Congresso
A deteção precoce da doença cardiovascular, para um “ataque” atempado, será uma das tónicas de um congresso internacional que...

O presidente da Comissão Organizadora do Congresso Internacional de Artery Society, Pedro Guimarães Cunha, disse à Lusa que a deteção precoce é “fundamental” para combater aquela que é a principal causa de morte em Portugal.

“As doenças cardiovasculares estão na origem de 30% das mortes em Portugal, um paradigma que só poderá ser mudado com uma aposta forte na deteção precoce e no tratamento atempado”, referiu.

Segundo Pedro Guimarães Cunha, outro dos focos do congresso será a relação entre as artérias e a doença vascular cerebral.

Uma temática que, acrescentou, tem particular acuidade para Portugal, o país da Europa Ocidental com maior taxa de acidente vascular cerebral (AVC).

“Somos um dos 10 países do mundo onde se morre mais de AVC do que de doença coronária”, sublinhou.

Pedro Cunha lembrou ainda que 42 por cento da população portuguesa é hipertensa, “um dos principais fatores de risco para eventos cardiovasculares.”

O congresso juntará entre 300 a 400 médicos e cientistas de todo o mundo, para participarem num conjunto de conferências, debates, apresentações técnicas e discussão de trabalhos científicos.

Esta é a 18.ª reunião da Artery Society, sendo a primeira vez que se realiza na Península Ibérica.

Segundo a Câmara de Guimarães, a candidatura da cidade Guimarães foi a vencedora do concurso a que acorreram outras cidades do mundo.

“Guimarães juntar-se-á, assim, ao restrito lote de 14 cidades europeias que acolheram o congresso nos últimos 20 anos, sendo a primeira vez que se realizará na Península Ibérica”, sublinha um comunicado do município.

Acrescenta que a escolha de Guimarães “muito se deve” ao facto de a Unidade de Hipertensão e Risco Cardiovascular do Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar do Alto Ave ter sido distinguida como Centro de Excelência Europeu pela Sociedade Europeia de Hipertensão (SEH).

O congresso é organizado pela Escola de Medicina da Universidade do Minho e pelo Centro para a Investigação e Tratamento de Hipertensão Arterial e Risco Cardiovascular do Serviço de Medicina Interna do Hospital de Guimarães, com o apoio da Câmara de Guimarães.

Confidencialidade dos dadores
A Associação Portuguesa de Fertilidade pediu hoje a “aprovação urgente” das iniciativas parlamentares para alterar da Lei da...

A APFertilidade considera, em comunicado, que “foi dado um passo há muito aguardado” pela associação com a apresentação de projetos de lei por parte do BE e do PSD a defender a introdução de uma norma transitória que possibilite o avanço de tratamentos de fertilidade com recurso a gâmetas e embriões, tendo em conta as dádivas efetuadas antes do acórdão do Tribunal Constitucional (24 de abril), “as que foram feitas após a sua publicação e as que venham a ser realizadas no futuro”.

O PS anunciou no mesmo dia que está a trabalhar no mesmo sentido. “Esta era uma solução sustentada pela associação e defendida junto dos deputados dos vários partidos, bem como através da campanha ‘Vidas Congeladas’, a criação urgente de medidas legislativas para a PMA”, afirma no comunicado.

“Os projetos de lei eram aguardados com expectativa pela associação, mas a sua aprovação é acima de tudo a resposta que muitas mulheres e casais querem agora receber após meses de desespero e ansiedade”, defende a presidente da associação, Cláudia Vieira.

Cláudia Vieira reafirma no comunicado a disponibilidade da APFertilidade para colaborar com os partidos e as entidades competentes para que se encontre uma “solução justa e respeitadora dos direitos dos beneficiários, dadores e crianças que venham a nascer”.

Com o fim da confidencialidade dos dadores de gâmetas e de embriões, criou-se “uma situação dramática para perto de duas mil famílias, cujo tratamento de fertilidade depende de uma dádiva, bem como de dezenas de casais que têm na gestação de substituição a única alternativa de realizar o sonho da parentalidade”, refere a associação.

No caso dos dadores, os que têm as suas dádivas no Banco Público de Gâmetas e nos centros privados de PMA foram sendo contactados, para indicarem se autorizavam a utilização das suas dádivas em tratamentos iminentes, sendo informados de que deixariam, no entanto, de estar abrangidos pelo direito ao anonimato, o que levou muitos dadores a recuarem.

A associação espera que haja igualmente margem por parte dos partidos para apresentarem propostas para legislar com “a maior brevidade possível” as questões levantadas quanto à gestação de substituição.

“Mantém-se a esperança de que sejam avançados e votados projetos ainda na presente legislatura, passos que continuarão a ser exigidos pela associação nos contactos que continuará a manter dentro da Assembleia da República e junto de outras entidades responsáveis”, sublinha.

Dia Nacional do Cancro da Mama assinala-se a 30 de outubro
O cancro da mama é a neoplasia mais frequente no sexo feminino.

Infelizmente, mesmo quando diagnosticado em estádio inicial, estima-se que até 30 por cento das mulheres com cancro da mama irão evoluir, alguns meses ou mesmo vários anos depois, para a doença metastática, que ocorre quando o tumor, a partir do tecido de origem, é capaz de colonizar outros órgãos como por exemplo o osso, o fígado, o pulmão ou o cérebro. Como existem muitas células tumorais na doente e provavelmente com caraterísticas muito diferentes umas das outras, torna-se muito difícil encontrar um tratamento que elimine todas as células. Por isso, o cancro da mama metastático não tem cura.

No entanto, cada doente com cancro da mama metastático/avançado é única e, consequentemente, a história natural da doença pode variar de meses a (cada vez mais) anos de vida.

Os principais fatores de risco associados ao cancro metastático são o tamanho do tumor à data do diagnóstico, a existência ou não de invasão nos gânglios linfáticos mais próximos, o grau de diferenciação do tumor, a existência de um elevado índice proliferativo nas células do cancro da mama e a ausência de recetores hormonais.

Apesar da doença não ter cura, tem existido uma grande evolução no sentido de aumentar a eficácia dos tratamentos, estendendo a sobrevivência a ponto de tornar a doença crónica, o que requer da parte dos clínicos a maior atenção aos efeitos secundários de cada tratamento, no intuito de aliar a qualidade de vida e o alívio dos sintomas ao tempo de vida.

A classificação molecular dos tumores é feita de acordo com a expressão de recetores hormonais e de HER2 em quatro grupos principais, o que lhes confere valor prognóstico e preditivo de resposta aos tratamentos de quimioterapia, hormonoterapia e terapia dirigida a alvos concretos como o Her2, as ciclinas e o mTOR.

Um dos grandes desafios futuros será encontrar cada vez mais alvos terapêuticos e bloquear os mecanismos de resistência às terapêuticas, permitindo uma esperança de vida cada vez maior. O novo paradigma será portanto minimizar a toxicidade infligida pelos tratamentos, de modo a garantir a máxima qualidade de vida das mulheres e a sua integração plena nas famílias e na sociedade.

 

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Processo de requalificação
O Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) anunciou hoje ter adquirido 50 novas camas hospitalares, já distribuídas pelos...

Segundo um comunicado do conselho de administração do HESE, o investimento enquadrou-se no processo de requalificação dos equipamentos da unidade e contou com 85% de financiamento comunitário, através do Programa Operacional Regional Alentejo 2020.

As novas camas ficaram afetas aos serviços de Ortopedia (23), Cirurgia 1 (11), Unidade de Convalescença (8), Cirurgia 2 (4), Especialidades Médicas (2) e Urgência Geral (2).

“Tecnicamente, são camas específicas para uso hospitalar que possuem comando central (supervisor) para todos os movimentos elétricos e bloqueio de funções, prolongamento da secção do leito, comando nas grades, entre outras características essenciais para a comodidade e segurança dos doentes e dos profissionais”, referiu o HESE.

A presidente do conselho de administração do hospital, Maria Filomena Mendes, realçou também que o HESE vai “continuar a investir nas melhorias necessárias para que o doente encontre” na unidade “as melhores condições para o seu tratamento e recuperação”.

 

Estudo ambiental
As multinacionais Coca-Cola, Pepsi e Nestlé são as que mais contribuem para a contaminação dos oceanos com plástico, segundo um...

Numa semana de setembro passado, fizeram mais de 200 ações de limpeza de plástico nas costas de países como as Filipinas, Tailândia, Vietname, Austrália, Chile, Estados Unidos ou Espanha.

De entre mais de 187 mil pedaços de plástico recolhidos, 65% eram embalagens de produtos de grandes corporações mundiais, sendo que a maioria era destas empresas.

Outras marcas responsáveis pelo plástico que contamina os mares são a Danone e a Colgate-Palmolive, todas do setor da alimentação, higiene e produtos domésticos.

Em declarações à agência Efe, o coordenador do "Break Free from Plastic", Von Hernandez, afirmou que as marcas "têm de escolher se são parte do problema ou da solução", com as suas "embalagens de plástico desnecessárias", e decidir se vão continuar a fabricá-las.

Mais de metade das peças encontradas é feita de materiais muito difíceis ou impossíveis de reciclar, como o plástico usado em garrafas e em embalagens descartáveis.

Todos os anos são produzidas 320 milhões de toneladas de plástico e na próxima década a quantidade deverá aumentar 40%, o que fará aumentar exponencialmente a libertação de gases responsáveis pelo efeito de estufa.

"Devemos exigir às empresas por trás destas marcas de consumo de massas que larguem o mau hábito de sobre-embalar os seus produtos e inverter a procura pelo plástico", defendeu Von Hernandez.

No seu estudo, o movimento refere que a produção de plástico também expõe a substâncias nocivas as comunidades que vivem perto das fábricas e que a contaminação se estende aos produtos embalados.

Cerca de 80% das 8,3 mil milhões de toneladas de plástico produzidas desde 1950 ainda persiste no meio ambiente, especialmente nos oceanos, segundo estudos recentes citados hoje pelo "Break Free from Plastic".

Diagnóstico de doença mental tem vindo a aumentar
O diretor do Programa para a Área da Saúde Mental, Miguel Xavier, defendeu hoje que o investimento na saúde mental deve tornar...

Apesar de a saúde mental ter vindo a ganhar cada vez mais visibilidade, “tem de ganhar uma prioridade que seja pelo menos equivalente à sobrecarga que causa nos doentes e nas famílias”, disse Miguel Xavier, que falava à agência Lusa a propósito do Dia Mundial da Saúde Mental, assinalado na quarta-feira.

“É uma área que causa uma sobrecarga enorme e aquilo que tem de se exigir é que tenha um investimento proporcional ao sofrimento que causa. Se esse for o princípio organizador, é um bom princípio para nós”, sublinhou Miguel Xavier.

O psiquiatra e professor universitário apontou como “grandes vetores importantes na saúde mental” a psiquiatria infantil e da adolescência, “uma área que precisa de um investimento grande”, e a melhoria da articulação entre os serviços locais de saúde mental e os cuidados de saúde primários, para que grande parte das situações de depressão e ansiedade possam ser tratadas nos centros de saúde, o que vai acontecer em 2019.

Miguel Xavier explicou que uma parte significativa das pessoas com sofrimento psicológico não precisa de aceder aos serviços locais de saúde mental desde que encontre respostas nos seus centros de saúde, mas defendeu ser necessário haver respostas organizadas para evitar a prescrição imediata de fármacos.

“Se os centros de saúde tiverem um modelo de funcionamento diferente para este tipo de patologias poderá almejar-se diminuir o consumo de benzodiazepinas e de antidepressivos” em Portugal que, segundo os últimos dados, é quase o dobro da média europeia.

Para o psiquiatra, esta é “uma das mudanças estruturais mais forte e das mais complexas” porque não mexe só com os serviços de psiquiatria, mas também com o universo dos cuidados de saúde primários, onde estão os médicos de família, os enfermeiros, que estão a trabalhar com “um nível de sobrecarga muito intenso”.

Isto significa que “não há uma folga muito grande para grandes modificações”, a não ser que haja “uma mudança nos recursos humanos e no modelo de atendimento. É isso que espero que se faça”, frisou.

O diretor do programa também defendeu a necessidade de se esbater as “assimetrias regionais” que existem ao nível dos recursos humanos e de diferenciação, sublinhando que tem de “haver uma carteira mínima a oferecer a todos os cidadãos”.

Nesse sentido, salientou a importância de haver em todo o país equipas comunitárias de saúde mental, que integram médicos, enfermeiros especialistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, entre outros profissionais, que não existem neste momento em número suficiente no Serviço Nacional de Saúde.

Nos últimos 10 anos houve um aumento do número de médicos de psiquiatria, “mas não houve aumento de outros profissionais e é absolutamente impossível fazer equipas comunitárias, que são a base da prestação de cuidados hoje em dia, sem estas equipas”.

“Esta área precisa de ter um novo impulso”, mas é um trabalho que vai demorar alguns anos. “Não se pode esperar que, de um ano para o outro, se consiga contratar as pessoas todas para formar equipas em toda a parte, vai ter que ser feito um plano e tem de haver acima de tudo uma noção de prioridade”, frisou.

Segundo o Relatório do Programa Nacional para a Saúde Mental 2017, o registo de utentes com perturbações mentais nos cuidados de saúde primários tem vindo a aumentar desde 2011, no que diz respeito às perturbações de ansiedade, às perturbações depressivas e às demências, sendo que o maior registo de doentes se encontra nas regiões do Centro e do Alentejo.

"Se por um lado estes resultados podem significar um aumento de acessibilidade aos cuidados de saúde primários, por outro podem significar que os profissionais dos Cuidados de Saúde Primários estão mais sensibilizados para o seu diagnóstico", lê-se no documento.

Importância da prevenção
A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) vai promover sessões de esclarecimento em escolas básicas e...

“É fundamental apostar na prevenção, desde cedo, e incentivar as crianças a evitar esforços em posições viciosas, mochilas demasiado pesadas, a escolher uma alimentação adequada, e fomentar a prática desportiva” refere o ortopedista Manuel Tavares de Matos, presidente da SPPCV.

As iniciativas têm como principal objetivo reforçar a importância da prevenção das dores nas costas e serão ministradas pelos ortopedistas Manuel Tavares de Matos e Jorge Alves, membros da direção da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral.

Este ano, o Dia Mundial da Coluna tem como mote “Ama a tua coluna” e pretende destacar a importância da saúde e bem-estar da coluna vertebral. A promoção da atividade física, a boa postura, a mobilização responsável de pesos e as condições de trabalho adequadas são fatores importantes para a saúde da coluna vertebral. 

Estudo
Um estudo realizado nas escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico de Valongo concluiu que quatro em cada dez crianças têm excesso...

Denominado de "Avaliação e autoperceção antropométrica de crianças do 1.º ciclo do Ensino Básico das Escolas do Município de Valongo", o estudo abrangeu 481 alunos dos 3.147 inscritos, num total de 29 turmas, tendo decorrido entre 23 de abril e 18 de junho de 2018.

Resultado de um contrato entre o Instituto Técnico de Alimentação Humana (ITAU) e a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), em parceria com a Câmara de Valongo, o estudo concluiu ainda que 40% dos alunos apresenta excesso de peso.

Distribuído por sexos, são as raparigas quem apresenta maior prevalência de excesso de peso (41%), enquanto os rapazes se ficam pelos 35,7%, revelou o investigador e professor da FCNAUT, Rui Poinhos.

A investigação avaliou variáveis como os "dados antropométricos (peso e estatura), dados pessoais (sexo, idade e perceção da composição corporal) e dados sociodemográficos (escola, turma, ano de escolaridade, nível de escolaridade dos pais e número de irmãos)", acrescentou.

Outro “dado preocupante" para Rui Poinhos é o de que "uma em cada oito crianças indica uma imagem desejada correspondente a magreza" e que "cerca de um sexto das que apresentam excesso de peso desejam uma imagem igual à atual".

E com os dados recolhidos a apontar para "uma elevada proporção de crianças com sobrepeso ou obesidade", o investigador recomenda "estratégias de prevenção e intervenção abrangentes, nomeadamente de âmbito escolar".

O presidente da câmara, José Manuel Ribeiro, afirmou que o município "tem vindo a fazer uma série de investimentos" em várias áreas, mas também ao "nível do comportamento alimentar no 1.º Ciclo", tendo "há cerca de três anos sido substituída a proteína animal pela vegetal nas escolas", num investimento que versou também a "redução do sal e do açúcar".

"O primeiro passo para resolver um problema é assumir que ele existe e a obesidade infantil é uma espécie de retrocesso civilizacional", frisou o autarca para quem "não é fácil identificar o que falhou", salientando o facto de se viver "numa sociedade consumista", onde é "mais barato comer comida de plástico do que fazer uma alimentação saudável".

Reconhecendo a existência de "um conjunto de mensagens diárias no sentido de as crianças verem a magreza extrema" como o "ideal para se inserirem socialmente", vincou que isso "não é algo que dependa dos municípios ou da vontade dos professores" dada a "dimensão societal, tecnológica e mediática" que detém.

"Este estudo reforça o que sabíamos e diz-nos para continuar neste caminho e aprofundar mais", concluiu José Manuel Ribeiro.

Diz estudo
A disponibilização de informações de saúde de qualidade, através de “auxiliares de decisão”, sob diferentes formatos, como ...

O estudo foi desenvolvido por investigadores do CINTESIS - Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, que efetuaram uma síntese estatística dos mais importantes trabalhos realizados sobre este tema.

“O acesso a ‘auxiliares de decisão’ aumenta significativamente o conhecimento dos pacientes, reduz a indecisão e fomenta um papel ativo por parte dos homens que têm de decidir se realizam ou não o PSA – uma análise que pode identificar cancro da próstata, mas que apresenta diversos riscos, como sobrediagnóstico e efeitos adversos do sobretratamento, como disfunção erétil e incontinência urinária”, esclarecem os investigadores.

Os “auxiliares de decisão” são ferramentas baseadas na evidência científica, desenhadas com o objetivo de apoiar o processo de decisão por parte do paciente, no que se refere à sua saúde, e podem ser implementados em diferentes formatos (internet, papel, vídeo).

Neste processo de decisão médica partilhada, o doente compreende o risco e gravidade da doença a ser prevenida e é informado dos riscos, benefícios, alternativas e incertezas do teste, devendo ponderar estes dados à luz dos seus valores pessoais.

A presente revisão sistemática e meta-análise pretendeu comparar o impacto dos auxiliares de decisão baseados na internet com outros formatos para o apoio à decisão de rastreio do cancro da próstata.

“Os resultados comprovaram que os ‘auxiliares de decisão’ na internet melhoram o conhecimento sobre o rastreio do cancro da próstata, diminuem o conflito decisional e fomentam um papel ativo do doente na decisão”, explica, em comunicado, Sofia Baptista, investigadora do CINTESIS e primeira autora deste trabalho.

Embora os resultados revelem um desempenho semelhante dos diferentes formatos, o investigador Carlos Martins, que coordenou esta investigação, considera que os “auxiliares de decisão” baseados em ferramentas ‘web’ poderão ser os mais indicados para aumentarem a capacidade de os homens participarem no processo de decisão relativamente à realização do teste PSA, de forma fácil, anónima e com baixo custo.

“Precisamos de apostar na criação de ‘sites’ com informação médica de alta qualidade, mas que seja suficientemente clara e concisa para ser apreendida pelos pacientes”, propõe o especialista do CINTESIS.

O rastreio do cancro da próstata através do PSA, dirigido a homens assintomáticos e sem fatores de risco, é uma das situações em que é advogada a decisão partilhada, uma vez que apresenta vantagens (diminuição da mortalidade, ganho de anos de vida), mas também riscos (diagnóstico de cancros que podem ser inócuos; riscos do tratamento, como disfunção erétil ou incontinência urinária).

Para além de Carlos Martins e Sofia Baptista, este estudo contou com a colaboração dos investigadores Elvira Teles Sampaio (do Agrupamento de Centros de Saúde Porto Ocidental), Bruno Heleno (da Universidade NOVA de Lisboa) e Luís Filipe Azevedo (do CINTESIS).

O trabalho foi publicado no Journal of Medical Internet Research, revista científica de referência na área da Informática Médica e uma das principais publicações sobre Investigação em Serviços de Saúde.

Alerta a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade
No âmbito do Dia Mundial da Obesidade, que se assinala a 11 de outubro, a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO...

A obesidade é um dos mais sérios desafios da Saúde Pública do século XXI, tendo já atingido proporções epidémicas. O excesso de peso e a obesidade estão associados à morte de pelo menos 2,8 milhões de pessoas todos os anos. Em Portugal, estima-se que mais de metade da população tenha obesidade ou pré-obesidade.

“A obesidade é uma doença crónica, complexa e multifatorial que ultrapassa as escolhas individuais. A ideia estigmatizante de que a pessoa com obesidade é responsável pela sua condição, por ser “preguiçosa” ou não ter autocontrolo, retira o profissional de saúde da equação da eficácia do tratamento, responsabilizando unicamente a pessoa pelo sucesso do mesmo. Isto só contribui para o aumento dos níveis de obesidade e para o atraso e insucesso do tratamento. Devemos lutar para que todos os profissionais de saúde tenham acesso a formação especializada em tratamentos eficazes, para que adotem um discurso não estigmatizante e para que todos os indivíduos com sobrepeso tenham acessibilidade plena ao tratamento integral da obesidade. Já se tem feito bastante para melhorar o acesso às cirurgias bariátricas, indicadas na obesidade mórbida, mas é preciso tratar a obesidade desde a fase inicial. Para que isto aconteça, é urgente que terapêutica farmacológica seja comparticipada e, assim, acessível a todos. É preciso acabar com o estigma da obesidade e promover o acesso a todos aos tratamentos desta doença”, destaca Paula Freitas, presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO).

A obesidade está associada a um decréscimo da esperança média de vida e da qualidade da mesma, estando associada a problemas de saúde como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia, outras doenças metabólicas, respiratórias, cardiovasculares, ósseas e vários tipos de cancros.

“A responsabilidade da obesidade deve ser partilhada pela sociedade e é necessário um apoio positivo e uma narrativa de responsabilidade de todos os profissionais de saúde e da sociedade em geral de modo a aumentar a eficácia dos cuidados de saúde das pessoas com excesso de peso e obesidade. Prevenir e tratar a obesidade significa ter uma sociedade mais saudável e com uma vida mais longa. Significa ainda menos custos para os sistemas de saúde – estima-se que os custos direta e indiretamente associados à obesidade estão na ordem dos 300 mil euros por ano em Portugal, sendo que a nível europeu, o peso da obesidade pode ultrapassar 10 mil milhões de euros em custos de saúde. É preciso mostrar às entidades de saúde competentes e aos políticos o impacto económico da obesidade, quer os custos diretos quer indiretos, que a curto e a longo prazo são maiores do que disponibilizar tratamentos adequados mais precocemente e antes que as múltiplas complicações associadas à obesidade se instalem”, acrescenta a representante da SPEO.

O aumento global da prevalência da obesidade é um problema de saúde pública com grandes custos para os sistemas de saúde. Estima-se que mais de 20% da população mundial será obesa em 2025 se não forem adotadas medidas que travem esta evolução.

Segundo o último estudo português, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), estima-se que, em Portugal, mais de metade da população - mais de 6 milhões de pessoas - tenha obesidade ou pré-obesidade.

“Uma vez que está comprovado, por vários estudos de relevo, a perda de peso, mesmo que na ordem dos 5% a 10%, pode trazer benefícios para a saúde, reduzindo o risco de diabetes tipo 2 e de doenças cardiovasculares, melhorando a pressão arterial e reduzindo a gravidade de apneia do sono, tratar farmacologicamente, através de inibidores de apetite, a obesidade desde as fases iniciais, é promover a curto e longo prazo a saúde geral dos individuais”, conclui Paula Freitas.

Investigação
Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveram uma nova geração de...

A “nova geração de polímeros (macromoléculas) com propriedades antimicrobianas”, agora desenvolvida, “é mais um passo para prevenir infeções hospitalares”, sustenta a FCTUC, numa nota enviada hoje à agência Lusa, referindo que a investigação que levou à descoberta foi desenvolvida no âmbito de “um projeto que tem como objetivo final a invenção de um revestimento antibacteriano (uma espécie de verniz) para aplicação em unidades de saúde”.

Das várias experiências realizadas em laboratório, os novos polímeros “demonstraram elevada atividade contra um vasto leque de estirpes indicadoras da atividade contra bactérias patogénicas e outras, ou seja, as bactérias foram exterminadas quando colocadas em contacto com os polímeros”, explicam, citados pela FCTUC, os coordenadores do estudo, Jorge Coelho e Paula Morais.

“Manipulando a estrutura do polímero, é possível garantir um desempenho eficaz face a um espetro alargado de bactérias, de forma completamente segura”, destacam Jorge Coelho e Paula Morais, docentes dos departamentos de Engenharia Química e de Ciências da Vida da FCTUC, respetivamente.

Considerando o problema da resistência a antibióticos, esta investigação assume particular relevância porque “permite eliminar as bactérias antes de acontecer a transmissão”, explicam, sublinhando que, “como é sabido, uma larga maioria das infeções acontece em ambiente hospitalar, sendo por isso essencial investigar formas inovadoras de as prevenir e combater”.

“Esta nova geração de polímeros demonstrou a capacidade de eliminar as bactérias, mesmo as mais resistentes, evitando a sua proliferação. É um método completamente seguro, que recorre a materiais biocompatíveis, inócuos para o ser humano”, frisam.

O método de produção testado em laboratório é “aplicável à escala industrial, facilitando assim a sua introdução no mercado” e, “se tudo correr como o previsto, os investigadores estimam que o novo revestimento antimicrobiano possa entrar no circuito comercial dentro de dois a três anos”, adianta a FCTUC.

O estudo, cujos “resultados obtidos foram publicados na revista científica Biomacromolecules”, é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e conta com a colaboração da Faculdade de Engenharia do Porto.

 

 

Metade dos homens não responde a tratamento
Investigadores identificaram uma variante genética que é parcialmente responsável pela disfunção erétil, uma descoberta que...

Os homens que têm uma cópia desta variante têm um risco 26% maior de apresentar impotência sexual em comparação com a população média, lê-se no estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Aqueles com duas cópias da variante enfrentam um risco 59% maior, de acordo com o geneticista Eric Jorgenson, principal autor do estudo.  Os resultados baseam-se num banco de dados de 36.649 pacientes do consórcio de saúde Kaiser Permanente, no norte da Califórnia.

O risco médio desta patologia na população é de um em cada cinco homens, de acordo com um estudo de 2007 realizado nos Estados Unidos, mas a proporção aumenta acentuadamente com a idade.

Cerca de um terço do risco de disfunção erétil está ligado a fatores genéticos. De acordo com o novo estudo, a variante genética que Jorgenson e seus colegas identificaram representa, sozinha, 2% do risco.

Obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares têm componentes genéticos e também estão ligados à impotência sexual. 

"Sabemos que existem outros fatores para a disfunção erétil, incluindo tabagismo, obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, e os homens que tratam esses fatores podem reduzir o risco de disfunção erétil", disse Jorgenson à AFP.

"Como a região que identificamos no genoma humano parece agir independentemente desses fatores de risco, o desenvolvimento de novos tratamentos que se debrucem na variação dessa localização genética tem o potencial de ajudar os homens que não respondem aos tratamentos atuais".

O investigador observa que cerca de 50% dos homens não respondem aos tratamentos para a disfunção erétil atualmente disponíveis.

 

A depressão é a terceira causa de doença na adolescência
A adolescência e o início da vida adulta são marcos fundamentais na vida de cada um com importantes

Enquanto para muitos são tempos felizes, para outros são momentos de grande stress e apreensão que se não forem reconhecidos e adequadamente geridos podem desencadear Doença Mental.

Existem outros fatores que ao desencadearem pressão adicional contribuem também para o aparecimento de doença, aqui inclui-se a utilização cada vez mais abrangente de tecnologias de informação, com um manifesto aumento da conectividade às redes virtuais, durante o dia e noite (não obstante os benefícios que daqui advém) e a existência de conflitos, catástrofes naturais e epidemias em áreas de emergências humanitárias.

Metade de todas as doenças mentais surge aos 14 anos

Metade de todas as doenças mentais surgem aos 14 anos, mas a maioria dos casos não é diagnosticado nem tratado.

O consumo de álcool e drogas assume particular importância e pode conduzir a comportamentos de risco como sexo desprotegido ou condução perigosa.

O suicídio é a segunda causa de morte entre os 15 e os 29 anos.

A depressão é a terceira causa de doença na adolescência.

As doenças do comportamento alimentar também são preocupantes.

Reconhecer a doença e a importância da resiliência

A resiliência assume um papel fundamental desde a infância para que se possa lidar com as dificuldades diárias.

A promoção e proteção da saúde do adolescente trazem benefícios a curto e médio prazo, não só para a própria saúde do adolescente, mas também para a economia e sociedade, com adultos saudáveis a contribuir para o desenvolvimento da atividade em termos laborais, familiares, comunitários e sociais.

A prevenção começa com uma melhor compreensão da doença

A prevenção começa com a consciencialização da existência da doença e com a necessidade de estar alerta e compreender os primeiros sinais e sintomas da doença mental.

Os pais e professores assumem um papel fundamental na formação de competências aos adolescentes que os ajudem a lidar com os desafios do dia-a-dia.

É essencial um investimento governamental multissectorial (Segurança Social, Saúde e Educação) em programas compreensivos, integrados, e baseados na evidência que consciencializem, promovam e protejam a Saúde Mental dos Adolescentes.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigadores da Universidade do Minho
Investigadores do Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho (UMinho) estão a desenvolver uma solução amiga...

Em comunicado, o CEB refere que a solução recorre à nanotecnologia e pretende converter o petróleo em substâncias inócuas, no próprio local onde ocorreu a contaminação.

“O recurso a nanomateriais férricos é um fator distintivo deste projeto, já que vai permitir acelerar e estimular a atividade dos microrganismos, de maneira a que o tratamento do local se processe de forma mais rápida, eficaz e ambientalmente correta”, sublinha.

Esta técnica utilizada para a descontaminação dos terrenos é a “biorremediação” apresentando “um elevado potencial de recuperação das áreas contaminadas, uma vez que é uma técnica mais económica e amiga do ambiente do que os tratamentos físico-químicos”.

“No futuro, esta solução poderá vir a ser comercializada, uma vez que ainda é muito reduzido o estudo da biorremediação de solos”, pode ler-se no comunicado.

De acordo com a instituição, este projeto “coloca a investigação feita neste setor na linha da frente e capitaliza a liderança de Portugal e da UMinho nesta área, promovendo conhecimento internacional”.

Ao mesmo tempo , refere, “ajudará a estimular o empreendedorismo, a criação de novas empresas e o envolvimento de potenciais investidores, alavancando a economia e o desenvolvimento do país”.

O comunicado lembra que os óleos minerais, derivados do petróleo, são um dos “principais poluentes” do solo e das águas subterrâneas, “sendo que na Europa são cerca de 342 mil os locais contaminados identificados e mais de 2,5 milhões podem estar potencialmente contaminados”.

Refere ainda que os óleos minerais representam 22 a 24 por cento dos incidentes relatados referentes à contaminação local de solos.

 

Projetos de saúde sexual e planeamento familiar incluídos
O Plano Municipal da Saúde de Matosinhos, que vai a reunião de câmara hoje, prevê reforçar o apoio a pessoas vulneráveis,...

O aumento da literacia em saúde, a garantia do acesso a serviços de apoio psicossocial, a promoção de projetos no âmbito da saúde sexual e planeamento familiar, a ampliação da oferta e da acessibilidade à atividade física e desportiva, a promoção da alimentação saudável ou a atenuação das consequências dos comportamentos aditivos são outros dos objetivos deste instrumento estratégico.

Na proposta “Perfil de Saúde de Matosinhos e Plano Municipal da Saúde do Concelho de Matosinhos 2019-2021”, a que a Lusa teve acesso, a autarquia assume como prioridade melhorar a saúde de toda a população do concelho, no distrito do Porto, reduzindo as “iniquidades em saúde” e promovendo a liderança e a governação participativa da saúde, com base no conceito "saúde para todos".

As atividades que compõem o plano resultam da compilação das ações que já se encontram a ser desenvolvidas, havendo, contudo, necessidade de desenhar novas iniciativas em parceria com as diversas entidades, nomeadamente faculdades, clubes desportivos e associações voluntárias de bombeiros, sustenta o documento.

A promoção de uma “sinergia eficaz” entre entidades significa potenciar ganhos para a saúde, abrangendo os diversos determinantes de saúde para alcançar um concelho mais saudável, realça.

“Visa maximizar os ganhos da saúde através de esforços sustentados na cooperação intersetorial e estimulando a participação da comunidade”, acrescenta o documento.

A proposta realça que, uma vez que os fatores que determinam e influenciam o estado de saúde de uma população são “dinâmicos, sistémicos e complexos”, o plano será um “documento aberto com uma constante monitorização das ações”, permitindo um ajuste eficaz às necessidades.

“Este documento orienta para a necessidade de investir na saúde ao longo de todo o percurso de vida, capacitar os indivíduos para a melhoria e manutenção da saúde, criar comunidades locais e ambientes promotores da saúde mais resilientes, diminuir o impacto que os principais problemas de saúde têm sobre a população e centrar o sistema de saúde nas pessoas e na sua qualidade de vida”, adianta.

Em abril de 2017, a Câmara Municipal de Matosinhos integrou a Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis (RPMS), assumindo como uma prioridade melhorar a saúde de toda a população do concelho.

A RPMS é uma Associação de Municípios, criada em 1997, integrada na Rede Europeia de Cidades Europeias, dinamizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que se assume como um fórum de partilha e de discussão de questões com impacto na saúde e qualidade de vida das pessoas.

Investimento permite aumentar capacidade de resposta
O Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM) anunciou que vai contar com uma nova Unidade de Técnicas Endoscópicas (UTE), num...

“Esta obra de beneficiação, agora aprovada pela tutela, permitirá criar uma nova sala de exames e um espaço de Hospital de Dia para os doentes do foro gastroenterológico, bem como uma sala adequada à vigilância peri-endoscópica”, refere o CHBM em comunicado.

Segundo o documento, a nova unidade vai permitir ainda otimizar o circuito para os utentes, assim como melhorar o circuito de desinfeção dos equipamentos médicos e do manejo de material contaminado.

Na Unidade de Técnicas Endoscópicas são executados procedimentos médicos predominantemente da área da gastroenterologia, sendo ainda utilizada pela especialidade otorrinolaringologia e pneumologia.

O CHBM salienta que a nova unidade foi autorizada pela secretária de estado da Saúde, Rosa Valente de Matos.

“O aumento da atividade assistencial, em particular da Gastroenterologia entre 2014 e 2017, obriga a uma adequação deste espaço físico por forma a permitir o aumento da oferta de cuidados de saúde e a incrementar os níveis de segurança da atividade clínica”, salienta.

Com este investimento, o CHM salienta que vai aumentar a sua capacidade de resposta interna na área dos Meios Complementares de Diagnóstico e de Terapêutica, e reduzir o recurso a prestadores de cuidados externos, nomeadamente outros hospitais ou prestadores privados.

Em 2017 a valência de gastrenterologia realizou mais de 5.700 exames e acompanhou 65 doentes em Hospital de Dia.

 

Obras de requalificação
O presidente da comissão parlamentar de Ambiente disse sair “satisfeito, mas preocupado” da reunião com o presidente da Empresa...

“Vou preocupado porque percebe-se que há um conjunto de constrangimentos, nomeadamente ao nível do financiamento, dos prazos que ainda não estão resolvidos, mas vamos acompanhar a situação e  vamos mais esclarecidos para poder acompanhar a situação”, referiu Pedro Soares, em declarações à agência Lusa.

O deputado do Bloco de Esquerda disse ainda que estava “satisfeito” com a reunião, porque “foi muito importante, e reconhecido por todos os presentes, porque a Assembleia da República conseguiu colocar na mesma mesa um conjunto de entidades a conversarem e a dialogarem”.

Os cerca de 20 deputados presentes, alguns eleitos pelo círculo eleitoral de Viseu e a maioria da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, reuniram-se com o presidente de Câmara de Nelas e da Junta de Freguesia de Canas de Senhorim, assim como o presidente da Associação dos Ex-Trabalhadores das Minas de Urânio (ATMU), depois de visitarem as obras de requalificação dos antigos mineiros da Urgeiriça.

Em cima da mesa estavam várias questões entre as quais a lista de prioridade para a requalificação das casas e se o tempo de reconstrução estava dentro do prazo e se irá acabar dentro da data prevista, ou seja, até final do primeiro semestre de 2019, e ainda sobre o que estava a ser feito aos resíduos de urânio retirados das obras.

O presidente da Empresa de Desenvolvimento Mineiro, SA (EDM), responsável por esta requalificação, disse durante a reunião que “não é possível saber se a requalificação das casas acaba ou não dentro do tempo previsto, até porque há sempre situações a resolver que vão aparecendo no dia a dia”.

Sobre as 198 toneladas de resíduos de urânio retirados dos escombros, “estão devidamente tratados e depositados num espaço que tem vigilância 24 horas por dia e que tem medições regulares das radiações e até à data não oferecem qualquer tipo de perigo”.

Rui Rodrigues esclareceu ainda que “tem havido diálogo constante, não diário, mas constante com os moradores para eventuais problemas que surjam” e quanto à lista de prioridades, remeteu para o cientista da Universidade de Coimbra, responsável pelo estudo realizado que deu origem à lista de prioridades e distribuiu pelos grupos parlamentares um mapa com esclarecimentos.

Alcides Pereira respondeu que entre os casos prioritários estava a quantidade de radiação que cada habitação tinha, dando prioridade às de radiação mais elevada e ainda se era ou não habitada.

O presidente da ATMU, que teve a iniciativa desta reunião e organizou a visita dos deputados à casa dos antigos mineiros, revelou, no final da reunião que estava “satisfeito” pelo diálogo estabelecido, mas também porque entendeu que o prazo das obras é para cumprir e, caso isso não aconteça, vai “pedir responsabilidade à Comissão parlamentar que esteve” presente.

“Algumas [questões] não foram respondidas, mas vamos marcar uma reunião com a EDM para a semana de 15 a 30 de outubro, a fim de, agora na prática, vermos estas respostas e como é que se vão concretizar, a transparência, o tempo de concretização e o grande projeto turístico que já deixámos à EDM, que é o nosso contributo para o futuro”, disse António Minhoto.

Este responsável também adiantou que a ATMU vai “lançar um estudo epidemiológico para estes moradores, e não só, para todos os trabalhadores, para todos saberem quais os efeitos por viverem em casas com estas condições, e para saber quais os efeitos que isto teve na saúde, nomeadamente um parque e jardim infantil onde passaram muitas crianças” e que agora são residências.

A agência Lusa tentou alguns esclarecimentos, junto do presidente da EDM, no final da reunião, mas Rui Rodrigues remeteu para um futuro comunicado por parte do Ministério da Economia.

Doentes têm de cumprir conjunto de critérios
O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) vai criar uma Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD), que pretende potenciar o...

O compromisso entre o Centro Hospitalar de Leiria e o Ministério da Saúde, que foi assinado na quarta-feira e anunciado ontem pelo CHL, visa criar condições para que os doentes possam regressar ao seu ambiente familiar, o que vai reduzir os riscos do internamento convencional e evitar igualmente estadas desnecessárias nos serviços de internamento dos hospitais por razões alheias ao seu estado de saúde.

"A nossa missão é, e sempre foi, garantir os melhores cuidados aos nossos utentes, dentro e fora de portas, e a criação da Unidade de Hospitalização Domiciliária é um projeto que temos preparado há dois anos", revelou a vogal executiva do Conselho de Administração do CHL, Alexandra Borges, citada numa nota de imprensa.

Segundo esta responsável, "os utentes do CHL irão beneficiar muito com este novo serviço, que lhes permitirá a mesma qualidade e o mesmo rigor dos cuidados, na sua própria casa, junto da sua família".

Esta unidade representa uma alternativa ao internamento convencional na fase aguda da doença, sempre de acordo com a vontade do utente e da sua família, e em situações menos graves em que, ainda assim, é necessário internamento, sob permanente vigilância de uma equipa hospitalar multidisciplinar.

Na nota de imprensa, é ainda explicado que os doentes terão de "cumprir um conjunto de critérios clínicos, sociais e geográficos que permitem a sua hospitalização no domicílio, sob a responsabilidade dos profissionais de saúde da UHD, e com acesso aos medicamentos exatamente como se estivessem internados no hospital, com total igualdade nos direitos e deveres dos doentes internados no hospital ou no domicílio".

"Estamos a criar um 'hospital sem muros', em que os utentes são acompanhados como se estivessem num serviço hospitalar, mas com uma envolvente psicológica que é mais favorável ao seu tratamento, com a presença da família e num ambiente que lhe é próximo", sublinhou Alexandra Borges.

A vogal considerou ainda que este modelo tem vantagens na recuperação dos utentes, já que "o doente estará mais disponível para aceitar o tratamento e cumpri-lo rigorosamente como é necessário que aconteça".

A UHD funcionará todos os dias do ano, 24 horas por dia, com uma equipa multidisciplinar e em que uma visão holística do doente será o caminho a seguir. Será composta por médico, enfermeiro, assistente técnico, assistente social, e, em caso de necessidade, integrando outros profissionais como fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, entre outros.

Este modelo é focado no doente e na sua família, enquanto cuidadores, e depende do seu consentimento.

"Garantindo um cuidado rigoroso e próximo, à semelhança do que acontece no internamento hospitalar, este internamento domiciliário proporciona uma maior humanização e valorização da componente familiar e, por conseguinte, um maior conforto físico e psicológico e a melhor aceitação do tratamento por parte do doente", lê-se na nota.

A opção pelo internamento domiciliário será decidida "caso a caso de acordo com o diagnóstico, a estabilidade da situação clínica e a capacidade de controlo da situação e potenciais complicações no domicílio".

Caberá à Direção-geral da Saúde criar uma norma de orientação clínica que defina a lista de doenças tipicamente elegíveis para a hospitalização domiciliária e os critérios de inclusão ou exclusão de doentes, que todas as unidades a nível nacional deverão seguir, informa ainda o CHL.

Diz investigadora
Quando colocados estrategicamente os espaços verdes têm um enorme potencial para melhorar a qualidade do ar nas cidades. A...

Publicado este mês na revista Atmospheric Environment, o estudo centrou-se no Porto, mais concretamente no bairro do Batalhão dos Sapadores na Rua da Constituição, onde os investigadores do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA, e através de modelos numéricos previamente desenvolvidos, simularam a substituição de um bloco de edifícios por um parque verde urbano de 570 metros quadrados.

O trabalho previu os efeitos que a zona verde teria sobre dois dos principais poluentes e ambos emitidos pelo sector dos transportes: as partículas em suspensão suficientemente pequenas para serem inaladas e o dióxido de azoto, poluentes que no Porto, e de uma forma geral nas cidades portuguesas, são os mais preocupantes para a saúde pública.

As conclusões não deixam dúvidas: a existência de uma área urbana junto à Constituição permitiria reduzir, em média, as concentrações de partículas em suspensão no ar em 16 por cento e de dióxido de azoto em 19 por cento, reduções essas que serão maiores ou menores dependendo das condições meteorológicas que se verificarem.

A mesma necessidade por espaços verdes estrategicamente posicionados se aplicará não só a outras zonas da cidade do Porto como também a outras cidades nacionais. É que apesar das particularidades da morfologia urbana (edifícios, árvores e estradas) da zona portuense onde foi realizado o estudo, e que têm um papel preponderante no microclima urbano e, consequentemente, na qualidade do ar, os modelos numéricos e o método usado pelos investigadores da UA podem ser utilizados em qualquer área urbana.

Planear o território a pensar na qualidade do ar

“Estes resultados são explicados pela introdução de árvores que sendo elementos porosos, ao contrário do que acontece com os edifícios, promovem um aumento da velocidade do vento na região em estudo aumentando, consequentemente, a dispersão dos poluentes atmosféricos”, aponta Sandra Rafael, a investigadora que assina o trabalho do CESAM juntamente com Bruno Vicente, Vera Rodrigues, Ana Miranda, Carlos Borrego e Myriam Lopes.

Este estudo permitiu concluir, “através de uma análise quantitativa, o potencial das soluções baseadas na Natureza para a melhoria da qualidade do ar nas cidades, demonstrando que estas podem e devem ser consideradas como um instrumento de gestão da qualidade do ar pelos decisores políticos”, apela Sandra Rafael.

Para além disso, é evidenciado neste estudo que “os benefícios destas soluções estão diretamente dependentes de um adequado ordenamento do tecido urbano”. Isto significa que “o planeamento do território, como é exemplo a seleção do local e áreas a aplicar estas soluções, entre outros fatores, é imprescindível, requerendo que as medidas sejam avaliadas antes da sua implementação, o que só é possível através de modelos numéricos”.

Decisão política apoiada pelos cientistas

“A qualidade do ar à escala local depende fortemente das singularidades de cada área urbana, pelo que a morfologia do território, onde se enquadra a presença da vegetação, e as condições meteorológicas locais são fatores preponderantes. Estamos a falar de um escoamento atmosférico complexo cujo comportamento varia hora a hora”, aponta a investigadora. Apesar desta complexidade, Sandra Rafael garante que “temos hoje disponíveis um conjunto de ferramentas e de conhecimento que nos permitem apoiar a decisão política nesta temática”.

Assim, os resultados deste estudo reforçam a necessidade de integrar o conhecimento e as ferramentas científicas no planeamento urbano, para otimizar o papel das soluções baseadas na Natureza na melhoria da qualidade do ar e da qualidade de vida dos cidadãos. Sabendo que mais de 75 por cento da população europeia vive e viverá em áreas urbanas e conhecendo hoje os efeitos da poluição atmosférica na saúde humana, “é imprescindível garantir um ar de qualidade nas nossas cidades”.

“Sabemos hoje que as designadas soluções baseadas na Natureza para a melhoria da qualidade do ar em ambientes urbanos permitem assegurar múltiplas funções e benefícios num mesmo espaço, podendo ser mais eficientes em termos de custo-benefício”, aponta Sandra Rafael. 

Opinião
Eu não tive tempo de rejeitar a doença: a vida não esperava por mim.

Quando fui diagnosticada com Diabetes foi uma surpresa! Caso único na família até onde a memória é capaz de chegar, vida saudável, alimentação tradicionalmente saudável, alguma atividade física… Foram dois meses com sintomas mas no meio da correria da vida, desvalorizados. Até que um dia, já abalada pelos sintomas de muito cansaço, emagrecimento, enjoos, sede… dei entrada num serviço de urgências do interior do país, em coma diabético. Já adulta, com uma vida organizada, o casamento a poucos meses, muito trabalho… a notícia não me caiu muito bem, mesmo não tendo ainda noção do que aí vinha e até porque não me explicaram bem o que me estava a acontecer!

Só mais tarde soube que esse hospital não tinha a especialidade de Endocrinologia, realidade ainda muito presente nos nossos dias. Salvaram-me a vida, fizeram tudo o que conseguiram e a minha gratidão é infinita, mas sofri bastante porque muita coisa falhou. E falhou porque nem os profissionais de saúde sabem lidar com tudo isto. Nem sempre lhes é dada a informação correta, nem as ferramentas necessárias, outras vezes porque não têm grande interesse, “a Diabetes dá muito trabalho”…

Depois de muitas voltas, de mudar de cidade, de pesquisar bastante sobre a Diabetes encontrei uma médica e um hospital que me orientou, mas ainda não chegava.

No meio disto tudo veio o preconceito das pessoas: “ah!!! Tão nova já com Diabetes!” “Tem de ter cuidado com a boca” ”Não pode comer açúcar pois não? Pois… abusou!”, “Uma prima morreu já amputada”, “a minha avó cegou com Diabetes”… Ainda faltava bastante para me sentir segura, para a minha família se sentir segura e com esperança… sim, o diagnóstico de uma doença crónica tira-nos alguma esperança…

Então decidi criar uma associação que também apoiasse outros que se sentem sozinhos, sem apoio e sem o respeito que têm de ter! Assim nasceu a Totusalus. Mas ainda assim, depois de alguns anos continua a não ser fácil viver com a diabetes! Se por um lado já existem muitas melhorias na investigação, nas tecnologias ao nosso dispor, ainda há muito para fazer em muitos aspetos!

Viver com diabetes significa pensar que temos essa condição durante todo o dia. Implica olhar para um prato de comida e pensar em números, medir e dar insulina, pensar no que se vai fazer a seguir, pois caminhar muito, correr, comer um gelado, almoçar fora de horas… para nós pode fazer toda a diferença e é preciso medir e fazer contas, medir e fazer contas… uma e outra vez, todo o dia e às vezes acordar durante a noite, uma e outra vez. Uma pessoa que usa óculos porque não vê bem tem de andar com eles para poder ver durante todo o dia, quem tem diabetes (tipo 1) tem de dar insulina e ver os valores do açúcar no sangue todo o dia também… e isso não é fácil. E custa. E cansa. E desanima muitas vezes. E dói outras tantas. Mas depois temos resultados bons, dias bons, noites tranquilas, convívios animados e aí ganhamos forças para o que aí vem…

Eu não tive tempo de rejeitar a doença: a vida não esperava por mim. Mas muitas vezes me desanimei e quase desisti. Porque é uma luta infinita em que partimos já em desvantagem! Mas se tivermos o apoio correto desde logo tudo será mais leve e tranquilo. É preciso um apoio clínico, mas também emocional e comunitário…

É possível viver com a diabetes muito bem, pois quando começa a fazer parte de nós, do nosso eu, quando temos um médico que nos compreende num todo, que nos orienta porque conhece a nossa vida, o nosso ritmo, os nossos problemas e ajusta a terapêutica a NÓS, tudo se torna mais simples. Quando sou seguida por um especialista capaz e humano que me ajuda e orienta, que não me julga nem ameaça, que me integra na equipa para gerir a MINHA diabetes, encontrar estratégias, escolher os dispositivos que posso usar, quando o enfermeiro não me julga porque sabe bem o que é a diabetes (a 1 e a 2), quando a minha equipa médica organiza ações de esclarecimento e passeios com atividades físicas e me envolve… Quando a minha família é chamada a partilhar experiências e angústias e há alguém que aconchega os pais, acarinha as crianças, vai à escola explicar aos professores, funcionários e colegas o que é a Diabetes… e aí sou recebida com cuidado e vontade de aprender sobre a Diabetes… Quando me é dada informação e me são dadas todas as ferramentas para que eu possa gerir e decidir a minha vida na minha Diabetes… quando o meu hospital se envolve nas atividades das associações locais e partilha também os seus medos e necessidades… aí sim, é fácil viver com a Diabetes, tomar conta da nossa diabetes, de nós, da nossa saúde, pois cada diabético é diferente, cada vida é diferente mas todos merecem ser tratados com respeito e com o melhor que está ao nosso alcance.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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