Ordem Médicos
O bastonário da Ordem dos Médicos disse que com a proposta de Orçamento do Estado para 2019 "é difícil" que a...

"É difícil fazer isto com 201 milhões de euros que é o que está atribuído ao Serviço Nacional de Saúde [SNS]. (...) Este ano de 2018 em princípio vai ser 4,8% do PIB, em 2019 provavelmente o valor ainda vai ser mais baixo. E, portanto, é difícil que esta ministra da Saúde ou qualquer outro ministro consiga resolver os principais problemas que neste momento se colocam aos portugueses e ao país na área da saúde", afirmou Miguel Guimarães.

À margem do discurso de encerramento da cerimónia de entrega do Prémio de Mérito da Competência em Gestão dos Serviços de Saúde, atribuído ao clínico José Guimarães dos Santos, no Porto, Miguel Guimarães lembrou que "só médicos, faltam 5.500", a que se juntam os milhares de enfermeiros, assistentes operacionais e técnicos em falta no SNS.

Há ainda a necessidade de renovação de equipamentos que, segundo o bastonário, não vai ser resolvida com este orçamento, "a não ser que exista um orçamento adicional só para esta matéria".

A estas situações acresce a questão da estrutura hospitalar cujos problemas identificados, defende, dificilmente se resolverão.

Miguel Guimarães disse ainda que o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, "se enganou, com certeza", quando afirmou que o Governo está a fazer um "esforço tremendo" de recuperação na área da saúde, defendendo que esse esforço "é basicamente dos profissionais".

"Há um ditado popular que diz que não é possível fazer omeletes sem ovos e aqui é a mesma coisa. As pessoas fazem um esforço imenso para tentarem melhorar ao máximo a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, mas quem faz o esforço imenso não é o governo, nem é o secretário de Estado, quem faz o esforço imenso são os profissionais de saúde", afirmou.

Para o bastonário, "são os profissionais de saúde que estão a entrar em 'burnout', que fazem milhares e milhares de horas extraordinárias, que depois dos 50 e dos 55 anos que podiam deixar de fazer urgência e continuam a fazer urgência".

Miguel Guimarães avisa, contudo, que os profissionais de saúde têm um limite e esse limite está a ser atingido.

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, disse sábado, em Coimbra, que o Governo está a fazer um "esforço tremendo" de recuperação na área da saúde, depois de um desinvestimento "brutal" do anterior Governo.

"Terminamos com este orçamento [2019] a recuperação de mil milhões de euros de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tinha sido alvo de desinvestimento por parte do Governo anterior", disse o dirigente socialista, que participou num plenário de militantes para apresentar o orçamento do próximo ano.

ADSE
O Conselho Geral e de Supervisão da ADSE propõe a reformulação do plano estratégico do subsistema de saúde dos funcionários...

Num documento divulgado na sexta-feira, o conselho pronuncia-se sobre o plano plurianual 2018-2020 apresentado pelo conselho diretivo da ADSE em setembro, fazendo propostas de alteração, essencialmente pontuais, e reitera a necessidade de completar o plano “com referências a questões fundamentais e prioritárias para a ADSE”, como a "regularização da situação das autarquias, da revisão das tabelas, (...) da regularização das dívidas do Estado e dos prestadores de cuidados de saúde e do eventual alargamento da ADSE a novos beneficiários".

O Conselho Geral e de Supervisão considera ainda “imperativa a rápida apresentação” do plano de atividades para 2019, por parte do conselho diretivo da ADSE.

Em agosto, o Conselho Geral já reiterava a necessidade de "resposta urgente do Governo as questões como as dívidas do Estado, no montante de 180,9 milhões de euros, nas contas de 2017".

O parecer foi aprovado por unanimidade numa reunião realizada na quinta-feira.

Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares
O Instituto Nacional de Emergência Médica recebeu o prémio “Healthcare Excellence”, uma iniciativa em quinta edição que...

O prémio, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), distinguiu o projeto do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) “Via Verde da Reanimação”, que tem como primeiro objetivo salvar pessoas em situação de paragem cardiorrespiratória, e que, não sendo possível, procura preservar órgãos para aumentar o número de transplantações.

A APAH lembra que o projeto “Via Verde da Reanimação” começou como projeto-piloto em 2016 no Centro Hospitalar de São João, no Porto, e diz que dos 36 casos de paragem cardiorrespiratória encaminhadas pelo INEM foram recuperadas quatro vidas, feitas 44 doações e realizados 33 transplantes renais.

O mesmo método do projeto-piloto foi, entretanto, aplicado na região da grande Lisboa.

A primeira menção honrosa foi para o projeto “Utilizadores frequentes do Serviço de Urgência Geral”, do Hospital Garcia de Orta e do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Almada Seixal. Destina-se a utentes que vão muito às urgências e foi possível reduzir o número.

Uma segunda menção honrosa foi para o Centro Hospital da Cova da Beira, com o projeto “Telemonitorização de doentes com insuficiência cardíaca crónica (ICC)”. A iniciativa permite detetar precocemente episódios de descompensação e diminuir e prevenir hospitalizações.

Os três vencedores foram distinguidos entre seis projetos finalistas apresentados hoje na secção regional do Norte da Ordem dos Médicos, no Porto, onde decorreu a entrega dos prémios.

O Prémio Healthcare Excellence recebeu um total de 16 candidaturas, de instituições de saúde de todo o país. A iniciativa da APAH, com o apoio da biofarmacêutica AbbVie, pretende distinguir projetos de melhoria da qualidade dos serviços prestados aos utentes que tenham resultado numa melhoria do acesso, da eficiência, da segurança, ou dos resultados obtidos na prestação de cuidados de saúde.

Especialista alerta
A má qualidade do sono está associada, em grande medida, a aspetos depressivos, disse a especialista Marta Gonçalves, que...

"É um sintoma muito comum em 80 a 90% das depressões haver insónia", salientou a médica psiquiátrica, coordenadora da psiquiatria e medicina do sono do Hospital CUF do Porto, que no sábado participou no simpósio para falar sobre "Insónia, depressão e ansiedade - velhos problemas, novos desafios".

Segundo a especialista em medicina do sono, que citou estudos de 2010, 18% da população portuguesa sofre de insónia, sendo que a mais prevalente é a dificuldade em adormecer, e desse número 10% tomava medicamentos para dormir, "o que é preocupante".

Um estudo mais recente em população adulta, com base numa amostra do grande Porto, concluiu "que 30% de jovens adultos com 21 anos têm má qualidade de sono e 15,6% tinham sintomas depressivos".

"Nesse grupo, 23,5% dormem menos de sete horas, que é o mínimo indicado de sono aos 21 anos (entre sete a nove horas)", explicou.

Para Marta Gonçalves, a insónia "é um sintoma comum associado a outros sintomas depressivos, mesmo que muitas vezes os outros não sejam tão evidentes e apareçam mascarados".

"Temos de estar atentos, porque 40% das insónias têm esta causa, esta morbilidade psiquiátrica - quer a ansiedade quer a depressão podem estar ligadas", sublinhou.

Em súmula, acrescentou, "a insónia pode ser um sintoma de ansiedade e depressão, de perturbações ansiosas e do humor".

"Por outro lado, a insónia a longo prazo, em estudos longitudinais, aumenta o risco de depressão para mais do dobro", frisou.

Outras causas possíveis de insónias estão relacionadas com a Síndrome do Apneia do Sono, da Síndrome de Pernas Inquietas, das alterações do ritmo circadiano e de várias outras doenças próprias da Medicina do Sono.

De acordo com Joaquim Moita, presidente da Associação Portuguesa do Sono (APS), citado num comunicado enviado à agência Lusa, a insónia é tratável, "embora, na maioria dos casos, não o seja de forma eficaz em Portugal pelo uso excessivo e inapropriado de benzodiazepinas, que provocam dependência, alterações cognitivas, comportamentais e demência precoce".

A APS realizou no sábado o simpósio "Insónia: a perspetiva da Medicina do Sono", em Coimbra, com o "objetivo de discutir as principais questões relacionadas com esta patologia do sono, que afeta 10% da população e está associada a doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e mortalidade precoce".

Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
Os acionistas que não aprovaram a saída de bolsa da Luz Saúde vão receber uma contrapartida de 5,71 euros por ação, informou...

“O valor da contrapartida a pagar pela aquisição das ações detidas pelos acionistas que não tenham aprovado a referida deliberação será de 5,71 euros por ação”, disse, em comunicado, o regulador dos mercados.

Em 15 de junho, o regulador pediu a um auditor independente a fixação da contrapartida mínima a oferecer pelas ações da Luz Saúde, dada a reduzida liquidez da proprietária do Hospital da Luz em bolsa.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) “solicitou à Ordem dos Revisores Oficiais de Contas a nomeação de um auditor independente para fixação da contrapartida mínima a oferecer por ocasião do pedido de perda da qualidade de sociedade aberta da Luz Saúde, pela aquisição das ações pertencentes aos acionistas que não tenham estado presentes ou representados ou votado favoravelmente na assembleia onde a mesma foi deliberada”, referiu, na altura.

Na sequência, o auditor independente apontou como contrapartida mínima a oferecer de 5,52 euros.

Porém, este valor é inferior ao que a acionista Fidelidade assumiu na proposta aprovada, em assembleia-geral da Luz Saúde, de 5,71 euros.

“O valor de 5,71 euros corresponde também ao maior preço pago no período de seis meses anterior à divulgação da convocatória da referida assembleia-geral, no contexto da celebração de um contrato de compra e venda de ações representativas do capital social da Luz Saúde, através do qual a vendeu à Fosun Internacional Limited 46.815.704 ações da Luz Saúde ao preço unitário de € 5,71”, lê-se no comunicado hoje divulgado.

Por conseguinte, o valor da contrapartida a pagar pela aquisição das ações detidas pelos acionistas que não tenham aprovado a deliberação foi fixado em 5,71 euros por ação.

Adicionalmente, a CMVM informou que “o procedimento relativo ao pedido de perda da qualidade de sociedade aberta não se encontra ainda concluído”.

Fundo da ONU para a população
A diretora da representação do Fundo de População das Nações Unidas disse que em Portugal a fertilidade desejada está bastante...

Mónica Ferro, que participou sexta-feira passada no parlamento português na apresentação do "Relatório sobre a evolução da população mundial de 2018", do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), adiantou que, em Portugal, em média” as mulheres e os casais querem ter cerca de 2,3 filhos e na realidade têm 1,2”.

A especialista explicou que, “quando têm acesso a informação, as mulheres e os casais limitam a sua fertilidade, mas esse limitar da fertilidade e direito de escolha significa que em algumas partes do Mundo esse direito não se realiza porque algumas mulheres e alguns casais têm mais crianças do que as que querem, mas noutras partes do Mundo têm menos do que as que querem e Portugal insere-se neste contexto”.

“Portugal tem as mesmas barreiras que têm os outros países altamente desenvolvidos e que estão na categoria de baixas taxas de fertilidade, que são as dificuldades económicas, as barreiras institucionais e as barreiras sociais”, adiantou.

“Embora haja acesso à saúde sexual e reprodutiva e ela faça parte dos cuidados primários de saúde em Portugal, muitas mulheres e muitos casais relatam histórias de dificuldade na conciliação entre a vida familiar e a profissional, falta de cuidados infantis ou destes serem demasiadamente caros e não lhes permitir poder ter uma vida profissional e familiar e a realização do projeto de fertilidade que querem”, observou.

A diretora da representação do UNFPA em Genebra explicou que esta situação “tem a ver também com o facto de em Portugal, embora a igualdade de género esteja consagrada na lei, existe um hiato salarial em que as mulheres ganham menos do que os homens, não obstante o grau de desenvolvimento do país e o facto de existir um leque de opções muito grande no que diz respeito aos direitos reprodutivos, ainda persistem alguma barreiras económicas, institucionais e sociais que impedem de terem o número de filhos que querem”.

Para Mónica Ferro, esta é uma “situação preocupante em Portugal”, que só pode ser resolvida através de um grande investimento público e políticas proativas de conciliação do trabalho com a vida familiar, no investimento dos serviços de apoio à infância e incentivos fiscais, para se conseguir que a taxa cresça novamente.

“Essa é a grande preocupação dos países que estão organizados nesta categoria, com o aumento do bem-estar, com as garantias de nutrição, com a diminuição da taxa de mortalidade, a população começou lentamente a estabilizar. Ao baixar a fertilidade e o número de filhos, nota-se que a população vai envelhecendo e felizmente vive-se hoje mais tempo e com mais qualidade do que em qualquer outro momento da história da humanidade, mas a população jovem em idade produtiva está a diminuir”, explicou.

Para a especialista, antiga deputada do PSD, “isto lança um desafio muito grande” a nível destes países de baixa fecundidade, “em matéria de sustentação do modelo económico que existe, sustentação do sistema de Segurança Social e até a manutenção dos mercados como estão desenhados, porque a Economia de um país é toda desenhada em função de pilares – a mão-de-obra disponível, o sistema de segurança social, o mercado de trabalho – e, portanto, a diminuição da mão-de-obra disponível está a alterar esses equilíbrios”.

“A maior parte dos países europeus, com perfis demográficos semelhantes aos portugueses, estão muito preocupados com a sustentabilidade da Segurança Social e do mercado de trabalho. Há países que tinham taxas de fertilidade muito baixas e que fizerem investimentos políticos muito fortes e que agora estão a ver as suas populações a voltar a crescer”, disse.

Mónica Ferro deu como exemplo a França e a Noruega, que fizeram investimentos públicos muito grandes em licenças de maternidade e de paternidade pagas, em cuidados infantis, sistemas de creches e infantários, com muitos incentivos fiscais a casais com mais filhos e também com políticas de subsídios de nascimento e à infância.

A responsável do UNFPA vincou que este problema tem de ser tratado através de uma mistura de políticas públicas e de programas e, portanto, os incentivos governamentais, como o de apoio à natalidade, o chamado ‘cheque-bebé’, “têm de estar sempre em primeira linha, mas é uma transformação societal, estrutural que tem de ser feita”.

O relatório sobre "A situação da População Mundial 2018", com o tema "O Poder de Escolha – direitos reprodutivos e transição demográfica", apresentado em Lisboa, no Grupo Parlamentar de População e Desenvolvimento, refere que a decisão das mulheres sobre a data e número de filhos está diretamente ligada ao desenvolvimento económico e social das populações.

Causa de incapacidade motora
Para assinalar o Dia Nacional da Paralisia Cerebral, a especialista em neuropediatria, Susana Rocha,

A paralisia cerebral é a causa mais frequente de incapacidade motora em idade pediátrica, afetando cerca de 1,7 crianças por cada mil nascidas na Europa. Segundo o Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral aos 5 anos de idade (PVNPC5A), iniciado em 2006, entre 2001 e 2007 nasceram em Portugal 1187 crianças com paralisia cerebral, o que dá uma taxa de incidência média de 1,55 casos em mil nados vivos.

Resulta de uma lesão no cérebro imaturo que pode ocorrer durante a gravidez, na altura do parto ou no período neonatal, ou até aos 2 anos de idade. Esta lesão pode ser causada por uma malformação cerebral, infeção, traumatismo, asfixia grave ou um acidente vascular cerebral.

Os recém-nascidos muito prematuros, ou com complicações durante a gravidez e parto são os que correm maior risco de vir a ter paralisia cerebral.

A deficiência motora pode ir desde o atingimento de apenas um membro (braço ou perna), até aos quadros mais graves de afeção dos 4 membros e incapacidade para a marcha e autonomia nas atividades do dia-a-dia (comer, higiene, vestir, aprender novas tarefas).

Além da deficiência motora, as crianças e adultos com paralisia cerebral têm com frequência epilepsia, dificuldades na comunicação, défice cognitivo, défices visuais e/ou auditivos, e problemas nutricionais.

Constitui um problema de grande magnitude pelas deficiências associadas, pela sua cronicidade e pelas implicações médicas, sociais e educacionais que origina.

O acompanhamento do doente com paralisia cerebral deve ser multidisciplinar (efetuado por médicos, terapeutas, assistentes sociais, docentes do ensino especial) e tem como objetivo melhorar a qualidade de vida deste e das suas famílias, e promover a sua plena integração na sociedade, não só a nível educativo e profissional, como também proporcionando o acesso a atividades de lazer (desporto, artes, etc.).

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ministério da Saúde
O presidente do Conselho Nacional de Saúde, Jorge Simões, renunciou ao cargo invocando “motivos pessoais”, disse hoje fonte...

Numa resposta, o gabinete da ministra da Saúde, Marta Temido, refere que “o Conselho Nacional de Saúde continuará a funcionar, com a presidência assegurada em regime de substituição”, e que a governante vai lançar o processo de seleção do nome do novo presidente, a ser indicado ao Conselho de Ministros.

Jorge Simões é casado com Marta Temido, que, na segunda-feira tomou posse como ministra da Saúde, substituindo Adalberto Campos Fernandes.

A Lusa contactou Jorge Simões, antes da resposta oficial do Ministério da Saúde, tendo o presidente do Conselho Nacional de Saúde afirmado que comunicaria a sua decisão sobre a permanência ou não no cargo em primeiro lugar aos membros do organismo, numa reunião a ter lugar na próxima semana.

Segundo a página ‘online’ do Serviço Nacional de Saúde, o Conselho Nacional de Saúde “é um órgão consultivo do Governo, independente”, composto por 30 membros e que visa “garantir a participação das várias forças científicas, sociais, culturais e económicas, na procura de consensos alargados relativamente à política de saúde”.

O presidente e o vice-presidente do organismo são designados pelo Conselho de Ministros, sob proposta do membro do Governo responsável pela área da Saúde.

Tem ainda representantes dos utentes, eleitos pela Assembleia da República, das ordens profissionais, das autarquias e personalidades de reconhecido mérito na área da saúde, indicados por várias entidades, com um mandato de quatro anos não renovável.

Jorge Simões foi indicado para a presidência do Conselho Nacional de Saúde em setembro de 2016, tendo antes dirigido a Entidade Reguladora de Saúde.

Parlamento
O parlamento aprovou hoje na generalidade um projeto de lei do CDS-PP para reforço da autonomia das entidades hospitalares do...

A iniciativa dos democratas-cristãos teve votos favoráveis de todas as bancadas menos da do PS, que votou contra o diploma.

No diploma, o CDS-PP defende o "reforço da autonomia das entidades hospitalares integradas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para contratação de recursos humanos", lembrando as greves dos profissionais de saúde que se sucederam "a um ritmo nunca visto" nos últimos três anos, para reclamar a falta de cumprimento das promessas do Governo, mas também para demonstrar que estão "exaustos e desmotivados pela falta de condições" para exercer com “qualidade e segurança”.

Para este cenário, segundo os centristas, contribuiu "o estrangulamento a que o SNS está sujeito por parte do Ministério das Finanças".

Por outro lado, observa-se em "diversos hospitais a duplicação de serviços, por vezes desadequada para a dimensão do hospital e para a população que serve", o que leva ao desperdício.

Para ultrapassar esta situação, o CDS-PP defende que as unidades de saúde devem ter "mais autonomia" para contratar em situações de necessidade claramente identificadas.

Outros quatro projetos de lei, igualmente sobre unidades do SNS, sua autonomia, modelo de financiamento, regime jurídico, estatutos e inclusão na Lei dos Compromissos, apresentados por BE, CDS-PP e PCP, foram rejeitados sempre com votos contra de PS e PSD, à exceção da iniciativa do CDS-PP, que só contou também com votos favoráveis do PSD.

No Porto
A associação dos pais de crianças com doença oncológica tratadas no Hospital de São João, no Porto, organiza no sábado um...

“Não basta dizer que sim, que é boa ideia fazermos este cordão humano, as pessoas têm de aparecer, têm de ir para o terreno porque ficar em casa não resolve nada”, disse hoje à Lusa o porta-voz da Associação Pediátrica Oncológica (APOHSJ), Jorge Pires.

O responsável referiu que a “cada dia que passa” a saúde das crianças internadas é posta em causa.

Além disso, com a chegada do inverno as condições em que estão as crianças agravam-se, sendo-lhes “muito prejudicial”, acrescentou.

Jorge Pires relembrou que há dinheiro e projeto, por isso, é só avançar com as “tão necessárias” obras.

Sobre a substituição do ministro da Saúde, o porta-voz da associação disse “pecar por tardia”, porque o ex-ministro, Adalberto Campos Fernandes, “prometeu muitas vezes e nunca cumpriu”.

“Dizia uma coisa um dia e, no outro a seguir, já dizia outra coisa diferente”, ressalvou.

Jorge Pires contou que as “ações pela ala pediátrica” não vão parar por aqui, estando já a ser preparadas outras.

O Governo autorizou no dia 19 de setembro a administração do Centro Hospitalar Universitário de São João a lançar o concurso para a conceção e construção das novas instalações do Centro Pediátrico.

A autorização foi concedida através de despacho assinado pelos ministros das Finanças, Mário Centeno, e da Saúde, Adalberto Fernandes, publicado no Diário da República.

Há dez anos que o hospital tem um projeto para construir uma nova ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.

Em junho, o presidente do Centro Hospitalar do S. João afirmou que o problema do centro ambulatório pediátrico, que inclui o hospital de dia da pediatria oncológica, ficou resolvido, mas “continuam a faltar as instalações do internamento pediátrico”.

As bancadas de PSD, BE, CDS-PP e PCP pediram na quinta-feira, no parlamento, a aceleração da construção da nova ala pediátrica do Hospital de São João, enquanto o deputado socialista Fernando Jesus assegurou que as obras arrancam em janeiro.

PSD e PCP apresentaram projetos de resolução a recomendar ao Governo que tome providências para o rápido desenvolvimento das novas instalações hospitalares, trocando acusações sobre as responsabilidades no atraso do início da construção, entre o atual Governo e os anteriores, nomeadamente o liderado por Passos Coelho (PSD/CDS-PP).

Os dois projetos de resolução são hoje votados no parlamento.

 

Dia Mundial da Osteoporose – 20 de outubro
A Sociedade Portuguesa de Reumatologia, a Sociedade Portuguesa de Osteoporose e Doenças Ósseas Metabólicas e a Associação...

“A osteoporose está na origem de 50 mil fraturas por ano, as quais têm um impacto substancial, na morbilidade e na qualidade de vida dos doentes e, que podem ter como última consequência, redução na sobrevivência” refere Viviana Tavares, presidente da Associação Nacional contra a Osteoporose (APOROS).

Estas fraturas representam um grave problema de saúde pública devido à sua elevada prevalência, às morbilidades que acarretam, à diminuição da qualidade de vida e aos custos económicos e sociais que comportam.

Luís Cunha Miranda, presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), alerta que “em muitos casos, mesmo após uma fratura causada pela osteoporose, o doente não é encaminhado para tratamento e acompanhamento adequado, o que conduz ao risco de uma nova fratura e a complicações que podem ser fatais” e refere que “é crucial apostar na capacitação do doente e numa comunicação mais ativa”.

A nível mundial, uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens, com idades acima dos 50 anos, poderão sofrer uma fratura devido à osteoporose, segundo a Fundação Internacional da Osteoporose.

Na população feminina, a redução na densidade óssea é particularmente comum em mulheres na pós-menopausa, devido à redução dos níveis de estrogénio. Adicionalmente, a diminuição da atividade física e as alterações nutricionais podem afetar o metabolismo de forma negativa e contribuírem para a osteoporose.

O risco de fraturas por fragilidade óssea em mulheres é maior do que a incidência de ataque cardíaco, AVCs e cancro da mama combinados, segundo a Sociedade Portuguesa de Osteoporose e Doenças Ósseas Metabólicas (SPODOM) Contudo, apenas um terço está a receber tratamento para a proteção óssea após uma fratura.

“O número global de casos tem vindo a aumentar com o envelhecimento da população, referindo que as fraturas do colo do fémur têm registado um aumento de quatro por cento todos os anos” alerta ainda Viviana Tavares, presidente da APOROS.

Mário Mascarenhas, presidente da SPODOM, alerta que “é crucial apostar na prevenção da osteoporose, tendo como objetivo a obtenção de bons níveis de massa óssea, que deve ser feita através da identificação e correção precoce dos fatores de risco modificáveis, sobretudo aqueles que se relacionam com o estilo de vida”.

A campanha de sensibilização pretende alertar para o impacto da doença e importância de reconhecermos os fatores de risco – idade superior a 50 anos, consumo excessivo de álcool e tabaco, menopausa, sedentarismo e maus hábitos alimentares. As entidades criaram um vídeo de sensibilização que procura alertar para estes fatores de risco para os quais a população portuguesa deve estar atenta.

Entrevista
Em Portugal, todo os anos, ocorrem cerca de 50 mil fraturas como consequência da Osteoporose.

Estima-se que, em Portugal, cerca de 800 mil portugueses sofram de osteoporose. A maioria são mulheres. Neste sentido, em que consiste a doença e quais as causas associadas?

A Osteoporose é uma doença em que existe uma diminuição da densidade do tecido ósseo que assim fica muito frágil e por isso os ossos se fraturam com mais facilidade, isto é, com traumatismos de pequena intensidade e baixa energia.

A osteoporose ocorre preferencialmente em mulheres após a menopausa e nos idosos de ambos os sexos. Algumas doenças e alguns fármacos podem também ser causa desta doença.

Apesar de ser mais frequente em ambos os sexos após os 60 anos ou em mulheres após a menopausa, a verdade é que esta patologia também pode atingir a população de outras faixas etárias. Nestes casos, o que pode levar ao seu desenvolvimento?

Como já mencionei, nos casos em que a osteoporose ocorre em doentes mais novos ela fica a dever-se ou a existência de outras doenças e/ou à utilização de alguns medicamentos. As doenças incluem sobretudo algumas endocrinopatias (por exemplo hipogonadismo, hiperparatiroidismo, Síndrome de Cushing e hipertiroidismo), patologia gastrointestinal (como as síndromes de má-absorção, doenças hepáticas crónicas e o status pós-gastrectomia), doenças reumáticas (isto é, artrite reumatoide e espondilite anquilosante) e a insuficiência renal crónica. Os corticosteroides e os anticonvulsivantes são os fármacos mais vezes associados à ocorrência de osteoporose.

Tratando-se de uma doença que pode ser assintomática, em que circunstâncias podemos falar de diagnóstico precoce. A que sinais devemos estar atentos?

De facto, a osteoporose é uma doença ‘silenciosa’, evoluindo sem sintomas e/ou sinais, até que acontece a primeira fratura de fragilidade. A idade avançada nos homens e mulheres, a menopausa nas mulheres e a existência de doenças ou tratamentos que reconhecidamente sejam fatores de risco para a osteoporose devem ocasionar o estudo do risco de fratura (utilizando o FRAX – instrumento para avaliação do risco de fratura desenvolvido pela Universidade de Sheffield, Reino Unido e disponível para a população portuguesa em https://www.sheffield.ac.uk/FRAX/ e/ou da densidade mineral óssea através de uma osteodensitometria de dupla absorção radiológica (DXA).

Neste caso, podemos falar em grupos ou fatores de risco?

Sim podemos falar em fatores de risco e logo também de grupos de risco (conjunto de pessoas que apresenta um ou mais fatores de risco) para osteoporose. Assim são fatores de risco não modificáveis, que definem os grupos de risco, o sexo (feminino), a idade (envelhecimento), etnia (caucásica ou asiática), hereditariedade (história de fratura de anca no pai e/ou na mãe) e baixa estatura. Existem também fatores de risco modificáveis com o deficit de hormonas sexuais (hipogonadismo e menopausa), dieta pobre em cálcio, tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo, imobilização prolongada e as doenças e medicamentos já mencionados.

Em matéria de prevenção, é possível prevenir a osteoporose? Que cuidados devemos ter?

Na prevenção da osteoporose cabem quase todas as medidas preventivas da generalidade das doenças crónicas não transmissíveis – abstenção tabágica, moderação nas libações alcoólicas, prática de exercício físico (neste caso com carga e impacto no solo) e na ingestão de alimentos ricos em cálcio – isto é, leite e seus derivados, verduras, frutos secos, conservas que incluam as espinhas dos peixes, etc.

Nas mulheres pós-menopáusicas a utilização de terapêutica hormonal de substituição previne a osteoporose, mas só deve ser realizada se houver sintomas que o justifiquem (por exemplo, afrontamentos, secura da pele e mucosas).

Claro que o bom controlo terapêutico das doenças que podem causar osteoporose e a utilização cuidadosa dos fármacos que podem estar na sua origem também são importantes ações preventivas.

Que complicações estão associadas a esta patologia? E qual o seu impacto na sociedade?

As complicações da osteoporose são as fraturas e as suas consequências. Além da dor e outros sintomas e sinais das fraturas dos ossos periféricos – mais frequentemente a ‘anca’ (fémur proximal), o ‘punho’ (rádio distal) e ‘ombro’ (úmero proximal) – os doentes têm que receber tratamento ortopédico que pode incluir uma ou mais intervenções cirúrgicas (em todos os casos da fratura da ‘anca’, muitos casos de fratura do ‘ombro’ e raramente na do ‘punho’). Existem claro consequências possíveis destas fraturas derivadas das lesões de vasos sanguíneos, nervos e outras estruturas locais e as derivadas da cirurgia, anestesia e imobilização. No caso das fraturas da ‘anca’, até por ocorrerem nos indivíduos mais idosos, as complicações são mais frequentes e mais graves com elevada morbilidade (por exemplo, pneumonias e tromboses venosas profundas) e mortalidade (cerca de 1/5 dos doentes acaba por falecer durante o ano que se segue a estas fraturas). Já as fraturas das vertebras da coluna dorsal e lombar que são causadoras de dor, redução da altura do doente e deformação da coluna passam muitas vezes sem diagnóstico. As fraturas vertebrais múltiplas levam, por redução o volume torácico e abdominal a, por vezes graves, complicações respiratórias, cardiovasculares e digestivas.

Os custos e impacto médicos, económicos e sociais da osteoporose são por isso muito elevados e os vários estudos realizados em Portugal, indicam que só os custos hospitalares com o tratamento das fraturas da ‘anca’ são mais elevados que os do tratamento do enfarto agudo do miocárdio, da doença pulmonar crónica e da doença hepática crónica.

Qual o tratamento e quais os principais cuidados a ter após o diagnóstico da doença?

O tratamento da osteoporose inclui as medidas preventivas mencionadas na resposta à questão número cinco, a utilização de fármacos anti-osteoporóticos e à prevenção de quedas para obviar a ocorrência de fraturas. Como a maioria das pessoas não ingere a dose diária necessária de cálcio, a sua suplementação é uma necessidade frequente. A carência de vitamina D também é muito frequente e a sua compensação terapêutica, pode ser realizada isoladamente ou com uma das suas várias associações com cálcio, que existem no mercado.

Existem vários fármacos anti-osteoporóticos. Logo os estrogénios utilizados na terapêutica hormonal de substituição e cujas indicações também já foram apresentadas na resposta 5. Os bifosfonatos são hoje o tratamento de referência para a osteoporose. Existem em várias formas – orais (Alendronato, Risedronato e Ibandronato) e intravenosa (Zoledronato) – e com variadas posologias – diária, semanal, mensal e anual.

Outros fármacos, que existem em Portugal, para o tratamento da osteoporose são: 1) Raloxifeno, molécula semelhante aos estrogénios que procura imitar os seus efeitos benéficos e evita os que são nocivos, com a posologia de um comprimido por dia; 2) Teriparatida, é um fragmento da paratormona utilizado sobretudo nas fraturas vertebrais múltiplas, administrado em injeção subcutânea diária e, 3) Denosumab, um fármaco biológico recentemente introduzido em Portugal que se aplica em injeção subcutânea semestral. 

Uma vez que falamos do seu tratamento, sabe-se, por exemplo, que uma percentagem elevada de doentes a quem foi identificado risco de fratura deixa de fazer medicação ao fim de algum tempo. O que justifica esta decisão? E quais os riscos?

O facto de a osteoporose ser, como já referimos, uma doença que, até à ocorrência da primeira fratura, evolui sem sintomas e/ou sinais faz com que os doentes ou se ‘esqueçam’ de fazer a medicação ou a considerarem desnecessária e, por isso, a descontinuem tantas vezes. Claro que existem também os casos em que a paragem terapêutica se fica a dever a outros motivos como, por exemplo, os efeitos acessórios indesejáveis e o preço da medicação (é bom notar que em geral estes doentes não estão só a fazer fármacos para a osteoporose, mas estão sim polimedicados para várias outras doenças crónicas não transmissíveis, frequentes entre os idosos). Como em qualquer outra situação clínica quem não faz o tratamento não está habilitado aos seus efeitos benéficos e neste caso a perda da massa óssea vai continuar a progredir e o risco de fratura a aumentar.

Neste sentido, e apesar de continuarem a morrer muitas pessoas com fraturas associadas à patologia, por que motivo esta doença parece estar esquecida? Na sua opinião o que tem de mudar, ou o que precisa ser feito, para que a população esteja mais desperta para os riscos da osteoporose?

Sim, como disse a morbilidade e mortalidade, devida sobretudo às fraturas da ‘anca’, relacionadas com a osteoporose estão longe de ser desprezáveis. Mas quer os doentes, quer os médicos (sobretudo os médicos de família, que são quem contacta mais com a grande massa da população já osteoporótica mas ainda sem fraturas) têm aparentemente outras prioridades como por exemplo a diabetes, as doenças cardiovasculares e as doenças respiratórias, principalmente no inverno. O que até é compreensível dada a característica ausência de sintomatologia, até à(s) fratura(s) aparecerem.

Já muito tem sido feito, pelas sociedades científicas interessadas nestas matérias, no sentido de alertar para a importância socioeconómica da osteoporose e a necessidade do seu correto tratamento.

Tudo o que mais haverá a fazer, passa seguramente pela informação dos doentes e formação dos médicos, não só os especialistas em medicina geral e familiar, mas também os outros que mais lidam com a osteoporose – reumatologistas e endocrinologistas – e com as fraturas - ortopedistas.

Para terminar, e uma vez que amanhã se assinala o Dia Mundial da Osteoporose, que mensagem gostaria de reforçar ou que recomendações gostaria de deixar?

O estudo epidemiológico das doenças reumáticas em Portugal – EpiReumaPt, revelou que 10,2% da população portuguesa adulta tem osteoporose o que corresponde a 17,0% das mulheres e 2,6% dos homens. Sabemos também que metade destas pessoas acabará por sofrer, pelo menos, uma fratura de fragilidade durante a vida. Trata-se, portanto, de um enorme problema de saúde pública.

Para fazer frente a esta já preocupante realidade, que, considerando o envelhecimento populacional, se irá agravar no futuro, será necessário a atenção das autoridades de saúde, o empenhamento dos profissionais deste setor e o esclarecimento dos doentes e seus familiares. Medidas simples, como por exemplo não deixar por tratar nenhum doente que já tenha tido pelo menos uma fratura osteoporótica, podem fazer uma enorme diferença a médio e longo prazo e com baixos custos se comparados com os gastos e todas as outras consequências, relacionados com as fraturas.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
20 de outubro de 2018 | Dia Mundial da Osteoporose
No âmbito do Dia Mundial da Osteoporose que se comemora amanhã, dia 20 de outubro, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR)...

Criado pela Grupo de Estudo de Doenças Ósseas Metabólicas (GEODOM) da SPR, o Grupo de Centros de Ligação para Fraturas arranca hoje, em 15 centros de reumatologia de norte a sul do país. O objetivo destes Centros é colmatar o precário diagnóstico da Osteoporose e atingir uma referenciação mais célere e eficaz dos doentes com fraturas primárias e dar o seguimento e monitorização adequada a estes casos.

Os Centros de Ligação de Fraturas estabelecem protocolos com os serviços de Ortopedia (através dos serviços de internamento e de urgência dos hospitais que referenciam os doentes para as unidades de Reumatologia) ou, por outro lado, através da Medicina Geral e Familiar (com “via verde” aberta para estes Centros). Numa fase seguinte, os doentes são seguidos nas unidades especificas de fratura e posteriormente orientados de acordo com as suas necessidades.

Outra meta que a SPR pretende alcançar com este serviço é a adoção de protocolos de monitorização de doentes com informação comum entre várias unidades de referência de Reumatologia e isso irá permitir por um lado, estudar estes doentes ao longo do tempo e, por outro, tirar conclusões nacionais através do Registo Nacional de Doentes Reumáticos (Reuma.pt).

Para a Prof.ª Dr.ª Helena Canhão, Presidente Eleita da SPR, o “novo Grupo de Centros de Ligação para Fraturas é mais um passo importante na melhoria do acompanhamento que queremos dar ao doente reumático. Isso passa pela homogeneização de atitudes terapêuticas, melhoria do diagnóstico, referenciação adequada e respetivo encaminhamento que estes Centros irão criar” e acrescenta que “é imperativo que a Osteoporose, assim como outras Doenças Reumáticas, seja identificada atempadamente e salienta que “uma pessoa que sofra uma fratura osteoporótica se não for tratada, tem três vezes mais risco de vir a sofrer de nova fratura com complicações importantes na sua qualidade de vida e saúde”.

A Osteoporose
A osteoporose é uma doença óssea metabólica, caracterizada pela diminuição da quantidade e da qualidade do osso com consequente aumento da sua fragilidade. Esta doença é assintomática até ao momento em que ocorre uma fratura após uma queda ou até mesmo sem qualquer traumatismo. Os locais do corpo onde mais frequentemente ocorrem fraturas são a anca, coluna vertebral e punho. Contudo, atualmente sabe-se que estas fraturas podem ocorrer noutros locais do corpo como costelas, bacia, braços ou pernas, sobretudo na população idosa.

Em Portugal, o estudo EpiReumaPt da SPR mostrou que uma em cada 5 mulheres adultas sofre de osteoporose e que a frequência desta doença nos homens é de 2.6%. Este estudo avaliou ainda a prevalência de fraturas osteoporóticas nas mulheres acima dos 65 anos e verificou que em Portugal cerca de 20,7% das mulheres acima dos 65 anos refere ter tido uma fratura de fragilidade e 49% tem osteoporose. No entanto, apenas 13.6% das mulheres que tiveram uma fratura de fragilidade referiram ter feito medicação para prevenir novas fraturas sendo que em cerca metade dos casos a medicação foi prescrita pelo médico, mas o doente decidiu não a tomar.

Os idosos, em particular as mulheres, são de facto os que mais frequentemente são afetados por esta doença. Cerca de 20% dos idosos que partem a anca após uma queda morrem no ano subsequente à fratura e cerca de 60 % passam a ter uma vida dependente terceiros.

De 22 a 28 de outubro
Começa já na próxima segunda-feira, 22 de outubro o primeiro dia de uma semana inteira de atividades realizadas no âmbito da...

Uma vez mais, esta iniciativa contará com um programa diversificado no qual se destacam as atividades lúdico-pedagógicas, conferências, workshops e oficinas de sensibilização / promoção para a saúde, a acontecer nos mais variados cenários da Covilhã, Fundão e Belmonte. Atividades múltiplas que irão proporcionar aos mais novos estímulos cognitivos, afetivos e sociais fundamentais para se tornarem cidadãos felizes e proativos.

Entre as mais de uma dezena de ações programadas, e que terão lugar em escolas e espaços públicos diferenciados, destacamos: a realização de um Show Cooking, integrado na ação sobre “Pequeno Almoço Saudável” que se realiza no Hipermercado CONTINENTE da Covilhã, dia 22 de outubro (segunda-feira), e que é promovido por profissionais do CHUCB e pela Escola Profissional do Fundão; o Seminário Científico da Semana do Bebé, que se realiza no dia 26 de outubro (sexta-feira), no Auditório do Hospital Pêro da Covilhã, e que ao nível das comunicações científicas estará a cargo de ilustres especialistas da área da saúde infantil, para abordar temas como: “Perturbação do Espectro do Autismo e Peculiaridades Alimentares”, “Fantasmas nos Ecrãs – Medos e Perturbações do Sono na era Digital”, “Perturbações do sono na infância - Quando o sono não espreita à porta” e ainda uma mesa redonda dedicada ao trabalho em Rede desenvolvido na área da Pedopsiquiatria do CHUCB e Cuidados de Saúde Primários da Cova da Beira. Destinado ao público em geral, a entrada no seminário é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia em www.chcbeira.pt, e destina-se a profissionais de saúde, educação, estudantes, pais e outros educadores.

A finalizar esta edição, referenciar também a realização da Cerimónia Religiosa de Encerramento da Semana do Bebé, que este ano está agendada para o dia 27 de outubro (sábado), na Igreja Paroquial da Boidobra (Covilhã), às 16H00. Uma cerimónia ministrada pelo Bispo da Diocese da Guarda, D. Manuel Felício, na qual serão celebrados todos os bebés nascidos na maternidade do CHUCB entre 9 de outubro de 2017 e 22 de outubro de 2018, com a oferta de uma bela oliveira, sinal de vida, renovação e paz.

Recorde-se que a Semana do Bebé do CHUCB é uma iniciativa anual desta instituição de saúde que desde 2007, data da sua primeira edição, procura chamar a atenção de toda a comunidade para os baixos índices de natalidade em Portugal, com particular ênfase nas regiões do interior. Pretende-se também com as várias dinâmicas desenvolvidas ao longo de cada uma destas edições consciencializar pais e cuidadores para a importância de uma parentalidade afetiva e responsável, essencial à promoção da saúde na primeira infância.

Venezuela
A Federação Farmacêutica Venezuelana (Fefarven) informou que estão em falta 85% dos medicamentos que se comercializam no país.

A denúncia surgiu um dia depois de o Governo venezuelano estabelecer preços fixos para 56 medicamentos, durante os próximos 90 dias.

"Mais de 150 farmácias encerraram em menos de dois anos e as que continuam a operar têm um défice de 85% no abastecimento de medicamentos, devido às políticas implementadas pelo Governo nacional", disse aos jornalistas o presidente da Fefarven, Freddy Ceballos.

Segundo Freddy Ceballos, a decisão do Governo em estabelecer, "de maneira impositiva", o preço dos medicamentos poderá provocar mais escassez no setor, principalmente se não houver uma atualização periódica do valor dos mesmos.

"Chegará a um momento em que o setor farmacêutico terá de dizer já basta ao Governo, que não podemos continuar a aceitar todas as condições que tu nos queres impor", afirmou.

Segundo a Fefarven, para solucionar o défice de medicamentos na Venezuela seria importante fazer "liquidações especiais em divisas" (entregar os dólares autorizados para as importações) e admitir que é urgente solucionar a falta de abastecimento.

Por outro lado, a Fefarven adverte que a situação atual faz da Venezuela "o melhor caldo para cultivo de ilícitos" na área farmacêutica, assim como a passagem, pelas fronteiras, de medicamentos falsificados e sem nenhum tipo de controlo sanitário.

"Os medicamentos devem passar [ser supervisionados] pelo Instituto Nacional de Higiene. O Estado não pode ser o primeiro a violar essa norma", advertiu.

Para Freddy Ceballos, há ainda um outro problema, a eliminação de embalagens secundárias e dos impressos que advertem os doentes sobre as indicações, contraindicações e efeitos secundários dos medicamentos.

O Governo venezuelano decidiu na quarta-feira fixar, por 90 dias, o preço de 56 princípios ativos de medicamentos, que correspondem a 172 duas apresentações, segundo resolução publicada na Gazeta Oficial nº 41.501, equivalente ao Diário da República.

A resolução estabelece o preço máximo de venda ao produtor ou importador, o preço máximo de venda ao distribuidor e por atacado e o preço máximo de venda ao público.

Entre os princípios ativos dos medicamentos, cujos preços foram fixados, contam-se o losartán (para a hipertensão), omeprazol, acetaminofén (paracetemol), ácilo fólico (vitamina B), azitromicina, ciprofloxacina, fenobarbitral, ibuprofeno e o ketoprofeno.

A divulgação dos preços destes produtos ocorre num momento em que os venezuelanos criticam as dificuldades para obter alguns medicamentos no mercado local, entre eles, os destinados a combater a hipertensão e para o tratamento da diabetes.

Por vezes, estes medicamentos estão disponíveis em farmácias que fazem importação de medicamentos, mas a preços inacessíveis para a maioria dos venezuelanos, tendo em conta os baixos salários, a constante desvalorização da moeda local (o bolívar soberano) e a hiperinflação.

Ambiente
A gestão de proximidade “ativa e participada” é uma aposta na sociedade de baixo carbono e pode contribuir para atenuar o...

Ao intervir na cerimónia de assinatura de contratos relativos ao aviso do Fundo Ambiental “Educação ambiental + sustentável: promover uma nova cultura cívica territorial”, a secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos, realçou a importância de “restaurar, valorizar e encontrar algo de distintivo” nos territórios.

“A educação ambiental é transversal a toda a política do Ministério do Ambiente”, afirmou, para insistir na necessidade de “uma gestão mais próxima, mais ativa e mais colaborativa” com vista a afirmar “uma nova cultura cívica territorial”.

Além das principais áreas urbanas de Portugal, há uma preocupação “com o resto do território” e com a preservação do seu “capital natural”, incluindo a água, a biodiversidade, o solo e a floresta, entre outros recursos, referiu Célia Ramos, numa cerimónia em que também interveio a diretora do Fundo Ambiental, Alexandra Carvalho.

As candidaturas financiadas por este organismo do Ministério do Ambiente visam promover ações de educação ambiental para “uma alteração de comportamentos e que considerem o ordenamento do território e a conservação e valorização do património” natural, paisagístico e cultural “nas opções diárias” dos cidadãos, segundo uma nota do gabinete do Ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.

Ao abrigo do Programa de Revitalização do Pinhal Interior, serão realizadas em 19 municípios ações previstas nas 14 candidaturas aprovadas, o que representa um financiamento na ordem dos 430 mil euros do Fundo Ambiental.

Para o Pinhal Interior, tinham sido apresentadas 18 candidaturas, concebidas por autarquias, associações e empresas envolvidas na promoção da cultura cívica ambiental.

“É preciso procurar uma nova cultura cívica no nosso território”, defendeu, por seu turno, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, José Carlos Alexandrino.

Na sua opinião, “qualquer cidadão informado vale por dois”, já que as pessoas “estão cada vez mais expostas a fenómenos naturais” extremos, como incêndios, inundações e tempestades.

“Não nos podemos lembrar de Santa Bárbara só quando troveja”, sendo necessário investir na prevenção e na educação cívica, afirmou o autarca.

O Fundo Ambiental, criado em 2016, aposta na construção de “uma sociedade de baixo carbono e eficiente na utilização dos seus recursos”, disse Alexandra Carvalho.

A diretora do fundo salientou que “a mudança de comportamentos é mesmo a pedra de toque” para que “não se extinga a espécie humana”.

Importa “mudar o curso da história do planeta nas próximas décadas”, através da promoção de uma nova cultura cívica, desde logo nos territórios afastados dos grandes centros urbanos, sublinhou.

A sessão, no salão nobre dos Paços do Concelho de Oliveira do Hospital, foi apresentada pela professora universitária Dulce Pássaro, presidente da Assembleia Municipal e antiga ministra do Ambiente num governo de José Sócrates.

Em 2018, foram mobilizados cerca de 1,5 milhões de euros para a educação ambiental, “matéria considerada transversal às políticas do Ministério do Ambiente e da Transição Energética”.

Aprovada pelo Governo, em junho de 2017, a Estratégia Nacional de Educação Ambiental (ENEA 2020) visa promover “uma maior consciência ambiental, estimulando as competências, os valores e as atitudes da população no sentido de se projetar uma sociedade de baixo carbono, racional e eficiente na utilização dos seus recursos”.

Novas técnicas
A dor é atualmente um dos maiores problemas de saúde pública.

A dor representa atualmente um dos maiores problemas de saúde pública afectando cerca de 20 a 30% da população. A dor aguda surge na sequência de um traumatismo, cirurgia, entre outros, e  representa uma defesa do organismo. Quando se prolonga por muito tempo (mais de três meses) estamos em presença de uma dor crónica que se torna ela própria uma doença.

Pode-se dividir a dor segundo a sua localização, origem e sintomas. Uma das grandes causas é o envelhecimento que provoca um desgaste dos ossos, nomeadamente da coluna vertebral, articulações etc. 

Atualmente estima-se que a dor crónica afecte 2 milhões de portugueses, com custos anuais de 2 mil milhões de euros por ano, com uma perda de 1,5 milhões de dias de trabalho anuais.

Na última década surgiram novas técnicas que, em muitos casos, evitam cirurgias e que oferecem soluções para melhorar a qualidade de vida dos doentes.

A radiofrequência, usada para a dor oncológica, artroses da coluna vertebral, instabilidade da coluna vertebral, dores pós-cirurgia da coluna ou hérnias discais.

Após anestesia local o médico insere uma agulha com uma ponta especial que emite radiofrequência e faz com que os nervos deixem de enviar estímulos dolorosos para o cérebro.

A Nucleoplastia  representa um avanço significativo no tratamento da hérnia discal. E  efectuado sem qualquer incisão na pele o que resulta num trauma mínimo e  recuperação rápida. Funciona como um Micro laser que provoca uma diminuição do tamanho do disco e uma estabilização do mesmo e “desliga” as fibras nervosas que provocam dor no disco.

A Vertebroplastia é um  método não cirúrgico para reconstrução de vértebras torácicas e lombares por fracturas devido a osteoporose, neoplasias, trauma etc. 

Ozonoterapia é uma técnica percutânea, em que o gás ozono é injetado, através de uma agulha de pequeno calibre, infiltrando-se tanto a nível do núcleo do disco como a nível dos músculos paravertebrais, favorecendo  a redução do conflito discorradicular e eliminando a sensação de dor.

O ozono é um gás seguro, não é tóxico e pode administrar-se com segurança, favorecendo o tratamento da dor e a diminuição da inflamação, usado para tratamento de artroses e patologia da coluna vertebral.

Os fármacos tem  evoluído muito, não só com o aparecimento de novas moléculas,   mas também com  novas formas de administração mais cómodas para os doentes.

A dor oncológica provocada por neoplasias representa um grande desafio para os médicos pelo sofrimento que provoca e pela dificuldade no seu controlo. Atualmente com as técnicas existentes consegue-se controlar a dor em muitos casos sem sobrecarga de fármacos.

Fibromialgia uma nova abordagem

A fibromialgia é uma patologia multicausal que não tem um tratamento único. É uma disfunção das estruturas musculares com perda de elasticidade e repercussão nos movimentos e resposta desproporcionada aos estímulos, provocando dor.

Para ser diagnosticado como fibromialgia o doente deve ter onze pontos dolorosos em 18 predefinidos.

É uma causa de isolamento social pela incompreensão que provoca, e o tratamento não é fácil, para além da medicação e da abordagem não farmacológica existem dois tratamentos relativamente recentes que representam uma nova esperança, a ozonoterapia e a cetamina.

A ozonoterapia induz uma maior oxigenação dos tecidos, reduz a inflamação e não tem efeitos secundários, assim melhora a função dos tecidos tornando-os mais elásticos.

A cetamina é um fármaco  que recentemente tem sido aplicado no tratamento da fibromialgia com bons resultados, este fármaco atua a nível dos receptores NMDA que estão envolvidos nesta doença.

Cefaleias, o pescoço como causa

As cefaleias cervicais ou cervicogéncias tem origem no pescoço, quer sejam provocadas pelo golpe do chicote, frequente em acidentes de viação ou de trabalho em que exista um traumatismo desta região ou por neoplasias, hérnias discais, artroses das articulações posteriores das vértebras, etc.

Aproximadamente 35 % da população sofre com estas cefaleias e em 15%  são crónicas.

O tratamento sempre foi um desafio sem alternativas para além da medicação. Recentemente surgiu uma nova técnica, a Radiofrequência que se tem revelado extremamente eficaz neste tipo de cefaleias.

A Radiofrequência é uma técnica com poucos riscos desde que efectuada por um médico experiente.

Enxaquecas

As dores de cabeça (cefaleias) intensas e incapacitantes são quase sempre apelidadas de enxaquecas, o que não é verdade na maior parte dos casos, são apenas 8 % das  cefaleias. Muito mais comuns são as cefaleias provocadas pelas doenças do pescoço e que podem dar sintomas como náuseas, vómitos, sensação de palpitações na cabeça, latejamento, etc, semelhantes aos das enxaquecas.

Tratar Hérnias Discais em 30 minutos

As hérnias discais são a causa mais comum de lombalgia e cervicalgia até aos 50 anos de vida. Atualmente, e para alguns tipos de hérnias, existem tratamentos que permitem o seu tratamento em cerca de 30 minutos com alta ao fim de uma hora. A ozonoterapia, a Nucleoplastia por radiofrequência são alguns desses métodos que surgiram nos últimos dez anos.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Relatório
A decisão das mulheres sobre a data e número de filhos está diretamente ligada ao desenvolvimento económico e social das...

O documento do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) sobre "A situação da População Mundial 2018", com o tema "O Poder de Escolha – direitos reprodutivos e transição demográfica" foi lançado mundialmente em Londres na quarta-feira e será apresentado em Lisboa hoje pela diretora da Representação do UNFPA em Genebra, Mónica Ferro.

O relatório sublinha que a "capacidade de decisão" em matéria reprodutiva "pode mudar o Mundo", como destacou a diretora executiva do UNFPA, Natalia Kanem.

No âmbito desta análise, nos países menos desenvolvidos, concentrados na África subsaariana, a fertilidade resulta numa média de mais de quatro filhos por mulher, como consequência da falta de educação sexual e de acesso a métodos contracetivos que permitam que não tenham mais descendência do que a que inicialmente desejariam.

Em contraponto, nos países mais desenvolvidos da Europa e da América, o problema reside na baixa fertilidade, condicionada pela pressão económica e laboral, que obriga as mulheres a reduzirem o número de filhos para poderem conciliar a sua vida profissional e pessoal.

O documento destaca que "quando uma mulher tem a possibilidade de retardar ou evitar a gravidez, e dispõe dos meios para o fazer, exerce um maior controlo sobre a sua saúde e sobre o seu trabalho para alcançar o seu pleno potencial económico", refletindo a tendência a nível mundial da diminuição da taxa de fecundidade em quase todos os países nos últimos 150 anos.

Antes da década de 1960, indica o relatório, a média mundial era de cinco filhos por mulher, enquanto na atualidade as taxas de fecundidade da maioria dos países com populações superiores a um milhão de habitantes são iguais ou inferiores a 2,5.

Numa análise sobre estes dados, Natalia Kanem refere que a tendência não faz supor um problema futuro de redução da população, acrescentando que a quantidade de habitantes de um território "não estabelece o seu bem-estar".

"Se isto fosse verdade, países como a Nigéria, China, Indonésia ou Índia seriam paraísos", sublinhou, insistindo que ter muita gente "não garante de forma de forma mágica o desenvolvimento".

Na sua opinião, "é mais importante que a população tenha educação e emprego e que possa viver com o dinheiro que ganha".

"Quando estes direitos não existem, as pessoas não conseguem alcançar o seu pleno desenvolvimento e, em consequência, o desenvolvimento económico vê-se ameaçado", vinca o relatório.

A mesma responsável destacou que a medida do 'cheque-bebé' adotada em vários países - atribuindo um valor pago pelo Estado por cada nascimento - "não funciona" e destacou a importância de que os Governos de cada país "estabeleçam políticas para que as pessoas tenham liberdade de decidir o número de filhos que querem ter".

O documento refere que nenhum país pode afirmar que todos os seus cidadãos desfrutam dos seus direitos reprodutivos a qualquer momento, já que a maioria dos casais "não pode ter o número de filhos que deseja", já que "carecem de apoio económico e social necessário para manter o tamanho da família que desejam ou porque carecem dos meios necessários para controlar as gravidezes.

Destaca ainda que em alguns países a falta de anticoncecionais modernos impede que centenas de milhares de mulheres possam escolher formar famílias mais pequenas.

Contudo, após a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, em 1994, em muitas regiões do Mundo avançou-se de forma considerável em matéria de saúde reprodutiva e direitos reprodutivos, sublinha o relatório, vincando que essas populações conhecem melhor os seus direitos e opções e têm mais capacidade de os fazer valer.

O relatório da ONU oferece recomendações concretas acerca das políticas e dos programas que podem ajudar cada país a aumentar as suas opções reprodutivas disponíveis.

Com o objetivo de a liberdade de decidir se converter numa realidade, os Governos terão de dar prioridade aos seguintes elementos: dar prioridade ao acesso a serviços de saúde reprodutiva de qualidade, incluir métodos anticoncecionais modernos, garantir o acesso a uma educação de qualidade, que ofereça, entre outros aspetos, uma educação sexual adequada à idade, levar a cabo campanhas destinadas a transformar as atitudes dos homens no sentido a apoiarem os direitos e as aspirações das mulheres e das raparigas, ajudar que os casais a terem mais filhos se assim o desejarem, favorecer a conciliação da vida laboral com a familiar, através de medidas como creches mais acessíveis.

O que precisa saber
A anestesia é um procedimento médico que visa bloquear temporariamente a capacidade do cérebro de re

As anestesias são todas iguais.

FALSO. Existem essencialmente 3 grandes tipos de técnicas anestésicas que se adaptam quer ao tipo de cirurgia que se vai realizar, quer à situação clínica de um doente específico: as técnicas de anestesia geral em que, por ação de fármacos, o doente fica num estado reversível de coma, inconsciente, sem capacidade de respirar autonomamente (precisando de ficar ligado a uma máquina que ventila por ele) e com os principais sinais vitais vigiados pelo anestesiologista, através de monitores específicos. A anestesia geral é totalmente controlada para que, após o fim da cirurgia, o doente recupere gradualmente a consciência e a estabilidade das suas funções fisiológicas, sem dor e com o máximo de conforto e segurança; técnicas de anestesia regional onde, sob o efeito de anestésicos locais, se retira a sensibilidade de determinada zona do corpo (por exemplo, “anestesia-se” isoladamente um braço ou uma perna, ou apenas da “cintura para baixo”) injetando-se esses fármacos junto de nervos ou através de uma picada na coluna vertebral (ex.: epidural); técnicas de sedação que, como o próprio nome indica, consistem num estado variável de quietude e alteração da consciência que permita tolerar procedimentos mais invasivos (por exemplo, uma colonoscopia) com o mínimo de desconforto.

Sedação e anestesia são a mesma coisa. 

FALSO. A sedação é uma técnica que através do uso de fármacos tranquilizantes visa provocar um estado mais ou menos profundo de sonolência e tranquilidade ao doente, permitindo-lhe tolerar procedimentos invasivos e dolorosos, mas onde o doente mantém a capacidade de respirar autonomamente e a capacidade de ser despertado de uma forma rápida. A anestesia (geral) designa um estado de total inconsciência do doente (um estado de coma), ficando este incapaz de respirar espontaneamente e necessitando de estar conectado a um ventilador. Contudo ambas as técnicas anestésicas exigem uma adequada monitorização dos sinais vitais e a presença constante de um anestesiologista que cuide do doente.

É necessário realizar uma consulta com anestesiologista antes da cirurgia.

VERDADEIRO. O risco associado a qualquer ato anestésico depende quer do tipo de cirurgia, quer das doenças associadas de cada doente. Por tal, é muito importante que todo o doente proposto para uma cirurgia programada seja observado previamente numa consulta de Anestesiologia. Nessa consulta faz-se a avaliação da história clínica do doente, antecedentes de cirurgias ou anestesias prévias bem como possíveis complicações associadas, faz-se a revisão da medicação habitual (com indicações quais os medicamentos que deverão ser mantidos ou interrompidos antes da cirurgia), realiza-se exame físico com especial atenção à avaliação da via aérea e avaliação cardiopulmonar e procede-se, se necessário, ao pedido de exames complementares, avaliação por outras especialidades ou outras necessidades especiais para a cirurgia (ex.: reserva de sangue ou vaga em unidade de cuidados intermédios/intensivos). Mas, acima de tudo, a consulta com anestesiologista é importante para que o doente possa esclarecer todas as dúvidas, anseios e discutir os riscos das diferentes opções técnicas, para depois se definir um plano anestésico adequado e personalizado.

Em pequenos procedimentos, com anestesia local, não é necessária a presença do anestesista.

VERDADEIRO. Existem inúmeros procedimentos cirúrgicos minor passíveis de se realizarem apenas com a infiltração de anestésico local, sem a necessidade da presença de um anestesiologista. Normalmente estes procedimentos são extração de lesões superficiais ou de pequenas dimensões cuja “agressão cirúrgica” tem curta duração. Todos estes procedimentos deverão ser sempre realizados por um médico competente e consciente dos riscos que incorre (infecção, hemorragia, dor) e preparado para resolver as complicações potenciais associadas. Contudo, lembrando um velho adágio que diz que “a única dor fácil de se suportar, é a dor dos outros”, é importante estar permanentemente atento ao grau de desconforto provocado ao doente e a tolerância deste a esse desconforto, dado que mesmo pequenos procedimentos poderão ser causadores de sofrimento significativo. Nesses casos, deverá ser solicitado o apoio de um anestesiologista.

A anestesia geral é perigosa uma vez que os medicamentos anestésicos não são seguros.

FALSO. A Anestesiologia é considerada das especialidades médicas mais seguras e das atividades humanas com mais baixa incidência de efeitos adversos ou complicações, comparando-se a outras “high reliability organizations” tais como a indústria nuclear ou a aviação civil. As melhorias introduzidas na última década reduziram 25 vezes o número de mortes atribuídas à anestesia, de 1 em 10.000 atos anestésicos para 1 em 250.000 atualmente.1 O nível de segurança atingido nos dias de hoje deve-se essencialmente ao uso de fármacos cada vez mais seguros e extensamente testados, à sua administração personalizada e adaptada a cada situação clínica, à existência de antídotos desses fármacos bem como à inovação tecnológica dos equipamentos que permitem uma rigorosa monitorização das funções vitais, ao treino especializado e intensivo que todos os anestesiologistas recebem e à adopção generalizada de guidelines que homogenizam as boas práticas. Por tudo isso, o Institute of Medicine em 1999 considerava a Anestesiologia como um modelo de segurança e de melhoria contínua de qualidade, que outras especialidades médicas deveriam seguir.

A anestesia pode provocar uma reação alérgica grave.

FALSO. A designação genérica “anestesia” engloba uma série de diferentes técnicas anestésicas (anestesia geral, anestesia regional ou sedação) aplicadas consoante o estado do doente ou o tipo de cirurgia ou procedimento a realizar. E cada uma dessas técnicas envolve o uso de diferentes fármacos (ex.: opióides, relaxantes musculares, anestésicos locais) ou diferentes equipamentos. Por tal, não existe uma “alergia” à anestesia per se. Quanto muito, poderão ocorrer alergias a fármacos específicos usados em diferentes técnicas anestésicas ou então a alergia a alguns componentes dos equipamentos utilizados (ex.: alergia ao látex das luvas). A história clínica do doente é o melhor método de despiste de alergias a qualquer um desses agentes. Contudo, caso alguma alergia desconhecida surja durante uma cirurgia ou procedimento, o médico anestesiologista é um profissional altamente qualificado para lidar com estas situações e com acesso a todas terapêuticas e equipamentos (ex.: carros de reanimação) necessários para resolver esta emergência.

Existem testes capazes de prever reações alérgicas adversas.

VERDADEIRO. Mas os testes de rastreio de alergias são específicos para determinado agente causador servindo para confirmar suspeitas de alergia ou usados apenas em doentes de alto risco, não se realizando de forma rotineira ou às cegas. Doentes com história de urticária, asma ou alergias a diferentes produtos têm um risco aumentado de reações alérgicas cruzadas a antibióticos ou outros fármacos, sejam anestésicos ou não. Outro exemplo, doentes que refiram sentir lábios inchados ou comichão quando enchem balões ou quando contactam com produtos de borracha são suspeitos de possuir alergia ao látex. O melhor método para despiste de qualquer alergia num doente é a sua história clínica.

Alguns medicamentos podem interagir com os anestésicos no momento da cirurgia.

VERDADEIRO. Certos medicamentos podem interagir quer com os fármacos anestésicos (alterando o seu efeito ou duração de ação, como por exemplo as benzodiazepinas) quer interferir com as condições da cirurgia tornando mais difícil o controlo de hemorragia (como por exemplo a varfarina, o clopidogrel ou outros fármacos anticoagulantes). Outros medicamentos poderão interferir com o jejum pré-operatório, como é o caso dos antidiabéticos orais, potenciando situações de baixas de glicemia perigosas. Por tal, é de extrema importância informar o médico, na consulta de avaliação pré-anestésica, de toda a medicação que habitualmente que toma. De realçar também que certas ervas medicinais ou produtos de herbanários poderão potenciar ou alterar os efeitos dos anestésicos e deverão ser referidas aquando a consulta (como por exemplo a erva de São João, o hipericão, a gingko biloba ou o alho).

É sempre recomendado estar em jejum.

VERDADEIRO. A aspiração pulmonar do conteúdo gástrico durante a indução anestésica é um evento raro, mas com importante morbilidade e mortalidade. Por ação dos fármacos anestésicos, ocorre um relaxamento do esfíncter esofágico que aumenta o risco de um refluxo de conteúdo gástrico e o consequente risco de aspiração ácida para o território pulmonar com graves consequências respiratórias. O jejum pré-operatório (tempo mínimo 6h para alimentos sólidos, 4h para leite materno ou 2h para água ou líquidos claros - exemplo: chá ou sumos sem polpa) é um dos requisitos fundamentais de segurança para reduzir o risco de aspiração pulmonar bem como para minimizar a gravidade dos efeitos, caso essa aspiração ocorra.

É possível estar "acordado" e "sentir tudo" a meio da cirurgia.

VERDADEIRO. Possível é. Pouco provável também. De todo indesejável. O fenómeno de “awareness” intraoperatória, ou seja, a recuperação acidental da consciência (“acordando”) enquanto se está a ser operado pode teoricamente ocorrer principalmente aquando a associação com relaxantes musculares. Contudo a hipótese de tal complicação acontecer é muito baixa, estimando-se que ocorra em 1 por cada 20000 anestesias.4 Muitos doentes reportam como sensação mais frequente a memória breve de ouvir alguém falar. Casos de paralisia total são muito raros. Existem diferentes modos de detectar e prevenir que tal situação aconteça, desde vigilância contínua para despiste de outros sinais de alarme clínicos (como o aumento das frequências cardíacas ou das tensões arteriais) até ao recurso de monitores específicos para avaliar a “profundidade anestésica”.

O paciente pode sentir náuseas por causa da anestesia.

VERDADEIRO. Sentir náuseas ou ter vómitos após uma cirurgia é um efeito lateral muito desagradável que depende de diferentes factores: do tipo de cirurgia realizado (por exemplo a cirurgia ginecológica ou cirurgia do ouvido têm alto risco de provocar vómitos), do tipo de doente (as mulheres têm mais risco de vomitar de que os homens) ou do tipo de fármacos anestésicos que foram usados (por exemplo, os opióides têm risco aumentado). Nos doentes de alto risco deverão ser dados fármacos específicos para prevenção das náuseas e vómitos, pois estes efeitos laterais são das sensações mais frequentes e desconfortáveis no pós-operatório.

Ser submetido a várias anestesias é perigoso.

FALSO. A maioria dos fármacos usados para a realização de técnicas anestésicas têm uma rápida eliminação do organismo, seja pela urina (via renal), seja por via respiratória, logo o risco de “acumulação” de anestésicos no organismo é muito reduzido. Por outro lado, após uma cirurgia e sempre que se é submetido a uma “anestesia”, os doentes são vigiados e monitorizados no recobro com acompanhamento permanente por um enfermeiro e com todo o equipamento de emergência disponível (caso necessário) até que a ação dos anestésicos cesse, bem como se controlem os efeitos laterais desses medicamentos. Por tal, caso haja a necessidade de ser submetido a diferentes “anestesias” num curto período de tempo, é porque, com alto grau de certeza, o benefício que terá da(s) cirurgia(s) a realizar, suplanta um hipotético risco de “acumulação” de anestésicos no organismo.

A anestesia geral pode causar problemas de memória.

VERDADEIRO. Vários estudos recentes2,3 têm vindo a debruçar-se sobre os efeitos que a anestesia geral pode provocar na memória e nas capacidades cognitivas dos doentes, atribuindo-se a estas alterações a designação de disfunção cognitiva pós-operatória. Foram identificados como fatores de risco para a disfunção cognitiva pós-operatória a idade avançada, a existência de perturbações prévias do sono ou défices de memória, a carência de vitamina D, a presença de diabetes ou o uso de determinados fármacos anestésicos (como as benzodiazepinas, a ketamina ou os opióides). Estas alterações e problemas de memória poderão ser minimizadas através do uso de monitores específicos durante as anestesias gerais (ex. monitores de profundidade anestésica), bem como uma rápida reintegração dos doentes em risco, no seu ambiente familiar.

[1] https://www.apsf.org/article/hro-is-key-concept-for-health-care/
2 Berger M, Nadler J, Browndyke J, et al. Postoperative Cognitive Dysfunction: Minding the Gaps in our Knowledge of A Common Postoperative Complication in the Elderly. Anesthesiology clinics. 2015;33(3):517-550. doi:10.1016/j.anclin.2015.05.008.
3 Borozdina, A., Qeva, E., Cinicola, M., & Bilotta, F. (2018). Perioperative cognitive evaluation. Current Opinion in Anesthesiology, Publish Ahead of Print. August 29, 2018 doi:10.1097/ACO.0000000000000658
4 https://www.rcoa.ac.uk/system/files/08-Awareness2017.pdf

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra desenvolveram uma formulação de...

“A descoberta, publicada na revista ‘ACS Nano’ e resultante de um trabalho de cinco anos, contribui para o aumento da sobrevivência e proliferação das células endoteliais progenitoras transplantadas (que desempenham um importante papel na recuperação de doenças isquémicas como os Acidentes Vasculares Cerebrais)”, sustenta a Universidade de Coimbra (UC).

Segundo a fonte, “a possibilidade de fazer a ativação das nanopartículas (que medem milionésimos de milímetros) por controlo remoto faz toda a diferença”.

Acrescenta que “o controlo fotoativável na libertação de mais do que uma molécula permite potenciar e modelar a atividade celular com maior precisão - aumentando a eficácia do tratamento”.

“A nanoformulação apresentada pela equipa do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) funciona como um ‘interruptor’ de circuitos biológicos envolvidos na proliferação e sobrevivência das células endoteliais progenitoras (cuja transplantação contribui para a cicatrização e vascularização dos tecidos afetados pelas doenças isquémicas)”, explica a UC.

No estudo agora publicado, “o princípio de funcionamento da nanoformulação foi demonstrado na cicatrização de feridas da pele em ratinhos”.

Contudo, lê-se no comunicado, “as possíveis aplicações clínicas desta formulação de nanopartículas podem ser estendidas a outros órgãos e ao tratamento de doenças com terapias de combinação com múltiplas moléculas”.

“Este é o primeiro trabalho que descreve uma nanopartícula para entrega controlada de duas moléculas através de um laser com comprimento de onda próximo do infravermelho, o que permite uma maior penetração nos tecidos sem efeitos tóxicos e possibilita o controlo remoto das nanopartículas”, descreve Miguel Lino, primeiro autor do artigo publicado na “ACS Nano”, citado na nota.

O estudo do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra foi financiado pelo European Reseach Council (Conselho Europeu de Investigação) e pelo programa “ERA Chair” em envelhecimento.

Foi coordenado por Lino Ferreira, líder do grupo de investigação em Biomateriais e Terapias Baseadas em Células Estaminais do CNC e investigador coordenador da Faculdade de Medicina da UC, e contou ainda com a participação das investigadoras Susana Simões, Andreia Vilaça, Helena Antunes e Alessandra Zonari.

 

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