Prémio distingue profissional de cuidados de longa duração
Uma enfermeira que nunca conseguiu emprego em Portugal é finalista pela segunda vez consecutiva do prémio de melhor...

Apesar de ter sido finalista não vencedora dos 'National Care Awards' em 2017, Sílvia Nunes foi nomeada novamente este ano por superiores, colegas e residentes do lar de idosos onde trabalha em Thetford, uma localidade 140 quilómetros a nordeste de Londres.

"Foi uma surpresa, porque é muito difícil ir pela segunda vez à final. Estar nos cinco melhores do país já é muito bom", admitiu a portuguesa à agência Lusa.

O prémio da categoria de "Care Registered Nurse" pretende reconhecer um profissional de cuidados de longa duração que demonstre excelentes qualidades clínicas e de gestão e "um alto nível de dedicação e apoio às pessoas que ajuda".

"A Sílvia é fora de série!", resume Ruth French, a diretora de operações do grupo Stow Healthcare, que gere cinco lares de idosos nas regiões de Suffolk e Essex (leste), em declarações à Lusa.

Além de ser uma "profissional de saúde talentosa e competente", French atribui mérito à portuguesa por, juntamente com a diretora do lar Ford Place, Alison Charlesworth, ter dado a volta à instituição, que foi avaliada pelo regulador Care Quality Commission com a nota máxima de 'Outstanding' [Excecional] este ano.

"A Sílvia ajudou a nossa equipa a capacitar-se, apoiando-os para poderem cuidar dos residentes com necessidades de cuidados muito complexos. Isso tornou Ford Place no 'lar mais desejado' da nossa área para cuidados paliativos e para aqueles que precisam de muitos cuidados de enfermagem", elogiou.

Atualmente a estudar para ser diretora de lares de idosos, Sílvia Nunes, de 33 anos, teve uma ascensão rápida tendo em conta que mal falava inglês e não estava habilitada a trabalhar como enfermeira quando chegou ao Reino Unido, em 2014.

Natural de Vila do Conde, saiu de Portugal frustrada com a dificuldade em encontrar emprego após a licenciatura na Escola Superior de Saúde do Vale do Ave, em 2013.

"Fui entregar o currículo a vários sítios à procura de trabalho, mas disseram-me sempre que não empregavam a enfermeiros qualificados há menos de um ano e nenhum hospital me chamou para concursos. Trabalhei num apoio domiciliário em Vila do Conde e era voluntária dos Bombeiros Voluntários, mas não era suficiente para sobreviver e pagar contas", contou à Lusa.

Em vez de seguir a via do recrutamento através de agências, como centenas de outros enfermeiros portugueses que trabalham em hospitais no Reino Unido nos últimos anos, Sílvia Nunes decidiu "entrar numa aventura" pelos seus meios.

"O meu inglês era fraco, quase inexistente, tive de aprender cá. Consegui trabalho num lar enquanto esperava o meu PIN [cartão profissional] para exercer através da Ordem dos Enfermeiros de cá, que demorou 10 meses", contou à Lusa.

Em dezembro de 2015, sete meses depois de trabalhar como enfermeira, foi promovida a diretora clínica e em setembro de 2016 a vice-diretora, tendo contribuído para melhorar o funcionamento ao nível do pessoal, mas também da assistência aos residentes.

No documento de nomeação para o prémio são referidas várias ações atribuídas a Sílvia Nunes, como a introdução de um reforço de nutrição, como doses reforçadas de laticínios, fruta ou mel, para compensar o corte do financiamento público dos suplementos alimentares.

Noutros casos, sugeriu alterações na alimentação ou medicação para melhorar o bem estar, o aumento de peso ou que ajudaram no tratamento de feridas.

"A Sílvia tem um cuidado especial com os meus pés e pernas e não tem problema nenhum em ficar de joelhos para ter certeza de que eles são bem tratados e não me causam problemas. Eu tive uma ferida teimosa no meu pé que demorou muito a cicatrizar e beneficiou enormemente por ter a Sílvia a acompanhá-la com muita atenção", descreveu a residente identificada apenas como IC, num documento de apoio à nomeação para os prémios.

O lar Ford Place, onde Sílvia Nunes trabalha, também está nomeado para a categoria de "Care Home of the Year" [Lar de Idosos do Ano] dos National Care Awards, atribuídos pela publicação Care Times, sendo os vencedores anunciados em 30 de novembro em Londres.

Antes, a 15 de novembro, terá lugar a gala regional do leste de Inglaterra dos Great British Care Awards, outro prémio para o qual a vilacondense está nomeada na categoria de Good Nurse Award.

Se vencer, poderá ser finalista a nível nacional, cujos vencedores serão conhecidos em março de 2019.

Refletindo sobre percurso e experiência no Reino Unido, a portuguesa garante que tem sido "fantástica" e que nunca sentiu ser tratada de forma diferente ou como estrangeira.

"Quando o meu inglês era muito fraco, sempre me ajudaram a tentar melhorar: ajudavam-me a escrever e corrigiam os meus relatórios se não estivesse correto", lembrou.

Apesar de os prémios para os quais está nomeada não se traduzirem numa recompensa monetária, Sílvia Nunes diz sentir-se reconhecida a nível pessoal e profissional quando colegas, residentes e familiares do local de trabalho se mostram orgulhosos porque têm "uma das melhores enfermeiras do país".

«Together Helping Women»
Uma organização fundada por uma lusodescendente em Toronto, no Canadá, está a ser um recurso importante no apoio a mulheres...

A Fundação Together Helping Women foi fundada apenas em junho de 2016 por Ana Pereira, uma vítima de um cancro na mama, mas a organização já tem um papel importante na sociedade local.

"O nosso objetivo é angariar fundos para ajudar essas mulheres (com cancro) porque temos tido poucos voluntários", disse à agência Lusa Ana Pereira.

A responsável da fundação falava, no sábado à noite, durante a terceira gala de angariação de fundos para auxiliar vítimas do cancro, organizado pela Together Helping Women. Nesta edição, o tema foi a leucemia.

"Queremos ajudar mulheres com qualquer tipo de cancro. Nesta edição, estamos a assinalar o tema da leucemia. Já abordámos outros temas, como o cancro da mama e dos ovários", acrescentou.

Com cerca de 300 convidados, os lucros do jantar de gala reverteram para as vítimas de cancro, pessoas com "baixo rendimento, sem acesso ao seguro de saúde", acima de tudo pessoas "mais necessitadas, como mães solteiras", exemplificou.

Nem todas as vítimas têm acesso ao sistema de saúde de Ontário, daí que a fundação desempenhe um importante papel no acompanhamento das vítimas.

"Hoje em dia, as pessoas da comunidade portuguesa estão muito abertas. As estatísticas da Sociedade Canadiana do Cancro revelam que uma em cada duas mulheres padecem de um cancro. Há ainda muito tabu, mas as pessoas estão mais abertas", sublinhou.

Uma das vítimas, com um tumor no cérebro, Vanina Reynoso, destacou a importância de associações como a Together Helping Women no acompanhamento das mulheres afetadas por esta doença.

"Através destas associações conhecemos imensas pessoas que passaram pelo mesmo problema e não nos sentimos tão sozinhos. Isto é muito importante porque ajudam-nos a ultrapassar os medos", recordou.

Ainda enviou uma mensagem de esperança a todas aquelas afetadas pela doença porque a "maior parte do tempo é difícil", mas a "esperança é sempre a última a morrer".

Outra das vítimas, Patrícia Rocha, há 13 anos no Canadá, natural de Póvoa de Varzim, uma sobrevivente de um cancro na mama, diagnosticado em julho de 2017, reconheceu o trabalho da fundação.

"Sempre estiveram do meu lado, nas consultas e no tratamento de quimioterapia, acompanhando-me. Disponibilizaram-se para me apoiar financeiramente, nomeadamente a peruca, mas não foi necessário. Preferi que a disponibilizassem para outra vítima que tivesse problemas com a imagem", contou.

A fundação tem um papel importante mas as vítimas "têm de ter força de vontade, autoconfiança", pois só assim se consegue ir até fim.

De acordo com dados de 2016 da Sociedade Canadiana de Leucemia, 138.100 canadianos padeciam de uma forma de cancro no sangue, 43.335 de um linfoma, 22.510 de leucemia e 7.455 de um mieloma.

chefe de Estado alertou para as "fragilidades de sistemas políticos"
O Presidente da República desaconselhou "perplexidades e incertezas" em "matérias sensíveis" como a...

Marcelo Rebelo de Sousa falava durante uma sessão comemorativa do 40.º aniversário da União Geral dos Trabalhadores (UGT), na sede desta central sindical, em Lisboa, na presença do ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Vieira da Silva.

Após elencar os desafios da União Europeia, o chefe de Estado passou para o plano nacional, declarando: "Portugal precisa de continuar a crescer e crescer mais e criar emprego, de manter rigor orçamental, de ir diminuindo o endividamento nomeadamente público, de se não esquecer das desigualdades que importa corrigir, da pobreza que cumpre combater".

"De evitar em matérias sensíveis como a educação, a saúde, a Segurança Social perplexidades e incertezas, em particular nos mais frágeis de todos. E, claro, precisa de prosseguir e acelerar em qualificação, inovação, ciência, tecnologia, aposta de futuro", completou.

O Presidente da República observou que "é quase uma quadratura do círculo" e acrescentou que exige "sistema político forte, alternativas não menos fortes e claras, capacidade de representar anseios, indignações, reivindicações antigas e novas".

Em relação ao contexto europeu, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou a mensagem que tem repetido em diversas ocasiões de que "a Europa precisa de não deixar sem decisão, ou com decisões frouxas ou adiadas, o relacionamento com o Reino Unido" e tem também de tomar decisões rapidamente sobre "o crescimento, o emprego, a União Económica e Monetária, o quadro financeiro plurianual, as migrações e os refugiados".

No plano global, o chefe de Estado voltou a alertar para as "fragilidades de sistemas políticos, de sistemas de partidos, de parceiros sociais, de instituições múltiplas, de vivência democrática" e a defender que não se pode "cair no unilateralismo, no protecionismo, no isolacionismo, na guerra económica, que é sempre uma guerra política".

"Não é, pois, fácil esta era que se segue aos 40 anos de vida", concluiu, referindo-se à UGT.

Nesta sessão comemorativa discursaram também o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, o ministro do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva, o presidente do Conselho Económico e Social, António Correia de Campos, o vice-presidente da Assembleia da República Jorge Lacão, e o presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina.

Há um milhão de pessoas com diabetes em Portugal
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) anunciou que vai promover em 14 de novembro uma ação de sensibilização, no...

O coordenador do Núcleo de Estudos de Diabetes Mellitus (NEDM), Estevão Pape, explica, citado num comunicado da SPMI, que “o desafio passa por convidar as famílias a realizar uma experiência de um dia em que não consumam alimentos açucarados, tais como bolos, doces, cereais, refrigerantes, bebidas alcoólicas, entre muitos outros”.

O tema central deste ano é a “Família e a Diabetes”, e a SPMI convida as famílias portuguesas a moderar o consumo de açúcar, diminuindo assim as probabilidades de desenvolvimento da doença.

O Presidente da SPMI, João Araújo Correia, esclarece, no mesmo comunicado, a importância que este tipo de ações pode ter junto da população, uma vez que contribui, de um modo geral, para que a população adote um estilo de alimentação saudável.

“Conseguimos não só contribuir para uma melhoria da saúde de todos nós, como inclusive destacamos o papel do especialista de Medicina Interna no contexto hospitalar e na promoção da discussão pública e científica ligada às diversas temáticas da saúde”, adianta.

A diabetes é uma doença crónica, caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue e que provoca a deterioração dos vasos sanguíneos, podendo desencadear doenças cardiovasculares, insuficiência renal ou cegueira.

De acordo com o Observatório da Diabetes em Portugal, há um milhão de pessoas com diabetes no país.

Saiba mais
As infecções do tracto urinário, mais vulgarmente conhecida como infecção urinária, são mais comuns
Sistema urinário do homem para ilustrar a infeção urinária

As infecções urinárias afectam o sistema que produz a urina e a transporta para o exterior do corpo: os rins, os ureteres, a bexiga e a uretra. As infecções urinárias são frequentemente classificadas em dois tipos com base na sua localização no aparelho urinário. Ou seja, infecções urinárias baixas ou infecções urinárias altas.

As primeiras incluem a cistite (infecção da bexiga) e a uretrite (infecção da uretra) e são frequentemente causadas por bactérias intestinais que se disseminam para a uretra e, em seguida, para a bexiga. A uretrite pode também ser causada por microrganismos que são transmitidos através de contacto sexual, incluindo a neisseria gonorrhoeae (gonorreia) e a chlamydia. Outra forma de infecção urinária baixa nos homens é a prostatite, que afecta a próstata.

Por outro lado, as infecções urinárias altas envolvem os ureteres e os rins e incluem a pielonefrite (infecção renal). Estas ocorrem frequentemente devido à subida das bactérias pelo aparelho urinário, a partir da bexiga até aos rins, ou, raramente, em consequência dos rins serem atingidos por bactérias transportadas pela circulação sanguínea.

O tipo mais comum de infecção urinária é a cistite, inflamação da bexiga que ocorre em ambos os sexos, mas é mais frequente entre as mulheres devido à anatomia feminina que favorece a infecção. Das infecções que ocorrem nos homens, só um número relativamente reduzido afecta os homens jovens, eventualmente devido aos factores de risco relacionados com este problema.

A cistite é mais comum nos homens que praticam relações sexuais anais e nos que não foram circuncisados. Outros factores que aumentam o risco de infecções urinárias incluem uma obstrução (como a provocada por um bloqueio parcial da uretra, conhecido por estenose) e corpos estranhos, tais como as algálias (que podem ser inseridas para aliviar uma obstrução na uretra). A infecção urinária no homem também está relacionada a problemas de cálculo renal ou a complicações da próstata.

Nos homens com mais de 50 anos, a glândula prostática (uma glândula que se situa próximo da parte inferior da bexiga, envolvendo a porção inicial da uretra) pode aumentar de volume e bloquear o fluxo de urina a partir da bexiga. Esta situação é conhecida por hiperplasia benigna da próstata e pode impedir a bexiga de se esvaziar completamente, o que aumenta a probabilidade das bactérias proliferarem e desencadearem uma infecção.

Por outro lado, existem hábitos e doenças que podem ser factores predisponentes, por exemplo a diminuta ingestão de líquidos, o esvaziamento da bexiga incompleto e pouco frequente, o refluxo da urina da bexiga para os rins, os cálculos (pedras), tumores e alterações do funcionamento da bexiga, diabetes ou a prostatite crónica.

Sintomas da infecção urinária

Os sintomas mais frequentes da infecção urinária são o desconforto ou peso no baixo-ventre, dor e/ou ardor ao urinar, necessidade de urinar mais frequentemente e em pequenas quantidades, por vezes com dificuldade. Frequentemente a urina apresenta um aspecto turvo e um cheiro desagradável, podendo por vezes apresentar sangue.

Nas infecções urinárias complicadas com atingimento do rim, há muitas vezes dor na região lombar, que pode simular a cólica renal, febre elevada com ou sem calafriosnáuseas e vómitos.

A infecção urinária pode, contudo, não dar sintomas e sinais, e o seu médico descobri-la apenas quando executa análises urinárias de rotina.

Diagnóstico da infecção urinária

O especialista diagnostica uma infecção urinária com base nos sintomas e exames (físicos e laboratoriais) efectuados. Pode ainda fazer perguntas sobre a história sexual do doente, incluindo antecedentes de doenças sexualmente transmissíveis (do doente ou do parceiro), a utilização de preservativos, a existência de múltiplos parceiros e a prática de relações anais. Por outro lado, o toque rectal irá permitir avaliar o tamanho e a forma da glândula prostática.

Se o doente for um homem jovem sem sinais de aumento de volume da próstata, o médico pode pedir exames adicionais para identificar a presença de uma anomalia do aparelho urinário que aumente a probabilidade de infecção, uma vez que as infecções urinárias são relativamente raras nos homens jovens com um aparelho urinário normal.

Os exames adicionais podem incluir a ecografia, a tomografia computorizada (TC), a urografia de eliminação (exame em que, após a injecção de um produto numa veia, várias radiografias são sequencialmente tiradas permitindo ver o aparelho urinário), ou a cistoscopia (exame que permite ao médico inspeccionar o interior da bexiga através da introdução de um pequeno instrumento pela uretra).

Prevenção da infecção urinária

A maior parte das infecções urinárias nos homens não podem ser prevenidas. No entanto, factores como a ingestão hídrica abundante ou o tratamento da obstipação podem diminuir a sua incidência. É igualmente recomendável que o homem não retenha urina por longos períodos e esvazie completamente a bexiga durante as micções.

Também a prática de sexo seguro através da utilização de preservativos irá ajudar a prevenir as infecções que são transmitidas através do contacto sexual. Nos homens com hiperplasia benigna da próstata, a redução da ingestão de cafeína e de álcool e a toma de determinados medicamentos podem ajudar a melhorar o fluxo de urina e a prevenir a sua retenção na bexiga, diminuindo assim a probabilidade de infecção urinária.

Tratamento da infecção urinária

As grandes linhas do tratamento das infecções urinárias incluem medidas gerais e instituição de terapêutica medicamentosa, habitualmente com antibióticos, aquele que for mais indicado para a bactéria em causa, contudo os resultados dos exames laboratoriais da urina ajudam o médico a escolher o melhor antibiótico para a infecção. A dose e a duração do tratamento são determinadas pelo especialista conforme as circunstâncias.

De um modo geral, a maior parte das infecções urinárias não complicadas serão completamente eliminadas com sete a dez dias de tratamento. Uma vez terminado o antibiótico, o médico pode pedir ao doente para colher uma nova amostra de urina para verificar se as bactérias desapareceram.

No entanto, os homens com infecções urinárias altas graves podem precisar de tratamento em regime de internamento hospitalar e antibióticos administrados por via endovenosa. Isto é especialmente verdade quando as náuseas, os vómitos e a febre aumentam o risco de desidratação e impossibilitam a utilização de antibióticos por via oral.

Se o doente for um homem idoso com uma próstata aumentada de volume que provoca uma obstrução do fluxo de urina, as opções de tratamento podem incluir medicamentos ou mesmo cirurgia.

Outros tipos de tratamento eventualmente necessário são as correcções de obstrução urinária, extracção de cálculos, a correcção de factores gerais, como a imunodepressão e a diabetes que aumentam de um modo generalizado a tendência dos doentes a infecções mais graves.

Independentemente do tratamento com medicamentos é importante ter em conta algumas medidas gerais como o aumento da ingestão hídrica, o esvaziamento urinário frequente e completo, cuidados gerais de higiene íntima.

Artigos relacionados

Está sempre com vontade de ir à casa de banho? A culpa pode ser da Bexiga Hiperativa

Hiperplasia Benigna da Próstata: uma doença benigna mas preocupante

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Bastonário
O bastonário dos Médicos pediu hoje à nova ministra da Saúde que a aplicação dos sistemas informáticos seja feita “a favor da...

Numa lista de vários “desafios” que deixou hoje à ministra da Saúde na abertura do Congresso da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães começou por referir que “mais de 50% do tempo é utilizado para estar a escrever no computador ou à procura de uma impressora que funcione”.

“Isto é verdadeiramente lamentável”, considerou, lembrando que o tempo nas consultas “é valioso” e que os médicos usam grande parte dela em detalhes e problemas dos sistemas informáticos.

Outro dos desafios fundamentais que a ministra Marta Temido enfrenta é, segundo o bastonário, “uma nova política de contratação”, que rejuvenesça os serviços e as unidades de saúde e que capte os jovens médicos, não os deixando fugir do Serviço Nacional de Saúde.

“É muito grande o número de jovens médicos que tem abandonado o SNS”, disse Miguel Guimarães, referindo que a atual política de concursos não tem cumprido o objetivo de reter os médicos que terminam a especialidade no SNS, o que seria fundamental para que os serviços tivessem um mais adequado equilíbrio etário.

Sobre os jovens médicos, o bastonário frisou ainda que os 10 mil internos (a receber formação de especialidade) representam já um terço de todos os médicos a trabalhar no SNS.

Para o representante dos médicos, a nova ministra tem ainda como desafio um “reforço urgente” da capacidade de resposta das regiões mais periféricas e o combate às desigualdades sociais em saúde.

Miguel Guimarães defendeu mesmo que o Orçamento do Estado para o próximo ano devia contemplar “uma verba específica” para combater as desigualdades sociais em saúde.

O bastonário sugeriu ainda que os contratos programa com os hospitais passem a ter uma percentagem maior alocada à questão da qualidade, sugerindo que “não se pense apenas em números” de produção, mas muito também na forma e na qualidade assistencial.

Consagrar tempo de trabalho dos médicos à investigação é outra das ideias defendidas pelo bastonário, que esclarece que investigar não se trata necessariamente de fazer um mestrado ou um doutoramento, também por exemplo avaliar o que é feito nos serviços diariamente ou a experiência que é feita com determinada patologia. Trata-se de investigar, aferir e avaliar o que é realizado quotidianamente pelos médicos.

O reforço da formação é outro dos desafios colocados à nova ministra da Saúde, que esteve na sessão de abertura do Congresso onde ouviu os recados deixados por Miguel Guimarães. No final, os jornalistas tentaram falar com Marta Temido, que se escusou a responder a perguntas.

Marta Temido tomou posse há menos de duas semanas, substituiu Adalberto Campos Fernandes na pasta.

O 21.º Congresso da Ordem dos Médicos, sob o tema “O Futuro na Medicina”, decorre hoje e amanhã em Lisboa.

Doenças cardiovasculares continuam a ser principal causa de morte
Apenas seis das 28 Unidades de Acidente Vascular Cerebral (UAVC) do país têm equipas de reabilitação completas, revela um...

Promovido pela Sociedade Portuguesa do AVC, o estudo “Caracterização da avaliação e tratamento de reabilitação nas unidades de acidente vascular cerebral em Portugal” analisou as áreas essenciais ao desempenho da reabilitação, a partir das orientações mais atuais relativamente aos cuidados, avaliação, tratamento e orientação pós-alta, com visitas a todas as UAVC do país.

Apesar da comprovação de que estas equipas multiprofissionais são “muito importantes” nas unidades de AVC, “infelizmente em Portugal apenas cerca de 22% das unidades têm as equipas com todos os elementos necessários”, disse à agência Lusa Bárbara Moreira da Cruz, uma das autoras do estudo.

Em 37% das unidades faltam dois ou mais elementos e em 18% faltam três ou mais profissionais, disse a médica fisiatra, sublinhando que “há unidades a funcionar com equipas de reabilitação muito aquém do que seria o desejável” face ao número básico necessário de profissionais para tratar o AVC.

Mesmo nas unidades que têm as equipas completas, há profissionais que “não estão com a carga horária necessária” para responder às solicitações feitas pela unidade, vincou.

Quando estão a funcionar, estas equipas não só poupam dinheiro ao Estado e às famílias como as referenciações para a rede nacional são “mais atempadas” e a referenciação para a rede nacional de cuidados continuados integrados é “mais assertiva” e, por outro lado, são “a única maneira” de promover ao máximo todo o potencial funcional que o doente pode recuperar.

Perante estes resultados, “é urgente que estas equipas sejam formadas e que as deixem trabalhar”, defendeu a médica, apesar de reconhecer que os constrangimentos existentes tornam “muito difícil conseguir elementos para as equipas”.

Lamentou ainda que as contas do serviço de reabilitação sejam feitas tendo em conta o número de consultas de ambulatório que fazem, nunca avaliando o quanto "estas equipas poupam, quantos internamentos tiram, quantos dias menos um doente tem que estar institucionalizado, quantos dias menos de absentismo" vai ter o cuidador”.

“Enquanto essas contas não forem feitas, o país vai perder muito dinheiro”, vincou.

As unidades de AVC são atualmente o melhor local para o tratamento de doentes com acidente vascular cerebral agudo, sendo que as indicações mais recentes vão no sentido de que o tratamento de reabilitação se inicie precocemente, a par do tratamento curativo e de prevenção secundária.

A comunicação e coordenação desta equipa, composta por um médico especialista, terapeutas, fisioterapeuta, enfermeiros, assistente social, nutricionista e psicólogo, “é essencial” para maximizar a eficácia e eficiência da reabilitação, verificando-se que “esforços isolados dos diferentes profissionais para reabilitar o sobrevivente de AVC tornam improvável o atingimento do seu potencial máximo”.

“O que notámos foi que é muito difícil montar a equipa e muitas vezes essa coordenação não está estabelecida”, apesar de haver “um esforço brutal dos serviços para poder responder às necessidades da unidade”, disse Barbara Moreira da Cruz.

Todos os coordenadores das unidades consideraram que o “mais importante e mais urgente” é colmatar a deficiência de não ter profissionais de saúde com disponibilidade para as unidades.

As doenças cardiovasculares continuam a ser principal causa de morte e incapacidade em Portugal, provocando cerca de 35 mil mortes anualmente. Destas, estima-se que 20 mil se devam a acidentes cerebrovasculares e mil a enfartes do miocárdio.

Investir em equipamentos
Pelo terceiro ano consecutivo, os serviços de pediatria dos três hospitais dos Açores estão a vender agendas solidárias,...

“Somos surpreendidos com a solidariedade das pessoas. Anualmente somos surpreendidos com as vendas, e se em 2016 a edição foi de quatro mil agendas, em 2017 foi de seis mil e este ano será de oito mil, sendo que até ao momento o número de encomendas já é significativo, o que demonstra efetivamente que os açorianos são solidários e querem melhorar os cuidados que são prestados às suas crianças”, adiantou, em declarações à agência Lusa, o presidente dos Amigos da Pediatria da Ilha Terceira, Bruno Cardoso.

Segundo o pediatra, a iniciativa é uma forma de a sociedade civil “repor investimentos primordiais nos serviços públicos” e a população dos Açores tem respondido ao apelo.

“O ano passado vendemos 200 agendas na ilha das Flores, o que significa que cerca de 5% da população das Flores adquiriu uma das nossas agendas”, frisou.

Este ano, os super-heróis dão o tema à agenda, que é ilustrada com desenhos de crianças internadas ou que recorreram aos serviços de urgência e às consultas dos três hospitais dos Açores, posteriormente coloridos por um designer.

“A imaginação das crianças é realmente impressionante. Fomos surpreendidos pelo número de super-heroínas, o que vem reforçar a importância do papel da mulher na sociedade de hoje, mas também pela identificação de outras pessoas como super-heróis, como o médico/enfermeiro ou a avó”, apontou Bruno Cardoso.

Em 2016, os Amigos da Pediatria da Ilha Terceira lançaram o desafio ao serviço de pediatria do Hospital da Horta e ao Grupo de Amigos da Pediatria do Hospital de Ponta Delgada para criaram nos Açores uma agenda solidária, à semelhança do que já fazia, por exemplo, a Associação para as Crianças de Santa Maria, do serviço de pediatria do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

A iniciativa junta, este ano, não só os serviços de pediatria dos três hospitais dos Açores, mas também a associação Abraço e a associação Fernandinhos & Companhia, do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, da Amadora.

Segundo Bruno Cardoso, a união de várias associações possibilita “reduzir os custos de produção das agendas, pela maior tiragem e por diluição de custos fixos, permitindo assim angariar mais verbas em favor das crianças utentes das diferentes instituições”.

Nas primeiras duas edições foram vendidas mais de 10 mil agendas e angariados cerca de 25 mil euros, que permitiram que os hospitais da Terceira e de Ponta Delgada adquirissem equipamento médico para as suas unidades de neonatologia, que o Hospital da Horta humanizasse o espaço físico do serviço de pediatria e que a Abraço apoiasse crianças desfavorecidas na Madeira.

Este ano, a agenda estará, pela primeira vez, à venda em todas as ilhas dos Açores.

As associações contam angariar 22 mil euros, que serão investidos na aquisição de monitores para a urgência pediátrica do Hospital da Ilha Terceira e na humanização do espaço físico do Hospital da Horta (quartos da enfermaria), do Hospital de Ponta Delgada (sala de espera) e do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (hospital de dia e sala de atividades), contribuindo ainda para o novo centro de rastreio de VIH, infeções sexualmente transmissíveis e hepatites virais, que a associação Abraço está a criar na Madeira.

Projeto chumbado
O parlamento aprovou hoje uma resolução do PAN para a sensibilização de profissionais de saúde sobre Perturbação de...

O texto do PAN, visando um debate alargado e esclarecimento relacionado com o recurso a vários testes de diagnóstico de PHDA, obteve votos a favor também de PSD, CDS-PP, PEV e do socialista Paulo Trigo Pereira, as abstenções de BE e PCP e o voto contra da restante bancada do PS.

O projeto de resolução bloquista para a prevenção do consumo excessivo de estimulantes do sistema nervoso central (ritalina e 'strattera') no tratamento de PHDA foi chumbado com votos contra do PSD e a abstenção do PS, apesar de votos a favor do resto do hemiciclo.

Outros dois documentos do PAN para realização de estudos sobre o diagnóstico de PHDA e consumo de metilfenidato e atomoxetina e também limites à prescrição daqueles medicamentos, sobretudo em crianças até aos seis anos de idade, foram rejeitados, invariavelmente com votos contra das duas maiores bancadas, PSD e PS.

"Num país marcado pelo elevadíssimo consumo de antidepressivos e ansiolíticos com tendência de crescimento não podemos aceitar esta política que é de pequenino se toma o comprimido", tinha argumentado o deputado único do PAN, André Silva, no debate da véspera, defendendo que quaisquer problemas detetados nestas idades "poderão ser normais e não associáveis a um diagnóstico de PHDA", devendo existir intervenção psicológica.

Em Portugal, calcula-se que 23 mil crianças estejam medicadas para a hiperatividade com défice de atenção.

 

À venda a partir de terça-feira
A escritora Alice Vieira, o selecionador nacional, Fernando Santos, o político Marques Mendes e o músico Pedro Abrunhosa estão...

O Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPO Lisboa) lança, pelo terceiro consecutivo, a Agenda Solidária IPO 2019, que este ano se destina “a angariar fundos para a construção de um novo hospital de dia de oncologia e de hematologia, melhorando as condições do espaço onde os doentes adultos fazem quimioterapia em regime de ambulatório”, refere a instituição em comunicado.

No ano em que comemora 95 anos, o IPO pediu a Alice Vieira, António Barreto (sociólogo), Carlos Fiolhais (professor universitário), Cristina Ferreira (apresentadora), Eduarda Abbondanza (estilista), Fernando Santos, José Gameiro (psiquiatra), Júlia Pinheiro (apresentadora), Laurinda Alves (jornalista), Luís Marques Mendes, Maria Antónia de Almeida Santos (deputada) e Pedro Abrunhosa que partilhassem uma história sobre um acontecimento das suas vidas que fazem questão de festejar.

“Assim nasceram 12 textos inéditos, ilustrados por Marta Torrão, que contam momentos inesquecíveis e marcantes que convidam cada um de nós a celebrar a vida de todos os dias”, sublinha o IPO.

João Oliveira, diretor clínico do IPO Lisboa, assina o prefácio da Agenda Solidária, que este ano tem como título “Comemorar a vida”, que está à venda a partir de terça-feira pelo preço de 13,90 euros.

Em 2018, foram angariados 46.286,30 euros com a venda da agenda, que foram aplicados na Unidade de Transplante de Medula, cujas obras já estão em curso, adianta o instituto, sublinhando que este “projeto tem sido muito bem acolhido por doentes, familiares e pela sociedade, por autarquias e empresas que fazem questão de todos os anos se juntar ao IPO e dar o seu contributo através da aquisição de vários exemplares”.

Somadas as duas edições, as vendas da Agenda Solidária IPO ascenderam os 35.000 exemplares.

No ano passado, o IPO Lisboa realizou mais de 260 mil consultas, das quais 47.500 foram consultas de primeira vez, 7.000 cirurgias (2.000 feitas em ambulatório) e fez 100 transplantes de medula (um terço em crianças).

Em Portugal, a prevalência do cancro está a aumentar e o número de doente em tratamento no IPO também. Em 2017 foram assistidos mais de 11.000 novos doentes e, por ano, o instituto acompanha mais de 57.000 pacientes.

Quanto ao cancro pediátrico, o IPO recebe cerca de 195 novos casos por ano e tem 400 em tratamento.

A Agenda Solidária IPO 2019 será apresentada no dia 6 de novembro, às 11:30, pelo selecionador nacional de futebol Fernando Santos, pela escritora Alice Vieira e pelo político Luís Marques Mendes. Depois da apresentação, no anfiteatro do Instituto, segue-se visita ao Serviço de Oncologia Médica.

Congresso Nacional de Estudantes de Medicina
Mais de 400 estudantes de medicina reúnem-se no sábado e no domingo no Porto para debater “temáticas incomuns" no...

Em declarações à Lusa, o presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, Edgar Simões, explicou hoje que o congresso é “uma forma de preencher lacunas existentes no currículo dos estudantes de medicina e de ter contacto com temas menos acessíveis”.

“Queremos que seja um complemento a todo o conhecimento que se adquire ao longo do curso, contribuindo assim para a formação de futuros médicos mais informados e capazes de lidar com a realidade”, sustentou.

Segundo Edgar Simões, o interesse dos estudantes por estes temas não incluídos na sua formação clássica “traduz-se na procura por este tipo de eventos e, em particular, por este congresso, que vai reunir mais de 400 estudantes, e as inscrições esgotaram em menos de um minuto”.

Enquanto associação nacional, “organizamos um congresso cujo objetivo é por os estudantes em contacto com temas úteis, com os quais eles vão necessariamente ter de contactar ao longo da sua vida, mas não são particularmente abordados nos cursos de medicina e que de alguma forma extravasam a nossa prática clínica corrente, como por exemplo questões de dilemas éticos, medicina humanitária ou medicina de catástrofe”, disse.

Haverá uma sessão plenária sobre o acesso ao internato médico e os problemas no planeamento da gestão de recursos humanos em saúde.

“Vamos aproveitar essa sessão para lançar um manual que elaboramos para os estudantes de medicina com instruções e clarificação de conceitos sobre o acesso ao internato médico”, afirmou.

Os estudantes defendem que “sejam criadas condições de articulação entre a formação das faculdades e depois o acesso à especialidade”.

“Esse tema adequa-se no conceito do congresso na medida em que não contactamos muito com ele no âmbito da nossa formação, mas é muito pertinente para a nossas vidas futuras”, acrescentou.

Nas sessões plenárias serão abordados diferentes temas como: Catástrofes Nacionais, Internato Médico, Medicina Humanitária e dos Migrantes e ainda ‘Designer Babies’ (bebés desenhados à medida do cliente).

Decorrerão ainda três palestras: uma delas centra-se na apresentação de um caso real, com o testemunho de um doente oncológico, outra na abordagem ao empreendedorismo na saúde e a última promoverá uma reflexão sobre temas-chave para o futuro da saúde em todo o mundo, bem como a discussão dos desafios da aplicação da inovação nos cuidados de saúde, num mundo em mudança.

Este ano, o Congresso Nacional de Estudantes de Medicina (CNEM) apresenta como novidade o CNEM ‘Pitch’, que resulta de uma iniciativa conjunta com o Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) e pretende dar forma às ideias e aos projetos originais dos estudantes de medicina.

Os estudantes de medicina vão poder apresentar as suas ideias, sendo que os vencedores receberão apoio financeiro para implementação dos projetos, bem como aconselhamento profissional na área da tecnologia, da inovação e da investigação.

O CNEM ‘Pitch’ está aberto a qualquer estudante de medicina do país, seja ou não participante do CNEM.

“Queremos com o CNEM ‘Pitch’ estimular o empreendedorismo na saúde, com o incentivo aos estudantes de medicina para pensarem em novas ideias e projetos que possam vir a contribuir para a melhoria da profissão, do relacionamento com os cidadãos, da intervenção na sociedade, entre outros”, sublinhou Edgar Simões.

Distinção
O Prémio Nacional de Saúde 2018 distinguiu o neurologista José Remísio Castro Lopes pelo seu contributo na área da doença...

O júri decidiu atribuir o prémio ao Professor José Remísio Castro Lopes, médico, neurologista, tendo em conta, “além da excelência do seu percurso profissional, clínico e académico, o seu contributo para a obtenção de ganhos em saúde na área da doença vascular cerebral, com incessante atividade de difusão de princípios e terapias”, refere a DGS em comunicado.

Este contributo teve “resultados na redução da morbilidade e mortalidade desta patologia tão grave e significativa em termos de saúde pública”, adianta a Direção-Geral da Saúde.

O Júri de Atribuição do Prémio Nacional de Saúde foi constituído por Walter Friederich Alfred Osswald, que presidiu, pelos bastonários das ordens dos Médicos, dos Enfermeiros, dos Farmacêuticos, dos Médicos Dentistas, dos Psicólogos, dos Biólogos, dos Nutricionistas, pelo diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e pelo diretor da Escola Nacional de Saúde Pública.

O Prémio Nacional de Saúde do Ministério da Saúde distingue anualmente “uma personalidade que tenha contribuído, inequivocamente, para a obtenção de ganhos em saúde ou para o prestígio das organizações de saúde no âmbito do Serviço Nacional de Saúde”.

 

Injeção financeira
O Governo aprovou hoje uma verba de 500 milhões para os hospitais EPE pagarem as dívidas em atrasos aos fornecedores, anunciou...

Até à primeira semana de novembro serão pagos 100 milhões de euros” e os restantes 400 milhões de euros serão pagos até ao final do ano, adianta o Ministério da Saúde em comunicado.

O Ministério sublinha que, “embora esta verba se destine exclusivamente ao pagamento de dívidas em atraso, a distribuição pelos vários hospitais foi realizada de forma transversal, contemplando também os hospitais com valores de dívida inferiores”.

O Governo estima que “o valor das dívidas em atraso no Serviço Nacional de Saúde se reduza para 350 milhões de euros no final de dezembro de 2018, não só através desta injeção financeira, mas também na sequência de outras medidas que estão em preparação pelo Ministério das Finanças”.

Estudo ambiental
Investigadores da Universidade de Aveiro vão recolher, durante o fim de semana, amostras de ar em cinco ruas de Viana do...

Em declarações à agência Lusa, o vereador do Ambiente da Câmara de Viana do Castelo, Ricardo Carvalhido explicou hoje que o estudo, designado SOPRO, é coordenado pelo Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), unidade de investigação da Universidade de Aveiro, e conta com a participação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC).

"As poeiras rodoviárias devem ser tidas em conta como elemento determinante para a qualidade do ar, porque a sua composição, embora variada, contém principalmente hidrocarbonetos (como os plásticos) e metais (também metais pesados) com diâmetro por vezes 20 a 30 vezes menor que um cabelo humano, tornando-os inaláveis e difundíveis diretamente para todos os órgãos do organismo através da circulação pulmonar", referiu Ricardo Carvalhido.

O vereador do Ambiente adiantou que "a exposição do ser humano à matéria particulada, principalmente à de menor diâmetro (MP2,5 e MP10), é responsável por efeitos nefastos na saúde, incluindo no aumento da frequência de doenças do foro cardíaco e oncológico".

Além de "permitir o primeiro diagnóstico da quantidade e tipo químico da matéria particulada da cidade", o estudo das poeiras rodoviárias de Viana do Castelo também pretende "contribuir para a literacia científica dos cidadãos, nomeadamente no conhecimento que os veículos contribuem para a poluição do ar, não só através dos gases de escape, mas também a partir de outras fontes, por ventura insuspeitas".

A matéria particulada (MP) "é um conjunto heterogéneo, com origem e composição química diversas, sendo que a maior fonte em grandes cidades provém do tráfego".

"Uma parte significativa destas partículas provém de fontes que não a combustão, como as emissões de escape, mas nomeadamente do desgaste dos travões, da embraiagem, dos pneus e do asfalto, e da ressuspensão de poeiras da estrada, pelo que o perfil climático da cidade também é fundamental conhecer e monitorizar, nomeadamente, e entre outras variáveis, o regime de ventos e a pluviosidade", sustentou.

Para Ricardo Carvalhido, a importância do estudo que vai ser realizado durante o fim de semana "prende-se essencialmente com a necessidade de determinação da composição química do ar que se respira na cidade e a necessidade de garantia da sua qualidade aos cidadãos".

"O assunto assume ainda maior relevo e importância social, porque a par das emissões provenientes de combustão, que têm sido reduzidas com sucesso, nomeadamente através de regulamentação legal, as emissões ‘non-exhaust' não estão controladas, nem são conhecidas".

O responsável autárquico acrescentou que "a aposta do município de Viana do Castelo na mobilidade elétrica impõe a necessidade urgente de ganhos de conhecimento sobre estas emissões rodoviárias, tendo em conta que se irão tornar, até 2030, como a principal fonte de matéria particulada poluente no meio urbano".

O estudo a realizar no fim de semana prevê a colheita de matéria particulada em cinco artérias do centro da cidade de Viana do Castelo. Os ensaios serão repetidos ao longo do próximo ano para uma primeira aproximação à quantidade e perfil químico da matéria particulada no ar da cidade.

Ricardo Carvalhido referiu que aquela investigação se insere na "estratégia de posicionamento de Viana do Castelo como um Território de Ciência e de Conhecimento".

"Este estudo, como outros que estão em curso, contribuirá para a conceptualização e desenho da rede de sensores para a monitorização da qualidade ambiental, projeto já em desenvolvimento e, em parte, em sequência da assinatura do protocolo estabelecido com o Centro de Território, Ambiente e Construção (CTAC) da Escola de Engenharia da Universidade do Minho para a determinação da assinatura ambiental do município. Também participam neste projeto de âmbito alargado o DCT e o IBS da Universidade do Minho e o CIIMAR da Universidade do Porto", especificou Ricardo Carvalhido.

Opinião
A saúde mental é uma componente essencial do estado de saúde de um indivíduo, uma vez que esta é det

O envelhecimento é um tema que tem despertado cada vez mais a atenção dos profissionais de diferentes áreas, devido ao aumento progressivo da população idosa que se tem verificado a nível nacional e mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde, em 2025 existirão aproximadamente 1,2 mil milhões de pessoas com mais de 60 anos em todo o mundo, sendo a faixa etária com maior crescimento. Isto deve-se à redução das taxas de natalidade, assim como ao aumento da esperança média de vida, proporcionada pelos avanços tecnológicos em diversas áreas científicas.

Durante o processo de envelhecimento existem alterações a nível biológico, psicológico e social que podem refletir-se ao nível do comportamento dos idosos, seja nas suas atividades diárias, ou nas suas interações sociais, que vão surgindo de forma progressiva e que podem, em dadas situações, ser limitativas para o indivíduo.

No entanto, o avançar da idade também pode ser visto de forma positiva, como uma fase de maior maturidade e experiência de vida. No fundo, trata-se apenas de dar continuidade ao

processo de desenvolvimento que já acontece em cada um de nós desde que nascemos, tentando viver intensamente cada fase da vida, bem como aceitando e processando as mudanças inevitáveis. Envelhecer bem faz com que valorizemos os ganhos e aceitemos as eventuais perdas, tentando manter a sensação de bem-estar no dia-a-dia.

Um dos primeiros aspetos a considerar neste processo é a aprendizagem constante, pois contribui para que se criem “reservas cognitivas” e se conservem capacidades. Para assegurar um envelhecimento saudável, é essencial apostar na leitura, treinos de memória, atividades manuais e convívio com outras pessoas.

Outro tópico que também devemos considerar é uma boa nutrição. Assim como o corpo muda com a idade, as necessidades nutricionais também mudam. Ao mesmo tempo, as pessoas mais idosas tendem a comer menos, o que implica a carência de nutrientes imprescindíveis para uma boa saúde física e mental. Uma das estratégias a ter em conta, sobretudo para familiares e/ou cuidadores, é a preparação de refeições que sejam atraentes para os sentidos. Também a adequada ingestão de água deve ser uma prática recorrente no dia-a-dia do indivíduo.

Manter-se ativo, fazendo pelo menos 30 minutos de exercício físico aeróbio diariamente, como caminhar rápido, correr ou andar de bicicleta (ou outras alternativas como jardinagem ou natação), tem um valor inestimável para a saúde e bem-estar em qualquer idade, contribuindo para a redução dos riscos de doenças, controlo do peso, melhoria do humor, maior independência e mais interação social.

Conviver e socializar é fundamental para a prevenção de diversos problemas das pessoas idosas e para a promoção de um envelhecimento saudável. Infelizmente, o problema da solidão não nos é alheio, sobretudo nas grandes cidades, onde apesar de existirem tantas pessoas, é possível viver e morrer completamente só. É indispensável pensarmos na integração em grupos de suporte para pessoas isoladas, viúvas, pessoas idosas com deficiência motora, cognitiva ou outra e, em certos casos, procurar o aconselhamento de profissionais de saúde mental, serviço social ou terapeutas ocupacionais.

Paralelamente a este problema, surge a depressão, que não deve ser encarada como “tristeza normal da velhice”, até porque muitas vezes se apresenta com queixas subjetivas. Os familiares e cuidadores, assim como o próprio idoso, deverão ser incentivados a procurar apoio e orientação junto dos profissionais de saúde mental, por forma a melhorar o seu bem-estar e qualidade de vida. Numa perspetiva de promoção da saúde mental, as atividades ao ar livre e as atividades de grupo poderão ajudar a evitar alguns quadros depressivos ou constituir, noutros casos, um grande aliado terapêutico.

Cuidar da saúde mental é importante para todos nós, especialmente para quem se preocupa com um envelhecimento saudável. Ficam aqui algumas dicas que podem ajudar a contribuir para o bem-estar das pessoas mais velhas:

  • Compartilhar o seu tempo com entes queridos, mesmo que seja com atividades como as refeições diárias ou as compras no supermercado;
  • Manter a ligação e a rede de suporte (com a família, amigos e comunidade, seja pessoalmente ou por telefone, email ou redes sociais);
  • Lembrar-se que a atividade física promove o bem-estar mental, físico e social;
  • Apostar numa rotina diária de sono, de forma a diminuir os níveis de stress e promover maiores níveis de energia e humor.
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Alimentação
A presença de resíduos de pesticidas na alimentação convencional pode explicar uma redução comparada de 25% no risco de ter...

Setenta mil voluntários seguidos ao longo de sete anos, de 2009 e 2016. É esta a impressionante dimensão de um grande estudo científico realizado em associação entre o instituto de investigação agronómica francês e a Universidade Paris-XIII. Recentemente publicada na revista JAMA Internal Medicine, escreve a Visão, a mega pesquisa concluiu que quem consome preferencialmente produtos oriundos da agricultura biológica apresenta uma redução de 25% no risco de ter cancro.

A explicação "mais provável" para este resultado encontra-se na "presença de resíduos de pesticidas sintéticos, muito mais frequentes e em doses bem mais elevadas, nos alimentos provenientes da agricultura convencional, em comparação com os produtos biológicos", diz Emmanuelle Kesse-Guyot, investigadora envolvida no estudo.

Os 70 mil voluntários foram divididos em vários grupos, dos consumidores habituais de produtos biológicos aos que nunca os compram, passando por aqueles que ocasionalmente os adquirem. Durante os sete anos do estudo, surgiram no grupo de pesquisa 1 340 casos de cancros - e foi aqui que os investigadores detetaram a referida redução de risco de 25% de ter doenças oncológicas nos consumidores habituais de alimentos biológicos.

"Uma das grandes novidades nas conclusões deste estudo é a ligação altamente coerente com os resultados de pesquisas sobre a exposição profissional a pesticidas", diz o epidemiologista Philip Landrigan, do Boston College, dos EUA, que não participou na investigação francesa. Fica agora "muito reforçada a possibilidade de uma relação entre o risco evidenciado de doença oncológica e a presença de resíduos de pesticidas na alimentação", acrescenta Philip Landrigan.

Investigadores
O presidente da Federação dos Toxicologistas Europeus e das Sociedades Europeias de Toxicologia (EUROTOX), Félix Carvalho,...

“A comunicação com o público, com os políticos e com as agências reguladoras é algo com que, infelizmente, nem todos os cientistas sabem lidar. Precisamos de comunicar melhor a nossa investigação e traduzirmos aquilo que fazemos para que as pessoas percebam qual o seu impacto”, afirmou Félix Carvalho, à margem do 4.º Congresso Internacional de Toxicologia que decorre desde quarta-feira, e termina hoje, num hotel em Matosinhos, distrito do Porto.

Em declarações, Félix Carvalho, também professor da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, considerou que, para que a informação tenha impacto e seja considerada “forte e fidedigna”, é “necessário um esforço muito grande” dos investigadores.

“É necessário um esforço muito grande para que o conhecimento se possa traduzir numa melhoria das condições das populações, assim como numa melhoria dos gastos com a saúde. Nós, enquanto cientistas e investigadores, temos a responsabilidade de aumentarmos a transmissão de conhecimentos na área da toxicologia”, frisou.

Numa sessão em que os investigadores debateram o impacto, quer para a saúde pública, mas também ambiental, do desperdício de plástico, da utilização de pesticidas e dos antibióticos, Félix Carvalho salientou ainda a necessidade de se “evitar situações que criam o pânico”.

“Por vezes, há determinadas situações e movimentos, como foi o caso da gripe das aves, que originam, por parte da população e do governo, um grande pânico e uma reação que custa milhões de euros ao país, sem que isso se traduza em qualquer benefício”, exemplificou.

O 4.º Congresso Internacional de Toxicologia, promovido pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, conta com a presença de cerca de 200 investigadores, oriundos de 27 países.

Segundo o responsável pelo congresso e também investigador do ISPUP, João Paulo Teixeira, o evento possibilita "divulgar o trabalho feito em Portugal" e dá "a oportunidade aos jovens investigadores de contactarem com os especialistas da toxicologia".

“Ao contactarmos com os especialistas mundiais da área da toxicologia, explicarmos o que estamos a desenvolver e aquilo que ambicionamos fazer, este congresso permitiu trazer valor a Portugal, ganhar projeção a nível mundial e celebrar novas colaborações”, acrescentou João Paulo Teixeira.

Estudo
Segundo a Associação Americana do Coração, mais de 40% das pessoas com mais de 25 anos sofrem de hipertensão.

Ter uma má saúde e higiene dentária aumenta o risco de hipertensão, segundo uma investigação apresentada pela Associação Americana do Coração (AHA) e publicada na revista científica "Hypertension".

Depois de analisar mais de 3.600 exames dentários de pessoas hipertensas, o estudo concluiu que as pessoas com doenças nas gengivas têm 20% menos possibilidades de ter uma tensão arterial saudável.

De acordo com o estudo, todas as pessoas que apresentam pressão arterial alta devem submeter a sua saúde dental a análise e tomar medidas caso haja irregularidades.

Cáries tão graves quanto excesso de sal?
Os pacientes que apresentavam periodontite severa também tinham uma pressão sistólica de 3 mmHg (unidade de pressão em milímetro de mercúrio), em média, mais alta que aqueles com boa saúde dental.

Segundo o estudo, esta diferença da pressão sistólica (mede a pressão do sangue contra as paredes das artérias) é similar à que um paciente com pressão arterial alta poderia diminuir se reduzisse o consumo diário de sal em 6 gramas diários, o equivalente a uma colher pequena.

A investigação frisa ainda que as gengivas avermelhadas ou inflamadas, o sangramento quando se utiliza fio dental, entre outros sintomas, podem ser sinais de problemas periodontais.

"Os médicos deveriam prestar muita atenção à saúde oral dos pacientes, particularmente daqueles que recebem tratamento para a hipertensão, e pedimos a todos aqueles com sinais de doença periodontal para que procurem cuidados dentários", assevera Davide Pietropaoli, da Universidade de L’Aquila, Itália, e autor do estudo.

Segundo a AHA, mais de 40% das pessoas com mais de 25 anos sofrem de hipertensão.

União Europeia
A hora muda este domingo. O Observatório Astronómico de Lisboa recomendou ao Governo manter a mudança da hora e considera que a...

O Governo português já anunciou à União Europeia (UE) que pretende manter a mudança da hora e “manifestou discordância” com a proposta da Comissão Europeia, confirmou nesta quinta-feira ao jornal Público o Ministério do Planeamento.

Hora muda este domingo
Em plena discussão sobre se a mudança da hora deve ser abolida, os ponteiros continuarão por enquanto no mesmo passo de sempre: os relógios atrasam uma hora na madrugada deste domingo (às 2h passa a ser 1h); nos Açores, a mudança é feita à 1h de domingo e o relógio passa a marcar meia-noite.

A proposta da Comissão Europeia de abolir a mudança horária foi anunciada em Agosto, pedindo aos governos de cada país que se pronunciassem até Abril. Se a decisão da Comissão Europeia for avante, a proposta terá de ser ainda aprovada pelo Parlamento Europeu e depois pelo Conselho Europeu.

A decisão portuguesa foi tomada por ser esse o “entendimento da ciência”, dizia o primeiro-ministro, António Costa, em Outubro. Por base tem um relatório de 44 páginas feito pelo diretor do Observatório Astronómico (OAL, a entidade competente nesta matéria), Rui Agostinho.

“A melhor argumentação para não acabar com a mudança da hora é que já passámos por isto e as pessoas não gostaram”, diz ao jornal Público Rui Agostinho, referindo-se ao período entre 1992 e 1996, quando Portugal tinha o mesmo horário que Bruxelas (e ainda adiantava uma hora no Verão). “Se acabarmos com a mudança da hora, daqui a quatro anos vamos ter queixas. Temos a experiência de ter acontecido, não é apenas raciocínio científico.”

Ficar sempre no horário de Verão (UTC+1) implicaria um amanhecer tardio, chegando a ser por volta das 9h em alguns meses, e “as pessoas precisam de luz solar para despertar, para o corpo reagir”, o que seria sobretudo prejudicial para as crianças e para os jovens. “Se poderíamos viver com isso? Claro que sim, ninguém morre e nós adaptamo-nos. Se é a melhor solução? Não, não é”, argumenta.

Mudar a hora em Setembro
Além de manter o regime de mudança de hora atual, o diretor do OAL considera que a transição para o horário de Inverno deveria acontecer no final de Setembro e não no final de Outubro, para ser uma mudança mais suave. “Era essa a tradição no continente europeu, à exceção das ilhas britânicas que faziam no final de Outubro e assim acabou por ficar [em 1995]”, explica.

E dá o exemplo de uma pessoa que saia do trabalho às 17h30: em Setembro sai e ainda tem mais do que uma hora de sol e quando muda a hora em Outubro passa a ter só dez minutos de sol; se a hora mudasse no final de Setembro, ainda teria cerca de uma hora de sol para aproveitar. “Ainda consegue usufruir dessa luz solar e o impacto não é tão negativo”, afirma.

Desde 2001 que os Estados-membros da União Europeia são obrigados a mudar a hora legal duas vezes por ano: a primeira no último domingo de Março e a segunda no último domingo de Outubro. Agora, a União Europeia sublinha que a decisão de mudar a hora é uma “competência nacional”, mas quer que exista uma decisão concertada pelo menos entre países vizinhos. “Em Espanha ainda estão a debater internamente, mas o lado da ciência também é favorável a manter a existência da hora de Verão”, adianta o diretor do OAL.

Um inquérito “enviesado”
Para tentar averiguar qual o regime que os cidadãos preferem, a União Europeia fez um inquérito online que somou cerca de 4,6 milhões de respostas (de mais de 500 milhões de habitantes na UE), uma participação recorde numa consulta pública europeia. No inquérito, 84% dos inquiridos disseram estar a favor de manter sempre o mesmo horário. Só 0,33% dos portugueses votaram, e a grande maioria (79%) disse estar a favor de manter o horário de Verão para sempre.

Rui Agostinho diz ser importante “combinar a voz da ciência com a experiência dos cidadãos”, mas não concorda com a forma como foi feito o inquérito. “Trata-se de uma amostra altamente enviesada e que não é representativa da opinião média da Europa”, protesta, dizendo que o preenchimento do questionário “deveria ter sido obrigatório”. “Deveria ter sido um inquérito com uma discussão alargada, com debates a explicar os prós e contras. Deveria ter sido uma votação fundamentada com consciência das implicações”, assegura.

Um dos argumentos para manter sempre a mesma hora é o incómodo causado pela mudança. Rui Agostinho compara esses efeitos a uma viagem aos Açores, em que os impactos da mudança da hora depois de chegar a terra são quase nulos: “Há quem fique incomodado com a mudança da hora, mas ninguém ficou perturbado de tal forma que não consiga fazer a sua vida normal. Sentem os efeitos durante um ou dois dias, uma semana no máximo”.

E-mails insultuosos
Rui Agostinho refere que tem recebido alguns e-mails insultuosos por defender a mudança da hora, mas diz que há também quem o aborde e “reconheça os impactos negativos da hora constante, dizendo que não é a melhor maneira de aproveitar a luz do sol”. “Quando percebem a argumentação, tornam-se mais favoráveis à manutenção do regime atual”, explica.

Os únicos países a votarem maioritariamente no inquérito (que decorreu de 4 de Julho a 16 de Agosto) a favor de manter a mudança foram o Chipre e a Grécia. Todos os países preferem manter sempre o horário de Verão à exceção da República Checa, Holanda, Finlândia e Dinamarca, que pretendem o horário de Inverno.

Para Portugal, ficar sempre no atual horário de Inverno significaria que o sol no Verão nascia perto das 5h, havendo “uma madrugada de sol desaproveitada seguida de um final de tarde com menos uma hora de sol”, lê-se no relatório entregue ao Governo em Agosto.

OE2018
Os pagamentos em atraso das entidades públicas totalizaram 1.136 milhões de euros até setembro, menos 70 milhões de euros em...

Comparando com o mês anterior, os pagamentos em atraso (dívidas por pagar há mais de 90 dias) aumentaram em 91 milhões de euros, segundo a Direção-Geral do Orçamento (DGO).

Para a evolução homóloga, contribuíram, essencialmente, os Hospitais EPE (entidade pública empresarial), com uma diminuição do valor em dívida em 102 milhões de euros. Porém, verificou-se um aumento na administração central e local (ambas em 13 milhões de euros) e também na administração regional (12 milhões).

Face ao mês anterior, o aumento ficou a dever-se sobretudo aos Hospitais EPE (86 milhões de euros).

Em setembro, os pagamentos em atraso nos Hospitais EPE fixaram-se em 859 milhões de euros, seguindo-se a administração local com 120 milhões de euros em dívida.

Na administração regional os pagamentos em atraso totalizaram 111 milhões, na administração central (excluindo o subsetor saúde) 30 milhões, nas empresas públicas reclassificadas 13 milhões de euros e no subsetor da saúde três milhões.

Segundo um comunicado do Ministério das Finanças, "prevê-se que esta redução dos pagamentos em atraso se acentue ainda mais nos próximos meses".

 

Páginas