OMS
O acordo de Paris para conter as alterações climáticas pode ser "o mais ambicioso plano de saúde pública deste século&quot...

A diretora do Departamento de Saúde Pública e Ambiente da Organização Mundial de Saúde, Maria Neira, apontou a falta de acesso a água potável, a falta de alimentação por degradação da agricultura e a poluição atmosférica como os "três pilares da saúde pública" afetados pelas alterações climáticas.

As doenças respiratórias como a asma, agravadas pela poluição atmosférica, causam "sete milhões de mortes" no mundo anualmente, segundo os dados da Organização Mundial de Saúde citados por Maria Neira, que falava num seminário sobre adaptação do sistema de saúde às alterações climáticas promovido pela Direção-Geral da Saúde na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

O cumprimento das metas do acordo de Paris para conter o aquecimento global "pode ser o mais ambicioso plano de saúde pública deste século".

"Os representantes da saúde não podem só falar de doenças" e devem apontar o caminho para medidas como a redução do uso de combustíveis fósseis, a regulação do trânsito nas cidades, incentivo a transportes públicos "mais baratos e acessíveis" e consumo eficiente de energia, defendeu.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou que "as alterações climáticas têm que passar a estar nas agendas" dos serviços de saúde.

As mudanças na flora e na fauna significam que os insetos que transportam doenças como "o dengue, a malária e o vírus Zika" chegam a geografias onde não costumavam estar e já se registam "invasões destas espécies na Europa".

A ministra da Saúde, Marta Temido, indicou por seu lado que é preciso "reforçar a vigilância" e a colaboração internacional para antever e prevenir epidemias desse género.

A Madeira já teve casos de dengue em 2012 e a doença também já apareceu em Espanha, Itália e França, invocou, considerando que as consequências das alterações climáticas são "um problema que toca a todos e um problema do presente".

O especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos, apontou que a concentração atual de dióxido de carbono "é a mais elevada em dois milhões de anos".

Fenómenos como furacões e outras manifestações meteorológicas extremas estão a tornar-se mais frequentes e mais graves, indicou, e as suas consequências vão muito para além das mortes diretas e dos danos que provocam.

Em países menos desenvolvidos, onde as condições de vida são à partida piores, a destruição de infraestruturas e das redes de água potável favorecem epidemias de cólera e doenças diarreicas.

Evento agendado para 26 de novembro
No próximo dia 26 de novembro, Portugal recebe, pela primeira vez, o FÓRUM Diplomacia da Saúde, uma iniciativa que procura...

Serão, por isso, abordadas as negociações que moldam as políticas de saúde a nível global, como a gestão e controlo de epidemias e também o impacto das alterações clínicas na saúde.

O evento, que terá lugar na Reitoria da Universidade do Porto, vai reunir uma lista privilegiada de oradores com experiência na área da Saúde e da Diplomacia. Entre os convidados de honra, estão confirmados: José Martins Nunes, Alto Comissário para a Saúde Global, Eurico Castro Alves, Presidente da Comissão Organizadora da Convenção Nacional de Saúde, e Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos.

A 1ª edição do FÓRUM Diplomacia na Saúde terá uma forte componente formativa. Todos os participantes terão oportunidade de assistir a uma conversa-debate entre três embaixadores: Hélder Vaz (Embaixador da Guiné Bissau), Petr Selepa (Embaixador da República-Checa) e Freitas Ferraz (Embaixador e Diretor do Instituto Diplomático). A 1.ª edição deste Fórum termina com uma maratona de desenvolvimento de proposta para a criação do primeiro Gabinete de Saúde Global em Portugal.

 

População está a envelhecer
Portugal é um país envelhecido e enfrenta ano após ano um decréscimo da população que pode ser minimizado com a entrada de...

“Todos os anos, há menos população do que no ano anterior”, alertou Francisco George, em Coimbra, ao proferir a conferência inaugural do sexto Congresso Regional Envelhecimento Ativo e Saudável, que decorre hoje no Convento de São Francisco.

Portugal é “um país muito envelhecido”, cuja população tem atualmente uma média de 44,2 anos e onde há 155 idosos para cada 100 jovens, salientou.

O antigo diretor-geral de Saúde disse que os portugueses, em média, passaram a ter mais três anos do que tinham há uma década.

“Há aqui um conjunto de fenómenos que nós sabíamos que iriam acontecer e que impõem uma análise e mais reflexão”, acrescentou.

Tais fatores têm contribuído para a perda de população, ficando os nascimentos aquém do número de óbitos verificados, embora a esperança média de vida tenha aumentado sempre nos últimos anos.

“A imigração pode vir alterar de uma maneira muito eficaz e rápida” esta tendência, admitiu.

Francisco George lembrou que a Alemanha “tinha um problema de envelhecimento dramático”, mas a situação foi alterada com a “entrada massiva de milhões de refugiados”, ficando o país com “um perfil demográfico absolutamente diferente”.

“Nós, aqui, não sabemos o que irá acontecer”, afirmou, ao realçar a necessidade de Portugal “organizar respostas sociais” adequadas aos novos problemas do envelhecimento.

Perante um elevado número de idosos afetados por demências, por exemplo, ou outras doenças, importa “distinguir e cuidar de uns e de outros de forma apropriada”, disse o presidente da CVP.

Por outro lado, o Estado, as instituições e os cidadãos em geral têm de “fazer a análise democrática para a saúde”.

No campo do acesso aos cuidados de saúde, “existem desigualdades, existem mesmo iniquidades para ultrapassar”, referiu Francisco George.

“Muitos dos nossos idosos não foram preparados provavelmente para viverem tanto”, disse, por sua vez, o coordenador do consórcio Ageing@Coimbra, que organizou o congresso, Manuel Teixeira Veríssimo.

Na abertura dos trabalhos, Manuel Teixeira Veríssimo frisou que as “boas práticas” da região Centro na área do envelhecimento ativo e saudável são reconhecidas na União Europeia.

“Só nos interessa ter muitos idosos se tiverem qualidade de vida e se forem felizes”, sublinhou o docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Na sessão inicial, intervieram também o vereador Jorge Alves, da Câmara Municipal de Coimbra, e Alexandra Rodrigues, em representação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

Candidaturas estão abertas até 15 de março de 2019
Estão abertas as candidaturas à “Bolsa Neoplasias B Células Maduras”, uma iniciativa da Associação Portuguesa Contra a Leucemia...

O prazo para entrega das candidaturas estende-se até 15 de março de 2019 e o projeto a apoiar deve ter como duração máximo um ano. Esta bolsa dirige-se a investigadores nacionais ou estrangeiros que se encontrem a desenvolver projetos em instituições portuguesas. Serão aceites projetos nas áreas do tratamento, diagnóstico, epidemiologia, qualidade de vida dos doentes e impacto a nível sociológico, sendo valorizados projetos de carácter interdisciplinar e de colaboração entre instituições.

“O apoio à investigação científica é um pilar do nosso trabalho e é por isso que desde 2003 atribuímos bolsas de investigação no âmbito das doenças hemato-oncológicas malignas”, explica Manuel Abecasis, presidente da APCL. Até à data, a associação já atribuiu um total superior a 450 mil euros em bolsas de investigação.

“É com enorme satisfação que em parceria com a APCL e apoio da Gilead a SPH se junta à importante missão de fomentar a investigação científica, reconhecendo, assim, a importância dos contributos que a investigação traz ao futuro da oncologia”, refere Maria Aida de Sousa, presidente da SPH.

“Esta bolsa de investigação enquadra-se na política de responsabilidade social da Gilead, sendo por isso um privilégio podermos contribuir para a geração de valor no domínio da investigação científica na área das doenças hemato-oncologicas” refere Vítor Papão, Diretor Geral da Gilead Sciences Portugal.

Os projetos submetidos serão avaliados por um júri independente, composto por Mário Mariz, diretor do serviço de hemato-oncologia do IPO do Porto, João Raposo, diretor do serviço de hematologia do Centro Hospitalar de Lisboa Norte e Maria Gomes da Silva, professora de hematologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (NOVA) e diretora do serviço de hematologia clínica do Instituto Português de Oncologia de Lisboa.

As candidaturas podem ser enviadas para o email bolsas@apcl.pt e o regulamento deve ser consultado no site da APCL.

‘Standards’ europeus de saúde neonatal”
A Fundação Europeia para os Cuidados do Recém-Nascido vai apresentar no Parlamento Europeu um projeto que visa harmonizar e...

“Vamos lançar no próximo dia 28, no Parlamento Europeu, os primeiros ‘standards’ europeus de saúde neonatal”, que visam melhorar os cuidados que são prestados aos bebés prematuros e às suas famílias, disse à agência Lusa Paula Guerra, dirigente da Associação Portuguesa de Apoio ao Bebé Prematuro XXS, que é membro da fundação europeia.

O projeto ‘European Standards of Care for Newborn Heatlh’, da European Foundation for Care of Newborn Infants (EFCNI), é uma colaboração europeia interdisciplinar de mais de 35 países para desenvolver padrões de cuidados em 11 grandes áreas da saúde neonatal, reunindo mais de 220 profissionais de saúde, representantes dos pais e especialistas da indústria.

“O desenvolvimento e publicação destes ‘standards’ é um importante passo para a harmonização do tratamento e cuidados prestados aos bebés prematuros e recém-nascidos doentes em toda a Europa”, refere a XXS, em comunicado.

Paula Guerra participou ativamente no projeto enquanto mãe de uma bebé que nasceu prematura e que hoje tem 17 anos.

"Foram quatro anos de trabalho para garantir uma boa qualidade de resposta às famílias e aos bebés prematuros", disse a cofundadora da associação XXS, fundada há 10 anos.

A dirigente da associação receia que, com o lançamento deste projeto, “Portugal vá perder o lugar de topo no ‘ranking’ como um dos países com as melhores práticas e os melhores resultados” na área da saúde neonatal.

“O que se tem verificado em Portugal ao longo dos últimos anos é, na verdade, alguma deterioração das condições necessárias à prestação dos cuidados a estes bebés que nascem prematuros”, sublinhou.

Como “grandes preocupações”, apontou a “falta de recursos humanos” e as condições de algumas unidades de cuidados intensivos neonatais, que estão “bastante velhas” e sem espaços acolhedores para os pais.

“Apesar de haver uma lei que diz que os pais podem estar 24 horas por dia com os seus filhos internados”, isso não acontece porque “não há condições para os pais pernoitarem e ficarem com o seu bebé”.

A este propósito, Paula Guerra contou que a XXS está há um ano e meio e pedir para ser recebida por quem está a desenhar o projeto do novo Hospital Todos os Santos para “perguntar se estão a precaver o desenho correto de uma Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais”, que tem necessidades específicas, mas ainda não teve resposta.

A partir da década de 80, Portugal tem reduzido a taxa de mortalidade infantil e melhorado os cuidados prestados às grávidas e aos recém-nascidos.

De acordo com o UE Benchmarking Report 2009/2010 da EFCNI, no início do milénio, Portugal e o Reino Unido eram os dois únicos países europeus com uma política definida para a saúde neonatal e cuidados prestados aos bebés prematuros.

Em Portugal, nascem anualmente cerca de 8.000 prematuros e 10% ficam internados, em média, 60 dias em unidades de cuidados intensivos.

Oito em cada 100 bebés nascem com menos de 37 semanas de gestação e 1% tem menos de 1.500 gramas, sendo que os prematuros representam um terço da mortalidade infantil em Portugal.

Ensaio Clínico
Resultados de um ensaio clínico de fase 1 revelam que a implantação autóloga de células estaminais mesenquimais (MSCs, do...

No ensaio, que pretendeu avaliar a tolerância e segurança da implantação de células mesenquimais, de origem dentária, foram incluídos 40 doentes com idades compreendidas entre 7 e 12 anos, que apresentavam o tecido da polpa dentária em necrose após trauma. Aos dez jovens do grupo controlo foi efetuado o procedimento standard para este tipo de condição e aos restantes foram implantadas MSCs de origem dentária do próprio doente. Os dois grupos foram acompanhados durante 24 meses, não tendo sido observados sinais de rejeição ou inflamação após os procedimentos efetuados. Ao fim de 6, 12 e 24 meses verificou-se a regeneração progressiva do tecido da polpa dentária, com evidente formação das estruturas características deste tecido nos doentes tratados com MSCs. Tais resultados não se verificaram nos doentes intervencionados com o procedimento habitual.

“Pela capacidade regenerativa demonstrada e tendo sido observado que os resultados se mantiveram após 24 meses, esta abordagem poderá ser uma opção de tratamento para lesões dentárias após trauma, e vir a constituir uma alternativa aos procedimentos usados habitualmente. Contudo, serão necessários mais estudos para aferir a total segurança e eficácia desta abordagem terapêutica.”, afirma Carla Cardoso, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

As MSCs são células multipotentes que se podem diferenciar em vários tipos celulares, como células neuronais, entre outros. As MSCs podem ser isoladas de várias fontes incluindo os dentes, a médula óssea e o cordão umbilical. Estas células exibem uma elevada capacidade proliferativa, aliada a funções imunomodeladoras e de regeneração de tecidos.

Os dentes são compostos por três estruturas principais: o esmalte, a dentina e a polpa. O esmalte e a dentina são tecidos mineralizados, com funções mecânicas e protetoras. A polpa ocupa a parte central do dente e é constituída por tecido conjuntivo não mineralizado, ricamente inervado e vascularizado. Esta estrutura desempenha funções nutritivas, defensivas, sensitivas e reguladoras, o que a torna essencial para a vitalidade dos dentes. Após traumas violentos pode ocorrer a necrose da polpa dentária. Esta condição caracteriza‑se por um conjunto de alterações que se traduzem na falência de todo o sistema vascular e nervoso da polpa dentária, sendo a idade um fator de risco. Devido à imaturidade no desenvolvimento da raiz dentária, os jovens apresentam maior probabilidade de necrose após trauma. Quando tal acontece, recorre-se atualmente a procedimentos cirúrgicos que tentam minimizar os danos, no entanto estes são incapazes de promover a regeneração do tecido necrótico da polpa.

Associação XXS
A Associação Portuguesa de Apoio ao Bebé Prematuro XXS alertou hoje que a falta de profissionais de saúde está a obrigar as...

“Há unidades de Lisboa que estão a transferir bebés para Coimbra porque não têm capacidade de resposta às famílias na sua unidade e não é porque não tenham equipamento, mas porque não têm recursos humanos, o que é gravíssimo”, disse à agência Lusa Paula Guerra, dirigente e cofundadora da XXS.

O problema deve-se ao facto de não haver “enfermeiros suficientes” para ter os postos de cuidados intensivos neonatais abertos, adiantou Paula Guerra, advertindo se não forem tomadas medidas urgentes, Portugal corre o risco de deixar de estar entre os melhores da Europa nos cuidados neonatais.

A associação adianta, em comunicado, que a gestão de vagas nas Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais (UCINs) tornou-se num verdadeiro “pesadelo” para os profissionais de saúde.

“O número de vagas disponíveis para internamento em UCINs tem vindo a diminuir significativamente, na maioria dos casos”, por falta de médicos e enfermeiros, o que obriga ao encerramento de salas/camas devidamente equipadas por falta de profissionais, sublinha.

A XXS alerta que a redução do número de profissionais pode provocar “a deterioração dos cuidados prestados aos bebés prematuros.

“Por falta de profissionais, os enfermeiros estão a ser obrigados a reduzir as horas de ações de formação que dão aos pais, assim como a promoção de práticas que promovem a ligação entre pais e bebé dentro das unidades, como é o caso da amamentação e do método canguru, que visam promover o vínculo afetivo entre os pais e os bebés prematuros e são muito importantes para a recuperação”, exemplifica.

A associação refere ainda que o transporte dos bebés entre unidades também coloca problemas.

Por um lado, quando o bebé já está a melhorar, no seu retorno à unidade de origem, é necessária uma enfermeira extra que assegure o transporte, o que, na maior parte das vezes, não é possível devido à falta de profissionais, tendo o bebé de permanecer na unidade de acolhimento até que a equipa de enfermagem se consiga coordenar.

Por outro lado, o tempo de espera e de permanência do bebé que tem de aguardar pela transferência na unidade de acolhimento, leva também a uma gestão complexa por parte dos profissionais de saúde relativamente ao número de vagas (que já são reduzidas) para novos bebés que nasçam nesse momento.

Teresa Tomé, coordenadora da Unidade de Neonatologia do Centro Hospitalar de Lisboa Central, que engloba a Maternidade Alfredo da Costa e a maternidade D. Estefânia, disse à Lusa que tem "havido algumas dificuldades" nas unidades.

“Temos duas unidades que têm um elevado número de postos assistenciais para estes bebés”, mas em períodos em que há uma maior incidência de partos pré-termo, há bebés que têm de ser transferidos por falta de vagas, uma situação que aconteceu com “muita frequência a partir de maio, junho”, disse Teresa Tomé.

Portugal tem uma boa rede de cuidados neonatais, que deu “muito ganhos” ao país, mas essa rede está “com dificuldades” porque "foram fechadas vagas por falta de recursos de enfermagem" devido à redução do horário dos enfermeiros das 40 para 35 horas semanais e por não haver contratação.

Por outro lado, também não tem havido "a reposição ideal do número de médicos" para trabalhar nas unidades, que exigem a permanência de profissionais de saúde 24 horas por dia, disse a especialista.

“Era importante voltar a discutir a rede de referenciação desses cuidados e não perder a memória coletiva que traduz que uma boa organização melhora os indicadores”, disse Teresa Tomé, acrescentando: “melhorámos muito a mortalidade porque conseguimos melhorar a organização”.

Em Portugal, nascem anualmente cerca de 8.000 prematuros e 10% ficam internados, em média, 60 dias em Unidades de Cuidados Intensivos.

Oito em cada 100 bebés nascem com menos de 37 semanas de gestação e 1% tem menos de 1.500 gramas, sendo que os prematuros representam um terço da mortalidade infantil em Portugal.

Dia Mundial da DPOC assinala-se a 21 de novembro
Por ocasião dia Mundial da Doença Obstrutiva Crónica (DPOC), que se assinala no dia 21 de novembro, a Fundação Portuguesa do...

Atualmente é aconselhado que a partir dos 40 anos todos os fumadores realizem espirometria – um exame que permite avaliar a função pulmonar –, mas a Fundação Portuguesa do Pulmão considera errado esperar por essa idade, uma vez que os efeitos do tabagismo na perda de função pulmonar são irrecuperáveis, sendo preciso detetar estas alterações o mais precocemente possível, de forma a evitar os casos graves, eventualmente fatais de DPOC.

Estima-se que em 2020 a DPOC seja responsável por mais de 3 milhões de óbitos, sendo a sua principal causa o tabagismo. É importante que a população saiba que os danos do tabaco são irrecuperáveis, é importante que a espirometria seja realizada o mais cedo possível. Os fumadores com DPOC são doentes muito antes de terem algum sintoma, por isso quanto mais cedo realizarem o exame, mais cedo podem deixar de fumar e tratar a sua saúde, alerta a FPP. Temos de olhar para este exame da mesma forma que um cardiologista olha para um eletrocardiograma, como um exame de rotina que deve ser realizado frequentemente para se evitar complicações.

Realizar uma espirometria com frequência pode ser um dos caminhos para diminuir a prevalência da DPOC e, consequentemente, diminuir a morbilidade e a mortalidade associadas à doença.  A espirometria mostra alterações que diagnosticam precocemente a DPOC. Conscientes deste diagnóstico podemos ser mais assertivos e interventivos na evicção tabágica, primeiro passo para diminuir o número de casos de DPOC, alerta o presidente da FPP.

Já nos casos do diagnóstico de DPOC é preciso garantir que estes doentes fazem tratamento de reabilitação respiratória. Uma vez que, apesar de pelas guidelines internacionais este tratamento ser reconhecido como uma intervenção obrigatória, em Portugal apenas 2% da população tem acesso ao mesmo. 

DPOC é a designação para uma doença respiratória que causa diminuição do calibre das vias aéreas respiratórias e destruição do tecido pulmonar. Causa tosse, expectoração e dificuldade respiratória. A causa mais importante de DPOC é o consumo de tabaco. Alguns casos, no entanto, ocorrem como resultado da inspiração frequente de poeiras ou fumo de fogões a lenha. A asma também pode levar à DPOC.

Mais bebés este ano
O número de bebés nascidos nos primeiros dez meses deste ano aumentou em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo...

O número representa um crescimento de 1.320 face a igual período de 2017.

Coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, este programa cobre a quase totalidade de nascimentos, sendo um indicador relativo à natalidade em Portugal, embora o teste não seja obrigatório.

Entre janeiro e o final de outubro de 2018 foram estudados 72.805 recém-nascidos, mais 1.320 face ao período homólogo de 2017, em que se analisaram 71.485 bebés.

O maior número de testes foi realizado no distrito de Lisboa, com 21.595 testes realizados, seguido pelo Porto com 13.048. O local com menos nascimentos terá sido Bragança, com 496 testes realizados.

No ano passado, o “teste do pezinho” permitiu aferir uma diminuição de nascimentos em relação a 2016.

Pelo menos 86.180 crianças nasceram em 2017, menos 1.397 do que em 2016, uma diminuição que ocorreu após três anos consecutivos do aumento de nascimentos, segundo os “testes do pezinho” então realizados.

O “teste do pezinho” é realizado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança, e permite diagnosticar algumas doenças graves que clinicamente são muito difíceis de diagnosticar nas primeiras semanas de vida e que mais tarde podem provocar atraso mental, alterações neurológicas graves, alterações hepáticas ou até situações de coma.

 

Dislexia atinge 5% das crianças em idade escolar
Estima-se que, em Portugal, a dislexia afete cerca de 5% das crianças em idade escolar.

Estima-se que, em Portugal, cerca de 5% das crianças em idade escolar sejam disléxicas, sendo que o género masculino apresenta uma maior prevalência comparativamente com o feminino. Neste sentido, em que consiste este distúrbio e o que pode explicar o facto de atingir mais rapazes que raparigas? Quais as principais características da dislexia?

A Dislexia é uma perturbação de origem neurobiológica, em que está implicada uma multiplicidade de fatores genéticos, neurofuncionais e neurocognitivos. É caracterizada por dificuldades no reconhecimento preciso e/ou fluente de palavras, por défices nas habilidades de decodificação e por uma reduzida competência ortográfica em crianças com adequada inteligência e instrução. Estas alterações frequentemente resultam de défices no processamento fonológico, que são inesperados em relação às outras competências cognitivas e não são, de forma alternativa, melhor explicadas por alterações sensoriais, linguísticas, emocionais ou outras. Estudos epidemiológicos estimam a prevalência da Dislexia em cerca de 5% das crianças em idade escolar, sendo mais frequente nos rapazes, numa proporção que pode variar de 1,3 a mais de três rapazes para uma rapariga. A maior prevalência de rapazes poderá ser explicada, pelo menos em parte, por algum enviesamento no processo de referenciação destas crianças. Uma vez que os rapazes demonstram uma maior tendência para manifestarem problemas comportamentais e Perturbação de Hiperatividade / Défice de Atenção seriam mais facilmente identificadas as suas fragilidades e, por conseguinte, seriam mais rapidamente referenciados para avaliação clínica e sinalizados os seus défices na leitura e escrita. Outras possíveis explicações estarão relacionadas com fatores genéticos, neurológicos e neurolinguísticos.

Como é feito o seu diagnóstico e a partir de que idade se pode concluir a presença deste distúrbio? Não obstante, qual a média de idades para o seu diagnóstico?

A Dislexia só deverá ser diagnosticada após a entrada para o 1º Ciclo do Ensino Básico e quando as dificuldades na leitura e escrita são clinicamente relevantes, persistentes e discrepantes em relação às restantes competências da criança e ao esperado para a sua idade cronológica. O diagnóstico da Dislexia é complexo e deverá ser apenas realizado por profissionais com comprovada experiência na sua avaliação. É uma avaliação abrangente que se realiza mediante um conjunto de procedimentos estandardizados e da administração de um amplo protocolo de provas que incluem uma entrevista clínica/psicoeducativa; análise da história desenvolvimental, escolar e familiar; análise de informação cumulativa de relatórios, portfólios e avaliações escolares; observação qualitativa das dificuldades nos processos leitores e ortográficos; resultados obtidos em testes neurocognitivos (inteligência, consciência fonológica, nomeação rápida, memória de trabalho verbal, funções executivas, etc.) e testes estandardizados de avaliação da leitura e escrita (por exemplo, precisão leitora e ortográfica, fluência e compreensão leitora, precisão na leitura e escrita de palavras regulares, irregulares e pseudopalavras); entre outros.

É possível rastrear sinais precoces ainda antes da frequência no 1º ciclo?

Sendo a Dislexia uma perturbação do neurodesenvolvimento é possível identificar vários sinais precoces durante a infância. Os défices na consciência fonológica, na nomeação rápida, na memória de trabalho verbal e no conhecimento do impresso são os mais relevantes preditores precoces de Dislexia independente do sistema ortográfico em que a criança aprende a ler (alfabético ou não alfabético; com diferentes níveis de transparência/opacidade). Apesar destes preditores precoces serem já claramente evidentes durante o período pré-escolar, o diagnóstico da Dislexia só poderá ser efetuado após o início da aprendizagem formal da leitura e escrita. O rastreio dos sinais precoces da Dislexia é fundamental para que uma intervenção reeducativa ocorra o mais cedo possível, pois está demonstrado que uma intervenção fonológica é claramente mais eficaz durante o período pré-escolar e nos anos iniciais da escolaridade. Isto é, aos primeiros sinais precoces de dificuldades na leitura e/ou de Dislexia deverá de ser realizada uma avaliação especializada e uma adequada intervenção. Inversamente, o atraso na identificação da Dislexia poderá levar ao acumular de dificuldades nas várias áreas curriculares, a uma menor eficácia da intervenção e ao surgimento de alterações emocionais.

Quais os principais sinais a que pais/educadores devem estar atentos?

Na idade pré-escolar os sinais que pais e educadores deverão prestar particular atenção são um atraso no desenvolvimento da linguagem, alterações na produção articulatória de alguns fonemas, dificuldades em tarefas simples de consciência fonológica (por exemplo, rimas e segmentação silábica), fragilidades na aquisição de conceitos espácio-temporais, na aprendizagem e recordação de algumas letras (vogais), entre outros. Na idade escolar os sinais mais relevantes são um atraso na aprendizagem da leitura (dificuldades na recordação das vogais, consoantes e ditongos; inserção, omissão, substituição e inversão de letras; confusão entre grafemas foneticamente próximos: p/t, ch/j, f/v,...), dificuldade nas correspondências grafema-fonema, no reconhecimento preciso de palavras frequentes, nas habilidades de decodificação (leitura de pseudopalavras), uma velocidade da leitura significativamente abaixo do esperado para o nível escolar, lacunas na compreensão da leitura de textos devido à baixa precisão e fluência leitora, muitos erros ortográficos, dificuldades nos processos ortográficos associados à composição de textos (na planificação, estruturação e organização das ideias no texto; na utilização de vocabulário diversificado na escrita de textos), dificuldades na memória verbal (por exemplo, na memorização dos diversos conteúdos curriculares, conceitos/nomes, dias da semana, meses do ano, tabuada, etc.), dificuldades em executar corretamente ordens/instruções complexas de tarefas, recusa ou reduzida motivação pela leitura ou pela aprendizagem escolar, dificuldades na aprendizagem de uma segunda língua (em particular no inglês), curtos períodos de atenção, entre vários outros sinais.

Os professores, na sua generalidade, estão despertos para o problema?

Os professores, na generalidade, encontram-se despertos para a problemática da Dislexia. A informação sobre as características, sinais precoces e sintomas da Dislexia são frequentemente difundidos e encontram-se disponíveis em várias plataformas (internet, jornais, revistas, cursos de formação de professores, etc.), pelo que o acesso à informação está claramente facilitado. Por outro lado, as dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita são relativamente frequentes nas crianças que iniciam a alfabetização, o que faz com que os docentes tenham bastante experiência nestas situações. Contudo, um pequeno conjunto de crianças que experienciam estas dificuldades iniciais irão manter as acentuadas e persistentes dificuldades na leitura e escrita, mesmo após todo o reforço da aprendizagem e apoio suplementar. A grande maioria destes casos serão, muito provavelmente, crianças com Dislexia. A distinção entre o que é uma trajetória de desenvolvimento normal da leitura e o que é um défice no seu desenvolvimento (i.e., Dislexia) é que já suscita maiores dúvidas entre a classe docente, o que faz com que muitas vezes haja um atraso na identificação destas situações e no seu encaminhamento para uma avaliação especializada. Outra das áreas onde é necessária mais informação e formação de professores é nas estratégias de intervenção e nas atividades mais ajustadas em função das manifestações disléxicas evidenciadas pela criança.


O manual, publicado sob a chancela da Editora Pactor, pretende ser uma obra recurso a psicólogos, professores ou terapeutas da fala, útil também para pais e educadores que pretendem saber mais sobre a disléxia

Quais as causas da dislexia? Há quem pense que esta terá uma origem genética, que pode ser hereditária… Há alguma razão para se acreditar que se alguém na família é disléxico há uma grande probabilidade de outros o virem a ser (por exemplo: se o pai é disléxico os filhos também o podem vir a ser)?

A Dislexia é uma perturbação do neurodesenvolvimento de base neurobiológica. Estudos epidemiológicos demonstram a elevada prevalência da Dislexia entre vários membros de uma mesma família, o que sugere a hereditariedade desta perturbação. Por exemplo, a probabilidade de um rapaz apresentar Dislexia é próxima dos 50% no caso da figura paterna ser disléxica e de 40% no caso de ser a figura materna. A influência genética na Dislexia tem sido igualmente examinada a partir de estudos com gémeos, onde a concordância de diagnóstico é significativamente maior entre gémeos monozigóticos (70% de concordância) do que entre gémeos dizigóticos (40% de concordância). Estudos de genética molecular têm identificado alguns cromossomas (sobretudo os cromossomas 6 e 15) e genes (sobretudo os genes DYX1C1, DCDC2 e KIAA0319) associados à Dislexia. Para além da genética, um vasto conjunto de estudos neuroimagiológicos têm convergido na associação das dificuldades leitoras em indivíduos com Dislexia com as regiões parietal-temporal, occipital-temporal e inferior-frontal do hemisfério esquerdo, bem como com a presença de anomalias na integridade da substância branca do fascículo arqueado.

Após o diagnóstico, que medidas devem ser tomadas? Qual o tratamento?

A intervenção na Dislexia deverá ocorrer o mais precocemente possível, dada a sua maior eficácia na fase inicial da aprendizagem da leitura. Em geral, uma intervenção através de métodos fónicos é a abordagem mais eficaz no início da aprendizagem da leitura e quando ocorrem marcadas dificuldades na conversão grafema-fonema e nas habilidades de decodificação. Para além dos métodos fónicos, uma intervenção no processamento lexical, na fluência leitora (através da estratégia de “leituras repetidas”), nas trocas fonológicas, na consciência fonológica e na memória verbal são, necessariamente, abordagens terapêuticas a incluir num processo de reeducação da Dislexia. Obviamente que o plano de intervenção terá que ser ajustado em função das dificuldades manifestadas pela criança, das imprecisões na leitura/escrita apresentadas e do seu perfil neurocognitivo obtido. Não existe uma única intervenção para todos os casos e “tipologias” de Dislexia, pelo que a terapêutica terá que ser ponderada em função de todas estas especificidades. Para além desta intervenção na leitura e escrita, poderá vir a ser necessária a aplicação de algumas medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão (e.g., Decreto-Lei n.º 54/2018), nomeadamente através da diferenciação pedagógica, das acomodações curriculares e das adequações ao processo de avaliação.

Que comorbilidades lhe podem estar associadas? E qual o seu impacto na autoestima da criança?

As comorbilidade mais frequentemente da Dislexia são a Perturbação de Hiperatividade / Défice de Atenção (PHDA) e a Discalculia. A Dislexia e a PHDA coocorrem no mesmo indivíduo numa frequência muito superior há observada na população tipicamente normal, com 15% a 40% das crianças com Dislexia a apresentarem critérios sintomatológicos de PHDA. Por seu lado, a Dislexia e a Discalculia coocorrem entre 30% a 70% dos indivíduos, com 10% a 55% das crianças com Dislexia a revelarem dificuldades significativas na matemática. Se, por si só, a Dislexia conduz a um conjunto de dificuldades na aprendizagem, quando associada a outras perturbações do neurodesenvolvimento (PHDA e/ou Discalculia) poderá comprometer significativamente toda a aprendizagem escolar. Em função destas dificuldades de aprendizagem pode emergir um vasto espetro de reações emocionais, normalmente traduzidas numa baixa autoestima e autoconceito académico, insegurança, ansiedade, sintomas psicossomáticos, sentimentos de tristeza, culpa, vergonha e frustração, entre outros.

Para concluir, que conselhos gostariam de deixar aos pais e professores? E que mitos gostariam de desconstruir?

O principal conselho que pode ser deixado aos pais e professores é estarem particularmente despertos para os sinais precoces de Dislexia e para as dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita. Na eventualidade de reconhecerem alguns sinais/sintomas da Dislexia deverão recorrer, o mais brevemente possível, a uma avaliação especializada para se compreender a etiologia dessas dificuldades. Confirmando-se o diagnóstico de Dislexia deverá ser implementado, de imediato, um processo de intervenção na Dislexia.

Os principais mitos que normalmente surgem associados à Dislexia e que devem ser desconstruídos são: (1) o Dislexia é sinónimo de baixa inteligência; (2) a Dislexia está associada a dificuldades na lateralidade, perceção visual e na confusão entre a direita/esquerda; (3) não é possível identificar sinais precoces de Dislexia antes da entrada para o 1º Ciclo do Ensino Básico; (4) todas as crianças que apresentam dificuldade na leitura e escrita são disléxicas; (5) não existem diferenças entre os alunos com Dislexia ou os alunos que revelam dificuldades a ler/escrever (i.e., maus leitores); (6) não existe tratamento para a Dislexia.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Decisão
O presidente da Câmara do Porto afirmou segunda-feira que vai comprar uma ambulância, caso o Ministério não o faça, para...

"Tenho fortíssimas suspeitas quanto à boa vontade do Ministério da Saúde nesta matéria. Porque tinha sido prometido, e está previsto desde junho, a reabilitação dos contentores onde as crianças ainda vão estar durante muito tempo. São 300 mil euros, sabe o que foi feito? Não foi feito nada. E isso ajudava, como ajudava colocar lá uma ambulância", afirmou Rui Moreira na Assembleia Municipal desta segunda-feira.

O independente respondia à questão levantada pela deputada do Bloco de Esquerda Susana Constante Pereira sobre se "esta parceria público-privada é a resposta desejada".

Rui Moreira garantiu que, se o ministério não o fizer, a Câmara vai mesmo comprar uma ambulância para levar as crianças do corpo do Hospital de São João àqueles pavilhões.

"Ai vai comprar, vai, porque é uma situação de emergência", defendeu, sublinhando que é uma situação de emergência como a de Pedrógão Grande e, assim sendo, "não é verdade que a União Europeia não permita ajustes diretos".

Segundo o independente, o que se tem assistido "é a um conjunto de declarações contraditórias. Diz-se que os 20 milhões estão lá, os 30 milhões do euromilhões também lá estão, e depois", pergunta.

"Se é verdade que há dinheiro e que está cativado, então deixem de armar confusões e façam favor de deixar fazer aquilo não usando pretextos burocráticos para aquilo que é uma cativação", sustentou.

Para Rui Moreira "é absolutamente indiferente" se a construção da nova ala pediátrica se faz através de uma associação, do Estado ou do Hospital de São João, o que interessa, sublinhou, é que a "situação não pode continuar e tem continuado de uma maneira indecente".

Assim, reiterou, se a autarquia puder ajudar a resolver o problema, ajudará.

Já o deputado do PS Gustavo Pimenta disse estar confiante nas medidas que o partido tem vindo a tomar para agilizar todo este processo, enquanto que o deputado da CDU Artur Ribeiro lembrou que "não há almoços grátis" e que uma solução sem concurso público corre o risco de ser chumbada.

Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho
O médico Henrique Moniz Costa é o novo diretor de Neurologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, substituindo...

Em 31 de outubro, o ex-diretor de Neurologia, que integrava o grupo de 52 demissionários daquela unidade hospitalar, explicou à agência Lusa que abandonava o cargo de chefia no dia seguinte, mas continuava a exercer no hospital.

Joaquim Pinheiro adiantou que na origem da sua demissão esteve uma “trilogia dramática” que compreendeu falta de médicos e técnicos, instalações degradadas e equipamentos obsoletos.

Na altura, questionado sobre o porquê de não aguardar por uma resolução dos problemas, tal como esperam os restantes demissionários, Joaquim Pinheiro informou que “ultrapassou os seus limites”.

Em 05 de setembro foi anunciada a demissão do diretor clínico, José Pedro Moreira da Silva, e 51 diretores e chefes de serviço nas instalações do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, no Porto.

Os 52 profissionais redigiram uma carta de demissão em julho, mês em que ponderaram demitir-se, mas só no início de setembro entregaram o documento.

Em conferência de imprensa, no Porto, ao lado do bastonário da Ordem dos Médicos, José Pedro Moreira da Silva apontou então como causas para a demissão coletiva as “condições indignas de assistência no trabalho e falta de soluções da tutela”.

Posteriormente, em 09 de outubro, o diretor clínico reiterou manter a sua intenção de demissão caso o Orçamento do Estado de 2019 não contemplasse as “necessárias obras” desta unidade de saúde.

Contudo, no dia 18 de outubro, o diretor clínico afirmou, em reunião do conselho de administração, que nunca esteve demissionário.

 

Relatório
A adesão dos profissionais de saúde à lavagem das mãos melhorou 5,84% em 2017, face a 2013, tal como o controlo dos hospitais...

Os dados fazem parte do relatório do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA), segundo o qual a prevalência das Infeções Associadas a Cuidados de Saúde em hospitais baixou, em 2017, para 7,8% e nas unidades de cuidados continuados integrados para 4%, “evidenciando a necessidade de aprofundar a análise a nível local e regional ajustada pelo risco”.

A Estratégia Multimodal de Promoção das Precauções Básicas em Controlo de Infeção iniciou-se com a análise nas unidades de saúde relativamente à higiene das mãos, considerada a medida “mais eficiente, mais simples e mais económica de prevenir as infeções associadas aos cuidados de saúde”.

Segundo o relatório, a monitorização do cumprimento desta prática pelas unidades de saúde aumentou entre 2013 e 2017, estando atualmente em 61,3% nos hospitais com tutela do Estado, em 19,3% nos hospitais privados e do setor social, em 11% nas Unidades de Cuidados Continuados Integrados e em 34,4% das unidades que prestam Cuidados de Saúde Primários.

O relatório observa duas tendências: por um lado o aumento do cumprimento desta prática “antes do contacto com o doente” (+12,15% face a 2013), “depois do contacto com o ambiente envolvente ao doente” (+10,11%) e “depois do contacto com o doente” (+5,17%) e por outro lado a diminuição “depois do risco de exposição a sangue e fluidos corporais” (-3,96% face ao valor mais elevado; 2015) e “antes de um procedimento assético” (-3,71%).

O documento, apresentado na 4.ª Jornada do PPCIRA, observa ainda “um aumento na qualidade das estruturas das Precauções Básicas em Controlo de Infeção em 12,47% face a 2014.

Na Vigilância das Infeções em Unidades de Cuidados Intensivos a densidade de incidência de Pneumonia associada ao Ventilador por 1.000 dias de entubação baixou 10,81% face a 2013 e a densidade de incidência de bacteriemia por 1.000 dias de cateter reduziu 30,77%.

Relativamente à Vigilância das Infeções do Local Cirúrgico (ILC) a incidência cumulativa de ILC por 100 cidadãos submetidos a cirurgia baixou 12,76% face a 2013, tendo-se observado uma redução de cerca de 58 pontos percentuais na incidência de ILC em cesarianas e em artroplastias do joelho.

Presente nas jornadas, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou que “resultantes de múltiplas intervenções, há indicações que Portugal apresenta uma evolução positiva e consistente do controlo das infeções hospitalares associadas aos cuidados de saúde”, mas defendeu que é preciso “fazer mais e fazer melhor”.

“O futuro implica revisitar estratégias com uma nova ambição, privilegiando iniciativas integradas, ações conjuntas e múltiplas parcerias”, disse Graça Freitas, destacando a estratégia “Uma só Saúde” que reconhece que a saúde humana, a saúde ambiental e a saúde animal não podem estar dissociadas.

Segundo Graça Freitas, algumas soluções “serão simples, conhecidas e já praticadas” e requerem intervenções locais, institucionais e pessoais, designadamente “usar prudentemente antibióticos e apenas quando forem necessários”.

Passam também por implementar boas medidas de prevenção de controlo de infeção, incluindo a higiene das mãos, e por rastrear doentes infetados com bactérias multirresistentes e assegurar o seu isolamento.

“Outras medidas serão mais complexas” como o desenvolvimento pela indústria farmacêutica de novas moléculas, com novos mecanismos de ação, e de “mecanismos de reorganização e certificação de unidades prestadoras de cuidados em que o controlo de infeção seja requisito essencial” para o seu e “a segurança do doente seja considerada um imperativo”, defendeu Graça Freitas.

Para a diretora-geral da Saúde, “urge uma alteração cultural profunda” com os profissionais e a população a terem que “continuadamente observar boas práticas para prevenir e controlar infeções.

Não podemos ser complacentes quando existe potencial para melhorar”, rematou.

O presidente do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), Fernando Almeida, também defendeu ser necessário “fazer mais alguma coisa” relativamente ao combate às resistências antimicrobianas e às infeções.

“Podemos pensar que estamos otimistas, tudo aponta para que as coisas estejam a correr bem, mas isso não é nem deve significar que podemos todos ficar descansados, há muito trabalho a fazer, algumas coisas que têm que melhorar”, sustentou.

Descontentes com processo negocial
Dirigentes sindicais dos técnicos de diagnóstico e terapêutica deslocaram-se hoje ao Ministério da Saúde para reivindicar o...

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, Luís Dupont, afirmou estar em causa um protocolo negocial estabelecido no ano passado com o ministério sobre regulamentação das carreiras profissionais, que não está a ser aplicado porque o processo não está concluído.

De acordo com a mesma fonte, as propostas do governo ficaram "muito distantes" das reivindicações dos trabalhadores, colocando a grande maioria destes profissionais na base da carreira, pelo que os sindicatos aguardam contra-propostas.

"Queremos que a reunião se realize o mais rápido possível", acrescentou a mesma fonte, antes de entregar uma carta à tutela.

Os trabalhadores afirmam-se revoltados com a postura do governo, que classificam de "insultuosa" e "inaceitável", perante um processo negocial que consideram ter ultrapassado já "todos os limites".

"O Governo continua sem responder aos sindicatos. Não retoma o processo negocial, não apresenta novas propostas, e a ministra da Saúde não marcou ainda audiência, solicitada no dia da sua tomada de posse, há um mês", lamentou o dirigente.

Para o dia 24 de novembro, está marcada uma concentração nacional, que assinala um ano da assinatura do protocolo.

"Este processo não está encerrado", frisou, indicando que estão em causa grelhas salariais e categorias, num universo de 9.000 a 10.000 trabalhadores, que precisam da regulamentação em causa para verem efetivamente aplicadas as carreiras aprovadas em 2017: "Passado um ano e meio estão por regulamentar".

 

Conheça a patologia
Em Portugal, estima-se que, todos os anos, nasçam entre 30 a 40 crianças com Fibrose Quística - uma

O que é?

A Fibrose Quística, também designada de Mucoviscidose, é a doença genética e hereditária mais frequente na raça caucasiana, com uma incidência na população europeia de 1 em cada 2000-3000 nascimentos ano. Em Portugal, a incidência é de 1/6000 novos casos de recém-nascidos, por ano.

A transmissão de pais para filhos é autossómica recessiva, ou seja atinge de igual forma o sexo feminino e masculino e para ocorrer doença é necessário a transmissão do gene mutado (com alteração do material genético) pelos dois progenitores.

O gene responsável pela doença, localizado no cromossoma 7, pode sofrer centenas de mutações. Actualmente, conhecem-se mais de 1700 mutações capazes de provocar doença, a mais frequente é a mutação F508del.

Este gene (gene da CFTR) é responsável pela produção de uma proteína (CFTR), que funciona como um canal da membrana celular que permite o transporte dos iões cloreto e sódio. Na FQ este canal tem um funcionamento anómalo, o que determina alteração nos órgãos onde se encontra em maior número.

Como se manifesta?

A Fibrose Quística é uma doença multissistémica e progressiva, que compromete o funcionamento de órgãos como o pulmão, intestinos, fígado, pâncreas, aparelho reprodutor e pele (glândulas sudoríparas).

Existe uma grande variabilidade nos sintomas e na gravidade da doença, que pode expressar-se no recém-nascido com gravidade ou ter sintomas ligeiros e apenas ser diagnóstica na vida adulta.

No pulmão, a doença determina um aumento da viscosidade das secreções que conduz à obstrução das vias áereas, à infecção e inflamação crónicas, ao aparecimento de bronquiectasias e consequente degradação da função pulmonar e lesão pulmonar irreversível.

A colonização e infecção das bronquiectasias por bactérias e fungos são uma característica da Fibrose Quística, que motivam frequentemente o internamento hospitalar.

O envolvimento do aparelho digestivo ocorre a vários níveis. No pâncreas, o défice das suas enzimas, determina uma alteração variável da digestão e absorção dos alimentos. Os sintomas incluem diarreia de fezes abundantes, gordurosas e fétidas; dor e distensão abdominal. Uma complicação temível é a oclusão intestinal.

Com o crescimento, ocorre uma diminuição da produção da insulina e instala-se diabetes secundária à fibrose quística.

Em relação ao aparelho reprodutor, no sexo masculino a infertilidade ocorre em cerca de 98% dos doentes.

Quando suspeitar de Fibrose Quística?

Os sinais e sintomas podem aparecer no recém-nascido, na infância ou mesmo na idade adulta. O diagnóstico é difícil e por vezes tardio em relação aos sintomas. A hipótese diagnóstica deve ser colocada perante os seguintes quadros:

1-Íleus meconial

2-Oclusão intestinal

3-Infecções respiratórias de repetição

4-Tosse produtiva crónica

5-Atraso de crescimento

6-Bronquiectasias

Como se diagnostica?

Perante a suspeita clínica, o exame de primeira linha é o teste do suor. Trata-se de um teste simples e indolor que se destina à quantificar  o ião cloreto no suor. A presença de níveis elevados deste ião implica a realização de um estudo genético para pesquisa de mutações do gene CFTR.

Em 2013, a FQ foi incluído no Programa Nacional de Diagnóstico Precoce (“teste do pezinho”), com o objectivo  de diagnosticar precocemente a doença e evitar tanto quanto possível as suas complicações.

Como se trata?

Não existe cura para a FQ. O tratamento visa minimizar o impacto da doença nos órgãos mais atingidos, nomeadamente no pulmão.

Um ponto fundamental no tratamento pulmonar é a mobilização e drenagem de secreções; a redução da infecção/colonização bacteriana com recurso a antibióticos inalados, orais ou endovenosos.

A vacinação, nomeadamente a vacinação contra a gripe e antipneumocócica, é também uma recomendação nesta patologia.

Quando o compromisso pulmonar determina uma sobrevida inferior a dois anos, e depois de esgotada a restante terapêutica, os doentes podem ser referenciados para transplante pulmonar.

Em relação ao tubo digestivo, o regime terapêutico inclui complementos enzimáticos, dieta hipercalórica, suplementos de vitaminas liposolúveis e nutricionais. Quando ocorre falência hepática grave os doentes são referenciados para transplante hepático.

Com os avanços terapêuticos que ocorreram nos últimos anos, estima-se que para os doentes nascidos na década de 90, a sobrevida média seja os 40 anos.

Existe alguma associação para doentes com FQ?

Existem em todos o mundo múltiplas associações de apoio aos doentes e famílias com FQ. Em Portugal, existe a Associação Nacional de FQ – ANFQ e também a Fundação do Pulmão.

Associação Nacional de FQ

Rua Bernarda Ferreira de Lacerda, nº1 – r/c esquerdo

1700-059 Lisboa

Tel: 217993837/8

Email: geral@anfq.pt

Site: www.anfq.pt

Fundação Portuguesa do Pulmão

Rua Presidente Wilson, nº6 – 1º Esquerdo

1000-249 Lisboa

Tel: 211952187

Email: geral@fundacaoportuguesadopulmao.org

Site: www.fundacaoportuguesadopulmao.org

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
MitraClip
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) anunciou ter feito ontem, pela primeira vez na região centro, um...

Um comunicado do CHUC refere que a Unidade de Intervenção Cardiovascular (Unic) do serviço de Cardiologia efetuou “a correção da insuficiência valvular mitral severa em dois doentes que não eram candidatos cirúrgicos, utilizando para o efeito uma implantação não cirúrgica de um novo dispositivo”.

Denominado MitraClip, o dispositivo é “uma pequena prótese cardíaca, introduzida através de uma picada na pele, que prende os folhetos da válvula mitral, reduzindo assim de forma significativa a insuficiência valvular”.

Um estudo recentemente publicado refere que o procedimento em doentes selecionados com insuficiência cardíaca, representa, após 24 meses, uma redução de 47% do número de hospitalizações e de 38% da mortalidade.

O estudo em causa, citado pelo CHUC, incluiu 614 doentes (302 pacientes com MitraClip e 314 com o melhor tratamento médico farmacológico atualmente disponível), acrescenta.

A Unic é um “centro de treino nacional e internacional em intervenções cardíacas estruturais e intervenções coronárias complexas por via percutânea, contando com várias ações formativas ao longo de todo o ano”.

De acordo com o CHUC, “esta unidade conta com quatro salas de intervenção e, a partir do próximo ano, contará também, a partir de 2019, com uma sala híbrida no serviço de Cirurgia Cardíaca”.

A sala híbrida, com capacidade para fazer intervenções cirúrgicas cardíacas e intervenções percutâneas em simultâneo, será a primeira do país.

DGS
O consumo de antibióticos em meio hospitalar baixou 4,96% entre 2013 e 2017, segundo dados divulgados hoje pela Direção-Geral...

“O consumo global de antimicrobianos em meio hospitalar reduziu-se, entre 2013 e 2017, 4,96% (de 1,64 DHD [Doses Diárias Definidas por 1000 habitantes] para 1,53DHD)", indicam os números da DGS. Esta baixa deve-se essencialmente à redução do consumo de antibióticos da classe das quinolonas (-29,58%) e aminoglicosídeos (-19,43%)”, refere o relatório anual do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA).

Relativamente aos consumos em ambulatório (os que ocorrem nos serviços de urgência, serviços de atendimento permanente, cuidados de saúde primários, cuidados continuados integrados e consultórios privados), o consumo baixou para 20,3 DHD em 2017, correspondendo assim de forma idêntica ao resultado obtido em 2014, adianta o relatório apresentado na 4.ª Jornada do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, que está a decorrer em Lisboa.

Em declarações aos jornalistas, à margem do encontro, a diretora do PPCIRA, Maria do Rosário Rodrigues, afirmou que “os números estão a diminuir porque têm sido feitos esforços nesse sentido”.

Maria do Rosário Rodrigues apontou como “pilares da área de controlo de infeção”, os programas de apoio à prescrição de antibióticos na área dos hospitais e cuidados de saúde primários e as “precauções básicas de controlo de infeção” sobre as quais se tem vindo a insistir.

“Em relação às resistências, também estamos com bons resultados. Temos na maior parte dos casos tendências de diminuição”, salientou.

A bactéria "Staphylococcus aureus resistente à Meticilina" (MRSA), que provoca infeções muito difíceis de tratar, está “a diminuir paulatinamente”, disse a responsável, explicando que esta bactéria provoca infeções da corrente sanguínea, infeções da pele e tecidos moles, pneumonias, infeções nos cuidados intensivos, na neonatologia, “até porque este agente pode estar na pele”.

“As nossas mãos podem ser transmissoras e daí a importância grande na higiene das mãos como medida de controlo de contenção da transmissão deste microrganismo”, disse Maria do Rosário Rodrigues.

Para a descida da MSRA, contribuíram de forma “muito benéfica” as medidas conjuntas, a política de apoio de prescrição aos antibióticos, a insistência na higiene das mãos e das precauções básicas e a própria norma que saiu de rastreio e controlo da MRSA.

Já a bactéria "Klebsiella pneumoniae", que provoca pneumonias e infeções sanguíneas e do trato urinário entre outras doenças, está “em crescimento” em Portugal e em outros países da Europa.

“É uma bactéria resistente a muitos antibióticos. Depois ficamos muito restritos em termos de possibilidades de terapêutica. Por outro lado, essas bactérias como adquirem resistências têm muita facilidade na sua disseminação e propagam-se com facilidade”, disse Maria do Rosário Rodrigues.

Por estas razões, esta bactéria pode causar surtos, que “são problemáticos porque são difíceis de controlar e de tratar”.

Como razões para o aumento da "Klebsiella pneumoniae", apontou o uso elevado de antibióticos, que pode provocar mais resistências.

A prevenção destas infeções passa por medidas de controlo como o rastreio, a higiene do ambiente das unidades, a sinalização de doentes que surgem com infeções depois de terem sido tratados com antibióticos.

Centro atende 3500 utentes por ano
O Presidente da República promulgou hoje o diploma que define a passagem do Centro de Reabilitação do Norte para o Centro...

Numa nota publicada na página oficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa diz que "ao fim ao cabo" o diploma que foi aprovado a 08 de novembro, em Conselho de Ministros, diz respeito à transferência de gestão, mas nota que do seu ponto de vista "pareceria aconselhável ter-se evidenciado uma avaliação custo-benefício do modelo de gestão".

O chefe de Estado lembra mesmo que esta medida, a avaliação custo-benefício, está prevista na lei e defende que esta deveria ter sido feita "antes da decisão governamental".

"Não obstante e estando esgotado o prazo do contrato de gestão, o Presidente da República promulgou hoje o diploma do Governo que procede à transferência da gestão do Centro de Reabilitação do Norte - Dr. Ferreira Alves, atualmente assegurada pela Santa Casa da Misericórdia do Porto ao abrigo do acordo de gestão celebrado com a Administração Regional de Saúde do Norte, I.P., para o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, E.P.E.", lê-se na nota publicada.

O Centro de Reabilitação do Norte - Dr. Ferreira Alves é a mais recente unidade hospitalar nacional, tendo sido inaugurado a 25 de fevereiro de 2014 pelo então ministro da Saúde, Paulo Macedo.

Construído de raiz, e sob gestão da Misericórdia do Porto desde o primeiro momento, tendo passado agora para o CHVNG/E, dá resposta às necessidades de saúde em reabilitação da população.

Em fevereiro de 2016, a propósito de um projeto de construção de residências para familiares de utentes nos terrenos do Centro de Reabilitação do Norte, foi descrito à Lusa que este equipamento integra quatro unidades funcionais - AVC, Lesões Medulares, traumatismo Cranioencefálico e Pediatria e Reabilitação geral e outras doenças neurológicas.

Na última sexta-feira, em resposta à agência Lusa, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) revelou que prevê que o volume de utentes atendidos no Centro de Reabilitação do Norte seja alargado e que seja possível o tratamento "mais precoce" dos doentes.

Através da ARS-Norte, a tutela apontou que "está prevista a criação de um Centro de Responsabilidade Integrado e de um Conselho Consultivo, integrado pelos hospitais da região, com vista a assegurar a autonomia técnica do Centro de Reabilitação do Norte" e avançou que o número de utentes assistidos pode aumentar.

Atualmente a média de utentes atendidos neste equipamento de saúde localizado em Valadares, concelho de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, ronda os 3.500 por ano.

Parceria com a APF
A Região Autónoma da Madeira gasta, por ano, cerca de cinco milhões de euros no combate ao vírus da imunodeficiência adquirida ...

Na assinatura de um contrato-programa com a Associação para o Planeamento da Família (APF), delegação regional, o governante reconheceu que aquele valor poderia ser maior se não existissem políticas de prevenção na saúde.

"Esta verba ainda é inferior àquela que provavelmente poderíamos vir a gastar se não fizéssemos uma prevenção ou se não tivéssemos uma estratégia para a erradicação do vírus VIH e da hepatite C, evitando males maiores no futuro", afirmou.

Pedro Ramos realçou que todas as intervenções que têm sido feitas com parceiros do governo "são intervenções muito importantes" que o executivo acredita que irão ter impacto nos números da saúde que, "gradualmente, começam a ser favoráveis".

O governante destacou ainda a colaboração do Governo Regional com a APF numa área considerada importante que é a intervenção na comunidade para determinadas situações.

O contrato-programa, que pela primeira vez foi feito com a APF, representa cinco mil euros que deverão ser mantidos nos próximos anos e, "eventualmente, reanalisado consoante a atividade desta delegação" para a implementação do projeto da APF-Madeira "100 RIScOS", na Madeira.

Este programa consiste na elaboração de testes rápidos e de diagnóstico de infeção pelo VIH, dirigido mais especificamente à população mais vulnerável, mas aberto à população em geral.

O leque de atuação da APF passa pela prevenção na gravidez não desejada e o uso da contraceção, a intervenção com grupos vulneráveis, a educação sexual nos jovens e outros grupos, a integração da sexualidade nos cuidados de saúde e a prevenção do vírus VHI e de outras doenças sexualmente transmissíveis.

 

Reações adversas têm vindo a aumentar
A diretora de Farmacovigilância do Infarmed afirmou hoje que houve um aumento de notificações das reações adversas a...

“Esperamos chegar às dez mil. No ano passado tivemos seis mil, por isso estamos satisfeitos com as campanhas e com a produtividade do novo portal” para notificação das reações adversas em 2017, afirmou Fátima Canedo aos jornalistas, à margem das IV Jornadas do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e Resistência aos Antimicrobianos, que está a decorrer em Lisboa.

Fátima Canedo adiantou que está a decorrer uma campanha europeia até sexta-feira para sensibilizar os profissionais de saúde e os doentes para a notificação de reações adversas.

Ainda neste âmbito, o Infarmed lançou hoje uma campanha para encorajar as notificações adversas em crianças e grávidas.

Segundo Fátima Canedo, cerca de 10% das notificações adversas dizem respeito ao grupo pediátrico (até aos 18 anos) e cerca de 30% a pessoas com mais de 65 anos. “Entre os 18 e 64 anos são 60% das notificações”, disse a responsável.

“A incidência parece ser maior nos idosos, que são doentes polimedicados, já tem outras doenças e por isso mais suscetíveis a efeitos indesejados”, explicou.

Os casos mais graves de reações adversas estão relacionados com as próprias patologias do doente e com a forma de atuação dos fármacos.

"As reações mais graves são mais raras e podem causar morte, motivar ou prolongar o internamento, causar incapacidade temporária e defeitos congénitos”, adiantou Fátima Canedo.

Apesar de os médicos continuarem a ser os que mais notificam as reações adversas, os doentes também já o fazem, o que fez também aumentar o número de notificações.

O aumento das notificações é um dos objetivos do novo portal de notificações, o portal 'Ram’, que faz sensibilização e dá informação para alertar as pessoas para a importância da notificação.

“Por estranho que pareça, e pode parecer contraditório, quanto mais notificações tivermos, melhor conhecemos o perfil de segurança dos medicamentos e eles tornam-se cada vez mais seguros”, adiantou Fátima Canedo.

Fátima Canedo explicou que estas reações não se devem a problemas com fármacos: “Um medicamento quando é lançado no mercado passa por um conjunto de ensaios clínicos, que são curtos no tempo e não envolvem toda a população. Não envolvem grávidas, não envolvem crianças”.

“Quando um medicamento é lançado no mercado vai abranger uma população que nunca esteve exposta a esse medicamento. Por esse motivo conhecem-se novos efeitos indesejáveis dos medicamentos. E, por esse motivo, quanto maior for o número de notificações mais o medicamento se torna seguro, porque o Infarmed atualiza a informação ou recomenda materiais educacionais dirigidos aos profissionais e aos doentes sobre a forma como devem ser tomados ou prescritos os medicamentos”, explicou.

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