Greve de enfermeiros
Os enfermeiros de cinco blocos operatórios de hospitais públicos iniciam hoje uma greve de mais de um mês às cirurgias...

A greve cirúrgica, decretada pela Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), irá abranger o Centro Hospitalar Universitário de S. João, o Centro Hospitalar Universitário do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e o Centro Hospitalar de Setúbal.

A paralisação visa “parar toda a cirurgia programada, mantendo, naturalmente, assegurados os cuidados mínimos decretados pelo tribunal”, referem os sindicatos em comunicado.

Os enfermeiros reivindicam uma carreira transversal a todos os tipos de contratos e uma remuneração adequada às suas funções, tendo em conta “a penosidade inerente ao exercício da profissão”, segundo as estruturas sindicais.

A ideia da paralisação partiu inicialmente de um movimento de enfermeiros que recolheu já mais de 360 mil euros num fundo destinado a compensar os profissionais que ficarão sem salário.

O movimento de enfermeiros agendou para as 08:00 de hoje cinco manifestações junto aos centros hospitalares onde vai decorrer a paralisação, coincidindo com o arranque da greve.

Na terça-feira, os dois sindicatos que convocaram a paralisação decidiram manter o protesto nos cinco blocos operatórios, por falta de acordo com o Governo sobre a estrutura da carreira.

Numa nota à imprensa enviada antes do final da reunião negocial de terça-feira à tarde, o Ministério da Saúde invocou que na proposta apresentada aos sindicatos se destaca “a consolidação do enfermeiro especialista e o reconhecimento da importância da gestão operacional de equipas pelo enfermeiro coordenador".

A tutela assume que a proposta de revisão da carreira especial de enfermagem "constitui a aproximação possível às reivindicações apresentadas" pelos sindicatos, "num contexto de sustentabilidade das contas públicas e equidade social".

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde disse na quarta-feira que o governo fez “um esforço muito significativo” para ir ao encontro das reivindicações dos enfermeiros e entende que a manutenção da greve vai atrasar o processo negocial e um possível acordo.

Em declarações à agência Lusa, Francisco Ramos, disse que a proposta apresentada aos sindicatos dos enfermeiros contempla as “principais reivindicações”, nomeadamente ao "consagrar a figura do enfermeiro especialista" e ao reconhecer as funções de gestão dos enfermeiros.

“O Governo fez um esforço muito significativo de ir ao encontro das principais reivindicações dos sindicatos de enfermagem, nomeadamente no que respeita à estrutura proposta de carreira e às regras de desenvolvimento profissional nela contempladas”, afirmou Francisco Ramos.

Os sindicatos continuam a reclamar que o Governo não consagrou a categoria de enfermeiro especialista, frisando que estabelecer a figura de especialista não é o mesmo que a consagrar na carreira.

O secretário de Estado diz que o Ministério da Saúde esperava, da parte dos sindicatos, “um sinal de que estão de facto interessados em chegar a um compromisso e a continuar sentados à mesa das negociações”:

“O Ministério da Saúde considera que a manutenção da greve é uma disrupção dessa vontade”, disse Francisco Ramos.

DGS
Catorze casos de sarampo foram detetados na região de Lisboa e Vale do Tejo desde o dia 08 até hoje, dez dos quais confirmados...

“Estes casos configuram a existência de dois surtos distintos, ambos com origem em casos de doença importados de países europeus”, esclarece a DGS, referindo que, “até à data, todos os casos confirmados são em adultos, um dos quais se encontra internado e clinicamente estável”, sem indicar onde.

Segundo a DGS, está em curso uma “investigação epidemiológica detalhada”, que inclui “a investigação laboratorial de todos os casos”, não adiantando as respetivas localizações dos surtos.

Por outro lado, a DGS não quis identificar os países europeus de onde o vírus é originário, referindo, porém, não ser expectável surgirem novos focos da doença em Portugal.

A DGS explica que o vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra, e os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea.

“Os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal”, alerta ainda a DGS.

 

investigação
Pessoas com paralisia poderão usar 'tablets' e outros aparelhos usando apenas o pensamento, através de um implante do...

O implante foi experimentado em três voluntários tetraplégicos e regista a atividade cerebral a partir de um pequeno sensor instalado na parte do córtex responsável pelo movimento.

Com essa tecnologia, os voluntários conseguiram usar programas num 'tablet' para mandar correio eletrónico, trocar mensagens num 'chat', ouvir música e usar aplicações de partilha de vídeos.

Navegaram na Internet, fizeram compras 'online', contactaram família, amigos, trocaram mensagens entre si e com a equipa de investigadores de várias instituições norte-americanas, como as universidades de Stanford e Brown.

A tecnologia Braingate deteta sinais associados com movimento registados no córtex motor, descodifica-os e envia-os para dispositivos externos, o que já tinha sido experimentado para permitir a pessoas paralisadas mover braços robóticos.

Dois dos voluntários do teste sofrem de esclerose lateral amiotrófica, que afeta os nervos no cérebro e na espinal medula que controlam o movimento e o outro sofreu uma lesão na coluna que o paralisou.

Usando o implante, conseguiram mover o cursor e selecionar um ícone 22 vezes por minuto numa série de aplicações.

 

Apoio
A Câmara de Lisboa está a preparar o Programa Municipal para a Pessoa Sem-abrigo 2019-2021, que contará com “mais de cinco...

O vereador da Educação e Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, Manuel Grilo (BE), visitou a Unidade de Atendimento a Pessoas Sem-Abrigo, na zona do Cais do Sodré e, no final, disse aos jornalistas que o novo programa municipal deverá conter um financiamento de “mais de cinco milhões de euros”.

“Queremos dar um reforço financeiro bastante grande a este programa”, afirmou, falando também numa “melhoria de toda a oferta” e na “integração no plano daquilo que se verificou que funcionava, como por exemplo o espaço Âncora e os quiosques solidários”.

De fora desta verba, ficam as obras previstas, entre as quais a beneficiação do centro de alojamento temporário do Beato, com capacidade para 271 pessoas.

Apesar de ainda não haver projeto, Manuel Grilo apontou que o objetivo do investimento será “dar condições àquele centro, criando situações diversas que permitam inserção social”.

O bloquista explicou que a capacidade do centro deverá diminuir e que serão construídos no espaço “apartamentos partilhados” para que casais possam permanecer “em situação de alguma privacidade e conforto”.

“Na noite em que fui visitar aquilo, não consegui dormir”, comentou o vereador, apontando que viu “20 pessoas a pernoitar na mesma camarata”.

“Por isso, não descansarei enquanto aquilo não melhorar”, salientou, referindo que a “obra é muito grande” e deverá custar “alguns milhões, certamente”, sem contudo precisar.

Na visita, o vereador adiantou que o número de pessoas a dormir na rua diminuiu para metade desde 2015 até hoje, passando de 700 para 350 as pessoas em situação de sem-abrigo na capital.

Além destas, existem mais 500 pessoas que já não dormem na rua, estão em centros de acolhimento e são ajudadas através das várias valências que o programa municipal e o NPISA (Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo) oferecem.

“Muitas delas estão hoje no programa ‘housing-first’ [casas de transição]”, declarou o vereador do Bloco, apontando que às atuais 80 casas disponíveis (50 para quem sofre de doenças metais e 30 para quem sofre de dependências) vão juntar-se mais 75 habitações municipais.

Destas, 25 reforçarão o acolhimento na área de saúde, outras 25 destinam-se a pessoas com problemas de dependências e as restantes não terão tipologia atribuída.

Já o programa atualmente em vigor (2016-2018) previa um reforço destas habitações, mas o vereador justificou o atraso com o aumento dos preços do arrendamento na cidade.

“Não há estagnação, pelo contrário, há o desenvolvimento normal de um programa municipal que decorre desde 2016”, vincou, falando apenas em “soluções pontuais”.

Na visita, foi também anunciado que, entre 03 e 07 de dezembro, vai decorrer uma “campanha sazonal de vacinação de todas as pessoas em situação de sem-abrigo” contra a gripe.

Segundo o vereador este é já “o terceiro ano consecutivo” em que esta campanha acontece, com o objetivo de “melhorar as condições de saúde desta população”.

A iniciativa vai permitir também realizar uma nova contagem dos sem-abrigo e atualizar os respetivos diagnósticos.

A vacinação vai ser feita nos centros de acolhimento e através equipas móveis e fixas durante o dia e noite.

Defesa do SNS
O secretário-geral comunista apresentou ontem a proposta de Lei de Bases da Saúde daquele partido como forma de combater as...

Jerónimo de Sousa sublinhou que "parte significativa dos problemas que afetam hoje o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não têm origem na lei atual, mas na política de direita que tem sido seguida nos últimos anos por sucessivos governos" e em questões como "o subfinanciamento ou as Parcerias Público-Privadas (PPP)", em conferência de apresentação da iniciativa comunista, num hotel lisboeta.

"Do que nos foi dado a conhecer até hoje, das propostas avançadas pelo PSD e do anteprojeto avançado pela comissão nomeada pelo Governo e presidida por Maria de Belém, os portugueses têm razões para ficar preocupados", alertou.

O líder comunista lamentou que "os diversos governos de PS, PSD e CDS" tenham aumentado "substancialmente o apoio e financiamento do Estado aos grandes prestadores privados, transferindo para eles doentes e serviços, procurando reduzir o SNS a um papel residual, dedicado à assistência das camadas mais pobres e desfavorecidas da população".

"Só no ano em curso, 3.726 milhões de euros, cerca de 40% do orçamento do SNS, sem contabilizar os medicamentos, serão canalizados para pagamentos a entidades privadas", afirmou Jerónimo de Sousa, citando em seguida um relatório do grupo financeiro internacional Goldman Sachs em que se questionava se curar doentes seria um negócio sustentável.

O secretário-geral do PCP condenou ainda o facto de 40% da população portuguesa ter passado a estar coberta também por um subsistema de saúde (público ou privado) ou por um seguro de saúde que abrange nesta altura cerca de 2,5 milhões de portugueses, com "os quatro maiores grupos privados" a dominarem "o mercado" e "80% do volume do negócio privado da medicina".

"Não podia ser mais claro. Para os privados, o que importa é a doença e não a saúde. O que dá lucro aos privados é a doença não a saúde. Duas lógicas de funcionamento diametralmente opostas: para o público, a lógica é a saúde, para os privados, a doença", frisou.

Antes, a deputada comunista Carla Cruz apresentou a proposta do PCP de Lei de Bases da Saúde, declarando que "não há SNS sem profissionais", logo a iniciativa comunista "assenta numa política de recursos humanos que assegura a existência de um número adequado de profissionais que permita satisfazer as necessidades da população, através do correto dimensionamento das dotações de trabalhadores e sua distribuição pelo território nacional.

"A proposta de Lei de Bases do PCP não poderia esquecer questões específicas da política de saúde, nem os grupos vulneráveis e de risco. Nesse sentido, abordamos as questões da genética médica, saúde mental, saúde ocupacional, política do medicamento e dispositivos médicos", enumerou.

A parlamentar comunista resumiu que o projeto comunista "obriga ao cumprimento do imperativo constitucional que coloca como incumbência do Estado garantir o cumprimento do direito à proteção da saúde, individual e coletiva" (...) "uma proposta progressista e que fortalece o SNS e rompe com a política de direita".

Comité de peritos
A agência francesa do medicamento (ANSM) anunciou que vai reavaliar no início de 2019 a segurança dos implantes mamários usados...

Entre as 500 mil mulheres portadoras de implantes em França foram identificados 53 casos de linfoma anaplásico de células grandes (LACG na sigla em inglês), envolvendo principalmente implantes em envelope texturizado, segundo a ANSM.

Estes modelos representam 85% do mercado francês, contra 15% dos implantes de envelope liso.

A agência reunirá, entre 07 e 08 de fevereiro, um comité de peritos encarregados de auscultar os pacientes, os profissionais de saúde e outros intervenientes nesta matéria, para beneficiarem de um esclarecimento global sobre a utilização deste tipo de implantes, anunciou a ANSM em comunicado, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

Após a audição do comité de peritos, a agência do medicamento “tomará uma decisão sobre a utilização dos implantes, sobretudo de envelope texturizado, em cirurgias estéticas e reconstrutivas”.

Enquanto isso, a agência recomenda aos profissionais de saúde que utilizem preferencialmente os implantes mamários de envelope liso.

Os primeiros casos de LAGC em França foram sinalizados em 2011, o que levou à criação de um dispositivo de controlo nestas intervenções cirúrgicas.

Um comité científico provisório foi criado em 2015 e as decisões que forem tomadas no futuro terão também em conta as informações recolhidas por estes elementos.

Os implantes mamários são os dispositivos médicos destinados a restaurar ou aumentar o volume dos seios e, segundo um relatório das autoridades de saúde francesas, datado de 2015, cerca de 80% dos implantes em França são feitos por razões estéticas e 20 por cento após um cancro da mama.

Esta situação foi marcada por um forte escândalo de saúde pública que eclodiu em 2010 e que envolveu a empresa Poly Implantes Prothéses (PIP), que vendeu perto de um milhão de próteses mamárias alegadamente defeituosas, fora de qualquer padrão regulado de saúde, tendo afetado cerca de 400 mil mulheres em todo o mundo.

O linfoma anaplásico de grandes células é uma forma muito rara de cancro do sistema linfático e, segundo um estudo publicado em 2014, haverá 173 casos a nível mundial.

Peritos franceses propuseram à Organização Mundial da Saúde que criasse uma nova denominação para esta doença.

A doença afeta, segundo o documento, uma a duas mulheres por cada 10 mil portadoras de implantes mamários, uma prevalência baixa que dificulta a extrapolação estatística.

O escândalo ligado à marca PIP levou à retirada de próteses defeituosas do mercado e suscitou processos judiciais.

Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central
Uma criança de 11 anos recebeu um “implante intramedular mecatrónico” para alongamento da perna esquerda, uma cirurgia...

O ortopedista pediátrico Delfin Tavares, que realizou a cirurgia, explicou à agência Lusa que se pretende com este aparelho alongar o osso da criança até ter “o tamanho ideal agora ou quando acabar de crescer”.

Delfin Tavares contou que a criança tinha uma sequela de uma infeção que teve nos primeiros dias de vida e que lhe danificou a cartilagem em crescimento e criou “uma situação em que a perna não cresce da mesma maneira que a outra, ficando com uma diferença muito grande”.

Este é o primeiro implante a ser colocado, em Portugal, numa criança de 11 anos, para alongamento do membro inferior esquerdo.

O cirurgião contou com a colaboração do médico Franck Accadbled, Coordenador do Departamento de Ortopedia Pediátrica do Hôpital des Efants em Toulouse, França, e da enfermeira Nathalie Poussou, do Departamento de Ortopedia Pediátrica do mesmo Hospital.

Esta tecnologia foi desenvolvida pela empresa alemã Wittenstein e permite proceder “ao alongamento dos membros mediante a colocação na cavidade medular de uma cavilha de alongamento através da realização de uma cirurgia minimamente invasiva, sendo este mecanismo, posteriormente, acionado externamente através de um dispositivo eletrónico de controlo”, refere o centro hospitalar.

O especialista adiantou que para alongamento ósseo o que se tem utilizado são fixadores externos.

Esta técnica apresenta “inúmeras vantagens” face aos fixadores externos, permitindo a correção de deformidades e alongamentos dos membros de forma mais rápida, eficaz e menos traumática para o doente.

Neste caso, a intervenção é no interior do osso, não envolve qualquer ferida para o doente, evitando “uma série de complicações que se criam quando se têm fixadores externos”, explicou.

Sobre o que vai acontecer com esta intervenção, Delfin Tavares disse que a perna vai “ficar um bocadinho mais comprida porque a criança ainda continua a crescer, tem 11 anos”.

“Neste momento tem uma diferença de quatro centímetros, mas vamos tentar alongar até seis centímetros porque ela vai continuar a crescer”, adiantou.

Segundo o médico, o “grande problema” é que neste momento com a diferença que tem nas pernas, a criança já está a ter “algumas complicações da postura, na maneira de andar” e na escola.

A cirurgia vai ter ganhos importantes para a criança que “vai ficar praticamente igual no que respeita a andar e a fazer a vida dela sem ter que andar com sapatos altos de compensação”, vincou.

Segundo Delfin Tavares, “há muitas crianças em que se pode fazer esta cirurgia”, mas o grande problema que se coloca é o valor do dispositivo que é “muito dispendioso”.

“Mas se formos fazer as contas, numa criança em que é realizada a cirurgia convencional com fixadores externos, o tempo de internamento, o reinternamento por infeções ou algumas complicações” e o tempo que os pais e a criança têm que parar, os custos finais ficarão praticamente iguais, concluiu.

Bastonário
O bastonário dos Médicos manifestou hoje preocupação com os efeitos da greve prolongada dos enfermeiros, mas entende que a...

“A ministra da Saúde e o Governo devem ter atenção ao que está a acontecer na saúde em Portugal. Infelizmente o Governo não tem dado a atenção que devia à saúde, continua a desvalorizar, e é bem possível que situações semelhantes a esta venham a acontecer com outros profissionais de saúde. Porque as pessoas já atingiram o limite do aceitável. O limite já foi ultrapassado e o Governo continua impávido e sereno a sorrir”, afirmou Miguel Guimarães à agência Lusa, a propósito da greve dos enfermeiros que começa na quinta-feira e se prolonga até final do ano.

O bastonário da Ordem dos Médicos frisa que não se trata de uma ameaça, mas antes de uma constatação, porque os profissionais do Serviço Nacional de Saúde estão desesperados, revoltados e sentem-se enganados.

“Este tipo de situações como a dos enfermeiros, não desta forma, mas de outras formas, pode vir a acontecer envolvendo outros profissionais de saúde”, disse.

Miguel Guimarães escusou-se a classificar em concreto a greve dos enfermeiros que vai afetar cinco blocos de cirurgia em grandes hospitais públicos, mas diz entender “a revolta” dos profissionais de saúde.

“As pessoas que trabalham no SNS estão revoltadas com o sistema, estão fartas de ser enganadas por quem tem responsabilidade política e estão desesperadas. Só o desespero é que pode levar as pessoas a pensar fazer uma greve [de longa duração]”, declarou à agência Lusa.

O representante dos médicos manifesta-se preocupado com os efeitos da greve nos doentes, lembrando que, “quando as greves são demasiado prolongadas”, as situações podem tornar-se “complexas”, sobretudo para os doentes com “situações mais graves”.

“Pode ser complexo e isso, como a qualquer cidadão, deixa-me preocupado”, disse.

“A única coisa que é verdade, é que o SNS não está definitivamente bem. E quem tem responsabilidades diretas sobre o SNS, que é o Governo, está a avaliar mal a situação ou não está sequer a avaliar a situação”, lamentou o bastonário, indicando que a prioridade da nova ministra da Saúde “devia ter sido perceber o que se passa com os profissionais de saúde”.

A greve dos enfermeiros, que reclamam uma estrutura de carreira e o estabelecimento da categoria de especialista, começa na quinta-feira e vai afetar as cirurgias programadas de cinco centros hospitalares: Centro Hospitalar do Porto, Hospital de São João (Porto), Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar Lisboa Norte (Lisboa) e Centro Hospitalar de Setúbal até 31 de dezembro.

Gastos com a obesidade atingem os 59 mil milhões de euros na UE
A Sociedade Portuguesa Para o Estudo da Obesidade (SPEO) defendeu hoje que é preciso dar ferramentas às pessoas para combater a...

“Temos que dar ferramentas às pessoas para que o possam fazer e, no caso da obesidade, a ferramenta não depende só do médico, são precisos os nutricionistas e os psicólogos nos centros de saúde”, disse a presidente da SPEO, que falava à agência Lusa a propósito do 22.º Congresso Português da Obesidade, que decorre entre sexta-feira e domingo, em Lisboa.

Paula Freitas adiantou que há programas da Direção-Geral da Saúde para o combate à pré-obesidade e para o tratamento cirúrgico da obesidade, mas existe “um hiato” que “são aquelas pessoas que têm obesidade numa fase inicial” e que “podem evoluir para formas mais graves ou para a normalidade”.

“É preciso ir ao cerne da questão” e “fazer uma intervenção”, dando ferramentas aos doentes e formação aos médicos de família, que são os que contactam primeiro com os doentes.

O combate à doença requer um tratamento integrado, do qual faz parte a dieta, o plano alimentar, exercício físico e em “casos selecionados” os fármacos.

“Neste momento, temos fármacos que são seguros e eficazes. No entanto, são muito dispendiosos e a maior parte das pessoas, sobretudo as que têm mais obesidade e que são das classes sociais mais desfavorecidas”, não os podem pagar.

Mas, advertiu Paula Freitas, “os doentes têm que ter a noção de que os fármacos só por si não são a solução, eles têm que mudar comportamentos e estilo de vida”.

Para promover a visibilidade da obesidade enquanto doença, a SPEO elaborou com a Sociedade Espanhola para o Estudo da Obesidade um documento denominado “Consenso ibérico”, que tem como lema “Declaramos guerra à obesidade”.

O objetivo é “promover a visibilidade da obesidade enquanto doença e tentar que os doentes tenham acessibilidade quer aos médicos, quer ao tratamento não médico, mas também aos tratamentos farmacológicos”, explicou.

Segundo Paula Freitas, um investimento inicial na doença traduz-se “a longo prazo em benefícios e em poupança”, porque está a poupar-se no tratamento de doenças que “o doente está a reduzir ou não vai desenvolver”.

As pessoas com obesidade têm maior risco de ter diabetes, hipertensão, doenças hepáticas, cardiovasculares, artroses, cancro, doenças pneumológicas, entre outras, sendo que os tratamentos destas doenças têm “custos elevados” que seriam diminuídos se a obesidade fosse tratada no início.

Há ainda os custos indiretos associados ao absentismo laboral, à diminuição da qualidade de vida, ao encurtamento da vida, disse Paula Freitas, anunciando que a SPEO vai realizar um estudo para avaliar o impacto económico da obesidade em Portugal.

Dados da União Europeia estimam que sejam gastos com a obesidade 59 mil milhões de euros e que os custos representam cerca de 8% do orçamento total da saúde na Europa.

Segundo os últimos dados do Inquérito Alimentar Nacional, em 2016, a prevalência da obesidade nos adultos rondava os 22,5%, sendo superior nas mulheres (24,3%) do que nos homens (20,1%), e a pré-obesidade 34,8%, sendo a prevalência 30,7% nas mulheres e 38,9% nos homens.

“Isto quer dizer que temos neste momento 60% da população portuguesa com obesidade ou pré-obesidade”, disse Paula Freitas.

Os dados indicam ainda que mais de 58% da população obesa em Portugal está desempregada, reformada ou inativa.

No congresso, a SPEO irá apresentar o primeiro livro de Recomendações para Tratamento Não Cirúrgico da Obesidade no Adulto, que visa a criação de normas consensuais para o diagnóstico da doença, tratamento e multidisciplinaridade da equipa no acompanhamento dos doentes.

As recomendações servem para que os profissionais de saúde tenham acesso a formação especializada em tratamentos eficazes, para que adotem um discurso não estigmatizante e para que todos os indivíduos com sobrepeso tenham acessibilidade plena ao tratamento integral da obesidade.

“Apesar de Portugal ter sido um dos primeiros países a considerar a obesidade uma doença, muitas vezes, o próprio doente não vê a obesidade como uma doença e, infelizmente, às vezes, os próprios profissionais de saúde também não”, disse Paula Freitas.

Iniciativa arranca no final da semana
A Universidade do Porto (U.Porto) vai transformar, na sexta-feira, a Reitoria e a praça Gomes Teixeira na "Praça da Saúde...

Em declarações à Lusa, Elísio Costa, um dos organizadores da "Praça da Saúde", disse que a iniciativa, que conta com a participação da Universidade de Coimbra e do Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, é “particularmente dirigida a toda a população”.

Em frente à Reitoria da U.Porto vai estar uma tenda, onde, entre as 09:30 e as 11:00, vários profissionais de saúde vão fazer rastreios e exames de avaliação ao estado físico, peso, altura, índice de massa corporal e pressão arterial.

“Esta série de parâmetros vai permitir categorizar o estilo de vida e ajudar-nos a dar algum tipo de aconselhamento à população sobre a mudança de hábitos alimentares”, afirmou.

A iniciativa vai também dispor, ao longo de todo o dia, de sessões de ‘show cooking’, aulas de exercício físico e algumas palestras e conversas sobre estimulação cognitiva, alimentação saudável e literacia em saúde.

“Os profissionais de saúde vão discutir alguns temas, mas de forma a que os participantes compreendam aquilo que está em questão, que é a sua saúde”, esclareceu.

Segundo Elísio Costa, aumentar a literacia em saúde é um dos motes desta iniciativa, isto porque “é fundamental que as pessoas tenham conhecimentos na área, para que elas próprias possam promover a sua saúde”.

“A nível europeu tem sido feito um esforço muito grande na promoção da literacia em saúde, porque a verdade é que não podemos começar a prestar atenção à nossa saúde apenas a partir dos 65 anos, temos de começar cada vez mais cedo”, frisou.

Durante a manhã, a U.Porto vai ainda realizar uma sessão dirigida aos profissionais de saúde, onde vai ser apresentado o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia em Saúde, um órgão da Comissão Europeia que tem como objetivo “promover a capacidade de inovação e empreendedorismo ligado à área da saúde”.

De acordo com Elísio Costa, que representa a universidade neste instituto, este é “um grande consórcio que junta universidades europeias, institutos de investigação e empresas na área da saúde”.

“A Universidade do Porto representa a região Norte, mas ainda está num processo de entrada neste instituto, que tem como principal objetivo criar um crescimento económico sustentável e permitir que os empresários e os inovadores transformem as suas melhores ideias em produtos e serviços para a Europa”, acrescentou.

Optometristas querem ajudar a acabar com as listas de espera de Oftalmologia
A Associação de Profissionais Licenciados em Optometria (APLO) está indignada com as pressões que estão a ser conduzidas, pela...

“Em causa estão duas propostas legislativas, nomeadamente do PAN e do PCP, para que os optometristas integrem os cuidados de saúde primários do Serviço Nacional de Saúde (SNS), e a tentativa para que os mesmos as retirem. A retirada de tais propostas seria, a nosso ver, uma falha no dever de todos os deputados em defender os interesses da população, neste caso, o de melhorar o acesso a cuidados de saúde visuais para todos”, denuncia Raúl Sousa, presidente da Associação de Profissionais Licenciados em Optometria.

A APLO esclarece ainda, em resposta às acusações proferidas, que “A Direção-Geral do Ensino Superior classifica os planos de estudos universitários de Optometria exatamente na área da saúde e que os mesmos estão acreditados pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. A APLO é constituída exclusivamente por licenciados de Optometria, sendo que mais de 80% possuem mestrado (5 anos) ou licenciatura (4 anos e meio) com estágio profissional incluído, como mínimo, à semelhança de esmagadora maioria dos países europeus e mais avançados no mundo”.

A APLO defende ainda que a integração de Optometristas no Serviço Nacional de Saúde é a solução para resolver o problema crónico na lista de espera de Oftalmologia e para melhorar o acesso de todos os portugueses aos cuidados necessários para a saúde da visão.

“A solução que propomos é a abordagem centrada na pessoa com intervenção nos cuidados de saúde primários através da implementação de Consulta de Optometria nos centros de saúde, responsável por identificar precocemente as condições anómalas visuais mais prevalentes, tais como os erros refrativos, suscetíveis de tratamento em cuidados primários e com benefícios significativos na intervenção precoce atempada e na comunidade. Essa é a solução defendida pela Organização Mundial de Saúde e Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira e que representa uma mudança do paradigma da prestação dos cuidados para a saúde da visão.”, explica o presidente da APLO. “Para avaliar a disponibilidade da força de trabalho em saúde para a visão e formular uma resposta de capacidade de desenvolvimento para fortalecer os sistemas nacionais de saúde. Num número crescente de países, os optometristas são frequentemente o primeiro ponto de contato para pessoas com doenças oculares” ver página 81 Acesso Universal aos cuidados para a Saúde da Visão, Organização Mundial de Saúde, onde se definem as categorias dos profissionais da visão como sendo Oftalmologistas, Optometristas e Pessoal de Apoio Oftálmico.

 De acordo com os dados disponibilizados pela ACSS existe, em Portugal, uma evidente deficiência de meios ao nível dos cuidados primários de saúde da visão, capaz de reduzir as dificuldades de acessibilidade às primeiras consultas de Oftalmologia.  Em 2017 ficaram por realizar 233 228 consultas. 

“Se considerarmos que um optometrista pode realizar em média 6 000 consultas por ano espera-se que a implementação de 61 optometristas no SNS consiga acabar com a atual lista de espera. É assim que este problema é resolvido nos países mais desenvolvidos e com a formação em Optometria ao nível da praticada em Portugal”, conclui Raúl Sousa.

Pé diabético "é um dos dramas da saúde em Portugal"
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) realiza entre os dias 22 e 24 de novembro, no Hotel SANA Lisboa, o...

“Avaliação do risco para a lesão no Pé Diabético”, “O Impacto da úlcera Pé Diabético – perspetiva do utente e da família” e “Referenciar para não amputar” são algumas das temáticas que serão abordadas durante o 2º Congresso da APDP que se realiza em paralelo com o 2º Congresso do Pé Diabético, um evento que conta com profissionais de saúde (médicos de várias especialidades, enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, podologistas, assistentes sociais, entre outros) que integram equipas multidisciplinares e lidam diariamente com a diabetes.

“O número de utentes internados por pé diabético é enorme, sendo um dos dramas da saúde em Portugal. As estratégias para a prevenção das amputações é conhecida, há que implementá-las: diagnóstico precoce, referenciação rápida sempre que necessário e equipas hospitalares sensíveis para a não amputação", explica José Manuel Boavida, presidente da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal.

O número total de amputações dos membros inferiores, por motivo de diabetes, torna necessário implementar um sistema que dê resposta às diferentes fases de evolução do pé diabético, ou seja, a prevenção, o diagnóstico precoce, o tratamento da úlcera e da isquemia e, por  fim, a reabilitação. Sabe-se que as pessoas com diabetes têm um risco elevado (entre 19% e 34%) em desenvolver esta condição. A úlcera do pé diabético é uma situação crónica que precisa de vigilância constante, sendo que após a primeira ferida a recorrência é elevada (estima-se que em 60% dos casos, possam voltar a ocorrer nos próximos 3 anos).

Ana Luísa Costa, médica responsável pelo Departamento do Pé na APDP, destaca a importância da realização de um diagnóstico ao nível dos cuidados primários de saúde, sendo essencial a existência de enfermeiros e médicos formados no pé diabético. “Há um problema da referenciação atrasada para os profissionais de saúde especializados no pé diabético. Por outro lado, faltam linhas de comunicação ágeis e eficazes entre os cuidados de saúde, dado que é importante cicatrizar rapidamente uma úlcera do pé diabético para evitar complicações”, salienta.

Estudos clínicos comprovam que só 50% das pessoas com diabetes sobrevive 2 anos após uma amputação major. A taxa de sobrevida é baixa e inferior a algumas patologias oncológicas, sendo que a taxa de mortalidade após a primeira amputação major, em 5 anos, sobe para 68%-78,7%. “Pagar amputações e não pagar a prevenção é absolutamente desumano”, sublinha José Manuel Boavida.

Organizado num misto de sessões plenárias e grupos de trabalho, o 2º Congresso da APDP dirige-se a médicos de várias especialidades, enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, podologistas, assistentes sociais, entre outros profissionais de saúde, tendo como principal «objetivo reunir num único evento, a partilha de informação e experiências relacionadas com a diabetes, estabelecendo pontos de contacto entre os profissionais de diversas áreas – cardiologia, medicina interna, enfermagem, psicologia, nutrição que se ocupam do presente e do futuro da diabetes», refere João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.

Lançamento do livro “INSULINA – Da teoria à prática”

No âmbito do 2º Congresso Nacional da APDP, no dia 23 de novembro, pelas 11h00, será feito o lançamento do livro “INSULINA - Da teoria à prática”. Da autoria da APDP, com a coordenação científica de Luís Gardete e Bruno Almeida, este manual apresenta respostas a todas as grandes questões relacionadas com a utilização de insulina, nomeadamente como iniciar a insulina, porquê controlar a glicemia, quais as estratégias para otimização das doses de insulina ou como lidar com a insulina na gravidez, na criança e no adolescente, entre outros temas.

Destinado a técnicos de saúde e a pessoas com diabetes, que utilizam a insulina e necessitam de apoio para as inúmeras questões, a obra será muito útil a médicos, enfermeiros, nutricionistas e outros técnicos de saúde que necessitem de obter mais informação ou complementar a sua formação na área da diabetes. A apresentação do livro estará a cargo de José Manuel Boavida (Presidente da APDP), de João Filipe Raposo (Diretor Clínico da APDP) e dos coordenadores científicos, Luís Gardete e Bruno Almeida.

Tumores Intraoculares
Cem adultos e 29 crianças foram tratadas no Centro de Referência Nacional de Onco-Oftalmologia do Centro Hospitalar e...

"Este marco dos cem doentes tratados impele-nos a continuar os objetivos de prestação de cuidados de saúde de elevada qualidade e diferenciação, num contexto de formação, ensino, investigação, conhecimento científico e inovação, tentando ser tanto uma referência nacional como internacional", refere o diretor, Joaquim Murta, citado em comunicado.

O cirurgião dirige o Centro de Responsabilidade Integrada de Oftalmologia do CHUC (CRIO), criado em 2015, que desde 2016 integra o Projeto European Reference Network On Adult Cancers (ERN EURACAN), sendo atualmente coordenador do "Subdomain Ocular Melanoma".

Segundo o comunicado, a equipa multidisciplinar da Unidade de Tumores de Adultos do Centro Nacional de Referência "tem observado, tratado e seguido doentes com tumores intraoculares referenciados de todo o país, evitando assim a sua deslocação ao estrangeiro".

Já a equipa multidisciplinar da Unidade de Tumores de Crianças tratou 29 crianças com retinoblastoma, sendo 18 portuguesas e 11 oriundos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

"Infelizmente, 80% das crianças são diagnosticadas em estádios avançados da doença, o que compromete a preservação da visão e do globo ocular, salientando a importância do diagnóstico precoce", realça Joaquim Murta.

O especialista refere que, por isso, foi iniciada uma campanha de sensibilização para o retinoblastoma, tendo como público-alvo os profissionais de saúde, nomeadamente os médicos de Medicina Geral e Familiar e os pediatras.

A iniciativa conta com o apoio da Direção Geral de Saúde, Comissão do Plano Nacional para as Doenças Oncológicas, do Colégio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos e da Acreditar (Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro).

"Para além dos ganhos em termos económicos e sociais, para o Serviço Nacional de Saúde e para o doente, este Centro orgulha-se de apresentar resultados clínicos sobreponíveis aos dos melhores centros internacionais", sublinha Joaquim Murta.

Perguntas e Respostas
Enfermeiros de cinco blocos operatórios de hospitais públicos iniciam na quinta-feira uma greve de mais um mês às cirurgias...

A greve foi convocada por duas estruturas sindicais, embora inicialmente o protesto tenha partido de um movimento de enfermeiros que lançou um fundo aberto ao público que recolheu mais de 360 mil euros para compensar os colegas que aderirem à paralisação. O movimento denomina a paralisação como "greve cirúrgica".

Trata-se de uma greve considerada inédita em Portugal, devido à previsão da sua duração (mais de um mês) e à criação de um fundo de recolha de dinheiro para financiar os grevistas.

Quando e onde é a greve?

O pré-aviso determina que a greve começa às 08:00 de dia 22 de novembro, quinta-feira, terminando às 24:00 de 31 de dezembro. O pré-aviso abrange cinco centros hospitalares: Centro Hospitalar S. João (Porto), Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar Lisboa Norte e Centro Hospitalar de Setúbal.

A greve é só nos blocos operatórios?

O pré-aviso de greve abrange todos os enfermeiros dos cinco centros hospitalares. Mas o movimento que recolheu os mais de 360 mil euros de fundo indica que a verba só fica garantida para os profissionais do bloco operatório desses hospitais.

Quem decretou a greve?

A ideia da paralisação e a criação de um “fundo solidário” partiu de um movimento espontâneo de profissionais, mas dois sindicatos emitiram pré-avisos que dão corpo à greve: Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal e Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros.

Todas as cirurgias serão canceladas?

Serão afetadas as cirurgias programadas, dependendo da quantidade de enfermeiros que adiram à greve. A paralisação pode afetar até cirurgias oncológicas. Contudo, as operações consideradas urgentes serão sempre realizadas, porque há serviços mínimos a cumprir, como em qualquer greve no setor da saúde.

Porquê blocos de cirurgia de cinco centros hospitalares?

O movimento de enfermeiros que impulsionou esta greve afirma que cancelando e adiando cirurgias isso causará “constrangimentos económicos ao Estado”. Entende ainda que as formas de luta adotadas até agora não têm sido bem sucedidas.

Inicialmente foram escolhidos os três maiores blocos de cirurgias dos hospitais públicos. Com a evolução do fundo de recolha de dinheiro, o movimento decidiu integrar mais dois centros hospitalares.

São hospitais que realizam muita atividade cirúrgica. A título de exemplo, só o Centro Hospitalar Lisboa Norte realiza, em média, por mês entre 1.500 a 2.000 cirurgias. O Centro Hospitalar Universitário de Coimbra apresenta uma média de 1.000 a 1.500 cirurgias programadas.

Como foi feita a recolha de donativos para apoiar os enfermeiros que façam greve?

O movimento “greve cirúrgica” criou uma página na Internet destinada ao ‘crowdfunding’ ou financiamento colaborativo que, durante mais de um mês, conseguiu recolher mais de 360 mil euros. O financiamento esteve aberto a todos os que quisessem contribuir. Sobre esta forma de financiamento, a bastonária dos Enfermeiros, que já veio apoiar o protesto, disse ser um “sinal positivo” ver tanto apoio, acreditando que amigos, familiares e utentes ajudaram os enfermeiros.

A meta inicial eram os 300 mil euros, valor que foi ultrapassado antes do fim do prazo estabelecido.

A quem se destina o dinheiro?

O fundo serve para financiar os enfermeiros dos blocos que adiram à paralisação. Serão dados 42 euros por cada dia de greve que seja descontado do vencimento. Segundo a página criada pelo movimento, o dinheiro será transferido para a conta dos enfermeiros nos dias seguintes à entrega da folha de vencimento onde estejam discriminados os dias em que o profissional fez greve.

O que reivindicam os enfermeiros?

Os enfermeiros têm apresentado queixas constantes sobre a falta de valorização da sua profissão e sobre as dificuldades das condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde. Pretendem uma carreira, progressões que não têm há 13 anos, bem como a consagração da categoria de enfermeiro especialista. Lembram que os enfermeiros levam para casa menos de mil euros líquidos por mês e que cumprem muitas horas extraordinárias que não lhes são pagas.

O que diz o Ministério da Saúde?

A ministra Marta Temido disse já que o Ministério está a fazer uma análise jurídica à greve, afirmando que tem de ser avaliada "a legitimidade de greve na forma" como está a paralisação a ser desenhada. Contudo, a 24 horas de a greve começar, o Ministério da Saúde ainda nada tornou público sobre essa análise jurídica.

A última reunião do executivo com os sindicatos que convocaram esta greve ocorreu na quarta-feira à tarde, mas, no final, as estruturas sindicais decidiram manter a paralisação, por falta de acordo sobre a estrutura da carreira dos enfermeiros.

Em funcionamento a partir de 2ª feira
A primeira Unidade de Saúde Familiar (USF) de Castelo Branco já foi criada e vai abranger um universo de 10 mil pessoas, disse...

"Castelo Branco era o único distrito do país que ainda não tinha criado nenhuma Unidade de Saúde Familiar (USF). Isto porque não podemos obrigar a sua constituição. A criação das USF depende dos profissionais. Foi proposta a sua criação à ULSCB e ao Grupo de Missão dos Cuidados de Saúde Primários, que deram o parecer positivo", explicou Vieira Pires.

Este responsável adiantou que a USF entra em funcionamento na segunda-feira e vai abranger um universo de 10 mil pessoas do concelho de Castelo Branco, sendo constituída por seis médicos, cinco enfermeiros e quatro assistentes técnicos.

"A USF consiste numa equipa multiprofissional constituída por médicos, enfermeiros e administrativos, que possuem autonomia funcional e técnica e que prestam cuidados de saúde primários personalizados", disse.

Vieira Pires adiantou ainda que, com a criação desta USF, localizada fisicamente no primeiro piso do Centro de Saúde de S. Miguel, em Castelo Branco, espera que não haja a necessidade de recorrer tanto ao serviço de urgência hospitalar.

Para já, a USF que integra a USLCB vai funcionar de segunda a sexta-feira, das 08:00 às 20:00.

 

Semana Europeia do Teste VIH e Hepatites 2018 de 23 a 30 de novembro
A Semana Europeia do Teste VIH-Hepatites 2018 celebra-se de 23 a 30 de novembro de norte a sul do país. Ao longo desta semana,...

Criada em 2013 pelo HIV in Europe, esta iniciativa, em que participam cerca de 700 organizações de base comunitária e instituições públicas e privadas a nível europeu, faz um apelo à comunidade para que reúna esforços durante uma semana e sensibilize a população sobre as vantagens do rastreio e de se conhecer o estatuto serológico para a infeção pelo VIH e hepatite B e C, tendo por lema Testar. Tratar. Prevenir.

Em Portugal, esta iniciativa é coordenada pela associação GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos – através do projeto Rede de Rastreio Comunitária que, em julho de 2018, foi selecionada para o primeiro compêndio de boas práticas da Organização Mundial de Saúde da Europa.

Só fazendo o teste é possível conhecer o estatuto serológico para estas infeções. Atualmente, com um tratamento adequado é possível curar a infeção pela hepatite C. De igual modo, através de um tratamento precoce e eficaz para a infeção pelo VIH, é possível atingir carga viral indetetável, tornando assim o vírus intransmissível.

Esta semana permanece uma iniciativa única de trabalho conjunto e uma oportunidade quer de aumentar o número de testes rápidos realizados em contexto comunitário, quer de locais onde decorre o rastreio e a distribuição de preservativos e gel lubrificante.

Quem deve fazer o teste

A semana do teste é direcionada a comunidades em maior vulnerabilidade para o VIH e hepatites virais B e C. Estas populações incluem, mas não estão limitados a: homens que fazem sexo com homens (HSH), migrantes (incluindo pessoas originárias de países com maior prevalência), trabalhadores do sexo, reclusos e utilizadores de drogas injetáveis.

A situação na Europa

Atualmente, pelo menos 25% das 2,5 milhões de pessoas que vivem com VIH na Europa desconhece o seu estatuto serológico positivo para o VIH. Metade das pessoas que vivem com VIH são diagnosticadas tardiamente - o que atrasa o acesso ao tratamento.

As hepatites B e C são comuns entre as pessoas em risco e que vivem com VIH. Na Região Europeia da OMS cerca de 15 milhões de pessoas e 14 milhões de pessoas vivem com hepatite B e C, respetivamente. Como a doença é frequentemente assintomática e não tratada, a hepatite crónica é uma das principais causas de cirrose hepática e cancro do fígado. A maioria das pessoas com hepatite C permanece não diagnosticada e apenas uma pequena minoria na Europa (3,5%) recebe tratamento.

Estas estatísticas sugerem que é necessário fazer muito mais para incentivar os indivíduos que vivem com VIH e/ou hepatite, sem saber, a fazer o teste, para melhor direcionar as pessoas que possam estar em risco.

É importante que as pessoas em risco de VIH e/ou hepatite conheçam o seu estado serológico o mais rapidamente possível. Hoje, os avanços no tratamento do VIH significam que as pessoas que vivem com VIH podem viver saudáveis por um longo tempo se forem diagnosticadas precocemente e as pessoas com hepatite C podem ser curadas.

Todos estes dados permitem perceber que muitas pessoas não estão a fazer o teste antes de terem sintomas. Isto pode acontecer porque existem barreiras para pedir um teste, barreiras para oferecer um teste ou barreiras para a implementação das diretrizes europeias existentes para a realização dos rastreios. Isto apesar de os benefícios do diagnóstico precoce estarem bem documentados. Confirma-se, assim, a importância da realização da Semana Europeia do Teste VIH-Hepatite 2018.

 

SPO e Colégio da Especialidade deixam o alerta
Perante as notícias das últimas semanas, que têm dado voz às intervenções de alguns grupos de ópticos e optometristas e à sua...

A pressão mediática destes grupos, que se tem sentido em forma de artigos sobre temas do foro médico, como de médicos especialistas se tratassem, e reuniões para promover a prática de rastreios de doenças que, pela complexidade da sua abordagem, exigem cuidados altamente diferenciados, transformou-se mesmo em pressão sobre alguns partidos políticos, da qual  resultaram várias propostas legislativas, nomeadamente do PAN e do PCP, bem como uma interpelação à tutela pelo grupo parlamentar os Verdes, relativamente à sua incorporação nos cuidados de saúde primários do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Por tudo isto, a SPO e o Colégio da Especialidade da Ordem dos Médicos esclarecem que o Oftalmologista é um médico com seis anos de formação específica em medicina geral e que, para além da sua formação básica, fez uma especialização de mais quatro anos em oftalmologia médica e cirúrgica, em serviço hospitalar certificado pela ordem dos médicos (tal como previsto na lei), para formação médica especializada. É, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o pilar básico dos cuidados de saúde visual em qualquer sistema de saúde.

No que diz respeito ao grupo dos optometristas, destaca-se por ser muito heterogéneo em termos curriculares tendo, na melhor das hipóteses, três anos de formação no total. Em todo o caso, nenhum desses vários planos curriculares tem qualquer formação em saúde.

Mais ainda, não existem entidades que possam certificar a qualidade da sua formação específica - não têm qualquer plano de estágio em entidades idóneas. De acordo com a OMS, a sua existência não traduz desempenho do sistema de saúde e sobretudo não traduz qualidade nas intervenções para reduzir a cegueira evitável.

A inclusão destes ‘profissionais’ no SNS sem uma regulamentação jurídica de competências adequada, com autonomia para a prestação de cuidados de saúde visual, sem supervisão por um oftalmologista, constituiria um enorme retrocesso na qualidade do serviço público e, por isso, um grande risco para os doentes.

4ª causa de morte no mundo
Celebra-se, hoje, mais um dia mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), uma patologia qu

Esta doença caracteriza-se por queixas respiratórias crónicas tais como: cansaço, falta de ar, tosse de predomínio matinal com ou sem produção de expetoração; associadas a obstrução das vias aéreas.

Para o seu diagnóstico é necessário um exame simples da função respiratória, que se designa de espirometria, que avalia e quantifica o grau de obstrução das vias aéreas.

A DPOC é muito comum ainda que largamente subdiagnosticada.

Estima-se que em Portugal atinga 14,2 % da população com mais de 40 anos, o que significa cerca de 800 000 mil pessoas. É atualmente a 4ª causa de morte no mundo.

A doença atinge sobretudo fumadores com mais de 40 anos de idade. Deixar de fumar é a forma mais eficaz de reduzir o risco de ter a doença e de evitar que ela progrida.

Grande parte dos doentes com DPOC tem outras patologias associadas que se designam de comorbilidades. As mais frequentes são as diferentes doenças cardiovasculares (Hipertensão arterial, cardiopatia isquémica, insuficiência cardíaca, arritmias, doenças cerebrovasculares e vasculares periféricas), alterações metabólicas como a diabetes, disfunção muscular, osteoporose, depressão e cancro do pulmão.

Faz parte da avaliação de um doente recém diagnosticado com a doença a pesquisa de possíveis comorbilidades uma vez são fatores determinantes da qualidade de vida relacionada com a saúde e do prognóstico.

O tratamento da DPOC tem como objetivos por um lado reduzir as queixas dos doentes, ou seja, reduzir o cansaço, falta de ar, tosse e expetoração, por outro prevenir a progressão da doença e as exacerbações agudas que têm um impacto muito significativo na evolução da doença, no bem-estar dos doentes e no seu prognóstico.

Habitualmente utilizam-se medicamentos inalados (broncodilatadores de diferentes classes e corticosteroides). Um dos grandes desafios do tratamento é precisamente conseguir que os doentes utilizem corretamente os inaladores. Estima-se que cerca de metade dos doentes cometam pelo menos um erro na administração do medicamento inalado o que compromete seriamente a sua eficácia. É necessário com a colaboração de todos os profissionais de saúde envolvidos (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos e outros técnicos de saúde), apostar no ensino repetido das técnicas de inalação adequadas para cada dispositivo.

Todos os doentes com DPOC, independentemente da idade, devem fazer a vacina das pneumonias e anualmente a vacina contra a gripe.

Nos casos mais graves pode ser necessário utilizar oxigénio e/ou ventiladores para facilitar a respiração.

Outro ponto fundamental do tratamento destes doentes é a reabilitação respiratória (RR), uma intervenção global e multidisciplinar, dirigida a doentes com doença respiratória crónica, que apresentam redução das suas atividades de vida diária. Integrada no tratamento individualizado do doente, a RR é desenhada para reduzir as queixas, otimizar a funcionalidade, aumentar a participação social e reduzir custos de saúde. O componente fulcral da RR é o exercício adaptado à condição do doente, mas para além disso é importante educar, promovendo uma modificação do comportamento e estilo de vida tornando o doente o mais possível autónomo no autocontrolo da doença. A avaliação e correção nutricional dos doentes são também mandatórias.

Por tudo isto, se tem mais de 40 anos é fumador/ex-fumador ou está exposto regularmente a inalação de poeiras ou gases, se tem tosse diária e se cansa mais dos que as pessoas da sua idade, procure mais informação junto do seu médico assistente para avaliar a necessidade de realizar uma espirometria. Não ignore a DPOC!

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Vacina é gratuita
Mais de metade dos idosos já se vacinaram contra a gripe na atual época gripal, segundo dados do “vacinómetro”, hoje divulgados.

O “vacinómetro” é um projeto lançado em 2009 que permite monitorizar em tempo real a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Entre os grupos recomendados pela DGS, a taxa de vacinação fica-se pelos 40%, segundo os dados do "vacinómetro", que reportam a terça-feira, 20 de novembro, e a que a agência Lusa teve acesso.

O grupo das pessoas com mais de 65 anos é o que regista uma cobertura vacinal mais elevada, com 52,9% das pessoas vacinadas.

Segue-se o grupo dos doentes crónicos, com 40,7% das pessoas já vacinadas nesta época gripal.

Os profissionais de saúde apresentam uma taxa de vacinação que se fica pelos 38%.

A DGS também recomenda a vacina para as pessoas entre os 60 e os 64 anos, sendo que, neste caso, a taxa de vacinação está nos 23%.

As mulheres vacinaram-se mais do que os homens, com taxas, respetivamente, de 40% e de 28%, entre a população estudada, que inclui os grupos prioritários para a vacinação.

Segundo o “vacinómetro”, menos de 10% da população estudada vacinou-se este ano pela primeira vez contra a gripe.

Entre os que ainda não se vacinaram, quase sete em cada dez diz que não tenciona vacinar-se.

Dos ainda não vacinados, mais de 46% respondeu que não o fez por não ser um hábito, havendo também quase 30% a indicar ainda não ter tido oportunidade para o fazer.

Os grupos avaliados pelo “vacinómetro” são: pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, doentes crónicos, profissionais de saúde e população entre os 60 e os 64 anos.

A gripe é uma doença contagiosa que infeta todos os anos cerca de 10% dos adultos e um terço das crianças e, geralmente, apresenta uma evolução benigna. Contudo, pode trazer complicações associadas, tais como a pneumonia e a descompensação de doenças subjacentes, sobretudo em pessoas com doenças crónicas ou mais de 65 anos.

A vacina da gripe é gratuita para as pessoas com mais de 65 anos e pode ser levada, sem receita médica, nos centros de saúde. A gratuitidade da vacina estende-se a outros grupos, como pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica.

Especialistas
As alterações climáticas potenciam o aumento de doenças e levam a um ciclo que também fragiliza a saúde da humanidade,...

Num seminário sobre a adaptação às alterações climáticas no setor da Saúde, promovido pela Direção Geral da Saúde, Francisco Ferreira e Myriam Lopes, professores e investigadores da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade de Aveiro, respetivamente, falaram da qualidade do ar e lembraram que a poluição ambiental é atualmente a principal causa ambiental de morte prematura.

E explicaram como é que as alterações climáticas estão a elevar os níveis de ozono e dióxido de carbono na atmosfera, referindo alguns problemas de saúde que podem provocar.

Francisco Ferreira referiu que as alterações climáticas levarão a uma maior estagnação da atmosfera (menos movimento global) e a mais ondas de calor, e que com temperaturas muito altas haverá mais picos de ozono, um poluente atmosférico. Depois, acrescentou, altas temperaturas e ausência de chuva levam ao aumento da concentração de partículas na atmosfera.

A poluição no ar leva a mais mortes e a mais internamentos, o ozono provoca desde dores de cabeça a infeções pulmonares, e as partículas podem transportar substâncias tóxicas para os pulmões, alertou.

Myriam Lopes traçou depois um outro ciclo relacionado com as alterações climáticas explicando que a falta de água e os grandes períodos de seca, aliados a chuvadas intensas, vão afetar a quantidade e a qualidade dos alimentos e aumentar a desnutrição.

Depois, acrescentou a especialista, o aumento da temperatura reduz a capacidade de trabalho e diminui a produtividade, o que leva ao aumento da pobreza, a mais desigualdades sociais e a mais vulnerabilidade a doenças.

A um maior risco de doenças há a acrescentar ainda outros riscos físicos, acidentes, provocados por fenómenos extremos resultantes das alterações climáticas, alertou a responsável, citando dados do ano passado para dizer que em 2017 o número de refugiados devido ao clima foi idêntico ao dos refugiados devido a conflitos.

As alterações climáticas, ressalvou, são um desafio para a humanidade, mas não para o planeta. “Nós é que podemos não sobreviver a estas alterações climáticas, o planeta fica cá”, disse.

Páginas