Estudo
Quase três quartos dos portugueses consomem diariamente vegetais e saladas, hábito seguido sobretudo pelas mulheres e no centro...

Segundo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), à pergunta “Consome vegetais ou saladas, incluindo sopa de legumes, todos os dias?”, 4,9 milhões de portugueses (73,3%) responderam afirmativamente.

Entre os que comem vegetais e saladas todos os dias, a maioria são mulheres, representando 8 em cada 10 (80%), enquanto os homens se ficam pelos 65%.

Este hábito é mais frequente no Centro do país, onde 80% da população o faz diariamente, seguindo-se os habitantes do Norte (77%) e do Alentejo (72,6%).

A região do país onde este tipo de alimentação é menos frequente é nos Açores, onde só 57,7% da população disse comer vegetais e saladas todos os dias.

O consumo deste tipo de alimentação é mais frequente entre a população mais velha, sendo seguida por 80% daqueles que têm entre 65 e 74 anos, e por mais de 75% dos que têm mais de 45 anos.

Em termos de escolaridade e vida profissional, o hábito de comer vegetais é mais seguido por quem frequentou o ensino superior (80%), mas também por quem não tem atividade profissional (78,8%).

O estudo analisou as respostas de 4.911 pessoas, na sua maioria em idade ativa (84,3% com idade entre os 25 e os 64 anos), 63,4% dos quais “sem escolaridade ou com escolaridade inferior ao ensino secundário” e 11,2% desempregados.

A informação foi recolhida através de entrevistas diretas com dados de uma componente objetiva de exame físico e recolha de sangue.

Instituições de ensino
A Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia (RACS) apresentou hoje, em Coimbra, o Observatório do Ensino Superior da...

O observatório, que foi apresentado durante a segunda reunião internacional da RACS, procura dar "resposta a um dos objetivos estratégicos da nossa rede", querendo ser uma fonte "de informação, de estudo e de reflexão para melhor definir políticas na área do ensino superior da saúde", frisou o diretor da rede, João Lobato.

O Observatório do Ensino Superior da Saúde em territórios de língua portuguesa (OESSP) irá "debruçar-se sobre os diferentes temas do ensino superior no domínio da saúde", procurando afirmar-se como um "instrumento para a orientação de políticas e propostas de melhoria" na área, explicou a subdiretora da Escola Superior de Saúde de Leiria e membro do grupo de trabalho, Carolina Henriques, durante a apresentação da proposta de regulamento.

Este instrumento da RACS deverá "identificar e caraterizar as instituições que ministram cursos nas áreas da saúde" no espaço lusófono, produzir relatórios e estudos e promover reflexão e debate em torno desta matéria, acrescentou.

Por enquanto a proposta de regulamento "fica em discussão pública", esperando a organização que a versão final fique definida até novembro para, entre dezembro deste ano e janeiro de 2019, o observatório entrar em funcionamento.

José Alberto Marques, da Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário (CESPU), salientou a importância das diferentes instituições se conhecerem melhor, podendo também facilitar a mobilidade transnacional de alunos e docentes.

A 2.ª Reunião Internacional da Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia arrancou hoje e termina no sábado, estando a decorrer na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra.

 

Novos dados
Segundo a OMS, em 2016 cerca de 40% da população mundial feminina adulta tinha sobrepeso e aproximadamente um 15% tinha...

Tal como os investigadores do IVI apresentaram esta semana no 74º Congresso da Sociedade Americana para a Reprodução Assistida (ASRM), as mulheres com obesidade poderiam beneficiar da transferência em diferido do embrião, algo que, segundo um estudo prospetivo, elimina a correlação entre as taxas de implantação, aborto e recém-nascido vivo e os índices de obesidade e gordura corporal.

“Em vez de se transferir o embrião uns dias depois de se ter estimulado o crescimento dos óvulos e destes terem sido extraídos, a transferência adia-se para um ciclo posterior. Assim evita-se um possível efeito negativo sobre o endométrio. Note-se que a transferência em diferido não afeta a qualidade dos embriões”, explica Antonio Requena, diretor médico do IVI. A técnica que permite que este adiamento seja possível é a vitrificação – a congelação ultrarrápida em nitrogénio líquido a -196ºC – cujo desenvolvimento contou com a participação do  IVI e se utiliza diariamente em mais de 70 clínicas do grupo.

Estas conclusões são extraídas do estudo: “ABC Trial: Appraisal of body content. Frozen embryo cycles are not impacted by the negative effects of obesity seen in fresh cycles”, liderado pelo Doutor Kim JG e supervionado pelo professor Richard T. Scott, CEO do IVIRMA Global, no qual foram estudos mais de 1200 pacientes do grupo de Reprodução Assistida (junho 2016 – abril 2018).

A obesidade, fator de risco de infertilidade

A transferência de um embrião vitrificado poderia minimizar os efeitos negativos da obesidade observados nos ciclos em fresco. O IVI dedica-se há vários anos a investigar a correlação existente entre a obesidade e a diminuição da fertilidade nas pacientes. De facto, é frequente as mulheres obesas necessitarem de mais tempo para conseguir engravidar de forma espontânea e inclusivamente têm três vezes mais probabilidade de terem problemas de infertilidade que as mulheres com normopeso. “Isto deve-se a vários fatores, entre os quais a baixa recetividade endometrial, que afeta o prognóstico reprodutivo”, salienta o diretor médico do IVI.

“As taxas de implantação e gravidez diminuem significativamente conforme aumenta o IMC feminino. Além disso, o risco e complicações obstétricas é três vezes superior em mulheres obesas, aumentam as taxas de aborto e têm o dobro do risco de morte fetal e de parto prematuro que as mulheres com peso normal”, acrescenta o especialista.

Por outro lado, a obesidade não afeta só a mulher. Há que ter em consideração que na adolescência e na idade adulta dos filhos há um risco importante para as doenças crónicas, como as doenças cardiovasculares, o síndrome metabólico e os diabetes tipo II.

Contudo, e apesar de se observar que com a utilização da transferência em diferido se poderia melhorar o prognóstico reprodutivo destas pacientes, os especialistas do IVI recomendam sempre que as mulheres engravidem com o peso mais próximo possível do seu peso ideal. Para isso os ginecologistas aconselham as futuras mães a iniciarem um plano de redução de peso e modificarem os maus hábitos alimentares que estas possam ter. É importante consultar um especialista em nutrição e realizar exercício físico acompanhado por um treinador físico, já que está provado que o exercício moderado tanto da mulher, como do homem melhora os resultados dos tratamentos de reprodução assistida. 

Investimento chega quase aos 2 milhões de euros
A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) vai abrir no final de 2019, na Maia, uma unidade de cuidados continuados com mais de três...

"Acreditamos que esta unidade vai aliviar muito a pressão dos hospitais da região Norte. É um projeto estruturante, na medida em que traz para a Maia uma resposta de saúde, mas também social no que se refere ao prolongamento da vida e à importância que representam as doenças crónicas", disse à agência Lusa o presidente da CVP, Francisco George.

Em causa está um investimento de 1,7 milhões de euros, tendo a Câmara da Maia apoiado com 250 mil euros. A expectativa é de que a unidade fique pronta no final do próximo ano com capacidade para 36 camas, de tipologia "convalescença".

Ao descrever a importância deste projeto, Francisco George lembrou que "as doenças agudas criam uma enorme pressão nas semanas frias do ano", lamentando que "muitas vezes as respostas nos hospitais do Grande Porto estejam dificultadas porque há doentes que ocupam camas que podiam estar disponíveis se recorressem a cuidados continuados".

"Esta é uma terceira dimensão na área das respostas em saúde, cujo investimento é absolutamente prioritário. Aliás, a avaliar pelo parque de camas para cuidados continuados já existente, a ocupação ultrapassa os 90%", disse o presidente da CVP.

Os responsáveis pelo projeto também estimam a criação de cerca de 30 postos de trabalho.

O espaço nascerá num edifício do concelho da Maia, distrito do Porto, que estava na banca, mas por concluir, e que até aqui se destinava a um lar residencial, como descreveu à Lusa o presidente da câmara local, António Silva Tiago.

"Existem poucas unidades deste género, embora a tendência é que comecem a existir mais porque são absolutamente necessárias e determinantes. Estamos a falar de uma unidade de cuidados continuados que permite que as pessoas que saem de um pós-operatório possam ser atendidas e apoiadas e não necessitam de estar nas instalações hospitalares", disse o autarca.

António Silva Tiago acrescentou que a câmara da Maia assinou um protocolo com a CVP no âmbito deste projeto, mostrando-se convicto de que esta unidade vai constituir "uma enorme mais-valia para a Maia, mas também para a Área Metropolitana do Porto".

Estudo
Apesar da grande incidência, uma em quatro pessoas com diabetes tipo 2 nunca discutiu ou não se lembra de ter discutido os...

Para assinalar o Dia Mundial do Coração, a Federação Internacional da Diabetes (IDF), em parceria com a Novo Nordisk,  anunciou os resultados do estudo Taking Diabetes to Heart. Este estudo global investigou a consciência sobre a doença cardiovascular (DCV) em 12.695 pessoas com diabetes tipo 2 e revelou que 2 em 3 pessoas têm fatores de risco cardiovascular tais como tensão arterial elevada, níveis elevados de glicose no sangue ou nível de colesterol elevado e/ou já experienciaram um evento cardiovascular como angina de peito, enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) ou insuficiência cardíaca. No entanto, 1 em cada 4 respondentes revelaram que nunca discutiram o risco cardiovascular com um médico e 1 em 4 consideram ter baixo risco de DCV.

Comentando estes resultados o presidente da IDF, Nam H. Cho, diz que “os resultados deste estudo confirmam a nossa preocupação acerca do aumento global de prevalência da diabetes e das complicações associadas. A consciencialização sobre os riscos e as consequências da doença permanece, lamentavelmente, baixa e existe uma falta de literacia para lidar com as complicações da diabetes. Nós pedimos encarecidamente aos governos que invistam em medidas para detetar precocemente a diabetes tipo 2 e assegurar-se de que os profissionais de saúde estão treinados para guiar as pessoas a fazer mudanças positivas no seu estilo de vida e gerir de uma forma melhor a sua diabetes. Isto irá ajudar a evitar complicações incapacitantes e com risco de vida para os doentes”.

Já João Raposo, diretor clínico da Associação Protetora dos Diabéticos (APDP), associação membro da IDF, explica que “a APDP incentivou as pessoas com diabetes tipo 2 que acompanha a participar neste estudo porque sabemos, pela prática clínica, que o risco cardiovascular é uma realidade prevalente e preocupante nestas pessoas. De tal forma que as mais recentes recomendações internacionais para o tratamento da diabetes tipo 2 defendem a abordagem de cada doente de forma mais individualizada, avaliando o risco cardiovascular associado. O conhecimento de que novos fármacos utilizados no tratamento da diabetes reduzem significativamente os novos eventos cardiovasculares e a mortalidade nas pessoas com risco aumentado permite um tratamento mais eficaz e com melhores resultados de saúde.”

Atualmente, a diabetes afeta cerca de 425 milhões de adultos no mundo, sendo que a maioria dos casos é de diabetes tipo 2. A DCV, que inclui AVC, doença coronária, doença arterial periférica é a principal causa de incapacidade e morte em pessoas com diabetes tipo 2.

No estudo Taking Diabetes to Heart, 3 em 4 pessoas com diabetes tipo 2 dizem que confiam na informação sobre doenças cardiovasculares transmitida pelo seu médico. Mais de metade dos respondentes disseram que precisavam de mais informação acerca dos fatores de risco associados ao desenvolvimento de DCV para entender melhor os riscos, com o objetivo de ajudar a preveni-los.

“As doenças cardiovasculares podem ter um impacto devastador na vida dos doentes com diabetes tipo 2 e dos seus familiares”, disse o professor Stephen Gough, diretor médico global da Novo Nordisk. “Os resultados do estudo da IDF são impressionantes e reforçam a importância de aumentar a consciencialização de todos sobre o risco de DCV e o seu impacto nas pessoas que vivem com diabetes tipo 2. Estamos empenhados em continuar a trabalhar com a IDF para ajudar a orientar os futuros esforços que podem melhorar os resultados de saúde”.

O estudo em Portugal envolveu 91 pessoas com diabetes tipo 2 que responderam a este questionário e deram o seu contributo sobre a informação que têm atualmente sobre o risco de desenvolverem doença cardiovascular.

Taking Diabetes to Heart vai culminar com um relatório detalhado dos resultados e recursos regionais e específicos de cada país para ajudar a apoiar o conhecimento e a consciencialização sobre a DCV entre pessoas com diabetes tipo 2 e todas aquelas que estão em risco em todo o mundo.

Maioria dos tratamentos não são satisfatórios
A estudante da Universidade do Porto Luísa Teixeira Santos, venceu a Bolsa para Jovens Investigadores em Dor, no valor de dez...

Em declarações à Lusa, Luísa Teixeira Santos, do Centro de Investigação Farmacológica e de Inovação Medicamentosa da Universidade do Porto (MedInUP), explicou que o principal objetivo do projeto é “tentar impedir que uma inflamação aguda progrida para uma inflamação crónica e persistente”.

“O foco tradicional é a anti-inflamação, mas aí o objetivo principal é apenas reduzir os fatores inflamatórios. O que pretendemos com este estudo é a pró-resolução, ou seja, tentar limitar e resolver a inflamação”, sublinhou a jovem investigadora.

A Bolsa para Jovens Investigadores em Dor é uma iniciativa promovida pela Fundação Grünenthal e tem como objetivo promover e incentivar os estudos relacionados com a temática da dor.

Luísa Teixeira Santos revelou ainda que o projeto “Disfunção oxidativa e neuroinflamação como alvos terapêuticos na dor neuropática: mediadores de pró-resolução da inflamação”, que tem como base de estudo a dor neuropática [condição crónica resultante de uma lesão ou doença do sistema nervoso], vai contribuir para a “descoberta de novos métodos terapêuticos e de novas estratégias farmacológicas”.

“Através de um mediador de resolução da inflamação, vamos definir novas estratégias que possam responder de forma mais satisfatória às necessidades dos doentes com o mínimo de efeitos adversos”, frisou.

Para a jovem investigadora da Universidade do Porto, as atuais respostas de tratamento são “insuficientes e inadequadas”, isto porque acredita que “os tratamentos que existem disponíveis têm vários efeitos adversos”.

“A grande maioria dos doentes com dor neuropática não apresentam ainda uma resposta satisfatória ao tratamento”, acrescentou.

A edição de 2018 da bolsa, que foi atribuída a um projeto de investigação básica, teve como critérios: o âmbito do projeto, a originalidade da investigação, a importância e possíveis repercussões científicas e sociais e ainda a qualidade do plano de investigação.

O projeto foi apresentado, na quarta-feira, no Colóquio Fundação Grünenthal, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Sem cura, a prevenção é essencial
Muitas vezes assintomática, a Retinopatia é uma das complicações mais frequentes da Diabetes e a pri
Oftalmologista a examinar paciente

A retinopatia diabética é uma doença ocular motivada por altos valores de açúcar no sangue e que se pode desenvolver tanto em pacientes com diabetes tipo 1 ou tipo 2. Outros fatores como a hipertensão arterial, colesterol, tabagismo ou hereditariedade então entre os principais fatores de risco.  

Tratando-se de uma doença que evolui sem que a maioria dos doentes se aperceba, ela é muitas vezes diagnosticada em fases já avançadas não sendo possível recuperar a visão perdida. No entanto, quando os sintomas já são percebidos, estes podem incluir, visão turva, perda de visão periférica, sensação de pressão nos olhos, pontos negros flutuantes (as persistentes moscas ou teias de aranha), flashes de luzes e perda súbita de visão.

A retinopatia diabética pode ser dividida em vários graus ou fases de evolução consoante as lesões apresentadas na retina, podendo causar perda de visão severa ou conduzir à cegueira.

Esta doença é, habitualmente, provocada por alterações estruturais dos vasos sanguíneos da retina que provocam o rompimento dos mesmos,  libertando sangue ou fluido sanguíneo para o espaço retiniano ou para o vítreo.

“Os vasos sanguíneos anormais (neo-formados), como são frágeis, rompem-se e libertam sangue na cavidade vítrea, obscurecendo ou tirando mesmo a visão”. Considerado o estado mais avançado da doença, é deste modo que surge a retinopatia proliferativa. Estima-se que em cerca de metade destes casos também ocorra edema macular. “O fluido sanguíneo pode exsudar para a região macular (parte da retina que corresponde à visão central), provocando edema e consequentemente perda de visão. Pode ocorrer em qualquer estado da retinopatia diabética, embora seja provável que ocorra em fases avançadas da doença”.

No caso da designada retinopatia diabética incipiente, como o nome indica, a doença encontra-se numa fase inicial e não acarreta alterações visuais. A perda de visão pode, no entanto, ocorrer com a evolução da doença, afetando ambos os olhos.

Sem cura, a prevenção é primordial

“Sendo a retinopatia diabética uma das possíveis complicações da diabetes, o melhor tratamento é a prevenção”. O controlo adequado dos níveis de açúcar no sangue permite retardar o aparecimento doença e a sua progressão.

Deste modo, os especialistas aconselham que os diabéticos realizem um exame de fundo ocular pelo menos uma vez por ano, tendo sempre presente que esta patologia se pode desenvolver sem qualquer manifestação clínica.

“O facto de não existirem sinais e sintomas leva, por vezes, muitos doentes que padecem de diabetes a não atribuir importância devida às complicações nos olhos”, daí que a detecção precoce e o tratamento adequado sejam tão importantes. Afinal, estima-se que o risco de cegueira associado possa ser reduzido em 95% se o tratamento “for conveniente e os cuidados de acompanhamento adequados”.

Quanto ao seu diagnóstico, ele é feito durante o exame oftalmológico que inclui o teste de acuidade visual, a fundoscopia, a tonometria ou a angiografia fluoresceínica.

A fundoscopia consiste num exame de fundo ocular, com dilatação, que permite ao especialista uma melhor observação do polo posterior e da periferia da retina. “Esta observação deve ser feita com lentes especiais de modo a examinar em detalhe a retina e o disco ótico”.

A tonometria é realizada com a utilização de um instrumento – o Tonómetro de Goldmann – que mede a pressão interior do olho. Neste caso são aplicadas gotas anestésicas na córnea de modo a possibilitar a realização do exame.

No caso da Angiografia fluoresceínica, que permite detetar sinais precoces da doença, é injetado num vaso do braço um corante especial que chegará à retina, permitindo a captação das imagens retinianas, de forma sequencial.

Tratamento depende da fase da doença

Numa situação de diagnóstico de retinopatia diabética em fase inicial, o tratamento poderá passar por manter os níveis de açúcar no sangue e as tensões arteriais controladas, para que a doença não evolua para uma situação mais grave.

No entanto, quando o diagnóstico se verifica numa fase mais avançada, a avaliação do oftalmologista poderá considerar tratamentos como a fotocoagulação que, com recurso a laser, vai impedir o aparecimento ou regredir os vasos anormais que se formam na retina; a injeção intravítrea em que compostos vão impedir o desenvolvimento de vasos anormais na retina; e a vitrectomia - uma intervenção cirúrgica para remover o sangue que pode sair dos vasos da retina para a parte central do olho. No entanto, o doente deve ter sempre presente que os tratamentos não permitem curar a doença mas apenas tentar retardar a sua evolução.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, todos os anos cerca de três mil portugueses ficam cegos devido a esta doença.

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Unir a sociedade contra a doença
O Governo defendeu na quarta-feira, no parlamento, a necessidade de mudar o paradigma das políticas de saúde direcionadas para...

“Se queremos ter melhores resultados na área do VIH, temos de pensar de forma diferente. Temos de mudar o paradigma das políticas de saúde direcionadas para o combate da epidemia do VIH. Temos de sair dos muros dos hospitais e das paredes dos centros de saúde. Temos de unir a sociedade neste objetivo”, afirmou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, no âmbito da conferência "Cidades na via rápida para eliminar o VIH", na Assembleia da República, em Lisboa.

Assim, o governante considerou que “é tempo de ouvir os que estão mais próximos, aqueles que conhecem as comunidades locais e onde o SNS [Serviço Nacional de Saúde] não consegue chegar”, referindo-se às autarquias e as organizações não-governamentais.

No projeto internacional "Cidades na via rápida para eliminar o VIH", que conta já com a adesão de dez municípios portugueses, o Governo empenhou esforços para uma implementação mais fácil das estratégias locais, melhorando quatro áreas relacionadas com esta doença, designadamente “na qualidade dos dados, na prevenção, no diagnóstico precoce e no tratamento”, avançou Fernando Araújo.

“Continuamos em Portugal a diagnosticar os doentes muito tardiamente”, apontou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, defendendo ser necessário “transformar o teste do VIH em algo fácil e acessível para qualquer pessoa, em qualquer lugar e a qualquer hora”.

Neste sentido, os primeiros testes rápidos de rastreio do VIH/Sida e dos vírus da hepatite em farmácias estão, desde quarta-feira, disponíveis em Cascais, distrito de Lisboa, e serão alargados, progressivamente, a outras zonas do país, referiu o titular da pasta da Saúde, lembrando que, até ao final do ano, vai ser possível comprar estes testes nas farmácias e realizá-los em casa, o que representa “um marco histórico no combate a esta epidemia”.

De acordo com o governante, a nível da Europa, Portugal é um “exemplo notável” na redução de incidência de VIH, indicando que houve “uma redução de cerca de 54% do número de novos infetados entre 2008 e 2016”.

“No entanto, apesar deste percurso consistente e muito positivo, Portugal continua a apresentar uma das mais elevadas taxas de incidência na infeção por VIH na União Europeia”, sublinhou Fernando Araújo.

Na intervenção na conferência, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde aproveitou, ainda, para prestar homenagem à professora Odette Ferreira “pelo enorme legado que deixou enquanto pioneira na investigação e pelo inestimável papel que desempenhou na luta contra a Sida, sempre à frente do seu tempo”.

Intervindo na abertura da sessão, o ministro da Saúde disse que Portugal “tem sido capaz de compreender o fenómeno das doenças transmissíveis como um fenómeno global, que carece de uma abordagem integrada, não apenas dos serviços de saúde, mas sobretudo da comunidade”.

Dirigindo-se aos autarcas, Adalberto Fernandes desejou “uma vontade forte” no trabalho de combate ao VIH/Sida, pois tal “resultará num benefício para o conjunto dos cidadãos e, sobretudo, para os indicares de saúde em Portugal que, felizmente, também não param de melhorar”.

Para a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, a concentração das infeções por VIH em zonas urbanas e periurbanas justifica a “forte aposta” neste projeto internacional, através da corresponsabilidade dos municípios em disponibilizar o acesso continuado ao rastreio e ao diagnóstico precoce, a serviços de prevenção e de tratamento de qualidade, e no combate do estigma e da discriminação das pessoas infetadas.

Lançado em Paris em 2014, o projeto "Cidades na via rápida para eliminar o VIH/Sida” [Fast Track Cities] visa acelerar a resposta a esta doença e atingir, até 2020, as metas “90-90-90”, que correspondem a “90% das pessoas que vivem com VIH, a saber que têm o vírus; 90% das pessoas diagnosticadas com VIH a receber tratamento; e 90% das pessoas em tratamento com carga viral indetetável”.

A região tem “o melhor sistema de saúde oral do país”
A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) defende um reforço da prevenção nos centros de saúde dos Açores, a alteração dos horários...

“Os centros de saúde devem estar virados sobretudo para a prevenção e para a educação para a saúde, começando aos 3 anos e acabando aos 18, deixando de ver adultos numa perspetiva apenas curativa”, adiantou, em declarações aos jornalistas, Artur Lima, representante dos Açores da Ordem dos Médicos Dentistas.

Artur Lima falava, em Angra do Heroísmo, à margem de uma reunião com o secretário regional da Saúde, em que esteve acompanhado pelo Bastonário da Ordem dos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, de visita aos Açores, no âmbito das comemorações do 20.º aniversário da ordem.

Segundo o representante da Ordem dos Médicos Dentistas nos Açores, a região tem “o melhor sistema de saúde oral do país”, mas é preciso “recentrar a prestação de cuidados de saúde, numa perspetiva de prevenção”.

“No passado ia-se às escolas, fazia-se o rastreio, a criança era encaminhada para o centro de saúde, era tratada e depois então acabava o tratamento e voltava às suas consultas de rotina. Hoje, faz-se o rastreio, as crianças vão uma vez ao centro de saúde e depois vão para a lista de espera”, salientou Artur Lima, deputado do CDS-PP no parlamento regional.

Artur Lima defendeu que os adultos com patologias como diabetes, hipertensão e hemofilias devem ter “um acompanhamento hospitalar e específico”, sendo para isso necessário “contratar médicos dentistas” para os três hospitais da região, onde só existem sete estomatologistas.

Segundo o representante da OMD, os Açores já chegaram a ser a “região com menos cárie dentária do país”, mas regrediram nos últimos anos.

Nesse sentido, defendeu também uma revisão da tabela dos reembolsos, “para que as pessoas com menos necessidades e que não têm acesso ao público possam ir ao privado”.

Artur Lima considerou ainda necessário fazer uma “reavaliação do programa de rastreio do cancro oral”, para que, à semelhança do que acontece no continente e na Madeira, exista nos Açores um “programa de deteção precoce no cancro oral”.

Outra das reivindicações da ordem é a readequação dos horários dos médicos dentistas nos centros de saúde.

“Ninguém consegue fazer dez consultas numa tarde com qualidade. Não se consegue porque alguma coisa vai falhar. Se um doente faz um tratamento e depois só vem dali a seis meses, quando vem já não consegue recuperar o dente, tem de extrair o dente, perde-se tempo e recursos”, frisou.

O secretário regional da Saúde dos Açores, Rui Luís, admitiu rever alguns dos programas implementados e disse que já estava previsto um reforço da prevenção nos centros de saúde, na sequência de uma avaliação feita ao Plano Regional de Saúde no período entre 2014 e 2016.

“Achamos que os médicos dentistas são fundamentais nas idas às escolas, no rastreio que podem fazer localmente. É aí que queremos apostar, também no acompanhamento das grávidas e numa componente de dar aos pais as ferramentas para fazerem uma observação constante dos seus filhos”, apontou.

Rui Luís defendeu, no entanto, que os Açores têm um “excelente programa de saúde oral” e que a medicina dentária é uma área em que a relação público-privada “funciona muito bem”.

“Todas as crianças até aos 18 anos são seguidas nos centros de saúde e temos mais uma vantagem relativamente ao continente, que é termos médicos dentistas em todos os centros de saúde. Ainda recentemente foi completado um concurso para a ilha do Corvo”, frisou.

 

Declaração para erradicar a doença
Os municípios de Almada, Amadora, Loures, Oeiras, Odivelas, Portimão e Sintra assinaram ontem a declaração conjunta &quot...

A cerimónia de adesão destes setes municípios ao projeto internacional para combater a epidemia da Sida decorreu na Assembleia da República, com a presença do ministro da Saúde, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, diretora-geral da Saúde e diretor da agência das Nações Unidas para o VIH/Sida (UNAIDS).

Lançado em Paris em 2014, o projeto "Cidades na via rápida para eliminar o VIH/Sida” [Fast Track Cities] visa acelerar a resposta a esta doença e atingir, até 2020, as metas “90-90-90”, que correspondem a “90% das pessoas que vivem com VIH, a saber que têm o vírus; 90% das pessoas diagnosticadas com VIH a receber tratamento; e 90% das pessoas em tratamento com carga viral indetetável”.

Além destas sete cidades, o projeto tem a adesão dos municípios de Cascais, Lisboa e Porto, que assinaram a declaração conjunta "Cidades na via rápida para eliminar o VIH/Sida" em maio de 2017.

Para a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, o compromisso é “nunca desistir de erradicar totalmente a Sida”, pelo que é necessário “reforçar os mecanismos de diagnóstico precoce, garantir uma resposta mais eficaz de acesso ao tratamento e não descurar toda a informação junto dos mais jovens” relativamente à importância da prevenção.

Neste sentido, a autarca de Almada manifestou-se preocupada com a “banalização da Sida, sobretudo nas camadas mais jovens”, devido aos progressos em termos de medicamentos para fazer face à doença.

Já a vereadora da Câmara da Amadora, Susana Nogueira, disse que o compromisso assumido é o de “identificar as fragilidades, mas sobretudo tirar partidos das forças” existentes em termos de organizações e entidades que atuam na cidade, onde existem “mais de 100 nacionalidades diferentes”, referindo que o município se identifica com “uma visão holística da saúde”.

“É hoje, não voltamos a adiar”, afirmou a representante do município da Amadora, referindo-se ao combate da Sida, lembrando a letra da música “É p'ra amanhã”, de António Variações.

Para o vereador da Câmara de Loures Gonçalo Caroço, a estratégia deste projeto internacional “representa um passo importante no combate à doença a nível global”, adiantando que o município está a trabalhar em parceria com entidades locais para o desenvolvimento da estratégia neste âmbito.

“Em Loures, não abandonamos ninguém”, declarou, manifestando-se convicto na concretização dos compromissos para erradicar a doença até 2020.

Por seu turno, o presidente da Câmara de Odivelas, Hugo Martins, considerou que a adesão ao projeto é “encarada com naturalidade”, acrescentando que o trabalho neste âmbito já começou, nomeadamente com a constituição de um grupo de trabalho concelhio.

O autarca de Odivelas destacou, ainda, o contacto de proximidade que os municípios têm com os cidadãos, o que permite conhecer melhor a realidade e dar resposta às necessidades.

Por parte do vice-presidente da Câmara de Oeiras, Francisco Gonçalves, foi reforçado o compromisso do município de “aprofundar as políticas na área da saúde”, destacando o que foi feito nas últimas duas décadas em termos de políticas públicas para garantir o acesso universal aos cuidados de saúde mais básicos.

“As epidemias não conhecem fronteiras”, sublinhou na ocasião a autarca de Oeiras, elogiando o papel das Nações Unidas no combate à Sida.

A presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, sublinhou o objetivo de “reduzir ao máximo à taxa de incidência” do vírus VIH, já que o município “apresenta valores superiores à média nacional”.

“Construir um município mais saudável é uma responsabilidade dos autarcas”, apontou Isilda Gomes, considerando que tal “exige de todos uma grande determinação na busca de soluções holísticas”, pelo que Portimão “tudo fará para que seja um compromisso de uma rede de parceiros e de uma comunidade”.

Relativamente à Câmara de Sintra, o vereador Eduardo Quinta Nova afirmou que o município “não podia estar arredado deste grande compromisso” de erradicar a Sida, realçando o empenho em “desenvolver estratégias locais capazes de criar territórios mais saudáveis”.

Neste sentido, a cidade de Sintra pretende “contribuir ativamente para alcançar os objetivos” do projeto, inserindo os compromissos assumidos na estratégia de promoção e valorização da saúde.

Questão de saúde pública
O Senado irlandês aprovou hoje uma lei que obriga a colocar um anúncio contra o risco de cancro nas etiquetas das bebidas...

O projeto de lei, que já tinha sido aprovado em 03 de outubro pela Câmara baixa do parlamento irlandês, quase três anos depois de ter sido submetida, apesar da forte oposição da indústria do álcool, ainda vai ter de ser promulgada pelo Presidente irlandês para entrar em vigor.

Esta lei é a primeira que trata o álcool como uma questão de saúde pública na Irlanda e que afeta os preços, o acesso, o marketing, a publicidade e a etiquetagem.

"O álcool danifica a nossa saúde, prejudica as nossas comunidades e faz mal a numerosas famílias", comentou o ministro da Saúde, Simon Harris, quando falava aos senadores imediatamente depois da aprovação da lei.

"Trata-se de pôr em prática um determinado número de medidas (...) para tentar mudar esta cultura destruidora que temos atualmente com o álcool na Irlanda", explicou, adiantando que quer agir "imediatamente" para pôr o diploma em prática.

A legislação prevê um preço mínimo por unidade de álcool e restrições à sua publicidade, nomeadamente na televisão e nos cinemas, e a proibição de publicidade em parques públicos, nas paragens de autocarros e nas gares, e impõe também a afixação das calorias nas bebidas alcoolizadas e avisos sobre a ligação do álcool e o cancro.

Segundo um relatório publicado em 2016 pelo Health Research Board, dependente do Ministério da Saúde, o álcool mata três pessoas por dia na Irlanda.

Depois da votação dos deputados no início de outubro, o primeiro-ministro, Leo Varadkar, saudou uma lei que "salvará um número incalculável de vidas" na Irlanda.

Entre os detratores, Patricia Callan, diretora da federação irlandesa de bebidas alcoólicas, considerou que estas medidas arriscam-se a dificultar o comércio de álcool e admitiu ter dúvidas quanto à eficácia da mesma.

"Estudos internacionais mostram que os anúncios são úteis para suscitar uma tomada de consciência, mas não mudam comportamentos", afirmou.

"Não existem provas científicas que estabeleçam uma ligação direta entre o álcool e o cancro", salientou Patricia Callan, adiantando, pelo contrário, que um fraco consumo era benéfico para a saúde.

Em maio, a Escócia introduziu um preço mínimo para o álcool para lutar contra o alcoolismo e determinados estados canadianos, a Rússia, a Bielorrússia e a Ucrânia tomaram medidas similares.

Seguem-se as farmácias de Lisboa e Porto
Farmácias de Cascais realizaram ontem alguns testes rápidos de rastreio do VIH/Sida e dos vírus da hepatite, naquele que foi o...

De acordo com Pedro Rosa, diretor técnico de uma farmácia em Alcabideche, no concelho de Cascais, distrito de Lisboa, até ao início da tarde já tinham sido realizados “dois testes” a dois utentes que se deslocaram à farmácia.

De acordo com o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, a privacidade dos utentes está “garantida em todo o circuito”.

“Em todo este circuito se o utente não se quiser identificar não se identifica, portanto pode fazer o teste sem ser necessário nunca dar os seus dados pessoais. Só se for reativo, aquando do contacto com a linha SNS 24 para marcar a consulta [hospitalar] aí é que tem de se identificar, mas todo este circuito é totalmente confidencial, anónimo, de forma que o utente não tenha nenhum constrangimento de vir fazer o teste a qualquer farmácia”, afirmou.

Durante a visita a uma farmácia de Alcabideche, em Cascais, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde explicou ainda que os farmacêuticos têm, na formação que recebem para a realização dos testes rápidos, uma “grande área da formação” na área da psicologia.

“Uma das grandes áreas de formação dos farmacêuticos está relacionada com a informação pré e pós teste e, em caso de reatividade, não só o apoio psicológico, mas também a explicação. Um teste reativo não significa necessariamente um teste positivo e, portanto, há que explicar muito bem ao utente o que está aqui em causa e depois, naturalmente, orientá-lo através da linha SNS 24 para a instituição hospitalar onde vamos poder confirmar ou não o diagnóstico e depois segui-lo”, clarificou.

O presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras destacou o facto de a iniciativa ter partido de uma associação do município.

“A iniciativa nasce de uma associação do concelho que teve o ensejo de financiar a aquisição dos testes e, nesse sentido, é positivo quando se juntam poderes locais, centrais, associações, enfim a sociedade em geral, para que os resultados sejam os melhores, como estamos certos que vão ser”, disse.

Lisboa e Porto serão as duas próximas cidades que vão passar a disponibilizar testes rápidos à população, seguidas de Almada, Amadora, Loures, Oeiras, Odivelas, Portimão e Sintra, municípios que assinaram ontem o compromisso "via rápida para eliminar o VIH" até 2030.

O secretário de Estado Adjunto da Saúde lembrou ainda o compromisso do Governo de, até ao final do ano, passar a disponibilizar testes que podem ser feitos em casa.

“Deverá ser publicada muito proximamente a legislação que nos vai permitir essa abertura, que atualmente estava vedada sob o ponto de vista legal, e esperamos cumprir com o que tínhamos prometido que é até ao final do ano os testes poderem ser realizados em casa, poderem ser vendidos nas farmácias comunitárias. Estamos muito focados nesse objetivo e temos a certeza que vamos conseguir, será uma alternativa diferente”, disse.

 

Sociedade Portuguesa de Senologia
O presidente da Sociedade Portuguesa de Senologia considera "fundamental” uma base de dados sobre o cancro da mama, para...

Na defesa desta necessidade, o médico especialista Luis Sá, que preside à Sociedade Portuguesa de Senologia (SNS), explicou que será lançada esta quinta-feira, na Figueira da Foz, a primeira Base de Dados sobre cancro da mama que ficará disponível para as cerca de 25 unidades de saúde que tratam a patologia da mama. A apresentação terá lugar no X Congresso Nacional de Senologia, durante o debate de Oncopolítica “Unidades da mama – Realidade Portuguesa”.

Em declarações à agência Lusa, Luís Sá, disse que atualmente é difícil comparar resultados de tratamento entre as cerca de 25 unidades, por forma a otimizar e melhorar o tratamento, o método e a rapidez de ação, o que irá a partir de agora ser possível com esta base de dados comum, que resulta de uma parceria e investimento conjunto da Sociedade Portuguesa de Senologia, com o apoio Sociedade Portuguesa de Oncologia.

“Uma doente chega ao hospital e poderá ser operada, por exemplo, entre dois a quatro meses e nós não sabemos se determinada unidade está a tratar da melhor maneira e dentro dos prazos exigidos [pela European Society of Mastology (EUSOMA), a entidade responsável pela acreditação de Unidades a nível internacional] porque não podemos comparar resultados e tempos ideais”, declarou.

O especialista sublinhou que a EUSOMA definiu com o Parlamento Europeu as normas que cada unidade de saúde nesta área deve cumprir para que se “considere a qualidade adequada” de operacionalidade e que “o critério fundamental é que se tenha uma base de dados que permita, numa auditoria externa, verificar o ‘timing’ de tratamento e as taxas de cura de cada unidade”.

“Uma base de dados é uma ferramenta fundamental para se fazer um trabalho de qualidade para tratar o cancro da mama e também permite uma partilha de métodos e soluções e uma equidade no tratamento. Este sistema permite seguir isso”, reforçou Luís Sá, argumentando: “esta era a estrutura que nos faltava. Existindo bases de dados, pensamos que a maioria das unidades consegue ter os critérios mínimos de qualidade para obter equidade”.

Questionado pela Lusa sobre se considera os cerca de 25 centros de tratamento do cancro da mama um número suficiente, o especialista respondeu que “sim”, porque “o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem conseguido taxas de sobrevida compatíveis com a média europeia” e “tem sabido dar uma resposta mais ou menos adequada no combate e tratamento” do cancro da mama.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Senologia, esta Base de Dados “poderá ser utilizada por qualquer unidade que esteja a operar em Portugal, desde que seja compatível com o sistema informático do seu hospital, e assim fazer transferência de dados para o Registo Oncológico Nacional”.

A Senologia é uma especialidade médica dedicada à prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de todas as doenças da mama.

País com um dos piores indicadores na área
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou aos portugueses em geral e aos políticos para que olhem mais para a...

Não estou a pensar no Orçamento [do Estado para 2019] que está praticamente feito - também é importante que, de orçamento para orçamento, se aumente o investimento em saúde mental, é importante -, mas estou sobretudo a pensar nos orçamentos dos anos futuros", ressalvou, em resposta à comunicação social.

O chefe de Estado falava no final de uma visita à Unidade de Pedopsiquiatria que funciona no renovado Centro de Saúde de Queluz, no concelho de Sintra, com uma equipa multidisciplinar do Hospital Fernando Fonseca, que apontou como "uma estrutura de excelência", integrada na comunidade, que gostaria de ver "multiplicada" por todo o país.

No Dia Mundial da Saúde Mental, Marcelo Rebelo de Sousa visitou esta unidade, que acompanhou no último ano cerca de 600 crianças e jovens, e lançou "um apelo duplo", declarando que "Portugal não pode continuar a ser dos países nomeadamente da Europa com piores indicadores" nesta matéria.

"O primeiro apelo é aos políticos, todos eles, deste momento e do futuro: que olhem mais para a saúde mental. Eu sei que os recursos são escassos e que há muitos desafios no domínio da saúde, mas a saúde mental é fundamental. É fundamental e quanto mais cedo se começar melhores são os resultados obtidos", afirmou.

"O segundo apelo é às portuguesas e aos portugueses, porque naturalmente que os políticos darão maior importância se os portugueses derem maior importância", completou, considerando que "muitas vezes não pensam na saúde mental, acham que não é importante".

O Presidente da República referiu que "não há uma família portuguesa que não tenha um ou vários problemas de saúde mental, nos mais novos ou nos menos jovens" e encorajou a população a "enfrentar e admitir isto, não ter vergonha de admitir", com mais movimentos e maior exigência neste domínio.

"Eu acho que isto é uma ação de cultura cívica, que já começou, mas que tem sido ainda muito lenta. Precisa de ser mais rápida", acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que "um de cada cinco adolescentes tem problemas de saúde mental" e que se não houver uma mudança "haverá cada vez mais crianças e cada vez mais jovens que só são acompanhados tarde de mais".

"Haverá mais casos na população adulta. E, numa outra faixa, haverá mais casos de pessoas que vivem mais tempo com problemas de saúde mental, com as famílias a não saberem o que fazer nem como fazer e a não haver estruturas de acolhimento e de acompanhamento", alertou.

Interrogado, depois, se espera um aumento de verbas no próximo Orçamento do Estado, respondeu que estava "sobretudo a pensar nos orçamentos dos anos futuros".

Questionado se é a favor de uma reestruturação do sistema, contrapôs: "Não. Eu defendo, primeiro, que as pessoas tenham consciência do problema. Em segundo lugar, que, portanto, haja maior investimento neste desafio".

"Em terceiro lugar, que haja uma multiplicação de experiências como esta, que se vão multiplicando, com a colaboração de todos, do Estado, dos municípios, das instituições da sociedade civil, das escolas também, das famílias e da comunidade em geral. Tem de haver. Quanto mais tarde nós olharmos para isto, pior", advertiu.

O Presidente da República elogiou a Unidade de Pedopsiquiatria que funciona no Centro de Saúde de Queluz, em ligação com os cuidados de saúde primários e com o hospital que serve os concelhos da Amadora e de Sintra e próxima de escolas.

"Sabemos que não há muitas destas realidades em Portugal. Não há nas áreas metropolitanas e não há no resto do continente português", lamentou.

"Portanto, fica aqui feito o apelo, que é um apelo, sobretudo, a todos nós. Se todos nós dermos maior atenção à saúde mental, a começar nas crianças e nos jovens, então o país dará maior importância à saúde mental. E os políticos terão de dar maior importância à saúde mental", insistiu.

 

Responsável do Conselho das Finanças Públicas
A presidente do Conselho das Finanças Públicas considerou hoje a sub-orçamentação como um problema crónico do setor da saúde em...

“Os orçamentos nunca ou quase nunca atribuíram ao setor da saúde as verbas de que ele ia exatamente necessitar. Como a saúde é um direito, o que acontece é que o gasto se faz e, depois, financia-se quando se pode. O subfinanciamento pode existir transitoriamente, mas a sub-orçamentação é que é um problema. E quando há sub-orçamentação, quase por definição, não pode haver boa gestão, porque deixa de haver o papel disciplinador e de previsão do orçamento”, afirmou Teodora Cardoso durante uma conferência do projeto 3 F – Financiamento Fórmula para o Futuro, promovido pela Associação dos Administradores Hospitalares.

A responsável insistiu que a sub-orçamentação é “um problema crónica do setor da saúde em Portugal” e que é um problema “muito específico desse setor”, embora não exclusivo, alertando que deve haver uma distinção entre sub-financiamento e sub-orçamentação.

“O financiamento vai aparecendo, tem aparecido, mas aparece tarde e de forma não programada”, disse.

Para Teodora Cardoso, a saúde é um dos setores que, agora, “precisa de muito mais recursos”, por vários fatores, incluindo a questão demográfica, do envelhecimento e da maior esperança de vida.

E este é um problema “complicado” que se coloca ao Ministério das Finanças.

“Numa fase em que as disponibilidades públicas para financiar esses gastos estão limitadas ao que o país consegue produzir de receitas públicas, é um problema muito complicado que se põe às Finanças”, alertou Teodoro Cardoso embora assumindo que não se trata de uma questão exclusiva do setor da saúde.

Também na saúde se coloca atualmente a questão da necessidade de “medir resultados dos gastos e das despesas”, com a presidente do Conselho das Finanças Públicas a considerar que isto não é feito no Estado com a generalidade da despesa pública.

“As despesas fazem-se e vão-se fazendo. E os resultados não são medidos, não são analisados”, considerou Teodora Cardoso.

Aliado a esta questão está associado outro problema, que é o da informação sobre os custos:

“Não sabemos quanto custa praticamente nada na despesa pública. Sabemos custos globais, mas não quanto a políticas ou procedimentos”.

 

No entanto a situação não é de alarme
As piscinas municipais de Azambuja, no distrito de Lisboa, estão encerradas temporariamente, depois de análises realizadas...

Este equipamento desportivo encontra-se encerrado desde a tarde de terça-feira e deveu-se, segundo explica a Câmara Municipal de Azambuja em comunicado, ao facto de ter existido uma sequência de resultados positivos que apontam para a presença de ‘Legionella', "ainda que apenas num número reduzido de chuveiros e balneários, com baixo volume de utilização".

"O município assume que a decisão de encerramento do complexo de piscinas se deve à necessidade de proceder a um tratamento químico e térmico que não permite que o equipamento esteja aberto ao público. Por outro lado, sabendo da existência da bactéria, ainda que com valores pouco expressivos, o município não podia deixar de informar a população desta ocorrência", lê-se no comunicado.

Na nota, a autarquia pede também a todos os utilizadores das piscinas que tenham frequentado as instalações nos últimos 15 dias que "permaneçam atentos a eventuais sintomas semelhantes ao da gripe, como dores de cabeça, febre, tosse seca, falta de ar, arrepios ou diarreia", devendo deslocar-se aos serviços de saúde.

Entretanto, a Câmara de Azambuja assegura que vai ser realizada uma desinfeção preventiva e uma monitorização às instalações do pavilhão e estádio municipal, bem como às escolas com balneários e torres de arrefecimento de sistemas de ar condicionado.

Neste contexto, a autarquia esclarece que todas as análises bacteriológicas realizadas atestam a qualidade da água dos tanques das piscinas".

"Perante os dados disponíveis, considera-se que a situação não é de alarme, contudo, o município de Azambuja reitera total atenção a esta situação e atualizará a informação logo que surjam novos elementos", atestam.

A doença do legionário, provocada pela bactéria 'Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

 

Desenvolvimento da criança
O sono do bebé tem um forte impacto na vida da família.
Bebé a dormir com o pai

O sono infantil é uma questão de forte impacto, que interfere na vida da família, e por isso rodeada de grande polémica, existindo correntes várias e diferentes opiniões.

Alguns especialistas defendem uma autonomia total da criança desde bebé, outros referem que certas práticas, como adormecer o bebé ao colo ou a partilha da cama com os pais, não são maus hábitos nem influenciam negativamente a qualidade do sono do bebé. Claro que nem todas as recomendações são fáceis de seguir, especialmente quando o bebé ainda é pequeno. O que realmente importa é que os pais estejam informados sobre as várias práticas e que encontrem a que melhor se adapta ao seu filho, a si e a toda a família, de forma a contribuir para o crescimento e desenvolvimento saudável da criança. Sabemos que uma noite mal dormida interfere na vida, quer da criança, quer da família. Relativamente à família, o stress aumenta, a concentração no trabalho diminui e os pais passam o dia cansados. Quando precisam de descansar, quando pensam que vão ter uma noite tranquila, lá vem mais uma noite em que a criança não dorme e reclama toda a atenção.

Crianças que dormem mal podem ter problemas de desenvolvimento

Em relação à criança, estudos indicam que na infância cerca de 90% da hormona de crescimento é libertada durante o sono. As crianças que dormem menos tempo do que o aconselhado, ou que apresentam distúrbios decorrentes do sono, podem ter problemas no desenvolvimento físico, no fortalecimento do sistema imunológico, na consolidação da memória e dificuldades no relaxamento muscular. Os picos de crescimento podem também provocar alterações ao nível do sono, do comportamento e na alimentação.

O tempo de sono recomendado estabelece períodos mínimos e máximos adequados a cada idade. No entanto, o tempo para um sono reparador varia de acordo com as características pessoais. A Fundação Nacional do Sono dos Estados Unidos da América (NSF) faz algumas recomendações sobre o tempo do sono da criança segundo a faixa etária, apresentadas no quadro seguinte:

Os padrões de sono e de alimentação vão-se estabelecendo logo após o nascimento e é fundamental definir e implementar uma rotina estável e coerente reconhecida por todos os envolvidos nos cuidados da criança (mãe, pai, avós e, mais tarde, no infantário).

Bebé com quarto próprio aos 9 meses

Nos primeiros meses o bebé pode ter dificuldade em adormecer durante o dia e/ou à noite. Ou ainda surgir o despertar noturno que pode dever-se a fome ou à dificuldade em se adaptar ao esquema dia/noite. Estudos recentes referem que o lactente deverá mudar para o seu quarto por volta dos nove meses, uma tarefa difícil e por vezes com pouco consenso no seio familiar. Assim, para promover bons hábitos de sono, desde o primeiro dia, deixamos alguns conselhos e recomendações:

  • Criar as condições necessárias para garantir um bom soninho sem perturbações, especialmente durante os períodos de sono leve (quarto com temperatura amena, evitar cobrir o bebé excessivamente para não se sentir sobreaquecido, manter o bebé aconchegado mas garantir a liberdade de movimentos de modo a que a roupa não o incomode) e evitar perturbá-lo (fazer barulho, fazer festinhas ou mexer no bebé, entrar no quarto sem necessidade).
  • A roupa que se veste ao bebé para dormir depende, essencialmente, da temperatura do quarto, que deve rondar os 18º-20º C. As roupas devem ser 100% em algodão, para minimizar o risco de alergias e irritações e permitir que a pele respire. Dar preferência a roupa da cama e pijamas simples/sacos para dormir, sem adereços complicados que se possam descoser, e que sejam práticos e fáceis de vestir (muito importante para a muda da fralda).
  • Evitar usar almofadas, cobertores, mantas ou colchas pesadas e com fibras. Podem soltar-se e ser inaladas pelo bebé durante o sono.
  • Alternar entre luz natural e escuro para habituar o bebé ao esquema noite/dia.
  • Definir e implementar uma rotina diária regular e coerente (horário fixo para comer, dormir, acordar, brincar, banho).
  • Adequar e ajustar a rotina às necessidades individuais do bebé.
  • Promover a autonomia do bebé deitando-o na cama ainda acordado em vez de o adormecer ao colo.
  • Deitar o bebé na sua cama acordado e não já a dormir.
  • O uso de um objeto de conforto como um boneco ou a chupeta é uma prática muito comum (apesar de o uso da chupeta ser algo controverso especialmente nos primeiros dias de vida, altura em que pode interferir com a amamentação. Caso o bebé rejeite a chupeta não se deve forçar o seu uso nem é necessário recolocá-la se cair durante o sono.
  • Nas primeiras noites o bebé vai ficar incomodado e pode chorar bastante, mas vai estar ao colo, ser confortado e amado pelo pai, pela mãe, ou pela avó, que estão cheios de amor para lhe oferecer. No entanto, a mãe precisa de ser firme e ficar no outro quarto enquanto não for hora de mamar novamente.

Por volta das 6 semanas de vida muitos bebés passam por uma fase de maior agitação, principalmente ao entardecer e/ou ao início da noite. Estes episódios podem ter várias causas, entre elas as cólicas que provocam choro, irritabilidade, que impedem o bebé de adormecer, além de o despertar do sono.

Cerca dos 3 meses o bebé passa a dormir mais tempo à noite e fica acordado por períodos mais longos durante o dia. Este tempo pode ser dividido por 3 a 4 sestas ao longo do dia.

Aprender a dormir de noite é uma tarefa relacionada com a maturação do sistema nervoso central, com o temperamento do bebé, e com a aprendizagem. A partir dos 8-9 meses a criança já terá adquirido a capacidade para aprender a dormir sozinha. Esta é a idade considerada ideal para o habituar a dormir no seu próprio quarto.

O bebé vai aceitar ficar na sua caminha depois de algumas noites mas isso pode não significar noites de sono sem interrupção ainda. O processo de transição, como qualquer processo de mudança requer paciência e determinação.

Estratégias a adotar para a criança dormir no seu quarto

Nas crianças mais crescidas as estratégias a adotar poderão ser determinantes para o sucesso de dormir no seu quarto.

Assim, é importante que a criança escolha alguns elementos decorativos do seu quarto. Esta transição deve ser sentida por toda a família como um marco muito importante no desenvolvimento da criança. Não podem existir cedências. A mudança de quarto deve ser gradual, mas definitiva. Não pode dormir uma noite na cama dos pais e outra na sua cama. Deve ser um passo decisivo e definitivo. Sempre que a criança se levantar a meio da noite e aparecer no quarto dos pais deve ser tranquilizada na sua cama, e não na cama dos pais. Este tipo de comportamento afetará a segurança, independência e autoconfiança da criança.

O momento da história é muito importante para tranquilizar a criança. Poderá igualmente colocar-se uma música calma e relaxante. Passar uns dias a brincar no quarto da criança com ela, colocar os bonecos preferidos no bercinho e mostrar-lhe como eles dormem felizes lá, evidenciando como pode ser bom dormir num quartinho só dele, pode ser uma boa opção.

Quando a criança começar a manifestar alguns medos, referindo por exemplo que existem monstros no quarto, este sentimento deve ser valorizado e pode ser resolvido de forma criativa. Poderá resolver-se este receio transformando a criança num detetive de monstrinhos. De lanterna e lupa na mão, pode investigar todos os cantinhos do quarto. Esta atividade deve ser realizada sem agitação, mas de forma animada.

Quando a criança está com febre, ou mais irritada, não deve ser levada à cama dos pais, Devem ser estes sempre a ir para o quarto da criança para que não haja um grande retrocesso. Se a criança regressa à cama dos pais, ela pode achar que as regras mudaram outra vez, e pode não aceitar o seu berço tão facilmente quando melhorar da febre ou do desconforto .

Para uma boa higiene do sono, e para que a criança possa ter uma noite descansada, é inevitável ter em atenção a execução de algumas atividades, tais como:

  • Evitar ver televisão ou ouvir rádio 1 hora antes de ir para a cama.
  • Evitar atividades físicas vigorosas ou excitantes 1 hora antes de ir para a cama.
  • Nunca usar a cama como lugar para brincar. A cama é destinada exclusivamente para descansar e dormir.
  • Estabelecer uma rotina de sono e evitar quebrar as regras: banho, jantar, lavar os dentes, última ida ao WC, cama e história para adormecer.

Sendo o sono uma atividade fundamental no crescimento da criança e no seu desenvolvimento cognitivo e comportamental, pensamos que a implementação de regras, e uma boa higiene do sono,  auxiliam muito na criação de um ambiente estável e adequado para que a noite seja sinónimo de sono tranquilo.

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Bibliografia
Brummelte S, Grunau RE, Zaidman-Zait A, Weinberg J, Nordstokke D, Cepeda IL. Cortisol levels in relation to maternal interaction and child internalizing behavior in preterm and full-term children at 18 months corrected age. Dev Psychobiol. 2010 Oct 28.
Lopes, R.M. F., Nascimento, R.F.L.; Souza, S. G.; Mallet, L. G.; Argimon, I.I.L. Desenvolvimento Cognitivo e motor de crianças de zero a quinze meses: um estudo de revisão. 2010. 
Mortensen, M. Fases de crescimento e desenvolvimento que modificam o sono do bebé e da criança. Guia do bebê, 2011

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Correia de Campos considera ser possível fazer-se uma reforma do SNS
O antigo ministro da Saúde António Correia de Campos considera que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está repleto de...

Numa conferência sobre o financiamento na saúde que hoje decorreu em Lisboa, o antigo governante socialista defendeu ainda que o SNS deve “reunir capacidades” para substituir a gestão clínica privada nas parcerias público-privadas por gestão pública.

Para o ex-ministro da Saúde, uma reforma do SNS terá sempre de passar por dar melhores condições aos profissionais de saúde, recompensando-os com pagamentos ajustados ao seu desempenho.

“Qualquer reforma terá de honrar os [profissionais] que lá se mantiveram”, declarou Correia de Campos na conferência do projeto 3F – Financiamento, Fórmula para o Futuro, sublinhando que “abundam no SNS” profissionais treinados e qualificados, mas ao mesmo tempo “desmotivados pelas baixas remunerações”, sendo fácil atrair estes recursos para o setor privado.

No entender de Correia de Campos, o SNS tornou-se num “enorme armazém de recursos” que está impossibilitado por “regras estreitas” de competir com o setor privado, que, por seu lado, é um setor “inteligente e flexível, organizado e que proporciona um acolhimento ameno e reconfortante”.

Também o crónico subfinanciamento dos hospitais terá contribuído para desmoralizar os profissionais, deteriorando até a qualidade de gestão das unidades.

Fazendo uma resenha histórica da evolução do setor da saúde desde a década de 1970, o antigo ministro apontou para uma deterioração da atratividade do setor público, em contraste com um crescimento do privado.

Para Correia de Campos é possível fazer-se uma reforma do SNS de forma tranquila, “sem traumas” e não de modo radical.

O SNS deve continuar a garantir os valores da universalidade e a tendencial gratuitidade e a ter o Estado como principal prestador e como “exigente regulador”, sem qualquer competição entre o público, o privado e o social.

Deveria ser o Estado a planear o investimento público e também as necessidades do investimento privado, que só deveria ser aceite quando baseado em “certificado de necessidades”.

No âmbito de uma reforma, Correia de Campos defendeu ainda que o SNS deve “reunir capacidades” para substituir a gestão clínica privada nas parcerias público-privadas por gestão pública.

SNS
O presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), Henrique Barros, alertou hoje que continuam a...

“As estruturas existem, mas não são suficientemente preenchidas por pessoas, isto é, por técnicos especializados. A saúde mental não vive de grandes aparelhos e soluções tecnológicas, vive, sobretudo, de uma grande capacidade de interação entre as pessoas. E, se não temos pessoas suficientes, a resposta também não é suficiente”, salientou Henrique Barros à margem da conferência “Crescer + saudável, feliz e resiliente”, promovida pelo ISPUP, que decorre hoje na reitoria da Universidade do Porto.

Para o professor catedrático, apesar da área da saúde mental ter vindo a assumir “uma grande importância” e ser, atualmente, considerada “uma das áreas prioritárias de intervenção” no sistema de cuidados saúde público, continua a existir “um défice de resposta por parte das estruturas” relativamente ao tratamento dos doentes.

“Foram contratados psicólogos para darem apoio nos centros de saúde. Isso significa o reconhecimento da importância de uma resposta profissional, assim como a importância dessa resposta junto da comunidade, mas o número não é suficiente”, explicou.

O Programa Nacional para a Saúde Mental, realizado em 2017, revela que o número de utentes com perturbações depressivas, demência e perturbações de ansiedade aumentou entre 2011 e 2016. Na região Norte do país, o número de depressões aumentou de 5,42% para 9,83%, o número de casos de demência aumentou de 0,44% para 0,79% e o número de casos de ansiedade aumentou de 3,34% para 6,46%.

Henrique Barros alertou, também, para a “tendência” de utilização de fármacos e medicalização para o tratamento de doenças mentais como a ansiedade e depressão.

“Na realidade, este é um problema muito relevante, que por um lado está a aumentar a sua visibilidade na comunidade, mas que, ao mesmo tempo, está a ser resolvido com recurso a fármacos e medicalização. Estes problemas, muitas das vezes resolviam-se de outra maneira, porque mais do que doenças, são sintomas de disfunção”, frisou.

Segundo o Programa Nacional para a Saúde Mental de 2017, uma das metas a atingir em 2020 é “estabilizar a prescrição de medicamentos para o tratamento de ansiedade na população”.

O documento mostra que o consumo de medicamentos “antidepressores” associados à área da saúde mental aumentou, em termos de dose diária definida, de 263.414.234 em 2012, para 358.197.748 em 2016.

O presidente do ISPUP alertou ainda para a importância de “precaver” os casos de saúde mental numa fase ainda jovem, visto que acredita que a grande parte dos casos surge “muito cedo”.

“É fundamental estarmos atentos a identificar cedo os sintomas que demonstram que algo não está bem. As questões que trazemos aqui hoje ainda vivem muito ‘tapadas’ e é preciso termos coragem para começarmos a falar destes temas o mais cedo possível”, acrescentou.

O Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto celebrou hoje o Dia Mundial da Saúde Mental com uma sessão que juntou alunos de vários agrupamentos das escolas do Porto e investigadores para, juntos, debaterem temas como o consumo de substâncias, a violência na escola e em casa e a comunidade LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexo).

73% da população portuguesa tem dores de costas
O primeiro livro português sobre patologia da coluna, a principal causa de reforma por invalidez em Portugal, é editado dia 12...

Esta pode ser a data que marca o início de uma nova era no combate à doença que mais impacto tem na qualidade de vida da população portuguesa. A poucos dias do Dia Mundial da Coluna, a 16 de outubro, o ortopedista Luís Teixeira, presidente da Associação Spine Matters e diretor do Spine Center, Hospital da Luz Coimbra, dá um passo decisivo na defesa da saúde das costas dos portugueses, lançando o 1º livro português sobre patologia da coluna.

“A principal utilidade destas efemérides é, normalmente, podermos ter pelo menos um dia no ano em que alertamos a população para problemas importantes e despertarmos consciências para a importância da prevenção, do diagnóstico e do tratamento. Mas quando vejo, ano após ano, a evolução galopante das estatísticas da patologia da coluna em Portugal – que é, hoje, um dos países do mundo ocidental em que as dores lombares e cervicais são mais prevalecentes, têm maior impacto na qualidade de vida da população e na economia do país – sinto que isso não chega, e que é necessário sermos ainda mais ativos e passarmos, se quisermos, ‘das palavras aos atos’”, começa por explicar o ortopedista, que apresenta esta Quinta-Feira o livro ‘Patologia Degenerativa da Coluna em Portugal’, destinado a profissionais de saúde – o primeiro trabalho do género no país.

“A realidade dos números é avassaladora: 73% da população portuguesa tem dores de costas (entre episódios agudos e doença crónica), e 420 mil adultos são obrigados a faltar pelo menos um dia por ano ao trabalho por culpa desta patologia. Não é preciso fazermos muitas contas para percebermos o impacto que isto tem na economia do país, mas mais que isso, na qualidade de vida destas pessoas, que é degradada diariamente pela falta de diagnóstico ou pela inadequação do tratamento”, introduz Luís Teixeira, que desde 2014 preside à associação Spine Matters, que tem precisamente o propósito de alertar e sensibilizar para a importância dos cuidados com a coluna.

“Os ortopedistas portugueses e as diversas associações do setor têm feito um trabalho notável na divulgação desta realidade e na consciencialização coletiva para a patologia. Mas não chega; o número de especialistas em Portugal simplesmente não é suficiente para cobrir a dimensão total do problema, que hoje atinge números de uma verdadeira epidemia. Precisamos de ir mais além e definir uma nova estratégia de combate à doença”, expõe o especialista que pretende que a distribuição deste livro seja feita em parceria com a Associação de Medicina Geral e Familiar. 

 Foi esta constatação que motivou o médico português, num trabalho de dois anos, a fazer algo que nunca tinha sido feito no país e que promete abrir novas fronteiras no combate à doença nº1 em Portugal: “Sentimos que era necessário criar um manual de referência em Portugal que pudesse contribuir para a democratização do tratamento da coluna no país. Até agora não existia nenhum livro português sobre a patologia da coluna e os profissionais de saúde que quisessem aprofundar os seus conhecimentos sobre esta matéria tinham que se socorrer de manuais estrangeiros, na maior parte dos casos desenquadrados da realidade nacional ou excessivamente técnicos e orientados para especialistas.”

“O que pretendemos fazer foi criar uma ferramenta eminente prática, acessível, que possa ser usada tanto por ortopedistas, neurocirurgião, reumatologistas, fisiatras, e por médicos de medicina geral e familiar, que são a 1ª linha de diagnóstico e combate à doença e que são fundamentais para assegurar um tratamento eficaz para a grande maioria da população” revela o autor, que apresenta o livro à imprensa no próximo dia 12.

“Quando construímos o livro, quisemos começar por dar aos profissionais o retrato mais atual da realidade da patologia em Portugal, através da citação de vários estudos epidemiológicos – compreender o estado da doença em Portugal e constatar a escala que tem no nosso país pode ter um enorme contributo na mobilização da classe médica para este combate, já que justifica a importância de incluir sempre a avaliação da coluna em todas as consultas de rotina”, justifica Luís Teixeira, que tem sido uma voz ativa na defesa de maior proatividade no diagnóstico precoce de patologias da coluna.

“Para além desse enquadramento, o livro agrega por capítulos as especificidades de cada uma das patologias, desde patologia degenerativa da coluna lombar e cervical, deformidade no adulto e na criança, tumores, envolvimento vertebral em contexto reumático, etc, e faz a súmula do conhecimento que existe sobre cada uma destas patologias. Mas no nosso entender, a chave está no facto de se centrar sobretudo nas ferramentas de diagnóstico e nas soluções de tratamento mais avançadas de que dispomos; é disso que a generalidade dos profissionais precisa para fazer a diferença no dia a dia dos seus pacientes” completa o cirurgião ortopédico.

“Em última análise, a nossa intenção não foi mais do que colocar nas mãos de cada profissional de saúde uma ferramenta de trabalho simples e útil, que os ajude a diagnosticar e tratar de forma mais frequente e eficaz as várias patologias da coluna que seguramente afetarão a maioria das pessoas que lhes entra no consultório todos os dias.”

“Se 3 em cada 4 portugueses têm algum tipo de problema cervical ou lombar, é importante que cada profissional, em cada consulta, tenha o reflexo de pensar ‘é importante fazer este diagnóstico’ e tenha o conhecimento necessário para o fazer de forma eficaz e rigorosa. É essa a intenção deste livro: contribuir de forma concreta para que o volume de patologia da coluna não diagnosticada / não tratada em Portugal decresça significativamente na próxima década”, remata o ortopedista.

 

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