Investigação
Hospitais de pelo menos 30 países estão a deter ilegalmente doentes e a reter cadáveres nas suas morgues por falta de pagamento...

A investigação teve por base um relatório do instituto de pesquisa britânico Chatham House, divulgado no ano passado, e que dava conta de mais de 60 registos de pacientes detidos em 14 países da Ásia e África Subsaariana.

A Associated Press (AP) ouviu dezenas de médicos, enfermeiros, especialistas em saúde, doentes e administradores hospitalares que deram conta de detenções em hospitais em mais de 30 países, incluindo o Quénia, Nigéria, Congo, China, Tailândia, Lituânia, Bulgária e outros países da América Latina e do Médio Oriente.

Robert Wanyonyi foi baleado e ficou paralisado há mais de um ano.

Internado no Kenyatta National Hospital, no Quénia, está impedido de regressar a casa porque não consegue pagar uma conta equivalente cerca de 35 mil euros.

Responsáveis do governo queniano confirmaram à AP que é frequente os hospitais do país deterem ilegalmente doentes que não acertaram as contas, recorrendo a guardas armados, trancas nas portas e mesmo correntes.

"Nem mesmo a morte é garantia de liberdade. Os hospitais e as morgues estão a reter centenas de cadáveres até que as famílias consigam pagar as contas", disseram os responsáveis quenianos, citados pela AP.

Nas Filipinas, em dezembro, Annalyn Manalo ficou retida um mês e meio no hospital diocesano Mount Carmela, na cidade de Lucena, onde recebeu tratamento por problemas de coração.

Foi-lhe recusado o pagamento em prestações e cada dia de permanência no hospital era adicionado à conta.

"Fomos tratados como criminosos. Os guardas vigiavam-nos constantemente", disse o marido de Manalo, citado pela AP.

No Congo, a AP visitou mais de 20 hospitais e clínicas em Lubumbashi e concluiu que na quase totalidade dos estabelecimentos a detenção de doentes que não pagam é rotineira, mesmo sendo uma prática ilegal.

Em Bangalore, na Índia, Emmanuel Malagi, ficou retido num hospital privado durante três meses depois de ter sido tratado a um tumor, segundo contou o seu irmão.

Impedidos de o visitar, os familiares tentaram, sem sucesso, pagar uma conta equivalente a 16 mil euros, sendo que depois da morte de Malagi, o hospital exigiu um pagamento adicional de mais de 12 mil euros para liberar o corpo.

Na Malásia, um estudante de medicina holandês que necessitava de um tratamento de descompressão após um mergulho foi fechado numa sala durante quatro dias, sem comida e água, até conseguir o dinheiro necessário para pagar o tratamento, revelou Saskia Mostert, um académico holandês que investiga detenções em hospitais.

Na Bolívia, o Provedor de Justiça registou 49 detenções de doentes em hospitais e clínicas por falta de pagamento nos últimos dois anos, apesar da prática ser proibida no país.

"É o ponto fraco da saúde global sobre o qual ninguém quer falar", disse Sophie Harman, investigadora em saúde na Universidade Queen Mary de Londres.

A investigadora aludia ao silêncio das agências internacionais de saúde, dos doadores e das organizações que enviam milhões para apoiar os sistemas de saúde e combater doenças como a SIDA ou a malária nestes países.

"As pessoas sabem que os doentes são feitos prisioneiros, mas provavelmente pensam que têm batalhas maiores no sistema de saúde público e, por isso, fecham os olhos", acrescentou.

Especialistas citados pela AP sustentam, por outro lado, que esta prática pode ter sido incentivada por organizações como o Banco Mundial, a Organização Mundial de Saúde (OMS)ou UNICEF que emprestaram dinheiro aos países em desenvolvimento na condição de que fossem cobradas taxas aos doentes pelos cuidados médicos.

Sem garantia de proteção para os mais pobres, acrescentam, estas políticas deram liberdade aos países para garantir os pagamentos como acharem melhor, incluindo através da detenção de doentes.

Sistemas de saúde frágeis, privados ou em que há pouca ou nenhuma responsabilização dos governos favorecem esta prática, que foi identificada também em países mais ricos como a Índia, China, Irão ou Tailândia.

Em alguns países, como nos Camarões, o pagamento dos tratamentos é feito em adiantado e quando os doentes não podem pagar são enviados para os hospitais públicos ou é simplesmente recusada a assistência.

Os administradores dos hospitais admitiram à AP que a detenção de doentes não é necessariamente rentável, mas que na maioria dos casos resulta pelo menos em pagamentos parciais e funciona como dissuasora.

Em África, nem sempre os hospitais fornecem comida, roupa ou cama aos doentes, por isso, mantê-los detidos tão pouco representa grandes custos.

Estudo
Uma equipa da Universidade do Minho descobriu que os movimentos dos olhos podem "revelar alterações cognitivas em pessoas...

Em comunicado, a Universidade do Minho (UMinho) explica que a investigação, cujos resultados foram publicados na revista científica norte-americana "PeerJ", demonstrou que "os portadores de esclerose múltipla têm problemas a realizar os movimentos mais comuns do olho, ou seja, quando o olho muda rapidamente em direção a algo específico".

A esclerose múltipla, explica o texto, "surge quando a cobertura das células nervosas do cérebro e da espinal medula é danificada" podendo levar à visão dupla e cegueira num olho, além de comprometer funções coordenadoras gerais como sensibilidade, locomoção, força muscular, audição e excreção.

"Na prática, as pessoas diagnosticadas com aquela doença levaram mais tempo a iniciar o movimento ocular e, depois, a fixar com precisão o alvo visual. Por outro lado, ao olharem voluntariamente para outra direção, por exemplo, para o lado esquerdo quando uma luz piscava no lado direito, mostraram mais dificuldades a fazê-lo face a pessoas sem aquela doença", aponta a UMinho.

A pesquisa, explana o texto, "mostrou que aqueles movimentos oculares são um marcador quantitativo de danos neurais, ao comprometer a capacidade de inibir ou controlar as respostas impulsivas (ou automáticas) da pessoa com esclerose múltipla".

Segundo salienta o texto, a descoberta " pode influenciar a escolha de novos tratamentos e as técnicas de acompanhamento da progressão da doença".

A equipa multidisciplinar da UMinho envolveu o Centro de Física, o Centro de Matemática, o Centro de Biologia Molecular e Ambiental e o Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde, nomeadamente os cientistas Marisa Borges Ferreira, Paulo Alexandre Pereira, Marta Parreira, Inês Sousa, José Figueiredo, João Cerqueira e António Filipe Macedo, sendo este último também da Universidade de Linnaeus, na Suécia.

A doença atinge 5000 a 6000 portugueses (oito casos em cada 10.000), dois terços dos quais são mulheres, e a sua esperança de vida é de menos cinco a dez anos face à média nacional.

A patologia ainda sem cura deve-se à combinação de fatores ambientais, genéticos e infecciosos, como faltar vitamina D, contrair o vírus Epstein Barr e ter alguns genes sinalizados.

O tratamento é multidisciplinar, envolvendo às vezes fármacos (para prevenir surtos, proteger o cérebro e a progressão da incapacidade) e, quase sempre, reabilitação (fisioterapia, ginástica, natação, treino cognitivo, atividades sociais, banhos de sol), que pode melhorar significativamente a qualidade de vida do doente.

 

Dia Mundial da Terceira Idade assinala-se a 28 de outubro
Existem vários fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento do glaucoma, entre os quais a ida

O nervo óptico é formado por um conjunto de milhares de fibras nervosas individuais que transmitem sinais do olho para o cérebro. O glaucoma é uma patologia ocular que causa danos progressivos neste mesmo nervo óptico e consiste na perda da sensibilidade do tecido da retina por morte de fibras nervosas e consequente perda de visão irreversível.

Assim, é importante referir que existem vários fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento do glaucoma, entre os quais a idade. As pessoas com mais de 60 anos apresentam um elevado risco de desenvolver o glaucoma, sendo necessário que estas se mantenham atentas e façam consultas de rotina. Monitorizar o estado do olho e do nervo óptico é especialmente importante para as pessoas desta faixa etária, uma vez que o glaucoma avançado pode provocar a cegueira.

O glaucoma está associado ao aumento da pressão de um fluido dentro do olho com danos progressivos no nervo óptico e perda de tecido. A forma mais comum desta patologia é o glaucoma primário de ângulo aberto. Esta forma está associada a um progressivo aumento da pressão dos fluidos dentro do olho. Por se desenvolver lentamente e geralmente sem sintomas, muitas pessoas só se apercebem quando já ocorreu uma perda significativa de visão. Contudo, apesar de não produzir sintomas, o glaucoma pode ser diagnosticado através de uma consulta de rotina, com a avaliação de pressão do olho, alterações na papila do nervo óptico e dos campos visuais.

O tipo menos comum de glaucoma é o glaucoma agudo de ângulo fechado e geralmente ocorre devido a um aumento significativo num curto espaço de tempo da pressão no olho. Os seus sintomas incluem dor ocular severa, náuseas, forte hiperemia, aparecimento de anéis coloridos em redor das luzes e visão enublada. Esta condição é uma emergência médica, pois a perda de visão pode ser imediata.

No entanto, nem todas as pessoas que sofrem de pressão intra-ocular alta desenvolvem glaucoma e muitas pessoas com pressão ocular normal sofrem de glaucoma, também. Quando a pressão dentro do olho é demasiado alta para esse nervo óptico específico, independentemente do valor que tenha essa pressão, produzirá glaucoma. A este tipo de glaucoma designou-se de glaucoma de baixa pressão, em que a pressão permanece dentro dos valores normais, mas o nervo óptico apresenta alterações.

O glaucoma não pode ser prevenido mas, se for diagnosticado e tratado atempadamente, pode ser controlado. Assim, existem exames auxiliares que devem ser feitos quer para diagnóstico quer para acompanhamento da patologia.

Na consulta optométrica, podem ser efectuadas medições da pressão intra-ocular, bem como a observação dos fundos oculares através do exame com oftalmoscópio ou outras técnicas de imagiologia. Desta forma, é possível observar e determinar os sinais físicos de possíveis alterações do nervo óptico. Se o glaucoma já estiver instalado, um exame de campos visuais permite analisar a extensão da lesão e acompanhar a patologia. Com o acompanhamento certo, é possível controlar o seu glaucoma em colaboração com o Oftalmologista.

O Optometrista é um profissional central nos cuidados para a saúde da visão, segundo a Organização Mundial da Saúde. O seu âmbito de prática não se limita ao diagnóstico, prescrição, terapêutica e reabilitação da condição visual. Também desempenha um papel de relevo na investigação e inovação científica, para a implementação de prática clínica baseada em evidência científica.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Reunião Anual da SPAVC
No sábado, dia 27 de outubro, a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral realiza a sua reunião anual no Hotel...

Nesta sessão, “a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) irá analisar a informação que existe em Portugal acerca do estado de cada uma das grandes áreas de intervenção na cadeia do AVC, desde a prevenção primária à vida após o AVC”, avançou a Prof.ª Elsa Azevedo, neurologista e vice-presidente da SPAVC. Após detetadas as lacunas nas várias áreas analisadas, explicou a médica, será estabelecido um plano de ação faseado que permita a Portugal atingir os objetivos delineados pela Europa até 2030.

De acordo com a especialista, “Portugal está bastante bem colocado relativamente às médias europeias no que se refere ao acesso dos doentes aos tratamentos na fase aguda do AVC”, conforme revelou um estudo recentemente publicado que avaliou este acesso em 44 países europeus. “No entanto”, frisou a médica, “sabemos que precisamos de melhorar em relação à equidade geográfica de acesso, pois regiões como o Alentejo, o Algarve, a Madeira e os Açores têm maiores dificuldades de acesso a tratamentos diferenciados de fase aguda. Temos um longo caminho a percorrer na disseminação junto da população de hábitos de alimentação, estilos de vida saudáveis e procura de cuidados de saúde que permitam diminuir drasticamente a incidência do AVC, ou seja, através de uma aposta na prevenção primária”, alertou a neurologista. Também fundamental é o reconhecimento dos sinais de alerta de AVC e a correta ativação dos serviços de emergência (através do 112) para que os doentes cheguem rapidamente a hospitais onde possam ser tratados mais eficazmente. “E, por outro lado, há muito a trabalhar na área da otimização e acesso, com quantidade e qualidade, aos cuidados de reabilitação pós-AVC e aos direitos do sobrevivente de AVC”, acrescentou a vice-presidente da SPAVC e igualmente vice-presidente da associação de sobreviventes Portugal AVC.

No âmbito do plano de ação nacional, e tendo por base quatro áreas de atuação estruturais (prevenção primária, fase aguda, reabilitação e vida pós-AVC), a Prof.ª Elsa Azevedo (neurologista) e as Dr.ªs Ana Alves, Bárbara Moreira Cruz, Joana Teles Sarmento e Paula Amorim (fisiatras) enumeram algumas estratégias concretas para Portugal, tendo em vista o alcance das metas definidas internacionalmente:

Prevenção primária

  1. Ação concertada de informação e literacia para a saúde, assim como medidas para adoção de melhores hábitos alimentares e de estilo de vida, nas escolas, autarquias, instituições de saúde, comunicação social, etc.;
  2. Obrigatoriedade de rastreio de hipertensão arterial e de arritmia cardíaca na população adulta, em consulta nos Cuidados de Saúde Primários, assim como orientação para desabituação tabágica se necessário;
  3. Exame de rastreio de aterosclerose carotídea na franja populacional de maior risco vascular.

Fase aguda

  1. Campanha nacional para a informação à população dos sinais de alerta de AVC e contacto do 112;
  2. Implementação de registos e monitorização regionais, aumentando a articulação entre instituições de saúde;
  3. Implementação alargada da telemedicina para apoiar decisões à distância;
  4. Formar e deslocar recursos humanos diferenciados para apoiar hospitais mais carenciados.

Reabilitação

  1. Garantir ao sobrevivente de AVC e seu cuidador, acesso a equipa de reabilitação multiprofissional e interdisciplinar especializada, precocemente e num continuum, desde a Unidade de AVC (90% acesso) até à comunidade e fase crónica onde sobrevivente e cuidador fazem parte integrada da equipa;
  2. Abordagem bio-psico-social das necessidades do sobrevivente AVC e seu cuidador, com um plano de reabilitação integral e personalizado que abrange a integração sociofamiliar e profissional;
  3. Reavaliação periódica das necessidades de reabilitação em consulta de Medicina Física e de Reabilitação presencial ou por telemedicina nas situações enquadráveis;
  4. Implementação das normas de boas práticas de referenciam para reabilitação pós AVC.

Vida após o AVC

Revisão legislativa que permita a reinserção profissional do sobrevivente de AVC adulto jovem ,nomeadamente através de várias medidas especificas como redução do número de horas;

Proteção aos cuidadores, com legislação que preveja direitos específicos;

Integração em grupos ajuda mútua e Associações de Sobreviventes de AVC.

Recorde-se que a European Stroke Organisation (ESO) em colaboração com a Stroke Alliance for Europe (SAFE) lançaram, em março deste ano, as linhas orientadoras para implementação do “Action Plan For Stroke in Europe 2018-2030”, com sete domínios de atuação. Portugal, como país europeu, e a SPAVC, como sociedade científica representativa desta patologia em Portugal junto da sociedade congénere europeia, estão também envolvidos neste objetivo conjunto.

Para além desta sessão de debate, a 16.ª Reunião da SPAVC abordará temas como a estenose arterial sintomática da circulação cerebral, o AVC cardioembólico, as novidades apresentadas na European Stroke Organisation Conference (ESOC) 2018, entre outros tópicos.

Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde
Uma equipa de investigadores está à procura de voluntários para participar num estudo clínico que pretende avaliar o efeito do...

Para isso, os investigadores estão à procura de 30 voluntários (homens e mulheres) com diabetes mellitus tipo 2, com idades entre os 40 e 75 anos, não fumadores, que estejam dispostos a consumir uma cerveja sem álcool por dia, durante 12 semanas, refere hoje o CINTESIS.

Este estudo é liderado por Conceição Calhau, investigadora e especialista em nutrição e metabolismo do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, sedeado no Porto.

“As pessoas com diabetes mellitus tipo 2 apresentam um conjunto de bactérias intestinais diferente da população saudável”, afirma Conceição Calhau, que é também professora da NOVA Medical School, de Lisboa.

A investigadora explica que “a cerveja é uma bebida fermentada, à base de cereais, rica em compostos que poderão exercer um efeito benéfico nas bactérias intestinais, e assim, ter um impacto positivo na saúde”.

Porém, “a evidência científica sobre os efeitos do consumo de cerveja no metabolismo e no microbiota intestinal é escassa, mais ainda no contexto da diabetes”, acrescenta a especialista.

As cervejas para o estudo serão fornecidas pela equipa de investigação e os participantes serão avaliados por profissionais de saúde (endocrinologista e nutricionista) ao longo das semanas do estudo.

Serão ainda efetuadas análises de sangue, urina e fezes no início, a meio e no final do estudo clínico, sendo que a informação desses exames será facultada aos voluntários.

O estudo clínico decorrerá em Lisboa, nas instalações da NOVA Medical School/Faculdade de Ciências Médicas. Os interessados em colaborar poderão inscrever-se através do e-mail [email protected] ou do número de telemóvel 918 482 491.

Este é já o segundo estudo clínico que a equipa de investigação do CINTESIS e da NOVA realizam em torno do tema cerveja e saúde. Em março a equipa recrutou dezenas de voluntários para um estudo similar, mas que pretendia aferir os efeitos do consumo moderado de cerveja com álcool e sem álcool, em diferentes parâmetros clínicos, em indivíduos saudáveis.

Ordem dos Médicos
A relação entre médico e doente e a visão humanista devem ser sempre o centro da medicina, por mais evolução tecnológica que...

“A medicina não sobrevive sem o médico, nem a tecnologia será benéfica sem a nossa intervenção”, afirma o bastonário Miguel Guimarães, sublinhando que a relação médico/doente é um património que tem de ser preservado.

O Congresso da Ordem dos Médicos, que na sexta-feira começa em Lisboa, é “virado para o que poderá ser o futuro da medicina”, avaliando os impactos da tecnologia e os desafios que são colocados à medicina por esta evolução.

“Por mais tecnologia e evolução, o futuro da medicina nunca deve deixar de ter no seu centro a visão humanista e a relação médico/doente”, defende Miguel Guimarães em declarações à agência Lusa.

O bastonário acredita que o médico nunca será substituível pela tecnologia, apesar de reconhecer a importância da evolução tecnológica para a medicina, permitindo tratamentos mais eficazes e diagnósticos mais rigorosos.

“Por mais que as novas tecnologias possam, através de milhões de algoritmos, facilitar uma análise rigorosa aos meios de diagnóstico, dar um impulso e contributo positivos à terapêutica, despistar informação negada ao olho humano, jamais o médico será substituível na sua relação com o doente”, prevê Miguel Guimarães.

E é a relação entre médicos e doentes que a Ordem pretende preservar, alertando para a “pressão exagerada” que, nomeadamente em Portugal, existe sobre os profissionais de saúde para responderem às necessidades.

“Estamos a fazê-lo em défice, sem ter o capital humano adequado”, lembra, sublinhando que o tempo é fundamental na relação entre doentes e clínicos.

A Ordem avança em breve, segundo o bastonário, com a definição dos tempos padrão para as consultas das várias especialidades, tempos que terão de ser respeitados para a marcação entre as várias consultas, quer no público quer no privado.

“Isto não resolve os problemas, mas é um contributo. Temos também de nos consciencializar todos de que os doentes precisam de mais tempo, isso diminui o erro médico, diminui a conflitualidade. É necessário tempo para conversar com o doente e tirar dúvidas”, afirmou o bastonário.

A Ordem tem também promovido a apresentação de uma candidatura portuguesa da relação médico/doente a património imaterial da humanidade da UNESCO, que já tinha recebido o apoio público do anterior ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

Miguel Guimarães refere que a Ordem já pediu uma reunião ao Presidente da República para falar sobre este tema e que terá também de falar com a nova ministra da Saúde.

O 21º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos decorre sexta-feira e sábado em Lisboa, sob o tema “O Futuro na Medicina”.

Proposta do PAN
A maioria dos deputados discordou ontem da proposta do partido Pessoas-Animais-Natureza para proibir a prescrição de...

O projeto de lei do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), debatido ontem em plenário, pretende proibir a prescrição de medicamentos que contenham as substâncias metilfenidato e atomoxetina a menores de seis anos, defendendo que quaisquer problemas detetados nestas idades, que “poderão ser normais e não associáveis a um diagnóstico de perturbação de hiperatividade com défice de atenção”, devem ser tratados não com medicamentos, mas com intervenção psicológica.

Para a deputada do PS, Eurídice Pereira a iniciativa do PAN “é injustificada e configura uma interferência política num ato médico, desvalorizando o saber e a prática clínica”.

Contudo, salientou, “abordar esta realidade não deixa se ser uma forma de alerta para que se assuma que a resposta farmacológica não é forçosamente a resposta primeira, privilegiando em primeira linha a terapia comportamental”.

Isabel Galriça Neto, do CDS-PP, partilha da mesma posição, afirmando que “uma decisão que é clínica não pode, no entender do CDS e de muitos peritos, ser proibida por lei”.

No seu entender, a solução para estas crianças com necessidade educativas especiais não passa por proibir os médicos de prescrever substâncias que podem ter mais valia terapêutica, afirmando que o “verdadeiro problema” reside “na falta de apoios desde logo nas salas de aulas”.

Luís Vale, do PSD, afirmou, por seu turno, que “os propósitos do PAN serão porventura os melhores”, mas reconhece que a utilização destes fármacos “não é isenta de contraindicações”, especialmente em crianças.

No entanto, defendeu que “o legislador deve ser muito prudente” numa matéria como esta, “resistindo à tomada de iniciativas que não tenham na sua base uma prévia e sólida demonstração científica” e que a iniciativa do PAN deveria ser objeto de um parecer do Infarmed e das ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos.

Moisés Ferreira, do BE, partido que também levou hoje a discussão um projeto que recomenda a prevenção de consumos excessivos de estimulantes do sistema nervoso central para tratamento da hiperatividade com défice de atenção, também considerou que “os problemas do excesso de prescrição e do excesso de consumo destes psicofármacos não se resolvem proibindo a prescrição”.

“A Assembleia da República não deve limitar o ato clínico nem a liberdade que deve ser própria do médico”, disse Moisés Ferreira, sustentando que não cabe ao Parlamento “decidir a quem e de que forma é que se pode prescrever o medicamento”.

Carla Cruz, do PCP, considerou igualmente que “os problemas de sobremedicação das crianças e da população em geral não se resolvem com legislação, mas sim com maior sensibilização dos profissionais de saúde para os seus efeitos e com mais trabalho multidisciplinar quer na saúde quer na educação”.

A encerrar o debate, o deputado do PAN, André Silva, afirmou que, atendendo aos dados existentes sobre o consumo destes medicamentos em menores de seis anos, fica demonstrado que “a regulamentação existente não é suficiente, pelo que só a não prescrição poderá resolver este problema”.

“Num país marcado pelo elevadíssimo consumo de antidepressivos e ansiolíticos com tendência de crescimento não podemos aceitar esta política que é de pequenino se toma o comprimido”, lamentou André Silva

Em Portugal, calcula-se que 23 mil crianças estejam medicadas para a hiperatividade com défice de atenção.

Ministro da Ciência
O ministro da Ciência afirmou que o diploma que define as condições da colheita, armazenamento e destruição de células e...

“Este projeto de lei trata-se sobretudo de cobrir uma lacuna no regime jurídico da atividade científica em Portugal com células humanas”, disse Manuel Heitor, no plenário da Assembleia da República, onde foi discutida a proposta de lei do Governo, sublinhando que “é um processo que tem sido discutido com a comunidade científica pelo menos nos últimos dez anos”.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior explicou que há “três questões críticas” introduzidas no regime jurídico: primeiro, os critérios para a colheita de células humanas, incluindo células estaminais embrionárias, segundo, os termos para o armazenamento em banco de células e de tecidos, e, terceiro, a disponibilização de um sistema de informação de forma a garantir disponibilização desta informação como um bem público.

Segundo Manuel Heitor, o regime jurídico foi desenvolvido de “uma forma que optou por não criar uma estrutura nova de regulação, usando e valorizando o laboratório do Estado”, o Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA) para dar “todo o apoio logístico a atividades de regulação, de registo e de divulgação da informação”.

Há ainda “três aspetos críticos no impacto desta regulação”, sendo o primeiro alargar o âmbito da atividade científica em Portugal, equiparando-a a um leque diversificado de países europeus (Espanha, França, Dinamarca, Finlândia).

O segundo aspeto prende-se com “reduzir e anular a dependência da atividade científica em Portugal, sobretudo, do Reino Unido”, e o terceiro prende-se com o reforço da capacidade de Portugal para atrair investigadores e empresas, assim como testes clínicos que hoje são desenvolvidos no Reino Unido.

Na sua intervenção na reunião plenária, a deputada do PSD Ângela Guerra afirmou que “é imprescindível” garantir que as atividades científicas ligadas à ciência e à saúde respeitem “a dignidade da pessoa humana e os direitos dos indivíduos, seja em termos gerais, seja em relação àqueles que venham a participar nas investigações cuja regulação se propõe”.

“Parece-nos genericamente que o diploma procura uma regulação equilibrada dos procedimentos previstos”, mas há questões que deverão ser especialmente ponderadas na discussão na especialidade, como a utilização dos embriões excedentários, o consentimento para a colheita, disponibilização e utilização deste material e a forma dada ao tratamento dos dados pessoais.

Isabel Galriça Neto, do CDS-PP, salientou, por seu turno, “a relevância e o valor social da investigação científica”, mas defendeu a necessidade, “numa matéria com esta densidade, de respeitar uma correta moldura ética-jurídica”.

Nesse sentido, a deputada centrista desafiou o PS a poder remeter sem votação esta proposta para a especialidade, porque aquilo que se exige é “uma reflexão e um processo mais aprofundado que não se coaduna com um debate com esta moldura”.

Para a deputada Paula Santos, do PCP, há aspetos no diploma que suscitam “dúvidas, preocupações e que exigem clarificação”, sublinhando que importa clarificar o conceito de investigação científica e investigação clínica presente na proposta.

O deputado do Bloco de Esquerda Moisés Ferreira considerou o regime jurídico “importante para a investigação científica em Portugal”, mas defendeu a necessidade de haver uma “discussão profunda em especialidade”, para debater as alterações e recomendações das várias entidades no sentido de melhorar o projeto.

No final do debate, o ministro da Ciência manifestou disponibilidade para discutir o diploma.

“Claro que há abertura para o debate profundo sobre esta matéria. Sempre houve e deverá ser feito”, disse Manuel Heitor.

A proposta contou com pareceres do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, a Comissão Nacional de Proteção de Dados, a Ordem dos Médicos e a Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular.

Entrevista
O Citomegalovírus é um vírus extremamente comum, estimando-se que entre 70 a 80% da população já ten

O que é e como se transmite o Citomegalovírus?

O Citomegalovírus ou CMV, é um vírus da família dos vírus herpes e, tal como estes, causa infeção latente com potencial de reativação. Em indivíduos imunocompetentes (sem défices inatos ou induzidos do sistema imune) não causa, habitualmente, quaisquer sintomas, não constituindo, por isso, uma preocupação para a população em geral. A transmissão pode ocorrer por múltiplas vias, habitualmente surgindo através de contacto próximo com indivíduos infetados, sendo transmissível por via respiratória, através de gotículas, bem como por exposição a fluidos corporais ou por via sexual; o vírus vive em superfícies, portanto também pode haver transmissão sem contacto direto com um indivíduo afectado.

Estimando-se que entre 70 a 80% da população já tenha sido infetada em algum momento da sua vida pelo citomegalovírus, como podemos saber se somos portadores do vírus?

Os indivíduos que contactaram com CMV e que, portanto, são portadores assintomáticos do mesmo, podem ser facilmente identificados através da presença de anticorpos específicos para o vírus em análise sanguínea. Dado que a importância deste conhecimento, para a esmagadora maioria da população, é mínima, não é um teste que se faça por rotina, ou que seja, de todo, necessário.

O que explica o facto de esta infeção ser quase sempre assintomática? (pelo menos no que diz respeito a um primeiro contato com o vírus)

O CMV não é, habitualmente, muito virulento, ou seja, não costuma causar infeção muito significativa – tal como a maioria dos vírus com os quais entramos diariamente em contacto. Isto justifica-se pela competência do nosso sistema imunitário, que é capaz de eliminar a ameaça deste vírus com facilidade, embora seja incapaz de o erradicar por completo.

Quando se manifesta, quais os principais sintomas? Que sinais podem levantar a suspeita de infeção por citomegalovírus?

Quando a infecção por CMV tem expressão clínica, habitualmente manifesta-se com sintomatologia inespecífica, comum nas infeções virais, como mal-estar geral, fadiga, febre e dores musculares. Pode ainda surgir como uma síndrome mononucleósida, semelhante à mononucleose infeciosa (causada por outro vírus da família Herpes, o vírus Epstein-Barr) – nesses casos pode ainda haver aumento transitório do baço, bem como aumento dos gânglios linfáticos, embora estes sintomas sejam raros.

Quais os principais riscos desta infeção? Que complicações lhe estão associadas?

O impacto da infeção por CMV nos indivíduos imunocompetentes é praticamente nula, sendo a infeção grave extremamente rara, tendo maior importância quando a infeção ocorre durante a gravidez ou no período imediatamente após o parto. Nos indivíduos imunodeprimidos, no entanto, a reativação do vírus pode levar a doença por CMV, que pode afetar múltiplos órgãos e tem mortalidade associada significativa. Os órgãos mais frequentemente afetados são os intestinos, com diarreia e dor abdominal; os pulmões, com pneumonia pelo vírus, de muito difícil resolução; e os olhos, com retinite a CMV, causando alterações da visão.

O risco está aumentado em indivíduos imunodeprimidos. Neste sentido, qual o seu impacto no doente transplantado?

Os doentes submetidos a transplante de medula óssea passam por um processo de reset do sistema imune, ficando quase com o sistema imune de um bebé. Deste modo, a imunidade específica para vírus e outros patogénicos desaparece, havendo necessidade de “reaprender” como lidar com estas infeções – nomeadamente, nos casos em que é possível, através de um novo programa de vacinação. O estado de portador de CMV é ingrato, porque o vírus, que se manteve latente toda a vida, deixa de estar contido pelas células do sistema imune durante um período após o transplante, que pode ser mais ou menos longo, dependendo de vários fatores, mas que habitualmente é de 3 a 6 meses – o tempo que costuma ser necessário para a nova medula começar a produzir células específicas para o controlo do vírus. Nesse período pode, portanto, reativar, encontrando-se o doente em risco de desenvolver doença por CMV. Esta reativação constitui fator de risco para mortalidade após transplante, portanto merece um foco de atenção importante por parte da comunidade médica envolvida em transplante de medula.

Como se podem minimizar os riscos? Quais os cuidados a ter?

Os riscos da reativação a CMV podem ser minimizados através da escolha de dadores de medula portadores do vírus quando o transplante é feito a doentes também portadores (o mais comum), porque com o transplante, além de células muito imaturas, que vão levar à formação do novo sistema imune do doente, infundimos também algumas células de defesa, que ajudam a conter uma eventual reativação. No caso de doentes não portadores é crítica a escolha de dadores não portadores, para prevenir uma primeira infeção no período precoce pós-transplante (que é extremamente rara). Outra medida importante é a seleção de derivados sanguíneos (concentrados de eritrócitos e plaquetas) provenientes de dadores negativos para CMV aquando da transfusão destes componentes a doentes seronegativos.

Em suma, os doentes não têm que ter nenhum cuidado específico adicional para prevenir a reativação ou infeção por CMV – a evicção de contacto com pessoas com suspeita de infeção viral ou bacteriana e o cuidado com a limpeza e desinfeção das mãos e superfícies, medidas já tomadas rotineiramente por estes indivíduos, são as únicas medidas preventivas importantes que estão do lado da pessoa tratada, e mesmo nesse caso servem para prevenir uma primeira infeção, e não reativação.

E qual o tratamento indicado para a doença adquirida por CMV?

Neste momento, as armas terapêuticas que temos para a doença por CMV são antivirais, como o ganciclovir, o valganciclovir e o foscarnet. Quando há falência destes, é possível, em contexto de ensaio clínico (quando disponível), utilizar infusões de células específicas para o vírus, amplificadas a partir do dador do doente ou de dadores voluntários, que é uma técnica com elevada taxa de sucesso.

Sabe-se que, nestes casos em particular, esta é uma infeção de difícil tratamento. Porquê?

A doença por CMV após transplante de medula é especialmente difícil de tratar, por vários motivos, além da demora na produção de células específicas, como previamente explicado. Em primeiro lugar, o diagnóstico pode ser difícil, sendo possível o aparecimento de doença específica de órgão sem deteção prévia de CMV no sangue, o que obriga a um elevado índice de suspeição e leva a uma confirmação diagnóstica demorada, com necessidade de biópsias ou técnicas especiais. Outro motivo, muito importante, é a necessidade de terapêutica imunossupressora no período após transplante, imperativa para prevenir a doença do enxerto contra o hospedeiro, mas que limita ainda mais a imunidade antiviral do indivíduo. Finalmente, apesar de existirem vários antivirais disponíveis, a sua eficácia não é absoluta.

Por fim, tratando-se esta de uma infeção bastante comum, como pode ser prevenida?

A prevenção da infeção por CMV não é, habitualmente, uma preocupação, pelo exposto – facilidade de transmissão viral com incidência extremamente baixa de infeção grave. A reativação em doentes submetidos a transplante de medula, no entanto, acarreta riscos significativos, pelo que há uma preocupação em relação à sua prevenção. A estratégia habitualmente tomada é a de terapêutica pré-emptiva, ou seja, abordagem precoce da reativação: são feitas monitorizações frequentes da reativação de CMV nos doentes após transplante e, caso se constate aparecimento de DNA viral, inicia-se de imediato terapêutica, o que permite, na maioria dos casos, controlo do vírus prévia à doença por CMV. Apesar de esta estratégia permitir, hoje em dia, que a doença por CMV seja uma complicação extremamente rara do transplante de medula óssea, o aparecimento possível de doença sem virémia (deteção do vírus no sangue) prévia, faz com que não consigamos prevenir todos os casos de doença pelo vírus. Assim, tem havido um grande esforço de investigação para a criação de fármacos desenhados para prevenir a reativação viral, ao invés de a tratar, tendo o primeiro, o letermovir, sido aprovado este ano, após ter demonstrado redução significativa da incidência de reativação de CMV em doentes transplantados com alto risco de reativação, com melhoria aparente na sobrevivência global.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica apreendeu 600 quilogramas de carne e derivados, e instaurou 31 processos de...

“A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), realizou, a nível nacional, uma operação de fiscalização de talhos com o objetivo de verificação dos requisitos legais específicos da atividade, bem como das condições de armazenamento e de conservação de produtos alimentares, de forma a garantir o cumprimento dos requisitos gerais e específicos em termos de segurança alimentar”, referiu em comunicado.

Na sequência de uma fiscalização a nível nacional, foram fiscalizados 153 operadores económicos e instaurados 31 processos de contraordenação e cinco processos-crime por “géneros alimentícios avariados e abate clandestino”.

Entre os géneros alimentícios apreendidos estão enchidos, carne de bovino, produtos à base de carne e conservas, bem como um instrumento de pesagem.

“As infrações contraordenacionais referem-se na sua maioria a desrespeito das normas higiénicas e técnicas aplicáveis na distribuição, preparação e venda de carnes e seus produtos, incumprimento das regras sobre a rastreabilidade e rotulagem de carne [e] falta de requisitos de temperaturas”, indicou.

Presidente da República
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou ontem que as "descativações podem ser um meio de...

Em declarações aos jornalistas no Porto, e à margem de uma homenagem ao professor universitário Walter Osswald, na Universidade Católica, Marcelo Rebelo de Sousa quis, em primeiro lugar, distinguir o que é a execução orçamental do atual orçamento e a proposta de Orçamento do Estado para 2019, isto quando questionado sobre a área da saúde.

"O orçamento este ano, que está já muito perto do fim da sua execução, naquilo que está noticiado é que o que estava cativado na saúde é descativado. É evidente que isso é muito importante porque há necessidades prementes no domínio da saúde e as descativações podem ser um meio de rapidamente acorrer a essas necessidades", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República não quis, no entanto, fazer mais considerações sobre a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, lembrando que "o debate está a começar".

"Depois haverá o debate na generalidade e vamos esperar para ver o diploma por um todo", concluiu o chefe de Estado.

Ministro da Ciência
Portugal deverá ter até fim do ano uma estratégia nacional para o uso da inteligência artificial, usando como modelo projetos...

Manuel Heitor falava aos jornalistas no final da apresentação dos projetos apoiados com quatro milhões de euros no âmbito do Programa Nacional para as Competências Digitais (INCoDe), que tem 2030 como meta.

O ministro afirmou que esses projetos, em que os dados como a incidência de doenças ou o número de acidentes rodoviários serão tratados para daí se extrair uma ferramenta útil, vão "ajudar a montar essa estratégia" e garantir a "ética e proteção de privacidade", o "bem público que está no ADN da administração pública".

"Estes temas podem ser mal usados, como mostram os crimes de cibersegurança, as falsas notícias ou as alterações de eleições", disse Manuel Heitor, que considera o regime jurídico europeu, que Portugal segue, como "o adequado".

Nos projetos ontem divulgados, inclui-se um sistema de deteção precoce de avarias que vai ser testado no Metro do Porto, em que se pretende que as carruagens não tenham de ser retiradas de circulação tantas vezes por causa de avarias que se agravam.

A ministra da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, afirmou esperar "que daqui a 18 meses haja bons resultados destes projetos", salientando que são iniciativas "da inovação mais avançada" e que "só no fim" se saberá.

Para já, saudou que estejam envolvidos vários setores da administração pública, como direções gerais, municípios ou a Guarda Nacional Republicana.

Maria Manuel Leitão destacou que 40% dos projetos sejam da área da saúde, "a de maior impacto na vida das pessoas", em que reconheceu que é preciso melhorar a eficiência.

Nesse setor, foram contemplados projetos em que a informação estatística dos serviços do ministério da Saúde pode ser tratada com inteligência artificial para prever tendências e daí partir para ordenar os casos por prioridade, como em modelos de previsão de complicações pós-operatórias para doentes de cancro.

Outro projeto visa criar uma aplicação para telemóvel em que os dermatologistas possam tirar fotografias com qualidade de lesões na pele para facilitar no diagnóstico precoce do cancro da pele.

O ministro da Ciência afirmou que até janeiro deste ano deverá abrir um novo concurso para projetos deste tipo, o último da legislatura.

Cooperativa dos Proprietários de Farmácia
A Cooperativa dos Proprietários de Farmácia vai promover, em 1.200 farmácias de todo o país, uma campanha de sensibilização...

Sob o tema “Sabia que o coração tem um limite? Não queira saber o seu”, a campanha destaca a identificação dos sintomas e a prevenção enquanto fatores diferenciadores.

A organização conta com a parceria da Fundação Portuguesa de Cardiologia e o apoio da farmacêutica Novartis.

“A campanha pretende ainda demonstrar que a farmácia, pela relação de proximidade que estabelece com os seus utentes, pode desempenhar um papel importante neste combate, nomeadamente no que diz respeito ao apoio na prevenção”, refere a organização, em comunicado.

Esta ação vai ser ativada em diversas vertentes, nomeadamente junto das pessoas na farmácia, mas também vai ser organizado um conjunto de ações de formação para farmacêuticos, com o objetivo de os dotar de informação e competências necessárias para ajudar os seus utentes no combate às doenças cardiovasculares.

“Nos tempos atuais, somos ‘empurrados’ para um consumismo que, muitas vezes, é prejudicial para a nossa saúde, pelo que é necessário que haja entidades que alertem a população para a adoção de estilos de vida mais saudáveis, ajudando a prevenir doenças”, refere o presidente da delegação norte da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC-DN), citado no comunicado.

João Lopes Gomes acrescenta que, para atingir os seus fins com maior eficácia, a FPC-DN “tem necessidade de criar parcerias com outras instituições, de forma a conseguir uma maior abrangência e eficiência nas suas ações”.

Ministra da Saúde
A ministra da Saúde, Marta Temido, assegurou hoje que "no final do ano" 94% dos portugueses terão médico de família,...

"Temos prosseguido e vamos continuar a prosseguir a meta de garantir que todos os portugueses tenham um médico de família atribuído até ao final da legislatura. E, nesse sentido, estamos a fazer o caminho e estimamos que, no final do ano, a cobertura de portugueses com médico de família atinja já os 94%", afirmou Marta Temido, que há uma semana substituiu Adalberto Campos Fernandes, em Baguim do Monte, Gondomar, no distrito do Porto, durante a abertura de uma nova Unidade de Saúde Familiar (USF).

No entanto, segundo a proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2019, o Governo aponta para uma cobertura de 96% de portugueses com médico de família até ao final do ano, acrescentando que a cobertura era, em 2015, de 89,7%.

À Lusa, fonte do Ministério da Saúde, confrontada com a discrepância entre o valor do OE e as declarações de Marta Temido, esclareceu que "os 94% são um cenário conservador tendo por base a aposentação de todos os médicos de família que estejam em condições para o fazer, mas como historicamente isso não se tem verificado, a perspetiva plasmada do Orçamento de Estado é de 96%".

Naquela que foi a sua primeira intervenção enquanto ministra da Saúde, Marta Temido recordou que "em 2015 havia ainda um milhão de portugueses sem médico de família e neste momento caminha-se para se ter 580 mil".

A governante afirmou que o trabalho ainda não está concluído: São ainda muitos portugueses para quem precisamos de trabalhar", salientou.

Marta Temido referiu ainda o trajeto traçado pelo Governo para atingir aquele objetivo.

"Entendemos que, e o programa do Governo definiu desde o início, uma das melhores formas de conseguir essa cobertura populacional que precisamos era através do modelo de Unidade de Saúde Familiar e pretendermos até ao final da legislatura, e estou em condições de afirmar, que vamos ultrapassar essa meta, ter as 100 novas USF a funcionar", disse a ministra da Saúde.

Estudo
Mais de metade dos alunos do ensino superior conhece alguém a quem foi diagnosticada uma doença mental enquanto estudava,...

Cerca de mil estudantes de 154 universidades e politécnicos portugueses responderam ao inquérito “Estigma em Saúde Mental”, que revelou que 51,5% dos alunos disseram que têm colegas ou amigos a quem foi diagnosticada uma doença mental.

Os alunos de doutoramento e mestrado são os que mais lidam com esta realidade, com 66% a conhecer alguém com um problema mental. Já entre os estudantes que estão a tirar uma licenciatura ou um mestrado, mais de metade não tem nenhum amigo ou colega nesta situação (cerca de 55%).

No inquérito feito entre maio e julho deste ano a alunos de 176 cursos, 16,8% dos inquiridos assumiram que lhe tinha sido diagnosticada uma doença mental durante o período de faculdade, com maior prevalência entre as mulheres (17,6% contra 11,3% dos homens).

Apenas 22,9% das pessoas diagnosticadas estão a ter acompanhamento de um psicólogo ou psiquiatra, segundo o estudo da Angelini Farmacêutica, coordenado pelo psiquiatra Diogo Guerreiro.

Para se perceber o estigma em saúde mental foram apresentadas dez afirmações, às quais os entrevistados tinham de dizer se estavam de acordo.

A maioria dos inquiridos discorda que exista algo nos doentes mentais que torne mais fácil “distingui-los das pessoas normais”, sendo que as mulheres demonstram níveis mais elevados de discordância (60,7% das respostas) em relação aos homens (45,3%).

Mais de nove em cada dez inquiridos (92,4%) não consideram os doentes mentais um fardo para a sociedade, uma posição que volta a ser mais clara entre o sexo feminino (93,3%) do que entre o masculino (86,7%).

Já a opinião sobre qualquer pessoa poder vir a ser doente mental é mais consensual, com 95,2% dos estudantes a concordarem com a afirmação.

No entanto ainda existe uma pequena percentagem de estudantes que acreditam que “uma das principais causas de doença mental é a ausência de autodisciplina e força de vontade”: entre as mulheres são 6,8% e entre os homens são 15,3%.

A grande maioria (mais de 75%) não se importava de ter por vizinho uma pessoa com historial de doença mental, mas houve 21% dos inquiridos que disseram não concordar nem discordar com a afirmação “não gostaria de ser vizinho de alguém que já tivesse sido doente mental”.

Os estudantes de Ciências da Educação e Formação de Professores foram os que se revelaram mais incomodados com essa hipótese, com apenas metade dos alunos a dizer que não se importava.

Mais de 20% dos alunos admitiram que se estivessem à frente de um processo de recrutamento não seriam indiferentes ao facto de o candidato ter ou ter tido problemas de saúde mental.

Os estudantes são unânimes (97,9%) na obrigação de proporcionar os melhores cuidados possíveis aos doentes mentais e são raros os que acham que estas pessoas não devem ser encorajadas a assumir responsabilidades da vida normal.

Três em cada quatro participantes consideram que faltam serviços para os doentes mentais, com destaque para Vila Real, onde todos os alunos apontaram esse problema, seguindo-se os dos distritos de Évora e Faro.

Sobre as principais fontes de estigma e preconceito, os alunos apontaram a falta de literacia em saúde mental e a necessidade de campanhas de sensibilização, políticas educativas nas escolas e intervenção do governo.

Os alunos consideram ainda que o estigma e preconceito pode retardar o diagnóstico e tratamento de potenciais doentes, segundo o estudo que teve por base 1.092 questionários validados.

Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Gestão Industrial
Investigadores do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Gestão Industrial, no Porto, estão a desenvolver um...

Em declarações, Daniel Pina, responsável pelo projeto MechALife, explicou que a ideia surgiu com o objetivo de “desenvolver um sistema que evoluísse as muletas e os andarilhos” e que solucionasse “o problema de mobilidade reduzida”.

O projeto, que começou a ser desenvolvido durante este ano por três equipas do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI), da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), pretende criar um exoesqueleto [estrutura externa que suporta o corpo] para os membros inferiores.

“O MechALife é um exoesqueleto que vai da cintura aos pés e que auxilia as pessoas a mexerem os membros inferiores. E, apesar da estrutura ser pesada, suporta o próprio peso, da mesma maneira que o andarilho e as muletas”, afirmou.

Segundo Daniel Pina, o equipamento, maioritariamente direcionado para a população com mais de 65 anos, é composto por motores elétricos que garantem uma autonomia de movimento constante durante cinco horas.

“O objetivo seria que as pessoas usassem o exoesqueleto durante o dia e à noite o pusessem a carregar, apesar da autonomia do equipamento ser de cinco horas e dos motores elétricos não consumirem energia quando a pessoa está em repouso”, explicou.

As equipas do INEGI, que tem trabalhado conjuntamente com profissionais de saúde das áreas da medicina de reabilitação e ortopedia, estão agora a construir um “protótipo à escala real” e preveem nos próximos dois anos "começar a fazer protótipos completamente funcionais”.

Para Daniel Pina, este equipamento vai permitir que as pessoas “não gastem tanta energia e que não se cansem tanto”, visto que os “motores elétricos ajudam no movimento das pernas”.

“Sabemos que uma pessoa que usa um andarilho ou uma muleta está impossibilitada de carregar um tabuleiro com comida ou até segurar um copo de água. A verdade é que, não tendo de segurar no exoesqueleto com as mãos, as pessoas têm uma maior liberdade e autonomia”, acrescentou.

O projeto MechALife do INEGI foi distinguido em setembro, no âmbito da iniciativa BIP Proof, com um prémio no valor de 10 mil euros, e conta com o apoio da Fundação Amadeu Dias.

Sem datas definidas
O primeiro-ministro disse hoje que o reforço do orçamento da Saúde permitirá "avançar com o lançamento" do concurso...

"É graças a este reforço [no Orçamento] que vai ser possível lançar cinco novos hospitais, um conjuntos de obras em hospitais importantes (…) e vamos, por exemplo, poder avançar com o lançamento do concurso para nova ala pediátrica [no Hospital de S. João]", disse António Costa, a discursar na inauguração de uma nova unidade de saúde em Baguim do Monte, Gondomar, distrito do Porto.

Confrontada com as declarações do chefe do executivo, a nova ministra da Saúde disse que não há ainda data para lançar a obra referida por António Costa.

"Não, não tenho data para esse concurso porque não avançarei com datas que não tenho a certeza de poder cumprir e que não estão nas estritas mãos do Ministério da Saúde. Estão nas mãos de um conjunto de profissionais que estão empenhados em responder o melhor e mais depressa possível às necessidades de longa data do Hospital de S. João", afirmou Marta Temido.

O Governo autorizou no dia 19 de setembro a administração do Centro Hospitalar Universitário de São João a lançar o concurso para a conceção e construção das novas instalações do Centro Pediátrico.

A autorização foi concedida através de despacho assinado pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, e pelo então ainda ministro da Saúde, Adalberto Fernandes, publicado no Diário da República.

Segundo Marta Temido, a nova valência é um "equipamento muito significativo e que precisa de ser muito planeado".

"Estamos todos empenhados em conseguir responder o mais depressa possível às necessidades do S. João e às necessidades, concretamente, das crianças e dos pais. É isso que está a ser feito [planear melhor]", garantiu a ministra.

Marta Temido referiu que "há um projeto que está a ser revisto" e que a informação que dispõe é que "o centro hospitalar está com as equipas técnicas a analisar o projeto que já era de alguns anos" sendo que "o trabalho ainda não está completo" e que "muito recentemente o conselho de administração decidiu optar por uma solução que permitiria rever o projeto e imprimir celeridade".

"Posto isso, é necessário avançar com o concurso para a obra", disse.

Há dez anos que o hospital tem um projeto para construir uma nova ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.

Em junho, o presidente do Centro Hospitalar do S. João afirmou que o problema do centro ambulatório pediátrico, que inclui o hospital de dia da pediatria oncológica, ficou resolvido, mas "continuam a faltar as instalações do internamento pediátrico".

Estudo
A cobertura vacinal do sarampo diminuiu em 12 dos 28 estados da União Europeia a partir de 2010, segundo um estudo da Comissão...

O relatório “O estado da confiança nas vacinas 2018”, publicado na terça-feira, sublinha que os recentes surtos de sarampo na Europa foram “os mais elevados em sete anos” e ilustram “o impacto imediato do declínio da cobertura” vacinal.

A cobertura com a primeira dose de vacina do sarampo e rubéola decresceu entre 2010 e 2017 em 12 países da União Europeia: Bulgária, Croácia, Estónia, Eslováquia, Eslovénia, Finlândia, Grécia, Holanda, Lituânia, Polónia, Roménia e República Checa.

Em alguns destes países, a confiança na segurança da vacina do sarampo atinge os valores mais baixos da União Europeia, como no caso da Suécia, Bulgária e Letónia, em que menos de 70% da população confiam na vacina do sarampo e rubéola.

Em termos globais na União Europeia, são menos de 80% os que consideram a vacina do sarampo como segura. Em Portugal, quase 96% da população consideram esta vacina segura.

Aliás, Portugal é o país da União Europeia com a maior percentagem de população a confiar nas vacinas, considerando-as seguras, efetivas e importantes para as crianças.

O estudo da Comissão Europeia foi baseado em inquéritos feitos nos 28 países durante o mês de maio, alguns por telefone e outros realizados ‘online’. Foram entrevistadas cerca de 29 mil pessoas de uma amostra representativa de cada estado-membro, questionando-se especificamente a confiança na vacina do sarampo, doença que teve recentemente na Europa surtos ou ressurgimento de casos.

Segundo um relatório deste mês do Centro Europeu de Controlo de Doenças, foram reportados mais de 13 mil casos de sarampo na Europa num ano, entre setembro de 2017 e setembro deste ano.

Em Portugal, a vacina contra o sarampo faz parte do Programa Nacional de Vacinação, segundo o qual deve ser administrada aos 12 meses e aos cinco anos.

Estudo
Portugal é o país da União Europeia com a maior percentagem de população a confiar nas vacinas, considerando-as seguras,...

Segundo um estudo promovido pela Comissão Europeia, 98% dos portugueses consideram as vacinas importantes para a saúde das crianças, 96,6% entendem que são efetivas e mais de 95% dizem que são seguras.

Portugal surge como o país com maior percentagem de população a encarar as vacinas como seguras, efetivas e importantes na infância.

O estudo “O estado da confiança nas vacinas 2018”, publicado na terça-feira, foi baseado em inquéritos feitos durante o mês de maio, alguns por telefone, outros presenciais e outros ainda realizados ‘online’. Em Portugal foram feitos online a cerca de mil pessoas.

O inquérito, feito nos 28 países da União Europeia a um total de perto de 29 mil pessoas de uma amostra representativa de cada estado-membro, questionou especificamente a confiança na vacina do sarampo, doença que teve recentemente na Europa surtos ou ressurgimento de casos, em parte atribuídos a uma redução da vacinação.

Portugal surge igualmente com a maior percentagem de pessoas que consideram segura e importante para as crianças a vacina trivalente contra o sarampo, rubéola e papeira.

Suécia, Bélgica, Bulgária e Letónia são os países com menor percentagem de população a considerar como segura a vacina do sarampo.

Em termos globais na União Europeia, são menos de 80% os que consideram a vacina do sarampo como segura, percentagem que é ainda mais baixa em relação à vacina da gripe, com menos de 70% da população europeia a encará-la como segura.

moovt.pt
Filipa Bento, com paralisia cerebral, criou em Coimbra a moov.t - Agência da Acessibilidade com o objetivo de melhorar as...

A empresa, cuja página foi lançada hoje (moovt.pt), vai trabalhar na área da consultoria, especializada em acessibilidade arquitetónica, digital e para documentos digitais e impressos.

Fundada por uma pessoa com deficiência, em Coimbra, a moov.t tem como objetivo "criar um Portugal mais acessível para pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e com dificuldades funcionais", explica uma nota de imprensa.

"Para usufruir de uma vida plena, preciso que os espaços públicos, equipamentos coletivos, edifícios públicos e edifícios habitacionais sejam acessíveis. Para outras pessoas, com limitações cognitivas e sensoriais, o acesso à informação, a produtos e serviços acessíveis é fundamental", defende a fundadora da empresa, Filipa Bento, citada na nota.

Segundo informação da empresa, a moov.t nasceu no Bootcamp do projeto TEC - Transformar, Empreender, Criar e, em simultâneo concorreu à edição de 2017 do concurso Acredita Portugal, do Montepio, onde esteve entre os semifinalistas.

"Prestamos serviços de consultadoria em acessibilidade arquitetónica, web e digital e comunicacional e fazemos a avaliação e certificação arquitetónica, web e digital e documental", esclarece a moov.t, sublinhando que se estima que haja um milhão de deficientes em Portugal.

De acordo com a nota de imprensa, a moov.t é a única empresa que faz avaliação e certificação de acessibilidade arquitetónica e de acessibilidade de ‘websites’, aplicações móveis e outros meios digitais.

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