Emprego e os Assuntos Sociais, Marianne Thyssen, "mais de 20 milhões de trabalhadores na Europa ficarão mais bem protegidos", em particular os das indústrias química, metalúrgica e automóvel, os motoristas profissionais, os operários da construção civil e os funcionários portuários e de armazém.

"Demos mais um passo importante na proteção dos trabalhadores europeus contra os cancros ligados ao trabalho", assinalou, citada em comunicado da Comissão Europeia, a propósito do acordo alcançado pelas instituições europeias.

O acordo provisório de hoje será apresentado ao Comité de Representantes Permanentes do Conselho Europeu antes de ser votado no Parlamento.

 

Progressão carreira
Um abaixo-assinado subscrito por cerca de 300 enfermeiros com Contrato Individual de Trabalho do Centro Hospitalar do Baixo...

No documento, os enfermeiros referem que o CHBV “aplicou as regras de descongelamento apenas aos enfermeiros com contrato de trabalho em funções públicas e, excluindo os Contratos Individuais de Trabalho, promoveu uma inadmissível discriminação negativa”.

“Está escrito na lei que o descongelamento das progressões na carreira seria para todos os trabalhadores das Hospitais EPE (Entidade Pública Empresarial) e isso englobava também os Contratos Individuais de Trabalho, mas aqui estão-nos a tratar de forma discriminatória e nós não entendemos porquê”, disse à Lusa a enfermeira Graça Tavares.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses diz que há enfermeiros que trabalham no CHBV desde 2003 e “nunca tiveram qualquer progressão salarial, sendo desta forma apagados 15 anos de exercício profissional”.

“É um bocado discriminatório nós trabalharmos nos mesmos sítios, temos todos as mesmas competências e não temos perspetivas de progressão”, disse Graça Tavares.

Face ao que dizem ser uma “intolerável injustiça”, os subscritores exigem a imediata aplicação, “justa e coerente”, das regras relativas ao descongelamento das progressões.

Para além da entrega do abaixo-assinado, a Direção Regional de Aveiro do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses promoveu uma concentração de enfermeiros hoje à tarde em frente ao Hospital de Aveiro.

Estas ações estão inseridas na greve dos enfermeiros que se iniciou na quarta-feira para exigir ao Governo que apresente uma nova proposta negocial da carreira de enfermagem que vá ao encontro das expectativas dos profissionais e dos compromissos assumidos pela tutela.

A paralisação nacional que também decorreu hoje, repete-se nos dias 16, 17, 18 e 19 de outubro, dia em que está marcada uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, para exigir do Governo o cumprimento dos compromissos que assumiu mo processo negocial de 2017.

Concurso
O Ministério da Saúde está a reapreciar as candidaturas dos trabalhadores do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) ao Programa de...

Em resposta a uma pergunta remetida pelo Bloco de Esquerda através do parlamento, a que a agência Lusa teve acesso, o Ministério da Saúde informa que “se encontram em fase de apreciação as reclamações dos candidatos do CHO, que foram excluídos dos procedimentos concursais (destinados à regularização de trabalhadores precários), com fundamento na falta de habilitações legais”.

A tutela explica que a recusa dessas candidaturas pelo CHO resultou de “instruções da Direção-Geral da Administração Pública e Emprego Público e dos modelos de concurso disponibilizados".

Na sexta-feira, o parlamento aprovou, em votação final global, uma recomendação ao Governo para que as habilitações literárias não possam ser fator de exclusão no âmbito do Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP).

O texto final da Comissão de Trabalho e Segurança Social, com origem em projetos de resolução de BE e PCP, foi aprovado apenas com abstenções de PSD e CDS-PP, contando com votos favoráveis das restantes bancadas.

Em agosto, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) teve opinião contrária, ao esclarecer que seriam apenas integrados os precários do CHO que tenham no mínimo o 12.º ano como é exigido para a carreira.

Segundo a ACSS, todos os trabalhadores nas mesmas condições têm de estar abrangidos pela Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, motivo pelo qual o PREVPAP “não dispensa a posse dos requisitos gerais e especiais legalmente exigidos para ingresso nas carreiras e categorias postas a concurso”.

Em junho, o BE alertou que, dos 170 precários do CHO candidatos ao PREVPAP, só uma dezena de candidatos, a desempenhar funções e assistentes técnicos, viram aprovada a sua candidatura pela Comissão de Avaliação Bipartida da Saúde.

Apesar de trabalharem há décadas no CHO, foram notificados pelo júri do concurso de que não podem ser integrados por não terem as habilitações mínimas, o 12.º ano de escolaridade.

No parlamento, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, admitiu que se tratou de uma “irregularidade processual” que prometeu corrigir.

O CHO, com hospitais em Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras, serve 293 mil habitantes dos concelhos do Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Óbidos, Peniche, Torres Vedras e parte de Alcobaça e de Mafra.

Taxa de saúde
O governo do Reino Unido propôs no Parlamento aumentar para o dobro a taxa anual de acesso ao serviço público de saúde...

A taxa designada em inglês como Immigration Health Surcharge (IHS) é aplicada aos imigrantes não comunitários com vistos de trabalho, de estudante ou de reunificação familiar com uma duração de seis meses.

Atualmente, estes imigrantes para serem atendidos no serviço público de saúde britânico têm de pagar 200 libras anuais (228 euros), valor que o governo conservador britânico quer agora aumentar para 400 libras anuais (456 euros).

Desde que foi estabelecida esta taxa, em 2015, o executivo britânico arrecadou mais de 600 milhões de libras (684 milhões de euros), segundo informou o Ministério do Interior, num comunicado, citado pelas agências internacionais.

“O nosso sistema de saúde está sempre lá quando precisamos dele, pago pelos contribuintes britânicos. Damos as boas-vindas aos imigrantes de longa duração que usam o sistema público de saúde (NHS, na sigla em inglês), mas trata-se de um sistema nacional, não internacional”, afirmou a secretária de Estado para a Imigração, Caroline Nokes.

“Estamos a um passo mais próximo de aplicar mudanças na taxa de saúde e o dinheiro extra que vamos arrecadar irá diretamente para manter e proteger o nosso sistema de saúde", acrescentou.

Caroline Nokes defendeu que “é justo que as pessoas que vivem no Reino Unido contribuam” para que o sistema de saúde funcione.

E afirmou acreditar que mesmo com a subida de preço, o IHS continua “a ser uma boa oferta para todos aqueles que querem viver no Reino Unido de forma temporária”.

De acordo com a nova proposta governamental, os estudantes teriam um desconto na taxa, que seria fixada nas 300 libras anuais (342 euros).

O Ministério do Interior britânico, que tutela todas as normas relativas às questões da imigração, informou que o sistema público de saúde do Reino Unido “gasta 470 libras (535 euros) em média por pessoa todos os anos”.

O comunicado do Ministério do Interior britânico precisou que esta taxa de saúde não se aplica a cidadãos estrangeiros que tenham obtido o título de “residência permanente” no Reino Unido.

Londres e Bruxelas continuam a negociar um acordo que fixe as condições da saída do Reino Unido da UE, processo conhecido como ‘Brexit’ e que tem data prevista para 29 de março de 2019.

O acordo em negociação irá detalhar, entre outros aspetos, os direitos dos cidadãos comunitários residentes no Reino Unido e dos britânicos residentes nos países do bloco europeu no período pós-Brexit.

Bastonário
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, disse hoje, em Braga, que não tem “conhecimento oficial” de cirurgias a...

“Não tenho conhecimento oficial de nenhuma situação de adiamento de dois, três ou quatro meses de operações a doentes oncológicos. Mas, se existe, deve ser identificada para intervir”, referiu.

Miguel Guimarães reagia, assim, à notícia de hoje do Diário de Notícias, segundo a qual as greves dos profissionais de saúde já motivaram o adiamento por dois meses de cirurgias a doentes oncológicos.

“Vou estar muito atento”, referiu o bastonário, adiantando que vai contactar as direções clínicas e os diretores de serviço de todos os hospitais do país para aferir se há “algum fundo de verdade” nas situações reportadas.

Sublinhou que os doentes oncológicos que não são operados no dia marcado por motivo de greve o devem ser no dia seguinte ou na semana seguinte.

“Podem ser adiadas situações mais benignas para que as oncológicas tenham prioridade”, acrescentou.

 

Caos no Serviço de Ginecologia e Obstetrícia
O bastonário da Ordem dos Médicos apelou hoje à contratação urgente de mais cinco especialistas para o Serviço de Ginecologia e...

“A situação é crítica (…). Os médicos têm uma pressão diária muito intensa, quase que não têm tempo para respirar. Já todos, ou a grande parte, fizeram mais horas extraordinárias do que as legalmente previstas”, referiu.

Segundo Miguel Guimarães, alguns médicos daquele serviço já apresentaram à Ordem declarações de isenção de responsabilidade para o caso de acontecerem situações “mais complicadas”.

O Hospital de Braga já reagiu, em comunicado, dizendo que “estão asseguradas as condições de segurança clínica na prestação de cuidados de saúde à população”.

Refere ainda que desde o início deste ano a administração do hospital autorizou a contratação de mais três médicos para aquele serviço, mas “a falta de oferta de especialistas de Ginecologia/Obstetrícia disponíveis no mercado tem dificultado as contratações”.

Estas contratações, acrescenta, pretendem fazer face ao aumento de partos registados desde 2017 e responder a outras áreas de atividade daquele serviço.

O bastonário da Ordem dos Médicos admitiu que não há registo de situações graves naquele serviço do Hospital de Braga decorrente da falta de médicos, mas enfatizou que é preciso reforçar o número de especialistas para continuar a “oferecer segurança e confiança” aos utentes.

Aludiu, designadamente, ao Serviço de Urgência do bloco de partos, que conta com três médicos durante a noite quando, “no mínimo, deveria ter quatro”.

Miguel Guimarães disse que vai dar conhecimento da situação ao ministro da Saúde e pedir-lhe que a olhe “com olhos diferentes”.

O Serviço de Ginecologia/Obstetrícia conta atualmente com 32 médicos especialistas e, segundo a nota hoje divulgada, “vem, ao longo dos anos, mantendo uma contratação regular”.

Nos últimos sete anos, a equipa foi reforçada em 11 médicos.

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