Projeto envolve cerca de 400 profissionais
As 18 escolas profissionais dos Açores, um universo de dois mil alunos, integram a partir de agora o projeto regional de saúde...

Vasco Cordeiro refere que o projeto, inédito no contexto nacional, na perspetiva de abrangência do ensino profissional, pretende dotar os jovens de ferramentas de promoção da saúde, através da prevenção do consumo de álcool e tabaco, bem como outras substâncias tóxicas, educação sexual e saúde mental.

O líder do executivo, que falava na cerimónia de assinatura de um protocolo entre a Secretaria Regional da Saúde, a Unidade de Saúde de Ilha de São Jorge e a Escola Profissional de São Jorge, nas Velas, considerou que esta medida constitui uma “aposta no futuro coletivo e na vida de cada um”.

Vasco Cordeiro sublinhou que esta aposta não produzirá resultados de imediato, sendo uma “estratégica estrutural para os Açores” no futuro, visando prevenir a doença e promover a saúde, em alternativa ao tratamento das patologias.

O projeto envolve cerca de 400 profissionais médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e terapeutas da fala, que constituem, segundo o presidente do Governo Regional, um dos “pilares fundamentais” do projeto.

A adesão da Escola Profissional de São Jorge ao projeto surge no âmbito da visita oficial do executivo açoriano à ilha, onde Vasco Cordeiro referiu que em 2019 vão ser disponibilizados 11 milhões de euros em infraestruturas agrícolas para potenciar a competitividade do setor.

Vasco Cordeiro, falando esta manhã na inauguração das obras de beneficiação do Caminho Rural Longitudinal Norte, disse que há que ter a consciência que “só é possível o sucesso do setor agropecuário se houver, cada vez mais, o reforço da concertação e das parcerias entre a produção, a indústria e a comercialização, que são essenciais para que todos possam beneficiar”.

Para o governante, não será possível encarar a competitividade, o desenvolvimento e o sucesso do setor “se for entendido que cada um se consegue safar por si”.

Vasco Cordeiro sublinhou ainda que o investimento de 11 milhões de euros representa mais 9% do que em relação a 2018, o que vai permitir intervir em quase 60 quilómetros de caminhos, eletrificar mais de 40 salas de ordenha e construir perto de 30 quilómetros de redes de abastecimento de água às explorações agrícolas.

SNS
O presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde admitiu hoje ter havido problemas informáticos no Serviço Nacional...

Henrique Martins foi hoje ouvido na comissão parlamentar da Saúde, a pedido do PCP e do PSD, para esclarecer os problemas informáticos que atingem o Serviço Nacional de Saúde e que foram denunciados em novembro pela Ordem dos Médicos, a Associação de Unidades de Saúde Familiares e a Federação Nacional dos Médicos.

Na audição, Henrique Martins quis esclarecer algumas situações para “desfazer o mito que se criou nas notícias”, nomeadamente o adiamento de consultas devido aos problemas informáticos.

“Pode ter havido problemas, mas objetivamente não houve redução de produção de consultas nos cuidados de saúde primários. Antes pelo contrário, houve um aumento de 2% no número de consultas” em novembro de 2018 face ao mês homólogo do ano anterior.

As afirmações de que os doentes saem da consulta sem receitas e sem acesso ao medicamento também poderão “não ser verdade”.

“Admitimos que, no limite, as receitas possam ser feitas no dia seguinte, mas é pouco crível que todos os dias as mais de 180 mil receitas dos cuidados de saúde primários sejam feitas no dia a seguir e que 180 mil doentes as vão lá buscar”, frisou.

O presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) explicou que estes problemas resultaram do arranque do projeto “Exames sem papel, mas também dos equipamentos informáticos.

“Neste período de novembro e dezembro nós não estávamos ainda a emitir SMS para os cidadãos e as pessoas não percebiam o projeto. Isto foi um erro na forma de comunicar o projeto, porque estávamos a pedir aos médicos um esforço suplementar”, para que “deixem de passar à mão as credenciais e passem a gastar mais um minuto, no limite, para as assinar digitalmente”, admitiu.

Por causa das falhas, foi preciso “reduzir o ritmo do projeto”, suspendendo a assinatura digital dos exames sem papel nos locais onde há queixas para perceber onde está o problema.

Houve centros de saúde que chegaram a ter 100 queixas nessa “semana fatídica” do início de novembro e outros em que não houve queixa nenhuma, disse, explicando que o problema não era de um servidor central, mas de “alguns contextos locais”.

Neste momento, avançou, estão reativadas as assinaturas digitais dos exames em papel em mais de dois terços dos centros de saúde, mas há um terço em que ainda não foram ativadas por não haver condições para o fazer.

Henrique Martins lamentou ainda haver uma subnotificação destes problemas aos serviços.

“É fundamental o reporte dos problemas. É penoso, é com certeza, mas se não sabermos quais são problemas que acontecem é impossível para nós agirmos, que nos serviços centrais, quer junto das regiões” de saúde.

Disse ainda ter dados que mostram que “no mesmo hospital, no mesmo serviço de urgência, há mesma hora, um conjunto de médicos fazia receitas no computador e outro decidia sistematicamente fazer uma assinatura” numa receita em papel, que só pode ser utilizada em caso de falha informática.

“A maior parte de casos de fraude que ainda existe e de abuso de prescrição está a acontecer nas receitas em papel em caso de falha informática”, vincou.

Sobre o que “mais falta faz” atualmente nesta área, apontou “recursos humanos bem remunerados, altamente qualificados, que sejam capazes de manter” o que já existe e “algum investimento em hardware”.

“No SNS ainda temos alguns milhares de máquinas com o Windows XP que já indicámos que têm de ser descontinuadas”, mas que “continuam a existir porque a atualização tecnológica do parque foi algo que foi descurado durante muitos anos”, apesar de ter vindo a ser feito um esforço de recuperação.

“Não é possível ter um Serviço Nacional de Saúde informatizado - e nós temos hoje um dos serviços mais informatizados do mundo, temos colaboração com muitos países -, se não se for substituindo coisas tão simples” como técnicos e as redes informáticas.

“Tal como nos preocupamos com o número de médicos, de enfermeiros, de administrativos, com o número de farmacêuticos hospitalares, também temos que nos preocupar com o número de informáticos”, sustentou.

Ministra da Saúde
A ministra da Saúde defende que a proposta do Governo para a Lei de Bases pretende reforçar os serviços públicos e defender os...

No arranque do debate parlamentar que discute várias propostas para uma nova Lei de Bases da Saúde, a ministra Marta Temido defendeu que o diploma de 1990, ainda em vigor, prevê um apoio ao desenvolvimento do setor privado em concorrência com o público.

O Governo, diz a ministra, pretende romper com aquela ideia e reforçar o papel do Estado, clarificando relações com o setor privado e social, dando preferência à gestão pública das unidades do SNS, sem álibis.

Aos deputados, Marta Temido vincou que o Governo quer um sistema de saúde centrado no SNS e financiado por impostos.

Pelo lado contrário, "não quer que a separação de funções entre financiador e prestador seja o álibi para privatizar”, nem pretende “concessionar [ao privado] pela simples dificuldade de reformar”.

A ministra recordou que a lei que criou o SNS foi aprovada no Parlamento com a oposição do PSD e CDS e com os votos favoráveis do PS e do PCP, pedindo que a Assembleia saiba agora “colocar-se do lado certo da história”.

Marta Temido entende que a proposta do Governo para a Lei de Bases da Saúde pretende defender os cidadãos, reforçando os serviços públicos, mas sem “hostilizar" o setor privado e social.

O parlamento está hoje a debater quatro propostas para a nova Lei de Bases da Saúde, do Governo, do PCP, do PSD e do CDS-PP, havendo outra do Bloco de Esquerda que desceu à especialidade e não será discutida no plenário parlamentar.

Liderado por José Luís Themudo Barata
Percursor na área da atividade física promovida em ambiente hospitalar, o Serviço de Nutrição e Atividade Física do Centro...

Em reconhecimento pelo pioneirismo deste serviço do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB), e no âmbito da realização de uma Sessão de Apresentação do Relatório Anual (2018) do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física (PNPAF), a acontecer já no próximo dia 24 de janeiro 2019, nos Paços do Concelho de Lisboa, a Direção-Geral da Saúde (DGS) irá proceder ao lançamento oficial do referido serviço enquanto Projeto-Piloto para a promoção da atividade física no Serviço Nacional de Saúde. Para a DGS a inovação e boas práticas apresentadas pelo Serviço de Nutrição e Atividade Física (SNAF) do CHUCB é tal, que através do PNPAF propõe-se lançar mais projetos-piloto como este, dispersos por outras unidades de saúde do país, mas usando este como referência nacional.

Recorde-se que o Diretor do SNAF do CHUCB e docente Universitário com doutoramento em "Atividade Física na Obesidade" e especialização em Medicina Interna e Medicina Desportiva, professa há vários anos nas suas consultas e nos vários programas de educação para a saúde que implementa, dos quais se destaca o reconhecido Programa “Peso Saudável” a chamada "medicina do estilo de vida", na qual salienta a importância do exercício físico na prevenção e controlo da doença, e segundo o qual “Não basta ter uma consulta, para mudar hábitos alimentares, é preciso pôr as pessoas a praticar atividade física.”

Themudo Barata é também elemento integrante da equipa vencedora do Prémio Ernesto Roma 2014-2015, galardão atribuído ao “Programa Diabetes em Movimento”, pela Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal e destinado a incentivar a investigação em todos os campos da diabetologia. O Programa Diabetes em Movimento é um programa de exercício físico para pessoas com diabetes tipo 2, de índole e intervenção comunitária, desenvolvido e testado na cidade da Covilhã, numa parceria entre o Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira, a Universidade da Beira Interior, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a Câmara Municipal da Covilhã.

Estudo
Cientistas das universidades de Coimbra, Porto e Nova de Lisboa identificaram novos alvos de combate a micobactérias atípicas...

A descoberta, publicada este mês na revista científica norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences of the USA, "revela detalhes da biogénese de polissacáridos raros envolvidos na construção da parede destas bactérias ambientais, muito comuns em redes de distribuição de água", sustenta, em comunicado, a Universidade de Coimbra.

"Entender a forma como as micobactérias constroem essa parede protetora única poderá ser a chave para a conseguir derrubar. Começámos por identificar os genes e as funções das enzimas envolvidas na produção do polissacárido, e cuja caracterização a um nível molecular revelou o seu mecanismo, o que nos colocou um pouco mais perto de tentar inibir o processo para assim fragilizar a parede destas micobactérias, tornando-a no seu ponto fraco", explica Nuno Empadinhas, investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC/UC), citado naquela informação.

A equipa cientifica, que reúne, para além do CNC/UC, investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S/IBMC) da Universidade do Porto e um grupo do Instituto de Tecnologia Química Biológica da Universidade Nova de Lisboa, "dá um importante passo na luta contra as doenças causadas por estas bactérias - extremamente resistentes a condições ambientais adversas, a desinfetantes e à maioria dos antibióticos - e cada vez mais frequentes em pessoas com sistema imunitário enfraquecido, incluindo doentes crónicos ou e/ou populações idosas", adianta a nota.

O trabalho cientifico passou por compreender como os polissacáridos de metilmanose (MMP) eram produzidos pelas micobactérias "para se tentar esclarecer como contribuem para a robustez da sua parede", afirma a nota da UC.

Nuno Empadinhas refere que foi decifrado "o primeiro passo da linha de montagem do MMP, tendo sido caracterizada em detalhe a enzima responsável, uma metiltransferase absolutamente única".

Já a determinação, pela equipa da Universidade do Porto, "da estrutura tridimensional daquela metiltransferase pouco usual", realizada em paralelo com a caracterização bioquímica efetuada no CNC/UC, permitiu "revelar com detalhe molecular o mecanismo do seu funcionamento, o que poderá ser fundamental para o futuro desenho de antibióticos de alta precisão", assinala.

Pedro Pereira, investigador principal do i3S/IBMC, frisa que a sua equipa usou uma combinação de técnicas biofísicas e simulações computacionais para estabelecer "um retrato molecular, com detalhe atómico, desta nova enzima, elucidando o seu modo de ação e as características químicas e estruturais que determinam a sua rara especificidade".

No texto, Nuno Empadinhas classifica como "determinantes" os passos realizados "em sincronia" pelos cientistas.

"Não só porque nos permitiram conhecer a um nível fundamental um pouco mais da fisiologia destas micobactérias ambientais, mas também porque fornecem plataformas eventualmente únicas para o desenvolvimento futuro de estratégias antimicobacterianas mais eficientes do que as que existem atualmente", refere.

"Este é um claro exemplo de como os esforços coordenados das várias equipas envolvidas alcançaram um resultado que dificilmente estaria acessível a qualquer delas individualmente: um mapa molecular único e detalhado deste importante processo biológico, que não só serve de ponto de partida para o nosso trabalho futuro nesta área, como esperamos venha a facilitar futuramente o combate às infeções causadas por micobactérias atípicas", acrescenta Pedro Pereira.

O estudo agora publicado na revista cientifica dos EUA foi maioritariamente financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, com outros apoios dos programas Norte2020 e Centro 2020.

Sindicato dos Enfermeiros Portugueses
A greve dos enfermeiros nos hospitais e centros de saúde da Administração Regional de Saúde do Centro regista uma adesão entre...

Em Coimbra, José Carlos Martins disse que esta é uma greve para “fazer ver ao ministério e ao Governo que os enfermeiros não estão satisfeitos, estão amplamente descontentes pelo facto de a tutela não dar resposta à contagem dos pontos, à contratação de mais enfermeiros, à valorização e dignificação da profissão e às questões da aposentação".

Numa conferência de imprensa à porta do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), o dirigente salientou que, entre os mais de 2.000 enfermeiros daquela estrutura, existem profissionais com "63, 64 e 65 anos, com mais de 40 anos de trabalho a turnos, que já veem mal ao longe e ao perto, com várias hérnias discais e lombalgias de esforço decorrentes de posicionar tantos doentes, tudo isto porque não se podem aposentar mais cedo".

Para o Governo, referiu o sindicalista, “trabalhar numa secretária, com todo o respeito, é o mesmo que prestar cuidados de enfermagem e não é”.

Por isso, explicou, “lutamos pela reforma mais cedo”.

Além disso, criticou José Carlos Martins, há enfermeiros “que foram promovidos a graduados, especialistas e chefes após agosto de 2005 e agora ficam a ganhar menos do que os colegas mais jovens na profissão".

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) disse ainda que existem enfermeiros reposicionados nos 1.200 euros “altamente penalizados em termos de progressão" porque a tutela não conta o seu percurso profissional.

Apesar de o ministério ter encerrado as negociações no dia 17, o sindicato aguarda pela negociação suplementar que vai ocorrer a partir de segunda-feira para que o ministério "repare todas estas situações".

A greve de quatro dias convocada pelo SEP, que teve início na terça-feira, visa também protestar contra o encerramento do processo negocial sobre a carreira.

A greve geral decorrerá até sexta-feira e será feita por regiões de saúde, em protesto contra o encerramento do processo negocial sobre a carreira.

Hoje, a greve decorre nos hospitais e centros de saúde da Administração Regional de Saúde do Centro, na quinta-feira na ARS do Norte e na sexta nas regiões do Algarve, Alentejo e Açores.

Saiba como se pode proteger
O tempo frio é o fator que mais contribui para o agravamento das doenças respiratórias crónicas.

O frio é um irritante brônquico e, por isso, facilitador do agravamento das doenças respiratórias crónicas. “A composição química do muco (expectoração e muco nasal) são mucopolissacáridos, que tem uma estrutura em rede composta por proteínas e glúcidos (açúcares). Este muco tem como finalidade a fixação dos irritantes que invadem o aparelho respiratório para serem expulsos. Acontece que os vírus e as bactérias ficam retidos no muco e, devido à sua composição – proteínas, glúcidos (açúcares) – e à temperatura do organismo, estão criadas as condições para a sua multiplicação com desenvolvimento das doenças infeciosas respiratórias virais e bacterianas”, começa por explicar António Carvalheira Santos.

Por outro lado, as baixas temperatura provocam a vasoconstrição com “o consequente menor aporte dos leucócitos, glóbulos brancos, às áreas agredidas”, conduzindo a uma diminuição na capacidade de defesa das vias aéreas.

Doentes estão mais susceptíveis a infeções respiratórias, como a pneumonia

As doenças infeciosas com envolvimento das vias aéreas superiores e inferiores, virais e bacterianas, com particular relevância para as Pneumonias são as mais relevantes durante esta época do ano.

“As agudizações infeciosas são fator de agravamento das doenças respiratórias crónicas, nomeadamente a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), a Asma brônquica, as Fibroses pulmonares e as Bronquiectasias, mas também outras menos frequentes como a Fibrose Quística, a Hipertensão pulmonar de várias causas, a Síndroma de Apneia Obstrutiva do Sono, as Doenças neuromusculares e as Doenças deformativas da parede torácica que conduzem a insuficiência respiratória e implicam muitas vezes a necessidade de utilização de oxigénio e mesmo de ventilação mecânica para que os doentes tenham uma boa qualidade de vida”, esclarece o pneumologista.

Adesão à terapêutica e vacinação essenciais em matéria de prevenção

“A adesão à terapêutica brônquica, que deve ser efetuada conforme a prescrição, e a limpeza das vias aéreas são cuidados essenciais para não facilitar o aparecimento de infeções respiratórias”, explica António Carvalheira Santos.

Porém, de acordo com o especialista, é igualmente importante evitar o fumo do tabaco e evitar os locais com grande afluência de pessoas nos períodos mais críticos.

Por outro lado, a vacinação deve ser encarada como uma prioridade em matéria de prevenção. “A vacinação é proteção. Por isso estes doentes devem ser vacinados com a vacina da Pneumonia e, anualmente no Outono, com a vacina da gripe, como forma de prevenção destas doenças infeciosas, mais prevalentes nos meses de Inverno”, recomenda.

A Reabilitação Respiratória é uma componente fundamental no tratamento do doente respiratório crónico

Um programa de reabilitação respiratória assenta em três pilares: controlo clínico, ensino e treino de exercício e deverá ter o suporte técnico de uma equipa interdisciplinar composta por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e terapeutas ocupacionais.

“Os principais benefícios da reabilitação respiratória são a redução dos sintomas respiratórios de fadiga e dispneia, a reversão da ansiedade e depressão associados à doença respiratória, a melhoria da tolerância ao exercício com aumento da resistência ao esforço, a melhoria na habilidade para a realização das atividades da vida diária, a redução das agudizações”, explica o especialista que acredita que, assim, diminua a procura pelos serviços de urgência, as hospitalizações e, consequentemente, os custos diretos e indiretos relacionados com a saúde. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Egito
O Egito é o primeiro país árabe a autorizar a produção e venda de um fármaco destinado a aumentar a libido feminina. A...

"Fiquei sonolenta e tonta e o meu coração acelerou", descreve Leila (nome fictício), sobre a primeira toma de Flibanserina, o também apelidado "viagra feminino", em declarações à BBC. O uso do medicamento foi autorizado pela primeira vez nos Estados Unidos há três anos e está agora a ser fabricado no Egito por uma farmacêutica local. Na Europa, a substância não foi ainda homologada, nem há previsão de que o venha a ser.

Leila é dona de casa, tem 30 anos e prefere não revelar a identidade, uma vez que falar sobre problemas e necessidades sexuais é um tabu em dezenas de países de todo o mundo, escreve o Sapo.

Leila, que não tem problemas de saúde, comprou o medicamento sem receita médica - uma prática comum no Egito. "O farmacêutico disse-me para tomar um comprimido todas as noites por algumas semanas. E disse que não haveria efeitos secundários", diz, citada pela radiotelevisão pública britânica, para logo a seguir dizer que não o voltará a tomar.

A fabricante local de Flibanserin diz que três em cada dez mulheres no país têm baixo desejo sexual. Mas esses números são apenas estimativas aproximadas, uma vez que não existem dados oficiais sobre o transtorno de desejo sexual hipoativo (HSDD) no país.

Embora o fabricante garanta que a droga é segura e eficaz, muitos farmacêuticos e médicos discordam. O fármaco pode baixar a pressão arterial e ser problemático para pessoas com doenças cardíacas e hepáticas.

Autorizado nos Estados Unidos
A empresa farmacêutica norte-americana Sprout Pharmaceuticals conseguiu em agosto de 2015 a aprovação para comercialização do medicamento flibanserina, sob o nome comercial Addyi. O objetivo deste medicamento é tratar o HSDD, ou seja, a diminuição do desejo sexual em mulheres que ainda não entraram na menopausa.

Esta substância farmacológica é a primeira no mercado com o objetivo de tratar diretamente a falta de desejo sexual na mulher - nenhum dos medicamentos de tratamento de disfunção sexual nos homens tem o objetivo de atuar no campo do desejo.

Segundo o regulador americano, a prescrição de Flibanserina foi aprovada para mulheres na fase de pré-menopausa – que inclui toda a vida sexual da mulher até ao aparecimento dos primeiros sinais da menopausa – que sofra de transtorno de desejo sexual hipoativo.

O medicamento, cujo nome comercial é Addyi, tem um composto que atua sobre a serotonina – a hormona que regula, entre outras coisas, a ansiedade e o humor, mas também a locomoção, fome e libido.

Estudo
A aspirina fluidifica o sangue e evita que se formem coágulos nas artérias. Contudo, o sangue excessivamente fino pode provocar...

Nos Estados Unidos, os médicos costumam receitar uma baixa dose diária de aspirina para pessoas entre os 50 e 70 anos para prevenir ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVC), mesmo se o paciente não tiver sofrido qualquer doença associada.

Na Europa, escreve o Sapo, os cardiologistas receitam-no apenas depois de um primeiro problema cardíaco.

A aspirina fluidifica o sangue e evita que se formem coágulos nas artérias. Contudo, o sangue excessivamente fino pode gerar hemorragias.

Aqui mora o dilema: para que tipo de pacientes o benefício da redução do risco cardiovascular supera o risco de hemorragia?

Para as pessoas que já tiveram um AVC ou enfarte, a balança inclina-se claramente para a toma da aspirina, de acordo com diversos estudos. Essas pessoas têm risco claro de um segundo acidente, e a aspirina ajuda a prevenir isso.

Um novo estudo, publicado esta semana pelo Journal of the American Medical Association (Jama), dá uma visão mais ampla para os pacientes que ainda não tiveram problemas cardiovasculares.

Mas o texto não soluciona a controvérsia. A investigação afirma que, por um lado, a aspirina reduz o risco de ataque cardíaco e de AVCs em pessoas sem antecedentes, mas, por outro, aumenta o risco de hemorragia grave, especialmente no cérebro, no estômago e nos intestinos.

A aspirina não tem impacto na mortalidade em nenhum dos dois sentidos. "Para as pessoas saudáveis, os pequenos benefícios da aspirina para prevenir o AVC e o ataque cardíaco têm uma contrapartida que é o maior risco de hemorragia", explica Jane Armitage, professora de epidemiologia na Universidade de Oxford.

A conclusão, portanto, é que os médicos devem recomendar a aspirina caso a caso, dependendo de outros riscos do paciente, explica o cardiologista Michael Gaziano num comentário apenso ao estudo.

Por exemplo, deixar de fumar ou reduzir os níveis de colesterol são outros métodos para diminuir o risco cardiovascular.

Novo site
Linha Saúde 24 tem um novo site a partir desta quarta-feira. Um avaliador de sintomas promete ajudar os doentes a perceber que...

O avaliador de sintomas é a grande novidade do novo site do Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde . Com um conjunto rápido de perguntas e respostas, a nova ferramenta promete facilitar a vida aos doentes e otimizar a triagem.

"Se sente dores de cabeça, calafrios, febre... deixa ver se isto são sintomas de gripe e justifica um telefonema ou algo mais." A explicação é de Henrique Martins, presidente do Conselho de Administração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

Se nos primeiros tempos o avaliador vai centrar-se exclusivamente na gripe, escreve a TSF, depois o objetivo é alargar a lista de doenças e sintomas, de forma a ajustar os telefonemas que são feitos para a Linha Saúde 24.

"Por um lado, poderá fazer com que pessoas que iriam telefonar não telefonem logo porque ficaram esclarecidas e sentem-se confortáveis com aquela avaliação que é feita, por outro lado, muitas vezes a recomendação do avaliador de sintomas é exatamente para telefonar, porque obviamente que esta ferramenta não substitui um telefonema, nem uma conversa com uma enfermeira ou enfermeiro", nota Henrique Martins.

Além do avaliador de sintomas, o novo site do Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde promete mais e melhor informação sobre vários assuntos, como questões de saúde publica, viagens e vacinação.

O novo site começa a funcionar esta quarta-feira ao final da tarde, depois de ser apresentado numa cerimónia onde os serviços vão dar a conhecer novos projetos inteligência artificial para a saúde.

Cultivo com produtos proibidos
Uma organização agrária espanhola propõe que a União Europeia suspenda a importação de citrinos da África do Sul porque este...

A organização “Unió de Llauradors”, segundo a informação disponibilizada no seu ‘site’, concluiu num primeiro estudo que mais de 50 matérias ativas de produtos fitosanitários proibidos na União Europeia (UE) são autorizados na produção de citrinos na África do Sul, o maior importador extracomunitário destas frutas.

Entre eles está o ‘paraquat’, que segundo a organização é um herbicida que, em determinadas doses, afeta o trato gastrointestinal, os rins, fígado, coração e outros órgãos.

“Também se encontram [autorizados na África do Sul] o ‘metil azinfos’, proibido pela Agência de Proteção Ambiental desde 2004 e pela União Europeia desde 2006. Este inseticida é altamente tóxico para anfíbios, peixes, mamíferos, crustáceos e moluscos”, escreve a organização.

Para a organização agrária espanhola, a União Europeia deve suspender a importação de citrinos da África do Sul - e de qualquer outro país que não cumpra as regras de segurança alimentar - até que este país restrinja o uso de tais substâncias.

A “Unió de Llauradors” diz que continuará a realizar estudos a todos os acordos comerciais assinados pela UE com países terceiros para garantir que estes não utilizem produtos fitossanitários proibidos na UE, uma vez que põem em risco a segurança alimentar.

O uso desses produtos, “além de representar um risco possível para os consumidores, tem um risco elevado para os responsáveis pela sua aplicação e para o ambiente. Por outro lado, também permite que os agricultores sul-africanos produzam frutas cítricas com custos de cultivo mais baixos do que os agricultores europeus”, escreve a organização.

A organização profissional agrária espanhola pretende agora fazer chegar os resultados do estudo à Agência Espanhola de Defesa do Consumidor, Segurança Alimentar e Nutricional, bem como às instituições europeias, designadamente à Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA).

Segundo a Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, em 2017 foram importadas num total de 25.877 toneladas de frutos de citrinos de países terceiros, designadamente da África do Sul, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai e Zimbabué, sendo que mais de metade da quantidade importada é originária da África do Sul.

Setor da saúde
O Conselho Económico e Social manifestou ontem preocupação com os prazos médios de pagamento de entidade públicas, em...

“Quando chegamos ao fim dos exercícios, verificamos que não há suborçamentação na Saúde, há é suborçamentação inicial", referiu o presidente do Conselho Económico e Social (CES), Correia de Campos, durante uma audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA) no âmbito da apreciação da Conta Geral do Estado (CGE) de 2017.

Correia de Campos salientou ainda o impacto que esta situação acaba por ter nos prazos de pagamento aos fornecedores.

No seu parecer à CGE, o CES considera "preocupante que o prazo médio de pagamentos se mantenha em 68 dias”, sendo que nas “Unidades de Saúde, em particular, passaram de 124 para 140 dias".

O documento precisa ainda que "o total dos pagamentos em atraso dos Hospitais EPE atingiu o valor de 837 milhões de euros, valor só ultrapassado no ano 2011".

Numa audição em que vários deputados levantaram a questão das cativações e do nível de execução do investimento público, o vice-presidente do CES e relator deste parecer, Adriano Pimpão, salientou que o investimento público tem merecido atenção em vários pareceres do Conselho que tem, inclusivamente, defendido a necessidade de o sistematizar em termos setoriais e territoriais.

No seu parecer, o CES acentua que tem chamado a atenção para a “não recuperação do investimento público, que, nos últimos anos, tem apresentado valores mais baixos quando comparados com o passado, inclusive no período da assistência financeira pelas três instituições internacionais".

"De facto, o investimento público alcançou valores superiores a 3% do PIB [Produto Interno Bruto] no período 2009-2013, na linha dos valores apresentados pelos países da Área Euro, tendo em 2014 e 2015 alcançado os valores de 2% e 2,2% respetivamente e caído para 1,5% em 2016", afirma o documento.

Durante a audição, Adriano Pimpão salientou que a CGE devia ter uma "maior importância política" na medida em que "não é um simples exercício de avaliação contabilístico, sendo uma possibilidade de avaliar a execução das políticas públicas".

Porto
O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho anunciou ontem a contratação de 15 enfermeiros e 15 assistentes operacionais...

Em comunicado, a unidade hospitalar, no distrito do Porto, referiu que, ao contrário deste ano, em anos anteriores celebraram-se contratos temporários com uma duração aproximada de cinco meses.

Relativamente à afluência de pessoas, e por comparação a anos anteriores, o hospital tem registado um menor número de episódios de ambulatório no Serviço de Urgência.

“Resultado de uma maior preparação e articulação com os Cuidados de Saúde Primários, cujo alargamento de horários e aumento do número de profissionais tem permitido uma melhor e mais eficaz articulação, garantindo uma melhor gestão de recursos e uma atuação mais rápida nos doentes com sintomas de gripe”, acrescentou.

Ainda assim, o centro hospital revela haver um aumento do número de episódios, os quais têm sido resolvidos “atempadamente”, mantendo os tempos de espera médios dentro do preconizado.

Na nota, o hospital alerta os seus utentes para contactarem a linha de apoio SNS 24 durante este período de maior suscetibilidade a doenças respiratórias e gripe, seguindo as indicações da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Na semana passada, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte indicou que grande parte dos centros de saúde da região alargou os seus horários de atendimento.

Alimentação
O Canadá atualizou o guia alimentar do país, pela primeira vez em 12 anos, e recomendou à população que aumente o consumo de...

"Comer alimentos como vegetais, frutas, grãos integrais e proteínas vegetais pode ter efeitos positivos na saúde", apontou o Canadian Food Guide.

Outra novidade do guia, que o Canadá começou a publicar em 1942 como um programa de nutrição durante a Segunda Guerra Mundial, é a recomendação da água como bebida principal e a redução do consumo de sumos como forma de reduzir a ingestão de açúcar.

Além disso, o guia alimentar aconselha que os canadianos comam mais alimentos cozinhados em casa.

Atualmente, 30% dos gastos com alimentação dos canadianos são em compras de refeições já preparadas.

A recomendação para reduzir o consumo de produtos lácteos e carnes foi criticada por produtores canadianos, segundo os quais estes conselhos terão efeitos negativos na saúde da população a longo prazo.

A Associação de Produtores de Laticínios do Canadá apontou, em comunicado, que as recomendações do novo Canadian Food Guide "não refletem as evidências científicas mais avançadas".

Universidade de Coimbra
A investigadora Maria Filomena Botelho, da Universidade de Coimbra, disse que em Portugal se assiste a uma evolução positiva na...

"Tem existido um esforço bastante grande a apelar à notificação [das reações adversas dos medicamentos], não só em campanhas de sensibilização, mas também à utilização de novas tecnologias, nomeadamente as aplicações para ‘smartphones’ que facilitam o papel ao médico e uma plataforma lançada pelo Infarmed", frisou a investigadora.

Segundo a especialista, "é necessário conhecer efetivamente o que é que o medicamento é capaz de fazer para existir segurança na sua utilização, tendo sempre em vista a melhoria da qualidade de vida do doente e o seu tratamento com a maior segurança e eficácia".

Os avanços da farmacovigilância vão ser discutidos na quinta e na sexta-feira em Coimbra, numa conferência que reúne, pela primeira vez, cerca de 200 especialistas portugueses, espanhóis e franceses, no âmbito de um projeto que junta os três países.

Esta conferência realiza-se no Convento São Francisco, no âmbito do projeto europeu Onconet Sudoe, iniciado em julho de 2017, com o objetivo de criar uma rede europeia de cooperação em oncologia entre centros de investigação, universidades, instituições de saúde e empresas que atuam no território dos três países envolvidos.

"Este é um encontro que colocará em destaque os processos de farmacovigilância, dando a conhecer grande parte das atividades realizadas em todo o ciclo de vida dos medicamentos usados em Oncologia", disse Maria Filomena Botelho, coordenadora do projeto em Portugal.

A conferência irá debater desde a investigação e desenvolvimento de fármacos, a prática clínica pós-comercialização, os aspetos legais, regulatórios e éticos, a monitorização da segurança dos medicamentos, até ao impacto clínico, social e económico das reações adversas a medicamentos.

Segundo a investigadora, o projeto que está a ser desenvolvido pretende "perceber quais são as boas práticas no contexto da oncologia, integrar projetos colaborativos, conectar investigadores com empresas e doentes e tentar perceber até que ponto os doentes destes três países têm igualdade nos cuidados de saúde.

"No âmbito da farmacovigilância, que é um dos nossos focos neste momento, aquilo que pretendemos exatamente é perceber quais são as boas práticas que podem ser partilhadas entre os três países, de forma que isto se possa refletir em melhores cuidados de saúde ao doente oncológico", explicou.

O foco do projeto, de acordo com Maria Filomena Botelho, é "tentar perceber até que ponto são usadas novas tecnologias para melhorar todo o processo de notificação das reações adversas aos medicamentos, quais são as boas práticas que se devem partilhar e até que ponto ao longo do tempo tem havido uma melhoria".

Num balanço preliminar ao projeto, que termina em junho, a investigadora portuguesa disse que existe "uma evolução e que, tanto em Portugal como em Espanha ou França, tem havido uma tentativa e um esforço bastante grande" na notificação das reações adversas dos medicamentos.

Estudo
Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto concluíram, com base num estudo que avaliou 730...

Numa nota publicada hoje no ‘site’ de notícias da Universidade do Porto, o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) explica que o estudo, que avaliou a prevalência de défice cognitivo e de demência, apurou que “a principal causa de demência em Portugal está relacionada com fatores vasculares e não com a doença de Alzheimer”, contrariamente ao que se sucede na maior parte dos países ocidentais da Europa.

O estudo, designado “Prevalence and Causes of Cognitive Impairment and Dementia in a Population-Based Cohort From Northern Portugal” e publicado recentemente na revista American Journal of Alzheimer’s Disease & Other Dementias, avaliou uma amostra de 730 indivíduos com idade superior a 55 anos, tendo como objetivo identificar as “causas mais frequentes” e encontrar o modo de prevenção do declínio cognitivo.

“Os resultados mostram que cerca de 4,5% dos indivíduos com mais de 55 anos apresentam demência ou défice cognitivo ligeiro”, frisou o instituto, na nota publicada.

Citado pelo ISPUP, Luís Ruano, primeiro autor do estudo, salientou que, para além da elevada incidência de casos de acidente vascular cerebral em Portugal, comparativamente com os restantes países ocidentais, a principal causa para esta diferença pode estar relacionada com o consumo de peixe.

“O facto de Portugal ser o país da Europa com maior consumo de peixe, particularmente peixe gordo, parece estar associado a menor risco de demência e de Alzheimer”, referiu, acrescentando que esta diferença entre países pode também estar relacionada com a “menor prevalência entre a população portuguesa do alelo ε4 do gene APÕE”, fator genético de risco mais comum para a doença de Alzheimer.

De acordo com o ISPUP, a mensagem positiva deste estudo é que “a demência vascular pode ser evitada pela modificação dos estilos de vida”, com a adoção de medidas de prevenção primárias como “a prática de uma dieta saudável, de exercício físico regular e controlo dos principais fatores de risco cardiovasculares”.

O estudo, realizado pelo ISPUP, contou também com a colaboração do Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga e a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos
Apiários de Lousã e Idanha-a-Nova são visitados na quarta-feira por cientistas de vários países, no âmbito de uma investigação...

Trata-se de uma iniciativa da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA, sigla em inglês), que inclui a realização de trabalhos de campo durante dois anos, em Portugal e na Dinamarca.

“Já era tempo de termos uma abordagem integrada e holística dos principais fatores de stress das colónias de abelhas”, na União Europeia, disse hoje à agência Lusa José Paulo Sousa, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e um dos responsáveis do projeto.

Os trabalhos irão culminar, em 2021, na criação de uma plataforma digital em várias línguas, depois de o modelo inovador de avaliação ter sido validado pelas equipas de investigação portuguesa e dinamarquesa, em colaboração com especialistas de outros países e da própria EFSA.

Denominado ApisRAM, esse modelo, segundo José Paulo Sousa, “acaba por se tornar quase numa ferramenta de gestão do território” quanto ao comportamento das colónias de abelhas face a diferentes fatores de risco, designadamente uso de pesticidas, práticas agrícolas, mudanças na paisagem natural devido aos incêndios e ao avanço de espécies invasoras e exóticas, como mimosas e eucaliptos, proliferação da vespa asiática e alterações climáticas, entre outros.

Os investigadores envolvidos no projeto são oriundos de Portugal, Dinamarca, França, Irlanda, Itália e Portugal, a que se junta um especialista do Brasil que está a trabalhar, durante um ano, no Departamento de Ciências da Vida da FCTUC.

Em Portugal, uma das principais ameaças para as abelhas e produção de mel “é a falta de recursos” que são a base alimentar destes insetos, sobretudo flores de espécies variadas, afirmou José Paulo Sousa.

Na região Centro, “a mortalidade por falta de recursos é elevada”, uma tendência que tem vindo a agravar-se com a multiplicação dos ataques da vespa asiática.

Os trabalhos de campo começam em março e incluem a “monitorização das colmeias uma vez por mês”, sendo ao mesmo tempo avaliados os recursos existentes, em territórios nos municípios de Lousã e Idanha-a-Nova, nos distritos de Coimbra e Castelo Branco, respetivamente.

Em cada uma das duas “janelas” quadrangulares, com lados de 10 quilómetros, serão colocadas 10 colmeias, num total de 20.

O funcionamento das colónias é monitorizado com auxílio de pequenas câmaras de filmar colocadas nas colmeias, explicou o professor da Universidade de Coimbra.

O projeto conta com a colaboração da Cooperativa Lousãmel, responsável pela gestão da denominação de origem protegida (DOP) Serra da Lousã, e com apicultores da zona de Idanha-a-Nova.

Para minimizar a falta de recursos, importa “manter áreas seminaturais em volta dos campos agrícolas”, com a sementeira de diversas espécies melíferas, defendeu José Paulo Sousa.

Para a Serra da Lousã, onde a produção de mel DOP, à base de urzes diversas, tem registado quebras acentuadas nos últimos anos, recomenda “uma gestão florestal adequada” que assegure a preservação das manchas florais mais características desse bem alimentar.

“Se gerirmos com bom senso, tudo é possível”, recomendou o especialista.

Entre hoje e quinta-feira, 15 investigadores, dos quais oito são de Coimbra, participam num encontro no Departamento de Química da FCTUC, que inclui visitas de campo na quarta-feira.

Colabora também no projeto o Ministério da Agricultura, através do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) e da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

Estudo
Investigadores da Universidade de Valladolid, Espanha, confirmaram o potencial das células estaminais mesenquimais da medula...

Após a aplicação de células estaminais mesenquimais (MSCs) da medula óssea a três doentes, diagnosticados com Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) há mais de 15 anos, que apresentavam dificuldade em controlar a doença recorrendo à terapêutica convencional, os investigadores verificaram que o estado de saúde dos doentes tinha melhorado consideravelmente, sem efeitos adversos associados.

Nove meses depois, dois doentes encontravam-se em remissão completa e o terceiro em remissão parcial, com a doença ainda ligeiramente ativa. Estas melhorias permitiram, ainda, diminuir entre 50 a 90% a dose de medicação utilizada por estes doentes para controlar a doença.

Tendo em conta os resultados positivos, nomeadamente ao nível da segurança, os investigadores pretendem agora avançar com um ensaio clínico, recentemente aprovado pela entidade competente espanhola, para avaliar a eficácia deste tratamento num maior número de doentes.

Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, menciona que “vários estudos publicados nos últimos anos indicam que esta nova opção terapêutica baseada em células estaminais mesenquimais poderá vir a ficar disponível para estes doentes. Estas células têm a capacidade de regular o sistema imunitário, podendo ser obtidas, por exemplo, a partir da medula óssea ou do tecido do cordão umbilical.”.

O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma das doenças autoimunes com maior prevalência e caracteriza-se pela produção de anticorpos contra o próprio organismo. Vários órgãos, por exemplo os rins, pulmões e o sistema nervoso, podem ser afetados pela doença, originando sintomas como fadiga, febre e dores nas articulações. Em Portugal, afeta cerca de 0,07% da população, sobretudo feminina, com impacto significativo na sua qualidade de vida.

O LES é uma doença crónica, geralmente controlada utilizando fármacos imunossupressores e corticosteroides. No entanto, o tratamento convencional revela-se insuficiente em mais de 30% dos doentes, que acabam por sofrer recaídas ou não responder ao tratamento.

Referência:
Barbado J, Tabera S, Sánchez A, García-Sancho J. Therapeutic potencial of allogeneic mesenchymal stromal cells transplantation for lupus nephritis. Lupus. 2018 Nov;27(13):2161-2165.

Na China
A China vai punir o investigador chinês He Jiankui, responsável pela primeira manipulação genética de bebés em todo o mundo,...

De acordo com a Xinhua, He Jiankui e "outros funcionários e organizações relevantes" serão punidos de acordo com as leis e os regulamentos nacionais.

Para realizar a edição genética de embriões humanos, "explicitamente proibida por lei", He Jiankui "angariou fundos e reuniu investigadores por conta própria", concluiu um relatório preliminar citado pela agência.

De acordo com o documento, assinado por investigadores da província de Guangdong, no sul do país, He Jiankui iniciou o projeto em 2016, após reunir uma equipa com "alguns membros estrangeiros", recorrendo então a "tecnologias sem garantia de segurança e eficácia".

Em novembro do ano passado, o cientista He Jiankui anunciou, num vídeo difundido na rede de partilha de vídeos YouTube, o nascimento de duas gémeas, cujo material genético havia sido modificado, na fase embrionária, para as tornar resistentes ao vírus da Sida.

"Com um falso certificado de revisão ética, [He Jiankui] recrutou oito casais voluntários (os homens testaram positivo para o anticorpo HIV, as mulheres testaram negativo) e realizou experiências entre março de 2017 e novembro de 2018", detalhou a investigação.

"As atividades violaram gravemente os princípios éticos e a integridade científica e violaram importantes regulamentos governamentais da China", apontou o relatório, acrescentando que o cientista realizou as experiências em prol "da fama e benefício pessoais".

Logo após ter sido anunciado, o caso motivou a condenação da comunidade científica internacional, e não tardou muito para a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciar a criação de um grupo de trabalho sobre manipulação genética.

Em 03 de dezembro, em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou que a modificação de genes em humanos "não pode ocorrer sem diretrizes claras".

Em Portugal, no mesmo dia, o Conselho de Ética para as Ciências da Vida classificou a experiência como eticamente inaceitável, moralmente irresponsável e com riscos imprevisíveis.

Afeta 80% das mulheres, mas não se fala sobre isso
O nascimento de um bebé é um dos momentos mais felizes na vida de uma mulher, mas também dos mais co

Irritabilidade, tristeza, choro fácil, cansaço ou insegurança são alguns dos principais sintomas de melancolia pós-parto, uma disforia puerperal bastante comum, que se estima que afete cerca de 80% das mulheres no período pós-parto. Embora se distinga de depressão pós-parto, uma vez que se resolve espontaneamente no período estimado de duas semanas, o «baby blues», como também ficou conhecido, é um estado natural e que nada tem de errado. Por isso, não se condene!

Basicamente, a disforia puerperal consiste num conjunto de alterações de humor, que se relacionam com o reequilíbrio hormonal que ocorre após o parto. “Embora seja uma dificuldade transitória, esta dificuldade de regulação das emoções surpreende a mulher e deixa-a menos capaz de usufruir de uma fase que julgaria de enamoramento e felicidade”, começa por explicar Isabel Gomes, psicóloga na Clínica da Mente.

A culpa, essa recai sobre as intensas e bruscas alterações hormonais a que a mulher está sujeita antes e depois do parto. “Toda a alteração física do corpo da mulher para conter um bebé ao longo de nove meses termina no parto, que é um momento, por si só, stressante”, avança a especialista explicando que “a adaptação hormonal feita para uma ligação com o bebé termina subitamente e começa um tempo de grande exigência que é o cuidado do bebé, de cansaço e de uma natural insegurança da mãe”, sobretudo se for de “primeira viagem”.

A par do cansaço ou da insegurança podem surgir outros sintomas como as alterações do apetite, dificuldade de concentração ou preocupação excessiva com a saúde do bebé. Estes podem surgir logo imediatamente ao parto e desaparecer naturalmente ao fim de aproximadamente duas semanas. “Apesar de este ser um estado de intensas alterações, elas são de curta duração”, revela Isabel Gomes. Por isso, e uma vez que aparecem e desaparecem de forma espontânea, não necessitam de tratamento. “Aceitar que este é um estado comum e natural desta fase e que, apesar de interferir na disposição não interfere no afeto e na ligação com o bebé” é, de acordo com a psicóloga, meio caminho andado para ultrapassar esta fase transitória com maior tranquilidade. Importante ainda é partilhar o que sente, dividir tarefas e evitar a autocensura.

É que apesar de este ser um momento tão desejado, ele é também um momento muito exigente. E é essencial saber que não está sozinha.

“O tema gravidez e da maternidade é extremamente idealizado, como se tudo a ele associado fosse cor de rosa. Na verdade, é um tempo extremamente exigente e difícil, com todas as inseguranças que acarreta na vida de uma mulher, de um casal, além das mudanças físicas e emocionais”, explica a especialista.

Este é ainda um período em que a mulher assume uma nova responsabilidade. O errado é pensar que a responsabilidade é apenas sua e é também aqui que a família tem um papel bastante importante. “À família cabe o difícil papel de compreender o estado da mãe como algo natural desta fase e aceitar sem censura. Com isso, permite não sobrecarregar ainda mais a mãe de pressão e exigência, que ela já tem em demasia”, aconselha.

De acordo com Isabel Gomes é ainda importante dar-lhe carinho e participar no cuidado do bebé “para que a mãe se possa ir restabelecendo”.

E porque é importante falar sobre este tema, não tenha medo de partilhar com os que lhe são mais próximos o que sente. Do que tem medo. O que a deixa ansiosa. E deixe que cuidem de si. “Quando se fala numa percentagem que pode ir até aos 80% das mulheres, é estranho que este seja um tema tão pouco falado”, comenta Isabel Gomes.

“Saber que este estado de labilidade emocional é vivenciado por tantas mulheres ajuda a redimensionar o problema. Saber que é passageiro traz um alento, daí ser fundamental partilhar, ouvir outros casos, sentir-se escutada e entendida”, conclui a especialista.

Qual o limite entre a tristeza passageira e a depressão pós-parto?

De acordo com a psicóloga Isabel Gomes, a tristeza ligeira é uma reação a algum acontecimento (e que no «baby blues» não tem que ser significativo) ou pensamento negativo que passa com “relativa rapidez”, dando lugar a outros sentimentos.

“A depressão pós-parto é uma perturbação emocional que surge ou se diagnostica após o parto”, exigindo um acompanhamento especial pela intensidade e pela forma como condiciona a vida da mulher.

Estando associada a algum acontecimento da vida mais negativo e doloroso e que, nas palavras da psicóloga, “não se consegue ressignificar”, habitualmente, a depressão já está presente durante a gravidez. “Existe aqui um quadro clínico que se mantém estável e que destabiliza, de forma consistente, o equilíbrio emocional da mãe, conduzindo a uma dificuldade em criar vínculo com o seu bebé, conduzir naturalmente a sua vida e cuidar de si”, explica adiantando que “neste caso, não passa espontaneamente ao fim das primeiras semanas e necessita de apoio, quer familiar, quer de técnicos especializados”.

Apesar de haver sintomas que são comuns aos dois estados, na depressão o estado é mais intenso e duradouro, com uma tristeza mais profunda e persistente. Apatia e desinteresse estão também presentes, conduzindo a uma dificuldade em criar ligação com o bebé.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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