O Governo aprovou quinta-feira o diploma da descentralização na saúde e deu como concluída a apreciação dos diplomas setoriais...

As autarquias assumem competências de manutenção, conservação e equipamento das instalações de unidades de cuidados de saúde primários, bem como de gestão e execução dos serviços de apoio logístico das unidades funcionais dos agrupamentos de centros de saúde do Serviço Nacional de Saúde.

Ficam excluídos, no entanto, os serviços de apoio logístico relacionados com equipamentos médicos, que se mantêm na esfera da administração central.

As autarquias passam também a gerir trabalhadores inseridos na carreira de assistente operacional das unidades funcionais dos agrupamentos de centros de saúde (Aces) e a participar no planeamento, gestão e investimento em novas unidades de cuidados de saúde primários, incluindo construção, equipamento e manutenção.

A parceria nos programas de prevenção da doença, nos cuidados de saúde primários, saúde familiar e estilos de vida saudável e envelhecimento ativo também serão assumidos pelos municípios.

Em cada município será criada um conselho municipal de saúde, ao qual competirá a coordenação da política de saúde ao nível concelhio.

No âmbito do processo de descentralização, o Governo prevê a transferência de cerca de 1.800 trabalhadores, de 600 equipamentos e 900 edifícios.

 

Reação
O Laboratório Adnpharma contrapôs na 6ª feira, na sequência da decisão do Infarmed de retirar do mercado o produto Adnikid Gel...

Em comunicado, o Laboratório Adnpharma declara aceitar que o Infarmed considere que o produto Adnikid Gel Stick, para hematomas e nódoas negras, contenha alegações que não são compatíveis com a definição de produto cosmético, mas assegura que a composição do produto está em conformidade com a legislação comunitária.

"Todos os relatórios de segurança realizados confirmam a segurança do produto e dessa forma a total ausência de risco para a segurança dos utilizadores. A Adnpharma reitera que o uso do produto não representa qualquer risco para a segurança das crianças e dos adultos", diz o laboratório.

O Infarmed ordenou a retirada imediata do mercado daquele produto destinado a crianças até aos três anos, utilizado para as nódoas negras, por colocar em risco a segurança das crianças, considerando que o produto "contém uma mistura de extratos de plantas e alega possuir propriedades curativas na inflamação, dor muscular e articular (...) que não são compatíveis com a definição de produto cosmético".

Num comunicado publicado na sua página na Internet, o Infarmed salienta que os consumidores que possuam este produto não o devem utilizar e as entidades que disponham dele devem proceder à sua devolução.

 

Opinião
Com o uso incorreto e indiscriminado de antibióticos, as bactérias vão criando inúmeras resistências
Cultura bacteriana

Os antibióticos são um grupo de medicamentos usado para tratar infeções causadas por bactérias, não sendo eficazes no tratamento de infeções virais, como por exemplo a vulgar gripe.

Foi em 1928 que o jovem médico Alexander Fleming descobriu por acidente o primeiro antibiótico, a penicilina. Foi provavelmente a descoberta mais marcante da medicina. Pela primeira vez fomos capazes de vencer a “luta” contra bactérias causadoras de infeções, que eram na época a principal causa de morte.

Poucos anos depois, em 1942, Alexander Fleming ganhou o prémio Nobel da Medicina e no seu discurso alertou que o uso inapropriado dos antibióticos poderia tornar as bactérias mais fortes. E assim foi.

Com esta inovação, na era da dita Medicina Moderna, os médicos pensaram que tinha sido descoberta a solução para tratar definitiva e eficazmente todas as infeções bacterianas. E os Antibióticos, os salvadores da época, começaram a ser prescritos indiscriminadamente e para todos os tipos de infeção, causando a chamada resistência bacteriana, que fez das bactérias as “superbacterias multirresistentes” e sem antibiótico capaz de as tratar.

Quando temos uma infeção bacteriana os microrganismos que a causam vão-se multiplicando no nosso organismo, podendo sofrer algumas mutações. Ao tomarmos um antibiótico, mesmo que seja o mais adequado, existem sempre algumas bactérias que não são mortas e que se multiplicam e se tornam resistentes ao antibiótico tomado. Como resultado, numa infeção posterior, esse mesmo antibiótico já não é eficaz e tem que se tomar outro, de espectro mais alargado.

Com o uso incorreto e indiscriminado de antibióticos, as bactérias vão criando inúmeras resistências, sendo necessários antibióticos de largo espectro e de tratamento hospitalar para as tratar. Mas muitas vezes já não existem antibióticos que consigam debelar essas “superbacterias” e estamos novamente a morrer de infeções graves, exatamente como acontecia há 90 anos, no tempo de Alexander Fleming.

Existem algumas atitudes simples que devemos respeitar para tentar evitar que este problema de saúde pública continue a tomar esta dimensão:

  • Não utilize antibióticos sem serem prescritos pelo seu médico e apenas para infeções bacterianas;
  • Respeite a duração do tratamento e não páre de tomar mesmo que se sinta melhor;
  • Não tome antibióticos que restaram de tratamentos prévios;
  • Não guarde sobras de antibióticos em casa. Se sobrar entregue na farmácia;
  • Não se sinta mal tratado se o seu médico não prescrever antibióticos. Eles não tratam tudo, apenas infeções bacterianas. Não se esqueça que as infeções virais não cedem ao tratamento antibiótico e que se os tomarmos só aumentamos as resistências.

Ironia do destino, se achávamos que tínhamos descoberto a solução das infeções bacterianas, agora, pelo nosso próprio erro, estamos a chegar à era pós-antibiótico e praticamente já não temos antibióticos adequados para as tratar.

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Secretário de Estado
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde afirmou hoje que a aprovação de medicamentos inovadores em Portugal ocorre mais a um...

No encerramento do Fórum do Medicamento, que hoje decorreu em Lisboa, Francisco Ramos lembrou que têm sido aprovadas dezenas de novos medicamentos inovadores para o mercado português em 2016, 2017 e também já este ano, quando cerca de 40 novos fármacos foram aprovados até ao mês passado.

“Continuamos a um ritmo normal. Mas com uma agenda ditada pela legítima agenda comercial das empresas e não pelas nossas necessidades em saúde”, afirmou o secretário de Estado.

No final da sessão, em declarações à agência Lusa, Francisco Ramos considerou tratar-se de “uma constatação” a afirmação de que a aprovação dos medicamentos tem sido mais submetida aos interesses comerciais das farmacêuticas do que às necessidades.

O governante adiantou ainda que as autoridades portuguesas, como a autoridade do medicamento (Infarmed), estão a trabalhar para “antecipar as intenções” dos laboratórios.

“Aquilo em que se está a trabalhar, em que o Infarmed está a trabalhar, é antecipar em dois anos as intenções das companhias apresentarem os ‘dossiers’ [de aprovação e introdução de um fármaco] para que o ritmo de apreciação não seja o de entrada, ditado pelos interesses comerciais das companhias, mas um ritmo de interesse para as prioridades da saúde em Portugal”, adiantou.

Francisco Ramos afirma que o objetivo é, por exemplo, poder apressar a aprovação de um “medicamento mais importante” ou atrasar outro “numa área onde haja já muita oferta”.

“Há muito trabalho que pode ser feito para melhorar o acesso aos medicamentos inovadores num quadro de cada vez mais rigor, quer em termos de metodologia, quer em termos de chamar a atenção para todos os atores de que é muito importante acolhermos toda a inovação que faz a diferença, mas que isso tem de ser feito a níveis económicos que sejam comportados pelas economias dos países”, sublinhou à Lusa.

Aliás, Francisco Ramos lembrou que não tem conhecimento de que algum medicamento tenha sido recusado em Portugal por “preço excessivo”.

Na sua intervenção no Fórum promovido pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde recordou que o Governo se prepara no próximo ano para dar autonomia aos hospitais, um objetivo que tem sido muito reclamado pelos gestores.

ARS Norte
A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) prevê que o volume de utentes atendidos no Centro de Reabilitação do...

O Conselho de Ministros aprovou no dia 08 de novembro a transferência da gestão do Centro de Reabilitação do Norte - Dr. Ferreira Alves, até aqui gerido pela Santa Casa de Misericórdia do Porto, para o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E).

Em resposta escrita enviada à agência Lusa, a ARS-Norte apontou que "está prevista a criação de um Centro de Responsabilidade Integrado e de um Conselho Consultivo, integrado pelos hospitais da região, com vista a assegurar a autonomia técnica do Centro de Reabilitação do Norte" e avançou que o número de utentes assistidos pode aumentar.

"O perfil assistencial mantém-se idêntico, prevendo-se, no entanto, a possibilidade de alargamento do volume de doentes tratados, dado o suporte clínico que nalgumas especialidades o CHVNG/E passará a disponibilizar ao Centro de Reabilitação do Norte, permitindo o tratamento numa fase mais precoce dos doentes que necessitam de reabilitação", lê-se na resposta da ARS-Norte.

Atualmente a média de utentes atendidos neste equipamento de saúde localizado em Valadares, concelho de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, ronda os 3.500 por ano.

Sem especificar valores, e questionada sobre encargos financeiros com esta transferência, a ARS-Norte apontou que as verbas até aqui pagas à Santa Casa da Misericórdia do Porto passam a fazer parte do contrato-programa do CHVNG/E, sintetizando o processo como "uma mera transferência de financiamento, sem aumento de encargos para o Estado".

"Os valores afetos aos encargos decorrentes da exploração do Centro de Reabilitação do Norte passarão a estar integrados no contrato-programa anual celebrado entre a ARS-Norte e o CHVNG/E", lê-se na resposta.

O Centro de Reabilitação do Norte - Dr. Ferreira Alves é a mais recente unidade hospitalar nacional, tendo sido inaugurado a 25 de fevereiro de 2014 pelo então ministro da Saúde, Paulo Macedo.

Construído de raiz, e sob gestão da Misericórdia do Porto desde o primeiro momento, dá resposta às necessidades de saúde em reabilitação da população.

Em fevereiro de 2016, a propósito de um projeto de construção de residências para familiares de utentes nos terrenos do Centro de Reabilitação do Norte, foi descrito à Lusa que este equipamento integra quatro unidades funcionais - AVC, Lesões Medulares, traumatismo Cranioencefálico e Pediatria e Reabilitação geral e outras doenças neurológicas.

Com uma lotação total de 102 camas para internamento, o Centro de Reabilitação do Norte realizou, em 2015, um total de cerca de 30 mil tratamentos diários e de cerca de 6.400 consultas externas.

Picada da mosca tsé-tsé
Uma comissão de especialistas da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou hoje a aprovação do fexinidazol, o primeiro...

Em comunicado, a comissão indica que a empresa farmacêutica Sanofi e a organização sem fins lucrativos DNDi (Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas) vão doar à Organização Mundial de Saúde (OMS) o medicamento, que será disponibilizado gratuitamente para as populações implicadas.

A doença do sono, ou tripanossomíase africana humana (HAT), é transmitida pela picada de uma mosca tsé-tsé infetada e é geralmente fatal se não for tratada.

Esta doença é caracterizada por sintomas neuropsiquiátricos - agressão, psicose, distúrbios do sono.

Cerca de 65 milhões de pessoas estão potencialmente expostas à doença na África Subsaariana, embora o número de casos identificados tenha diminuído significativamente nos últimos anos.

Em 2017, apenas 1.447 casos foram notificados à OMS, face aos 9.870 em 2009.

A OMS tem como objetivo eliminar esta doença até 2020.

O fexinidazol pode ajudar a atingir esse objetivo, na medida em que se trata de um comprimido único, tomado uma vez por dia durante 10 dias, enquanto os tratamentos padrão atuais requerem hospitalização, punções lombares e injeções intravenosas.

"Embora os tratamentos atuais sejam seguros e eficazes, eles devem ser administrados em meios hospitalares e representam uma carga logística considerável para os sistemas de saúde" locais, indicou em comunicado, Victor Kandé, investigador principal de ensaios clínicos com fexinidazol realizados pela DNDi na República Democrática do Congo (RDCongo) e na República Centro-Africana.

Além disso, os afetados pela HAT "estão entre os mais vulneráveis e vivem nas áreas mais remotas do Congo, ou mesmo do mundo", sublinhou Kandé.

O fexinidazol foi descoberto em 2005 pela DNDi, uma organização independente de investigação e desenvolvimento sem fins lucrativos apoiada por vários Estados europeus e doadores privados, como a Fundação Bill e Melinda Gates e os Médicos Sem Fronteiras.

Um acordo de colaboração foi concluído em 2009 entre a DNDi e a Sanofi, deixando à empresa farmacêutica francesa a responsabilidade de tratar do desenvolvimento industrial, do registo regulamentar, da produção e distribuição de fexinidazol.

 

Portugal tem uma das taxas de nascimentos prematuros mais elevadas na Europa
O desenvolvimento gastrointestinal e neurológico do bebé é interrompido num nascimento prematuro, af

A provisão de leite materno é fundamental para o desenvolvimento e crescimento dos bebés nos primeiros meses de vida, sobretudo quando se trata de um nascimento prematuro[i] – nascidos antes de se cumprirem as 37 semanas de gestação. Porém, o parto pré-termo apresenta à mãe, ao lactante e aos profissionais de saúde um conjunto específico de que complicam a alimentação oral e a progressão dos bebés prematuros face ao aleitamento materno[ii].

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que nascem anualmente no mundo cerca de 15 milhões de bebés pré-termo[iii], enquanto que em Portugal, os últimos dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) assinalam que em 2016 nasceram aproximadamente 7 mil bebés prematuros. Registou-se um aumento de 5,6%, em 2001, para 7,8% em 2016, no número de nascimentos[iv] deste tipo.

Dificuldades do aleitamento materno em bebés pré-termo

Apesar dos obstáculos que possam surgir para dar de mamar ao bebé prematuro, existem inúmeras formas para alimentar o recém-nascido com leite materno. Além disso, os bebés pré-termo alimentados com leite da sua mãe tendem a receber alta hospitalar duas semanas antes dos que são alimentados com leite de fórmula[v]; porém, o parto prematuro pode provocar uma série de problemas que podem dificultar o aleitamento[vi]:

Iniciar a produção de leite:

Normalmente, a produção de leite das mães é ativado quando o recém-nascido é colocado ao peito e inicia a sucção de forma cíclica; num parto prematuro, é provável que o bebé tenha dificuldades em mamar ao princípio, pelo que a mãe pode reproduzir as sensações que ativam a produção do colostro, estimulando o peito e os mamilos com as mãos ou utilizando um extrator.

Neste sentido, é fundamental apoiar a mãe na extração precoce do leite e fomentar o contacto pele com pele – o contacto direto do bebé no peito – com maior frequência[vii]. Isto contribuirá para a libertação de oxitocina, uma hormona que irá contribuir para a produção de leite[viii] começar. Além disso, extrair um pouco de leite e deixá-lo sobre o mamilo antes de colocar o bebé ao peito pode ajudar a despertar o seu desejo de começar a sucção de forma cíclica[ix].

Coordenar o reflexo sução-deglutição-respiração:

O desenvolvimento das vias cerebrais e do tronco cerebral implicados na função motora bocal, a deglutição e a respiração é interrompido por um nascimento prematuro, afetando a capacidade inicial do bebé para se alimentar por via oral[x].

Esta imaturidade neurológica e física pode complicar as tomas de leite iniciais devido à falta de coordenação do reflexo sução-deglutição-respiração, a fadiga e a hipotonia[xi], provocando, ao lactante, reflexos involuntários como sentir náuseas, tossir e cuspir ao engolir[xii].

Até que o bebé esteja apto a alimentar-se diretamente do peito, as mães podem administrar-lhe pequenas quantidades de leite na boca com uma seringa ou com cotonetes de algodão embebidos de leite materno[xiii], permitindo ao bebé prematuro provar o leite, facilitar a transição para um aleitamento completo e revestir a sua boca com os componentes protetores e imunitários do leite.

Movimento da língua e pegar na mama

O movimento da língua é muito importante durante o aleitamento porque é ela que deve extrair o leite e transferi-lo de forma segura à faringe antes de engolir[xiv]; ao contrário dos bebés nascidos de termo, os prematuros não apresentam um padrão constante de movimento da língua ou de vácuo durante o aleitamento[xv]. Além disso, os bebés prematuros costumam apresentar dificuldades para se agarrarem ao peito[xvi].

Utilizar um adaptador de mamilo pode contribuir para facilitar o processo de aprendizagem da alimentação oral dos prematuros, contribuir para o bebé pegar na mama, à extração do leite e a minimizar a dor nos mamilos durante o aleitamento. Além disso, conforme aumenta a idade e experiência dos bebés, começarão a reduzir o uso de compressão para extrair o leite, alimentando-se de forma mais eficiente e eficaz ao regular e espaçar os movimentos de sucção e a velocidade de ingestão[xvii].

Situações stressantes e problemas emocionais

Depois do nascimento pré-termo é habitual que se transfira o bebé para a unidade de cuidados intensivos neonatais (UCIN), separando a mãe e o bebé durante a hospitalização. Em algumas ocasiões, esta separação provoca situações stressantes que podem alterar as ‘subidas e descidas do leite’ na mãe[xviii].

Além disso, os problemas emocionais na sequência do nascimento prematuro, como o stress, a ansiedade ou a falta de sono que sentem as madres durante o pós-parto podem complicar ainda mais o início e continuação do aleitamento[xix]. A estes fatores também podem somar-se o escasso acesso a uma equipa adequada e a carência de um apoio oportuno para a extração de leite[xx].

Visitar a UCIN para ver como é e como cuidam dos bebés prematuros, e conhecer e compreender como se produz o leite materno e a sua importância na saúde atual e futura do bebé pode ajudar as mães a reduzir as situações stressantes e os problemas emocionais[xxi]

Os benefícios do leite materno e a dupla extração

Apesar das dificuldades que possam ocorrer, a proteção que o aleitamento materno oferece é especialmente importante para os bebés nascidos antes da 37ª semana de gravidez. Ao nascer tão cedo, os bebés prematuros não recebem importantes fatores como o DHA (um ácido gordo vital para o desenvolvimento saudável do cérebro e dos olhos) ou a imunoglobulina G (um anticorpo) que é transportado desde a mãe ao feto através da placenta[xxii].

Por esse motivo, o leite materno dos bebés pré-termo contém maiores níveis de hormonas, ácidos gordos, proteínas, fatores de crescimento e agentes protetores[xxiii] que contribuem para evitar problemas importantes a que está exposto um bebé prematuro[xxiv], como infeções graves[xxv].

No caso de a mãe necessitar de extrair leite, o método da extração dupla permite maximizar, numa média de 18%, a quantidade de leite extraída em comparação com a extração sucessiva de cada peito ou simples[xxvi]. Este método de extração é eficaz porque um peito bem vazio indica ao sistema da mãe que deve produzir mais leite, ao contrário do que sucede se fica leite no peito depois de uma extração ineficiente[xxvii].

Para facilitar a alimentação do prematuro, a Medela desenvolveu tecnologias avançadas de extração de leite e alimentação com leite materno. Entre os seus produtos, destaque para o Symphony PLUS, um extrator elétrico duplo para uso hospitalar ou uso pessoal, graças à opção de aluguer, cuja tecnologia imita o comportamento de sucção do bebé mantendo os padrões dos bebés nascidos de termo nos primeiros dias de aleitamento e ajudando a madre a iniciar, produzir e manter a produção de leite adequada.

Finalmente, é recomendável procurar uma situação mais cómoda para a de extração, sendo que o melhor momento é aquele imediatamente depois ou durante um contacto prolongado pele com pele e/ou observando o bebé[xxviii].




[i] Patel, A.L. et al. (2013). Impact of early human milk on sepsis and health-care costs in very low birth weight infants. J Perinatol, 33, pp. 514-519.

[ii] Barlow, S.M. (2009). Oral and respiratory control for preterm feeding. Curr Opin Otolaryngol Head Neck Surg, 17, pp.179-186.

[iii] OMS. (2018). Nacimientos prematuros. https://bit.ly/2HrY1D6

[iv] INE. Estatísticas Demográficas 2016, https://bit.ly/2Q4u5Ri, e Estatísticas Demográficas 2006. Nados-vivos prematuros (%), Portugal, https://bit.ly/2FzrC87

[v] Schanler RJ et al. (2005). Randomized trial of donor human milk versus preterm formula as substitutes for mothers' own milk in the feeding of extremely premature infants. Pediatrics. 116(2), pp. 400-406.

[vi] Medela. (2015). Análisis de la investigación. Desarrollo de la alimentación del bebé prematuro.

[vii] Medela. Análisis de la investigación. Desarrollo de la alimentación del bebé prematuro.

[viii] Uvnas-Moberg, K. (1996) Neuroendocrinology of the mother-child interaction. Trends Endocrinol Metab, 7, pp. 126-131.

[ix] Mizuno, K. Alimentar con leche materna a tu bebé prematuro. Recuperado de: https://bit.ly/2Fkoq5m

[x] Caroll, J.I. (2003). Developmental plasticity in respiratory control. J Appl Physiol (1985), 4, pp. 375-389.

[xi] Fucile, S., Gisel, E., Schanler, R.J. y Lau, C. (2009). A controlled-flow vaccum-free bottle system enhances preterm infants nutritive sucking skills. Dysphagia, 24, pp. 145-151.

[xii] Committee on injury, v.a.p.p. Policy statement-Prevention of choking among children. (2010).  Pediatrics, 125, pp. 601-607.

[xiii] Lee, J. et al. (2015). Oropharyngeal colostrum administration in extremely premature infants: an RCT. Pediatrics. 135(2): e357-366.

[xiv] Miller, J.L., Sonies, B.C. y Macedonia, C. (2003). Emergence of oropharynfeal, laryngeal and swallowing activity in the developing fetal upper aerodigestive tract: An ultrasound evaluation. Early Hum Dey, 71, pp-61-78.

[xv] Sakalidis, V.S. et al. (2013). Ultrasound imaging of infant sucking dynamics during the establishment of lactation. J Hum Lact, 29, pp. 205-113.

[xvi] Chevalier McKechnie, A. y Eglash, A. (2010). Nipple shields: A review of the literature. Breastfeed Med, 5, pp. 309-314.

[xvii] Lau, C., Smith, E.O. y Schanler, R.J. (2003). Coordinarion of suck-swallow and swallow respiration in preterm infants. Acta Paediatr, 92, 721.

[xviii] Newton, M. y Newton, N. (1948). The let-down reflex in human lactation. J Pediatrics, 33, pp.698-704.

[xix] Lau, C. (2001). Effects of stress on lactation. Pediatr Clin North Am, 48, pp.221-234; Chatterton, R.T., Jr. et al. (2000). Relation of plasma oxytocin and prolactin concentrations to milk production in mothers of preterm infants: Influence of stress. J Clin Endocrinol Metab, 85, pp. 3661-3688.

[xx] Mejer, P.P. y Engstrom, J.L. (2007). Evidence-based practices to promote exclusive feeding of human milk in verylow-birthweight infants. NeoReviews, 18, pp.c-467-c477.

[xxi] Katsumi, M. Alimentar con leche materna a tu bebé prematuro.

[xxii] Duttaroy, A. K. (2009). Transport of fatty acids across the human placenta: a review. Prog Lipid Res. 48(1):52-61.; Palmeira, P et al. (2012). IgG placental transfer in healthy and pathological pregnancies. Clin Dev Immunol. 985646.

[xxiii] Bertoncelli, N. et al. (2012). Oral feeding competences of healthy preterm infants: A review. Int J Pediatr 2012, 896257.

[xxiv] Newburg, D.S. (2005). Innate immunity and human milk. J Nutr. 135(5), pp. 1308-1312.

[xxvi] Prime, D.K.; Garbin, C.P.; Hartmann, P. E. y Kent, J.C. (2012). Simultaneous breast expression in breastfeeding women is more efficacious than sequential breast expression. 7(6), pp. 442-447.

[xxvii] Kent, JC. et al. (2012). Principles for maintaining or increasing breast milk production. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs. 41 (1), pp. 114-121.

[xxviii] Uvnäs Moberg, K. y Prime, D.K. (2013). Oxytocin effects in mothers and infants during breastfeeding. Infant, 9(6), pp. 201–206.

 

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Indicadores de utilização das urgências
Os episódios de urgência evitáveis e o recurso frequente às urgências hospitalares vão passar a ser indicadores que avaliam o...

No Fórum do Medicamento, que hoje decorreu em Lisboa, Ricardo Mestre, vogal da Administração Central do Sistema de Saúde, disse que vão ser introduzidos indicadores de utilização das urgências no processo de contratualização dos cuidados de saúde primários no próximo ano.

“As urgências evitáveis e as urgências frequentes será um dos indicadores que avaliam o desempenho da equipa [nos cuidados de saúde primários]”, afirmou Ricardo Mestre, lembrando que atualmente os centros de saúde já têm como indicador os internamentos evitáveis dos seus doentes.

Desta forma, pretende-se que os centros de saúde contribuam para retirar dos hospitais os episódios que são considerados como urgências evitáveis, um dos problemas geralmente atribuído na pressão das urgências hospitalares.

Em declarações à Lusa à margem do Fórum promovido pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Ricardo Mestre explicou que os cuidados de saúde primários têm uma matriz que avalia o seu desempenho em várias dimensões, como o acesso, a qualidade ou a efetividade de cuidados.

“Uma das áreas importantes é podermos monitorizar e integrar nesta avaliação a utilização que os utentes fazem dos serviços de urgência em condições de saúde que eram evitáveis. Há um conjunto de condições de saúde ou de doenças crónicas que, bem controladas em ambulatório, evitam internamentos ou situações de urgência. A ideia é introduzir esta dimensão na avaliação de desempenho dos cuidados de saúde primários”, afirmou o vogal da ACSS.

Ricardo Mestre recorda que Portugal “tem uma utilização elevada do serviço de urgência” e uma percentagem também considerada alta de utilizadores frequentes das urgências, que recorrem várias vezes num ano, que se situa nos 10% dos portugueses.

 

Menos 10 anos de vida para os fumadores
O Dia do Não Fumador surgiu em 1984, sendo comemorado em todo o mundo.

O tabaco representa uma das principais causas evitáveis de doença e de morte prematura. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), morrem, anualmente, cerca de cinco milhões de pessoas, em todo o mundo, em consequência deste consumo, podendo atingir, dentro de três décadas, os dez milhões habitantes/ano.

Na Europa, o consumo de tabaco é responsável por um milhão e 200 mil mortes anuais, número que tende a ascender aos dois milhões. Em Portugal, o consumo de tabaco atinge cerca de 20 a 26% da população, e é responsável por 10,6% das mortes. Em 2016 morreram mais de 11800 pessoas por doenças atribuíveis ao tabaco, o que significa uma morte a cada 50 minutos! Compreende-se assim a dimensão do problema do tabagismo em saúde pública.

Consumo e saúde

O consumo do tabaco contribui para a redução da longevidade. Os fumadores têm, em média, menos dez anos de vida do que os não fumadores, contudo é de salientar o risco também associado ao tabagismo passivo. O tabagismo é um fator de risco também para os não fumadores expostos a ambientes poluídos pelo tabaco. Estima-se que a mortalidade anual associada ao tabagismo passivo, a nível mundial, corresponda a cerca de 900.000 pessoas/ano.

O cigarro contém cerca de 4.000 substâncias com efeitos tóxicos e irritantes, 70 das quais como cancerígenos e ainda substâncias com ação a nível do sistema nervoso e cardiovascular. A nicotina é a principal responsável pela habituação e induz uma depedência fisiológica e psicológica.

Sabe-se que o tabaco é responsável por:

  • 25 a 30% da totalidade dos cancros (incluindo cancro do aparelho respiratório superior, lábio, língua, cavidade oral, faringe e laringe);
  • 90% dos casos de cancro do pulmão;
  • 80% dos casos de doença pulmonar obstructiva crónica.

Ainda a referir: doença cardiovascular, doença cerebrovascular, insuficiência vascular periférica, doenças gastrointestinais; impotência sexual e infertilidade.  
Fumar também aumenta o risco de tuberculose e de problemas do sistema imunológico.

Benefícios da cessação tabágica

São grandes os benefícios associados à cessação tabágica, em todas as idades e circunstâncias, sendo que quanto mais cedo, maiores os benefícios. Pode-se dizer que se iniciam quase de imediato após o consumo do último cigarro.  Após 20 minutos o ritmo cardiaco baixa e em 8 a 12 horas os níveis de monóxido de carbono no organismo baixam e os de oxigénio aumentam.

Os benefícios continuam ao longo dos anos, sendo de salientar que com 1 ano depois o risco de doença coronária é metade da de um fumador, e com 5 anos o risco de cancro da boca e do esófago é reduzido para metade; ao fim de dez anos, o risco de cancro do pulmão é cerca de metade do verificado em fumadores, e o de outros cancros diminui também consideravelmente. Após 15 anos de cessação, o risco de doença cardiovascular é igual ao de um não fumador do mesmo sexo e idade.

Dia do Não Fumador é assim um dia para reflexão, com base na informação e divulgação dos riscos associados ao tabaco e os benefícios da cessação tabágica. É também um dia de acção, pelo desafio lançado a todos os fumadores: Está na hora de deixar de fumar! Vamos ser não fumadores a partir de hoje? Vamos celebrar o dia do Não fumador com o primeiro passo, o passo mais importante para deixar de fumar: decidir e estar motivado!

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Dia Mundial da Prematuridade assinala-se amanhã
Assinala-se no dia 17 de Novembro, o 10º aniversário do Dia Mundial da Prematuridade, a iniciativa f

Em Portugal, segundo dados do INE, em 2016 registou-se um acréscimo da percentagem de nados-vivos prematuros (com menos de 37 semanas de gestação), de 7,4% para 7,8%; com menos de 32 semanas nascem cerca de 1000 bebés por ano. As percentagens superiores ao valor nacional verificaram-se nas mães com menos de 20 anos e com mais de 34 anos. A idade materna extrema é uma das causas conhecidas de prematuridade, havendo outras causas importantes como a raça negra, baixo nível socioeconómico, índices de massa corporal extremos, gravidez múltipla, malformações uterinas, placenta prévia, tabagismo, infeções pélvicas/abdominais, parto pré-termo anterior (PPT), conização, etc. De todos estes fatores o que mais se associa a risco de PPT é a existência de PPT na gravidez anterior. Assim, uma grávida que tenha tido um PPT na gravidez anterior tem o risco de 30% de voltar a ter um PPT. Se tiver tido 2 PPT o risco aumenta para 60%. No entanto, a grande maioria dos PPT ocorre em mulheres sem qualquer fator de risco identificado.

A prevenção do parto prétermo inclui algumas medidas que, do ponto de vista obstétrico, podem ser utilizadas em grupos de risco. Quando se prevê o parto prétermo estão habitualmente indicadas tocólise (medicação que diminui as contrações uterinas) cuja utilidade é sobretudo a de permitir a administração de corticoides à grávida. Os corticoides utilizados são a betametasona ou a dexametasona. Estes devem ser administrados entre as 24 e as 34 semanas de gestação e permitem diminuir a incidência de síndrome de dificuldade respiratória, de enterocolite necrotizante, de hemorragia intraventricular e de mortalidade neonatal. Está também indicada a utilização de sulfato de magnésio até às 32 semanas como neuroprotecção, pois há vários estudos que demonstram a sua eficácia na redução da paralisia cerebral nos prematuros.

O nascimento prematuro tem implicações importantes na morbilidade destes recém-nascidos, o seu nascimento deve ser preferencialmente em unidades de cuidados neonatais diferenciados. A imaturidade dos vários órgãos, nomeadamente cérebro, pulmão e intestino obriga a uma intervenção altamente diferenciada. O limiar de sobrevida (definido como sobrevivência de mais de 50%) situa-se em Portugal nas 25 semanas de gestação e nos cerca de 600g de peso ao nascer, taxas estas que são comparáveis às taxas internacionais.

A qualidade dos cuidados necessários aos prematuros nas unidades neonatais portuguesas segue as boas práticas internacionais, o que nos coloca, desde há vários anos, nos valores mais baixos da mortalidade neonatal dos países europeus. Destacam-se nestes cuidados o nascimento em unidades diferenciadas, a utilização do surfactante, a ventilação minimamente invasiva, a nutrição parentérica personalizada, a administração de leite materno o mais precocemente possível e a presença dos pais nas unidades de cuidados neonatais.

Ainda estamos um pouco longe das unidades neonatais com quartos familiares existentes em alguns países nórdicos e norte-americanos, em que após a estabilização do bebé, a família passa a viver no hospital e a prestar os cuidados durante 24 horas. No entanto, os cuidados para o desenvolvimento, que incluem várias medidas, com destaque para o método canguru, manipulação mínima, regulação da luz e do ruído, massagem, posicionamento adequado e amamentação, são utilizadas de forma universal nas unidades neonatais portuguesas e contribuem para uma melhoria na qualidade de vida destes bebés e das suas famílias. O contacto pele-a-pele através do método canguru é uma das formas de aproximar o ambiente externo ao ambiente intrauterino, através da voz da mãe, dos sons orgânicos, do cheiro materno transmitido pelo ar e pelo leite da mãe. O recém-nascido (RN) sente os movimentos maternos e os seus próprios movimentos espontâneos que são contidos pela pele materna (tal como acontecia in-útero). O biorritmo materno é de alguma forma transmitido ao RN pela audição dos batimentos cardíacos maternos, pela temperatura corporal da mãe e pelas hormonas transportadas no leite.

A presença da família nas unidades de cuidados neonatais é um dos pontos mais importantes na prestação dos cuidados aos prematuros e melhora o prognóstico a longo prazo.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Incidência tem aumentado nas mulheres
Alice foi diagnosticada com cancro do pulmão de não pequenas células há quase três anos e graças à oncologia de precisão e à...

Amanhã, 17 de novembro, assinala-se o Dia Mundial do Não Fumador, uma data que tem como objetivo alertar para os perigos do tabaco e dar visibilidade a doentes e cuidadores que têm de lutar todos os dias contra o cancro do pulmão, principal doença associada ao consumo de tabaco. Um exemplo é o de Alice, uma doente que foi diagnosticada com cancro de pulmão de não pequenas células (CNPC) aos 49 anos de idade. O cancro foi detetado há quase três anos e, graças à oncologia de precisão, pode ter uma vida praticamente normal neste momento.

"Quando os médicos detetaram, eu estava envolvida num labirinto de testes, consultas médicas e perplexidade. Fiz uma cirurgia para remover o líquido da pleura e tive que esperar pelo tratamento. Enquanto esperava uma data para começar a quimioterapia, um amigo falou-me sobre os laboratórios OncoDNA, que realizam análises genómicas de tumores para encontrar a terapia ideal para matar o cancro. Consultei o meu oncologista que me incentivou a tentar ", explica Alice.

Um procedimento simples

Segundo a doente, a realização desses testes é bastante simples, "pelo menos no meu caso. Enviei uma amostra do tumor que havia sido previamente removido com a cirurgia para a OncoDNA, com a intercessão do meu oncologista”. Naquela época, a doente não estava a receber tratamento e não tinha boas expectativas. "Os médicos disseram-me que era incurável e isso levou-me a procurar outra solução. Não consegui acomodar-me, tive que lutar pelos meus filhos", lembra.

Os resultados chegaram em dez dias. "O teste foi feito com muita urgência devido à quantidade de tempo decorrido sem tratamento. Deu positivo em dois dos oncogenes conhecidos e tive a possibilidade de aceder a uma terapia direcionada às características do meu tumor e evitar a quimioterapia". Ao longo destes dois anos e graças em parte às informações obtidas através da análise genómica, Alice teve a oportunidade de entrar em vários ensaios clínicos que mantêm a doença controlada. "Nos dias  em que não vou ao hospital nem me lembro dele. É verdade que há muitas coisas que não posso fazer agora, é algo que assumi, mas sinto-me muito bem. Faço análises periódicas e espero que um dia curar-me".

O cancro do pulmão em números

De acordo com a Direção Geral de Saúde, o cancro do pulmão afeta cerca de 4.300 pessoas em Portugal e é a neoplasia com maior mortalidade. Cerca de 50% dos casos diagnosticados já se encontra num estado avançado.

Felizmente, o arsenal terapêutico e de diagnóstico que os especialistas têm para combater o cancro está a aumentar, e as novidades que aparecem estão muitas vezes intimamente ligadas à medicina personalizada, como tratamentos direcionados e imunoterapia. Um exemplo claro são os estudos genómicos como o OncoDEEP, usado com a doente Alice, baseado na análise de uma amostra de tecido tumoral para encontrar um tratamento efetivo no menor tempo possível.

Esta não é a única opção oferecida pela OncoDNA. Para o cancro de pulmão, também tem o teste OncoSELECT, uma análise rápida e minimamente invasiva de ADN do tumor circulante de uma amostra de sangue (ou biópsia líquida). Uma boa ferramenta para identificar soluções terapêuticas naqueles doentes que não têm a possibilidade de ter uma biópsia de tecido ou mesmo que esteja disponível, seja uma amostra antiga ou escassa. Ou também para executar uma resposta de controlo exaustivo ao tratamento e detetar resistência à terapêutica assim que aparece, mesmo antes dos exames de imagem.

Evento conta com especialistas internacionais
A 10ª Edição do Fórum do Medicamento trará este ano à discussão a liberdade de escolha e a equidade de acesso do cidadão ao...

A iniciativa anual da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, que visa contribuir para o conhecimento e partilha de boas práticas na área da gestão do medicamento, pretende assim, nas palavras de Alexandre Lourenço, Presidente da APAH “reforçar a crucial importância de fomentar mecanismos que promovam a participação do cidadão e garantir que os cuidados de saúde são desenhados com e à medida das necessidades dos doentes e das suas famílias”.

O X Fórum do Medicamento acontece no próximo dia 16 de novembro, no Centro Cultural de Belém, entre as 9h00m e as 13h00m, com o patrocínio da AstraZeneca. Para além do tema já referido, destaque ainda para temas como modelos de financiamento inovadores, que contará com a intervenção do Professor Antoine Georges-Picot, Presidente da consultora francesa Government Healthcare, e a apresentação de projetos de melhoria de acesso aos cuidados de saúde na área oncológica relativos ao Hospital Beatriz Ângelo e ao IPO-Porto. O evento contará com oradores nacionais, mas também com a participação de especialistas internacionais.

 

Centros de saúde
Os centros de saúde da região Oeste estão a promover pela primeira vez rastreios a crianças que completem dois anos até ao...

Os Agrupamentos de Centros de Saúde Oeste Sul e Oeste Norte são os primeiros na região de Lisboa e Vale do Tejo onde o rastreio visual infantil arrancou e só termina em 2019, informou a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).

“Com o Rastreio de Saúde Visual Infantil, estamos a apostar na deteção precoce de problemas de visão, como estrabismo, miopia, hipermetropia e astigmatismo, proporcionando, sempre que necessário, o encaminhamento para uma consulta de oftalmologia num hospital”, explicou Eunice Carrapiço, médica de família e coordenadora do programa na ARSLVT.

O rastreio engloba três mil crianças.

A ambliopia, uma disfunção oftalmológica caracterizada pela diminuição da acuidade visual, ocorre desde idades precoces, sem apresentar sintomas ou alterações comportamentais.

A ambliopia é considerada a causa mais frequente de perda de visão entre os 20 e os 70 anos e a sua prevalência nos países desenvolvidos varia entre 1 e 5%.

Os centros de saúde vão proceder a consultas e testes de rastreio, estando os beneficiários dispensados do pagamento da taxa moderadora.

O teste consiste na realização de uma fotografia aos olhos da criança, feita com uma tecnologia inovadora, rápida e indolor, que permite identificar fatores de risco para a ambliopia. A imagem é enviada para o centro de leitura do Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto, onde será analisado por um oftalmologista.

Se os testes realizados não apresentarem alterações de visão, a criança regressa à lista de rastreios e volta a ser convocada para um novo exame aos quatro anos. Se o oftalmologista detetar alterações, a criança será chamada para uma consulta de oftalmologia no hospital, onde será avaliada, feito o diagnóstico e, caso necessário, o tratamento.

O ACES Oeste Norte integra os centros de saúde de Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche e Bombarral, no distrito de Leiria, o ACES Oeste Sul os centros de saúde da Lourinhã, Cadaval, Torres Vedras, Sobral de Monte Agraço e Mafra, no distrito de Lisboa.

Sem stock
A Ordem dos Enfermeiros avisa que há centros de saúde, sobretudo na região Norte, que continuam com falta de vacinas da gripe,...

“Os maiores problemas que identificámos dizem respeito à Administração Regional de Saúde (ARS) Norte. Há várias unidades que não estão a receber o número de vacinas que pediram ou estão mesmo em rutura de ‘stock’ até ao próximo dia 21 de novembro. Significa que as pessoas vão ao centro de saúde para se vacinar e não têm vacinas”, afirma a bastonária, Ana Rita Cavaco, em declarações à agência Lusa.

Já no início de outubro, antes de começar a campanha de vacinação contra a gripe, a bastonária tinha apelado para que este ano não houvesse “racionamento da vacina da gripe”, indicando que a gestão dos ‘stocks’ tem levado a que todos os anos “vão para o lixo milhares de vacinas”.

Depois deste alerta, a diretora-geral de Saúde veio garantir que “não há racionamento da vacina da gripe” e que, em caso de necessidade, os centros de saúde devem fazer permutas para responder às necessidades.

Um mês e meio depois, a bastonária dos Enfermeiros garante que há centros de saúde que estão com dificuldades nos ‘stocks’ das vacinas contra a gripe.

“Temos um documento oficial da ARS Norte dizendo que estas vacinas iam chegar após o dia 21 de novembro. Daqui a pouco, chegam no fim da campanha de vacinação”, indica Ana Rita Cavaco.

A título de exemplo, a bastonária diz que acontece que os enfermeiros peçam 250 vacinas no início da campanha de vacinação, recebendo apenas 50.

“Isso não dá sequer para um dia. Temos uma afluência nos centros de saúde, assim que começa a campanha, de mais de 50 pessoas por dia. Se não acautelarmos a prevenção da gripe vamos ter as urgências cheias, como todos os anos, e vamos falhar na cobertura vacinal”, sublinha.

Ana Rita Cavaco lamenta que se esteja a repetir o erro de anos anteriores na gestão que é feita pelas administrações regionais de Saúde.

“Se é para enviarem todo o resto da vacina no final da campanha, as vacinas vão para o lixo. Isto significa milhares de euros”, indica, acrescentando que a Ordem tem reportado as situações à ministra da Saúde.

Ordem
A bastonário da Ordem dos Enfermeiros admite que a greve prolongada em blocos operatórios, agendada para a próxima semana, é...

“É verdade que é uma greve completamente atípica e que nunca se fez em Portugal. Mas é atípica porque os enfermeiros chegaram a uma situação completamente atípica. O que é agressivo é o que se passa com os enfermeiros e as suas condições de trabalho”, afirma, em declarações à Lusa, a bastonária, Ana Rita Cavaco, numa referência às declarações da ministra da Saúde, que considerou esta paralisação uma “extraordinariamente agressiva forma de luta”.

Dois sindicatos de enfermeiros convocaram uma greve a partir de dia 22 de novembro, e com duração superior a um mês, que incide em cinco blocos operatórios de grandes hospitais, uma ideia de paralisação que partiu inicialmente de um movimento de enfermeiros e que recolheu já mais de 350 mil euros num fundo destinado a compensar os profissionais que ficarão sem salário. Os enfermeiros reclamam nomeadamente melhores remunerações e uma carreira digna, notando que não progridem há 13 anos.

A bastonária dos Enfermeiros considera que os profissionais foram “encostados à parede de uma maneira extremamente agressiva”, reagindo com as “armas que têm ao seu dispor, através dos sindicatos”.

“Chegámos a esta situação por vários motivos, mas não tem a ver com dinheiro. Era isso que gostava que as pessoas compreendessem”, refere Ana Rita Cavaco, frisando que os enfermeiros continuam com a sua situação congelada desde 2005, têm reformas tardias, não têm reconhecida a sua categoria de especialista e trabalham em serviços desfalcados.

A representante dos enfermeiros sublinha ainda que um enfermeiro leva para casa 980 euros líquidos por mês, tenha um ou 20 anos de carreira. Também a carga de trabalho é um problema transversal, com profissionais que trabalham “o dobro ou o triplo das horas que estão no contrato”.

E essas horas a mais não são pagas, recorda a bastonária, indicando que os hospitais devem “milhares de horas” aos enfermeiros, que acumulam folgas pelas horas a mais que acabam por não conseguir gozar:

“Se tirassem as folgas [correspondentes a essas horas], os hospitais tinham todos de fechar portas, porque são milhares de horas em dívida”.

Ana Rita Cavaco afirma que recebe com frequência na Ordem horários de profissionais que trabalham 60 horas em vez das 35: “Isto é que é agressivo e não se pode permitir”.

Outra das reclamações frequentes nos enfermeiros prende-se com o rácio de profissionais, com serviços por vezes assegurados apenas por um enfermeiro por turno, com 20, 30 ou 40 camas a seu cargo.

“Toda a gente percebe que um enfermeiro sozinho não consegue lidar com 20 doentes, quanto mais com 40. Não podemos ter hospitais como Cascais, Covilhã ou o Psiquiátrico de Lisboa em que o número de enfermeiros é tão baixo que qualquer dia nem está lá enfermeiro nenhum e as pessoas ficam entregues a si próprias”, afirma a bastonária.

Sobre os efeitos da greve cirúrgica em cinco blocos operatórios de grandes hospitais, Ana Rita Cavaco diz entender as preocupações que possam existir na sociedade, mas recorda que não tem de haver receios em relação a situações urgentes, porque há nesta paralisação serviços mínimos, como em todas as outras.

Muitas cirurgias serão adiadas com esta greve, incluindo oncológicas, desde que não sejam operações consideradas urgentes. Ou seja, a paralisação irá afetar as cirurgias que estão programadas.

“Se estão preocupados com a greve cirúrgica dos enfermeiros, nós compreendemos, é de facto uma medida extrema. Mas em Portugal temos de fazer uma reflexão muito grande sobre os tempos de espera cirúrgicos, que são inadmissíveis. O que me preocupa, e que não quero, é viver num país onde há cirurgias oncológicas e outras que esperam entre um mês e dois anos. Isto já é uma realidade em Portugal”, lamenta a bastonária.

Outra das características inovadoras desta greve, além da duração prolongada, é ter surgido inicialmente de um movimento independente de enfermeiros que constitui um fundo aberto à contribuição de todos para financiar e apoiar os profissionais que vão paralisar e ficar sem salário.

Acerca desta forma de financiamento, que recolheu mais de 350 mil euros até hoje, a bastonária considera que é “um sinal positivo” perceber que há muita gente que “quer que os enfermeiros tenham condições para trabalhar”:

“Olhando para as condições dos nossos colegas não custa nada a acreditar que houve uma participação em massa de todos os enfermeiros, mas também de amigos e familiares (…). Não querem acreditar que os enfermeiros que cuidam deles chegaram hoje à situação a que chegaram”.

A bastonária teme que os enfermeiros estejam neste momento “num beco sem saída”, em que a conquista de um défice zero no país “tem de ser conseguido à custa das não negociações” no setor da saúde.

Mas ainda assim acredita que o Governo “tem condições para negociar uma carreira com os enfermeiros” e resolver pelo menos os problemas mais complexos nos hospitais.

O pré-aviso da greve que começa na próxima semana abrange todos os enfermeiros do Centro Hospitalar Universitário de S. João, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e Centro Hospitalar de Setúbal.

Categoria internacional de Carreira
A cientista Maria Manuel Mota foi distinguida com o Prémio Sanofi-Instituto Pasteur 2018, pelos seus estudos sobre o parasita...

Maria Manuel Mota, investigadora-principal e diretora-executiva do Instituto de Medicina Molecular (IMM) João Lobo Antunes, foi distinguida na categoria internacional de carreira, que lhe vale um prémio no montante de 150 mil euros.

O seu grupo de investigação estuda há mais de 20 anos os parasitas do género "Plasmodium", que causam a doença infeciosa malária, transmitida pela picada da fêmea dos mosquitos do género "Anopheles".

A equipa pretende, em trabalhos futuros, perceber a "rede de interações" entre os parasitas e as pessoas, para poder "influenciar a replicação" dos parasitas.

Maria Mota descobriu "o principal mecanismo de deteção de nutrientes usado por este parasita, que é crítico para modular a sua replicação e virulência".

Para a cientista, citada em comunicado do IMM, o prémio reconhece o trabalho feito pela sua equipa de investigação e significa "financiamento para o laboratório", possibilitando "explorar novas ideias de uma forma mais livre".

Criados em 2012, os Prémios Sanofi-Instituto Pasteur, no valor total de 350 mil euros, visam distinguir, nas categorias internacional de carreira e sénior, até quatro cientistas cuja "investigação tenha demonstrado um verdadeiro progresso científico em diferentes áreas das ciências da vida".

Em 2018, as áreas selecionadas foram microbiologia e infeção e imunologia.

Os prémios de investigação biomédica atribuídos pela farmacêutica Sanofi e pelo Instituto Pasteur foram entregues em Paris, França.

 

Açores
O presidente do Governo dos Açores declarou ter a “fundada expetativa” de que o reforço de 43 médicos a realizarem...

Vasco Cordeiro referiu na inauguração da remodelação da Unidade de Saúde da Maia, no concelho da Ribeira Grande, integrada na visita de trabalho do executivo açoriano à ilha de São Miguel, que, no âmbito do reforço dos recursos humanos do Serviço Regional de Saúde (SRS), desde 2015 foram contratados cerca de 30 médicos de família para promover a melhoria do acesso dos açorianos aos cuidados de saúde.

O líder do executivo socialista destacou ainda que a produtividade do SRS tem vindo a crescer, exemplificando que o número de consultas médicas de todas as especialidades ultrapassou as 800 mil em 2017.

O chefe do executivo açoriano disse que Unidade de Saúde da Maia vai promover uma melhoria das condições de acesso à saúde a cerca de 3.300 pessoas daquela freguesia e das vizinhas de São Brás, Porto Formoso e Lombinha da Maia.

Vasco Cordeiro referiu que nos últimos dois anos a Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel investiu, apenas na melhoria de instalações e equipamentos, dois milhões de euros, tendo sido melhoradas e requalificadas na presente legislatura as unidades de saúde das Feteiras, dos Arrifes, de Água de Pau, das Furnas, de Rabo de Peixe, da Fajã de Cima e o Centro de Saúde da Ribeira Grande. Vai ser inaugurada em breve a Unidade de Saúde da Candelária.

No âmbito da visita do Governo Regional, a secretária regional dos Transportes e Obras Públicas anunciou que a segunda fase da intervenção na Estrada N.º 2 – 2.ª, no troço Furnas – Ribeira Quente, no concelho da Povoação, será lançada durante o primeiro trimestre do próximo ano.

No final de uma visita às obras da primeira fase, já concluídas, Ana Cunha disse que a segunda fase, para além da intervenção em diversos taludes, com diversas técnicas, da colocação de redes para sustentar as terras, "tem uma face mais visível, que é a construção de um túnel em semicírculo, a seguir ao túnel já existente”.

A segunda fase da intervenção representa um investimento de 3,6 milhões de euros, tendo um prazo de execução de 18 meses, ainda segundo a governante.

Denúncias de 2015 e 2016
A Fundação Aurélio Amaro Dinis (FAAD), em Oliveira do Hospital, confirmou que está a ser investigada pela Polícia Judiciária na...

A ida de elementos da PJ às instalações da instituição particular de solidariedade social (IPSS), na quarta-feira, decorreu “no âmbito de denúncias anónimas” que deram origem a “processos que correm os seus termos” no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra, adiantou.

Numa nota enviada à agência Lusa, a FAAD, presidida por Álvaro Herdade, médico do Centro de Saúde local, informou ter prestado “todos os esclarecimentos que lhe foram solicitados” pela polícia.

O conselho de administração “continuará disponível para prestar à justiça toda a colaboração e informação que lhe for pedida no normal desenrolar dos processos”, acrescentou.

Na quarta-feira, elementos da Diretoria de Coimbra da PJ realizaram buscas na instituição de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, disse hoje à Lusa uma fonte policial.

“Estamos a investigar algumas coisas, mas não é oportuno dizer o quê”, referiu.

Por indicação testamentária do patrono da FAAD, Aurélio Amaro Dinis, a escolha do presidente da fundação é da responsabilidade do presidente da Câmara local.

Em junho, o atual líder do município, José Carlos Alexandrino, que cumpre o último mandato na autarquia pelo PS, na condição de independente, reconduziu Álvaro Herdade para um terceiro mandato na presidência da Fundação Aurélio Amaro Dinis.

Há um ano, na sequência do grande incêndio de 15 de outubro, e devido à falta de médicos, as urgências do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital foram assumidas em parte pela FAAD, que passou a assegurar esse serviço às populações durante a noite, aos fins de semana e feriados.

Esta solução foi anunciada em 31 de outubro de 2017, coincidindo com uma visita ao concelho do então ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

 

FDA
As autoridades dos Estados Unidos decidiram impor restrições draconianas à venda de 'cigarros eletrónicos' a jovens,...

A Administração da Alimentação e Saúde (FDA, na sigla em inglês) anunciou hoje uma proposta para proibir a venda de 'cigarros eletrónicos' via Internet, ficando estes apenas disponíveis em lojas.

A FDA também pretende impor a proibição de venda de cigarros mentolados e charutos aromatizados, segundo a agência noticiosa francesa AFP.

Estas decisões deverão ser submetidas a um período de consulta pública, para poderem entrar em vigor em junho do próximo ano.

O número de consumidores de 'cigarros eletrónicos' nos liceus norte-americanos aumentou 78% entre 2017 e 2018, segundo os mais recentes estudos resultantes de um inquérito nacional sobre os jovens e o tabaco.

O presidente da FDA, Scott Gottlieb disse, citado pela AFP, que não deixará "que uma geração de crianças se torne viciada em nicotina através dos cigarros eletrónicos".

Desde 2016 que a FDA regula o consumo e venda dos 'cigarros eletrónicos', tendo interditado a venda a menores de idade e multiplicado fortemente os controlos.

Perante o aumento vertiginoso do consumo entre os jovens norte-americanos, a FDA decidiu penalizar os aromas disponíveis para 'cigarros eletrónicos' que indiciem causar habituação nos jovens.

Num artigo recente publicado no jornal Washington Post, Scott Gottlieb e a secretária da Saúde norte-americana, Alex Azar, falavam de “uma epidemia” quando se referiram a estes consumos crescentes.

Muitos dos produtos cancerígenos dos cigarros comuns, como alcatrão, não são encontrados nos eletrónicos, mas os liquidos aromatizados que são vaporizados para inalação contêm nicotina, substância que não está diretamente relacionada com o cancro, mas que provoca habituação.

A FDA apelou recentemente aos fabricantes de 'cigarros eletrónicos' para que encontrem forma de evitar que os mais jovens comprem os seus produtos.

Fundação
A Polícia Judiciária está a investigar a Fundação Aurélio Amaro Dinis (FAAD), em Oliveira do Hospital, e na quarta-feira...

“Estamos a investigar algumas coisas, mas não é oportuno dizer o quê”, disse a fonte da PJ à agência Lusa.

Por sua vez, Álvaro Herdade, médico do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital e presidente do conselho de administração da FAAD, optou por não abordar o assunto verbalmente e disse à Lusa que tomaria posição ainda hoje, através de comunicado, sobre a operação efetuada na quarta-feira por elementos da Diretoria de Coimbra da PJ.

Por indicação testamentária expressa pelo patrono da fundação, Aurélio Amaro Dinis, a escolha do presidente desta instituição particular de solidariedade social (IPSS) de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, é da responsabilidade do presidente da Câmara local.

Em junho, o atual líder deste município do distrito de Coimbra, José Carlos Alexandrino, que cumpre o último mandato na autarquia pelo PS, na condição de independente, reconduziu Álvaro Herdade para um terceiro mandato na presidência da Fundação Aurélio Amaro Dinis.

Na quarta-feira, segundo o jornal Correio da Beira Serra, “cerca de uma dezena de agentes da PJ terá estado nas instalações da instituição durante praticamente todo o dia, vendo vários documentos e computadores que no final terão sido apreendidos”.

“Os agentes terão mesmo visitado a residência do presidente do conselho de administração”, noticiou a publicação digital.

Há um ano, na sequência do grande incêndio de 15 de outubro, e devido à falta de médicos, as urgências do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital foram assumidas em parte pela FAAD, que passou a assegurar esse serviço às populações à noite, fins de semana e feriados.

Esta solução foi anunciada em 31 de outubro de 2017, coincidindo com uma visita ao concelho do então ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

Em janeiro de 2016, a fundação dirigida por Álvaro Herdade, médico do Centro de Saúde, iniciou a prestação de um serviço de saúde nas zonas remotas do concelho, recorrendo a uma viatura com dois consultórios e equipamento de diagnóstico e terapêutica.

A equipa da Unidade Móvel de Saúde integra dois enfermeiros, operando ao abrigo de um protocolo entre a Câmara Municipal e FAAD, proprietária de um hospital e que presta localmente serviços de saúde e de apoio à infância e terceira idade saúde.

Em setembro, a mesma unidade móvel começou a prestar também um serviço público de leitura às populações, um projeto intitulado “Biblioteca no Largo” que a Câmara promove através das bibliotecas públicas municipais.

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